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UNIDADE I
O Direito Administrativo serve para orientar e regrar a Administração Pública, de forma
interna, como também no relacionamento das demais pessoas com essa administração.
ESTADO ENTE-PERSONALIZADO: Art. 41, CC: São pessoas jurídicas de direito público
interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as
autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas
por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a
que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu
funcionamento, pelas normas deste Código.
O Estado se estrutura por meio de sua administração que se organiza por meio dos
"poderes”, que possuem independência e harmonia entre si, de forma a evitar a
supremacia de qualquer deles sobre os outros.
A cada órgão/entidade se distribui funções (competências), devendo o Estado prestar
um serviço a sociedade, exercendo as funções legislativa, administrativa e judiciária.
Funções Típicas e Atípicas: O Estado tem a finalidade prestacional para o
cidadão, com o objetivo de proporcionar segurança jurídica, paz social, bem-estar
e promover a justiça. Atribuiu-se ao Poder Legislativo a função
normativa/legislativa; ao Executivo, a função executiva/administrativa; e ao
Judiciário, a função jurisdicional, entretanto, não há exclusividade no exercício das
funções exercidas pelos poderes, apesar de haver preponderância.
O fato de existirem funções típicas e atípicas faz com que todos os outros poderes possam
exercer a função administrativa, mesmo que de forma atípica. A administração exerce,
além de funções executivas (típicas), as funções legislativas e judiciárias (atípicas).
Função Administrativa: "É a atividade do Estado de realizar seus fins debaixo da
ordem jurídica" (Otto Mayer).
A função administrativa é a função que o Estado, ou quem lhe representa, exerce dentro
de uma estrutura de regimes hierárquicos. O objetivo do direito administrativo é analisar a
função administrativa e como ela deve atuar para que suas finalidades sejam alcançadas.
Não é, necessariamente, o Estado quem vai fornecer o bem-estar (por exemplo),
mas é ele quem vai garantir os meios necessários para que cada indivíduo tenha essa
finalidade protegida, como o emprego, a previdência, a saúde, a educação, etc.
Em suma, a função administrativa é aquela exercida pelo Estado ou por seus
delegados, subjacentemente à ordem constitucional e legal, sob o regime de direito
público, com vistas a alcançar os fins colimados pela ordem jurídica. Por sua grande
amplitude, a função administrativa abrange atribuições relevantes de instituições estatais.
Ex. caso do MP e da Defensoria Pública. Mesmo que tenham sede constitucional e desempenhem
papel estratégico no sistema das garantias coletivas, nem por isso suas ações deixam de enquadrar-se
como função adm., já que seus agentes não legislam nem prestam jurisdição.
DIREITO ADMINISTRATIVO
É o ramo do direito voltado para a solução de conflitos entre o Estado e os administrados.
Veio a lume com a instituição do Estado de Direito, no final do século XVIII. Como
surgiu logo após um Estado Ditatorial, trouxe vários conceitos e institutos que ainda
o remontam à época do Império (poder de polícia, cláusulas exorbitantes, etc) e, por
tal motivo, se iniciou a discussão da constitucionalização do direito administrativo.
O Direito Administrativo é o ramo do direito público que disciplina o exercício da função
administrativa, bem como pessoas e órgãos que a desempenham. Neste sentido, cumpre
dizer que a função pública, no Estado Democrático de Direito, é a atividade exercida no
cumprimento do dever de alcançar o interesse público, mediante o uso dos poderes
instrumentalmente necessários conferidos pela ordem jurídica.
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Art. 173, §1º, II, da CF: em regra, a administração pública não deve intervir na
atividade econômica, mas apenas em duas hipóteses, quais seja, segurança nacional e
relevante interesse coletivo, devendo respeitar estabelecido no §1º, inciso II.
ÓRGÃOS PÚBLICOS: O Estado é considerado um ente personalizado, seja no âmbito
internacional, seja internamente. Quando se trata de Federação, vigora o
pluripersonalismo, porque além da pessoa jurídica central existem outras internas que
compõem o sistema político.
Sendo uma pessoa jurídica, o Estado manifesta a sua vontade através de seus agentes -
as pessoas físicas que pertencem a seus quadros. Entre a pessoa jurídica em si e seus
agentes, existe um grande número de repartições internas, que compõem o Estado e são
necessárias à sua organização. Tais repartições que constituem os chamados órgãos
públicos.
AGENTES PÚBLICOS: Os agentes são o elemento físico da Administração Pública.
São todos aqueles que, a qualquer título, executam uma função pública como
pressuposto do Estado. Eles são integrantes dos órgãos públicos, cuja a vontade é
imputada à pessoa jurídica. Compõem, portanto, a trilogia fundamental que dá o perfil
da Administração: órgãos, agentes e funções.
LEGALIDADE: Toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei (é
um regime de sujeição). Não sendo, a atividade é ilícita. Enquanto os indivíduos, no
campo privado, podem fazer tudo o que a lei não veda, o administrador público só pode
atuar onde a lei autoriza.
OBS - Legalidade para os particulares: ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa se não em virtude de lei. É preciso que haja um marco normativo produzido
pelos representantes da sociedade que legitime a norma criada mesmo entre relações de
particulares (ex. é proibido usar celular durante as provas da faculdade – regimento interno
da FDV, que possui autonomia a partir de uma norma legislativa).
Legalidade X reserva legal: Quando se aplica a reserva legal, automaticamente
está se aplicando a legalidade, mas nem sempre a legalidade terá uma reserva
legal.
Segundo o princípio da legalidade, devemos observar as leis (atos normativos primários -
emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, leis
delegadas, decreto-lei, resoluções legislativas) e todos os demais atos normativos que
decorrem dela (atos normativos secundários – decretos, portarias, e instruções
normativas).
OBS - atos normativos secundários: Ocorrem quando o legislador remete uma decisão
para outro ato legislativo. Esse fenômeno está crescendo, pois quando as decisões são
remetidas para atos secundários, elas ficam mais rápidas e mais técnicas, gerando mais
efetividade aos anseios da sociedade (ex. Anvisa).
Já a Reserva legal é a lei no sentido estrito. Existem determinadas situações em
que uma decisão do Estado estará em um ato legislativo secundário, e essa decisão será
legitima, pois está de acordo com o princípio da legalidade. Terão outras situações, porém,
em que o legislador não poderá remeter as decisões para um ato normativo secundário,
pela reserva legal. Nesses casos, o assunto só pode ser definido por lei em sentido estrito
(é a reserva legal que determinadas situações possuem), ou seja, decidida pelo Congresso
Nacional.
Legalidade X juridicidade: A juridicidade é uma faceta da constitucionalização do
direito dentro do direito administrativo.
Anteriormente, o direito administrativo só observava o exame de legalidade (se o ato
estava de acordo da lei). Hoje, porém, fala-se de exame de juridicidade, ou seja, observar
não somente a legalidade, como também se o ato está de acordo com os princípios
constitucionais.
Desnecessidade de vinculação do ato administrativo à lei: Antes só era possível
ter um ato administrativo se estivesse vinculado à uma lei. Contudo, na ADC nº 12
discutiu-se a constitucionalidade de uma resolução do CNJ que vedava o nepotismo
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no Judiciário. Entendeu o STF, então, que não é mais necessário o ato estar
vinculado a uma lei, podendo, por exemplo, retirar seu fundamento da constituição,
e defendendo que as resoluções têm base constitucional sendo, por isso,
instrumentos normativos primários. O Ministro Ayres explicou que as resoluções dão
eficácia aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e da
eficiência.
OBS - Soft-law: aparente criação do direito sem ser por meio de uma Lei. É uma
legalidade mais branda, permitindo a observação aos instrumentos normativos
secundários, que começariam a criar e extinguir direitos.
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S. vinculante nº13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas, viola a Constituição Federal.
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Embora o conteúdo da moralidade seja diverso do da legalidade, o fato é que aquele está normalmente associado a este. Em algumas
ocasiões, a imoralidade consistirá na ofensa direta à lei e aí violará, ipso facto, o princípio da legalidade. Em outras, residirá no
tratamento discriminatório, positivo ou negativo, dispensado ao administrado; nesse caso, vulnerado estará também o princípio da
impessoalidade, requisito, em última análise, da legalidade da conduta administrativa (Carvalho Filho, 2014, p. 22).
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A publicação deve anteceder a execução do ato, para que as pessoas possam ter um
tempo de controle sobre o ato (para que possam se manifestar sobre ele, pois se a
publicidade ocorre por antecipação, o controle do ato é maior). Contudo, em casos de
urgência, a publicidade não se faz necessária podendo o ato produzir efeitos antes mesmo
de ser publicado (ex. ocorre uma enchente em uma cidade, e a prefeitura precisa realizar
atos urgentes para resolver a situação).
É importante ressaltar que cada ente federativo tem autonomia para fixar qual é a
imprensa oficial, isto é, o veículo de divulgação oficial --- A mídia é o quarto poder.
OBS: O ordenamento brasileiro possui legislações especificas que determinam uma maior
publicidade (ex. a L. 8.666 - de licitações de contratos - traz alguns dispositivos dizendo
que quando for realizada a concorrência, esta deve ser publicada em diário oficial ou em
jornal de grande circulação), ou seja, podem ter leis específicas que estabelecem alguns
regramentos sobre onde devem ser publicados determinados atos.
Questão! É possível que a publicidade seja feita apenas por meio eletrônico? Alguns
doutrinadores dizem que, para se admitir apenas o diário eletrônico, é necessário que o
Brasil passe por um processo de inclusão digital. Entretanto, por outro lado, é sabido que o
diário oficial impresso nunca é lido pelas pessoas.
Art. 37, §1, CF3: Busca harmonizar o princípio da publicidade (educativo,
informativo e orientador) tutelando, também, o princípio da impessoalidade (não
pode ter nomes, símbolos e imagens), isto é, ter uma publicidade impessoal.
AUTOTUTELA (S. 346 e 473, STF 4): Esse principio defende que administração pode
rever seus atos, quando foram inconvenientes ou inoportunos, revogando-os ou
anulando-os. É a possibilidade da administração, de ofício (sem provocação), rever
seus atos.
As súmulas usam a expressão “pode”, como se fosse uma faculdade. Contudo, a doutrina
defende que “deve” anular ou revogar, ou seja, que não é uma faculdade.
O ato administrativo pode ser anulado ou revogado e ambos devem ser motivados:
Anulado (nulos e anuláveis): quando o ato possui algum vício de legalidade ou
legitimidade.
Revogado: não há ilegalidade no ato, mas a administração pública, analisando
determinada situação, resolve revoga-lo por um juízo de conveniência/oportunidade.
– são os aspectos de mérito.
prejuízos pelos seus atos ilícitos ou originariamente lícitos, como consectário do controle
jurisdicional e das responsabilidades dos atos da Administração. Em consequência, não é
absoluto o poder do administrador, conforma insinua a Súmula 473.
Lei 9784/99: Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
O prazo para a administração publica rever seus atos (exercer a autotutela) é quinquenal.
Após 5 anos, seu direito decai. Além disso, a lei estabelece que esse prazo de 5 anos
ocorre apenas quando for comprovada a boa-fé.
Teoria do fato consumado: Um ato, a partir de certo período, ainda que ilegal, se
tornaria válido. Seria, portanto, convalidar o fato em vez de suprimi-lo da ordem
jurídica para evitar transtornos expressivos e não ofender o princípio da estabilidade
das relações jurídicas.
Antes o STJ e o STF aplicavam a teoria do fato consumado para todos os casos, mas,
agora5, a aplicação é mais restrita. Favorece a segurança jurídica, quando o jurisdicionado,
de boa-fé, permanece no cargo, ao longo de vários anos, dada a demora da prestação
jurisdicional e a inércia da Administração.
OBS - Concurso público: O STJ, em regra, tem negado a teoria nos casos de candidato
que consegue provimento liminar para mantê-lo no concurso público, quando a ação é
julgada improcedente ao final. Em tais hipóteses, a Corte afirma que o candidato não tem
direito de permanência no cargo. Assim, se candidato foi nomeado e empossado, por força
de medida judicial precária, sem preencher os requisitos inerentes ao cargo, ele não tem
direito de permanecer neste, ainda que lá esteja há muitos anos.
Modulação dos efeitos da nulidade: Tem situações em que a melhor solução não
é anular o ato. Às vezes, as consequências da anulação podem ser mais perversas
para a Administração Pública do que continuar com o ato viciado (da mesma forma
em que é possível declarar uma lei inconstitucional, mas não decretar a nulidade,
isso ocorre no Direito Administrativo).
Tripé da segurança jurídica: direito adquirido (antecedido pela expectativa do
direito), ato jurídico perfeito e direito consumado. Ex. quanto a reforma da previdência, o
indivíduo não tem o direito adquirido de aposentar com determinada idade, tem apenas a
expectativa do direito. O direito só é adquirido quando o servidor público preenche todos os
requisitos previstos em lei e, se ele ainda não preencheu os requisitos, ocorre, nesse tempo,
uma reforma legislativa, o indivíduo teve apenas sua expectativa do direito atingida.
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STJ: A teoria aplica-se apenas em situações excepcionalíssimas, nas quais a inércia da administração ou a morosidade do Judiciário
deram ensejo a que situações precárias se consolidassem pelo decurso do tempo.
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A “desconstrução” do princípio espelha uma visão distorcida e coloca em risco a própria democracia; o princípio, isto sim, suscita
“reconstrução”, vale dizer, adaptação à dinâmica social, como já se afirmou com absoluto acerto (Carvalho Filho, 2014, p. 35).
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UNIDADE 2
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O Estado surge com a ideia de servir a população, executar funções, atividades, ou seja,
as políticas públicas. Tais políticas públicas, ao longo da história e ao depender da cultura,
vão se alterando (aparecem novos serviços, enquanto outros deixam de ser públicos), pois
os serviços públicos são opções a partir de uma determinada sociedade em um
determinado tempo.
Quando o ordenamento jurídico considera algo como serviço público, diz-se que a
titularidade deste serviço é do Estado . Contudo, a execução desses serviços poderá ser
do Estado ou de terceiros (pessoa de direito público ou pessoa de direito privado).
Ao mesmo tempo em que o Estado começa a privatizar alguns serviços, ou seja, passa
para um particular a sua execução, também começa a publicizar certos particulares,
criando pessoas de direito privado para integrarem a administração pública.
AUTARQUIA
Art. 37, XIX, CF: somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à
lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
PRERROGATIVAS AUTÁRQUICAS:
1. Imunidade tributária recíproca (art. 150, §2, CF): É vedada a instituição de
impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que
vinculados a suas finalidades essenciais ou as que delas decorram. Contudo, para o
STF essa imunidade tributária recíproca é plena, ou seja, não se limita a atividade
que está sendo desempenhada.
2. Proteção patrimonial: Os bens da autarquia são considerados bens públicos, ou
seja, seu patrimônio está afetado (a principio), de forma que são impenhoráveis,
inalienáveis e imprescritíveis, salvo nas hipóteses da lei 8.666/93, quando relevante
interesse público.
3. Prescrição Quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros, contra autarquias,
prescrevem em cinco anos.
4. Créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são inscritos em
dívida ativa da união e podem ser cobrados pelo processo especial das execuções
fiscais.
5. Questões processuais especiais:
a. As autarquias estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição, SALVO quando a
condenação ou o direito controvertido não exceder 60 salários mínimos; em
caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa
do mesmo valor; e quando a sentença estiver fundada em jurisprudência ou
Súmula do STF ou do tribunal superior competente.
b. Possuem prazo em quádruplo para contestar e prazo em dobro para recorrer.
CLASSIFICAÇÃO:
Quanto ao nível federativo: autarquias podem ser federais, estaduais, distritais e
municipais conforme instituídas, respectivamente, pela União, Estados, DF e
Municípios. As regras gerais da Constituição Federal se aplicam a todas elas,
independentemente da esfera federativa de que se originam.
Cada um dos entes federativo tem competência e autonomia para instituir suas próprias
autarquias, que ficarão vinculadas à respectiva Administração Direta.
MONOFEDERATIVAS: são aquelas autarquias que pertencem a um único ente.
São as mais comuns.
PLURIFEDERATIVAS: são as autarquias que pertencem a mais de um ente, por
exemplo, pertence ao Município de Vila Velha e Guarapari, sendo muito comum
na formação de consórcios, que constituem a reunião de pessoas jurídicas de
direito público com interesse em comum (ex. consórcio para recuperação do rio
Jucu).
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Art. 37, inciso II, CF: A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de
provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
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PATRIMÔNIO: são públicos os bens do domínio nacional pertencentes à União, aos Estados ou
aos Municípios. Todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a quem pertencerem.
A natureza dos bens das autarquias são considerados como bens públicos, abrigando os mesmos
meios de proteção atribuídos aos bens públicos em geral, destacando-se entre eles a
impenhorabilidade e a imprescritibilidade.
REGIME JURÍDICO ÚNICO: As autarquias devem adotar o mesmo regime estabelecido para
os servidores da Administração Direta, isto é, ou todos os servidores serão estatutários ou todos
serão trabalhistas.
OBS - ADI 2135: Em 1998, a Emenda Constitucional 19 realizou uma alteração suprimindo
a expressão regime jurídico único, entendendo que os servidores públicos poderiam
também ser regidos pela CLT, ficando a cargo de cada Estado a escolha.
O STF por meio da ADI 2135, em 2007, suspendeu o texto da emenda 19, alterando
a redação do art. 39 e voltando ao texto original de 88, sendo, hoje, aplicado o regime
jurídico único de novo. Entretanto, é importante lembrar que, quem entrou entre 1998 e
2007, ainda pode ser regido pela CLT.
ATOS E CONTRATOS:
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Art. 37, § 6º, CF: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.
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Estados, Distrito Federal e Municípios criarem suas próprias agências autárquicas quando
se tratar de serviço público de sua respectiva competência (e claro, que a execução tenha
sido delegada a pessoas do setor privado, principalmente concessionários e
permissionários). OBS: Exige-se que a entidade seja instituída por lei, como impõe o art.
37, XIX da CF.
EMPRESAS ESTATAIS
(Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista)
Pessoa jurídica de direito privado integrante da administração pública indireta e criada por
autorização legal.
São entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, se valendo do
Estado para possibilitar a execução de alguma atividade de seu interesse com maior
flexibilidade, sem as travas do emperramento burocrático indissociáveis das pessoas de
direito público.
CONCEITO:
EMPRESAS PÚBLICAS: são criadas sob qualquer forma jurídica adequada a sua
natureza, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico ou,
em certas situações, execute a prestação de serviços públicos.,
Em suma, é uma pessoa jurídica de direito privado que recebe o nome de “pública” devido
a uma relação de controle entre o Estado e a empresa (ela não é completamente livre). O
capital social da empresa é integralmente público.
Ex: Correios e Telégrafos; FINEP; Casa da Moeda do Brasil; Caixa Econômica Federal; BNDES,
SERPRO.
DIFERENÇAS:
COMPOSIÇÃO DO CAPITAL: O capital social da empresa pública é integralmente
público, enquanto da sociedade é público e privado (o domínio do capital deve ser
por parte do Estado ou de outra pessoa a ele vinculado).
OBS: As empresas podem ser unipessoais ou pluripessoais. As unipessoais possuem
capital de apenas uma empresa, qual seja, da pessoa criadora. Já as empresas públicas
pluripessoais são aquelas que, quando além do capital dominante da pessoa criadora, se
associam recursos de outras pessoas administrativas.
FORMA SOCIETÁRIA: Empresa pública pode ser qualquer forma em direito
admitida, já a sociedade sempre será S/A – sociedade anônima (tem ações na
bolsa).
FORO COMPETENTE: O foro competente da empresa publica federal é a justiça
federal. Na sociedade de economia mista federal será a Justiça Estadual, contudo,
nos casos em que a União estiver presente no processo (como assistente ou
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oponente) o foro será a Justiça Federal. Além disso, quando a autoridade coatora
for um empregado da S.E.M. a competência também será da JF.
CRIAÇÃO E EXTINÇÃO: a lei não as cria, mas autoriza a criação (art. 37, XIX, CF).
A extinção reclama lei autorizadora, pautada na ideia de simetria, se só a lei pode criar, só
a lei pode extinguir. Significa dizer que o Poder Executivo a qual são vinculadas não tem
competência exclusiva para dar fim às entidades.
OBS – AUTARQUIAS X EMPRESAS ESTATAIS: Na autarquia, quando a lei é criada, a
personalidade jurídica também é, diferente do que ocorre nas empresas estatais, em que a
personalidade jurídica só é criada com o registro no cartório. Em resumo, a lei cria a
autarquia, mas apenas autoriza a criação das empresas estatais.
Empresas subsidiárias: são aquelas cujo controle e gestão das atividades ficam
atribuídos à empresa pública ou à sociedade de economia mista diretamente
criadas pelo Estado. O Estado cria e controla diretamente determinada sociedade
de economia mista (primária) e esta, por sua vez, passa a gerir uma nova sociedade
mista, tendo também o domínio do capital votante (esta segunda empresa que
constitui a sociedade subsidiária).
Sua criação depende de autorização legislativa. A autorização não precisa ser dada para a
criação específica de cada entidade, sendo legítimo que a lei disciplinadora da entidade
primária autorize, desde logo, a posterior instituição de subsidiárias.
São controladas de forma indireta pela pessoa federativa que instituiu a entidade
Primária e possuem o objetivo de se dedicar a um dos segmentos específicos da entidade
primária e, por isso, também são consideradas integrantes da Administração Indireta.
ABRANGÊNCIA (Lei 13.303/16): A Lei das Estatais é uma lei nacional, valendo para a
União, os Estados, o DF e os Municípios. É aplicada a toda empresa pública ou
sociedade de economia mista que explorem a atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou que prestem serviços públicos.
Atenção! Não podem ser exercidos pelas empresas estatais os serviços ditos próprios do
Estado (que só o Estado pode executar), como a segurança pública, a prestação de
justiça, a defesa da soberania nacional. Excluem-se, também, os que têm acentuada
importância social, como a assistência social a certas categorias sociais ou os de apoio a
regiões desfavorecidas.
REGIME JURÍDICO: Híbrido – natureza híbrida, pois são pessoas jurídicas de direito
privado, mas sob o controle do Estado
Quando se trata do aspecto relativo ao exercício da atividade econômica, predominam as
normas do regime privado. Incidem normas de direito público naqueles aspectos ligados ao
controle administrativo resultante de sua vinculação à pessoa federativa.
Percebe-se, então, que as empresas estatais têm seu regime jurídico determinado,
essencialmente, pela natureza de seu objeto, de suas atividades.
ação de execução; e, não pago o debito no prazo legal, deve o juiz ordenar a penhora dos
bens necessários a garantia do juízo e do credor.