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Administrativo
Conceitos:
Administrar:
- Etimologicamente, significa exercer certos meios com o propósito de
alcançar determinadas finalidades próprias ou alheias; a pessoa física ou
entidade que está encarregada de administrar dispõe de um conjunto
de meios de acção que lhe permitem prosseguir fins ou resultados auto
ou hetero impostos;
- Em sentido corrente, significa gerir recursos escassos (dinheiro, bens ou
serviços), tomando determinadas decisões relacionais com vista à
satisfação de um conjunto de necessidades.
Administração pública:
- Interesses que se referem a um da generalidade das pessoas, a um
público, e de cuja satisfação, encarregam-se determinados serviços de
comunidade politicamente organizada como sua tarefa fundamental de
colectividade.
Privatização:
- Fenómeno da privatização da regulação administrativa de certas
actividades, quando uma entidade pública reduz ou cessa o seu
papel regulador, ocasiona uma “desregulação” pura e simples ou
uma mudança para determinadas entidades privadas do poder de
criação de normas reguladoras da respectiva actividade, a que é
chamada de autorregulação
- A autorregulação privada reconduz-se a uma autorregulação pura
independente da interferência do Estado
- Pode materializar-se numa autorregulação negociada ou uma
autorregulação delegada, numa qualquer intervenção pública, que
pode ser de mera concordância, de certificação ou de supervisão
- Pode ser entendida no sentido de privatização do direito regulador
da Administração, ao estar em causa a subordinação por razões de
flexibilidade, eficiência e rapidez da actividade das entidades
públicas ao direito privado
- Há um desempenho de tarefas públicas por entidades privadas já
existentes ou criadas por pessoas colectivas públicas
- As entidades privadas são instrumentalizadas para a prossecução de
fins de interesse público
- A privatização material estendeu-se ao dever estadual de garantia,
imposta ao Estado de assegurar a realização de certos fins de tutela
dos direitos dos cidadãos, de promoção do bem-estar, da segurança,
etc...
- O Estado assim não pode deixar de se envolver na fase pós-
privatização, da partilha de responsabilidades com as entidades
privadas
- O procedimento administrativo é a sequência pré-estabelecida de
actos e formalidades destinadas à prática ou execução de um acto
administrativo, os requerentes passam a ser responsáveis por
segmentos desse procedimento
- Privatização dos mecanismos do controlo da administração
- A tendência da privatização manifesta-se no surgimento de novas
figuras, de recorte jurídico (parcerias público-privadas)
Os sistemas Administrativos
- Sistema francês:
- Sistema britânico:
Para definir as pessoas coletivas públicas é preciso ter em atenção a distinção entre
pessoas coletivas publicas de fins múltiplos (Estado, Regiões Autónomas e Autarquias
Locais) e pessoas coletivas públicas funcionais ou derivadas (Institutos Públicos,
Empresas Públicas, Associações Públicas, etc.).
A pessoas coletivas de fins múltiplos dispõem de um substrato populacional e de uma
base territorial, enquanto que as pessoas coletivas públicas funcionais ou derivadas
têm em comum a circunstancia de o território não fazer parte da sua definição, com
atribuições especiais.
Conforme a importância das varias entidades administrativas, aparece de um lado o
Estado e do outro os entes públicos menores. O Estado enquanto pessoa coletiva
pública desempenha a atividade administrativa, entidade esta soberana ou
independente, dotada de população, território e governo e titular de direitos e
obrigações a nível internacional. Contrariamente, os entes públicos dependem do
Estado, através do governo, que obre eles exerce, os poderes de superintendência e
tutela administrativa.
Relativamente aos entes públicos intraestaduais é frequente debater os entes públicos
dependentes dos entes públicos independentes. Como entes públicos independentes
temos as Autarquias Locais, visto que são autónomas, e têm capacidade para definir a
sua própria orientação, como prova disso é o facto da nomeação dos seus órgãos
acontecer com independência em relação ao Estado. Já os entes públicos dependentes,
os Institutos Públicos e as Empresas Públicas, são criados por entes públicos
autónomos para fins administrativos, não gozando de autodeterminação na escolha
dos fins a atingir.
Competências e legitimação
As pessoas coletivas necessitam de poderes (competências) para poderem proceder às
finalidades (atribuições) que a lei determina.
As atribuições correspondem a pessoas coletivas em si, contrariamente as
competências referem-se aos órgãos. Quando um órgão administrativo quer atuar
depara-se com duas limitações: está limitado pela sua própria competência, não
podendo interferir na competência dada a outros órgãos, e está impedido de praticar
atos que não sejam correspondidos às atribuições da pessoa coletiva que se insere.
Geralmente os órgãos administrativos têm competências diferentes para prosseguir os
mesmos fins.
Conforme o principio da legalidade, a Administração só pode atuar conforme a lei
permitir, portanto só há competência quando a lei o previr de modo expresso. A lei
jamais pode ser modificada, nem a Administração nem os particulares podem alterar o
conteúdo ou a divisão das competências constantes da lei. A competência caracteriza-
se por ser irrenunciável, os órgãos não podem abdicar dela, apenas são autorizados a
transferir o exercício da mesma nos casos previstos pela lei. Art.36º CPA
Pode dar-se o acontecimento de um órgão administrativo, dispondo de competência
para agir, não o possa fazer numa situação concreta, sendo que não está legitimado
para tal. Portanto, designa-se legitimação à qualidade especifica de um órgão para
execre um poder (competência) numa situação concreta. – Órgão tem competência
mas não esta legitimado para tal. Como situações em concreto que possam impedir a
atuação de um órgão administrativo temos: um órgão só pode exercer a sua
competência, depois de ter uma autorização de legitimação por parte do outro órgão,
de que destina a controlar a legalidade ou mérito do ato que está para ser praticado;
num órgão colegial não está lá o número legal de membros previsto para que os órgãos
possam deliberar, Art.29º; casos de impedimento da atuação de um órgão Art.69º.
Quanto à sua extensão, a delegação pode ser ampla ou restrita consoante o delegante
decida delegar uma grande parte ou apenas uma pequena parte das suas
competências. Esta possibilidade deve ser excluída, porque representaria uma renuncia
ao cargo por parte do delegado.
No que toca ao seu objeto, a delegação pode ser especifica ou genérica, conforme vise
apenas a prática de um ato ou se destine à prática de uma pluralidade de atos.
Usual distinguir-se a delegação hierárquica (efetua entre o superior hierárquico e o seu
subalterno) da delegação não hierárquica (entre órgãos administrativos,
independentemente de qualquer vinculo hierárquico).
Será conveniente, referir a delegação propriamente dita da subdelegação de poderes
(pode ter vários graus).
Poderes do delegante:
Avocação- poder que tem o delegante de a qualquer momento chamar a si mesmo de
novo a competência;
Revogar, Anular ou Substituir os atos praticados pelo delegado;
Emitir Diretivas ou Instruções ao delegado.
- A delegação extingue-se por revogações ou caducidade.
todos os termos, porque os órgãos das autarquias locais são eleitas por nós e não são
nomeados, porem o nosso sistema é desconcentrado e descentralizado.
A centralização, foca-se na tentativa de assegurar a unidade do Estado e a garantir uma
melhor coordenação no exercício da função administrativa. Apesar do inconveniente
de favorecer o crescimento do poder central, de potenciar a ineficácia da ação
administrativa e desprezando a autodeterminação das populações.
A descentralização, constitui um impedimento ao absolutismo do poder central, dado
voz ao modelo pluralista da Administração Pública e permitindo aos cidadãos a
participação na tomada de decisões de acordo com os seus interesses. Pelas
desvantagens, surge o risco de descoordenação na função administrativa.
A descentralização administrativa pode ir desde: simples atribuição de personalidade
jurídica de direito público a certas entidades; atribuição de autonomia administrativa,
ou seja, a capacidade de praticar atos administrativos; pela autonomia financeira, no
facto de obter de receitas próprias, e aprovar despesas autonomamente; a atribuição
de poderes regulamentares, ou seja, capacidade para emitir regulamentos autónomos.
Deixamos de parte a descentralização administrativa para entrarmos na
descentralização politica (dá-se nas regiões autónomas dos açores e madeira). A
descentralização tem de estar sujeita a limites, no que toca ao modo como são
exercidos os poderes que tenham sido transferidos, de modo a evitar o caos
administrativo e a desagregação do estado. Porem, de entre as formas de intervenção
do estado na gestão das autarquias locais, a tutela administrativa veio precisamente a
alcançar esse objetivo.
As pessoas coletivas em geral com exceção do estado podem estar sujeitas a tutela
administrativa. Em que consiste esta?
Trata-se do poder conferido a uma pessoa coletiva pública para interferir na gestão de
outra pessoa coletiva, com o fim de coordenar os interesses próprios da entidade
tutelada, cujo processo está encarregado o órgão tutelar. Como exemplo disso, é a
possibilidade de coordenar os interesses gerais do estado com os interesses mais
específicos das regiões autónomas.
No que diz respeito ao objetivo, a tutela pode ser de legalidade (órgão tutelar que
confirma se as decisões da entidade tutelada são ou não conformes à lei) ou de mérito
(destina a apurar se determinada decisão é ou não a mais conveniente, razoável ou
oportuna em termos administrativos, técnicos e financeiros). Presentemente, a tutela
do governo é somente uma tutela de legalidade Art.242ºnº1CRP. A tutela de mérito é
frequente sobre institutos públicos e empresas públicas.
Relativamente ao conteúdo, a tutela pode ser corretiva ou integrativa, inspetiva,
sancionatória e revogatória ou substitutiva.
A tutela corretiva ou integrativa incide sobre decisões dos órgãos tutelados,
concretizando-se na autorização ou não, de tais atos e na aprovação ou não dessas
resoluções já tomadas, ou seja, entidade tutelar pode aprovar ou não a decisão da
entidade tutelada, pode estar em causa uma decisão que já tomou ou que vai ser
tomada. Neste caso, o órgão tutelado anuncia a sua intenção apresentando o seu
projeto para o ato, e espera o consentimento tutelar para resolver. Geralmente esta só
é usada, no caso em que o tutelado necessita do consentimento para que o seu ato,
definitivo, seja posto em prática. Nas duas hipóteses acima mencionadas, do que se
trata é de corrigir, jamais o órgão tutelar poerá modificar o ato projetado.
Princípio da justiça – artigo 266 da CRP – é o conjunto de valores que impõe ao Estado
e a todos os cidadãos de atribuir a cada um o que é seu em função da dignidade da
pessoa humana. A justiça avalia-se num conjunto de valores, impondo obrigações
também para as pessoas. Deste modo, todo o direito encontra como ultima protecção
a dignidade da pessoa da pessoa humana. Este princípio deve ser entendido como:
“Atribuir a cada um não apenas o que é seu mas também o que lhe é devido”, baseado
no facto do Direito Social. Abrange várias dimensões, como o princípio da igualdade, da
proporcionalidade, imparcialidade e boa fé.