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DIREITO ADMINISTRATIVO

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SUMÁRIO
AULA 01 - ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................................... 2
AULA 02 - ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................................... 4
AULA 03 - CONCEITOS E FONTES ................................................................................................................................. 5
AULA 04 - CONCEITOS E FONTES ................................................................................................................................. 6
AULA 05 - ATOS ADMINISTRATIVOS.............................................................................................................................. 8
AULA 06 - ATOS ADMINISTRATIVOS............................................................................................................................ 13
AULA 07 - ATOS ADMINISTRATIVOS............................................................................................................................ 15
AULA 08 - ATOS ADMINISTRATIVOS............................................................................................................................ 16
AULA 09 – ATOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................................................... 17
AULA 10 – ATOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................................................... 17
AULA 11 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART 37 AO 41 – CF/88) ................................................................................ 20
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................................................................................................................................... 20
AULA 12 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART 37 AO 41 – CF/88) ................................................................................ 21
AULA 13 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART 37 AO 41 – CF/88) ................................................................................ 22
AULA 14 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART 37 AO 41 – CF/88) ................................................................................ 22
AULA 15 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART 37 AO 41 – CF/88) ................................................................................ 23
AULA 16 - PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................ 25

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AULA 01 - ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1 – ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O estudo da Administração Pública em geral deve partir da definição de Estado no seu sen-
tido amplo, sobre o qual repousa toda a concepção moderna de organização e funcionamento dos
serviços públicos a serem prestadores aos administrados.

O objetivo não é aprofundar o estudo sobre o Estado, o que é objeto do Direito Constitucional,
mas estabelecer premissas para melhor compreender os institutos do Direito Administrativo. Para
tanto, é necessário compreender que a origem da Administração Pública está no surgimento do
Estado, criado para substituir os anseios sociais, para representar o Povo.

1.1 Conceitos

O Estado, sob o prisma constitucional, é pessoa jurídica territorial soberana; é uma nação
politicamente organizada, dotada de personalidade jurídica própria, sendo pessoa jurídica de direito
público que contém seus elementos e três Poderes. Como ente personalizado, o Estado tanto pode
atuar no campo do direito público quanto no direito privado, mantendo sempre sua personalidade
de direito público.

O conceito de Estado está relacionado com o modo de exercício do poder político em função
do território de um dado Estado. Surgiu para auxiliar e cuidas dos objetivos da sociedade, sendo
que no Brasil as atividades foram distribuídas constitucionalmente entre os entes federativos, dai
que não somos um Estado unitário, e sim um Estado Federativo.

A figura do Governo surge a partir da necessidade de organização desse Estado. O conceito


de Governo refere-se à maneira como se dá a instituição do poder na sociedade, e como se dá a
relação entre governantes e governados.

A Administração Pública surge para exteriorizar as necessidades de perseguição do bem


público e dos serviços pela sociedade. Atualmente, divide-se em direta (composta pelos entes fe-
derativos) e indireta (composta por autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empre-
sas públicas).

Cumpre esclarecer ainda que o Estado é composto de três elementos originários e indissoci-
áveis: o povo, que representa o componente humano; o território, que é a sua base física, e o go-
verno soberano, que é o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de
autodeterminação e auto-organização, emanado pelo povo.

1.2 Elementos: Direito Público e Direito Privado

O Direito Público interno é aquele destinado a regular, precipuamente, os interesses estatais


e sociais, subdividindo-se em Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito
Penal, Direito Processual, Direito do Trabalho, Direito Eleitoral e Direito Municipal.

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O Direito Público externo regulamenta as relações entre os Estados Soberanos (Direito Inter-
nacional Público) e entre cidadãos de um Estado com Estados diversos (Direito Internacional Pri-
vado). Por fim, o Direito Privado tutela preponderantemente os interesses individuais, bipartindo-se
em Direito Civil e Direito Comercial.

Uma nova corrente busca o elemento diferenciador no titular da relação jurídica (sujeito).
Desse modo, o Direito Público é aquele que regula as relações das quais o Estado participa, en-
quanto que o Direito Privado disciplina as relações entre particulares.

Para ambas as classificações, o Direito Administrativo é um ramo do Direito Público Interno.

1.3 Estado de Direito: Origem, Princípios e Fins

Estado de Direito é o que se subordina ao Direito, vale dizer, que se sujeita a normas jurídicas
reguladoras de sua ação. A finalidade do Estado resume-se na busca do bem comum, da garantia
do fornecimento das necessidades de toda a coletividade. A Administração Pública passa a ser a
limitadora das liberdades individuais em prol dos interesses coletivos.

1.4 Formação do Direito Administrativo

A formação do Direito Administrativo, como ramo autônomo, teve início com as Revoluções
do final do século XVIII (Francesa e Americana), que resultaram no Estado de Direito, juntamente
com o Direito Constitucional e outros ramos do Direito Público.

De fato, a ideia de Direito Público não se coadunava com o Estado Absolutista, que não
reconhecia ordenamento jurídico disciplinador sua atividade, e, tampouco, a separação dos pode-
res, que eram concentrados nas mãos do Soberano.

1.5 Conceito de Administração Pública

Há dois (2) sentidos mais comuns dados à expressão Administração Pública, consoante lição
de Maria Sylvia Zanella di Pietro.

a) sentido subjetivo, formal ou orgânico: designa os entes que exercem a atividade administrativa:
compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos. É o conjunto de órgãos e de pessoas
jurídicas, aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado. Alguns autores até
admitem como sinônimo de Estado, quando pensando no aspecto físico, estrutural. Nesse sentido,
conforme convenciona parte da doutrina, a expressão Administração Pública deve ser grafada com
as primeiras letras maiúsculas.

Esse sentido está diretamente associado ao seguinte questionamento: QUEM FAZ a Admi-
nistração Pública?

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b) sentido objetivo, material ou funcional: designa a própria função administrativa, que incumbe,
predominantemente, ao Poder Executivo. É a atividade concreta e imediata que o Estado desen-
volve sob regime jurídico de direito público, para a consecução dos interesses coletivos. Nessa
aplicação, a expressão administração pública deve ser grafada com as letras iniciais minúsculas.

Esse sentido está diretamente associado ao seguinte questionamento: O QUE FAZ a Admi-
nistração Pública?

1.6 Divisão da Administração Pública

Representa toda atividade desenvolvida pela Administração, protegendo os interesses da co-


letividade e decorre do fato de o Brasil ser uma República, em que toda atividade desenvolvida deve
privilegiar a coisa pública. Desse modo, a atuação da Administração Pública divide-se em direta e
indireta.

a) Administração Direta: Formada por entidades políticas (também conhecidas por entidades fe-
derativas) que recebem as suas atribuições da própria Constituição Federal. São consideradas pes-
soas jurídicas de direito público interno (possuem poderes políticos). São elas: União, Estados, DF
e Municípios.

b) Administração Indireta: Formada por entidades administrativas que exercem suas competên-
cias conforme estabelecida na lei que as instituiu (elas não detêm poderes políticos e nem legislam).
São elas: Autarquias, Fundações, Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas.

AULA 02 - ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1.7 Formas de prestação da atividade administrativa:

a) Centralizada: Atividade prestada pela Administração Direta, composta por entes políticos. Ocorre
sempre que a titularidade e execução do serviço for realizada pelo próprio ente federativo sem pas-
sar por interposta pessoa.

b) Descentralizada: Ao contrário do que ocorre com a centralização, entre a pessoa federativa


competente (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) e o cidadão beneficiário da atuação es-
tatal haverá uma pessoa interposta, qual seja, a entidade descentralizada. Retira a atividade do
núcleo e transfere para outra pessoa jurídica, seja da administração indireta ou particular. As con-
cessionárias, permissionárias, SESC, SESI, SENAI e outros, não compõem a administração indi-
reta, pois se tratam de particulares, até mesmo se enquadrando como paraestatais. Ex: INSS; FU-
NASA, FUNAI, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petrobrás.

c) Desconcentrada: Divisão de atividades dentro da mesma pessoa jurídica, por meio do poder
hierárquico. Existe hierarquia dentro da pessoa jurídica, diferente da descentralização, em que só
há fiscalização. Ex: Ministros e Ministérios; Secretários e Secretarias; Procuradores e Procuradorias.

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1.8 Modalidades de Descentralização:

a) Outorga: Transferência de titularidade, que só é possível através de lei. A doutrina majoritária


entende que só pode ser transferida à Administração Indireta de Direito Público (autarquias e fun-
dações públicas).

b) Delegação: Transferência apenas da execução da obra ou serviço. A Administração detém a


titularidade. Pode ser feita por lei (para as pessoas jurídicas de direito privado) ou por contrato (para
os particulares, como concessões e permissões de serviço público). Também é possível a delega-
ção através de convênios ou por ato unilateral (autorização de serviço).

AULA 03 - CONCEITOS E FONTES

2– DIREITO ADMINISTRATIVO

1.9 Conceito

Ramo do Direito Público Interno que tem como objeto a busca pelo bem da coletividade e
pelo interesse público.

Para Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo brasileiro sintetiza um conjunto harmônico
de princípios jurídicos que regem os órgãos, aos agentes e as atividades públicas tendentes a rea-
lizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.

1.10 Fontes

Por não se encontrar codificado, o direito administrativo apresenta dificuldades de identifica-


ção de suas fontes. Temos quatro fontes principais: a lei, a jurisprudência, a doutrina e os costumes.

- A Lei, que em sentido amplo, é a fonte primária do Direito Administrativo, abrangendo esta expres-
são desde a Constituição até os regulamentos executivos. E compreende-se que assim seja, porque
tais atos, impondo o seu poder normativo aos indivíduos e ao próprio Estado, estabelecem relações
de administração de interesse direto e imediato do Direito Administrativo;

- A Doutrina, formando o sistema teórico de princípios aplicáveis ao Direito Positivo, é elemento


construtivo da Ciência jurídica à qual pertence a disciplina em causa. Influi ela não só na elaboração
da lei como nas decisões contenciosas e não contenciosas, ordenando, assim, o próprio Direito
Administrativo;

- A Jurisprudência, traduzindo a reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, influencia podero-
samente a construção do Direito, e especialmente a do Direito Administrativo, que se ressente de
sistematização doutrinária e de codificação legal.

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- O Costume, no Direito Administrativo brasileiro, exerce ainda influência, em razão da deficiência
da legislação. A prática administrativa vem suprindo o texto escrito, e, sedimentada na consciência
dos administradores e administrados, a praxe burocrática passa a suprir a lei, ou atua como ele-
mento informativo da doutrina.

1.11 Princípios administrativos constitucionais: Art. 37 da CF/88

a) Legalidade
b) Impessoalidade
c) Moralidade
d) Publicidade
e) Eficiência

AULA 04 - CONCEITOS E FONTES

2.4 Princípios Gerais do Direito Público

O ordenamento jurídico é composto de duas espécies de normas: princípios e regras. Princí-


pios são as normas basilares de um sistema jurídico, de hierarquia superior às regras e determinan-
tes do alcance e sentido destas. Os princípios condicionam a interpretação das regras (preceitos de
comportamento).

Vejamos alguns princípios que não estão previstos no texto constitucional, mas que são utili-
zados para solucionar conflitos que a Administração Pública:

- Submissão do Estado à ordem jurídica – significa que o Estado apenas pode agir quando auto-
rizado pela lei.

- Igualdade dos particulares perante o Estado – insculpido no art. 5º, da CF/88. O tratamento
desigual entre os particulares apenas é possível quando possua causa justificadora, isto é, na me-
dida de suas desigualdades.

- Devido processo – implica em garantia aos indivíduos em relação ao processo legislativo, judicial
e, também, ao processo administrativo, que devem guardar observância com as regras constitucio-
nais e infraconstitucionais.

- Responsabilidade objetiva – A Administração Pública será responsável pelos prejuízos que seus
agentes causarem a terceiros, independente de dolo ou culpa. O único caso que a administração
pode se eximir de responsabilizar será a culpa exclusiva da vítima. Após o pagamento da indeniza-
ção a terceiros, a administração poderá ingressar com ação regressiva contra o servidor, visando
receber os valores pagos com a indenização.

- Igualdade das pessoas políticas – sendo o Estado Brasileiro federado e não unitário, as funções
administrativas e políticas estão divididas entre as pessoas políticas (União, Estados, Municípios e

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Distrito Federal), que, sob a ótica jurídica são iguais entre si, encontrando suas competências dire-
tamente no texto constitucional. Não há hierarquia entre União e Estados ou Estados e Municípios,
todos merecem tratamento isonômico.

- Supremacia do interesse público sobre o privado – A Constituição Federal garante os direitos


de liberdade e propriedade aos indivíduos, entretanto, a Administração Pública cuida dos interesses
de toda a sociedade, de modo que, nos casos em que houver conflito entre particular e Poder Pú-
blico, os interesses deste último sempre prevalecem.

- Continuidade do serviço público – Diz respeito ao fornecimento dos serviços essenciais à po-
pulação, ou seja, indispensáveis à coletividade. Tais serviços são de competência da Administração
Pública e suas autarquias, concessionárias ou permissionárias, de maneira ininterrupta, para que o
interesse da coletividade não venha a ser prejudicado.

- Indisponibilidade do interesse público – Serve para limitar a atuação do agente público, reve-
lando-se um contrapeso à superioridade descrita no princípio da supremacia, podendo se afirmar
que, em nome da supremacia do interesse público o Administrador pode muito, pode quase tudo,
mas não pode abrir mão do interesse público.

- Isonomia – Significa tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida
de suas desigualdades. Todavia, a dificuldade é fixar quais os parâmetros e definir quem são os
iguais ou os desiguais e, o que é pior ainda, qual é a medida da desigualdade.

- Razoabilidade – Proíbe a atuação do administrador de forma despropositada quando, com a des-


culpa de cumprir a lei, age de forma arbitrária e sem qualquer bom-senso. Trata-se do princípio da
proibição de excessos. Desse modo, as decisões que violarem a razoabilidade não serão inconve-
nientes, e sim ilegais e ilegítimas, porque ofenderão a finalidade da lei, admitindo correção inclusive
pelo Poder Judiciário.

- Proporcionalidade – Para a maioria dos autores, inclusive Hely Lopes Meirelles e Maria Silvia
Zanella di Pietro, este princípio está contido no da razoabilidade. O princípio da proporcionalidade
exige o equilíbrio entre os meios de que se utiliza a Administração e os fins que ela tem que alcançar,
segundo padrões comuns da sociedade em que vive, analisando sempre cada caso concreto.

- Autotutela – Esclarece que a Administração Pública pode controlar os seus próprios atos, seja
para anulá-los, quando ilegais, ou revogá-los, quando inconvenientes ou inoportunos, independente
de revisão pelo Poder Judiciário.

- Especialidade – Decorre dos princípios da indisponibilidade e da legalidade. Surgiu com base na


ideia de descentralização administrativa, apesar de a doutrina também admitir a sua aplicação pela
própria Administração Direta.

- Motivação – Implica para a Administração Pública o dever de justificar seus atos, apontando-lhes
o fundamentos de direito e de fato, assim como a correlação lógica entre os eventos e situações

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que lhes deram causa, a providência tomada, a sua compatibilidade com a previsão legal e, quando
necessário, o juízo de valor, as razões de conveniência e oportunidade que justificaram a prática
desses atos.

- Segurança Jurídica – Prioriza o direito adquirido.

AULA 05 - ATOS ADMINISTRATIVOS

ATOS ADMINISTRATIVOS

Conceito:

É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qua-
lidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos,
ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.

- Quem edita: a Administração Pública;


- Como: debaixo de regras de Direito Público;
- Para que: preservação dos interesses da coletividade.

Ato e Fato Administrativo

Após a apresentação do conceito atribuído ao Ato Administrativo, faz-se necessário apresen-


tar as diferenças do Ato e do Fato Administrativo.

Sobre o assunto é preciso advertir que a doutrinadora Maria Sylvia Zanella Di Pietro diferencia
fato administrativo de fato da administração, sendo que o primeiro ocorreria somente quando o
fato produziria efeitos jurídicos, enquanto que o segundo, o contrário.

Já os Atos da Administração possuem um conceito mais abrangente e representam todo e


qualquer ato praticado no exercício da função administrativa.

Requisitos ou elementos do Ato Administrativo:

Todo ato administrativo é formado por requisitos ou elementos. Prevalece o entendimento


que os requisitos ou elementos do ato administrativo são:

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- Competência:

Competência é o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes, fixados


pelo direito positivo. Desse modo, nenhum ato pode ser realizado validamente sem que o agente
disponha de poder legal para praticá-lo.

- Finalidade:

É o objetivo do interesse público a atingir (sentido amplo). É o resultado, definido em lei, que
o ato produzir (sentido restrito). Se o ato administrativo for praticado com outro objeto, que não seja
o interesse público, o agente incidirá em desvio de poder, e o ato será considerado nulo.

- Forma:

É o meio pelo qual se exterioriza a vontade do agente. A Administração Pública exige a forma
escrita e solene para seus atos, o que possui exceções, como na Lei de Processo Administrativo.

Excepcionalmente, admitem-se formas não-escritas, como as verbais (ordens dadas pelo


chefe ao seu subordinado), gestuais (guarda de trânsito gesticulando para automóveis seguirem no
fluxo do trânsito), placas etc.

- Motivo:

É o pressuposto de fato e de direito que fundamenta o ato administrativo. A análise dos mo-
tivos mostra-se relevante para se constatar a aplicação do princípio da impessoalidade e da mora-
lidade administrativa.

A ausência de motivo em um ato ou mesmo a indicação de um motivo falso faz surgir o vício.
Trata-se da Teoria dos Motivos Determinantes, em que a obrigatoriedade da existência dos motivos
alegados é que determinam a prática do ato administrativo. Só é válido o ato, se os motivos acon-
tecerem. Mesmo nos atos discricionários, onde o motivo é facultativo, se o agente decidir motivar,
este deverá ser verdadeiro, sob pena de nulidade do ato.

- Objeto:

É o efeito jurídico imediato do ato administrativo, que cria, modifica ou extingue uma relação
jurídica. Trata-se do resultado prático do ato e consiste na própria alteração no mundo jurídico a que
o ato se propõe.

O silêncio do Ato Administrativo

Uma questão interessante que merece ser analisada no tocante ao ato administrativo é a
omissão da Administração Pública ou, o chamado silêncio administrativo.

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Essa omissão é verificada quando a administração deveria expressar uma pronuncia quando
provocada por administrado, ou para fins de controle de outro órgão e, não o faz.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, o silêncio da administração não é um ato jurídico, mas
quando produz efeitos jurídicos, pode ser um fato jurídico administrativo.

Atributos do Ato Administrativo: Não aparecem de forma gratuita, pois a Administração preserva
os interesses da coletividade.

- Presunção de legitimidade/veracidade:

Todos os atos administrativos nascem com a presunção de legitimidade, ou seja, a presunção


de que nasceram de acordo com as devidas normas legais. A presunção não é absoluta, admitindo
prova em contrário (“juris tantum”). Até que essa prova apareça, os atos pressupõem-se legítimos
e são de cumprimento obrigatório. Ex.: Execução de Dívida Ativa – cabe ao particular o ônus de
provar que não deve ou que o valor está errado.

- Imperatividade:

É o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de


sua concordância. Ex.: Secretário de Saúde quando dita normas de higiene – decorre do exercício
do Poder de Polícia – pode impor obrigação para o administrado. É o denominado poder extroverso
da Administração.

- Auto-executoriedade:

Consiste na possibilidade que certos atos administrativos poderem ser postos em execução
pela própria Administração, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.

A justificativa de existência desse atributo reside no Princípio da Separação dos Poderes (art.
2º da CF/88), autorizando o Poder Executivo (Administração Pública) a praticar suas ações sem
precisar de manifestação ou autorização do Poder Judiciário.

- Tipicidade:

É o atributo do ato administrativo que determina que o ato deve corresponder a uma das
figuras definidas previamente pela lei, como aptas a produzir determinados resultados, sendo coro-
lário, portanto, do princípio da legalidade.

A sua função é impossibilitar que a Administração venha a praticar de atos inominados, re-
presentando, pois, uma garantia ao administrado, já que impede que a Administração pratique um
ato unilateral e coercitivo sem a prévia previsão legal. Representa, também, a segurança de que o

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ato administrativo não pode ser totalmente discricionário, pois a lei define os limites em que a dis-
cricionariedade poderá ser exercida.

Classificação dos Atos

a) Quanto aos Destinatários:


- Gerais: Destinam-se a uma parcela grande de sujeitos indeterminados e todos aqueles que se
vêem abrangidos pelos seus preceitos. Exemplos: edital, regulamentos, instruções.
- Individuais: Destina-se a uma pessoa em particular ou a um grupo de pessoas determinadas.
Exemplos: demissão, exoneração e outorga de licença.

b) Quanto ao Alcance:
- Internos: Os destinatários são os órgãos e agentes da Administração, não se dirigindo a terceiros.
Exemplos: circulares, portarias, instruções.
- Externos: Alcançam os administrados de modo geral (só entram em vigor depois de publicados).
Exemplos: Admissão, licença.

c) Quanto ao objeto:

- Império: Aquele que a Administração pratica no gozo de suas prerrogativas, em posição de supre-
macia perante o administrado. Exemplos: desapropriação, interdição, requisição.
- Gestão: São os praticados pela Administração em situação de igualdade com os particulares, sem
usar a sua supremacia. Exemplos: alienação e aquisição de bens, certidões.
- Expediente: Aqueles praticados por agentes subalternos, consistentes em atos de rotina interna.
Exemplo: protocolo.

d) Quanto ao regramento:

- Vinculado: Quando não há, para o agente, liberdade de escolham devendo este se sujeitar às
determinações da lei. Exemplos: licença, pedido de aposentadoria.
- Discricionário: Quando há liberdade de escolha (na lei) para o agente, no que diz respeito ao mérito
(conveniência e oportunidade). Exemplo: autorização.

e) Quanto à forma:

- Simples: Produzido por um único órgão e decorrente de uma única manifestação de vontade. Po-
dem ser simples singulares ou simples colegiais. Exemplo: despacho; exoneração de servidor ocu-
pante de cargo em comissão; ato que altera o horário de atendimento da repartição pública, emitido
por uma única pessoa; direção das Agências Reguladoras.

- Composto: Produzido por um órgão, mas dependente da ratificação de outro órgão para se tornar
exequível. Exemplo: dispensa de licitação; autorização; visto; homologação.

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- Complexo: Resultam da soma de vontade de 2 ou mais órgãos. Não deve ser confundido com
procedimento administrativo. Exemplo: escolha em lista tríplice; a nomeação de Ministro do STF,
feita pelo Presidente da República, após aprovação da maioria absoluta do Senado.

Invalidação

Dentre as várias formas de extinção dos atos administrativos duas se destacam especial-
mente:

a) Anulação:

Consiste na supressão do ato administrativo, com efeito retroativo (efeito ex tunc), por razões
de legalidade e legitimidade. Pode ser examinado tanto pelo Poder Judiciário como pela Adminis-
tração Pública.

b) Revogação:

É a extinção de um ato administrativo legal e perfeito, por razões de conveniência e oportu-


nidade, pela Administração, no exercício do poder discricionário.
O ato revogado conserva os efeitos produzidos durante o tempo em que se operou. A partir
da data da revogação é que cessa a produção de efeitos do ato até então perfeito e legal. A revo-
gação não pode atingir os direitos adquiridos, em razão de sua proteção constitucional.

c) Convalidação: Ocorre nos casos em que o ato apresenta-se viciado na sua origem, entretanto,
o vício apresentado consiste em vício sanável, podendo ser validado pela Administração Pública.

d) Cassação: É a extinção do ato quando o seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos que
deveria permanecer atendendo.

e) Caducidade: Ocorre quando uma nova legislação impede a permanência da situação anterior-
mente consentida pelo poder público. Exemplo: Permissão consentida, mas que a lei impede o uso
pelo particular.

f) Contraposição: Um ato, emitido com fundamento em uma determinada competência, extingue


outro ato, anterior, editado com base em competência diversa, ocorrendo a extinção porque os efei-
tos daqueles são opostos aos deste. Exemplo: exoneração, que tem efeitos contrapostos à nomea-
ção.

Espécies de Atos

A) ATOS NORMATIVOS: são aqueles que contêm um comando geral, visando à correta aplicação
da lei. O objetivo imediato de tais atos é explicitar a norma legal a ser observada pela administração.
Exemplos: Decretos, deliberações.

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B) ATOS ORDINATÓRIOS: são atos que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e
a conduta funcional de seus agentes. São provimentos, determinações ou esclarecimentos que se
endereçam aos servidores públicos, a fim de orientá-los no desempenho de suas funções.

C) ATOS NEGOCIAIS: são atos praticados contendo uma declaração de vontade do Poder Público,
coincidente com a pretensão particular. Tais atos, embora unilaterais, encerram um conteúdo tipi-
camente negocial, de interesse recíproco da Administração e do administrado, mas não adentram
na esfera contratual. São e continuam sendo atos administrativos (e não contratos administrativos),
mas de uma categoria diferenciada dos demais, porque geram direitos e obrigações para as partes
e as sujeitam aos pressupostos conceituais do ato, a que o particular se subordina incondicional-
mente.

D) ATOS ENUNCIATIVOS: são todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a


atestar fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado.

E) ATOS PUNITIVOS: constituem uma sanção imposta pela administração em relação àquele que
infringe as disposições legais, sejam servidores ou particulares. Visam a punir e reprimir as infrações
administrativas ou a conduta irregular de seus servidores ou dos particulares, perante a administra-
ção. Ex: multa, interdição, demolição e etc.

4 O silêncio do Ato Administrativo

Uma questão interessante que merece ser analisada no tocante ao ato administrativo é a omissão
da Administração Pública ou, o chamado silêncio administrativo.

Essa omissão é verificada quando a administração deveria expressar uma pronuncia quando pro-
vocada por administrado, ou para fins de controle de outro órgão e, não o faz.

Para Celso Antônio Bandeira de Mello, o silêncio da administração não é um ato jurídico, mas
quando produz efeitos jurídicos, pode ser um fato jurídico administrativo

AULA 06 - ATOS ADMINISTRATIVOS

5 Atributos do Ato Administrativo: Não aparecem de forma gratuita, pois a Administração pre-
serva os interesses da coletividade.

- Presunção de legitimidade/veracidade:
Todos os atos administrativos nascem com a presunção de legitimidade, ou seja, a presunção
de que nasceram de acordo com as devidas normas legais. A presunção não é absoluta, admitindo
prova em contrário (“juris tantum”).

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- Imperatividade:
É o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de
sua concordância.

- Auto-executoriedade:
Consiste na possibilidade que certos atos administrativos poderem ser postos em execução
pela própria Administração, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.

- Tipicidade:
É o atributo do ato administrativo que determina que o ato deve corresponder a uma das
figuras definidas previamente pela lei, como aptas a produzir determinados resultados, sendo coro-
lário, portanto, do princípio da legalidade.

6 Discricionariedade e Vinculação

a) Vinculado ou Regrado

É aquele que o administrador não tem liberdade de escolha, estando a sua vontade adstrita
exclusivamente à lei. Ex: concessão de aposentadoria quando preenchidos os requisitos legais.

A lei determina os elementos e requisitos necessários à sua formalização, ou seja, já estabe-


lece um único modo de agir pelo administrador diante do caso concreto. Com efeito, a lei regulou o
ato de tal forma que não há espaços para juízos de conveniência e oportunidade.

b) Discricionário

A Administração concede ao administrador a liberdade de escolha de conveniência, oportu-


nidade e conteúdo, possibilitando um juízo de valor que deve ser exercido dentro dos limites da lei
e de forma que melhor atenda ao interesse público. Ex: permissão de uso de bem público (colocar
mesas na calçada); exoneração de ocupantes de cargo comissionado.

7 Classificação dos Atos

a) Quanto aos Destinatários:

- Gerais: Destinam-se a uma parcela grande de sujeitos indeterminados e todos aqueles que se
vêem abrangidos pelos seus preceitos. Exemplos: edital, regulamentos, instruções.
- Individuais: Destina-se a uma pessoa em particular ou a um grupo de pessoas determinadas.
Exemplos: demissão, exoneração e outorga de licença.

b) Quanto ao Alcance:
- Internos: Os destinatários são os órgãos e agentes da Administração, não se dirigindo a terceiros.
Exemplos: circulares, portarias, instruções.

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- Externos: Alcançam os administrados de modo geral (só entram em vigor depois de publicados).
Exemplos: Admissão, licença.

c) Quanto ao objeto:
- Império: Aquele que a Administração pratica no gozo de suas prerrogativas, em posição de supre-
macia perante o administrado. Exemplos: desapropriação, interdição, requisição.
- Gestão: São os praticados pela Administração em situação de igualdade com os particulares, sem
usar a sua supremacia. Exemplos: alienação e aquisição de bens, certidões.
- Expediente: Aqueles praticados por agentes subalternos, consistentes em atos de rotina interna.
Exemplo: protocolo.

d) Quanto ao regramento:

- Vinculado: Quando não há, para o agente, liberdade de escolham devendo este se sujeitar às
determinações da lei. Exemplos: licença, pedido de aposentadoria.
- Discricionário: Quando há liberdade de escolha (na lei) para o agente, no que diz respeito ao mérito
(conveniência e oportunidade). Exemplo: autorização.

e) Quanto à forma:

- Simples: Produzido por um único órgão e decorrente de uma única manifestação de vontade. Po-
dem ser simples singulares ou simples colegiais.
- Composto: Produzido por um órgão, mas dependente da ratificação de outro órgão para se tornar
exequível.
- Complexo: Resultam da soma de vontade de 2 ou mais órgãos. Não deve ser confundido com
procedimento administrativo.

AULA 07 - ATOS ADMINISTRATIVOS

8 Invalidação

Dentre as várias formas de extinção dos atos administrativos duas se destacam especial-
mente:

a) Anulação:
Consiste na supressão do ato administrativo, com efeito retroativo (efeito ex tunc), por razões de
legalidade e legitimidade. Pode ser examinado tanto pelo Poder Judiciário como pela Administração
Pública.

b) Revogação:
É a extinção de um ato administrativo legal e perfeito, por razões de conveniência e oportunidade,
pela Administração, no exercício do poder discricionário.

15
O ato revogado conserva os efeitos produzidos durante o tempo em que se operou. A partir
da data da revogação é que cessa a produção de efeitos do ato até então perfeito e legal. A revo-
gação não pode atingir os direitos adquiridos, em razão de sua proteção constitucional.

c) Convalidação: Ocorre nos casos em que o ato apresenta-se viciado na sua origem, entretanto,
o vício apresentado consiste em vício sanável, podendo ser validado pela Administração Pública.

d) Cassação: É a extinção do ato quando o seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos que
deveria permanecer atendendo.

e) Caducidade: Ocorre quando uma nova legislação impede a permanência da situação anterior-
mente consentida pelo poder público. Exemplo: Permissão consentida, mas que a lei impede o uso
pelo particular.

f) Contraposição: Um ato, emitido com fundamento em uma determinada competência, extingue


outro ato, anterior, editado com base em competência diversa, ocorrendo a extinção porque os efei-
tos daqueles são opostos aos deste. Exemplo: exoneração, que tem efeitos contrapostos à nome-
ação.

AULA 08 - ATOS ADMINISTRATIVOS

Espécies de Atos

A) ATOS NORMATIVOS: são aqueles que contêm um comando geral, visando à correta aplicação
da lei. O objetivo imediato de tais atos é explicitar a norma legal a ser observada pela administração.
Exemplos: Decretos, deliberações.

B) ATOS ORDINATÓRIOS: são atos que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e


a conduta funcional de seus agentes. São provimentos, determinações ou esclarecimentos que se
endereçam aos servidores públicos, a fim de orientá-los no desempenho de suas funções.

C) ATOS NEGOCIAIS: são atos praticados contendo uma declaração de vontade do Poder Público,
coincidente com a pretensão particular. Tais atos, embora unilaterais, encerram um conteúdo tipi-
camente negocial, de interesse recíproco da Administração e do administrado, mas não adentram
na esfera contratual. São e continuam sendo atos administrativos (e não contratos administrativos),
mas de uma categoria diferenciada dos demais, porque geram direitos e obrigações para as partes
e as sujeitam aos pressupostos conceituais do ato, a que o particular se subordina incondicional-
mente.

D) ATOS ENUNCIATIVOS: são todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a


atestar fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado.

E) ATOS PUNITIVOS: constituem uma sanção imposta pela administração em relação àquele que
infringe as disposições legais, sejam servidores ou particulares. Visam a punir e reprimir as infrações

16
administrativas ou a conduta irregular de seus servidores ou dos particulares, perante a administra-
ção. Ex: multa, interdição, demolição e etc.

AULA 09 – ATOS ADMINISTRATIVOS

5. Invalidação
Dentre as várias formas de extinção dos atos adminitrativos duas se destacam especialmente:

a) Anulação: Consiste na supressão do ato administrativo, com efeito retroativo (efeito ex tunc),
por razões de legalizade e legitimidade. Pode ser examinado tanto pelo Poder Judiciário como
pela Administração Pública
- Fundamento; Razões de ilegalidade, o ato é ilícito
- Legitimidade: Administração Pública e Poder Judiciário.
- Efeitos: ‘’Ex tunc’’, a anulação retroage até a data de publicação, os efeitos são anulados e
não se pode invocar direito adquirido. O efeito retroage para eliminar todos os efeitos por ele
gerados.
- Prazo: Estabelecido pela Lei 9784/99, é de 5 anos. É importante esse prazo para privilegiar o
princípio da segurança das relações jurídicas.

b) Revogação: É a extinção de um ato administrativo elgal e perfeito, por razões de conveniência


e oportunidade, pela Administração, no exercício do poder discricionário.
O ato revogado conserva os efeitos produzidos durante o tempo em que se operou. A partir da
data da revogação não pode atingir o direitos adquiridos, em razão de sua proteção
constitucional.
- Fundamento: Coveniência e oportunidade, o ato é lícito.
- Legitimidade: Somente a Adminitração Pública.
- Efeitos: ‘’Ex nunc’’, a revogação é válida daquele momento em diante; os efeitos anteriores
serão mantidos e se pode invocar direito adquirido.
- Prazo: Não há prazo, as razões podem ser alteradas a qualquer momento.

c) Convalidação: É a validação de um ato administrativo que possui um vício sanável desde a


origem. No lugar de simplismente anular o ato, a Administração Píblica ( o Pode Judiciário não
possui essa competência) poderá conceder a validade ao ato viciado, nas hipóteses em que for
possível.
Convalidar é tornar válido o que inicialmente não era. Um ato editado inicialmente viciado que
posteriormente tem seu vício sanado pode tornar-se válido.

AULA 10 – ATOS ADMINISTRATIVOS

6 Espécies de Atos

A) ATOS NORMATIVOS: são aqueles que contêm um comando geral, visando à correta aplicaçãoda
lei. O objetivo imediato de tais atos é explicitar a norma legal a ser observada pela administração.
Exemplos: Decretos, deliberações.

- DECRETOS: são atos administrativos, da competência exclusiva dos Chefes do Executivo,


destinados a prover situações gerais ou individuais, abstratamente previstas de modo expresso,
expícito ou implícito, pela legislação.

- INSTRUÇÃO NORMATIVA: são atos administrativos expedidos pelos Ministros de Estado para a
execução de leis, decretos e regulamentos, mas são também utilizados por outros superiores para o

17
mesmo fim.
- REGIMENTOS: são atos adminitrativos normativos de atuação interna. Destinam-se a reger o
funcionamento de órgãos colegiados e de corporações legislativas. Não obrigam os particulares em
geral, atingindo unicamente as pessoas vinculadas a atividade regimental.

- RESOLUÇÕES: são atos administrativos normativos expedidos pelas altas autoridades do


Executivo (mas não pelo Chefe do Poder Executivo, que expede decretos) ou pelos presidentes de
tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos, para disciplinar matéria de sua
competência específica.

- PORTARIAS: são atos internos pelos quais os chefes de órgãos, repartições, serviços expedem
determinações gerais ou especiais a seus subordinados que designam servidores para funções e
cargos secundários. Também são início a sindicânciase a processos administrativos.

- AVISOS: são atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de assuntos referentes
aosrepectivos ministérios.

- ORDENS DE SERVIÇO:são determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou


serviços públicos autorizando seu início, ou contendo imposições de caráter administrativo ou
especificações técnicas sobreo modo de sua realização.

- OFÍCIOS: são comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre subalternos e
superiores e entre a Administração e particulares, em caráter oficial.

B) ATOS ORDINATÓRIOS: são atos que visam a disciplinar o funcionamento e Administração e a


conduta funcional de seus agentes. São provimento e determinações ou esclarecimentos que se
endereçam aos servidores públicos, a fim de orientá-los no desempenho de suas funções.

- INSTRUÇÕES: são ordens escritas e gerais a respeito do modo e da forma de execução d


determinado serviço público, expedidas pelo superior hierárquico, com a finalidade de orientar o
subalternos no desempenho das atribuições que lhes estão destinadas e assegurar a unidade de
ação no organismo administrativo.

- CIRCULARES: são ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas a determinados funcionários ou


agentes adminitrativos, incumbidos de certo serviço ou do desempenho de certas atribuções, em
ciscunstâncias especiais.

- DESPACHOS: são decisões que as autoridades executivas ( ou legislativas e judiciárias, em função


administrativa) proferem em papéis, requerimentos e processos sujeitos à sua apreciação.

C) ATOS NEGOCIAIS: são atos praticados contendo uma declaração de vontade do Poder Público,
coincidente com a pretensão particular. Tais atos, embora unilaterais, encerram um conteúdo
tipicamente negocial, de interesse recíproco da Administração e do administrado, mas não
adentram na esfera contratual. São e continuam sendo atos administrativos ( e não contratos
administrativos), mas de uma categoria diferenciada dos demais, porque geram direitos e
obrigações para as partes e as sujeitam aos pressupostos conceituais do ato, a que o particular se
subordina incondicionalmente.

- LICENÇA: é o ato administrativo vinculado e definitivo, por meio do qual o Poder Público, verificando
que o interessado atendeu a todas as exigências legais, possibilita o desempenho de determinada
atividade, que não poderia ser realizada sem consentimento prévio da Administração, como, por
exemplo, o exercício de uma profissão ou o direito de construir.

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- AUTORIZAÇÃO: é o ato administrativo discricionário e precário pelo qual o Poder Público torna
possível ao pretendente a realização de certa atividade ou utilização de determinados bens particulares
ou públicos.

- APROVAÇÃO: é o ato administrativo pelo qual o Poder Público verifica a legalidde e o mérito de outro
ato ou de situações e realizações materias de seus próprios órgaos, de outras entidades ou de
particulares, dependentes de seu controle, e consente na sua execução ou manutenção. Pode ser
prévia ou subsequente, discricionária consoante os termos em que é instituída, pois, em certos casos,
limita-se à confrotação de requisitos específicos na norma legal e, noutros, entende-se à apreciação
de oportunidade e conveniência.

- ADMISSÃO: é o ato administrativo vinculado, por meio do qual o Poder Público, verificando a
satisfação de todos os requisitos legais pelo particular, defere-lhe determinada situação jurídica de seu
exclusivo ou predominante interesse, como ocorre no ingresso aos estabelecimentos de ensino
mediante concurso de habilitação.

- VISTO: é ato administrativo pelo qual o Poder Público controla outro ato da própria administração ou
do administrado, aferindo sua legitimidade formal, para dar-lhe exequibilidade. Incide sempre sobre um
ato anterior e não alcança seu conteúdo. É ato vinculado

- HOMOLOGAÇÃO: é ato administrativo de controle, pelo qual a autoridade superior examina a


legalidadee a conveniência, ou somente aspectos de legalidade de ato anterior da própria
Administração, de outra entidade ou de particular, para dar-lhe eficácia. Não admite alteração no ato
controlado pela autoridade homologante, que apenass pode confirmá-lo ou rejeitá-lo, para que a
irregularidade seja corrigida por quem a praticou.

- DISPENSA: é o ato administrativo que exime o particular do cumprimento de determinada obrigação


até então exigida por lei, como, por exemplo, a dispensa do serviço militar. É ato discricionário.

- RENÚNCIA; é ato pelo qual o Poder Público extingue unileralmente um crédito ou um direito próprio,
liberando definitivamente , a pessoa obrigada perante a Administração. A renuncia não admite condição
e é irreversível, uma vez consumada. Tratando-se de renúncia por prte da Administração, há
dependência ,sempre, de lei autorizadora.

- PROTOCOLO ADMINISTRATIVO: é o ato pelo qual o Poder Público acerta com o particular a
realização de determinado empreendimento ou atividade ou a abstenção de certa conduta, no interesse
recíproco da Administração e do asministrado signatário do instrumento protocolar. Esse ato é
vinculante para todos que o subscrevem, pois gera alterações e direitos entre as partes.

D) ATOS ENUCIATIVOS: são todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou atestar
fato, ou emitir uma opnião sobre determinado assunto, sem e vincular ao seu enunciado.

Também chamados atos de pronúncia, certificam ou atestam uma situação existente, não
contendo manisfestação de vontade da Administração Pública.

- CERTIDÕES: são cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos constantes de processo,
livro ou documento que se encontre em repartições públicas. Podem ser de inteiro teor, ou resumidas,
desde que expressem fielmente o que se contém no original de onde foram entraídas. Em tais atos o
Poder Público não manifesta sua vontade, limitando-se a transladas para o documento a ser fornecido
ao interessado o que consta deseus arquivos.

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- ATESTADOS: são atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma situação de que
tenha cohecimento por seus órgãos competentes. Difere da certidão porque o atestado comprova um
fato ou uma situação existente, mas não constante de livros, papéis ou documentos em poder da
Administração.

- PARECERES: são manifestações de órgãos técnicos sobre assuntos submetidos à sua


consideração. Tem caráter meramente opinativo, salvo quando tiver caráter vinculante.

- APOSTILAS/; são atos enunciativos ou declaratórios de uma situação anterior criada por lei.
Equivale à averbação.

E) ATOS PUNITIVOS: constituem uma sanção imposta pela administração em relção àquele que
infrige as disposições lgais, sejam servidores ou particulares. Visam a punir e reprimir as infrações
administrativas ou a conduta irregular de seus servidores ou dos particulares, perante a
administração. Ex/; multa, interdição, demolição e etc.

AULA 11 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART 37 AO 41 – CF/88)

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1) Conceito

Administração pública é, do ponto de vista objetivo, a atividade concreta e imediata que o


Estado desenvolve para a consecução dos interesses coletivos, e, do ponto de vista subjetivo, o
conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa
do Estado.
- Princípios constitucionais da Administração Pública (art. 37)

a) princípio da legalidade

Previsto no art. 5°, II, da CF, o princípio da legalidade se aplica de forma especial e mais
rigorosa em relação à Administração Pública, já que o administrador público somente poderá fazer
aquilo que for expressamente permitido por lei (lato sensu), enquanto que na esfera de atuação do
particular, em regra é permitido fazer tudo que a lei não proíba expressamente.

b) princípio da impessoalidade

O administrador público, exatamente por administrar o que não é seu, mas de todos, deve
fazê-lo de forma impessoal, sem atingir, com seus atos, ninguém especialmente, em detrimento de
outro, mas sim agir de forma genérica, em prol do “bem comum”, isto porque os atos do administra-
dor são praticados em nome do Estado.

c) princípio da moralidade

O princípio da moralidade administrativa está ligado à ideia de probidade, ética, honestidade


e retidão do administrador público, de respeito às normas e princípios jurídicos que condenam a
atuação imoral ou amoral, que contrariam não só o senso comum de justiça e legalidade, presente
da sociedade, mas também o decorrente da lei.
A conduta do administrador público em desrespeito ao princípio da moralidade administrativa

20
conhecimento de todos, para que adquiram validade, sendo passíveis de nulidade os atos pratica-
dos de forma sigilosa, salvo nos casos excepcionais previstos em lei, quando o interesse público
assim o exigir.

d) princípio da eficiência

Os atos praticados pela administração pública devem ser postos ao conhecimento de todos,
através do ato de publicação, seja no Diário Oficial, ou mesmo na afixação em locais próprios
para conhecimento de todos , para que adquiram validade, sendo passíveis de nulidade os atos
praticados de forma sigilosa, salvo nos casos excepcionais previsto em lei, quando o interesse
público assim o exigir.

e) princípio da eficiência

Incorporado ao ordenamento jurídico constitucional brasileiro, por meio da Emenda Constitu-


cional n° 19/98, o princípio da eficiência diz respeito à necessidade de a administração pública ori-
entar-se para alcançar os melhores resultados possíveis ao interesse público. Assim, o princípio da
eficiência impõe ao agente público um modo de atuar que produza resultados favoráveis à conse-
cução dos fins que cabe ao Estado alcançar.

AULA 12 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART 37 AO 41 – CF/88)

- Concurso público

Conforme inovação da EC n° 19/98, os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis


não só aos brasileiros natos e naturalizados (portugueses equiparados) mas também aos estran-
geiros, na forma da lei.
A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração.
Ressalte-se que o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável
uma vez, por igual período, sendo que durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.
Por fim, ressalte-se os seguintes preceitos aplicados aos servidores públicos:

➢ a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão, através de concurso público;
➢ a lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da admi-
nistração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas;
➢ a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de compe-
tência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

- Cumulação de vencimentos no setor público

A regra constitucional (art. 37, XVI) é a vedação de qualquer hipótese de acumulação remu-
nerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários:

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a) A de dois cargos de professor
b) A de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;
c) A de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúdee, com profissões
regulamentadas; ( fc, EC n 34/98)

A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,


empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subdiárias, e sociedades controladas, direta
ou indiretamente, pelo poder público. (é de observância obrigatória por Estados, DF e Muni-cípios).

AULA 13 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART 37 AO 41 – CF/88)

- Publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos Órgãos Públicos

A regra do § 1° do art. 37, veda que o dinheiro público seja usado em campanhas de promo-
ção da imagem pessoal dos governantes, seja por meio da menção de nomes, seja por meio de
símbolos ou imagens que possam estabelecer alguma conexão com a figura pessoal dos adminis-
tradores.

- Improbidade administrativa

O Art. 37, § 4°, da CF determina as sanções decorrentes da prática de atos de improbidade


administrativa, que são: a) a suspensão dos direitos políticos; b) a perda da função pública; c) a
indisponibilidade dos bens; e d) o ressarcimento ao erário sem prejuízo da ação penal cabível. A
Constituição prevê que a forma e a gradação das sanções decorrentes de ato de improbidade serão
previstas em Lei. Nesse sentido foi editada a Lei n° 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa).

- Responsabilidade civil objetiva do Poder Público

A CF prevê, no art. 37, § 6°, que as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviço públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, cau-
sarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.
É a consagração da teoria do risco administrativo ou da responsabilidade objetiva do Estado,
pela Carta Magna de 1988, que exige os seguintes requisitos para se configurar: a) ocorrência do
dano; b) ação ou omissão administrativa; c) existência de nexo causal entre o dano e a ação ou
omissão administrativa; e d) ausência de causa excludente da responsabilidade estatal (caso for-
tuito, força maior e culpa exclusiva da vítima).

AULA 14 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART 37 AO 41 – CF/88)

- Servidor público e mandato eletivo

A Constituição prevê, em seu art. 38, regras especiais de tratamento ao servidor público da
administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo:

- Estabilidade do servidor público civil


Os novos requisitos para a aquisição da estabilidade pelo servidor público, após a EC n°
19/98 são os seguintes:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

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§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

AULA 15 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART 37 AO 41 – CF/88)

- Previdência Social dos Servidores Efetivos

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos
terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servido-
res ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio finan-
ceiro e atuarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redaçãodada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insus-
cetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma
de lei do respectivo ente federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos
de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) (Vide Lei Complementar nº 152, de 2015)
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas,
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do
respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o §
2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo
ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em
regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo
de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente sub-
metidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. (In-cluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo
de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário,
de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o
inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo
de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas
com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação
desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação
às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo
de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio
fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional nº 103, de 2019)
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constitui-
ção, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência
social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previ-
denciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal
auferida pelo dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores
de que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Re-dação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o
valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucionalnº
41, 19.12.2003)
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de apo-
sentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente
será contado para fins de disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício.
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive
quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras ativida-
des sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da
adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Consti-
tuição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de previdência social, no
que couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social.
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em
lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de

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emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do
respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupan-
tes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social,
ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

AULA 16 - PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípios administrativos constitucionais: Explícitos

Estabelecidas as noções introdutórias do Direito Administrativo, é possível partir para a análise


dos princípios que embasam o estudo desta disciplina.

Inicialmente, para o reconhecimento do Direito Administrativo como disciplina autônoma, esses


princípios não podem ser escolhidos de forma aleatória e também não podem ser considerados de
forma isolada; é necessária a fixação de um conjunto sistematizado de princípios e normas que
lhe ofereça identidade, tornando possível diferenciá-lo dos demais ramos do direito.
Os princípios escolhidos para compor esse conjunto devem ser peculiares aos seus objetivos e
devem especialmente guardar entre si uma correlação lógica, uma relação de coerência e
unidade, um ponto de coincidência, compondo um sistema ou regime: o regime jurídico
administrativo.
A Constituição Federal de 1988 definiu em seu artigo 37 os princípios administrativos
constitucionais. Tais princípios constituem a base das regras administrativas no País.
Enfatizamos que a existência destes princípios explícitos na lei não afastam em momento algum
os princípios implícitos, já estudados no capítulo anterior e conhecidos como princípios gerais do
direito público, haja vista que o Direito Administrativo consiste em uma ciência composta por
normas esparsas, fazendo uso constante da doutrina e da jurisprudência.

a) Legalidade: Para a Administração Pública tal princípio Indica que os agentes públicos só podem
fazer o que a lei determina ou o autoriza. É a base do Estado Democrático de Direito e garante
que todos os conflitos sejam resolvidos pela lei.

b) Impessoalidade: A atuação impessoal da Administração Pública é imperativo que funciona


como uma via de mão dupla, pois se aplica em relação ao administrado e aos administrados.

c) Moralidade: Consiste no conjunto de regras de conduta retirada da disciplina interna da


Administração. Assim, não basta que o agente público afirme que praticou o ato de acordo com a
permissão da lei. É preciso indagar se o ato praticado é também honesto e obedece aos demais
preceitos éticos.

d) Publicidade: Traz a ideia de transparência ou visibilidade de toda a atuação administrativa,


permitindo o controle dos atos praticados.

e) Eficiência: Inserido pela Emenda Constitucional nº 19/98, visa aperfeiçoar os serviços e as


atividades prestadas, buscando otimizar os resultados e atender o interesse público com maiores
índices de rapidez (ausência de burocracia e presença de celeridade e dinâmica), perfeição
(serviço satisfatório e completo) e rendimento (mais economicidade e produtividade).

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Princípios Gerais do Direito Público: Implícitos

O ordenamento jurídico é composto de duas espécies de normas: princípios e regras. Princípios


são as normas basilares de um sistema jurídico, de hierarquia superior às regras e determinantes
do alcance e sentido destas. Os princípios condicionam a interpretação das regras (preceitos de
comportamento).
Vejamos alguns princípios que não estão previstos no texto constitucional, mas que são utilizados
para solucionar conflitos que a Administração Pública:

a) Devido processo – implica em garantia aos indivíduos em relação ao processo legislativo,


judicial e, também, ao processo administrativo, que devem guardar observância com as regras
constitucionais e infraconstitucionais.

b) Responsabilidade objetiva – A Administração Pública será responsável pelos prejuízos que


seus agentes causarem a terceiros, independente de dolo ou culpa. O único caso que a
administração pode se eximir de responsabilizar será a culpa exclusiva da vítima. Após o
pagamento da indenização a terceiros, a administração poderá ingressar com ação regressiva
contra o servidor, visando receber os valores pagos com a indenização.

c) Supremacia do interesse público sobre o privado – A Constituição Federal garante os direitos de


liberdade e propriedade aos indivíduos, entretanto, a Administração Pública cuida dos interesses
de toda a sociedade, de modo que, nos casos em que houver conflito entre particular e Poder
Público, os interesses deste último sempre prevalecem. Determina privilégios jurídicos e um
patamar de superioridade do interesse público sobre o particular. Em razão desse interesse
público, a Administração terá posição privilegiada em face dos administrados, além de
prerrogativas e obrigações que não são extensíveis aos particulares. Entretanto, sua utilização só
será legítima quando aplicada para alcance de interesses coletivos, jamais para satisfazer
interesses ou conveniências pessoais ou de terceiros.

d) Continuidade do serviço público – Diz respeito ao fornecimento dos serviços essenciais à


população, ou seja, indispensáveis à coletividade. Tais serviços são de competência da
Administração Pública e suas autarquias, concessionárias ou permissionárias, de maneira
ininterrupta, para que o interesse da coletividade não venha a ser prejudicado. É relevante lembrar
que há limites à greve na Administração Pública, justamente devido ao princípio da continuidade.

e) Indisponibilidade do interesse público – Serve para limitar a atuação do agente público,


revelando-se um contrapeso à superioridade descrita no princípio da supremacia, podendo se
afirmar que, em nome da supremacia do interesse público o Administrador pode muito, pode
quase tudo, mas não pode abrir mão do interesse público. Os bens, direitos e interesses públicos
são confiados ao administrador para gestão, nunca para sua disposição.

f) Razoabilidade – Proíbe a atuação do administrador de forma despropositada quando, com a


desculpa de cumprir a lei, age de forma arbitrária e sem qualquer bom-senso. Trata-se do princípio
da proibição de excessos. Desse modo, as decisões que violarem a razoabilidade não serão
inconvenientes, e sim ilegais e ilegítimas, porque ofenderão a finalidade da lei, admitindo correção
inclusive pelo Poder Judiciário.

g) Proporcionalidade – Para a maioria dos autores, inclusive Hely Lopes Meirelles e Maria Silvia
Zanella di Pietro, este princípio está contido no da razoabilidade. O princípio da proporcionalidade
exige o equilíbrio entre os meios de que se utiliza a Administração e os fins que ela tem que
alcançar, segundo padrões comuns da sociedade em que vive, analisando sempre cada caso
concreto.

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h) Autotutela – Esclarece que a Administração Pública pode controlar os seus próprios atos, seja
para anulá-los, quando ilegais, ou revogá-los, quando inconvenientes ou inoportunos,
independente de revisão pelo Poder Judiciário.

i) Especialidade – Decorre dos princípios da indisponibilidade e da legalidade. Surgiu com base na


ideia de descentralização administrativa, apesar de a doutrina também admitir a sua aplicação
pela própria Administração Direta.

j) Motivação – Implica para a Administração Pública o dever de justificar seus atos, apontando-lhes
os fundamentos de direito e de fato, assim como a correlação lógica entre os eventos e situações
que lhes deram causa, a providência tomada, a sua compatibilidade com a previsão legal e,
quando necessário, o juízo de valor, as razões de conveniência e oportunidade que justificaram a
prática desses atos.

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