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• PESSOA JURÍDICA

- Origem sociológica – O ser humano por sua natureza essencialmente


gregária, transportou essa necessidade para a criação de formas
associativas que facilitassem a consecução de seus fins ( objetivos)
- Pode ser definida como grupo humano criado na forma da lei e dotado
de personalidade jurídica para a realização de fins comuns ( conceito
primário)
NATUREZA JURÍDICA E TEORIAS EXPLICATIVAS
- Teorias Negativistas – negavam totalmente a existência da pessoa
jurídica. Diziam alguns tratar-se de um condomínio de pessoas físicas
reunidas ( negavam-se a reconhecer a personalidade da pessoa
jurídica).
- Teorias Afirmativistas
• Teoria da ficção – reconhecia à PJ existência ideal ou abstrata, sendo
esta uma meta criação da técnica jurídica, possibilitando dessa forma
que se estendesse à PJ a capacidade para fins patrimoniais. ( não teria
a PJ atuação como ente social)
• Teoria da Realidade Objetiva - PJ seria um realidade viva com
existência própria, não mera ficção. Seria ela criada por imposição de
forças sociais, que dá vida a um organismo de acordo com as
necessidades dessa sociedade.
• Teoria da realidade técnica - Pj teria uma existência social embora
sua criação fosse resultado da técnica jurídica, ou seja sua
personalidade é conferida pelo direito.
( o Brasil adotou essa teoria, cujo fundamento legal é o Rt 45 do CC.)
Começo da existência da PJ.
- Só no momento em que ocorre o Registro do ato constitutivo é que a
PJ adquire personalidade ( existência jurídica legal).
Ato constitutivo:
- Associação civil, religiosa, cultural, científica, fundação:Estatuto ou
atas
- Sociedades empresárias: contrato social.
- Sociedades de Advogados: contrato social aprovado pela OAB
A Pessoa Jurídica resulta da vontade humana, sem necessidade
de qualquer ato administrativo de autorização, SALVO em casos
especiais. Certas PJ por estarem ligadas a interresses de ordem
coletiva, dependem de prévia autorização ou aprovação pelo
congresso. Ex: Empresas estrangeiras, agência de seguros,
instituições financeiras, empresas jornalísticas, para exploração de
energia elétrica. ( CF, arts. 21,XII,b;182,I,II,IV; 176, §1º, e 223)
• REGISTRO ( confere personalidade à PJ, não só no campo
patrimonial, mas conferindo a esta inclusive direitos da
personalidade ( art 52 CC)
-Do contrato social das sociedades empresárias: Junta comercial
- Estatutos e atos constitutivos das demais PJ de direito privado –
Cartório de registros civil das Pessoa Jurídicas.
- Sociedade de Advogado – Na OAB
OBS. Nos casos de necessária autorização do governo o registro sé
será efetivado após obtida a chancela, sob pena de nulidade do
ato.
Art 46 – elementos constantes do Registro.
ATUAÇÃO DAS PJ – art 47
As PJ atuam mediante os órgãos previstos no estatuto ou contrato
social, em regra DIRETORIA E ASSEMBLÉIA GERAL, ou o
CONSELHO DELIBERATIVO. Esses órgão não representam a
PJ pois esta não é incapaz, mas apenas PRESENTAM.
Os atos praticados por quem presenta a PJ decorrem dos poderem
que lhes foram conferidos e devem limitar-se a estes. Ex.
Vedação da PJ prestar fiança.
• SOCIEDADES IRREGULARES OU DE FATO.
A doutrina costuma denominar soc. Irregular ou sociedade não
personificada, aquela desprovida de ato constitutivo registrado.
Nesta situação o patrimônio da sociedade e dos sócios respondem
pelas obrigações contraídas pela sociedade de forma ilimitada. ( art
596)
Obs; Essas sociedades serão representadas em juízo ativa e
passivamente ( art 12, VII so CPC), para cobrar e ser cobrado de
suas obrigações, não obstante por não serem sujeitos de direito,
não podem em seu nome, figurar como parte em contrato de compra
e venda, aquisição de planos coorporativos, etc.
ENTES DESPERSONALIZADOS
Há determinadas entidades, com características muito semelhantes às
PJ, mas que não possuem sua personalidade, por faltarem-lhes
requisitos imprescindíveis à personificação, muito embora tenham
capacidade processual. Trata-se no entanto de um simples
agrupamento sem que haja “ affectio societatis, pois são formados
independentemente da vontade de seus membros que vincule a um
corpo de bens.
-
A massa falida – que passa a existir após a sentença declaratória de
falência.
- A herança jacente – aquela em que a pessoa falece sem deixar
herdeiros, que será entregue ``a administração de um curador
- Espólio – é conjunto de direitos e deveres pertencente à pessoa do
falecido.
- As sociedades não registradas, que serão representadas em juízo por
que caiva a administração de seus bens.
- o Condomínio: Geral ou edilício
CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS
- Quanto à nacionalidade – Nacional – aquela organizada conforma a lei
brasileira e que tenha no país a sede de sua administração. A
nacionalidade ou o domicílio dos acionistas não influi na nacionalidade
da sociedade. Ainda que todos os acionistas sejam domiciliados no
exterior, a sociedade será brasileira, contanto que se constitua de
acordo com a legislação nacional, aqui mantendo sua sede
- Estrangeira - considerada empresa estrangeira, a sociedade
constituída e organizada em conformidade com a legislação do país de
origem, onde também mantém sua sede administrativa. Estas
empresas estão sujeitas a autorização do Governo Federal
- Quanto à estrutura interna
• Corporação – Constitui-se um corpo de pessoas, reunidas para
realização de um fim, caracteriza-se pelo aspecto eminentemente
pessoal
• Fundação – O aspecto preponderante é o patrimonial, trata-se um
destacamento patrimonial, ao qual é imposta uma finalidade sem
fins lucrativos estabelecida pelo instituidor.
- Quanto á função ou à órbita de atuação
• PJ de direito público – Externo ( art 42 CC)
• PJ de direito público – Interno – Da administração direita
- Da administração indireta
(autarquias, fundações públicas, agências públicas e demais
entidades de caráter público). São órgãos descentralizados, criados
por lei, com personalidade própria para o exercício de atividade de
interesse público. ( art 41 CC)
• PJ de direito privado - Art 44 CC – ESPECIES DE PJ DIR.
PRIVADO
ASSOCIAÇÕES:
São Pj de direito privado, constituídas de esforços comuns para
realização de fins não econômicos ( art 53 CC), podendo ser estes
de natureza científica, artística, beneficentes, religiosos, educativos,
culturais. Esportivos, etc.
Podem eventualmente as associações realizarem negócios para
aumentar o seu patrimônio, sem todavia proporcionar ganho aos
associados.( pode gerar receita, desde que não seja apropriada
de maneira privada)
Características
- Não tem sócios e sem sócios o órgão máximo é a assembléia
geral
- Podem ser excluídos os associados, por justa causa ( art 57 CC)
- É permitido ao associado retirar-se sem qualquer motivo, pois
ninguém poderá ser compelido a associar-se
- Art 54 CC conteúdo do estatuto das associações
SOCIEDADES
São espécies de corporações, cujos contratos são celebrados por
pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens
ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha,
entre si, dos resultados. São formadas por sócios com direitos e
obrigações recíprocas.
*´são divididas em SOCIEDADE SIMPLES E EMPRESÁRIA
• SOCIEDADE EMPRESÁRIA – em geral corresponde à antiga
sociedade mercantil. É aquela que exerce atividade típica de
empresário, e está obrigatoriamente sujeita a registro na Junta
comercial ( art 982 e966 CC).
• SOCIEDADE SIMPLES – em geral correspondem às antiga soc.
Civis. São todas aquelas que não são empresárias, são
constituídas em regra por profissionais que atuam em uma
mesma área ou prestadores de serviços técnicos ( clínicas
médicas, dentárias, advogados, instituições de ensino)
- Não são registradas na junta mas no cartório de PJ.
OBS: SOCIEDADE ENTRE CÔNJUGES – o art 977 proíbe
sociedades entre cônjuges casados no regime de comunhão total
de bem e separação obrigatória de bens - No primeiro caso — o
da comunhão universal — a sociedade seria uma espécie de
ficção, já que a titularidade das quotas do capital de cada
cônjuge na sociedade não estaria patrimonialmente separada no
âmbito da sociedade conjugal.
Já no que tange ao regime da separação obrigatória, seria ilógico as
partes contratarem sociedade se a lei não lhes permite misturar
seus patrimônios no âmbito do casamento
• FUNDAÇÕES PRIVADAS
São entidades formadas pela afetação (destacamento) de patrimônio,
( acervo de bens), que recebe personalidade jurídica, visando a
atingir finalidade ideal ( art 62 CC), ou seja cultural, moral,
beneficente, religiosa,etc. ( imutável) art 62 cc.
- É constituída por escritura pública ou testamento ( dotação especial
de bens livres), decorrente da vontade de ser instituidor, sem fins
lucrativos.
- O estatuto será a princípio elaborado pelo instituidor, podendo ser
auxiliado pelo MP, que atuará na aprovação e fiscalização da
consecução dos fins pretendidos pela fundação.
- Deverá ser registrado no cartório de PJ
- São constituídos administradores para a Fundação Art 65.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
A constituição da personalidade jurídica, limita o cumprimento das
obrigações constituídas pela sociedade ao patrimônio da empresa.
A desconsideração pretende o afastamento temporário da
personalidade jurídica, visando atingir o patrimônio pessoal do sócio
ou administrador que cometeu ato abusivo. ( dispensa-se a
existência de dolo específico de cometer ato ilícito)
REQUISITOS
-1º A sociedade deve ser insolvente
- 2º Deve existir ABUSO – desvio de finalidade
- - confusão patrimonial
• RESPONSABILIDADE DAS PJ
- Responsabilidade penal – No âmbito do direito ambiental Lei
9605/98, que responsabiliza a PJ nos casos em que a infração
seja cometida por decisão de ser representante legal, no
interesse da entidade – Pena: multa, restritivas de direito,
prestação de serviços à comunidade.
- RESPONSABILIDADE DA PJ DE DIREITO PRIVADO
- * Responsabilidade contratual: ( art 389) aquela referente ao
descumprimento das relações obrigacionais
- * Responsabilidade Extracontratual ou delitual ( art 186, 187,
927 cc), tratam da responsabilidade pela prática de ato ilícito e
estabelecem para o autor a obrigação de reparar o dano
causado.
- OBS Em regra a responsabilidade é SUBJETIVA: decorre de
ato próprio, exigindo a presença de CULPA, NEXO DE
CAUSALIDADE e DANO ( ART 186CC). No entanto em alguns
casos previstos em lei o agente suporta consequência do fato
de terceiro Ex: art 932,III essa responsabilidade independe de
culpa, sendo portanto OBJETIVA ( art 933 cc).
• Responsabilidade Objetiva: trata-se daquela em que o agente
independentemente de culpa deve reparar o dano, por
determinação legal ou quando a atividade desenvolvida pelo
autor do dano implicar por sua natureza,risco para os direitos
de outrem. ( retiramos daí a responsabilidade das PJ de
direito privado com ou sem fins lucrativos)
RESPONSABILIDADE DAS PJ DE DIREITO PÚBLICO
1º FASE – Irresponsabilidade “ The King can do not Wrong”
2º FASE – Responsabilidade Subjetiva ( 1916): Exigia-se para
responsabilizar o Estado a comprovação de culpa do Agente
( quando não se identificava o agente admitia-se culpa do
Serviço ou anônima)
3º FASE – Resp. Objetiva ( 1946), Cabendo responsabilidade
pelo risco administrativo da atividade, independentemente de
culpa do agente, portanto não se exige ilegalidade na conduta.
O Estado tem direito à ação regressiva contra o agente culpado
causador do dano.
• Empresas públicas, sociedade de economia mista,
concessionárias permissionárias – São Pj de Direito Privado,
podendo ser prestadoras de serviços públicos.
• Nessa qualidade respondem imediata e diretamente pelos danos
causados a terceiros, não necessitando indagar da culpa ou dolo,
pois sua responsabilidade é objetiva ARt 37 §6º da CF – Desse
modo o estado responde apenas subsidiariamente e não
solidariamente pelos danos causados pela prestadora de serviços
públicos, uma vez exauridos os recursos financeiros destas.
• OBS: Admite-se a responsabilidade DIRETA E SOLIDÁRIA do
Estado, desde que demonstrado ter a falha na escolha ou na
fiscalização do evento danoso. Ex: Omissão na fiscalização de
vendas de fogos de artifício, dos estabelecimentos de seguro,
abuso de autoridade, obra de construção de vias públicas.
Nos casos de atos praticados por terceiros ( assaltos , atos
predatórios) que não são causados por seus agentes, em regra o
estado fica isento de responsabilidade. A falta de Segurança
pública não pode ser alegada quando a omissão em que incorreu
a autoridade relacionada com o dever de efetuar policiamento
eficaz, foi genérica e não específica, em relação às vítimas. Ex:
Os policiais alertados a tempo, omitiram-se e negligentemente
não tomaram nenhuma providência para evitar o assalto.
• Danos decorrentes de atos judiciais
O juiz só pode ser pessoalmente responsabilizado nos casos
de dolo ou fraude ( art 133, I e II CPC), para garantir-se a
independência funcional ao proferir seu entendimento. Mas
o Estado responde pelo mal funcionamento do serviço
público.
ERRO JUDICIÁRIO - ARt 5º LXXV – Reconhecida a
responsabilidade civil do estado, a indenização há de ser a
mais completa possível, abrangendo os prejuízos materiais
e morais, mas não haverá indenização se o erro decorrer
de fato imputável ao próprio impetrante, como confissão ou
ocultação de prova em seu poder.
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
Estado de necessidade
Legitima defesa
Estrito cumprimento do dever legal
Exercício regular de direito
Caso fortuito ou força maior
Culpa exclusiva da vítima

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