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UC – RELAÇÕES ESTATAIS,

MEIO AMBIENTE E
SUSTENTABILIDADE

Princípios Constitucionais
Aula 2 Profa Danielle Espezim dos Santos
Danielle.espezim@animaeducacao.com.br
Lembre!

Estado é constituído por povo (componente humano), território (base física) e governo soberano
(elemento condutor do Estado que exerce o poder de autodeterminação e auto-organização emanado
do povo).

O Governo e a Administração, como criações abstratas da Constituição e das leis,


atuam por intermédio de suas entidades (pessoas jurídicas), de seus órgãos (centros
de decisão) e de seus agentes (pessoas físicas investidas em cargos e funções).

Código Civil/2002

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito
privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o
Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as
associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito
público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber,
quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Administração Pública: deixando mais claro!

Administração Pública (subjetivo, formal ou orgânico): conjunto de órgãos ou


pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado
(DI PIETRO).
Administração pública (objetivo, material ou funcional): atividade concreta e
imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de direito público, para a
consecução de interesses coletivos (DI PIETRO).
ad (preposição) + ministro (verbo), que significa servir ou
ad manus trahere, que envolve a ideia de gestão ou direção.

Tanto abrange a atividade superior de planejar, dirigir, comandar, como a atividade


subordinada executar.
Avançando, em relação à aula anterior! Organização da
AP.
Administração Direta: serviços integrados na estrutura administrativa do Poder Executivo e Secretarias
(Estados e Municípios) ou Ministérios (União);
Administração Indireta: compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica
própria: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
Organização do Estado: é matéria constitucional no que concerne à divisão política do território nacional, à
estruturação dos Poderes, à forma de Governo, ao modo de investidura dos governantes, aos direitos e
garantias dos governados.
Organização da Administração: via lei complementar e ordinária, estruturação legal das entidades e órgãos
que irão desempenhar as funções por intermédio de agentes públicos.
Governo: expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de manutenção da
ordem jurídica vigente. (Meirelles)
Formal: conjunto de Poderes e órgãos constitucionais;
Material: complexo de funções estatais básicas;
Operacional: condução política dos negócios públicos.
Avançando, em relação à aula anterior! Organização da AP

O Estatuto da Reforma Administrativa (Dec.-lei 200/67) classificou a


Administração federal em direta e indireta, constituindo:

Direta: dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da


República e dos Ministérios (art. 4º, I), o que está ratificado, em outros termos,
pelos arts. 15 e 29 da Lei 8.490/92.

Indireta: indica as categorias de entidades nela compreendidas, esclarecendo que


são dotadas de personalidade jurídica própria e vinculadas ao Ministério em cuja
área de competência se enquadrar sua principal atividade, resguardadas a
autonomia administrativa e financeira

Art. 4º, II, e § 1º, e 5º, I a III, do Dec.-lei 200/67 e 29 da Lei 8.490/92, que,
neste artigo e no art. 15, faz expressa referência àquele Decreto-lei
Veremos nas próximas aulas com mais detalhes, mas fica uma dica.

Administração Indireta, no artigo 4º do Decreto-lei nº 200/67,


significa o conjunto de pessoas jurídicas, de direito público
ou privado, criadas ou autorizadas por lei, para o
desempenho de atividades assumidas pelo Estado, como
serviços públicos ou a título de intervenção no domínio
econômico.
Princípios Constitucionais
✔ Legalidade;
✔ Impessoalidade;
✔ Moralidade;
✔ Publicidade;
✔ Eficiência.
Dispositivo Constitucional

Art. 37, caput, CRFB/1988. A administração pública direta e indireta de


qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)
Legalidade
• Bipolariedade;
• O Estado faz o que a lei determina (legalidade administrativa)
• Art. 5°, inc. II, CF/88: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (legalidade comum)
• ato perfeito = legalidade + moralidade + finalidade pública.
Impessoalidade
• Finalidade ou Isonomia.
• Responsabilidade: segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o agente
público é mero instrumento na consecução dos fins do Estado e ao
invocar a Responsabilidade Civil Objetiva (art. 37, § 6°, CF) a
responsabilidade é do Estado e não do agente que praticou o ato.

Art. 37, § 6º, CF/88: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa”.
Impessoalidade – Maria Sylvia Zanella Di Pietro
explica mais ...
• Primeiro sentido [Finalidade e Isonomia] - Significa que a Administração não pode atuar com vistas a
prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem
que nortear o seu comportamento. Aplicação desse princípio encontra-se, por exemplo, no artigo 100
da Constituição, referente aos precatórios judiciais; o dispositivo proíbe a designação de pessoas ou de casos
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para esse fim.

• Segundo sentido, o princípio significa, segundo José Afonso da Silva (2003:647), baseado na lição de
Gordillo que “os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas
ao órgão ou entidade administrativa da Administração Pública, de sorte que ele é o autor institucional do ato.
Ele é apenas o órgão que formalmente manifesta a vontade estatal”. Acrescenta o autor que, em consequência
“as realizações governamentais não são do funcionário ou autoridade, mas da entidade pública em nome de
quem as produzira. A própria Constituição dá uma consequência expressa a essa regra, quando, no § 1º do
artigo 37, proíbe que conste nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades
ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos”.
Moralidade
Retomando no dia 14.03
▪ Submete-se à ética e aos costumes;
▪ Conceito subjetivo;
▪ Art. 37, § 4°, CF/88;: “Os atos de improbidade administrativa
importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
cabível”.
▪ Lei de Improbidade Administrativa, Lei n° 8.429/92;
▪ Comportamento ético-moral adequado.
Ver a saga do nepotismo no STF clicar
Publicidade
▪ Art. 5°, LX, CF/88: “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o
exigirem”;
▪ Concede caráter oficial ao ato administrativo;
▪ Fornece efetividade ao ato praticado pelo agente público;
▪ Possui exceções:
✔ segurança nacional;
✔ investigação policial;
✔ interesse superior da A.P.
Publicidade e o inciso II do § 3º do art. 37.
LAI - Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração
pública direta e indireta, regulando especialmente: [...]
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre
atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

Diretrizes:
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;
II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de
solicitações;
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública;
V - desenvolvimento do controle social da administração pública. (LAI, art. 3º,)
Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento,
contidos em qualquer meio, suporte ou formato;
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato;
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua
imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado;
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identificada ou identificável;
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à produção, recepção, classificação, utilização, acesso,
reprodução, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, destinação
ou controle da informação;
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou
sistemas autorizados;
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida, recebida ou modificada por
determinado indivíduo, equipamento ou sistema;
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino;
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem
modificações. (LAI, art. 4º)
É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos
e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão. (LAI, Art. 5º)
O DIREITO À INFORMAÇÃO relativa à pessoa é garantido
pelo Habeas Data, nos termos do inciso LXXII do artigo 5º da
Constituição: “conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à


pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por


processo sigiloso, judicial ou administrativo”. Somente é exercido quando a
informação esteja depositada em
Habeas Data serve para informações que correspondam ao órgão ou entidade (sejam públicos
ou privados) que forneçam dados a
especificado na alínea a supra, as demais podem ser obtidas, se não
terceiros; não cabe o direito se a
administrativamente, por meio de MS (art. 5º, inciso XXXV). informação for usada para uso
exclusivo do próprio órgão ou
entidade. (cf. Art. 9.507, de 12-11-
97.
DIREITO DE PETIÇÃO E DE CERTIDÃO. CRFB/1988, inciso XXXIV
Assegura-se a todos, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos São garantidos, se for o caso, por
Mandado de Segurança e não
ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (Lei de Procedimento
Habeas.
Administrativo – lei federal n. 9.784/99, art. 48 30 dias para responder)
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de Exemplo: Manual da Def. P. Fed.
direito e esclarecimento de situações pessoais. “Direito Constitucional de Petição:
[...]”, Brasília, 2016, p. 205.
Para ler mais: clique
O direito à expedição de certidão está disciplinado
pela Lei nº 9.051, de 18-5-95, que fixa o prazo de 15
dias para atendimento, a contar do registro do pedido
no órgão expedidor e exige que do requerimento
constem esclarecimentos relativos aos fins e razões do
pedido.
Eficiência Troca de Ideias
com convidado!

▪ Princípio acrescentado pela E.C. 19/98;


Dia 21.3
Ler material no
▪ Adotou o modelo de Administração Gerencial (voltaremos em breve); Ulife

▪ Possui avaliações de desempenho: especial e periódica;


▪ Art. 41, CF/88: “São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público”.
▪ Art. 41, § 4º,CF/88: “Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a
avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade”.
▪ Presença da figura do Contrato de Gestão.
▪ Art. 37, § 8º, CF/88: “A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e
entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a
ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a
fixação:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.
Princípios Infraconstitucionais
▪ Supremacia do Interesse Público;
▪ Indisponibilidade ou Poder-Dever;
▪ Presunção de Legitimidade;
▪ Continuidade do Serviço Público;
▪ Isonomia ou Igualdade;
▪ Razoabilidade e Proporcionalidade;
▪ Motivação;
▪ Ampla Defesa e Contraditório;
▪ Autotutela;
▪ Segurança Jurídica.
Supremacia do Interesse Público
• Desigualdade entre direitos individuais e o interesse coletivo;

Discutível, mas: “[...] as normas de direito público, embora protejam reflexamente o interesse
individual, têm o objetivo primordial de atender ao interesse público, ao bem-estar coletivo. Além
disso, pode-se dizer que o direito público somente começou a se desenvolver quando, depois de
superados o primado do Direito Civil (que durou muitos séculos) e o individualismo que tomou
conta dos vários setores da ciência, inclusive a do Direito, substituiu-se a ideia do homem como
fim único do direito (própria do individualismo) pelo princípio que hoje serve de fundamento para
todo o direito público e que vincula a Administração em todas as suas decisões: o de que os
interesses públicos têm supremacia sobre os individuais.

• O ato administrativo deve ter sempre como finalidade atender o interesse da


coletividade.
Supremacia do Interesse Público
• Indisponibilidade do interesse público:
“a autoridade não pode renunciar ao exercício das competências que lhe são outorgadas por
lei; não pode deixar de punir quando constate a prática de ilícito administrativo; não pode
deixar de exercer o poder de polícia para coibir o exercício dos direitos individuais em conflito
com o bem-estar coletivo; não pode deixar de exercer os poderes decorrentes da hierarquia;
não pode fazer liberalidade com o dinheiro público. Cada vez que ela se omite no exercício de
seus poderes, é o interesse público que está sendo prejudicado.” (DI PIETRO, 2022)

• A Supremacia do Interesse Público não prejudica a


possibilidade de pagamento das indenizações devidas em
virtude de lei ao particular. (desapropriação, por exemplo)
Supremacia do Interesse Público
“revisão do primado do indivíduo”

“O mesmo [revisão do primado do indivíduo] ocorreu com o poder de polícia do Estado, que
deixou de impor obrigações apenas negativas (não fazer) visando resguardar a ordem pública,
e passou a impor obrigações positivas, além de ampliar o seu campo de atuação, que passou a
abranger, além da ordem pública, também a ordem econômica e social. Surgem, no plano
constitucional, novos preceitos que revelam a interferência crescente do Estado na vida
econômica e no direito de propriedade; assim são as normas que permitem a intervenção do
Poder Público no funcionamento e na propriedade das empresas, as que condicionam o uso
da propriedade ao bem-estar social, as que reservam para o Estado a propriedade e a
exploração de determinados bens, como as minas e demais riquezas do subsolo, as que
permitem a desapropriação para a justa distribuição da propriedade; cresce a preocupação
com os interesses difusos, como o meio ambiente e o patrimônio histórico e artístico
nacional.” (DI PIETRO, 2022)
Indisponibilidade ou Poder-Dever
“significa que sendo interesses qualificados como próprios da coletividade – internos ao setor
público – não se encontram à livre disposição de quem quer que seja, por inapropriáveis. O
próprio órgão administrativo que os representa não tem disponibilidade sobre eles, no sentido
de que lhe incumbe apenas curá-los – o que é também um dever – na estrita conformidade do
que dispuser a intentio legis”

“as pessoas administrativas não têm portanto disponibilidade sobre os interesses públicos
confiados à sua guarda e realização. Esta disponibilidade está permanentemente retida nas
mãos do Estado (e de outras pessoas políticas, cada qual na própria esfera) em sua
manifestação legislativa. Por isso, a Administração e a pessoa administrativa, autarquia, têm
caráter instrumental”.
(Celso Antônio Bandeira de , 2019, p. 76).

• Trata da administração de um patrimônio que não pertence à A.P. e sim aos administrados;
• Vedação a acordos, existem exceções previstas em lei; (parcelamento de dívida pública pelo
administrado)
• Se o administrador deixar de praticar um ato previsto em lei, será punido por omissão.
Presunção de Legitimidade ou de Veracidade
“Esse princípio, que alguns chamam de princípio da presunção de
legalidade, abrange dois aspectos: de um lado, a presunção de verdade,
que diz respeito à certeza dos fatos; de outro lado, a presunção da
legalidade, pois, se a Administração Pública se submete à lei, presume-
se, até prova em contrário, que todos os seus atos sejam verdadeiros e
praticados com observância das normas legais pertinentes.”
(Di Pietro, 2022, p. 114 – Ulife)

• Juris tantum (relativa)


• Cabe ao particular provar o que alega;
• Partimos do pressuposto que os atos administrativos praticados pelo Estado, ao serem
emitidos, devem estar de acordo com a lei vigente.
• Lei nº 13.460, de 26-6-17: presunção de boa-fé do usuário do serviço público, colocando-
a entre as diretrizes a serem observadas pelos prestadores de serviços públicos (art. 5º).
Continuidade do Serviço Público

▪ Vedação à interrupção da prestação do serviço público;

▪ Os serviços públicos oferecidos pela Administração Pública à coletividade, devem


ser prestados de maneira contínua, sem interrupções, não podendo ser suspensos
sem a comunicação prévia das autoridades pertinentes aos administrados.

▪ Limita o direito de greve do servidor, previsto no art. 37, inciso VII, da C.F.88;
Isonomia ou Igualdade

▪ Equivalente ao conceito de impessoalidade na visão de alguns doutrinadores.;

▪ Vedação da concessão de prerrogativas em detrimento de outros administrados;

▪ O princípio da igualdade impõe à Administração Pública a vedação de qualquer


espécie de favoritismo ou desvalia em proveito ou detrimento de alguém.
Razoabilidade e Proporcionalidade
Diz respeito aos meios e fins RAZOABILIDADE
utilizados pelo agente público
na prática do ato administrativo; Trata-se de princípio aplicado ao Direito
Visa proibir o excesso de Administrativo como mais uma das tentativas de
imposição de obrigações ou impor-se limitações à discricionariedade
sanções; administrativa, ampliando-se o âmbito de apreciação
Presente nos atos do ato administrativo pelo Poder Judiciário (DI PIETRO,
discricionários e no mérito 2022).
administrativo.

“a decisão discricionária do funcionário será ilegítima, apesar de não transgredir


nenhuma norma concreta e expressa, se é ‘irrazoável’, o que pode ocorrer,
principalmente, quando:
a) não dê os fundamentos de fato ou de direito que a sustentam ou;
b) não leve em conta os fatos constantes do expediente ou públicos e notórios; ou
c) não guarde uma proporção adequada entre os meios que emprega e o fim que a
lei deseja alcançar, ou seja, que se trate de uma medida desproporcionada, excessiva
em relação ao que se deseja alcançar”.
Motivação

Para os atos vinculados é obrigatório, mas a lei não os exige para os atos
discricionários;

A A.P. orienta os agentes a fundamentar todos os atos;

Diz respeito à descrição dos motivos que levaram o agente público a praticar o ato
administrativo.
Ampla Defesa e Contraditório
Art. 5°, LV, CF/88: ”Aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes”;
Ampla defesa diz respeito aos instrumentos que podem ser utilizados
para exercer a defesa – testemunha, perícia, documentos;
Contraditório diz respeito ao momento processual determinado em
lei para exercer a defesa – contestação, impugnação, memorial ou
alegações finais;
Princípio utilizado nos processos judiciais e administrativos.
Autotutela ou auto-executoriedade

• A Administração Pública não necessita recorrer ao P.J. para executar ou desfazer os


seus atos;
• A Administração Pública pode anular, revogar e convalidar os seus próprios atos;
• Anulação: vício insanável, vinculado, ex tunc, tanto o P.J. quanto a A.P. podem anular
os atos administrativos;
• Revogação: ato perfeito, discricionário, ex nunc, só a A.P. pode revogar os seus
próprios atos administrativos;
• Convalidação: vício sanável, discricionário, ex tunc, só a A.P. pode convalidar os seus
próprios atos administrativos.
Segurança Jurídica
• Veda a aplicação retroativa de nova interpretação de lei no âmbito da A.P.;
• Previsto na Lei de Processo Administrativo Federal, Lei nº. 9.784/99, art. 2°, inc.
XIII, § único;
• “Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os
critérios de: (...) XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor
garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada a aplicação
retroativa de nova interpretação.”
• Resguarda o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido.
Poderes da Administração: natureza de poderes-deveres.
(DI PIETRO, 2022)

a) Poder normativo: emanação de atos com efeitos gerais e abstratos, que não podem contrariar a lei.
Expressão mais ampla que poder regulamentar (o que cabe ao Chefe do Poder Executivo de editar normas
complementares à lei, para sua fiel execução); expressa-se por meio de regulamentos, resoluções, portarias,
deliberações, instruções.

Tipos de regulamento: executivo (complementa a lei) e independente ou autônomo (inova na ordem


jurídica); falta de fundamento constitucional para a segunda modalidade;

Regulamentos jurídicos ou normativos (estabelecem normas sobre relações de supremacia geral, que
atingem a todos os cidadãos) e administrativos ou de organização (contêm normas sobre a organização
administrativa ou sobre as relações da Administração com particulares em situação de submissão especial).

Medidas judiciais cabíveis em caso de omissão do poder regulamentar: mandado de injunção (art. 5º, LXXI,
da CF) e ação de inconstitucionalidade por omissão (art. 103, § 2º, da CF).
Poderes da Administração: natureza de poderes-deveres.
(DI PIETRO, 2022)

b) Poder disciplinar: apuração de infrações e aplicação de penalidades aos servidores públicos e outras
pessoas sujeitas à disciplina interna administrativa.

Como se distingue da sanção de polícia: esta é aplicada a particulares.

Necessidade de procedimento legal para apuração de penalidade: observância do devido processo legal (art.
5º, LV, da Constituição).

Existência de certa margem de apreciação na escolha da sanção cabível: não há discricionariedade no sentido
de opção segundo critérios de oportunidade e conveniência.

Necessidade de relação e proporção entre os fatos apurados e a sanção, devidamente motivada.

c) Decorrentes da hierarquia, como relação de subordinação e coordenação entre os órgãos administrativos:


o de editar atos normativos, o de dar ordens, o de controlar os órgãos inferiores, o de anular os atos ilegais e
revogar os atos inoportunos ou inconvenientes, o de aplicar sanções, o de avocar e delegar atribuições não
privativas. Inexistência de hierarquia nos Poderes Judiciário e Legislativo no que diz respeito ao exercício de
suas funções institucionais.

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