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Informativo Trabalho Notável nº 10 de 2024

LIVE DO DIA 8 DE ABRIL, 20h

Este material é distribuído gratuitamente pelo Trabalho Notável, um


projeto educacional de capacitação dos advogados para a prática jurídica.
O Trabalho Notável foi criado em abril de 2020 pelos professores, juízes,
amigos e irmãos Fabiano Coelho e Antonio Umberto.
O presente Informativo é preparado pelo prof. Fabiano Coelho, a partir da
leitura de todas as decisões colegiadas publicadas pelo TST na última semana.
Os temas selecionados são comentados em uma live realizada às segundas-
feiras, às 20h, com a participação dos professores Fabiano e Antonio Umberto.
Para receber gratuitamente todos os materiais de atualização
jurisprudencial do ano de 2024, basta fazer o cadastro pelo link LIVE DO TST
(praticatrabalhista.com.br)
Tema 01 – SDI-1 do TST estabelece distinguishing para admitir
a apuração da jornada de cartões de ponto faltantes, pela média
encontrada na prova documental, quando a própria petição
inicial indica que o horário de trabalho era o mesmo para todos
os meses do ano. A decisão inova porque, até então, a tendência
da SDI-1 era por não aplicar a OJ 233 da SDI-1 nestes casos, dando
preferência aos horários descritos na inicial em relação aos meses
de cartão de ponto faltantes nos autos.

"AGRAVO. EMBARGOS. AGRAVO. RECURSO DE REVISTA. DECISÃO


AGRAVADA PUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. RECURSO
DE REVISTA DO RECLAMANTE NÃO CONHECIDO. HORAS
EXTRAORDINÁRIAS. CARTÕES DE PONTO. JUNTADA PARCIAL DOS
CONTROLES DE FREQUÊNCIA. PETIÇÃO INICIAL QUE REGISTRA A
REALIZAÇÃO DE JORNADA UNIFORME DURANTE TODO O PERÍODO
CONTRATUAL. AUSÊNCIA DE INFORMAÇÃO ACERCA DA EXISTÊNCIA DE
MAIOR DEMANDA DE TRABALHO NO PERÍODO SEM REGISTRO.
APURAÇÃO DA JORNADA EXTRAORDINÁRIA PELA MÉDIA EXTRAÍDA
DOS REGISTROS APRESENTADOS. APLICAÇÃO DA ORIENTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL Nº 233 DA SBDI-1/TST. INEXISTÊNCIA DE
CONTRARIEDADE À SÚMULA 338, I, DO TST. DIVERGÊNCIA
JURISPRUDENCIAL INESPECÍFICA. ÓBICE DA SÚMULA 296, I, DO TST. I.
A 5ª Turma desta Corte Superior negou provimento ao agravo do reclamante e
manteve a decisão unipessoal que não conheceu do seu recurso de revista.
Consignou a tese regional que entendeu pela validade dos cartões de ponto
trazidos aos autos, ao fundamento de que eles possuem marcações variáveis de
horários; e que concluiu que, embora tenha havido a apresentação parcial dos
controles de jornada, em relação aos períodos em que não foram apresentados
cartões de ponto, deve prevalecer a média apurada da totalidade dos controles
apresentados. Asseverou que, em face da ampla liberdade que o Julgador
possui para formar o seu convencimento acerca dos fatos, desde que baseado
na prova dos autos, parece razoável a conclusão do Tribunal de origem ao
determinar a apuração das horas extras pela média extraída dos registros
apresentados. Assim, concluiu que não é possível reexaminar os critérios
utilizados pelo Tribunal Regional, ante o óbice da Súmula 126/TST. Seguiu-se a
interposição de recurso de embargos, não admitidos pelo Presidente da 5ª
Turma, ao fundamento de que, não obstante a juntada parcial de controles de
ponto válidos não elida a presunção relativa de veracidade da jornada de
trabalho, por si só, o teor do registro do acórdão regional, transcrito na decisão
embargada, de que a petição inicial relata jornada uniforme durante todo o
período contratual é elemento apto e suficiente a elidir a presunção relativa da
veracidade da jornada declinada na inicial, pelo que não evidencia contrariedade
à Súmula 338, I, do TST. Por fim, entendeu que os arestos apresentados se
ressentem de especificidade por não abordarem a premissa fática declinada no
acórdão embargado e, assim, aplicou o óbice da Súmula 296, I, do TST. II. O
debate dos autos diz respeito à aferição da jornada praticada pelo empregado,
para fins de apuração das horas extraordinárias, quando verificada a juntada
parcial dos controles de frequência (ausência de controles de jornada em parte
do período imprescrito do contrato de trabalho). Discute-se se, para o período
faltante, deve ser aplicada a jornada de trabalho declinada na petição inicial, nos
termos da Súmula 338, I, do TST; ou se a jornada de trabalho para esse intervalo
deve ser apurada com base na jornada do período cujos cartões de ponto
efetivamente foram juntados, nos termos da Orientação Jurisprudencial 233 da
SBDI-1 do TST. Por aplicação da norma do art. 74, § 2º, da CLT e da diretriz
contida na Súmula 338, I, do TST, esta c. Corte Superior entende que, estando
o empregador incumbido de efetuar a anotação da jornada dos seus
trabalhadores, bem como de juntar os cartões de ponto na instrução processual,
quando possuir mais de dez empregados, independentemente de intimação, a
ausência injustificada da juntada dos referidos documentos enseja a presunção
relativa da jornada de trabalho consignada na petição inicial. Essa presunção
pode ser elidida por prova em contrário. Já a Orientação Jurisprudencial 233 da
SBDI-1/TST estabelece que "A decisão que defere horas extras com base em
prova oral ou documental não ficará limitada ao tempo por ela abrangido, desde
que o julgador fique convencido de que o procedimento questionado superou
aquele período". III. No caso da juntada parcial dos cartões de ponto, este
Tribunal Superior do Trabalho consolidou entendimento no sentido da
inaplicabilidade, em regra, da Orientação Jurisprudencial 233 da SBDI-1/TST em
favor do empregador, justamente por ter ele a obrigação de juntar a totalidade
dos cartões de ponto. Em tal caso, deve ser conferida validade à jornada de
trabalho declinada na inicial, nos termos da Súmula 338, I, do TST, salvo se
existente prova em sentido contrário. Precedentes. IV. No entanto, o caso
concreto apresenta distinção apta a afastar a presunção relativa contida na
Súmula 338, I, do TST, uma vez que registrado no acórdão regional que "a
própria petição inicial relata jornada uniforme durante todo o período contratual,
inexistindo qualquer evidência nos autos de que, em algum período, tenha
havido maior demanda de trabalho na reclamada". Trata-se de dado probatório
que denota que o julgador regional efetivamente ficou "convencido de que o
procedimento questionado superou aquele período", a resultar na conformidade
do acórdão de Turma com o disposto na Orientação Jurisprudencial 233 da
SBDI-1/TST. V. De tal modo, a determinação de que, em relação aos meses
faltantes, as horas extras sejam apuradas com base na média dos demais meses
não tem o condão de contrariar a diretriz da Súmula 338, I, do TST, tendo em
vista que a presunção do aludido verbete sumular é meramente relativa e, no
caso, foi infirmada pelas informações trazidas pelo próprio autor em sua petição
inicial. Com relação à divergência jurisprudencial, os arestos transcritos pela
parte recorente são todos inespecíficos, em desconformidade com o disposto na
Súmula 296, I, do TST, uma vez que retratam casos nos quais não foi elidida a
presunção relativa decorrente da Súmula 338, I, do TST, ou seja, em tais casos
não houve elementos de prova passíveis de infirmar a presunção de veracidade
da jornada declarada na petição inicial, não sendo esse, conforme visto, o caso
destes autos. Irreprochável, assim, a decisão proferida pelo Presidente da
Turma. VI. Agravo de que se conhece e a que se nega provimento" (Ag-E-Ag-
RR-129-79.2016.5.09.0127, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,
Relator Ministro Evandro Pereira Valadao Lopes, DEJT 05/04/2024).

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Tema 02 – SDI-2 do TST reforça o não cabimento de mandado de
segurança contra a decisão que homologa o acordo extrajudicial
de modo parcial. Contra essa decisão, cabe o recurso ordinário e,
por isso, o mandado de segurança é inviável.

"RECURSO ORDINÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA - JURISDIÇÃO


VOLUNTÁRIA - ACORDO EXTRAJUDICIAL - HOMOLOGAÇÃO PARCIAL -
EXISTÊNCIA DE RECURSO PRÓPRIO - ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL
Nº 92 DA SBDI-2. 1. Trata-se de mandado de segurança impetrado contra ato
de magistrado que, nos autos de procedimento de jurisdição voluntária,
homologou apenas parcialmente acordo extrajudicial firmado entre as partes. 2.
No caso, o ato tido como coator é passível de impugnação mediante recurso
próprio, conforme precedentes desta Corte. 3. A pretensão não encontra amparo
na via excepcionalíssima do mandado de segurança. Orientação Jurisprudencial
nº 92 da Subseção II Especializada em Dissídios Individuais desta Corte.
Recurso ordinário desprovido" (ROT-291-22.2020.5.20.0000, Subseção II
Especializada em Dissídios Individuais, Relatora Desembargadora Convocada
Margareth Rodrigues Costa, DEJT 05/04/2024).

Tema 03 – SDI-2 do TST reafirma o cabimento de ação rescisória


para retirar a eficácia da coisa julgada que condena o
reclamante, beneficiário da justiça gratuita, a pagar honorários
ao advogado da empresa, em razão de sucumbência, por meio
do crédito apurado na própria ação trabalhista.

"RECURSO ORDINÁRIO EM AÇÃO RESCISÓRIA - DECISÃO RESCINDENDA


TRANSITADA EM JULGADO SOB A ÉGIDE DO CPC DE 2015 - CAUSA DE
RESCINDIBILIDADE DO ART. 966, V , DO CPC - BENEFÍCIO DA JUSTIÇA
GRATUITA - HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS - SUSPENSÃO DE
EXIGIBILIDADE - VEDAÇÃO À COMPENSAÇÃO PROCESSUAL IMEDIATA
COM OS CRÉDITOS RECONHECIDOS EM JUÍZO - NECESSIDADE DE
PROVA SUPERVENIENTE DE QUE A HIPOSSUFICIÊNCIA DO
TRABALHADOR NÃO MAIS EXISTE - DECISÃO DO STF NA ADI 5766 -
INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO § 4º DO ART. 791-A DA CLT -
VIOLAÇÃO DO ART. 5º, XXXV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. A cobrança
de honorários advocatícios sucumbenciais dos beneficiários da justiça gratuita,
prevista no § 4º do art. 791-A da CLT, foi alvo da Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 5766, tendo o Supremo Tribunal Federal declarado a
inconstitucionalidade parcial desse preceito, mas apenas no tocante à expressão
"desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos
capazes de suportar a despesa". 2. No acórdão rescindendo, o Tribunal Regional
do Trabalho proferiu decisão em parcial dissonância com o entendimento
vinculante do STF, na medida em que concluiu ser devido o pagamento de
honorários advocatícios sucumbenciais a cargo da parte reclamante, beneficiária
da justiça gratuita, mas não determinou a suspensão de sua exigibilidade nos
termos referidos, sem a possibilidade de compensação processual imediata dos
créditos reconhecidos em juízo. 3. Ao contrário, foi registrado ser "inviável
eventual alegação quanto à negativa de acesso à justiça ou à violação do
princípio do direito de ação (art. 5º, inc. XXXV, da CF), porquanto, eventual
condenação em honorários será custeada ao final e não no ingresso da demanda
e, ao beneficiário da justiça gratuita, com créditos porventura obtidos perante a
Justiça". 4. Verifica-se que a condenação imposta pelo Tribunal Regional
decorreu da observância do § 4º do art. 791-A da CLT em sua integralidade, o
que destoa do entendimento vinculante do Supremo Tribunal Federal,
autorizando o corte rescisório por violação do art. 5º, XXXV, da Constituição
Federal. 5. Isso em conformidade com a tese firmada pelo STF no Tema de
Repercussão Geral 733, segundo a qual "A decisão do Supremo Tribunal
Federal declarando a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito
normativo não produz a automática reforma ou rescisão das decisões anteriores
que tenham adotado entendimento diferente. Para que tal ocorra, será
indispensável a interposição de recurso próprio ou, se for o caso, a propositura
de ação rescisória própria, nos termos do art. 485 do CPC de 1973
[correspondente ao art. 966 do CPC de 2015], observado o respectivo prazo
decadencial". Recurso ordinário parcialmente provido" (ROT-1434-
86.2019.5.09.0000, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais,
Relatora Desembargadora Convocada Margareth Rodrigues Costa, DEJT
05/04/2024).

Tema 04 – SDI-2 do TST reitera o entendimento de que a má


aplicação da prescrição intercorrente autoriza o manejo de ação
rescisória, ainda que, na ação original, não tenha havido a
interposição de todos os recursos possíveis.
"AGRAVO EM RECURSO ORDINÁRIO EM AÇÃO RESCISÓRIA SOB A
ÉGIDE DO CPC/2015. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. VIOLAÇÃO
MANIFESTA DE NORMA JURÍDICA. DESNECESSIDADE DE
ESGOTAMENTO DAS VIAS RECURSAIS NA EXECUÇÃO SUBJACENTE. 1.
Absolutamente pacífica a compreensão de que a utilização da ação rescisória
não depende do esgotamento das vias recursais ordinárias ou extraordinárias na
execução trabalhista subjacente, ante a inexistência de imposição legal nesse
sentido. 2. Logo, o fato de o exequente não ter interposto agravo de petição na
ação matriz, deixando consolidar-se o trânsito em julgado da decisão atacada,
não impede o manejo da presente ação rescisória, quando constatada efetiva
violação direta e literal de norma jurídica. 3. Essa é a diretriz da Súmula 514 do
Supremo Tribunal Federal: “Admite-se ação rescisória contra sentença
transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenha esgotado todos os
recursos”. Mantém-se a decisão recorrida. Agravo conhecido e desprovido" (Ag-
ROT-1384-60.2019.5.09.0000, Subseção II Especializada em Dissídios
Individuais, Relatora Ministra Morgana de Almeida Richa, DEJT 05/04/2024).

Tema 05 – 1ª Turma do TST aplica o princípio da simetria para


absolver a empresa da condenação em honorários advocatícios
de sucumbência em ação civil pública ajuizada pelo sindicato. A
Turma invocou a jurisprudência do STJ para indicar que, se o
sindicato não paga honorários na ação coletiva, o réu também não
pode ser obrigado a pagar.
"DESTACAR. AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE
REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. HIPÓTESE EM QUE A EMPRESA
RÉ FOI SUCUMBENCENTE. IMPOSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO.
PRINCÍPIO DA SIMETRIA. TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA.
1. Em que pese o art. 18 da Lei nº 7.347/85 determinar que não haverá
condenação da “associação autora” em honorários advocatícios, salvo se
comprovada a má-fé processual, o benefício deve ser estendido à parte
contrária, quando sucumbente, em observância ao princípio da simetria.
Portanto, a impossibilidade de condenação dos sindicatos em honorários
advocatícios sucumbenciais - salvo quando comprovada a má-fé – obsta que
sejam beneficiados quando vencedores na ação civil pública. Precedentes do
Superior Tribunal de Justiça. 2. Confirma-se, pois, a decisão monocrática que
negou seguimento ao agravo de instrumento interposto pelo sindicato autor.
Agravo a que se nega provimento" (Ag-AIRR-1000050-39.2022.5.02.0363, 1ª
Turma, Relator Ministro Amaury Rodrigues Pinto Junior, DEJT 05/04/2024).

Tema 06 – 1ª Turma do TST afasta justa causa de empregado


condenado criminalmente, com sentença transitada em julgado,
mas que, durante afastamento previdenciário, teve progressão
de regime, saindo do regime fechado de cumprimento da pena.
"AGRAVO. PROVIMENTO PARCIAL. JUSTA CAUSA. SENTENÇA PENAL
TRANSITADA EM JULGADO QUANDO O AUTOR ENCONTRAVA-SE EM
AFASTAMENTO PREVIDENCIÁRIO. HIPÓTESE EM QUE FOI DEFERIDA AO
AUTOR A PROGRESSÃO DE REGIME NO CUMPRIMENTO DA PENA
(REGIME ABERTO). Afastado o óbice apontado na decisão monocrática, o
agravo interno deve ser provido para prosseguir no exame do agravo de
instrumento. Agravo conhecido e provido, no particular. DOENÇA
OCUPACIONAL. PEDIDOS DE REINTEGRAÇÃO. LITISPENDÊNCIA.
FUNDAMENTO NÃO REPRODUZIDO E NÃO IMPUGNADO NAS RAZÕES DO
RECURSO DE REVISTA. 1. No que concerne aos pedidos relativos à
reintegração no emprego ou indenização substitutiva, destaca-se que o autor
reproduziu nas razões do recurso de revista trecho do acórdão proferido em
processo distinto (Processo nº 0011589-69.2016.5.15.0071, ainda que tenha
sido reproduzido neste), deixando de transcrever o acórdão recorrido que adotou
como fundamento justamente a existência de litispendência, preliminar que já
havia sido reconhecida na sentença. 2. Em tal contexto, verifica-se que o autor
não apenas deixou de transcrever o fundamento adotado pelo TRT neste
processo relativo à litispendência (não observando os pressupostos formais
previstos no art. 896, §1º-A, I e III), como também não o combateu de forma
direta e específica (em desapreço ao princípio da dialeticidade recursal), o que
obsta o conhecimento do recurso de revista sob qualquer perspectiva. Agravo a
que se nega provimento, no particular. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
PROVIMENTO. JUSTA CAUSA. SENTENÇA PENAL TRANSITADA EM
JULGADO QUANDO O AUTOR ENCONTRAVA-SE EM AFASTAMENTO
PREVIDENCIÁRIO. HIPÓTESE EM QUE FOI DEFERIDA AO AUTOR A
PROGRESSÃO DE REGIME NO CUMPRIMENTO DA PENA (REGIME
ABERTO). Diante da potencial violação do art. 482, “d”, da CLT, dá-se
provimento ao agravo de instrumento para determinar o julgamento do recurso
de revista. Agravo de instrumento conhecido e provido. RECURSO DE
REVISTA. VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467. JUSTA CAUSA. SENTENÇA PENAL
TRANSITADA EM JULGADO QUANDO O AUTOR ENCONTRAVA-SE EM
AFASTAMENTO PREVIDENCIÁRIO. HIPÓTESE EM QUE FOI DEFERIDA AO
AUTOR A PROGRESSÃO DE REGIME NO CUMPRIMENTO DA PENA
(REGIME ABERTO). POSSIBILIDADE DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
INEXISTÊNCIA DE JUSTO MOTIVO PARA A RUPTURA CONTRATUAL.
TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA. 1. No caso, extrai-se do
acórdão regional o registro de que “o trânsito em julgado da sentença criminal
deu-se quando o contrato de trabalho do reclamante estava suspenso, pois
estava afastado pelo órgão previdenciário, recebendo auxílio-doença, o que
impossibilitou a reclamada de exercer seu direito de dispensar o autor
motivadamente”. Sinale-se ser incontroverso que, quando o autor retornou do
afastamento previdenciário, já havia sido agraciado com a progressão no regime
de cumprimento da pena que passou a ser aberto. 2. Diante de tais premissas,
o Tribunal Regional então concluiu que “tão logo o autor teve alta e retornou ao
labor, a ré o dispensou, exercendo o direito que a lei lhe assegura. Trata-se de
direito potestativo da empregadora dispensar o reclamante por justa causa no
caso dos autos, pois a hipótese é objetiva: basta a condenação criminal
transitada em julgado”. 3. Contudo, a condenação penal transitada em julgado
apenas permite a caracterização da justa causa na hipótese em que, diante da
necessidade de cumprimento da pena, torna-se impossível a presença do
empregado na empresa e, consequentemente, inviabiliza-se materialmente a
prestação de serviços. Não é possível aplicar a justa causa como uma espécie
de pena acessória ou derivada daquela imposta no juízo criminal. 4. Nesse
contexto, beneficiado o autor com a progressão do regime de cumprimento da
pena para aberto, hipótese em que se viabiliza a prestação dos serviços, não é
possível ao empregador romper o contrato de trabalho na forma do art. 482, “d”,
da CLT. Recurso de revista conhecido e provido" (RR-10377-42.2018.5.15.0071,
1ª Turma, Relator Ministro Amaury Rodrigues Pinto Junior, DEJT 05/04/2024).

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Tema 07 – 1ª Turma do TST esclarece que as parcelas vincendas


podem ser incluídas na execução, mesmo que não conste
determinação expressa, salvo se houver limitação excludente na
sentença.
"AGRAVO. PROVIMENTO. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA
COLETIVA. DIFERENÇAS DECORRENTES DE EQUIPARAÇÃO SALARIAL.
PARCELAS VINCENDAS. AUSÊNCIA DE DETERMINAÇÃO NO TÍTULO
EXECUTIVO. POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO NA FASE DE EXECUÇÃO.
TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA CARACTERIZADA JUÍZO DE RETRATAÇÃO.
Demonstrado o equívoco da decisão monocrática que negou seguimento ao
agravo de instrumento em recurso de revista, deve o Magistrado utilizar-se do
juízo de retratação previsto no art. 1.021, § 2º, do Código de Processo Civil e
determinar o julgamento do recurso. Agravo conhecido e provido. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. PROVIMENTO. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA
COLETIVA. DIFERENÇAS DECORRENTES DE EQUIPARAÇÃO SALARIAL.
PARCELAS VINCENDAS. AUSÊNCIA DE DETERMINAÇÃO NO TÍTULO
EXECUTIVO. POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO NA FASE DE EXECUÇÃO.
TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA RECONHECIDA. Demonstrada a possível
ofensa ao artigo 5º, XXXVI, da Constituição Federal, impõe-se o provimento do
agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de revista.
Agravo de instrumento conhecido e provido. RECURSO DE REVISTA.
VIGÊNCIA DA LEI N. 13.467/2017. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA
COLETIVA. DIFERENÇAS DECORRENTES DE EQUIPARAÇÃO SALARIAL.
PARCELAS VINCENDAS. AUSÊNCIA DE DETERMINAÇÃO NO TÍTULO
EXECUTIVO. POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO NA FASE DE EXECUÇÃO.
TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA RECONHECIDA. A jurisprudência desta Corte
Superior é firme no sentido de que, em se tratando de condenação ao
pagamento de parcelas de trato sucessivo, a inclusão das parcelas vincendas
na execução, enquanto perdurar a situação de fato que gerou a condenação,
não resulta em afronta à coisa julgada, ainda que essa determinação não conste
do título executivo. No caso, o Tribunal Regional, ao apontar o óbice da coisa
julgada com vistas o obstar a inclusão das parcelas vincendas decorrentes do
reconhecimento de equiparação salarial, sem que haja o registro de que o título
executivo expressamente afastou a incidência de tais parcelas, aplicou mal o art.
5º, XXXVI, da Constituição Federal. Precedentes. Recurso de revista conhecido
e provido" (RR-10456-17.2022.5.03.0135, 1ª Turma, Relator Ministro Amaury
Rodrigues Pinto Junior, DEJT 05/04/2024).

Acompanhe todas as terças-feiras, às 18h45, a live semanal do prof.


Antonio Umberto, CANTO DO PROCESSO – Apaixonados por processo.
Cada semana um episódio diferente, sobre algum tema prático e relevante
para o advogado. Nessa terça-feira, o professor Antonio Umberto recebe
o professor e juiz do trabalho Mauro Schiavi.

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