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Direito Administrativo

Para fi scal de Rendas do Estado do Rio de janeiro

Estado
Conceito:
Sociedade política e juridicamente organizada em determinado território. Ao se tronar um Estado, passa-se a
ser pessoa jurídica de direito público. O Estado, então travará relações não só com outros Estados, então, travará
relações não só com outros Estados, mas também com seus administrados.

O Estado é uma pessoa jurídica com direitos e obrigações. Vivemos em um Estado de Direito, ou seja, um
Estado que segue as suas leis, estabelecendo relações com outros Estados e com seus administrados (aqueles que
vivem em seu território).

Poderes do Estado
Cada um desses Poderes terá suas funções típicas e atípicas. Função típica é aquela para qual aquele Poder
foi idealizado. A função atípica não é a principal, é a prerrogativa que um Poder tem de exercer “um pouco” da
função de outro Poder. Isso foi propositalmente colocado na Constituição Federal, de modo que nenhum Poder
tivesse exclusividade sobre outro, o que gerou um equilíbrio entre os Poderes. A Constituição consagra que esses
Poderes são independentes e harmônicos entre si.

Poder Judiciário – Assegurar a supremacia de Constituição Federal e exercer a jurisdição Visa assegurar a aplicação
das normas e a interpretação daquilo que está na Constituição.

A jurisdição é o poder do Estado de substituir a vontade das partes e dize, diante do caso concreto, quem
terá o direito. Aplicação do direito face a um caso concreto.

De acordo com a Lei Civil, aquele que causar dano a outrem deve repara-lo, por exemplo.

Funções atípicas: o Judiciário tem função atípica administrativa.

Quando um tribunal realiza um concurso, por exemplo, ele está realizando: uma função atípica.

Do mesmo modo, quando um tribunal estabelece um regimento interno, os autores costumam a chamar este ato de
função legislativa exercida por um tribunal, que é órgão do Poder Judiciário.

Poder Legislativo – Cumpre a função de legislar e fiscalizar. Essa função de fiscalizar é politicamente, por meio
das CPIs, e é economicamente-financeira, com o auxílio dos tribunais de contas.

Legislar significa inovar no Direito, com a criação de uma lei. As leis devem ser generalidade e a abstração.
Segundo a Constituição, ninguém poderá fazer ou deixar de fazer algo se não em razão de lei.

Exemplo: fumar em lugar fechado não é permitido, porque a lei define isso, mas já foi permitido pois a lei não
proibia, isso é uma inovação através da lei.

Generalidade: a lei deve ser aplicada a um numero indeterminado de pessoas. A lei não é feita para ser aplicada
para uma pessoa só ou um grupo de pessoas, por exemplo. A lei é feita para toda a sociedade.

Abstração: a lei não é feita para regular um caso e ali se esgotar. Ela é feita para ser aplicada várias vezes ao longo
do tempo, até que venha a ser extinta.

Lei de Efeito Concreto – é a lei que tem apenas forma de lei, mas com natureza de ato administrativo. A lei de
efeito concreto, na verdade, não tem generalidade nem abstração.

Ela se aplica a um caso para uma pessoa, ou pessoas determinadas e se esgota com o fim do caso. O nosso
parlamento cria leis normais e leis de efeito concreto.
Exemplo: atleta Laís Ribeiro se acidentou e, assim, não pode mais competir em olimpíadas. O congresso estabeleceu
uma lei que concedeu a ela uma pensão vitalícia paga pelo INSS.

Segundo a Doutrina, Maria Silva di Pietro, as leis de efeito concreto são na verdade, função administrativa.
Isso porque é uma lei que tem apenas a forma de lei, é um ato administrativo disfarçado.

Exemplo: leis que criam parques, reservas nacionais entre outras.

O Poder legislativo também tem o poder de fiscalizar. O Poder Legislativo exerce dois tipos de fiscalização:
política-administrativa (por meio de CPIs, art. 59 da Constituição Federal) e econômica, com o auxilio dos tribunais
de contas.

Obs.: tribunais de Contas não é subordinado ao Legislativo. Há uma relação de vinculação com a prestação de
auxilio, mas o Tribunal de Contas exerce com autonomia as suas funções outorgadas pela Constituição.

A CPI é uma fiscalização política, as provas devem ser repassadas para o Ministério Público para verificar se
houve crime para, então, interpor a ação penal.

Função atípica: nomeação de servidor, licitação e contrato (administrativa). Também há a possibilidade de o


Poder Legislativo realizar julgamentos, como o quando o Presidente da República comete crimes de
responsabilidade.

Poder Executivo – tem a função de administrar e de governar, com o objetivo de definir e implementar as políticas,
as metas e os objetivos do Estado.

Obs.: quando o legislativo implementa uma lei que cria um programa/obrigação para o Estado, ele também está
exercendo uma função do governo.

O Poder Executivo também tem função de jurisdicionar. Ex.: Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
(CARF) julgará as infrações tributárias em uma última instância.

O autor Celso Antônio Bandeira de Mello define que, quando o CARF está julgando, ele está exercendo papel
de jurisdição.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), que é uma autarquia vinculada ao Ministério da
Justiça, julga as ações contra a ordem econômica.

Cuidado com as funções do PAD (Processo Administrativo Disciplinar), porque esse é um tema muito conflituoso nas
provas. Em provas, verificamos que prevalece o seguinte: O PAD não é função jurisdicional, mas administrativa. Pode
acontecer que uma banca entenda o PAD com função jurisdicional, mas a maioria das provas considera com função
administrativa.

Função Atípica: As medidas provisórias do Poder Executivo têm força de lei. É um ato do Poder Executivo que tem a
mesma força de uma lei ordinária. Para ter sua eficácia confirmada, depois, ela deverá se convertida em lei pelo
Congresso.

Tudo que pode fazer por lei ordinária sai mediante medida provisória, desde que haja a questão de
relevância e de urgência.

Governo
Conceito:
Núcleo decisório do Estado, ocupado por pessoas, que define seus objetivos diretrizes, metas e políticas
públicas.

Obs.: no Brasil, o governo é temporário. De forma temporária, pessoas ocupam o governo e tem a responsabilidade
pelos seus atos.
Administração Pública
Conceito:
É o aparelho do Estado que executa as políticas públicas definidas pelo Governo.

O Governo é quem define as metas e as políticas públicas que o Estado irá perseguir. As políticas públicas
serão implementadas pela Administração Pública. A administração pública é a maquina que faz o Estado funcionar.

Sendo, assim, o Direito Administrativo orientará a atividade da Administração.

Ex.: para a construção de um hospital, é necessário que haja uma licitação por parte da administração, que seguirá
uma série de fases. Depois da licitação deve ser celebrado um contrato administrativo que seguirá determinadas
regras. Depois da construção do hospital, quem serão as pessoas que ali trabalharão? Isso será definido por meio de
concurso público, com todas as etapas determinadas.

A administração Pública atuará sempre pautada pelo Direito Administrativo.

Obs.: no Brasil o Presidente da República é o Chefe do Estado, do Governo Federal e da Administração Pública
Federal.

Sentidos da Palavra Administração Pública


Há dois sentidos para o conceito “Administração Pública”, a depender do contexto em que esse termo é utilizado.

Conceito Subjetivo/Orgânico/Formal
Quem a compõe? Conjunto de órgãos públicos, entidades públicas, agentes públicos

Conceito Objetivo/Material/Funcional
Quais são as suas atividades? Fomento, sérvio público, poder de polícia e intervenção na atividade comercial.

Sempre haverá um órgão, uma entidade ou agente público exercendo alguma das atividades acima.

Ex.: Receita federal é um órgão que tem a função de fomentar atividades por meio do incentivo econômico

Ex.: DETRAN/DF é uma autarquia, entidade da Administração indireta, que exerce poder de polícia no trânsito

Ex.: BNDES é uma empresa pública federal que tem a função de fomentar atividades por meio do incentivo
econômico.

Ex.: a empresa Tim é um agente público delegado que presta serviço de telefonia para a sociedade. A Telefonia é um
serviço do Estado, que, nesse caso foi delegada para um particular (concessionárias do Estado).

Ex.: o Banco do Brasil é uma entidade pública de economia mista, que faz intervenção direta na atividade comercial,
concorrendo com os demais bancos em seu seguimento.

Ex.: ANS realiza intervenção indireta na atividade comercial.

Ex.: Ministério da Fazenda, modificando uma questão tributária para incentiva o consumo ou reduzir consumo de
certo produto. Isso também é intervenção na atividade comercial.

Direito Administrativo
CF – Arts. 37 ao 41

Esses artigos foram o capitulo da Administração Pública na Constituição. Esse capitulo trata dos princípios da
Administração Pública, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. E, ainda, traz os princípios não
implícitos que são aplicáveis também à administração Pública. Trata da criação de autarquias, fundações, órgãos,
empresas estatais, criação de subsidiárias. Além disso, esses artigos dispõem sobre os servidores públicos, concurso,
teto remuneratório, entre outros.

Não é codificado
Isso significa que não há um código de Direito Administrativo, diferente do que ocorre com o Direito Penal (Código
Penal).

Taxonomia do Direito Administrativo


Direito Administrativo é de Direito Público. Isso significa que o Direito Administrativo está presente em todas as
matérias em que o Estado está envolvido.

Obs.: o Direito Civil tratará somente direito entre particulares, logo está na esfera do direito Privado.

Conceito de Direito Administrativo


a) A Escola do Serviço Público. Formou-se na França. Inspirou-se na jurisprudência do conselho do Estado
francês, a partir do caso Blanco, em 1873. Para essa corrente, o Direito Administrativo é o ramo do Direito
que estuda a gestão dos serviços públicos. Teve como defensores Duguit, Jèze e Bonnard. Segundo essa
teoria, qualquer atividade prestada pelo Estado é serviço público. No entanto, ela perde força em virtude de
que nem todas as atividades estatais se resumem em serviço público, como, por exemplo, o poder de
polícia. Ademais, é possível, que a ampliação das atividades estatais, o exercício da atividade econômica, que
para muitos não se confunde com serviços público.

b) Critério do Poder Executivo. Para essa teoria, o Direito Administrativo se esgota nos atos praticados pelo
Poder Executivo. Contudo, exclui os atos do Poder Legislativo, e do Judiciário no exercício de atividade
administrativa, restringindo, sobremaneira, o Direito Administrativo ao âmbito do Poder Executivo. Essa
teoria não considera a função política exercida pelo Poder executivo, que não se confunde com a função
Administrativa.

c) Critério teleológico (ou finalístico). Conjunto de normas e princípios que norteiam o atendimento dos fins
do Estado.

d) Critério Negativista ou residual. Por exclusão, encontra-se o objeto do Direito Administrativo: aquilo que
não for pertinente às funções legislativa e jurisdicional será objeto do Direito Administrativo.

e) Critério da Administração Pública. Conjunto de normas e princípios que rege a Administração Pública.

f) Critério das atividades jurídicas do Estado. Direito Administrativo é o conjunto dos princípios que regula a
atividade jurídica não contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua atuação em geral.

g) Critério da Administração Pública. Conjunto de princípios que envolve a Administração Pública. Conceito
apresentado por Hely Lopes Meirelles: “Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os
agentes e as atividades públicas, tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados
pelo Estado”

h) Escola da puissance publique ou potestade pública (distinção entre atividades de autoridade e atividades
de gestão). Por essa escola, há a distinção entre atividade de autoridade e atividade de gestão. No primeiro
caso, o Estado atua com autoridade caso, o Estado atua com autoridade sobre os particulares, com poder de
império por um estado exorbitante do comum; por outro lado, nas atividades de gestão, o Estado atua em
posição de igualdade com os cidadãos, era um “opositor” da teoria da potestade pública, pois, para a escola
do serviço público, não havia distinção entre atos de império e atos de gestão.

Fontes do Direito Administrativo


a) Lei – é a fonte primordial do direito administrativo. As demais são acessórias, secundárias, que
complementam a fonte inicial. A lei aqui é tratada no sentido amplo, ou seja, qualquer fonte normativa, indo
desde a CF, passando pelas leis ordinárias e complementares atos administrativos como decretos e
resoluções
b) Doutrina – teses escritas pelos operadores do Direito, em livros, artigos etc. o Direito administrativo é
bastante influenciado pela Doutrina.

Um exemplo dessa influencia é o prazo de cinco anos para a anulação de atos da Administração Pública.

Quando há a ausência de uma lei, por exemplo, usa-se muito a doutrina inicialmente, isso foi proposto pela
doutrina e, posteriormente, transformou-se em lei.

c) Jurisprudência – decisões reiteradas dos Tribunais que vão na mesma direção de entendimento e influencia
a Administração Pública. Ou seja, uma decisão reiterada, repetida de um Tribunal que vai na mesma direção
passa a formar uma jurisprudência. Quando um caso chega ao Tribunal, esse caso vira um único julgado.
Geralmente, a causa começa na primeira instancia, a parte que perdeu recorre da decisão e essa causa
chega ao Tribunal. Quando Tribunal decidir essa questão, vira um julgado, vira um precedente. Quando
aquela mesma causa, oriunda de outras pessoas começa também a chegar ao tribunal, ou seja, veja se
repetindo e a decisão vai na mesma direção de casos semelhantes, então vira uma jurisprudência.

Todo Tribunal tem sua jurisprudência e todo Tribunal pode fazer sumula, que é um resumo, em
poucas linhas, daquele entendimento que já está consolidado. Ou seja, é facultado ao Tribunal fazer ou não
a sua súmula.

Exemplo de Súmula: candidato que é portado de visão monocular concorre nas vagas de pessoa com
deficiência (Súmula 377 do STJ). Já julgou isso varias vezes, fizeram essa súmula para facilitar

Quando vários casos chegam ao Tribunal, ele faz sua jurisprudência, mas hoje a jurisprudência pode
ser formada sem ter a necessidade de vários casos, pois há uma sistemática do Supremo ou do STJ julgando
um caso apenas e podendo firmar jurisprudência para todo o Poder Judiciário, para facilitar e enxugar as
ações judiciais.

O Superior Tribunal Federal gera súmulas de caráter vinculante que devem vincular todo o Judiciário
e toda a Administração Pública, mas não vinculam o próprio STF (o qual pode alterar ou cancelar sua
sumula0 e não vinculam Poder Legislativo (que pode fazer uma lei em sentido contrário).

Súmula Vinculante não é atividade de legislar, mas é uma atividade jurisdicional, legislar é criar
inovações no direito trazendo direitos e obrigações, inovando o que não tinha previsão de atividade. Quando
o supremo faz uma súmula Vinculante, ele está interpretando a Constituição, dando a sua exata aplicação.
Então quando há entendimento divergente da aplicação da Constituição, o Supremo faz a Súmula
Vinculante, interpretando a Constituição que é a sua função principal.
Para a prova, considere, como primeira resposta, que a única fonte primária deve ser a lei, que é
fonte principal, mas existem alguns autores (corrente minoritária) entendendo que Súmula Vinculante seria
fonte primária e estaria no mesmo nível de uma lei. Cuidado para quando a questão pedir regra geral ou a
exceção.

d) Costumes – Práticas reiteradas com a consequência de obrigatoriedade. Essas condutas repetidas são muito
presentes na Administração Pública,

Em pequenos municípios por exemplo, é comum a divulgação de atos administrativos em murais, pois não há
imprensa oficial. É um costume do local, apesar de não haver uma lei que disponha sobre isso. Nesses casos, a
mudança desse costume pode gerar direito ao particular se este deixar de ser informado porque houve mudança no
costume de divulgação no mural, portanto, se não há lei, o costume deve ser utilizado.

Sistemas Administrativos
A) Sistema do contencioso administrativo/sistema francês – há separação entre justiça administrativa e justiça
comum.
B) Sistema judiciário/ sistema inglês /sistema de controle judicial/ Jurisdição Única – não há separação clara
entre justiça administrativa e justiça comum. Esse é o sistema adotado no Brasil. Por meio dele, é possível
interpor ações na justiça sem mérito administrativo anterior.

Exceções:
1. Justiça Desportiva. Art. 217, CF:

§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após


esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.

§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do


processo, para proferir decisão final.

2. Súmula n. 2 STJ: não cabe habeas data (CF, art. 5, LXXII, a) se não houve recusa de informações por parte da
autoridade administrativa. Para entrar no judiciário, deve-se ter prova negativa no âmbito administrativo.

3. Reclamação para assegurar aplicação de Súmula Vinculante: Lei n. 11.417/2006, que regulamenta o at.
103-A da CF, estabeleceu que, contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será
admitido após esgotamento das vias administrativas.

4. MS quando houver recurso administrativo com efeito suspensivo: Lei n. 12016/09 previu que não cabe o
MS: “caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independente de caução” (art. 5º, I).

5. O STF entendeu que a exigibilidade de prévio requerimento administrativo como condição para regular
exercício do direito de ação, para que se postule judicialmente a concessão de benefício previdência, não
ofende o art. 5º, XXXV, da CF.

Ressalvou o Tribunal que, nas hipóteses de pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício
anteriormente concedido, o pedido poderia ser formulado diretamente em juízo, porque, nesses casos, a conduta de
Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) já configuraria o não acolhimento da Pretensão. Informativo. N. 757
STF,2014.

Princípios Administrativos

Princípios administrativos são os valores fundamentais nos quais se apoia o Direito Administrativo.

A CF taz, no art. 37, cinco princípios que são valores fundamentais expressos e consagrados na Constituição, que são:
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência administrativa. O famoso mnemônico “LIMPE”.

Mas, ainda na Constituição, encontra-se uma série de outros princípios implícitos, como principio da segurança
jurídica, da indisponibilidade do interesse público, da razoabilidade, da motivação e uma série de outros que estão
implícitos na Constituição.

Introdução

Âmbito de Aplicação (art. 37, CF)


Aplica-se toda a Administração Pública, direta e indireta, em todos os níveis de Federação: da União, dos
Estados, do DF e dos Municípios. Toda a Administração Pública tem que atuar de acordo com a legalidade,
impessoalidade e moralidade, a publicação e a eficácia. Ou seja, devem atuar de acordo com os valores
fundamentais que estão na Constituição.
São de Observância Obrigatória
Os princípios são de observância obrigatória, pois a CF utiliza o verbo no imperativo, ou seja, o emprego dos
princípios não é facultativo, mas obrigatório.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)

Não são absolutos


Não são de caráter absoluto, o que significa que podem ser relativizados diante do caso concreto. Os
princípios devem ser ponderados a depender do caso concreto, portanto, possuem certo grau de relativização.

Ex.: O caso de divulgação de remuneração de servidores públicos aparentemente viola o principio da intimidade,
contudo, segundo ponderação do STF, a publicidade se sobrepôs nesse caso.

Ex.²: a legalidade pode ser relativizada. É o caso de medida provisória que, não sendo lei, é a medida que pauta a
atuação do administrador público.

Ex.³: o concurso público celebra o princípio da isonomia. Contudo, há exceções como a nomeação em cargos de
comissão.

Aplicação imediata
Não é preciso haver lei que regulamente a aplicação dos princípios administrativos. Se a Constituição manda atuar
com moralidade, por exemplo, independente de existir a lei que regulamente a moralidade, será de aplicação
imediata.

Não há Hierarquia
Entre os princípios, não há relação hierárquica. Ato em que falte algum principio gera anulação, independentemente
de os outros estarem correntes e/ou presentes.

Segundo o autor Celso Antônio Bandeira de Mello, não há relação de hierarquia entre os princípios, mas há dois
princípios que formam a base de todo o regime jurídico administrativo: principio da supremacia e o principio de
indisponibilidade do interesse público.

Já segundo a autora Maria Sílvia di Pietro, os princípios que formam a base são principio da supremacia do interesse
público e o princípio da legalidade.

Nesse Caso, em provas, o examinador irá se valer de um ou de outro para formular as questões e é necessário saber
desses dois autores.

Legalidade
O agente só pode fazer o que a lei autoriza

O Cidadão pode fazer tudo o que a lei não proíbe

Exemplo: caso um agente público queria comprar algum item para o seu órgão, um ar-condicionado, por exemplo,
terá uma lei que vai dispor sobre essa compra, como a lei de licitações, que irá reger todo o processo. Então, dentro
dessa legalidade, o administrador ele tem que agir pautado com a lei.

Reserva Legal – determinados assuntos devem ser tratas por lei em sentindo formal ou em sentido estrito. Ex.:
criação de autarquias, criação de cargos públicos etc.

Não monovalente – pertence a vários ramos do direito. É plurivalente.

Juridicidade – é a evolução do princípio da legalidade. Enquanto a legalidade é agir pautado com a lei, a juridicidade
é agir de acordo com o “bloco de legalidade”, que é o conjunto de normas gerais, princípios de administração
publica e tratados internacionais. É agir de acordo com todo ordenamento jurídico brasileiro.
Impessoalidade
O Princípio da impessoalidade estabelece o dever de imparcialidade na defesa do interesse público,
impedindo discriminação e privilégios indevidamente dispensados a particulares no exercício da função
administrativa. Atos motivados. A conduta deve ser, portanto, impessoal. Exemplos de atos que atendem a
impessoalidade: concursos públicos, licitações.

Temos na nossa Constituição a vedação de promoção pessoa com a publicidade governamental (art. 37, §1º).

Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da
autoridade responsável, nos termos da lei.

Ou seja, em publicidade governamental não pode haver a promoção pessoal do governante, pois viola o dever da
impessoalidade. Não pode haver, portanto, nome símbolo, imagem, slogan nem nada que remeta pessoalmente ao
governante, que possa caracterizar promoção pessoal.

Moralidade
Os atos devem ser praticados de acordo com ética, a boa-fé e a honestidade.

A moralidade hoje é um princípio autônomo do Direito Administrativo. Um ato pode ser legal e impessoal,
por exemplo, mas se não for também moral, será viciado, ilegal. Antes de receber autonomia, um ato que fosse
considerado imoral poderia ser anulado alegando-se violação à legalidade, não à moralidade. Agora, sendo ato
imoral, já passa a ser ato ilegítimo. Portanto, um ato legal, mas imoral, é ilegítimo (viciado), sendo cabível sua
anulação.

Exemplo: uma prefeitura fez convênio com a União, recebeu transferências de verbas e era dotada de certa
liberdade para aplicá-las. O prefeito fez licitação, agiu de acordo com a lei; porém, a licitação foi realizada para
comprar carros novos e mais luxuosos para ele e seus secretários. Quando foi feita a verificação pelo Tribunal de
Contas da União (TCU), constatou-se que a prefeitura agiu de acordo com a legalidade, mas não com a boa-fé e a
moralidade administrativa, pois o dinheiro gasto poderia ter sido investido em saúde, educação etc. Então, apesar de
ter sido regular, o ato foi considerado ilegítimo, resultando em reprovação de contas e em aplicação das sanções
previstas.

Moral comum e moral administrativa são diferentes. Pode haver semelhanças, mas nem tudo que é moral para a
sociedade é moral para a administração pública, e vice-versa. É a própria administração que define o que é moral e
imoral em seu âmbito. Há leis que definem padrões de comportamentos morais, como o Código de Ética, decreto
federal que determina padrões de moralidade e de conduta dos servidores federais.

Mesmo na sociedade, existem vários comportamentos que são aceitáveis para determinado grupo, mas não
para outro. Então, a moralidade é um conceito que envolve algumas variações.

Cabimento de Ação Popular e Ação de Improbidade Administrativa

Ambas as ações estão na Constituição Federal

Fundamento Legitimidade Consequências


APP 5º, LXXIII Cidadão Anular o Ato
AIP 37, par 4º MP ou pessoa jurídica Responsabilizar o
lesada (art. 1º Lei nº agente
8.429/92)

Exemplo de ação popular:


Foi nomeada uma pessoa, para um cargo efetivo, sem ter feito concurso. Um cidadão contrata um advogado, entra
com uma ação popular e o juiz pode anular o ato – no caso, a nomeação.

Exemplo de ação de improbidade administrativa:

A pessoa responsável por nomear alguém que não poderia ocupar determinado cargo pode sofrer a
interposição de uma ação de improbidade. Essa ação visa punir o agente que não se comportou de acordo com os
padrões de moralidade aceitáveis pela administração pública. Nesse caso, haverá consequências previstas na
Constituição e na lei de improbidade, em razão do ato de improbidade praticado.

Em empresas privadas, é comum a nomeação de parentes para ocupar cargos disponíveis. Na administração
pública, levando-se em conta os princípios da moralidade e da impessoalidade, isso não é aceitável.

A súmula que veda o nepotismo decorre não apenas da moralidade, mas também da impessoalidade, da
eficiência etc. A prática do nepotismo, além da moralidade, viola a Constituição de modo geral.

A NOMEAÇÃO DE CÔNJUGE, COMPANHEIRO OU PARENTE EM LINHA RETA, COLATERAL OU


POR AFINIDADE, ATÉ O TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, DA AUTORIDADE NOMEANTE OU DE
SERVIDOR DA MESMA PESSOA JURÍDICA INVESTIDO EM CARGO DE DIREÇÃO, CHEFIA OU
ASSESSORAMENTO, PARA O EXERCÍCIO DE CARGO EM COMISSÃO OU DE CONFIANÇA OU, AINDA,
DE FUNÇÃO GRATIFICADA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA EM QUALQUER DOS
PODERES DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS, COMPREENDIDO
O AJUSTE MEDIANTE DESIGNAÇÕES RECÍPROCAS, VIOLA A CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

Obs.: Função de confiança e função gratificada são a mesma coisa.

Quem não pode ser nomeado?

Pais são parentes em primeiro grau; avós, em segundo grau. Estes fazem parte da linha reta ascendente,
enquanto filhos estão na linha reta descendente. Os tios são parentes em terceiro grau; e primos (filhos dos tios), em
quarto grau. Tanto tio como primo fazem parte da linha colateral, pois têm uma ligação de sangue. Os parentes
afins, por sua vez, não têm ligação sanguínea, sendo provenientes da contração de casamento. O grau de parentesco
com os parentes por afinidade é o mesmo grau deles com o cônjuge ou companheiro. Assim, sogro e sogra são
parentes em primeiro grau.

A lei prevê que parentesco em primeiro grau nunca se desfaz. Ainda que o casal se separe ou se divorcie,
sogro e sogra continuarão sendo sogro e sogra.

Quando a Súmula coloca “inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de nomeação, chefia ou assessoramento”, significa que não pode ser parente nem da autoridade
nomeante nem do servidor que estiver em cargo de comissão ou em função de confiança. Exemplo: o secretário da
Receita Federal faz a nomeação de uma pessoa qualquer para chefe de gabinete. Ou seja, essa pessoa estará em
cargo de comissão. Portanto, o secretário não pode nomear, para outro cargo, um parente desse chefe de gabinete

Qual função é vedada?

 Cargo em comissão.
 Função de confiança ou gratificada.
Obs.: Para cargo efetivo, não existe essa restrição. Se alguém passar em um concurso para um órgão cujo pai é a
autoridade responsável por fazer a nomeação dos aprovados, ele poderá ser nomeado pelo pai.
O Supremo entendeu que a Súmula Vinculante não se aplica para cargos ou agentes políticos. Essa é a regra
geral.
O STF também interpretou que conselheiro de Tribunal de Contas é cargo técnico, não político; então, nesse
caso, aplica-se a Súmula.
Obs.: O Supremo tem impedido a nomeação de parentes para cargos políticos caso a pessoa nomeada não
tenha qualificação para o cargo. Essa é a exceção.

Súmula Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal

A NOMEAÇÃO DE CÔNJUGE, COMPANHEIRO OU PARENTE EM LINHA RETA, COLATERAL OU POR


AFINIDADE, ATÉ O TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, DA AUTORIDADE NOMEANTE OU DE SERVIDOR
DA MESMA PESSOA JURÍDICA INVESTIDO EM CARGO DE DIREÇÃO, CHEFIA OU
ASSESSORAMENTO, PARA O EXERCÍCIO DE CARGO EM COMISSÃO OU DE CONFIANÇA OU, AINDA,
DE FUNÇÃO GRATIFICADA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA EM QUALQUER DOS
PODERES DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS, COMPREENDIDO
O AJUSTE MEDIANTE DESIGNAÇÕES RECÍPROCAS, VIOLA A CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

Nepotismo Cruzado
“compreendido o ajuste mediante designações recíprocas”. Quando há essa reciprocidade nas designações
configura-se nepotismo cruzado.
Exemplo: A autoridade A faz a nomeação do filho da autoridade B, que nomeia o filho da Autoridade A.

A jurisprudência do STF preconiza que, ressalvada situação de fraude à lei, a nomeação de


parentes para cargos públicos de natureza política não desrespeita o conteúdo normativo do
enunciado da Súmula Vinculante 13." (RE 825682 AgR, Relator Ministro Teori Zavascki, Segunda
Turma, julgamento em 10.2.2015, DJe de 2.3.2015) Em hipóteses que atinjam ocupantes de
cargos políticos, a configuração do nepotismo deve ser analisado caso a caso, a fim de se verificar
eventual 'troca de favores' ou fraude a lei. 3. Decisão judicial que anula ato de nomeação para
cargo político apenas com fundamento na relação de parentesco estabelecida entre o nomeado e
o chefe do Poder Executivo, em todas as esferas da federação, diverge do entendimento da
Suprema Corte consubstanciado na Súmula Vinculante nº 13." (Rcl 7590, Relator Ministro Dias
Toffoli, Primeira Turma, julgamento em 30.9.2014, DJe de 14.11.2014) [...] Tanto assim que,
nessa ocasião, alguns Ministros observaram que a caracterização do nepotismo não estaria
afastada em todo e qualquer caso de nomeação para cargo político, cabendo examinar cada
situação com a cautela necessária. Estou convencido de que, em linha de princípio, a restrição
sumular não se aplica à nomeação para cargos políticos. Ressalvaria apenas as situações de
inequívoca falta de razoabilidade, por ausência manifesta de qualificação técnica ou de
inidoneidade moral." (Rcl 17627, Relator Ministro Roberto Barroso, decisão monocrática,
julgamento em 8.5.2014, DJe de 15.5.2014)

Obs.: O STF tem afastado nomeação para cargos políticos quando não há demonstração de capacidade técnica,
citando procedentes como a RCL 17627 (de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso), e RCL 11605 (do ministro
Celso de Mello). Essas reclamações são ações interpostas perante o STF quando uma súmula vinculante não é
cumprida

Publicidade

Publicidade:
Divulgação oficial dos atos, para que eles produzam seus efeitos (eficácia).
Publicação no Diário Oficial da União.

A publicação não é um princípio da Constituição. Nem todo ato da União deve ser publicado. É necessária a
publicação dos atos quando for um ato administrativo, de efeito externo, ou quando a lei exigir.

Exemplo de efeito externo: determinado tribunal não funcionará ou terminará o expediente mais cedo em
determinado dia. Nesse caso, deve ocorrer a publicação, pois o não funcionamento de um tribunal gera
consequências.

Caso em que a lei exige a publicação: a Lei n. 8.112 dispõe que o início do exercício da função de confiança
coincide com a data da publicação do nome da pessoa na imprensa oficial. Também quando é feito um contrato
administrativo, a lei exige que o extrato do contrato seja divulgado no Diário Oficial.

Demais condutas que demonstram transparência da administração pública.


Propagandas na televisão que mostram o que a administração tem feito;
Portal da Transparência, que divulga o contracheque dos servidores; portais que revelam gastos com viagens de
servidores; divulgação de atos da Voz do Brasil.

Se aparecer na prova “A divulgação de atos na voz do Brasil é suficiente para atender à publicidade”, a questão
estará errada. De fato, é uma forma de publicidade, mas não esgota a publicidade necessária.

Exceções: art. 5º, XXXLLL


XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

A lei de Acesso a informação regulamenta em que é possível restringir a publicidade. Atos que violem a intimidade
ou privacidade de alguém pode sofrer restrição em relação à publicidade.
A respeito da divulgação de atos no contracheque, o Supremo determinou que é constitucional e não representa
uma violação à segurança nem à intimidade.

Não cabe, no caso, falar de intimidade ou de vida privada, pois os dados objeto da divulgação em
causa dizem respeito a agentes públicos enquanto agentes públicos mesmos; ou, na linguagem
da própria Constituição, agentes estatais agindo “nessa qualidade” (§6º do art. 37). E quanto à
segurança física ou corporal dos servidores, seja pessoal, seja familiarmente, claro que ela
resultará um tanto ou quanto fragilizada com a divulgação nominalizada dos dados em debate,
mas é um tipo de risco pessoal e familiar que se atenua com a proibição de se revelar o endereço
residencial, o CPF e a CI de cada servidor. No mais, é o preço que se paga pela opção por uma
carreira pública no seio de um Estado republicano. SS 3902 AgR-segundo, Relator(a): Min. AYRES
BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 09/06/2011, DJe-189 DIVULG 30-09-2011 PUBLIC 03-10-2011
EMENT VOL02599-01 PP-00055)

Eficiência
Os atos devem ser prestados e executados:
 Presteza
 Perfeição
 Rendimento
 Melhor relação custo-benefício (economicidade)
A emenda Constitucional n. 19/1998 acrescentou o princípio da eficiência na CF. até 1998, a eficiência era um
princípio implícito. A partir daquele ano, passou a ser expresso.

Se, na prova, aparecer o seguinte item: “O princípio da eficiência foi previsto expressamente na Constituição com o
poder constituinte originário”, ele estará incorreto. Foi com o poder constituinte derivado, o qual reformou a
Constituição e colocou o princípio expressamente

Com a Emenda Constitucional n. 45/2004, que foi a reforma do Poder Judiciário, acrescentou-se o princípio da
eficiência ao processo judicial e administrativo (art. 5º, LXXXVIII, da CF). Para que o processo seja eficiente, deve
haver uma duração razoável.

Obs.: Os atos devem ser eficientes dentro da lei. Caberá ação civil de improbidade, processo administrativo e até
ação penal caso a lei seja descumprida, ainda que o ato tenha sido eficiente. Da mesma forma, o ato deve estar
dentro da legalidade e, ao mesmo tempo, ser eficiente.

Princípios Implícitos
Princípio da Motivação
É a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos que autorizaram a conduta administrativa.

Motivação é diferente de motivo e de móvel do ato administrativo

Teoria dos direitos dos motivos determinantes

Significa que quando um ato é motivado ele só será valido se os motivos apresentados forem verdadeiros.

O motivo é antecedente a prática do ato. Quando o ato é praticado ele apresenta os motivos, quanto são
apresentados os motivos acontece a motivação.

Momento de motivação

A motivação deve ser prévia ou concomitante à prática do ato

Via de regra não existe motivação posterior

A motivação deve ser explicita, clara e congruente.

Atos em que é sempre exigido a motivação

1. Neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;


2. Imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
3. Decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública
4. Dispensem ou declarem a inexigibilidade do processo licitatório;
5. Decidam recursos administrativos;
6. Decorram de reexame de oficio;
7. Deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareces, laudos, propostas e
relatórios oficiais;
8. Importem anulação, revogação ou suspensão ou convalidação do ato administrativo

Motivação aliunde ou per relationem é aquela que se faz com base em instrumento diverso do ato. É aquela
motivação feita com base em laudos, pareceres ou relatórios anteriormente emitidos como forma de suprimento da
motivação

Princípio da Razoabilidade
É o bom senso das decisões
Princípio da Proporcionalidade
É a adequação entre os meios e os fins

Aferição de proporcionalidade:

A) Adequada: o meio utilizado dever ser o correto, em vista de fim que se deseja alcançar. O meio deve ser
apto a atingir o fim que se destina;
B) Necessária/exigibilidade: a conduta deve ser menos gravosa em relação aos bens envolvidos
C) Proporcionalidade em sentido estrito: vantagens devem superar as desvantagens; deve haver
compatibilidade e equilíbrio entre os danos e as vantagens. Proporcionalidade entre o grau de restrição a
um direito e o grau de realização do direito contraposto

Princípio da Supremacia do Interesse Público


Hoje em dia se fala em interesse público PRIMÁRIO e SECUNDÁRIO

O interesse primário é o interesse da coletividade e o secundário é o interesse do estado. o interesse público


secundário só será valido quando coincidir com o interesse público primário.

O interesse público secundário é disponível, já o interesse publico secundário é indisponível, ou seja, o Estado não
pode abrir mão do interesse da coletividade.

O Estado só pode criar empresa pública ou economia mista para explorar atividade econômica em razão de
segurança nacional ou relevante interesse coletivo da sociedade.

Princípio da Autotutela ou da Sindicabilidade


É o autocontrole, a administração tem o poder de fazer o controle de seus atos, seja revogando o ato legal, que
deixa de ser conveniente e oportuno, ou então anulando os atos ilegais.

Não se confunde com o controle de tutela. Tutela é da administração direta para administração indireta.

Ex.: autarquias vinculadas a um ministério, quando o ministério faz uma supervisão ministerial para que a entidade
descentralizada não atue fora dos limites que resultaram a sua criação é um exemplo de tutela.

O controle de autotutela é um controle interno.

Sindicabilidade significa que a administração está sujeita à controle, seja pela auto tutela ou o controle do poder
judiciário ou do legislativo.

Sumula 346: A administração pode declarar a nulidade de seus próprios atos

Sumula 473: a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todas as casas, a apreciação judicial do STF.

Lei nº 9784/99 lei do processo administrativo federal: A administração deve anular seus próprios atos, quando
eivados de vicio de legalidade, e pode revoga-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos. A lei também fixou o prazo de 5 anos para a anulação dos atos ilegais, salvo comprovada má-fé

O STJ possui o entendimento que o termo inicial da contagem do prazo de 5 anos para se fazer a anulação dos atos
praticados anteriormente à lei nº 9784/99 ocorre a partir da publicação da nova lei. Assim por exemplo, só tem inicio
o prazo decadencial de cinco anos para um ato praticado em 1994 a partir da publicação da lei (1999), consumando-
se no ano de 2004 (MS 9112/DF).

Obs.: não há que se falar em prazo de cinco anos quando o ato afronta a constituição.

Súmula vinculante n 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a
ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, executada a apreciação da legalidade do atoo de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

Regra Geral
Exceção: nesses casos não há contraditório e ampla defesa.

RE 636.553: “Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima. Os Tribunais de Conta estão
sujeitos ao prazo de 5 (cinco) anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas.

O relator, Ministro Gilmar Mendes, propôs, por analogia, a aplicação do prazo prescricional de cinco anos previsto
no Decreto 20.910/1932 para que o administrado acione a Fazenda Pública. “Se o administrado tem o prazo de cinco
anos para buscar qualquer direito contra a Fazenda Pública, também podemos considerar que o Poder Público, no
exercício do controle externo, teria o mesmo prazo para rever eventual ato administrativo favorável ao
administrado’, explicou. O Ministro Afastou a aplicação do art. 54, da Lei n 9784/99.

TESE: é prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão de Tribunal de Contas (colocar em
ordem direta).

Fundamento: não aplicação do tema nº 897 (imprescritibilidade referente a atos dolosos de improbidade).

Não estão presentes em relação as decisões do Tribunal de Contas, que resultem imputação de débito ou multa os
requisitos do Tema 897, e, que, nos termos do § 3º, do art. 71 da CF, tem eficácia de título executivo; sendo,
portanto, prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário fundada nessas decisões. Uma vez que, (a) TCU não
analisa a existência ou não do ato doloso de improbidade administrativa; (B) não há decisão judicial caracterizando a
existência do ato ilícito doloso, inexistindo contraditório e ampla defesa plenos, pois não é possível ao imputado
defender-se no sentido da ausência de elemento subjetivo.

Após a conclusão da tomada de contas, com a apuração do débito imputado ao jurisdicionado, a decisão do TCU
formalizada em acórdão terá eficácia de título executivo e será executada conforme o rito previsto na Lei de
Execução Fiscal (lei. Nº 6.830/1980), por enquadrar-se no conceito de divida ativa não tributária da União, conforme
estatui o art. 39, §2º da lei nº 4.320/1964

Não há que se falar em imprescritibilidade, aplicando-se, integralmente, o disposto no art. 174 do Código Fiscal e fixa
em cinco anos, respectivamente, o prazo para a cobrança do crédito fiscal e para a declaração de prescrição
intercorrente.

Havendo elementos consistentes da atuação dolosa, há a possibilidade de ajuizamento da ação civil pública por ato
de improbidade administrativa, na qual (a) os acusados terão plenas oportunidades de defesa e (b) a condenação ao
ressarcimento, comprovado o agir doloso, será imprescritível, na forma da jurisprudência desta corte.

Princípio da Segurança Jurídica (proteção à confiança)


Quer dizer maior estabilidade das relações jurídicas.

O Princípio da proteção à confiança chamado de proteção à confiança legitima, corresponde ao aspecto subjetivo da
segurança jurídica, de forma a ser considerado desdobramento deste. Conforme ensina Maria Sylvia Zanella Di
Pietro, “Princípio da proteção à confiança leva em conta a boa-fé do cidadão, que acredita e espera que os atos
praticados pelo Poder Público sejam lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela própria
Administração e por terceiros”.

Como decorrência, também, do princípio da segurança Jurídica, a Lei nº 9784/99 veda a aplicação retroativa da nova
interpretação da lei (art. 2º). Com essa regra, se ocorre nova interpretação de dispositivo legal, o entendimento não
pode atingir efeitos pretéritos.

Nesse sentido, a Súmula nº 249 do TC: “é dispensada a reposição de importâncias indevidamente percebidas, de
boa-fé, por servidores ativos e inativos e pensionistas em virtude de erro escusável de interpretação de lei por parte
do órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente investida em função de orientação e supervisão, à vista
da presunção de legalidade do ato administrativo e do caráter alimentar das parcelas salariais.

E se o erro for operacional?

Tema 1009: Os pagamentos indevidos aos servidores públicos decorrentes de erro administrativo (operacional ou de
cálculo), não embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei pela administração, estão sujeitos à
devolução, ressalvadas as hipóteses em que o servidor, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva,
sobretudo com demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento indevido.

Teoria do Fato consumado


STF – NÃO APLICAÇÃO – STF. PLENÁRIO. RE 608482/RN, REL, Min. Teori Zavascki, julgado em 7/9

08/2014 (repercussão geral).

O fato consumado era utilizado quando uma pessoa, que entrou em um cargo público e depois foi julgado e
considerado inapto para o cargo que ocupa, tinha o seu cargo retirado pelo juiz. A defesa alegava fato consumado,
pois o servidor já havia estado por muitos anos trabalhando no cargo e, assim, não haveria motivo para retirá-lo de
seu cargo. • Hoje em dia, o STF não admite mais a teoria do fato consumado como regra geral.

Em casos excepcionais admite:

Se o servidor entrar por liminar e se aposentou no cargo público e por tempo de exceção é uma exceção que cabe o
fato consumado.

Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa


Art. 5º, LV: “Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.

Súmula vinculante nº 5º, STF: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não
ofender a CF”

Súmula 373 – STJ – não se exige depósito prévio para interposição de recurso

Súmula vinculante nº 21: é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para
a admissibilidade de um recurso administrativo.

Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos


Art. 6º, § 3º, II da Lei n 8987/95. Permite suspender a prestação: em situação de emergência ou após prévio aviso
quando:

I. Motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,


II. por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

1) É legitimo o corte do fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadimplente o usuário, desde
que precedido de notificação
2) É ilegítimo o corte de fornecimento de energia elétrica quando puder afetar o direito à saúde e à
integridade física do usuário.
3) É legitimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais por razões de ordem técnica ou de
segurança das instalações, desde que precedidos de notificação.
4) É legitimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadimplente pessoa jurídica de
direito público, desde que precedido de notificação e a interrupção não atinja as unidades prestadoras de
serviços indispensáveis à população.
5) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadimplente unidade de saúde,
uma vez que prevalece os interesses de proteção à vida e à saúde.
6) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando a inadimplência do usuário
decorrer de débitos pretéritos, uma vez que a interrupção pressupõe inadimplemento de conta regular
relativa ao mês de consumo.
7) É ilegítimo o corte de fornecimento de serviços públicos essenciais por débitos de usuário anterior, em
razão da natureza pessoal da dívida.
8) É ilegítimo o corte de energia em razão de débito irrisório, por configurar abuso de direito e ofensa aos
princípios da proporcionalidade e razoabilidade, sendo cabível a indenização ao consumidor por danos
morais.
9) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando o débito decorrer de
irregularidade no hidrômetro ou no medidor de energia elétrica, apurada a unilateralidade pela
concessionária
10) O corte no fornecimento de energia elétrica somente pode recair sobre o imóvel que originou o débito e não
sobre a outra unidade de consumo do usuário inadimplente.

Direito de Greve
Tese fixada pelo STF: A administração pública deve proceder o desconto dos dias de paralisação decorrentes do
exercício do direito de greve pelos servidores públicos em virtude da suspensão do vinculo funcional que dela
decorrer. É permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado
que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público.

Carreira Policial pode Fazer Greve?


O STF acredita que o exercício do direito de greve, sobe qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e
a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.

É obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos de classe das carreiras de
segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, por vocalização do interesse da categoria.

Ato Administrativo
Conceito
Atos administrativos são manifestações de vontade do Estado.

Ex.: decretos, resoluções, portarias, regimentos, avisos, circulares, atos que aplicam punições (cassações, demissões,
multas etc.).

Quem manifesta a vontade do Estado são seus agentes, criando um direito, regulamentando uma situação e
extinguindo o direito de um particular.

Conceito técnico: ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade do Estado ou de quem o represente,
de nível inferior à lei, visando atender o interesse público, em função administrativa e sujeita a controle judicial.

Não há lei sobre atos, por isso, estuda-se a doutrina.

Ser unilateral significa que o ato se confunde com o


contrato, pois todo contrato tem uma relação bilateral
(dois interessados no tratado – acordo de vontades).

Não existe ato administrativo bilateral.

Alguém que represente o Estado, ou seja, em função


administrativa, praticará ato administrativo. Ex.:
concessionário e permissionário.

Ato não está no mesmo nível em que está a lei.

Atos administrativos tem sempre uma fundamentação na lei.

O ato não pode ser praticado visando ao interesse particular.

Como o ato administrativo tem função administrativa, ele pode ser praticado por
todos os poderes.

Obs.: O Poder Executivo só pratica ato administrativo quando está em função administrativa. Quando o presidente
sanciona ou veta uma lei, não se trata de um ato administrativo, pois ele está praticando do processo legislativo
(atuação política).
Na função administrativa, o Legislativo e o Judiciário também praticam atos administrativos. No entanto, quando
estão em suas funções típicas, não será ato administrativo.

O Controle judicial é sempre um controle da legalidade e recai no ato vinculado e no discricionário.

Fatos Administrativos
Fato é sinônimo de
acontecimento

Primeira Teoria: fatos


administrativos são
acontecimentos que
produzem efeito na
administração pública.

Segunda Teoria: fato é


sinônimo de ato
material/execução.

Pulo do Gato
As duas teorias são aceitas pelas bancas.

Silencio Administrativo
No Direito Administrativo, em regra, tem de haver a manifestação de vontade.

O silencio, em regra é um fato administrativo (como sinônimo de acontecimentos).

O silencio só será um ato quando a lei assim prever.

Elementos/Requisitos do Ato Administrativo

Apesar de não haver uma lei que regulamente a matéria de atos, os autores retiram os cinco elementos da Lei n.
4717/1965, que é chamada Lei da Ação Popular. Essa Lei traz, em seu art. 5º, os elementos de forma mais
abrangente, e os autores entendem que nela está a fundamentação para os cinco elementos do ato administrativo,
que enumeram na seguinte ordem

 Competência
 Finalidade
 Forma
 Motivo
 Objeto

CO – FI – FOR – M O – OB
Obs.: o elemento competência pode aparecer também como a expressão “sujeito”, assim como é utilizado pela
autora Maria Sylvia di Pietro, que entende que os cinco elementos do ato administrativo sujeito; finalidade; forma;
motivo; e objeto.

Todo ato administrativo deve ter um sujeito competente; uma finalidade (de interesse público). Uma forma correta
(escrita como regra); um motivo (situação de fato ou de direito e um objeto (resultado daquele ato). Todo ato deve
nascer com esses cinco elementos e, se um deles estiver incorreto ou violado, o ato é considerado viciado, cabendo
a sua correção ou extinção.

Para saber sobre os elementos dos atos administrativo, é relevante pontuar algumas perguntas:

 No caso da competência, a pergunta deve ser sobre “quem” seria o sujeito competente para praticar o ato,
sendo competente, aquele que para quem a lei estabeleceu a atribuição de praticar o ato;
 Quanto à finalidade, a pergunta seria “para quê” o ato foi produzido ou qual o fim público que ele deve
atingir, a partir do que determina a lei;
 Sobre o elemento forma, a pergunta adequada seria “como” o ato deve ser praticado sendo o elemento
forma, a pergunta adequada seria “como” o ato deve ser praticado, sendo a regra a utilização da forma
escrita, como na lei n. 8112, por exemplo, que determina que a advertência seja executada por escrito ao
servidor que praticar determinada infração. Já o código de trânsito aborda atos por escrito por gestos ou por
placas, mas é a lei que vai determinar como deve ser feita manifestação de vontade de um ato a ser pratica;
 No que se refere ao motivo, deve-se perguntar “por quê” ocorreu no mundo jurídico, quais foram as
consequências, os efeitos ou os resultados do ato.
 Quanto ao objeto, a pergunta dever ser “o quê” ocorreu no mundo jurídico, quais foram as consequências,
os efeitos ou os resultados do ato.

Competência
Competência é o poder que a lei atribuiu ao agente público para a prática de seus atos, é a atribuição legal
quando se fala no Direito Administrativo sobre o sujeito competente não se referindo às pessoas “boas de trabalho”,
mas Às pessoas que têm a atribuição da lei para fazer determinada coisa. Se a lei estabeleceu a atribuição, a pessoa
tem a competência caso contrário, a pessoa não tem competência para praticar o ato.

Obs.: Quando se considera a legislação da Receita Federal, é possível verificar que a lei esclarece a competência e a
atribuição de cada servidor: só pode fazer fiscalização ou lavrar outro de infração, por exemplo, quem está na
carreira de auditor. Analistas e técnicos têm outras funções. Outro exemplo pode ser o caso de demissão de
servidores do Poder Executivo Federal, de modo que somente ao presidente da República caberia aplicar tal sanção.
Não há presunção de autoridade para essa competência, pois ele decorre da Lei n. 8112/1990, de forma expressa. É
importante estar atendo que, embora o art. 18 de Lei n. 9784/1999 disponha que quando não houver uma
autoridade especifica competente para praticar um ato, o processo deverá iniciar na autoridade de menor poder
hierárquico, isso não quer dizer que há uma presunção de competência. A lei está apenas regulamentando uma
situação muito excepcional para inicio de um processo.

Características de Competência
A Competência é irrenunciável, ou seja, o agente não pode abrir mão de suas atribuições. A lei é quem
atribuiu, limita ou, eventualmente, retira competências.

Obs.: é preciso ter cuidado com o art. 11 da Lei n. 9784/1999, que tem uma redação confusa. O artigo dispõe que a
competência é irrenunciável, salvo quando houver casos de delegação e avocação. Nesse caso, a lei pode levar ao
entendimento de que delegação e avocação são formas de renuncias, o que não ocorre, uma vez que delegar seria
atribuir a competência para outra pessoa e avocar seria chamar ato para si, o que não significa renunciar à
competência. No entanto para efeito de prova, se for citado o trecho da lei, deve-se marcar como item correto. Se
não fizer referencia `lei e trouxe a questão de forma mais abrangente, deve-se considerar que a competência é
irrenunciável.

A competência é imprescritível, não se perdendo pelo decurso do tempo. Quem atribuiu ou retira a competência é
apenas
Características
Irrenunciável = “não abrir mão”

Lei n. 9.784/1999, art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída
como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

A Lei tem uma redação incorreta, mas por ser texto de lei, caso essa afirmativa apareça na prova, deve ser marcada
como correta.

Inderrogável = somente a lei pode atribuir, não se transfere pela simples vontade do agente.

Improrrogável

Imprescritível = não se perde pelo decurso do tempo.

Vícios
Excesso de poder = ir além das atribuições legais

Função de fato = investidura irregular na função, praticando atos próprios desta.

Agente putativo: aparência de legalidade

Obs.: a teoria da aparência mantém a validade dos atos praticados para terceiros de boa-fé

Usurpação de função = ocorre quando alguém se apropria de uma função pública, praticando atos próprios desta.

Não se aplica a teoria da aparência nesse caso.

Obs.: os atos são considerados inexistentes

Há previsão no Código Penal para o crime de usurpação de função.

A convalidação pode ser aplicada quando há excesso de poder.

Convalidar é corrigir um vício de um ato, se ele é inexistente na usurpação, não se aplica a convalidação.

Finalidade
O objetivo de interesse público buscando a prática do ato.

Toda conduta é voltada para satisfazer o interesse público

A finalidade seria o fim mediato do ato administrativo, ao passo que o objeto é o fim imediato.

Obs.: a finalidade é sempre indicada pela lei. Ex.: multa.

Não há convalidação na finalidade

Cabe frisar que a doutrina e a jurisprudência entendem que existe uma hipótese em que pode ocorrer contrariedade
à finalidade especifica do ato, sem que se declare sua invalidade, desde que seja observado o interesse público
primário (coletividade). Trata-se da desapropriação, em que, depois de realizada a transferência de propriedade o
domínio público, altera-se a destinação inicial especifica do ato, denominada tredestinação licita.

Forma
Regra = manifestação por escrito

Gestos, sons, meios mecanismos/eletrônicos (semáforo e placas são admitidos


quando não for possível a forma escrita.

Formalização/formalidades
São os requisitos indispensáveis para a correta prática do ato administrativo

Quando uma formalidade não é respeitada, a forma nasce viciada.

Obs.: a forma admite convalidação, desde que não tenha uma formalidade indispensável para sua validade.
Ex.: fazer uma portaria quando seria necessário fazer um decreto.

Motivo
Situação de fato ou de direito que autoriza o ato a ser praticado

Motivo de fato é a situação fática que aconteceu

Motivo de direito é a que está presente na lei, tem fundamento legal.

Todo ato deve ter motivos, caso não tenha será um ato ilegal, é um vicio que não tem convalidação.

Motivo é diferente de motivação

Motivação é a justificativa do ato, é apresentar as razões que levaram o ato a ser praticado

Na motivação deve-se apresentar os reais motivos

O motivo antecede o ato. Quando o ato é praticado, ele vem com uma motivação

Móvel é a intenção que estava na mente do agente quando ele resolveu praticar o ato administrativo

Objeto
Os efeitos que o ato produz, seu resultado imediato

Objeto é diferente de finalidade

 Finalidade = para quê o ato foi praticado


 Objeto = resultado instantâneo que o ato produz

Exemplos:

Dissolução de Desapropriação de Desapropriação de


passeata propriedade com propriedade improdutiva
tumultuosa plantio de plantas com fins de interesse
psicotrópicas social para Reforma
Agrária
Competênci Polícia Militar do Presidente da República Presidente da República
a DF
Finalidade proteger os bens, punitiva em razão do interesse
segurança das social, justa distribuição de
pessoas terras
Forma gestos, sons, decreto de decreto
condutas razoáveis desapropriação
e proporcionais
Motivo tumulto plantar o que não improdutividade da terra
deveria
Objeto acabar com a perda da propriedade perda da propriedade
passeata

Discricionariedade e Vinculação

 Vinculados
 Competência
 Finalidade
 Forma

São elementos vinculados à lei, que sempre dirá quem pratica o ato, para quê serve como deve ser praticado

Vinculados/discricionários

 Motivo
 Objeto

Depende da lei, que dirá quando é vinculado e quando é discricionário.

Exemplo

1. Aposentadoria compulsória aos 75 anos – Ato vinculado

 Competência: fixada na lei


 Finalidade: fixada na lei
 Forma: ato/portaria por escrito
 Motivo: idade
 Objeto: passar para a inatividade remunerada

2. Prorrogação de concurso – Ato discricionário

A lei determina quem tem competência, o fim público e a forma.

A autoridade competente avaliará os motivos e decidir o efeito.

• É correto afirmar que em um ato vinculado todos os elementos são vinculados.


• É incorreto afirmar que em um ato discricionário todos os elementos são discricionários.

Competência finalidade e forma são sempre vinculados, a discricionariedade está na

análise dos motivos para decidir que objeto será produzido.

• Competência, finalidade e forma são vinculadas em todos atos administrativos.

Obs.: alguns autores entendem que o elemento forma pode ser discricionário. Esse entendimento não prevalece,
mas autores como Maria Sylvia Zanella Di Pietro têm essa posição.

Atos Administrativos – Atributos


Atributos ou Características dos Atos Administrativos

Hely Lopes Meireles

Três atributos: presunção, imperatividade e autoexecutoriedade (PAI)

Presunção
Legitimidade: Presunção de que o ato nasceu e está de acordo com a lei.

Veracidade: Fatos verdadeiros.

Relativa: (juris tantum); transferência de ônus da prova – particular. Ex. se o particular, ao levar uma multa de
trânsito da administração pública, entender se irregular, ele que deverá provar essa ilegalidade.

Imperatividade

Imposição do ato ao particular – sem concordância prévia

Atos que não possuem imperatividade: atos negociais e enunciativos

Negociação: licença, autorização

Enunciativos: certidão, atestado.

Autoexecutoriedade
O ato possui execução direta pela própria administração pública, sem a necessidade de ordem/autorização prévia do
judiciário.

A autoexecutoriedade retira o controle judicial do ato administrativo? Não, a autoexecutoriedade apenas imediata a
execução sem precisar de uma ordem judicial prévia.
Ex.: cobrança de multas, tributos, atos e desapropriação e servidão administrativa.

Celso Antônio Bandeira de Melo

São quatro atributos

 Presunção Legitimidade e veracidade: HLM


 Imperatividade: HLM
 Exigibilidade: Meios indiretos de coerção.
 Induzem o particular ao cumprimento, à obediência.
 Ex: instituição de multas por agentes de trânsito.
 Executoriedade: Meios diretos de coerção.
 Obrigação física/material particular (proibição)

• MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO (PATI)

São quatro atributos.

 Presunção legitimidade e veracidade: HLM


 Autoexecutoriedade: HLM
 Imperatividade: HLM
 Tipicidade: Necessidade de o ato atender apenas ao seu fim legal = proteção particular.

A tipicidade é um atributo do ato administrativo que determina que o ato deva atender

apenas ao seu fim legal.

Obs.: na prova deve seguir os ensinamentos do HLM, CABM ou da MSZP? A tendência é aparecer mais a teoria do
Hely Lopes Meirelles, dependerá do que a questão pedir.

A doutrina entende, atualmente, que os atos administrativos só serão autoexecutórios nos casos previstos em lei ou
em situações emergenciais.

• Informativo n. 694 STF. Deferida a naturalização, seu desfazimento só pode ocorrer mediante processo judicial. Por
conseguinte, declarou-se a nulidade da Portaria n. 361/2008, do Ministro de Estado da Justiça, de modo a
restabelecer-se a situação do recorrente como brasileiro naturalizado em todos os órgãos públicos, sem prejuízo de
que a condição de naturalizado fosse analisada judicialmente, nos termos do art. 12, § 4º, I, da CF. Assentou-se,
ainda, a não recepção do art. 112, §§ 2º e 3º, da Lei n. 6.815/1980 (Estatuto do Estrangeiro) pela atual Constituição.

• Quebra de sigilo bancário em processo administrativo disciplinar.

Classificação dos atos administrativos


Quanto aos destinatários
Atos Gerais: São aqueles que não possuem destinatário determinado, mas alcança todos que estão em idêntica
situação. Prevalecem sobre os atos individuais anteriormente expedidos, ainda que provindos da mesma autoridade.
São os atos normativos praticados pela administração.

Ex.:Estabelecimento da velocidade de uma via; decreto que disciplina a coleta de lixo domiciliar; placa que fixa locais
de estabelecimento; portaria que altera horário de atendimento de um órgão público; edital de licitação ou concurso
público.

O decreto pode se enquadrar na categoria dos atos normativos (gerais), mas também pode ter caráter individual,
quando for para especificar uma situação determinada, como ocorre com o decreto expropriatório, ou seja, aquele
que dá origem ao processo de desapropriação.

Atos individuais/especiais: são aqueles que possuem destinatários certos. Dirigem-se a destinatários específicos,
criando-lhes situação jurídica particular. O mesmo ato pode abranger um ou vários sujeitos, desde que seja,
individualizados.
Ex.: regularização de terreno irregular; nomeação de candidatos em concurso público

Quanto ao Alcance
Atos internos: são destinados a produzir efeitos. Como regra, dentro das repartições administrativas, e que, por isso
mesmo, incidem, normalmente, sobre os órgãos e agentes da Administração que os expediram.

Ex: portaria que determina que os servidores devem usar o crachá de identificação ou que determina a entrega de
declaração do imposto de renda no setor de recursos humanos da respectiva unidade em que é lotado o servidor.

Atos externos: destinados a produzir efeitos, como regra, foram da administração. São todos aqueles que alcançam
os administrados, os contratantes e, em certos casos, os próprios servidores, provendo sobre seus direitos,
obrigações, negócios ou conduta perante a Administração Pública.

Ex: nomeação de candidatos a concurso público; alteração de horário de atendimento em determinado órgão;
portaria que fixa o recesso forense de um Tribunal.

Como visam a produzir seus efeitos fora a Administração, necessitam, em regra, de publicidade, través de divulgação
em meio oficial.

Quanto ao Objeto
Atos de Império: (por prerrogativas) são todos aqueles que a Administração pratica usando de sua supremacia sobre
o administrado ou o servidor e lhes impõe obrigatório atendimento. Expressam a vontade soberana do Estado e seu
poder de coerção.

Na prática de atos de império, a Administração utiliza toda a sua supremacia em relação ao administrado, impondo
medidas que geram o dever de pronto atendimento, como, por exemplo, desapropriação, interdição de atividades,
multa, apreensão de mercadorias.

Administrados: particulares

• Atos de Gestão: são os que a Administração pratica sem usar de sua supremacia sobre os administrados. Tais atos,
desde que praticados regularmente, geram direitos subjetivos e permanecem imodificáveis pela Administração,
salvo quando precários por

sua própria natureza. Ex: autorização e licença para dirigir, licença para construir.

Os atos de império e gestão tiveram importância sobretudo na época da irresponsabilidade estatal vigente no
período absolutista. Admitiu-se a responsabilidade pelos atos de gestão praticados pelo Estado e continuava a
irresponsabilidade perante atos de gestão. Atualmente não há mais essa diferença para o tratamento da
responsabilidade do Estado.

Atos de Expediente: são todos aqueles que se destinam a dar andamento aos processos e papéis que tramitam pelas
repartições públicas, preparando-os para a decisão de mérito final, a ser proferida pela autoridade competente. Não
possuem conteúdo decisório. Ex: juntada de documentos e despacho

Quanto Ao Regramento Ou Vinculação Ou Grau De Liberdade


• Atos Vinculados: são aqueles para os quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização. Nessa
categoria de atos, as imposições legais absorvem, quase que por completo, a liberdade do administrador, uma vez
que sua ação fica adstrita aos pressupostos estabelecidos pela norma legal para a validade da atividade
administrativa. Ex: aposentadoria compulsória aos 75 anos.

• Atos Discricionários: São aqueles em que a lei permite ao agente público realizar um juízo de conveniência e
oportunidade (mérito) para decidir a solução mais adequada ao caso concreto.

Quanto À Formação/Ao Número De Vontades


Essa é uma das mais confusas em razão de algumas divergências doutrinárias... O estudo dos atos quanto à sua
formação se refere ao número de vontades necessárias para a correta formação do ato. Alguns atos administrativos
dependem de apenas uma única manifestação de vontade, de um órgão ou agente público, para a sua formação.
Outros dependem de atos secundários para aprovar um ato anterior principal. E outros resultam da conjugação de
diversas manifestações de vontade para formação de um único ato.

• Atos Simples: é o que resulta da manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal ou colegiado, ou de
apenas um agente público. Não importa o número de pessoas que participam da formação do ato. O ponto
relevante é que a expressão da vontade devem provir apenas de um único órgão ou agente.

Ex: portaria expedida por Presidente de tribunal; aplicação de multa; recurso apreciado por junta de recursos de
uma entidade que fiscaliza trânsito (órgão colegiado). Portanto, é considerado ato simples um ato expedido por um
único agente, como proveniente de um órgão colegiado.

• Ato Composto: é o que resulta da vontade única de um órgão ou agente, mas depende da aprovação, ratificação
ou confirmação por parte de outro para produzir seus efeitos.

Há, na verdade, uma só vontade autônoma, ou seja, de conteúdo próprio. As demais são meramente instrumentais,
porque se limitam à verificação de legitimidade do ato de conteúdo próprio.

No ato composto, existe um ato principal e outro(s) ato(s) acessório(s) que apenas confirma, aprova, ratifica o ato
principal. Constitui-se de uma vontade (ato) principal e outra instrumental.

Na verdade, são dois atos: principal e secundário (acessório). Como, por exemplo, autorização que depende de um
visto ou um parecer que deve ser aprovado pela autoridade superior.

• Ato Complexo: é aquele que se forma pela conjugação de vontades de mais de um órgão (dois ou mais órgãos) ou
agentes. O ato complexo somente estará formado quando todas as vontades exigidas forem declaradas.

Ex: portaria interministerial. Obs.: Exemplo do autor José Carvalho Santos Filho de ato complexo: investidura de
ministro do Supremo Tribunal Federal. Ele entende que são dois atos: indicação do Presidente + aprovação do
Senado Federal (mesmas vontades no mesmo nível). Maria Sylvia entende que a nomeação do Procurador-Geral da
República é ato composto, pois, para a sua formação, concorrem dois atos, indicação do Presidente da República e
aprovação do Senado Federal, um principal e outro apenas de caráter instrumental. A autora também entende que a
homologação de licitação é espécie de ato composto.

Se cair em prova, deverá se atentar no que a questão pede.

Registrar a aposentadoria no Tribunal de Contas é ato composto ou ato complexo?

Registro de aposentadoria em Tribunal de Contas é exemplo de ato complexo, porque esse ato é uma vontade
principal e a aposentadoria do servidor só está realmente finalizada quando as duas vontades venham a se juntar
para se tornar um ato só no final.

Uma nomeação para quem passou para o concurso de Advocacia-Geral da União e é feito uma portaria. Essa
portaria do AGU é ato simples, composto ou complexo?

É ato simples, porque uma autoridade sozinha produziu ato.

Agora se fosse uma Resolução do Conselho Superior da AGU, e essa Resolução depende, ainda, de uma portaria
ratificadora do Advogado-Geral da União, por exemplo, que trate sobre promoções de membros da AGU. Desta
forma, é um ato composto.

Se há uma nomeação para o cargo de Procurador da Fazenda Nacional, tem que ser feita uma portaria pelo Ministro
da Economia e tem que ser feita em conjunto com o Advogado-Geral da União. Os dois se juntam para realizar um
ato só (nomeação de membros da Procuradoria da Fazenda Nacional). Esse ato que dependerá da vontade de dois
órgãos distintos que se juntam para fazer um ato só, trata-se de ato complexo.

• 1 vontade, 1 órgão, 1 só agente: ato simples.


• Ato principal, acessório que precisa ser ratificado, confirmado: ato composto.
• 2 órgãos, 2 vontades que se juntam para realizar um ato só no final: ato complexo.
Quanto à Eficácia
Valido: é ato que está em conformidade com a lei

Nulo: é o com vicio insanável (finalidade, motivo e objeto). Não admite a convalidação, pois apresenta defeito tão
grave que não é possível a correção.

Inexistente: é o que apenas tem aparência de manifestação regular da administração, mas não chega a se
aperfeiçoar como ato administrativo.

Ex: É o clássico ato praticado por usurpador da função pública que se apropria de uma função pública sem ser de
nenhuma forma nela investido, e também em relação a atos materialmente impossíveis, como, por exemplo, a
nomeação de pessoa morta.

Anulável: aquele que tem um vicio sanável. O vicio sanável (que se pode corrigir) pode ser de competência e vicio de
forma do ato administrativo (vícios que podem fazer a convalidação).

Quanto à Elaboração ou exequibilidade


Perfeito: é aquele que já completou o ciclo necessário de formação, já percorreu todas as fases necessárias para sua
formação. Na análise de perfeição, verifica-se apenas se seu ciclo (fases) de produção foi concluído. A analise da
legalidade do ato será aferida no plano da validade.

O cargo de ministro do STJ pode ser ocupado por advogado, nos termos definidos pelo art. 104 da CF. Essa
investidura dependerá de lista sêxtupla elaborada pela OAB enviada pelo STJ que elaborará lista tríplice entre os
nomes escolhidos e, em seguida, encaminhando ao presidente da república para escolha de um candidato que,
ainda, será submetido à aprovação do Senado Federal. O ato será perfeito quando passar todas essas etapas (fases)
de produção. Entretanto, se esse ato é ou não legal é uma questão que será analise no plano de validade.

Imperfeito: é o que se apresenta incompleto na sua formação. Ato que não completou o seu ciclo ou as suas fases
necessárias de formação (o ato será inexistente).

Na verdade, não há um "ato imperfeito". Ele não existe ainda como ato administrativo. Mas essa classificação é feita
para fazer uma contraposição ao ato perfeito.

Aproveitando o mesmo exemplo anterior, investidura de Ministro do STJ na vaga de advogado, o ato será
imperfeito se estiver pendente de conclusão de alguma de suas fases. Se já houve elaboração de lista pela OAB e
envio ao STJ e este já formulou a lista tríplice para apreciação presidencial, mas que ainda depende de escolha de
um dos nomes pelo Presidente e aprovação do Senado Federal, o ato será imperfeito.

Pendente: é aquele que, embora perfeito, por reunir todos os elementos de sua formação, não produz efeitos, por
não ter sido verificado o termo ou condição que depende sua produção de efeitos. O ato pendente pressupõe um
ato perfeito, pois completou todas as suas fases necessárias de formação, mas só irá produzir seus efeitos quando o
termo ou a condição for implementada.

Ex.: É o que ocorreria na expedição de uma multa de trânsito que obedeceu a todos os procedimentos fixados em
lei, mas que está sendo questionada judicial ou administrativamente e, por isso, teve sua exigibilidade suspensa.
Assim, o pagamento da sanção dependerá do provimento ou não da decisão judicial ou administrativa.

Termo: é o evento futuro e certo.

Ex.: Férias marcadas para determinado mês será um ato pendente até que se verifique o termo, qual seja, chegar o
mês marcado para o gozo de férias. Com o advento do mês marcado, o ato produzirá seus efeitos, e o servidor se
ausentará do serviço durante o prazo fixado.

Condição: é evento futuro e incerto.

Ex.: Uma multa de trânsito que está sendo questionada por recurso administrativo não está produzindo o efeito de
obrigar ao pagamento e a perda de pontos na licença para dirigir. Entretanto, se o recurso for improvido, o condutor
deve pagar multa e terá a subtração dos pontos, ou seja, o ato produzirá seus efeitos em razão da condição ter se
implementado.
Consumado ou Exaurido: é aquele que já produziu todos os seus efeitos esperados.

Ex: O gozo das férias pelo servidor representa a consumação do ato.

Ex: Uma autorização de uso de bem público para realização de festa de igreja estará consumada com o
encerramento do evento.

O ato consumado não admite a revogação, pois, com a consumação, ele se extingue naturalmente, uma vez que
produziu todos os seus efeitos

A única combinação que não se pode ter é o ato imperfeito com as demais.

Se o ato é imperfeito, ele ainda é inexistente.

Obs.: a publicação em ato na imprensa oficial é uma questão de eficácia. O ato só produzirá efeitos quando
acontecer essa publicação na imprensa oficial.

Quanto aos Efeitos


Ato Constitutivo: é aquele por meio do qual a Administração cria, modifica ou extingue um direito ou situação do
administrado. É ato que traz em si uma modificação no mundo jurídico. Seja criando, extinguindo ou alterando uma
situação jurídica.

Ex: autorização para utilizar calçada (a Administração estará criando um direito para se utilizar a calçada)

Ato declaratório: é aquele que a administração apenas reconhece um direito preexistente.

Não é o ato administrativo declaratório que criou o direito. Apenas reconheceu. O direito o particular já tinha antes
do ato administrativo.

Ex.: licença para dirigir, licença para construir, licença para exercer profissão.

Ato Enunciativo: é aquele em que a Administração certifica, atesta uma situação ou profere opinião quando for
consultada como, por exemplo, o atestado, a certidão e o parecer.

Extinção dos Atos Administrativos


Caducidade
Em razão de uma nova lei ou nova norma jurídica que não permite mais tal situação.

Ex.: leis que permitiam os bingos. Surgiu uma nova lei dizendo ser proibido a utilização de bingos no Brasil. Quem
tinha autorização, perdeu (caducidade)

Cassação
Particular = descumpriu as condições em que deveria permanecer

Ex.: havia uma autorização para funcionar como hotel, mas foi transformado em motel.

Contraposição

Tem como uma pessoa ser nomeada e exonerada ao mesmo tempo? Não, a nomeação visa a ocupação e cargo e a
exoneração visa a desocupação do cargo.

Revogação Anulação/invalidação
Atos Legais Ilegais
Análise Conveniência e oportunidade (mérito). Legalidade/legitimidade
Competência Administração, em regra. Administração ou poder Judiciário
Prazo Não há prazo fixado em lei. 5 anos, salvo comprovada má-fé
(art. 54, Lei 9784/99).
Só irá marcar em prova que o Judiciário poderá fazer revogação quando for um ato do próprio Poder Judiciário.

Somente a Administração pode fazer revogação? Sim.


A revogação pode ser feita pela Administração ou pelo Poder Judiciário, quanto aos seus próprios atos
administrativos? Sim.

Efeitos:

 Revogação: ex nunc = para frente


 Anulação/invalidação: ex tunc = para trás
 Efeitos prospectivos da revogação: para frente/futuro

Atos que não admitem revogação


Atos vinculados: pois não há juízo de competência e oportunidade que permita revogação.

Licença para construir. Revogação. Obra não iniciada. Legislação estadual posterior. I. Competência do estado
federado para legislar sobre áreas e locais de interesse turístico, visando a proteção do patrimônio paisagística (CF,
art. 180). Inocorrência de ofensa ao art. 15 da Constituição Federal; II. Antes de iniciada a obra, a licença para
construir pode ser revogada por conveniência da Administração Pública, sem que valha o argumento do direito
adquirido. Precedentes do supremo tribunal. Recurso extraordinário não conhecido.

Atos exauridos ou consumados: não podem ser revogadas, pois já produziram seus efeitos.

Ex.: férias gozadas, porque não se revoga ato que concedeu férias se o servidor já usufruiu de todo o período de
gozo.

Atos que geram direitos adquiridos: a constituição não permite que a lei viole direito adquirido. Dessa forma, o ato
administrativo não poderá ser revogado a fim de prejudicar o direito adquirido.

Ex: nomeação gera direito à posse em cargo público. Uma vez ocorrida a nomeação de candidato, terá direito à
posse no cargo público.

Ato integrativos de um Procedimento Administrativo: não são passiveis de revogação, pois se opera a preclusão do
ato anterior pela prática do sucessivo.

A preclusão é a perda de se realizar determinados atos em uma fase do procedimento.

No procedimento licitatório, existem vários atos encadeados entre si (edital, habilitação, julgamento, classificação
adjudicação). Após cada fase de licitação, não é possível a revogação dos atos que integram essa fase. Se, por
exemplo, a licitação já se encontra na fase de homologação, não é possível revogar isoladamente qualquer ato
anterior. Todo o procedimento pode ser revogado, mas não ato isolado após a sua preclusão.

Meros atos administrativos ou atos enunciativos.


Ex.: Pareceres, certidões e atestados.

Esses atos não são passiveis de juízo de conveniência e oportunidade. No caso de uma certidão de divida ativa que
ela faz é meramente comprovar um fato (a dívida).

Não é possível analise de conveniência e oportunidade sobre esse ato.

Pode até ser feita a anulação e for ilegal, mas revogação não caberá.

Repristinação
Um ato A foi revogado pelo ato B (que extinguiu o ato A), depois veio o ato C que revogou o ato B. Esse ato A voltará
a existir? Há controvérsias.

Celso Antônio entende que haverá repristinação do primeiro ato (“A”), sendo esse efeito automático e implícito.
Assim, o ato “A” voltará a ter existência e a produzir seus efeitos.

Carvalho Filho entende que não há efeito repristinatório.

Convalidação e conversão de ato administrativo


Lei de Procedimento Administrativo – Lei n. 9.784 de 29 de janeiro de 1999
regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os
atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

Convalidação ou sanatória ocorre quando se corrige um vício presente no ato com efeitos retroativos.

Na convalidação, foi praticado um ato. Esse ato produziu efeitos e após. Descobriu-se que ele possui uma
ilegalidade.

Neste caso há duas opções: anular, já que o ato é ilegal; ou realizar a convalidação (corrigir esses atos) para
aproveitar os efeitos que ele já produziu.

Ex.: O Secretário da Receita Federal aplicou demissão a um servidor da Receita Federal, só que ele não tem
competência para aplicar a demissão (apenas advertências de até 30 dias). O servidor recorreu e chegou às mãos do
Presidente (a quem tem a competência). O Presidente concordou em não ter delegado a competência ao Secretário,
mas analisou que o ato praticado pelo servidor era muito grave e merecia, sim, a demissão aplicada. Com isso, o
Presidente convalidou (ratificou) a competência.

Essa convalidação pode ser feita por quais poderes?

É realizada como regra geral, pela Administração Pública. Porém, o Legislativo pode fazer uma lei convalidando o ato
da Administração Pública.

Ex: O INSS forneceu diversos benefícios às pessoas, mas que não estava previsto em lei. Após, poderá surgir uma lei
feita pelo Parlamento e convalidar esses benefícios dados pelo INSS.

A convalidação é uma opção em relação à anulação, que fica entre os critérios de conveniência e oportunidade da
autoridade, porque a convalidação também restaura a legalidade.

Convalidação corrige um vício no ato, aproveitando seus efeitos (ex tunc: retroativo).

O efeito retroativo da anulação é para apagar o que o ato produziu. O efeito retroativo da convalidação é para
voltar, corrigir o vício e aproveitar os efeitos que esse ato produziu lá atrás.

Requisitos da convalidação
Não causar prejuízo a terceiros; não causar lesão ao interesse público e apresentar um vício sanável.

Vícios Sanáveis do ato administrativo.


Vício de competência, salvo se ela for exclusiva (privativa);

Vício de Forma, salvo se houver alguma formalidade indispensável para a validade desse ato administrativo.

O STJ tem julgado de que, se violar a Constituição, é um ato nulo, ou seja, não poderá falar em convalidação.

Competência exclusiva:

Está prevista em lei. Vício de forma pode convalidar, desde que não tenha uma formalidade indispensável para a
validade, como por exemplo, o decreto de desapropriação (a lei exige um decreto para desapropriar uma
propriedade).

Obs.: vício de finalidade, motivo e objeto geram ato nulo (não admitem a convalidação).

Admite, o autor Carvalho Filho, quando for objeto plúrimo, convalidação.

Objeto plúrimo é quando o ato tem mais de um efeito/objeto/resultado.

Ex: O servidor praticou uma infração passível de demissão e essa demissão deveria gerar apenas a ruptura do vínculo
para passar para a inatividade. Só que colocaram um segundo efeito na demissão que ele não poderia retornar a
nenhum cargo público. Então, a demissão teve dois efeitos: extinguir o cargo e não poder retornar a cargo público
federal. Desta forma, como o objeto era plúrimo (mais de um efeito), foi feita uma nova portaria convalidando os
efeitos, para extinguir o segundo efeito de não retornar a cargo público federal e ficar apenas com o primeiro (só
marcar em prova se for perguntado sobre a exceção).

Obs.: conversão: quando é praticado um novo ato para aproveitar os efeitos produzidos no ato anterior.

Ex: Foi dada uma permissão de uso que deveria ter havido a licitação. Com isso, é possível editar um novo ato de
autorização de uso para aproveitar os efeitos da permissão. Então a permissão deixará de existir e houve uma
autorização de uso, que não exigia a licitação.

Espécies
Normativos; Ordinatórios; Negociais; Enunciativos; Punitivos

(NONEP)

Atos normativos
São aqueles que contêm um comando-geral, visando à correta aplicação da lei. O objeto imediato de tais atos é
explicitar a norma legal a ser observada pela Administração.

Decretos: são atos administrativos, gerais ou individuais, abstratamente previstas de modo expresso, explícito ou
implícito para a legislação.

O decreto pode se enquadrar na categoria dos atos normativos (gerais), mas também pode ter caráter individual,
quando for para especificar uma situação determinada, como ocorre com o decreto expropriatório.

Instrução Normativa: são atos administrativos expedidos pelos Ministros de Estado para a execução de leis, decretos
e regulamentos, mas são também utilizados por outros órgãos superiores para o mesmo fim.

Regimentos: são atos administrativos normativos de atuação interna. Destinam-se a reger o funcionamento de
órgãos colegiados e de corporações legislativas. Não obrigam os particulares em geral, atingindo unicamente as
pessoas vinculadas à atividade regimental.

Resoluções: são atos administrativos normativos expedidos pelas altas autoridades do Executivo (mas não pelo
Chefe do Poder Executivo, que expede decretos) ou pelos presidentes de tribunais, órgãos legislativos e colegiados
administrativos, para disciplinar matéria de sua competência específica.

Não se deve confundir a resolução editada em sede administrativa com a resolução prevista no art. 59, VII, da CF.
Esta equivale, sob o aspecto formal, à lei, pois é compreendida no processo de elaboração das leis, previsto no Texto
Constitucional

Não se deve confundir a resolução editada em sede administrativa com a resolução prevista no art. 59, VII, da CF.
Esta equivale, sob o aspecto formal, à lei, pois é compreendida no processo de elaboração das leis, previsto no Texto
Constitucional.

Atos Ordinatórios
São atos que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. São
provimentos, determinações ou esclarecimentos que se endereçam aos servidores públicos, a fim de orientá-los no
desempenho de suas funções.

Tais atos só atuam no âmbito interno das repartições e só alcançam os servidores hierarquizados à chefia que os
expediu. Não obrigam os particulares, nem os funcionários submetidos a outras chefias. Não criam, normalmente,
direitos ou obrigações para os administrados, mas geram deveres e prerrogativas para os agentes administrativos a
que se dirigem.

Instruções: são ordens escritas e gerais a respeito do modo e da forma de execução de determinado serviço público,
expedidas pelo superior hierárquico, com a finalidade de orientar os subalternos no desempenho das atribuições
que lhes estão destinadas e assegurar a unidade de ação no organismo administrativo.

Circulares: são ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas a determinados funcionários ou agentes
administrativos, incumbidos de certo serviço ou do desempenho de certas atribuições, em circunstâncias especiais.
Portarias: são atos internos pelos quais os chefes de órgãos, repartições ou serviços expedem determinações gerais
ou especiais a seus subordinados, ou designam servidores para funções e cargos secundários. Também dão início a
sindicâncias e a processos administrativos.

Avisos: são atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de assuntos referentes aos respectivos ministérios

Ordens de Serviço: são determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços públicos,
autorizando seu início ou contendo imposições de caráter administrativo ou especificações técnicas sobre o modo de
sua realização.

Ofícios: são comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre subalternos e superiores e entre a
Administração e particulares, em caráter oficial.

Despachos: são decisões que as autoridades executivas (ou legislativas e judiciárias, em função administrativa)
proferem em papéis, requerimentos e processos sujeitos à sua apreciação.

Despacho normativo é aquele que, embora proferido em caso individual, a autoridade competente determina que se
aplique aos casos idênticos, passando a vigorar como norma interna da Administração para situações análogas
subsequentes.

Atos Negociais
São atos praticados contendo uma declaração de vontade do Poder Público, coincidente com a pretensão particular
(não é dado de ofício).

Tais atos, embora unilaterais, encerram um conteúdo tipicamente negocial, de interesse recíproco da Administração
e do administrado, mas não adentram na esfera contratual. São e continuam sendo atos administrativos (e não
contratos administrativos), mas de uma categoria diferenciada dos demais, porque geram direitos e obrigações para
as partes e as sujeitam aos pressupostos conceituais do ato, a que o particular se subordina incondicionalmente.

Os atos negociais são específicos, só ocasionando efeitos jurídicos entre as partes, Administração e Administrado,
impondo a ambos a observância das condições de execução, sob pena de cassação do ato. Carvalho Filho faz
importante estudo sobre esses atos de consentimento estatal e apresenta três aspectos desses atos:

 Todos decorrem de anuência do Poder Público para que o interessado desempenhe atividade;
 Nunca são conferidos ex officio: dependem sempre de pedido dos interessados;
 São sempre necessários para legitimar a atividade a ser executada pelo interessado.

Licença: é o ato administrativo vinculado e definitivo, por meio do qual o Poder Público, verificando que o
interessado atendeu a todas as exigências legais, possibilita o desempenho de determinada atividade, que não
poderia ser realizada sem consentimento prévio da Administração, como, por exemplo, o exercício de uma profissão
ou o direito de construir.

A licença resulta de um direito subjetivo do administrado, razão pela qual a Administração não pode negá-la quando
o requerente satisfaz a todos os requisitos legais para sua obtenção.

O direito do requerente é anterior à licença, mas o desempenho da atividade somente se legitima se o Poder Público
exprimir o seu consentimento favorável ao administrado. Por essa razão, o ato é de natureza declaratória.

Quanto à licença para construir, doutrina e jurisprudência a têm considerado como mera faculdade de agir e, por
conseguinte, suscetível de revogação enquanto não iniciada a obra licenciada, ressalvando-se ao prejudicado o
direito à indenização pelos prejuízos causado.

Obs.: o alvará é o instrumento que materializa o deferimento da licença. Mas, em concurso público, a sentença que
afirma ser o alvará ato vinculado está correta.

Autorização: é o ato administrativo discricionário e precário pelo qual o Poder Público torna possível ao pretendente
a realização de certa atividade ou utilização de determinados bens particulares ou públicos.
Na autorização, assim como ocorre com a licença, o particular necessita do consentimento estatal para que possa
realizar a atividade pretendida, na medida em que estará praticando conduta ilícita se não possuir anuência prévia
da Administração.

São exemplos: o uso especial de bem público, como ruas e praças, autorização para estacionamento de veículos
particulares em terreno público, autorização para porte de armas.

Apesar de amplamente aceito no meio doutrinário que a autorização é ato discricionário, a Lei Geral de
Telecomunicações (Lei n. 9.472/1997, art. 131) criou autorização de serviço de telecomunicações como ato
vinculado. A autorização é ato constitutivo, uma vez que estará estabelecendo uma nova situação jurídica, sendo a
licença ato declaratório, na média em que o Estado apenas reconhece um direito do particular de realizar a
atividade.

Alguns autores admitem autorização como forma de delegar serviços públicos a particulares, em especial os serviços
do art. 21, XI e XII, da CF. Também se entende como serviço autorizado o serviço de táxi.

Permissão: é o ato administrativo discricionário e precário, pelo qual o Poder Público faculta ao particular o uso
especial de bens públicos, a título gratuito ou remunerado, visando ao interesse da coletividade ou à prestação de
serviços públicos.

Ocorre que o art. 40 da Lei n. 8.987/1995 conferiu à permissão natureza contratual, ao dispor que a “a permissão de
serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais
normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato
pelo poder concedente.”

Obs.: nas provas objetivas de concurso público, é preferível, como de costume, marcar a opção que está prevista em
lei, ou seja, a permissão para a prestação de serviços públicos possui natureza contratual (art. 40, Lei n. 8.987/1995),
caso a questão não exija a posição de determinada corrente doutrinária.

A permissão e a autorização também podem se confundir, uma vez que os dois atos podem ter por objeto a
utilização de bens públicos.

Na autorização, a utilização do bem público ocorre para o interesse privado (predominante) do particular, como, por
exemplo, a autorização para colocação de mesas de bar na calçada. Por outro lado, na permissão, faculta-se a
utilização privativa de bem público com finalidade de interesse público, a exemplo do que se dá com a utilização de
praça para feira ou festa de uma igreja que visa à arrecadação de alimentos e verbas para pessoas necessitadas.

Para resolver questões desse tipo, referentes a utilização de bens públicos, deve-se verificar se a questão fala em
utilização do bem público no “exclusivo interesse” do beneficiário; nesse caso, será mediante autorização. No
entanto, se houver referência à necessidade de licitação, sempre que for possível, e o uso for para o interesse da
coletividade, será mediante permissão.

Segundo a doutrina na permissão deve haver licitação e na autorização, em regra, não é necessário.

Aprovação: é o ato administrativo pelo qual o Poder Público verifica a legalidade e o mérito de outro ato ou de
situações e realizações materiais de seus próprios órgãos, de outras entidades ou de particulares, dependentes de
seu controle, e consente na sua execução ou manutenção.

Pode ser prévia ou subsequente, discricionária consoante os termos em que é instituída, pois, em certos casos,
limita-se à confrontação de requisitos específicos na norma legal e, noutros, estende-se à apreciação de
oportunidade e conveniência.

Admissão: é ato administrativo vinculado, por meio do qual o Poder Público, verificando a satisfação de todos os
requisitos legais pelo particular, defere-lhe determinada situação jurídica de seu exclusivo ou predominante
interesse, como ocorre no ingresso aos estabelecimentos de ensino mediante concurso de habilitação.

Visto: é ato administrativo pelo qual o Poder Público controla outro ato da própria administração ou do
administrado, aferindo sua legitimidade formal, para dar-lhe exequibilidade. Incide sempre sobre um ato anterior e
não alcança seu conteúdo. É ato vinculado.
Homologação: é ato administrativo de controle, pelo qual a autoridade superior examina a legalidade e a
conveniência, ou somente aspectos de legalidade de ato anterior da própria Administração, de outra entidade ou de
particular, para dar-lhe eficácia. Não admite alteração no ato controlado pela autoridade homologante, que apenas
pode confirmá-lo ou rejeitá-lo, para que a irregularidade seja corrigida por quem a praticou.

Dispensa: é o ato administrativo que exime o particular do cumprimento de determinada obrigação até então
exigida por lei, como, por exemplo, a dispensa do serviço militar. É ato discricionário.

Renúncia: é ato pelo qual o Poder Público extingue unilateralmente um crédito ou um direito próprio, liberando,
definitivamente, a pessoa obrigada perante a Administração. A renúncia não admite condição e é irreversível, uma
vez consumada.

Tratando-se de renúncia por parte da Administração, há dependência, sempre, de lei autorizadora.

Protocolo Administrativo: é o ato pelo qual o Poder Público acerta com o particular a realização de determinado
empreendimento ou atividade ou a abstenção de certa conduta, no interesse recíproco da Administração e do
administrado signatário do instrumento protocolar. Esse ato é vinculante para todos que o subscrevem, pois gera
alterações e direitos entre as partes.

Atos Enunciativos
São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar fato, ou emitir uma opinião sobre
determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado.

Certidões: são cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos constantes de processo, livro ou documento
que se encontre em repartições públicas. Podem ser de inteiro teor, ou resumidas, desde que expressem fielmente o
que se contém no original de onde foram extraídas. Em tais atos o Poder Público não manifesta sua vontade,
limitando-se a trasladar para o documento a ser fornecido ao interessado o que consta de seus arquivos.

Atestados: são atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por
seus órgãos competentes. Difere da certidão porque o atestado comprova um fato ou uma situação existente, mas
não constante de livros, papéis ou documentos em poder da Administração.

Pareceres: são manifestações de órgãos técnicos sobre assuntos submetidos à sua consideração. Tem caráter
meramente opinativo, salvo quando tiver caráter vinculante.

Segundo o STF, o advogado parecerista só responderá no caso de culpa em sentido amplo (dolo ou culpa) ou quando
o parecer for vinculante.

Para o STF o parecer do art. 38, da Lei n. 8.666/1993, que aprova minutas de licitação, contratos e convênios tem
natureza de parecer vinculante.

Apostilas: são atos enunciativos ou declaratórios de uma situação anterior criada por lei. Equivale à averbação.

Obs.: atos negociais e enunciativos não possuem imperatividade.

Atos Punitivos Constituem uma sanção imposta pela Administração em relação àquele que infringe as disposições
legais. Visam a punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular de seus servidores ou dos
particulares, perante a Administração.

Ex.: multa, interdição, demolição etc.

Responsabilidade Civil do Estado (Responsabilidade Extracontratual)


Responsabilidade Subjetiva DEPENDE da demonstração de dolo ou culpa
do agente.
Responsabilidade Objetiva NÃO DEPENDE de se provar dolo ou culpa
Responsabilidade Comissiva/ação Decorre da PRÁTICA de uma conduta. Regra
Objetiva.
Responsabilidade Omissiva Ocorre quando o agente DEIXA de impedir
um dano. Regra subjetiva.
Obs.: Dolo é a vontade livre e consciente de praticar algum resultado danoso a um terceiro; culpa é a falta de
cuidado ao cometer, sem intenções, um ato danoso a um terceiro.

ESTADO: CF, ART. 37, § 6 º – RESPONSABILIDADE OBJETIVA com base na TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO 
Fatores de Exclusão

O art. 37 dispõe que as pessoas de direito público e de direito privado que prestam serviços públicos responderão
pelos seus agentes, que nessa qualidade, causarem danos a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou de culpa.

Entende-se, dessa forma, que o art. 37 adotou o principio da responsabilidade OBJETIVA do Estado.

Responsabilidade Subjetiva
A responsabilidade subjetiva é comprovada mediante presença de:

 Conduta e, ainda, dolo/culpa;


 Dano;
 Nexo Causal.

Exemplo: situação na qual o indivíduo, por ter deixado de realizar as devidas revisões em seu carro, sofro um
acidente ao fazer uma ultrapassagem e se chocar a um carro que vinha na via oposta. Nesse caso, a conduta se
comprova na ultrapassagem, a culpa se comprova na ausência de revisão e o dano se comprova no caso dos
particulares do carro no qual o indivíduo bateu.

Responsabilidade Objetiva
A responsabilidade objetiva é comprovada mediante presença de:

 Conduta;
 Dano;
 Nexo Causal.

Exemplo: caso em que uma viatura da polícia se choca com um carro na via oposta. A comprovação de conduta
culposa ou dolosa, nesse caso, é indiferente.

Teoria do Risco  Responsabilidade Objetiva

Administrativo: ensejada pelo §6º do art. 37, a Teoria do Risco administrativo admite fatores de exclusão, que são
caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima.

Risco Integral: o Risco integral não admite fato de exclusão da responsabilidade. A Teoria do Risco Integral,
majoritariamente, é considerada caso excepcional previsto na Constituição Federal, Admite-se três situações:

 Dano Nuclear (art. 21, XXIII, “d”, CF


 Atos Terroristas no Brasil (Lei);
 Ato de guerra contra aeronaves brasileiras (lei).
 Dano ambiental (direito ambiental)

Requisitos de Responsabilidade objetiva


Conduta:

 Lícita
 Ilícita

Dano

 Material  dano direto de valor econômico; e/ou


 Moral  violação a um direito da dignidade, honra etc.

Obs.: ambas condutas lícita e ilícita podem gerar direito a indenização.


Evolução das Teorias
Irresponsabilidade
Não havia nível de responsabilidade e, portanto, o Estado não respondia pelas consequências de suas ações. Não
havia previsão legal de indenização do particular. Prevaleceu no período de Estado absolutista, no qual se preconiza
o lema “The King can do no wrong” (o rei não faz nada de errado).

Com o advento dos Estados de direito, regidos pela regulamentação de leis, começam a surgir as teorias civilistas.

Civilistas
Iniciaram-se fazendo a diferenciação entre atos de império e de gestão -responsabilidade para atos de gestão. Em
decorrência das complicações advindas dessa busca por diferenciação entre atos de império e de gestão, as teorias
civilistas foram aos poucos, deixando ser aplicadas.

As teorias civilistas eram baseadas em:

Culpa do agente: o agente precisava ser identificado e a sua culpa precisava ser comprovada para haver indenização.

CC de 1916: ainda baseado na responsabilidade subjetiva

Publicistas

Culpa Administrativa/do Serviço/Anônima

Na Teoria da Culpa Anônima, o agente não precisa mais ser identificado. A culpa era atribuída ao serviço, sendo
presumida.

Culpa do serviço: faute du servisse (teoria da falta do serviço).

 Não funcionou = culpa


 Funcionou mal = culpa
 Funcionou atrasado = culpa

Responsabilidade Objetiva/ Teoria do Risco

Responsabilidade adotada pela Constituição Federal de 188, quando assimilou como regra a Teoria do Risco, com
exceção às situações que se enquadram à Teoria de Dano Integral

Fundamento – teoria do RISCO – REPARTIÇÃO de benefícios e encargos

Substituição da culpa pelo nexo de causalidade.

Análise do art. 27

“§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços


públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

Responsabilidade objetiva
 Pessoas Jurídicas de Direito Público
o União, Estados, DF e Municípios
o Autarquias e fundações públicas de direito público
o OSs e OSSIPs
 Pessoas jurídicas de direito privado (prestação de serviço público)

Obs.:

 Única condição em que tanto empresas estatais quanto concessionárias/ permissionárias/autorizatárias não
se veem obrigadas a indenizar terceiros se não tiverem condições de sanar a divida interposta.
 O STF entende, a partir de 2009, que a responsabilidade das concessionárias e permissionárias é objetiva
tanto para usuários de serviço quanto para terceiros não usuários.
Responsabilidade Subjetiva
Empresa pública/sociedade de economia mista (exploração da atividade econômica

Omissão (culpa) do Estado

As pessoas jurídicas de direto União, estados, DF, municípios,


público e as de direito privado prestadoras concessionários, permissionários. Obs.:
de serviços públicos responderão Empresa pública e sociedade de economia
mista que exploram atividade econômica –
responsabilidade subjetiva

pelos danos que seus agentes, agindo nessa Agentes – qualquer um que exerça função
qualidade, pública. Basta que seja nessa qualidade
causarem a terceiros Na omissão, a responsabilidade será
subjetiva. Na ação, responsabilidade
objetiva.
assegurando o direito de regresso contra o Estado responde na forma objetiva. Agente
responsável nos casos de dolo ou culpa. responde em ação regressiva. Depende de
demonstração de dolo ou culpa.

Casos Especiais
Estado “garante” /Situação propiciatória de dano ou risco/Risco suscitado
Quando o Estado está nessa situação, haverá responsabilidade objetiva pela Teoria do Risco Administrativo. O
Estado assume o papel de protetor da integridade física de pessoa ou coisas, incluindo alunos de escolas públicas,
pessoas em hospitais públicos e presidiários.

Obs.: O STJ entende que, em casos de suicídio em presídios, haverá responsabilidade objetiva do Estado, pois se
trata de situação propiciatória de dano.

Danos de Obras Públicas


Fato da obra:

A obra, por si só, já é danosa à sociedade, causando poluição sonora, visual e ambiental.

O Estado se encarrega da resolução desses casos sob responsabilidade objetiva.

Execução da obra:

A responsabilidade pela execução da obra ocorre quando, durante o decorrer da obra, os particulares sofrem algum
dano. A responsabilidade é d:

Estado: Execução direta  responsabilidade objetiva.

Empresa privada (licitada): execução indireta  responsabilidade subjetiva.

Atos (típicos) do PJ
Obs.: Sentenças Judiciais e acórdãos (decisões do Tribunal Superior – colegiado).

Regra: irresponsabilidade, ou seja, o Estado não responde por decisões judiciais. Imagina se todo mundo que não
tivesse a sentença que queria pudesse ingressar com outra ação judicial contra o Estado para pedir indenização. O
sistema ficaria bagunçado.

Exemplo: juíza deu uma ordem para que o marido não se aproximasse a tantos metros da ex-mulher, mas, para isso,
ele teria de ficar, inclusive, fora do seu município, pois este é pequeno. Com isso, não é possível recorrer
judicialmente pedindo indenização pelo dano moral, já que a regra é a irresponsabilidade em razão de decisões
judiciais.

O art. 5º, LXXV, da Constituição Federal trata que o Estado indenizará pelos erros do Poder Judiciário (escrito à
esfera penal) ou quando o preso ficar além do tempo fixado na sentença.
Exemplo: juiz condena uma pessoa que fica presa e está entra com ação de revisão criminal de sentença e tem sua
sentença anulada por provar que o juiz sentenciou errado. Com isso, terá direito à indenização. Caso dos irmãos
Naves, em Araguari, que confessaram a morte de um primo sob tortura e foram presos, mas o primo não estava
morto.

Obs.: Prisão preventiva não gera – RE 429518 (STJ tem julgados que concedem sim!) X RE 385943 AgR, Relator(a):
Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 15/12/2009, DJe-030 DIVULG 18-02-2010 PUBLIC19-02-2010.

Exemplo: prisão antes da condenação final do juiz e, ao final do processo, houve a absolvição. Nesse caso, não há
direito à indenização. Casal Nardone que ficou preso preventivamente durante dois anos, mais ou menos.

Obs.: Contido, se a prisão preventiva for totalmente ilegal, haverá direito à indenização

Atos (típicos) do PL
Obs.: Na confecção de leis (Poder Legislativo).

Regra: irresponsabilidade, ou seja, quando o Legislativo faz uma lei que causa prejuízo a alguém, não haverá direito à
indenização.

Exemplo: lei que proibiu as pessoas de beberem depois de dirigir. Com isso, as pessoas que tinham bares em
rodovias ou fora da cidade tiveram de fechá-los, o que inviabilizou a atividade comercial. Mesmo assim, não cabe
indenização.

Há exceção para os casos abaixo, se comprovados dano e nexo causal:

Lei de efeito concreto: somente há forma de lei, mas tem natureza de ato administrativo. Passa por
todo processo administrativo, mas não tem efeito genérico para a população e sim efeito
determinado a pessoas determinadas. Com isso há direito à indenização.

Lei declarada inconstitucional pelo STF

Exemplo: se, por acaso, a lei de dirigir depois de beber fosse declarada inconstitucional, o dono de
bar em rodovia que teve de fechar por não haver mais clientes, pode entrar com pedido de
indenização contra o Estado por conta de a lei ter causado prejuízo.

Excludentes da Responsabilidade
Obs.: adota-se a Teoria do Risco Administrativo. Com isso, há fatores de exclusão da responsabilidade do Estado,
pois ele não é garantidor universal.

Culpa EXCLUSIVA da Vítima


Obs.: a culpa concorrente apenas atenua a responsabilidade (culpa dos dois não exclui responsabilidade).

Exemplo: uma pessoa que queira se matar fica na rua esperando o carro da Polícia para se jogar na frente, para que,
assim, sua família ganhe uma indenização. Não haverá indenização porque, nesse caso, teve culpa exclusiva e o
Estado vai ter sua responsabilidade afastada.

Obs.: O STF entende que o suicídio do preso no presídio é caso de culpa exclusiva que não vai afastar a
responsabilidade, pois o Estado está em situação propiciatória de dano/de risco (é um tipo de responsabilidade
objetiva).

Caso Fortuito/força maior


Está no campo da imprevisibilidade. Alguns autores tratam que caso fortuito é ação da natureza a força maior é ação
humana, outros tratam ao contrário.

Obs.: tais acontecimentos, seja de ação humana, seja de evento da natureza, causam a ruptura do nexo causal; com
isso, o Estado não responde mais.

Exemplo: uma pessoa que compra um carro novo e tem o carro estragado por um poste que caiu devido a um raio
não poderá ser indenizada, pois foi um fato imprevisível de um evento da natureza que afasta a responsabilidade do
Estado. Da mesma forma, em atos de multidão, como o encontro de duas torcidas que brigam e quebram tudo
depois do jogo, não haverá, como regra, indenização pelo Estado.

Obs.: Mesmo diante de caso fortuito ou força maior, se o particular provar uma omissão do Estado, haverá direito à
indenização pela responsabilidade na forma subjetiva.

Exemplo: Tem de provar culpa e omissão para ter direito à indenização, como a falta de limpeza dos bueiros que fez
com que a chuva alagasse a rua e estragasse carros e casas. Buraco em rodovia ou a não poda de árvore.

Ação Regressiva
É uma ação da vitima contra o Estado e, depois, do Estado contra o agente: a vítima move uma ação em separação
contra o Estado, o Estado é condenado e, a partir dessa condenação, passa a ter interesse em acionar o agente
público. Essa cobrança pode ser por via administrativa, mas se o agente não concordar com o desconto, a via deve
ser a judicial porque a administração não tem poder para efetuar o desconto sem a concordância.

A lei n. 8112 prevê apenas duas situações de desconto na folha do servidor; imposto de renda que é descontado na
folha ou então no caso do pagamento de pensão alimentícia. No caso de outro tipo de cobrança, se o agente não
concordar, há de ser recorrer à via judicial.

Há duas situações com três personagens: vítima, Estado e agente (agiu em nome do Estado).

Para o Supremo Tribunal Federal (STF) prevalece a teoria da dupla garantia:

a garantia para a vítima poder cobrar ao Estado (responsabilidade objetiva) e uma garantia, também, para o agente,
que só será demandado pelo Estado e não diretamente pela vítima.

Se a dupla garantia é a que prevalece, pode a vítima mover uma ação diretamente contra o agente? Para o STF, não,
pois a vítima deve mover contra o Estado e, depois, o Estado contra o agente.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem um Julgado que já admitiu essa possibilidade de a vítima mover uma ação
diretamente contra o Estado.

A vítima pode demandar uma ação contra o Estado e, ao mesmo tempo, uma ação contra o agente no chamado
litisconsórcio?

O STF não admite essa possibilidade. O litisconsórcio colocaria os dois no polo passivo da ação. O litisconsórcio pode
ser ativo com mais de um entrando com uma ação no polo ativo; e o litisconsórcio passivo, que é colocar mais de
uma pessoa no polo passivo da ação. O STJ, numa jurisprudência antiga, tem a seguinte tese: o litisconsórcio até
poderia acontecer. Analise do art. 37, §6º: º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Poderia a vítima mover uma ação contra o Estado, poderia o Estado efetuar uma denunciação à lide (trazer o
servidor para o processo para, assim, o juiz, numa sentença só, resolver todas as relações da vítima contra o Estado
e, na mesma sentença, do Estado para o agente)?

Para o STF, não, dentro do princípio da teoria da dupla garantia – uma garantia para a vítima e uma garantia para o
agente.

A denunciação à lide do servidor, para o STF, não é cabível. Para o STJ, ela não é obrigatória.

Obs.: Nas provas, a resposta dever ser sempre marcada de acordo com o STF, a não ser que seja explicitamente
referida a cobrança em relação ao STJ.

A vítima entra com uma ação contra o Estado e


essa responsabilidade do Estado, como regra é
objetiva, porque não discute nem dolo nem
culpa; e subjetiva nos casos de omissão do
Estado, sendo necessária a prova de culpa.
A responsabilidade do agente será sempre subjetiva; o agente só responde caso ele tenha agido com dolo ou culpa
naquela situação. Se não houve dolo nem culpa, o Estado responde, mas o agente não vai responder.

Por exemplo, numa ocasião, o Estado administrou a vacina tríplice e houve uma criança, com três anos de idade, no
brasil que teve uma reação adversa e ficou com sua capacidade fiscal e mental comprometida. Não houve erro da
União , foi realmente uma reação adversa. O juiz condenou porque houve conduta do Estado que ofereceu a vacina,
houve o dano em relação ao nexo de causalidade. A União foi condenada, mas não vai cobrar de agente algum
porque, no caso, não houve culpa nem dolo de alguém. A União pagou, mas não cobra o prejuízo.

O prazo que a vítima tem para cobrar do estado são cinco anos, conforme o decreto n. 20910/1932

Consiste na ação de regresso contra o agente, de modo que a ação se dará pela vítima contra o Estado, ou seja,
contra a pessoa que tem responsabilidade objetiva, que mediante a condenação, postulará ação regressiva contra o
agente.

Cabe destacar um importante julgado do STF em relação a essa temática:

A vítima somente poderá ajuizar a ação de indenização contra o Estado; se este for condenado, poderá acionar o
servidor que causou o dano em caso de dolo ou culpa; o ofendido não poderá propor a demanda diretamente contra
o agente público.

A teor do disposto no art. 37, § 6º, da


Constituição Federal, a ação por danos causados
por agente público deve ser ajuizada contra o
Estado ou a pessoa jurídica de direito privado
prestadora de serviço público, sendo parte
ilegítima para a ação o autor do ato, assegurado
o direito de regresso contra o responsável nos
Vitima Estado Agente
casos de dolo ou culpa.

Assim, de acordo com a teoria da dupla garantia, a vítima não poderá ingressar diretamente contra o agente e
tampouco contra o Estado e contra o agente ao mesmo tempo através do chamado litisconsórcio, situação
configurada pela existência de mais de uma pessoa no polo passivo da ação.

Cabe ressaltar que o Estado não poderá denunciar à lide para chamar o agente ao processo para que seja efetuada a
resolução das duas relações através de uma única sentença “dividida” em dois capítulos no mesmo processo.

É importante destacar que, na esfera da vigência do antigo Código de Processo Civil (CPC), o STJ possui julgados que
dispõem que a denunciação à lide não é obrigatória, visto que anteriormente todos que pretendiam exercer o
direito de regresso deveriam efetuar a denunciação à lide, de modo que caso não o fizessem, seria perdido o direito
de regresso. Nesse sentido, o STJ fundamentava que, ao se tratar de ação de responsabilidade civil do Estado, a
denunciação à lide não seria obrigatória, de modo que não sendo efetuada a denunciação pelo Estado, este poderia
perfeitamente entrar com uma ação autônoma de regresso contra o agente posteriormente.

O novo CPC de 2015, no entanto, não traz nenhum caso de denunciação à lide obrigatória, de maneira que essa
jurisprudência do STJ perderá sua força. Entretanto, caso alguma banca disponha em sua prova que para o STJ a
denunciação à lide não é obrigatória, o candidato deverá considerar a assertiva correta, pois o examinador estará
referindo-se ao acórdão do STJ que, apesar de não estar atualizado, ainda existe.

Perceba, ainda que a ação da vitima contra o Estado, como regra será objetiva; e a ação do Estado contra o agente –
a partir da condenação – será sempre subjetiva, de maneira que o agente só responderá perante o Estado caso
tenha agido com dolo ou culpa.

Obs.: os juízes somente responderão em caso de dolo, fraude ou retardamento justificado do processo. Assim, os
juízes não responderão por culpa.
Conforme o Decreto n. 20.910/1932, a vítima terá um prazo de 5 (cinco) anos para entrar com ações que visam
cobrança de danos em razão de condutas do Estado ou, conforme dispõe a Lei n. 9494/1997, das pessoas de direito
privado prestadoras de serviço público.

No que concerne à ação do Estado contra o agente, é importante destacar que até 2018 o STF entendia que as ações
de regresso eram imprescritíveis, com base no parágrafo 5º, artigo 37 da Constituição Federal, mas o entendimento
mudou e, atualmente, o STF entende que a imprescritibilidade das ações de regresso somente dizem respeito às
ações decorrentes de atos de improbidade dispostas no parágrafo 4º, artigo 37, da CF, de modo que a Fazenda
Pública está sujeita a prazo previsto em lei para a ação de regresso. Desse modo, há a prescrição em razão de ilícito
civil e de ilícito civil em razão de ato culposo de improbidade, mas não há a prescrição em razão de ilícito civil em
razão de ato doloso de improbidade.

Obs.: o STJ entende que é imprescritível a pretensão de recebimento de indenização por dano moral decorrente de
atos de tortura ocorridos durante o regime militar (Informativo n. 523).

Obs.: é prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil, salvo se decorrente de
ato de improbidade.

Abaixo, seguem alguns julgados referentes ao tema:

O STF entendeu que a União, na qualidade de contratante, possui responsabilidade civil por prejuízos suportados
por companhia aérea em decorrência de planos econômicos que impossibilitaram a empresa de reajustar suas
tarifas. Com a decisão, foi garantida indenização em virtude da suposta diminuição do seu patrimônio decorrente da
política de congelamento tarifário referente ao período de outubro de 1985 a janeiro de 1992. A empresa,
concessionária de serviço aéreo, argumentou que o congelamento das tarifas violou o direito ao equilíbrio
econômico-financeiro contratual.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ALTERAÇÃO DE ALÍQUOTAS. INDÚSTRIA


NACIONAL. IMPACTO ECONÔMICO-FINANCEIRO. RISCO DA ATIVIDADE. Não se verifica o dever do Estado de
indenizar eventuais prejuízos financeiros do setor privado decorrentes da alteração de política econômico-tributária,
no caso de o ente público não ter se comprometido, formal e previamente, por meio de determinado planejamento
específico.

POSSE TARDIA EM CARGO PÚBLICO. Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o
servidor não faz jus à indenização, sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo
situação de arbitrariedade flagrante.

POSSE TARDIA E PROGRESSÃO FUNCIONAL RETROATIVA. A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso
público, por meio de ato judicial, à qual atribuída eficácia retroativa, não gera direito às promoções ou progressões
funcionais que alcançariam se houvesse ocorrido, a tempo e modo, a nomeação. STF. Plenário

Juiz responde apenas quando pratica atos com dolo, fraude e má-fé; não responde por culpa. Juiz é um dos agentes
públicos que, quando atua numa decisão judicial, na esfera penal, condena uma pessoa que é presa. Se ficar provado
que houve um erro na esfera judiciária, se o juiz não teve dolo ou má-fé, não responde.

Por exemplo, o caso dos irmãos Naves que foram presos, torturados e condenados por um juiz com base numa
prova falsa, que foi a confissão em razão da tortura sofrida: um dos irmãos morreu na cadeia, o outro ficou preso
durante muitos anos e a pessoa que, supostamente, eles teriam assassinado apareceu na cidade. O estado de Minas
Gerais foi condenado, mas não houve ação de regresso contra o juiz porque, por mera culpa, o juiz não responde,
apenas por dolo.
Organização Administrativa

Entre órgãos existe a relação vertical de hierarquia. Da administração centralizada direta a administração
indireta, há apenas uma relação de vinculação, não de subordinação. Não há controle hierárquico de subordinação,
mas controle de tutela administrativa ou supervisão ministerial, também denominado de controle finalístico ou
controle administrativo.

Cada entidade criada é destinada a prestar uma atividade prescrita em lei: se começar a atuar fora da área, o
ente central, que é o Ministério, a Secretária Estadual ou Municipal, interfere no sentido de que ela volte a atuar na
sua área de atuação para a qual foi criada.

No caso da hierarquia, isso não ocorre; é uma situação de auto tutela: tudo é parte da mesma estrutura,
todos os órgãos da União fazem parte da própria união. Ao controlar os órgãos, ocorre autotutela: o controle dos
próprios atos, a supervisão ministerial de controle de finalidade da entidade criada.

O STJ recentemente, julgou uma ação na qual o Banco Central (autarquia da administração indireta)
pretendia fiscalizar atividades da entidade Serasa. A lei do Banco Central prevê que este regule e fiscalize instituições
financeiras. O Serasa não tem essa natureza.

Quando é criada uma entidade da administração indireta (por lei), é para ela transferida a titularidade mais a
execução da atividade. Por exemplo, se o INSS negar a atribuição de um benefício a um possível beneficiário que não
preenchia as condições, o Ministério que supervisiona o INSS não pode contraria essa decisão porque, se o
Ministério resolveu criar a entidade, ela tem autonomia para prestar as atividades que lhe foram destinadas.

Quando transferida por delegação ou colaboração, somente transfere a execução, não se refere a
titularidade. Por exemplo, nos contratos de telefonia por concessão, apenas é transferida a execução do serviço. A
dona da atividade do serviço continua sendo a União, mantendo o poder de fiscalizar, de regular, de aplicar punições
ao concessionário caso não cumpra a concessão.
Concentração Acúmulo de competências
Centralização Acúmulo de competências
Desconcentração Distribuição de competências Distribuição é interna (mesma pessoa
jurídica
Descentralização Distribuição de competências Distribuição é externa (outra pessoa)

Formas de Descentralização
Outorga – lei - Administração indireta.

Delegação – ato/contrato

Territorial/geográfica

A descentralização territorial/geográfica não é recorrente em provas de concurso público.

No Brasil, há a possibilidade prevista na CF de que sejam criados territórios, não há, hoje em dia territórios
no Brasil; os últimos foram incorporados a estados (como Fernando de Noronha) ou transformados em estados.

O Estado possui três autonomias: financeira, administrativa e política. Caso venha a ser criado um território,
ele terá autonomia administrativa e cuidará de prestar serviços públicos naquela região, naquele território, mas não
terá, como regra, autonomia política ou financeira.

O Município pode criar distritos. Esses distritos tem os seus administradores. O distrito Federal não é
dividido em municípios, mas em regiões administrativas. Essas regiões possuem administradores, mas não tem uma
autonomia financeira ou política; prestam atividades administrativas para aqueles que estão naquela região.

A criação de territórios por parte da União se processa mediante lei.

Os autores de Direito Administrativo entendem que, se for criado um território no Brasil, ele terá natureza
de uma autarquia territorial.

A autarquia criada é uma figura com autonomia administrativa que presta serviços públicos a um público
específico.

O território como autarquia territorial está apta a prestar serviços públicos na sua “base” territorial. É como
se fosse uma autarquia porque só possui autonomia administrativa.

Administração Direta
Teoria dos órgãos

A teoria do Mandato estabelecia que o agente é um mandatário do Estado e comparável, no Direito Civil,
em que uma pessoa pode passar um instrumento jurídico para que outra pessoa exerça uma atividade no seu lugar
(procuração = mandato). O agente é como se exercesse atividade para o Estado por meio de um mandato que
outorgaria a ele as atribuições para a realização dessas atividades. Essa teoria caiu por terra e perdeu força.
Seguiu-se a Teoria da Representação, buscando, mais uma vez, fonte no Direito Civil, em que está previsto
que, quando uma pessoa for incapaz, ela deve ser representada por outra pessoa nos atos do direito Civil. O agente
é como se fosse um representante do Estado, e é como essa representação que o agente exerce a sua atividade.
Porém, quando se fala em representação, deve existir um incapaz. O Estado não é incapaz. Essa teoria também não
conseguiu justificar essa relação.

A Teoria do Órgão ou Teoria da imputação: é hoje aplicada e defende a tese de que, entre o Estado e o
agente não há uma relação de mandato ou de representação. Entre o Estado e o agente há um órgão, um centro de
atribuição que não detém personalidade jurídica. O Estado possui órgãos e os órgãos tem seus agentes. Quem
exerce a atividade é o agente. Tudo o que o agente faz é imputado ao órgão. Como órgão é nada mais do que o
próprio Estado, desconcentrado, tudo que o agente faz, por consequência é imputado ao Estado.

Com essa teoria, justifica-se essa relação de como o agente exerce uma atividade e como atribuí-la ao
Estado.

O agente público possui competências fixadas em lei, mas se agir fora das suas funções legais, mas com
aparência de legalidade, o Estado responde porque tudo o que é feito em nome do Estado é imputado ao órgão e ao
Estado.

Essa teoria conseguiu aclarar muitos pontos não esclarecidos nas teorias do mandato e da representação. O
agente não é mandatário nem representante. Na verdade, exerce uma atividade para o órgão e, como o órgão é o
próprio Estado, ocorre essa imputação.

Criação e Extinção

A criação e extinção de órgãos públicos decorrem da lei. A primeira atitude de presidentes e governantes é
de promover uma reestruturação interna, criando novos órgãos, extinguindo outros órgãos, procedendo a fusão
entre órgãos. Isso pode ser feito por meio de uma lei ordinária ou por meio de medida provisória. Com resquícios de
relevância e urgência.

O art. 84, VI da CF, estabelece que a organização interna da administração pode ser feita por meio de
decreto, desde que não provoque a criação e a extinção de órgãos nem provoque aumento de despesas. Esse
decreto é denominado decreto independente ou autônomo, existe desde 2001, e permite que seja feita a
organização interna da administração pública. Quando for meramente a organização interna de órgãos, pode ser
feita por meio de decreto (ex.: para tratar internamente de um ministério)

Por exemplo, quem hoje fiscaliza as obras da PAC é o Ministério do Planejamento, mas pode haver um
decreto que transfira essa competência ao Ministério das Cidades: é a mudança de competência de um órgão para
outro por mera questão de organização.

O que não se permite, por exemplo, é a criação de um Ministério por decreto: é necessária uma lei. A
organização interna de um órgão da administração pública pode ser feita mediante decreto desde que também não
provoque aumento de despesas.

O art. 84, VI, sobre o decreto autônomo, também prevê a extinção de cargos ou funções desde que estes
estejam vagos.

Obs.: apenas cargos ou funções, não vale para órgãos.

Caso todos os cargos de um órgão estejam vagos, esse órgão poderá ser extinto por decreto?

Não, pois a criação e a extinção de órgãos ocorrem apenas por lei ordinária. ANOTAÇÕES.
Características
Não possuem:

a) Personalidade jurídica: os órgãos não são sujeitos de Direito. Os órgãos não podem estar nos polos ativos e
passivos dos direitos e organizações. São um centro de atribuições, prestam atividades, tem competências,
mas não tem capacidade para responder pelos seus atos. O órgão possui CNPJ, mas, para o Direito
Administrativo, não significa que ele seja pessoa jurídica. O fato de possuir CNPJ é mais para fins de
fiscalização, de apuração de transações, para que, em algumas situações possa até atuar, celebrar alguns
contratos.
b) Patrimônio próprio: O órgão é “pobre”, não possui patrimônio próprio. Por exemplo, os veículos que se
encontram a serviço dos Ministérios, tecnicamente não lhes pertencem porque, se o órgão não é pessoa
jurídica, não possui patrimônio.
Todo o patrimônio de um órgão pertence à União.
c) Capacidade processual = personalidade judiciária: não há órgão no polo ativo de direitos e obrigações como
regra geral, quem está no polo ativo e passivo não é o órgão, mas a pessoa jurídica a quem esse órgão
integra. A AGU faz a defesa da pessoa jurídica da União em juízo, representa a União. Quando a União
estiver no polo ativo de uma ação, também é a AGU quem a representa.

A doutrina tem entendido que os órgãos independentes e autônomos terão capacidade processual
para defender as suas atribuições institucionais

Hely Lopes Meirelles, antigo doutrinador já falecido, citava o exemplo de um Ministério entrando
com um mandado de segurança contra outro Ministério, mas isso é difícil de acontecer porque uma questão
dessas dificilmente chegaria aos tribunais. Há uma figura, que é a Câmara de Conciliação da Administração
Pública, para resolver uma questão entre órgãos.
O MP é um órgão independente que possui capacidade processual: órgãos independentes e
autônomos para defender as suas competências institucionais, possuem capacidade processual tais como o
MP, Defensoria Pública, que são órgãos independentes. O MP, para fazer valer as suas atribuições previstas
no art. 128 da CF defende, em seu nome, os interesses difusos, coletivos do meio ambiente.

Súmula n. 525: “A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas


personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos
institucionais.” STJ. 1ª Seção. Aprovada em 22/04/2015, DJe 27/4/2015.

Essa súmula se refere a Câmara dos Vereadores, mas aplica-se a todos os órgãos independentes.
Capacidade processual é a mesma coisa que personalidade jurídica. Órgãos independentes e autônomos
possuem PERSONALIDADE JUDICIÁRIA= CAPACIDADE PROCESSUAL.
O Direito Administrativo, segundo Meirelles, faz a classificação dos órgãos nas seguintes categorias:
Independentes
Autônomos (logo abaixo dos independentes).
Superiores (logo abaixo dos autônomos).
Subalternos.

Essa classificação se aplica muito bem ao Poder Executivo:

A presidência da República é um órgão independente: Todo órgão que exerce as funções com total
independência e não está subordinado a outro órgão ou poder. O órgão independente exerce função direta da CF, é
a constituição que atribui suas funções.

A Presidência, a Governadoria e a Prefeitura entram na classificação de órgãos independentes, pois recebem


funções diretamente a Constituição e tem plena autonomia financeira e administrativa.

Órgão independente recebe função diretamente atribuída pela CF, mas nem todos os órgãos que estão na CF
são classificados como órgãos independentes, conforme estabelece o art. 144 da CF com relação aos órgãos de
Segurança Pública. Chefias do Executivo, do MP, da Defensoria Pública, órgãos do judiciário, do legislativo estão
todos elencados na CF como órgãos independentes.

Como autônomos, os Ministérios com autonomia administrativa e financeira, mas como uma relação de
subordinação com relação ao órgão independente. Os ministérios, as Secretárias Estaduais, as Secretarias Municipais
são órgãos autônomos.

Logo abaixo, os demais órgãos superiores, que seriam, por exemplo, o Departamento da Polícia Federal,
Secretaria Especial de Saúde.

Nos órgãos subalternos sem qualquer relação de independência, com funções meramente executórias, estão
as Delegacias da Polícia Federal, um hospital federal.

No Poder Legislativo, todos são independentes: Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembleia
Legislativa Estadual, Câmara de Vereadores: nenhum deles possui relação de dependência com relação a outro
órgão ou a outro Poder. Possuem função atribuída pela CF, têm autonomia financeira e administrativa.

No Poder Judiciário é a mesma regra. Todos os órgãos que estão no artigo 101 da CF são classificados como
órgãos independentes: todos os tribunais superiores (STJ, STF, TST, TSE, STM), todos os Juízos de 1º Grau, todos os
Tribunais de 2º Grau, CNJ. Não é órgão do Judiciário, mas entram como órgãos independentes, o Ministério Público,
a Defensoria Pública (a Defensoria Pública era considerada um órgão autônomo, mas hoje é classificada como órgão
independente).

Desde a primeira versão do livro de Hely Lopes Meirelles, o cenário mudou demais: vários órgãos foram
criados – o CNJ, por exemplo –, não existiam tantos Ministérios como atualmente, a Administração Pública era bem
mais enxuta. Meirelles organizou uma classificação de acordo com as informações da época.

Para se conhecer a natureza de um órgão, é necessário saber as suas atribuições. Se exerce atribuições
conferidas diretamente da CF e tem autonomia tanto financeira quanto administrativa e não tem subordinação com
ninguém, é classificado como órgão independente. Os agentes políticos (por exemplo, magistrados) também estão
classificados nos órgãos independentes, salvo com relação ao Ministério Público e à Defensoria Pública, onde não
seriam agentes políticos.

Os órgãos autônomos têm autonomia tanto financeira como administrativa, têm relação de subordinação
com órgãos independentes e neles também há os agentes políticos (por exemplo, um ministro de Estado, Estadual
ou Municipal).

Os órgãos superiores não têm essa autonomia financeira nem administrativa. Possuem algumas funções de
direção e de controle, mas os seus agentes são agentes administrativos, não agentes políticos.

Os subalternos também não têm autonomia nem financeira e muito menos administrativa, exercem funções
meramente de execução e não possuem agentes políticos, apenas agentes administrativos.

Por exemplo, a Secretaria da Receita Federal é um órgão superior e as delegacias da Receita Federal são
órgãos subalternos na estrutura proposta por Hely Lopes Meirelles.

No Poder Judiciário, podem-se acrescentar os Tribunais de Contas como órgãos independentes sem
qualquer relação de subordinação com o Legislativo, e sim uma relação de vinculação, de fiscalização do controle
externo.

Há uma ressalva que já tem Julgado do STF, segundo a qual quem exerce função em Tribunal de Contas não
é agente político sem definir se seria agente administrativo. Para Hely Lopes Meirelles, quem está no Tribunal de
Contas é agente político.
O art. 37 da Constituição Federal de 1988 norteia todo o estudo sobre a Administração Pública direta e
indireta.

Vale lembrar:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)

O inciso XIX do mesmo artigo dispõe sobre a criação dessas entidades:

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
19, de 1998)

A lei especifica de que trata o dispositivo acima é uma Lei Ordinária, contudo essa deve tratar apenas da
criação da autarquia ou das demais entidades. A autarquia, como é criada por lei, não precisa ser registrada em
nenhum local. Já funções, empresas publicas e sociedades de economia mista, como são apenas autorizadas, irão
surgir quando os registros de seus atos constitutivos no órgão competente.

Vale destacar que, conforme prevê a CF/1988, no caso das fundações, uma lei Complementar deverá definir
áreas de atuação (contudo, tal lei não foi elaborada até hoje; mesmo assim, o Estado vem criando as suas
fundações).

Todas as entidades da Administração indireta são dotadas de autonomia financeira e administrativa, porém
não detêm autonomia política.

Autarquias
São pessoas jurídicas de direito público, assim como os entes de Federação. Por esse motivo, detém todo o
conjunto de prerrogativas dos entes públicos e também as suas sujeições (obrigações).

As autarquias exercem, de forma descentralizada, atividades típicas de Estado (vide Decreto-Lei n.200/1967).
Nesse sentido, as autarquias não podem exercer atividades comerciais, pois a atividade comercial não é própria do
Estado, mas sim dos particulares. Entre as atividades que são típicas do Poder Público estão: exercer o poder de
polícia nas mais diversas áreas; exercer atividades administrativas; exercer atividades de interesse social; etc.

Obs.: Segundo julgado do STF na ADI n. 3026, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não é uma autarquia,
pois ela é mencionada na CF/1988 e possui uma função importante na garantia do estado democrático de direito.
Para o Supremo, a OAB é considerada uma autarquia sui generis, ou seja, não possui uma definição própria. Por
consequência, quando o Supremo tomou essa decisão, acabou por retirar a OAB do regime público, logo o órgão
ficou de fora da obrigatoriedade de realizar licitações, concursos públicos etc.

Regime de pessoal das Autarquias


O Presidente exerce um cargo em comissão (livre nomeação e livre exoneração) que é denominado Cargo de
Natureza Especial (CNE), que é um cargo mais elevado. Já no âmbito das autarquias que atuam como agencias
reguladoras, o Presidente exerce um mandato.

Os demais servidores das autarquias seguem o regime estatutário. No caso das autarquias federais, esse
regime jurídico é regido pela Lei n. 8112/1990, já no caso das autarquias estaduais, cabe a legislação de cada Estado
regular o regime jurídico.

Vale relembrar que entre os anos de 2000 e 2007, foi possível a contratação de pessoal por meio do regime
da CLT nas autarquias federais.

Por fim, vale destacar que as autarquias, por serem um tipo de pessoa pública, são incluídas em todo o
regime público. Ou seja, seus bens são públicos, logo são impenhoráveis, imprescritíveis e inalienáveis. Também há a
necessidade de realização de concursos públicos para a contratação de pessoal e de abrir licitações para a compra e
ou realizar obras.

É importante destacar que o Estado nunca irá desempenhar atividade comercial por meio de autarquias ou
fundações. As entidades adequadas, nesse caso são a empresa pública e a sociedade de economia mista.

Fundações
Existem, fundações criadas pelo Estado e pelos particulares. Nesse ultimo caso, uma pessoa física destaca
parte de seu patrimônio e o transforma em uma pessoa jurídica, que é a fundação. Quando é feita essa criação, a
fundação passa a ter destinação de interesse social. O mesmo acontece no caso do Estado, que destaca parte de seu
patrimônio para criar uma nova pessoa jurídica, que é a fundação.

Vale lembrar que, quanto à natureza, quando o Estado cria uma fundação, esta pode ser pública de direito
público ou pública de direito privado.

A doutrina também aponta que, quando for criada uma fundação publica de direito público, essa será
tratada, para todos os fins, como uma autarquia (ex.: autarquia funcional ou fundação autárquica). Nesse caso,
apesar de essa entidade possuir o nome de fundação, a ela se aplicam todas as disposições do regime jurídico
cabíveis às autarquias.

Já a autarquia de direito privado, apesar de ser criada pelo Estado, seguirá regras do direito privado, assim
como as fundações criadas pelos particulares. Ex.: FUNPRESP.

A lei é quem cria as fundações publicas de direito público e autoriza as fundações públicas de direito privado.

As fundações se destinam à execução de atividades de natureza social.

Apesar de não existir uma lei que regulamenta o previsto n art. 37, XIX, da CF, o Estado tem criado fundações que
atuam em área social, como ensino, pesquisa, educação, saúde etc.

Obs.: em prova é possível que a banca disponha que as fundações exercem atividades atípicas do Estado. Tal
afirmação está correta. Nesse sentido, o entendimento deve ser de que as fundações exercem atividades que são
exclusivas do Estado, Vale lembrar que a atividade comercial nunca pode ser exercida por uma autarquia ou
fundação.

Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista


Obs.: recomenda-se a leitura do art. 173 da CF.

Natureza: tanto a empresa pública quanto a sociedade de economia mista são pessoas jurídicas de direito
privado. Apesar de ser um regime privado, esse é conhecido como hibrido ou misto. Isso acontece porque, em
determinados momentos, as regras do direito privado podem ser afastadas em nome do direito público.
Atividade: as estatais se destinam à prestação de serviço público ou à exploração de atividade econômica
(comercial) em concorrência com o particular. Nesse sentido, vale lembrar que existem algumas estatais que
exercem essas duas fundações. É o caso, por exemplo dos Correios, pois prestam o serviço postal e exploram
atividade comercial. Outro exemplo é a Caixa Econômica Federal. Pois exerce atividade bancária, mas também é
incumbida de prestar serviços públicos à sociedade.

De acordo com a CF/1988, a criação de estatais para a prestação de atividade econômica somente pode ser
feita em duas situações: quando envolver questões de segurança nacional ou de relevante interesse coletivo (vide
art. 173).

O Estado criará estatais para concorrer com particulares somente em caráter excepcional. O Estado deve
atuar de forma subsidiária nas áreas comerciais.

Nesse sentido, vale lembrar que dispõem o art. 170 da CF/1988, pois dispõe que a atividade comercial é livre
para o particular.

Quando o Estado cria uma estatal para concorrer com os particulares em atividade comercial, como é o caso
do banco do Brasil e da Petrobras, essa é a chamada intervenção direta na atividade comercial. A intervenção
indireta na atividade econômica é aquela que ocorre na forma do art. 174 da CF/1988, que dispõe que o Estado
possui um papel normativo e regulador da atividade econômica (papel normalizador). Nesse sentido, podem ser
criadas tanto empresa públicas quanto sociedade de economia mista quando houver interesse coletivo.

Assim, é importante destacar que o Estado não poderá criar empresas públicas ou sociedades de economia
mista quando não houver questões de segurança nacional ou de relevante interesse social envolvidas. Nesse
sentido, se o Estado identifica que um determinado setor da indústria, como o da produção de chocolates, está
gerando bons resultados aos particulares que atuam nessa área, não poderá ser criada uma empresa estatal para
fabricar e comercializar chocolates, pois não se trata de um assunto interesse coletivo ou ligado a questões de
segurança nacional.

De acordo com o art. 173 da CF/1988, o Estado poderá criar empresas estatais para concorrer com os
particulares em atividades econômicas. Entretanto, para isso, será necessário que o Estado se submeta ao mesmo
regime do CCTT (Direitos Civil, Comercial, Trabalhista e Tributário) das demais empresas privadas.

Assim, se o Estado deseja ser um “empresário”, então deverá se submeter às mesmas regras que os demais
empresários. Inclusive, no próprio art. 174, há a disposição expressa de que as empresas estatais não poderão
receber benefícios fiscais que não seja extensível as demais empresas do setor de concorrência.

Como o Estado tem criado dois tipos diferentes estatais (empresas públicas e sociedades de economia
mista), o Supremo Tribunal Federal vem entendendo que as empresas estatais prestadora de serviços públicos
contam com a imunidade tributária e a impenhorabilidade de seus bens. Tal caso foi levado ao Supremo pelos
Correios, que recebeu imunidade tributária em relação ao serviço postal que é prestado pela estatal que é dotado de
interesse público, contudo, os correios utilizam todo o lucro da atividade comercial de envio de encomendas para
subsidiar a prestação do serviço postal, logo o Supremo entende que a estatal deve continuar com a imunidade
tributária em AMBAS as atividades.

É preciso ter cuidado, pois as estatais que somente exploram atividade econômica como a Petrobras
também entenderam que as estatais prestadoras de serviço público contarão com imunidade tributária somente se
essas não distribuírem os seus lucros entre os seus acionistas. Esse foi o caso da Eletronorte, julgado pelo STF.

Regime de pessoal
Nas empresas estatais, os funcionários se submetem ao regime celetista (CLT). Dessa forma, as regras
aplicáveis ao trabalhador e ao empregador são definidas em um contrato de trabalho, e não em uma lei.

Apesar do regime celetista, para que uma pessoa ingresse em uma estatal é necessário que tenha prestado
concurso público.

É importante destacar que, dentro de uma estatal, nem todos os funcionários serão celetistas. A estrutura de
uma estatal é formada pela presidência, pelas diretorias e por todos os demais setores que compõem essa estatal,
locais em que atuam funcionários contratados por meio do concurso público. Ainda existem o Conselho Fiscal e o
Conselho de Administração. Esses são os órgãos colegiados.

Nesse sentido, os diretores, o presidente e os membros dos conselhos de uma estatal não são contratados
por meio de um concurso publico e não são regidos pela CLT. A eles se aplica um regime especial que não possui
definição legal. Assim, o Estatuto de cada empresa estatal é que irá dispor quais são as regras aplicáveis e esses
membros de uma forma bem sucinta. Trata-se de uma questão de direito empresarial, e não de direito
administrativo.

Quando um empregado, contrato por concurso público, é eleito para, por exemplo assumir uma diretoria
dentro da estatal seu contrato trabalhista fica suspenso durante o período de seu mandato.

Obs.: atualmente há diversos servidores públicos de órgãos federais que são nomeados para ocupar cadeiras no
Conselho Fiscal ou Administração de estatais. Nesse caso, o servidor continua ocupando o seu cargo público, mas
participa de reuniões nessas estatais quando solicitado. não se trata de uma hipótese de acumulação de encargos
públicos, pois a empresa estatal possui um regime de natureza empresarial.

Algo que é importante destacar é que os empregados públicos das empresas estatais não contam com a
estabilidade (que é aplicável aos servidores públicos), contudo a sua demissão deve ser feita sempre de maneira
motivada, ou seja, é preciso justificar o motivo dessa demissão.

Os funcionários das estatais não seguem o teto remuneratório previsto na CF, em regra o art. 37, XL, da
CF/1988 fixa a regra do teto, contudo, no §9º do mesmo artigo, há uma condição, ou seja, o teto mencionado no
inciso XL será aplicado às estatais se essas receberem recursos para pagamento de pessoal ou para custeio em geral
(estatal dependente), não estará sujeita à regra do teto constitucional. Alguns exemplos de estatais independentes
são o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras.

Licitação

As empresas estatais realizam licitação, entretanto o art.22, XXVII, juntamente com o art. 173, ambos da CF,
dispo que as estatais contarão com uma lei própria de licitações, que é a lei n. 13.303/2016.

Antes da elaboração dessa lei a atividade-fim da empresa estatal, já se envolvesse a atividade meio, então
seria necessária a realização de uma licitação nos moldes da lei n. 8666/1993

Nesse sentido, tomando como exemplo o Banco do Brasil, nos casos relacionados à atividade bancária, não
seria necessária a realização de licitações. Já quando a estatal adquirir insumos, materiais de escritório, produtos de
limpeza e outros produtos que não possuem relação com a sua atividade-fim, há a necessidade de se realizar uma
licitação.

Assim, a Lei n. 13.303/2016 seguiu basicamente os mesmos moldes da regra anterior. Hoje, os arts. 28 e
seguintes dessa lei dispõem que, na atividade-fim da empresa, não há a necessidade de se realizar licitações.
Contudo, quando envolver atividade-meio da estatal, será necessário realizar uma licitação, mas não com base na Lei
n. 8.666/1993, e sim da Lei n. 13.303/2016.

Falência: as estatais não estão sujeitas à falência, pois a Lei n. 11.101/2005 dispõe, de forma expressa, que as
empresas estatais não estão sujeitas a essa lei.

Regime de bens: como as estatais são pessoas de direito privado, seus bens são de direito privado, ou seja,
podem ser penhorados, adquiridos por usucapião etc. Entretanto, o STF vem entendendo que, no caso das estatais
prestadoras de serviço público, os bens são impenhoráveis (“bens públicos”). Caso a estatal apenas explore atividade
comercial, então os seus bens são totalmente privados.

Diferenças

O banco central tem o dever de exercer o controle do crédito e fiscalizar a atividade das instituições
financeiras.
O Serasa não é uma instituição financeira considerando que não exerce coleta, intermediação nem aplicação
de recursos financeiros, nem a custódia do valor de propriedade de terceiros, seja como atividade principal ou
acessória. Logo, não é da atribuição do Banco Central a fiscalização das atividades do Serasa.

É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio
do Estado e de natureza não concorrencial.

O STF vem conferindo a empresas estatais (empresa pública ou sociedade de economia mista) privilégios de
fazenda pública, conforme o caso concreto, tendo como pressuposto dois requisitos:

i. prestar serviço público em caráter de exclusividade;


ii. não dividir eventuais lucros com os acionistas.

Diferenças Entre Empresa Pública E Sociedade De Economia Mista

Antigamente, o conceito de empresa pública e sociedade de economia era disposto no Decreto-Lei n.


200/1967. Contudo, atualmente esse conceito está previsto na Lei n. 13.303/2016:

Art. 3º EMPRESA PÚBLICA é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.

Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União,
do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a
participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da
administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Obs.: Nesse sentido, há a possiblidade de que uma empresa pública seja criada a partir de partes do capital
de mais de um ente da federação. Um exemplo disso é a Terracap, no Distrito Federal.

Art. 4º SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito


privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com
direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos
Municípios ou a entidade da administração indireta. § 1º A pessoa jurídica que controla a
sociedade de economia mista tem os deveres e as responsabilidades do acionista controlador,
estabelecidos na Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e deverá exercer o poder de controle
no interesse da companhia, respeitado o interesse público que justificou sua criação.

Obs.: Nesse sentido, as sociedades de economia mista serão todas sociedades anônimas, logo seguem a Lei n.
6.404/1964 (Lei das SAs).

§ 2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de economia mista com registro na Comissão de Valores
Mobiliários sujeita-se às disposições da Lei n. 6.385, de 7 de dezembro de 1976

Empresa Pública Sociedade de Economia Mista


Forma de Organização Qualquer forma admitida em Somente sociedade anônima
direito. (Lei n. 6.404/1964).
Capital Totalmente público (100% Capital público e capital privado
público). (misto). Esse capital será
dividido em ações.
Foro processual Empresas públicas federais: Justiça Estadual.
Justiça Federal (art. 109 da
CF/1988); Empresas públicas
estaduais, distritais ou
municipais: Justiça Estadual.
Obs.: não são direcionadas para Justiça Federal as ações trabalhistas sobre acidente de trabalho falência ou fatos
que envolvam a Justiça Eleitoral.
Exemplos de Empresa Pública: BNDES, Terracap-DF, CAESB – DF, EBCT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos,
SERPRO – Serviço Federal de Processamento de Dados, CEF – Caixa Econômica Federal, INFRAERO – Empresa
Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, CASA DA MOEDA DO BRASIL, RADIOBRAS, EMBRAPA, DATAPREV,
TRENSURB – Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre, VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias, CONAB,
NOVACAP, EMATER DF, Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (METRÔ DF), BRASÍLIATUR – Empresa
Pública denominada Empresa Brasiliense de Turismo – responsável pela gestão pública do turismo no DF, Empresa
Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia – HEMOBRAS, vinculada ao Ministério da Saúde.

Exemplos de Sociedades de Economia Mista: BB – Banco do Brasil, BASA – Banco da Amazônia S/A, Petrobras,
Companhia Energética de Brasília – CEB e Banco Regional de Brasília – BRB.

Subsidiárias (Art. 37, XX, da CF/1988) e Controladas

Subsidiária é uma nova empresa criada e administrada por uma empresa pública ou sociedade de economia
mista. A criação de uma subsidiária é regulada pelo art. 37, XX da CF 1988.

Nesse sentido, a estrutura do Banco do Brasil pode conter várias outras empresas que atuam nas mais
diversas áreas. Alguns exemplos são: Cobra Tecnologia, BB Cartões, BB Seguros, dentre outras.

O processo de criação de uma subsidiária não se enquadra como desconcentração ou descentralização.

A CF/1988 dispõe que a criação de subsidiárias, pelas entidades do art. 37, XIX, dependerá de lei em cada
caso (ou seja, lei específica). Contudo, de acordo com o STF, não há a necessidade de se criar uma lei específica se já
há uma lei geral que autorize a criação de subsidiárias.

Um exemplo de estatal que já surgiu com essa lei geral é a Petrobras, pois a lei que fez a sua criação também
dispõe que a empresa fica autorizada a criar subsidiárias no Brasil e no exterior. O caso da Petrobras foi analisado no
Supremo para que este definisse seu posicionamento.

Controladas não são empresas estatais, mas sim empresas em que o Estado, de alguma forma, possui um
controle, seja de forma direta ou indireta.

Existem também as chamadas empresas de mera participação do Estado. Estas são aquelas empresas em
que o Estado detém uma pequena parte do capital. São diferentes das empresas controladas das subsidiárias.

Agencias
Existem duas formas de agencias no Brasil: agencias executivas e agencias reguladoras.

Agencias Executivas

A agencia executiva é uma qualificação dada a uma autarquia ou fundação estatal que celebrou contrato de
gestão com o Poder concedente, conforme o art. 37, § 8º da CF. Ao celebrar o contrato de gestão, ela aumenta a sua
autonomia gerencial orçamentária e financeira. A agencia executiva surgiu no governo FHC com a Emenda
Constitucional n. 19/1998.

Depois que é feito o contrato de gestão, é feito também um decreto que qualifica aquela autarquia ou
fundação com agencia executiva. E uma vez, qualificada, como agencia executiva, ela tem a sua autonomia
geracional e financeira aumentada, e precisa dar mais eficiência para o Estado.

Se uma questão citar que “com a Emenda Constitucional n. 19/1998 surgiu uma nova figura da Administração
indireta”, a questão estará incorreta, pois a agência executiva não é uma nova figura, ela é uma autarquia ou
fundação que celebrou contrato de gestão com o ministério supervisor, e depois foi qualificada como agência
executiva.

Obs.: o que qualifica as agencias executivas não é o contrato, e sim o decreto.

Uma agencia executiva tem um limite maior para fazer contratação direta em razão do valor do contrato. Na
Lei de Licitações e Contratos há um limite para que o órgão ou entidade possa fazer contras os serviços sem fazer
licitação. Porem quando se trata de uma agencia executiva, esse limite é elevado pela Lei de Licitações.
O art. 37, §8º, dispõe sobre qualificação de órgãos e entidades da administração indireta. Órgãos e entidade
da Administração direta, de modo geral, podem fazer esse contrato de gestão com o ministério do qual ele faz parte.
Porem a denominação de agencia executiva é só para autarquia ou fundação que fez esse contrato conforme prevê a
Lei n. 9648/1998 do art. 51.

Agências Reguladoras
Investidura dos Dirigentes

Dirigente ocupa mandato

Agencia com previsão na CF: ANATEL (art. 21, XI, CF) e ANP (art. 177, CF)

No Brasil, as agencias reguladoras foram criadas na forma de autarquias em regime especial.

Investidura de dirigentes: dependerá da aprovação do Poder Legislativo, e quem faz essa aprovação é o Senado
Federal, em nível Federal. O presidente da República faz a indicação, e depois tem que haver a aprovação do Senado
Federal. Depois ocorrerá a nomeação do dirigente.

Dirigente ocupa mandato: o mandato tem tempo certo de duração, e é de cinco anos o prazo de mandato
unificado das agencias reguladoras federais. Agencia reguladora é uma figura independente do Estado. Para que
tenha sua autonomia e sua capacidade técnica asseguradas, os diretores tem mandato fixo, para que eles possam
tomar a decisão técnica que eles quiserem, e não sejam destituídos por causa disso. Por mias que a decisão técnica
da agencia não seja de agrado do ente central, o dirigente será mantido na função e só sairá nas situações que assim
a lei prevê. Esse mandato existe para dar estabilidade e segurança ao dirigente de ficar naquela função.

Em uma autarquia comum, o dirigente máximo é uma pessoa só que toma as decisões principais. Em uma
agencia reguladora, há o regime de administração colegiada. Há um colegiado composto sempre de um número
ímpar, e é o colegiado que sempre decidirá, votará e fará os atos da agencia reguladora -as resoluções. As resoluções
da agencia reguladora tem nível de ato administrativo e não de lei.

Agencias com previsão na CF (ANATEL e ANP): A constituição dispõe que será criada uma figura que regulará
aquele setor de telecomunicações e o setor de petróleo. E nesse foram criados a ANATEL e a ANP, na forma de
autarquias em regime especial. A doutrina aponta que existem dois tipos de agencias reguladoras: aquelas que
exercem típico poder de polícia e aquelas que regulam atividades que forma objeto de privatização.

Lei nº 13.848/2019

Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de
subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo
de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou
de leis específicas voltadas à sua implementação.

Art. 7º O processo de decisão da agência reguladora referente a regulação terá caráter colegiado.

§ 1º O conselho diretor ou a diretoria colegiada da agência reguladora deliberará por maioria absoluta dos votos de
seus membros, entre eles o diretor-presidente, o diretor-geral ou o presidente, conforme definido no regimento
interno.

§ 2º É facultado à agência reguladora adotar processo de delegação interna de decisão, sendo assegurado ao
conselho diretor ou à diretoria colegiada o direito de reexame das decisões delegadas.

Alterações na Lei 9.986/2000

Art. 4º As agências terão como órgão máximo o Conselho Diretor ou a Diretoria Colegiada, que
será composto de até 4 (quatro) Conselheiros ou Diretores e 1 (um) Presidente, Diretor-Presidente
ou Diretor-Geral.
§ 1º Os mandatos dos membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada serão não
coincidentes, de modo que, sempre que possível, a cada ano, ocorra o término de um mandato e
uma consequente nova indicação

Art. 5º O Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral (CD I) e os demais membros do Conselho


Diretor ou da Diretoria Colegiada (CD II) serão brasileiros, indicados pelo Presidente da República
e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea “f” do inciso III do
art. 52 da Constituição Federal, entre cidadãos de reputação ilibada e de notório conhecimento
no campo de sua especialidade, devendo ser atendidos 1 (um) dos requisitos das alíneas “a”, “b”
e “c” do inciso I E, cumulativamente, o inciso II:

I – ter experiência profissional de, no mínimo: (um dos requisitos)

a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, no campo de atividade da agência reguladora ou


em área a ela conexa, em função de direção superior; ou

b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes cargos:

1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa no campo da atividade da agencia


reguladora, entendendo-se como cargo de chefia superior aquele situado nos 2 (dois) níveis
hierárquicos não estuários mais altos de empresa;

2. Cargo de docente ou de pesquisador no campo de atividade de agencia reguladora ou área


conexa; ou

c) dez anos de experiencia como profissional liberal no campo de atividade de agencia reguladora
u em área conexa; e

II – ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado.

§ 7º Ocorrendo vacância no cargo de Presidente, Diretor-Presidente, Diretor-Geral, Diretor ou


Conselheiro no curso do mandato, este será completado por sucessor investido na forma prevista
no caput e exercido pelo prazo remanescente, admitida a recondução se tal prazo for igual ou
inferior a 2 (dois) anos.

Art. 6º O mandato dos membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada das agências
reguladoras será de 5 (cinco) anos, vedada a recondução, ressalvada a hipótese do § 7º do art. 5º

“Quarentena” (6 meses)

Art. 8º Os membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada ficam impedidos de exercer atividade ou de
prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por período de 6 (seis) meses, contados da
exoneração ou do término de seu mandato, assegurada a remuneração compensatória.

Vedação de indicação

Art. 8º-A. É vedada a indicação para o Conselho Diretor ou a Diretoria Colegiada:

I – de Ministro de Estado, Secretário de Estado, Secretário Municipal, dirigente estatutário de


partido político e titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da federação, ainda
que licenciados dos cargos;

II – de pessoa que tenha atuado, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de
estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e
realização de campanha eleitoral;

III – de pessoa que exerça cargo em organização sindical;


IV – de pessoa que tenha participação, direta ou indireta, em empresa ou entidade que atue no
setor sujeito à regulação exercida pela agência reguladora em que atuaria, ou que tenha matéria
ou ato submetido à apreciação dessa agência reguladora;

V – de pessoa que se enquadre nas hipóteses de inelegibilidade previstas no inciso I do caput do


art. 1º da Lei Complementar n. 64, de 18 de maio de 1990;

VI – (VETADO);

VII – de membro de conselho ou de diretoria de associação, regional ou nacional, representativa


de interesses patronais ou trabalhistas ligados às atividades reguladas pela respectiva agência.

Parágrafo único. A vedação prevista no inciso I do caput estende-se também aos parentes
consanguíneos ou afins até o terceiro grau das pessoas nele mencionadas.

Art. 8º-B. Ao membro do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada é vedado:

I – receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas;

II – exercer qualquer outra atividade profissional, ressalvado o exercício do magistério, havendo


compatibilidade de horários;

III – participar de sociedade simples ou empresária ou de empresa de qualquer espécie, na forma


de controlador, diretor, administrador, gerente, membro de conselho de administração ou
conselho fiscal, preposto ou mandatário;

IV – emitir parecer sobre matéria de sua especialização, ainda que em tese, ou atuar como
consultor de qualquer tipo de empresa;

V – exercer atividade sindical;

VI – exercer atividade político-partidária;

VII – estar em situação de conflito de interesse, nos termos da Lei n. 12.813, de 16 de maio de
2013.

Perda do Mandato

Art. 9º O membro do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada somente perderá o mandato:

I – em caso de renúncia;

II – em caso de condenação judicial transitada em julgado ou de condenação em processo


administrativo disciplinar;

III – por infringência de quaisquer das vedações previstas no art. 8º-B desta Lei

CONSÓRCIOS PÚBLICOS (LEI N. 11.107/2005 E DECRETO N. 6.107/2007)


Obs.: o consorcio é uma reunião de entes da Federação para a prestação associada de serviços públicos à sociedade;
A união só pode participar de consórcio com o município se o estado ao qual o município fizer parte também
participar. Ou seja, poderá concorrer consórcio diretamente da União com o município.

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem c

Consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências. § 1º O consórcio
público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado.

§ 2º A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os
Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.
Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia
subscrição de protocolo de intenções.

Art. 5º O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do
protocolo de intenções.

Decreto: III – protocolo de intenções: contrato preliminar que, ratificado pelos entes da
Federação interessados, converte-se em contrato de consórcio público;

§ 4º É dispensado da ratificação prevista no caput deste artigo o ente da Federação que, antes de
subscrever o protocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público.

Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:

I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de
ratificação do protocolo de intenções;

Obs.: se uma questão citar que todo consórcio será de direito público, a questão estará errada,
porque ele pode ser de direito público, caso seja criada a associação pública, ou ele poderá ser de
direito privado.

II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.

§ 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração


indireta de todos os entes da Federação consorciados.

§ 2º No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público


observará as normas de direito público no que concerne à realização de licitação, celebração de
contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis
do Trabalho – CLT.

Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante


contrato de rateio.

Decreto – VII – contrato de rateio: contrato por meio do qual os entes consorciados
comprometem-se a fornecer recursos financeiros para a realização das despesas do consórcio
público;

Decreto – XVI – contrato de programa: instrumento pelo qual devem ser constituídas e reguladas
as obrigações que um ente da Federação, inclusive sua administração indireta, tenha para com
outro ente da Federação, ou para com consórcio público, no âmbito da prestação de serviços
públicos por meio de cooperação federativa.

Terceiro Setor – Para Estatais


Paraestatais estão paralelas ao Estado e vão colaborar com ele em atividades que são de interesse da coletividade.

1º Setor 2º Setor 3º Setor 4º Setor


Estado (direta e Mercado Entidades Estatais Mercado Informal
indireta)

Administração Pública - 3º Setor (constante evolução, pois ainda está em consolidação de sua definição). São do
terceiro setor: o Sistema “S”, as Organizações Sociais, Organizações Sociais Civis de Interesse Público., Fundações de
Apoio e as Organizações de Sociedade Civil.

Serviços Sociais Autônomos – Entidades do Sistema S


A ideia inicial do Sistema “S” era prestar apoio a categorias profissionais. Porem, hoje, vai muito mais além de ideias
inicial, prestando, inclusive, atividade típica da Administração Pública de serviços públicos diretamente à sociedade.
Quem faz a criação do Sistema “S” é a união. As entidades do terceiro setor são pessoas de direito privado, sendo o
sistema “S” autorizado por lei, mas seguindo as regras do direito privado. Estados e municípios também podem fazer
a criação.

Licitação
Não precisa fazer licitação, mas observar os princípios licitatórios. Vão sobreviver com recursos públicos. As
empresas pegam um tributo que vai para a entidade.

A entidades devem ter regulamento interno, estabelecendo um processo de competição antes de fazer seus
contratos.

Competência
Sumula 516 do STF: O serviço Social da Industria – SESI – está sujeito à jurisdição da Justiça Estadual. “Apesar da
sumula antiga, falar do SESI, serve para todas as entidades do Sistema “S”.

Concurso
O STF entendeu que, possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a administração pública, não
estão sujeito à observância da regra do concurso público (CF, 37,II) para contratação de seu pessoal.

Organizações Sociais (OS’S)


Algumas entidades não governamentais vão querer se qualificar como tal, para se aproximar mais do Estado. O
Governo FHC tinha como princípio a ideia do Estado mínimo e o processo de qualificação de entidades como OS e
OSCIP decorreu desse processo. Várias organizações desse tipo administram parques e hospitais públicos. Quando as
organizações dessa natureza tomam conta desses setores, elas não precisam fazer concurso, contratam pela CLT,
pode demitir quando quiser, não tem que licitar. Esses modelos podem até agilizar em relação aos trabalhadores,
mas existem muitas fraudes e desvios de dinheiro.

Area de Atuação: ensino à pesquisa cientifica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio
ambiente, à cultura e à saúde.

Conselho de Administração composto por representantes do Poder Público – art. 3º. Administra e precisa ser misto,
pessoas que representem a sociedade e representem o governo.

O procedimento de qualificação das entidades como organizações sociais deveria ser conduzido de forma pública,
objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF, e de acordo com parâmetros em
abstrato segundo o disposto no art. 20 da lei n 96537/1998

A entidade qualificada como OS não precisa fazer licitação quando for contratar com terceiros. Porém, o processo de
contratação deve ser conduzido de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do
art. 37 da CF

São válidas as outorgas de permissão de uso de bem público para as entidades qualificadas como OS. Porém, o
procedimento deve ser conduzido de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput
do art. 37 da CF

As entidades qualificadas como OS não precisam fazer concurso. Porém, a seleção de pessoal pelas organizações
sociais deve ser conduzida de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art.
37 da CF, e nos termos do regulamento próprio a ser editado por cada entidade

As entidades qualificadas como OS estão sujeitas à fiscalização do MP e do TCU. Para o STF qualquer interpretação
que restringisse o controle, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União, da aplicação de verbas
públicas deveria ser afastada.

ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP)

Área de atuação: muito mais amplo que as OS.


Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da
universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será
conferida às

pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo
menos

uma das seguintes finalidades:

I – promoção da assistência social;

II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;

III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das

organizações de que trata esta Lei;

IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das


organizações de que trata esta Lei;

V – promoção da segurança alimentar e nutricional;

VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento


sustentável;

VII – promoção do voluntariado;

VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;

IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos


de

produção, comércio, emprego e crédito;

X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita

de interesse suplementar;

XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros

valores universais;

XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de


informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades
mencionadas neste artigo

Não podem se qualificar como OSCIP

Não podem se qualificar como OSCIP o que tem finalidade lucrativa.

Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:

I – as sociedades comerciais;

II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;

III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões

devocionais e confessionais;
IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;

V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo


restrito de associados ou sócios;

VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;

VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;

VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;

IX – as organizações sociais;

X – as cooperativas;

XI – as fundações públicas;

XII – as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou

por fundações públicas;

XIII – as organizações creditícias que tenham quaisquer tipos de vinculação com o sistema
financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.

Principais Diferenças entre OSs e OSCIPs


OS OSCIP
Regida pela lei n. 9637/1998 Regida pela Lei n.9790/1999
A qualificação é ato discricionário A qualificação é ato vinculado
Celebra Contrato de Gestão Celebra Termo de Parceria
A lei não diz quem pode se qualificar A Lei diz quem não pode se qualificar
A área de atuação: pesquisa cientifica, Área de atuação é mais ampla
desenvolvimento tecnológico, proteção do
meio ambiente, cultura e saúde
Podem receber bens públicos e servidores Não lei não há essa previsão.

As OS vieram substituir órgãos e entidades públicas que foram extintas e as OSCIP tem caráter de auxiliar nas
atividades do Estado a prestar serviços públicos para a sociedade.

Para OS, a entidade participa do processo seletivo e o órgão vai fazer a análise se pode ou não ser qualificada. Já
para a OSCIP, a entidade só precisa preencher as condições.

As OS e as OSCIP têm contratos parecidos, porém, um contrato que antecede a qualificação, no primeiro caso, é um
contrato de gestão e o termo de parceria é o que antecede a qualificação das OSCIP.

Existem as entidades ou fundações de apoio, que quase não aparecem em provas e que tem como objetivo apoiar
uma outra fundação ou entidade que já faz parte do Estado. Exemplos: FUB x FINATEC.

As OSC são todas as entidades que estão ao lado do Estado, colaboram com ele, mas não têm a qualificação como
OS ou OSCIP, regulado pela Lei n. 13.019/2014.

Concurso Público
Forma de aplicação: o concurso público será de provas ou provas e títulos. A fase de provas poderá ser realizada por
meio de provas de conhecimentos específicos, testes físicos, psicológicos etc. já a fase de títulos é aquela em que o
candidato deve apresentar seus títulos de modo a aumentar a sua pontuação no concurso. De acordo com o STF, a
fase de títulos é meramente classificatória, ou seja, não pode ser eliminatória.

Prazo: o concurso público terá validade de até dois anos, prorrogável uma vez por igual período. Nesse sentido, se o
concurso público foi aberto com validade de um ano, então somente poderá ser prorrogado por mais um ano.
Obrigatoriedade: toda a administração pública, tanto direta quanto indireta, de todos os poderes, empresas
públicas, sociedades de economia mista e subsidiárias. Segundo o TCU, os serviços sociais autônomos (SSA’s) não são
obrigados a realizar concurso público.

Convocação: de acordo com a CF/1988 durante o prazo improrrogável do concurso público, é possível a realização
de um novo concurso, desde que seja concedida propriedade na convenção aos aprovados no certame anterior (vide
art. 37, IV, da CF/1988). Já de acordo com a Lei n. 8112/1990, não se abrirá novo concurso enquanto houver
candidatos aprovados em concurso anterior e sem convocação (vide art. 12, §2º). É importante, em prova, ter
atenção ao enunciado da questão, pois, caso a banca disponha expressamente a lei n. 8112/1990, prevalecerá o
entendimento que está descrito na CF/1988.

Cadastro de Reserva
O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do
certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas
previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração,
caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de
nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo
candidato. Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas seguintes
hipóteses: a) quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital; b) quando houver preterição
na nomeação por não observância da ordem de classificação; e c) quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo
concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e
imotivada por parte da administração nos termos acima. Essa a tese que, por maioria, o Plenário fixou para efeito de
repercussão geral. Na espécie, discutia-se a existência de direito subjetivo à nomeação de candidatos aprovados fora
do número de vagas previstas no edital de concurso público, no caso de surgimento de novas vagas durante o prazo
de validade do certame. Em 14/10/2014, a Corte julgou o mérito do recurso, mas deliberara pela posterior fixação
da tese de repercussão geral — v. Informativo 803. O Ministro Luiz Fux (relator) destacou que o enunciado fora
resultado de consenso entre os Ministros do Tribunal, cujo texto fora submetido anteriormente à análise. Vencido o
Ministro Marco Aurélio, que se manifestava contra o enunciado, porque conflitava com as premissas lançadas pela
corrente vitoriosa no julgamento do recurso extraordinário. Aduzia que a preterição se caracterizava quando, na
vigência do concurso, convocava-se novo certame, a revelar a necessidade de se arregimentar mão de obra.

Súmula 14 do STF: “Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso
para cargo público”.

Súmula 683 do STF: “O limite de idade para a inscrição em concurso público somente se legitima em face do
art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”.

“O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o
concurso público”. (Súmula n. 266). Porém, em relação aos concursos da magistratura e ministério público, exige a
CF que o bacharel em Direito deve ter, no mínimo, 03 (anos) de atividade jurídica, sendo que nesse caso o momento
da comprovação desses requisitos deve ocorrer na data da inscrição no concurso. Informativo STF n. 438 (ADI-3460).

Exame psicotécnico: o STF tem entendido ser ilegal a exigência apenas no edital, sem que a lei que
regulamenta a carreira tenha feito a previsão. (Súmula 686 do STF: “Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico
a habilitação de candidato a cargo público”.).

Além do requisito da legalidade, a jurisprudência exige mais três condições para que seja válida a exigência
de exame psicotécnico em concurso público:

a) ser pautado em critérios objetivos e científicos (AI 529.219-AgR/RS);

b) ser compatível com as atribuições normais do cargo; e

c) haver direito a recurso na via administrativa. Conforme entendimento do STF, as provas de títulos não
podem ter natureza eliminatória. Contratação sem concurso: tem direito a salário e ao depósito de FGTS (Em. 363,
TST)
Em razão do princípio da presunção de inocência, é vedada a eliminação de candidato em concurso público
em razão de inquérito policial instaurado ou ação penal em andamento, sem o trânsito em julgado da sentença. STJ.
2ª Turma. REsp 1302206/MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 17/09/2013. No mesmo sentido: STF.
1ª Turma. ARE 713138 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 20/08/2013

O STJ decidiu que não pode haver eliminação do concurso pelo simples fato de ter celebrado transação penal
(art. 76, Lei n. 9.099/1995), uma vez que não importa em condenação do autor do fato

Exceções ao concurso:

1. cargos vitalícios (alguns): Ministros de Tribunal Superior (ex.: Ministro do STF);

2. temporários – art. 37, XI, CF/1988;

3. agentes comunitários de saúde e de combate às endemias

Remuneração
Retribuição Pecuniárias
a) vencimento (básico): é o valor fixado em lei para o exercício da função;
b) remuneração (ou vencimentos): é a soma do vencimento básico das vantagens recebidas pelo servidor;
c) proventos; é a forma de remuneração pecuniária para os servidores que estão na inatividade;
d) Subsídio: é uma retribuição pecuniária feita em parcela única – art. 39, §4º da CF/1988. Nesse sentido, não é
possível somar nenhum valor ao subsídio. Há uma exceção quanto às parcelas de caráter indenizatório (ex.:
ajuda de custo).

Quem recebe por subsídio – membros de Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), membros do Ministério
Público, membros da Defensoria Pública e procuradores, policiais e bombeiros – art. 144, §9º da CF/1988.

Obs.: A CF/988 também dispõe que demais servidores organizados em carreira podem receber na forma de subsídio.

Importante: de acordo com o art. 37, X da CF/1988, exige-se lei específica para fixar valor de vencimento e para
aumentar tanto subsídio quanto vencimento.

Segundo o art. 37, XV da CF, o subsídio e os vencimentos do servidor são irredutíveis, porem de acordo com
o STF, a irredutibilidade é do valor nominal, não conferindo direito a reajustamento automático em decorrência de
perda do poder aquisitivo da moeda em razão da inflação. Assim, para o STF, inexiste garantia à irredutibilidade do
valor real.

Teto Remuneratório
A CF/1988 dispõe que todos os membros de todos os Poderes e de todos os níveis da Federação estão
sujeitos a um teto remuneratório. Esse teto será o subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

Segundo o STF, a norma que estabelece teto remuneratório (EC n. 19/1998 e 41/2003) é de eficácia
imediata. RE 609381/GO, rel. Min. Teori Zavascki, 02/10/2014. Informativo n. 761 STF.

Permite o STF que a forma de cálculo seja alterada, desde que o valor total da remuneração/vencimentos
seja mantido no mesmo montante. MS 21659/DF, Rel. Min. Eros Grau, 28/09/2005.

Existem, ainda, subtetos no âmbito dos Estados e Municípios:

Teto constitucional: ministros do STF;

Subtetos dos Estados:


 Poder executivo: governador
 Poder Legislativo: Deputado Federal (até 75¢ do Deputado Federal, que possui como teto o subsídio do
Ministro do STF);
 Poder Judiciário: Desembargador (90,25% do subsídio do Ministro do STF);
Subtetos do Municípios:
 Poder executivo: Prefeito (que possui com teto o subsídio do Ministro do STF)
 Poder Legislativo: Vereador (art. 25 da CF/1988: 20% a 75% do subsídio do Deputado Estadual).

Importante: Art. 37, §12 da CF – é possível fixação de teto único no Poder Executivo e Poder Judiciário Estadual
fixado conforme o subsídio dos Desembargadores (até 90,25% dos Ministros do STF).

Vinculação e equiparação de espécies remuneratórias: o art. 37, XIII, da CF veda a vinculação ou equiparação de
quaisquer espécies remuneratórias relacionadas a servidores públicos.

Obs.: A vinculação é quando se estabelece um índice para servir de base para a realização dos reajustes na
remuneração. Já a equiparação é quando se “amarra” a remuneração de uma carreira à outra, por exemplo: a
remuneração dos servidores da Receita Federal é a mesma da dos servidores do Tesouro Nacional.

Vale lembrar que a CF/1988 veda as equiparações feitas por lei, contudo ela própria faz algumas equiparações

Regime de previdência
O regime geral da Previdência Social (RGPS) é regulamentado pela Lei n. 8213/1991, a lei que cuida da
aposentadoria de quem é do regime geral: auxílio-acidente, pensão e outros benefícios.

Exemplos de segurados: contribuinte individual, segurado empregado, segurado voluntário (não tem
atividade remunerada, mas voluntariamente pode aderir ao RGPS, ex.: dona de casa), titulares de cargos em
comissão (livre nomeação e exoneração), empregados de empresas públicas ou sociedade de economia mista
(ingressam mediante concurso, ocupam emprego público, regido pela CLT, ex.: Banco do Brasil, Caixa Econômica),
servidores públicos de município sem Regime Próprio de Previdência Social (servidor estatutário do município, mas
regras sobre Previdência serão do Regime Geral da Previdência Social).

Obs.: O INSS é a Autarquia que administra o Regime Geral da Previdência Social. O Regime Próprio da Previdência
Social (RPPS) abrange os servidores públicos Civis.

Emenda Constitucional n. 41/2003

A EC.n. 41/2003 trouxe o fim da paridade, ou seja, a igualdade entre ativos e inativos. Antigamente, quando
o servidor da ativa fazia greve e aumentava a remuneração, o servidor aposentado recebia o aumento. Com a
Emenda, o reajuste seria feito mediante lei. Os demais servidores que ingressaram após a EC n.41/2003
aposentariam com o mesmo teto do RGPS (teto do INSS), portanto a União criou a FUNPRESP para a aposentadoria
complementar dos servidores federais. O servidor aposenta com um valor menor, mas contribui com um valor
menor. Caso o servidor queira aposentar com um valor aproximado que ganhava na atividade, ela faz contribuições
complementares e facultativas para o FUNPRESP.

Também trouxe o fim da integralidade que é aposentar com o valor da ultima remuneração. Com a Emenda
41/2003, o calculo é feito com base em uma media aritmética simples de 80% das maiores contribuições.

Quando alguém se aposentava, deixava de contribuir, mas, com a E. n.41/2003, os aposentados passaram a
contribuir para o Regime de Previdência Social.

Houve a aproximação do RPPS com o RGPS

Anteriormente, em relação ao servidor em atividade, se ele ganhava R$10.000,00, quando falecia, o calculo
era o valor da ultima remuneração. Com a Emenda, a mudança reduziu o valor da pensão.

A criação do abono de permanência é para o servidor que preenche todas as condições para se aposentar,
mas não se aposente. Se o servidor se aposenta, continua contribuindo para a Previdência, mas se não se aposenta
(mesmo podendo se aposentar), continua trabalhando e não tem o desconto da Previdência Social (abono de
permanência).

EC n. 103/2019
Com a EC n.103/2019, houve a inclusão dos agentes políticos ocupantes de mandatos eletivos nas regras do
RGPS. Anteriormente, havia um Regime diferente, que era o Estatuto dos Congressistas, que trazia as regras para se
aposentar, diferenciadas, do RPPS.

§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em


lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
emprego público, o Regime Geral de Previdência Social

O agente que não tem um cargo efetivo, mas foi eleito para deputado ou senador, fica com as regras do
RGPS. O parlamentar que era empregado de empresa privada (RGPS), que foi eleito deputado, continua vinculado ao
RGPS. Se tem cargo efetivo é servidor, tem regime próprio, fica vinculado ao Regime, não passa para o RGPS. As
regras servem para os que ainda irão entrar. OS do atual mandato não caíram nessa regra.

Diversas regras sobre previdência serão tratadas ora por meio de lei (ordinária) ora por meio de lei
complementar. A EC n.103/2019 retirou do texto constitucional vários regramentos sobre aposentadoria e pensão e
outorgou à lei a competência de regulamentar o assunto, ocorrendo, assim, a desconstitucionalização das regras
sobre a previdência.

 Nova mudança no cálculo da pensão


 Maior aproximação do RGPS e RPPS
 Modificações no abono de permanência
 Previsão na CF de readaptação antes de aposentadoria por incapacidade permanente
o Antigamente era aposentadoria por invalidez.
o Exemplo: professor que não consegue mais dar aulas devido a uma limitação física/ mental, antes de
aposentá-lo, tenta readaptá-lo em um cargo de Secretário Escolar.
o É melhor para o Estado, porque, se o servidor se aposenta, gera uma vacância, o Estado tem que
pagar proventos de aposentadoria e fazer nomeação de outra pessoa.
o É um comando constitucional.

Execução da aposentadoria apenas por tempo de contribuição

 Atualmente, é preciso tempo de contribuição e idade.


 Não se aposenta mais somente por idade ou somente por tempo de contribuição.

• Regras especiais para carreiras policiais previstas na CF

Readaptação antes da Aposentadoria


Com a EC n. 103/2019, foram inseridos novos parágrafos ao art. 37 da CF. O § 13 estabeleceu que o servidor
público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades
sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer
nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a
remuneração do cargo de origem (art. 37, §13).

Foi fixado também que a aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de
cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do
vínculo que gerou o referido tempo de contribuição (art. 37, §13). Assim, com a aposentadoria, a relação ex-servidor
será de natureza exclusivamente previdenciária. Serve principalmente para abranger, especialmente, empregados
de empresas estatais, porque, no RGPS e no Regime da CLT, quando se é celetista (empregado de empresa privada)
pode se aposentar que não gerará a extinção do contrato de trabalho. Agora, quando preenche as condições para se
aposentar pelo RGPS, isso gera a extinção do vínculo que gerou o tempo de contribuição. É uma demissão sem justa
causa, devido ao vínculo que ligava aquela entidade e o servidor/empregado ter rompido, devido à aposentadoria.

Modalidades de Aposentadoria – RPPS


Voluntária: quando se dá por livre e espontânea vontade, cumpridos determinados requisitos (idade e tempo de
contribuição).
Involuntária: quando se dá independentemente da vontade do servidor, em virtude de incapacidade permanente
ou adimplemento de idade limite (aposentadoria compulsória/expulsória).

Não teve alteração da EC. N. 103/2019. Continua com as mesmas regras fixadas em 2015. Segundo a redação dada
ao art. 40 da CF pela EC. 103/19, a concessão de aposentadoria é condicionada à realização dos seguintes requisitos.

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de
servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuaria.

§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado:

I – por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando
insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações
periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da
aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;

II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)


anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 88, de 2015);

III – no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas,
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do
respectivo ente federativo.

Inciso I, exemplo: a pessoa tem câncer, se aposenta e a doença se curou, o que já levou a se aposentar não existe
mais, as realizações são feitas e o servidor volta mediante a chamada reversão.

Inciso II, a idade hoje é 75 anos, Lei Complementar n.152/2015 que estabelece.

Se cair a redação da constituição federal marcar como está na constituição, se mencionar prova que a
aposentadoria compulsória será proventos proporcionais aos 70 ou 75 anos na forma de lei complementar,
também está certo.

Inciso III, a EC n.103, incialmente, não colocou estados e municípios. As regras para poder se aposentar e da
pensão, servem, inicialmente, para servidores públicos federais. Lei complementar pode vir a alterar as condições.

Para saber todas as condições e as formas de aposentadoria, é necessário conjugar o art. 40 da CF com o art.
10 da EC. 103/19.

Art. 10. Até que entre em vigor lei federal que discipline os benefícios do regime próprio de
previdência social dos servidores da União, aplica-se o disposto neste artigo. § 1º Os servidores
públicos federais serão aposentados:

§ 1º Os servidores públicos federais serão aposentados:

I – voluntariamente, observados, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) 62 (sessenta e


dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem; e b) 25 (vinte e
cinco) anos de contribuição, desde que cumprido o tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo
exercício no serviço público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a
aposentadoria;

II – por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiverem investidos, quando
insuscetíveis de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações
periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da
aposentadoria; ou

III – compulsoriamente, na forma do disposto no inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição


Federal.

Antes EC n. 103/19
Idade + Tempo de Contribuição Idade + Tempo de Contribuição
Homem 35 anos de contribuição; 25 anos de contribuição;
60 anos de idade; 65 anos de idade;
10 anos no cargo; 10 anos no serviço público;
5 anos no cargo. 5 anos no cargo.
Mulher 30 anos de contribuição; 25 anos de contribuição;
55 anos de idade; 62 anos de idade;
10 anos no cargo; 10 anos no serviço público;
5 anos no cargo. 5 anos no cargo.

Calculo do Valor da Aposentadoria

O art. 26 da EC n. 103/2019 assim estabelece:

Art. 26. Até que lei discipline o cálculo dos benefícios do regime próprio de previdência social da
União e do Regime Geral de Previdência Social, será utilizada a média aritmética simples dos
salários de contribuição e das remunerações adotados como base para contribuições a regime
próprio de previdência social e ao Regime Geral de Previdência Social, ou como base para
contribuições decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição
Federal, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período
contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior
àquela competência.

§ 1º A média a que se refere o caput será limitada ao valor máximo do salário de contribuição do
Regime Geral de Previdência Social para os segurados desse regime e para o servidor que
ingressou no serviço público em cargo efetivo após a implantação do regime de previdência
complementar ou que tenha exercido a opção correspondente, nos termos do disposto nos §§ 14
a 16 do art. 40 da Constituição Federal.

§ 2º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 60% (sessenta por cento) da média


aritmética definida na forma prevista no caput e no § 1º, com acréscimo de 2 (dois) pontos
percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de
contribuição

No caso do servidor que era militar e passou a ser servidor público, soma-se todo o tempo de contribuição. Até
2003, era regra da integralidade, aposentava-se com o valor da ultima remuneração. A partir de 2003, a média
aritmética simples de 80% das maiores contribuições e 20% das contribuições menores eram desprezadas. Hoje é
100% da média.

Para servidores que entraram para o serviço publico federal, após 2013, após a criação da FNPRESP, eles recebem o
teto do RGPS.

Para a definição do valor da aposentadoria, serão levadas em consideração todas as contribuições (100% do período)
e o valor do beneficio de aposentadoria corresponderá a 60% da média aritmética citada, como acréscimo de 2
(dois) pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição.

Portanto, os passos para calcular o valor da aposentadoria são:

1. Inclusão de todo período contributivo (100% das contribuições);


2. Fixação do valor inicial do benefício: até 60% da média aritmética;
3. Fixação do valor final do benefício: fazer acréscimo de 2% para cada ano que exceder a 20 anos de
contribuição.

Vamos ver em um exemplo:

Servidor homem tem 65 anos de idade, 25 anos de TC, 10 anos no serviço e 5 anos no cargo, ou seja, tem todas as
condições para se aposentar. Assim, ele já tem 60% pelos 20 anos de TC e mais 10% pelos 5 anos a mais (25 anos ao
total de contribuição). Então será, 60% +2% (1 ano) +2% (1 ano) +2% (1 ano) +2% (1 ano) +2% (1 ano) = 70%.

Se o servidor tem mais tempo de contribuição, terá um valor maior. Vejamos:

• 20 anos: 60%
• 25 anos: 70%
• 30 anos: 80%
• 35 anos: 90%
• 40 anos: 100%

O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 100% (cem por cento) da média aritmética no caso de
aposentadoria por incapacidade permanente, quando decorrer de acidente de trabalho, de doença profissional e de
doença do trabalho. Antigamente, havia uma previsão de que também aposentaria com proventos integrais (100%
da média) se viesse aposentar com outras doenças previstas em lei (ex.: aids, Parkinson etc.). Hoje, se o servidor se
aposentar devido ter aids, câncer, Parkinson, entre outras doenças, ele se aposenta pela regra de 60% da média e 2
pontos a cada ano a mais de contribuição. Exemplo: se o servidor tem um câncer que não tem nada a ver com o
trabalho, se aposenta com o cálculo anterior, se o câncer se desenvolveu por ser uma doença profissional, se
aposenta com 100% da média em proventos integrais.

Revogada – aposentadoria por tempo de contribuição

Antes Ec. N. 103/2019


Tempo de contribuição Tempo de contribuição
Homem 65 anos de idade; Revogado
10 anos no cargo;
5 anos no cargo em que se dará a
aposentadoria.
Mulher 60 anos de idade; 10 anos no cargo; 5 Revogado
anos no cargo em que se dará a
aposentadoria.

Aposentadorias Especiais

O art. 40 da CF fixou as regras gerais para aposentadoria, estabelecendo, também que é vedada a adoção de
requisitos ou critérios diferenciados para a co-=A, 4º-b, 4º-c e 5º

 Servidores com deficiência


 Agente penitenciário (polícia penal)
 Agente socioeducativo
 Policial das carreiras do art. 144 e, também, policiais da Câmara e do Senado
 Federal
 Atividades que prejudiquem à saúde

Atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
associação desses agentes.

Embora o art. 40 da CF fix que LC poderá estabelecer os requisitos diferenciados para aposentadoria de servidores
das carreiras policias, o art. 10 da EC n.103/19 já apresenta requisitos que a LC venha a fixa-los.

Carreira Policial
PCDF Agente Socioeducativo.
Polícia Legislativa da CD e SF 55 anos de idade;
Polícia Federal; 30 anos de contribuição;
Polícia Rodoviária Federal; 25 anos de efetivo exercícios na
Polícia Ferroviária Federal; carreira;
Polícia Penal (conforme EC n. Obs.: Todos os requisitos, inclusive
104/19); idade, é para ambos os sexos.
Agente Socioeducativo
Obs.: antigamente, o policial tinha que ter tempo de contribuição e também um tempo na carreira policial, mas não
havia idade.

Atividades Especiais
Atividades que sejam exercidas com efetiva 60 anos de idade;
exposição a agentes químicos, físicos e 25 anos de efetiva exposição;
biológicos prejudiciais à saúde, ou 10 anos de serviço público;
associação desses agentes. 5 anos no cargo.

Professor Federal
Efetivo exercício das funções de magistério 60 anos de idade – HOMEM;
na educação infantil e no ensino 57 anos de idade – MULHER;
fundamental e médio. 25 anos de tempo de contribuição;
10 anos no serviço público;
5 anos no cargo.
Obs.: professor de universidade não entra nessas condições (já era assim e foi mantido assim).

Aposentadoria por incapacidade permanente (“aposentadoria por invalidez”).


Antes de aposentar por invalidez, é preciso fazer uma readaptação. Exemplo: a pessoa não consegue exercer mais o
cargo de professor, mas como secretário escolar, ela conseguiria. É melhor para o professor, que não vai ficar
aposentado, e para o ente da federação, que não vai gastar com aquele serviço precisará contratar outro para
ocupar a função. Se tentar uma readaptação e não conseguir, o professor será aposentado e, mesmo depois de
aposentado, ele passará por avaliações periódicas, se melhorar, voltará mediante reversão.

Art. 40

I– por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando
insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações
periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da
aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;

Calculo da aposentadoria por incapacidade permanente

Essa forma de aposentadoria será com proventos proporcionais ao tempo de contribuição do servidor. Estabelece a
EC n. 103/2019 que o valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 100% (cem por cento) da média
aritmética simples das remunerações do servidor quando ocorrer aposentadoria por incapacidade permanente,
decorrente de acidente de trabalho, de doença profissional e de doença do trabalho.

A CF revogou as disposições da Lei n. 8.112/1990 e do art. 40 da CF que concediam aposentadoria com proventos
integrais quando decorresse de doenças graves previstas em lei. Assim, se o servidor vier a se aposentar por alguma
doença grave, mas que não seja em razão de acidente de trabalho, de doença profissional e de doença do trabalho,
receberá proventos calculados conforme as regras normais de aposentadoria. Pega-se a média dos 100%, coloca
60% e, para cada ano a mais, aumenta 2%. Exemplo: aposentou devido a Parkinson, pega 100% de contribuição, fixa
60% e, para cada ano a mais de 60%, aumenta 2%.

Antes EC n. 103/19
I– por invalidez permanente, sendo os proventos I – por incapacidade permanente para o trabalho, no
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se cargo em que estiver investido, quando insuscetível de
decorrente de acidente em serviço, moléstia readaptação, hipótese em que será obrigatória a
profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, realização de avaliações periódicas para verificação da
na forma da lei; (Redação dada pela Emenda continuidade das condições que ensejaram a concessão
Constitucional n. 41, 19.12.2003) da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente
federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 103, de 2019)

Aposentadoria Compulsória
Antes da EC n. 88/2015 Depois da EC n. 88/2015
Art. 40. [...]. Art. 40. [...].
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime § 1º Os servidores abrangidos pelo regime
de previdência de que trata este artigo serão de previdência de que trata este artigo serão
aposentados: [...] aposentados: [...]
II – compulsoriamente, aos 70 anos de idade, II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
com proventos proporcionais ao tempo de tempo de contribuição, aos 70
contribuição; anos de idade, ou aos 75 anos de idade, na
forma de lei complementar;

A Lei complementar n. 152/2015 já fixou que é 75 anos.

Contribuição Extraordinária
Fixou a EC n. 103/19 que, quando houver déficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e
pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo
e, demonstrada a insuficiência da medida, será facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da
União, dos servidores públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas, instituída simultaneamente com outras
medidas para equacionamento do déficit e vigorará por período determinado, contado da data de sua instituição.

A contribuição foi aumentada. Antigamente, era 11% sobre a totalidade, o servidor tinha que ter tempo de
serviço para poder se aposentar. No Governo do FHC, em 1998, teve a Emenda n. 20, que estabelecia que, para
aposentadoria, era preciso tempo de contribuição, o valor inicial era de 6%. Depois, aumentou 11% da remuneração
toda. Agora, aumentaram de 14% a 22%. Quem ganha pelo teto do RGPS paga 14% e, a cada escalonamento que vai
aumentando, aumenta-se o valor da contribuição. Quem ganha acima de R$39.000,00, paga 22% (e em cima desse
montante ainda tem o Imposto de Renda, que atualmente está em 27,5%), mas é escalonado, portanto, até o valor
que ele ganha, o teto do RGPS é pago em 14%. Do RGPS de 14% até o próximo nível, contribui por aquele montante,
até chegar em 22%, logo, a final, haverá uma alíquota efetiva de 16% da contribuição dos R$22.000,00.

Abono de Permanência

Antes EC n.103/2019
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei
completado as exigências para aposentadoria do respectivo ente federativo, o servidor titular de
voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por cargo efetivo que tenha completado as exigências para
permanecer em atividade fará jus a um abono de a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer
permanência equivalente ao valor da sua contribuição em atividade poderá fazer jus a um abono de
previdenciária até completar as exigências para permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua
aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. contribuição previdenciária, até completar a idade para
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003) aposentadoria compulsória. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)

Na prática, descontavam 11% e depois entrava no contracheque do mesmo modo, com o valor descontado.
Antigamente, era o valor equivalente à contribuição, sem cálculo. Agora, a lei pode mudar e fixar que o abono de
permanência não é mais equivalente, pode chegar a ser equivalente ou pode ser menor.

Acumulação de Proventos e Vencimentos

Conforme o art. 40, § 6º, da CF, com a redação da EC n. 103/2019, ressalvadas as aposentadorias
decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria
à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a
acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. Exemplo: se o
servidor possui dois cargos de professor, ele pode acumular os dois e aposentar pelos dois, mas só pode acumular
remuneração com provento de aposentadoria se os cargos forem acumuláveis na atividade, caso contrário, não
pode haver essa acumulação.

Assim, os proventos de aposentadoria são acumuláveis desde que se refiram a cargos que também seriam
acumuláveis, conforme o art. 37, XVI. Nesse sentido, é possível, também, acumular:

Uma aposentadoria do RPPS com uma do RGPS;

― Exemplo: servidor público que era professor em universidade privada

• Uma aposentadoria do RPPS com o subsídio de mandato eletivo ou a remuneração de um cargo de


provimento em comissão;

― O aposentado pelo regime próprio dos servidores pode ser nomeado para cargo em comissão ou ser
eleito para mandato eletivo, acumulando a sua aposentadoria com a remuneração do cargo em comissão ou o
subsídio do mandato para qual foi eleito (CF, art. 37, § 10).

Cargo acumulável em atividade com aquele no qual se deu a aposentadoria (CF, art. 37, § 10);

― Exemplo: aposentou-se como médico e é aprovado em novo concurso para médico.

Duas aposentadorias de cargos acumuláveis com uma do RGPS.

― Exemplo: duas aposentadorias de cargos de médico (serviço público) e aposentadoria como professor em
universidade privada.

Pensão por Morte


Art. 23. A pensão por morte concedida a dependente de segurado do Regime Geral de
Previdência Social ou de servidor público federal será equivalente a uma cota familiar de 50%
(cinquenta por cento) do valor da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a
que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, acrescida
de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento).

§1º As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis ao demais
dependentes, preservado o valor de 100% (cem por cento) da pensão por morte quando o número dependente,
remanescente for igual ao superior a 5 (cinco).

Até 200, a pensão por morte era calculada assim: se o servidor ganha R$10.000,00 e morria, seus
dependentes ganha R$10.000,00 de pensão. Com a EC n.41/2003, houve uma modificação, colocaram um redutor
nas pensões. Com a EC n.103, colocaram mais um redutor, em que vai ser cota de 50% para os dependentes e, a
cada dependente, tem mais uma cota de 10 pontos, chegando a 100% do valor que recebia em atividade.

Se um dos dependentes perde essa qualidade (morte ou alcançou a idade-limite), a cota de 10 pontos não
reverte para o outro, o outro dependente continua com a cota de 50% mais os 10 pontos da sua cota.

Atualmente, é feito um cálculo da conta de 50%, simulado se ele viesse a se aposentar por invalidez, ou seja,
pegam 100% da média, colocam 60% e, a cada um ano, 2 pontos a mais vão cortar na metade, 50% desse cálculo
feito inicialmente, e, para cada dependente, ele vai ter 10%/10pontos a mais até chegar a 100% do cálculo feito.

Logo, para se chegar ao valor da cota de 50%, deve ser feito o cálculo conforme uma das duas condições:
servidor já estava aposentado ou servidor estava na ativa.

Se o servidor já estava aposentado, a cota de 50% corresponderá ao valor da aposentadoria recebida.

Caso o servidor estivesse ativo, sobre a cota de 50% será feito o cálculo como se o servidor fosse aposentado
por incapacidade permanente.
A partir, desse cálculo inicial, haverá acréscimo de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependente, até
o máximo de 100%

Exemplo: João, servidor público, morreu deixou esposa e 2 filhos. O cálculo é feito como se ele fosse se
aposentar por invalidez: pega 100% das contribuições, faz o cálculo de 60% com 2 pontos a mais para cada ano que
contribuiu além dos 25 anos. Receberá a cota de 50% + 30 pontos de acréscimo referente à esposa e os dois filhos.
Assim, o valor da pensão será 80% da média. Se um dos filhos perde a qualidade, a pensão fica 70% (50% (média) +
10% (esposa) + 10% (filho). Se o outro filho perde a condição, a esposa receberá 60% (50% + 10 pontos). O valor dos
demais que perderam a qualidade não reverte para os outros que ficam, a cota é extinta.

Dependente Inválido
Na hipótese deve existir dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da
pensão por morte será equivalente a: (§2º)

I – 100% (cem por cento) da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que
teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, até o limite
máximo de benefícios do Regime Geral de Previdência Social; e

II – uma cota familiar de 50% (cinquenta por cento) acrescida de cotas de 10 (dez) pontos
percentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento), para o valor que supere o
limite máximo de benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

Assim, até o teto do RGPS, o valor é 100%. Se o servidor ganha mais do que o teto do INSS, haverá uma cota
familiar de 50% do valor excedente, acrescida de 10 pontos percentuais por dependentes. Então se o servidor tem
filho, por exemplo, inválido, e ganha R$10.000,00, receberá o teto do RGPS (exemplo: R$ 5.800,00), mais 60% dessa
diferença (R$ 10.000,00 e teto do RGPS) acrescido de 10% em razão do filho dependente. Ele ganha o teto do RGPS +
505 (da diferença entre o teto e o que ele ganhava) + 10% (por cada filho dependente).

Condição de dependente pode ser reconhecida previamente


Exemplo: o servidor tem um filho com deficiência intelectual, o servidor falecendo, para o seu filho conseguir fazer o
registro, ele pode demorar ou talvez nunca consiga. Dessa forma, o servidor pode, antes de se aposentar, fazer o
reconhecimento que tem filho (com deficiência intelectual, mental ou deficiência grave), para que, uma vez
aposentado, vindo a falecer, já se tenha essa condição reconhecida previamente. Se o servidor falecer, haverá um
cálculo diferenciado para quando o dependente for receber a sua pensão.

Para o dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, se condição pode ser
reconhecida previamente ao óbito do segurado, por meio de avaliação psicossocial realizada por uma equipe
multiprofissional e interdisciplinar, observada revisão periódica na forma de legislação.

Quando não houver dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão
será recalculado conforme as regras gerais. E o tempo de duração da pensão por morte e das cotas individuais por
dependente até a perda dessa estabilidade, o rol de dependentes e sua qualificação e as condições necessárias para
enquadramento serão aqueles estabelecidos na lei. 8213, de 24 de julho de 1991. Assim, a EC n.103/2019
determinou que as demais regras sobre pensão por morte e dependente do servidor público seja as mesmas do
RGPS.

Acumulação de Pensão

Fixou a EC n. 103/2019, art. 24 que é vedada a acumulação de mais de uma pensão por morte deixada por
cônjuge ou companheiro, no âmbito do mesmo regime previdenciário social, ressalvadas as pensões do mesmo
instituidor decorrentes do exercício de cargos acumuláveis na forma do art. 37 da CF. Assim, sedimentou-se a regra
de vedação de acumulação de pensão do mesmo Regime (RGPS=RGPS e RPPS=RPPS), salvo quando ocorrer situação
de cargos acumuláveis permitidos na CF.

I – pensão por morte deixada por cônjuge ou PM de RGPS +PM de RPPS; ou PM de RGPS/RPPS + PM
companheiro de um regime de previdência social com Militar
pensão por morte concedida por outro regime de
previdência social ou com pensões decorrentes das
atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da
Constituição Federal;
Exemplo: um auditor da Receita tem um emprego em uma faculdade privada, é segurado do RPPS e do
RGPS, se ele falecer, são duas pensões que os dependentes podem acumular.

Outro exemplo: um militar fez um concurso para médico, faleceu, pode acumular a pensão do cargo da
função de militar com a pensão do cargo civil de médico, mas essa segunda pensão tem um fator de redução, ou
seja, além de ter que se encaixar nas situações que são permitidas, haverá um redutor do valor pensão.

Obs.: atualmente pode acumular militar com cargo da saúde

II – pensão por morte deixada por cônjuge ou PM de RGPS/RPPS + aposentadoria


companheiro de um regime de previdência social com
aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral
de Previdência Social ou de regime próprio de
previdência social ou com proventos de inatividade
decorrentes das atividades militares de que tratam os
arts. 42 e 142 da Constituição Federal; ou
Exemplo: auditor da receita que se aposenta e pode receber pensão de algum dependente que deixou a
pensão pode receber a aposentadoria com a pensão por morte deixada por alguém (esposa, filho etc.).

III – pensões decorrentes das atividades militares de PM militar + aposentadoria do RGPS/RPPS


que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal
com aposentadoria concedida no âmbito do Regime
Geral de Previdência Social ou de regime próprio de
previdência social.
Exemplo: um servidor se aposenta e sua esposa é servidora pública do GDF. Se a esposa falecer, ele continua
recebendo a aposentadoria e pode cumular com a pensão que a esposa deixou. Se a esposa fosse militar, acumularia
a pensão militar deixada

Mesmo nos casos de acumulação permitida, não será o valor total que o servidor receberá. Em situações de
acumulação lícita, é assegurada a percepção do valor integral do benefício mais vantajoso e de uma parte de cada
um dos demais benefícios, apurada cumulativamente de acordo com as seguintes faixas:

• I – 60% (sessenta por cento) do valor que exceder 1 (um) salário-mínimo, até o limite de 2 (dois)
salários-mínimos;
i. ― 1 benefício + 60%
• II – 40% (quarenta por cento) do valor que exceder 2 (dois) salários-mínimos, até o limite de 3 (três)
salários-mínimos;
i. 1 benefício + 40%
• • III – 20% (vinte por cento) do valor que exceder 3 (três) salários-mínimos, até o limite de 4 (quatro)
salários-mínimos; e
i. 1 benefício + 20%
• • IV – 10% (dez por cento) do valor que exceder 4 (quatro) salários-mínimos.
i. 1 benefício + 10%

Exemplo: uma professora do GDF que ganha R$6.000,00, seu marido está aposentado como PGFN da carreira da
AGU. Se a esposa falecer, o marido receberá os proventos de aposentadoria (60% da média e 2 pontos a mais para
cada ano que exceder) mais 10% da pensão deixada pela esposa.

Serviços Públicos
Princípios e Conceitos

Conceito

Para conceituar os serviços públicos é adotada a Teoria formal ou formalista do serviço público;
É toda atividade que a LEI atribuiu ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de seus
delegatários, com o objetivo de satisfazer concretamente as necessidades da sociedade, sob regime jurídico total ou
parcialmente de direito público.

O titular do serviço público é o Estado conforme prevê o art. 175 da CF: “incumbe ao Poder Público, na
forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de
serviços públicos. “

Não obstante, a atividade econômica é do particular (art. 170 da CF), mas eventualmente o Estado pode
explorar atividade econômica criando Empresa Pública ou Sociedade de Economia Mista, observando o art. 173 da
CF.

“Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado
só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei.”

Além disso, o Estado pode delegar ao particular a prestação de serviço público por meio de concessão,
permissão e autorização. Exemplo: loteria federal é serviço público (interesse fiscal).

Competência

Serviços de competências da União (CF, art. 21), os de competência dos Municípios (CF art. 30) e os de
competência comum (CF, art. 23), determinando que o residual ficaria cargo dos Estados (CF art. 25 §1º -
competência residual ou remanescente).

Art. 21. Compete à União:

X – manter o serviço postal e o correio aéreo nacional.

Obs.: a criação da Empresa Brasileira de correios e telégrafos não pode ser delegada, uma vez que a
competência é da União manter o serviço postal.

Obs.: a criação da Empresa Brasileira de correios e telégrafos não pode ser delegada, uma vez que a competência é
da União manter o serviço postal.

XI – explorar, diretamente ou mediante concessão a empresas sob controle acionário estatal, os


serviços telefônicos, telegráficos, de transmissão de dados e demais serviços públicos de
telecomunicações, assegurada a prestação de serviços de informações por entidades de direito
privado através da rede pública de telecomunicações explorada pela União.

XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de


telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de
um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 8, de 15/08/95:)

Obs.: neste caso, é permitida a delegação do serviço público

XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:

a. os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;

b. os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de


água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;

c. a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;

d. os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras


nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;

e. os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;


f. os portos marítimos, fluviais e lacustres.

Princípios

Os princípios que regem o serviço público e estão previstos no art. 6º da Lei n. 8987/1995.

O art. 175, CF/1988, exige duas leis: lei que regulamenta o contrato de concessão e permissão (Lei n.8987/1995) e lei
que regulamenta direitos dos usuários do serviço público (Lei n.13.460/2017).

Obs.: Mnemônico para lembrar dos princípios do serviço público: CO CO MO GE SE ATUA COM EFICIÊNCIA

São princípios que regem o serviço público:

a. CORTESIA: urbanidade no tratamento; trato educado para com o público. Não significa gratuidade do
serviço.
b. CONTINUIDADE: não devem sofrer interrupção, em regra

Exceção: Art. 6º, § 3º, II, da Lei n. 8987/1995 – permite suspender a prestação: em situação de emergência ou
após prévio aviso, quando:

Obs.: Caso CAESB (Brasília/DF) em que havia um corpo em decomposição no reservatório d’água. Nesse caso foi
suspensa a prestação do serviço para limparem o reservatório, sem necessidade de aviso prévio por se tratar de
situação de emergência

I – motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e

II – por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

Obs.: O STJ entende não ser cabível o corte por inadimplemento nos casos em que o corte causará dano
irreversível ao usuário. Exemplo: pessoa que vive ligada a aparelhos.

Não pode efetuar corte quando pessoa de direito público for inadimplente. Também não pode quando o débito
for pretérito, valor irrisório etc.

§ 4º A interrupção do serviço na hipótese prevista no inciso II do § 3º deste artigo não poderá iniciar-se na sexta-
feira, no sábado ou no domingo, nem em feriado ou no dia anterior a feriado. (Incluído pela Lei n. 1.4015, de
2020

c. MODICIDADE: quando for cobrado, as tarifas devem ter preços razoáveis.

Art. 11, 8.987/1995: prevê possibilidade de outras fontes provenientes de receitas. § 3º Ressalvados os
impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a
apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para
menos, conforme o caso.
art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos
provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários.

d. GENERALIDADE: Prestados com a maior amplitude possível, para beneficiar maior número de pessoas.
Dupla vertente: atender a todos com a mesma qualidade. Princípio da isonomia
Também chamado de Universalidade
e. SEGURANÇA: não causar danos aos usuários na prestação.
f. ATUALIDADE: art. 6º, § 2º – modernidade das técnicas utilizadas
g. EFICIÊNCIA: execução eficiente.

O serviço público será adequado quando atende TODOS os princípios

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