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DIREITO

ADMINISTRATIVO I

Organização da Administração – Adm Direta e


Indireta
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1 - FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIIVIDADE ADMINISTRATIVA

Possui dois aspectos:


 Subjetivo: conjunto de órgãos e entidades que integram a
estrutura do Estado e tem como função satisfazer o
interesse público, a vontade política governamental.
Nesse sentido, deve ser grafada com letras maiúsculas,
pois refere-se aos sujeitos.
 Objetivo: é o conjunto de atividades que esses órgãos e
entidades desempenham. Ex.: fomentar iniciativa privada,
prestar serviço público, exercer poder de polícia.
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1 - FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIIVIDADE ADMINISTRATIVA

 Centralizada - prestada pela Administração direta,


composta pelos entes políticos e seus respectivos órgãos.
É o núcleo da Administração.

 Descentralizada – transfere para uma nova pessoa.


Diferente da desconcentração, que significa o
deslocamento dentro da mesma pessoa, criando órgãos.
1.1. Desconcentração x Descentralização

a)Desconcentração: é a diluição de competência no âmbito de uma mesma


pessoa jurídica que decorre da criação de órgãos públicos.

 A desconcentração origina uma espécie de controle, denominado


hierárquico;

 O controle hierárquico ou por subordinação ou autotutela abrange todos os


atos praticados pelo órgão subordinado. Trata-se de um controle
permanente, automático e independe de autorização legal específica.
1.1. Desconcentração x Descentralização

a)Descentralização: ocorre quando acontece uma transferência de


competências a uma pessoa jurídica distinta daquela originalmente
competente. Pode ser:

 A) Política: é aquela que existe numa Federação, onde há uma repartição


originária de competências.

 B) Administrativa ou derivada: se divide em três espécies:


o Territorial: é a transferência de competência a um território. (Território
federal tem natureza autárquica).
o Por serviços ou outorga (ou funcional ou técnica): é a transferência da
titularidade e da execução de um serviço público que se concretiza por
meio de uma lei. Maioria da doutrina aponta que somente se dá às
entidades da própria AP.

o Por colaboração ou delegação: é a transferência somente da


execução de um serviço público a uma outra pessoa que se concretiza
por meio de um negócio jurídico (contrato de concessão ou permissão)
ou também por lei.

o Pode ser dada para AP (via lei) ou para particulares (via contrato).
2. RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E SEUS AGENTES

Para justificar essa relação, várias teorias foram idealizadas:

 Teoria do mandato:

 Teoria da representação:

 Teoria do órgão ou Teoria da imputação


2. RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E SEUS AGENTES

Para justificar essa relação, várias teorias foram


idealizadas:
Teoria do mandato: o agente seria o mandatário.

Estado e agente celebram um contrato de mandato.

Crítica: o Estado, por si só, não pode manifestar vontade,


inclusive a vontade para assinar esse contrato.
2. RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E SEUS AGENTES

Teoria da representação: é uma cópia da tutela e da


curatela.

Crítica: o Estado seria incapaz.

O Estado é sujeito capaz, responde pelos seus atos.


2. RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E SEUS AGENTES

Teoria do órgão ou Teoria da imputação a atuação do


agente o poder que ele tem de manifestar a vontade do
Estado decorre de imputação legal.

É a lei que confere ao agente a possibilidade de agir em


nome no Estado.

Imputação volitiva: As vontades do agente e do Estado se


confundem, de maneira que a vontade do agente é
identificada como a própria vontade do Estado, formando
uma única vontade.
3. ÓRGÃOS PÚBLICOS

É centro especializado de competência. Cada órgão representa uma


especialidade, a partir da ideia de que a desconcentração de competência
está em consonância com o princípio da eficiência.

1. Características
 Está presente na Adm. direta e indireta. Art. 1º, §2º, I *Lei 9.784/99 - Para os
fins desta Lei, consideram-se: I - órgão - a unidade de atuação integrante
da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração
indireta.
 Não tem personalidade jurídica. Não pode ser sujeito de direito ou de
obrigação.

Ex.: morte ocorrida dentro de escola pública municipal – responsabilidade do


Município. A escola e a prefeitura são órgãos públicos e, portanto, não são sujeitos
de obrigação.
 Não celebra contrato. O órgão, no entanto, realiza licitação, gestão e
exercício do contrato, mas quem celebra é o ente personalizado. Obs.: o
art. 37, §8º trata
possibilidade de da de contrato de gestão entre órgãos públicos
celebração e muito criticado pela doutrina que
administradores, o que é
inconstitucionalidade. afirma a sua

 Art. 37, §8º, CF: A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e
entidades da
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de
metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - o prazo de duração do contrato;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - os controles e critérios de
avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III - a remuneração do pessoal.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).

 Tem CNPJ- o CNPJ foi criado pela Receita Federal para aprimorar a
fiscalização da circulação de valores para fins tributários. Determinou-se a
sua aplicação para os
 Não celebra contrato. O órgão, no entanto, realiza licitação, gestão e
exercício do contrato, mas quem celebra é o ente personalizado.

 Obs.: o art. 37, §8º trata da possibilidade de celebração de contrato de


gestão entre órgãos . Crítica: doutrina entente que é inconstitucional

 Art. 37, §8º, CF: A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e
entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato,
a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

 I - o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)


II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
 III - a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
 Em regra, não vão a juízo, pela ausência de personalidade.

 No entanto, a jurisprudência entende que o órgão pode ir a juízo (como


sujeito ativo) em busca de prerrogativas funcionais, ou seja, aquilo que
estiverdiretamente ligado a sua competência funcional.

 Ex.: Câmara quando não recebe duodécimo. (Artigo -


Personalidade Judiciária –José dos Santos Carvalho Filho)
Súmula 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica,
apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para
defender os seus direitos institucionais.
3.2 Classificação

a) Quanto à posição estatal:


3.2 Classificação

a) Quanto à posição estatal:

 Independentes: não sofrem qualquer relação de subordinação. Os que estão no


comando de cada um dos poderes. O que existe é um controle entre os órgãos
dos três poderes, e não subordinação.
 Ex.: Presidência da República, Governadorias, Prefeituras, Congresso Nacional,
Assembleias, Câmaras, todos os Tribunais.
 Autônomos: não gozam de independência. Autonomia é uma ampla liberdade,
mas está subordinado ao órgão independente.
 Ex.: Secretarias e Ministérios.
 Superiores: têm poder de decisão, mas não tem independência nem autonomia.
Estão subordinados aos órgãos independentes e autônomos.
 Ex.: Gabinetes e procuradorias.
 Subalternos: são os meros órgãos de execução.
 Ex.: Zeladoria (cuida dos bens públicos), almoxarifado, sessão de recursos
humanos.
b) Quanto à estrutura
 Simples ou unitários: não tem outros órgãos agregados a sua estrutura.
Não há ramificações, desdobramentos. Ex.: Gabinetes.
 Compostos: possuem ramificações. Ex.: delegacia e seus postos;
escolas.

c)Quanto à atuação funcional


 Singular ou unipessoal – só há um
agente. Ex.: Prefeitura, juízo de 1º grau,
presidência.
 Colegiado – vários agentes. A tomada de decisão é feita de forma coletiva.
Ex.: casas legislativas, STF.
4. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

1. Características comuns
Características que se aplicam comumente à todas as pessoas que
compõem a Administração Indireta:

 Personalidade jurídica própria –


 (1) respondem pelos seus atos.
 (2) Têm receita própria (pode vir do orçamento. Não importa a origem)
e patrimônio próprio.
 (3) Autonomiatécnica, administrativa e financeira. Não tem capacidade
nem autonomia política, não podendo legislar.
 Mesmo a agência reguladora? SIM. Ela não legisla. Apenas define normas
técnicas complementares à lei.
 Não tem fins lucrativos. O lucro é possível, mas elas não são criadas
com esse objetivo.
 As EP e SEM podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica. E,
ainda nesse último caso, o objetivo não é o lucro, e sim a segurança
nacional ou o interesse coletivo.
 Se houver valores eles serão tidos como superávit e não como lucro.

 Art. 173, CF Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração


direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária
aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei.
Finalidade específica. E essa finalidade só pode ser modificada também
por lei. As pessoas estão amarradas a sua finalidade específica. É o
princípio da especialidade.
 Controle ou tutela administrativa – entre a Adm. direta e indireta não há
subordinação, mas há controle legalidade.

 Ex.: Tribunal de Contas (controla todas as pessoas jurídicas da indireta.
 Até 2005 as SEM ficavam de fora), que é longa manus do Legislativo, e CPI;
 Supervisão ministerial no poder Executivo, que realiza o controle finalístico (receita,
despesas) das pessoas da Adm. indireta, além de escolher os dirigentes.
 Banco Central e Agência Reguladora - depende do Senado.
 Controle político (escolha do dirigente);
 controle institucional (obedecer às finalidades da lei instituidora);
 controle administrativo (fiscalização dos agentes);
 controle financeiro.
Criação e extinção da pessoa jurídica.

somente por lei específica poderá


Art. 37, XIX
ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação.

Lei CRIA – autarquia


Lei AUTORIZA a criação: EP. , SEM., Fundação

Lei ordinária específica: cada pessoa jurídica terá a sua


própria lei. A lei tem de tratar somente desse assunto.
o A lei cria autarquia e autoriza a criação de SEM, EP e fundação.
o Na criação basta essa lei para a autarquia existir.
o Na autorização ainda será necessário o registro dos atos constitutivos
no órgão competente.
o Se tem natureza civil no cartório e se natureza empresarial na junta
comercial.
o Se lei cria, lei extingue.
o Se lei autoriza a criação, autoriza a extinção. Isso é denominado de
paralelismo de formas.
o STF – subsidiárias não precisa lei!
o Lei complementar definirá as áreas de atuação da fundação, não é a
lei que autoriza a criação.
o De que fundação o artigo trata? Pela leitura da observação abaixo,
tem-se que o artigo se refere, em consonância com a classificação
do STF, à fundação
pública de direito privado, pois a de direito público seria subespécie
de autarquia. Iniciativa da lei cabe ao Chefe do Executivo.

o Obs.: criação de subsidiárias – exigência de lei. Não precisa ser


específica. A própria lei que institui a entidade pode autorizar. Princípio
da especialidade – a lei deve ser minuciosa, trazendo todas as áreas
de atuação da entidade de forma específica. Já a organização pode
ser feita através de ato administrativo.
4.2 Fundações
A fundação é um conjunto de patrimônios destacado do fundador para
alguma finalidade, ou seja, é um patrimônio personalizado.

Se a fundação tem por um instituidor pessoa privada, ela terá natureza


privada, e da mesma forma se for o poder público, ela será fundação pública.

E fundação privada não interessa ao D Adm. E se situa no âmbito civil.

Ocorre que o poder público, ao instituir a fundação pública, pode


determinar que ela seja uma fundação pública de direito público ou de direito
privado, a depender do regime escolhido pelo poder público instituidor.
O que as diferenciaria seria a origem dos recursos e o tipo da atividade
realizada, exclusiva ou não.
Para a maioria e para o STF, a fundação pública de direito público nada
mais é que uma categoria de autarquia chamada de autarquia fundacional, e
dessa maneira terá também que ser criada por lei.

Se, no entanto, a fundação pública for de direito privado, também chamada


de governamental, terá o mesmo regime das EP e SEm, de forma a ser
autorizada por lei.

Para Hely e José dos Santos toda fundação, mesmo que instituída pelo
poder público, teria personalidade jurídica privada. Não há sentido chamar de
fundação ente que tem tudo igual à autarquia. Seria tudo autarquia mesmo.

Obs.: as fundações públicas com personalidade pública e privada têm


imunidade tributária.
Ambas se sujeitam a lei de licitações.
Nesses dois casos a lei não faz distinção, restringindo-se a falar em fundações
públicas instituídas pelo Poder Público.

A responsabilidade das duas é objetiva e o ente instituidor responde


subsidiariamente. Art 37, parágr. 6º CRF/88

Isso porque toda fundação pública, independentemente da sua personalidade


jurídica presta serviço público, em razão da sua finalidade social.
Criada por
De lei
direito NJ de
público Autarquia.
Autarquia
Fundação fundacion
Pública Autorizada
al
por
lei.
De
direito
privado
Fundação
Governament
al
4.3 Autarquias (modelo básico para fundações, agências reguladoras,
consórcios públicos e !!! Empresas estatais que prestam serviços
públicos são assemelhadas às autarquias)
São pessoasjurídicas de direito público que desenvolvem atividades
típicas, próprias do Estado.

Possui regime muito semelhante aos dos entes da Administração Direta.

Como exemplos de autarquia, podemos enumerar: INSS, INCRA, conselhos


de classe, UF, IBAMA, BANCO CENTRAL, autarquias territoriais, agências
reguladoras, associações públicas de regime público-consórcios público –
autarquias interfederativas. (lei 11.107/05).

(1) os atos praticados são atos administrativos.

(2)Os contratos são contratos administrativos, de forma que as autarquias


precisam licitar e pode haver cláusulas exorbitantes.
Art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta,
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. Art. 1º da Lei
8666 - Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e
locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
(3) Responsabilidade civil objetiva: conduta+dano+nexo
Art. 37, §6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, / assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.(parte final, resp subjetiva do agente público:
conduta+dano+nexo+dolo ou culpa)

Obs.: motorista da autarquia, dirigindo o carro da autarquia atropela uma


pessoa. Quem será o responsável?
Se a autarquia não tem dinheiro?
A vítima pode cobrar do Estado?
Se é serviço público há o dever do
Estado. Ele continua responsável.
Ele decidiu transferir a titularidade.

O dever do Estado, no entanto, é subsidiário quanto à sequência, e objetiva


quanto ao elemento culpa.

(4)Procedimentos financeiros – obedece às regras de contabilidade pública


(Lei 4320/64); se submete à Lei de Responsabilidade Fiscal.
(5)Tribunal de Cotas fiscaliza.

(6) Bens autárquicos são bens públicos.


 Em regra, inalienáveis de forma relativa ou alienáveis de forma
condicionada – preenchidas algumas condições é possível alienar.
 Impenhoráveis – não podem ser objeto de arresto (cautelar típica para
bens indeterminados), sequestro (cautelar típica para bens determinados)
e penhora (garantia judicial que ocorre na execução).

 Impossibilidade de oneração – direito real de garantia. Não podem ser


objeto de penhor (bens móveis), hipoteca (bens imóveis, avião, navio).
São garantias fora da execução judicial. No contrato.

 Imprescritíveis – não pode ser objeto de prescrição aquisitiva- usucapião.


Sumula 340 STF Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens
públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.

 (Obs.: em que pese a súmula se referir ao CC anterior, ainda assim permanece válido o seu conteúdo).
 Débitos judiciais – via regime de precatório. Cada autarquia terá sua ordem
cronológica de precatórios.

 (art. 100 CF - Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal,
Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-
ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios
e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos
para este fim.)

(6) Prazo prescricional. Hojea posição que prevalece


(STJ e STF)
é que o prazo prescricional é o do Decreto 20910/32 de 5 anos
(quinquenal).

(7) Regime Tributário.


Art. 150, VI, a. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] VI - instituir impostos sobre: a)
patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.; § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às
autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao
patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes. A imunidade é apenas em relação aos impostos, pagando as demais exações
tributárias. Afora isso, somente os impostos ligados as suas finalidades essenciais ou delas
decorrentes (natureza condicionada).
Obs.: STJ já decidiu pela possibilidade de imunidade na locação de imóveis a terceiros.

(8) Regime processual de Fazenda Pública (#AGU e #NCPC)


 Prazos dilatados: Com o NCPC, todas as manifestações da Fazenda
Pública são em DOBRO (art. 183, NCPC).
 Embargos do devedor: art. 535, NCPC.
 Execução fiscal

Reexame necessário – art. 496, NCPC. Houve mudanças em relação


aos valores
para a dispensa do reexame necessário. Até 1.000 salários (União), 500 salários (Estados/DF e
Munícipios
de Capital) e 100 (Município que não seja capital) não vai ter reexame necessário. Obs.: se por lapso do juiz de 1º grau
não remeteu os autos para o Tribunal, não haverá o trânsito em julgado, mesmo diante da ausência de recursos1.

(9) Regime pessoal – há servidores públicos. Regime jurídico único – ou todos


serão celetistas ou estatutários.

(10)Classificação – federais, estaduais, municipais.

Obs.: não podem ser interestaduais ou intermunicipais. A vinculação tem que


ser unipessoal- consórcio público.

Se há interesse comum entre mais de um ente que celebram convênios ou


consórcios administrativos.
 Todavia, caso seja celebrado um consórcio público de natureza pública, a
doutrina entende que o mesmo possuirá natureza jurídica de associação
pública, fazendo asvezes de uma “autarquia multifederativa”.
(11) Foro judicial – JF (Se for autarquia federal).

 Súmula Vinculante 27, STF - Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor
e concessionária de serviço público de telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte
passiva necessária, assistente, nem opoente.

 Súmula 270 STJ O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em
execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça
Federal.
 Súmula 97 STJ - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar reclamação de
servidor público relativamente a vantagens trabalhistas anteriores à instituição do regime
jurídico único.
(12) Autonomia.

#JURISPRUDÊNCIA: AUTARQUIAS. AUTONOMIA. É inconstitucional lei


estadual que preveja que o escritório de prática jurídica da Universidade
Estadual deverá manter plantão criminal nos finais de semana e feriados para
atender pessoas hipossuficientes que sejam presas em flagrante. Esta lei
viola a autonomia
didática administrativa,
e científica asseguradafinanceira,
àsuniversidades art. 207 da
no (inconstitucionalidade material). Além CF/88 vício
(inconstitucionalidade
disso, contém
formal), na medida em que foi usurpadadea iniciativa
iniciativa
privativa do Governador. STF. Plenário. ADI 3792/RN, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 22/09/2016 (Info 840)
Conselhos de classe
* No que tange aos Conselhos de Classe (chamados de autarquias profissionais),
é possível afirmar que eles nasceram como autarquias.

A Lei 9.649/1998 modificou a pessoa jurídica para natureza privada (art. 58). Na
ADI 1717, o STF afirma que os Conselhos possuem poder de polícia, motivo pelo
qual não podem ter natureza privada, já que comprometeria a segurança jurídica
(particular cassando carteira de particular iria acarretar excessos e abusos).

Logo, como forma de prevenção, atribuiu-se novamente a natureza pública.

 Cobra anuidade, que tem natureza tributária, o que possibilita a (1)


execução fiscal. (2) Tribunal de Contas controla, pois há arrecadação de
tributo (dinheiro público).
(3) Contabilidade pública
 Concurso público
2. OAB

 Lei 8906. Estatuto da OAB.


 Anuidade não é tributo, (1) não cabendo execução fiscal. (2) TC não
controle (3) fora da contabilidade pública.
 O artigo 79 do Estatuto da OAB diz que o seu quadro era celetista.
 O PGR ajuizou ADI3026 no intuito de que a OAB fosse obrigada a realizar a
concurso. O STF decidiu que a OAB não compõe a administração direta,
nem indireta. É um serviço público independente.
 Categoria ímpar.
Não está, portanto, sujeita ao controle da Administração.
Não é congênere dos demais conselhos de classe.
Não precisa fazer concurso público. CLT sem concurso.
Não se submete ao controle do TCU.
A anuidade é compulsória, sendo considerada dinheiro público.
 Causas processadas na JF.
Território.

São autarquias territoriais.


Desmembramento geográfico.
Entes despidos de autonomia que desempenham, por delegação, funções
políticas estatais.
4. Agências reguladoras. SUPER AUTARQUIAS
São autarquias em regime especial (possuem regime jurídico distinto
daquele dispensado às demais autarquias).

 Aexpressão “autarquia de regime especial” surgem com as universidades federais;


 No Brasil, as Agências Reguladoras surgem num contexto de transformar o
Estado de patrimonialista/BUROCRTICO para gerencial.

 A função regulatória não surge com as agências reguladoras e nem é


exclusiva delas.
4. Agências reguladoras. SUPER AUTARQUIAS

 Não se confundem com agências executivas, pois estas são autarquias ou


fundações que se qualificam como agência executiva por ter celebrado um
contrato de gestão com a Administração e por ter um plano de
reestruturação, de acordo com ato discricionário privativo do Presidente
da República (art. 51, Lei 9.649/98).
 O que define esse regime especial?

a)Função de regulamentação, normatização, fiscalização, controle – essa


função é antiga, que o Estado já desenvolvia.

A novidade é a criação de uma pessoa jurídica com essa finalidade.

O nome agência foi copiado do governo norte-americano para dar mais


credibilidade.
Tem mais autonomia e liberdade que às demais pessoas jurídicas.

Poder normativo técnico – normas técnicas de caráter geral, com fundamente


em delegação prevista na própria lei. Deslegalização.
b)Nomeação ou investidura especial do dirigente da agência.

Depende de sabatina do Senado.

O Presidente aqui não nomeia e exonera de forma livre.

Trata-se de ato complexo (comunhão de vontades em órgãos diferentes).


b)Mandato (investidura a termo).

Não é inteiramente adequado mencionar mandato pois pressupõe processo


eletivo) de prazo determinado
– o prazo depende de cada lei da agência.

Há projeto de lei que fala em 4 anos não coincidente com o mandato do

Presidente.

Presidente não pode exonerar na hora que quiser.


Ele pode sair antes do prazo em razão de renúncia ou condenação judicial
ou administrativa.
Encerrado o mandato tem que se esperar o período de quarentena
remunerada
- O que ele não pode é ir para a iniciativa privada naquele ramo, pois já tem
informações privilegiadas. Pode mudar de ramo ou continuar no ramo na
iniciativa pública. Independência administrativa.

TERMINOLOGIA: O que se entende por risco de captura? O Risco de Captura


integra as características das Agências Reguladoras, que
possuem algumas restrições institucionais, sendo uma delas, a
denominada "quarentena" dos ex-dirigentes.

d) Licitação. A lei 9472/97 afirmou que as agências reguladoras não se


submeteriam à lei de llicitações, seguiriam procedimento próprio definido pela
própria agência e que seguiriam as modalidades de pregão e a consulta. A lei
foi objeto da ADI 1668 e o STF disse que as agências reguladoras se
submetem SIM, seguindo o seu procedimento, mas deixou passar o pregão e
a consulta.
Pregão foi estendido para os demais entes, de forma que o procedimento
próprio das agências é a consulta, que ainda não foi regulamentada.
e)Regime de pessoal: lei 9986/00 – emprego público (CLT) + cargos em
comissão (estatutário).

ADI 2310 –MC: não pode ser celetista nem pode ser temporário.

A regra é o regime único, de que regime de estatutário. Os temporários que já


existiam permaneceram.

A MP 155/03 convertida em lei 10871/04 (estatutário) criou os cargos,


extinguindo a ADI por perda de objeto.

Com a extinção da ADI vários contratos temporários foram prorrogados pela


Adm.
Algumas agências já fizeram concursos, mas até hoje há algumas que ainda
estão na inconstitucionalidade.

Hoje há a ADI 3678 que discute a inconstitucionalidade dos temporários,


pendente de julgamento.

Além dos temporários inconstitucionais, algumas agências criaram novas


contratações de temporários. Na prova: regime de pessoal de agências
reguladoras – cargo/ estatutário.

e)autonomia decisória

e) autonomia econômico financeira.


5. Agência executiva.

Agência executiva é uma autarquia ou fundação que recebeu esta


qualificação por ter celebrado um contrato de gestão com a Administração
Pública e por possuir um plano de reestruturação (art. 51 da Lei nº 9.649/98).

São exemplos de agências executivas: INMETRO e SUDENE, SUDAM


(ADENE E ADA).
As suas características são:
a)Pode ter natureza de autarquia ou de fundação pública.
b) Foram criadas pela Lei 9649/98.
c)Há muitas autarquias e fundações ineficientes. É uma tentativa de
modernização. Liberdade e dinheiro.
d) É uma autarquia ou fundação que temporariamente será agência
executiva, enquanto durar o contrato de gestão.
É apenas um status temporário.
Não se pode falar em conversão, mas mera qualificação (José dos Santos).
e)Mais eficiência e redução de custos.
f) Criação. Requisitos:
 Plano estratégico de reestruturação
 Celebra com a Administração Direta –Ministério- um contrato de gestão.
 surgiu para definir aqueles contratos entre dois entes da Administração.

 A partir de 1998 a EC 19/98 alterou o art. 37, §8º da CF, trazendo outras
hipóteses do contrato de gestão.
 A doutrina critica muito.

 A conotação foi alterada.

 Fala da hipótese de contrato entre administradores e órgãos.

 A crítica não é para a possibilidade de realização do contrato de gestão


pela autarquia, e sim por órgãos e administradores Decreto do
Presidente da República.
 g) Objetivos:
 Reestruturação da gestão (mais eficiência). Melhoria dos serviços,
redução dos custos e otimização dos recursos.
 Conferir maior autonomia de gestão, através de prerrogativas e privilégios.
Ex.: art.
14 da Lei 8666. Ela pode ter uma dispensa de licitação com
tratamento diferenciado. O art. 24 fala de dispensa de licitação. Ela
tem uma dispensa com valor maior.
Art. 24 I E II (regra geral) -.
Ela tem o limite dobrado – Art. 24 §1º -.
 Disponibilidade de recursos para cumprimento de suas metas.
h) Críticas:
 A doutrina diz que agencia executiva é um prêmio para a
incompetência, ineficiência das autarquias e fundações.
 Se o texto cria a autarquia e fundação com uma liberdade x, não poderia
um contrato ampliar essa liberdade. Haveria a exigência de lei.
Empresas estatais

As Empresas Públicas (EP) e Sociedades de Economia Mista


(SEM) são pessoas jurídicas de direito privado integrantes da
Administração Pública Indireta.
São regidas por um regime predominantemente privado, chamado
por alguns de regime híbrido, sui generis.
Lei 13303/16 – Estatuto das Empresas Estatais
2


Empresas semiestatais são aquelas cuja MINORIA do capital
votante pertence ao Poder Público. Não chegam a ser empresas
públicas (o capital pertence totalmente ao Poder Público) nem
sociedades de economia mista (a maioria do capital votante
13.303/16.
pertence aoNesse
Podersentido, não
Público), nosintegram a Administração
termos da Lei Pública,
mas o seu controle (necessidade ou não de licitação, fiscalização
pelos Tribunais de Contas etc.) é discutido na doutrina.
3

4.4.1. Empresa Pública

a)Pessoa Jurídica de Direito Privado. O nome empresa pública está


ligado ao capital público e não a sua natureza jurídica.

b) Tem regime híbrido, misto. Não é plenamente privado.

c) Pode ter duas finalidades:

 Prestadora de serviço público (se aproxima de uma autarquia.


Ex. correios, embrapa, emater, epamig)
 Exploradora de atividade econômica (aproxima do regime de
direito privado . Ex. , caixa
d) Capital exclusivamente público. Esse capital pode ser de mais de um ente.4

Qualquer pessoa administrativa pública ou privada. Tem que fazer


parte da administração.

e)A sua constituição pode ocorrer através de qualquer modalidade


empresarial. Só as federais podem mudar a natureza. As do plano
inferior devem obedecer à lei federal, pois compete privativamente a
União legislar sobre direito civil e comercial.

f) ECT, Caixa, BNDS, Radiobrás.


5

4.4.2. Sociedade de Economia


Mista
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado.

a) Tem regime híbrido, misto. Não é plenamente


privado.

b)Pode ter duas finalidades:


 Prestadora de serviço público
 Exploradora de atividade econômica
6

d) Capital misto. O capital é apenas parcialmente público. O comando da


SEM tem que estar nas mãos do poder público, apesar do capital privado.
A maioria do capital que dá direito a voto precisa estar nas mãos do poder
público.
obs.: sociedades de mera participação do Estado – Estado detém capital
minoritário. Não integra a Administração Indireta.

e) Será sempre sociedade anônima

f) ex.: BB, Petrobrás, Bancos estaduais.


7

4.4.3.
Diferenças

a) Capital
 EP: público
 SEM: misto

b) Constituição
 EP: qualquer
modalidade
empresarial
 SEM: sociedade
anônima, só
8

c) Competência para julgamento das ações. Decorre da análise do art. 109


da CF

 EP: federal (Justiça Federal), estadual ou municipal (Justiça


Estadual).
SEM: federal (Justiça Estadual), estadual ou municipal
(Justiça Estadual).

Obs.: Finalidade das SEM e EP: O regime varia e acordo com a


finalidade da empresa estatal. Se for prestador de serviço público, o
regime se aproxima mais daqueles das pessoas jurídicas de direito
público. Se for exploradora de atividade econômica se aproxima das
empresas privadas que estão fora da Administração.
9

4.4.4. Regime Jurídico das Empresas


Estatais
a) Contratos
 Contratos administrativos

 Licitação – (1) Se prestadoras de serviço público, estão submetidas às regras

gerais de licitação. Até pouco tempo atrás o regime não tinha sido

criado, devendo seguir a regra geral (Lei 8666).

Até porque a lei 8666 não fazia distinção entre empresas estatais prestadoras

de serviço ou exploradoras da atividade econômica. Na prática, no

entanto, elas acabavam escapando da licitação, pelas hipóteses de dispensa e

inexigibilidade.

No entanto essa situação mudou em face do advento da

LEI 13.303/2016, denominado ESTATUTO DAS ESTATAIS.


1
0

b) Bens.
Em regra são privados e, por isso, penhoráveis e alienáveis. Seguem, no
entanto, o regime de bens públicos, quando os bens estiverem diretamente ligados
à prestação do serviço, em razão do princípio da continuidade dos serviços
públicos.
CUIDADO! Os bens das empresas estatais prestadoras de serviço público são
penhoráveis? Sim! Só não penhora se estiver ligação direta com a prestação do
serviço público.
JOSÉ DOS SANTOS discorda e diz que são todos privados.
1
1
Obs.: EBCTtem um tratamento diferenciado.
Apesar de ser empresa
pública, o STF reconheceu a sua exclusividade na prestação do serviço, o que lhe
conferiu o tratamento de Fazenda Pública, sendo, portanto, os seus bens,
impenhoráveis, ligados ou não ao serviço público.

c) Responsabilidade civil.

 Prestadoras de serviço púbico.. Se, portanto, a empresa estatal é

prestadora de serviço público, a responsabilidade é objetiva. Oente

instituidor (Estado) responde subsidiariamente pelos danos causados pela SEM

e EP prestadoras de serviço público, pois o serviço é um dever do

Estado. A responsabilidade é objetiva e subsidiária.


12

 Exploradoras de atividade econômica. Não estão no art. 37, §6º,


devendo aplicar as regras do Direito Civil. Dessa forma, em regra, é subjetiva. A
posição doutrinária que prevalece é que sendo atividade econômica o Estado
não responde. José dos Santos discorda, afirmando que o Estado sempre tem
responsabilidade subsidiária.

d) Regime falimentar. Falir?


Alguns doutrinadores dizem que deve se observar a finalidade das
empresas.

 Lei 11.101/05 art. 2º, I - Esta Lei não se aplica a: I –empresa pública e

sociedade de economia mista


1
3

De acordo com a redaçãodo art. acima, a Lei de


Falências não faz diferença com relação à finalidade das
empresas, aduzindo que as EP e SEM não estão sujeitas à falência.

A exemplo Celso Antônio, que diz que só não se submetem se forem

prestadoras de serviço público. O que prevalece é a regra legal, isto é, que

independentemente da finalidade, elas não se submetem à falência.

Princípio da continuidade dos serviços justificaria no caso das prestadoras de

serviço público. Penhora e execução normais.


1
4
e) Regime Tributário.

 Serviços públicos. Segundo jurisprudência do STF se for prestadora de serviço


com exclusividade, terá imunidade recíproca para impostos (somente). RE
580.264. Se o encargo tributário for repassado ao usuário, as sociedades não
terão privilégios.
 Exploradora da atividade econômica. Segundo o art. 173 §3º - § 2º - As
empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de
privilégios fiscais não extensivos às do setor privado – só podem ter privilégios
que a iniciativa privada também tenha.

f) Regime de pessoal.

Obrigatoriamente celetista.

CLT
1
5

No entanto, em algumas situações eles são equiparados aos servidores públicos:


(1) exigência de concurso público
(2) regime de não acumulação de cargos
(3) sujeição ao teto quando receber repasse da Adm. Direta para o seu custeio
(despesas correntes)
(4) sujeitos à lei 8429/92 - improbidade administrativa
(5) para a lei penal. Entram no conceito de funcionáriopúblico (art. 327 CP)
(6) Remédios constitucionais. Estão sujeitos ao MS, Ação Popular etc.
Obs.: Segundo a lei 12016, há a necessidade de prestação do serviço público.
Dessa forma, se o dirigente trabalha numa empresa estatal que seja exploradora de
atividade econômica, não cabe MS.

Diferenças: (1) Dispensa. Aplica-se aos empregados a súmula 390 do TST -


1
6

O TST conjuga essa súmula com a OJ 247- a despedida de empregados de


empresa pública e da sociedade de economia mista, mesmo
admitidos por concurso público, independe de ato motivado para a
sua validade - que afasta a exigência de dispensa motivada. O TST
ressalvou a situação dos empregados da ECT. No RE 589998 o STF
reafirmou que os empregados da ECT não tem estabilidade do art.
41, mas confirma que a dispensa tem que ser motivada.
http://www.direitodoempregado.com/stf-decide-contra-oj-247-do-tst.
MOTIVADO =/= JUSTA CAUSA
2
0

5. ENTES DE COOPERAÇÃO

5.1. Conceito
São também chamados de terceiro setor, entes paraestatais
ou organizações não governamentais.
São pessoasprivadas que estão fora da Administração (TCU
acaba considerando em alguns momentos comoadm.
indireta ao limitar a
remuneração de seus dirigentes, na forma do art. 37, XI), mas que
cooperam, auxiliam o Estado.
2
1
Por que terceiro setor? O primeiro setor é o Estado, o segundo é o
mercado, o terceiro setor são as pessoas privadas que auxiliam o
Estado e o quarto setor representa a economia informal e a pirataria.

Prestam atividade e interesse coletivo, mas não prestam serviços


públicos propriamente ditos.
Prestam, na verdade, serviços sociais. Elas não têm fins
lucrativos. Ex.:
-serviços sociais autônomos, - sistema S Sesc, Senai, Sest, Sesi
-entidades de apoio – Funarbe, Agros, UFVcred
-organizações sociais – ongs, associações civis
-organizações da sociedade civil de interesse público –associação
específica
-OSC- parcerias privadas
Espécies

-Serviços sociais autônomos – sistema S (SESI, SESC, SEBRAE,


SENAC, SEST, SENAI, SENAR, SENAT)

a)É pessoa jurídica de direito privado, que está fora da


Administração, integrando a iniciativa privado. O objetivo é
fomentar as diversas categorias profissionais.
b)Assistência ou ensino qualificado (de formação profissional) a
determinadas categorias profissionais. Qualquer forma de
personalidade jurídica privada.
c)Os estatutos são delineados geralmente por regimentos internos
aprovados por decreto do chefe do executivo. Sem fins lucrativos.
Pode haver superávit, que deverá ser aplicado na própria
instituição.

d)Não é caso de delegação de serviços. Não prestam serviços


públicos propriamente ditos. Atos de direito privado, salvo se
houver delegação – ato administrativo, cabendo MS e AP.
e)Dependem de autorização legislativa, mas a criação efetiva é feita
pela confederação nacional respectiva. Registro no cartório de
registro civil de pessoas jurídicas.
f) Pode receber:
 Repasse, através de dotação orçamentária específica.
 Parafiscalidade (art. 149 CF) é a delegação da capacidade tributária.
Competência tributária é a aptidão para instituir tributo e é indelegável. A
capacidade tributária é a aptidão de arrecadas tributos, que é delegável. A
Parafiscalidade não pode beneficiar qualquer pessoa. Tem que ser uma pessoa
jurídica que cumpra finalidade pública, como é o caso do serviço social. Não
pode ser qualquer particular. É considerado dinheiro público, por ser
compulsório e por ter finalidade específica.

 Se tem dinheiro público, aqui também há controle pelo TCU.

 não gozam de privilégios administrativos, processuais ou fiscais, salvo

lei especial. Privilégio tributário – art. 150, VI, c patrimônio, renda


ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades
2
5
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência

social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos


da lei.

Serviços sociais autônomos não precisam realizar concurso público. Os serviços sociais
autônomos, por
possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a Administração Pública,
mesmo que
desempenhem atividade de interesse público em cooperação com o ente estatal, NÃO estão
sujeitos à observância da regra de concurso público (art. 37, II, da CF/88) para contratação
de seu pessoal. STF. Plenário. RE 789874/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
17/9/2014 (repercussão geral) (Info 759)

g) Regime de pessoal.
 Celetista (emprego privado).
26

 Processo seletivo. – * José dos Santos Carvalho Filho entende


que não
pode, pois não fazem parte da Administração, obedecendo aquilo
que está previsto na lei que institui.
São passíveis de MS/AP. Se for ato
administrativo, por ter havido delegação.
Respondem por improbidade administrativa, pois há dinheiro
público. art. 1º, parágrafo único, Lei 8429/92. Vantagens fiscais.
 Para a lei penal se equiparam aos agentes públicos.

h) Competência da Justiça Estadual. Pessoa jurídica de direito privado


2

Entidades de apoio (Funarbe – UFV; FINATEC– UNB; FUNDEP- 7

UFMG)-

CONVÊNIO
a)Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos. Os próprios
servidores da Universidade constituem essa entidade de apoio. Ex.:
pós- graduação paga, por ser pessoa privada. O ideal seria que o
Estado custeasse. Ocorre também em hospitais públicos para
financiar a pesquisa. Não se mistura com a personalidade da
Universidade. As entidades de apoio das Universidade Públicas estão
regulamentadas pela Lei 9858/94.

b) Instituída por servidores públicos em nome próprio.


2
8

c) Forma – fundação, associação ou cooperativa.

d) o vínculo jurídico é um convênio.

e)Finalidades. Atividade ou serviço social, que não são serviços


públicos propriamente ditos. Relaciona-se com os serviços de
ciência, pesquisa, apoio à saúde e apoio à educação. Normalmente
são conveniadas a Universidades Públicas e Hospitais.
2
 g) Privilégios. 9

 Pode receber dotação orçamentária específica.


 Cessão de servidores públicos
 Utilização especial dos bens, através de permissão de uso de bem

público.

h)Criticas. Nos convênios as pessoas acabam se confundindo e a


entidade de apoio assume a gestão de bens públicos. Há uma grande
preocupação em relação a isso. Recebem dotação e:

 Não seguem regime público


 Não fazem licitação
 Não fazem concurso
3
0

Organizações sociais – OS´s (Instituto de Desenvolvimento


Sustentável, Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, Instituto de
Matemática Pura e Aplicada). – CONTRATO DE GESTÃO.

a) Prevista na lei 9637/98. São de âmbito nacional. Mas os estados e


municípios podem criar, desde que por leis próprias. Pessoa jurídica de
direito privado criada por particulares. Sem fins lucrativos. Prestam
serviços públicos não exclusivos do Estado.
3
1
b) Criação. Surge da extinção de estruturas da Administração Pública. Vai lhe

conferir o que o órgão fazia, os seus bens, através de um (1) contrato


de gestão. Como a OS celebra contrato de gestão sem ter nascido.
Ela nasce no contrato que ela mesma celebra. Por isso alguns
doutrinadores chamam de entidade fantasma. O contrato de gestão é
entre a OS e o órgão. (2) registro dos atos constitutivos no órgão
competente: cumprimento dos requisitos + aprovação do Ministro
(análise discricionária. Alguns chamam de discricionariedade
escandalosa). Não precisa existir anteriormente, nem ter experiência
no ramo.

c) Vínculo jurídico com o Estado – contrato de gestão art. 5º Lei


9637/98.
3
2

d) O conselho da administração da OS é composto por representantes do


Estado e particulares.

e)Finalidades. Ensino. Pesquisa científica.


Desenvolvimento tecnológico. Meio ambiente. Cultura. Saúde.

f) Privilégios:
 Dotação orçamentária específica – controle do TCU
 Bens públicos – permissão de uso
 Cessão de servidores a expensas do erário
33

 Dispensa de licitação nos contratos decorrentes do contrato de


gestão. Art. 24, XXIV da Lei 8666 - para a celebração de contratos
de prestação de serviços com as organizações sociais,
qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para
atividades contempladas no contrato de gestão.

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)

a) Lei 9.790/99. Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos.


Prestam serviços sociais não exclusivos do Estado. Objetiva viabilizar
um projeto específico, determinado de modernização de um órgão.
Acaba burlando o sistema. O Ministério do Trabalho vem querendo
acabar com isso. Há a
3
4
contratação dos parentes via OSCIP. O Estado supre mão de obra e contrata

pessoas que não podem contratar.

b)Vínculo jurídico – termo de parceria. Não há cessão de servidores,


de bens. Apenas dotação orçamentária. Tem a ideia de execução de
um projeto específico de restruturação/modernização.

c)pode desenvolver trabalho em assistência social. Cultura.


Patrimônio histórico e artístico. Meio ambiente. Desenvolvimento
econômico e social. Eliminação da pobreza.
3
5
d) requisito:
Necessidade de preexistência. Precisava existir no mercado há um
ano, agora se exigem três (L. 13019/2014 – marco regulatório das
organizações). Não poder ser pessoa nova como na OS

 Não pode haver interferência de representantes do Estado.


3
6
#ATENÇÃO #ESQUEMA1:
OS OSCIP
Pessoa jurídica Pessoa jurídica de
de direito direito privado,
privado, sem sem finalidade
Natureza finalidade lucrativa, não
jurídica lucrativa, não integrante da
integrante da administração
administração pública.
pública.

Área de Ensino, pesquisa É mais ampla do


atuação científica, que a das
desenvolvimento organizações
1 Quadroretirado do livro Direito Administrativo Esquematizado, de João de Deus e Ricardo
Alexandre
3
7
tecnológico, sociais, porque
proteção e abrange, além de
preservação do todo o campo de
meio ambiente, atuação destas
cultura e saúde. últimas, diversas
outras áreas
previstas no art. 3.º
da Lei 9.790/1999.

Contrato de Termo de parceria


Vínculo jurídico
gestão

Natureza do Ato Ato vinculado


ato de discricionário
qualificação
3
8
A qualificação Concedida pelo
depende de Ministério da
aprovação do Justiça.
Ministro ou
titular de órgão
supervisor ou
regulador da
Ato de área de atividade
qualificação correspondente
ao seu objeto
social edo
Ministro do
Planejamento,
Orçamento e
3
9
Gestão.

Impossibilidade Não admite ser Não admite ser


de dupla qualificada ao qualificada ao
qualificação – mesmo tempo mesmo tempo
OS e OSCIP como OSCIP como OS.

Exigência legal: Exigência legal:


– Conselho de – Conselho Fiscal.
administração
Obs.: não se exige
Estrutura com participação
Conselho de
interna obrigatória de
administração ou
representantes do
participação de
Poder Público e
representantes do
membros
Poder Público em
da
4
0
comunidade, de qualquer órgão da
notória entidade.
capacidade
profissional e
idoneidade moral;

– Diretoria.
Obs.: não se
exige Conselho
Fiscal.

Dispensável para Não há previsão


Licitação a contratação de expressa na
prestação de legislação de
4
1
serviços no dispensa de
âmbito do licitação para
contrato de contratação de
gestão (Lei OSCIP. Inclusive, o
8.666/1993, art. Decreto
24, XXIV). 3.100/1999 prevê
que a escolha da
OSCIP para firmar
termo de parceria
deverá ser
feita por
meio de
concursos de
projetos.
4
2
Perde-se a Perde-se a
qualificação de qualificação de
OS a pedido ou OSCIP, a pedido ou
se descumprido o mediante decisão
contrato de proferida em
gestão, mediante processo
processo administrativo
Desqualificação administrativo, em ou judicial,
que seja de
assegurado o iniciativa popular ou
direito ao do Ministério
contraditório e à Público, em que
ampla defesa. sejam assegurados o
contraditório e a
ampla defesa.
4
3

Parcerias voluntárias ou OSC – Organização da Sociedade


Civil
Foram criadas pela L. 13.019/14. A lei foi chamada de marco
regulatório das organizações governamentais. * O prazo de vacattio
da Lei 13.019/14 se prorrogou várias vezes, já estando em vigor
desde janeiro de 2016. Recomenda-se ler a lei para os concursos em
que a matéria de Direito Administrativo é cobrado de forma mais
intensa, em especial procuradorias.
CONVÊNIOS E CONSÓRCIOS

Em 2005 foi promulgada a Lei nº 11.107/2005 dispondo sobre os


consórcios públicos. Antes disso, a Lei nº 8.666/93 já se referia a
consórcios e convênios. Fundamento legal: Art. 116 da Lei nº 8.666/93.

1. Conceito:

 Convênio: é um acordo firmado entre entidades de qualquer


espécie e os particulares. A finalidade é a realização de objetivos
comuns. Buscam-se interesses recíprocos e convergentes;
2

 Consórcio administrativo: é um acordo firmado entre entidades da


mesma espécie (exemplo: dois municípios, dois Estados, duas
autarquias). Não confundir com os consórcios públicos da lei 11.107.

2. Características comuns

 É um instrumento de descentralização administrativa para interesses


comuns e convergentes. Os participantes são chamados de
partícipes e não partes, como no contrato (interesses divergentes).
3

 Cada ente colabora de acordo com as suas possiblidades. A


responsabilidade segue conforme a participação.

 Não necessita de licitação para a sua formação, salvo no caso de


realização de edital de chamamento para realizar convênios com
pessoas privadas.

 É uma cooperação associativa que NÃO há a formação de nova


personalidade jurídica.

 A relação se constitui através de um plano de trabalho, que vai ditar


todos os parâmetros da relação. Esse plano de trabalho não depende
4
de autorização legislativa. A jurisprudência é firme no sentido de que a
autorização prévia ou ratificação da Casa Legislativa fere a
independência e a harmonia dos poderes (ADI 342, 1587, 1166, 770 etc.).
É preciso apenas dar ciência à casa legislativa. Diferentemente dos
consórcios públicos.

Plano de Trabalho – o conteúdo deve abranger (convênio e


consórcio):

a) Identificação do objeto;
b) Descrição das metas a serem atingidas;
5

c) Planejamento para viabilizar a execução (etapas e fases do plano


de trabalho);
d) Aplicação de recursos (plano de aplicação dos recursos);
e) Cronograma de desembolso (deve estar previsto na lei de
6

No caso de extinção ou conclusão do consórcio, o dinheiro vai ser


devolvido de acordo com o plano de trabalho.

3. Consórcios Públicos (Lei nº 11.107/2005) ou novos


consórcios públicos

Tem como fundamento o art. 241, CF. É uma forma de colaboração entre
entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), com o
objetivo de prestar serviços públicos ou atividades públicas de interesse
comum (gestão associada). Exemplo: gestão para a criação de uma área
7
de preservação ambiental. Ex. dois municípios para criar uma
reciclagem de lixo.

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de
cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada
de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de
encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos
serviços transferidos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
8
Da reunião de entes políticos constitui-se uma nova entidade, nova pessoa
jurídica, que é denominada associação. Pode ter personalidade de direito
público ou personalidade de direito privado.

Se tiver regime de direito público será uma espécie de autarquia (chama-


se associação pública). Se tiver regime de direito privado, o seu regime
será híbrido (misto), semelhante à empresa pública ou sociedade de
economia mista. Nos dois casos ela pertence aos quadros da
Administração (JOSÉ). Resumo TRF discorda:
9

Art. 6.º, § 1º, da Lei 11.107/05: “§ 1o O consórcio público com


personalidade jurídica de direito público integra a administração
indireta de todos os entes da Federação consorciados.” É constituído
de uma associação pública.

Sendo assim, os consórcios públicos com personalidade jurídica de


direito privado NÃO integram a Adm. Pub.

Formalização: é realizado um protocolo de intenções. O protocolo de


intenções é submetido a cada uma das Casas Legislativas, precisando
ser aprovado por cada ente. O protocolo é transformado no contrato de
10

consórcio, criando a pessoa jurídica. Se a autarquia é criada por lei,


como pode aqui ser criada por contrato. Doutrina critica.

Protocolo de intenções:
 Denominação, a finalidade, o prazo e a sede da nova pessoa
jurídica.
 Quais são os entes participantes (entes consorciados);
 A área de atuação, considerando a soma dos territórios de todos
os entes (se a União estiver presente, poderá atuar em todo o
território nacional).
 Regime jurídico da associação
 Autorizar o consórcio público a representar seus interesses.
11

 Definir as normas reguladoras da assembleia geral (instância


máxima do consórcio)
 Como é feita a representação legal. Eleição e mandato.
 A forma de provimento e remuneração dos empregados
 As condições para deliberação dos contratos de gestão e termos
de parceria
 Definição do número de votos de cada entidade na assembleia
geral, sendo assegurado um voto a cada ente consorciado.

Nada mais é do que um contrato de administrativo com algumas regras


próprias. O consórcio ganhou algumas normas específicas no que diz
respeito à licitação (exemplos: dispensa de licitação quando o consórcio
12

for contratado, art. 24, XXVI, da Lei nº 8.666/93; dispensa com valores
diferenciados, art. 24, parágrafo único – 20% do convite; os valores
serão dobrados ou triplicados para cada modalidade de licitação
para os casos de consórcios com até 03 entes ou com mais de três
entes, respectivamente, art. 23, §8º).
Mas as contratações feitas pelo consórcio requerem licitação.

Regime de pessoal: o regime é de emprego público. É possível também


receber a cessão de servidores provenientes da Administração Direta.

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