Este material é distribuído gratuitamente pelo Trabalho Notável, um
projeto educacional de capacitação dos advogados para a prática jurídica. O Trabalho Notável foi criado em abril de 2020 pelos professores, juízes, amigos e irmãos Fabiano Coelho e Antonio Umberto. O presente Informativo é preparado pelo prof. Fabiano Coelho, a partir da leitura de todas as decisões colegiadas publicadas pelo TST na última semana. Os temas selecionados são comentados em uma live realizada às segundas- feiras, às 20h, com a participação dos professores Fabiano e Antonio Umberto. Para receber gratuitamente todos os materiais de atualização jurisprudencial do ano de 2024, basta fazer o cadastro pelo link LIVE DO TST (praticatrabalhista.com.br) Tema 01 – SDI-1 do TST estabelece distinguishing para admitir a apuração da jornada de cartões de ponto faltantes, pela média encontrada na prova documental, quando a própria petição inicial indica que o horário de trabalho era o mesmo para todos os meses do ano. A decisão inova porque, até então, a tendência da SDI-1 era por não aplicar a OJ 233 da SDI-1 nestes casos, dando preferência aos horários descritos na inicial em relação aos meses de cartão de ponto faltantes nos autos.
"AGRAVO. EMBARGOS. AGRAVO. RECURSO DE REVISTA. DECISÃO
AGRAVADA PUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE NÃO CONHECIDO. HORAS EXTRAORDINÁRIAS. CARTÕES DE PONTO. JUNTADA PARCIAL DOS CONTROLES DE FREQUÊNCIA. PETIÇÃO INICIAL QUE REGISTRA A REALIZAÇÃO DE JORNADA UNIFORME DURANTE TODO O PERÍODO CONTRATUAL. AUSÊNCIA DE INFORMAÇÃO ACERCA DA EXISTÊNCIA DE MAIOR DEMANDA DE TRABALHO NO PERÍODO SEM REGISTRO. APURAÇÃO DA JORNADA EXTRAORDINÁRIA PELA MÉDIA EXTRAÍDA DOS REGISTROS APRESENTADOS. APLICAÇÃO DA ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 233 DA SBDI-1/TST. INEXISTÊNCIA DE CONTRARIEDADE À SÚMULA 338, I, DO TST. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL INESPECÍFICA. ÓBICE DA SÚMULA 296, I, DO TST. I. A 5ª Turma desta Corte Superior negou provimento ao agravo do reclamante e manteve a decisão unipessoal que não conheceu do seu recurso de revista. Consignou a tese regional que entendeu pela validade dos cartões de ponto trazidos aos autos, ao fundamento de que eles possuem marcações variáveis de horários; e que concluiu que, embora tenha havido a apresentação parcial dos controles de jornada, em relação aos períodos em que não foram apresentados cartões de ponto, deve prevalecer a média apurada da totalidade dos controles apresentados. Asseverou que, em face da ampla liberdade que o Julgador possui para formar o seu convencimento acerca dos fatos, desde que baseado na prova dos autos, parece razoável a conclusão do Tribunal de origem ao determinar a apuração das horas extras pela média extraída dos registros apresentados. Assim, concluiu que não é possível reexaminar os critérios utilizados pelo Tribunal Regional, ante o óbice da Súmula 126/TST. Seguiu-se a interposição de recurso de embargos, não admitidos pelo Presidente da 5ª Turma, ao fundamento de que, não obstante a juntada parcial de controles de ponto válidos não elida a presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, por si só, o teor do registro do acórdão regional, transcrito na decisão embargada, de que a petição inicial relata jornada uniforme durante todo o período contratual é elemento apto e suficiente a elidir a presunção relativa da veracidade da jornada declinada na inicial, pelo que não evidencia contrariedade à Súmula 338, I, do TST. Por fim, entendeu que os arestos apresentados se ressentem de especificidade por não abordarem a premissa fática declinada no acórdão embargado e, assim, aplicou o óbice da Súmula 296, I, do TST. II. O debate dos autos diz respeito à aferição da jornada praticada pelo empregado, para fins de apuração das horas extraordinárias, quando verificada a juntada parcial dos controles de frequência (ausência de controles de jornada em parte do período imprescrito do contrato de trabalho). Discute-se se, para o período faltante, deve ser aplicada a jornada de trabalho declinada na petição inicial, nos termos da Súmula 338, I, do TST; ou se a jornada de trabalho para esse intervalo deve ser apurada com base na jornada do período cujos cartões de ponto efetivamente foram juntados, nos termos da Orientação Jurisprudencial 233 da SBDI-1 do TST. Por aplicação da norma do art. 74, § 2º, da CLT e da diretriz contida na Súmula 338, I, do TST, esta c. Corte Superior entende que, estando o empregador incumbido de efetuar a anotação da jornada dos seus trabalhadores, bem como de juntar os cartões de ponto na instrução processual, quando possuir mais de dez empregados, independentemente de intimação, a ausência injustificada da juntada dos referidos documentos enseja a presunção relativa da jornada de trabalho consignada na petição inicial. Essa presunção pode ser elidida por prova em contrário. Já a Orientação Jurisprudencial 233 da SBDI-1/TST estabelece que "A decisão que defere horas extras com base em prova oral ou documental não ficará limitada ao tempo por ela abrangido, desde que o julgador fique convencido de que o procedimento questionado superou aquele período". III. No caso da juntada parcial dos cartões de ponto, este Tribunal Superior do Trabalho consolidou entendimento no sentido da inaplicabilidade, em regra, da Orientação Jurisprudencial 233 da SBDI-1/TST em favor do empregador, justamente por ter ele a obrigação de juntar a totalidade dos cartões de ponto. Em tal caso, deve ser conferida validade à jornada de trabalho declinada na inicial, nos termos da Súmula 338, I, do TST, salvo se existente prova em sentido contrário. Precedentes. IV. No entanto, o caso concreto apresenta distinção apta a afastar a presunção relativa contida na Súmula 338, I, do TST, uma vez que registrado no acórdão regional que "a própria petição inicial relata jornada uniforme durante todo o período contratual, inexistindo qualquer evidência nos autos de que, em algum período, tenha havido maior demanda de trabalho na reclamada". Trata-se de dado probatório que denota que o julgador regional efetivamente ficou "convencido de que o procedimento questionado superou aquele período", a resultar na conformidade do acórdão de Turma com o disposto na Orientação Jurisprudencial 233 da SBDI-1/TST. V. De tal modo, a determinação de que, em relação aos meses faltantes, as horas extras sejam apuradas com base na média dos demais meses não tem o condão de contrariar a diretriz da Súmula 338, I, do TST, tendo em vista que a presunção do aludido verbete sumular é meramente relativa e, no caso, foi infirmada pelas informações trazidas pelo próprio autor em sua petição inicial. Com relação à divergência jurisprudencial, os arestos transcritos pela parte recorente são todos inespecíficos, em desconformidade com o disposto na Súmula 296, I, do TST, uma vez que retratam casos nos quais não foi elidida a presunção relativa decorrente da Súmula 338, I, do TST, ou seja, em tais casos não houve elementos de prova passíveis de infirmar a presunção de veracidade da jornada declarada na petição inicial, não sendo esse, conforme visto, o caso destes autos. Irreprochável, assim, a decisão proferida pelo Presidente da Turma. VI. Agravo de que se conhece e a que se nega provimento" (Ag-E-Ag- RR-129-79.2016.5.09.0127, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Evandro Pereira Valadao Lopes, DEJT 05/04/2024).
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https://trabalhonotavel.com/advocacia/ Tema 02 – SDI-2 do TST reforça o não cabimento de mandado de segurança contra a decisão que homologa o acordo extrajudicial de modo parcial. Contra essa decisão, cabe o recurso ordinário e, por isso, o mandado de segurança é inviável.
"RECURSO ORDINÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA - JURISDIÇÃO
VOLUNTÁRIA - ACORDO EXTRAJUDICIAL - HOMOLOGAÇÃO PARCIAL - EXISTÊNCIA DE RECURSO PRÓPRIO - ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 92 DA SBDI-2. 1. Trata-se de mandado de segurança impetrado contra ato de magistrado que, nos autos de procedimento de jurisdição voluntária, homologou apenas parcialmente acordo extrajudicial firmado entre as partes. 2. No caso, o ato tido como coator é passível de impugnação mediante recurso próprio, conforme precedentes desta Corte. 3. A pretensão não encontra amparo na via excepcionalíssima do mandado de segurança. Orientação Jurisprudencial nº 92 da Subseção II Especializada em Dissídios Individuais desta Corte. Recurso ordinário desprovido" (ROT-291-22.2020.5.20.0000, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Relatora Desembargadora Convocada Margareth Rodrigues Costa, DEJT 05/04/2024).
Tema 03 – SDI-2 do TST reafirma o cabimento de ação rescisória
para retirar a eficácia da coisa julgada que condena o reclamante, beneficiário da justiça gratuita, a pagar honorários ao advogado da empresa, em razão de sucumbência, por meio do crédito apurado na própria ação trabalhista.
"RECURSO ORDINÁRIO EM AÇÃO RESCISÓRIA - DECISÃO RESCINDENDA
TRANSITADA EM JULGADO SOB A ÉGIDE DO CPC DE 2015 - CAUSA DE RESCINDIBILIDADE DO ART. 966, V , DO CPC - BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA - HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS - SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE - VEDAÇÃO À COMPENSAÇÃO PROCESSUAL IMEDIATA COM OS CRÉDITOS RECONHECIDOS EM JUÍZO - NECESSIDADE DE PROVA SUPERVENIENTE DE QUE A HIPOSSUFICIÊNCIA DO TRABALHADOR NÃO MAIS EXISTE - DECISÃO DO STF NA ADI 5766 - INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO § 4º DO ART. 791-A DA CLT - VIOLAÇÃO DO ART. 5º, XXXV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. A cobrança de honorários advocatícios sucumbenciais dos beneficiários da justiça gratuita, prevista no § 4º do art. 791-A da CLT, foi alvo da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5766, tendo o Supremo Tribunal Federal declarado a inconstitucionalidade parcial desse preceito, mas apenas no tocante à expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa". 2. No acórdão rescindendo, o Tribunal Regional do Trabalho proferiu decisão em parcial dissonância com o entendimento vinculante do STF, na medida em que concluiu ser devido o pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais a cargo da parte reclamante, beneficiária da justiça gratuita, mas não determinou a suspensão de sua exigibilidade nos termos referidos, sem a possibilidade de compensação processual imediata dos créditos reconhecidos em juízo. 3. Ao contrário, foi registrado ser "inviável eventual alegação quanto à negativa de acesso à justiça ou à violação do princípio do direito de ação (art. 5º, inc. XXXV, da CF), porquanto, eventual condenação em honorários será custeada ao final e não no ingresso da demanda e, ao beneficiário da justiça gratuita, com créditos porventura obtidos perante a Justiça". 4. Verifica-se que a condenação imposta pelo Tribunal Regional decorreu da observância do § 4º do art. 791-A da CLT em sua integralidade, o que destoa do entendimento vinculante do Supremo Tribunal Federal, autorizando o corte rescisório por violação do art. 5º, XXXV, da Constituição Federal. 5. Isso em conformidade com a tese firmada pelo STF no Tema de Repercussão Geral 733, segundo a qual "A decisão do Supremo Tribunal Federal declarando a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito normativo não produz a automática reforma ou rescisão das decisões anteriores que tenham adotado entendimento diferente. Para que tal ocorra, será indispensável a interposição de recurso próprio ou, se for o caso, a propositura de ação rescisória própria, nos termos do art. 485 do CPC de 1973 [correspondente ao art. 966 do CPC de 2015], observado o respectivo prazo decadencial". Recurso ordinário parcialmente provido" (ROT-1434- 86.2019.5.09.0000, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Relatora Desembargadora Convocada Margareth Rodrigues Costa, DEJT 05/04/2024).
Tema 04 – SDI-2 do TST reitera o entendimento de que a má
aplicação da prescrição intercorrente autoriza o manejo de ação rescisória, ainda que, na ação original, não tenha havido a interposição de todos os recursos possíveis. "AGRAVO EM RECURSO ORDINÁRIO EM AÇÃO RESCISÓRIA SOB A ÉGIDE DO CPC/2015. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. VIOLAÇÃO MANIFESTA DE NORMA JURÍDICA. DESNECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DAS VIAS RECURSAIS NA EXECUÇÃO SUBJACENTE. 1. Absolutamente pacífica a compreensão de que a utilização da ação rescisória não depende do esgotamento das vias recursais ordinárias ou extraordinárias na execução trabalhista subjacente, ante a inexistência de imposição legal nesse sentido. 2. Logo, o fato de o exequente não ter interposto agravo de petição na ação matriz, deixando consolidar-se o trânsito em julgado da decisão atacada, não impede o manejo da presente ação rescisória, quando constatada efetiva violação direta e literal de norma jurídica. 3. Essa é a diretriz da Súmula 514 do Supremo Tribunal Federal: “Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenha esgotado todos os recursos”. Mantém-se a decisão recorrida. Agravo conhecido e desprovido" (Ag- ROT-1384-60.2019.5.09.0000, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Relatora Ministra Morgana de Almeida Richa, DEJT 05/04/2024).
Tema 05 – 1ª Turma do TST aplica o princípio da simetria para
absolver a empresa da condenação em honorários advocatícios de sucumbência em ação civil pública ajuizada pelo sindicato. A Turma invocou a jurisprudência do STJ para indicar que, se o sindicato não paga honorários na ação coletiva, o réu também não pode ser obrigado a pagar. "DESTACAR. AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. HIPÓTESE EM QUE A EMPRESA RÉ FOI SUCUMBENCENTE. IMPOSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO. PRINCÍPIO DA SIMETRIA. TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA. 1. Em que pese o art. 18 da Lei nº 7.347/85 determinar que não haverá condenação da “associação autora” em honorários advocatícios, salvo se comprovada a má-fé processual, o benefício deve ser estendido à parte contrária, quando sucumbente, em observância ao princípio da simetria. Portanto, a impossibilidade de condenação dos sindicatos em honorários advocatícios sucumbenciais - salvo quando comprovada a má-fé – obsta que sejam beneficiados quando vencedores na ação civil pública. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. 2. Confirma-se, pois, a decisão monocrática que negou seguimento ao agravo de instrumento interposto pelo sindicato autor. Agravo a que se nega provimento" (Ag-AIRR-1000050-39.2022.5.02.0363, 1ª Turma, Relator Ministro Amaury Rodrigues Pinto Junior, DEJT 05/04/2024).
Tema 06 – 1ª Turma do TST afasta justa causa de empregado
condenado criminalmente, com sentença transitada em julgado, mas que, durante afastamento previdenciário, teve progressão de regime, saindo do regime fechado de cumprimento da pena. "AGRAVO. PROVIMENTO PARCIAL. JUSTA CAUSA. SENTENÇA PENAL TRANSITADA EM JULGADO QUANDO O AUTOR ENCONTRAVA-SE EM AFASTAMENTO PREVIDENCIÁRIO. HIPÓTESE EM QUE FOI DEFERIDA AO AUTOR A PROGRESSÃO DE REGIME NO CUMPRIMENTO DA PENA (REGIME ABERTO). Afastado o óbice apontado na decisão monocrática, o agravo interno deve ser provido para prosseguir no exame do agravo de instrumento. Agravo conhecido e provido, no particular. DOENÇA OCUPACIONAL. PEDIDOS DE REINTEGRAÇÃO. LITISPENDÊNCIA. FUNDAMENTO NÃO REPRODUZIDO E NÃO IMPUGNADO NAS RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA. 1. No que concerne aos pedidos relativos à reintegração no emprego ou indenização substitutiva, destaca-se que o autor reproduziu nas razões do recurso de revista trecho do acórdão proferido em processo distinto (Processo nº 0011589-69.2016.5.15.0071, ainda que tenha sido reproduzido neste), deixando de transcrever o acórdão recorrido que adotou como fundamento justamente a existência de litispendência, preliminar que já havia sido reconhecida na sentença. 2. Em tal contexto, verifica-se que o autor não apenas deixou de transcrever o fundamento adotado pelo TRT neste processo relativo à litispendência (não observando os pressupostos formais previstos no art. 896, §1º-A, I e III), como também não o combateu de forma direta e específica (em desapreço ao princípio da dialeticidade recursal), o que obsta o conhecimento do recurso de revista sob qualquer perspectiva. Agravo a que se nega provimento, no particular. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROVIMENTO. JUSTA CAUSA. SENTENÇA PENAL TRANSITADA EM JULGADO QUANDO O AUTOR ENCONTRAVA-SE EM AFASTAMENTO PREVIDENCIÁRIO. HIPÓTESE EM QUE FOI DEFERIDA AO AUTOR A PROGRESSÃO DE REGIME NO CUMPRIMENTO DA PENA (REGIME ABERTO). Diante da potencial violação do art. 482, “d”, da CLT, dá-se provimento ao agravo de instrumento para determinar o julgamento do recurso de revista. Agravo de instrumento conhecido e provido. RECURSO DE REVISTA. VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467. JUSTA CAUSA. SENTENÇA PENAL TRANSITADA EM JULGADO QUANDO O AUTOR ENCONTRAVA-SE EM AFASTAMENTO PREVIDENCIÁRIO. HIPÓTESE EM QUE FOI DEFERIDA AO AUTOR A PROGRESSÃO DE REGIME NO CUMPRIMENTO DA PENA (REGIME ABERTO). POSSIBILIDADE DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. INEXISTÊNCIA DE JUSTO MOTIVO PARA A RUPTURA CONTRATUAL. TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA. 1. No caso, extrai-se do acórdão regional o registro de que “o trânsito em julgado da sentença criminal deu-se quando o contrato de trabalho do reclamante estava suspenso, pois estava afastado pelo órgão previdenciário, recebendo auxílio-doença, o que impossibilitou a reclamada de exercer seu direito de dispensar o autor motivadamente”. Sinale-se ser incontroverso que, quando o autor retornou do afastamento previdenciário, já havia sido agraciado com a progressão no regime de cumprimento da pena que passou a ser aberto. 2. Diante de tais premissas, o Tribunal Regional então concluiu que “tão logo o autor teve alta e retornou ao labor, a ré o dispensou, exercendo o direito que a lei lhe assegura. Trata-se de direito potestativo da empregadora dispensar o reclamante por justa causa no caso dos autos, pois a hipótese é objetiva: basta a condenação criminal transitada em julgado”. 3. Contudo, a condenação penal transitada em julgado apenas permite a caracterização da justa causa na hipótese em que, diante da necessidade de cumprimento da pena, torna-se impossível a presença do empregado na empresa e, consequentemente, inviabiliza-se materialmente a prestação de serviços. Não é possível aplicar a justa causa como uma espécie de pena acessória ou derivada daquela imposta no juízo criminal. 4. Nesse contexto, beneficiado o autor com a progressão do regime de cumprimento da pena para aberto, hipótese em que se viabiliza a prestação dos serviços, não é possível ao empregador romper o contrato de trabalho na forma do art. 482, “d”, da CLT. Recurso de revista conhecido e provido" (RR-10377-42.2018.5.15.0071, 1ª Turma, Relator Ministro Amaury Rodrigues Pinto Junior, DEJT 05/04/2024).
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Tema 07 – 1ª Turma do TST esclarece que as parcelas vincendas
podem ser incluídas na execução, mesmo que não conste determinação expressa, salvo se houver limitação excludente na sentença. "AGRAVO. PROVIMENTO. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA COLETIVA. DIFERENÇAS DECORRENTES DE EQUIPARAÇÃO SALARIAL. PARCELAS VINCENDAS. AUSÊNCIA DE DETERMINAÇÃO NO TÍTULO EXECUTIVO. POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO NA FASE DE EXECUÇÃO. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA CARACTERIZADA JUÍZO DE RETRATAÇÃO. Demonstrado o equívoco da decisão monocrática que negou seguimento ao agravo de instrumento em recurso de revista, deve o Magistrado utilizar-se do juízo de retratação previsto no art. 1.021, § 2º, do Código de Processo Civil e determinar o julgamento do recurso. Agravo conhecido e provido. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROVIMENTO. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA COLETIVA. DIFERENÇAS DECORRENTES DE EQUIPARAÇÃO SALARIAL. PARCELAS VINCENDAS. AUSÊNCIA DE DETERMINAÇÃO NO TÍTULO EXECUTIVO. POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO NA FASE DE EXECUÇÃO. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA RECONHECIDA. Demonstrada a possível ofensa ao artigo 5º, XXXVI, da Constituição Federal, impõe-se o provimento do agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de revista. Agravo de instrumento conhecido e provido. RECURSO DE REVISTA. VIGÊNCIA DA LEI N. 13.467/2017. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA COLETIVA. DIFERENÇAS DECORRENTES DE EQUIPARAÇÃO SALARIAL. PARCELAS VINCENDAS. AUSÊNCIA DE DETERMINAÇÃO NO TÍTULO EXECUTIVO. POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO NA FASE DE EXECUÇÃO. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA RECONHECIDA. A jurisprudência desta Corte Superior é firme no sentido de que, em se tratando de condenação ao pagamento de parcelas de trato sucessivo, a inclusão das parcelas vincendas na execução, enquanto perdurar a situação de fato que gerou a condenação, não resulta em afronta à coisa julgada, ainda que essa determinação não conste do título executivo. No caso, o Tribunal Regional, ao apontar o óbice da coisa julgada com vistas o obstar a inclusão das parcelas vincendas decorrentes do reconhecimento de equiparação salarial, sem que haja o registro de que o título executivo expressamente afastou a incidência de tais parcelas, aplicou mal o art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido" (RR-10456-17.2022.5.03.0135, 1ª Turma, Relator Ministro Amaury Rodrigues Pinto Junior, DEJT 05/04/2024).
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Antonio Umberto, CANTO DO PROCESSO – Apaixonados por processo. Cada semana um episódio diferente, sobre algum tema prático e relevante para o advogado. Nessa terça-feira, o professor Antonio Umberto recebe o professor e juiz do trabalho Mauro Schiavi.