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O texto tem como ponto de partida a tese de que o homem possui necessidade

do convívio social e da construção de sua vida com seus pares com objetivo de
subsistência, propósitos existenciais. Configurando assim uma natureza social e
antropológica. Nesse contexto, funda-se a partir de um fato social e sob regimento
jurídico a pessoa jurídica que confere a um grupo com objetivos comuns praticar de
forma lícita comércio e exercer função social, dito de outro modo, ganha-se o direito de
constituir personalidade jurídica.
De acordo com o artigo, há duas espécies de pessoa jurídica, fundação,
entendido aqui como a personificação de um patrimônio e a empresa individual de
representante unipessoal, ambas se constituem como sujeito de direito o que legitima
sua atuação no comercio e sociedade tendo representação legal, ou seja, há uma
regulamentação e amparo jurídico que se insere como fundante e organizadora das
atuações de grupos no formato de pessoa jurídica. O surgimento da ideia de pessoa
jurídica é um avanço dentro da técnica do direito que opera tanto com fundante como
também órgão de suspensão dentro das previsões legais, a exemplo de atos contrários
à sua função social, prejuízo evidente aos cofres públicos e ações contrárias ao
entendimento legal e passíveis de punição. Há o entendimento de que a personificação
da pessoa jurídica resguarde os seus membros individualmente, em outras palavras,
não se confunda a representação da pessoa jurídica com o das pessoas físicas
participantes da organização societária, o que pode ser conceituado como autonomia
patrimonial.
Esse entendimento é justificado de acordo com a técnica jurídica no Art .49-A
“A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e
segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos,
para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos”. Ora pois,
argumenta-se que uma organização como pessoa jurídica possui riscos sem esse
respaldo não haveria estimulação de abertura dos empreendimentos e fazendo um
paralelo com a função social de uma empresa. Porém, há condições excepcionais que
podem diminuir a força da diferenciação dos membros de uma organização, sempre
com o princípio, em caso de divida por exemplo, de fazer execução de patrimônio de
forma primária e posteriormente dos membros societários.
Há um ciclo vital em relação a pessoa jurídica e a sua existência e finalidade
estão condicionadas sob o sistema de regimento normativo, legislação em vigor para
poder realizar o exercício de registro, ou seja, sua inscrição de pessoa jurídica pode ser
realizada em junta comercial, cartório de registro civil, podendo também necessitar de
autorização do Poder Executivo. A sua permanência enquanto organização deve se
respaldar de forma ética e em conformidade com as normas e a legislação. Ações,
negociações e empreendimento contrários a essa rubrica põem em risco a manutenção
da existência da mesma.
Sabe-se que o registro de pessoa jurídica é constitutivo de sua personalidade,
diferentemente da pessoa natural que é declarativa de condição natural de pessoa
humana. O entendimento de personalidade jurídica é descrito de forma breve como o


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caráter de sua denominação, sede, fins, tempo de duração, nomes dos fundadores e
diretores, membros subsidiados ou não, a que se destina o patrimônio da mesma caso
finalize.
As pessoas jurídicas são classificadas como; de direito público, interno ou
externo e de direito privado (art.40 do CC/2002). Quando falamos de organizações
internacionais, regidas pelo direito internacional, a exemplo da ONU, nações, fala-se
em pessoa jurídica de direito publico externo, para mais detalhamentos consultar
art.42 do CC/2002. São Estados soberanos e entidades supraestatais que
historicamente foram constituídos através de tratados, revoluções, mudanças no
sistema legal internacional.
Pessoas jurídica de direito público interno, de acordo com o art. 41 CC/2002 e
pela Lei 11.107, de 2005, são: União, Estados, Distrito Federal e territórios, municípios,
autarquias e demais entidades públicas. De acordo com a constituição de 1988, a
União, os Estados e o Municípios representam a Administração Pública Direta
compondo assim a Estrutura Federativa do Estado Brasileiro. Em outro sentido as
autarquias são entidades criadas por lei com fim de exercer atividades da
administração pública, podendo ser conceituada como pessoa jurídica de Direito
Público.


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