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(aula 1 e 2)
Definição DA: ramo de direito que disciplina a organização da administração pública e o quadro das relações
jurídicas que se estabelecem no âmbito do exercício da função administrativa (relações jurídicas
administrativas).
DA: Ramo de direito publico. Tem um conjunto de normas (normas organizatórias), ou seja, normas que
determinam quais são as entidades publicas, os seus órgãos, os seus serviços, poderes, competências. Diz-nos
o que é a administração pública. Têm normas relacionais que são normas que regulam as relações que são
estabelecidas no exercício da função administrativo. Diz-nos o que é a função administrativa.
Administração pública AP (em sentido organizatório): sistema complexo de entidades públicas que, numa
comunidade politicamente e organizada, são instituídas para desempenhar tarefas da administração pública,
necessárias à satisfação das necessidades públicas. Exercer a função administrativa. Gerir os interesses
públicos. Estrutura, conjunto de pessoas jurídicas que são criadas, para de modo regular e continuo
satisfazerem as necessidades publicas.
Administração publica (em sentido material ou funcional = função administrativa): atividade de modo regular
e continuo, numa comunidade politicamente organizada, de satisfazer as necessidades publicas de segurança e
bem-estar, moral e material. Ex. saúde, educação, segurança, saneamento, …
Os particulares são sujeitos da administração pública pois vêm a sua conduta diretamente disciplinada por
normas de DA. Ex. os particulares utilizam serviços públicas: estudantes nas universidades públicas, utentes
em hospitais públicos.
Há domínios do exercício da função administrativa que se concretizam em atuações que não têm destinatários
individualizados, pois existe uma pluralidade de interesses. Ex. determinar a localização de uma estrada,
aeroporto.
Os interesses públicos vão variando de sociedade para sociedade, tal como as estruturas administrativas.
Quantos mais interesses forem qualificados interesses públicos, maior terá de ser a estrutura administrativa.
Modelo misto: Podemos ter entidades públicos a atuar ao abrigo do direito administrativo, tal como privados.
O desempenho a tarefas de administração atribuídas a privados pode resultar da lei como através de contratos
de concessão celebrados entre entidades públicas administrativas e entidades privadas.
Direito administrativo orgânico ou organizatório : normas que disciplinam a organização e o funcionamento da
administração pública. São instituídas e reguladas por normas que estabelecem a sua estrutura orgânica e
definem o modo de funcionamento dos órgãos e serviços que as integram.
Existem também normas que disciplinam as relações jurídicas que se estabelecem no âmbito do exercício da
função administrativa (relações jurídicas administrativas)
Art.2º CPA: âmbito de aplicação do direito administrativo. As regras do código aplicam-se independentemente
da entidade jurídica em causa (privado ou publica), desde que esteja dentro do exercício da função
administrativa.
Art.2º, nº3: as entidades públicas normalmente agem ao abrigo do direito publico, mas também podem ter
capacidade jurídica privada. Os princípios gerais da atividade administrativa aplicam-se sempre
independentemente de a atuação ser pública ou privada.
Pessoa coletiva: entidade a que lhe foi reconhecida personalidade jurídica. Critério da criação (criado por um
ato jurídico publico), finalidade (visa satisfação de interesses públicos) e dos poderes (são lhes atribuídos
poderes de autoridade)
Órgãos: estruturas organizatorias a quem a lei atribui um conjunto de poderes. Compõe a estrutura de cada
uma das pessoas coletivas públicas.
Serviços: auxiliam os órgãos; estruturas humanas que servem para auxiliar os órgãos na preparação das suas
decisões ou na execução das suas decisões.
Titulares dos órgãos: pessoa singular que ocupa e exerce os poderes que são exercidos aos órgãos.
Poderes = competências
Entidades públicas: estado (maior), municípios, freguesias, autarquias locais, associações públicas, regiões
autónomas
Estado: pessoa coletiva pública; comporto por órgãos, serviços, sendo que do ponto
de vista administrativo, o governo é o órgão mais importante do estado. Cada ministro e secretario de estado são órgãos.
Cada um dos ministros é o órgão do topo de um ministério. Cada ministério é organizado sob a forma de uma pirâmide
hierárquica. Não há relação de hierarquia entre ministros e secretários de estado, pois têm as competências que lhes são
delegadas pelos ministros. Assim, os atos que eles praticam têm o mesmo valor que os atos dos ministros.
Pirâmide hierárquica e os seus poderes: poder de direção (poder de dar ordens) / poder de obediência (existe
sempre desde que a ordem seja dada por um superior hierárquico, seja uma matéria e de forma legal, mesmo
que a ordem for ilegal); poder disciplinar; poder de fiscalização; poder de supervisão (anular, revogar ou
substituir os atos que foram adotados pelos subalternos)
Administração estadual
O exercício da função administrativa compete primeiramente ao Estado;
Constituída pelos órgãos e serviços administrativos que integram a própria estrutura do estado e que,
em princípio, se encontram estruturados na dependência hierárquica do Estado;
O governo é o órgão que, dentro da pessoa coletiva Estado, é o principal responsável (Art.182 e
199CRP;
Administração direta do estado: conjunto de órgãos e serviços administrativos pertencentes ao
estado, que se estruturam em Ministérios. Os ministérios são hierarquicamente subordinados ao
Governo;
Administração indireta do estado: conjunto de pessoas coletivas que, não integrando a estrutura do
estado, por serem dotadas de personalidade jurídica, ainda assim exercem a função administrativa na
dependência do estado, para a satisfação de interesses públicos que pertencem ao estado.
Administração estadual direta: estado, seus órgãos e serviços. Exercício da função administrativa pelo estado
para a satisfazer os interesses do estado diretamente pelos seus órgãos e serviços. Pode ser central ou local /
periférica.
Administração estadual indireta: os interesses protegidos continuam a ser do estado, mas o estado toma a
decisão por razoes de economia, eficiência, etc. vai ser melhor prosseguido aquele interesse através de outra
entidade jurídica
institutos públicos (IP) – pessoa jurídica autónoma do estado e base institucional que é criada para a
satisfação de um interesse singular, interesses que em princípio caberia prosseguir diretamente à
entidade que os criou, mas que se entendeu colocar a cargo das entidades de menor dimensão -
princípio da devolução de poderes. Sobre estes, o estado detém o poder de tutela integrativa
(autorizar ou aprovar atos da entidade tutelada), inspetiva, sancionatória, revogatória e substitutiva.
entidades públicas empresariais (EPE) – pessoas coletivas de direito privado, dotadas de
personalidade jurídica de direito privado. O estado sobre estas entidades, tem poder de
superintendência (dar orientações) e poder de tutela
Lei que regula a EPE vai regular também as sociedades de capitais públicos (pessoas coletivas privadas porque
são sociedades comerciais, mas o dono da empresa é o estado ou um conjunto de entidades públicas. Não são
publicas formalmente, mas materialmente sim. Ex. TAP).
Administração autónoma
Entidades que integram a administração autónoma (interesses diferentes do estado). Apenas tem poderes de
tutela.
A universidades públicas (76CRP) gozam de muita autonomia e por isso se considera eu elas podem ser
integradas na administração autónoma. Têm normas eleitos (pelos estudantes e docentes), têm interesses
próprios
Administração independente
Administração independente: organismos que exercem as suas funções sem subordinação a poderes hierárquicos do
governo. No caso de terem personalidade jurídica, exercem as suas funções sem serem submetidos a diretivas ou
instruções do Governo. Podem ter ou não personalidade jurídica, podem ser apenas ordens do estado, mas que pelo facto
de terem um tipo de função devem estar fora dos poderes que que o estado detém. Ex. CNE, ACADA, CNPD
Mais tarde, quando a nível europeu se assiste a uma privatização de mercados, começaram a surgir entidades que são
entidades reguladoras de natureza económica. O estado antes tinha o monopólio dessas entidades, mas retirou-se, não
totalmente, mas tinha outras funções.
As elações que estabelecem entre diferentes pessoas coletivas de DP podem ser de:
Relação de superintendência: uma entidade tem o poder de fixar diretivas, ou seja, linhas de rumo sobre o modo
de realização de atribuições de outra. Só existe em relação a entidades instrumentais, que tenham por função
prosseguir atribuições originárias de outras atividades.
Relação de tutela:
o Tutela de legalidade: exercício de poderes de controlo, que permite a uma entidade verificar se a
atividade de outra se processa em conformidade com a lei;
o Tutela de mérito: quando coexiste com uma relação de superintendência, a relação de tutela permite
verificar se as diretas traçadas pelo ente que exerce a tutela, no seu exercício de supervisão, estão a ser
devidamente cumpridas e se o interesse público atribuído por lei está a ser prosseguido da melhor
forma.
Autorização previa: o ato para ser valido precisa de ser autorizado. Autorização constitutiva da legitimação da capacidade
de agir
Aprovação: surge depois do ato aprovado. Eficácia do ato. Sem a aprovação, o ato é ineficaz.
O direito administrativo surge no sec. XIV e não existe com características atuais em todo o lado. São
necessários 3 fatores para haver DA:
1.Existência de uma administração pública: estrutura organizatória que tem como função, de forma regular e
contínua, a satisfação de interesses comuns.
3.O direito não pode ser aplicável a todos mas pode ter características específicas, subordinadas a um ramo de
direito específico
Durante muito tempo, aquilo que eram necessidades sentidas por uma comunidade alargada eram satisfeitas
por uma estrutura local, religiosa, etc. a progressiva centralização do poder nas mãos do rei (estado absoluto –
o rei está acima da lei);
Na revolução liberal de 1820, houve uma constitucionalização, uma subordinação aceite pelo rei que a
constituição está acima dele e que ele se subordina ao direito (estado de direito liberal – estado e
administração subordinados ao direito);
Adaptar as regras do direito privado dando poderes especiais às entidades administrativas. Só assim é que se
poderia satisfazer os interesses públicos de forma eficiente. Dá origem a um conjunto de regras.
Origem quase jurisprudencial do DA: surgimento de regras avulsas pelos órgãos que julgavam esses litígios
entre privados;
DA historicamente condicionada.
Sistema de administração anglo-saxónica ou judiciária: a administração tem de recorrer aos tribunais para
poder fazer a sua vontade, está sujeita ao direito comum. Os conflitos em que esteja envolvida são resolvidos
por tribunais comuns. Contudo, há leis avulsas que têm vindo a conferir poderes às autoridades
administrativas.
Poder normativo: emanar normas (regulamentos), gerias e abstratas que se impõe aos destinatários;
não tem poder legislativo, mas sim regulamentar; implica que exista uma lei anterior que permita a
emissão de um regulamento
Poder de autotutela declarativa: definir unilateralmente o direito do caso concreto, poder de decisão
concreta;
Poder de autotutela executiva: poder de execução, poder de modificar a situação de facto colocando-
a de acordo com o que foi definido como de direito.
Contudo, a função administrativa está subordinada às restantes funções do estado (função legislativa e função
jurisdicional). A Administração pública é um poder subordinado.
Insuficiências do princípio da legalidade: a administração está dotada de uma certa autoridade em relação à
lei.
A função administrativa tem como fim a prossecução de vários interesses públicos. Assim, nota-se a
heterogeneidade do seu objeto e a heterogeneidade dos instrumentos que o ordenamento jurídico
coloca à disposição dos órgãos da administração para o desenvolvimento da sua atividade. Os órgãos
administrativos figuram, muitas vezes, na prossecução de certos interesses, muitas vezes
contrapostos a outros interesses. Assim dispões de poderes de iniciativa, em ordem à tomada de
decisões necessárias à prossecução de interesses que lhe estão confiados e a sua atuação é o objeto
de normas de conteúdo material que funcionam como um padrão de conduta (pré-definem os fins
que lhes cabe prosseguir e os meios para tal;
Só a administração, no contacto direto com a situação, é que está em condições de avaliar a situação.
Isto implica que as normas disciplinadoras do exercício dos poderes administrativos conferem, com
frequência, à administração espaços mais ou menos amplos de autonomia, no exercício de poderes
de valoração próprios.
o A lei confere poderes de escolha quanto ao conteúdo da sua atuação. Utiliza conceitos
abertos, cujo preenchimento em concreto carece de uma interpretação valorativa.
o Cabe à administração proceder à ponderação dos bens em causa para resolver os conflitos
de direito ou de valores que se colocam concretamente.
Autonomia em relação ao poder legislativo: a concessão de poderes de valoração próprios à
administração resulta do reconhecimento, do próprio legislador, das insuficiências que são inerentes
à função legislativa.
Autonomia em relação ao poder jurisdicional: sempre que o legislador encarregue a administração de
proceder a certo tipo de valorações com autonomia em relação à lei, fica vedado aos tribunais o
poder de procederem a um controlo de estrita legalidade dessas valorações. <
(aula 7 e 8)
Princípio da igualdade: Art. 6ºCPA: há um direito a uma discriminação positiva. Na administração, não devem
olhar apenas para um caso concreto, mas tentar resolver o caso consoante casos idênticos. Contudo, este
princípio não exige uma igualdade formal, ou seja, ele não manda só tratar o que é igual por igual (máxima
generalizante ou igualitária), mas também manda tratar de forma desigual o que é desigual (máxima
individualizante ou diferenciante). O princípio apenas veda mudanças de orientação sem motivo válido,
exigindo a sua fundamentação. A razoabilidade é muito importante.
Princípio da imparcialidade: Art.9ºCPA e Art.266/2CRP: visa que a administração atue de uma forma objetiva,
que procure a melhor solução de forma isenta. Para isso, o titular do órgão deve ponderar todos os interesses
juridicamente relevantes no caso concreto e abster-se de considerar quaisquer interesses que sejam
irrelevantes no caso concreto. Visa uma neutralidade de ação. Se este princípio for violado, vai estar a lesar o
interesse público. A violação deste princípio também pode estar associada ao princípio da igualdade, pois se a
Administração atua com parcialidade, vai levar à desigualdade.
No código do procedimento administrativo, no art. 69 e ss (garantias de imparcialidade que dizem respeito ao princípio da
imparcialidade. No Art. 69 esta a tratar dos casos de: o titular do órgão ou alguém que lhe é muito próximo têm um
interesse próprio naquele procedimento em concreto, o titular do órgão vai ser parcial. O legislador presume de forma
inilidível que aquele titular está impedido de decidir.
Ex. se o presidente da camara tiver de tratar de um processo do seu filho, está impedido pelo art.69. se o fizer, está a
cometer uma ilegalidade.
Art.73: a pessoa não está proibida de decidir, mas vai ter de ser ponderado se há risco para o princípio da imparcialidade
ou não.
Princípio da boa-fé (10 CPA e 266/2CRP): que haja uma relação leal entre a administração e os cidadãos. Os
órgãos administrativos não devem trair a confiança dos cidadãos. Destina-se à proteção da confiança e das
expectativas das partes. Necessidade de um clima de confiança e previsibilidade e ao dever da Administração
de adotar comportamentos consequentes e não contraditórios. A violação do princípio pode ser fonte de
responsabilidade por danos, pode gerar invalidade de decisões da administração e pode implicar a preclusão
do exercício de poderes por parte da Administração.
Princípio da justiça e razoabilidade (Art.8CPA): recorre-se a este princípio quando não dá para aplicar os
outros princípios. Visa rejeitar os juízos e decisões da Administração que repugnem à razão e ao Direito,
proibindo-a de violar padrões mínimos de conformidade com a razão justa.
Princípio da boa administração (Art.5CPA): ideia de eficiência. A administração pulica deve atuar de uma
forma celebre, eficiente. Tem pouca relevância jurídica, é mais técnico. A Administração tem o dever de
prosseguir da melhor maneira possível o interesse público, a satisfação das necessidades coletivas postas a seu
cargo, adotando as melhores soluções possíveis.
Princípio da prossecução do interesse público no respeito pelos interesses dos cidadãos: a administração não deve violar
direitos, afetar direitos dos cidadãos. Ela está obrigada a respeitar os direitos dos outros. Para ale disso, há direitos
fundamentais que correm mais riscos ou podem ser mais limitados ou especialmente protegidos quando os cidadãos estão
numa relação especifica com a administração publica (relação administrativa especial- não é aquela que qualquer um de
nos tem perante a administração publica. Ex. um funcionário da administração publico corre maiores riscos de o direito a
igualdade ser violado porque este mais próximo do poder político. Por isso, na CRP o art. 269 diz que essas pessoas
também têm os seus direitos protegidos.Art.270: direitos fundamentais dos militares podem ser restringidos por lei.).
direitos liberdades e garantias fora do catálogo (A.268CRP): direito à informação procedimental, direito à informação
extraprocedimental, direito à tutela judicial efetiva.
Direito à informação procedimental (Art.268CRP/2): Os cidadãos interessados têm o direito de acesso ao procedimento, de
serem informados sobre tudo aquilo que procede no procedimento administrativo, têm o direito de conhecerem os
documentos desse procedimento administrativo. Os interessados são aqueles que têm a sua situação jurídica ou de
facto que pode vir a ser alterada por um procedimento administrativo: quem seja afetado nos seus direitos e
interesses pela decisão que vai ser tomada naquele procedimento administrativo.
Direito à informação extraprocedimental (Art.268/2): qualquer cidadão tem o direito de acesso aos arquivos e
registos administrativos (tudo o que são documentos de posse administração pública). Qualquer cidadão (não
é necessário demonstrar que é interessado). Princípio do arquivo aberto (princípio de transparência). Há
exceções: a CRP ressalva a reserva da privacidade. Ex. os cidadãos não podem ter acesso aos procedimentos
clínicos de todos os pacientes.
Direito à tutela judicial efetiva (Art.268/4 e 5CRP): a CRP manda que a lei assegure formas de reação eficazes
contra uma atuação administrativa ilegal. O cidadão que se sinta lesado por uma atuação administrativa tenha
uma forma de tutela efetiva. O tribunal pode condenar à administração a emitir a decisão que o cidadão tem o
direito.
Atividade administrativa (que formas é que a administração tem ao seu dispor de atuação no mundo
jurídico?
A administração publica quando age juridicamente, o órgão tem de seguir um determinado procedimento
(conjunto de atos que têm de ser tomados antes da decisão). A administração pública, antes de emitir um
regulamento, um ato administrativo ou um contrato, tem de seguir um procedimento.
No caso dos procedimentos dos contratos, a regulamentação encontra-se no Código dos contratos públicos.
Existem atos gerais e concretos e atos individuais e abstratos: são regulamentos ou atos administrativos?
Posições defendidas: Se o ato for geral deve ser considerado como regulamento, se for individual deve ser
qualificado como ato administrativo. Se o ato é geral significa que não vai ser notificado a indivíduos. Se
considerarmos que um ato geral é administrativo, se alguém quiser reagir contra ele, corre o risco de quando
se aperceber da sua ilegalidade, já ter passado o prazo para a sua impugnação. Desta maneira, havia uma
maior proteção dos cidadãos.
Esta decisão é criticada pois na verdade aquilo que diferencia uma norma regulamentar deve ser a abstração,
assim, não devemos eleger a generalidade como característica principal. Se houver dúvidas na qualificação de
um ato, só o devemos qualificar como regulamento se for abstrato. Contra o argumento: agora o código de
processo nos tribunais administrativos (CPTA) diz que os prazos de impugnação só começam a correr depois de
serem notificadas as decisões. Se o ato não for notificado, não há prazo para o impugnar.
Assim, o ato geral, mais próximo do ato administrativo e se tivermos um ato mais abstratos é mais
regulamento. No entanto, para seguir o regime do regulamente é preciso ter as duas características (a
generalidade e a abstração).
(aula 9)
Regulamentos
Noção de regulamento administrativo: Art.135ºCPA: atos normativos, ou seja, atos jurídicos contendo normas
jurídicas, gerais e abstratas, que são emanadas no exercício da função administrativa. Este artigo tem apenas
em vista os regulamentos externos.
O regulamento tem um fundamento legal. O poder regulamentar funda-se na lei (Art.136CPA e 112CRP - não
só o regulamento tem de ter uma base legal, como o regulamento deve indicar expressamente qual é a lei).
Porque é que o legislador atribui o poder legislativo à administração pública? Não basta o poder normativo do
parlamento (demora a emitir os seus atos normativos) é necessário emitir normas de forma mais rápida, de
matéria técnica.
Diferencia-se de ato administrativo: tem conteúdo normativo. O regulamento é fonte de direito, contém
normas às quais é inerente uma pretensão de validade para todos os casos da mesma espécie, dentro o
respetivo âmbito temporal e espacial de aplicação. A partir do momento em que o regulamento entra em
vigor, ele passa a integrar a ordem jurídica. Já o ato administrativo (Art.148) é uma decisão individual e
concreta.
Art.142/2: princípio da inderrogabilidade dos regulamentos: a partir do momento em que a A emite uma
norma, ela fica obrigada a cumpri-la. Ele não pode deixar de aplicar o regulamento numa norma individual e
concreta.
Matérias de reserva de lei: Diferenciação entre o que é a competência legislativa do governo e da assembleia.
Quem tem poder regulamentar? Governo, órgãos dentro da administração estadual direta (ministros,
secretários de estado), institutos públicos, associações públicas, administração autónoma (autarquias locais –
Assembleias de freguesia, RA – Assembleias legislativas regionais Art.227, al. dCRP, ordens profissionais,
universidades públicas)
Princípio da separação de poderes: o poder legislativo foi atribuído ao parlamento, mas este não era capaz de
regular com exaustão todas as matérias, principalmente especificidades técnicas, locais, regionais, etc. foi
necessário atribuir poderes normativos à Administração Pública, desde logo através de regulamentos, para
libertar o legislador de tarefas normativas de menor relevo para toda a comunidade no seu conjunto.
Art.199, al.c CRP: o poder regulamentar para a execução das leis é um poder próprio do Governo. Argumentos:
matérias sem dignidade parlamentar, especificidades técnicas, especificidades locais/regionais, necessidade de
maior revelação e mais rapidamente.
A forma mais solene que podem revestir os regulamentos do Governo é a do Decreto regulamentar:
É utilizada apenas nos casos em que a lei expressamente a exige (habitação legal);
Art.112/6CRP;
É aprovado em Conselho de Ministros e é assinado pelo primeiro-ministro e pelos ministros
competentes em razão da matéria que lhe diz respeito;
Está sujeito à promulgação ou veto do PR (Art. 134, al.b e 136CRP) e referenda do primeiro-ministro
(Art.140CRP);
Publicidade: têm de ser publicados no Diário da República (Art.119/1CRP).
Identificar o nome, habilitação legal (verificar se tem), quem é que emite o regulamento, quem assina e se há
outra formalidade acrescida
1. Nº2-A/2021
2. emissor: presidente do conselho de ministros
3. habilitação legal: lei nº75 - /2020
4. quem assim: presidente da república
1. 29/d
2. Emissor: presidente do conselho dos ministros
3. Habilitação legal:
Tipos de regulamentos
Regulamentos interno: esgota os seus efeitos dentro da própria entidade que os emite
O CPA apenas regula os regulamentos externos: produzem efeitos jurídicos para fora da administração, para
terceiros. Quando um regulamento interno de pex. uma escola, conter normas de eficácia externa, o
regulamento é qualificado como regulamento externo.
Regulamento misto: quando contenha normas de carácter interno, que, disciplinando matéria orgânica e
funcional, se limitem a ser fonte de direito interno à própria Administração, e normas de carácter externo, que
definam o estatuto ou de algum modo contendam com a esfera jurídica de sujeitos jurídicos distintos da
entidade que emanou o regulamento. Ex. ??
Regulamento geral: aplicam-se a todos os cidadãos, desde que preencham a previsão normativa
Regulamento especial: destina a produzir efeitos a relações administrativas especiais (relação especifica que
aqueles cidadãos têm na administração pública)
(aula 10 e 11)
Critério do grau de dependência do regulamento em relação à lei: os regulamentos estão colocados numa
posição de dependência em relação às normas de grau hierárquico superior, emanadas sob a forma de atos
legislativos. Então. É por força da intensidade do grau de dependência do regulamento em relação a uma lei
anterior que se classificam e diferenciam os regulamentos de execução e os regulamentos independentes.
Regulamentos independentes: não tem por referência imediata o conteúdo de uma lei anterior. Introduzem
disciplina inovadora sobre determinada matéria, inscrita no âmbito das entidades que o emanam
(Art.112/6CRP e 136/3CPA). O regulamento não é a lei. Tem uma lei habilitante que se limita a estabelecer o
que é a competência subjetiva e objetiva para a emissão do regulamento. Está respeitado o princípio da
legalidade porque há uma lei que autorizo o regulamento. Art.112/7, 2ª parte CRP.
Competência subjetiva: os regulamentos independentes devem indicar as leis que atribuem ao órgão
que emana;
Competência objetiva: competência para introduzirem disciplina de conteúdo inovador sobre
determinada matéria.
Limites:
Nunca um regulamento independente pode derrogar disposição legal anterior (primado da lei em
sentido negativo ou preferência de lei);
À emissão de regulamentos independentes opõem-se a existência de áreas de reserva do ato
legislativo. Nestes domínios apenas se admite a emanação de regulamentos de estrita execução da
lei.
Regulamentos autónomos: regulamentos independentes que provêm das Administração autónoma (RA,
autarquias locais)
Regulamentos de execução: estabelecem condições para a aplicação prática de uma lei, regulando aspetos de
pormenor, e dão resposta a questões técnicas que a lei deixou em aberto. Limitam-se a extrair consequências
de uma lei que os procede e por isso apresentam uma ligação mais estreita com a lei. Visa estabelecer as
condições que permitem a boa aplicação da lei. Visa estabelecer aspetos de pormenores que asseguram a boa
aplicação da lei. Norma de caracter secundário ou um regime jurídico que foi estabelecido pela lei. Tem
sempre de referir a lei que visa regulamentar (Art.112/7, 1ºparte CRP).
Em sentido estrito: indispensáveis à aplicação prática da lei, dirigindo-se a possibilitar essa aplicação;
Complementares: regulamentos que visam clarificar e interpretar lacunas da lei que visa executar,
pois são necessárias para que a lei adquira exequibilidade. Não tem valor de lei.
Em matéria de reserva de lei, não podem existir regulamentos independentes. Podem existir regulamentos de
execução.
Art.97 e ss.: procedimento administrativo – conjunto de atos que têm de ser praticados antes da decisão final.
Tem várias fases: fase de iniciativa (impulso), fase de preparatória (preparação da emissão), fase audiência dos
interessados (consulta pública), fase constitutiva e fase integrativa de eficácia.
Esta estrutura aplica-se ao regulamento e ao ato administrativo. Consoante os atos jurídicos em causa podem
existir todas estas fases ou não.
Procedimento do regulamento:
Fase de iniciativa: a iniciativa é sempre pública, oficiosa (Art.97 e 98), ou seja, mesmo existindo uma petição
dos cidadãos para que seja iniciada um procedimento regulamentar, a iniciativa é da administração. Os
interessados podem apresentar aos órgãos competentes petições a solicitar a elaboração, modificação ou
revogação de regulamentos e reconhece-lhes o direito de serem informados do destino dado às petições
apresentadas e dos fundamentos da posição em relação a elas for tomada.
Fase preparatória (projeto do regulamento): prepara-se o regulamento. Art.99CPA – deve ser elaborado um
projeto de regulamento. Um órgão administrativo quando está a preparar um regulamento deve preocupar-se
em perceber qual é o impacto que essas normas têm na sociedade. Tem de se acompanhar de uma nota
justificativa. Esta fase concretiza-se na elaboração e aprovação do projeto de regulamento. O projeto é
aprovado pelo órgão responsável pela direção do procedimento.
Fase da audiência dos interessados: é interessado quem for afetado pelas decisões. Art.68 e 100º e 101º: o
projeto tem de ser apresentado aos interessados. O Art.100 só vale para regulamentos que contenham
normas imediatamente operativas, cujos efeitos se produzam imediatamente, sem dependência de um ato
concreto de aplicação. É necessário a publicitação para que os interessados tomem conhecimento do
procedimento. (Art.68: quem são os interessados). A audiência pública é diferente: instrumento por excelência
de participação da comunidade nos procedimentos de carácter normativo da Administração.
Fase constitutiva (consulta pública): quando a natureza da matéria o justifique, o projeto do regulamento deve
ser submetido a consulta pública, para recolha de sugestões (Art.101CPA). não se confunde com audiência dos
interessados: quando se opte por consulta pública, os interessados têm direito a ser ouvidos em audiência
prévia. A audiência dos interessados pode ser realizada segundo o modelo de consulta pública, quando o
número de interessados a ouvir seja de tal forma elevado que se torne incompatível com o modelo de
audiência (Art.100/3). O modelo de consulta pública é mais indicado quando esta em causa a elaboração de
regulamentos que possam contender com uma pluralidade alargada de pessoas. Neste modelo, os
interessados não são convocados a pronunciar-se mediante notificação, mas sim através da publicação do
projeto de regulamento. (art.137/1 CPA – quando um regulamento seja necessário para que a lei possa ser
aplicada, ele deve ser aprovado no prazo de 90 dias.)
Fase integrativa de eficácia: necessidade que todos os regulamentos têm de publicação, obrigatoriamente feita
no diário da república (Art.139CPA). condição da sua eficácia ser publicado. Art.140: os regulamentos entram
em vigor na data por eles estabelecidas ou no 5ºdia após a sua publicação. Art.141: a Administração está
proibida de atribuir eficácia retroativa autónoma a regulamentos…exceções: quando estão em causa
regulamentos favoráveis ao beneficiário. Art.156: eficácia retroativa.
136: habilitação legal, princípio da legalidade. Nº3: regulamento independente. Nº4: outro tipo de normas que
não assumem o carater regulamentar.
138: relações entre regulamentos. Estabelecer uma ordem de preferência aplicativa, o que não é o mesmo que
invalidade. Estabelece como é que nos resolvemos conflitos de normas entre tipos de regulamentos distintos.
A que tipo de normas temos de dar prevalência se elas estiverem a conflituar.
Nº3: ordem de preferência aplicativa entre os regulamentos governamentais. Dar sempre prevalência
ao regulamento que tenha uma formalidade mais solene.
Nº2: entre regulamento municipal e o das freguesias: o regulamento municipal prevalece sobre o
regulamento das freguesias, salvo se este configurar normas especiais
Nº1: em matéria de atribuições concorrentes do Estado, deve ser qualificado como norma especial, a
não ser que do regulamento governamental resulte que ele pretende ter uma aplicação uniforme a
nível nacional o regulamento governamental. (prevalece sobre os regulamentos regionais e
autárquicos)
143 e 144: situações de invalidade – se não tiver lei habilitante, se violar a lei, se violar a constituição, se violar
uma lei internacional, da UE
Nº2 143 (relação entre regulamentos): regulamentos emanados por órgãos hieraticamente inferiores
que violam regulamentos hieraticamente superiores (são superiores), regulamentos emanados pelos
delegados que desrespeitam os regulamentos emanados pelo delegante (são superiores), os
regulamentos que desrespeitam os estatutos emanados (nº3).
144: Regime de invalidade: a invalidade de um regulamento pode ser invocada a todo o tempo, por qualquer
interessado.
Nº2: exceção: na invalidade procedimental ou formal da qual não resulte a inconstitucionalidade, tem
apenas 6 meses para invocar.
Exceções à exceção: se constituir uma constitucionalidade, se carecer absolutamente de forma legal
ou de preterição de consulta publica exigida por lei.
145/1 e 2: os regulamentos sujeitos a termo ou condição resolutiva caduca com a resolução destes; os
regulamentos de execução caducam com a revogação das leis que regulamentam, salvo na medida em que
sejam compatíveis com a lei nova e enquanto não houver regulamentação desta.
146: revogação dos regulamentos. Princípio de paralelismo de forma e de competência: Um órgão que emite
um regulamento também o pode revogar.
Um regulamente de execução que seja necessário a aplicação da lei, não pode ser revogado se não for
acompanhado de uma norma regulação, para evitar que a lei fique no vazio
Nº3: mesmo que seja revogado em respeito do nº2, o legislador ignora essa revogação e faz de conta que
continua a vigorar.
Princípio da inderrogabilidade singular dos regulamentos: Uma vez estando em vigor um regulamento, ele não
pode deixar de ser aplicado numa situação individual e concreta. Art.142/2
(aula 12 e 13)
Ato administrativo: é um ato jurídico unilateral que introduz uma definição unilateral de situações jurídicas
no exercício da função administrativa. É fonte de efeitos jurídico-administrativos, pois os efeitos do ato
administrativo dirigem-se a constituir, modificar ou extinguir situações jurídicas de DA. O conceito não é
idêntico em todos os sistemas jurídicos e em Portugal, foi sendo construído através de dados jurisprudenciais.
Marcello Caetano (Estado Novo): considerava um conceito amplo de ato administrativo. Seriam todas a
condutas voluntárias praticadas por órgãos da administração publica que visassem a prossecução de um
interesse público e que produzisse efeitos num caso concreto. Dentro do conceito amplo era necessário
encontrar uma subcategoria que corresponderia aos atos passiveis de impugnação, pois é impossível todos os
atos administrativos serem passíveis de impugnação:
ato definitivo e executório: correspondia a uma definição da situação jurídica dos particulares e ao
exercício da autoridade. Só estes é que são passiveis de impugnar.
Rogério Soares: defende o conceito restrito de ato administrativo. Critica o conceito amplo de ato
administrativo e o conceito de ato definitivo e executório. Na sua defesa critica o próprio conceito de ato
definitivo:
Para um ato jurídico concreto ser qualificado com ato administrativo, necessita de conteúdo decisório,
exprimindo uma resolução que determine o rumo de acontecimentos ou o sentido de condutas a adotar, e não
se esgote na expressão de uma declaração de ciência, como é o caso dos pareceres (não vinculativos), das
informações e das propostas.
É necessário distingui entre atos que visam produzir efeitos externo e os atos internos.
Atos internos: atos que são praticados fora do âmbito do procedimento administrativo com
relevância externa (ex. emissão da ordem de serviços); também atos praticados no âmbito de
procedimentos administrativos com relevância externa
Atos instrumentais: aqueles que são remetidos para uma categoria externa ou não têm conteúdo decisório
(ex. pareceres, relatórios, …)
Atos jurídicos decisórios autónomos de carácter interno: não são atos administrativos porque não
têm eficácia externa. O superior hierárquico decide como deve agir o subordinado, mas trata-se de
uma decisão de carácter interno porque os seus efeitos se esgotam na esfera interna à pessoa
coletiva a que ambos os órgãos pertencem.
Atos jurídicos decisórios procedimentais de carácter interno: não são atos administrativos porque não
têm eficácia externa, mas não são autónomos (são atos praticados no âmbito de procedimentos
administrativos). Ex. órgão, que nos termos da lei, necessita de autorização de outro órgão para
praticar um ato administrativo e solicita de autorização, desencadeando um procedimento
administrativo.
Atos jurídicos autónomos sem conteúdo decisório: não são atos administrativos porque não têm
conteúdo decisório. Limitam-se a comprovar a existência de situações de facto ou titularidade de
qualificações ou situações pessoas. Produzem efeitos externos, na medida em que são emitidos a
pedido de interessados que deles necessitam para fazerem valer a existência das situações ou a
titularidade das qualificações que eles comprovem. Ex. atestados, certidões e certificados.
Atos jurídicos procedimentais sem conteúdo decisório: não são atos administrativos porque não têm
conteúdo decisório, mas são autónomos (a mesma justificação). Ex. atos jurídicos preparatórios
(verificações e/ou avaliações contidas em relatórios de exames, inspeções ou vistorias, propostas de
decisão)
Os pareceres, apesar de poderem ser internos (quando são emitidos por órgãos da mesma pessoa coletiva a
que pertence o órgão ao qual compete decidir, ou se são emitidos por órgãos de pessoas coletivas diferentes
daquela a que pertence o órgão), não são atos administrativos porque não possuem conteúdo decisório, mas
apenas contêm avaliações.
As notificações e as publicações têm carácter externo, mas não têm conteúdo decisório. Assim, são
considerados como meros atos jurídicos, pois trata-se de atos em que a representação da realidade por parte
de quem os realiza não assume relevo jurídico autónomo, apenas interessando saber se a operação em que
eles se concretizam teve ou não lugar.
2. critério em função dos destinatários: atos singulares, plurais, contextuais, coletivos e gerais
singular: atos que são praticados isoladamente e têm um destinatário individualizado;
plurais e contextuais: atos que contêm um feixe de decisões, dando corpo a um conjunto de atos
administrativos contextuais, que são praticados no mesmo contexto, tendo cada um deles um
destinatário individualizado. Ex. listas de promoção de funcionários: são praticados no contexto da
mesma lista, mas destinam-se a cada funcionário em particular; tem vários destinatários
individualizados. Ex. é publicada uma lista com o nome dos alunos admitidos ao ensino superior.
ato coletivo: produz efeitos sobre uma pluralidade de pessoas que formam cum colégio. Ato que se
dirige a um órgão. Atinge várias pessoas no seu conjunto. Ex. decisão que determina a dissolução de
um órgão colegial;
Atos gerais: atos concretos que não individualizam os destinatários, dirigindo-se a um número
indeterminado de destinatários.
Pareceres vinculativos (Art.91/2): apenas são vinculativos quando a lei expressamente o diz:
Estabelece que o órgão decisor deve pratica o ato administrativo no sentido que for determinado
pelo parecer (parecer totalmente vinculativo), ou
Estabelece que o órgão decisor só poderá praticar o ato administrativo em determinado sentido se o
parecer se pronunciar nesse sentido. Ex. se o parecer for negativo, o órgão decisor fica obrigado a
indeferir o pedido de licença. Se o parecer for positivo, o órgão decisor pode deferir ou não,
dependendo dos demais aspetos.
Os pareceres vinculativos são pré-decisões: assumem com conteúdo decisório a posição do órgão que os
emite. Contudo, não antecipam o efeito constitutivo que só a ideia final irá produzir. O parecer limita-se a
declarar a posição do órgão que o emite.
Diferencia-se os parcelares: são atos constitutivos, na medida em que têm por objeto antecipar, antes do
termo do procedimento, uma parte da produção dos efeitos constitutivos a que o procedimento se dirige.
Ex. licença para a realização de fundações de um edifício, que é emitida, durante o procedimento dirigido
a obter o licenciamento de construtor dê início à construção, num momento em que os demais aspetos
relacionados com a construção ainda não foram apreciados e decididos.
Autorizações: atos que permitem o exercício de direitos ou constituem o próprio direito na esfera jurídica do
destinatário. Quem faz uma autorização procura uma satisfação de um interesse próprio.
Constitutivas: constituem um direito na esfera jurídica do destinatário. É o próprio ato que confere o
direito. a administração tem maior poder discricionário, pois está a conferir o direito.
Permissíveis: constituem um conjunto de direitos que o destinatário já tem na sua esfera jurídica, mas
que o legislador entendeu que deve caso a caso verificar se a forma de como vai ser exercida colide
com os interesses públicos (função das autorizações). O particular tem o direito e a administração
permite o exercício.
o Habilitações: o órgão administrativo só faz uma verificação de carácter técnico (ex. licença de
condução)
Atos impositivos: surgem nas relações entre os órgãos administrativos e os cidadãos. Procuram satisfazer os
interesses públicos. Ex. ordem de demolição, ordem de suspenso ou atividade.
(aula 14)
Subsídio: subvenção (todos aqueles atos que impliquem à administração dar uma quantia monetária aos
destinatários). Visam a satisfação de um interesse público. São favoráveis aos seus destinatários
Autorização: visa legitimar o exercício de uma competência por parte de outro órgão. Autorização constitutiva
da legitimação da capacidade de agir. surge antes do ato. É condição da sua validade. Quando não recebe
autorização, O órgão que necessita de autorização tem de pedir normalmente essa autorização após o término
de prazo, no caso de o órgão competente não emitir qualquer decisão, pode exercer essa competência sem ter
autorização, sem nenhuma validade (Art.130/ 4 e 5)
Critério da causa-função dos diferentes tipos de atos administrativos: atende à função que eles desempenham.
Divide-se em atos cuja causa-função reside na prossecução de interesses públicos e atos cuja causa-função
reside na prossecução de interesses privados com salvaguarda do interesse público.
Atos que visam a satisfação de interesses privados com a salvaguarda do interesse publico
Ato autorizativos: incide sobre direitos, poderes e faculdades. Vão constituir direitos ou permitir o
exercício de direitos que estariam naturalmente na esfera jurídica dos particulares, mas que se
entendeu, como a atividade pode por em causa interesses públicos, vai ter de passar pela autorização
da administração (dispensa/ autorização constitutiva e permissiva)
o Dispensa: Ato pelo qual a administração publica liberta o particular de um dever específico
relativo a atividades estritamente proibidas ou impostas por lei. Ex. licença de uso e porte de
arma: todos os cidadãos têm o dever de andar desarmados, quando um cidadão consegue
esta licença, fica dispensado desse dever.
o Autorizações constitutivas (licença): titularidade dos beneficiários de direitos que lhes tinham
sido retirados pela lei; ato mais discricionário
o Autorizações permissivas: permite o exercício pelos beneficiários das atividades
correspondentes a direitos cuja titularidade lhes pertence, mas que eles apenas podem
exercer mediante autorização. Ato mais vinculado.
Atos dispositivos de bens dominiais: conceções de utilização privativa do domínio publico. Concedem
a um cidadão em particular um direito de utilização do domínio publico em proveito próprio. Esse ato
será necessariamente um ato de natureza precária, tem uma limitação no tempo e não é m ato
autorizativo porque não cai naturalmente na esfera jurídica do cidadão. ex:
o Licenças de uso privativo do domínio público: são designadas como licenças, porque são
praticadas no interesse do beneficiário. Ex. instalação de uma explanada na via pública;
o Concessões mineiras e de águas minerais: permite aos beneficiários proceder à extração de
minério de jazigas, extração e venda de petróleo, o que integra o domínio público. Os
particulares estão a substituir a Administração Pública.
Atos agressivos: são claramente desfavoráveis aos interesses dos seus destinatários, pois restringem a
esfera jurídica dos destinatários. Ex. ordem de demolição.
o Atos impositivos: impõe obrigações ao destinatário. Podem impor cumprimentos de sentido
positivo (contem ordens) ou negativo (contem proibições). Ex. ordem de demolição de um
prédio, obrigação de efetuar pagamentos.
o Atos ablatórios ou ablativos: comprime ou suprime direitos. Ex. ato de expropriação (retirado
o direito de propriedade), requisição civil;
o Atos punitivos ou sancionatórios: aplica ao destinatário sanções legalmente previstas para
situações de infração. ex. sanção disciplinar a um funcionário púbico.
Atos atributivos: favoráveis ao seu destinatário
o Subvenções: o órgão administrativo vai conceder uma determinada quantia pecuniária ao
particular, mas visa em primeiro lugar o interesse público;
o Ato de adjudicação: ato com que determina o procedimento que antecede o contrato. O
órgão competente decide com quem vai contratar.
o Renúncia: o ato pelo qual a administração liberta um particular de uma obrigação que tem
para com ela. Apenas o pode fazer quando a lei o permita. Ex. perdão fiscal
Atos que podem surgir no contexto de relações dentro da administração (relações jurídicas
interadministrativas)
Autorização constitutiva da legitimação da capacidade de agir: pode surgir no contexto das relações
de tutela ou não. Tutela integrativa. Controlo prévio por parte do órgão que deve dar à autorização.
130. Controlo validade. Se o órgão atuar sem a necessária autorização, o ato que ele praticar será
inválido.
Aprovação: surgir no contexto das relações de tutela ou não. Condição de eficácia. Controlo depois do
ato já estar pronto para produzir os seus efeitos em que alei entendeu sujeitar ao controlo preventivo
de outro órgão. 130
Delegação de poderes: surge nas relações interadministrativas. Art.44 e ss. ato pelo qual o órgão
delegante partilha com o órgão delegado a competência que a lei lhe atribui. Permite que outro órgão
exerça uma competência que é sua. Pode existir no contexto de relações hierárquicas, mas também
pode não ser. Quando existe uma relação hierárquica, na matéria em que exista a delegação, não
temos uma relação de hierarquia, mas sim de delegação.
o Pressupostos legais:
Competência delegada pertencer ao órgão delegante: o órgão delegante tem de ter
competência;
Habilitação legal: é necessário que a lei preveja a delegação de poder;
irrenuncialidade e inalienabilidade : se uma norma juridic adefine que aquela
competência é daquele órgão, ele não o pode renegar. Ou seja, tem a lei de prever a
delegação se não estaríamos a violar o princípio da irrenunciabilidade e
inalienabilidade. Art.36;
Ato expresso de delegação: a lei permite-lhe delegar, mas é o órgão que tem
competência que o vai exercer. Têm de ser especificadas os poderes que são
delegados ou subdelegados (Art.47/1 e 45,a); está sujeito a publicação no DR (47/2)
Os pressupostos dos art.44/ e 47/1 são requisitos de validade do ato de delegação e
a publicação do ato de delegação é requisito de eficácia.
Se o ato de delegação é invalido, o órgão delegado não tem competências. O ato
praticado pelo órgão delegado vai ser inválido por falta de competência.
Caducidade da delegação (Art.50/b): a relação de delegação é uma relação que se baseia numa relação de
confiança entre o titular do órgão delegante e o titular do órgão delegado. Significa que mudando os titulares
dos órgãos, a delegação caduca. A delegação tem de ser renovada.
Situações em que o legislador decidiu que a atividade não apresenta risco de maior para o interesse publico e
em vez de o particular, antes de iniciar a atividade, pedir autorização (controlo preventivo), permite o exercício
da atividade com uma mera comunicação do particular que a vai exercer para a administração e esta apenas
pode fiscalizar. (134 – comunicação prévia):
Existe também a comunicação prévia com prazo (Art.134/2): a administração, durante esse período
de tempo, pode opor-se.
Procedimento administrativo
Procedimento administrativo: art-1 sucessão ordenada de atos e formalidades dirigida à emissão de um ato da
AP. É um instrumento de legitimação da Administração. 1Visa organizar a intervenção e atuação das diversas
entidades publicas que tenham interesses que possam estar em jogo. 2.Quando estiver em causa poderes
discricionários, a AP precisa de conhecer as normas sobre a matéria especifica e a realidade. É fundamental
para que a AP tenha conhecimento da realidade sobre a qual vai ter de decidir, ou seja, visa permitir o
esclarecimento e ponderação e dados de facto que devem ser tidos em conta na tomada de decisões 3.
Função de tutela de defesa dos interessados na própria decisão.
Este procedimento deve assegurar a mais adequada prossecução do interesse público, no respeito pelos
direitos e interesses legalmente protegidos dos particulares (Art.266/1CRP) e pelos princípios da CPA (Art.6-
9CPA)
Art.57
A iniciativa pode ser particular: art.53 - pressupõe a apresentação de um requerimento que tem o efeito de
constituir o órgão competente no dever de decidir. (Art.102 e ss. aart.13, 108 e 109). A AP tem de ter um
interlocutor, alguém com quem as pessoas podem falar, o responsável do procedimento (a AP tem de ter um
rosto)
Iniciativa oficiosa: iniciativa própria do órgão a decidir. Há situações em que o órgão com poderes de decisão
se não tiver proposta por parte de outro órgão.
Estrutura do procedimento
Ex. vistoria, exame – são verificações. São atos jurídicos instrumentais sem conteúdo decisório. As
verificações são atos que emitem declarações de ciência, que atestam uma determinada realidade de
facto.
Ex. pareceres: já têm em si o juízo valorativo. São avaliações – ato instrumental que têm em si um
juízo de valorização. Tem uma opinião Ex. propostas. O órgão responsável pelo procedimento pode
pedir pareceres quando o considere útil para o melhor esclarecimento das questões a decidir.
Obrigatórios: são exigidos por lei. Se o órgão não pedir parecer, o ato administrativo que vier a ser
praticado é inválido por vício no procedimento. O prazo para emitir parecer é de 20 dias. Se o parecer
for não vinculativo, o responsável pelo procedimento tem de pedir o parecer, mas se o parecer não
for emitido no prazo estabelecido (20 dias), ele pode prosseguir com o procedimento sem que dai
advenha qualquer invalidade da decisão final (Art.92/5). Art.91/2: salvo disposição em contrário, os
pareceres legalmente previstos são obrigatórios e não vinculativos.
o Não vinculativos: Se o parecer for não vinculativo, o responsável pelo procedimento te de
pedir o parecer, mas se o parecer não for emitido no prazo estabelecido (20 dias), ele pode
prosseguir com o procedimento sem que dai advenha qualquer invalidade da decisão final.
o Vinculativos: as suas conclusões têm de ser seguidas pelo órgão vinculado. Apenas é
vinculativo quando a lei expressamente o determina (Art.91/2). Neste caso, o parecer não é
apenas um requisito de procedimento, mas sim, um pressuposto de decisão.
Totalmente vinculativos: prazo: se o parecer for favorável a decisão tem de ser
favorável e se for desfavorável a decisão tem de ser desfavorável.
Vinculativos num só sentido (parecer conforme): um parecer que vincula se emitido
num sentido contrário ao que a lei exige. Ex. a lei que regula o procedimento em
concreto, afirma que o órgão tem de obter parecer favorável de outro órgão.
Significa que se no procedimento em concreto o parecer for favorável, o órgão
competente para a decisão continua a ter a decisão de licenciar ou não. Se o
parecer for desfavorável, a única decisão possível é não licenciar (indeferir). Prazo:
tem de pedir o parecer, esperar o prazo legalmente estabelecido, se o parecer não
for emitido nesse prazo, ele tem de tornar a interpelar o órgão para emitir o parecer
e dar-lhe mais um prazo, e só fundo desse prazo é que pode prosseguir com o
procedimento. Art.92/6
Facultativos: não é exigido por lei. O órgão responsável pelo requerimento pode pedir se achar útil.
2.Fase obrigatória da audiência dos interessados (121 e ss): momento obrigatório em todos os procedimentos
administrativos. Há partida já há um processo de decisão. Os interessados estão no art.68 (sujeitos privados
com interesse direto, sujeitos privados em defesa de interesses difusos). Fase obrigatória em todos os
procedimentos administrativos no sentido de haver lugar à audição de interessados naquele procedimento. É
conferido pelo CPA, mas também pelo CRP (Art.32/10: nos processos de contraordenação, é assegurado o
direito de audiência de interessados; Art.269/3: em processos disciplinares).
Art.117: solicitação de prova dos interessados. Usar a conferência dos interessados fora do momento formal
de audiência.
Art.107 e 116CPA: os interessados podem, a qualquer altura, apresentar exposições que devem ser tidas em
conta pelo órgão a decidir.
Art.82 a 84: direito dos interessados a pedir informações sobre o andamento do procedimento.
É um DF: Art.32 e 269CRP. Assim, se não houver audiência dos interessados, a decisão é nula (Art.161/2,
al.d)CPA).
Proposta de decisão: 126. apresentação de um relatório por parte do responsável do procedimento (todo o
que aconteceu no procedimento e qual é a sua proposta de decisão). Ato instrumental de valoração.
Os procedimentos administrativos podem acabar sem uma pronúncia de mérito sobre o objeto do
procedimento. Art.109: situações em que isso pode acontecer;
Os procedimentos de iniciativa oficiosa podem terminar com o arquivamento, ou seja, sem a
emanação do regulamento ou a prática do ato administrativo, nos casos em que a existência do
procedimento não tenha transpirado para fora da entidade pública do âmbito da qual ele foi
desencadeado e, portanto, não tenha constituído expectativas na esfera de quem quer que seja;
Se o procedimento de iniciativa oficiosa tiver constituído situações de interesse na sua resolução,
qualquer decisão de arquivamento que lhe ponha termo já não pode deixar de ser qualificada como
um ato administrativo com eficácia externa, que, quanto mais não seja, produz o efeito de frustrar
expectativas. Ex. concurso aberto e depois cancelado.
Art.128º: prazos para a decisão dos procedimentos. Prazo de 60 dias, excecionando se a lei especial
preveja um prazo diferente e pode ainda, ser prorrogado até 90 dias.
128/5: responsabilidade disciplinar – a inobservância tem de ser justificada;
Art.129: a falta de decisão constitui incumprimento do dever de decidir, conferindo ao interessado a
possibilidade de utilizar meios de tutela administrativa e jurisdicional adequados:
o Meios de tutela jurisdicional: ex. ação administrativa especial de condenação à prática do
ato devido;
o Meios de tutela administrativa: ex. reclamação para o órgão omisso (Art.184);
Art.13/2: nesta situação não há incumprimento;
Art.128/6: regime de caducidade: na ausência de decisão, para os procedimentos de iniciativa
oficiosa passíveis de conduzirem à emissão de uma decisão com efeitos desfavoráveis para os
interessados, caducam, na ausência de decisão, num prazo de 120 dias.
Tirando o que foi disposto em cima, a resolução dos procedimentos administrativos tem, em
princípio, lugar com a tomada de decisão. A decisão pode ser uma homologação (aprovação).
4.Fase integrativa de eficácia. A decisão do procedimento encontra-se perfeita, mas ainda não produz efeitos,
porque a lei determina que a eficácia do ato não é imediata (Art.157)
Nesta fase, muitas vezes acontece que numa proposta de decisão ou parecer, o órgão decisor diz apenas
“concordo”. Está praticado o ato. chama-se de uma homologação (apenas assinatura, ou concordo). As vezes
esta palavra surge como aprovação.
Fase integrativa de eficácia: cumprimento das formalidades necessárias para que a decisão chegue aos
destinatários e se torne capaz de produzir efeitos a que se dirige. Podemos ter atos instrumentais (ex.
(aula 15 e 16)
Conferência procedimental (Art.77 e ss.): figura que estava prevista em leis especiais com o nome de
conferencia de serviços italiana (serviu de inspiração). Tem outro nome no nosso sistema. Pretende tomar-se
decisões. Pretende não estar limitada aos serviços e estar presente o titular dos órgãos e muitas vezes o
interessado. A conferência a parte da ideia de que sentando todas as entidades que têm competência sobre
aquele projeto, decide-se de forma mais rápida e coordenada. Ex. a construção de uma barragem.
No âmbito de um procedimento simples (dirigido à tomada de uma única decisão final), complexos (tomada de
mais do que uma decisão), ou conexos entre si (tomadas de decisões autónomas, mas sobre o mesmo projeto,
iniciativa), devem intervir diferentes órgãos administrativos que devem todos interagir em ordem à resolução
do mesmo.
(aula 17)
Conferência deliberativa: 77/3, al.a): pretende-se que em vez de ter vários atos administrativos
autónomos, passamos a ter um única ato que vai substituir todos os atos que devia ser praticados
autonomamente, através de um ato complexo (resultado unitário de conferência).
Conferência de coordenação: 77/3, al.b): uma reunião de várias entidades administrativas e todas
eles vão praticar os atos da sua competência de forma simultânea. Os atos são todos emitidos num
mesmo momento em vez de forma individualizada (ato contextual). Contração temporal e uma
melhor coordenação entre as várias entidades administrativas. Tomada de decisões conjugada.
Prática de um ato plural.
Art.78: regra da necessidade de instituição das conferências procedimentais. para cada tipo de procedimento,
a previsão da sua realização necessita de ser instituída através de um instrumento que dê resposta a várias
dificuldades.
A conferência precisa de um ato instituidor (ato de instituição): é necessário que a conferência esteja prevista.
Faz sentido se estivermos a falar de uma conferência deliberativa: é necessário que exista uma norma que
preveja a substituição. Na conferência de coordenação não é necessário um ato de instituição.
Art.79/1 e 2: a iniciativa das conferências procedimentais pode ser oficiosa ou resultar de um requerimento de
um ou mais interessados. Os procedimentos em que são introduzidas conferências procedimentais são, por
regra, procedimentos de iniciativa particular, que têm por objeto a prática de um ou mais atos autorizativos,
ou de outro tipo de atos constitutivos.
Art.79/3: No caso de os órgãos convocados não participarem na conferencia e não apresentarem uma
justificação, o que acontece é que essa ausência vai ser entendida como não tendo nada a obstar contra o
procedimento.
Art.79/5: tomam parte da conferência os titulares dos órgãos singulares envolvidos e os delegados dos órgãos
colegiais, mas nos quais têm de estar formalmente delegados os poderes necessários para assumir, de forma
definitiva, a posição do respetivo órgão nas conferências deliberativas, ou para praticar a decisão
correspondente à competência do órgão em causa.
A conferência dos interessados é feita numa audiência comum para todas as entidades administrativas
(Art.80). pode acontecer que o interessado possa ser convocado pra estra presente nas reuniões quando as
entidades administrativas acharem que é necessário para tomar uma decisão. Art.121
O prazo para a realização da conferência é e 60 dias (81) – a conferência finda com a prática do ato ou em 60
dias (nº2). Nº7: a conferência pode ser repetida em casos excecionais devidamente justificados.
Na conferência de coordenação: cada órgão emitiu já a sua decisão autónoma na própria conferência
Conferência deliberativa: ato de indeferimento – mas cada órgão pode emitir uma decisão
individualizada, aproveitando o já ter tramitado no procedimento.
Vantagens da conferência: aceleração, pois pode conseguir-se a emissão, no mesmo momento, de todos os
atos que coincidem um projeto. Ao juntarem-se todos os órgãos, permite que cada um tome decisões
coordenadas com as decisões dos outros. Permite que cada órgão adquira uma melhor perceção de todos os
aspetos do projeto ou atividade, evitando a radicalização de posições
Cumprimento de determinados requisitos que a lei coloca especificamente àquele ato para que ele possa
produzir os seus efeitos. 157
Atos administrativos: atos jurídicos unilaterais, que exprimem o exercício de poderes jurídicos e públicos
Força jurídica do ato: vocação para definir situações jurídicas com força vinculativa, tanto para o próprio autor
do ato, como para os seus eventuais destinatários
Executoriedade: capacidade de a Administração proceder à execução, pelos seus próprios meios, dos seus atos
administrativo impositivos, adotando os atos jurídicos e realizando as operações materiais necessárias para
concretizar o que foi definido com força vinculativa, no plano do direito,
As autoridades policiais podem utilizar a força para a adoção de medidas de coação direta (Art.175/2)
Autotutela executiva: a administração, ao praticar um ato administrativo, atribui-se a si própria um título que
depois é a base da execução forçada. Quando um ato administrativo impõe obrigações a alguém e essas
obrigações não são cumpridas, a Administração dispõe de poderes de autotutela executiva;
Autotutela declarativa:
(aula 18 e 19)
Existência: a inexistência do ato. temos um ato jurídico que cumpre os requisitos para ser um ato
administrativo. Não existe um ato administrativo inexistente porque um ato existe ou não. A inexistência não é
uma forma grave de invalidade. Para que exista um ato é necessário que haja a emissão de uma decisão,
dirigida a produzir efeitos jurídicos numa situação individual e concreta (conteúdo), que possa ser imputada a
um órgão titular de poderes jurídico-administrativos (sujeito). Não tem nada a ver com a invalidade. Um ato
inexistente não pode ser inválido porque não existe.
151: quando não cumpridos, estamos perante uma espécie de aborto jurídico.
Al. a) e g): o contrário falta um elemento constitutivo, o sujeito, logo não existe ato administrativo;
Ato que, embora preenche os requisitos de existência, mas exprime a decisão em termos tais que a tornem
inteligível: é possível reconhecer que o órgão tomou uma decisão, por isso basta para a existência
Nulidade: O ato só será nulo se a lei expressamente o disser. Art.161/1 e 2CPA. O ato tem de constar
na lista do nº2 do 161.
o Não produz qualquer efeito jurídico (Art.161/1), contudo, ela deve ser impugnada por quem
tenha interesse, para tornar claro que dele não podem ser extraídas consequências;
o Só pode ser declarada pelos órgãos administrativos competentes para decretar a sua
anulação e os tribunais administrativos
o a nulidade é invocável a todo o tempo (Art.161/2 – contudo existem nulidades atípicas em
que a lei prevê prazos para a nulidade poder ser invocada); pode ser invocada por qualquer
interessado e a administração também o pode fazer;
o o ato nulo é ineficaz desde o início, logo não pode ser objeto de atos de 2º grau.
Anulabilidade: é a regra. Não existe uma norma a dizer que aquele ato é anulável. Produz efeitos
jurídicos a título precário (enquanto não for anulado). Forma menos grave de invalidade. Existe um
prazo para a sua invocação (o prazo de 1 ano é o prazo mais longo para invocação judicial); a
administração pode anular e também o tribunal. Contudo, a administração tem um prazo mais longo.
Qualquer pessoa que tiver interesse tem legitimidade para invocar. Art.163
Em rigor, se não existir anulação, nem administrativo, nem judicial, o ato mantém os seus efeitos, consolida-se,
o legislador dá peso superior á segurança jurídica.
Atos válidos ineficazes: o ato pode estra pronto a produzir os seus efeitos, mas eles não se desencadeiam
porque há um requisito necessário para produzir efeitos.
Art.163: não vamos anular um ato quando a administração pode praticar um ato exatamente igual apesar
dessa anulação. Ideia de aproveitamento dos atos. Tendência jurisprudencial. Em que situações não produz o
efeito anulatório:
Al.a): quando o conteúdo do ato não pode ser outro. Discricionariedade reduzida a 0 (?)
Al.b): as exigências forais ou procedimentais não valem por si, são instrumentais a uma determinada
finalidade. Se se chegar a conclusão que naquele procedimento concreto que aquela finalidade
procedimental foi atingida por outra via, não vale a pena anular.
Al.c): atos discricionários. É preciso que a administração venha dizer e prove que na verdade há um
vicio, mas mesmo que essa causa de validade não existisse, ela viesse a praticar o ato da mesma
forma. Esta em causa o aproveitamento de atos discricionários
Este artigo não visam afastar a invalidade do ato. a invalidade existe e o que o legislador afasta o efeito
anulatório, a não produção de efeitos.
O que é que pode dar origem à invalidade do ato?
É necessário olhar para os elementos que constituem o ato administrativo: o ato administrativo é praticado
por um órgão (sujeito – 1º elemento); o ato surge no final de um determinado procedimento administrativo,
logo há sempre regras a seguir no ponto de vista do procedimento administrativo (2ºelemento); o ato reveste
uma determinada forma (3ºelemento); os efeitos que o ato produz incidem sobre um determinado objeto (4º
elemento); pressupostos do ato (5º elemento); efeitos do ato, os efeitos que ele vai introduzir na ordem
jurídica (conteúdo – 6º elemento).
Se houver algum desrespeito dos requisitos legais a propósito de cada um dos elementos constitutivos do ato,
vamos ter um vicio, uma causa de invalidade.
sujeito
Sujeito: pessoas coletivas de DP. o ato tem de ser praticado pelo órgão competente, correspondente ao
exercício dos poderes administrativo.
Se o ato praticado não corresponder ao exercício da função administrativa, o sujeito está a praticar um ato que
não corresponde a uma competência sua, mas sim de um órgão que está no exercício de outra função do
estado. prática de um ato legislativo ou jurisdicional (vício por usurpação de poderes). Consequência: nulidade
(Art.161/2, al.a)- é o vicio mais grave de todos. Viola o princípio da separação dos poderes.
A cada pessoa jurídica a lei definia um conjunto de atribuições. Se o órgão A pratica um ato administrativo
exercendo uma competência que não é sua, mas que pertence ao órgão B que integra outra pessoa coletiva ou
de um outro ministério. Falta-lhe a competência e a atribuição (da pessoa coletiva): vicio por falta de
atribuições ou incompetência absoluta. Consequência: nulidade (Art.161/2, al.b) – por falta de atribuições
Órgão A pratica um ato administrativo exercendo uma competência que não é sua, mas que pertence ao órgão
B da mesma pessoa coletiva ou ministério. Falta-lhe a competência porque as atribuições são idênticas: vicio
por falta de competência ou competência relativa. Consequência: anulabilidade (Art.163) – por falta de
competência
Vícios sobre a falta de um requisito adicional para que o órgão possa legitimamente exercer a competência. O
órgão é competente para praticar ao to, mas a lei estabelece um requisito adicional para que ele num
determinado procedimento possa vir a exercer a competência que é sua: vicio por falta de legitimação do
sujeito.
Procedimento
Quando não ocorrem os trâmites ou atos jurídicos que, nos termos da lei ou regulamento, têm de ter
lugar nas fases prévias à decisão do procedimento
o Ex. falta de audiência (Art.121CPA);
o Falta de vistoria obrigatória;
o parecer obrigatório não solicitado
Exceções:
Nulidade: ex. falta de audiência no procedimento sancionatório (Art.161/2, al.d); falta total do
procedimento administrativo imposto (Art.161/2, al.l – preterição total)
Art.92/5 e 6: situações em que o parecer ser obrigatório, o órgão que deve dar o parecer não o imite
no prazo legalmente estabelecido. Se o parecer não for vinculativo, o órgão pode decidir e o parecer.
No caso de o parecer ser obrigatório e vinculativo, o órgão tem de pedir outro parecer e esperar pelo
outro prazo. Se o prazo se esgotar assim pode decidir sem o parecer: mera irregularidade não
invalidante.
Quando se possa afirmar que o conteúdo do ato não podia ter sido outro, ainda que o trâmite
preterido tivesse sido observado; - Art.163/5
Quando se conclua que os interesses e objetivos que a norma visava acautelar não foram
prejudicados por consequência da inobservância da norma; - Art.163/5;
Quando se comprove, que sem o vicio, o ato teria sido praticado com o mesmo conteúdo. – Art.163/5
(aula 21 e 22)
Forma
Vícios de forma: por regra, os atos administrativos têm a forma escrita (Art.150CPA). a regra é a de que a lei
não faz grandes exigências de forma do ato administrativo.
Contudo, se for exigida uma forma escrita específica, o desrespeito dessa forma exigida, haverá um
vicio de forma resultante na anulabilidade do ato se tivermos a falar de um desrespeito total da forma
legalmente exigida (Art.161/2, al.g).
Quando for observada a forma escrita, mas não a forma solene excecionalmente exigida, o ato é
anulável.
Fundamentação: a necessidade de o ato administrativo ter de ser fundamentada: Art. 152 – sempre que há um
requerimento tem de ser fundamentado. Fundamentar significa dar conta das razões que podem ser os factos,
interesses que levaram àquela decisão (Art.153). momentos da fundamentação:
justificação: a administração vai dizer porque é que pratica o ato. Quais são as condições do facto
que preenchem os pressupostos normativos. Existe sempre. Tem a ver com os pressupostos.
motivação: só existe se o ato tiver um conteúdo discricionário, porque aqui o órgão decisor dá conta
das razoes que o levam a escolher um ato com aquele centeúdo em particular. Só vai ser necessário
se o órgão decisor tiver poder discricionário. Tem a ver com os motivos.
153: a fundamentação tem de ser expressa, clara, congruente e suficiente. Se a fundamentação for
escura, incongruente e insuficiente, equivale à falta de fundamentação. Assim, temos um vício de
forma (153/2). Os pressupostos não são cumulativos. Quando estamos no plano da forma, apenas
estamos a analisar se o texto tem os pressupostos, e não se os motivos que lá estão são verdadeiros,
se são relevantes.
o 153/1 e 152/2: possibilidade da fundamentação por remissão para os fundamentos
constantes de um ato preparatório desde que esse possa ser remetido para o destinatário
do ato – podemos ter uma homologação.
Objeto
Aquilo sobre que incidem os efeitos do ato (coisas, pessoas, situações jurídicas, atos administrativos)
Os tribunais diferenciam os vícios contra o sujeito e são tratados por Vicio por violação de lei: os tribunais
acabam por incluir todos os vícios que não sejam relativos ao sujeito, ao procedimento e à forma e que
digam respeito a aspetos vinculados do ato
(aula 23)
Pressupostos do ato: são importantes porque indiciam qual é a finalidade de interesse publico que o ato
visa satisfazer. Os pressupostos são circunstâncias que estão previstas na norma e que uma vez
verificadas na realidade, vão indicar a existência de uma específica necessidade pública (interesse
público) que precisa de ser satisfeita. Ex. na lei das autarquias locais, nas competências da CM, diz se que
a CM é competente para ordenar a demolição de um prédio que ameasse ruina. O pressuposto é ameaçar
ruína.
Previsão normativa: hipótese normativa: prédio ameaçar ruína: pressuposto hipotético, de direito ou
normativo. Previsão previstas na norma
Depois, é necessário que aquele prédio em concreto ameace ruína: tem de existir o pressuposto de facto
ou concreto. Se a emissão do ato se basear em pressupostos legalmente previstos, mas não efetivamente
existentes. A circunstância legalmente prevista não se verificou na realidade.
Para que o ato seja legitimamente praticado, é preciso que haja uma coincidência entre o pressuposto de
direito e o de facto.
Vicio quanto aos pressupostos: quando não há coincidência. Isto quando a administração está vinculada
quando há poder discricionário, se todos os pressupostos tiverem cumpridos, esta pode na mesma não atuar.
Não pode atuar se os pressupostos não tiverem todos cumpridos.
se o ato for vinculado e praticado de acordo com a lei, não interessa o vício. O erro é irrelevante:
aproveitamento do ato. Art.163/5, al.a)
erro quanto aso pressupostos, mas que se reflete no conteúdo do ato- vício quanto ao conteúdo. Não saber
até que medida é que a decisão fosse diferente.
(aula 24 e 25)
Conteúdo
O conteúdo do ato corresponde aos efeitos que o ato introduz na ordem jurídica.
A condição e o termo mexem com os efeitos do ato. se houver uma condição suspensiva potestativa, enquanto
que o destinatário não cumprir, o ato não produz efeitos.
No caso de um modo, a diferença é que o destinatário pode usufruir do conteúdo principal que lhe é favorável
e não interfere coma eficácia do conteúdo principal, com os efeitos.
Vícios relativos a aspetos vinculados do conteúdo do ato: invalidade decorrente de limites legais quanto à
definição do centeúdo do ato, inclusive abrangendo a produção de um efeito jurídico diferente do imposto por
uma norma totalmente vinculada.
O conteúdo do ato deve ser possível e determinado. Se ele for possível pu indeterminado teremos um
vicio quanto ao conteúdo. Art.161/2, al.c) CPA.
Não pode envolver a prática de um crime (Art.161/2, al.c) CPA).
Não pode envolver a violação de um conteúdo essencial de um DLG (Art.161/2, al.d) CPA).
Perante faculdades de ação, escolhe uma medida que não está prevista na lei. Ex. a lei confere ao
órgão competente o poder de homologar ou não homologar. Não lhe confere o poder de modificar o
que é apresentado. Art.163/1CPA.
Ex.
Casos 5 de dezembro
Não produz efeitos retroativos (165/1), apenas prospetivos. Exceções: 171/1 – quando for mais
favorável para os interessados ou estes concordem expressamente com ela e não estejam em causa
direitos ou interesses indisponíveis.
Apenas faz sentido em relação a atos administrativos de eficácia duradoura ou atos administrativos
de eficácia instantânea que ainda não tenham sido executados. Apenas no exercício de poderes de
valoração da administração (167/1)
Não há revogação:
Quando a administração se limita a declarar que cessou, por caducidade a produção de efeitos de
atos anteriores. Não depende de qualquer juízo de valoração por parte da administração.
Anulação: manifestação da administração de controlo, que prossupõe a verificação da ilegalidade do ato sobre
o qual ela vai projetar os seus efeitos. Tem por fim repor a legalidade, eliminando um ato anulável da ordem
jurídica (165/2)
Tem efeitos retroativos: exceção: 171/3: efeitos prospetivos quando o ato se tenha tornado
inimpugnável por via jurisdicional. – maior flexibilidade.
Impossibilidade de incidirem sobre atos nulos ou cujos efeitos tenham sido anulados (166).
Quando ato é caducado ou esgotado, pode haver lugar a anulação administrativa ou revogação
com eficácia retroativa (nº2).
Princípio do paralelismo da forma e da formalidade (?);
Revestem a mesma forma que os atos sobre os quais incidem (170/1);
Obedecem às mesmas regras procedimentais do que os atos sobre que incidem (170/3)
Autor do ato;
Superior hierárquico;
Órgão delegante (49);
Ministro da tutela em função da relação e grau de autonomia.
Regime revogação
Um ato que não cumpra com estas circunstâncias é inválido – vício quanto aos pressupostos; lei determina
quais os pressupostos que o ato tem de cumprir para que possa legitimamente ser revogado; estes
pressupostos estão diretamente relacionados com o seu objeto (vício por falta de legitimação do objeto.
Passado o prazo – órgão competente para revogar deixa de ter competência para tal – vício por falta de
legitimação do sujeito.
(pedir apontamentos)
Poder de dar execução forçada pelos seus próprios meios às suas execuções: poder de autotutela executiva
Nem todos os atos administrativos são executórios, porque para ser executório o ato necessidade de ser
desfavorável e de natureza impositiva (criar um dever na esfera jurídica do destinatário) que não foi cumprido
voluntariamente no prazo que foi dado para esse cumprimento. Um ato favorável não é um ato executório; se
isto acontecer, um ato impositivo que cri um dever que não é cumprido voluntariamente pelo seu destinatário,
findo esse prazo, o ato é a base para que se proceda a execução dos seus efeitos, ato título executivo. Essa
execução pode acontecer de duas formas:
Pela via administrativa, quando exista a executoriedade.
Pela via judicial
Art.176/1: a A só pode dar execução forçada às suas decisões no casos e termos expressamente previstos na
lei ou me casos de urgência de necessidade urgente. Caso contrário, significa que a execução será feita pela via
judicial (Art.183).
De acordo com o diploma que aprovou o CPA (DL 4/2015), tem o art.8º que diz que o art.176 só entra em vigor
quando aparecer a lei e a lei ainda não apareceu. Como se resolve? O art.6 do diploma tem uma norma
transitória, enquanto a lei não for aprovada se mantem em vigor o código anterior. Em matéria de execução
forçada das suas decisões aplica-se o código de 1991.
Quando a A tem poder, a A tem de dar início a um procedimento de execução. Inicia-se com uma notificação
que tem de ter por base o ato administrativo. Diz-nos o art.177. notifica-se novamente o destinatário para
avisar que o prazo alargou.
178: princípio que regem a execução: princípio da proporcionalidade, direitos fundamentais e dignidade da
pessoa humana.
201
Contrato público: para obter bens ou serviços. Tem de seguir o código dos acordos públicos
CCP:
Contratos administrativos: qualificados pela lei como contratos administrativos. Ou por força da sua natureza