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PESSOAS JURÍDICAS
Considerações iniciais
A união desses indivíduos pode ou não ter finalidade lucrativa. No caso de interesse
em obter lucro, a união pode ser para constituir uma empresa ou uma sociedade. No
caso de não haver interesse em obter lucro, pode ser uma associação beneficente,
grupo de assistência social, fundação, ou até mesmo para cultuar alguma religião.
Notem que a ideia central é estabelecer que a Pessoa Jurídica não se confunde com
as pessoas físicas que a criaram.
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Esta regra pode ser relativizada pela desconsideração da personalidade jurídica.
Que consiste no afastamento temporário, ocasional e excepcional da personalidade
jurídica da sociedade empresarial, a fim de permitir, em caso de abuso ou
manipulação fraudulenta, que o credor lesado satisfaça, com o patrimônio pessoal
dos sócios da empresa, a obrigação não cumprida.
Entretanto, embora sendo formada por pessoas físicas, a personalidade destas não
se mistura com a da entidade, que tem sua personalidade própria, independente da
dos componentes do grupo, esta é, inclusive, a principal característica da pessoa
jurídica.
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CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS
.
As pessoas jurídicas classificam-se, de acordo com o artigo 40 do Código Civil, em
pessoa jurídica de direito público, podendo esta ser de direito público interno ou
externo (internacional), e pessoa jurídica de direito privado.
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
► Os Estados: estes, assim como a União, tem autonomia, sendo conferido a eles,
pela Constituição Federal, a capacidade de auto-organização; autolegislação;
autogoverno e autoadministração (artigos 25 a 28, CF).
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► O Distrito Federal: assim como a União e os Estados, tem autonomia
administrativa e financeira, tendo suas competências determinadas pela Constituição
Federal, podendo criar sua própria Lei Orgânica (art. 32, CF), e tem uma
peculiaridade: é onde fica Brasília a nossa Capital Federal.
(....)
4
Pessoas jurídicas de direito público externo
.
(...)
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§ 6º – As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa
Agente publico é qualquer pessoa que exerça cargo público, podendo este cargo
ser preenchido por eleição, comissão, concurso, etc. Portanto, um prefeito não é um
servidor público, pois a função que exerce não tem caráter definitivo, porém é
considerado um agente público, desta forma, como representa a Administração
Pública esta responde pelos atos daquele.
Diante do exposto não restam duvidas que a pessoa jurídica de direito público
responde por atos omissivos, por erro judiciário (artigo 5º, LXXV), e por atos
decorrentes de lei em sentido concreto.
OBS Por leis e decretos de efeitos concretos “entendem-se aqueles que trazem em si
mesmos o resultado específico pretendido, tais como as leis que aprovam planos de
urbanização, as que fixam limites territoriais, as que criam municípios ou
desmembram distritos, as que concedem isenções fiscais; as que proíbem
atividades ou condutas individuais; os decretos que desapropriam bens, os que fixam
tarifas, os que fazem nomeações e outros atos dessa espécie.
Tais leis ou decretos nada têm de normativos; são atos de efeitos concretos,
revestindo a forma imprópria de lei ou decreto, por exigências administrativas. Não
contêm mandamentos genéricos, nem apresentam qualquer regra abstrata de
conduta; atuam concreta e imediatamente como qualquer ato administrativo de efeitos
individuais e específicos.
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A ação de responsabilidade civil pode ser proposta contra o Estado ou contra o
agente público, ocorre que o Estado é detentor dos benefícios processuais, tais como
o prazo em dobro para recorrer, e prazo em dobro para contestar, além do duplo
grau de jurisdição (ações contra o Estado deve ser julgada em duas instâncias, ou
seja, em primeiro e segundo grau), e pagamento por precatório, não podendo seus
bens serem penhorados para pagamento de dívida.
Então, se o cidadão que “briga” contra a administração pública tiver 15 dias para
recorrer ou contestar a administração terá 30 dias.
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Com relação a responsabilidade subjetiva, consideramos que um carro da UESPI
que trafegada além do limite de velocidade causou um acidente. Neste caso, em
virtude da culpa do servidor (responsabilidade subjetiva) a Universidade responde
perante o terceiro e desconta nos salários do servidor os valores despendidos.
Ocorre que, o Estado pode responder pelos prejuízos decorrentes de caso fortuito e
força maior (buracos na estrada, quebra de pontes, alagamentos, etc) quando
decorrente de uma conduta omissiva do mesmo, portanto se a rua alaga em virtude
de que a Administração Pública não fez o devido desentupimento da galeria, esta
responde por conta desta omissão.
Conceito
Pessoa Jurídica de Direito Privado: é toda entidade constituída por iniciativa privada,
seja com a finalidade de realização de obras de interesse coletivo, seja com a
finalidade de realizar atividades de interesse particular. Como já dito anteriormente
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elas dividem-se em corporações, que se subdividem em sociedades, associações,
fundações, organizações religiosas e partidos políticos.
De tal modo, poderão ser constituídas para um objetivo específico seja ele lucrativo,
ou filantrópico.
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI – Revogado pela Lei 14.382 de 27 de junho 2022 (art. 20, VI, a.)
Deve-se ressaltar que o inciso VI do caput do artigo 44 do Código Civil foi revogado
pela então Medida Provisória nº 1.085 de 27 de dezembro de 2021. A referida MP
foi convertida na Lei 14.382 de 27 de junho de 2022, que dispõe sobre o Sistema
Eletrônico de Registros Públicos – SERP.
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O inciso revogado tratava da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. –
EIRELI.
O artigo 41 da Lei 14.195 de 26 de agosto de 2021, Lei esta que dispõe sobre a
facilitação para abertura de empresas, sobre a proteção de acionistas minoritários,
sobre a facilitação do comércio exterior, sobre o Sistema Integrado de Recuperação
de Ativos (Sira), sobre as cobranças realizadas pelos conselhos profissionais, sobre a
profissão de tradutor e intérprete público, sobre a obtenção de eletricidade, sobre a
desburocratização societária e de atos processuais e a prescrição intercorrente na Lei
nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). Assim preceitua:
Com relação à existência legal das pessoas jurídicas de direito privado, assim
preceitua o artigo 45 do Código Civil, Vejamos:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as
alterações por que passar o ato constitutivo.
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Já falamos anteriormente que a existência da pessoa natural começa com o
nascimento com vida. Da mesma forma, a pessoa jurídica possui um ciclo de
existência. A existência depende da observância da legislação em vigor, legislação
atual que considera indispensável o registro para a aquisição da personalidade
jurídica.
Então, as sociedades irregulares são sociedades que não são registradas, portanto
sem personalidade jurídica. É muito comum vermos no dia a dia, como é o caso de
camelôs, lanchonetes, borracharias, etc. sem registro, mesmo sendo irregular eles
respondem subsidiariamente por seus atos de forma direta.
Paulo trabalha na Lanchonete Tem Tudo, esta sociedade não está registrada nos
órgãos competentes. Desta forma, diante de uma reclamação trabalhista, Paulo
propõe a ação contra o seu proprietário, caso este não tenha valores para pagar os
direitos trabalhistas de Paulo, a lanchonete, mesmo não existindo formalmente
responde de forma subsidiaria pelo pagamento das verbas trabalhistas.
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É bom lembrar que se a sociedade estiver constituída a responsabilidade é da
pessoa jurídica, podendo recair a responsabilidade nos bens dos sócios quando
restar comprovado que estes agiram com fraude ou abuso de direito, neste caso,
desconsidera-se a personalidade jurídica da empresa e os bens dos sócios passam a
responder pelas dívidas.
Seguindo a diretriz do Código Civil o registro declarará em seu artigo 46, vejamos:
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I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência
e a intervenção na organização sindical;
(...)
Veja que o Estado não intervém na criação de sindicatos, o registro exigido é para
simples conferência, pois é vedado a criação de mais de um sindicato, tendo como
base territorial um município.
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disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação,
designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
Caso não haja registro, a sociedade não terá personalidade jurídica e, assim sendo,
será representada em juízo pela pessoa a quem couber a administração dos seus
bens, nos termos do artigo 75, inciso IX, do Código de Processo Civil.
(...)
Para exercer tais direitos, a pessoa jurídica recorre a pessoas físicas que a
representam, ou seja, por quem os respectivos estatutos designarem ou, não os
designando, pelos seus diretores.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
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Conforme a Lei 14.382 de 27 de junho de 2022, que dispõe sobre o Sistema
Eletrônico de Registros Públicos – SERP. A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil), passa a vigorar com as seguintes alterações:
I – destituir os administradores;
II – alterar o estatuto.
Então, após alteração do Código Civil, as assembleias gerais poderão ser realizadas
por meios eletrônicos, inclusive para destituir administradores e alterar estatuto.
A Lei 14.382 de 27 de junho de 2022 também alterou o Art. 1.142 do Código Civil,
sendo que, este passou a vigorar com a seguinte redação:
Art. 1.142.
(...)
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Art. 52 do CC Aplica-se as pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos
da personalidade.
Ocorre que, quando da analise das pessoas jurídicas no Código Civil (artigo 40/69)
vamos encontrar a base legal das associações (artigos 53/61), das fundações
(artigos 62/690), sendo que, as sociedades (artigos 981/1.141) serão analisadas
nas disciplinas de direito empresarial I e II.
Conceito e Finalidades
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As associações são organizações que têm por finalidade a promoção de assistência
social, cultural, representação política, defesa de interesses de classe, filantropia,
associação literária, esportiva ou recreativa, não tendo finalidade lucrativa.
Saliente-se que a Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso XVII, diz ser plena a
liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. Assim,
qualquer atividade lícita pode ser visada por uma associação. A ilicitude de
propósito é causa de dissolução das associações, a exemplo das violentas
torcidas organizadas de times futebolísticos.
O Estatuto Social funcionará como se fosse uma lei interna da Associação. Todos os
associados devem respeito e observância a ele. É possível até mesmo a propositura
de ação judicial para se fazer cumprir determinada disposição estatutária.
Nos termos do art. 55, CC, os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto
pode instituir categorias com vantagens especiais. Como exemplo cite-se a categoria
de sócio benemérito para uma pessoa que tenha trazido algum efetivo benefício à
entidade, embora inicialmente estranha aos quadros sociais.
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A qualidade de associado é intransmissível, salvo permissão do estatuto.Com
relação a exclusão do associado, de acordo com o artigo 57 do CC só poderá
ocorrer por justa causa, conforme estabelecido no estatuto, ou sendo este
omisso em decorrência do reconhecimento de motivos graves por deliberação
fundamentada pela maioria absoluta da Assembleia Geral.
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As associações são formadas pela vontade em comum de pessoas que buscam a
execução de determinada finalidade NÃO ECONÔMICA. O destaque ao termo “não
econômica” é necessário, pois, havendo esse interesse, a pessoa jurídica deixa de
assumir a forma de associação e passa a ter natureza de SOCIEDADE.
A associação pode ter como finalidade, por exemplo, a proteção e defesa dos
animais, a representação dos interesses dos moradores de determinado bairro, a
defesa dos interesses de determinada classe de pessoas. Enfim, toda e qualquer
finalidade LÍCITA e não econômica é possível às associações.
Assim deve ser, pois o artigo 44, II do Código Civil apenas menciona a sociedade
como pessoa jurídica de direito privado, sendo que, seu estudo é de interesse do
direito empresarial.
Conceito de sociedade
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São pessoas jurídicas de direito privado, proveniente da união de duas ou mais
pessoas (já temos as sociedades unipessoais) com uma finalidade comum de realizar
determinada atividade. Em regra, as sociedades possuem finalidade econômica,
sendo que, o lucro obtido, nesse caso, deve ser dividido entre os sócios.
Podem ser constituídas por profissionais de uma mesma área (sociedades simples de
advogados) ou prestadores de serviços técnicos. As sociedades simples embora
visem lucros distinguem-se das empresarias, pois não praticam atividade própria de
empresários.
Em uma sociedade de capital a relação pessoal entre os sócios não tem relevância.
A única coisa que interessa é alcançar o fim social. Por esse motivo, na sociedade de
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capital não se encontram as cláusulas de controle, ou seja, a cessão das ações
para terceiro será livre.
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As sociedades podem ser contratuais ou institucionais. As sociedades contratuais são
constituídas por um contrato entre os sócios, quer dizer que o vínculo entre os
membros da pessoa jurídica tem natureza contratual.
Para a dissolução deste tipo de sociedade não basta a vontade majoritária dos
sócios, a jurisprudência reconhece o direito de os sócios, mesmo minoritários,
manterem a sociedade, contra a vontade da maioria; além disso há causas
específicas de dissolução desta categoria de sociedades, como a morte ou a
expulsão de sócio. São sociedades contratuais: em nome coletivo, em comandita
simples e limitada.
As sociedades institucionais, por sua vez, têm como ato regulamentar o estatuto
social. Estas sociedades podem ser dissolvidas por vontade da maioria societária e
há causas dissolutivas que lhes são exclusivas como a intervenção e liquidação
extrajudicial.
As sociedades institucionais, por sua vez, têm como ato regulamentar o estatuto
social. Estas sociedades podem ser dissolvidas por vontade da maioria societária e
há causas dissolutórias que lhes são exclusivas como a intervenção e liquidação
extrajudicial. São institucionais a sociedade anônima e a sociedade em comandita
por ações.
Podem ser pluripessoal (dois ou mais sócios) ou unipessoal (apenas um sócio). Como
exemplo de sociedade pluripessoal podemos citar a sociedade anônima.
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uma opção ao empreendedor que deseja constituir um negócio com atuação
individual.
Vínculo instável é quando o sócio pode se desligar por declaração unilateral de sua
vontade. Já a de vínculo estável é aquela em que o desligamento mediante
reembolso de capital admite-se apenas em hipóteses excepcionais, especificamente
indicadas na lei, mesmo que a sociedade seja por prazo indeterminado.
Concluindo
Nas sociedades limitadas com vínculo societário instável . Qualquer sócio pode dela
se desligar, imotivadamente, por simples notificação dos demais, a qualquer tempo.
O sócio retirante tem direito ao reembolso de suas quotas pelo valor patrimonial.
Nas sociedades com vínculo societário estável não há fundamento legal para o
sócio pretender desligar-se imotivadamente do vínculo societário que o une aos
demais. Podendo se retirar somente nas hipóteses de modificação do contrato
social, ou nos casos de fusão ou incorporação
► Quinto critério diz respeito à responsabilidade dos sócios.
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No nosso direito societário a regra é da subsidiariedade da responsabilidade dos
sócios pelas obrigações sociais, ou seja: primeiro responde a empresa depois os
sócios.
Ilimitada: os sócios respondem com seus bens pessoais, sem limites pelas
obrigações assumidas pela sociedade, como ocorre na sociedade em nome coletivo.
Concluindo
Essa é a característica que o Código Civil define para diversos tipos de sociedades,
como a Sociedade em Comum, a Sociedade em Nome Coletivo e a Sociedade em
Comandita por Ações.
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judiciais da empresa. Por esse motivo, as sociedades limitadas são as mais comuns
no Brasil.
Dois são os critérios para considerar se uma sociedade empresária como sendo de
grande porte. O primeiro diz respeito ao valor do ativo, que deve superar R$
240.000.000,00. O segundo critério está relacionado a receita bruta anual, superior a
R$ 300.000.000,00. Estas sociedades devem manter a escrituração mercantil,
elaborar demonstrações financeiras e submeter-se a auditoria independente. (valores
contidos no art. 3º paragrafo único da Lei 11.639/07).
Art. 3º (...)
Parágrafo único. Considera-se de grande porte, para os fins exclusivos desta Lei, a
sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício
social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões
de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de
reais).
Concluindo
Neste grupo ficam as contas nas quais são registrados os bens, créditos e direitos
que compõem o patrimônio da empresa. Alguns exemplos de ativos são: estoque (de
produtos acabados ou de matéria-prima); bens, como máquinas, equipamentos e
prédios; e ainda contas de ativos financeiros, como investimentos ou duplicatas a
receber.
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Dependência de autorização. Há sociedades que não dependem de autorização
governamental para se constituírem e funcionarem: Há sociedades que dependem
de autorização governamental. As sociedades dependentes de autorização estão
disciplinadas nos arts. 1.123 a 1.141 do Código Civil.
Agora o termo sociedade empresarial já não é mais desconhecido para você. Mas
não basta apenas dizer “vou abrir uma sociedade”. Além disto, é preciso entender
qual dos tipos existentes se encaixa no perfil e características do negócio que o seu
cliente quer abrir.
Você que quer se tornar um empreendedor ou até mesmo quem já é e/ou deseja
fazer uma transformação empresarial, conhece os principais tipos de sociedades
empresariais? Se já conhece, vale a atualização das informações, se não conhece
vamos apresentar cada uma delas de uma forma clara e objetiva. Antes, porém,
vamos esclarecer o que é uma sociedade empresarial.
Já observamos que na disciplina de Teoria Geral do Direito Civil serão apenas
apresentadas os tipos de sociedades, ficando seu estudo mais aprofundado quando
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das disciplinas de direito empresarial I e II. A seguir analisaremos de forma
simplificada as sociedades contidas no artigo 966 do CC, ou sejam:
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Assim sendo, os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por
qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá
eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer (Artigo 989 do CCB).
Concluindo
As Sociedades em Comum são aquelas que não possuem contrato social ou este não
foi registrado na Junta Comercial ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. É uma
sociedade irregular (sem contrato) ou que existe apenas de fato (contrato não foi
registrado), por isso, é despersonificada (não tem personalidade jurídica).
Sociedade composta por duas ou mais pessoas, sendo uma delas comerciante. Nela,
os sócios se reúnem sem firma social, a fim de chegar a um lucro comum para
operações de comércio determinados, de forma que um ou todos trabalham em seu
nome individual para o fim social.
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Concluindo
Geralmente são aquelas atividades de cunho intelectual. Além disto, eles devem
possuir registro em órgão de classe, como o (OAB, CRM e CRC), por exemplo, no
caso dos advogados, médicos e contadores.
Concluindo
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Dessa forma, esse tipo de sociedade explora prioritariamente atividades de prestação
de serviços de natureza notadamente intelectual e/ou cooperativa. O objeto descrito
no contrato social de uma parceria desse tipo, portanto, deve necessariamente não
corresponder a atividades mercantis. Em geral, o conceito está ligado a atividades de
natureza científica, literária, artística, entre outras.
Concluindo
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É a caracterizada pela existência de dois tipos de sócios: os sócios comanditários e
os comanditados.
Concluindo
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para a formação do capital (comanditários). E os sócios que possuem
responsabilidade ilimitada e solidária, chamado de comanditados.
A empresa pode ser constituída por membros de uma família ou uma sociedade
anônima, de forma que um desses sócios seja o responsável legal pela empresa.
Concluindo
Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem
seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver
oposição de titulares de mais de um quarto do Capital Social.
A Sociedade Anônima é a mais comum no Brasil. Composta por dois sócios ou mais,
seu capital social é dividido por ações ou cotas. Este tipo de sociedade possui certa
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complexidade e geralmente já está mais amadurecida. Os sócios possuem o objetivo
de acumular capital.
Concluindo
Sociedade Anônima, ou S.A, SA, S/A, é uma natureza jurídica que tem como principal
característica a divisão por ações. Isso quer dizer que a participação e a
responsabilidade de cada sócio, chamados de acionistas, está totalmente vinculada e
limitada ao preço de emissão das ações que adquirir.
Normalmente, esse formato costuma ser mais indicado para negócios com um
investimento inicial alto e com planos de crescimento, já que em companhias S.A a
captação de recursos costuma ser mais fácil.
Art. 1.160 do Código Civil. A sociedade anônima opera sob denominação integrada
pelas expressões ‘sociedade anônima’ ou ‘companhia’, por extenso ou
abreviadamente, facultada a designação do objeto social.
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8) Da Sociedade em Comandita por Ações – 1.090 do CC
Em se tratando dos bens dos sócios, em caso de falecimento, por exemplo, ele só
seria atingido caso o capital da empresa se esgotasse. Ou até mesmo um caso de
destituição de um diretor seria realizado através da deliberação dos sócios
representando pelo menos pela maioria deles.
Concluindo
Tem-se que essas sociedades não possuem estatuto próprio, sendo reguladas pelas
normas gerais estabelecidas para as sociedades anônimas, apenas modificadas por
alguns dispositivos que dão a característica diferencial desse tipo de sociedade.
OBS:
Firma é o nome utilizado pelo empresário individual, pela sociedade em que houver
sócio de responsabilidade ilimitada e, de forma facultativa, pela sociedade limitada.
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Art. 1.161 do Código Civil. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de
firma, adotar denominação aditada da expressão ‘comandita por ações’, facultada a
designação do objeto social.” (NR)
9) Sociedade de Advogados
OBS: Não está prevista no Código Civil, e sim no Estatuto da Ordem dos Advogados
do Brasil - Lei 8.906/94, artigos 15/18
Neste caso nenhum advogado pode fazer parte de mais de uma sociedade. Além
disto, sua denominação deve ser composta obrigatoriamente pelo nome de um dos
advogados, responsável pela sociedade. A sociedade unipessoal é obrigatoriamente
formada pelo nome do advogado, tendo a expressão de “Sociedade Individual de
Advocacia”.
Concluindo
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§ 2o Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade unipessoal de advocacia o
Código de Ética e Disciplina, no que couber.
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§ 12. A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter
como sede, filial ou local de trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com
outros escritórios de advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hipóteses de
sigilo previstas nesta Lei e no Código de Ética e Disciplina. (Incluído pela Lei nº
14.365, de 2022)
Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de
sociedades de advogados que apresentem forma ou características de sociedade
empresária, que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas
à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia
pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar.
§ 1º A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado
responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que
prevista tal possibilidade no ato constitutivo.
Art. 17-B. A associação de que trata o art. 17-A desta Lei dar-se-á por meio de
pactuação de contrato próprio, que poderá ser de caráter geral ou restringir-se a
determinada causa ou trabalho e que deverá ser registrado no Conselho Seccional da
OAB em cuja base territorial tiver sede a sociedade de advogados que dele tomar
parte. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
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Parágrafo único. No contrato de associação, o advogado sócio ou associado e a
sociedade pactuarão as condições para o desempenho da atividade advocatícia e
estipularão livremente os critérios para a partilha dos resultados dela decorrentes,
devendo o contrato conter, no mínimo: (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
III - forma de repartição dos riscos e das receitas entre as partes, vedada a atribuição
da totalidade dos riscos ou das receitas exclusivamente a uma delas; (Incluído pela
Lei nº 14.365, de 2022)
(...)
► Art, 972 . Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno
gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
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Da analise do artigo 62 percebe-se os requisitos para a constituição de uma
fundação, ou sejam:
Pela égide do art. 62, do CC a fundação será constituída por meio de testamento
ou Escritura Pública. Assim, no caso da fundação ser instituída por meio de
testamento, ela está condicionada a um evento futuro, que é a morte do
instituidor. O testamento é revogável. Se constituída por escritura pública é
irrevogável.
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Se os bens destacados forem insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela
destinados, se de outro modo não dispuser o instituidor, serão incorporados em
outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. (art. 63 do CC)
A instituição da fundação pode ser por via testamentária (revogável) ou por escritura
pública (irrevogável) perante o Cartório de Notas, cuja atividade é delegada pelo
Estado.
Quando se fala em bens da fundação, devemos destacar que pode ser dinheiro,
móveis, imóveis, etc. de forma que as rendas auferidas com estes bens
(aluguel dos bens dotados) sejam suficientes para a manutenção da fundação.
Elaborado o Estatuto, ele será apresentado para análise e aprovação. Caso o estatuto
não seja elaborado no prazo determinado pelo instituidor ou em 180 dias (caso não
tenha sido estipulado prazo específico), caberá ao Ministério Público o ônus de
confeccioná-lo e apresentá-lo para aprovação.
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4ª Registro do Estatuto: Após a aprovação o Estatuto deverá ser registrado no
Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Conforme o ( art. 45 do CC) . “A
existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro”. (art. 45 do CC e art. 144, I da Lei
6.015/73).
Art. 67 . Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma :
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a
fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta
e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz
supri-la, a requerimento do interessado.
Sobre o registro das pessoas jurídicas, não custa repetir o enunciado do artigo 46
do Código Civil:
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Extinção – Pela égide do artigo 69 do Código Civil a Fundação se extingue
quando vencido o prazo de sua existência. Tal hipótese raramente se apresenta,
porque, em geral, a Fundação é criada por prazo indeterminado; além disso, extingue-
se quando se torna nociva ao interesse publico; e, finalmente, quando seu objeto se
torna impossível.
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou
vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer
interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo
disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação,
designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
Ex: Edmar é um jogador de futebol e deseja criar uma entidade para atender crianças
carentes de um bairro da sua cidade natal. Resolve então doar parte do seu
patrimônio para realização dessa finalidade. Esse patrimônio destacado será a base
para criação de uma Fundação, sendo que, a renda gerada por ele, será usada como
forma de sua manutenção.
43
Os passos para a criação de uma fundação são os seguintes:
Como foi possível observar as fundações também podem ser de direito público, mas a
“regra” na omissão de eventuais informações da questão é considerá-la como pessoa
jurídica do direito privado.
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
Conceito:
(...)
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IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o
desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades
de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e
de outras fontes.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
(...)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
45
►A fundação de direito público é crida por lei (Lei nº 7.596, e art. 37, XIX,
da Constituição); sendo que, seus atos constitutivos não necessitam de inscrição
no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, pois a própria lei da início a personalidade
jurídica da fundação de direito público.
► A origem dos recursos, serão de direito público, ou seja, aquelas que já tiverem
previsão própria no orçamento da pessoa federativa, e que, por isso mesmo, sejam
mantidas por tais verbas.
► A fundação pública deve ser criada por lei, a fundação privada, é criada pela
instituição de patrimônio e devidamente registrada no Cartório das Pessoas
Jurídicas.
► A extinção da pessoa jurídica de direito público somente poderá ser feita por lei.
Concluindo:
46
Com relação as fundações temos as de direito público e as de direito privado,
sendo que, as de direito público é criada por lei, já a de direito privado é criado
pelo registro no cartório das pessoas jurídicas.
Ao trazer essa disposição de maior liberdade, o objetivo foi dar eficácia ao preceito
Constitucional, sem, contudo, estabelecer critérios rígidos e limites às atividades. O
próprio regramento da Imunidade Tributária independe do tipo ou natureza jurídica
escolhida por aqueles que professam sua fé ou realizam seus cultos e se organizam
através das Pessoas Jurídicas.
47
Devem aplicar-se a elas as normas referentes às associações apenas naquilo em que
houver compatibilidade. Ela não se limita a apenas um fim, portanto, além do fim
teológico, poderá ter fins pastorais e evangélicos.
Constitui-se por estatuto social e não possui fins lucrativos. A contribuição, para
manutenção, em regra, dá-se pelo dízimo e não é tributado.
Concluindo
São entidades de direito privado, formadas pela união de indivíduos com o propósito
de culto, por meio de doutrina e ritual próprios, envolvendo, em geral, preceitos éticos.
Nesse conceito enquadram-se desde igrejas e seitas até comunidades leigas, como
confrarias ou irmandades. Nota-se que a liberdade de organização religiosa é uma
das formas de expressão da liberdade religiosa, coexistindo com a liberdade de
crença e de culto.
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Convém ressaltar que pela égide do inciso I do art. 19 da Carta Maior. É vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
Art. 19 da CF
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência
ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público). Ante o
exposto, conclui-se que as organizações religiosas ou templos de qualquer culto têm
na Constituição Federal seu fundamento de validade, não havendo necessidade de lei
federal para autorizar-lhes a existência.
OBS: A CF/88 assegura a liberdade de culto, porem não a regulamente. Isto posto,
podemos notar que alguns estados têm leis próprias sobre o assunto como é o caso
de São Paulo que regulamentou a liberdade religiosa por meio da Lei 17.346/2021.
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º. É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna
e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes
e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de
escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua
celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus
estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
49
§ 2º. Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei
civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos
do fundo partidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão
da participação política das mulheres, de acordo com os interesses
intrapartidários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)
50
Pela égide do § 3º do art. 44 do CC, os partidos políticos serão organizados e
funcionarão conforme o disposto em lei específicas.
Concluindo
Partido político pode ser definido como uma entidade formada pela livre associação
de pessoas, com uma ideologia em comum, cujas finalidades são assegurar, no
interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e
defender os direitos humanos fundamentais.
RESUMO
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Associação - Característica principais: sem fins econômicos.
- Ato constitutivo – Estatuto Social.
- Nascimento - Registro no Cartório de Pessoas Jurídicas.
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Há duas maneiras para se apurar a responsabilidade civil da pessoa jurídica de
direito privado. A contratual (mediante prova), bastando para tanto provar a
inexecução do contrato (art. 389 do CC). Já a extracontratual (objetiva) consta nos
artigos 186/187 e 927, do Código Civil. Por estes artigos, aquele que causar dano a
terceiro está obrigado a reparar o prejuízo, sendo que, esta responsabilidade
também se aplica com relação a empresa.
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Lembre-se: de acordo com o artigo 932 do Código Civil o empregador responde de
forma solidária por atos de seus empregados. Desta forma, se um empregado de
uma loja acarreta prejuízos para um cliente, este tem a opção de cobrar o autor do
fato ou seu empregador.
Art. 37 (...)
(...)
Da mesma forma se o prejuízo for causado por seus agentes, a pessoa jurídica
está obrigada a indenizar os danos causados a terceiros. Depois de condenada a
indenizar o dano causado pelo agente a um terceiro, estas empresas prestadoras
de serviço público terão o direito de promover uma ação regressiva contra o agente
causador do prejuízo.
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Pela égide do Código de Defesa do Consumidor. O usuário é possuidor de uma
segurança primordial, portanto, a realização dos serviços deverá obedecer aos
critérios corretos do fornecimento de um serviço ou produto. Caso venha a ocorrer
algum dano, o agente prestador de serviço também responderá de forma objetiva,
como prevê o artigo 14 do CDC. Vejamos:
Digamos que, João, Maria e José resolveram criar uma empresa para a compra e
venda de animais. Essa sociedade para realizar suas atividades terá que contratar
veterinário e outros funcionários para cuidar dos animais. Terá ainda que comprar
ração, alugar imóvel, etc. são muitas as relações que a sociedade terá que
estabelecer. Nesse caso, se algum desses contratos não for pago na forma pactuada,
em regra, apenas o patrimônio da sociedade será afetado.
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As sociedades empresárias possuem direitos e obrigações distintos dos que possuem
seus sócios, constituindo, desta forma, uma autonomia individualizada.
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Surge, então, a ideia de que a autonomia da pessoa jurídica poderá ser relativizada
quando devidamente provado que seus sócios agiram com o intuito de burlar a lei.
Desta forma, as pessoas físicas responderão pessoalmente pelos danos causados,
sendo preservado o instituto da pessoa jurídica.
Comprovada a infração à lei e ao contrato social, por atos realizados com dolo e
abuso de direito, impõe-se responsabilizar o sócio que, escondido sob o manto da
capacidade autônoma de contrair direitos e obrigações, prejudica terceiros, fraudando
a própria empresa em seu benefício exclusivo.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do
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Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que
os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos
bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados
direta ou indiretamente pelo abuso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
58
Vamos para mais um exemplo:
(...)
59
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de
sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo
indeterminado;
II - o consenso unânime dos sócios;
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo
indeterminado;
IV - (Revogado pela Lei nº 14.195, de 2021)
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
►Judicial: quando a entidade se desvia dos fins para que se constituiu, mas
60
continua a existir obrigando um dos sócios a ingressar em juízo. O cancelamento
da inscrição da pessoa jurídica no registro não se promove quando ela é dissolvida
mas apenas depois de encerrada a sua liquidação.
Ocorrerá quando se configurar alguma das hipóteses para dissolução previstas em lei
ou no estatuto, mas ainda assim, a pessoa jurídica continua a exercer suas atividades
normalmente. Nesse caso, a via judicial deverá ser utilizada para extinção da pessoa
jurídica.
Destino dos bens diante da extinção das pessoas jurídicas de direito privado
Quando se trata de pessoa jurídica com finalidade lucrativa, nenhum problema surge
quanto ao destino dos bens. Eles serão repartidos entre os sócios, pois o lucro
constitui o próprio objeto que os reuniu.
Extinção da sociedade
OBS Havendo o fim de uma sociedade seu patrimônio será dividido entre os sócios;
61
b) da dissolução (pela vontade geral dos sócios)
c ) da supressão (por ato de autoridade competente).
§ 1 º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados,
podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em
restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao
patrimônio da associação.
Extinção da fundação:
62
Vejamos o artigo 69 do Código Civil
Com relação à extinção das fundações de direito público, assim como sua criação
necessita de lei (art. 37 da CF) da mesma forma seria a sua extinção, não se
aplicando as fundações de direito público o artigo 69 do CC.
As pessoas jurídicas possuem domicílio especificado em lei: art. 75, do CC, art. 51 do
CPC, e art. 109, §§ 1º e 2º da CF/88.
63
II – dos Estados e Territórios a respectivas capitais.
III - do município, o lugar onde funcione a administração municipal.
Súmula 363, do STF: "A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no
domicílio da agência, ou do estabelecimento, em que se praticou o ato".
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Para exercer tais direitos, a pessoa jurídica recorre a pessoas físicas que a
representam, ou seja, por quem os respectivos estatutos designarem ou, não os
designando, pelos seus diretores.
Antes da inscrição, a pessoa jurídica pode existir no plano dos acontecimentos, mas o
direito despreza sua existência, nega-lhe personalidade civil, ou seja, nega-lhe a
capacidade para ser titular de direitos, pois, para que a pessoa jurídica ingresse na
orbita jurídica, é necessário o elemento formal, ou seja, a inscrição no registro próprio.
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II – o modo por que se administra e representa a sociedade, ativa e passivamente,
judicial e extrajudicialmente;
III – se os estatutos, contrato ou o compromisso são reformáveis no tocante a
administração, e de que modo;
IV – se os membros respondem ou não, subsidiariamente, uns pelos outros, pelas
obrigações sociais;
V – as condições de extinção das pessoas jurídicas, e o destino de seu patrimônio,
nesse caso;
VI – os nomes dos fundadores, ou instituidores, e dos membros da diretoria provisória
ou definitiva, com indicação da nacionalidade, estado civil ou profissão de cada um,
bem como o nome e residência do apresentante dos exemplares.
►As fundações públicas devem ter sua instituição autorizada por lei especifica
(caso da UESPI).
► Note-se que, pelo fato de não perseguir lucro a associação não está impedida
de gerar renda que servirá para sua manutenção.
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► A Sociedade poderá ser civil ou mercantil, a civil mesmo com o intuito de
perseguirem lucro não empreendem atividade mercantil, ou seja, não atuam na
qualidade de empresário, é o caso da sociedade simples criada por advogados.
► Toda pessoa jurídica de direito privado, tenha ou não fins lucrativos responde
pelos danos causados a terceiros, qualquer que seja a sua natureza e seus fins.
► A ação de reparação civil prescreve em três anos, nos termos do artigo 206, § 3º,
V do CC.
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motivo, recusar, omitir, ou retardar medidas que deve ordenar de ofício ou a
requerimento da parte.
► O Estado responde por erros judiciários (art, 5º LXXV da CF), como no caso de
ficar preso além do tempo fixado na sentença;
68
Registro Empresarial e Integração), de como se dará a transformação da EIRELI em
Sociedade Limitada Unipessoal.
Desta forma, já não é mais possível abrir empresa no formato EIRELI - Empresa
Individual de Responsabilidade Limitada. A publicação da Lei nº 14.195, de 26 de
agosto de 2021, determinou o fim da EIRELI substituindo-o automaticamente pela
SLU, Sociedade Limitada Unipessoal, criada pela Lei 13.874/2019.
Então, tendo em vista que a EIRELI não existe mais e que foi substituída pela
Sociedade Limitada Unipessoal - SLU , iremos mostrar as diferença entre estas
entidades . Vejamos:
Uma das dúvidas mais frequentes dos empreendedores que querem formalizar o seu
negócio é descobrir qual o melhor tipo de empresa para abrir o seu CNPJ. Os tipos
societários existentes, também conhecidos como formatos jurídicos, definem se você
empreenderá sozinho ou se terá sócio. Até então, para quem desejava abrir uma
empresa individualmente existiam quatro opções: MEI, EI, EIRELI e SLU. Porém,
a Lei 14.195/2021 publicada no dia 27 de agosto de 2021, que facilita a abertura de
69
empresas e trabalha sobre a desburocratização societária e de atos processuais, em
seu art. 41 determinou o fim da EIRELI.
A EIRELI foi criada em 2011 para suprir uma grande demanda que existia no
universo empreendedor. A maioria das pessoas queria exercer atividades
empresariais sozinhas, sem sócios, mas sem precisar fazer a inscrição como pessoa
física (como é o caso do Empresário Individual e do MEI). Ela diferenciava-se dos
outros formatos, principalmente com relação ao capital social mínimo e segregação (é
a separação dos bens da empresa e do sócio) entre os bens da pessoa física e
jurídica.
Era constituída por apenas uma pessoa, detentora de 100% do capital social. Aliás,
este capital não poderia ser inferior a cem vezes o valor do salário mínimo do ano
para se abrir uma EIRELI. Além disso, em caso de disputa ou processo judicial, o
proprietário da empresa deste formato não corria o risco de ter seus bens de pessoa
física bloqueados, já que tal empresa separava os bens jurídicos dos pessoais.
O principal motivo é que ela trazia proteção jurídica, mas a exigência do capital social
mínimo (100 salários mínimos) não a tornava tão interessante. A maioria das pessoas
que queriam limitar a responsabilidade sem precisar comprometer um capital social
tão alto, acabava procurando um sócio para constituir uma Sociedade Empresarial
Limitada, que oferece a mesma seguridade com qualquer valor de capital.
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Como a Sociedade Limitada Unipessoal (SLU) influenciou na extinção da
EIRELI?
Se a sua atividade não se encaixa no MEI, nem na EI, e você não tinha como dispor
do valor exigido para o Capital Social da EIRELI a melhor opção passava a ser a
Sociedade Limitada Unipessoal - SLU.
A SLU pode ser vista como uma mescla das principais vantagens dos outros tipos de
empresa. Isso porque ela dispensa sócio, não exige valor mínimo para abertura,
abrange diversas profissões, permite adesão ao Simples Nacional, entre várias outras
vantagens.
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Somado a esses pontos, a SLU tem outra vantagem bastante interessante. Ao
contrário de outras naturezas jurídicas, é possível abrir mais de uma empresa nesse
formato.
Assim, caso o empreendedor queira trabalhar com outras atividades, pode abrir outro
negócio como Sociedade Unipessoal e se beneficiar, mais uma vez, de todas essas
vantagens.
Na EIRELI, era preciso abrir com um mínimo de 100 salários mínimos, o que não é
necessário para abrir a Sociedade Unipessoal Limitada. Uma curiosidade é que,
apesar de ter “sociedade” no nome, a Unipessoal pode ser constituída somente por
uma pessoa e mantém a característica de “limitada”, que é justamente o fato que
protege o patrimônio particular do sócio.
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