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Estrutura do Estado
Desde o nascimento o homem é tutelado pelo Estado que, mesmo contra sua vontade, é
obrigado a seguir as suas regras. O objetivo do Estado é assegurar a vida humana em
sociedade, garantir a ordem interna e internacional, elaborar as regras de conduta, distribuir
justiça e promover o bem-estar da coletividade.
Formas de Estado
São as maneiras através das quais o Estado organiza o seu povo, no seu território, e estrutura o
seu poder. As formas podem ser:
Simples (ou unitário) — Existe uma única unidade centralizadora do poder político.
Dessa forma, podemos considerar que o “negócio do Estado” é gerar o bem comum, e que
para isso, o Estado necessita obter recursos e gerenciá-los.
O governo, como gestor do Estado, obtém os recursos, legitima sua utilização através da
aprovação dos representantes do povo e gasta visando a satisfazer as necessidades dos
cidadãos. Esses procedimentos podem ser evidenciados de forma sistêmica no diagrama a
seguir.
Estrutura do Governo
Todo governo faz sua estrutura fundamentada em alguns pilares, clique em cada pilar na
imagem e conheça alguns pontos importantes.
Conceito
Governo é o componente do Estado que conduz, politicamente, o conjunto de órgãos e
atividades para execução das políticas públicas.
É comum haver confusão entre os conceitos de Estado e Governo, porque muitos acreditam
que essas expressões possuem o mesmo significado, entretanto, são conceitos diferentes.
Formas de Governo
São os tipos de relação do governo com o povo. Existem dois tipos básicos:
Cada Poder exerce a sua função de modo preferencial, mas não exclusivo, porque todos os
poderes praticam atos que, a rigor, seriam de outro poder.
Exemplos:
Indireta: Quando o Estado transfere a execução das suas funções para outras pessoas
jurídicas, ligadas a ele. Nesse caso, as entidades possuem personalidade jurídica e
patrimônio, próprios, e são vinculados a um órgão da administração direta.
- Autarquias institucionais: são entidades criadas pelo Estado para executar tarefas
que lhe foram destinadas por lei. São meros entes administrativos, sem delegação
político estatal, que procuram apenas atingir os objetivos que lhes foram atribuídos.
- Autarquias especiais (ou de regime especial): são entidades regidas por normativas
legais específicas, que lhes conferem prerrogativas especiais e diferenciadas.
Para Nunes (2002, p. 37): “Da mesma maneira que os princípios ético-jurídicos mais gerais, os
princípios constitucionais são o ponto mais importante do sistema normativo. Eles são
verdadeiras vigas mestras, alicerces sobre os quais se constrói o sistema jurídico.
Os princípios constitucionais dão estrutura e coesão ao edifício jurídico. Assim, devem ser
obedecidos, sob pena de todo o ordenamento jurídico se corromper”.
A Administração Pública rege-se por Princípios. O artigo 37, da Constituição Federal de 1988,
estabelece: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”, o que forma o acróstico LIMPE.
Legalidade: Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege poenali — Não há crime,
tampouco pena, sem prévia definição legal.
Na Administração Pública, o princípio da legalidade restringe a atuação do
administrador público a somente aquilo que é permitido por lei, visando ao interesse
público.
Os particulares podem fazer tudo que a lei não proíbe, e, no caso da administração
pública, seus integrantes só pode fazer o que a lei determina ou autoriza.
Moralidade: Non omne quod licet honestum est — Nem tudo o que é legal é honesto.
Serviços Públicos
Segundo Hely Lopes Meirelles “serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou
por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais
ou secundárias da coletividade, ou simples conveniência do Estado”.
Receita Pública
“Ingressos” ou “entradas” são palavras utilizadas para caracterizar as importâncias recebidas
pelos cofres públicos. Entretanto, nem todas as entradas de recursos podem ser consideradas
como receita pública.
Aliomar Baleeiro (2003) conceitua receita pública como “...a entrada que, integrando-se ao
patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem
acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo”.
Na área pública, o conceito de receita deve ser analisado sob dois enfoques — Patrimonial e
Orçamentário.
“Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma
de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultem em
aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários
da entidade”.
Sob o enfoque patrimonial, a receita constitui uma variação patrimonial aumentativa, porque
aumenta o patrimônio líquido.
Conceito — Sob o enfoque orçamentário, receitas públicas são os ingressos de recursos nos
cofres públicos, não passíveis de devolução, em qualquer esfera governamental, disponíveis
para alocação e cobertura das despesas públicas.
Portanto, as receitas orçamentárias são representadas pelos recursos que ingressam de forma
definitiva nos cofres públicos e que poderão ser destinados ao financiamento das despesas
públicas.
Extraorçamentária: São representadas pelos recursos que ingressam nos cofres públicos, mas
que constituem compromissos exigíveis e, portanto, não podem ser utilizados para atender às
necessidades públicas. O pagamento de tais exigibilidades independe de autorização
legislativa. Os ingressos extraorçamentários decorrem do fato de que o Estado é obrigado a
arrecadar valores que, em princípio, não lhe pertencem. São exemplos de receitas
extraorçamentárias: cauções, fianças, consignações e outros.
Além disso, a estrutura possibilita associar, de forma imediata, a receita principal com
aquelas dela originadas: Multas e Juros, Dívida Ativa, Multas e Juros da Dívida Ativa. A
associação é efetuada dentro de uma estrutura de cinco níveis, por meio de um código
numérico de 8 dígitos, cujas posições ordinais passam a ter o seguinte significado:
Fonte/Destinação de Recursos
Dessa forma, o mesmo código utilizado para controle das destinações da receita também é
utilizado na despesa, para controle das fontes financiadoras, contribuindo para o atendimento
do parágrafo único do art. 8º e do art. 50, inciso I, da Lei de Responsabilidade Fiscal:
“Art. 8º [...] Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão
utilizados, exclusivamente, para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício
diverso daquele em que ocorrer o ingresso. [...]
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das
contas públicas observará o seguinte:
Segundo esta classificação, as receitas do Governo Federal podem ser divididas em:
Primárias (P), quando seus valores são incluídos no cálculo do resultado primário;
As receitas financeiras são aquelas que não contribuem para o resultado primário ou
não alteram o endividamento líquido no exercício correspondente, uma vez que criam
uma obrigação ou extinguem um direito, ambos de natureza financeira, junto ao setor
privado interno e/ou externo.
Crédito Público
A palavra “crédito” contém a ideia de “acreditar”, “confiar”, e tem origem no latim creditum.
Para Aliomar Baleeiro, “Crédito público é a faculdade que tem o Estado de, com base na
confiança que inspira e nas vantagens que oferece, obter, mediante empréstimo, recursos de
quem deles dispõe, assumindo, em contrapartida, a obrigação de restituí-los nos prazos e
condições fixados”.
São dois os meios através dos quais o Estado pode obter crédito público:
Voluntário — tem por base a autonomia da vontade do credor, podendo dar origem a
um contrato de mútuo ou ter por base a aquisição de títulos da dívida pública.
Dívida fundada — contraída em longo prazo (mais de um ano), ou até mesmo sem
prazo certo ou obrigação de resgate, caso em que ocorre somente o pagamento de
juros e encargos.
Dívida flutuante — contraída em curto prazo (um ano) para atender necessidades
para as quais as receitas não são suficientes.
Dívida Ativa
De forma alinhada com o art. 39 da Lei nº 4.320/1964, podemos conceituar dívida ativa como
a soma dos créditos tributários e não tributários em favor da Fazenda Pública, não recebidos
dentro dos prazos de pagamento estabelecidos em lei, inscritos pelo órgão ou entidade
competente, após apuração de certeza e liquidez.
A dívida ativa é uma fonte potencial de recursos financeiros e não deve ser confundida com a
dívida pública, uma vez que esta representa as obrigações do ente público (passivo).
A Dívida Ativa é classificada segundo a origem do crédito, nos termos do art. 39 da Lei nº
4.320/1964.
“Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão
escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas
orçamentárias.”
Dívida Ativa não Tributária é proveniente dos demais créditos da Fazenda Pública,
decorrentes de contratos em geral ou de outras obrigações legais.
Planejamento
Efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará
na proposta orçamentária.
Isso deve ser realizado em conformidade com as normas técnicas e legais correlatas,
com destaque para as disposições constantes da Seção I, “Da Previsão e da
Arrecadação”, do Capítulo III, da Lei de Responsabilidade Fiscal, em especial o art. 12.
“Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão
os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do
crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas
de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois
seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.”
Execução
Controle e avaliação
Essa fase compreende a fiscalização realizada pela própria administração, pelos órgãos
de controle e pela sociedade.
José Carlos Marion nos ensina que “todo dinheiro que sai do caixa pelo pagamento de uma
despesa ou por outra aplicação qualquer denomina-se desembolso ou desencaixe”.
Os recursos que saem dos cofres públicos e que não representam uma despesa são aqueles
que não são aplicados no custeio das necessidades públicas, pois se destinam ao pagamento
de obrigações que estavam integradas no passivo.
De acordo com a resolução, as despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o
período contábil, sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incremento em
passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de
distribuição aos proprietários da entidade.
A Contabilidade Aplicada ao Setor Público, como ramo da Ciência Contábil, deve observar os
Princípios de Contabilidade.
“Em primeiro lugar, designa o conjunto dos dispêndios do Estado, ou de outra pessoa de
Direito público, para o funcionamento dos serviços públicos”;
“... é a aplicação de certa quantia em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público
competente, dentro de uma autorização legislativa, para execução de um fim a cargo do
governo”.
Para Lima (2007), “Define-se despesa pública como o conjunto de dispêndios da entidade
governamental para o funcionamento dos serviços públicos. Nesse sentido, como parte do
orçamento, a despesa compreende as autorizações para gastos com as várias atribuições e
funções governamentais.
Qualitativos
Quantitativos
Conceito - Restos a Pagar são as despesas empenhadas, mas não pagas, dentro do
exercício financeiro, ou seja, até 31 de dezembro (art. 36 da Lei no 4.320/64 e 67 do
Decreto no 93.872/86). Quando o pagamento deixa de ser efetuado no próprio
exercício, procede-se, então, à inscrição em Restos a Pagar.
Suprimento de Fundos
Exceção: Depósito em conta corrente nos casos em que não seja possível utilizar o CPGF.
Por sua vez, o parágrafo primeiro desse mesmo artigo procura definir o que se
entende como “responsabilidade na gestão fiscal”, estabelecendo os seguintes
postulados:
A LRF estabelece limites máximos de gastos com pessoal e limites mínimos de gastos
com Educação e Saúde.
o Reformas e pensões;
o Encargos sociais;
Regime contábil
Regime contábil é um procedimento que estabelece as regras para classificação e registro das
variações ou alterações patrimoniais (fatos contábeis). Os regimes contábeis podem ser:
c) Regime misto: mescla o regime de caixa e o regime de competência, ou seja, estabelece que
as receitas sejam reconhecidas no momento do efetivo ingresso dos recursos financeiros e as
despesas no momento em que ocorrerem os respectivos fatos geradores, independentemente
do ingresso dos recursos financeiros.
O Apêndice II da Resolução CFC nº 750/93, aprovado pela Resolução CFC nº 1111/07, trata dos
Princípios de Contabilidade sob a perspectiva do Setor Público e, na sua introdução, traz o
seguinte enunciado:
“O ponto de partida para qualquer área do conhecimento humano deve ser sempre os
princípios que a sustentam. Esses princípios espelham a ideologia de determinado sistema,
seus postulados básicos e seus fins. Vale dizer, os princípios são eleitos como fundamentos e
qualificações essenciais da ordem que institui.
Entidade;
Continuidade;
Oportunidade;
Competência;
Prudência.
(OBS: o Princípio da Atualização Monetária foi revogado pela Resolução CFC nº 1282/2010).
Resolução nº 1.111/07
Princípio da Entidade
Parágrafo único. O patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A soma
ou a agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, mas em
uma unidade de natureza econômico-contábil.
Princípio da Continuidade
Princípio da Oportunidade
Nos registros dos atos e fatos contábeis, será considerado o valor original dos componentes
patrimoniais.
Valor Original, que, ao longo do tempo, não se confunde com o custo histórico, corresponde
ao valor resultante de consensos de mensuração com agentes internos ou externos, com base
em valores de entrada ― a exemplo de custo histórico, custo histórico corrigido e custo
corrente; ou valores de saída ― a exemplo de valor de liquidação, valor de realização, valor
presente do fluxo de benefício do ativo e valor justo.
Princípio da Competência
Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos
sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou
pagamento.
Princípio da Prudência
Art. 10º O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do
ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente
válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
A prudência deve ser observada quando, existindo um ativo ou um passivo já escriturado por
determinados valores, segundo os Princípios do Valor Original, surgirem possibilidades de
novas mensurações.
1922 - Decreto nº 4.536/1922 ― Código de Contabilidade Pública (926 artigos). Aprovado pelo
Decreto nº 15.783/1922.
2004 - O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) cria um Grupo de Estudos para estudar e
propor Normas de Contabilidade Aplicada ao Setor Público ― Portaria CFC 37/2004.
2007 - O CFC cria o Comitê Gestor da Convergência no Brasil ― Resolução nº 1.103/2007 ― e
edita a Resolução nº 1.111/07, que trata da aplicação dos Princípios da Contabilidade na
perspectiva do setor público (aprova o Apêndice II da Res. CFC 750/93).
2008
2009
Ativos
“Recursos controlados pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se
espera que resultem, para a entidade, benefícios econômicos futuros ou potencial de
serviços. Um ativo deve ser reconhecido quando for provável que benefícios futuros
dele fluirão para a entidade e seu custo ou valor puder ser determinado em bases
confiáveis” (MCASP 6ª edição).
Passivos
“Obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos passados, cujos pagamentos
se esperam que resultem para a entidade em saídas de recursos capazes de gerar
benefícios econômicos ou potencial de serviços.
Um passivo deve ser reconhecido quando for provável que uma saída de recursos
envolvendo benefícios econômicos seja exigida em liquidação de uma obrigação
presente e o valor pelo qual essa liquidação se dará possa ser determinado em bases
confiáveis” (MCASP 6ª edição).
Patrimônio Líquido
“O valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos seus passivos”
(MCASP 6ª edição).
Conforme disposto na NBC T 16.6, que trata das Demonstrações Contábeis do Setor
Público, o ativo e o passivo são segregados em “circulante” e “não circulante”, com
base em seus atributos de conversibilidade e exigibilidade. Por outro lado, a Lei nº
4.320/1964 segrega o ativo e o passivo em Financeiro e Permanente.
Reconhecimento inicial
As entidades, inicialmente, devem realizar ajustes para que o balanço patrimonial reflita a
realidade dos seus elementos patrimoniais, mensurando inicialmente pelo custo ou valor
justo, os estoques, imobilizados e intangíveis, adotando, posteriormente, procedimentos de
mensuração após o reconhecimento inicial.
Esse primeiro ajuste decorre de exercícios anteriores nos quais o patrimônio público não era
depreciado, nem eram ajustadas as valorizações e desvalorizações ocorridas no valor dos bens.
Reavaliação
Reavaliação é a adoção do valor de mercado ou de consenso entre as partes para bens do
ativo. Diversos fatores podem fazer com que o valor contábil de um ativo não corresponda ao
seu valor justo.
Assim, caso a entidade adote esse método de mensuração após reconhecimento inicial de uma
classe de ativo imobilizado ou intangível, é necessário que, de tempos em tempos, esses bens
passem por um processo visando adequar o seu valor contábil.
A frequência com que as reavaliações são realizadas depende das mudanças dos valores justos
dos itens do ativo que serão reavaliados.
Se um item do ativo imobilizado for reavaliado, é necessário que toda a classe de contas do
ativo imobilizado à qual pertence esse ativo seja reavaliada simultaneamente.
A reavaliação pode ser realizada através da elaboração de um laudo técnico por perito ou
entidade especializada, ou ainda através de relatório de avaliação realizado por uma comissão
de servidores.
Exemplos de fontes de informações para a avaliação do valor de um bem podem ser: o valor
do metro quadrado do imóvel em determinada região ou a tabela FIPE no caso dos veículos.
Caso seja impossível estabelecer o valor de mercado do ativo, pode-se defini-lo com base em
parâmetros de referência que considerem bens com características, circunstâncias e
localizações assemelhadas.
Caso um ativo intangível em uma das classes de ativos intangíveis não possa ser reavaliado
porque não existe mercado ativo para ele, este somente poderá ser mensurado pelo custo
menos a amortização acumulada e a perda caso seja irrecuperável.
A redução ao valor recuperável não deve ser confundida com a depreciação. Esta é entendida
como o declínio gradual do potencial de geração de serviços por ativos de longa duração, ou
seja, a perda do potencial de benefícios de um ativo motivada pelo desgaste, uso, ação da
natureza ou obsolescência. Já o impairment é a desvalorização de um ativo quando seu valor
contábil excede seu valor recuperável.
Redução ao valor recuperável pode ser entendida como uma perda dos futuros benefícios
econômicos ou do potencial de serviços de um ativo, além da depreciação. Quando o valor
contábil for superior ao valor recuperável, ocorrerá uma perda por redução ao valor
recuperável do ativo, que reflete um declínio na utilidade de um ativo para a entidade que o
controla.
Depreciação
É o declínio do potencial de geração de serviços por ativos de longa duração, ocasionada pelos
seguintes fatores:
Deterioração física;
Obsolescência.
Para efetuar-se a depreciação, é necessário que a base monetária inicial seja confiável, ou seja,
o valor registrado deve espelhar o valor justo.
Por questões didáticas a depreciação será calculada anualmente. A tabela a seguir demonstra
os cálculos:
O método da soma dos dígitos resulta em uma taxa decrescente durante a vida útil. Esse é o
método mais adequado para itens do imobilizado tais como veículos.
O método das unidades produzidas resulta em uma taxa baseada no uso ou produção
esperados. A vida útil do bem é determinada pela capacidade de produção.
Provisões
Provisões são obrigações presentes, derivadas de eventos passados, cujos pagamentos se
esperam que resultem para a entidade saídas de recursos capazes de gerar benefícios
econômicos ou potencial de serviços, e que possuem prazo ou valor incerto.
O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) elenca alguns tipos de provisões, por
exemplo:
Variações Patrimoniais
Conforme estabelecido no Art. 100 da Lei nº 4.320/64, a Contabilidade Pública dispõe de um
conjunto de contas destinadas a demonstrar as alterações sofridas pelo patrimônio.
A NBC T 16.4, que trata das Transações no Setor Público, traz as seguintes definições:
As variações patrimoniais que afetem o patrimônio líquido devem manter correlação com as
respectivas contas patrimoniais.
a) Variações orçamentárias - que têm origem na execução da lei orçamentária e tanto podem
aumentar como reduzir o valor do patrimônio (VPA ou VPD);
Um plano de contas deve ter os seguintes componentes: (a) elenco de contas, que é a relação
das contas que compõem o plano; (b) função das contas, que é o descritivo do que a conta
registra; (c) funcionamento das contas, que se refere à descrição das situações nas quais a
conta é debitada ou creditada.
O PCASP dispõe de mecanismos que possibilitam a consolidação das contas públicas nos
diversos níveis de governo, com a adequada elaboração das DCASP e do BSPN.
Além dos atributos conceituais, as contas contábeis possuem um atributo legal, que é o
Indicador do Superávit Financeiro — Atributos Financeiro (F) e, Permanente (P). A classificação
do ativo e do passivo em financeiro e permanente permite a apuração do superávit financeiro
no Balanço Patrimonial (BP) de acordo com a Lei nº 4.320/1964.
Promover a accountability;
As estruturas das Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP) têm origem na
Lei nº 4.320/1964 e na NBC T 16.6, e estão descritas na Parte V da 6ª edição do Manual de
Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP).
A NBC T 16.6, que trata das demonstrações contábeis, foi aprovada através da Resolução nº
1.133/2008, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
Balanço Orçamentário – BO
O art. 102 da Lei nº 4.320/1964 estabelece que o Balanço Orçamentário demonstrará as
receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas.
Quadro Principal;
Balanço Financeiro – BF
O Balanço Financeiro é composto por um único quadro que evidencia a movimentação
financeira, demonstrando:
Balanço Patrimonial – BP
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, qualitativa e
quantitativamente, a situação patrimonial da entidade pública através de contas patrimoniais,
bem como os atos potenciais, que são registrados em contas de compensação.
Ativo Circulante
Os ativos devem ser classificados como circulantes quando estiverem disponíveis para
realização imediata ou tiverem a expectativa de realização até doze meses após a data das
demonstrações contábeis.
Compreende os ativos que atendam a qualquer um dos seguintes critérios: sejam caixa ou
equivalente de caixa; sejam realizáveis ou mantidos para venda ou consumo dentro do ciclo
operacional da entidade; sejam mantidos primariamente para negociação; sejam realizáveis no
curto prazo.
Estoques;
Compreende os ativos que têm expectativa de realização após doze meses da data das
demonstrações contábeis.
Investimentos;
Imobilizado;
Intangível;
Diferido.
Passivo Circulante
Compreende os passivos exigíveis até doze meses da data das demonstrações contábeis.
Compreende os passivos exigíveis após doze meses da data das demonstrações contábeis.
Quadro Principal;
A DMPL é obrigatória para as empresas estatais dependentes, desde que constituídas sob a
forma de sociedades anônimas, e facultativa para os demais órgãos e entidades dos entes da
Federação.
No setor público brasileiro, a consolidação pode ser feita no âmbito intragovernamental (em
cada ente da Federação) ou em âmbito intergovernamental (consolidação nacional).
A fim de possibilitar a consolidação das contas públicas nos diversos níveis de governo, foi
criado no Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP), um mecanismo para a
segregação dos valores das transações que serão incluídas ou excluídas na consolidação.
O PCASP indica as contas obrigatórias e o nível de detalhamento mínimo a ser utilizado pelos
entes da Federação, a fim garantir a consolidação das contas nacionais.
Para fins de elaboração das demonstrações contábeis consolidadas, devem ser excluídos os
seguintes itens, por exemplo:
Esses dizeres são inadequados, porque, na verdade, o estabelecimento está “FECHADO PARA
INVENTÁRIO”, visando conferir e atualizar as quantidades físicas dos seus estoques e, em
alguns casos, dos seus equipamentos e materiais.
Conceito de Patrimônio
A contabilidade conceitua patrimônio como o conjunto de bens, direitos e obrigações.
Entretanto, é comum empregar o termo “gestão patrimonial” apenas para os bens que
integram o patrimônio: materiais de consumo, equipamentos, materiais permanentes,
imóveis, semoventes e bens intangíveis.
No esquema, a seguir, você pode visualizar uma demonstração do foco da gestão patrimonial:
Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter permanente, com indicação dos
elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes
responsáveis pela sua guarda e administração.
Art. 95. A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e imóveis.
Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico
de cada unidade administrativa e os elementos da escrituração sintética na contabilidade.
Conceito de Inventário
SANTOS (2012), de forma alinhada com a Instrução Normativa SEDAP/PR nº 205/1988,
conceitua inventário sob duas abordagens: a primeira voltada para a gestão de matérias, e a
segunda referente à gestão dos bens patrimoniais do ativo permanente. Veja cada conceito, a
seguir:
Cumprir a legislação;
Atenção:
Conjugando os dois conceitos de uma forma abrangente, podemos afirmar que Inventário
físico é um instrumento de controle para a verificação dos saldos de estoques nos
almoxarifados e depósitos, e dos equipamentos e materiais permanentes, em utilização ou
não, na entidade.
Fases do Inventário
O inventário compreende as seguintes fases:
2 - Levantamento
Consiste na emissão da lista inicial do inventário, que deve conter a totalidade dos bens a
serem inventariados, com a sua descrição, localização e valor.
3 - Arrolamento
Consiste no registro das características e quantidades obtidas no levantamento, podendo ser
de forma sintética ou analítica.
4 - Conciliação
Ajuste dos dados escriturais dos saldos físicos e contábeis, bem como o levantamento da
situação dos equipamentos e materiais permanentes em uso e suas necessidades de
manutenção e reparo, ou mesmo, se o bem ainda é necessário naquela unidade.
5 - Avaliação
Consiste na atribuição de uma unidade de valor ao elemento patrimonial, devendo ter por
base o custo.
6 - Encerramento
Registro do Inventário
Na administração pública, o inventário deve ser registrado pela contabilidade, de forma a
promover o controle, a preservação e a prestação de contas do patrimônio.
Para que o inventário seja efetivo, é preciso que os bens, a partir do momento de aquisição,
sejam periodicamente reavaliados, e que sejam atualizadas as informações sobre
as condições físicas e de utilização dos mesmos.
Atenção:
A reavaliação dos bens patrimoniais implica a consideração de aspectos relativos à
mensuração do seu valor, em decorrência de fenômenos como a depreciação por desgaste ou
obsolescência.
Tipos de Inventário
Existem cinco tipos de inventários. Veja:
Anual
Destinado a comprovar a quantidade e o valor dos bens patrimoniais do acervo de
cada unidade gestora, existente em 31 de dezembro de cada exercício — constituído
do inventário anterior e das variações patrimoniais ocorridas durante o exercício.
Inicial
Realizado por ocasião da criação de uma unidade gestora, com o objetivo de
identificar e registrar os bens sob sua responsabilidade.
De transferência de responsabilidade
Realizado quando há mudança do dirigente de uma unidade gestora.
De extinção ou transformação
Realizado quando há extinção ou transformação da unidade gestora.
Eventual
Realizado em qualquer época, por iniciativa do gestor ou dos órgãos de fiscalização e
controle.
Instantaneidade
O levantamento deve referir-se a um determinado instante, dia e hora do seu início e
término, para todo patrimônio a que se refere.
Tempestividade
O levantamento deve ser realizado na data mais próxima possível do evento (motivo) a
que se refere, e no menor tempo possível, para evitar manobras, distorções de fatos
ou situações.
Integridade
O levantamento deve envolver todos os elementos que são objetos do inventário a
que se refere.
Especificação
O inventário deve especificar cada elemento patrimonial e agrupá-los, de acordo com
sua função, em grupos homogêneos que, efetivamente, o representem.
Homogeneidade
Os elementos patrimoniais devem ser apresentados sob medidas uniformes (litros,
metros, quilos) e, principalmente, uma única medida de valor (moeda nacional).
Uniformidade
Devem ser mantidos os mesmos critérios, normas e estrutura para a elaboração de
todos os inventários, com a finalidade de assegurar a possibilidade de comparações
entre inventários sucessivos.
Bens em Almoxarifado
A existência e a movimentação dos itens de material permanente e de consumo serão
registradas e controladas mediante a observância das normas relativas ao controle do
almoxarifado.
Atenção:
Operacionalmente, a baixa consiste na retirada do bem do cadastro físico e contábil e pode ter
origem em variadas causas, tais como:
Alienação;
Avaria;
Furto;
Obsolescência.
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Até 2009, os bens de uso comum do povo não eram registrados pela contabilidade e, portanto,
não eram inventariados.
Com a edição, em 2008, da NBCT 16.10, os bens de uso comum passaram a ser objeto de
registro contábil, nos seguintes termos:
“Os bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos públicos, ou aqueles
eventualmente recebidos em doação, devem ser incluídos no ativo não circulante da entidade
responsável pela sua administração ou controle, estejam, ou não, afetos a sua atividade
operacional. A mensuração dos bens de uso comum será efetuada, sempre que possível, ao
valor de aquisição ou ao valor de produção e construção”.
Saiba Mais:
Bens dominicais são aqueles que, apesar de integrarem o patrimônio público, não possuem
uma destinação pública ou fim administrativo específico.
Novo
Refere-se ao bem adquirido e que se encontra com menos de um ano de uso.
Bom
Quando o bem se encontra em perfeitas condições e em uso normal.
Ocioso
Quando, embora em perfeitas condições de uso, o bem não está sendo utilizado.
Recuperável
Quando o bem é passível de recuperação e o custo para tanto não excede a cinquenta
por cento de seu valor de mercado.
Antieconômico
Quando a manutenção do bem é onerosa, ou seu rendimento implique elevado
custo/benefício.
Irrecuperável
Quando não é mais possível utilizar o bem para os fins a que se destina, ou devido à
inviabilidade econômica de sua recuperação.
Material de Consumo
É aquele que, em razão de seu uso corrente e da definição da Lei nº 4.320/64, perde,
normalmente, sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois anos.
Material Permanente
É aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua identidade física, e/ou
tem uma durabilidade superior a dois anos.
Registro Contábil
Para entender o processo de registro contábil, vamos exemplificá-lo com o evento de maior
frequência no que se refere ao controle patrimonial, que é a aquisição de material de
consumo. Trataremos as três fases da execução da despesa pública (empenho, liquidação e
pagamento), da incorporação do material ao almoxarifado e da sua destinação para utilização.
Observe:
1 - Empenho
2 - Controle
3 - Incorporação
4 - Liquidação
5 - Pagamento
6 - Destinação
Segundo o SERPRO, o SIAFI registra cerca de 28 milhões de documentos por exercício e tem,
aproximadamente, 55 mil usuários ativos.
A STN avalia que, desde sua criação, o sistema tem alcançado, satisfatoriamente, seus
principais objetivos, que são:
Padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão dos recursos públicos, sem
implicar rigidez ou restrição a essa atividade, uma vez que permanece sob total
controle do ordenador de despesa de cada Unidade Gestora (UG);
O SIAFI também pode ser utilizado por entidades privadas mediante autorização da
STN e celebração de convênio ou acordo.
Atenção:
Os Estados e Municípios dispõem de um sistema semelhante ao SIAFI. Trata-se do Sistema
Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (SIAFEM), cuja missão é
uniformizar, simplificar e organizar, de forma integrada, sua execução orçamentária, financeira
e contábil.
Histórico
Para compreendermos o cenário atual, vamos, primeiramente, passar por um breve histórico.
Até o ano de 1986, o Governo Federal convivia com uma série de problemas que dificultavam
a adequada gestão dos recursos públicos. Eram eles:
O primeiro passo para solucionar os problemas foi a criação da STN, em 10 de março de 1986,
cujo objetivo era auxiliar o Ministério da Fazenda na gestão das finanças públicas.
Como já mencionado, a STN definiu e desenvolveu o SIAFI em conjunto com o SERPRO. Esse
sistema foi implantado em janeiro de 1987, dotando o Brasil de um poderoso instrumento
para a adequada gestão dos recursos públicos.
Ainda nesse mesmo ano, outra importante inciativa adotada para superar os problemas de
gestão dos recursos públicos foi a criação da Conta Única do Tesouro Nacional, que veio
unificar as milhares de Contas Correntes bancárias existentes no âmbito da Administração
Pública Federal.
Vantagens
O SIAFI representou um avanço tão expressivo para a Contabilidade Pública que, atualmente, é
reconhecido no mundo inteiro e recomendado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)
como modelo.
Contabilidade
Rapidez, qualidade e precisão da informação.
Finanças
Agilidade da programação financeira, que otimizou a utilização dos recursos do
Tesouro Nacional, por meio da unificação dos recursos de caixa do Governo Federal na
Conta Única do Banco Central.
Orçamento
A execução orçamentária passou a ser realizada dentro do prazo e com transparência,
completamente integrada à execução patrimonial e financeira.
Além disso, a visão de quantos e quais são os gestores que executam o orçamento
ficou mais clara: mais de 4.000 gestores cadastrados executam seus gastos através do
sistema on-line.
Auditoria
Facilidade na apuração de irregularidades com o dinheiro público.
Transparência
Detalhamento total do emprego dos gastos públicos, disponível em relatórios
publicados no site.
Atenção:
Além de tudo isso, o SIAFI apresenta outras vantagens. Afinal, o sistema:
Características
O SIAFI é um sistema de informações centralizado em Brasília que interliga os órgãos do
Governo Federal localizados no Brasil e no exterior, através da rede de telecomunicações do
SERPRO e da conexão a outras inúmeras redes externas.
O SIAFI é estruturado por exercícios: cada ano equivale a um sistema diferente, ou seja, a regra
de formação do nome do sistema é a sigla SIAFI acrescida de quatro dígitos referentes ao ano
do sistema que se deseja acessar.
Exemplo:
Cada subsistema tem uma função própria e bem delimitada no SIAFI. Podemos organizá-los
informalmente em cinco grupos principais. São eles:
Administração do sistema;
Organização de tabelas;
Acesso e Conexão
Existem três ambientes disponíveis no SIAFI. Agora, iremos conhecê-los. Vamos lá?
Ambiente de treinamento
O acesso ao ambiente de treinamento é liberado a todos os usuários habilitados.
Ambiente de homologação
O acesso ao ambiente de homologação é de uso restrito: é permitido apenas a órgãos
que estão fazendo integração – sob condições especiais – e a servidores da STN.
Ambiente de produção
O acesso ao ambiente de produção é feito por meio da internet, através dos
navegadores padrões.
o ON-LINE
Acesso direto ao sistema, de aproximadamente 5.000 UGs, via
teleprocessamento para execução das operações diárias, tanto de entrada
quanto de consulta de dados.
o OFF-LINE
Acesso indireto ao sistema, por UGs que não possuem ligação com o SIAFI e
que têm seus registros efetuados por outras UGs on-line às quais são
subordinadas, chamadas UGs Polo de Digitação.
Modalidades de Uso
São duas as modalidades de uso do SIAFI: total e parcial.
Todos os órgãos da Administração Direta e grande parte dos órgãos da Administração Indireta
utilizam o sistema na modalidade total, que compreende:
Parte dos órgãos da Administração Indireta utiliza o SIAFI na modalidade parcial, apenas para
controle financeiro dos recursos destinados às unidades pelo Órgão Geral da União (OGU).
Essa modalidade:
Aspectos de Segurança
Para atender aos critérios de confidencialidade, integridade e disponibilidade da informação,
aspectos de segurança foram incorporados ao SIAFI.
Eventos
Os eventos são catalogados na Tabela de Eventos do SIAFI – parte integrante do Plano de
Contas da Administração Pública Federal (PCASP).
Os registros são lançados no mesmo momento em que os fatos ocorrem, e, para efetuar a
classificação contábil de cada ato realizado, não é necessária a existência de um contador em
cada UG.
Atenção:
Para registrar suas transações diárias, as UGs devem utilizar os códigos da Tabela de Eventos.
Caso não seja encontrado na tabela o evento que expresse, com bastante clareza, a transação
a ser processada, a STN deverá ser contatada para os esclarecimentos necessários.
Somente aos órgãos de Contabilidade compete realizar os registros contábeis sem a indicação
de eventos. Nesse caso, o tratamento dado a esses registros será feito através de débito (d) e
crédito (c), desde que não correspondam a receitas ou despesas.
DF
Sigla: DF
Título: Documento de Arrecadação de Receita Federal (DARF eletrônico)
Função: Registrar a arrecadação de receitas federais efetivadas pelos órgãos e pelas
entidades por meio de transferências de recursos intra-SIAFI entre a UG recolhedora e
a Conta Única do Tesouro Nacional.
GP
Sigla: GP
Título: Guia de Recolhimento da Previdência Social (GRPS eletrônica)
Função: Registrar o recolhimento das contribuições para a Seguridade Social por meio
de transferências de recursos intra-SIAFI entre a UG recolhedora e a Conta Única do
Tesouro Nacional.
GR
Sigla: GR
Título: Guia de Recebimento
Função: Arrecadar receitas próprias, recolher a devolução de despesas ou acolher
depósitos de diversas origens.
NC
Sigla: NC
Título: Nota de Movimentação de Crédito
Função: Registrar eventos vinculados à transferência de créditos, tais como destaque,
provisão, anulação de provisão e anulação de destaque.
ND
Sigla: ND
Título: Nota de Dotação
Função: Registrar desdobramento, por plano interno ou fonte – quando detalhada –,
dos créditos previstos na Lei Orçamentária Anual, bem como incluir os créditos nela
não considerados.
NE
Sigla: NE
Título: Nota de Empenho
Função: Registrar na base do empenho eventos vinculados ao comprometimento da
despesa.
NL
Sigla: NL
Título: Nota de Lançamento por Evento
Função: Registrar eventos contábeis não vinculados a documentos específicos.
NS
Sigla: NS
Título: Nota de Lançamento de Sistema
Função: Registrar eventos contábeis de forma automática.
OB
Sigla: OB
Título: Ordem Bancário
Função: Registrar o pagamento de compromissos, a transferência de recursos entre
UG, bem como a liberação de recursos para fins de adiantamento, suprimento de
fundos, cota, repasse, sub-repasse e afins.
PE
Sigla: PE
Título: Pré-empenho
Função: Registrar créditos orçamentários pré-compromissados para atender objetivos
específicos, nos casos em que a despesa a ser realizada cumprir, devido a suas
características, etapas com intervalos de tempo – desde a decisão administrativa até a
efetivação da emissão da NE.
CAPÍTULO II
Seção I
NORMAS GERAIS
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades
controladas pelo Poder Público;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
A LRF é um mecanismo que incrementa o controle das contas públicas, inferindo maior rigor
para que o governo não contraia empréstimos ou dívidas que possam levar ao desequilíbrio
das contas públicas.
Atenção:
A LRF estabelece, em âmbito nacional, normas de gestão fiscal e patrimonial dos recursos
públicos, que devem ser observadas pelas pessoas jurídicas de direito público interno da
União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, englobando:
Objetivos da LRF
O principal objetivo da LRF, de acordo com o caput do seu art. 1º, consiste em estabelecer
normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
Por sua vez, o parágrafo primeiro desse mesmo artigo procura definir o que se entende como
“responsabilidade na gestão fiscal”, estabelecendo os seguintes objetivos:
A Lei de Responsabilidade Fiscal não substituiu, tampouco revogou a Lei nº 4.320/64, que há
mais de 50 anos normatiza as finanças públicas no Brasil. Seus objetivos são diferentes, como
podemos analisar, a seguir:
Saiba Mais:
Muito embora, tecnicamente, a Lei nº 4.320/64 seja uma lei ordinária, ela é recepcionada com
status de lei complementar. Entretanto, caso haja algum dispositivo conflitante entre as duas
normas jurídicas, prevalece o estabelecido na lei mais recente, ou seja, na LRF.
Metas Fiscais
A LRF exige que as leis de diretrizes orçamentárias contenham um anexo com a série de metas
fiscais para os três anos subsequentes à respectiva edição. Veja aqui o que diz a lei.
Resultado Primário
Saiba Mais:
Resultado Nominal
O Resultado Nominal consiste no cálculo do superávit ou déficit total, que inclui as
receitas e as despesas com juros. Nesse caso, o cálculo consiste apenas em subtrair
toda a despesa do governo de toda a receita do governo (financeiras e não-
financeiras).
Limites
A LRF fixou os seguintes limites para os gastos públicos:
Regra de Ouro
CF/88, art. 167, inciso III - A realização de operações de créditos que excedam o
montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo
por maioria absoluta;
LRF, art. 12, § 2º - O montante previsto para as receitas de operações de crédito não
poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei
orçamentária.
A regra de ouro visa a evitar que os recursos de operações de crédito sejam utilizados
para financiar despesas correntes.
Saiba Mais:
Antes de passarmos para a próxima aba, conheça o que a LRF classifica como despesas
com pessoal e os limites estabelecidos pela lei, disponível aqui.
Dívida Consolidada
Na época em que a Resolução foi aprovada, foi concedido um prazo de 15 anos para
que os entes que apresentavam dívidas superiores aos limites estabelecidos se
enquadrassem (até 2016).
Garantias
Atenção:
Restos a Pagar
“É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois
quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser
cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no
exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este
efeito. Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão
considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do
exercício”.
Educação
Neste sentido, o art. 205 da CF/88 estipula que a educação é direito de todos e dever
do Estado e da família. Assim, a fim de cumprir o mando constitucional, o artigo 212 da
própria CF/88 estabelece:
Saúde
o União: o valor apurado no ano anterior corrigido pela variação nominal do PIB;
o Estados: 12% das receitas de impostos e transferências constitucionais e
legais;
Mecanismos de Compensação
A LRF prevê dois Mecanismos de Compensação: Renúncia de Receita e Geração de despesas
obrigatórias de caráter continuado. Iniciaremos abordando a Renúncia de Receita.
Benefícios tributários
São exceções ao sistema tributário, que reduzem a arrecadação e aumentam a
disponibilidade econômica de determinado grupo de contribuinte, caracterizando-se
como gastos governamentais indiretos, que têm por objetivo atender necessidades
econômicas e sociais.
Benefícios financeiros
São desembolsos realizados por meio do equilíbrio das taxas de juros e dos preços, e
da assunção de dívidas decorrentes de saldos de obrigações de responsabilidade do
Tesouro, cujos valores constam do orçamento.
Benefícios creditícios
São gastos que têm origem em programas oficiais de crédito, implementados com
taxas de juros inferiores ao custo de captação ou oportunidade do ente público. Os
recursos dos benefícios creditícios são, geralmente, destinados ao financiamento de
atividades produtivas voltadas para o desenvolvimento regional, social e de
determinados setores da economia.
Atenção:
Histórico e Legislação
De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU):
“A história do controle no Brasil remonta ao período colonial. Em 1680, foram criadas as Juntas
das Fazendas das Capitanias e a Junta da Fazenda do Rio de Janeiro, jurisdicionadas a Portugal.
Em 1808, na administração de D. João VI, foi instalado o Erário Régio e criado o Conselho da
Fazenda, que tinha como atribuição acompanhar a execução da despesa pública”.
A seguir, vamos classificar esse sistema de controle de acordo com alguns critérios.
Controle legislativo
Controle exercido exclusivamente pelos órgãos do Poder Legislativo sobre alguns atos
do Poder Executivo, de forma direta ou indireta, com o auxílio do respectivo Tribunal
de Contas.
O controle legislativo é, portanto, limitado pela Carta Magna, considerando que implica a
interferência do Poder Legislativo nos outros dois Poderes.
Controle judiciário
Fundamentado no Artigo 5º, Inciso XXXV, da Constituição Federal, o controle judiciário
é exercido exclusivamente pelo Poder Judiciário.
Seu objetivo é verificar a legalidade dos atos administrativos do Poder Executivo, do
Poder Legislativo e do próprio Poder Judiciário. Afinal, o princípio da legalidade é o
principal alicerce sobre o qual se sustenta o Estado de Direito.
Controle político
Avaliação de aspectos relativos à legalidade, à oportunidade, à conveniência e ao
mérito de determinados atos administrativos do Poder Executivo, diante do interesse
do Estado e dos administrados.
Controle financeiro
De uma forma geral, o controle financeiro é exercido pelo Poder Legislativo. Na esfera
federal, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União está prevista nos Artigos 70 a 75 da Constituição Federal, e tem como principal
pilar o dever de prestar contas.
Interno
Processo organizacional composto pelas regras, pelas políticas e pelos procedimentos
de responsabilidade da própria gestão. Seu propósito é assegurar que os objetivos da
Administração Pública sejam alcançados de forma eficiente, eficaz e efetiva, e impedir
a ocorrência de erros, de fraudes e ineficiências. Esse tipo de controle é exercido pela
própria entidade ou pelo próprio órgão responsável pela atividade controlada.
Externo
De acordo com o Artigo 71 da Constituição Federal, trata-se do controle político de
legalidade contábil e financeira, que deve averiguar:
Externo popular
O interesse público é o foco central da Administração Pública, o que confere aos
administrados legitimidade para verificar a regularidade da atuação dos gestores.
Preventivo ou prévio
Controle que visa verificar o ato administrativo antes de seu início ou de sua
conclusão.
Se, por um lado, o controle prévio infere segurança à gestão, por outro, pode
suspender a eficácia do ato até a análise pelo órgão competente, o que pode tornar a
Administração Pública ineficiente.
Exemplos:
Concomitante
Controle exercido durante a realização do ato administrativo, que visa verificar sua
regularidade.
Exemplos:
o Auditorias do TCU;
Exemplo:
Controle de mérito
Controle que visa aferir se o resultado decorrente do ato administrativo alcançou, de
forma adequada, a meta pretendida, considerando a relação custo/benefício.
Controle hierárquico
Controle que resulta do escalonamento vertical dos órgãos, em que os inferiores estão
subordinados aos superiores, submetendo-se à supervisão, orientação, fiscalização,
aprovação e revisão das atividades, além da correição – em caso de desvio de conduta.
Controle finalístico
Controle que visa verificar se a atuação da instituição está alinhada com o
planejamento governamental e suas funções estatutárias, cumprindo a missão e os
objetivos para os quais foi criada.
Esse tipo de controle ocorre quando um órgão da Administração Direta exerce
a supervisão sobre as entidades da Administração Indireta que lhe são vinculadas.
ATENÇÃO!
Supervisão NÃO é a mesma coisa que subordinação.
Atenção:
No Brasil, além do TCU e do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), cada estado da
federação tem seu próprio Tribunal de Contas. Os Estados do Pará, da Bahia, do Ceará e de
Goiás também têm tribunais para análise das contas de seus municípios. Para aqueles que têm
apenas o Tribunal de Contas do estado, é esse órgão que examina as contas estatais e
municipais sob sua jurisdição. Em nível municipal, apenas São Paulo e Rio de Janeiro têm
tribunais que analisam suas respectivas contas.
Além das atribuições previstas na Carta Magna, outras têm sido conferidas ao TCU através de
leis específicas – em especial, aquelas conferidas pela:
Fiscalizadora;
Consultiva;
Informativa;
Judicante;
Sancionadora;
Corretiva;
Normativa;
De ouvidoria;
Educativa.
Auditoria interna;
Correição administrativa;
Ouvidoria;
Atenção:
A CGU também deve exercer, como órgão central, a supervisão técnica dos órgãos que
compõem o Sistema de Controle Interno e o Sistema de Correição e das unidades de ouvidoria
do Poder Executivo Federal, prestando a orientação normativa necessária.
Processo de Contas
O processo de contas é a ação desempenhada pelo órgão competente no âmbito da
Administração Pública Direta ou Indireta. Seu objetivo é apurar a responsabilidade de pessoa
física, do órgão ou da entidade que deixar de prestar contas e der causa à perda, ao extravio
ou à outra irregularidade de que resulte ou possa resultar dano ao erário.
Ordinário
Processo realizado anualmente pelas unidades jurisdicionadas, cujos responsáveis estejam
alcançados pela obrigação prevista no Artigo 70, Parágrafo Único, da Constituição Federal.
Extraordinário
Processo constituído por ocasião da extinção, liquidação, dissolução, transformação, fusão,
incorporação ou desestatização de unidades jurisdicionadas, cujos responsáveis estejam
alcançados pela obrigação prevista no Artigo 70, Parágrafo Único, da Constituição Federal.
Para fins de avaliação dos dados apresentados pelos dirigentes, os processos de contas devem
levar em consideração os seguintes indicadores:
Risco
Identifica a possibilidade de algo acontecer e ter impacto nos objetivos por meio de
consequências e probabilidades.
Materialidade
Mede o volume de recursos envolvidos.
Relevância
Aponta o aspecto ou fato considerado importante, em geral, no contexto do objetivo
delineado, ainda que não seja material ou economicamente significativo.
Exame da conformidade
Analisa a legalidade, a legitimidade e a economicidade da gestão em relação a padrões
normativos e operacionais expressos nas normas e nos regulamentos aplicáveis, e da
capacidade dos controles internos de identificar e corrigir falhas e irregularidades.
Exame do desempenho
Analisa a eficácia, a eficiência, a efetividade e a economicidade da gestão em relação a
padrões administrativos e gerenciais expressos em metas e em resultados negociados
com a administração superior ou definidos nas leis orçamentárias, e da capacidade dos
controles internos de minimizar riscos e evitar falhas e irregularidades.
Controles internos
Avalia o conjunto de atividades, planos, métodos, indicadores e procedimentos
interligados, a fim de assegurar a conformidade dos atos de gestão e concorrer para
que os objetivos e as metas estabelecidas para as unidades jurisdicionadas sejam
alcançados.
"No âmbito do governo federal, ocorre uma distinção específica quanto à forma de
apresentação dos processos de prestação de contas, segundo a vinculação administrativa dos
órgãos, ou seja, se pertence à estrutura da Administração Pública Direta ou Indireta."
O Parágrafo Único do Artigo 70 da Constituição Federal estabelece quem deve prestar contas:
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.”
Atenção:
Legislação Aplicável
Atualmente, existem diversas normas em nível federal, estadual e municipal
que regulamentam os processos de tomada e prestação de contas.
Em nível federal, cabe destacar a Instrução Normativa - TCU nº 63/2010, que estabelece
normas de organização e de apresentação dos relatórios de gestão, e das peças
complementares que constituirão os processos de contas da Administração Pública federal.