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Vice-Presidente
reclamante, o juiz reviu sua decisão e designou audiência para o dia II - outras peças que contenham elementos necessários ao exame
Diante dessa decisão, foi impetrado mandado de segurança que foi Verifica-se que não foi juntada aos autos cópia da certidão e
indeferido, ao fundamento de que incabível, uma vez que há publicação da decisão que indeferiu o MSCiv 0020156-
remédio processual próprio para impugnar a referida decisão. 75.2020.5.04.0000, para fins de aferir a tempestividade da presente
Afirma que o indeferimento da liminar postulada no mandado de André Reverbel Fernandes, datada de 17/02/2020 (fl. 298) e o
segurança permite o prosseguimento de processo em que se Sumário (fl. 315), com a mesma data de intimação e, não há outros
discute a validade de direitos negociados coletivamente, de forma, documentos que demonstrem a ciência da decisão em data diversa.
descumprimento de determinação judicial de efeito vinculante de Ressalta-se que, se considerada a referida data, a presente medida
suspensão, exarada pelo E. STF (ARE 1121633) e pelo próprio TST estaria intempestiva, nos termos do art. 17 do RICGT.
da fase instrutória de processo, cuja conclusão necessariamente Assim, tendo em vista que a requerente não instruiu a petição inicial
depende da fixação de tese pelo STF, acarreta severos prejuízos às com a certidão de publicação ou outros documentos que
partes litigantes, notadamente à linha de defesa a ser adotada em demonstrassem a tempestividade da medida, com fundamento no
contestação e demais atos defensivos por parte da Empresa. disposto nos arts. 15, II e 20, I, do RICGJT, INDEFIRO a petição
Diante do exposto, requer a) o deferimento do pedido liminar, em da petição inicial e ao Terceiro Interessado.
À análise.
(...)
26/03/2020.
CORREIÇÃO PARCIAL OU RECLAMAÇÃO CORREICIONAL (88) Diante dessa decisão, foi impetrado mandado de segurança que foi
Nº 1000164-25.2020.5.00.0000 indeferido, ao fundamento de que incabível, uma vez que há
De início, determino a correção da autuação para fazer constar Diante do exposto, requer a) o deferimento do pedido liminar, em
como Requerido o Exmo. Desembargador ANDRE REVERBEL caráter inaudita altera pars, para suspender totalmente o
FERNANDES. andamento do processo 0021316- 36.2019.5.04.0012 até o
Trata-se de Correição Parcial, com pedido de liminar, proposta julgamento definitivo do ARE 1121633; b) sucessivamente, a
SKILL ENGENHARIA S.A. em face da decisão proferida pelo suspensão processual, liminar, do referido processo, até o trânsito
Exmo. Desembargador ANDRE REVERBEL FERNANDES do em julgado do Mandado de Segurança n.º 0020156-
À análise.
(...)
PODER JUDICIÁRIO
Ressalta-se que, se considerada a referida data, a presente medida
JUSTIÇA DO TRABALHO
estaria intempestiva, nos termos do art. 17 do RICGT.
disposto nos arts. 15, II e 20, I, do RICGJT, INDEFIRO a petição CORREIÇÃO PARCIAL OU RECLAMAÇÃO CORREICIONAL (88)
FURTADO
De início, determino a correção da autuação para fazer constar Diante do exposto, requer a) o deferimento do pedido liminar, em
como Requerido o Exmo. Desembargador ANDRE REVERBEL caráter inaudita altera pars, para suspender totalmente o
Trata-se de Correição Parcial, com pedido de liminar, proposta julgamento definitivo do ARE 1121633; b) sucessivamente, a
SKILL ENGENHARIA S.A. em face da decisão proferida pelo suspensão processual, liminar, do referido processo, até o trânsito
Exmo. Desembargador ANDRE REVERBEL FERNANDES do em julgado do Mandado de Segurança n.º 0020156-
Tribunal Regional da 4ª Região que indeferiu a petição inicial do 75.2020.5.04.0000 no Tribunal da 4ª Região; e c) sucessivamente,
mandado de segurança nº MSCiv 0020156-75.2020.5.04.0000, pelo a determinação de análise da liminar pleiteada no referido
qual a parte pretendia suspender a decisão do juízo de 1º grau na mandamus pelo eg. TRT da 4ª Região.
decisão do juiz de primeira instância. A presente Correição parcial não merece prosseguimento, uma vez
Aduz a requerente que foi designada audiência para o dia Regimento Interno da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho.
processo, ao argumento de que um dos temas da Reclamação Dispõe o referido dispositivo regimental:
que é objeto do tema 1046 com determinação de suspensão pelo Art. 15 A petição inicial será obrigatoriamente instruída com:
(...)
reclamante, o juiz reviu sua decisão e designou audiência para o dia II - outras peças que contenham elementos necessários ao exame
Diante dessa decisão, foi impetrado mandado de segurança que foi Verifica-se que não foi juntada aos autos cópia da certidão e
indeferido, ao fundamento de que incabível, uma vez que há publicação da decisão que indeferiu o MSCiv 0020156-
remédio processual próprio para impugnar a referida decisão. 75.2020.5.04.0000, para fins de aferir a tempestividade da presente
Afirma que o indeferimento da liminar postulada no mandado de André Reverbel Fernandes, datada de 17/02/2020 (fl. 298) e o
segurança permite o prosseguimento de processo em que se Sumário (fl. 315), com a mesma data de intimação e, não há outros
discute a validade de direitos negociados coletivamente, de forma, documentos que demonstrem a ciência da decisão em data diversa.
descumprimento de determinação judicial de efeito vinculante de Ressalta-se que, se considerada a referida data, a presente medida
REVERBEL FERNANDES, do Tribunal da 4ª Região, com o envio REQUERENTE: XP INVESTIMENTOS CORRETORA DE CAMBIO,
REGIÃO
Vistos etc.
BRASILIA, 2 de Março de 2020 Região Rafael Edson Pugliese Ribeiro e Mariângela de Campos
Ministro ALOYSIO SILVA CORRÊA DA VEIGA 07.352.916/0001-50) e LUDWIG AMMON (CPF nº 034.307.317-04).
no mandado de segurança nº 1000146-47.2020.5.02.0000, até que necessária a prova pré-constituída dos fatos impeditivos ao
impetrado e examine a legalidade da decisão emanada pelo juízo Salienta que contra a decisão proferida nos autos do Mandado de
Submetidos os autos à conclusão do Exmo. Ministro João Batista de Ordinário que foi recebido como Agravo Regimental, razão por que
Brito Pereira, na forma do artigo 2º, §2º do Regimento Interno da argumenta não haver outra alternativa senão a presente Correição
CGJT, c/c artigos 15, III e 41, XXX do Regimento Interno do Parcial, uma vez que "o rito de julgamento do Agravo Regimental
Tribunal Superior do Trabalho, foi proferida a seguinte decisão: não atende à urgência exigida pelo presente caso" (ID.
CORRETORA DE CAMBIO, TITULOS E VALORES MOBILIARIOS Argumenta que, ao receber: "o recurso ordinário, ajuizado de
S.A. em face da decisão proferida pela Desembargadora forma correta contra a decisão que denegou a segurança,
Mariângela de Campos Argento Muraro do Tribunal Regional do como agravo regimental, isso implicou em tumulto processual,
Trabalho da 2ª Região, que denegou a segurança nos autos do retirando da ora corrigente a possibilidade de se buscar efeito
manteve, pois, a decisão proferida nos autos da Reclamação E prossegue a requerente, in verbis:
Trabalhista 0113700-92.2006.5.02.0088, em trâmite no Juízo "A não concessão da liminar ora requerida implicará prejuízos
Auxiliar em Execução do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª consideráveis para a Corrigente, vez que tal montante afetará seu
Região, que responsabilizou a requerente pelo pagamento de fluxo de caixa, podendo gerar inadimplência de pagamentos,
execução decorrente de lide da qual nunca participou, segundo inclusive de verbas trabalhistas dos seus 2.100 empregados.
argumenta, bem como em face da decisão proferida pelo 66. É importante esclarecer que o valor objeto da iminente
Desembargador Vice-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho constrição R$ 24.496.104,82 representa quase duas vezes o valor
ordens de bloqueio emitidas pelo sistema BACENJUD e SIMBA, o "A medida se justifica pela urgência, na medida em que (i) houve
Juízo de Primeiro Grau determinou que a requerente depositasse o indeferimento liminar do mandado de segurança impetrado em
valor de R$ 24.496.104,82, no prazo de 48 horas, sob pena de 22/01/2020; (ii) o prazo para cumprimento da decisão resta
Informa que impetrou Mandado de Segurança em razão da aludida quantia de R$ 24.496.104,82 (vinte e quatro milhões, quatrocentos
decisão, sob o argumento de que a "decisão da MM. Autoridade e noventa e seis mil, cento e quatro reais e oitenta e dois centavos),
Coatora violou seu direito líquido e certo ao lhe direcionar a sob pena de execução forçada e risco de penhora online; e (iii) a
responsabilidade pelo pagamento da execução, com a simples decisão de mandado de segurança não emitiu juízo de valor a
justificativa de que a Corrigente teria descumprido ordens judiciais" respeito da matéria controvertida; (iv) O recurso ordinário em
. Salienta que não é e nunca foi parte no processo principal. mandado de segurança da Corrigente fora recebido como Agravo
Argumenta que não foi observado o devido processo legal para Regimental que não respeita a urgência necessária do caso".
contraditório e a ampla defesa, o que, segundo sustenta, justificaria "Com base em todo o exposto, diante da ilegalidade do ato atacado,
Aduz, entretanto, que a segurança foi denegada, sob o fundamento imediatamente suspensos até que o próprio ato seja cassado em
requerente para o cumprimento da determinação judicial. (i) Seja reconhecida a ocorrência do tumulto processual, com a
Sustenta que o fato de não haver disposição de lei que autorize cassação da decisão que responsabilizou a Corrigente pela
transferir para terceiro, estranho à relação jurídica, a execução processada na reclamação trabalhista nº 0113700-
responsabilidade pelo adimplemento dos valores devidos em 92.2006.5.02.0088 e determinou o pagamento em 48 horas da
execução trabalhista é suficiente para a concessão da segurança, quantia de R$ 24.496.104,82 (vinte e quatro milhões, quatrocentos
porquanto constitui direito líquido e certo da requerente, não sendo e noventa e seis mil, cento e quatro reais e oitenta e dois centavos),
sob pena de expedição de ofícios às autoridades competentes para sido determinado seu encaminhamento à Secretaria para o
(ii) Seja cassada a ordem de suspensão (sic) de ofícios; Ressalte-se que as providências cabíveis para viabilizar o
(iii) Ad cautelam, seja suspensa a ordem de pagamento exarada julgamento do Agravo Regimental consistem, dentre outras, em
nos autos da reclamação trabalhista nº 0113700-92.2006.5.02.0088 inclusão em pauta de julgamento, o que inviabiliza a urgência na
(iv) Sejam comunicadas, de imediato, na forma e pelos modos segurança, acabou por manter a decisão proferida pelo Juízo de
apropriados, a autoridade Corrigenda (I. Relatora do Mandado de Primeiro Grau que determinou o pagamento em 48 horas da quantia
Segurança Mariangela Muraro e I. Juiz do Trabalho do Juízo de R$ 24.496.104,82 (vinte e quatro milhões, quatrocentos e
Auxiliar em Execução do Tribunal Regional do Trabalho de São noventa e seis mil, cento e quatro reais e oitenta e dois centavos),
Paulo, Dr. Jorge Batalha Leite) dos termos da decisão liminar que sob pena de expedição de ofícios às autoridades competentes para
se aguarda seja deferida neste Superior Instância, para que tomem apurações criminais e de infrações administrativas. Ressalte-se,
as providências necessárias nos autos da reclamação trabalhista ainda, que referido prazo já se exauriu, uma vez que aludida
(v) Sejam intimados os litisconsortes: Essa circunstância atrai a incidência do parágrafo único do artigo 13
* RICARDO ALEXANDRE MENDES ("Sr. Ricardo"), brasileiro, do Regimento Interno da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho
08525-000, representado pela Dra. Carmen Cristina Braga, inscrita Parágrafo único. Em situação extrema ou excepcional, poderá o
na OAB/SP sob o nº 129.428, com endereço na Rua do Bosque, nº Corregedor-Geral adotar as medidas necessárias a impedir lesão de
1.589, 3º andar, Conjuntos 302/304, CEP 01136-000, São Paulo/SP difícil reparação, assegurando, dessa forma, eventual resultado útil
* GREEN LIFE EXECUÇÃO DE PROJETOS AMBIENTAIS LTDA do processo, até que ocorra o exame da matéria pelo órgão
("Green Life"), pessoa jurídica de direito privado, inscrita no jurisdicional competente. Dessa forma, considerando que o
CNPJ/MF sob o n° 07.352.916/0001-50, com sede na Rua Avenida julgamento do Agravo Regimental depende de sua inclusão em
Ministro Ivan Lins, nº 800, sala 202, Rio de Janeiro/RJ, CEP 22620- pauta bem como que a requerente está na iminência de sofrer
110, representado pelo Dr. Tulio Claudio Ideses, inscrito na OAB/RJ execução forçada no valor de 24.496.104,82
sob o nº 95.180, com endereço na Rua do Carmo, nº 11, 7º andar, (vinte e quatro milhões, quatrocentos e noventa e seis mil, cento e
CEP 20011-020, Rio de Janeiro/RJ. quatro reais e oitenta e dois centavos), e que há determinação de
LUDWIG AMMON ("Sr. Ludwig"), brasileiro, inscrito no CPF sob o expedição de ofícios às autoridades competentes para apurações
nº 034.307.317-04, com endereço na Avenida Atlântica, nº 2.768, criminais e de infrações administrativas, está configurada a situação
Rio de Janeiro/RJ, CEP 22070-000, representado pelo Dr. Wagner extrema que autoriza o Corregedor-Geral a adotar as medias
Yukito Kohatsu, inscrito na OAB/SP sob o nº 198.602, com necessárias para impedir lesão de difícil reparação, assegurando,
endereço na Av. Paulista, 1274, 14º andar, CEP 01310-925, São dessa forma, eventual resultado útil do processo, até que ocorra o
(vi) Após os procedimentos de praxe e regimentais, sejam os pelo órgão jurisdicional competente.
presentes autos conclusos com Vossa Excelência, na forma do Por fim, frise-se que o permissivo contido no parágrafo único do
Regimento Interno desta Corregedoria, para decisão final que artigo 13 do RICGJT possui natureza eminentemente acautelatória,
haverá de confirmar os termos da liminar e sua aplicação não acarreta manifestação conclusiva sobre a
ora pleiteada tornando definitivos seus efeitos." pretensão formulada no mandado de segurança ou na reclamação
Verifica-se que o Recurso Ordinário interposto pela requerente Ante o exposto, DEFIRO a liminar para conceder efeito suspensivo
contra a decisão monocrática mediante a qual se denegou a ao Agravo Regimental interposto à decisão proferida no Mandado
47.2020.5.02.0000 foi recebido como Agravo Regimental, tendo consequência, suspender os efeitos da decisão de ID. 1106203
proferida nos autos da Reclamação Trabalhista 0113700- do Trabalho, em face do que dispõe a parte final do referido
do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, até que o relator Contudo, não há notícias acerca da análise, quando do
natural da causa, Ministro Lelio Bentes Correa, Corregedor-Geral da processamento do recurso aviado em face da decisão que denegou
Justiça do Trabalho, reexamine o presente pedido. a segurança requerida, acerca do "pedido de tutela de urgência,
Findas as férias coletivas dos Senhores Ministros desta Corte, com fundamento no artigo 149, do Regimento Interno do Tribunal
remeta-se o feito ao nobre Ministro Lelio Bentes Correa. Regional do Trabalho da 2ª Região c/c artigo 895, da CLT",
Dê-se ciência desta decisão, com urgência, à Requerente, à destinado à demonstração da lesão de difícil reparação na medida
Presidente do Tribunal Regional da 2ª Região, à Desembargadora em que a decisão então recorrida, ao denegar a segurança, acabou
Mariângela de Campos Argento Muraro do Tribunal Regional do por manter a decisão proferida pelo Juízo de Primeiro Grau que
Trabalho da 2ª Região e ao Juízo Auxiliar em Execução do Tribunal determinou o pagamento em 48 horas da quantia de R$
Regional do Trabalho da 2ª Região.- g.n. 24.496.104,82 (vinte e quatro milhões, quatrocentos e noventa e
Passo à análise. seis mil, cento e quatro reais e oitenta e dois centavos), já tendo se
Consoante disposto no artigo 13, cabeça, do RICGJT, "a Correição esgotado o prazo então determinado para o pagamento. Por outro
Parcial é cabível para corrigir erros, abusos e atos contrários à boa lado, o recebimento do recurso em fungibilidade como agravo
ordem processual e que importem em atentado a fórmulas legais de regimental, não permite concluir acerca da concessão de qualquer
processo, quando para o caso não haja recurso ou outro meio efeito suspensivo ou impedimento à produção de efeitos imediatos à
extrema ou excepcional, poderá o Corregedor-Geral adotar as Tal circunstância é o que basta para que se verifique que persistem
medidas necessárias a impedir lesão de difícil reparação, os fundamentos considerados pelo Exmo. Ministro João Batista de
assegurando, dessa forma, eventual resultado útil do processo, até Brito Pereira quando, em juízo perfunctório, concedeu a liminar
No presente caso, impugna-se a decisão por meio da qual se autos principais, não há dúvidas de que situação descrita
responsabilizou a Corrigente pelo pagamento da quantia executada caracteriza situação extrema e excepcional a atrair a atuação
no processo 0113700- 92.2006.5.02.0088, com imposição de multa. acautelatória da Corregedoria-Geral, a fim de impedir lesão de difícil
Em face de tal decisão, foi impetrado mandado de segurança, cuja reparação, com vistas a assegurar eventual resultado útil do
liminar fora denegada, com posterior interposição de recurso processo, até que ocorra o exame da matéria pelo órgão
ordinário, recebido como Agravo Regimental por meio de despacho jurisdicional competente, nos moldes permitidos pelo parágrafo
da 2ª Região, verbis(Id. ID. b4972cc): Ante todo o exposto, com fundamento no parágrafo único do artigo
Pelo princípio da fungibilidade recursal, e em conformidade com a 13 do RICGJT, DEFIRO a liminar requerida para, mantendo a
OJ 69 da SDI-2 do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho, recebo decisão de Id. ID. 6aaaf01, conceder efeito suspensivo ao Agravo
como agravo regimental o recurso da impetrante, cujo cabimento Regimental interposto à decisão proferida no Mandado de
se respalda no artigo 175, II, "c" do Regimento Interno desta Corte. Segurança MS-1000146-47.2020.5.02.0000, e, em consequência,
Conquanto a conclusão da respeitável decisão impugnada tenha suspender os efeitos da decisão de ID. 1106203 proferida nos autos
registrado a "denegação da segurança", toda a fundamentação e da Reclamação Trabalhista 0113700-92.2006.5.02.0088 pelo Juiz
dispositivos legais apontados concernem à extinção do processo do Trabalho Coordenador do CEJUSC do Tribunal Regional do
por indeferimento liminar da petição inicial. Trabalho da 2ª Região, até que ocorra o exame da matéria pelo
Individuais para processamento do agravo regimental. Dê-se ciência do inteiro teor da decisão ora proferida, com urgência,
Em relação à decisão que motivou a impetração do mandado de à Requerente, ao Exmo. Desembargador Vice- Presidente do
segurança, ainda pendente de apreciação em grau de agravo Tribunal Regional da 2ª Região e à Desembargadora Mariângela de
regimental, verifica-se que não socorre à Corrigente o caput do Campos Argento Muraro do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª
artigo 13 do Regimento Interno desta Corregedoria geral da Justiça Região - inclusive para que prestem as informações que
entenderem pertinentes, no prazo de 10 (dez) dias - bem como ao de nº 0000053-32.2018.5.20.0013, até julgamento final da presente
Regiãoe aos Terceiros Interessados. Verifica-se que a Reclamação por extrapolação de competência foi
Ministro ALOYSIO CORREA DA VEIGA Diante disso, determino que os presentes autos sejam
Trabalho.
Assinatura
Notificação
PODER JUDICIÁRIO
Notificação
JUSTIÇA DO TRABALHO Processo Nº CorPar-1000057-78.2020.5.00.0000
Relator ALOYSIO SILVA CORRÊA DA VEIGA
Fundamentação REQUERENTE XP INVESTIMENTOS CORRETORA
DE CAMBIO, TITULOS E VALORES
PROCESSO Nº TST-1000166-92.2020.5.00.0000 MOBILIARIOS S/A
ADVOGADO VILMA TOSHIE KUTOMI(OAB:
RECLAMANTE: MUNICIPIO DE MALHADOR 85350/SP)
RECLAMADO: Vilma Leite Machado REQUERIDO TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO DA 2ª REGIÃO
ACV/gvc TERCEIRO LUDWIG AMMON
INTERESSADO
TERCEIRO GREEN LIFE EXECUCAO DE
DESPACHO INTERESSADO PROJETOS AMBIENTAIS LTDA
TERCEIRO RICARDO ALEXANDRE MENDES
INTERESSADO
Trata-se de reclamação por extrapolação de competência de
Intimado(s)/Citado(s):
Tribunal com pedido de liminar, proposta pelo Município de
- XP INVESTIMENTOS CORRETORA DE CAMBIO, TITULOS E
Malhador, com fundamento nos arts. 277, 932, parágrafo único, VALORES MOBILIARIOS S/A
REQUERENTE: XP INVESTIMENTOS CORRETORA DE CAMBIO, o Regional decida acerca do cabimento do Mandado de Segurança
TITULOS E VALORES MOBILIARIOS S/A impetrado e examine a legalidade da decisão emanada pelo juízo
auxiliar da execução".
REQUERIDO: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª Brito Pereira, na forma do artigo 2º, §2º do Regimento Interno da
REGIÃO CGJT, c/c artigos 15, III e 41, XXX do Regimento Interno do
Inicialmente, retifique-se a autuação, para constar como Requeridos Auxiliar em Execução do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª
os Desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, que responsabilizou a requerente pelo pagamento de
Região Rafael Edson Pugliese Ribeiro e Mariângela de Campos execução decorrente de lide da qual nunca participou, segundo
Argento Muraro, e como Terceiros Interessados RICARDO argumenta, bem como em face da decisão proferida pelo
ALEXANDRE MENDES (CPF nº 247.126.058-63), GREEN LIFE Desembargador Vice-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho
EXECUÇÃO DE PROJETOS AMBIENTAIS LTDA (CNPJ/MF n° da 2ª Região que recebeu o Recurso Ordinário interposto como
Trata-se de Correição Parcial proposta por XP INVESTIMENTOS Sustenta que, com fundamento na ausência de atendimento às
CORRETORA DE CAMBIO, TITULOS E VALORES MOBILIARIOS ordens de bloqueio emitidas pelo sistema BACENJUD e SIMBA, o
S.A., requerendo a cassação da decisão do juízo auxiliar da Juízo de Primeiro Grau determinou que a requerente depositasse o
execução do Tribunal regional do trabalho da 2ª Região, que teria valor de R$ 24.496.104,82, no prazo de 48 horas, sob pena de
seis mil, cento e quatro reais e oitenta e dois centavos) no processo Informa que impetrou Mandado de Segurança em razão da aludida
0113700- 92.2006.5.02.0088, bem como a cassação da decisão, sob o argumento de que a "decisão da MM. Autoridade
determinação de expedição de ofícios à Polícia Federal e ao Coatora violou seu direito líquido e certo ao lhe direcionar a
Ministério Público Federal para apuração de crime, de ciência do responsabilidade pelo pagamento da execução, com a simples
conteúdo da decisão ao Comitê Gestor do Bacen Jud, ao Conselho justificativa de que a Corrigente teria descumprido ordens judiciais"
apuração de irregularidades administrativas. Requer, de maneira . Salienta que não é e nunca foi parte no processo principal.
sucessiva à cassação imediata da decisão proferida no processo Argumenta que não foi observado o devido processo legal para
principal, que seja "liminarmente suspensa a decisão ilegal do juízo apurar a culpa da requerente, não tendo sido respeitado o
auxiliar da execução que responsabilizou a Corrigente pelo contraditório e a ampla defesa, o que, segundo sustenta, justificaria
oitenta e dois centavos) no processo 0113700-92.2006.5.02.0088, Aduz, entretanto, que a segurança foi denegada, sob o fundamento
de inexistência de prova dos obstáculos indicados pela ora sob pena de execução forçada e risco de penhora online; e (iii) a
requerente para o cumprimento da determinação judicial. decisão de mandado de segurança não emitiu juízo de valor a
Sustenta que o fato de não haver disposição de lei que autorize mandado de segurança da Corrigente fora recebido como Agravo
transferir para terceiro, estranho à relação jurídica, a Regimental que não respeita a urgência necessária do caso".
necessária a prova pré-constituída dos fatos impeditivos ao "Com base em todo o exposto, diante da ilegalidade do ato atacado,
cumprimento da ordem de bloqueio. bem como da necessidade de que os efeitos do mesmo sejam
Salienta que contra a decisão proferida nos autos do Mandado de definitivo, requer-se:
Ordinário que foi recebido como Agravo Regimental, razão por que (i) Seja reconhecida a ocorrência do tumulto processual, com a
argumenta não haver outra alternativa senão a presente Correição cassação da decisão que responsabilizou a Corrigente pela
Parcial, uma vez que "o rito de julgamento do Agravo Regimental execução processada na reclamação trabalhista nº 0113700-
não atende à urgência exigida pelo presente caso" (ID. 92.2006.5.02.0088 e determinou o pagamento em 48 horas da
Argumenta que, ao receber: "o recurso ordinário, ajuizado de sob pena de expedição de ofícios às autoridades competentes para
forma correta contra a decisão que denegou a segurança, apurações criminais e de infrações administrativas;
retirando da ora corrigente a possibilidade de se buscar efeito (ii) Seja cassada a ordem de suspensão (sic) de ofícios;
fluxo de caixa, podendo gerar inadimplência de pagamentos, (iv) Sejam comunicadas, de imediato, na forma e pelos modos
inclusive de verbas trabalhistas dos seus 2.100 empregados. apropriados, a autoridade Corrigenda (I. Relatora do Mandado de
66. É importante esclarecer que o valor objeto da iminente Auxiliar em Execução do Tribunal Regional do Trabalho de São
constrição R$ 24.496.104,82 representa quase duas vezes o valor Paulo, Dr. Jorge Batalha Leite) dos termos da decisão liminar que
da folha de pagamentos da se aguarda seja deferida neste Superior Instância, para que tomem
"A medida se justifica pela urgência, na medida em que (i) houve * RICARDO ALEXANDRE MENDES ("Sr. Ricardo"), brasileiro,
indeferimento liminar do mandado de segurança impetrado em inscrito no CPF sob o nº 247.126.058-63, com endereço na Avenida
22/01/2020; (ii) o prazo para cumprimento da decisão resta Luiz Antônio de Paiva, nº 155, Ferraz de Vasconcelos/SP, CEP
exaurido, recaindo sobre a Corrigente a obrigação de pagar a 08525-000, representado pela Dra. Carmen Cristina Braga, inscrita
quantia de R$ 24.496.104,82 (vinte e quatro milhões, quatrocentos na OAB/SP sob o nº 129.428, com endereço na Rua do Bosque, nº
e noventa e seis mil, cento e quatro reais e oitenta e dois centavos), 1.589, 3º andar, Conjuntos 302/304, CEP 01136-000, São Paulo/SP
* GREEN LIFE EXECUÇÃO DE PROJETOS AMBIENTAIS LTDA ainda, que referido prazo já se exauriu, uma vez que aludida
CNPJ/MF sob o n° 07.352.916/0001-50, com sede na Rua Avenida Essa circunstância atrai a incidência do parágrafo único do artigo 13
Ministro Ivan Lins, nº 800, sala 202, Rio de Janeiro/RJ, CEP 22620- do Regimento Interno da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho
110, representado pelo Dr. Tulio Claudio Ideses, inscrito na OAB/RJ que preconiza:
LUDWIG AMMON ("Sr. Ludwig"), brasileiro, inscrito no CPF sob o Parágrafo único. Em situação extrema ou excepcional, poderá o
nº 034.307.317-04, com endereço na Avenida Atlântica, nº 2.768, Corregedor-Geral adotar as medidas necessárias a impedir lesão de
Rio de Janeiro/RJ, CEP 22070-000, representado pelo Dr. Wagner difícil reparação, assegurando, dessa forma, eventual resultado útil
Yukito Kohatsu, inscrito na OAB/SP sob o nº 198.602, com do processo, até que ocorra o exame da matéria pelo órgão
endereço na Av. Paulista, 1274, 14º andar, CEP 01310-925, São jurisdicional competente. Dessa forma, considerando que o
(vi) Após os procedimentos de praxe e regimentais, sejam os execução forçada no valor de 24.496.104,82
Regimento Interno desta Corregedoria, para decisão final que (vinte e quatro milhões, quatrocentos e noventa e seis mil, cento e
haverá de confirmar os termos da liminar quatro reais e oitenta e dois centavos), e que há determinação de
ora pleiteada tornando definitivos seus efeitos." criminais e de infrações administrativas, está configurada a situação
Verifica-se que o Recurso Ordinário interposto pela requerente pelo órgão jurisdicional competente.
segurança nos autos do Mando de Segurança MS-1000146- Por fim, frise-se que o permissivo contido no parágrafo único do
47.2020.5.02.0000 foi recebido como Agravo Regimental, tendo artigo 13 do RICGJT possui natureza eminentemente acautelatória,
sido determinado seu encaminhamento à Secretaria para o e sua aplicação não acarreta manifestação conclusiva sobre a
apreciação da questão. Ante o exposto, DEFIRO a liminar para conceder efeito suspensivo
segurança, acabou por manter a decisão proferida pelo Juízo de consequência, suspender os efeitos da decisão de ID. 1106203
Primeiro Grau que determinou o pagamento em 48 horas da quantia proferida nos autos da Reclamação Trabalhista 0113700-
de R$ 24.496.104,82 (vinte e quatro milhões, quatrocentos e 92.2006.5.02.0088 pelo Juiz do Trabalho Coordenador do CEJUSC
noventa e seis mil, cento e quatro reais e oitenta e dois centavos), do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, até que o relator
sob pena de expedição de ofícios às autoridades competentes para natural da causa, Ministro Lelio Bentes Correa, Corregedor-Geral da
Findas as férias coletivas dos Senhores Ministros desta Corte, segurança, ainda pendente de apreciação em grau de agravo
remeta-se o feito ao nobre Ministro Lelio Bentes Correa. regimental, verifica-se que não socorre à Corrigente o caput do
Dê-se ciência desta decisão, com urgência, à Requerente, à do Trabalho, em face do que dispõe a parte final do referido
Trabalho da 2ª Região e ao Juízo Auxiliar em Execução do Tribunal Contudo, não há notícias acerca da análise, quando do
Regional do Trabalho da 2ª Região.- g.n. processamento do recurso aviado em face da decisão que denegou
Consoante disposto no artigo 13, cabeça, do RICGJT, "a Correição destinado à demonstração da lesão de difícil reparação na medida
Parcial é cabível para corrigir erros, abusos e atos contrários à boa em que a decisão então recorrida, ao denegar a segurança, acabou
ordem processual e que importem em atentado a fórmulas legais de por manter a decisão proferida pelo Juízo de Primeiro Grau que
processo, quando para o caso não haja recurso ou outro meio determinou o pagamento em 48 horas da quantia de R$
O parágrafo único do referido dispositivo dispõe que "em situação esgotado o prazo então determinado para o pagamento. Por outro
extrema ou excepcional, poderá o Corregedor-Geral adotar as lado, o recebimento do recurso em fungibilidade como agravo
medidas necessárias a impedir lesão de difícil reparação, regimental, não permite concluir acerca da concessão de qualquer
assegurando, dessa forma, eventual resultado útil do processo, até efeito suspensivo ou impedimento à produção de efeitos imediatos à
que ocorra o exame da matéria pelo órgão jurisdicional ordem de responsabilização e determinação de pagamento à ora
competente". Corrigente.
No presente caso, impugna-se a decisão por meio da qual se Tal circunstância é o que basta para que se verifique que persistem
responsabilizou a Corrigente pelo pagamento da quantia executada os fundamentos considerados pelo Exmo. Ministro João Batista de
no processo 0113700- 92.2006.5.02.0088, com imposição de multa. Brito Pereira quando, em juízo perfunctório, concedeu a liminar
ordinário, recebido como Agravo Regimental por meio de despacho Sem emitir juízo de valor a respeito da matéria controvertida nos
monocrático do Vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho autos principais, não há dúvidas de que situação descrita
da 2ª Região, verbis(Id. ID. b4972cc): caracteriza situação extrema e excepcional a atrair a atuação
Pelo princípio da fungibilidade recursal, e em conformidade com a reparação, com vistas a assegurar eventual resultado útil do
OJ 69 da SDI-2 do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho, recebo processo, até que ocorra o exame da matéria pelo órgão
como agravo regimental o recurso da impetrante, cujo cabimento jurisdicional competente, nos moldes permitidos pelo parágrafo
se respalda no artigo 175, II, "c" do Regimento Interno desta Corte. único do artigo 13 do RICGJT.
registrado a "denegação da segurança", toda a fundamentação e Ante todo o exposto, com fundamento no parágrafo único do artigo
dispositivos legais apontados concernem à extinção do processo 13 do RICGJT, DEFIRO a liminar requerida para, mantendo a
por indeferimento liminar da petição inicial. decisão de Id. ID. 6aaaf01, conceder efeito suspensivo ao Agravo
Individuais para processamento do agravo regimental. suspender os efeitos da decisão de ID. 1106203 proferida nos autos
Campos Argento Muraro do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª CORREIÇÃO PARCIAL OU RECLAMAÇÃO CORREICIONAL (88)
Juízo Auxiliar em Execução do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª REQUERENTE: XP INVESTIMENTOS CORRETORA DE CAMBIO,
REGIÃO
Vistos etc.
conteúdo da decisão ao Comitê Gestor do Bacen Jud, ao Conselho justificativa de que a Corrigente teria descumprido ordens judiciais"
apuração de irregularidades administrativas. Requer, de maneira . Salienta que não é e nunca foi parte no processo principal.
sucessiva à cassação imediata da decisão proferida no processo Argumenta que não foi observado o devido processo legal para
principal, que seja "liminarmente suspensa a decisão ilegal do juízo apurar a culpa da requerente, não tendo sido respeitado o
auxiliar da execução que responsabilizou a Corrigente pelo contraditório e a ampla defesa, o que, segundo sustenta, justificaria
oitenta e dois centavos) no processo 0113700-92.2006.5.02.0088, Aduz, entretanto, que a segurança foi denegada, sob o fundamento
até o julgamento final do recurso recebido como agravo regimental de inexistência de prova dos obstáculos indicados pela ora
no mandado de segurança nº 1000146-47.2020.5.02.0000, até que requerente para o cumprimento da determinação judicial.
impetrado e examine a legalidade da decisão emanada pelo juízo Sustenta que o fato de não haver disposição de lei que autorize
Submetidos os autos à conclusão do Exmo. Ministro João Batista de execução trabalhista é suficiente para a concessão da segurança,
Brito Pereira, na forma do artigo 2º, §2º do Regimento Interno da porquanto constitui direito líquido e certo da requerente, não sendo
CGJT, c/c artigos 15, III e 41, XXX do Regimento Interno do necessária a prova pré-constituída dos fatos impeditivos ao
Tribunal Superior do Trabalho, foi proferida a seguinte decisão: cumprimento da ordem de bloqueio.
Trata-se de Correição Parcial proposta por XP INVESTIMENTOS Salienta que contra a decisão proferida nos autos do Mandado de
S.A. em face da decisão proferida pela Desembargadora Ordinário que foi recebido como Agravo Regimental, razão por que
Mariângela de Campos Argento Muraro do Tribunal Regional do argumenta não haver outra alternativa senão a presente Correição
Trabalho da 2ª Região, que denegou a segurança nos autos do Parcial, uma vez que "o rito de julgamento do Agravo Regimental
Mandado de Segurança MS-1000146-47.2020.5.02.0000, e não atende à urgência exigida pelo presente caso" (ID.
Auxiliar em Execução do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Argumenta que, ao receber: "o recurso ordinário, ajuizado de
Região, que responsabilizou a requerente pelo pagamento de forma correta contra a decisão que denegou a segurança,
execução decorrente de lide da qual nunca participou, segundo como agravo regimental, isso implicou em tumulto processual,
argumenta, bem como em face da decisão proferida pelo retirando da ora corrigente a possibilidade de se buscar efeito
Desembargador Vice-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho suspensivo em sede de recurso ordinário" (ID. ee26b59).
Sustenta que, com fundamento na ausência de atendimento às "A não concessão da liminar ora requerida implicará prejuízos
ordens de bloqueio emitidas pelo sistema BACENJUD e SIMBA, o consideráveis para a Corrigente, vez que tal montante afetará seu
Juízo de Primeiro Grau determinou que a requerente depositasse o fluxo de caixa, podendo gerar inadimplência de pagamentos,
valor de R$ 24.496.104,82, no prazo de 48 horas, sob pena de inclusive de verbas trabalhistas dos seus 2.100 empregados.
execução forçada.
Informa que impetrou Mandado de Segurança em razão da aludida constrição R$ 24.496.104,82 representa quase duas vezes o valor
"A medida se justifica pela urgência, na medida em que (i) houve * RICARDO ALEXANDRE MENDES ("Sr. Ricardo"), brasileiro,
indeferimento liminar do mandado de segurança impetrado em inscrito no CPF sob o nº 247.126.058-63, com endereço na Avenida
22/01/2020; (ii) o prazo para cumprimento da decisão resta Luiz Antônio de Paiva, nº 155, Ferraz de Vasconcelos/SP, CEP
exaurido, recaindo sobre a Corrigente a obrigação de pagar a 08525-000, representado pela Dra. Carmen Cristina Braga, inscrita
quantia de R$ 24.496.104,82 (vinte e quatro milhões, quatrocentos na OAB/SP sob o nº 129.428, com endereço na Rua do Bosque, nº
e noventa e seis mil, cento e quatro reais e oitenta e dois centavos), 1.589, 3º andar, Conjuntos 302/304, CEP 01136-000, São Paulo/SP
decisão de mandado de segurança não emitiu juízo de valor a * GREEN LIFE EXECUÇÃO DE PROJETOS AMBIENTAIS LTDA
mandado de segurança da Corrigente fora recebido como Agravo ("Green Life"), pessoa jurídica de direito privado, inscrita no
Regimental que não respeita a urgência necessária do caso". CNPJ/MF sob o n° 07.352.916/0001-50, com sede na Rua Avenida
Ministro Ivan Lins, nº 800, sala 202, Rio de Janeiro/RJ, CEP 22620-
Conclui: 110, representado pelo Dr. Tulio Claudio Ideses, inscrito na OAB/RJ
"Com base em todo o exposto, diante da ilegalidade do ato atacado, CEP 20011-020, Rio de Janeiro/RJ.
imediatamente suspensos até que o próprio ato seja cassado em LUDWIG AMMON ("Sr. Ludwig"), brasileiro, inscrito no CPF sob o
(i) Seja reconhecida a ocorrência do tumulto processual, com a Yukito Kohatsu, inscrito na OAB/SP sob o nº 198.602, com
cassação da decisão que responsabilizou a Corrigente pela endereço na Av. Paulista, 1274, 14º andar, CEP 01310-925, São
quantia de R$ 24.496.104,82 (vinte e quatro milhões, quatrocentos (vi) Após os procedimentos de praxe e regimentais, sejam os
e noventa e seis mil, cento e quatro reais e oitenta e dois centavos), presentes autos conclusos com Vossa Excelência, na forma do
sob pena de expedição de ofícios às autoridades competentes para Regimento Interno desta Corregedoria, para decisão final que
(ii) Seja cassada a ordem de suspensão (sic) de ofícios; ora pleiteada tornando definitivos seus efeitos."
47.2020.5.02.0000;
(iv) Sejam comunicadas, de imediato, na forma e pelos modos contra a decisão monocrática mediante a qual se denegou a
apropriados, a autoridade Corrigenda (I. Relatora do Mandado de segurança nos autos do Mando de Segurança MS-1000146-
Segurança Mariangela Muraro e I. Juiz do Trabalho do Juízo 47.2020.5.02.0000 foi recebido como Agravo Regimental, tendo
Auxiliar em Execução do Tribunal Regional do Trabalho de São sido determinado seu encaminhamento à Secretaria para o
Paulo, Dr. Jorge Batalha Leite) dos termos da decisão liminar que processamento do Agravo Regimental.
as providências necessárias nos autos da reclamação trabalhista Ressalte-se que as providências cabíveis para viabilizar o
apreciação da questão. Ante o exposto, DEFIRO a liminar para conceder efeito suspensivo
segurança, acabou por manter a decisão proferida pelo Juízo de consequência, suspender os efeitos da decisão de ID. 1106203
Primeiro Grau que determinou o pagamento em 48 horas da quantia proferida nos autos da Reclamação Trabalhista 0113700-
de R$ 24.496.104,82 (vinte e quatro milhões, quatrocentos e 92.2006.5.02.0088 pelo Juiz do Trabalho Coordenador do CEJUSC
noventa e seis mil, cento e quatro reais e oitenta e dois centavos), do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, até que o relator
sob pena de expedição de ofícios às autoridades competentes para natural da causa, Ministro Lelio Bentes Correa, Corregedor-Geral da
apurações criminais e de infrações administrativas. Ressalte-se, Justiça do Trabalho, reexamine o presente pedido.
decisão foi proferida em 17/1/2020. Findas as férias coletivas dos Senhores Ministros desta Corte,
do Regimento Interno da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho Dê-se ciência desta decisão, com urgência, à Requerente, à
do processo, até que ocorra o exame da matéria pelo órgão Consoante disposto no artigo 13, cabeça, do RICGJT, "a Correição
jurisdicional competente. Dessa forma, considerando que o Parcial é cabível para corrigir erros, abusos e atos contrários à boa
julgamento do Agravo Regimental depende de sua inclusão em ordem processual e que importem em atentado a fórmulas legais de
pauta bem como que a requerente está na iminência de sofrer processo, quando para o caso não haja recurso ou outro meio
(vinte e quatro milhões, quatrocentos e noventa e seis mil, cento e O parágrafo único do referido dispositivo dispõe que "em situação
quatro reais e oitenta e dois centavos), e que há determinação de extrema ou excepcional, poderá o Corregedor-Geral adotar as
expedição de ofícios às autoridades competentes para apurações medidas necessárias a impedir lesão de difícil reparação,
criminais e de infrações administrativas, está configurada a situação assegurando, dessa forma, eventual resultado útil do processo, até
extrema que autoriza o Corregedor-Geral a adotar as medias que ocorra o exame da matéria pelo órgão jurisdicional
pelo órgão jurisdicional competente. no processo 0113700- 92.2006.5.02.0088, com imposição de multa.
Por fim, frise-se que o permissivo contido no parágrafo único do liminar fora denegada, com posterior interposição de recurso
artigo 13 do RICGJT possui natureza eminentemente acautelatória, ordinário, recebido como Agravo Regimental por meio de despacho
e sua aplicação não acarreta manifestação conclusiva sobre a monocrático do Vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho
como agravo regimental o recurso da impetrante, cujo cabimento jurisdicional competente, nos moldes permitidos pelo parágrafo
se respalda no artigo 175, II, "c" do Regimento Interno desta Corte. único do artigo 13 do RICGJT.
registrado a "denegação da segurança", toda a fundamentação e Ante todo o exposto, com fundamento no parágrafo único do artigo
dispositivos legais apontados concernem à extinção do processo 13 do RICGJT, DEFIRO a liminar requerida para, mantendo a
por indeferimento liminar da petição inicial. decisão de Id. ID. 6aaaf01, conceder efeito suspensivo ao Agravo
Individuais para processamento do agravo regimental. suspender os efeitos da decisão de ID. 1106203 proferida nos autos
Em relação à decisão que motivou a impetração do mandado de do Trabalho Coordenador do CEJUSC do Tribunal Regional do
segurança, ainda pendente de apreciação em grau de agravo Trabalho da 2ª Região, até que ocorra o exame da matéria pelo
regimental, verifica-se que não socorre à Corrigente o caput do órgão jurisdicional competente.
do Trabalho, em face do que dispõe a parte final do referido Dê-se ciência do inteiro teor da decisão ora proferida, com urgência,
Contudo, não há notícias acerca da análise, quando do Campos Argento Muraro do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª
processamento do recurso aviado em face da decisão que denegou Região - inclusive para que prestem as informações que
a segurança requerida, acerca do "pedido de tutela de urgência, entenderem pertinentes, no prazo de 10 (dez) dias - bem como ao
com fundamento no artigo 149, do Regimento Interno do Tribunal Juízo Auxiliar em Execução do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª
Regional do Trabalho da 2ª Região c/c artigo 895, da CLT", Regiãoe aos Terceiros Interessados.
lado, o recebimento do recurso em fungibilidade como agravo Ministro ALOYSIO CORREA DA VEIGA
Corrigente.
requerida.
Sem emitir juízo de valor a respeito da matéria controvertida nos Secretaria-Geral Judiciária
autos principais, não há dúvidas de que situação descrita Despacho
caracteriza situação extrema e excepcional a atrair a atuação
Processo Nº RR-0028700-81.1999.5.04.0002
acautelatória da Corregedoria-Geral, a fim de impedir lesão de difícil Complemento Processo Eletrônico
reparação, com vistas a assegurar eventual resultado útil do Relator Relator do processo não cadastrado
Recorrente BANCO DO ESTADO DE SANTA
processo, até que ocorra o exame da matéria pelo órgão CATARINA SA
Intimado(s)/Citado(s):
TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE. RECURSO ORDINÁRIO.
- BANCO DO ESTADO DE SANTA CATARINA SA
- BANCO SANTANDER S/A GREVE. DESCUMPRIMENTO DO CONTIGENCIAMENTO MÍNIMO
- MALBA TERESINHA RODRIGUES FAVILLA DE TRABALHADORES PREVISTO NA DECISÃO LIMINAR
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) determinação que fixou a multa para compelir o cumprimento da
EVELINE DE ANDRADE OLIVEIRA E SILVA ordem liminar. Determinação essa que, ressalte-se, o ora recorrente
Secretária-Geral Judiciária
foi regularmente intimado, tendo inclusive interposto agravo para
70% dos trabalhadores em atividade para a execução dos serviços Recurso ordinário parcialmente provido.
de 50% nos demais horários, sob pena de, assim não o fazendo, Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Ordinário n°
pagar multa cominatória diária no valor de R$ 100.000,00 (cem mil TST-RO-452-59.2014.5.05.0000, em que é Recorrente SINDICATO
reais)". Observa-se que, em respeito ao direito de greve, o comando DOS TRABALHADORES EM TRANSPORTES RODOVIÁRIOS NO
judicial entregou ao sindicato representante dos trabalhadores uma ESTADO DA BAHIA - STTROBA e Recorrido SINDICATO DAS
mesmo que não houvesse a ordem liminar, não se pode olvidar que Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de
além e acima da vontade judicial há a lei, que também determina a Salvador ajuizou ação cautelar inominada, com pedido de liminar,
manutenção de um percentual mínimo de trabalhadores nessas em face do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes
atividades. No caso, é incontroverso que a categoria profissional Rodoviários no Estado da Bahia - STTROBA.
paralisou suas atividades e que, apesar da obrigação estabelecida A Desembargadora relatora do processo no Tribunal Regional do
na lei, reforçada pela ordem judicial, não atendeu a população na Trabalho da 5ª Região, Dr. Débora Maria Lima Machado, deferiu
prestação dos serviços indispensáveis, no período de 26/15/2014 a parcialmente a medida liminar (fls. 86/90), para, "a- determinar ao
29/5/2014. O recorrente não trouxe aos autos elementos que Sindicato Requerido a manutenção do contingente mínimo de 70%
comprovem o cumprimento do efetivo mínimo de funcionamento dos dos trabalhadores em atividade para a execução dos serviços no
serviços essenciais de transporte coletivo determinado pela medida horário das 4h 30min às 8h 30min e das 17horas às 20 horas, e de
liminar. Portanto, sob esse aspecto, considero que houve abuso do 50% nos demais horários, sob pena de, assim não o fazendo, pagar
exercício do direito de greve, por falta de cumprimento da ordem multa cominatória diária no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais);
liminar. E, por consequência, é devido o pagamento das astreintes, b- determinar ao Sindicato Requerido que se abstenha de agir de
sendo cabível apenas discutir o valor fixado para a multa. Recurso forma a impedir, dificultar ou atrasar o cumprimento dos horários
ordinário a que se nega provimento, neste aspecto. VALOR DA das linhas, agindo em estrita observância ás normas previstas pelo
MULTA POR DESCUMPRIMENTO DA ORDEM JUDICIAL. Poder Público - evitando trafegar em fila indiana pela faixa da direita
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. ou em baixa velocidade, sendo permitida, contudo, toda e qualquer
REDUÇÃO CABÍVEL. A lei ampara a cominação de multa diária, manifestação, desde que realizada de forma pacífica, conforme
independentemente de pedido, a fim de induzir e compelir ao disposto no inciso I do art. 5º da Lei 7.783/89; c- determinar que o
cumprimento da obrigação e, assim, dar efetividade à ordem judicial Sindicato Requerido - na pessoa de seu Presidente e Diretores que
(arts. 497, 536, 537 do CPC/2015 e 12 da Lei nº 7.783/89). O valor representam a categoria e se fazem presentes ás reuniões de
da multa deve, além de conduzir ao efetivo cumprimento da negociação - promova a comunicação aos seus Representados,
obrigação imposta, atuar também de forma pedagógica, para evitar especialmente aos motoristas e cobradores, que deverão cumprir a
nova conduta desrespeitosa do sindicato no caso de outras liminar ora concedida, sob pena de prática de crime de
paralisações que ocorram no futuro. O descumprimento de ordem desobediência; d- reconhecer o direito a todos os trabalhadores,
judicial implica na incidência e aplicação da multa fixada como que não desejem aderir ao movimento paredista,de trabalhar em
"astreintes". No caso, constata-se que, no despacho que concedeu suas empresas empregadoras sem qualquer risco a sua integridade
a liminar, foi fixada multa diária no valor de R$ 100.000,00 (cem mil física ou psicológica; e - advertir o Requerido de que pode vir a ser
reais), por dia, pelo descumprimento da ordem e, posteriormente, responsabilizado por quaisquer danos de ordem material ou
majorado esse valor para R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), por pecuniário, que porventura venham a sofrer as empresas filiadas do
dia. O recorrente postula a exclusão ou redução da multa cominada. Sindicato Requerente, e os seus empregados que não desejem
Em observância aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade aderir ao movimento paredista, sujeitando-se aos efeitos da
e, ainda, para harmonizar a penalidade com a jurisprudência desta legislação competente. Por fim, defere-se o acompanhamento de
Corte, além de manter e reforçar o caráter pedagógico que se Oficial de Justiça, um em cada empresa de ônibus, a fim de garantir
pretende com a aplicação dessa espécie de multa, acolho o cumprimento desta Liminar."
parcialmente o pedido e fixo a multa por descumprimento da ordem A relatora no âmbito do TRT de origem exarou novo despacho nos
liminar no importe de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), por dia. seguintes termos: Vistos etc. 1 - Considerando que o Sindicato
determinações contidas na liminar deferida nos autos em epígrafe, a Atendidos os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso
qual não foi revogada pelo Exmo. Desembargador Presidente deste ordinário.
que, desde as 17 horas de ontem, 26.05.2014, a quase totalidade Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de
dos motoristas e cobradores das empresas de transporte público da Salvador ajuizou ação cautelar inominada, com pedido de liminar,
cidade de Salvador deixou de prestar serviços, ocasionando sérios em face do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes
últimas notícias divulgadas pelos Órgãos da Imprensa local revelam A Desembargadora relatora do processo no Tribunal Regional do
a prática de atos que, além de ocasionarem danos materiais aos Trabalho da 5ª Região deferiu parcialmente a medida liminar.
veículos de transporte das empresas filiadas ao Sindicato A relatora no âmbito do TRT de origem exarou novo despacho
Suscitante, acarretam danos à segurança e integridade física da determinando bloqueio por meio do convênio BACEN-JUD e
população desta Capital e 3 - Considerando o Poder Geral de majorou a multa fixada para o valor de 200.000,00 (duzentos mil
Código de Processo Civil, que assegura lhe a possibilidade de O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no
determinar "... as medidas provisórias que julgar adequadas, Estado da Bahia - STTROBA interpôs agravo contra a decisão
julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave ou de O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região julgou extinta a
difícil reparção: 1. Determino o imediato bloqueio, por meio do presente medida cautelar, sem resolução do mérito, uma vez que,
convênio BACEN-JUD, da importância de R$ 500.000,00 em face de acordo entabulado pelas partes, foi extinto o dissídio
(quinhentos mil reais), sendo R$ 100.000,00 referentes à multa coletivo (ação principal), no qual o sindicato representante da
prevista na liminar já deferida e o restante como forma de assegurar categoria patronal (requerente) postulou a declaração de
diária fixada no decisum de ID 218.998 para R$ 200.000,00 O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no
(duzentos mil reais). Cumpra-se. Após, notifiquem-se os Litigantes. Estado da Bahia - STTROBA interpôs recurso ordinário contra a
Transportes Rodoviários no Estado da Bahia - STTROBA interpôs O recorrente suscita preliminar de nulidade do acórdão regional. No
O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região julgou extinta a condenação por descumprimento de decisão judicial e consequente
presente medida cautelar, sem resolução do mérito, uma vez que, aplicação da multa, bem assim com relação ao valor da astreintes
categoria patronal (requerente) postulou a declaração de 1- PRELIMINAR DE NULIDADE DO ACÓRDÃO POR AUSÊNCIA
requerido, consoante o acórdão de fls. 133/139. O recorrente diz que há vício no julgado, uma vez que o sindicato
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no representante da categoria profissional não foi citado para contestar
Estado da Bahia - STTROBA interpôs recurso ordinário, às fls. a presente medida cautelar, tendo ocorrido apenas notificação
159/171, que foi admitido pelo despacho de fl. 172. quanto ao teor da liminar deferida.
Foram apresentadas contrarrazões, às fls. 177/185. Alega que a falta da citação para contestar a medida cautelar
Dispensada a remessa à Procuradoria-Geral do Trabalho, nos afronta o ditame do art. 802 do CPC, violando o direito da ampla
da vexata. Alega que fez grande esforço para que o conflito fosse solucionado
Nessa linha de raciocínio, o recorrente entende que não foi sem a deflagração de greve.
aperfeiçoada a relação processual, o que resultaria na nulidade de Diz que ao conceder a liminar a douta Julgadora a quo, concentrou,
todos os atos processuais subsequentes. data vênia, a responsabilidade pelo funcionamento da frota
Postula a declaração da nulidade do acórdão regional. unicamente na figura do Sindicato recorrente, não fixando qualquer
Salvador ajuizou ação cautelar inominada, com pedido de liminar, Assevera que ciente da sua responsabilidade legal e disposto a
em face do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes manter funcionando uma frota mínima, o sindicato recorrente enviou
Rodoviários no Estado da Bahia - STTROBA. ofícios anexos, dirigidos a diversas instituições solicitando reuniões
A Desembargadora relatora do processo no Tribunal Regional do urgentes clamando por um acordo operacional que assegurasse o
Trabalho da 5ª Região deferiu parcialmente a medida liminar, funcionamento dos serviços durante a vidência da greve, o que
fixando primeiramente multa por descumprimento da ordem judicial denota o zelo da entidade sindical com o cumprimento da lei e
no importe de 100.000,00 (cem mil reais), e, posteriormente, respeito às necessidades inadiáveis da população.
majorou o valor da astreintes para 200.000,00 (duzentos mil reais). O recorrente afirma que não há provas de que descumpriu
O requerido (ora recorrente) foi regularmente intimado no tocante ao deliberadamente a ordem judicial ou que tentou se escusar da sua
deferimento da liminar, tendo inclusive interposto agravo contra a obrigação legal, ao revés, repousa nos autos provas irrefutáveis da
referida decisão. sua conduta respeitosa seja com a população usuária, seja com o
presente medida cautelar, sem resolução do mérito, uma vez que foi Postula a exclusão da multa.
entretanto, a multa estabelecida pela desembargadora relatora Eis os fundamentos da decisão impugnada:
originária do processo, para compelir ao cumprimento da ordem (...) Isso porque é fato público e notório que, não obstante o
judicial de manutenção do contingente mínimo para atendimento deferimento da liminar postulada pelo Sindicato Requerente em
das necessidades básicas da população. 26.05.2014, o Sindicato Requerido quedou-se omisso quanto ao
No caso, não há que se falar em nulidade do julgado em razão da cumprimento das determinações contidas no referido decisum,
falta de citação para contestação, uma vez que a Corte regional não somente cessando a ilegalidade em 29.05.2014, data em que se
analisou o mérito da cautelar, diante da perda superveniente de entabulou o Ajuste entre as partes Litigantes nos autos do Dissídio
que implicou na extinção do processo principal (Dissídio Coletivo nº Nessa senda, tendo em vista o final do movimento paredista em
Ou seja, remanesceu neste processo apenas a questão sobre a acima referido, é devido pelo Sindicato Requerido o montante de R$
determinação que fixou a multa para compelir o cumprimento da 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais), sendo R$
ordem liminar. Determinação essa que, ressalte-se, o ora recorrente 100.000,00 pelo descumprimento no interregno entre as 17 horas
foi regularmente intimado, tendo inclusive interposto agravo para dia 26.05.2014 e as 16 horas e 59 minutos do dia 27.05.2014, R$
impugnar a referida ordem liminar. 200.000,00 pelo descumprimento no interregno entre as 17 horas
Portanto, no caso, infere-se que não há a apontada violação dos dia 27.05.2014 e as 16 horas e 59 minutos do dia 28.05.2014, e R$
direitos da ampla defesa e do contraditório. 150.000,00 pelo descumprimento no período compreendido entre as
29.05.2014.
2- GREVE. NÃO ATENDIMENTO DAS NECESSIDADES Fica prejudicado, assim, o exame meritório do Agravo Regimental
O recorrente insurge-se contra a decisão do TRT que fixou multa de Greve é o instrumento de pressão, de natureza constitucional,
R$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais), em razão de exercida pela categoria profissional, a fim de obter da categoria
descumprimento de ordem judicial. econômica a satisfação dos interesses dos trabalhadores, aos quais
compete "decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os a execução dos serviços no horário das 4h 30min às 8h 30min e
interesses que devam por meio dele defender" (art. 9º da CF/88). das 17horas às 20 horas, e de 50% nos demais horários, sob pena
Não obstante a amplitude constitucionalmente conferida ao direito de, assim não o fazendo, pagar multa cominatória diária no valor de
de greve, a lei maior estabelece diretrizes limitadoras ao seu R$ 100.000,00 (cem mil reais)".
exercício, e remete à legislação infraconstitucional a definição dos Observa-se que, em respeito ao direito de greve, o comando judicial
serviços ou atividades essenciais, o disciplinamento sobre o entregou ao sindicato representante dos trabalhadores uma escala
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, bem razoável e proporcional, com a finalidade de assegurar o
como a responsabilização pelos abusos cometidos. funcionamento dos serviços essenciais de transporte coletivo e de
A lei define o exercício do direito de greve como a "suspensão atender as necessidades da comunidade local.
coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal Acrescente-se que, mesmo que não houvesse a ordem liminar, não
de serviços a empregador" (art. 2º da Lei nº 7.783/89) e estabelece, se pode olvidar que além e acima da vontade judicial há a lei, que
entre outros requisitos, que, em razão do caráter essencial da também determina a manutenção de um percentual mínimo de
atividade do transporte coletivo (art. 10, V, da Lei nº 7.783/93), os trabalhadores nessas atividades.
atores sociais envolvidos no conflito - sindicatos, empregadores e Como bem esclarece o jurista italiano Norberto Bobbio, deve-se
trabalhadores - são obrigados, de mútuo consenso, "a garantir, celebrar o predomínio das leis sobre as vontades, individuais (ou
durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao coletivas): "E em que consiste a democracia, se não, no rigoroso
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade." (art. 11 respeito a estas regras" (Norberto Bobbio, in "O futuro da
Ou seja, na greve realizada em atividade considerada essencial, Embora não tenha sido objeto de impugnação nas razões do
como neste caso, os atores envolvidos são corresponsáveis na recurso ordinário, oportuno registrar que esta Corte já se pronunciou
obrigação do atendimento mínimo e essencial da população. no sentido de que, mesmo que as partes envolvidas no conflito
Elucida Raimundo Simão de Mello que a greve é também um coletivo alcancem termo de conciliação quanto aos motivos que
instrumento democrático de pressão, mas como qualquer outro provocaram a eclosão da greve, como no caso ora em exame, cabe
direito, não é absoluto. Seu principal limite está na continuidade das a manutenção da multa imposta por descumprimento da ordem
atividades inadiáveis à população: "Não se quer com isso dizer que liminar, como forma tornar efetivo o cumprimento da ordem judicial.
não possa ser feito a greve nas atividades essenciais, ela está Nesse sentido, cito o seguinte julgado:
autorizada sim, porém, haverá prejuízo para a população, que "RECURSO ORDINÁRIO. DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE.
mesmo sem greve já sofre com a deficiência dos serviços MEDIDA CAUTELAR. FIXAÇÃO DE ASTREINTES. CELEBRAÇÃO
essenciais, como atendimento médico, transporte coletivo e outros. DE ACORDO. EXTINÇÃO DO DISSÍDIO COLETIVO E DA MEDIDA
Trata-se, portanto, de se compatibilizar o exercício de dois direitos CAUTELAR. PERMANÊNCIA DA MULTA. DESCUMPRIMENTO DE
igualmente fundamentais, como o exercício da greve e o ORDEM JUDICIAL. PREJUÍZO DA COMUNIDADE USUÁRIA DO
atendimento das atividades inadiáveis da comunidade". (Raimundo TRANSPORTE PÚBLICO . 1. A recusa ou protelação do
Simão de Mello. A greve no direito brasileiro. São Paulo: LTr, 2009, cumprimento de decisões judiciais fundamentadas justifica a
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) reconhece eficazes a conferir efetividade ao provimento jurisdicional de
legitimidade à fixação de percentuais mínimos de atendimento no natureza mandamental, a exemplo do contempt of court da
caso de serviços essenciais, com o objetivo de amenizar os Common Law , estabelecido no art. 14, V, e parágrafo único, do
prejuízos causados à população durante a paralisação dos CPC, cuja aplicabilidade não é restrita às partes do processo, mas a
trabalhadores, já que estas greves não atingem apenas os todos aqueles que de qualquer forma participam do processo . 2. No
empregadores, mas também à sociedade. caso vertente, houve suspensão total das atividades pelos
A lei ampara a cominação de multa diária, independentemente de trabalhadores, não obstante a decisão liminar fixando os
pedido, a fim de induzir e compelir ao cumprimento da obrigação e, percentuais mínimos de funcionamento da frota visando ao
assim, dar efetividade à ordem judicial (arts. 497, 536, 537 do atendimento das necessidades indispensáveis e inadiáveis da
No caso, o comando liminar determinou que o suscitado mantivesse contexto, ainda que as partes envolvidas no conflito coletivo tenham
o contingente mínimo de 70% dos trabalhadores em atividade para logrado conciliação quanto às reivindicações que ensejaram a
greve, deve ser mantida a cominação da multa pelo mas, também, para compor o conflito antes mesmo do julgamento
descumprimento da decisão liminar, a fim de desestimular o abuso do dissídio coletivo, o que efetivamente acabou acontecendo.
no exercício do direito de greve e tornar efetivo o cumprimento da Argumenta que esta SDC tem optado em aplicar os princípios da
ordem judicial. Recurso ordinário conhecido e parcialmente provido" razoabilidade e da proporcionalidade, se não para isentar, pelo
(RO-4752-19.2012.5.02.0000, Seção Especializada em Dissídios menos para reduzir o valor da multa aplicada em situação de greve.
Coletivos, Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, DEJT Postula a reforma da decisão, a fim de que seja afastada a
atividades e que, apesar da obrigação estabelecida na lei, reforçada Como já afirmado nessa assentada, a lei ampara a cominação de
pela ordem judicial, não atendeu a população na prestação dos multa diária, independentemente de pedido, a fim de induzir e
serviços indispensáveis, no período de 26/15/2014 a 29/5/2014. compelir ao cumprimento da obrigação e, assim, dar efetividade à
O recorrente não trouxe aos autos elementos que comprovem o ordem judicial (arts. 497, 536, 537 do CPC/2015 e 12 da Lei nº
essenciais de transporte coletivo determinado pela medida liminar. O valor da multa deve, além de conduzir ao efetivo cumprimento da
Portanto, sob esse aspecto, considero que houve abuso do obrigação imposta, atuar também de forma pedagógica, para evitar
exercício do direito de greve, por falta de cumprimento da ordem nova conduta desrespeitosa do sindicato no caso de outras
liminar. E, por consequência, é devido o pagamento das astreintes, paralisações que ocorram no futuro.
sendo cabível apenas discutir o valor fixado para a multa. O descumprimento de ordem judicial implica na incidência e
Pelo exposto, nego provimento ao recurso ordinário. aplicação da multa fixada como "astreintes".
3 - VALOR DA MULTA POR DESCUMPRIMENTO DA ORDEM fixada multa diária no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), por
O TRT impôs o pagamento de multa, por descumprimento da ordem Em observância aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade
judicial, nas seguintes condições: e, ainda, para harmonizar a penalidade com a jurisprudência desta
"Nessa senda, tendo em vista o final do movimento paredista em Corte, além de manter e reforçar o caráter pedagógico que se
29.05.2014, mais precisamente às 11horas e 19 minutos, como pretende com a aplicação dessa espécie de multa, acolho
acima referido, é devido pelo Sindicato Requerido o montante de R$ parcialmente o pedido e fixo a multa por descumprimento da ordem
450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais), sendo R$ liminar no importe de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), por dia.
100.000,00 pelo descumprimento no interregno entre as 17 horas Dou provimento ao recurso ordinário para, reformando parcialmente
dia 26.05.2014 e as 16 horas e 59 minutos do dia 27.05.2014, R$ a decisão da Corte Regional, fixar multa por descumprimento de
200.000,00 pelo descumprimento no interregno entre as 17 horas ordem judicial no valor de R$ R$ 20.000,00 (vinte mil reais), por dia.
O recorrente afirma que o valor da multa aplicada pela Corte conhecer do recurso ordinário, rejeitar a preliminar de nulidade do
regional é exacerbado, e, se mantido, comprometerá não só as julgado por ausência de citação, e, no mérito, dar provimento ao
atividades desenvolvidas pelo sindicato, mas também o próprio recurso para, reformando parcialmente a decisão da Corte
funcionamento da entidade coletiva. Regional, fixar multa por descumprimento de ordem judicial no valor
Alega que se é verdade que a multa fixada no valor, data vênia, de R$ R$ 20.000,00 (vinte mil reais), por dia.
KÁTIA MAGALHÃES ARRUDA Dispõe o artigo 988, § 3.º do CPC que a "reclamação será autuada
Decisão Monocrática com prova documental, será autuada e distribuída, sempre que
Decisão Monocrática possível, ao relator da causa principal, observando-se, no que
Processo Nº Rcl-1000883-41.2019.5.00.0000
Relator AUGUSTO CÉSAR LEITE DE couber, as disposições deste Regimento."
CARVALHO
RECLAMANTE ATIVA INVESTIMENTOS S/A
CORRETORA DE TITULOS, CAMBIO Diante da necessidade de redistribuição do feito, determino a
E VALORES
ADVOGADO JOSE GABRIEL LOPES PIRES ASSIS remessa dos autos à Secretaria do Tribunal Pleno para as
DE ALMEIDA(OAB: 52359/RJ)
providências cabíveis na observância do disposto no artigo 988, §
RECLAMADO MINISTRA MARIA CRISTINA
IRIGOYEN PEDUZZI 3.º, do Código de Processo Civil e no artigo 211 do RITST.
TERCEIRO DANIEL POLIDORO MAMERI
INTERESSADO
Publique-se.
Intimado(s)/Citado(s):
- ATIVA INVESTIMENTOS S/A CORRETORA DE TITULOS,
CAMBIO E VALORES
Rcl - 1000883-41.2019.5.00.0000
Ministro Relator
Rcl - 1000883-41.2019.5.00.0000
Decisão Monocrática
Processo Nº Rcl-1000883-41.2019.5.00.0000
DECISÃO
Relator AUGUSTO CÉSAR LEITE DE
CARVALHO
RECLAMANTE ATIVA INVESTIMENTOS S/A
CORRETORA DE TITULOS, CAMBIO
E VALORES
ADVOGADO JOSE GABRIEL LOPES PIRES ASSIS
Trata-se de reclamação ajuizada com fulcro no art. 988, II, do DE ALMEIDA(OAB: 52359/RJ)
RECLAMADO MINISTRA MARIA CRISTINA
Código de Processo Civil, sob a alegação de que o acórdão da IRIGOYEN PEDUZZI
Intimado(s)/Citado(s):
- DANIEL POLIDORO MAMERI
Rcl - 1000883-41.2019.5.00.0000
Ministro Relator
Rcl - 1000883-41.2019.5.00.0000
Intimado(s)/Citado(s):
Dispõe o artigo 988, § 3.º do CPC que a "reclamação será autuada - ASSOCIACAO NAC DOS JUIZES CLAS DA JUSTICA DO
TRABALHO
e distribuída ao relator do processo principal, sempre que possível".
Diante da necessidade de redistribuição do feito, determino a RECLAMANTE: ASSOCIACAO NAC DOS JUIZES CLAS DA
remessa dos autos à Secretaria do Tribunal Pleno para as JUSTICA DO TRABALHO
providências cabíveis na observância do disposto no artigo 988, §
3.º, do Código de Processo Civil e no artigo 211 do RITST. ADVOGADO: Dr. JOSE ROLLEMBERG LEITE NETO
RECLAMADO: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO petição inicial e julgo extinta a presente ação, sem resolução do
mérito.
DESPACHO Publique-se.
processo 0100841-94.2016.5.01.0064.
Alega, em síntese, que, ao se declarar incompetente para promover CLÁUDIO MASCARENHAS BRANDÃO
fixados deverão ser revistas e a ele adequadas. Tal circunstância JUSTIÇA DO TRABALHO
Decisão Monocrática
Processo Nº AR-1000659-06.2019.5.00.0000
Relator CLÁUDIO MASCARENHAS
BRANDÃO
AUTOR MARCELO ANTONIO DA VERSA
ADVOGADO FRANCISCO EDGAR MANGUEIRA
NITAO(OAB: 68286/PR)
RÉU BANCO DO BRASIL SA
DESPACHO
Intimado(s)/Citado(s):
- MARCELO ANTONIO DA VERSA
AR - 1000659-06.2019.5.00.0000
Trata-se de Reclamação Constitucional ajuizada pela
57.2016.5.01.0053.
ADVOGADO: Dr. FRANCISCO EDGAR MANGUEIRA NITAO
Pois bem.
a devida redistribuição.
Publique-se.
Decisão Monocrática
Processo Nº AR-1000659-06.2019.5.00.0000
Relator CLÁUDIO MASCARENHAS
BRANDÃO
AUTOR MARCELO ANTONIO DA VERSA
ADVOGADO FRANCISCO EDGAR MANGUEIRA CLÁUDIO MASCARENHAS BRANDÃO
NITAO(OAB: 68286/PR)
RÉU BANCO DO BRASIL SA
Ministro Relator
Intimado(s)/Citado(s):
- BANCO DO BRASIL SA
AR - 1000659-06.2019.5.00.0000
Decisão Monocrática
AUTOR: MARCELO ANTONIO DA VERSA Processo Nº Rcl-1000063-85.2020.5.00.0000
Relator CLÁUDIO MASCARENHAS
BRANDÃO
ADVOGADO: Dr. FRANCISCO EDGAR MANGUEIRA NITAO RECLAMANTE ASSOCIACAO NAC DOS JUIZES
CLAS DA JUSTICA DO TRABALHO
ADVOGADO JOSE ROLLEMBERG LEITE
NETO(OAB: 2603/SE)
RÉU: BANCO DO BRASIL SA
RECLAMADO TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO
TERCEIRO UNIÃO FEDERAL (AGU)
INTERESSADO
Intimado(s)/Citado(s):
- ASSOCIACAO NAC DOS JUIZES CLAS DA JUSTICA DO
TRABALHO
Rcl - 1000063-85.2020.5.00.0000
DESPACHO
JUSTICA DO TRABALHO
467-51.2014.18.0231.
RECLAMADO: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
Ministro Relator
DESPACHO
Rcl - 1000063-85.2020.5.00.0000
Despacho
Trata-se de Reclamação Constitucional ajuizada pela Despacho
Processo Nº AR-1000655-66.2019.5.00.0000
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS JUÍZES CLASSISTAS DA Relator CLÁUDIO MASCARENHAS
BRANDÃO
JUSTIÇA DO TRABALHO - ANAJUCLA, contra decisão proferida
AUTOR MARIA ELISA CORTEZ SALGADO
pela 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, ADVOGADO RUBENS BRACCO(OAB: 38922/SP)
nos autos do processo nº 1747-82.2015.5.02.0032. RÉU COELHO DA FONSECA
EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS
LTDA
Pois bem.
por esta Corte Superior -, tampouco demonstra não ter ocorrido RÉU: COELHO DA FONSECA EMPREENDIMENTOS
Publique-se.
DESPACHO
25700-94.2008.5.02.0008.
CLÁUDIO MASCARENHAS BRANDÃO Nos termos do artigo 78, III, “a”, I, do Regimento Interno desta
a devida redistribuição.
25700-94.2008.5.02.0008.
Brasília, 3 de março de 2020. Nos termos do artigo 78, III, “a”, I, do Regimento Interno desta
Despacho
Processo Nº AR-1000655-66.2019.5.00.0000
Relator CLÁUDIO MASCARENHAS
BRANDÃO
Brasília, 3 de março de 2020.
AUTOR MARIA ELISA CORTEZ SALGADO
ADVOGADO RUBENS BRACCO(OAB: 38922/SP)
RÉU COELHO DA FONSECA
EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS
LTDA
Intimado(s)/Citado(s):
- COELHO DA FONSECA EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS
LTDA CLÁUDIO MASCARENHAS BRANDÃO
Ministro Relator
PODER JUDICIÁRIO
Intimado(s)/Citado(s):
- SINDICATO DOS EMPREGADOS EM SOCIEDADES DE
ECONOMIA MISTA, EMPRESAS PUBLICAS, PRIVADAS E LUIZ PHILIPPE VIEIRA DE MELLO FILHO
TERCEIRIZADAS DE TRANSPORTES DE PASSAGEIROS
SOBRE TRILHO Ministro Vice-Presidente do TST
Assinatura
PODER JUDICIÁRIO
Decisão
Processo Nº PMPP-1000858-28.2019.5.00.0000
JUSTIÇA DO TRABALHO Relator RENATO DE LACERDA PAIVA
REQUERENTE VALE S.A.
Fundamentação ADVOGADO NILTON DA SILVA CORREIA(OAB:
1291/DF)
DISSÍDIO COLETIVO (987) Nº 1000332-61.2019.5.00.0000 ADVOGADO MARLA DE ALENCAR OLIVEIRA
VIEGAS(OAB: 8013/DF)
SUSCITANTE: SINDICATO DOS EMPREGADOS EM
REQUERIDO SIND TRAB EXT FERRO MET BAS
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA, EMPRESAS PUBLICAS, MARABA CURIONOP
PARAUAPEBAS
PRIVADAS E TERCEIRIZADAS DE TRANSPORTES DE REQUERIDO SIND. TRAB. IND. EXTR. MIN. E DE
PESQ., PROSPEC., EXTR. E BENEF.
PASSAGEIROS SOBRE TRILHO FER. MET. BAS. E DEMAIS MIN.
MET. E N. MET. DE ITABIRA E
Advogado do sucitante: ANTONIO ALVES FILHO, GABRIEL REGIAO.
FERNANDO DA SILVA NASCIMENTO REQUERIDO SIND TRAB IND EXTR FERRO
METAIS BAS CONG B VALE O
SUSCITADO: COMPANHIA BRASILEIRA DE TRENS URBANOS PRETO
VMF/db
Intimado(s)/Citado(s):
- VALE S.A.
DESPACHO
que seja promovida a sua extinção. Tendo em vista a formalização dos Acordos Coletivos de Trabalho
............................................................................................................. (ACTs) entre as partes, fls. 29-55 e 56-82, determino que a
............. Secretaria do Tribunal Pleno, do Órgão Especial e da Seção
Assim, não havendo mais interesse processual na continuidade do Especializada em Dissídios Coletivos - SETPOESDC proceda ao
presente processo, promovo sua extinção sem exame do mérito. arquivamento do feito.
Publique-se. Publique-se.
Fundamentação
77.2017.5.00.0000
Intimado(s)/Citado(s):
- FEDERACAO NAC DOS TRAB NO COM DE MIN E DER DE LUIZ PHILIPPE VIEIRA DE MELLO FILHO
PETROLEO
Ministro Vice-Presidente do TST
Assinatura
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
Fundamentação
PROCESSO Nº TST-1000399-26.2019.5.00.0000
E DER DE PETROLEO
VMF/db
LUBRIFICANTES
negociação apenas com a categoria dos médicos. A Requerente, pela petição constante a fls. 68-69, requer a
autos.
Ministro Vice-Presidente do TST Da análise dos documentos apresentados pela requerente, verifica-
Despacho
Processo Nº PMPP-1000107-07.2020.5.00.0000
Todavia, consoante estabelece o referido parágrafo único, o pedido
Relator RENATO DE LACERDA PAIVA
REQUERENTE FEDERACAO NAC DOS TRAB NO de mediação e conciliação pré-processual deverá ser acompanhado
COM DE MIN E DER DE PETROLEO
dos seguintes documentos:
ADVOGADO OSMAR BATISTA DE OLIVEIRA
JUNIOR(OAB: 70728/MG)
REQUERIDO SINDICATO NAC DAS EMP DIST DE
COMB E DE LUBRIFICANTES I - pauta de reivindicações da categoria profissional;
Intimado(s)/Citado(s):
IV - dados da entidade sindical potencialmente suscitada em
- VALE S.A.
eventual dissídio coletivo proposto pelo requerente da mediação e
conciliação pré-processual;
JUSTIÇA DO TRABALHO
arquivamento.
DA SILVA CORREIA
VMF/db
DESPACHO
Ministro Vice-Presidente do TST
arquivamento do feito.
Despacho
Processo Nº PMPP-1000858-28.2019.5.00.0000
Relator RENATO DE LACERDA PAIVA Publique-se.
REQUERENTE VALE S.A.
ADVOGADO NILTON DA SILVA CORREIA(OAB:
1291/DF)
ADVOGADO MARLA DE ALENCAR OLIVEIRA
VIEGAS(OAB: 8013/DF)
REQUERIDO SIND TRAB EXT FERRO MET BAS
MARABA CURIONOP
PARAUAPEBAS
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
BRASILIA, 3 de Março de 2020
TELEGRAFOS
VMF/db
DESPACHO
Ministro Vice-Presidente do TST
Intimado(s)/Citado(s):
Assim, não havendo mais interesse processual na continuidade do - FEDERACAO NACIONAL TRABALHADORES INDUSTRIAS
URBANAS
presente processo, promovo sua extinção sem exame do mérito.
Publique-se.
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
VMF/db
DESPACHO
Despacho
Processo Nº PMPP-1001080-93.2019.5.00.0000
Relator RENATO DE LACERDA PAIVA
REQUERENTE FEDERACAO REGIONAL DOS
URBANITARIOS DO NORDESTE -
FRUNE
Trata-se de pedido de mediação e conciliação pré-processual, no
ADVOGADO ALEXANDRE SIMOES
LINDOSO(OAB: 12067/DF) qual as Requerentes solicitam a atuação da Vice-Presidência do
Intimado(s)/Citado(s):
Cumpre esclarecer às partes que antes da designação de audiência - CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
serão envidados esforços pela Vice-Presidência, por meio do seu - VANDERLEY AFONSO DOS SANTOS E OUTROS
Processo Nº ED-RR-0038000-02.2007.5.09.0567
Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. Augusto César Leite de Carvalho
Embargante OI S.A.
Advogado Dr. José Alberto Couto Maciel(OAB:
513-A/DF)
BRASILIA, 3 de Março de 2020 Embargado RONDINELLI JOÃO VALERIO
Advogado Dr. Luiz Aparecido Hoaick
Rodrigues(OAB: 28629/PR)
Embargado CTE TÉCNICA DE ELETRICIDADE E
TELECOMUNICAÇÕES LTDA.
Advogado Dr. Éder Fabrilo Rosa
LUIZ PHILIPPE VIEIRA DE MELLO FILHO Embargado IECSA GTA TELECOMUNICAÇÕES
LTDA.
Advogado Dr. Sidney Marcos Miranda(OAB:
Ministro Vice-Presidente do TST 12101/PR)
Embargado TELENGE - TELECOMUNICAÇÕES E
ENGENHARIA LTDA.
Advogado Dr. Eduardo Amaral Pompeo(OAB:
20551/PR)
Intimado(s)/Citado(s):
- CTE TÉCNICA DE ELETRICIDADE E TELECOMUNICAÇÕES
LTDA.
todas as normas pertinentes à efetiva categoria obreira, corrigindo- rotatividade quando comparados os trabalhadores terceirizados e os
se a eventual defasagem de parcelas ocorrida em face do artifício permanentes, sendo igualmente revelador de precarização o
terceirizante. descolamento da categoria profissional e de suas históricas
A eliminação do vínculo original com a empresa locadora de conquistas.
serviços em favor do seu reatamento com a entidade tomadora é Inicio pelo embate de trato jurídico, pois a recorrente advoga,
efeito, entretanto, que se passa somente nas situações de sobretudo, a licitude da terceirização de atividade que lhe é
terceirização ilícita. inerente.
Não restam dúvidas pois, de que o serviço prestado pelo Dispõe o art. 94 da Lei 9.472, de 1997:
reclamante inseria-se na atividade-fim da Brasil Telecom, de "Art. 94. No cumprimento de seus deveres, a concessionária
natureza não eventual, portanto. poderá, observadas as condições e limites estabelecidos pela
Assim, ante a ilicitude da contratação do autor através de empresas Agência:
interpostas (1ª, 2ª, 3ª rés) para prestar serviços inerentes à I - empregar, na execução dos serviços, equipamentos e
atividade fim da Brasil Telecom (4ª ré), deve ser reconhecido o infraestrutura que não lhe pertençam;
vínculo de emprego diretamente com esta, com prestação de II - contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades
serviços de 19/03/01 a 02/09/05, na função de instalador, retificando inerentes, acessórias ou complementares ao serviço, bem como a
a CTPS (sob pena de multa diária de R$ 100,00, por dia, até o limite implementação de projetos associados.
de 30 dias, a contar da intimação para tanto) e condenando, em § 1º Em qualquer caso, a concessionária continuará sempre
conseqüência, a 3ª reclamada (Telenge), a responder responsável perante a Agência e os usuários.
solidariamente pelas parcelas trabalhistas deferidas na presente § 2º Serão regidas pelo direito comum as relações da
ação. concessionária com os terceiros, que não terão direitos frente à
Esclareça-se, por oportuno, que somente a 3ª reclamada é Agência, observado o disposto no art. 117 desta Lei."
condenada solidariamente, tendo em vista que durante o período Em uma interpretação gramatical desse dispositivo, dir-se-ia que a
imprescrito (marco prescricional 23/07/02), a prestação de serviços concessionária pode operar a telefonia mediante a utilização de
deu-se através da Telenge (01/06/2002 a 02/09/2005)." (fls. 1.238- coisas e pessoas que, respectivamente, não lhe pertencem nem por
1.242). ela foram diretamente contratadas.
A Brasil Telecom S.A. salienta, inicialmente, que o autor não E o que interessa em particular: também se inferiria que, havendo
demonstrou qualquer prova acerca dos requisitos ensejadores do conflito de ordem puramente consumerista ou econômica, os
vínculo de emprego, contidos nos arts. 2º e 3º da CLT. Em usuários (ou consumidores) e a Agência estariam protegidos, pois
sequência, alega não haver prática de qualquer ato ilícito por parte poderiam atribuir responsabilidade à concessionária, sem demandar
das reclamadas, visto que a legislação (art. 94 da Lei 9.472/97) necessariamente contra a prestadora dos serviços. Havendo,
autoriza expressamente a contratação de terceiros, inclusive, para porém, conflito de ordem laboral, a lei seria omissa quanto à
as atividades inerentes, sendo irrelevante a distinção entre atividade obrigação de a concessionária honrar igualmente os haveres
meio ou atividade fim. trabalhistas e assim se poderia intuir que os trabalhadores poderiam
Requer a reforma do acórdão regional a fim de que seja afastada a cobrar seus créditos, de natureza alimentar, somente das empresas
unicidade contratual, bem como o vínculo de emprego declarado interpostas.
com a ora recorrente. Suscita violação dos arts. 5º, II, da A lei, em rigor, é omissa inteiramente quanto à matéria trabalhista,
Constituição; 60, § 1º, 94 e 117, todos da Lei 9.472/97 e colaciona pois importou ao legislador regulamentar os serviços de telefonia e
arestos a cotejo. a relação entre as empresas que os executariam e dois de seus
Sem razão. interlocutores: a agência reguladora e os consumidores. O mesmo
Ressalte-se, inicialmente, ser incontroverso tratar-se de serviços de sucedeu quando se organizou o setor de energia elétrica e a Lei
instalação e reparação de linhas telefônicas, outorgados à empresa 8.987, de 1995, previu circunstancialmente a possibilidade de a
prestadora de serviços. empresa concessionária contratar com terceiros as atividades
A problemática da terceirização de serviços evidencia-se de forma inerentes, acessórias ou complementares (art. 25, § 1º).
incontestável no cenário social da atualidade, gerando inúmeros Em decisão emblemática (E-RR-586.341/1999.4), a SBDI-1 do TST
debates a respeito de sua conveniência e de seus resultados, repeliu a adoção por reflexo da citada lei para que se imunizasse a
sociais e econômicos. empresa concessionária das obrigações trabalhistas que
Após ouvir, exaustivamente, em audiência pública promovida pelo derivariam, segundo a jurisprudência antes consolidada, de seu
TST a propósito da terceirização, os argumentos veiculados por vínculo direto com os empregados envolvidos em sua atividade-fim.
qualificadas representações patronal e obreira que recorreram, em Cabe transcrever fragmento do voto prevalecente, proferido pelo
alguns casos, a advogados e docentes, sociólogos, economistas e Ministro Vieira de Melo Filho:
pesquisadores do tema da terceirização, em um processo dialético "Não se poderia, assim, dizer que a norma administrativista,
que apenas enriqueceu a função jurisdicional, noto que a defesa da preocupada com princípios e valores do Direito Administrativo,
interposição de empresas terceiras apoiou-se nas premissas da viesse derrogar o eixo fundamental da legislação trabalhista, que é
juridicidade da terceirização da atividade-fim e em sua racionalidade o conceito de empregado e empregador, jungido que está ao
com vistas à maior eficiência e ganho de competitividade. conceito de contrato de trabalho, previsto na CLT. Seria a
A seu turno, a rejeição ao método da terceirização centrou atenção interdisciplinaridade às avessas, pois a norma geral administrativa
em dois eixos: a inconsistência das premissas opostas pelos estaria a rejeitar a norma especial trabalhista e seu instituto
defensores da terceirização, porque não confirmadas pelos dados fundamental. O instituto que lhe dá feição característica e
da realidade, e a precarização do trabalho terceirizado em vista do autonomia científica, pois, no conceito de empregado e
aumento desproporcional de acidentes de trabalho no ambiente das empregador, vinculadas as atividades daquele às atividades
empresas terceiras, o correlato desestímulo ao treinamento e à essenciais e primordiais deste, teríamos uma interposta pessoa,
capacitação funcional, a desigualdade dos salários e a maior sempre. Não teríamos mais uma relação bilateral, haja vista que
para a consecução das atividades primaciais do empregador repetisse o mesmo fenômeno), percebe-se que o resultado
haveria sempre uma dízima periódica de empregadores, habilitando econômico da proposta encaminhada em citada obra seria
uma relação trilateral ou plurilateral, em detrimento da legislação semelhante àquele que derivaria da imputação à concessionária da
social e seus preceitos cogentes. qualidade de empregadora. É como dizer: a aplicação das normas
De outro giro, a terceirização na esfera finalística das empresas, trabalhistas e das normas de direito civil que cuidam de
além de atritar com o eixo fundamental da legislação trabalhista, responsabilidade bastariam, de um modo ou de outro, para não
como afirmado, traria consequências imensuráveis no campo da permitir que a intermediação do trabalho humano implicasse a
organização sindical e da negociação coletiva. O caso dos autos é adoção de condições laborais menos vantajosas que aquelas
emblemático, na medida em que a empresa reclamada, atuante no asseguradas aos empregados da própria empresa concessionária.
setor de energia elétrica, estaria autorizada a terceirizar todas as Se o interesse econômico inspirador da prática disseminada e
suas atividades, quer na área fim, quer na área meio. Nessa incondicionada da terceirização se impuserem (hipótese que o
hipótese, pergunta-se: a CELG, apesar de beneficiária final dos interprete do direito não pode desconsiderar no plano lógico da
serviços prestados, ficaria totalmente protegida e isenta do argumentação), decerto a igualdade de salários e a interconexão
cumprimento das normas coletivas pactuadas, por não mais entre atividade econômica (do tomador de serviços) e categoria
responder pelas obrigações trabalhistas dos empregados profissional (dos trabalhadores terceirizados) deverão vir a braços
vinculados aos intermediários? Não resta dúvida de que a com a autorização para que se terceirize a atividade-fim.
consequência desse processo seria, naturalmente, o Há, com efeito, alguma reflexão no sentido de permitir, no âmbito da
enfraquecimento da categoria profissional dos eletricitários, diante atividade-fim, a terceirização em serviços cuja brevidade,
da pulverização das atividades ligadas ao setor elétrico e da intercorrência e especialização a justificariam, a exemplo do uso de
consequente multiplicação do número de empregadores. Todas métodos exigentes de avançada tecnologia em fundação e em
essas questões estão em jogo e merecem especial reflexão." fabricação de moldes de laje protendida na construção civil, da
A exegese perseguida pela empresa concessionária seria instalação de redes de expansão elétrica ou de telefonia, ou do
desconstrutiva, pois faria caso dos modelos hermenêuticos gerados desenvolvimento de programas envolvendo tecnologia da
após longo debate jurisprudencial no âmbito do judiciário trabalhista. informação em qualquer setor da economia.
Embora não se pretenda que o direito do trabalho engesse ou Inclusive porque as leis regentes da organização sindical surgiram
paralise a atividade econômica, cabe-lhe por certo estabelecer os em um tempo no qual os agentes econômicos ainda não praticavam
parâmetros que viabilizam a progressão da economia - inclusive na intensamente a terceirização de serviços, a incidência dessas leis
perspectiva da geração de emprego e renda - sem aviltamento da no momento atual não pode abstrair de sua reflexividade, vale dizer,
dignidade humana. Os sistemas econômico e jurídico-trabalhista da percepção de qual o verdadeiro conflito por elas solucionado.
não se excluem, antes devendo interagir. Considerar a atividade econômica de outsourcing ou terceirização
Em valioso trabalho monográfico sobre o tema, Antônio Álvares da como atividade preponderante significaria flexibilizar a lei sindical de
Silva pondera, em sentido contrário, que "a atividade de telefonia modo assistêmico, porque se ignoraria a atividade econômica em
[...] é multifária. Exige uma série de atividades em permanente cujo âmbito realizar-se-ia os serviços terceirizados para se
expansão, pois é um ramo em que as descobertas, a exemplo da considerar a própria terceirização como atividade.
informática, são constantes e a mutabilidade se constitui em regra A terceirização não é uma atividade econômica per si, mas sim o
geral. Amarrá-las a conceitos fechados, presas em súmulas e compartilhamento da atividade econômica de outra empresa. Ao
forjadas em circunstâncias que não mais existem é um erro que não menos no que toca ao trabalhador, a norma coletiva que o vincularia
pode persistir. Por isto, a lei teve em mira com as palavras inerente, se a terceirização ocorresse na atividade-fim seria aquela subscrita
complementar e acessória permitir a ampla terceirização pela entidade patronal que representasse "a solidariedade de
exatamente para que os objetivos destas empresas pudessem ser interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas,
atingidos" (SILVA, Antônio Álvares. Globalização, terceirização e a similares ou conexas, constitui o vínculo social básico que se
nova visão do tema pelo Supremo Tribunal Federal. São Paulo: LTr, denomina categoria econômica" (art. 511, § 1º, da CLT). Em suma,
2011, p. 102). apresenta-se absolutamente defensável, de lege ata, o
Ao fim, o emérito professor e magistrado mineiro sustenta, com enquadramento sindical segundo a atividade preponderante do
argumentos muito persuasivos, que a norma permissiva da tomador dos serviços, se admitida, por hipótese, a terceirização da
terceirização dos serviços inerentes à operação de telefonia não atividade-fim.
impediria, de toda sorte, que se atribuísse responsabilidade Entendo, porém, que as considerações atinentes à igualdade
trabalhista solidária à empresa concessionária (op. cit., pp. 106- salarial e à isonomia das demais condições de trabalho não se
121), inclusive, com esteio na responsabilidade objetiva prevista no ajustam ao caso ora examinado, em que pretende a correção da
parágrafo único do art. 927 do Código Civil, dado que "do mesmo titularidade empresarial. E mesmo a defesa da solidariedade não
modo que evoluiu da culpa para risco, a fim de que se tornassem seria, in casu, uma alternativa para o reconhecimento da operadora
ressarcíveis todos os danos sociais, também a responsabilidade de telefonia como empregadora, pois, noutra linha de raciocínio,
trabalhista se transforma e vai se baseando não mais na culpa, mas não concebo a intermediação de trabalho no setor elétrico ou de
na responsabilidade proveniente do ato de empregar, que é uma telefonia como um modelo de terceirização que deveria render-se,
nova forma de risco da sociedade contemporânea" (op. cit., p. 111). desde logo, à inexorável necessidade de contratar-se mediante
Quando se combinam a tese da responsabilidade solidária da terceiro para que se contrate a preço menor.
empresa concessionária com a igualdade salarial devida por A bem dizer, a Justiça do Trabalho não ignora a amplitude das
analogia ao art. 12 da Lei 6.019/1974 (vide OJ 383 da SBDI-1 do práticas de outsourcing e, nesse panorama, a existência de
TST, a qual se refere somente à terceirização na Administração atividades-fim que seriam atualmente terceirizadas, de modo
Pública porque somente nela a interposição de mão de obra na aparentemente impune, em alguns setores da economia. Mas a
atividade-fim não gera a correção da condição de empregador, mas verdade é que assim se dá enquanto a prática da terceirização,
por isso se aplicaria naturalmente a outros casos nos quais se envolta nos cânones da mutabilidade e da eficiência das novas
formas de organização empresarial, não gera precarização e do que aquela existente nas empresas centrais. Tal aspecto acabou
conflito trabalhista. Se e quando a presença da empresa interposta por promover a redução da remuneração mesmo nas empresas
não se justifica pela especialização dos serviços, mas sim para a centrais, a despeito do aumento geral da qualificação dos
redução do custo trabalhista - o que se evidencia por gerar salários trabalhadores.
e outras condições de trabalho desiguais em relação aos salários e Pesquisa feita em 2005 (Brazilian Call Center Industry Report)
condições garantidas para os empregados da empresa tomadora indica que a permanência média no posto de trabalho dos 126 mil
dos serviços - a intervenção estatal faz-se indispensável para que trabalhadores do segmento, à época, seria apenas de 2,4 anos.
se resgate a eficácia dos mais caros princípios do direito do 44% permaneciam menos de um ano no trabalho.
trabalho, e do direito constitucional do trabalho por igual. A RAIS - Relação Anual de Informações Sociais - do Ministério do
Mecanismo em franca utilização nos distintos segmentos Trabalho e Emprego (MTE) relativa ao ano 2007 indicou o número
econômicos, reitero que a terceirização foi objeto de intensa de 261 mil trabalhadores no ramo dos call centers. Dentre eles, 74%
reflexão nesta Corte trabalhista, durante os dias 4 e 5 de outubro de percebiam entre um e dois salários mínimos, somente.
2011, na primeira audiência pública de sua história. A escolha do Segundo o palestrante, o pesquisador Sadi Dal Rosso, do
tema decorreu, sobretudo, do elevado número de processos departamento de sociologia da Universidade de Brasília (UnB),
existentes no âmbito desta Corte em que se debatia a transferência publicou em 2008 dados de pesquisa realizada no Distrito Federal,
dos serviços a pessoas interpostas, objeto de cerca de cinco mil em que se analisaram vinte setores econômicos.
recursos, além de outros milhares de feitos em andamento na Em relação à ocorrência de doenças profissionais nas empresas
Justiça do Trabalho de todo o país. analisadas, constatou-se uma média global de 14% de incidência.
Dentre as cinquenta exposições, feitas por especialistas, Especificamente no setor de telefonia, indicou-se, porém, a
acadêmicos e representantes das categorias patronais e ocorrência de doenças em 42% das empresas analisadas. Partindo
profissionais, cumpre registrar as indicações do Prof. Sávio do critério da apresentação de atestados médicos, na média geral,
Machado Cavalcante, representante, ouvido, na audiência pública, chegou-se a 18%. No setor de telefonia, contudo, 73%. Analisadas
por inscrição do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações as empresas sob a ótica do aumento do ritmo e da intensidade do
- SINTTEL/PI. trabalho, segundo a opinião dos trabalhadores, na média geral, 57%
Segundo o palestrante, pesquisas nos últimos anos constataram de acreditavam ter ocorrido um gravame do meio ambiente de trabalho.
forma incontestável a precarização do trabalho gerada pela No setor de telefonia, tal resposta atingiu os 93%.
terceirização, sobretudo no âmbito das empresas de O certo é que, ausente o marco regulatório do fenômeno, à Justiça
telecomunicações, desmistificando a tão celebrada terceirização do Trabalho comete-se a relevante tarefa de decidir, em concreto,
com resultados positivos, em que se evidenciaria o crescimento do sobre as condições de trabalho aquém das quais estaria
setor econômico e a preservação dos postos de trabalho, aliada ao comprometido o mínimo existencial, ou seja, o limite de
crescimento do desenvolvimento profissional. indisponibilidade a partir do qual se pode exercer a liberdade de
Relatou-se, na referida palestra, que o emprego direto no setor das empreendimento. Embora esses lindes impostos à ação econômica
telecomunicações decresceu entre 1994 e 2007, ocorrendo, ao tenham suporte constitucional, decerto que o princípio da
revés, uma explosão do número de terceirizações. Constata-se irrenunciabilidade, no âmbito do direito do trabalho, concerne à sua
mesmo que, em alguns Estados da Federação, apenas própria razão de existir e remonta ao tempo em que fora concebido
aproximadamente 25% dos trabalhadores do segmento são esse ramo do direito com vistas a equalizar, idealmente e no plano
contratados diretamente. No Brasil, em geral, estima-se que 2/3 dos jurídico, uma relação de fato que se notabilizou por ser, antes como
trabalhadores do segmento das telecomunicações sejam agora, necessariamente assimétrica.
terceirizados. Os trabalhadores atuantes no segmento dos call A indisponibilidade do direito trabalhista não nasceu, truísmo é
centers seriam aproximadamente 400 mil, em 2011, mas aqueles dizer, com a Carta Política de 1988, embora com ela se houvesse
ligados diretamente às empresas de telecomunicações seriam qualificado. O seu fundamento não é, ou não é apenas, a presunção
apenas 203 mil. de que está invariavelmente coagido o trabalhador que aceita
Por outro lado, conforme então registrado pelo palestrante, pode-se condições adversas ou mesmo injustas de trabalho. A premissa
dizer que o fenômeno da terceirização, cujos fundamentos fundante da indisponibilidade do direito laboral é a necessidade de
empresariais giram em torno da especialização das prestadoras de se estabelecer um patamar mínimo de exploração do trabalho
serviço, não gerou, ao contrário do que se poderia esperar, humano, sem que se ultrapasse a fronteira do trabalho digno.
melhorias na qualidade e no funcionamento dos serviços. Com Há algum tempo, os tribunais do trabalho perceberam, na prática da
efeito, o número de reclamações de usuários aumentou terceirização, o possível interesse da mercantilização do labor
vertiginosamente e não acompanhou proporcionalmente o aumento humano e, com vistas a divisar um limite para a realização de
do número de clientes. O alto grau de insatisfação dos usuários é atividade econômica sem vínculo direto com o trabalhador, mas
patente, sendo as empresas de telecomunicações expoentes em sem inviabilizá-la inteiramente, evoluiu no sentido de permitir a
registros de erros de cobrança, de mau atendimento, de interposição de mão de obra nas condições que se extraem da
reclamações, etc. Súmula 331 do TST:
As empresas ditas centrais, a despeito de promoverem a "CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE
terceirização, continuam controlando as empresas prestadoras de (nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) -
serviços, gerenciando de perto o funcionamento da dinâmica Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
laboral, inclusive punindo os trabalhadores formalmente contratados I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,
por pessoa interposta. Outro dos aspectos negativos da formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços,
terceirização, no setor, seria a pulverização da ação do sindicato salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974).
profissional, enfraquecendo a proteção dos interesses difusos e II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa
coletivos dos trabalhadores. interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da
Estima-se que a remuneração média nas terceirizadas seja menor Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da
rés) e declarar a existência de vínculo de emprego diretamente com repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo
a tomadora (Brasil Telecom S.A.), com prestação de serviços de Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos
19/3/2001 a 2/9/2005, decidiu em perfeita consonância com a ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a
Súmula 331, I, do TST. Incidem os óbices previstos na Súmula 333 fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015,
do TST e no art. 896, § 5º, da CLT (redação vigente à época do sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação
apelo). Incólumes os artigos indicados como violados. da decisão então proferida por aquele colegiado.
Não conheço.
(...) À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
cabíveis.
Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal, Publique-se.
ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo VIEIRA DE MELLO FILHO
949 do CPC". Ministro Vice-Presidente do TST
Consta da ementa do referido julgado:
Processo Nº Ag-AIRR-0000660-52.2015.5.03.0036
EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO Complemento Processo Eletrônico
ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE Relator Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi
RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94 Advogada Dra. Anakely Roman Pujatti(OAB:
67191/MG)
DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR
Advogado Dr. Paulo Dimas de Araújo(OAB:
ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST. 55420/MG)
IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E Agravado EDERSON NEPOMUCENO
QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE Advogada Dra. Maria Célia Junqueira de
CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A Castro(OAB: 57246/MG)
CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324 Advogado Dr. Tiago Camargo Junqueira de
Castro(OAB: 103112/MG)
E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
Advogado Dr. Raimundo Cezar Britto
1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode Aragão(OAB: 32147/DF)
ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos Agravado MASSA FALIDA da ENGELMINAS
membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo CONSTRUÇÕES ELÉTRICAS LTDA.
órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada Advogado Dr. Beatriz Santos Damasceno(OAB:
91309-A/MG)
do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à
previsão do art. 97 da Constituição Federal.
Intimado(s)/Citado(s):
2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia
- CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade
- EDERSON NEPOMUCENO
dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
- MASSA FALIDA da ENGELMINAS CONSTRUÇÕES
difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no ELÉTRICAS LTDA.
controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10).
3. É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação
Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula
Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
331/TST, e declarar ilícita a terceirização e atividade-fim, reconhece
feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
a existência de vínculo trabalhista entre a contratante e o
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de
autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
constitucionalidade, declarando a parcial nulidade sem redução de
Tribunal.
texto do referido dispositivo sem observar a cláusula de reserva de
Plenário. AGRAVO PROVIDO.
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
4. O PLENÁRIO DA CORTE declarou parcialmente inconstitucional
cabíveis, atendidas as formalidades legais.
a SÚMULA 331/TST e proclamou a licitude da terceirização de toda
e qualquer atividade, meio ou fim; para afirmar a inexistência de
Publique-se.
relação de emprego entre a contratante e o empregado da
Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
contratada. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
5. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para
restabelecer a sentença de primeiro grau, com a fixação da seguinte
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
tese no TEMA 739: "É nula a decisão de órgão fracionário que se
VIEIRA DE MELLO FILHO
recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
Ministro Vice-Presidente do TST
cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
949 do CPC." (ARE 791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
Processo Nº ED-ED-RR-0002647-08.2010.5.12.0050
DJe 06/03/2019). Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. Guilherme Augusto Caputo caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de
Bastos
qualquer natureza."
Embargante TMKT SERVIÇOS DE MARKETING
LTDA. A primeira ré (TMKT) explora a atividade de teleatendimento,
Advogado Dr. Rodrigo de Souza Rossanezi(OAB: telemarketing e help-desk, conforme o que se extrai do objeto social
177399-A/SP) da sociedade (f1. 40).
Embargado NADIA CRISTINE MACHADO O objeto do contrato celebrado entre as rés (fl. 242) é a prestação
Advogado Dr. Nilson Marcelino(OAB: 22852/SC) de serviços relativos á especifica atividade de contact center ou call
Embargado CLARO S.A. center.
Advogado Dr. José Alberto Couto Maciel(OAB: Desse modo, tendo-se em conta que o serviço de call center
513/DF)
caracteriza atividade acessória ou complementar ao serviço,
Embargado UNIÃO (PGF)
entende-se que as atividades laborais exercidas pela autora diferem
Intimado(s)/Citado(s): essencialmente das atividades e dos fins sociais a que se propõe a
segunda ré, o que indica caso típico de terceirização de atividade-
- CLARO S.A.
meio.
- NADIA CRISTINE MACHADO
Constato, ainda, pela prova emprestada constante dos autos (fls.
- TMKT SERVIÇOS DE MARKETING LTDA.
304-311), que a primeira ré prestou serviços para o Unibanco e
- UNIÃO (PGF)
Editora Abril, ou seja, não foi constituída exclusivamente para
atender as necessidades da segunda ré.
Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão proferido pelo
Registro, por fim, que não restou comprovado o elemento
Tribunal Superior do Trabalho.
subordinação - característica imanente aos contratos de emprego -
A parte recorrente suscita repercussão geral da matéria e aponta
na relação entre autora e segunda ré (Claro) , uma vez que a prova
violação dos dispositivos da Constituição da República que
emprestada juntada às fls. 304-311 demonstra que os empregados
especifica nas razões recursais.
do call center eram subordinados apenas á primeira ré (fl. 304, in
É o relatório.
fine); tampouco ficou demonstrada a pessoalidade, pelo que,
Decido.
também por este aspecto, improcede a pretensão.
Nesse sentido, não verifico nos autos a hipótese prevista na Súmula
Consta do acórdão recorrido:
331, I, do TST, de contratação de empregado por empresa
interposta, uma vez que a contratação foi de especifico serviço de
(...)
call center que é prestado por empresa regularmente instituída para
1.2. TERCEIRIZAÇÃO. ILICITUDE. EMPRESA DE
este fim, sem exclusividade ou pessoalidade ao tomador de
TELECOMUNICAÇÕES. SERVIÇO DE CALL CENTER
serviços.
O Eg. TRT da 12ª Região negou provimento ao recurso ordinário
Pelos argumentos' expostos, tenho que a contratação da mão de
interposto pela Reclamante no tocante ao tema "terceirização -
obra da autora pela segunda ré observou o principio da legalidade e
ilicitude - serviço de call center".
que a relação de trabalho existente entre elas não é de emprego.
Para tanto, adotou os seguintes fundamentos:
Rejeito, também, o pedido sucessivo de aplicação analógica do art.
"1. Vinculo empregatício
12, "a", da Lei n° 6.019/74 por não se configurar, na relação jurídica
A autora, empregada da primeira ré (TMKT), requer o
existente entre as partes, discriminação ou ofensa ao principio da
reconhecimento de vinculo empregatício com a segunda ré (Claro),
isonomia salarial, o qual, sob a minha ótica, somente é aplicável no
tomadora de serviços, pelas razões a seguir relatadas.
caso de trabalhadores em iguais condições de trabalho, ou seja,
Afirma que é ilícita a terceirização para realização de atividade-fim
aqueles que exercem idêntica função, executam trabalho de igual
da concessionária dos serviços de telecomunicações e que isso
valor, na mesma localidade e ao mesmo empregador, o que não se
ocorreu no contrato firmado entre as rés.
verifica nos autos, posto que não era a segunda ré a legitima
Contrapõe-se ao fundamento utilizado pelo magistrado sentenciante
empregadora da autora e as atividades desenvolvidas estavam
para o indeferimento do pedido, de que o artigo 94, II, da Lei n°
relacionadas à atividade-meio da tomadora de serviços.
9.472/97, autorizaria a terceirização da atividade-fim da
Assim, não sendo possível o reconhecimento de vínculo
concessionária:
empregatício entre a autora e a segunda ré, não há suporte legal
[...]
para estender as vantagens estabelecidas exclusivamente a seus
A supracitada norma regula as atividades das empresas
empregados, por meio de acordo coletivo de trabalho.
concessionárias do serviço público de telecomunicações. Como se
Nego provimento." (fls. 787/791 da numeração eletrônica; grifo
vê pelo termo grifado acima, o texto legal é claro ao admitir a
nosso)
contratação de terceiros para a realização de atividades atinentes
Inconformada, a Reclamante, ora Recorrente, nas razões do
ao serviço, inclusive inerentes a este.
recurso de revista, aponta violação direta dos arts. 3º, IV, 5º, caput,
Ainda assim, tenho que o serviço de call center não pode ser
7º, V, e 170, caput e VIII, da Constituição Federal e 94, II, da Lei nº
qualificado como atividade-fim da Claro S.A, porquanto os serviços
9.472/97, bem como contrariedade à Súmula nº 331 do TST e
disponibilizados constituem-se em utilidades oferecidas aos
divergência jurisprudencial.
usuários.
Conforme se depreende da transcrição do v. acórdão ora recorrido,
Preceitua o art. 60 da Lei n. 9.472/97 que, por serviço de
o Eg. TRT da 12ª Região negou provimento ao recurso ordinário
telecomunicações, se entende "o conjunto de atividades que
interposto pela Reclamante mediante a adoção de dois
possibilita a oferta de telecomunicação."
fundamentos principais e autônomos: 1) o serviço de call center não
E, com base no § 1º desse mesmo artigo, telecomunicação "é a
integra a atividade-fim das empresas de telecomunicações; e 2) o
transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios
art. 94, II, da Lei nº 9.472/97 autoriza a contratação de terceiros
ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de símbolos,
para a realização de serviços ligados à atividade-fim das empresas
embora entenda tal aspiração da iniciativa privada, penso que seria terceirizado e a empresa tomadora (por exemplo: Proc. nº E-ED-RR
desastroso para o Direito do Trabalho se vingasse semelhante -2938-13.2010.5.12.0016, Redator Min. José Roberto Freire
intento. Pimenta, Ac. SbDI-1, DEJT 26/3/2013; Proc. nº E-ED-RR-2276-
Não é ocioso recordar que é da natureza indefectível do Direito do 07.2010.5.12.0030, Relatora Min. Dora Maria da Costa, Ac. SbDI-1,
Trabalho constituir um contraponto ao liberalismo econômico, pois DEJT de 14/6/2013).
que vive o Direito do Trabalho à sombra do princípio basilar da Consoante a diretriz perfilhada na Súmula nº 331, I e III, do TST,
proteção ao economicamente hipossuficiente, princípio impõe-se, como consequência lógica, declarar a ilicitude da
ordinariamente fustigado e comprometido pelas distintas formas de terceirização e reconhecer o vínculo de emprego direto entre o
terceirização. empregado terceirizado e a empresa tomadora de serviços.
Penso que a terceirização em sentido estrito, mormente em À vista do exposto, dou provimento ao recurso de revista para
atividade-fim, somente é admissível em casos excepcionais, declarar a ilicitude da terceirização e reconhecer o vínculo de
explícita e induvidosamente tachados em lei, o que, a meu juízo, emprego direto entre a Reclamada Claro S.A. e a Reclamante.
com todo o respeito aos entendimentos em sentido contrário, não se Determino retorno dos autos à Vara de origem para que aprecie os
configura na espécie. demais pedidos que têm como corolário a declaração da ilicitude da
Se e enquanto não sobrevier lei que regule e moralize a terceirização e a formação de vínculo de emprego direto com a
terceirização, muitas vezes perversa e selvagem em nosso País - tomadora de serviços.
não especialmente neste caso, mas em muitos casos -, franqueá-la
de forma generalizada e irrestrita, mesmo em atividade-fim ou Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal,
essencial à consecução da finalidade da empresa, seria o próprio ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão
desmonte do Direito do Trabalho. Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
A experiência subministrada a todos nós Ministros, advinda da sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
observação do que ordinariamente acontece, revela um cenário de recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
efeitos devastadores e notórios da terceirização em nosso País. cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
São exemplos inquestionáveis a maior exposição a situações de 949 do CPC".
risco e a acidentes do trabalho, o enfraquecimento do poder de Consta da ementa do referido julgado:
negociação dos sindicatos e a desestruturação da categoria, além
da transgressão ao princípio da isonomia, criando trabalhadores de EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO
"primeira" e de "segunda" categoria, que prestam serviços lado a ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE
lado, na maioria dos casos submetidos a tratamento em que RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA
prepondera a disparidade salarial. PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94
De sorte que, enquanto não sobrevier lei que, ao menos, preveja DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR
claramente isonomia remuneratória e fixação do vínculo sindical ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST.
entre o empregado terceirizado e o sindicato da categoria dos IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E
trabalhadores diretamente vinculados à empresa tomadora de QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE
serviços, penso, com todo respeito à tese contrária, que chancelar CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A
uma terceirização no mínimo altamente duvidosa, fruto de lei CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324
administrativa, seria afrontar os princípios da dignidade da pessoa E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
humana e da solidariedade e solapar os princípios básicos que 1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode
regem o Direito do Trabalho. ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos
Daí que, no vácuo normativo de uma lei que efetivamente outorgue membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo
proteção aos trabalhadores terceirizados e implante entre nós um órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada
sistema decente e minimamente civilizado de terceirização, não se do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à
me afigura razoável endossar a terceirização ora pretendida. previsão do art. 97 da Constituição Federal.
Data venia, seria enorme a perspectiva de precarização das 2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia
condições de trabalho advinda de uma terceirização desenfreada, jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade
tal como aqui se busca chancelar, o que também não se dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
compadeceria com o princípio constitucional da valorização do difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no
trabalho humano inscrito no art. 1º, IV, da Constituição Federal. controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10).
Em suma: se a Lei Geral das Comunicações, no mínimo, é duvidosa 3. É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação
- e eu não estou entre os que a consideram duvidosa, mas admito do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula
que as interpretações discrepantes e respeitáveis permite-nos 331/TST, e declarar ilícita a terceirização e atividade-fim, reconhece
qualificá-la como de exegese duvidosa - quanto à viabilidade de a existência de vínculo trabalhista entre a contratante e o
terceirização em atividade essencial das concessionárias de serviço empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de
público, o impasse há que ser solucionado pela Justiça do Trabalho, constitucionalidade, declarando a parcial nulidade sem redução de
à luz dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, de texto do referido dispositivo sem observar a cláusula de reserva de
modo que sobrepairem os valores que sejam mais caros ao Direito Plenário. AGRAVO PROVIDO.
do Trabalho. 4. O PLENÁRIO DA CORTE declarou parcialmente inconstitucional
Robustece tal convicção, aliás, a atual, iterativa e notória a SÚMULA 331/TST e proclamou a licitude da terceirização de toda
jurisprudência da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais e qualquer atividade, meio ou fim; para afirmar a inexistência de
do TST, que firmou entendimento de que a terceirização do serviço relação de emprego entre a contratante e o empregado da
de call center por empresa de telecomunicações é ilícita e enseja o contratada. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
reconhecimento do vínculo empregatício entre o trabalhador 5. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para
Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja - CLEBER LEANDRO ESPANHOL
repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo - OI S.A.
Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos - TELENGE - TELECOMUNICAÇÕES E ENGENHARIA LTDA.
ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a
fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015, Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão proferido pelo
sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação Tribunal Superior do Trabalho.
da decisão então proferida por aquele colegiado. A parte recorrente suscita repercussão geral da matéria e aponta
violação dos dispositivos da Constituição da República que
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências especifica nas razões recursais.
cabíveis. É o relatório.
Publique-se. Decido.
Brasília, 27 de fevereiro de 2020.
Consta do acórdão recorrido:
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) 1.1. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO.
VIEIRA DE MELLO FILHO EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES
Ministro Vice-Presidente do TST Consta do acórdão:
"Em virtude da terceirização havida entre as partes, relativa à
Processo Nº AIRR-0012219-32.2015.5.03.0092 atividade fim da empresa tomadora dos serviços, a sentença
Complemento Processo Eletrônico reconheceu a responsabilidade subsidiária da recorrente. Arredou a
Relator Desemb. Convocada Cilene Ferreira tese da existência de responsabilidade solidária, pois segundo sua
Amaro Santos argumentação, a solidariedade não se presume, decorre da lei ou
Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. da vontade das partes.
Advogado Dr. Paulo Dimas de Araújo(OAB: Inconformado, o recorrente aduz que a atividade do autor estava
55420/MG)
diretamente relacionada a atividade fim da recorrida, e desta forma,
Agravado JOAO BATISTA LAGE
deve ser reconhecida a sua responsabilidade solidária. Requer a
Advogado Dr. Sergio Barbosa de Castro(OAB:
123973/MG) reforma da sentença.
Assiste-lhe razão.
Intimado(s)/Citado(s): O autor laborou para a recorrida, por intermédio de interposta
- CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. pessoa, no exercício de funções relacionadas à atividade fim da
- JOAO BATISTA LAGE mesma, ou seja, referente à instalação de linhas telefônicas. Tal
contratação é nula em virtude de que tende a burlar direitos
Na forma do disposto nos artigos 318 e 319 do Regimento Interno trabalhistas que deveriam ser suportados pela tomadora dos
do Tribunal Superior do Trabalho - RITST, declaro-me impedido serviços, em virtude de que há terceirização de atividade-fim. o que
para atuar no feito, por força do expresso no artigo 144, III, do CPC. deve ser arredado do direito brasileiro, constituindo em verdadeira
Assim, com fundamento no artigo 15, inciso II, do RITST, "marchandage", que consiste em sistema de prestação de serviços
encaminhem-se os autos conclusos ao Excelentíssimo Senhor espoliativo dos direitos trabalhistas garantidos ao obreiro.
Ministro Presidente deste Tribunal. A validação do sistema contratual incorporado pela recorrida
À Coordenadoria de Recursos - CREC para providências, atendidas significa negação do princípio constitucional da valorização do
as formalidades legais. trabalho humano. O contrato civil que prevê a responsabilização
Publique-se. única da empresa prestadora de serviços, por eventuais débitos
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. trabalhistas é nulo. pois esta prática contratual leonina, pretende
eximir a empresa tomadora dos serviços de qualquer pagamento
referente ao contrato de trabalho do obreiro que despende força de
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) trabalho na sua atividade fim. Até esta quadra, a sentença se
VIEIRA DE MELLO FILHO demonstra irretocável.
Ministro Vice-Presidente do TST Todavia, com o devido respeito do posicionamento declinado na r.
sentença, no conceber desta Turma há disposição legal que ampara
a pretensão do recorrente quanto à responsabilidade solidária da
Processo Nº ED-RR-0159900-28.2009.5.09.0325
Complemento Processo Eletrônico recorrida. Dos autos observa-se que a terceirização da atividade fim
Relator Min. Fernando Eizo Ono da recorrida tem como fim a burla dos direitos trabalhistas do
Embargante OI S.A. recorrente, que empreendeu sua força de trabalho em prol da
Advogado Dr. José Alberto Couto Maciel(OAB: tomadora de serviços, constituindo desta forma importante fator na
513/DF) consecução dos lucros desta, devendo ser declarada a
Embargado CLEBER LEANDRO ESPANHOL responsabilidade solidária da recorrida, pela fraude perpetrada (
artigo 9° da CLT e artigo 942 do NCCB (Art. 942. Os bens do e irrestrita, cujo reconhecimento pretende a Recorrente, só poderia
responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam ocorrer diante de expressa e clara previsão legal nesse sentido.
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de Ausente tal normatização, há de prevalecer a construção
um autor, todos responderão soli dar iam ente pela reparação) - jurisprudencial consagrada na Súmula nº 331, I, desta Corte, no
artigo 1518 do Código Civil de 1916), eis que se aproveitou da força sentido de não se admitir a contratação de trabalhadores por
de trabalho despendida pelo autor, ainda que por intermédio de interposta pessoa para a execução de serviços ligados à atividade-
interposta pessoa, de maneira fraudulenta. fim do tomador.
Neste passo, ante a previsão legal da solidariedade, inexiste A decisão regional foi proferida em conformidade com a
qualquer violação ao princípio da legalidade. jurisprudência desta Corte Superior (Súmula nº 331, I). Logo, o
Ante o exposto, reformo a sentença para declarar a processamento do recurso por divergência jurisprudencial encontra
responsabilidade solidária da BRASIL TELECOM S/A." (fls. 561/562 óbice na Súmula nº 333 desta Corte e no § 4º do art. 896 da CLT.
- destaques no original). Não há violação do art. 60, § 1º, da Lei nº 9.472/97, pois o referido
A segunda Reclamada (Brasil Telecom) pleiteia a reforma do dispositivo legal trata de matéria diversa da discutida nos presentes
acórdão regional, para afastar o reconhecimento da autos (responsabilidade solidária, decorrente da contratação de
responsabilidade solidária pelo pagamento das verbas salariais trabalhador por empresa interposta). O art. 60, § 1º, da referida lei
deferidas ao Reclamante. Em síntese, afirma que "há previsão, somente conceitua o termo "Telecomunicação".
inclusive, para contratação de terceiros nas atividades que lhe são Por fim, afasta-se a apontada violação do art. 5º, II, da CF/88,
inerentes, sendo irrelevante a distinção entre atividade meio e porquanto o argumento de haver ofensa a esse preceito
atividade fim" (fl. 637). Aponta violação dos arts. 5º, II, da CF/88, 2º, constitucional constitui, na verdade, indicação de ofensa indireta ao
§ 2º, da CLT, 265 do Código Civil e 60, § 1º, e 94, II, da Lei nº texto constitucional. A Recorrente argumenta que o mencionado
9.472/97. Transcreve arestos para demonstração de divergência dispositivo constitucional estaria "afrontando, assim o principio da
jurisprudencial. legalidade disposto no artigo 5°, inciso II, da CF/88, diante do
O conhecimento do recurso de revista não se viabiliza por indicação desrespeito ao artigo 94 da Lei 9472/97", o que não é suficiente
de violação do art. 265 do Código Civil. O Tribunal Regional atribuiu para o processamento do recurso de revista, dada a exigência legal
responsabilidade solidária às Reclamadas com base no art. 942 do de que a violação seja direta e literal de norma da Constituição
Código Civil, porque foi identificada a fraude cometida pelas Federal (art. 896, c, da CLT).
empresas. Não conheço do recurso de revista.
Assim, não procede a alegação de que não há previsão legal para a (...)
responsabilidade solidária nem se configura ofensa ao art. 265 do
Código Civil de 2002, uma vez que a condenação decorreu da Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal,
fraude trabalhista cometida em conjunto com a tomadora de ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão
serviços e tem fundamento legal nos arts. 9º da CLT e 942 do Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
Código Civil. sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
Não há violação do arts. 2º, § 2º, da CLT, pois no presente caso a recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
Corte Regional não reconheceu a existência de grupo econômico, cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
mas sim determinou a responsabilidade solidária da Recorrente 949 do CPC".
com fundamento no art. 942 do Código Civil. Consta da ementa do referido julgado:
Com relação à afirmativa de que as empresas de telecomunicações
estão autorizadas por lei a terceirizar serviços relacionados à sua EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO
atividade-fim ou atividade-meio, observa-se que o art. 94, II, da Lei ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE
nº 9.472/1997, tido por violado de acordo com as argumentações da RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA
segunda Reclamada (Brasil Telecom), enuncia genericamente ser PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94
permitido à concessionária, "observadas as condições e limites DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR
estabelecidos pela Agência [Nacional de Telecomunicações], ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST.
contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E
acessórias ou complementares ao serviço, bem como a QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE
implementação de projetos associados". CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A
Não há no acórdão recorrido nenhum registro de que a Anatel tenha CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324
autorizado a Brasil Telecom a contratar empresa prestadora de E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
serviços para executar tarefas e atribuições típicas de sua atividade- 1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode
fim, nem de que a contratação da empresa interposta tenha ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos
observado as condições e limites estabelecidos pela referida membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo
agência reguladora. órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada
Assim, ao contrário do que defende a Recorrente, o genérico e vago do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à
texto do art. 94 da Lei nº 9.472/1997 não pode ser interpretado previsão do art. 97 da Constituição Federal.
como autorização para a irrestrita terceirização. 2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia
Há de ser lembrado ainda que as normas trabalhistas consolidadas jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade
têm como regra geral a contratação direta do empregado, admitindo dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
-se apenas em casos especiais a contratação de mão de obra por difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no
intermédio de empresas especializadas. controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10).
Nesse contexto e levando em conta o princípio da proteção do 3. É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação
trabalhador que informa o direito do trabalho, a terceirização ampla do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula
pretensão de responsabilidade solidária das empresas (artigo 942 De outra parte, o art. 94, II, da Lei nº 9.472/97 dispõe que a
do Novo Código Civil). concessionária de serviços de telecomunicações poderá,
Nesse sentido, o precedente turmário: "Dessa forma, conclui-se que observadas as condições e limites estabelecidos pela ANATEL,
o serviço prestado pelo autor - instalador, inclui-se na atividade-fim contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes,
da segunda ré, Brasil Telecom S/A, não exsurgindo licitude na sua acessórias ou complementares ao serviço.
contratação por meio de empresa interposta, de modo que, a meu Diante dessas normas, indaga-se: pode-se considerar como
juízo, seria de reconhecer-se o vínculo empregatício com a atividade-meio ou atividade inerente o serviço de instalação e
tomadora dos serviços. Persiste, portanto, a prática ilegítima reparação de linhas telefônicas, próprio da função de cabista?
adotada pelas reclamadas, na medida em que a contratação do A exemplo do que já fiz no voto que emiti por ocasião do julgamento
reclamante, pela primeira ré, para prestar serviços para a segunda, de matéria similar, reafirmo que não diviso em tais diplomas legais
existiu como mecanismo formal para burlar a legislação do trabalho, um sinal verde ou placet para as concessionárias de serviços
incidindo na espécie a diretriz contida na Súmula 331, I, do C. TST, públicos promoverem terceirização em atividade-fim ao sabor de
in verbis: (...) Neste aspecto, vale lembrar definição de Alice suas conveniências.
Monteiro de Barros, conforme Washington L. da Trindade: O Em primeiro lugar, não é razoável supor que diplomas legais desse
fenômeno da terceirização consiste em transferir para outrem jaez, destinados a regular matérias tipicamente de Direito
atividades consideradas secundárias, ou seja, de suporte, atendo- Administrativo, igualmente hajam versado tema distinto e sob a
se a empresa à sua atividade principal. Assim, a empresa se ótica do Direito do Trabalho para abrir mais uma exceção à Súmula
concentra na sua atividade-fim, transferindo as atividades-meio. Por nº 331 do TST, relativamente aos casos de terceirização em
atividade-fim entenda-se aquela cujo objetivo a registra na atividade-fim.
classificação socioeconômica, destinado ao atendimento das Em segundo lugar, em boa hermenêutica, impõe-se descartar
necessidades socialmente sentidas - (cf. Washington L. da qualquer interpretação da lei que conduza a resultado, data venia,
Trindade. Os caminhos da terceirização - Jornal Trabalhista, absurdo. Ora, mesmo que se considerasse de natureza trabalhista a
Brasília. 17.8.1992, ano IX, n. 416, p. 869). Em uma empresa de norma legal que permite "contratar com terceiros o desenvolvimento
telefonia, as atividades de instalador não são secundárias ou de atividades inerentes", apesar da estranhável localização
periféricas, pois são diretamente vinculadas aos serviços de topológica, isso nos conduziria, em derradeira análise, à situação
telefonia, diferentemente, por exemplo, dos serviços de limpeza, surrealista ou de autêntico non sense de admitir se uma
transporte de produtos e funcionários, assistência médica, etc. concessionária de serviços públicos que não contrata nenhum
Atente-se, por fim, que a própria Lei nº 9.472/97, que regula a empregado diretamente, contando exclusivamente com
organização dos serviços de telecomunicações, em seu art. 60, terceirizados.
define que: "(Serviço de telecomunicações é o conjunto de Convenhamos: apenas isso já denota cabalmente que não se cuida
atividades que possibilita a oferta de telecomunicação)". absolutamente de norma de natureza trabalhista, por isso que ela,
A atividade do autor, indubitavelmente, insere-se dentre aquelas se aplicada a ferro e fogo, é a própria negação do Direito do
que viabilizam a telecomunicação. O art. 94 do mesmo diploma Trabalho.
legal, portanto, também não colide com a conclusão ora esposada. Ressalte-se que o art. 94, II, da Lei nº 9.472/97 apenas reprisa o
(...) No contexto dos autos, sobressai a condição de mera permissivo já existente na Lei de Concessões (Lei nº 8.987/95), que,
intermediária de mão de obra da primeira ré, e a intenção da em seu art. 25, § 1º, autoriza qualquer concessionária a "contratar
segunda demandada de eximir-se dos encargos decorrentes do com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes,
vínculo empregatício, tornando evidente a irregularidade do contrato acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a
de prestação de serviços celebrados entre as demandadas".(TRT- implementação de projetos associados".
PR-02840-2005-071-09-00-8-ACO-15449-2009-publ-22-05- A meu juízo, a interpretação sistemática dos arts. 94, II, da Lei nº
2009.Rel. Des. Rosemarie D. Pimpão). 9.472/97, 25, caput e parágrafos, e 26, da Lei de Concessões (Lei
Reformo, para declarar a responsabilidade solidária da 2ª nº 8.987/95) traduz-se em permissivo para a concessionária firmar
reclamada (BRASIL TELECOM)." parcerias com outras empresas, cujo objeto seja uma terceirização
Ante às razões expostas, não se cogita da contrariedade aos arts. em sentido amplo e não uma terceirização de serviços em sentido
2º, § 2º, da CLT, 265 do CC, 455 da CLT, 5º, II, 114, § 2º, 84, IV, e estrito, como a de que aqui se cuida.
1º, parágrafo único da CF, 94 da Lei 9742/97, 60 da Lei Geral das Na terceirização lato sensu, uma empresa entrega a outra uma
Telecomunicações, Súmula 331, do C. TST e OJ 191 do C. TST, parte do seu processo produtivo, tal como se dá tipicamente com a
referida pela Brasil Telecom em defesa (fls. 260/269). indústria automobilística e a indústria de autopeças.
Reformo o r. julgado para declarar a responsabilidade solidária da Assim, por exemplo, seria perfeitamente concebível a parceria entre
BRASIL TELECOM S/A." (fls. 537/540 da numeração eletrônica; uma concessionária de energia elétrica e outra empresa para efeito
grifos nossos) de construção ou de criação de uma turbina para o desenvolvimento
Inconformada, a Reclamada Brasil Telecom S.A., em suas razões e a exploração de energia hidrelétrica.
recursais, sustenta a licitude da terceirização perpetrada e, por Igualmente concebível a parceria entre uma empresa
conseguinte, pleiteia a exclusão da responsabilidade solidária concessionária de serviços de telecomunicações e outra empresa
reconhecida. do setor para compartilhamento de estruturas de rede e ampliação
Aponta violação dos arts. 5º, II, da Constituição Federal, 60, § 1º, e geográfica dos serviços prestados, o que, como se sabe, é
94, II, da Lei nº 9.472/97, 265 do Código Civil e 2º, § 2º, da CLT, essencial nesse ramo de atividade.
bem como divergência jurisprudencial. Na terceirização de serviços, ou terceirização em sentido estrito, a
A Lei nº 9.472/97 organizou, como se sabe, os serviços de prestadora realiza o seu objeto social simplesmente colocando mão
telecomunicações no País. O art. 60 dessa lei conceitua serviços de de obra a serviço da tomadora, que aufere os benefícios diretos do
telecomunicações como o "conjunto de atividades que possibilita a labor.
oferta de telecomunicações". Em meu entender, a Lei de Concessões permite uma terceirização
lato sensu que não implique colocação de mão de obra por empresa A experiência subministrada a todos nós Ministros, advinda da
interposta (prestadora de serviços) para exercer diretamente o observação do que ordinariamente acontece, revela um cenário de
próprio serviço concedido. efeitos devastadores e notórios da terceirização em nosso País.
Nesse sentido, a própria Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº São exemplos inquestionáveis a maior exposição a situações de
9.472/97), em seu art. 94, § 1º, estabelece de forma clara e risco e a acidentes do trabalho, o enfraquecimento do poder de
expressa que, "em qualquer caso, a concessionária continuará negociação dos sindicatos e a desestruturação da categoria, além
sempre responsável perante a Agência e os usuários". da transgressão ao princípio da isonomia, criando empregados de
Na espécie, a Reclamada Brasil Telecom S.A., tomadora dos "primeira" e de "segunda" categoria, que prestam serviços lado a
serviços, subcontratou atividades, a meu juízo, essenciais às lado, na maioria dos casos submetidos a tratamento em que
empresas exploradoras de serviços de telecomunicações, prepondera a disparidade salarial.
concernentes à função de cabista, profissional que procede à De sorte que, enquanto não sobrevier lei que, ao menos, preveja
instalação e reparação de linhas telefônicas. claramente isonomia remuneratória e fixação do vínculo sindical
Inegável que a terceirização constitui um fenômeno irreversível da entre o empregado terceirizado e o sindicato da categoria dos
economia capitalista globalizada, cuja tendência parece aprofundar- empregados diretamente vinculados à empresa tomadora de
se. serviços, penso, com todo respeito à tese contrária, que chancelar
Igualmente inegável que as empresas, de uns tempos a esta parte, uma terceirização no mínimo altamente duvidosa, fruto de lei
passaram a simplificar sua estrutura, visando a aumentar a administrativa, seria afrontar os princípios da dignidade da pessoa
qualidade do produto final e aumentar a produtividade, tudo de humana e da solidariedade e solapar os princípios básicos que
modo a obter-se a desejável redução de custos e, em última regem o Direito do Trabalho.
análise, incrementar a competitividade de seus produtos ou Daí que, no vácuo normativo de uma lei que efetivamente outorgue
serviços. proteção aos empregados terceirizados e implante entre nós um
Bem compreendo, assim, que, por imposição das leis do mercado, a sistema decente e minimamente civilizado de terceirização, não se
iniciativa privada legitimamente anseie a ampliação do espectro da me afigura razoável endossar a terceirização ora pretendida.
terceirização. Data venia, seria enorme a perspectiva de precarização das
A própria Súmula nº 331, sensível a tal aspiração, condescendeu, condições de trabalho advinda de uma terceirização desenfreada,
sem previsão legal, na terceirização de "serviços especializados tal como aqui se busca chancelar, o que também não se
ligados à atividade-meio do tomador". Em atividades de apoio ou de compadeceria com o princípio constitucional da valorização do
suporte, enfim, parece-me defensável a terceirização. trabalho humano inscrito no art. 1º, IV, da Constituição Federal.
Saliente-se que as atividades de instalação e reparação de linhas Em suma: se a Lei Geral das Comunicações, no mínimo, é duvidosa
telefônicas não se desvinculam da atividade-fim das empresas de - e eu não estou entre os que a consideram duvidosa, mas admito
telecomunicações, porquanto imprescindíveis ao atendimento de que as interpretações discrepantes e respeitáveis permite-nos
seu objetivo fundamental, que consiste, precisamente, na prestação qualificá-la como de exegese duvidosa - quanto à viabilidade de
eficiente do serviço de telecomunicações. terceirização em atividade essencial das concessionárias de serviço
A propósito, o art. 60 da Lei nº 9.472/97 dispõe que serviço de público, o impasse há que ser solucionado pela Justiça do Trabalho,
telecomunicações é "o conjunto de atividades que possibilita a à luz dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, de
oferta de telecomunicação", não se limitando, portanto, à prestação modo que sobrepairem os valores que sejam mais caros ao Direito
do serviço em si, mas, pelo contrário, abrangendo o aparato do Trabalho.
necessário à consecução de tal objetivo, incluindo as atividades de Robustece tal convicção o posicionamento firmado pela Subseção I
instalação e reparação de linhas telefônicas, mediante as quais o Especializada em Dissídios Individuais do TST, em sua composição
serviço é, de fato, instalado, mantido e oferecido à população de completa, ao apreciar questão semelhante, atinente à terceirização
modo satisfatório. da atividade de teleatendimento ou call center por empresas
No caso das empresas de telecomunicações, com todo respeito, concessionárias do serviço de telecomunicações:
embora entenda tal aspiração da iniciativa privada, penso que seria "TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. EMPRESA DE
desastroso para o Direito do Trabalho se vingasse semelhante TELECOMUNICAÇÕES. CALL CENTER. ATIVIDADE-FIM DA
intento. RECLAMADA TOMADORA DE SERVIÇOS. INTERPRETAÇÃO
Não é ocioso recordar que é da natureza indefectível do Direito do DOS ARTIGOS 25, § 1º, DA LEI Nº 8.987/95 E DO ARTIGO 94,
Trabalho constituir um contraponto ao liberalismo econômico, pois INCISO II, DA LEI Nº 9.472/97 E APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 331,
que vive o Direito do Trabalho à sombra do princípio basilar da ITENS I E III, DO TST. VÍNCULO DE EMPREGO ENTRE A
proteção ao economicamente hipossuficiente, princípio TOMADORA DE SERVIÇOS E O TRABALHADOR TERCEIRIZADO
ordinariamente fustigado e comprometido pelas distintas formas de RECONHECIDO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DA SÚMULA
terceirização. VINCULANTE Nº 10 DO STF. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL.
Penso que a terceirização em sentido estrito, mormente em 1. O serviço de call center é atividade-fim - e não atividade-meio -
atividade-fim, somente é admissível em casos excepcionais, das empresas concessionárias de serviço de telecomunicações.
explícita e induvidosamente tachados em lei, o que, a meu juízo, Assim, em observância à Súmula nº 331, itens I e III, do TST, que
com todo o respeito aos entendimentos em sentido contrário, não se consagrou o entendimento de que a terceirização só se justifica
configura na espécie. quando implicar na contratação da prestação de serviços
Se e enquanto não sobrevier lei que regule e moralize a especializados por terceiros em atividades-meio, que permitam a
terceirização, muitas vezes perversa e selvagem em nosso País - concentração dos esforços da empresa tomadora em suas
não especialmente neste caso, mas em muitos casos -, franqueá-la atividades precípuas e essenciais, tem-se que a terceirização
de forma generalizada e irrestrita, mesmo em atividade-fim ou desses serviços de teleatendimento pelas empresas telefônicas
essencial à consecução da finalidade da empresa, seria o próprio configura intermediação ilícita de mão de obra, devendo ser
desmonte do Direito do Trabalho. reconhecido o vínculo de emprego desses trabalhadores
terceirizados diretamente com os tomadores de seus serviços. 2. ilustre origem, é, data venia, isolada. Com efeito, a pesquisa da
Com efeito, o aumento desses serviços nos últimos anos ocorreu jurisprudência daquela Suprema Corte revelou que foi proferida,
em razão da consolidação do Código de Defesa do Consumidor, mais recentemente, quase uma dezena de decisões monocráticas
que levou as empresas a disponibilizarem os Serviços de por vários outros Ministros do STF (Ministros Carlos Ayres Britto,
Atendimento do Consumidor (SAC). E, diante dessa exigência legal Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia Antunes Rocha,
de manutenção de uma relação direta entre fornecedor e Joaquim Barbosa e Luiz Fux) em que, em casos idênticos ao
consumidor, o serviço de call center tornou-se essencial às presente, decidiu-se, ao contrário daquele primeiro precedente, não
concessionárias dos serviços de telefonia para possibilitar o ter havido violação da Súmula Vinculante nº 10, mas mera
necessário desenvolvimento de sua atividade, pois é por meio interpretação dessas mesmas normas infraconstitucionais e nem,
dessa central de atendimento telefônico que o consumidor, dentre muito menos, violação direta (mas, se tanto, mera violação oblíqua
tantas outras demandas, obtém informações, solicita e faz e reflexa) de qualquer preceito constitucional pelas decisões do TST
reclamações sobre os serviços oferecidos pela empresa. Não é pelas quais, ao interpretarem aqueles dispositivos das Leis 8.987/95
possível, portanto, distinguir ou desvincular a atividade de call e 9.472/97, consideraram que essas não autorizam a terceirização
center da atividade fim da concessionária de serviços de telefonia. das atividades-fim pelas empresas concessionárias dos serviços
3. Por outro lado, a Lei nº 8.987/95, que disciplina a atuação das públicos em geral e, especificamente, na área de telecomunicações,
empresas concessionárias e permissionárias de serviço público em negando-se, assim, provimento aos agravos de instrumento
geral, e a Lei nº 9.472/97, que regula as concessões e permissões interpostos contra as decisões denegatórias de seguimento dos
no setor das telecomunicações, são normas de Direito recursos extraordinários daquelas empresas. 7. O entendimento
Administrativo e, como tais, não foram promulgadas para regular aqui adotado já foi objeto de reiteradas decisões, por maioria, da
matéria trabalhista e não podem ser interpretadas e aplicadas de mesma SBDI-1 em sua composição completa (E-ED-RR-586341-
forma literal e isolada, como se operassem em um vácuo normativo. 05.1999.5.18.5555, Redator designado Ministro Vieira de Mello
Por isso mesmo, a questão da licitude e dos efeitos da terceirização Filho, Data de Julgamento: 29/05/2009 - DEJT de 16/10/2009; E-RR
deve ser decidida pela Justiça do Trabalho exclusivamente com -134640-23.2008.5.03. 0010, Relatora Ministra Maria de Assis
base nos princípios e nas regras que norteiam o Direito do Calsing, Data de Julgamento: 28/06/2011, DEJT de 10/08/2012). 8.
Trabalho, de forma a interpretá-las e, eventualmente, aplicá-las de Aliás, esse posicionamento também não foi desautorizado e nem
modo a não esvaziar de sentido prático ou a negar vigência e superado pelos elementos trazidos à consideração dos Ministros do
eficácia às normas trabalhistas que, em nosso País, disciplinam a TST na Audiência Pública ocorrida no TST nos dias 04 e 05 de
prestação do trabalho subordinado, com a aniquilação do próprio outubro de 2011 e convocada pela Presidência desse Tribunal, os
núcleo essencial do Direito do Trabalho - o princípio da proteção do quais foram de grande valia para a sedimentação do entendimento
trabalhador, a parte hipossuficiente da relação de emprego, e as ora adotado. Os vastos dados estatísticos e sociológicos então
próprias figuras do empregado e do empregador. 4. Assim, não se apresentados corroboraram as colocações daqueles que
pode mesmo, ao se interpretar o § 1º do artigo 25 da Lei nº 8.987/95 consideram que a terceirização das atividades-fim é um fator de
e o artigo 94, inciso II, da Lei nº 9.472/97, que tratam da precarização do trabalho, caracterizando-se pelos baixos salários
possibilidade de contratar com terceiros o desenvolvimento de - dos empregados terceirizados e pela redução indireta do salário dos
atividades inerentes- ao serviço, expressão polissêmica e empregados das empresas tomadoras, pela ausência de estímulo à
marcantemente imprecisa que pode ser compreendida em várias maior produtividade dos trabalhadores terceirizados e pela divisão e
acepções, concluir pela existência de autorização legal para a desorganização dos integrantes da categoria profissional que atua
terceirização de quaisquer de suas atividades-fim. Isso, em última no âmbito das empresas tomadoras, com a consequente
análise, acabaria por permitir, no limite, que elas desenvolvessem pulverização da representação sindical de todos os trabalhadores
sua atividade empresarial sem ter em seus quadros nenhum interessados. 9. É importante ressaltar, por fim, que decisões como
empregado e sim, apenas, trabalhadores terceirizados. 5. Ademais, a presente não acarretam o desemprego dos trabalhadores
quando os órgãos fracionários dos Tribunais trabalhistas terceirizados, pois não eliminam quaisquer postos de trabalho.
interpretam preceitos legais como os ora examinados, não estão Essas apenas declaram que a verdadeira empregadora desses
eles, em absoluto, infringindo o disposto na Súmula Vinculante nº 10 trabalhadores de call center é a empresa concessionária tomadora
e, nem tampouco, violando o artigo 97 da Constituição Federal, que de seus serviços que, por outro lado, continua obrigada a prestar
estabelece a cláusula de reserva de plenário para a declaração de tais serviços ao consumidor em geral - só que, a partir de agora,
inconstitucionalidade das leis em sede de controle difuso, pois não exclusivamente na forma da legislação trabalhista, isto é, por meio
se estará, nesses casos, nem mesmo de forma implícita, deixando de seus próprios empregados. 10. Assim, diante da ilicitude da
de aplicar aqueles dispositivos legais por considerá-los terceirização do serviço de call center prestado pela reclamante no
inconstitucionais. 6. A propósito, apesar da respeitável decisão âmbito da empresa de telecomunicações reclamada, deve ser
monocrática proferida em 09/11/2010 no âmbito do Supremo reconhecida a existência, por todo o período laborado, de seu
Tribunal Federal, da lavra do ilustre Ministro Gilmar Mendes (Rcl vínculo de emprego diretamente com a concessionária de serviços
10132 MC/PR - Paraná), na qual, em juízo sumário de cognição e de telefonia, nos exatos moldes do item I da Súmula nº 331 do TST,
em caso idêntico a este, por vislumbrar a possibilidade de ter sido com o consequente pagamento, pela verdadeira empregadora e por
violada a Súmula Vinculante nº 10 daquela Corte, deferiu-se o sua litisconsorte, coautora desse ato ilícito, de todos os direitos
pedido de medida liminar formulado por uma empresa trabalhistas assegurados pela primeira a seus demais empregados.
concessionária dos serviços de telecomunicações para suspender, Embargos conhecidos e desprovidos." (E-ED-RR-2938-
até o julgamento final da reclamação constitucional, os efeitos de 13.2010.5.12.0016, Redator Ministro: José Roberto Freire Pimenta,
acórdão proferido por uma das Turmas do TST, que adotou o Data de Julgamento: 8/11/2012, Subseção I Especializada em
entendimento de que aqueles preceitos legais não autorizam, por si Dissídios Individuais, Data de Publicação: 26/3/2013)
sós, a terceirização de atividades-fim por essas concessionárias de De forma mais específica, apreciando questão idêntica a dos
serviços públicos, verifica-se que essa decisão, a despeito de sua presentes autos, concernente à licitude da terceirização dos
serviços de instalação e reparação de linhas telefônicas sob o ATIVIDADE-FIM. LEI N.º 9.472/97. DECISÃO DE ACORDO COM O
prisma do art. 94, II, da Lei nº 9.472/97, a Primeira, Terceira, ENTENDIMENTO DA SÚMULA N.º 331, I, DO TST. RECURSO
Quarta, Quinta, Sétima e Oitava Turmas do TST vêm adotando NÃO CONHECIDO. A interpretação sistemática dos arts. 25 da Lei
idêntico posicionamento: n.º 8.987/95 e 94, II, da Lei n.º 9.472/97 com os princípios
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. constitucionais que norteiam o Direito do Trabalho não autoriza
COOPERATIVA. DESVIRTUAMENTO DE FINALIDADE. concluir que o legislador ordinário conferiu às empresas de
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. ATIVIDADE-FIM. SERVIÇOS DE telecomunicações a possibilidade de terceirização ampla e irrestrita,
TELEFONIA. INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE LINHAS inclusive quanto às suas atividades-fins. Dessarte, as referidas
TELEFÔNICAS. VÍNCULO DE EMPREGO DIRETAMENTE COM A empresas encontram-se igualmente sujeitas às diretrizes insertas
TOMADORA DOS SERVIÇOS. A Corte Regional, tendo como na Súmula n.º 331, I e III, deste Tribunal Superior, que somente
inconteste a descaracterização da condição de cooperado do considera lícita a terceirização no caso de trabalho temporário,
reclamante, reconheceu o vínculo de emprego diretamente com a serviços de vigilância, conservação e limpeza e outros
tomadora dos serviços (Telemar). Destarte, deslindou a controvérsia especializados, ligados à atividade-meio do tomador, desde que
em plena sintonia com a jurisprudência pacífica desta Corte inexistentes a pessoalidade e a subordinação direta. Tendo o
Superior, segundo a qual, à luz dos arts. 25 da Lei nº 8.987/1995 e Regional verificado a existência de terceirização de atividade-fim da
94, II, da Lei nº 9.472/1997 e de acordo com os princípios que Reclamada, nos termos do disposto no item I da Súmula n.º 331
norteiam o Direito do Trabalho, configura terceirização ilícita a desta Corte, não se conhece do Recurso de Revista, pela aplicação
contratação de empregado por empresa terceirizada de telefonia do art. 896, § 4.º, da CLT." (RR 137600-71.2007.5.03.0111,
para prestar serviços de instalação e manutenção de linhas Relatora Ministra: Maria de Assis Calsing, Data de Julgamento:
telefônicas, por se tratar de atividade-fim da concessionária do 29/6/2011, 4ª Turma, Data de Publicação: 5/8/2011; grifo nosso)
serviço de telecomunicações. Assim, em face da fraude perpetrada "FRAUDE. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. TRABALHADOR EM REDE
à legislação do trabalho, forma-se o vínculo de emprego DE TELEFONIA. ATIVIDADE-FIM. INSTALADORES E
diretamente com a tomadora dos serviços, nos termos da Súmula nº REPARADORES DE LINHAS E APARELHOS EM EMPRESA DE
331, I, do TST, com a qual se harmoniza a decisão regional. TELEFONIA. O Regional reconheceu o vínculo de emprego
Precedentes. Agravo de instrumento a que se nega provimento." diretamente com a TELEMAR, com base nas provas do autos, as
(AIRR 28340 57.2006.5.01.0044, Relator Ministro: Walmir Oliveira quais demonstraram a fraude perpetrada. Assim, o reexame da
da Costa, Data de Julgamento: 20/3/2013, 1ª Turma, Data de controvérsia encontra o óbice da Súmula nº 126 do TST. A
Publicação: 26/3/2013; grifo nosso) terceirização de atividade-fim da empresa concessionária por meio
"[...] VÍNCULO DE EMPREGO. EMPRESA DE da execução de serviços de reparação de linhas aéreas (cabista),
TELECOMUNICAÇÃO. TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE-FIM. 4.1. os quais são indispensáveis para o desempenho dos serviços de
Serviço de telecomunicações é o conjunto de atividades que telefonia, demonstram a ilicitude da terceirização. Precedente da
possibilita a oferta de telecomunicações-, por intermédio de - Quinta Turma. Não conhecido." (RR-122300-81.2007.5.03.0010,
transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios Relator Ministro: Emmanoel Pereira, Data de julgamento: 4/5/2011,
ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de símbolos, 5ª Turma, Data de Publicação: 10/6/2011; grifo nosso)
caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de "EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÃO - TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA
qualquer natureza- (art. 60, -caput- e § 1º, da Lei nº 9.472/97). 4.2. DE ATIVIDADE ESSENCIAL À IMPLEMENTAÇÃO DOS
Os serviços de telecomunicações vinculados à implantação e SERVIÇOS - INSTALAÇÃO E REPARAÇÃO DE LINHAS
manutenção de redes de acesso, equipamentos e sistemas de TELEFÔNICAS - RECONHECIMENTO DO VÍNCULO DE
telecomunicações estão inseridos nas atividades essenciais das EMPREGO DEVIDO. 1. A validade da terceirização de um serviço
empresas concessionárias dos serviços de telecomunicações, pela concessionária de serviço telefônico depende da sua
circunstância que desautoriza a prática da terceirização. 4.3. O § 1º caracterização, se como atividade-fim ou como atividade-meio,
do art. 25 da Lei nº 8.987/95, bem como o inciso II do art. 94 da Lei desde que seja ela inerente, acessória ou complementar aos
nº 9.472/97 autorizam as empresas de telecomunicações a serviços de telecomunicação. 2. Isso porque a intenção do
terceirizar as atividades-meio, não se enquadrando em tal categoria legislador infraconstitucional, no art. 94, II, da Lei 9.472/97, não foi,
os instaladores de linhas telefônicas, uma vez que aproveitados em a meu ver, a de possibilitar a terceirização das atividades essenciais
atividade essencial para o funcionamento das empresas. 4.4. previstas no § 1º do art. 60 da mesma lei, mas sim a terceirização
Rememore-se que o conceito de subordinação deve ser examinado das atividades-meio, único critério jurídico que, aliás, se
à luz da inserção do trabalhador na dinâmica do tomador de compatibiliza com o disposto nos arts. 2º e 3º da CLT, no que
serviços, configurando a denominada subordinação estrutural, teoria concerne aos trabalhadores subordinados que prestam seu labor
que se adianta como solução para os casos em que o conceito nas atividades finalísticas ou inerentes das empresas. 3. Nesse
clássico de subordinação se apresenta inócuo. Recurso de revista sentido, considerando que o serviço de telecomunicações,
não conhecido. 5. ENQUADRAMENTO SINDICAL. consoante o art. 60, § 1º, da supracitada lei, é o conjunto de
CONSECTÁRIOS. A declaração de irregularidade da terceirização e atividades que possibilita a oferta de telecomunicações por
o respectivo reconhecimento do vínculo de emprego entre intermédio de transmissão, emissão ou recepção de símbolos,
empregado e tomador de serviços implica a incidência da norma caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de
coletiva por este pactuada. Recurso de revista não conhecido. [...] qualquer natureza, tem-se que a prestação de serviços vinculados à
Recurso de revista não conhecido." (RR 138400 55.2009.5.03.0006, implantação e manutenção de redes de acesso, equipamentos e
Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de sistemas de telecomunicações está inserida nas atividades
Julgamento: 20/3/2013, 3ª Turma, Data de Publicação: 26/3/2013) essenciais da empresa, circunstância que desautoriza a prática da
"RECURSO DE REVISTA DA TELEMAR. EMPRESAS DE terceirização no setor. 4. Na presente hipótese, extrai-se do acórdão
TELECOMUNICAÇÕES. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. recorrido que o Reclamante exercia a função de encarregado da
MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO DE LINHAS TELEFÔNICAS. equipe dos instaladores/reparadores de linhas aéreas (IRLAS). Tais
atividades, conforme se depreende do art. 60, § 1º, da Lei 9.472/97, "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA
são essenciais aos serviços de telecomunicação, haja vista que INTERPOSTO PELA PRIMEIRA RECLAMADA
destinadas à transmissão, emissão ou recepção de símbolos, (TELEPERFORMANCE CRM S.A.). 1. VÍNCULO EMPREGATÍCIO.
caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de TERCEIRIZAÇÃO. EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES. CALL
qualquer natureza. Recurso de revista não conhecido." (RR 52300 CENTER. A recorrente (Teleperformance), prestadora dos serviços,
06.2008.5.01.0001, Relatora: Juíza Convocada Maria Doralice não detém interesse recursal para questionar a ilicitude da
Novaes, Data de Julgamento: 25/5/2011, 7ª Turma Data de terceirização e a consequente declaração de vínculo empregatício
Publicação: 10/6/2011; grifos nossos) diretamente com a empresa tomadora (Brasil Telecom). Além disso,
"A) RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA SEGUNDA a decisão recorrida está em harmonia com a jurisprudência
RECLAMADA (TELEMAR NORTE LESTE S.A.). 1. VÍNCULO consolidada na SDI-1 desta Corte, inviabilizando o conhecimento do
EMPREGATÍCIO. ILICITUDE DA TERCEIRIZAÇÃO. EMPRESA DE apelo, nos termos do art. 896, § 4º, da CLT e da Súmula nº 333 do
TELECOMUNICAÇÕES. INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE TST. 2. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. A responsabilidade
LINHAS TELEFÔNICAS. ATIVIDADE FIM. A jurisprudência desta solidária atribuída às reclamadas decorre da fraude perpetrada na
Corte Superior adota entendimento de que as atividades de terceirização da atividade fim da segunda reclamada e encontra
instalação e manutenção de linhas telefônicas e operação de redes amparo no art. 942 do CC, em razão do prejuízo ocasionado à
de acessos, cabos ópticos, serviço de comunicação de dados e reclamante. Incólumes os dispositivos invocados. Agravo de
serviço ADSL são consideradas atividades fim das empresas instrumento conhecido e não provido." (Processo: AIRR-38500-
concessionárias dos serviços de telecomunicações, desautorizando 26.2009.5.24.0003, Data de Julgamento: 20/3/2013, Relatora
a prática da terceirização. Ressalva de entendimento desta Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT
Relatora. Recurso de revista não conhecido. 2. ENQUADRAMENTO 26/3/2013).
SINDICAL. VANTAGENS PREVISTAS NAS NORMAS COLETIVAS "RECURSO DE REVISTA. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. ENTE
SUBSCRITAS PELA TOMADORA. Mantida a declaração do vínculo PÚBLICO TOMADOR DE SERVIÇOS. VÍNCULO DE EMPREGO.
de emprego entre o reclamante e a tomadora, não há como afastar IMPOSSIBILIDADE. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. 1. A Corte
o direito às vantagens previstas nas normas coletivas subscritas por de origem consignou que ficou evidenciado que, -induvidosamente,
esta última. Também não se constata que o reclamante integra a função exercida pela autora, qual seja, a de analista ambiental,
categoria profissional diferenciada. Incólumes os dispositivos segundo comprovado pela prova oral (fl. 313), encontra-se inserida
invocados e a Súmula nº 374 do TST. Recurso de revista não na atividade-fim da Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM,
conhecido [...]. Recurso de revista não conhecido." (RR 699 órgão ambiental de licenciamento no Estado de Minas Gerais, cuja
06.2010.5.03.0010, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de função precípua é o processamento de licenças ambientais- e que,
Julgamento: 20/3/2013, 8ª Turma, Data de Publicação: 26/3/2013) embora a Reclamante figure formalmente como sócia cooperativada
Pelas razões expendidas, não constato a alegada violação dos arts. da segunda Reclamada (Multicoop), foi demonstrada -a presença
60, § 1º, e 94, II, da Lei nº 9.472/97, bem como destaco que o v. dos requisitos ensejadores do vínculo empregatício demandado,
acórdão regional encontra se em consonância com a iterativa, uma vez que a prestação dos serviços deu-se de forma habitual,
notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. com pessoalidade, subordinação e trato oneroso-. Por esses
Ressalto, ademais, que a condenação solidária imposta pelo fundamentos, reconheceu a ocorrência de fraude trabalhista (art. 9º
Tribunal Regional, ante a constatação de ilicitude na terceirização da CLT) e declarou ilícita a terceirização indicada nos autos.
perpetrada pelas Reclamadas, encontra-se amparada em Decidiu, ainda, que -a fraude perpetrada pelas rés, com a
dispositivo de lei (art. 942 do Código Civil). intermediação ilícita de mão de obra, atrai a aplicação da
Nesse sentido, os seguintes acórdãos proferidos por Turmas desta solidariedade pelo pagamento dos créditos deferidos em juízo, nos
Corte: moldes do precitado art. 9º celetista- e que a atribuição de
"RECURSO DE REVISTA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. responsabilidade solidária às segunda e terceira Reclamadas
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. O Tribunal Regional, soberano na (MULTICOOP e FEMA) -encontra respaldo no conluio das
análise dos autos, verificou tratar-se de -atividade inserida na reclamadas para fraudar a legislação trabalhista, não havendo que
cadeia produtiva da segunda reclamada- (Sadia S.A.), concluindo, se falar em derrogação do artigo 265 do Código Civil-. 2. No que se
ainda, que -a terceirização de tais serviços, portanto, configura refere a pretensão principal (afastar a responsabilidade solidária
típica terceirização ilícita de atividade-fim-. Consequência imediata imposta à terceira Reclamada - FEMA), o recurso de revista não
da ilicitude constatada pela Corte a quo foi a manutenção da merece prosseguimento. Não há violação do art. 265 do Código
sentença, a qual, nos exatos termos registrados no acórdão Civil, o qual dispõe que a solidariedade não se presume e sempre
regional, decidiu: -tendo em vista o que enunciam os arts. 186, 927 resulta da lei ou da vontade das partes. A atribuição de
e 942 do Código Civil, aplicáveis subsidiariamente ao Direito do responsabilidade solidária à Recorrente em decorrência da
Trabalho (CLT, art. 8º), outra saída não resta, em atenção aos comprovação de fraude trabalhista (art. 9º da CLT) encontra suporte
limites do pedido (CPC, artigos 128 e 460), senão pronunciar a no art. 942 do Código Civil, que, em sua parte final, prevê a
responsabilidade solidária da segunda reclamada (Sadia)-. Verifica- responsabilização solidária na hipótese de a ofensa ter mais de um
se, pelo exposto, que a responsabilidade em questão foi autor. Tampouco se divisa ofensa ao art. 2º, § 2º, da CLT, pois,
reconhecida, ante a presença de ilicitude na terceirização, razão diversamente do que alega a terceira Reclamada (FEMA), o referido
pela qual, nos termos do art. 942 do Código Civil, e se ao tomador dispositivo não estringe a possibilidade de responsabilização
dos serviços não é atribuída a condição exclusiva de empregador, solidária de demandadas à hipótese de formação de grupo
ambos os reclamados devem responder de modo solidário pelas econômico. 3. Quanto à pretensão sucessiva (atribuição de
parcelas deferidas na condenação. Recurso de revista não responsabilidade subsidiária em lugar da solidária à terceira
conhecido." (Processo: RR-199-83.2010.5.09.0749, Data de Reclamada - FEMA), a conclusão não é diferente. A decisão
Julgamento: 8/5/2013, Relator Ministro: Augusto César Leite de regional não contraria o entendimento contido na Súmula nº 331, IV,
Carvalho, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/5/2013) do TST, porquanto a responsabilidade subsidiária a que alude o
referido precedente decorre de uma terceirização lícita, hipótese V, E DE VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 5º, II E LIV, DA
diversa da examinada nos autos, em que a terceirização foi CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, E 265, DO CÓDIGO CIVIL. 1. O
declarada ilícita em virtude da comprovada ocorrência de Acórdão recorrido assentou que o agravante se enquadra no
contratação fraudulenta de trabalhador para serviços essenciais do disposto na Súmula 331, I, desta Corte, tendo em vista a
tomador. Inviável, ainda, o processamento do recurso de revista por terceirização manifestamente ilícita, bem como que as condições as
divergência jurisprudencial. O aresto de fl. 459 é proveniente de quais os empregados foram submetidos são análogas as de
Turma do TST, órgão não elencado na alínea a do art. 896 da CLT. escravo, com aliciamento de trabalhadores de um local para o outro
Já o modelo reproduzido à fl. 460 não aborda a mesma premissa mediante fraude e concurso entre os reclamados, o que, à luz do
fática consignada no acórdão regional, qual seja, o reconhecimento artigo 942, do Código Civil, gera a responsabilidade solidária entre
da ilicitude da terceirização, diante de reconhecida fraude os coautores da lesão. 2. Inocorrente a alegada violação aos artigos
trabalhista (Súmula nº 296, I, do TST). 4. Recurso de revista de que 5º, II, da Constituição Federal, e 265, do Código Civil, assim como
não se conhece." (Processo: RR-128800-08.2008.5.03.0018, Data contrariedade à Súmula nº 333, desta Corte. 3. Agravo de
de Julgamento: 24/10/2012, Relator Ministro: Fernando Eizo Ono, 4ª instrumento a que se nega provimento [...]." (Processo: AIRR-886-
Turma, Data de Publicação: DEJT 31/10/2012). 78.2010.5.15.0010, Data de Julgamento: 22/10/2014, Relator
"RECURSO DE REVISTA. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA DE Ministro: Alexandre Teixeira de Freitas Bastos Cunha, 1ª Turma,
SERVIÇOS. ATUAÇÃO NAS ATIVIDADES-FIM DA EMPRESA. Data de Publicação: DEJT 24/10/2014).
ENQUADRAMENTO BANCÁRIO. RESPONSABILIDADE Incidência da Súmula nº 333 do TST. Incólumes, portanto, os arts.
SOLIDÁRIA. BENEFICIOS ADVINDOS DAS CCT. As situações-tipo 265 do Código Civil e 2º, § 2º, da CLT.
de terceirização lícita estão, hoje, claramente assentadas no texto Ante o exposto, não conheço do recurso de revista.
da Súmula 331/TST. Constituem quatro grupos de situações (...)
sociojurídicas delimitadas: a) situações empresariais que autorizem
contratação de trabalho temporário; b) atividades de vigilância Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal,
regidas pela Lei 7.102/83; c) atividades de conservação e limpeza; ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão
d) serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador; Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
desde que, nas três últimas situações-tipo, inexista pessoalidade e sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
subordinação direta entre trabalhador terceirizado e tomador de recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
serviços. A hipótese dos autos, contudo, não se amolda às quatro cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
situações-tipo de terceirização lícita assentadas pela Súmula 949 do CPC".
331/TST, pois a análise da prova evidencia que a Reclamante Consta da ementa do referido julgado:
estava inserida no processo produtivo do Reclamado BANCO
MERCANTIL DO BRASIL S.A., prestando serviços dedicados EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO
essencialmente à atividade econômica do empregador. Assim, ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE
configurada a ilicitude do contrato de fornecimento de mão de obra, RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA
determina a ordem jurídica que se considere desfeito o vínculo PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94
laboral com o empregador aparente (entidade terceirizante), DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR
formando-se o vínculo justrabalhista do obreiro diretamente com o ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST.
tomador de serviços (empregador oculto ou dissimulado). E, IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E
constatada a ilicitude da terceirização de serviços, em flagrante QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE
violação aos direitos trabalhistas da Reclamante (art. 9º da CLT), CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A
impõe-se a responsabilização solidária das Reclamadas, como CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324
mera consequência da ilegalidade declarada, o que encontra E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
amparo no art. 942 do atual Código Civil. Reconhecido o vínculo 1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode
empregatício com o empregador dissimulado, incidem sobre o ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos
contrato de trabalho todas as normas pertinentes à efetiva categoria membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo
obreira, corrigindo-se eventual defasagem de parcelas ocorrida em órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada
face do artifício terceirizante. Recurso de revista não conhecido." do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à
(Processo: RR-1116-41.2010.5.03.0015, Data de Julgamento: previsão do art. 97 da Constituição Federal.
29/2/2012, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, 6ª Turma, 2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia
Data de Publicação: DEJT 9/3/2012). jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade
"[...] 3 - TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. RESPONSABILIDADE dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
SOLIDÁRIA. 3.1. No caso de terceirização ilícita, tanto a empresa difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no
tomadora quanto a prestadora de serviços concorrem para a lesão controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10).
causada ao trabalhador, consistente na inaplicabilidade da 3. É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação
legislação trabalhista correlata à sua verdadeira situação jurídica. do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula
3.2. Por essa razão, ambas as contratantes devem responder pela 331/TST, e declarar ilícita a terceirização e atividade-fim, reconhece
reparação do dano suportado pelo obreiro, de forma solidária, a existência de vínculo trabalhista entre a contratante e o
conforme estabelece o art. 942 do Código Civil. Recurso de revista empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de
não conhecido. [...]" (Processo: RR-180000-82.2008.5.18.0003, constitucionalidade, declarando a parcial nulidade sem redução de
Data de Julgamento: 22/10/2014, Relatora Ministra: Delaíde texto do referido dispositivo sem observar a cláusula de reserva de
Miranda Arantes, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 31/10/2014). Plenário. AGRAVO PROVIDO.
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. I. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. 4. O PLENÁRIO DA CORTE declarou parcialmente inconstitucional
ALEGAÇÃO DE CONTRARIEDADE À SÚMULA 331, INCISOS IV E a SÚMULA 331/TST e proclamou a licitude da terceirização de toda
e qualquer atividade, meio ou fim; para afirmar a inexistência de 06/03/2019, com trânsito em julgado, passo ao exame de
relação de emprego entre a contratante e o empregado da admissibilidade do recurso sobrestado.
contratada. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. É o relatório.
5. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para Decido.
restabelecer a sentença de primeiro grau, com a fixação da seguinte Consta do acórdão recorrido:
tese no TEMA 739: "É nula a decisão de órgão fracionário que se
recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a "(...)
cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo Quanto ao tema, consta do acórdão ora embargado:
949 do CPC." (ARE 791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, "TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. ELETRICISTA. RECONHECIMENTO
DJe 06/03/2019). DE RELAÇÃO DE EMPREGO COM O TOMADOR DE SERVIÇOS
A Agravante insiste no processamento do recurso de revista por
Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja violação da Lei 8.541/92 e dos arts. 3º, 39, 71, 461, 611, 818 e 883
repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo da CLT, 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95, 265 do CC e 97 da CF, por
Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos contrariedade à Súmula 10 do TST e por divergência
ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a jurisprudencial. Alega que o Reclamante "não trabalhou para a
fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015, Reclamada, ora agravante" (fl. 540). Sustenta que "restou
sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação comprovado que a ora agravante celebrou um contrato com a
da decisão então proferida por aquele colegiado. primeira reclamada, sendo o seu objeto a inspeção em unidades
consumidoras do grupo B - baixa tensão, formatação de processos
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências de irregularidade e negociação de faturas de irregularidades" e que
cabíveis. "Nessa contratação ficou acertado que a empregadora se
Publique-se. responsabilizava integralmente pela contratação e pagamento de
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. todos os encargos sociais de seus empregados e ainda pela
supervisão dos serviços por estes prestados na realização do objeto
do contrato, o que de fato ocorria" (fl. 540).
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) O Tribunal Regional manteve a sentença em que se julgou
VIEIRA DE MELLO FILHO procedente o pedido de reconhecimento de relação de emprego da
Ministro Vice-Presidente do TST Reclamante com o tomador de serviços, porque constatou a
existência de fraude na terceirização. Consignou que "embora
Processo Nº ED-AIRR-0001145-04.2014.5.06.0004 formalmente contratado pela ABF ENGENHARIA para exercer a
Complemento Processo Eletrônico função de eletricista, prestava serviços para a CELPE, ou seja, sua
Relator Min. Alexandre Luiz Ramos atuação ocorria em prol da finalidade precípua da concessionária
Embargante COMPANHIA ENERGÉTICA DE reclamada" e que o Reclamante realizava "funções típicas de
PERNAMBUCO - CELPE
eletricistas, idênticas ou correlatas àquelas desempenhadas pelos
Advogado Dr. Erick Wilson Pereira(OAB:
20519/DF) empregados da CELPE". Concluiu que "não há dúvidas de que as
Advogado Dr. Edson Cavalcante de Queiroz atividades contratadas através da primeira reclamada pela CELPE
Junior(OAB: 23059-A/PE) não poderiam ser legitimamente transferidas", já que "se conectam
Embargado DIOGO NASCIMENTO SILVA às suas atividades finalísticas, fato que, independentemente do
Advogada Dra. Evangelina Pacífico das modo como eram desempenhadas (com ou sem pessoalidade e
Neves(OAB: 31661-D/PE)
subordinação), induz à inviabilidade da terceirização, pois esta
Embargado ABF - ENGENHARIA, SERVIÇOS E
COMÉRCIO LTDA. somente se legitima quando os serviços transferidos a terceiros não
Advogada Dra. Mariana Paiva Santos se inserem na atividade-fim da empresa tomadora".
Gusmão(OAB: 27913/PE) Assim, a decisão regional está de acordo com o contido nos itens I
e III da Súmula 331 do TST, o que obsta o processamento do
Intimado(s)/Citado(s): recurso de revista, nos termos do art. 896, § 7º, da CLT e da
- ABF - ENGENHARIA, SERVIÇOS E COMÉRCIO LTDA. Súmula 333 do TST.
- COMPANHIA ENERGÉTICA DE PERNAMBUCO - CELPE De outra parte, a Corte Regional decidiu com amparo no conjunto
- DIOGO NASCIMENTO SILVA fático-probatório acostado aos autos. Assim, para se chegar à
conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal Regional, com
Trata-se de recurso extraordinário, suscitando preliminar de os argumentos trazidos pela Recorrente, é necessário o
repercussão geral e violação constitucional, contra acórdão revolvimento de fatos e provas, procedimento vedado nesta
proferido pelo Tribunal Superior do Trabalho. instância extraordinária, a teor da Súmula nº 126 deste Tribunal
A Vice-Presidência deste Tribunal Superior, por despacho (fls. 638- Superior.
639), determinou o sobrestamento do recurso extraordinário por Nego provimento." (fls. 8/9 do documento sequencial eletrônico nº
envolver o Tema nº 739 do ementário de Repercussão Geral do 11).
Supremo Tribunal Federal, o qual também abarca as hipóteses que
se referem à aplicação do art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95, conforme A indicação de omissão está fundamentada nas seguintes
entendimento do Supremo Tribunal Federal (Reclamação nº 27811, alegações:
Relator Ministro Gilmar Mendes, DJe de 31/10/17). "Cumpre ressaltar que o acórdão se pronunciou, aplicando o que
Considerando que a matéria foi julgada na Sessão do Tribunal dispõe a Súmula 331 do TST, o teor do que preceitua a Lei nº
Pleno do STF em 11/10/2018, com fixação da tese de mérito e que 8.987/95, em detrimento da existência do que estabelece no artigo
o acórdão foi publicado no Diário Eletrônico de Justiça de 25, §1º, da referida lei, a qual entende viável a terceirização de
atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE
concedido, regra especial. CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A
08. CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324
Data venia, negar aplicação ao referido artigo acarretaria em E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
declaração de inconstitucionalidade. Portanto, quanto a tal exceção, 1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode
merece pronunciamento acerca da inaplicabilidade da norma. ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos
09. membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo
Importante ressaltar, que dar entendimento diverso a artigo de Lei órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada
que estabelece taxativamente situação fático-jurídica, ocasionaria do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à
violação da Cláusula de reserva de previsão do art. 97 da Constituição Federal.
plenário, afrontando, portanto, o que dispõe o artigo 97 e a Súmula 2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia
Vinculante 10 do STF, por este Colendo Tribunal. jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade
10. dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
Assim, Excelência, data venia, urge a apreciação do voto sob esse difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no
prisma, pronunciando esta Corte, a respeito dos fundamentos controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10).
aduzidos, nos termos da Lei 8.987, § 2º, art. 25 e da Súmula 3. É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação
Vinculante nº 10 do STF, contrariedade esta surgida neste Tribunal. do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula
11. 331/TST, e declarar ilícita a terceirização e atividade-fim, reconhece
Nestes termos, decidir pela inaplicabilidade do artigo 25 da Lei nº a existência de vínculo trabalhista entre a contratante e o
8.987/95, importaria afastar a incidência da norma ordinária empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de
pertinente à lide, tendo por contrariada a Cláusula de reserva de constitucionalidade, declarando a parcial nulidade sem redução de
plenário. Elemento este necessário a ser consignado" (fls. 5 do texto do referido dispositivo sem observar a cláusula de reserva de
documento sequencial eletrônico nº 13). Plenário. AGRAVO PROVIDO.
4. O PLENÁRIO DA CORTE declarou parcialmente inconstitucional
Como se observa do acórdão anteriormente transcrito, esta Turma a SÚMULA 331/TST e proclamou a licitude da terceirização de toda
se pronunciou expressamente a respeito da ilicitude da terceirização e qualquer atividade, meio ou fim; para afirmar a inexistência de
de atividade-fim da tomadora de serviços (CELPE). Consta do relação de emprego entre a contratante e o empregado da
acórdão embargado que "as atividades contratadas através da contratada. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
primeira reclamada pela CELPE não poderiam ser legitimamente 5. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para
transferidas", já que "se conectam às suas atividades finalísticas, restabelecer a sentença de primeiro grau, com a fixação da seguinte
fato que, independentemente do modo como eram desempenhadas tese no TEMA 739: "É nula a decisão de órgão fracionário que se
(com ou sem pessoalidade e subordinação), induz à inviabilidade da recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
terceirização, pois esta somente se legitima quando os serviços cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
transferidos a terceiros não se inserem na atividade-fim da empresa 949 do CPC." (ARE 791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
tomadora". DJe 06/03/2019)
Diante de tal contexto fático, esta Turma entendeu que o acordão
regional estava em conformidade com a Súmula nº 331, I e III, do Logo, versando o acórdão recorrido sobre questão atinente a tema
TST, e que, estando a decisão regional de acordo com o cuja repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada
entendimento consolidado desta Corte Superior, é inviável o pelo Supremo Tribunal Federal, é imperativo o dessobrestamento
processamento do recurso de revista, ante os óbices constantes do dos autos. Assim, determino o encaminhamento dos autos ao órgão
art. 896, § 7º, da CLT e da Súmula nº 333 do TST. fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a fim de que
Logo, houve manifestação expressa acerca da matéria, o que afasta se manifeste, nos termos do art. 1.030, II do CPC, sobre a
a alegação de omissão no julgamento. necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação da
Ademais, não cabe a esta Turma examinar se a sua própria decisão decisão então proferida por aquele colegiado.
está correta, se fere o art. 97 da CF e contraria a Súmula Vinculante À Coordenadoria de Recursos - CREC - para as providências
nº 10 do STF, nem os embargos declaratórios destinam-se a tal pertinentes.
finalidade. Publique-se.
Diante do exposto, nego provimento aos embargos de declaração" Brasília, 03 de março de 2020.
Advogado Dr. Miriam Capelette Pires de intermediações de mão-de-obra realizadas entre as Rés. Alega que
Campos(OAB: 132920/SP)
o Autor não se desincumbiu do ônus de provar o elemento
Intimado(s)/Citado(s): subordinação. Por outro lado, destaca que, mesmo que as funções
exercidas pelo demandante sejam enquadradas como atividade-fim,
- EATON LTDA.
existe autorização legal para a terceirização. Aponta violação dos
- IARA CRISTINA PEREIRA
artigos 5º, II, da Constituição Federal, 2º, 3º, 453 e 818 da CLT,
333, I, 348 e 350, do CPC e 94 e 117 da Lei nº 9.472/97.
Petição nº 205386/2019-2
Transcreve arestos para o confronto de teses.
Sem razão.
EATON LTDA, por meio da petição de nº 205386/2019-2,
O Regional, sobre o tema, consignou:
protocolada em 05/09/2019, requereu a desistência do RR pendente
"Insurge-se areclamadaBrasil Telecom S.A.em faceda sentença
de julgamento no TST.
quedeferiuo "pedido de declaração de nulidade da intermediação
Considerando que o recurso de revista já foi julgado pela 7ª Turma
da mão-de-obra e reconhecimento do vínculo empregatício
do TST, com acórdão publicado em 08/03/2019, e que o único
diretamente com a BRASIL TELECOM, bem como o pedido de
recurso pendente de apreciação é o recurso extraordinário
condenação solidária das reclamadas" (fl. 1040)edeclarou que
protocolado em 13/05/2019 pelo ora peticionante, faz-se necessária
"existiu uma única relação de emprego entre o autor e a primeira ré
a intimação da parte para que esclareça se o pedido de desistência
no período de 27-01-88 a 09-06-06, sendo fraudulentas e nulas as
se refere ao recurso extraordinário de fls. 1.289/1.295.
sucessivas rescisões e contratações operadas pelas reclamadas,
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
nos termos do art. 9º, da CLT" (fl. 1040).
cabíveis.
Não procede a insurgência.
Intime-se. Publique-se.
Aconcessionária possui autorização legal para terceirização de
Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
serviços, nos termos do art. 94, II da Lei 9.472/1997. No
entanto,referido dispositivo não impede o reconhecimento de
vínculo direto quando verificado que os serviços foram prestados
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
sob o controle direto da primeira reclamada, com pessoalidade,
VIEIRA DE MELLO FILHO
habitualidade e mediante recebimento de salário.
Ministro Vice-Presidente do TST
Alegou o autor na inicial que, admitido pela primeira reclamada
quando era denominada Telepar, por imposição desta, passou por
Processo Nº ED-RR-1953000-74.2006.5.09.0004
outras empresas (Gelre, Deltacom, Alcatel e Building), porém
Complemento Processo Eletrônico
sempre desenvolvendo as mesmas atividades de forma exclusiva
Relator Min. Márcio Eurico Vitral Amaro
para a Brasil Telecome seminterrupção na prestação dos serviços.
Embargante OI S.A.
Afirmou que sempre trabalhou para a primeira reclamada, sendo
Advogado Dr. Indalécio Gomes Neto(OAB: 23465
-A/PR) que as demais apenas emprestaram seus nomes, em total fraude
Advogado Dr. José Alberto Couto Maciel(OAB: aos direitos trabalhistas.
513/DF) Em defesa (fls. 288-325), a Brasil Telecom alegouque o reclamante
Embargado CLAUSIO PEREIRA TEIXEIRA foi por ela admitidoem 27-01-1988 e despedido em 29-05-
Advogado Dr. Franz Hermann Nieuwenhoff 2002,recebendo todas as verbas de direito.Alegou inexistir amparo
Júnior(OAB: 33663/PR)
legal ao pedido de unicidade contratual eacrescentou quenenhuma
Embargado NOKIA SIEMENS NETWORKS
SERVIÇOS LTDA. ingerência teve sobre o autor no período em que ele foi contratado
Advogado Dr. Fabrício Zipperer pelas demais reclamadas.
A reclamada Gelre Trabalho Temporário S.A.alegou que o autor foi
Intimado(s)/Citado(s): contratado como trabalhador temporário, regido pela Lei 6.019/74,
- CLAUSIO PEREIRA TEIXEIRA para prestar serviços à empresa cliente/tomadora Alcatel
- NOKIA SIEMENS NETWORKS SERVIÇOS LTDA. Telecomunicações S.A (fls. 510-540). Entretanto, os documentos de
- OI S.A. fls. 410-430 demonstram a contratação direta da segunda
reclamada pela Brasil Telecom.
Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão proferido pelo A reclamada Deltacom Engenharia Ltda. confirmou a contratação do
Tribunal Superior do Trabalho. autor no período de 16-07-2002 a 14-10-2004, sendo que às fls. 607
A parte recorrente suscita repercussão geral da matéria e aponta -625 juntou contrato de prestação de serviços firmado com a
violação dos dispositivos da Constituição da República que reclamada Alcatel, cuja cláusula 1.1.1 dispõe: "A ALCATEL
especifica nas razões recursais. disponibilizará equipamentos próprios ou transferidos da BRASIL
É o relatório. TELECOM em comodato. Além destes, a CONTRATADA poderá
Decido. utilizar seus equipamentos de testes" (fl. 609). A leitura do contrato
evidencia que a destinatária final dos serviços seria a primeira
Consta do acórdão recorrido: reclamada.
A Alcatel Lucent Brasil S.A., em contestação apresentada às fls.
2 - TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO 689-739, confirmou a terceirização dos serviços: "Com efeito,
EMPREGATÍCIO DIRETAMENTE COM A TOMADORA DE aquarta Reclamada firmou lícito contrato de trabalho com o Autor
SERVIÇOS no interregno de 15.10.2004 a 28 de abril de 2006, durante o qual o
A Recorrente insurge-se contra decisão que reconheceu seu vínculo Reclamante lhe prestou serviços subordinados, com habitualidade e
empregatício com o Reclamante, declarando nulas as mediante remuneração, nada existindo de ilegal em aludida
pactuação, restando impugnadas as alegações lançadas em
contrário na inicial, porque inverídicas, mormente a alardeada nãopodia afirmar se o autor prestou ou não serviços a ela através
fiscalização de suas atividades pela primeira Ré, na medida em que de outras empresas (fls. 291/293).
estava subordinado diretamente às ordens e instruções do Assim, evidenciadoque o autor foi admitido pela primeira reclamada
Supervisor da Alcatel-Lucent Brasil S/A, o qual inclusive, era em 27-01-1988 e dispensado sem justa causa em 29-05-2002.
responsável pelo controle da sua jornada de trabalho, conforme Todavia, sem qualquer interrupção na prestação de serviços, foi
fazem prova os anexos 'Registros de Horas Trabalhadas' do Autor" contratado pela segunda (de01-06-2002 a 15-07-2002), terceira (de
(fl. 698). 16-07-2002 a 14-10-2004), quarta (de15-10-2004 a 28-04-2006) e
O autor informouem audiência: quinta (de 02-05-2006 a 09-06-2006) reclamadas (GELRE,
"De 1992 a 2002 o depoente trabalhava em Matinhos e seu chefe DELTACOM, ALCATEL e BUILDING, respectivamente), através de
era Cleber; quando registrado pela Gelre continuou em Matinhos e contratos de trabalho sucessivos, sempre na mesma função, para
o chefe era o mesmo, pois a Gelre não tinha uma chefia própria; o prestar serviços à primeira reclamada.
depoente sempre trabalhou em Matinhos; continuou trabalhando no Evidenteo escopo fraudulento, em violação ao art. 9º da CLT. As
mesmo local quando passou a ser registrado pela segunda ré; contratações sucessivas e ininterruptas do autor por empresas
quando passou para a terceira ré trabalhava no mesmo local, mas o interpostas para prestar serviços para a Brasil Telecom foram
chefe passou a ser Mario Cumin, da Alcatel; quando registrado pela ilegais, ensejando a nulidade dos contratos celebrados com as
quarta ré o chefe continuou a ser Mario e trabalhava no mesmo demais reclamadas.
local; quando registrado pela quinta ré o chefe era Jésus e Aplica-se ao caso o inciso I da Súmula nº 331 do C. TST: "A
trabalhava no mesmo local; não abe se Mario permaneceu na contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,
Alcatel ou foi dispensado pois não teve mais contato com ele; no formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços,
local onde trabalhava eram realizados serviços da parte de salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974)".
manutenção; o depoente sempre executou os mesmos serviços Nesse sentido, cito precedente desta turma TRT-PR 00607-2007-
com rádio, fibra optica, etc.; nunca houve alterações para o 672-09-00-8, publicado em 11-07-2008, de relatoria do Exmo. Des.
depoente nos períodos em que registrado pelas reclamadas; (...); o Dirceu Buyz Pinto Júnior, cujos fundamentos peço vênia para
depoente pediu demissão no período registrado pela quinta ré transcrever:
porque "estava trocando muito de empresa"; perguntado qual (?)
prejuízo isso lhe trazia, o depoente diz que estava trabalhando Aterceirização efetuada no caso não pode ser entendida como
muito e que queria uma melhor qualidade de vida para ele;(...) lícita, pois presentes os requisitos caracterizadores do
quando o depoente foi dispensado pela primeiras ré lhe disseram vínculoempregatício com a ré Brasil Telecom. Registre-se que a
que já estava "indicado" para trabalhar em outra empresa; o subordinação mais explícita àprimeira reclamadaestá
depoente fez uma entrevista com o pessoal da Alcatel, mas sua caracterizada pela inserção do autor na dinâmica de organização e
contração já estava certa; acabou sendo registrado formalmente funcionamento da tomadora dos serviços por quase vinte anos.
pela Gelre na época; na época houve demissões em massa e o As atividades desenvolvidas pelo autor eram indispensáveis ese
pessoal que o depoente conhece ou permaneceu na primeira ou foi relacionavam à atividade fim da primeira reclamada,a qualtem por
para a Gelre ou Alcatel, não sabendo dizer ao certo se todos foram objeto social, notoriamente, a exploração de serviços de telefonia.
registrados pela Gelre, como aconteceu com o depoente" (fls.997- Entende esta turma julgadora que o art. 94, II, da Lei 9.472/97, não
998) autoriza a terceirização da atividade fim da empresa, nos moldes
O preposto da primeira ré informou: operados. Nesse sentido, transcrevo a recente ementa da lavra do
"a dispensa do autor ocorreu porque o serviço que ele executava Desembargador Rubens Edgard Tiemann, nos autos TRT-PR
passou a ser terceirizado; o serviço passou a ser feito pela empresa 00576-2008-024-09-00-3 (publicação em 03-11-2009):
Alcatel; a primeira ré não indicou o autor para trabalhar para (...)
nenhuma das demais rés; não sabe se o autor continuou Embora os salários fossem pagos pelas prestadoras de serviços, tal
executando os mesmos serviços para as demais rés, já que a fato não se mostra suficiente para descaracterizar a ilicitude da
primeira reclamada não mais tinha responsabilidade sobre o terceirização de serviços,pois tal prática tinha o intuito de isentar a
contrato dele; pela mesma razão não sabe dizer se o autor primeira ré de qualquer responsabilidade trabalhista.
continuou trabalhando no mesmo local; reperguntas pelo(a) Evidente a fraude perpetrada nas contratações
autor(a): o autor era técnico de telecomunicações no setor de realizadas,mantenhoa condenação solidária das reclamadas.Nada
transmissão e realizava o acompanhamento do maquinário da a deferir" (fls. 861/867 - g.n.).
transmissão de dados, realizando este trabalho nas centrais, sem Não serão examinadas as violações aos artigos 348 e 350, do CPC
um local específico; o autor trabalhou por último em Curitiba para a e 453 da CLT, porquanto a Recorrente sequer esclarece os motivos
primeira ré; a primeira também tem concessão no litoral do Paraná". pelos quais entende que tais dispositivos foram afrontados.
(fls 998-999) Em prosseguimento, verifica-se que o Regional, amparado pelo
Nãofoi produzida prova testemunhal. princípio do livre convencimento motivado (art. 131 do CPC) e
Extrai-se dos depoimentos que o autor sempre exerceu as mesmas pautado na valoração do acervo fático-probatório produzido nos
funções e com exclusividadea favor da primeira autos, concluiu que restaram preenchidos os requisitos
reclamada.Opreposto darecorrente disse que, por causa da configuradores da relação de emprego, tendo em vista que o
terceirização, desconhecia se o autorcontinuou a prestaros Reclamante, após sua rescisão contratual com a 1ª Reclamada,
mesmos serviçospor intermédiodas demais reclamadasou se continuou, por intermédio de outras pessoas jurídicas, prestando os
continuou a trabalhar no mesmo local,oque implica na confissão mesmos serviços e subordinado àquela.
ficta (CLT, art. 843, § 1º combinado com arts. 343, § 2º e345, do Logo, a reforma da decisão recorrida, tal como articulada pela
CPC).Além disso, não houve negativa, nas respostas dos réus,da Recorrente, esbarra no óbice contido na Súmula 126 desta Corte,
continuidade da prestação dos mesmos serviços nos mesmos requisito negativo de admissibilidade do Recurso de Revista no qual
locais, alegada na inicial (fl. 3). A ora recorrente disse apenas que se pretende o reexame de fatos e provas. Inviável, portanto, a
aferição de violações dos artigos 2º e 3º da CLT. Agravo de instrumento a que se nega provimento". (TST-AIRR-316-
Também não se reconhece a alegada violação do art. 5º, II, da 31.2010.5.04.0000, 7ª Turma, Relator Ministro: Douglas Alencar
Constituição Federal, porquanto o postulado da legalidade Rodrigues, DEJT 29/08/2014).
insculpido no referido preceito corresponde a princípio geral do "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.
nosso ordenamento jurídico, pelo que a sua violação, em regra, não TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. ATIVIDADE-FIM . SÚMULA Nº 331, I,
será direta e literal, como exigido pela alínea "c" do artigo 896 da DO TST 1. Consoante entendimento consolidado pela Subseção I
CLT, na medida em que pressupõe a revisão da interpretação dada Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do
a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida. Inteligência da Trabalho, a Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 9.472/97), ao
Súmula 636 do STF. regulamentar matéria estranha ao direito do trabalho, não
Não há falar, ademais, em ofensa aos artigos 818 da CLT e 333, I, possibilitou, em seu art. 94, II, a terceirização ampla e irrestrita das
do CPC, pois a questão foi solucionada com base na valoração da atividades desempenhadas pelas concessionárias de serviço de
prova (art. 131 do CPC) e não sob o princípio da distribuição do telecomunicações. 2. A terceirização de serviços ligados à atividade
ônus da prova. -fim do empregador enseja a declaração de ilicitude, conforme
Quanto à alegação de que há autorização legal para a terceirização entendimento consubstanciado na Súmula nº 331 do TST. 3. Em
de atividade-fim, merece destaque o fato de que a Subseção I da observância à diretriz perfilhada na Súmula nº 331, I, do TST, impõe
Seção Especializada em Dissídios Individuais, no julgamento do -se, como consequência lógica, o reconhecimento do vínculo
Processo E-RR-134640-23.2008.5.03.0010, em 28/6/2011, em sua empregatício entre o trabalhador terceirizado e a empresa tomadora
composição plena, concluiu que as empresas de telecomunicações de serviços. 4. Há que se manter, todavia, a responsabilidade
se encontram igualmente sujeitas às diretrizes insertas na Súmula subsidiária aplicada, de modo a evitar-se a reforma para pior, ante a
331, itens I e III, relativamente, portanto, à impossibilidade de ausência de impugnação, mediante recurso de revista, pelo
terceirização de suas atividades finalísticas: Reclamante. 5. Agravo de instrumento de que se conhece e a que
"RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI se nega provimento. Prejudicada a análise do recurso de revista
11.496/2007. EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES. CALL adesivo". (TST-AIRR-32600-93.2009.5.05.0196, 4ª Turma, Relator
CENTER. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. ATIVIDADE-FIM. LEI N.º Ministro: João Oreste Dalazen, DEJT 22/08/2014).
9.472/1997. A interpretação sistemática dos arts. 25 da Lei n.º Dessa forma, estando a decisão recorrida em harmonia com a atual,
8.987/1995 e 94, II, da Lei n.º 9.472/1997 com os princípios iterativa e notória jurisprudência desta Corte sobre a matéria, resta
constitucionais que norteiam o Direito do Trabalho não autoriza superada qualquer possibilidade de processamento do Recurso de
concluir que o legislador ordinário conferiu às empresas de Revista por violação dos artigos 94 e 117 da Lei nº 9.472/97 ou por
telecomunicações a possibilidade de terceirização ampla e irrestrita, divergência jurisprudencial, ante a incidência do art. 896, § 4º, da
inclusive quanto às suas atividades fins. Dessarte, as referidas CLT e da Súmula 333 desta Corte.
empresas encontram-se igualmente sujeitas às diretrizes insertas Não conheço.
na Súmula n.º 331, I e III, deste Tribunal Superior, que somente (...)
considera lícita a terceirização no caso de trabalho temporário,
serviços de vigilância, conservação e limpeza e outros Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal,
especializados, ligados à atividade-meio do tomador, desde que ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão
inexistentes a pessoalidade e a subordinação direta. Recurso de Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
Embargos conhecido e provido" (E-RR - 134640-23.2008.5.03.0010 sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
Data de Julgamento: 28/06/2011, Relatora Ministra: Maria de Assis recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
Calsing, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
Publicação: DEJT 10/08/2012 - Grifou-se). 949 do CPC".
Nesse sentido, também, têm se pronunciado as Turmas desta Consta da ementa do referido julgado:
Corte, senão vejamos:
"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO
TERCERIRIZAÇÃO ILÍCITA. ATIVIDADE-FIM. ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Esta Corte pacificou o RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA
entendimento de que a Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94
9.472/97), ao prever, no seu artigo 94, II que, -no cumprimento de DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR
seus deveres, a concessionária poderá, observadas as condições e ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST.
limites estabelecidos pela Agência: (...) contratar com terceiros o IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E
desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE
complementares ao serviço, bem como a implementação de CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A
projetos associados-, não permite que a tomadora de serviços CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324
contrate trabalhadores para o desenvolvimento de tarefas inerentes E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
à sua atividade-fim , sob pena de restar configurada terceirização 1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode
ilícita de mão-de-obra, afastando-se a aplicação do entendimento ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos
consagrado na Súmula 331, III, do TST. Nesse cenário, concluindo membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo
o Tribunal Regional, com amparo no conjunto fático-probatório dos órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada
autos, que a Reclamante executava tarefas próprias da atividade- do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à
fim da tomadora de serviços, encontra-se a decisão recorrida em previsão do art. 97 da Constituição Federal.
conformidade com a iterativa, notória e atual jurisprudência desta 2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia
Corte. Incidem na espécie os óbices da Súmula 333 do TST e do jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade
art. 896, § 4º, da CLT para o processamento do recurso de revista. dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
fazer a previsão orçamentária contemplando os exercícios municipal que estabelece a data-base para o reajuste dos
financeiros pendentes; ressaltou que o ente público tem de observar vencimentos de seus servidores e determina que "o percentual de
o princípio da legalidade, a lei de responsabilidade fiscal, a Lei nº reajuste ficará a critério da Administração Municipal, não sendo
4.320/64 e a LC nº 101/2000. admitido reajuste inferior ao índice do IPC - FIPE ou outro indexador
Conforme transcrito no acórdão regional, os artigos 1º e 2º da Lei oficial que o substituir". O eg. Tribunal Regional determinou que o
Municipal nº 4.410/2013 dispõem: município observasse o reajuste previsto na Lei Municipal
Art. 1º É fixada em 1º de maio de cada ano a data-base para o 4.410/2013, em índice não inferior ao IPC-FIPE, em parcelas
reajuste das referências iniciais das escalas de vencimentos dos vencidas e vincendas, estas até a efetiva inclusão em folha de
servidores ativos e inativos do poder Executivo e da Autarquia pagamento. A causa apresenta transcendência jurídica, nos termos
Municipal. art. 896-A, § 1º, IV, da CLT, uma vez que a matéria não está
§ 1º As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, aos pacificada no âmbito desta Corte e há julgados neste Tribunal
pensionistas municipais remunerados diretamente pelo Município. Superior que, em casos envolvendo idêntico Município e a Lei
§ 2º O percentual de reajuste ficará a critério da Administração Municipal 4.410/2013, decidem pela aplicação do art. 37, X, da CR
Municipal, não sendo admitido reajuste inferior ao índice do IPC- e da Súmula Vinculante 37 do STF. Não obstante reconhecida a
FIPE ou outro indexador oficial que o substituir. transcendência jurídica, não há como ser conhecido o recurso de
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revista, visto que fundamentado apenas na alegação de violação
revogadas as disposições em contrário, produzindo seus efeitos a dos artigos 37, X, e 169, § 1, I, da CR e das Súmulas Vinculantes
partir de 1º de maio de 2013. 37 e 42 do STF. O art. 37, X, da Constituição Federal não foi
Como se vê, há lei municipal específica (nº 4.410/13) fixando a violado, uma vez que o eg. Tribunal Regional deixa clara a
data-base para reajuste anual dos servidores públicos, no existência de lei específica a respeito do reajuste dos servidores.
percentual mínimo corresponde ao IPC-FIPE, razão por que não há Registra que a Lei Municipal 4.410/2013 não apenas fixou a data
que se falar em concessão de reajuste pelo Poder Judiciário, mas base do reajuste, como também estabeleceu o percentual de
apenas de reconhecimento de que o Município deve cumprir a lei reajuste não inferior ao índice IPC-FIPE. Ou seja, não se trata o
que ele mesmo editou. Assim, não se verifica afronta aos arts. 2º e caso de omissão legislativa acerca da revisão geral anual da
37, X, da Constituição Federal. remuneração dos servidores públicos, para o fim de atrair a
Cumpre esclarecer que não se discute reajuste salarial em aplicação do referido dispositivo. A Súmula Vinculante 37 do STF
decorrência do princípio da isonomia, mas em decorrência da impede a fixação de reajuste pelo Poder Judiciário, sob o
aplicação de lei municipal específica, logo, a matéria não se fundamento da isonomia, matéria estranha ao debate dos autos. No
relaciona com o conteúdo da Súmula Vinculante nº 37. caso apenas se aplicou a legislação municipal específica. Quanto
No que diz respeito à dotação orçamentária, o art. 169, § 1º, I e II ao art. 169, § 1º, I, da CR, não há nenhuma informação no v.
da CR dispõe que: acórdão regional sobre eventual inexistência de "prévia dotação
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder pessoal e aos acréscimos dela decorrentes". O fundamento utilizado
os limites estabelecidos em lei complementar. pelo eg. Tribunal Regional para determinar que o município
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de "observe o reajuste previsto na Lei Municipal 4.410/2013, em índice
remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou não inferior ao índice do IPC-FIPE, em parcelas vencidas e
alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou vincendas, estas até a efetiva inclusão em folha de pagamento"
contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades decorreu apenas do fato de o Município não ter observado a revisão
da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e anual de vencimentos nos termos previstos na lei municipal. No que
mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: se refere à Súmula 42 do STF, não se trata o caso de vinculação de
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender reajuste de vencimento de servidor municipal a índice federal de
às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela correção monetária. Logo, também não se constata a alegada
decorrentes; (grifos nossos) ofensa. Transcendência jurídica reconhecida, recurso de revista de
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes que não se conhece. (RR - 10576-97.2017.5.15.0136 , Relatora
orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data
de economia mista. de Julgamento: 27/03/2019, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT
Tal como assentado pelo TRT, incumbe ao Município em sua lei 05/04/2019)
orçamentária anual prever as despesas com pessoal e o RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/2017. MUNICÍPIO DE
cumprimento da legislação salarial específica que ele próprio editou. PIRASSUNUNGA. REAJUSTE SALARIAL PREVISTO NA LEI
Nesse contexto, a ordem judicial para cumprimento da lei municipal 4.410/2013. DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA. TRANSCENDÊNCIA. A
específica sobre reajuste salarial não afronta o art. 169, § 1º, I e II, causa diz respeito à exigência de cumprimento da Lei Municipal nº
da Constituição Federal. 4.410/2013 que fixou a data-base dos empregados, bem como
A Lei Municipal nº 4.410/2013 não vincula o reajuste dos previu reajuste anual mínimo de acordo com o IPC-FIPE. O Tribunal
servidores a "índices federais de correção monetária", porque o IPC Regional deferiu os reajustes postulados com base na lei municipal
-FIPE não é divulgado por órgão federal, não se confunde com específica. A causa apresenta transcendência jurídica, nos termos
outros índices divulgados pelo IBGE. Dessa forma, não há art. 896-A, § 1º, IV, da CLT, uma vez que a matéria não foi
contrariedade à Súmula Vinculante nº 42. analisada pelo Tribunal Superior do Trabalho sobre o aspecto ora
Nesse sentido os seguintes julgados desta Turma: trazido. Os casos já julgados neste Tribunal envolvendo o mesmo
RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/2017. MUNICÍPIO DE Município e a lei referida tratam do reajuste em razão do disposto
PIRASSUNUNGA. REAJUSTE SALARIAL PREVISTO NA LEI no art. 37, X, da CR e Súmula Vinculante nº 37, não se amoldando
4.410/2013. PERCENTUAL. VINCULAÇÃO AO ÍNDICE IPC-FIPE. à discussão destes autos. Não há concessão de reajuste pelo Poder
TRANSCENDÊNCIA. A matéria diz respeito aos efeitos da lei Judiciário, mas apenas determinação para que o Município cumpra
a lei que ele mesmo editou, logo, não há falar em violação do art. Poder Executivo" e que a Súmula Vinculante nº 42 do STF "se
37, X, da CF. Não se deferiu reajuste a servidor municipal com base aplica ao presente caso, pois o índice previsto na Lei Municipal
no princípio da isonomia, mas se aplicou a lei municipal específica, acaba por lhe retirar a sua autonomia".
logo, a matéria não se relaciona com a Súmula Vinculante nº 37. O Ao exame.
índice IPC-FIPE não se enquadra no conceito de "índice federal de Inicialmente, consigne-se que o recurso de revista foi
correção monetária", logo, não há contrariedade à Súmula interposto sob a vigência da Lei nº 13.015/2014. Eis o trecho do
Vinculante nº 42. Incumbe ao Município em sua lei orçamentária acórdão indicado nas razões do recurso de revista:
anual prever as despesas com pessoal e o cumprimento da 1. Reajustes salarias - Lei 4.410/2013
legislação salarial específica que ele próprio editou, por esse Insurge-se o reclamado em face a r. sentença que deferiu os
motivo, a ordem judicial para cumprimento da lei municipal reajustes previstos na Lei Municipal 4.410/2013 a partir de maio de
específica sobre reajuste salarial não viola o art. 169, § 1º, I e II, da 2016.
CF. Ressalva do entendimento da Desembargadora Relatora Sustenta o município a IMPOSSIBILIDADE DO PODER
quanto à dotação orçamentária. Recurso de revista de que não se JUDICIÁRIO FIXAR REAJUSTE SALARIAL e que não possui prévia
conhece. (RR - 12001-62.2017.5.15.0136 , Relatora DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA que possibilite a majoração salarial e
Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data ainda, alega INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI MUNICIPAL EM
de Julgamento: 27/03/2019, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT QUESTÃO.
05/04/2019) Sem razão o reclamado.
RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/2017. MUNICÍPIO DE Destaca-se, a princípio, que o Poder Judiciário, ao analisar e
PIRASSUNUNGA. REAJUSTE SALARIAL PREVISTO NA LEI julgar a legalidade de atos praticados pelo ente público enquanto
4.410/2013. TRANSCENDÊNCIA. A causa diz respeito à exigência empregador, aplica a legislação cabível ao caso, assim, não há que
de cumprimento da Lei Municipal nº 4.410/2013 que fixou a data- se falar em afronta ao princípio da separação dos poderes.
base dos empregados, bem como previu reajuste anual mínimo de É cediço que a Administração Pública se rege pelo PRINCÍPIO
acordo com o IPC-FIPE. O Tribunal Regional deferiu os reajustes DA LEGALIDADE ESTRITA (ART. 37, "CAPUT", DA
postulados com base na lei municipal específica. A causa apresenta CONSTITUIÇÃO DE 1988), que somente a autoriza a fazer o que a
transcendência jurídica, nos termos art. 896-A, § 1º, IV, da CLT, lei determina, notadamente quando envolver AUMENTO DE
uma vez que a matéria não foi analisada pelo Tribunal Superior do REMUNERAÇÃO (ART. 169, § 1º, I E II, TAMBÉM DA
Trabalho sobre o aspecto ora trazido. Os casos já julgados neste CONSTITUIÇÃO DE 1988).
Tribunal envolvendo o mesmo Município e a lei referida tratam do Já o inciso X do artigo constitucional acima citado dispõe que:
reajuste em razão do disposto no art. 37, X, da CR e Súmula "a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata
Vinculante nº 37, não se amoldando à discussão destes autos. Não o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei
há concessão de reajuste pelo Poder Judiciário, mas apenas específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
determinação para que o Município cumpra a lei que ele mesmo assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
editou, logo, não há falar em violação do art. 37, X, da CF. Não se distinção de índices."
deferiu reajuste a servidor municipal com base no princípio da Por outro lado, há de se ressaltar que o reajuste pleiteado na
isonomia, mas se aplicou a lei municipal específica, logo, a matéria prefacial e deferido pela Origem tem previsão na Lei Municipal nº
não se relaciona com a Súmula Vinculante nº 37. O índice IPC-FIPE 4.410/2013, de 16/05/2013, que estabelece o seguinte (fl. 44):
não se enquadra no conceito de "índice federal de correção "Art. 1º É fixada em 1º de maio de cada ano a data-base para o
monetária", logo, não há contrariedade à Súmula Vinculante nº 42. reajuste das referências iniciais das escalas de vencimentos dos
Incumbe ao Município em sua lei orçamentária anual prever as servidores ativos e inativos do poder Executivo e da Autarquia
despesas com pessoal e o cumprimento da legislação salarial Municipal.
específica que ele próprio editou, por esse motivo, a ordem judicial § 1º As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, aos
para cumprimento da lei municipal específica sobre reajuste salarial pensionistas municipais remunerados diretamente pelo Município.
não viola o art. 169, § 1º, I e II, da CF. Ressalva do entendimento da § 2º O percentual de reajuste ficará a critério da Administração
Desembargadora Relatora quanto à dotação orçamentária. Recurso Municipal, não sendo admitido reajuste inferior ao índice do IPC-
de revista de que não se conhece. (RR - 10192-37.2017.5.15.0136 , FIPE ou outro indexador oficial que o substituir.
Relatora Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,
Santos, Data de Julgamento: 27/03/2019, 6ª Turma, Data de revogadas as disposições em contrário, produzindo seus efeitos a
Publicação: DEJT 05/04/2019) partir de 1º de maio de 2013".
Os julgados citados trazem teses que levam em conta situações Com efeito, verifica-se que a lei acima transcrita fixou data base
similares à examinada no caso concreto, demonstrando o para revisão geral anual dos servidores municipais e definiu qual o
entendimento desta Corte Superior sobre a matéria, o qual também índice mínimo aplicável a cada ano.
deve ser aplicado neste processo. Aliás, poderia (e ainda pode para o futuro) o município ter
Em suas razões de agravo, o agravante alega que "A r. alterado a lei que estabelece índice mínimo de reajuste para que a
decisão monocrática ora tacada negou seguimento ao Recurso de cada ano efetue a correta e possível correção de seus servidores.
Revista, sob o fundamento de que a parte não se desincumbiu do Quanto à QUESTÃO ORÇAMENTÁRIA é certo que pode ser
ônus de demonstrar o prequestionamento da matéria, uma vez que facilmente resolvida pelo município, mediante inclusão no
transcreveu na íntegra a r. decisão recorrida. Entretanto, data orçamento, dos recursos necessários à efetivação.
máxima venia, o pré-questionamento está bem delimitado, uma vez Dessa forma, o município deveria ter feito a previsão
que o Tribunal de origem", afirma que a Lei Municipal nº 4.410/13 é orçamentária, inclusive contemplando os exercícios financeiros
inconstitucional. Afirma que a Súmula Vinculante nº 37 do STF pendentes desde a vigência da lei, tão logo tomou conhecimento.
"revela a autonomia dos entes federados e impede a concessão de A Constituição Federal, a lei de responsabilidade fiscal, bem
qualquer aumento salarial pelo Poder Judiciário a servidores do como a lei 4320/64 determinam sejam incluídos no orçamento todas
as receitas e despesas (ARTIGO 165, III, § 8º, da CF, ARTIGOS revista, visto que fundamentado apenas na alegação de violação
11/14 E 15/23 DA LEI COMPLEMENTAR 101/2000 E ARTIGO 2° E dos artigos 37, X, e 169, § 1, I, da CR e das Súmulas Vinculantes
SEGUINTES DA LEI 4320/64). A falta DE DOTAÇÃO 37 e 42 do STF. O art. 37, X, da Constituição Federal não foi
ORÇAMENTÁRIA não tem o condão de afastar os direitos dos violado, uma vez que o eg. Tribunal Regional deixa clara a
trabalhadores assegurados em lei. existência de lei específica a respeito do reajuste dos servidores.
Ademais, assim agindo o município descumprirá normas Registra que a Lei Municipal 4.410/2013 não apenas fixou a data
constitucionais e legais, bem como o princípio da legalidade; o que base do reajuste, como também estabeleceu o percentual de
se resolve pela penalização dos administradores públicos e não reajuste não inferior ao índice IPC-FIPE. Ou seja, não se trata o
pelo não cumprimento das normas regularmente aprovadas. caso de omissão legislativa acerca da revisão geral anual da
Destaca-se, ainda, que não há que se falar aplicação da remuneração dos servidores públicos, para o fim de atrair a
SÚMULA VINCULANTE Nº 42, DO S.T.F, na medida em que o aplicação do referido dispositivo. A Súmula Vinculante 37 do STF
índice previsto pela Lei Municipal nº 4.410/2013, para fins de impede a fixação de reajuste pelo Poder Judiciário, sob o
revisão salarial dos servidores públicos, é o IPC-FIPE, que não se fundamento da isonomia, matéria estranha ao debate dos autos. No
trata de índice federal de correção monetária e sim índice apurado caso apenas se aplicou a legislação municipal específica. Quanto
por instituição de direito privado (Fundação Instituto de Pesquisas ao art. 169, § 1º, I, da CR, não há nenhuma informação no v.
Econômicas). acórdão regional sobre eventual inexistência de "prévia dotação
(...) orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de
Prequestionamento pessoal e aos acréscimos dela decorrentes". O fundamento utilizado
Para todos os efeitos, considero devidamente prequestionadas as pelo eg. Tribunal Regional para determinar que o município
matérias e os dispositivos legais e constitucionais invocados. "observe o reajuste previsto na Lei Municipal 4.410/2013, em índice
O reajuste da remuneração dos servidores públicos não inferior ao índice do IPC-FIPE, em parcelas vencidas e
depende de lei específica, de iniciativa do chefe do Poder vincendas, estas até a efetiva inclusão em folha de pagamento"
Executivo, conforme disposto no artigo 37, X, da CF/88. Conforme a decorreu apenas do fato de o Município não ter observado a revisão
Súmula Vinculante nº 37 do Supremo Tribunal Federal, é vedado ao anual de vencimentos nos termos previstos na lei municipal. No que
Poder Judiciário "(...) aumentar vencimentos de servidores públicos se refere à Súmula 42 do STF, não se trata o caso de vinculação de
sob o fundamento de isonomia". reajuste de vencimento de servidor municipal a índice federal de
O TRT manteve a sentença por meio da qual foi correção monetária. Logo, também não se constata a alegada
deferido o pedido de concessão de reajustes anuais previstos na Lei ofensa. Transcendência jurídica reconhecida, recurso de revista de
Municipal 4.410/2013. No caso concreto, não há omissão legislativa, que não se conhece. (RR - 10576-97.2017.5.15.0136 , Relatora
uma vez que há lei específica dispondo sobre o reajuste previsto na Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data
Constituição Federal. No acórdão recorrido apenas foi determinada de Julgamento: 27/03/2019, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT
a aplicação da lei editada pelo próprio ente público. 05/04/2019)
Quanto ao art. 169, § 1º, I, da CF/88, o fundamento RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/2017. MUNICÍPIO DE
utilizado pelo TRT foi de que "é certo que pode ser facilmente PIRASSUNUNGA. REAJUSTE SALARIAL PREVISTO NA LEI
resolvida pelo município, mediante inclusão no orçamento, dos 4.410/2013. DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA. TRANSCENDÊNCIA. A
recursos necessários à efetivação. Dessa forma, o município causa diz respeito à exigência de cumprimento da Lei Municipal nº
deveria ter feito a previsão orçamentária, inclusive contemplando os 4.410/2013 que fixou a data-base dos empregados, bem como
exercícios financeiros pendentes desde a vigência da lei". previu reajuste anual mínimo de acordo com o IPC-FIPE. O Tribunal
Por fim, não se divisa contrariedade à Súmula nº 42 do Regional deferiu os reajustes postulados com base na lei municipal
STF, pois não se trata de vinculação de reajuste de vencimento de específica. A causa apresenta transcendência jurídica, nos termos
servidor municipal a índice federal de correção monetária. art. 896-A, § 1º, IV, da CLT, uma vez que a matéria não foi
Julgados no mesmo sentido envolvendo o mesmo analisada pelo Tribunal Superior do Trabalho sobre o aspecto ora
reclamado: trazido. Os casos já julgados neste Tribunal envolvendo o mesmo
RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/2017. MUNICÍPIO DE Município e a lei referida tratam do reajuste em razão do disposto
PIRASSUNUNGA. REAJUSTE SALARIAL PREVISTO NA LEI no art. 37, X, da CR e Súmula Vinculante nº 37, não se amoldando
4.410/2013. PERCENTUAL. VINCULAÇÃO AO ÍNDICE IPC-FIPE. à discussão destes autos. Não há concessão de reajuste pelo Poder
TRANSCENDÊNCIA. A matéria diz respeito aos efeitos da lei Judiciário, mas apenas determinação para que o Município cumpra
municipal que estabelece a data-base para o reajuste dos a lei que ele mesmo editou, logo, não há falar em violação do art.
vencimentos de seus servidores e determina que "o percentual de 37, X, da CF. Não se deferiu reajuste a servidor municipal com base
reajuste ficará a critério da Administração Municipal, não sendo no princípio da isonomia, mas se aplicou a lei municipal específica,
admitido reajuste inferior ao índice do IPC - FIPE ou outro indexador logo, a matéria não se relaciona com a Súmula Vinculante nº 37. O
oficial que o substituir". O eg. Tribunal Regional determinou que o índice IPC-FIPE não se enquadra no conceito de "índice federal de
município observasse o reajuste previsto na Lei Municipal correção monetária", logo, não há contrariedade à Súmula
4.410/2013, em índice não inferior ao IPC-FIPE, em parcelas Vinculante nº 42. Incumbe ao Município em sua lei orçamentária
vencidas e vincendas, estas até a efetiva inclusão em folha de anual prever as despesas com pessoal e o cumprimento da
pagamento. A causa apresenta transcendência jurídica, nos termos legislação salarial específica que ele próprio editou, por esse
art. 896-A, § 1º, IV, da CLT, uma vez que a matéria não está motivo, a ordem judicial para cumprimento da lei municipal
pacificada no âmbito desta Corte e há julgados neste Tribunal específica sobre reajuste salarial não viola o art. 169, § 1º, I e II, da
Superior que, em casos envolvendo idêntico Município e a Lei CF. Ressalva do entendimento da Desembargadora Relatora
Municipal 4.410/2013, decidem pela aplicação do art. 37, X, da CR quanto à dotação orçamentária. Recurso de revista de que não se
e da Súmula Vinculante 37 do STF. Não obstante reconhecida a conhece. (RR - 12001-62.2017.5.15.0136 , Relatora
transcendência jurídica, não há como ser conhecido o recurso de Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data
de Julgamento: 27/03/2019, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT municipais, em violação ao art. 37, X, da Constituição Federal.
05/04/2019) Em acórdão publicado em 8/4/2019, o Supremo Tribunal Federal,
RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/2017. MUNICÍPIO DE ao julgar o ARE 1.057.577/DF (Tema 1027 do ementário de
PIRASSUNUNGA. REAJUSTE SALARIAL PREVISTO NA LEI Repercussão Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por
4.410/2013. TRANSCENDÊNCIA. A causa diz respeito à exigência aquela Corte, no sentido de declarar a "aplicabilidade da tese
de cumprimento da Lei Municipal nº 4.410/2013 que fixou a data- firmada no RE-RG 592.317 e da Súmula Vinculante 37 aos pleitos
base dos empregados, bem como previu reajuste anual mínimo de de empregados da recorrente e demais instituições de ensino
acordo com o IPC-FIPE. O Tribunal Regional deferiu os reajustes superior do Estado de São Paulo que buscam os reajustes e demais
postulados com base na lei municipal específica. A causa apresenta vantagens concedidos administrativamente aos integrantes dos
transcendência jurídica, nos termos art. 896-A, § 1º, IV, da CLT, quadros das Universidades Estaduais de São Paulo".
uma vez que a matéria não foi analisada pelo Tribunal Superior do No RE-RG 592.317 (Tema 315 do STF) foi fixada a tese no sentido
Trabalho sobre o aspecto ora trazido. Os casos já julgados neste de que "aumento de vencimentos de servidores depende de Lei e
Tribunal envolvendo o mesmo Município e a lei referida tratam do não pode ser efetuado apenas com suporte no princípio da
reajuste em razão do disposto no art. 37, X, da CR e Súmula isonomia." (RE 592.317, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de
Vinculante nº 37, não se amoldando à discussão destes autos. Não 10/11/2014).
há concessão de reajuste pelo Poder Judiciário, mas apenas Consta da ementa do referido julgado:
determinação para que o Município cumpra a lei que ele mesmo
editou, logo, não há falar em violação do art. 37, X, da CF. Não se Recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida.
deferiu reajuste a servidor municipal com base no princípio da Administrativo. Servidor Público. Extensão de gratificação com
isonomia, mas se aplicou a lei municipal específica, logo, a matéria fundamento no princípio da Isonomia. Vedação. Enunciado 339 da
não se relaciona com a Súmula Vinculante nº 37. O índice IPC-FIPE Súmula desta Corte. Recurso extraordinário provido. (RE 592317,
não se enquadra no conceito de "índice federal de correção Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, Julgado em 28/8/2014,
monetária", logo, não há contrariedade à Súmula Vinculante nº 42. DJe-220, de 10/11/2014)
Incumbe ao Município em sua lei orçamentária anual prever as
despesas com pessoal e o cumprimento da legislação salarial Nada obstante o entendimento anteriormente aplicado em relação à
específica que ele próprio editou, por esse motivo, a ordem judicial impertinência temática do caso concreto ao Tema 315 do STF, a
para cumprimento da lei municipal específica sobre reajuste salarial Suprema Corte vem decidindo de maneira reiterada, em sede de
não viola o art. 169, § 1º, I e II, da CF. Ressalva do entendimento da Reclamação Constitucional, acerca da aplicação do Tema aludido
Desembargadora Relatora quanto à dotação orçamentária. Recurso em hipóteses como a dos autos, concluindo que as decisões que
de revista de que não se conhece. (RR - 10192-37.2017.5.15.0136 , vem a deferir tais diferenças salariais contrariam o entendimento já
Relatora Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro firmado em sede de repercussão geral, na medida em que, embora
Santos, Data de Julgamento: 27/03/2019, 6ª Turma, Data de afirmem que estão "cumprindo o art. 37, X da Constituição Federal",
Publicação: DEJT 05/04/2019) pois consideraram que "as leis não poderiam ter concedido tal
Os julgados citados trazem teses que levam em conta abono em valores diferentes aos empregados públicos sob pena de
situações similares à examinada no caso concreto, demonstrando o afronta a tal dispositivo", utilizam-se, "usando outras palavras, do
entendimento desta Corte Superior sobre a matéria, o qual também fundamento da isonomia" (Rcl 27.299/SP, Min. Ricardo
deve ser aplicado neste processo. Lewandowiski, Dje 22/05/18). No mesmo sentido, Rcl 30.093/SP,
Pelo exposto, nego provimento ao agravo. Min. Rosa Weber, DJe 03/05/18; Rcl 27310, Min. Rosa Weber, DJe
08/05/2018; Rcl. 30.278, Min. Celso de Mello, DJe 03/05/2018; Rcl
Primeiramente, destaco que a controvérsia dos autos não se insere 27.999, Min Alexandre de Moraes, DJe 10/04/2018 e Rcl 28.426,
naquela tratada no RE-565089, a qual foi inserida como Tema nº 19 Min. Gilmar Mendes, DJe 10/04/2018.
da Tabela de Repercussão Geral do STF, a qual dispõe sobre Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja
"Indenização pelo não-encaminhamento de projeto de lei de repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo
reajuste anual dos vencimentos de servidores públicos. Alcance do Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos
disposto no inciso X do art. 37 da CF. Recurso extraordinário em ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a
que se discute, à luz do art. 37, X e § 6 º, da Constituição Federal, o fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015,
direito, ou não, a indenização por danos patrimoniais sofridos em sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação
razão de omissão do Poder Executivo estadual, consistente no não da decisão então proferida por aquele colegiado.
encaminhamento de projeto de lei destinado a viabilizar reajuste
geral e anual dos vencimentos de servidores públicos estaduais". À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
Consoante se verifica pelo acórdão recorrido, a Turma negou cabíveis.
provimento ao agravo consignando que "o TRT manteve a sentença
por meio da qual foi deferido o pedido de concessão de reajustes Intime-se.
anuais previstos na Lei Municipal 4.410/2013"; que não há omissão Publique-se.
legislativa, uma vez que há lei específica dispondo sobre o reajuste Brasília, 03 de março de 2020.
previsto na Constituição Federal e que "no acórdão recorrido
apenas foi determinada a aplicação da lei editada pelo próprio ente
público". Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Depreende-se do acórdão recorrido que as diferenças salariais VIEIRA DE MELLO FILHO
foram deferidas sob o fundamento de correção de distorção Ministro Vice-Presidente do TST
decorrente de leis municipais, as quais teriam aplicado índices
distintos nas revisões gerais dos salários dos servidores públicos
origem, no que mantém sentença que declara a existência de um só harmonia com a jurisprudência do TST, o recurso de revista
contrato e reconhece o vínculo diretamente com a tomadora, decide encontra óbice no § 4º do art. 896 da CLT e na Súmula nº 333 do
em sintonia com orientação traçada na Súmula 331, item I, do TST. TST.
Recurso de revista não conhecido, no particular. (RR - 274100- Insubsistentes, nessa linha, as indicadas violações de dispositivos
67.2007.5.09.0018 , Relator Ministro: Emmanoel Pereira, Data de de lei federal e constitucional, bem como a aferição de divergência
Julgamento: 29/09/2010, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT jurisprudencial.
08/10/2010) NÃO CONHEÇO do recurso de revista, quanto ao tema.
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES.
SERVIÇO DE INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE LINHAS Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal,
TELEFÔNICAS (CABISTA). INTERPRETAÇÃO DOS ARTIGOS 25, ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão
§ 1º, DA LEI Nº 8.987/95 E 94, INCISO II, DA LEI Nº 9.472/97 E Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 331, ITENS I E III, DO TST. sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
VÍNCULO DE EMPREGO ENTRE A TOMADORA DE SERVIÇOS E recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
O TRABALHADOR TERCEIRIZADO RECONHECIDO. 1. O serviço cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
de instalação e manutenção de linhas telefônicas é atividade-fim, e 949 do CPC".
não atividade-meio, das empresas concessionárias de serviço de Consta da ementa do referido julgado:
telecomunicações. Assim, em observância à Súmula nº 331, itens I
e III, do TST, que consagrou o entendimento de que a terceirização EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO
só se justifica quando implicar a contratação da prestação de ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE
serviços especializados por terceiros em atividades-meio, que RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA
permitam a concentração dos esforços da empresa tomadora em PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94
suas atividades precípuas e essenciais, tem-se que a terceirização DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR
desses serviços de instalação e manutenção de linhas telefônicas ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST.
pelas empresas de telecomunicações configura intermediação ilícita IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E
de mão de obra, devendo ser reconhecido o vínculo de emprego QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE
desses trabalhadores terceirizados diretamente com os tomadores CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A
de seus serviços. (...) Recurso de revista conhecido e provido. (RR - CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324
144640-37.2008.5.03.0025, Relator Ministro: José Roberto Freire E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
Pimenta, Data de Julgamento: 17/12/2013, 2ª Turma, Data de 1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode
Publicação: 19/12/2013) ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos
RECURSO DE REVISTA. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. 1. membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo
EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES. TERCEIRIZAÇÃO. órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada
CABIMENTO. ATIVIDADE-FIM E ATIVIDADE-MEIO. SÚMULA 331 do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à
DO TST. INTERPRETAÇÃO DO ART. 25, § 1º, DA LEI Nº 8.987/95 previsão do art. 97 da Constituição Federal.
E DO ART. 94, INCISO II, DA LEI Nº 9.472/97. INSERÇÃO NA 2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia
ATIVIDADE-FIM EMPRESARIAL. RELAÇÃO DE EMPREGO. jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade
CONFIGURAÇÃO. 1.1. Resultado de bem-vinda evolução dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
jurisprudencial, o Tribunal Superior do Trabalho editou a Súmula difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no
331, que veda a -contratação de trabalhadores por empresa controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10).
interposta-, -formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos 3. É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação
serviços-, ressalvados os casos de trabalho temporário, vigilância, do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula
conservação e limpeza, bem como de -serviços especializados 331/TST, e declarar ilícita a terceirização e atividade-fim, reconhece
ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a a existência de vínculo trabalhista entre a contratante e o
pessoalidade e a subordinação direta- (itens I e III). 1.2. O verbete empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de
delimita, exaustivamente, os casos em que se tolera terceirização constitucionalidade, declarando a parcial nulidade sem redução de
em atividade-fim. 1.3. Em função uniformizadora, a Corte já definiu texto do referido dispositivo sem observar a cláusula de reserva de
que o art. 25 da Lei nº 8.987/95 e o art. 94, inciso II, da Lei nº Plenário. AGRAVO PROVIDO.
9.472/97, veiculam normas de Direito Administrativo, que não 4. O PLENÁRIO DA CORTE declarou parcialmente inconstitucional
podem deixar de receber interpretação ponderada em relação ao a SÚMULA 331/TST e proclamou a licitude da terceirização de toda
Direito do Trabalho (Processo E-ED-RR-586341-05.1999.5.18.5555, e qualquer atividade, meio ou fim; para afirmar a inexistência de
Redator designado Min. Vieira de Mello Filho; Processo E-ED-RR- relação de emprego entre a contratante e o empregado da
2938-3.2010.5.12.0016,Redator designado Min. José Roberto Freire contratada. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
Pimenta). (...) 1.6. Laborando como despachante de serviços de 5. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para
instalação e reparo de linhas telefônicas a favor da empresa de restabelecer a sentença de primeiro grau, com a fixação da seguinte
telecomunicações tomadora de serviços, o empregado se insere na tese no TEMA 739: "É nula a decisão de órgão fracionário que se
relação jurídica a que aludem os arts. 2º e 3º da CLT, assim se recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
fazendo impositiva a incidência da compreensão da Súmula 331, I, cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
do TST. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 225- 949 do CPC." (ARE 791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
36.2013.5.03.0008, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de DJe 06/03/2019).
Fontan Pereira, Data de Julgamento: 20/11/2013, 3ª Turma, Data de
Publicação: 22/11/2013) Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja
Portanto, verificando-se que o acórdão recorrido foi proferido em repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo
natureza do contrato de franquia, como acontece na hipótese em Aduz que o franqueador não pode ser incluído no polo passivo da
exame, pois o conjunto probatório dos presentes autos aponta para reclamação trabalhista, na medida em que não possui qualquer
o desvirtuamento do contrato de franquia existente entre as relação de caráter trabalhista com o contratado, nos termos do que
reclamadas. dispõe a Lei 8.955/94.
Na audiência de instrução, ao colher o depoimento da preposta da Afirma que o franqueado apenas adquiriu, mediante o pagamento
litisconsorte, esta confessa que havia ingerência do segundo de royalties, o know how e o direito de uso da marca OI MÓVEL,
Reclamado na gestão da prestação dos serviços por parte do para que possa se tornar o dono do seu próprio negócio, com
empregador direto - id 6471951. Vejamos: independência de gestão, contabilidade e de contratação de
"(...) que existia um gerente da empresa OI que visitava pessoas.
semanalmente a primeira recda; que a empresa SIM TELECOM Assim, entende que não há falar em responsabilidade solidária ou
vendia produtos exclusivamente da empresa OI; que o gerente da subsidiária pelos débitos trabalhistas devidos pela 1ª reclamada.
OI cobrava o atingimento de metas da empresa SIM TELECOM Destaco, de início, que a parte cuidou de indicar, no recurso de
(...)". revista, o trecho da decisão recorrida que consubstancia o
Além do depoimento acima, o autor juntou a estes autos a prova prequestionamento da controvérsia objeto da insurgência,
emprestada de id "ca3a8fe", relativa ao processo nº 0000325- atendendo ao disposto no art. 896, § 1º-A, I, da CLT (indicação à fl.
19.2014.5.19.0005, em que na audiência de instrução, a primeira 442/443 - doc. seq. 01).
testemunha do autor, empregado da litisconsorte, afirmara Esclareço, por oportuno, que o juízo a quo não vincula o juízo ad
"...que como gerente de canal trabalhava junto à primeira reclamada quem, que tem ampla liberdade para analisar todos os pressupostos
estabelecendo metas para essa empresa; que as metas eram extrínsecos e intrínsecos do apelo.
estabelecidas de acordo com o mercado consumidor através de O recurso não merece conhecimento.
projeções mensais; que as metas eram enviadas para a SIM O Regional, ao manter a sentença que reconheceu a
TELECOM diariamente através de reuniões diárias; que responsabilidade solidária da 2ª reclamada, registrou que havia
acompanhava o modelo de gestão da SIM TELECOM;..." ingerência de sua parte na gestão de serviços da empregadora
Ao fiscalizar a atividade, com cobrança de quantidade de vendas e direta, com cobrança de quantidade de vendas e estipulação de
estipulação de metas, a empresa supostamente franqueadora (OI metas, concluindo que houve desvirtuamento do contrato de
Móvel S.A) passou a exercer o controle das atividades da empresa franquia, "tendo em vista a inexistência de independência e
franqueada (SIM Telecom), o que desvirtua a natureza jurídica do autonomia da primeira reclamada", tratando-se de típica
contrato de "franchinsing", tendo em vista a inexistência de terceirização de serviços.
independência e autonomia da primeira reclamada. Do modo como proferido, deveria incidir ao v. acórdão regional a
Assim, conclui-se que o caso sob análise trata-se de típica disposição contida no item I da Súmula nº 331 desta Corte, segundo
terceirização de serviços, ensejando a responsabilidade da empresa o qual "a contratação de trabalhadores por empresa interposta é
supostamente franqueadora (segunda reclamada). ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador de
Eis o quanto já decidiu a Primeira e Segunda Turmas deste Tribunal serviços, salvo no caso de trabalho temporário". Contudo, tal
em processos em que figuraram no polo passivo as mesmas aplicação não é possível, em razão do princípio da non reformatio in
reclamadas: pejus.
[...] Diante do reconhecimento da terceirização ilícita, impõe-se a
Sendo assim, nada a modificar na sentença que estabeleceu a manutenção da responsabilidade solidária da recorrente.
responsabilidade solidária da segunda ré, tendo em conta a Não há falar, portanto, na violação dos dispositivos apontados,
existência do desvirtuamento da relação jurídica em apreço. O que tampouco em contrariedade à Súmula 331 do TST ou na ocorrência
existiu de fato foi a terceirização de serviços da litisconsorte de divergência jurisprudencial.
camuflada pela fraude do contrato de franquia com o fim de Ante o exposto, não conheço do recurso de revista.
desnaturar a relação empregatícia existente entre reclamante e
'franqueadora'. Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal,
Na condição de tomadora de serviços e diante do inadimplemento ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão
da primeira demandada quanto ao pagamento dos créditos Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
resultantes da relação laboral, resta evidenciada a culpa "in sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
vigilando" da segunda reclamada, ante a ausência de fiscalização recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
no cumprimento das obrigações trabalhistas da prestadora de cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
serviços. 949 do CPC".
Por todo o exposto, nega-se provimento ao recurso litisconsorcial no Consta da ementa do referido julgado:
particular. (destacou-se)
Nas razões de revista, a parte recorrente indica ofensa aos arts. 3º, EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO
da CLT, 2º, da Lei 8.955/94, além de contrariedade à Súmula nº 331 ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE
desta Corte. Transcreve arestos a fim de evidenciar a ocorrência de RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA
divergência jurisprudencial. PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94
Sustenta, em síntese, que a relação que mantivera com a 1ª DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR
reclamada se tratava de franquia, e não de terceirização de mão de ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST.
obra. IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E
Alega que o contrato de franquia foi pactuado livremente entre as QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE
partes, e que o franqueador pode ditar as regras que deverão ser CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A
obedecidas pelo franqueado, razão pela qual não há falar em CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324
terceirização. E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
comprovada fraude na contratação, a responsabilidade é apenas comporta a interpretação de poder a concessionária contratar com
subsidiária, e não solidária (g.n.). terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou
As razões retro são suficientes ao reconhecimento da complementares ao serviço, se concebidas estas como atividades-
responsabilidade subsidiária, sendo desnecessária a apreciação, fim, já que tal exegese confrontaria com o texto da Súmula
um a um, de todos os argumentos das partes, nem mesmo para fins 331/TST. Estender o sentido do termo -inerente- nessa peculiar
de prequestionamento. hipótese para compreendê-lo como análogo à atividade-fim,
Assim, reconhece-se a responsabilidade subsidiária da segunda ré, aceitando a transferência do desenvolvimento de serviços
a qual deverá permanecer no pólo passivo do feito. essenciais a terceiros, significaria um desajuste em face dos
Em defesa, a 2ª reclamada reconheceu a prestação de serviços, clássicos objetivos tutelares e redistributivos que sempre
que teriam derivado de contrato plenamente válido, celebrado com caracterizaram o Direito do Trabalho ao longo de sua história. O
a 1ª reclamada (fl. 294). fenômeno da terceirização, por se chocar com a estrutura teórica e
Da análise do contrato que veio aos autos (fls. 317 e segs.), verifica- normativa original do Direito do Trabalho, sofre restrições da
se que o objeto era a prestação de "serviços de engenharia, doutrina e jurisprudência justrabalhistas, que nele tendem a
elaboração de projetos, implantação, manutenção e operação de enxergar uma modalidade excetiva de contratação de força de
redes de acessos, rotas de cabos ópticos, serviço de comunicação trabalho. Recurso de revista não conhecido. (RR - 95600-
de dados, serviço ADSL e serviço vídeo link da Brasil Telecom, bem 62.2006.5.01.0009 , Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado,
como o fornecimento de todos os materiais e equipamentos Data de Julgamento: 08/09/2010, 6ª Turma, Data de Publicação:
necessários à execução de tais serviços...". 16/09/2010).
Não obstante o respeitável entendimento do Juízo "a quo", uma vez Reformo, para convolar em solidária a responsabilidade da 2ª
que a terceirização de atividade fim é ilícita, deve ser acolhida a reclamada, Brasil Telecom" (fls. 532/535 - com destaques no
pretensão de declaração de responsabilidade solidária das original).
reclamadas Telenge e Brasil Telecom (artigo 942 do Novo Código Ao examinar os embargos de declaração opostos pela segunda
Civil). Reclamada (Brasil Telecom), a Corte Regional assim se manifestou:
Outrossim, em uma empresa de telefonia, as atividades de "CONDENAÇÃO SOLIDÁRIA
"Instalador" não são secundárias ou periféricas, pois são Indaga, a embargante, se a condenação solidária das rés não
diretamente vinculadas aos serviços de telefonia, diferentemente, infringe o disposto no art. 94 da Lei 9.472/1997 - em face da licitude
por exemplo, dos serviços de limpeza, transporte de produtos ou da terceirização -, e também o contido no art. 265 do CC, visto que
empregados, assistência médica, etc. Atente-se, por fim, que a a solidariedade não se presume.
própria Lei nº 9.472/97, que regula a organização dos serviços de Para fins de prequestionamento, esclareço que a condenação
telecomunicações, em seu art. 60, define que "Serviço de solidária da Brasil Telecom S.A. - nos termos da fundamentação do
telecomunicações é o conjunto de atividades que possibilita a oferta v. Acórdão ("verbis" a seguir) -, não implica afronta aos dispositivos
de telecomunicação". A atividade do autor, indubitavelmente, insere- legais suscitados.
se dentre aquelas que viabilizam a telecomunicação. O art. 94 do [...] Não obstante o respeitável entendimento do Juízo "a quo", uma
mesmo diploma legal ("Art. 94. No cumprimento de seus deveres, a vez que a terceirização de atividade fim é ilícita, deve ser acolhida a
concessionária poderá, observadas as condições e limites pretensão de declaração de responsabilidade solidária das
estabelecidos pela Agência: (...) II - contratar com terceiros o reclamadas Telenge e Brasil Telecom (artigo 942 do Novo Código
desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou Civil).
complementares ao serviço, bem como a implementação de Outrossim, em uma empresa de telefonia, as atividades de
projetos associados"), referido em contrarrazões pela Brasil "Instalador" não são secundárias ou periféricas, pois são
Telecom (fl. 585), também não colide com a conclusão ora diretamente vinculadas aos serviços de telefonia, diferentemente,
esposada. A propósito, recente julgado do C. TST, em que por exemplo, dos serviços de limpeza, transporte de produtos ou
reconheceu a impossibilidade de terceirização de atividade fim, empregados, assistência médica, etc. Atente-se, por fim, que a
mesmo no caso de empresa de telefonia: própria Lei nº 9.472/97, que regula a organização dos serviços de
RECURSO DE REVISTA. RELAÇÃO DE EMPREGO. EMPRESA telecomunicações, em seu art. 60, define que "Serviço de
DE TELEFONIA. TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE telecomunicações é o conjunto de atividades que possibilita a oferta
INSTALAÇÃO DE LINHAS TELEFÔNICAS. ATIVIDADE-FIM. de telecomunicação". A atividade do autor, indubitavelmente, insere-
IMPOSSIBILIDADE DE TERCEIRIZAÇÃO. SÚMULA 331/I/TST. As se dentre aquelas que viabilizam a telecomunicação. O art. 94 do
atividades-fim podem ser conceituadas como as funções e tarefas mesmo diploma legal ("Art. 94. No cumprimento de seus deveres, a
empresariais e laborais que se ajustam ao núcleo da dinâmica concessionária poderá, observadas as condições e limites
empresarial do tomador de serviços, compondo a essência dessa estabelecidos pela Agência: (...) II - contratar com terceiros o
dinâmica e contribuindo inclusive para a definição de seu desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou
posicionamento e classificação no contexto empresarial e complementares ao serviço, bem como a implementação de
econômico. Sendo a atividade principal da tomadora a exploração projetos associados"), referido em contrarrazões pela Brasil
de serviços de telecomunicações em geral, o trabalho executado Telecom (fl. 585), também não colide com a conclusão ora
pelo -instalador de linha telefônica- é essencial ao seu esposada. A propósito, recente julgado do C. TST, em que
empreendimento. Nesse contexto, a contratação por empresa reconheceu a impossibilidade de terceirização de atividade fim,
interposta é irregular, passível, inclusive, de formação do vínculo de mesmo no caso de empresa de telefonia:
emprego diretamente com o tomador de serviços, na forma da RECURSO DE REVISTA. RELAÇÃO DE EMPREGO. EMPRESA
Súmula 331/I/TST, que preserva a compreensão já sedimentada na DE TELEFONIA. TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE
antiga Súmula 256/TST, no tocante aos efeitos jurídicos decorrentes INSTALAÇÃO DE LINHAS TELEFÔNICAS. ATIVIDADE-FIM.
da terceirização ilícita. O inciso II do art. 94 da Lei 9472/97 (que IMPOSSIBILIDADE DE TERCEIRIZAÇÃO. SÚMULA 331/I/TST. As
dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações) não atividades-fim podem ser conceituadas como as funções e tarefas
empresariais e laborais que se ajustam ao núcleo da dinâmica consignou que o Reclamante executava tarefas indispensáveis ao
empresarial do tomador de serviços, compondo a essência dessa empreendimento econômico da segunda Reclamada (Brasil
dinâmica e contribuindo inclusive para a definição de seu Telecom). Para comprovar a alegação da Recorrente de que o
posicionamento e classificação no contexto empresarial e Autor prestava serviços afetos à atividade-meio e não à atividade-
econômico. Sendo a atividade principal da tomadora a exploração fim da tomadora dos serviços (segunda Reclamada - Brasil
de serviços de telecomunicações em geral, o trabalho executado Telecom), é necessário o reexame de fatos, procedimento que
pelo -instalador de linha telefônica- é essencial ao seu encontra óbice na Súmula nº 126 desta Corte.
empreendimento. Nesse contexto, a contratação por empresa Com relação à afirmativa de que as empresas de telecomunicações
interposta é irregular, passível, inclusive, de formação do vínculo de estão autorizadas por lei a terceirizar serviços relacionados à sua
emprego diretamente com o tomador de serviços, na forma da atividade-fim ou atividade-meio, observa-se que o art. 94, II, da Lei
Súmula 331/I/TST, que preserva a compreensão já sedimentada na nº 9.472/1997, tido por violado de acordo com as argumentações da
antiga Súmula 256/TST, no tocante aos efeitos jurídicos decorrentes segunda Reclamada (Brasil Telecom), enuncia genericamente ser
da terceirização ilícita. O inciso II do art. 94 da Lei 9472/97 (que permitido à concessionária, "observadas as condições e limites
dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações) não estabelecidos pela Agência [Nacional de Telecomunicações],
comporta a interpretação de poder a concessionária contratar com contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes,
terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou acessórias ou complementares ao serviço, bem como a
complementares ao serviço, se concebidas estas como atividades- implementação de projetos associados".
fim, já que tal exegese confrontaria com o texto da Súmula Não há no acórdão recorrido nenhum registro de que a Anatel tenha
331/TST. Estender o sentido do termo -inerente- nessa peculiar autorizado a Brasil Telecom a contratar empresa prestadora de
hipótese para compreendê-lo como análogo à atividade-fim, serviços para executar tarefas e atribuições típicas de sua atividade-
aceitando a transferência do desenvolvimento de serviços fim, nem de que a contratação da empresa interposta tenha
essenciais a terceiros, significaria um desajuste em face dos observado as condições e limites estabelecidos pela referida
clássicos objetivos tutelares e redistributivos que sempre agência reguladora.
caracterizaram o Direito do Trabalho ao longo de sua história. O Assim, ao contrário do que defende a Recorrente, o genérico e vago
fenômeno da terceirização, por se chocar com a estrutura teórica e texto do art. 94 da Lei nº 9.472/1997 não pode ser interpretado
normativa original do Direito do Trabalho, sofre restrições da como autorização para a irrestrita terceirização.
doutrina e jurisprudência justrabalhistas, que nele tendem a Há de ser lembrado ainda que as normas trabalhistas consolidadas
enxergar uma modalidade excetiva de contratação de força de têm como regra geral a contratação direta do empregado, admitindo
trabalho. Recurso de revista não conhecido. (RR - 95600- -se apenas em casos especiais a contratação de mão de obra por
62.2006.5.01.0009 , Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, intermédio de empresas especializadas.
Data de Julgamento: 08/09/2010, 6ª Turma, Data de Publicação: Nesse contexto e levando em conta o princípio da proteção do
16/09/2010). trabalhador que informa o direito do trabalho, a terceirização ampla
Reformo, para convolar em solidária a responsabilidade da 2ª e irrestrita, cujo reconhecimento pretende a Recorrente, só poderia
reclamada, Brasil Telecom. ocorrer diante de expressa e clara previsão legal nesse sentido.
Provejo apenas para prestar esclarecimentos" (fls. 567/568 - Ausente tal normatização, há de prevalecer o entendimento no
destaques originais). sentido de não se admitir a contratação de trabalhadores por
Conforme se observa do acórdão regional, a Corte de origem interposta pessoa para a execução de serviços ligados à atividade-
imputou à segunda Reclamada (Brasil Telecom) a responsabilidade fim do tomador.
solidária pelo pagamento das verbas salariais deferidas, sob o Logo, a decisão em que se declarou a responsabilidade solidária
fundamento de que "a terceirização de atividade fim é ilícita" e que, das Reclamadas ao pagamento das verbas trabalhistas deferidas
portanto, "deve ser acolhida a pretensão de declaração de ao Reclamante não viola o art. 94, II, da Lei nº 9.472/1997, uma vez
responsabilidade solidária das reclamadas Telenge e Brasil que comprovada a contratação do empregado mediante empresa
Telecom". Asseverou que "a atividade do autor, indubitavelmente, interposta para a execução de tarefas ligadas à atividade-fim da
insere-se dentre aquelas que viabilizam a telecomunicação", pois, empresa tomadora de serviços.
"em uma empresa de telefonia, as atividades de "Instalador" não O Tribunal Regional registrou que a atividade desempenhada pelo
são secundárias ou periféricas, pois são diretamente vinculadas aos Reclamante não é secundária, pois o trabalho de "Instalador" está
serviços de telefonia, diferentemente, por exemplo, dos serviços de diretamente vinculado aos serviços de telefonia. Assim, declarou a
limpeza, transporte de produtos ou empregados, assistência ilicitude da terceirização efetuada entre as Reclamadas. Essa
médica, etc". decisão está em conformidade com a primeira parte do
O conhecimento do recurso de revista não se viabiliza por indicação entendimento contido na Súmula nº 331, I, do TST:
de violação do art. 265 do Código Civil. O Tribunal Regional atribuiu "CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE
responsabilidade solidária às Reclamadas com base no art. 942 do (nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) -
Código Civil de 2002, porque foi identificada a fraude cometida Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
pelas empresas. I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,
Assim, não procede a alegação de que não há previsão legal para a formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços,
responsabilidade solidária nem se verifica ofensa ao art. 265 do salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974)"
Código Civil de 2002, uma vez que a condenação decorreu da (destaques acrescidos).
fraude trabalhista cometida em conjunto com a tomadora de Portanto, o conhecimento do recurso de revista por divergência
serviços e tem fundamento legal nos arts. 8º e 9º da CLT e 942 do jurisprudencial encontra óbice no art. 896, § 4º, da CLT e na Súmula
Código Civil de 2002. nº 333 deste Tribunal.
A indicação de ofensa ao art. 60, caput e § 1º, da Lei nº 9.472/1997 A indicação de ofensa aos arts. 5º, II, da Constituição Federal e 2º,
não aproveita à Recorrente, uma vez que o Tribunal Regional § 2º, da CLT é impertinente e não viabiliza o processamento do
apelo, porque a controvérsia não foi solucionada à luz dos referidos da decisão então proferida por aquele colegiado.
dispositivos legal e constitucional. À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
Ante o exposto, não conheço do recurso de revista. cabíveis.
ficou demonstrado, por meio do conjunto probatório dos autos, que direta, quando a única testemunha ouvida no feito narrou que "que
a segunda reclamada se utilizou de empresa interposta para no primeiro período do seu contrato, trabalhou junto com o
contratação de mão-de-obra empregada na sua atividade-fim. reclamante no BH Shopping; que o reclamante era vendedor líder;
Aliás, é incontroverso nos autos que o reclamante foi contratado que o reclamante era subordinado a funcionário da segunda
pela primeira reclamada, Won Telecon, para laborar em prol da reclamada; (...) que os supervisores da segunda reclamada podiam
segunda ré, tendo atuado como vendedor. demitir funcionários da primeira ré, tendo tal fato inclusive
A recorrente informa a existência de um contrato de representação acontecido com colega da depoente" (fl. 303, original sem
com a primeira reclamada, para venda/comercialização de produtos destaques).
e serviços da OI. Entretanto, sequer juntou aos autos o referido Trata-se, portanto, de serviço integrado à dinâmica produtiva da
pacto para demonstrar a natureza jurídica da relação comercial segunda reclamada, que sempre foi a destinatária principal dos
pactuada entre as partes. serviços prestados, caracterizando, também, o que a doutrina
Todavia, a despeito da ausência do contrato firmado entre as partes moderna denomina de subordinação estrutural.
nos autos, é certo que a segunda ré funciona como verdadeira Nesse contexto, não há dúvida de que as atividades do reclamante
empresa franqueadora, não havendo dúvidas de que se beneficiou fazem parte do universo da atividade-fim da tomadora de serviços.
com os resultados obtidos com os produtos/serviços A atividade aqui terceirizada, portanto, não é de suporte, mas sim
comercializados e de cuja marca é titular, além de toda a força de de concentração de esforços naquilo que é vocação principal da OI,
trabalho empreendida pelo postulante. ou seja, os serviços de telefonia móvel.
Evidentemente, havia uma nítida troca de interesses e deveres Com efeito, a hipótese se enquadra perfeitamente na figura da
entre as reclamadas, na medida em que ambas firmaram uma contratação de empregado por empresa interposta de que trata o
relação de cunho comercial, cujo objeto principal estaria ligado à item I, da Súmula n. 331, do col. TST, sendo que não se cogita, no
comercialização de produtos e serviços da 2ª através da 1ª. caso, da contratação de mão de obra temporária.
Esta Eg. Sexta Turma tem entendido que a atividade desenvolvida Assim, merece ser mantida a declaração de ilicitude da
pelo autor não se encontra inserida em quaisquer das exceções terceirização firmada entre as reclamadas, reconhecendo-se o
previstas na Súmula n. 331 do col. TST, o que atrai a incidência do vínculo de emprego diretamente com a segunda ré, com todos os
artigo 9º da CLT. seus efeitos jurídicos.
Isso porque as regras dos artigos 25 da Lei n.8.987/95 e 94, II, da Diante da fraude verificada, impõe-se o tratamento isonômico do
Lei n. 9.472/97, as quais dizem respeito à possibilidade conferida à obreiro com os empregados da tomadora de serviços, em respeito
concessionária de serviços de telefonia de contratar com terceiros o ao disposto no art. 5º, caput, e 7º, XXX, da CR/88, bem como deve
desenvolvimento de atividade inerente, acessória ou complementar a recorrente ser responsabilizada pelas repercussões das
dos seus serviços, não impedem que o Judiciário examine eventual comissões pagas extrafolha, pagamento de horas extras e verbas
fraude trabalhista na terceirização. rescisórias.
Conforme cediço, o Direito do Trabalho reconhece a legalidade da A reclamada sustenta a ausência de vínculo empregatício, afirma
terceirização de parte das atividades da empresa, como que a empresa contratada é mera comerciante dos seus produtos,
necessidade da própria dinâmica empresarial hodierna, porém, nega a prática de terceirização de serviços e defende a ausência de
restringe sua abrangência ao limite do ordenamento jurídico responsabilidade no tocante às obrigações trabalhistas. Aduz que a
positivo. atividade do reclamante não se enquadra na sua atividade-fim e
O artigo 9º, da CLT, prevê a declaração de nulidade de qualquer ato aponta violação ao art. 94, II, da Lei nº 9.472/97, que autoriza a
que vise a afastar a responsabilidade decorrente da relação de contratação, por empresa de telecomunicações, de serviços
emprego, na forma dos artigos 2º e 3º, da CLT. especializados.
Ademais, não resulta da aplicação destes dispositivos da legislação Em face de sua natureza extraordinária, o recurso de revista não
ordinária a violação de preceitos constitucionais, porque a norma admite o reexame de fatos de provas (TST, Súmula nº 126).
infraconstitucional apenas delimita e estabelece, para quaisquer das Intangível a moldura fática desenhada pelo acórdão recorrido
partes contratantes, a natureza jurídica do vínculo, inclusive de inviável nesta instância o revolvimento do substrato fático-
forma imperativa. probatório. Cumpre verificar apenas se os serviços realizados pelo
A jurisprudência (Súmula n. 331 do col. TST), aliás, nada mais fez reclamante, na forma descrita pela decisão recorrida, inserem-se ou
que dar orientação e informação para a aplicação dessas normas não na atividade-fim da reclamada e se os mesmos poderiam ou
(constitucionais e ordinárias) ao caso concreto. não ser objeto de terceirização.
Na situação em tela, as atividades realizadas pelo reclamante e a No ponto, o Regional, soberano na análise da prova, registrou que
forma como se deu a terceirização atraem a incidência do artigo 9º "as funções desempenhadas pelo obreiro, a toda evidência, atrelam
da CLT. -se à atividade-fim da OI (TELEMAR NORTE LESTE S.A.), já que,
O demandante, na qualidade de vendedor, prestou serviços sem os serviços por ele prestados, a unidade produtiva não teria
exclusivos e atrelados à atividade-fim da segunda ré, assertiva que êxito (comercialização dos produtos da concessão)".
se extrai da prova oral, em especial do depoimento do preposto da Acrescentou o Regional, "e, no caso, ficou comprovado até mesmo
primeira ré, que disse que esta "vendia produtos exclusivos da a subordinação jurídica direta, quando a única testemunha ouvida
segunda; (...) que os funcionários da primeira ré prestavam serviços no feito narrou que "que no primeiro período do seu contrato,
em lojas da segunda, utilizando inclusive uniforme desta" (fl. 302). trabalhou junto com o reclamante no BH Shopping; que o
Com efeito, as funções desempenhadas pelo obreiro, a toda reclamante era vendedor líder; que o reclamante era subordinado a
evidência, atrelam-se à atividade-fim da OI (TELEMAR NORTE funcionário da segunda reclamada; (...) que os supervisores da
LESTE S.A.), já que, sem os serviços por ele prestados, a unidade segunda reclamada podiam demitir funcionários da primeira ré,
produtiva não teria êxito (comercialização dos produtos da tendo tal fato inclusive acontecido com colega da depoente".
concessão). Nessa linha, concluiu que "não há dúvida de que as atividades do
E, no caso, ficou comprovado até mesmo a subordinação jurídica reclamante fazem parte do universo da atividade-fim da tomadora
de serviços. A atividade aqui terceirizada, portanto, não é de caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das
suporte, mas sim de concentração de esforços naquilo que é obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na
vocação principal da OI, ou seja, os serviços de telefonia móvel". fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da
Na moldura desenhada pelo acórdão recorrido, afastada a prestadora de serviço como empregadora. A aludida
representação comercial e reconhecida a terceirização de serviços responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das
na atividade-fim, com reconhecimento da responsabilidade da obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
reclamada, por sua condição de tomadora dos serviços, importa contratada.
então analisar se a norma do art. 94, II, da Lei nº 9.472/97 VI - A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange
autorizaria a terceirização desses serviços e excluiria a todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período
responsabilidade da empresa de telecomunicações. da prestação laboral.
A solução da questão passa pela análise da extensão e alcance do Os limites jurídicos impostos à terceirização pela referida súmula
disposto no art. 94, II, da Lei nº 9.472/97, que autoriza as empresas têm o grande mérito de tentar conter o fenômeno, buscando confiná
concessionárias de telecomunicações a "contratar com terceiros o -la a certos espaços. Esses limites partem da distinção conceitual
desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou entre atividade-fim e atividade-meio. Conquanto não haja
complementares ao serviço". A construção do sentido da norma parâmetros seguros para a diferenciação, tem-se fixado que
implica sua análise a partir da distinção entre atividade-fim e atividades-fim são "as atividades nucleares e definitórias da
atividade-meio ligada aos serviços de telecomunicações, essência da dinâmica empresarial do tomador dos serviços",
considerando a jurisprudência consolidada na Súmula nº 331 e as enquanto as atividades-meio são as "atividades periféricas à
reiteradas decisões da SBDI-1. essência da dinâmica empresarial do tomador dos serviços"
Hodiernamente, as empresas buscam massivamente a (Mauricio Godinho Delgado, Curso de Direito do Trabalho, 2005, p.
descentralização produtiva, transferindo a outras empresas parte ou 440).
todas as fases do seu processo produtivo, externalizando sua Nessa linha, como regra, a terceirização, caracterizada pela
atividade por meio de empresas auxiliares. Essa prática se realiza contratação de trabalhadores por meio de empresa interposta, é
de diversos modos e almeja essencialmente a redução dos custos ilegal, formando-se o vínculo diretamente com a tomadora dos
de produção. A terceirização enquadra-se nesse fenômeno e por serviços. Como exceção, admite-se a terceirização em caso de
meio dela se opera a transferência, para terceiros, de serviços, trabalho temporário, vigilância, conservação e limpeza e serviços
encargos ou partes da produção que eram ou seriam executados especializados ligados à atividade-meio do tomador, mas desde que
pela empresa tomadora. inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.
Do ponto de vista da empresa, a terceirização otimiza o processo Os serviços de distribuição, comercialização, divulgação e suporte
produtivo, acelerando a produção, eliminando estoques e constituem atividade-fim, pois atendem a uma necessidade
barateando custos. Da perspectiva dos trabalhadores, a permanente, integrada à dinâmica produtiva do negócio. Nessa
terceirização fragiliza o poder de negociação dos sindicatos, rompe perspectiva, a atividade do reclamante, tal como descrito pelo
a rede de proteção social trabalhista, divide a classe que trabalha, Regional, integra o conteúdo nuclear e essencial da dinâmica
gera discriminação entre trabalhadores terceirizados e permanentes empresarial e configura típica atividade-fim, o que afasta a licitude
e precariza as condições de trabalho, reduzindo e até eliminando de sua terceirização.
direitos frutos de lutas históricas. Esse quadro não se altera em face do disposto no art. 94, II, da Lei
O ideal seria a vedação de qualquer forma de terceirização. Como n° 9.427/97, que autoriza as concessionárias do setor de
isso não seria viável, tornou-se indispensável a fixação de limites telecomunicações, "observadas as condições e limites
jurídicos à sua prática, minimizando seus efeitos precarizantes na estabelecidos pela Agência (reguladora), II - contratar com terceiros
organização do trabalho. Esta Corte Superior então, por meio da o desempenho de atividades inerentes, acessórias ou
Súmula nº 331, delineou os seguintes limites: complementares ao serviço". Isso porque o dispositivo legal não
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE autoriza "contratar terceiros", mas, sim, "contratar com terceiros".
(nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) - Ademais, o dispositivo não pode ser interpretado como autorização
Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 genérica, espécie de "salvo-conduto", que abrangeria todas as
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, atividades empresariais do setor de telecomunicações, seja
formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, atividade-meio, seja atividade-fim. Se assim fosse, poder-se-ia
salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). chegar ao absurdo da existência de "empresa vazia", sem
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa empregados, mera gerenciadora de rede de outras empresas.
interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da De outro modo, o disposto no art. 94, II, da Lei n° 9.427/97 regula as
Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da relações jurídicas entre concessionárias e agência reguladora, de
CF/1988). natureza administrativa, dispondo sobre o regime da concessão de
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços públicos, não tendo, por certo, a força de romper as bases
serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de sobre as quais se estrutura o regime juslaboral.
conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados Esta Corte, de forma iterativa, vem rechaçando a possibilidade de
ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a irrestrita terceirização, confinando-a às hipóteses previstas na
pessoalidade e a subordinação direta. Súmula nº 331. Em relação especificamente à terceirização de
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do serviços por empresa de telecomunicações, este Tribunal tem
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos reafirmado sua ilicitude e reconhecido a formação do vínculo
serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da diretamente com a tomadora, com a responsabilidade solidária da
relação processual e conste também do título executivo judicial. empresa prestadora de serviços.
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta Diversos precedentes da SBDI consagram esse entendimento: E-
respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, ED-RR-586341-05.1999.5.18.5555 (Redator designado Ministro
serviços de telecomunicações que contrata empresa interposta para contratada. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
a realização de serviços de instalação e reparação de linhas e 5. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para
aparelhos telefônicos promove terceirização ilícita em atividade-fim. restabelecer a sentença de primeiro grau, com a fixação da seguinte
Precedentes da SbDI-1 do TST. 2. Consoante a diretriz perfilhada tese no TEMA 739: "É nula a decisão de órgão fracionário que se
na Súmula nº 331, III, do TST, impõe-se, como consequência lógica, recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
o reconhecimento do vínculo empregatício entre o trabalhador cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
terceirizado e a empresa tomadora de serviços. 3. Embargos do 949 do CPC." (ARE 791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
Reclamante de que se conhece, por contrariedade à Súmula nº 331, DJe 06/03/2019).
I e III, do TST, e a que se dá provimento. ( E-ED-ED-RR - 173900-
38.2008.5.15.0022 , Relator Ministro: João Oreste Dalazen, Data de Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja
Julgamento: 03/09/2015, Subseção I Especializada em Dissídios repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo
Individuais, Data de Publicação: DEJT 25/09/2015). Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos
Não se declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a
9.472/97, mas apenas se conferiu a eles uma interpretação fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015,
sistemática e consentânea com o ordenamento jurídico vigente, sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação
sendo certo, ainda, que a Súmula 331 foi editada por ato do da decisão então proferida por aquele colegiado.
Tribunal Pleno do C. TST. À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
Daí, não há que se falar em contrariedade à Súmula nº 331 do TST cabíveis.
e a Súmula Vinculante nº 10 do STF. Publique-se.
Brasília, 03 de março de 2020.
Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal,
ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão
Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se VIEIRA DE MELLO FILHO
recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a Ministro Vice-Presidente do TST
cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
949 do CPC". Processo Nº AIRR-0002072-97.2013.5.03.0097
Consta da ementa do referido julgado: Complemento Processo Eletrônico
EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO Relator Desemb. Convocado Tarcísio Régis
Valente
ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE
Agravante GLOBAL VILLAGE TELECOM LTDA.
RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA
Advogado Dr. Ronaldo Maurílio Cheib(OAB:
PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94 38933/MG)
DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR Agravado LEONARDO GONCALVES CASTRO
ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST. Advogado Dr. Frederico Corrêa Campos(OAB:
IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E 125439/MG)
QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE Agravado POWERSAT SERVIÇOS DE
TELECOMUNICAÇÕES LTDA.
CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A
Advogado Dr. Eder Gledson Castanho(OAB:
CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324 262359/SP)
E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode Intimado(s)/Citado(s):
ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos - GLOBAL VILLAGE TELECOM LTDA.
membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo - LEONARDO GONCALVES CASTRO
órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada - POWERSAT SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES LTDA.
do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à
previsão do art. 97 da Constituição Federal.
Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão proferido pelo
2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia
Tribunal Superior do Trabalho.
jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade
A parte recorrente suscita repercussão geral da matéria e aponta
dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
violação dos dispositivos da Constituição da República que
difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no
especifica nas razões recursais.
controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10).
É o relatório.
3. É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação
Decido.
do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula
331/TST, e declarar ilícita a terceirização e atividade-fim, reconhece
Consta do acórdão recorrido:
a existência de vínculo trabalhista entre a contratante e o
empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de
2. TERCEIRIZAÇÃO. ILICITUDE
constitucionalidade, declarando a parcial nulidade sem redução de
O recurso de revista teve seguimento trancado com base nos
texto do referido dispositivo sem observar a cláusula de reserva de
seguintes fundamentos:
Plenário. AGRAVO PROVIDO.
"RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA/SUBSIDIÁRIA / TOMADOR DE
4. O PLENÁRIO DA CORTE declarou parcialmente inconstitucional
SERVIÇOS/TERCEIRIZAÇÃO / LICITUDE / ILICITUDE DA
a SÚMULA 331/TST e proclamou a licitude da terceirização de toda
TERCEIRIZAÇÃO.
e qualquer atividade, meio ou fim; para afirmar a inexistência de
CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO / RECONHECIMENTO
relação de emprego entre a contratante e o empregado da
e 42 do STF. Transcreve julgados. fundamento da isonomia, matéria estranha ao debate dos autos. No
Ao exame. caso apenas se aplicou a legislação municipal específica. Quanto
O reajuste da remuneração dos servidores públicos ao art. 169, § 1º, I, da CR, não há nenhuma informação no v.
depende de lei específica, de iniciativa do chefe do Poder acórdão regional sobre eventual inexistência de "prévia dotação
Executivo, conforme disposto no artigo 37, X, da CF/88. Conforme a orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de
Súmula Vinculante nº 37 do Supremo Tribunal Federal, é vedado ao pessoal e aos acréscimos dela decorrentes". O fundamento utilizado
Poder Judiciário "(...) aumentar vencimentos de servidores públicos pelo eg. Tribunal Regional para determinar que o município
sob o fundamento de isonomia". "observe o reajuste previsto na Lei Municipal 4.410/2013, em índice
No caso concreto, não há omissão legislativa, uma vez não inferior ao índice do IPC-FIPE, em parcelas vencidas e
que há lei específica dispondo sobre o reajuste previsto na vincendas, estas até a efetiva inclusão em folha de pagamento"
Constituição Federal. No acórdão recorrido apenas foi determinada decorreu apenas do fato de o Município não ter observado a revisão
a aplicação da lei editada pelo próprio ente público. O TRT manteve anual de vencimentos nos termos previstos na lei municipal. No que
a sentença por meio da qual foi deferido o pedido de concessão de se refere à Súmula 42 do STF, não se trata o caso de vinculação de
reajustes anuais previstos na Lei Municipal 4.410/2013, sob o reajuste de vencimento de servidor municipal a índice federal de
fundamento de que o "Município não pode se abster de conceder a correção monetária. Logo, também não se constata a alegada
revisão anual por se tratar de direito assegurado por lei, a qual se ofensa. Transcendência jurídica reconhecida, recurso de revista de
encontra em vigor e em estreita observância aos dispositivos que não se conhece. (RR - 10576-97.2017.5.15.0136 , Relatora
constitucionais que regulamentam a matéria". Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data
Quanto ao art. 169, § 1º, I, da CF/88, não há registro de Julgamento: 27/03/2019, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT
no acórdão recorrido quanto à inexistência de "prévia dotação 05/04/2019)
orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/2017. MUNICÍPIO DE
pessoal e aos acréscimos dela decorrentes". O fundamento utilizado PIRASSUNUNGA. REAJUSTE SALARIAL PREVISTO NA LEI
pelo TRT foi de que "a vedação da despesa com pessoal acima de 4.410/2013. DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA. TRANSCENDÊNCIA. A
95% do limite legal não inclui a revisão geral anual, o que rechaça causa diz respeito à exigência de cumprimento da Lei Municipal nº
as alegações do Município acerca da inconstitucionalidade da Lei 4.410/2013 que fixou a data-base dos empregados, bem como
Municipal por ausente a prévia dotação orçamentária". previu reajuste anual mínimo de acordo com o IPC-FIPE. O Tribunal
Por fim, não se divisa contrariedade à Súmula 42 do Regional deferiu os reajustes postulados com base na lei municipal
STF, pois não se trata de vinculação de reajuste de vencimento de específica. A causa apresenta transcendência jurídica, nos termos
servidor municipal a índice federal de correção monetária. art. 896-A, § 1º, IV, da CLT, uma vez que a matéria não foi
Julgados no mesmo sentido envolvendo o mesmo analisada pelo Tribunal Superior do Trabalho sobre o aspecto ora
reclamado: trazido. Os casos já julgados neste Tribunal envolvendo o mesmo
RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/2017. MUNICÍPIO DE Município e a lei referida tratam do reajuste em razão do disposto
PIRASSUNUNGA. REAJUSTE SALARIAL PREVISTO NA LEI no art. 37, X, da CR e Súmula Vinculante nº 37, não se amoldando
4.410/2013. PERCENTUAL. VINCULAÇÃO AO ÍNDICE IPC-FIPE. à discussão destes autos. Não há concessão de reajuste pelo Poder
TRANSCENDÊNCIA. A matéria diz respeito aos efeitos da lei Judiciário, mas apenas determinação para que o Município cumpra
municipal que estabelece a data-base para o reajuste dos a lei que ele mesmo editou, logo, não há falar em violação do art.
vencimentos de seus servidores e determina que "o percentual de 37, X, da CF. Não se deferiu reajuste a servidor municipal com base
reajuste ficará a critério da Administração Municipal, não sendo no princípio da isonomia, mas se aplicou a lei municipal específica,
admitido reajuste inferior ao índice do IPC - FIPE ou outro indexador logo, a matéria não se relaciona com a Súmula Vinculante nº 37. O
oficial que o substituir". O eg. Tribunal Regional determinou que o índice IPC-FIPE não se enquadra no conceito de "índice federal de
município observasse o reajuste previsto na Lei Municipal correção monetária", logo, não há contrariedade à Súmula
4.410/2013, em índice não inferior ao IPC-FIPE, em parcelas Vinculante nº 42. Incumbe ao Município em sua lei orçamentária
vencidas e vincendas, estas até a efetiva inclusão em folha de anual prever as despesas com pessoal e o cumprimento da
pagamento. A causa apresenta transcendência jurídica, nos termos legislação salarial específica que ele próprio editou, por esse
art. 896-A, § 1º, IV, da CLT, uma vez que a matéria não está motivo, a ordem judicial para cumprimento da lei municipal
pacificada no âmbito desta Corte e há julgados neste Tribunal específica sobre reajuste salarial não viola o art. 169, § 1º, I e II, da
Superior que, em casos envolvendo idêntico Município e a Lei CF. Ressalva do entendimento da Desembargadora Relatora
Municipal 4.410/2013, decidem pela aplicação do art. 37, X, da CR quanto à dotação orçamentária. Recurso de revista de que não se
e da Súmula Vinculante 37 do STF. Não obstante reconhecida a conhece. (RR - 12001-62.2017.5.15.0136 , Relatora
transcendência jurídica, não há como ser conhecido o recurso de Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data
revista, visto que fundamentado apenas na alegação de violação de Julgamento: 27/03/2019, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT
dos artigos 37, X, e 169, § 1, I, da CR e das Súmulas Vinculantes 05/04/2019)
37 e 42 do STF. O art. 37, X, da Constituição Federal não foi RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/2017. MUNICÍPIO DE
violado, uma vez que o eg. Tribunal Regional deixa clara a PIRASSUNUNGA. REAJUSTE SALARIAL PREVISTO NA LEI
existência de lei específica a respeito do reajuste dos servidores. 4.410/2013. TRANSCENDÊNCIA. A causa diz respeito à exigência
Registra que a Lei Municipal 4.410/2013 não apenas fixou a data de cumprimento da Lei Municipal nº 4.410/2013 que fixou a data-
base do reajuste, como também estabeleceu o percentual de base dos empregados, bem como previu reajuste anual mínimo de
reajuste não inferior ao índice IPC-FIPE. Ou seja, não se trata o acordo com o IPC-FIPE. O Tribunal Regional deferiu os reajustes
caso de omissão legislativa acerca da revisão geral anual da postulados com base na lei municipal específica. A causa apresenta
remuneração dos servidores públicos, para o fim de atrair a transcendência jurídica, nos termos art. 896-A, § 1º, IV, da CLT,
aplicação do referido dispositivo. A Súmula Vinculante 37 do STF uma vez que a matéria não foi analisada pelo Tribunal Superior do
impede a fixação de reajuste pelo Poder Judiciário, sob o Trabalho sobre o aspecto ora trazido. Os casos já julgados neste
Tribunal envolvendo o mesmo Município e a lei referida tratam do de que "aumento de vencimentos de servidores depende de Lei e
reajuste em razão do disposto no art. 37, X, da CR e Súmula não pode ser efetuado apenas com suporte no princípio da
Vinculante nº 37, não se amoldando à discussão destes autos. Não isonomia." (RE 592.317, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de
há concessão de reajuste pelo Poder Judiciário, mas apenas 10/11/2014).
determinação para que o Município cumpra a lei que ele mesmo Consta da ementa do referido julgado:
editou, logo, não há falar em violação do art. 37, X, da CF. Não se
deferiu reajuste a servidor municipal com base no princípio da Recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida.
isonomia, mas se aplicou a lei municipal específica, logo, a matéria Administrativo. Servidor Público. Extensão de gratificação com
não se relaciona com a Súmula Vinculante nº 37. O índice IPC-FIPE fundamento no princípio da Isonomia. Vedação. Enunciado 339 da
não se enquadra no conceito de "índice federal de correção Súmula desta Corte. Recurso extraordinário provido. (RE 592317,
monetária", logo, não há contrariedade à Súmula Vinculante nº 42. Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, Julgado em 28/8/2014,
Incumbe ao Município em sua lei orçamentária anual prever as DJe-220, de 10/11/2014)
despesas com pessoal e o cumprimento da legislação salarial
específica que ele próprio editou, por esse motivo, a ordem judicial Nada obstante o entendimento anteriormente aplicado em relação à
para cumprimento da lei municipal específica sobre reajuste salarial impertinência temática do caso concreto ao Tema 315 do STF, a
não viola o art. 169, § 1º, I e II, da CF. Ressalva do entendimento da Suprema Corte vem decidindo de maneira reiterada, em sede de
Desembargadora Relatora quanto à dotação orçamentária. Recurso Reclamação Constitucional, acerca da aplicação do Tema aludido
de revista de que não se conhece. (RR - 10192-37.2017.5.15.0136 , em hipóteses como a dos autos, concluindo que as decisões que
Relatora Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro vem a deferir tais diferenças salariais contrariam o entendimento já
Santos, Data de Julgamento: 27/03/2019, 6ª Turma, Data de firmado em sede de repercussão geral, na medida em que, embora
Publicação: DEJT 05/04/2019) afirmem que estão "cumprindo o art. 37, X da Constituição Federal",
Ante o exposto, não conheço do recurso de revista. pois consideraram que "as leis não poderiam ter concedido tal
abono em valores diferentes aos empregados públicos sob pena de
afronta a tal dispositivo", utilizam-se, "usando outras palavras, do
Primeiramente, destaco que a controvérsia dos autos não se insere fundamento da isonomia" (Rcl 27.299/SP, Min. Ricardo
naquela tratada no RE-565089, a qual foi inserida como Tema nº 19 Lewandowiski, Dje 22/05/18). No mesmo sentido, Rcl 30.093/SP,
da Tabela de Repercussão Geral do STF, a qual dispõe sobre Min. Rosa Weber, DJe 03/05/18; Rcl 27310, Min. Rosa Weber, DJe
"Indenização pelo não-encaminhamento de projeto de lei de 08/05/2018; Rcl. 30.278, Min. Celso de Mello, DJe 03/05/2018; Rcl
reajuste anual dos vencimentos de servidores públicos. Alcance do 27.999, Min Alexandre de Moraes, DJe 10/04/2018 e Rcl 28.426,
disposto no inciso X do art. 37 da CF. Recurso extraordinário em Min. Gilmar Mendes, DJe 10/04/2018.
que se discute, à luz do art. 37, X e § 6 º, da Constituição Federal, o Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja
direito, ou não, a indenização por danos patrimoniais sofridos em repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo
razão de omissão do Poder Executivo estadual, consistente no não Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos
encaminhamento de projeto de lei destinado a viabilizar reajuste ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a
geral e anual dos vencimentos de servidores públicos estaduais". fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015,
Consoante se verifica pelo acórdão recorrido, a Turma não sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação
conheceu do recurso de revista consignando que "o TRT manteve a da decisão então proferida por aquele colegiado.
sentença por meio da qual foi deferido o pedido de concessão de
reajustes anuais previstos na Lei Municipal 4.410/2013 sob o À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
fundamento de que o "Município não pode se abster de conceder a cabíveis.
revisão anual por se tratar de direito assegurado por lei, a qual se
encontra em vigor e em estreita observância aos dispositivos Intime-se.
constitucionais que regulamentam a matéria"; que "não há omissão Publique-se.
legislativa, uma vez que há lei específica dispondo sobre o reajuste Brasília, 03 de março de 2020.
previsto na Constituição Federal" e que "no acórdão recorrido
apenas foi determinada a aplicação da lei editada pelo próprio ente
público". Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Depreende-se do acórdão recorrido que as diferenças salariais VIEIRA DE MELLO FILHO
foram deferidas sob o fundamento de correção de distorção Ministro Vice-Presidente do TST
decorrente de leis municipais, as quais teriam aplicado índices
distintos nas revisões gerais dos salários dos servidores públicos Processo Nº ED-RR-0011102-08.2015.5.15.0145
municipais, em violação ao art. 37, X, da Constituição Federal. Complemento Processo Eletrônico
Em acórdão publicado em 8/4/2019, o Supremo Tribunal Federal, Relator Min. Breno Medeiros
ao julgar o ARE 1.057.577/DF (Tema 1027 do ementário de Embargante MUNICÍPIO DE ITATIBA
Repercussão Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por Advogado Dr. Roberto Franco de Camargo
Júnior(OAB: 196589/SP)
aquela Corte, no sentido de declarar a "aplicabilidade da tese
Embargado LUCIANA REGINA DE MORAES
firmada no RE-RG 592.317 e da Súmula Vinculante 37 aos pleitos LORENZETTI
de empregados da recorrente e demais instituições de ensino Advogado Dr. Alessandro Donizete Perini(OAB:
superior do Estado de São Paulo que buscam os reajustes e demais 272572/SP)
vantagens concedidos administrativamente aos integrantes dos
quadros das Universidades Estaduais de São Paulo". Intimado(s)/Citado(s):
No RE-RG 592.317 (Tema 315 do STF) foi fixada a tese no sentido - LUCIANA REGINA DE MORAES LORENZETTI
remunerações menores, em comparação aos servidores que VALOR FIXO. DISTINÇÃO DE ÍNDICES. O artigo 37, inciso X, da
estavam agrupados em grupos salariais superiores, ou seja, Constituição Federal dispõe que "a remuneração dos servidores
acarretou aumentos desproporcionais, em clara ofensa à parte final públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão
do inciso X do artigo 37, da Constituição. II - Nesse sentido, o ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
Tribunal Regional concluiu que a incorporação de abono em valor privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na
fixo aos vencimentos, de forma indistinta, para todos os mesma data e sem distinção de índices" (grifou-se). Na hipótese
empregados de todas as classes salariais gera o chamado dos autos, o Tribunal Regional consignou que o Município de Itatiba
desequilíbrio salarial, em desalinho com o princípio da isonomia -SP concedeu aos seus servidores reajustes em índices
constitucionalmente assegurado. III - Sobre a matéria, esta Corte diferenciados, porquanto, nas leis por meio das quais foram
Superior já se manifestou no sentido de que a concessão de reajustados os vencimentos, quais sejam as Leis nºs 3.973/2007 e
reajustes salariais anuais em valores únicos viola o disposto no 4.170/2009, todos os vencimentos dos servidores do município
artigo 37, X, da Constituição, que assegura a revisão geral anual foram majorados com acréscimo do mesmo valor monetário.
sem distinção de índices. IV - Assim, o Regional, ao condenar o Nesses termos, o procedimento de reposição salarial adotado pelo
Ente Público ao pagamento de diferenças salariais ao fundamento município reclamado não observou a parte final do inciso X do artigo
de que o Município agravante promoveu a revisão geral anual dos 37 da Constituição Federal, pois concedeu aos servidores do seu
vencimentos de seus servidores sem observância da parte final do quadro reajustes diferenciados. Destaque-se que no caso, não se
inciso X do artigo 37 da Constituição, que veda a revisão geral trata de aumento de vencimento de servidor público sem lei
anual com "distinção de índices", decidiu em consonância com a específica, na medida em que as leis do Município de Itatiba-SP
iterativa, notória e atual jurisprudência desta Corte. Precedentes. V - concederam abonos em valores fixos para todos os servidores
Com isso, avulta a convicção sobre o acerto da decisão agravada, à públicos municipais, incorporando-os aos vencimentos, o que
medida que o recurso de revista não desafiava processamento, resultou na inobservância de índices de reposição salarial, sem
quer à guisa de violação constitucional, quer a título de divergência distinção, e desrespeito ao artigo 37, inciso X, da Constituição
pretoriana, por óbice do artigo 896, § 7º, da CLT e da Súmula nº Federal. Precedentes. Agravo de instrumento desprovido."
333/TST, em que os precedentes desta Corte foram erigidos à (Processo: AIRR - 12995-05.2013.5.15.0145 Data de Julgamento:
condição de requisitos negativos de admissibilidade do apelo 08/03/2017, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª
extraordinário. VI - Cumpre registrar, ainda, a impertinência temática Turma, Data de Publicação: DEJT 10/03/2017)
da Súmula Vinculante nº 37 do STF, segundo a qual "não cabe ao "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA
Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar INTERPOSTO EM FACE DO TEOR DA INSTRUÇÃO NORMATIVA
vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia", N.º 40/2016 DO TST. APELO APRESENTADO NA VIGÊNCIA DA
matéria diversa da abordada no acórdão recorrido, que se refere à LEI N.º 13.015/2014 E DO NOVO CPC (LEI N.º 13.105/2015).
concessão dos abonos em valores fixos com natureza de revisão DIFERENÇAS SALARIAIS. ABONOS PREVISTOS NAS LEIS
geral anual, resultando em índices de correção salarial MUNICIPAIS Nº 3.973/2007 E 4.170/2009. VALORES FIXOS.
diferenciados. VII - Agravo de instrumento a que se nega Constata-se que a hipótese dos autos não diz respeito à concessão
provimento." (Processo: AIRR - 10115-65.2015.5.15.0017 Data de de reajuste salarial pelo Poder Judiciário, sem previsão legal e com
Julgamento: 23/08/2017, Relator Desembargador Convocado: supedâneo no princípio da isonomia, situação vedada pela Súmula
Roberto Nobrega de Almeida Filho, 5ª Turma, Data de Publicação: Vinculante n.º 37 (também tratada no RE n.º 592.317/RJ). Com
DEJT 25/08/2017) efeito, o fundamento que motivou a decisão a quo, e que tem
"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº ensejado diversas decisões no âmbito desta Corte em situações
13.015/2014. LEIS MUNICIPAIS. DIFERENÇAS SALARIAIS. semelhantes, envolvendo diversos Municípios do Estado de São
ABONOS ANUAIS EM VALORES FIXOS. ÍNDICES Paulo, diz respeito ao fato de que a concessão dos referidos abonos
DIFERENCIADOS. IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÃO teve natureza de revisão geral anual, revisão esta que, de acordo
CONSTITUCIONAL. VIOLAÇÃO AO ART. 7º, INCISO X. com o inciso X do artigo 37 da Constituição Federal, não pode ser
CONFIGURAÇÃO. I - Acha-se consolidado nesta Corte o promovida com distinção de índices. O debate, explica-se, não se
entendimento de que a concessão de reajustes salariais anuais em confunde com a concessão de reajuste a servidor público sem
valores únicos viola o disposto no artigo 37, inciso X, da previsão legal sob o fundamento do princípio da isonomia, matéria
Constituição, que assegura a revisão geral anual "sem distinção de julgada pelo Supremo Tribunal Federal, em fase de repercussão
índices". II - Infere-se do acórdão regional que as leis municipais, ao geral, nos autos do RE 592.317/RJ, a incidirem os termos da
estabelecerem o pagamento de valor fixo a título de recomposição Súmula Vinculante n.º 37. Precedentes do TST. Agravo de
salarial, na forma de abonos, independentemente da faixa salarial Instrumento conhecido e não provido. RECURSO DE REVISTA.
do trabalhador, promoveram reajustes salariais anuais com índices TEMA ADMITIDO NA DECISÃO DE ADMISSIBILIDADE. APELO
diferenciados, com maior reajuste para os servidores que recebiam INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI N.º 13.015/2014 E DO NOVO
remunerações menores, em comparação aos servidores que CPC (LEI N.º 13.105/2015). TEMA REMANESCENTE.
estavam agrupados em grupos salariais superiores, acarretando DIFERENÇAS SALARIAIS. APLICAÇÃO DAS LEIS Nº 4.104/2008
aumentos desproporcionais, em clara ofensa à parte final do inciso E 4.266/2010. É vedada a concessão de reajuste salarial pelo Poder
X do artigo 37, da Constituição. III - Recurso conhecido e provido." Judiciário, sem previsão legal e com supedâneo no princípio da
(Processo: RR - 10425-87.2015.5.15.0141 Data de Julgamento: isonomia, conforme prevê a Súmula Vinculante nº 37, do STF. A
22/03/2017, Relator Ministro: Antonio José de Barros Levenhagen, revisão geral anual da remuneração depende da edição de lei
5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/03/2017) específica por parte do Poder Legislativo, não cabendo ao Judiciário
"AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO PELO MUNICÍPIO invadir tal competência, com o objetivo de identificar perdas
RECLAMADO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA salariais decorrentes da inflação, fixando índices de revisão geral de
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. DIFERENÇAS SALARIAIS. vencimentos, mesmo que sob o fundamento de garantir a sua
SERVIDOR PÚBLICO. REAJUSTE GERAL ANUAL. ABONO EM irredutibilidade. Recurso de Revista conhecido e provido."
(Processo: ARR - 13200-34.2013.5.15.0145 Data de Julgamento: Constituição Federal e, no mérito, deu-lhe provimento "para
20/09/2017, Relatora Ministra: Maria de Assis Calsing, 4ª Turma, restabelecer a r. sentença que determinou o pagamento das
Data de Publicação: DEJT 22/09/2017) diferenças salariais decorrentes do desrespeito à norma de
"RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. MUNICÍPIO DE isonomia nos índices de aumento estipulados por Lei, nos
ITATIBA/SP. DIFERENÇAS SALARIAIS. REAJUSTES ANUAIS percentuais postulados, com reflexos. a aplicação da lei editada
PREVISTOS EM LEIS MUNICIPAIS (LEIS 3.973/2007 E pelo próprio ente público".
4.170/2009). ÍNDICES DIFERENCIADOS DE CORREÇÃO Depreende-se do acórdão recorrido que as diferenças salariais
SALARIAL. Delimitada no v. acórdão regional a existência de foram deferidas sob o fundamento de correção de distorção
concessão, pelo Município reclamado, de reajuste salarial em decorrente de leis municipais, as quais teriam aplicado índices
valores fixos, que resultou em índices de correção salarial distintos nas revisões gerais dos salários dos servidores públicos
diferenciados, deve ser reconhecida a afronta ao disposto no artigo municipais, em violação ao art. 37, X, da Constituição Federal.
37, X, da Constituição Federal e reformada a v. decisão regional Em acórdão publicado em 8/4/2019, o Supremo Tribunal Federal,
que afastou as diferenças salariais oriundas das Leis Municipais nº ao julgar o ARE 1.057.577/DF (Tema 1027 do ementário de
3.973/2007 e 4.170/2009. Recurso de revista conhecido e provido." Repercussão Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por
(Processo: ARR - 11927-20.2013.5.15.0145 Data de Julgamento: aquela Corte, no sentido de declarar a "aplicabilidade da tese
31/05/2017, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma, firmada no RE-RG 592.317 e da Súmula Vinculante 37 aos pleitos
Data de Publicação: DEJT 02/06/2017) "AGRAVO DE de empregados da recorrente e demais instituições de ensino
INSTRUMENTO INTERPOSTO PELO RECLAMADO. superior do Estado de São Paulo que buscam os reajustes e demais
DIFERENÇAS SALARIAIS. REVISÃO GERAL ANUAL vantagens concedidos administrativamente aos integrantes dos
CONCEDIDA NO MESMO VALOR NOMINAL A TODOS OS quadros das Universidades Estaduais de São Paulo".
AGENTES PÚBLICOS. Esta Corte Superior consolidou No RE-RG 592.317 (Tema 315 do STF) foi fixada a tese no sentido
entendimento de que a revisão geral anual da remuneração dos de que "aumento de vencimentos de servidores depende de Lei e
agentes públicos mediante a concessão de abonos em valor não pode ser efetuado apenas com suporte no princípio da
nominal fixo para todas as carreiras viola o art. 37, X, da isonomia." (RE 592.317, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de
Constituição Federal. A concessão de revisão mediante valores 10/11/2014).
nominais iguais para todos os agentes implica maior percentual de Consta da ementa do referido julgado:
reajuste para aqueles que percebem remuneração inferior e menor
índice para as referências superiores. Assim, a revisão geral anual Recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida.
conferida em valor fixo gera, para cada carreira, um percentual Administrativo. Servidor Público. Extensão de gratificação com
diferente de revisão, o que é vedado pela norma constitucional, que fundamento no princípio da Isonomia. Vedação. Enunciado 339 da
proíbe a "distinção de índices". Agravo de instrumento de que se Súmula desta Corte. Recurso extraordinário provido. (RE 592317,
conhece e a que se nega provimento." (Processo: AIRR - 11706- Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, Julgado em 28/8/2014,
03.2014.5.15.0145 Data de Julgamento: 20/09/2017, Relatora DJe-220, de 10/11/2014)
Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, 6ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 22/09/2017) Nada obstante o entendimento anteriormente aplicado em relação à
Diante do exposto, conheço do recurso por ofensa ao artigo 37, impertinência temática do caso concreto ao Tema 315 do STF, a
X, da Constituição Federal. (destacou-se). Suprema Corte vem decidindo de maneira reiterada, em sede de
A leitura do acórdão proferido por esta 5ª Turma Reclamação Constitucional, acerca da aplicação do Tema aludido
evidencia que esta Corte analisou o tema em debate em hipóteses como a dos autos, concluindo que as decisões que
"DIFERENÇAS SALARIAIS. VALOR FIXO. REVISÃO GERAL vem a deferir tais diferenças salariais contrariam o entendimento já
ANUAL", expondo os motivos pelos quais concluiu que o município, firmado em sede de repercussão geral, na medida em que, embora
ao estabelecer "o pagamento de valor fixo a título de recomposição afirmem que estão "cumprindo o art. 37, X da Constituição Federal",
salarial, concedeu reajustes salariais diferenciados, pois, ao pois consideraram que "as leis não poderiam ter concedido tal
contemplar servidores que possuíam remuneração distinta com o abono em valores diferentes aos empregados públicos sob pena de
mesmo valor fixo, fez com que existissem índices de reajustes afronta a tal dispositivo", utilizam-se, "usando outras palavras, do
diversos". fundamento da isonomia" (Rcl 27.299/SP, Min. Ricardo
Com esses fundamentos, rejeito os embargos de Lewandowiski, Dje 22/05/18). No mesmo sentido, Rcl 30.093/SP,
declaração. Min. Rosa Weber, DJe 03/05/18; Rcl 27310, Min. Rosa Weber, DJe
08/05/2018; Rcl. 30.278, Min. Celso de Mello, DJe 03/05/2018; Rcl
Primeiramente, destaco que a controvérsia dos autos não se insere 27.999, Min Alexandre de Moraes, DJe 10/04/2018 e Rcl 28.426,
naquela tratada no RE-565089, a qual foi inserida como Tema nº 19 Min. Gilmar Mendes, DJe 10/04/2018.
da Tabela de Repercussão Geral do STF, a qual dispõe sobre Ressalto, inclusive, decisão proferida pelo Exmo. Min. Luís Roberto
"Indenização pelo não-encaminhamento de projeto de lei de Barroso, em 12 de dezembro de 2018, no AG.RE 1.145.460-SP, em
reajuste anual dos vencimentos de servidores públicos. Alcance do processo envolvendo o mesmo Município ora recorrente, na mesma
disposto no inciso X do art. 37 da CF. Recurso extraordinário em linha dos precedentes indicados.
que se discute, à luz do art. 37, X e § 6 º, da Constituição Federal, o Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja
direito, ou não, a indenização por danos patrimoniais sofridos em repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo
razão de omissão do Poder Executivo estadual, consistente no não Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos
encaminhamento de projeto de lei destinado a viabilizar reajuste ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a
geral e anual dos vencimentos de servidores públicos estaduais". fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015,
Consoante se verifica pelo acórdão recorrido, a Turma conheceu do sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação
recurso de revista da reclamante, por violação do art. 37, X, da da decisão então proferida por aquele colegiado.
intermediação dos serviços prestados, o que acarreta em fraude à Reformo, para declarar a responsabilidade solidária da 2ª
legislação trabalhista (art. 9º CLT), atraindo o disposto nos arts. 186, reclamada (BRASIL TELECOM).
927 e 942 do Código Civil (fl. 04). Ante às razões expostas, não se cogita da contrariedade aos arts.
A 2ª ré - Brasil Telecom declarou, em defesa, que "firmou com a 2º, § 2º, da CLT, 265 do CC, 455 da CLT, 5º, II, 114, § 2º, 84, IV, e
primeira, TELENGE, contrato de empreitada para Engenharia, 1º, parágrafo único da CF, 94 da Lei 9742/97, 60 da Lei Geral das
Elaboração de Projetos, Implantação, Manutenção e Operação de Telecomunicações, Súmula 331, do C. TST e OJ 191 do C. TST,
Redes de Acesso" (fl. 298). referida pela Brasil Telecom em defesa.
Os contratos feitos entre 1ª e 2ª reclamadas (fls. 341 e ss.) revelam DOU PROVIMENTO, para declarar a responsabilidade solidária da
que o objeto era a prestação de serviços de elaboração de projetos, BRASIL TELECOM S/A." (fls. 582/585).
implantação, manutenção e operação de redes de acessos, cabos Esta Corte tem entendido que o art. 94, II, da Lei nº 9.472/97 - Lei
ópticos, serviço de comunicação de dados e serviço ADSL, Geral das Telecomunicações -, ao autorizar a contratação de
portanto, atividade essencial ao cumprimento do objetivo social da terceiros para o desenvolvimento de atividades inerentes,
2ª ré (fl. 214, art. 2º do Estatuto Social). acessórias ou complementares ao serviço não se refere à atividade-
É ilícita a terceirização de atividade-fim, motivo pelo qual há fim da empresa, mas apenas autoriza a terceirização das atividades
responsabilidade solidária entre as empresas. -meio.
A Brasil Telecom, que explora "serviços de telecomunicações e Ademais, em se considerando que o serviço de telecomunicações,
atividades necessária, ou úteis à execução desses serviços", consoante o art. 60, § 1º, da supracitada Lei, é o conjunto de
necessita da atividade do reclamante, auxiliar técnico/instalador, atividades que possibilita a oferta de telecomunicações por
para viabilizar a própria existência do seu empreendimento, sendo intermédio de transmissão, emissão ou recepção de símbolos,
essencial para o funcionamento da rede telefônica. caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de
Logo, a terceirização de atividade fim é ilícita, o que ampara a qualquer natureza, as atividades desempenhadas pelo Reclamante
pretensão de responsabilidade solidária das empresas (artigo 942 - instalação e manutenção de linha telefônica - estão inseridas nas
do Novo Código Civil). Nesse sentido, o precedente turmário: atividades essenciais da empresa, o que impossibilita a
"Dessa forma, conclui-se que o serviço prestado pelo autor - terceirização desses serviços. Nesse sentido são os seguintes
instalador, inclui-se na atividade-fim da segunda ré, Brasil Telecom precedentes:
S/A, não exsurgindo licitude na sua contratação por meio de "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.
empresa interposta, de modo que, a meu juízo, seria de reconhecer- VÍNCULO EMPREGATÍCIO. ILICITUDE DA TERCEIRIZAÇÃO.
se o vínculo empregatício com a tomadora dos serviços. EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES. MANUTENÇÃO DE
Persiste, portanto, a prática ilegítima adotada pelas reclamadas, na LINHAS TELEFÔNICAS. ATIVIDADE FIM. A jurisprudência desta
medida em que a contratação do reclamante, pela primeira ré, para Corte Superior adota entendimento de que as atividades de
prestar serviços para a segunda, existiu como mecanismo formal instalação e manutenção de linhas telefônicas e operação de redes
para burlar a legislação do trabalho, incidindo na espécie a diretriz de acessos, cabos ópticos, serviço de comunicação de dados e
contida na Súmula 331, I, do C. TST, in verbis: (...) Neste aspecto, serviço ADSL são consideradas atividades fim das empresas
vale lembrar definição de Alice Monteiro de Barros, conforme concessionárias dos serviços de telecomunicações, desautorizando
Washington L. da Trindade: O fenômeno da terceirização consiste a prática da terceirização. Ressalva de entendimento desta
em transferir para outrem atividades consideradas secundárias, ou Relatora. Agravo de instrumento conhecido e não provido." (AIRR-
seja, de suporte, atendo-se a empresa à sua atividade principal. 2065-16.2011.5.03.0020, 8ª Turma, Rel. Min. Dora Maria da Costa,
Assim, a empresa se concentra na sua atividade-fim, transferindo as DEJT 12/04/2013).
atividades-meio. Por atividade-fim entenda-se aquela cujo objetivo a "RECURSO DE REVISTA DA TELEMONT. EMPRESA DE
registra na classificação socioeconômica, destinado ao atendimento TELECOMUNICAÇÕES. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA.
das necessidades socialmente sentidas - (cf. Washington L. da MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO DE LINHAS TELEFÔNICAS.
Trindade. Os caminhos da terceirização - Jornal Trabalhista, ATIVIDADE-FIM. LEI N.º 9.472/1997. DECISÃO DE ACORDO COM
Brasília. 17.8.1992, ano IX, n. 416, p. 869). O ENTENDIMENTO DA SÚMULA N.º 331, I, DO TST. A
Em uma empresa de telefonia, as atividades de instalador não são interpretação sistemática dos arts. 25 da Lei n.º 8.987/95 e 94, II, da
secundárias ou periféricas, pois são diretamente vinculadas aos Lei n.º 9.472/97 com os princípios constitucionais que norteiam o
serviços de telefonia, diferentemente, por exemplo, dos serviços de Direito do Trabalho não autoriza concluir que o legislador ordinário
limpeza, transporte de produtos e funcionários, assistência médica, conferiu às empresas de telecomunicações a possibilidade de
etc. terceirização ampla e irrestrita, inclusive quanto às suas atividades-
Atente-se, por fim, que a própria Lei nº 9.472/97, que regula a fim. Assim sendo, as referidas empresas encontram-se igualmente
organização dos serviços de telecomunicações, em seu art. 60, sujeitas às diretrizes insertas na Súmula n.º 331, I e III, deste
define que: "(Serviço de telecomunicações é o conjunto de Tribunal Superior, que somente considera lícita a terceirização no
atividades que possibilita a oferta de telecomunicação)". A atividade caso de trabalho temporário, serviços de vigilância, conservação e
do autor, indubitavelmente, insere-se dentre aquelas que viabilizam limpeza e outros especializados, ligados à atividade-meio do
a telecomunicação. O art. 94 do mesmo diploma legal, portanto, tomador, desde que inexistentes a pessoalidade e a subordinação
também não colide com a conclusão ora esposada. direta. Tendo o Regional verificado a existência de terceirização de
(...) No contexto dos autos, sobressai a condição de mera atividade-fim da Reclamada, nos termos do disposto no item I da
intermediária de mão de obra da primeira ré, e a intenção da Súmula n.º 331 desta Corte, não se conhece do Recurso de
segunda demandada de eximir-se dos encargos decorrentes do Revista, pela aplicação do art. 896, § 4.º, da CLT." (?). Recurso de
vínculo empregatício, tornando evidente a irregularidade do contrato Revista não conhecido." (RR-1207-42.2011.5.03.0098, 4ª Turma,
de prestação de serviços c e l e b r a d o e n t r e a s d e m a n d a d Rel. Min. Maria de Assis Calsing, DEJT 12/04/2013).
a s " (TRT-PR-02840-2005-071-09-00-8-ACO-15449-2009-publ-22- "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.
05-2009. Rel. Des. Rosemarie D. Pimpão). COOPERATIVA. DESVIRTUAMENTO DE FINALIADE.
"Dessa forma, conclui-se que o serviço prestado pelo autor - O apelo não merece provimento.
instalador, inclui-se na atividade-fim da segunda ré, Brasil Telecom De plano, não impulsiona recurso de revista a apontada violação do
S/A, não exsurgindo licitude na sua contratação por meio de art. 5º, II, da Carta Magna, visto que, consoante o entendimento do
empresa interposta, de modo que, a meu juízo, seria de reconhecer- STF (Súmula 636), a ofensa ao referido dispositivo constitucional
se o vínculo empregatício com a tomadora dos serviços. não se dá, em regra, de forma direta, como exige o artigo 896, "c",
Persiste, portanto, a prática ilegítima adotada pelas reclamadas, na da CLT, enquanto consagrador de princípio genérico cuja
medida em que a contratação do reclamante, pela primeira ré, para vulneração ocorre por via reflexa, a partir de afronta a norma de
prestar serviços para a segunda, existiu como mecanismo formal natureza infraconstitucional.
para burlar a legislação do trabalho, incidindo na espécie a diretriz Na hipótese, o Tribunal de origem consignou que "a Brasil Telecom,
contida na Súmula 331, I, do C. TST, in verbis: que explora "serviços de telecomunicações e atividades necessária,
(...) ou úteis à execução desses serviços", necessita da atividade do
Neste aspecto, vale lembrar definição de Alice Monteiro de Barros, reclamante, auxiliar técnico/instalador, para viabilizar a própria
conforme Washington L. da Trindade: existência do seu empreendimento, sendo essencial para o
O fenômeno da terceirização consiste em transferir para outrem funcionamento da rede telefônica" (fl. 436). Assim concluiu que "a
atividades consideradas secundárias, ou seja, de suporte, atendo- terceirização de atividade fim é ilícita, o que ampara a pretensão de
se a empresa à sua atividade principal. Assim, a empresa se responsabilidade solidária das empresas (artigo 942 do Novo
concentra na sua atividade-fim, transferindo as atividades-meio. Por Código Civil)" (fl. 437).
atividade-fim entenda-se aquela cujo objetivo a registra na Das premissas fáticas retratadas no acórdão recorrido -
classificação socioeconômica, destinado ao atendimento das insuscetíveis de reexame em sede extraordinária, a teor da Súmula
necessidades socialmente sentidas - (cf. Washington L. da 126/TST -, depreende-se que as atividades desenvolvidas pelo
Trindade. Os caminhos da terceirização - Jornal Trabalhista, reclamante estavam inseridas na atividade-fim da tomadora dos
Brasília. 17.8.1992, ano IX, n. 416, p. 869). serviços, razão pela qual a conclusão do Tribunal Regional, pela
Em uma empresa de telefonia, as atividades de instalador não são responsabilidade solidária das reclamadas, fundamentando-se no
secundárias ou periféricas, pois são diretamente vinculadas aos art. 942 do Código Civil, não viola os arts. 60, § 1º, 94, II, da Lei
serviços de telefonia, diferentemente, por exemplo, dos serviços de 9472/97 e 265 do CC.
limpeza, transporte de produtos e funcionários, assistência médica, A propósito, colho julgado da SDI-I deste Tribunal, no sentido da
etc. Atente-se, por fim, que a própria Lei nº 9.472/97, que regula a responsabilização solidária de empresas envolvidas em
organização dos serviços de telecomunicações, em seu art. 60, terceirização ilícita, com intermediação de mão de obra na atividade
define que: "(Serviço de telecomunicações é o conjunto de -fim da tomadora:
atividades que possibilita a oferta de telecomunicação)". A atividade "RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI Nº 11.496/2007.
do autor, indubitavelmente, insere-se dentre aquelas que viabilizam TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA - ATIVIDADE-FIM -
a telecomunicação. O art. 94 do mesmo diploma legal, portanto, RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Nas hipóteses de terceirização
também não colide com a conclusão ora esposada. ilícita, quais sejam, aquelas em que há intermediação de mão de
(...) obra na atividade-fim da tomadora de serviços, as empresas
No contexto dos autos, sobressai a condição de mera intermediária envolvidas são solidariamente responsáveis pelos créditos
de mão de obra da primeira ré, e a intenção da segunda trabalhistas do empregado, por se unirem no propósito de fraudar a
demandada de eximir-se dos encargos decorrentes do vínculo legislação trabalhista, incidindo o teor do artigo 942 do Código Civil.
empregatício, tornando evidente a irregularidade do contrato de Recurso de embargos conhecido e desprovido." (TST-E-ED-RR-
prestação de serviços celebrado entre as deman dadas" 130700-42.2003.5.04.0028, Relator Ministro Renato de Lacerda
(TRT-PR-02840-2005-071-09-00-8-ACO-15449-2009-publ-22-05- Paiva, SDI-I, DEJT 02.12.2011)
2009. Rel. Des. Rosemarie D. Pimpão). No mesmo sentido, cito precedentes das Turmas deste Tribunal
Reformo, para declarar a responsabilidade solidária da 2ª Superior:
reclamada (BRASIL TELECOM), no período de 01/08/2005 a "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.
31/07/2008." EMPRESA CONCESSIONÁRIA DOS SERVIÇOS DE
Na minuta, a reclamada sustenta que "as atividades desenvolvidas TELECOMUNICAÇÕES. INSTALAÇÃO DE LINHAS
pelo reclamante não estavam inseridas na atividade fim da TELEFÔNICAS. TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE-FIM.
Reclamada, e mesmo que estivessem, a Lei 9472/1997 permite a RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. A responsabilidade solidária
terceirização de serviços independente de estarem ligados a das reclamadas foi reconhecida com fulcro nos arts. 9º da CLT e
atividade meio ou fim da contratante" (fl. 490). Acrescenta que "não 942 do CCB, ao fundamento de que o reclamante sempre trabalhou
há possibilidade de aplicação da solidariedade de que trata o § 2°, na atividade-fim da recorrente, que incorreu em fraude à legislação
do art. 2° da CLT, eis que as reclamadas não constituem um grupo, trabalhista, ao proceder a intermediação de mão-de-bra. Inviolados
seja industrial ou comercial" (fl. 492). Assevera que "a solidariedade os arts. 60, § 1º, e 94, II, da Lei 9.472/1997; 2º, § 2º, da CLT e 265
não pode ser aplicada no caso em tela, visto que, conforme do Código Civil. Divergência jurisprudencial não demonstrada
preceitua o artigo 265 do Código de Processo Civil, a solidariedade (Súmulas 23 e 296/TST ). Agravo de instrumento conhecido e não
decorre de Lei ou vontade das partes, o que não configura-se no provido." (TST - AIRR - 993-18.2010.5.09.0325 , Relator Ministro:
caso em análise" (fl. 494). Alega que "o v. acórdão mantém-se Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 07/02/2014)
contrário à lei, afrontando, assim o principio da legalidade disposto "(...) 3. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Reconhecida a
no artigo 5°, inciso II, da CF/88, diante do desrespeito ao artigo 94 responsabilidade solidária das reclamadas em face da terceirização
da Lei 9472/97 que restaram expressamente violados pelo r. ilícita da atividade-fim (arts. 9º da Consolidação das Leis do
acórdão recorrido" (fl. 494). Indicou afronta aos artigos 5º, II, da CF; Trabalho e 942 do Código Civil), não se constata a violação do art.
60, § 1º, 94, II, da Lei 9472/97; 265 do CC; 2º, § 2º da CLT. 265 do Código Civil, pois a solidariedade decorreu da tentativa de
Colaciona arestos. burlar a legislação trabalhista. Agravo de instrumento a que se nega
provimento. (...). Agravo de instrumento não provido." (TST - AIRR - "(...) 4. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. O Regional dirimiu a
762-64.2011.5.03.0020 , Relatora Desembargadora Convocada: controvérsia à luz do art. 942 do Código Civil. Dessa forma, não se
Maria das Graças Silvany Dourado Laranjeira, 2ª Turma, DEJT visualiza ofensa à literalidade dos dispositivos mencionados. (...).
31/05/2013) Agravo de instrumento conhecido e não provido." (TST - AIRR - 119
"II - AGRAVO DE INSTRUMENTO DA MASTER BRASIL S.A. -96.2012.5.03.0012 , Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª
RECURSO DE REVISTA - DESCABIMENTO. Turma, DEJT 13/12/2013).
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Reconhecida a Também não se vislumbra ofensa ao art. 2º, § 2º, da CLT, pois, a
responsabilidade solidária em face da terceirização ilícita operada responsabilidade solidária não restou fundamentada na existência
entre as reclamadas, não há que se falar em violação do art. 5º, II, de grupo econômico, mas no fato de que ambas as rés participaram
da Carta Magna. Agravos de instrumento conhecidos e do conluio fraudatório.
desprovidos." (TST - AIRR - 1141-61.2013.5.03.0011 , Relator Acresço que, não se sustentam, tendo por base os princípios
Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 3ª Turma, DEJT protetivos que norteiam esta seara trabalhista, os argumentos
16/05/2014) apresentados pelo recorrente, no sentido de que o artigo 94, II da
"RECURSO DE REVISTA. RITO SUMARÍSSIMO. Lei nº9472/97 estaria a albergar a terceirização em sentido amplo.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO. ATIVIDADE Isso porque o referido dispositivo, ao mencionar o termo "inerentes",
-FIM. EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES. VÍNCULO em conjunto com os demais vocábulos "acessórias ou
EMPREGATÍCIO. I. A jurisprudência desta Corte é no sentido da complementares" somente autorizaria às empresas de telefonia a
ilicitude na terceirização da atividade-fim. Assim, o vínculo de contratar com terceiros serviços relacionados a atividades-meio,
emprego daquele que trabalha em serviço central de atendimento, dentre as quais não se enquadra o serviço exercido pelo
junto à empresa de telefonia, faz-se diretamente com a tomadora de reclamante.
serviços, por representar fraude na relação de trabalho, já que se Inservíveis à demonstração do dissenso os arestos trazidos ao
trata de atividade-fim, sendo ilícita a terceirização. Precedentes cotejo porquanto não tratam das mesmas premissas fáticas acima
desta Corte. II. Recurso de revista de que se conhece, por transcritas. Óbice na súmula 296/TST.
contrariedade à Súmula nº 331, I, do TST, e a que se dá Não conheço.
provimento. (...) Na condição de empregadora do Reclamante, a (...)
Reclamada TNL PCS S.A. tem responsabilidade direta pelos
créditos deferidos à trabalhadora. À Reclamada CONTAX S.A. cabe Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal,
responsabilidade solidária, ante a ilegalidade da terceirização ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão
praticada em conjunto com a TNL PCS S.A. (arts. 9º da CLT e 942 Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
do Código Civil de 2002)." (TST - RR - 630-42.2013.5.03.0018 , sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
Relator Ministro: Fernando Eizo Ono, 4ª Turma, DEJT 07/03/2014) recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
"(...) RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Estando a cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
responsabilização solidária das reclamadas fundamentada na 949 do CPC".
aplicação do art. 942 do Código Civil, em face da constatação da Consta da ementa do referido julgado:
prática de ato ilícito, não se verifica violação ao art. 5º, inc. II, da
Constituição da República. (...)." (TST - RR - 2070- EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO
65.2011.5.03.0011 , Relator Ministro: João Batista Brito Pereira, 5ª ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE
Turma, DEJT 07/02/2014) RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA
"(...) TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94
DA EMPRESA PRIVADA TOMADORA DOS SERVIÇOS. Esta DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR
Corte Superior tem reconhecido a responsabilidade solidária, ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST.
quando há terceirização ilícita, em observância ao art. 942 do IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E
Código Civil, como no caso, em que há intermediação de mão de QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE
obra na atividade-fim da tomadora de serviços. Recurso de revista CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A
de que não se conhece." (TST-RR-1802-85.2011.5.09.0094, CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324
Relatora Ministra Kátia Magalhães Arruda, 6ª Turma, DEJT E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
29/11/2013) 1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode
"(...) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos
DA CONTAX. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo
INTERMEDIAÇÃO ILÍCITA DE MÃO DE OBRA. PRESTAÇÃO DE órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada
SERVIÇOS NA ATIVIDADE-FIM DA TOMADORA. MATÉRIA do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à
REMANESCENTE. O quadro fático delineado no acórdão regional previsão do art. 97 da Constituição Federal.
reflete a existência de terceirização ilícita da atividade-fim da 2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia
agravante, o que caracteriza burla à legislação trabalhista, nos jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade
termos do artigo 9º da CLT. Tal constatação permite, com fulcro no dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
artigo 942 do Código Civil, a responsabilização solidária dos difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no
coautores. Conclui-se, pois, que a condenação em tela decorreu de controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10).
preceito legal, motivo pelo qual não houve violação do artigo 265 do 3. É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação
Código Civil. Precedentes. Agravo de instrumento a que se nega do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula
provimento." ( AIRR - 79-74.2013.5.03.0014 , Relator Ministro: 331/TST, e declarar ilícita a terceirização e atividade-fim, reconhece
Cláudio Mascarenhas Brandão, Data de Julgamento: 29/04/2014, 7ª a existência de vínculo trabalhista entre a contratante e o
Turma, Data de Publicação: DEJT 05/05/2014) empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de
a inclusão à CLT do art. 896-A (transcendência da causa), nos monetária posto nessa lei é o 'IPC-FIPE', que não é faz parte do rol
seguintes termos, in verbis: de 'índices federais de correção monetária', como exige a Súmula
"Art. 896-A. O Tribunal Superior do Trabalho, no Recurso de Vinculante 42, do STF, para dizer inconstitucional a vinculação do
Revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência reajuste. Da mesma forma não cabe dizer de inconstitucionalidade
com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, por falta de previsão orçamentária, porque tal não se destina, com
social ou jurídica. visto, ao cumprimento de direito previsto na legislação, não havendo
§ 1.º São indicadores de transcendência, entre outros: afirmação ou demonstração de vício desse naipe quando do
I - econômica, o elevado valor da causa; processo legislativo que originou a Lei Municipal 4.410/2013.
II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência Para que não se diga de omissão, a repercussão geral da
sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal questão constitucional suscitada no Recurso Extraordinário n.º RE
Federal; 565089 RG, indico que a mais alta Corte Trabalhista já decidiu que
III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito a repercussão geral implica, tão somente, no sobrestamento do feito
social constitucionalmente assegurado; já alçado ao C. STF, através de recurso extraordinário. Conforme
IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da AIRR - 571-50.2014.5.03.0008 Data de Julgamento: 08/04/2015,
interpretação da legislação trabalhista. Relator: Ministro José Roberto Freire Pimenta, 2.ª Turma, Data de
(...)" Publicação: DEJT 17/04/2015. No mesmo sentido o Precedente
Esta Corte Superior, visando regulamentar a aplicação desta E. 7.ª Câmara: Acórdão - Processo 0010837-
do novo instituto, inseriu em seu Regimento Interno os arts. 246 e 49.2014.5.15.0045 (RO), Data publicação: 01/07/2016, Ano do
247. Assim, tendo como norte os referido dispositivos, passo ao processo: 2014, Órgão julgador: 7.ª Câmara, Composição: Relator
exame prévio da transcendência da causa. Juiz do Trabalho José Antônio Gomes de Oliveira, Desembargador
Pois bem. No caso dos autos, o Regional manteve o do Trabalho Carlos Augusto Escanfella, DesEmbargador do
deferimento dos reajustes salariais previstos na Lei Municipal n.º Trabalho Carlos Alberto Bosco, v.u.
4.410/2013, sob o fundamento de que a presente hipótese não Nada a prover."
versa sobre concessão de reajuste pela via judicial, mas, sim, de Inconformado, o reclamado afirma que o deferimento
cumprimento do art. 1.º, § 2.º, da referida lei, porquanto sem do pedido implicaria afronta ao princípio da legalidade, em face da
violação da Súmula Vinculante n.º 37. necessidade de lei específica de prévia dotação orçamentária para
Considerando que a matéria não está pacificada no a concessão do reajuste salarial a empregado público municipal.
âmbito desta Corte, verifica-se a transcendência jurídica, nos Argumenta que a Lei Municipal n.º 4.410/2013
termos do art. 896-A, § 1.º, IV, da CLT, uma vez que há julgados relacionou o percentual de reajuste ao IPC-FIPE, ofendendo, de tal
deste Tribunal Superior que, em casos semelhantes, envolvendo o sorte, a regra da independência dos entes federativos e
Município de Pirassununga e a Lei Municipal n.º 4.410/2013, contrariando a Súmula Vinculante n.º 42.
decidem pela aplicação do art. 37, X, da CF e da Súmula Vinculante Indica contrariedade às Súmulas Vinculantes n.os 37 e
n.º 37. 42, e violação dos arts. 2.º, 37, X, e 169, § 1.º, I e II, da Constituição
CONHECIMENTO Federal.
DIFERENÇAS SALARIAIS - REAJUSTE GERAL Analiso.
ANUAL PREVISTO NA LEI MUNICIPAL N.º 4.410/2013 Primeiramente, pontuo que foram supridos os
O Regional manteve o deferimento dos reajustes requisitos do art. 896, § 1.º-A, da CLT, pois houve transcrição do
salariais previstos na Lei Municipal n.º 4.410/2013, adotando os trecho da decisão recorrida contra o qual se insurgiu o recorrente
seguintes fundamentos, in verbis: (fls. 598-e).
"Neste caso concreto o que o autor pretende é o cumprimento da Entretanto, verifica-se que o Recurso não logra
Lei Municipal n.º 4.410/2013, que fixou como sendo 1.º de maio a conhecimento.
data-base para o reajuste anual das referências iniciais das escalas O município reclamado fundamenta seu recurso
de vencimento dos servidores ativos e inativos e fixou que esse apenas na alegação de violação dos arts. 2.º, 37, X, e 169, § 1.º, I,
reajustamento não poderia ser inferior ao índice do IPC-FIPE, da CF e das Súmulas Vinculantes n.os 37 e 42.
conforme ID. 134ca07 - Pág. 1. O art. 37, X, da Constituição Federal não foi violado,
O entendimento nesta E. 7.ª Câmara é o de que tal disposição uma vez que o Regional deixa clara a existência de lei específica a
legal trata de revisão geral anual dos servidores municipais, estando respeito do reajuste dos servidores. Consigna que a Lei Municipal
naquela situação de exceção prevista no artigo 22 da Lei de n.º 4.410/2013 não apenas fixou a data base, como também
Responsabilidade Fiscal, parágrafo único, I, parte final, pela qual estabeleceu o percentual de reajuste não inferior ao índice IPC-
estaria autorizado o cumprimento dos seus limites: FIPE. Ou seja, não se discute omissão legislativa à revisão geral
[...] anual da remuneração dos servidores públicos para o fim de atrair a
Dessarte, nesse entendimento, a disposição da lei municipal aplicação do referido dispositivo.
harmoniza-se com o artigo 37 da Constituição Federal e com o Ademais, a Súmula Vinculante n.º 37 impede a fixação
artigo 22 da Lei Complementar 101/2000, não havendo vedação ao de reajuste pelo Poder Judiciário, sob o fundamento da isonomia, e
pagamento do reajuste salarial previsto na Lei Municipal o art. 2.º da CF apenas trata da separação dos poderes, matérias
4.410/2013, como já determinou a origem. estranhas ao debate em questão. Na hipótese dos autos, somente
Sendo esse modo, não há violação da Súmula Vinculante n.º 37 se aplicou a legislação municipal específica.
do STF, pois o caso dos autos não versa sobre concessão de Quanto ao art. 169, § 1.º, I, da CF, não há informação
reajuste pela via judicial, mas sim de cumprimento do artigo 1.º, alguma no acórdão regional sobre eventual inexistência de "prévia
parágrafo 2.º, da Lei Municipal 4.410/13. Também não cabe dizer de dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de
inconstitucionalidade da Lei Municipal 4.410/13, em razão do índice despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes". O
de correção monetária aí previsto, porque o índice de correção fundamento utilizado na sentença e mantido no acórdão regional
para determinar que o município "observe o reajuste previsto na Lei impertinência temática do caso concreto ao Tema 315 do STF, a
Municipal 4.410/2013, em parcelas vencidas (a partir de maio/2016) Suprema Corte vem decidindo de maneira reiterada, em sede de
e vincendas, estas até a efetiva inclusão em folha de pagamento" Reclamação Constitucional, acerca da aplicação do Tema aludido
decorreu apenas do fato de o município não ter observado a revisão em hipóteses como a dos autos, concluindo que as decisões que
anual de vencimentos nos termos previstos na lei municipal. vem a deferir tais diferenças salariais contrariam o entendimento já
No que se refere à Súmula n.º 42 do STF, o presente firmado em sede de repercussão geral, na medida em que, embora
caso não se trata de vinculação de reajuste de vencimento de afirmem que estão "cumprindo o art. 37, X da Constituição Federal",
servidor municipal a índice federal de correção monetária. Logo, pois consideraram que "as leis não poderiam ter concedido tal
também não se constata a alegada ofensa. abono em valores diferentes aos empregados públicos sob pena de
Pelo exposto, não conheço do Recurso de Revista. afronta a tal dispositivo", utilizam-se, "usando outras palavras, do
fundamento da isonomia" (Rcl 27.299/SP, Min. Ricardo
Primeiramente, destaco que a controvérsia dos autos não se insere Lewandowiski, Dje 22/05/18). No mesmo sentido, Rcl 30.093/SP,
naquela tratada no RE-565089, a qual foi inserida como Tema nº 19 Min. Rosa Weber, DJe 03/05/18; Rcl 27310, Min. Rosa Weber, DJe
da Tabela de Repercussão Geral do STF, a qual dispõe sobre 08/05/2018; Rcl. 30.278, Min. Celso de Mello, DJe 03/05/2018; Rcl
"Indenização pelo não-encaminhamento de projeto de lei de 27.999, Min Alexandre de Moraes, DJe 10/04/2018 e Rcl 28.426,
reajuste anual dos vencimentos de servidores públicos. Alcance do Min. Gilmar Mendes, DJe 10/04/2018.
disposto no inciso X do art. 37 da CF. Recurso extraordinário em Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja
que se discute, à luz do art. 37, X e § 6 º, da Constituição Federal, o repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo
direito, ou não, a indenização por danos patrimoniais sofridos em Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos
razão de omissão do Poder Executivo estadual, consistente no não ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a
encaminhamento de projeto de lei destinado a viabilizar reajuste fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015,
geral e anual dos vencimentos de servidores públicos estaduais". sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação
Consoante se verifica pelo acórdão recorrido, a Turma não da decisão então proferida por aquele colegiado.
conheceu do recurso de revista do Município reclamado
consignando que "não se discute omissão legislativa à revisão geral À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
anual da remuneração dos servidores públicos, para o fim de atrair cabíveis.
a aplicação do referido dispositivo" e que "o fundamento utilizado na
sentença e mantido no acórdão regional para determinar que o Intime-se.
município "observe o reajuste previsto na Lei Municipal 4.410/2013, Publique-se.
em parcelas vencidas (a partir de maio/2016) e vincendas, estas até Brasília, 03 de março de 2020.
a efetiva inclusão em folha de pagamento" decorreu apenas do fato
de o município não ter observado a revisão anual de vencimentos
nos termos previstos na lei municipal". Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Depreende-se do acórdão recorrido que as diferenças salariais VIEIRA DE MELLO FILHO
foram deferidas sob o fundamento de correção de distorção Ministro Vice-Presidente do TST
decorrente de leis municipais, as quais teriam aplicado índices
distintos nas revisões gerais dos salários dos servidores públicos Processo Nº AIRR-0011988-07.2015.5.15.0145
municipais, em violação ao art. 37, X, da Constituição Federal. Complemento Processo Eletrônico
Em acórdão publicado em 8/4/2019, o Supremo Tribunal Federal, Relator Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan
Pereira
ao julgar o ARE 1.057.577/DF (Tema 1027 do ementário de
Agravante MUNICÍPIO DE ITATIBA
Repercussão Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por
Advogado Dr. Daniel Rugeri Moreira(OAB:
aquela Corte, no sentido de declarar a "aplicabilidade da tese 205585/SP)
firmada no RE-RG 592.317 e da Súmula Vinculante 37 aos pleitos Agravado LELAINE APARECIDA THOMAZINE
de empregados da recorrente e demais instituições de ensino Advogado Dr. Rodrigo Francisco Silva(OAB:
superior do Estado de São Paulo que buscam os reajustes e demais 300846/SP)
vantagens concedidos administrativamente aos integrantes dos
quadros das Universidades Estaduais de São Paulo". Intimado(s)/Citado(s):
No RE-RG 592.317 (Tema 315 do STF) foi fixada a tese no sentido - LELAINE APARECIDA THOMAZINE
de que "aumento de vencimentos de servidores depende de Lei e - MUNICÍPIO DE ITATIBA
não pode ser efetuado apenas com suporte no princípio da
isonomia." (RE 592.317, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão deste
10/11/2014). Tribunal que negou provimento ao agravo em agravo de
Consta da ementa do referido julgado: instrumento em todos os seus temas e desdobramento.
O recorrente suscita preliminar de repercussão geral apontando
Recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida. violação aos artigos 2º, 5º, II, 37 , caput, inciso X, e § 4º, e 169,
Administrativo. Servidor Público. Extensão de gratificação com caput e § 1º, da Constituição da República, bem como
fundamento no princípio da Isonomia. Vedação. Enunciado 339 da contrariedade à Súmula Vinculante nº 37 do Supremo Tribunal
Súmula desta Corte. Recurso extraordinário provido. (RE 592317, Federal.
Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, Julgado em 28/8/2014, É o relatório.
DJe-220, de 10/11/2014) Examino.
Satisfeitos os pressupostos extrínsecos de admissibilidade.
Nada obstante o entendimento anteriormente aplicado em relação à Consta do acórdão recorrido, na fração de interesse:
valores fixos a diferentes categorias de servidores, sem observar a Pimenta, Ac. 2ª Turma, in DEJT 27.10.2017)
exigência constitucional da identidade entre os índices adotados. "RECURSO DE REVISTA DA RECLAMANTE. TEMA ADMITIDO
Registre-se que a decisão não tem correlação com a ideia de PELA DECISÃO DE ADMISSIBILIDADE. APELO INTERPOSTO
isonomia, mas com o respeito à regra proibitiva da distinção de SOB A ÉGIDE DA LEI N.º 13.015/2014. REAJUSTES PREVISTOS
índices para os reajustes. Em síntese, trata-se de interpretação da EM LEIS MUNICIPAIS. ABONO EM VALOR FIXO PARA TODOS
legislação municipal à luz do disposto no art. 37, inciso X, da CF, o OS SERVIDORES. Esta Corte tem entendido que o reajuste anual
que se distingue da concessão de reajuste a servidor público sem concedido sob a forma de incorporação de abono em valor único a
previsão legislativa, sob o fundamento da isonomia. Evidencia-se, todos os servidores não atende à determinação contida no artigo
portanto, que a discussão do presente feito não se amolda à 37, X, da Constituição da República, pois gera distinção de índices
hipótese retratada no julgamento promovido pelo STF em sede de de aumento, ferindo o princípio da isonomia. Precedentes. Recurso
repercussão geral, no RE 592.317/RJ, nem conflita com o teor da de Revista conhecido e provido." (ARR-797-27.2014.5.15.0071,
Súmula Vinculante 37 do STF, porquanto, no caso concreto, a Relatora Ministra Maria de Assis Calsing, Ac. 4ª Turma, in DEJT
legislação municipal concedeu, ainda que sob nomenclatura de 4.8.2017).
abonos e em valores fixos, efetiva revisão salarial anual, de forma "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA
geral indistinta, de modo que se impõe a observância do preceito REGIDO PELA LEI 13.015/2014. DIFERENÇAS SALARIAS.
contido no art. 37, X, da CF, no que concerne ao ajuste dos índices ABONO. REVISÃO GERAL ANUAL. LEIS MUNICIPAIS. ARTIGO
de correção decorrentes da referida legislação municipal. Agravo de 37, X, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Hipótese em que, por meio
instrumento desprovido." (AIRR-891-72.2014.5.15.0071, Relator de Leis Municipais, foram concedidos abonos aos empregados, em
Ministro Mauricio Godinho Delgado, Ac. 3ª Turma, in DEJT valores fixos, posteriormente incorporados aos salários. Não
27.10.2017) socorre o Reclamado, todavia, o fato de o Município ter nominado a
"LEI Nº 13.015/14. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIFERENÇAS parcela de "abono", porquanto, com a incorporação desses valores
SALARIAIS. MUNICÍPIO. ESTABELECIMENTO DE REAJUSTES fixos aos vencimentos dos empregados, a Municipalidade promoveu
SALARIAIS ANUAIS EM VALORES FIXOS. DISTINÇÃO DE reajustes em percentuais diferenciados, o que resultou em ofensa à
ÍNDICES. ARTIGO 37, INCISO X, DA CONSTITUIÇÃO DA parte final do inciso X do artigo 37 da Constituição Federal. De fato,
REPÚBLICA. 1. De acordo com o disposto no inciso X do artigo 37 os empregados que percebem remuneração inferior foram
da Constituição da República, a revisão geral anual da remuneração beneficiados com maior percentual de reajuste, em detrimento
dos servidores federais, estaduais e municipais submete-se à daqueles que percebem maior remuneração. Aliás, sobre a matéria
observância de que a alteração da remuneração seja promovida esta Corte já se manifestou no sentido de que a concessão de
mediante lei específica, sempre na mesma época e sem a distinção reajustes salariais anuais em valores fixos viola o disposto no artigo
de índices. 2. No presente caso, o Município de Itatiba, por meio da 37, X, da Constituição, que assegura a revisão geral anual "sem
publicação de leis específicas, promoveu a revisão anual da distinção de índices". Precedentes. Agravo de instrumento não
remuneração dos seus servidores mediante o acréscimo de valores provido." (AIRR-1390-28.2013.5.15.0124, Relator Ministro Douglas
fixos. É flagrante, portanto, o desrespeito aos ditames Alencar Rodrigues, Ac. 5ª Turma, in DEJT 27.10.2017)
constitucionais, porque, estabelecendo o Município reclamado "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA
aumento geral da remuneração em valores fixos e idênticos, acabou INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI N° 13.015/2014. INSTRUÇÃO
por determinar, em termos percentuais, maior reajuste salarial para NORMATIVA N° 40 DO TST. MUNICÍPIO DE MOGI GUAÇU.
aqueles servidores que percebiam remuneração inferior e menor REAJUSTE SALARIAL COM VALOR FIXO. CONCESSÃO DE
àqueles que estavam agrupados em referências superiores. Trata- REVISÃO GERAL COM ÍNDICES DIFERENCIADOS. 1 - Foram
se, portanto, de procedimento contrário aos ditames do artigo 37, preenchidas as exigências do art. 896, § 1°-A, da CLT. 2 - A
inciso X, da Constituição da República, que, em sua parte final, é concessão de reajustes em valor fixo a todos os servidores do
peremptório ao vedar o aumento geral anual das remunerações em Município viola o inciso X do artigo 37 da Carta Magna, por resultar,
índices distintos. Precedentes. 3. Agravo de Instrumento a que se de fato, em índices diferenciados, eis que não observados os
nega provimento." (AIRR-10855-61.2014.5.15.0145, Relator Ministro distintos padrões de referência do quadro de carreira. 3 - Agravo de
Lelio Bentes Corrêa, Ac. 1ª Turma, in DEJT 16.10.2017) instrumento a que se nega provimento." (AIRR- 834-
"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 54.2014.5.15.0071, Relatora Ministra Kátia Magalhães Arruda, Ac.
RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 6ª Turma, in DEJT 29.9.2017)
13.015/2014. DIFERENÇAS SALARIAIS. SERVIDOR PÚBLICO. "RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA
REAJUSTE GERAL ANUAL. ABONOS EM VALORES ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. DIFERENÇAS
UNIFORMES. DISTINÇÃO DE ÍNDICES. O artigo 37, inciso X, da SALARIAIS. LEIS MUNICIPAIS. DESRESPEITO À ISONOMIA DE
Constituição Federal dispõe que "a remuneração dos servidores ÍNDICES DE REAJUSTES GERAIS ANUAIS. A concessão de
públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão reajustes salariais anuais em valores fixos afronta o disposto no art.
ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa 37, X, da Constituição Federal, o qual, na sua parte final, veda a
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na revisão geral anual com distinção de índices. Tal garantia,
mesma data e sem distinção de índices" (grifou-se). Na hipótese constitucionalmente assegurada, é também de observância
dos autos, o Tribunal Regional consignou que o reclamado obrigatória no âmbito dos Municípios, haja vista a aplicação do
concedeu aos servidores do seu quadro reajustes diferenciados, Princípio da Simetria entre os entes federados. A correção da
porquanto instituídos mediante abonos de valores uniformes irregularidade, por via judicial, não traduz irregular concessão de
independente da faixa salarial dos servidores, não observando a aumento salarial, mas representa, na verdade, a efetividade do
parte final do inciso X do artigo 37 da Constituição Federal, o qual texto constitucional, cuja guarda e defesa é inerente à atividade
estabelece, de forma expressa, que a revisão geral anual se dê sem judiciária. Essa circunstância afasta a aplicação do óbice previsto na
variações nos índices. Agravo de instrumento desprovido." (AIRR- Súmula nº 339 do STF, hoje convertida na Súmula Vinculante nº 37
1392-26.2014.5.15.0071, Relator Ministro José Roberto Freire da excelsa Corte. Precedentes. Recurso de revista de que se
conhece e a que se dá provimento." (RR- 333-72.2013.5.15.0124, Recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida.
Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, Ac. 7ª Turma, in Administrativo. Servidor Público. Extensão de gratificação com
DEJT 15.9.2017) fundamento no princípio da Isonomia. Vedação. Enunciado 339 da
RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Súmula desta Corte. Recurso extraordinário provido. (RE 592317,
N° 13.015/14 - PRELIMINAR DE NULIDADE DO ACÓRDÃO Relator: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em
REGIONAL POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL - 28/08/2014, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL -
DECISÃO QUE ADMITE APENAS PARCIALMENTE O RECURSO MÉRITO DJe-220 DIVULG 07-11-2014 PUBLIC 10-11-2014)
DE REVISTA. NÃO INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE Nada obstante o entendimento anteriormente aplicado em relação à
INSTRUMENTO. PRECLUSÃO. A partir de 15/04/2016, data de impertinência temática do caso concreto ao Tema 315 do STF, a
vigência do art. 1º da Instrução Normativa TST/40/2016, admitido Suprema Corte vem decidindo de maneira reiterada, em sede de
apenas parcialmente o recurso de revista, constitui ônus da parte, Reclamação Constitucional, acerca da aplicação do Tema aludido
sob pena de preclusão, impugnar, mediante agravo de instrumento, em hipóteses como a dos autos, concluindo que as decisões que
o capítulo denegatório da decisão, sem o que o exame de vem a deferir tais diferenças salariais contrariam o entendimento já
admissibilidade do recurso de revista, no TST, restringir-se-á ao firmado em sede de repercussão geral, na medida em que, embora
tema admitido. DIFERENÇAS SALARIAIS. REAJUSTES afirmem que estão "cumprindo o art. 37, X da Constituição Federal",
SALARIAIS ANUAIS EM VALORES FIXOS. ABONOS SALARIAIS. pois consideraram que "as leis não poderiam ter concedido tal
Não há falar em ofensa à literalidade do art. 37, X, da Constituição abono em valores diferentes aos empregados públicos sob pena de
da República, porquanto a solução da controvérsia decorreu de afronta a tal dispositivo", utilizam-se, "usando outras palavras, do
interpretação da legislação local à luz do aludido dispositivo fundamento da isonomia" (Rcl 27.299/SP, Min. Ricardo
constitucional, a qual concedeu abonos em valores fixos, hipótese Lewandowiski, Dje 22/05/18). No mesmo sentido, Rcl 30.093/SP,
que, na esteira do julgado do STF nos autos do ARE-971906 (Rel. Min. Rosa Weber, DJe 03/05/18; Rcl 27310, Min. Rosa Weber, DJe
Min. Cármen Lúcia, DJe de 2/8/2016), não se confunde com revisão 08/05/2018; Rcl. 30.278, Min. Celso de Mello, DJe 03/05/2018; Rcl
geral anual. Julgados da 8ª Turma. Recurso de revista não 27.999, Min Alexandre de Moraes, DJe 10/04/2018 e Rcl 28.426,
conhecido." (RR- 10643-68.2014.5.15.0071, Relator Ministro Márcio Min. Gilmar Mendes, DJe 10/04/2018.
Eurico Vitral Amaro, Ac. 8ª Turma, in DEJT 9.6.2017) Ressalto, inclusive, decisão proferida pelo Exmo. Min. Luís Roberto
Diante do exposto, não há que se cogitar de ofensa aos preceitos Barroso, em 12 de dezembro de 2018, no AG.RE 1.145.460-SP, em
da Constituição e de Lei evocados, ou de contrariedade ao verbete processo envolvendo o mesmo Município ora recorrente, na mesma
sumular apontado. linha dos precedentes indicados.
Registre-se, ainda, que as decisões transcritas não servem ao Logo, versando o acórdão recorrido sobre questão atinente a tema
confronto de teses, porque oriundas de Cortes não trabalhistas (art. cuja repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada
896, "a", da CLT). pelo Supremo Tribunal Federal, e trânsito em julgado do leading
case em 09/06/2015, determino o encaminhamento dos autos ao
Primeiramente, destaco que a controvérsia dos autos não se insere órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a fim
naquela tratada no RE-565089, a qual foi inserida como Tema nº 19 de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II do CPC, sobre a
da Tabela de Repercussão Geral do STF, a qual dispõe sobre necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação da
"Indenização pelo não-encaminhamento de projeto de lei de decisão então proferida por aquele colegiado.
reajuste anual dos vencimentos de servidores públicos. Alcance do
disposto no inciso X do art. 37 da CF. Recurso extraordinário em Publique-se.
que se discute, à luz do art. 37, X e § 6 º, da Constituição Federal, o Brasília, 03 de março de 2020.
direito, ou não, a indenização por danos patrimoniais sofridos em
razão de omissão do Poder Executivo estadual, consistente no não
encaminhamento de projeto de lei destinado a viabilizar reajuste Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
geral e anual dos vencimentos de servidores públicos estaduais" . VIEIRA DE MELLO FILHO
Consoante se verifica pelo acórdão recorrido, a Turma negou Ministro Vice-Presidente do TST
provimento ao agravo de instrumento consignando que "ao manter a
sentença em que condenado o reclamado ao pagamento de Processo Nº Ag-E-Ag-AIRR-0010230-74.2015.5.03.0129
diferenças salariais oriundas da concessão de abonos salariais em Complemento Processo Eletrônico
valores fixos, em desacordo com o art. 37, X, da Constituição Relator Min. Márcio Eurico Vitral Amaro
Federal" . Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
Depreende-se do acórdão recorrido que as diferenças salariais Advogada Dra. Loyanna de Andrade
Miranda(OAB: 111202-A/MG)
foram deferidas sob o fundamento de correção de distorção
Agravado ADRIANO APARECIDO RIBEIRO
decorrente de leis municipais, as quais teriam aplicado índices
Advogado Dr. Edison Mendonça Fontes(OAB:
distintos nas revisões gerais dos salários dos servidores públicos 41020/MG)
municipais, em violação ao art. 37, X, da Constituição Federal. Agravado RIZAL CONSTRUCOES ELETRICAS
Ao examinar o "Tema 315" do ementário temático de Repercussão LTDA E OUTRAS
Geral do STF, hipótese dos autos, o Supremo Tribunal Federal Advogado Dr. João Luiz de Amuedo Avelar(OAB:
51744/MG)
reafirmou o entendimento da Súmula nº 339 (atual Súmula
Advogado Dr. Victor Russomano Júnior(OAB:
Vinculante nº 37), no sentido de que " aumento de vencimentos de 3609/DF)
servidores depende de Lei e não pode ser efetuado apenas com Advogado Dr. Mozart Victor Russomano
suporte no princípio da isonomia ." (RE 592.317, Rel. Min. Gilmar Neto(OAB: 29340-A/DF)
Mendes, DJe de 10/11/2014). Advogado Dr. Winston Sebe(OAB: 27510-A/SP)
Transcrevo o teor da ementa do referido julgado:
Processo Nº Ag-AIRR-0001064-24.2014.5.02.0018
Complemento Processo Eletrônico Na forma do disposto nos artigos 318 e 319 do Regimento Interno
Relator Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi do Tribunal Superior do Trabalho - RITST, declaro-me impedido
Agravante EMPRESA BRASILEIRA DE para atuar no feito, por força do expresso no artigo 144, III, do CPC.
CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT Assim, com fundamento no artigo 15, inciso II, do RITST,
Advogada Dra. Ane Carolina de Medeiros encaminhem-se os autos conclusos ao Excelentíssimo Senhor
Rios(OAB: 14543/DF)
Ministro Presidente deste Tribunal.
Advogado Dr. Luciana Santos de Oliveira(OAB:
17426/DF) À Coordenadoria de Recursos - CREC para providências, atendidas
Advogado Dr. Maury Izidoro(OAB: 135372/SP) as formalidades legais.
Agravado ISRAEL RIBEIRO DA CRUZ Publique-se.
Advogado Dr. Sérgio Gomes Costa(OAB: Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
115163/SP)
Agravado SANEAMENTO BÁSICO DO
MUNICÍPIO DE MAUÁ - SAMA
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Advogada Dra. Marcela Arine Soares(OAB:
280038/SP) VIEIRA DE MELLO FILHO
Agravado CAPITAL SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA Ministro Vice-Presidente do TST
E SEGURANÇA LTDA.
Processo Nº E-Ag-AIRR-0010171-23.2016.5.03.0074
Intimado(s)/Citado(s): Complemento Processo Eletrônico
- CAPITAL SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA E SEGURANÇA LTDA. Relator Relator do processo não cadastrado
- EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - Embargante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
ECT
Advogada Dra. Loyanna de Andrade
- ISRAEL RIBEIRO DA CRUZ Miranda(OAB: 111202-A/MG)
- SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE MAUÁ - SAMA Embargado ANTÔNIO HENRIQUE BARBOSA
Advogada Dra. Ana Cristina Costa
Brangioni(OAB: 159688/MG)
A SÃO PAULO TRANSPORTE S.A. - SPTRANS, por meio da
Petição nº 260071/2019-5 (seq. 32), pede sua exclusão do polo
Intimado(s)/Citado(s):
passivo da demanda, salientando que o Juízo de 1º Grau julgara
improcedentes os pedidos contra ela deduzidos. - ANTÔNIO HENRIQUE BARBOSA
Examino. - CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
Efetivamente, é de rigor o deferimento do pleito deduzido pela ora
peticionante, já que o Juízo da 18ª Vara do Trabalho de São Paulo Na forma do disposto nos artigos 318 e 319 do Regimento Interno
a exonerou da condenação. do Tribunal Superior do Trabalho - RITST, declaro-me impedido
À Coordenadoria de Recursos para as providências, aí incluída a para atuar no feito, por força do expresso no artigo 144, III, do CPC.
reautuação do feito para que dela deixe de constar a "SÃO PAULO Assim, com fundamento no artigo 15, inciso II, do RITST,
TRANSPORTE S.A. - SPTRANS". encaminhem-se os autos conclusos ao Excelentíssimo Senhor
Após, dê-se cumprimento à determinação contida no despacho de Ministro Presidente deste Tribunal.
sequencial nº 30. À Coordenadoria de Recursos - CREC para providências, atendidas
Publique-se. as formalidades legais.
Brasília, 17 de fevereiro de 2020. Publique-se.
Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
Processo Nº ARR-0002366-74.2013.5.03.0025
Complemento Processo Eletrônico Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Relator Min. Maria Helena Mallmann VIEIRA DE MELLO FILHO
Agravante e Recorrido COMPANHIA ENERGÉTICA DE Ministro Vice-Presidente do TST
MINAS GERAIS - CEMIG E OUTRAS
Advogado Dr. Bernardo Ananias Junqueira
Ferraz(OAB: 87253-A/MG) Processo Nº Ag-AIRR-0010418-79.2014.5.03.0104
Complemento Processo Eletrônico
Agravado e Recorrente ANTÔNIO CLÁUDIO DOS SANTOS
Relator Min. Cláudio Mascarenhas Brandão
Advogado Dr. Flávio Cardoso Roesberg
Mendes(OAB: 90704/MG) Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
Advogado Dr. Jason Soares de Albergaria
Filho(OAB: 7874/MG)
Intimado(s)/Citado(s):
Advogado Dr. Luiz Flávio Valle Bastos(OAB:
- ANTÔNIO CLÁUDIO DOS SANTOS 52529/MG)
- COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS - CEMIG E Advogada Dra. Amanda Vilarino Espindola(OAB:
OUTRAS 106751-A/MG)
Agravado EVERTON DE LIMA WANDERLEY
Na forma do disposto nos artigos 318 e 319 do Regimento Interno Advogado Dr. Antônio Eustáquio da
do Tribunal Superior do Trabalho - RITST, declaro-me impedido Anunciação(OAB: 49325/MG)
para atuar no feito, por força do expresso no artigo 144, III, do CPC. Advogada Dra. Eucilene Siqueira Barros(OAB:
73108/MG)
Assim, com fundamento no artigo 15, inciso II, do RITST,
Advogado Dr. Alex José Soares Cury(OAB:
encaminhem-se os autos conclusos ao Excelentíssimo Senhor 50315/MG)
Ministro Presidente deste Tribunal. Advogada Dra. Mônica Beatriz Gomes(OAB:
À Coordenadoria de Recursos - CREC para providências, atendidas 66267/MG)
as formalidades legais.
Intimado(s)/Citado(s):
Publique-se.
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. - CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
- EVERTON DE LIMA WANDERLEY
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) Na forma do disposto nos artigos 318 e 319 do Regimento Interno
do Tribunal Superior do Trabalho - RITST, declaro-me impedido Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
para atuar no feito, por força do expresso no artigo 144, III, do CPC. Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
Assim, com fundamento no artigo 15, inciso II, do RITST, feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
encaminhem-se os autos conclusos à Excelentíssima Senhora Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
Ministra Presidente deste Tribunal. autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
À Coordenadoria de Recursos - CREC para providências, atendidas Tribunal.
as formalidades legais.
Publique-se. À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. cabíveis, atendidas as formalidades legais.
Publique-se.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
VIEIRA DE MELLO FILHO
Ministro Vice-Presidente do TST
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Processo Nº ARE-0010548-61.2016.5.03.0084 VIEIRA DE MELLO FILHO
Complemento Processo Eletrônico Ministro Vice-Presidente do TST
Relator Relator do processo não cadastrado
Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. Processo Nº AIRR-0000400-73.2012.5.03.0102
Advogada Dra. Amanda Vilarino Espindola(OAB: Complemento Processo Eletrônico
106751-A/MG) Relator Min. Cláudio Mascarenhas Brandão
Agravado FAUSTO PERES DE QUINTA Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
Advogado Dr. Gustavo Rezende Oliveira(OAB: Advogado Dr. Paulo Dimas de Araújo(OAB:
156179/MG) 55420/MG)
Advogado Dr. Bruno Viana Vieira(OAB:
Intimado(s)/Citado(s): 78173/MG)
- CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. Agravado AGNALDO DE SOUZA GONDIM
- FAUSTO PERES DE QUINTA Advogado Dr. Genilson Lourenço de
Oliveira(OAB: 104401/MG)
Agravado ENGELE SPE LTDA. E OUTROS
Na forma do disposto nos artigos 318 e 319 do Regimento Interno
Advogado Dr. Shyrley de Almeida e Santos(OAB:
do Tribunal Superior do Trabalho - RITST, declaro-me impedido 86365/MG)
para atuar no feito, por força do expresso no artigo 144, III, do CPC.
Assim, com fundamento no artigo 15, inciso II, do RITST, Intimado(s)/Citado(s):
encaminhem-se os autos conclusos à Excelentíssima Senhora - AGNALDO DE SOUZA GONDIM
Ministra Presidente deste Tribunal. - CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
À Coordenadoria de Recursos - CREC para providências, atendidas - ENGELE SPE LTDA. E OUTROS
as formalidades legais.
Publique-se. Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
VIEIRA DE MELLO FILHO Tribunal.
Ministro Vice-Presidente do TST
Advogado Dr. Alex Campos Barcelos(OAB: do saldamento operado e da cláusula de quitação plena celebrada,
117084/MG)
desta vez à luz do que dispõe o direito civil.
Agravado HENRIQUE DE SOUZA COSTA
Pelos motivos expostos, nos termos do art. 932, inciso V, do Código
Advogado Dr. Fabrício Pinheiro Aguilar(OAB:
129983/MG) de Processo Civil, dou parcial provimento ao recurso extraordinário,
Agravado ASOLAR ENERGY S.A. apenas para determinar que, no ponto relativo à migração de plano
Advogado Dr. Anderson Filipe Teixeira de previdência e ao recálculo do valor saldado dos benefícios do
Jorge(OAB: 164636/MG) REG/REPLAN, o processo retorne ao Tribunal Superior do
Trabalho, a fim de que o pleito seja novamente julgado, segundo as
Intimado(s)/Citado(s):
regras do direito civil.
- ASOLAR ENERGY S.A.
- CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. Assim sendo, remetam-se os autos para a Egrégia 7ª Turma deste
- HENRIQUE DE SOUZA COSTA Tribunal Superior, a fim de dar cumprimento à determinação do
Supremo em sede de agravo de instrumento em recurso
Na forma do disposto nos artigos 318 e 319 do Regimento Interno extraordinário.
do Tribunal Superior do Trabalho - RITST, declaro-me impedido À CREC para providências cabíveis.
para atuar no feito, por força do expresso no artigo 144, III, do CPC. Publique-se.
Assim, com fundamento no artigo 15, inciso II, do RITST, Brasília, 17 de fevereiro de 2020.
encaminhem-se os autos conclusos ao Excelentíssimo Senhor
Ministro Presidente deste Tribunal.
À Coordenadoria de Recursos - CREC para providências, atendidas Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
as formalidades legais. RENATO DE LACERDA PAIVA
Publique-se. Ministro Vice-Presidente do TST
Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
Processo Nº AIRR-0000553-72.2012.5.01.0002
Complemento Processo Eletrônico
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) Relator Min. Walmir Oliveira da Costa
VIEIRA DE MELLO FILHO Agravante ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Ministro Vice-Presidente do TST Procurador Dr. Waldir Zagaglia
Agravado MARIA DA GLÓRIA SOARES
MARINHO
Processo Nº ED-Ag-ED-RR-0001276-84.2011.5.06.0003
Complemento Processo Eletrônico Advogado Dr. Leandro Botelho Silveira(OAB:
161364/RJ)
Relator Min. Emmanoel Pereira
Agravado RUFOLO EMPRESA DE SERVIÇOS
Embargante CAIXA ECONÔMICA FEDERAL TÉCNICOS E CONSTRUÇÕES LTDA.
Advogado Dr. Osival Dantas Barreto(OAB: Advogado Dr. Júlio César Campos Loureiro(OAB:
15431/DF) 77911/RJ)
Advogada Dra. Meire Aparecida de Amorim(OAB:
19673/DF)
Intimado(s)/Citado(s):
Embargado VERA LUCIA CUNHA PORTELA
TAVARES - ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Advogado Dr. Celso Ferrareze(OAB: 1284-A/PE) - MARIA DA GLÓRIA SOARES MARINHO
Embargado FUNDAÇÃO DOS ECONOMIÁRIOS - RUFOLO EMPRESA DE SERVIÇOS TÉCNICOS E
FEDERAIS - FUNCEF CONSTRUÇÕES LTDA.
Advogado Dr. Dino Araújo de Andrade(OAB:
20182/DF) A CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA., por meio da Petição
nº 243612/2019-9 (seq. 19), pede sua exclusão do polo passivo da
Intimado(s)/Citado(s):
demanda ao argumento de que o Juízo de 1º Grau julgara
- CAIXA ECONÔMICA FEDERAL improcedentes os pedidos contra ela deduzidos, sentença que
- FUNDAÇÃO DOS ECONOMIÁRIOS FEDERAIS - FUNCEF defende ter sido alcançada pelo trânsito em julgado.
- VERA LUCIA CUNHA PORTELA TAVARES Examino.
Efetivamente, é de rigor o deferimento do pedido da ora
Os presentes autos retornam a esta Corte por determinação do peticionante, já que o Juízo da 2ª Vara do Rio de Janeiro a
Supremo Tribunal Federal que, pela decisão de seq. 62, págs. 2021 exonerou da condenação imposta aos demais litisconsortes,
-2029, determinou sejam observadas as regras do direito civil para o decisão que de fato transitara em julgado.
julgamento relativo à migração de plano de previdência e ao À Coordenadoria de Recursos para as providências, aí incluída a
recálculo do valor saldado dos benefícios do REG/REPLAN, verbis: reautuação do feito para que dela deixe de constar a "CENCOSUD
BRASIL COMERCIAL LTDA.".
Dessa maneira, ante o uso equivocado, por parte do Tribunal de Após, dê-se cumprimento ao despacho de sequencial nº 17.
origem, das regras de direito do trabalho e a impossibilidade de o Publique-se.
Supremo Tribunal Federal analisar o direito infraconstitucional Brasília, 17 de fevereiro de 2020.
envolvido, a solução que se impõe é o retorno dos autos à instância
de origem, a fim de que aquele Colegiado, com amparo na
legislação pertinente e nos elementos coligidos no acórdão Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
prolatado pelo Tribunal de 2ª instância, profira nova decisão acerca RENATO DE LACERDA PAIVA
efeitos do acórdão proferido pela Terceira Turma do Tribunal serviços sob sua responsabilidade.
Superior do Trabalho proferida nos autos do Recurso de Revista n. Tratando-se de questão de índole trabalhista, é aplicável o "princípio
6749/2007-663-09-00 até o julgamento final desta reclamação. da norma mais favorável", em sua dimensão interpretativa,
Dê-se vista dos autos à Procuradoria- Geral da República. conforme esclarece Maurício Godinho Delgado: Princípio da Norma
Comunique-se. Publique-se. Brasília, 9 de novembro de 2010. Mais Favorável - O presente princípio dispõe que o operador do
Ministro GILMAR MENDES Relator Documento assinado Direito do Trabalho deve opta pela regra mais favorável ao obreiro
digitalmente. em três situações ou dimensões distintas: no instante de elaboração
(...) Ante as razões expostas, a terceirização das atividades de da regra (princípio orientador da ação legislativa, portanto) ou no
instalador pelas concessionárias de telefonia encontra amparo legal, contexto de confronto entre regras concorrentes (princípio
independentemente da natureza da atividade, se atividade-fim ou orientador do processo de hierarquização de normas trabalhistas)
atividade-meio, não ensejando o direito aos empregados da ou, por fim, no contexto de interpretação das regras jurídicas
prestadora de serviços de reconhecimento do vínculo direto com a (princípio orientador do processo de revelação do sentido da regra
tomadora de serviços." (grifos nossos) Em razões de recurso de trabalhista).
revista a parte alega que as atividades do reclamante eram (...) Como princípio de interpretação do Direito, permite a escolha da
essenciais ao funcionamento da tomadora de SERVIÇOS (OI S.A.). interpretação mais favorável ao trabalhador, caso antepostas ao
Afirma que a Súmula nº 331 do TST apenas considera lícita a intérprete duas ou mais consistentes alternativas de interpretação
terceirização de serviços em atividade meio. Sustenta contrariedade em face de uma regra jurídica enfocada. Ou seja, informa esse
à Súmula em comento. princípio que, no processo de aplicação e interpretação do Direito, o
Preenchidos os pressupostos previstos no art. 896, §1º-A, da CLT. operador jurídico, situado perante um quadro de conflito de regras
À análise. ou de interpretações consistentes a seu respeito, deverá escolher
Caso anterior à Lei nº 13.429/2017 (ED-E-ED-RR-1144- aquela mais favorável ao trabalhador, a que melhor realize o sentido
53.2013.5.06.0004). teleológico essencial do Direito do Trabalho." (in Curso de Direito do
De acordo com o art. 60, § § 1º e 2º, da Lei 9.472/97, a instalação e Trabalho, 6ª ed., São Paulo: LTr, 2007, p. 199-200) Assim, cabível o
reparação de linhas telefônicas são serviços ligados à atividade reconhecimento de que não está autorizada a terceirização das
permanente, essencial e nuclear das empresas de atividades-fim das concessionárias dos serviços de
telecomunicações.Não se pode concluir que o art. 94, II, da Lei nº telecomunicações.
9.472/97 autorize a terceirização de serviços inerentes à atividade- E, de fato, embora a livre iniciativa seja um dos princípios
fim das empresas de telecomunicações, sob pena de se ferir o fundamentais da República Federativa do Brasil, no mesmo
disposto no art.170, caput, VIII, da Constituição da República, pois a patamar encontram-se os valores sociais do trabalho e a dignidade
intermediação de serviço em área-fim das empresas de da pessoa humana, que se materializam, entre outras, nas diversas
telecomunicações culminaria na desvalorização do trabalho humano normas de proteção ao trabalhador, como aquelas relacionadas no
e no comprometimento da busca do pleno emprego. art. 7º da Constituição Federal. Assim, devem ser apreciados com
A análise da legislação infraconstitucional não pode destoar dos reserva dispositivos que aparentemente venham a enfraquecer o
princípios e regras albergadas pela Constituição Federal, arcabouço jurídico de proteção ao trabalhador.
especialmente os previstos nos arts. 1º, III e IV, 7º, 8º, 170 e 173, O ordenamento jurídico pátrio, conforme consagrado na Súmula nº
que compõem o núcleo socioeconômico norteador do Estado 331 do TST, repele a intermediação de mão de obra, salvo em
democrático brasileiro. casos muito específicos, considerando-se que essa prática
Vê-se, pois, que, quando a legislação ordinária traz a possibilidade dificultaria ou inviabilizaria a proteção do hipossuficiente em face da
de as empresas tomadoras de serviços, em especial as empresa que usufruiu a sua força de trabalho. Sob outro prisma, a
concessionárias de serviços públicos, contratarem terceiros para o terceirização da própria atividade empresarial, no caso de
desenvolvimento de atividades "inerentes, acessórias ou concessionárias de serviço público, implicaria aceitar-se que uma
complementares ao serviço", está a fazer uma correlação entre a empresa que recebeu a incumbência de prestar determinado
atividade desenvolvida pela empresa, nos limites do que se entende serviço mediante delegação do Poder Público, se fizesse substituir
conceitualmente por terceirização. em suas atividades por outras empresas, ficando com o papel de
O vocábulo "terceirizar", segundo o Dicionário Aurélio significa mera administradora do serviço que lhe incumbia executar.
"transferir a terceiros (atividade ou departamento que não faz parte Consoante registrado no acórdão do Regional, o reclamante
de sua linha principal de atuação)". Ou bem se entende que o exerceu suas funções em atividade-fim da empresa tomadora dos
conceito de terceirização implica atividades de terceiros, portanto, serviços (instalação e manutenção de rede de telefonia), o que
não alcança a atividade primária e finalística da empresa tomadora evidencia a contratação fraudulenta, nos termos do art. 9º da CLT, e
dos serviços (subsidiariamente responsável), ou bem se entende permite, por si só, o reconhecimento do vínculo de emprego entre o
pela sua ampliação e, por consequência, amplia-se a reclamante e a tomadora de serviços, nos termos da Súmula nº 331,
responsabilidade da contratante, que passaria a ser solidária com a I, do TST, que dispõe: "CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE
empresa de intermediação. SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova redação do item IV e inseridos os
Carece, data venia, de lógica formal ou jurídica a autorização itens V e VI à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30
irrestrita da "terceirização", inclusive para a atividade fim, sem a e 31.05.2011.
extensão da responsabilidade da empresa. I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,
Outro aspecto a destacar, inclusive debatido na audiência pública formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços,
sobre "terceirização", realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho, salvo no caso de trabalho temporário (Lei n.º 6.019, de
é que uma legislação genérica dirigida às empresas 03.01.1974)." Por meio da Súmula citada, esta Corte Superior
concessionárias (telefonia, eletricidade, entre outras), não revoga ou pacificou o seu entendimento sobre a matéria a partir da
substitui o Direito do Trabalho, referindo-se, em geral, à regulação interpretação dos dispositivos e princípios jurídicos pertinentes,
entre as concessionárias e consumidores e à organização dos sendo aplicável ao caso concreto, que trata de controvérsia similar.
Constata-se, pois, que a decisão do Regional está desacordo com o 529.733, voto do Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em
item I da Súmula nº 331 do TST, logo, conheço do recurso de 17/10/2006, Segunda Turma, DJ 1º/12/2006); "A prestação
revista por contrariedade à súmula em alusão. jurisdicional é uma das formas de se concretizar o princípio da
2. MÉRITO ILICITUDE DA TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS. dignidade humana, o que torna imprescindível seja ela realizada de
INSTALADOR DE LINHA TELEFÔNICA. ATIVIDADE FIM. forma célere, plena e eficaz" (Rcl 5.758, Rel. Min.ª Cármen Lúcia,
RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO DIRETO COM julgamento em 13/5/2009, Plenário, DJE 7/8/2009); "O direito de
A TOMADORA DE SERVIÇOS. petição e o acesso ao Poder Judiciário para reparar lesão ou
Ante o conhecimento do recurso de revista do reclamante por ameaça a direito são garantias previstas na CF. Contudo, o
contrariedade à Súmula nº 331, I, do TST, nos termos da exercício abusivo desses direitos acaba por atrapalhar o bom
fundamentação assentada, dou provimento ao recurso de revista do andamento de ações que deveriam ser ininterruptas e mais céleres
reclamante para reconhecer que a terceirização havida entre as possíveis, justamente para garantir ao jurisdicionado a efetiva
reclamadas é ilícita e, como consequência, reconhecer o vínculo de prestação da tutela pretendida" (HC 94.170, Rel. Min. Menezes
emprego diretamente com a tomadora - OI S.A. -, bem como deferir Direito, julgamento em 10/6/2008, Primeira Turma, DJE 8/8/2008);
ao reclamante os benefícios e vantagens previstos em norma "A possibilidade de imposição de multa (...) encontra fundamento
coletiva, devidos aos empregados originários dessa instituição, em razões de caráter ético-jurídico, pois, além de privilegiar o
conforme será apurado em liquidação e a retificação em sua CTPS. postulado da lealdade processual, busca imprimir maior celeridade
Invertido o ônus da sucumbência em desfavor da reclamada e ao processo de administração da justiça, atribuindo-lhe um
mantida o valor da condenação e das custas processuais fixados coeficiente de maior racionalidade, em ordem a conferir efetividade
pelo TRT." à resposta jurisdicional do Estado. (...) O ordenamento jurídico
brasileiro repele práticas incompatíveis com o postulado ético-
Em suas razões de embargos de declaração, a recorrente sustenta jurídico da lealdade processual. O processo não pode ser
que no caso dos autos há um "fato novo superveniente", qual seja, manipulado para viabilizar o abuso de direito, pois essa é uma idéia
a publicação da Lei nº 13.429/2017, que deve ser aplicada de que se revela frontalmente contrária ao dever de probidade que se
imediato. impõe à observância das partes. O litigante de má-fé - trate-se de
Ao exame. parte pública ou de parte privada - deve ter a sua conduta
De acordo com o disposto nos arts. 1.022 do CPC de 2015 e 897-A sumariamente repelida pela atuação jurisdicional dos juízes e dos
da CLT, os embargos de declaração são oponíveis exclusivamente tribunais, que não podem tolerar o abuso processual como prática
para denunciar omissão, contradição, obscuridade ou manifesto descaracterizadora da essência ética do processo (...)" (AI 567.171-
equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. AgR-ED-EDv-ED, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em
A Emenda Constitucional nº 45/2004 inseriu o inciso LXXVIII no art. 3/12/2008, Plenário, DJE 6/2/2009.) No mesmo sentido: AI 801.247-
5º da Constituição Federal de 1988, consagrando o princípio da AgR-AgR-AgR-AgR-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em
razoável duração do processo, mandado de otimização segundo o 22/11/2011, Segunda Turma, DJE 6/12/2011.
qual "a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a O STF, guardadas as peculiaridades inerentes à sua sistemática
razoável duração do processo e os meios que garantam a processual, tem inclusive avançado em medidas severas em
celeridade de sua tramitação". determinados casos, como se vê nos seguintes julgados: "A
O art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal, ao fixar a baliza da interposição de embargos de declaração com a finalidade
razoável duração do processo, atribuiu aos jurisdicionados não meramente protelatória autoriza o imediato cumprimento da decisão
apenas o direito à resolução célere da lide como também o dever de emanada pelo STF, independente da publicação do acórdão" (MS
conduta processual que contribua para a finalidade pretendida. É 23.841-AgR-ED-ED, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em
dizer: a efetivação do princípio da razoável duração do processo 18/12/2006, Primeira Turma, DJ 16/2/2007) No mesmo sentido: AI
não é tarefa exclusiva dos julgadores, devendo os jurisdicionados 716.970-AgR-ED-AgRED, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
atentarem para a utilização dos meios recursais nos precisos limites julgamento em 9/11/2010, Primeira Turma, DJE 30/11/2010; AI
estabelecidos pelas normas processuais de regência. 591.230-AgR-ED-ED-ED-ED, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento
O art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal foi inserido no Capítulo em 6/4/2010, Segunda Turma, DJE 23/4/2010; AI 759.450-ED, Rel.
dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, significando isso que Min. Ellen Gracie, julgamento em 1º/12/2009, Segunda Turma, DJE
há interesse público na razoável duração do processo, ou seja, o 18/12/2009. Vide: RE 247.416-EDv-ED-AgR, Rel. Min. Celso de
interesse na resolução célere do litígio não é só das partes, mas da Mello, julgamento em 29/6/2000, Plenário, DJ 24/11/2000; "O STF -
coletividade e do Estado-Juiz. Daí que a multa pela oposição de reputando essencial impedir que a interposição sucessiva de
embargos de declaração protelatórios se aplica a pessoas físicas e recursos, destituídos de fundamento juridicamente idôneo, culmine
jurídicas, a entes públicos e privados, a reclamantes e reclamados, por gerar inaceitável procrastinação do encerramento da causa -
ressaltando-se que a alta relevância e o significativo alcance do art. tem admitido, em caráter excepcional, notadamente quando se
5º, LXXVIII, da Constituição Federal têm levado a jurisprudência do tratar de processos eleitorais, que se proceda ao imediato
STF (ED-ED-ED-ED-AI-587285/RJ, DJE 3/10/2011, Min. Celso de cumprimento da decisão recorrida, independentemente da
Mello) e do TST (ED-E-ED-ED-ED-Ag-E-A-AIRR-69040- publicação de acórdão e de eventual oposição ulterior de embargos
03.2008.5.23.0009, DEJT 9/12/2011, Min. Horácio Raymundo de de declaração. Precedentes" (RE 247.416-EDv-ED-AgR, Rel. Min.
Senna Pires) a adotar o entendimento de que o Poder Judiciário Celso de Mello, julgamento em 29/6/2000, Plenário, DJ 24/11/2000)
deve coibir de maneira mais firme a litigância de má-fé na utilização No mesmo sentido: AI 554.858-AgR-AgR-ED-ED, Rel. Min. Ayres
de embargos de declaração protelatórios. Britto, julgamento em 27/10/2009, Primeira Turma, DJE 11-12-2009;
Conforme a jurisprudência do STF: "Há referências na concepção AI 500.311-AgR-ED, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 13-10-
constitucional presente, que prevê a ampla defesa (art. 5º, LV, 2009, Primeira Turma, DJE 20-11-2009; AI 260.266-AgR-ED-ED,
CF/1988), sopesada com a garantia de uma razoável duração do Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 15/5/2000, Primeira
processo (art. 5º, LXXVIII, redação da EC 45, de 8/12/2004)" (AI Turma, DJ 16/6/2000; RE 179.502-ED-terceiro, Rel. Min. Moreira
Alves, julgamento em 7/12/1995, Plenário, DJ 8/9/2000) Vide: AI CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324
759.450-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 1º/12/2009, E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
Segunda Turma, DJE 18/12/2009. 1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode
Em linhas gerais, assim me posicionei nos seguintes julgados: RR- ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos
17800-36.2009.5.03.0028, Min.ª Kátia Magalhães Arruda, DEJT membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo
31/8/2012; ED-ED-ED-AIRR-98440-87.2004.5.01.0050, Min.ª Kátia órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada
Magalhães Arruda, DEJT 16/3/2012; RR-612385- do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à
53.2009.5.12.0034, Min.ª Kátia Magalhães Arruda, DEJT 4/12/2015. previsão do art. 97 da Constituição Federal.
A multa não é consequência automática da constatação de que nos 2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia
embargos de declaração não foram demonstradas as hipóteses de jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade
omissão, de contradição, de obscuridade, de manifesto equívoco no dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
exame dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade ou de erro difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no
material (arts. 897-A da CLT; 535 do CPC de 1973 e 1.022 do CPC controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10).
de 2015); diferentemente, é necessário que o julgador explicite qual 3. É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação
conduta processual da parte configura o intuito protelatório no caso do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula
dos autos, seja na vigência do CPC de 1973 (por aplicação do 331/TST, e declarar ilícita a terceirização e atividade-fim, reconhece
princípio contido na regra matriz da necessidade de fundamentação a existência de vínculo trabalhista entre a contratante e o
prevista no art. 93, IX, da Constituição Federal), seja na vigência do empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de
CPC de 2015 (por aplicação do princípio positivado no art. 1.026, § constitucionalidade, declarando a parcial nulidade sem redução de
2º, segundo o qual a multa será aplicada "em decisão texto do referido dispositivo sem observar a cláusula de reserva de
fundamentada"). Plenário. AGRAVO PROVIDO.
No caso, a embargante sequer aponta qualquer omissão 4. O PLENÁRIO DA CORTE declarou parcialmente inconstitucional
contradição ou obscuridade no acórdão embargado, demonstrando a SÚMULA 331/TST e proclamou a licitude da terceirização de toda
apenas a sua insatisfação por ter sido proferida decisão em seu e qualquer atividade, meio ou fim; para afirmar a inexistência de
desfavor. relação de emprego entre a contratante e o empregado da
Com efeito, é nítida a intenção da embargante de rediscutir matéria contratada. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
devidamente analisada e decidida. Porém, a pretensão não se 5. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para
harmoniza com a finalidade dos embargos de declaração, que têm restabelecer a sentença de primeiro grau, com a fixação da seguinte
suas hipóteses de cabimento taxativamente previstas no art. 1.022 tese no TEMA 739: "É nula a decisão de órgão fracionário que se
do CPC de 2015 e 897-A da CLT, ou para fim de recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
prequestionamento, nos termos da Súmula nº 297, II, do TST. cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
Ressalte-se que a finalidade dos embargos de declaração é sanar 949 do CPC." (ARE 791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
vício existente na decisão, visando ao aprimoramento do julgado. DJe 06/03/2019)
Não se prestam, portanto, para rediscussão das questões já
devidamente examinadas no acórdão embargado ou para impugnar Logo, versando o acórdão recorrido sobre questão atinente a tema
a fundamentação adotada pelo juízo. cuja repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada
Por conseguinte não constatada nenhuma das hipóteses pelo Supremo Tribunal Federal, é imperativo o dessobrestamento
mencionadas, não há omissão, contradição, obscuridade ou dos autos. Assim, determino o encaminhamento dos autos ao órgão
manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a fim de que
recurso, a serem sanados, o que ensejaria a oposição de embargos se manifeste, nos termos do art. 1.030, II do CPC, sobre a
de declaração, mas apenas o caráter procrastinatório, sendo cabível necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação da
a imposição de multa. decisão então proferida por aquele colegiado.
Pelo exposto, rejeito os embargos de declaração e, considerando o À Coordenadoria de Recursos - CREC - para as providências
intuito manifestamente protelatório, aplico multa de 1% sobre o valor pertinentes.
atualizado da causa, como previsto no art. 1.026, § 2º, do CPC de Publique-se.
2015. Brasília, 03 de março de 2020.
Processo Nº AIRR-0013040-79.2008.5.03.0060
Processo Nº AIRR-00130/2008-060-03-40.0 Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
VIEIRA DE MELLO FILHO
Complemento Processo Eletrônico Ministro Vice-Presidente do TST
Relator Min. Douglas Alencar Rodrigues
Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. Processo Nº Ag-RR-0011914-54.2016.5.03.0111
Advogado Dr. Bruno Viana Vieira Complemento Processo Eletrônico
Agravado LEONARDO LAGE AZEVEDO Relator Min. Delaíde Miranda Arantes
Advogado Dr. Jorge Romero Chegury(OAB: Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
50035/MG)
Advogado Dr. Alex Campos Barcelos(OAB:
Agravado CONSTRUTORA REMO LTDA. 117084/MG)
Advogado Dr. Otávio Túlio Pedersoli Rocha Agravado DAVI MARQUES DE OLIVEIRA
Advogada Dra. Magda Ângela Ferreira
Intimado(s)/Citado(s): Arantes(OAB: 85478/MG)
Agravado TERCEIRIZA SERVIÇOS LTDA.
- CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
Advogada Dra. Bruna Oliveira Barbosa(OAB:
- CONSTRUTORA REMO LTDA. 107421/MG)
- LEONARDO LAGE AZEVEDO Advogado Dr. Luis Paulo Pereira da Silva(OAB:
163536-A/MG)
Na forma do disposto nos artigos 318 e 319 do Regimento Interno
do Tribunal Superior do Trabalho - RITST, declaro-me impedido Intimado(s)/Citado(s):
para atuar no feito, por força do expresso no artigo 144, III, do CPC. - CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
Assim, com fundamento no artigo 15, inciso II, do RITST, - DAVI MARQUES DE OLIVEIRA
encaminhem-se os autos conclusos ao Excelentíssimo Senhor - TERCEIRIZA SERVIÇOS LTDA.
Ministro Presidente deste Tribunal.
À Coordenadoria de Recursos - CREC para providências, atendidas Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
as formalidades legais. Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
Publique-se. feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
Tribunal.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
VIEIRA DE MELLO FILHO À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
cabíveis, atendidas as formalidades legais. feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
Publique-se. autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. Tribunal.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
VIEIRA DE MELLO FILHO Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
Ministro Vice-Presidente do TST feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
Processo Nº ED-ARR-0011083-73.2016.5.03.0024 autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
Complemento Processo Eletrônico Tribunal.
Relator Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan
Pereira
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
Embargante COMPANHIA ENERGÉTICA DE
MINAS GERAIS - CEMIG cabíveis, atendidas as formalidades legais.
Intimado(s)/Citado(s):
Publique-se.
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. - CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. E OUTROS
- SINDICATO INTERMUNICIPAL DOS TRABALHADORES NA
INDÚSTRIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS - SINDIELETRO
Inconformado, o recorrente aduz que suas tarefas estavam com vistas à maior eficiência e ganho de competitividade.
diretamente relacionadas à atividade fim da segunda ré, e dessa A seu turno, a rejeição ao método da terceirização centrou atenção
forma, deve ser reconhecida a sua responsabilidade solidária. em dois eixos: a inconsistência das premissas opostas pelos
Requer a reforma da sentença. defensores da terceirização, pois não confirmadas pelos dados da
O autor laborou para a Brasil Telecom, por intermédio de empresa realidade, e a precarização do trabalho terceirizado em vista do
interposta, no exercício de funções relacionadas à sua atividade fim, aumento desproporcional de acidentes de trabalho no ambiente das
ou seja, referentes à instalação de linhas telefônicas. Tal empresas terceiras, o correlato desestímulo ao treinamento e à
contratação é nula em virtude de que tende a burlar direitos capacitação funcional; a desigualdade dos salários e a maior
trabalhistas que deveriam ser suportados pela tomadora dos rotatividade quando comparados os trabalhadores terceirizados e os
serviços. A terceirização de atividade fim deve ser arredada do permanentes, sendo igualmente revelador de precarização o
direito brasileiro, por representar verdadeira "marchandage", que descolamento da categoria profissional e de suas históricas
consiste em sistema de prestação de serviços espoliativo dos conquistas.
direitos trabalhistas garantidos ao obreiro. Inicio pelo embate de trato jurídico, pois a recorrente advoga,
A validação do sistema contratual incorporado pela recorrida sobretudo, a licitude da terceirização de atividade que lhe é
significa negação do princípio constitucional da valorização do inerente.
trabalho humano. O contrato civil que prevê a responsabilização Dispõe o art. 94 da Lei 9.472, de 1997:
única da empresa prestadora de serviços por eventuais débitos "Art. 94. No cumprimento de seus deveres, a concessionária
trabalhistas é nulo, pois essa prática contratual leonina pretende poderá, observadas as condições e limites estabelecidos pela
eximir a empresa tomadora dos serviços de qualquer pagamento Agência:
referente ao contrato de trabalho do obreiro que despende força de I - empregar, na execução dos serviços, equipamentos e
trabalho em benefício de sua atividade fim. Até esta quadra, a infraestrutura que não lhe pertençam;
sentença se mostra irretocável. II - contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades
Todavia, com o devido respeito ao posicionamento declinado na r. inerentes, acessórias ou complementares ao serviço, bem como a
sentença, no conceber dessa Turma há disposição legal que implementação de projetos associados.
ampara a pretensão do recorrente quanto à responsabilidade § 1º Em qualquer caso, a concessionária continuará sempre
solidária da segunda ré. Dos autos observa-se que a terceirização responsável perante a Agência e os usuários.
da atividade fim da Brasil Telecom tem como fim a burla dos direitos § 2º Serão regidas pelo direito comum as relações da
trabalhistas do recorrente, que empreendeu sua força de trabalho concessionária com os terceiros, que não terão direitos frente à
em prol da tomadora de serviços, constituindo dessa forma Agência, observado o disposto no art. 117 desta Lei."
importante fator na consecução dos lucros da empresa, que deve Em uma interpretação gramatical desse dispositivo, dir-se-ia que a
ser declarada responsável solidária, pela fraude perpetrada, na concessionária pode operar a telefonia mediante a utilização de
forma do artigo 9º da CLT e do artigo 942 do NCCB (Art. 942. Os coisas e pessoas que, respectivamente, não lhe pertencem e nem
bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem por ela foram diretamente contratadas.
ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver ), O que interessa em particular: também se inferiria que, havendo
eis que se mais de um autor, todos responderão solidariamente pela conflito de ordem puramente consumerista ou econômica, os
reparação beneficiou da força de trabalho despendida pelo autor, usuários (ou consumidores) e a Agência estariam protegidos, pois
ainda que por intermédio de interposta pessoa, de maneira poderiam atribuir responsabilidade à concessionária, sem demandar
fraudulenta. necessariamente contra a prestadora dos serviços. Havendo,
Nesse passo, ante a previsão legal da solidariedade, inexiste porém, conflito de ordem laboral, a lei seria omissa quanto à
qualquer violação ao princípio da legalidade. obrigação de a concessionária honrar igualmente os haveres
Dou provimento para declarar a responsabilidade solidária da Brasil trabalhistas e assim se poderia intuir que os trabalhadores poderiam
Telecom S/A" (fls. 585-587). cobrar seus créditos, de natureza alimentar, somente das empresas
A segunda reclamada (BRASIL TELECOM, antiga denominação da interpostas.
OI S.A.) alega que não há falar em intermediação ilícita de mão de A lei, em rigor, é omissa inteiramente quanto à matéria trabalhista,
obra. Ressalta permitirem os arts. 60, § 1º, e 94, II, da Lei 9.472/97 pois importou ao legislador regulamentar os serviços de telefonia e
à concessionária de serviços públicos a contratação de terceiros a relação entre as empresas que os executariam e dois de seus
para as atividades inerentes, acessórias ou complementares. interlocutores: a agência reguladora e os consumidores. O mesmo
Aponta violação dos arts. 5º, II, da Constituição Federal; 94 da Lei sucedeu quando se organizou o setor de energia elétrica e a Lei
9.472/97; 265 CC e 2º, § 2º, da CLT. Traz arestos. 8.987, de 1995, previu circunstancialmente a possibilidade de a
À análise. empresa concessionária contratar com terceiros as atividades
A questão da terceirização de serviços evidencia-se de forma inerentes, acessórias ou complementares (art. 25, § 1º).
incontestável no cenário social da atualidade, gerando inúmeros Em decisão emblemática (E-RR-586.341/1999.4), a SBDI-1 do TST,
debates a respeito de sua conveniência e de seus resultados, repeliu a adoção por reflexo da citada lei para que se imunizasse a
sociais e econômicos. empresa concessionária das obrigações trabalhistas que
Após ouvir, exaustivamente, em audiência pública promovida pelo derivariam, segundo a jurisprudência antes consolidada, demonstrar
TST a propósito da terceirização os argumentos veiculados por seu vínculo direto com os empregados envolvidos em sua atividade
qualificadas representações patronal e obreira que recorreram, em fim. Cabe transcrever fragmento do voto prevalecente, proferido
alguns casos, a advogados e docentes, sociólogos, economistas e pelo Ministro Vieira de Melo Filho:
pesquisadores do tema da terceirização, em um processo dialético "Não se poderia, assim, dizer que a norma administrativista,
que apenas enriqueceu a função jurisdicional, noto que a defesa da preocupada com princípios e valores do Direito Administrativo,
interposição de empresas terceiras apoiou-se nas premissas da viesse derrogar o eixo fundamental da legislação trabalhista, que é
juridicidade da terceirização da atividade fim e em sua racionalidade o conceito de empregado e empregador, jungido que está ao
conceito de contrato de trabalho, previsto na CLT. Seria a nova forma de risco da sociedade contemporânea" (op. cit., p. 111).
interdisciplinaridade às avessas, pois a norma geral administrativa Quando se combina a tese da responsabilidade solidária da
estaria a rejeitar a norma especial trabalhista e seu instituto empresa concessionária com a igualdade salarial, devida por
fundamental. O instituto que lhe dá feição característica e analogia ao art. 12 da Lei 6.019/1974 (vide OJ 383 da SBDI-1 do
autonomia científica, pois, no conceito de empregado e TST, a qual se refere somente à terceirização na Administração
empregador, vinculadas as atividades daquele às atividades Pública porque somente nela a interposição de mão de obra na
essenciais e primordiais deste, teríamos uma interposta pessoa, atividade fim não gera a correção da condição de empregador, mas
sempre. Não teríamos mais uma relação bilateral, haja vista que por isso se aplicaria naturalmente a outros casos nos quais se
para a consecução das atividades primaciais do empregador repetisse o mesmo fenômeno), percebe-se que o resultado
haveria sempre uma dízima periódica de empregadores, habilitando econômico da proposta encaminhada em citada obra seria
uma relação trilateral ou plurilateral, em detrimento da legislação semelhante àquele que derivaria da imputação à concessionária da
social e seus preceitos cogentes. qualidade de empregadora. É como dizer que a aplicação das
De outro giro, a terceirização na esfera finalística das empresas, normas trabalhistas e das normas de direito civil, as quais cuidam
além de atritar com o eixo fundamental da legislação trabalhista, de responsabilidade, bastariam, de um modo ou de outro, para não
como afirmado, traria consequências imensuráveis no campo da permitir que a intermediação do trabalho humano implicasse a
organização sindical e da negociação coletiva. O caso dos autos é adoção de condições laborais menos vantajosas que aquelas
emblemático, na medida em que a empresa reclamada, atuante no asseguradas aos empregados da própria empresa concessionária.
setor de energia elétrica, estaria autorizada a terceirizar todas as Se o interesse econômico inspirador da prática disseminada e
suas atividades, quer na área fim, quer na área meio. Nessa incondicionada da terceirização se impuserem (hipótese que o
hipótese, pergunta-se: a CELG, apesar de beneficiária final dos interprete do direito não pode desconsiderar no plano lógico da
serviços prestados, ficaria totalmente protegida e isenta do argumentação), decerto a igualdade de salários e a interconexão
cumprimento das normas coletivas pactuadas, por não mais entre atividade econômica (do tomador de serviços) e categoria
responder pelas obrigações trabalhistas dos empregados profissional (dos trabalhadores terceirizados) deverão vir a braços
vinculados aos intermediários? Não resta dúvida de que a com a autorização para que se terceirize a atividade fim.
consequência desse processo seria, naturalmente, o Há, com efeito, alguma reflexão no sentido de permitir, no âmbito da
enfraquecimento da categoria profissional dos eletricitários, diante atividade fim, a terceirização em serviços cuja brevidade,
da pulverização das atividades ligadas ao setor elétrico e da intercorrência e especialização a justificariam, a exemplo do uso de
consequente multiplicação do número de empregadores. Todas métodos exigentes de avançada tecnologia em fundação e em
essas questões estão em jogo e merecem especial reflexão." fabricação de moldes de laje protendida na construção civil, da
A exegese perseguida pela empresa concessionária seria instalação de redes de expansão elétrica ou de telefonia, ou do
desconstrutiva, pois faria caso dos modelos hermenêuticos gerados desenvolvimento de programas envolvendo tecnologia da
após longo debate jurisprudencial no âmbito do judiciário trabalhista. informação em qualquer setor da economia.
Embora não se pretenda que o Direito do Trabalho engesse ou Inclusive porque as leis regentes da organização sindical surgiram
paralise a atividade econômica, cabe-lhe, por certo, estabelecer os em um tempo no qual os agentes econômicos ainda não praticavam
parâmetros que viabilizam a progressão da economia - inclusive na intensamente a terceirização de serviços, a incidência dessas leis
perspectiva da geração de emprego e renda - sem aviltamento da no momento atual não pode abstrair de sua reflexividade, vale dizer,
dignidade humana. Os sistemas econômico e jurídico-trabalhista da percepção de qual o verdadeiro conflito por elas solucionado.
não se excluem, antes devendo interagir. Considerar a atividade econômica de outsourcing ou terceirização
Em valioso trabalho monográfico sobre o tema, Antônio Álvares da como atividade preponderante, significaria flexibilizar a lei sindical
Silva pondera, em sentido contrário, que "a atividade de telefonia de modo assistêmico, porque se ignoraria a atividade econômica
[...] é multifária. Exige uma séria de atividades em permanente em cujo âmbito se realizaria os serviços terceirizados para se
expansão, pois é um ramo em que as descobertas, a exemplo da considerar a própria terceirização como atividade.
informática, são constantes e a mutabilidade constitui em regra A terceirização não é uma atividade econômica per si, mas sim o
geral. Amarrá-las a conceitos fechados, presas em súmulas e compartilhamento da atividade econômica de outra empresa. Ao
forjadas em circunstâncias que não mais existem é um erro que não menos no que toca ao trabalhador, a norma coletiva que o vincularia
pode persistir. Por isto, a lei teve em mira com as palavras inerente, se a terceirização ocorresse na atividade fim seria aquela subscrita
complementar e acessória permitir a ampla terceirização pela entidade patronal a qual representasse "a solidariedade de
exatamente para que os objetivos destas empresas pudessem ser interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas,
atingidos" (SILVA, Antônio Álvares. Globalização, terceirização e a similares ou conexas, constitui o vínculo social básico que se
nova visão do tema pelo Supremo Tribunal Federal. São Paulo: LTr, denomina categoria econômica" (art. 511, § 1º, da CLT). Em suma,
2011, p. 102). apresenta-se absolutamente defensável, de lege ata, o
Ao fim, o emérito professor e magistrado mineiro sustenta, com enquadramento sindical segundo a atividade preponderante do
argumentos muito persuasivos, que a norma permissiva da tomador dos serviços, se admitida, por hipótese, a terceirização da
terceirização dos serviços inerentes à operação de telefonia não atividade fim.
impediria, de toda sorte, que se atribuísse responsabilidade Entendo, porém, que as considerações atinentes à igualdade
trabalhista solidária à empresa concessionária (op. cit., pp. 106- salarial e à isonomia das demais condições de trabalho não se
121), inclusive com esteio na responsabilidade objetiva prevista no ajustam ao caso ora examinado, em que pretende a correção da
parágrafo único do art. 927 do Código Civil, dado que, "do mesmo titularidade empresarial. E mesmo a defesa da solidariedade não
modo que evoluiu da culpa para risco, a fim de que se tornassem seria, in casu, uma alternativa para o reconhecimento da operadora
ressarcíveis todos os danos sociais, também a responsabilidade de telefonia como empregadora, pois, noutra linha de raciocínio,
trabalhista se transforma e vai se baseando não mais na culpa, mas não concebo a intermediação de trabalho no setor elétrico ou de
na responsabilidade proveniente do ato de empregar, que é uma telefonia como um modelo de terceirização que deveria render-se,
desde logo, à inexorável necessidade de contratar-se mediante terceirização, continuam controlando as empresas prestadoras de
terceiro para se contratar a preço menor. serviços, gerenciando de perto o funcionamento da dinâmica
A bem dizer, a Justiça do Trabalho não ignora a amplitude das laboral, inclusive punindo os trabalhadores formalmente contratados
práticas de outsourcing e, nesse panorama, a existência de por pessoa interposta. Outro dos aspectos negativos da
atividades-fim as quais seriam atualmente terceirizadas, de modo terceirização, no setor, seria a pulverização da ação do sindicato
aparentemente impune, em alguns setores da economia. Mas a profissional, enfraquecendo a proteção dos interesses difusos e
verdade é que assim se dá enquanto a prática da terceirização, coletivos dos trabalhadores.
envolta nos cânones da mutabilidade e da eficiência das novas Estima-se que a remuneração média nas terceirizadas seja menor
formas de organização empresarial, não gera precarização e do que aquela existente nas empresas centrais. Tal aspecto acabou
conflito trabalhista. Se e quando a presença da empresa interposta por promover a redução da remuneração mesmo nas empresas
não se justifica pela especialização dos serviços, mas sim para a centrais, a despeito do aumento geral da qualificação dos
redução do custo trabalhista - o que se evidencia por gerar salários trabalhadores.
e outras condições de trabalho desiguais em relação aos salários e Pesquisa feita em 2005 (Brazilian Call Center Industry Report)
condições garantidas para os empregados da empresa tomadora indica que a permanência média no posto de trabalho dos 126 mil
dos serviços -, a intervenção estatal faz-se indispensável para se trabalhadores do segmento, à época, seria apenas de 2,4 anos.
resgatar a eficácia dos mais caros princípios do Direito do Trabalho 44% permaneciam menos de um ano no trabalho.
e do Direito Constitucional do Trabalho por igual. A RAIS - Relação Anual de Informações Sociais - do Ministério do
Mecanismo em franca utilização nos distintos segmentos Trabalho e Emprego (MTE), relativa ao ano 2007, indicou o número
econômicos, reitere-se que a terceirização foi objeto de intensa de 261 mil trabalhadores no ramo dos call centers. Dentre eles, 74%
reflexão nesta Corte trabalhista, durante os dias 4 e 5 de outubro de percebiam entre um e dois salários-mínimos, somente.
2011, na primeira audiência pública de sua história. A escolha do Segundo o palestrante, o pesquisador Sadi Dal Rosso, do
tema decorreu, sobretudo, do elevado número de processos departamento de sociologia da Universidade de Brasília (UnB),
existentes no âmbito desta Corte nos quais se debatia a publicou em 2008 dados de pesquisa realizada no Distrito Federal,
transferência dos serviços a pessoas interpostas, objeto de cerca de em que se analisaram vinte setores econômicos.
cinco mil recursos, além de outros milhares de feitos em andamento Em relação à ocorrência de doenças profissionais nas empresas
na Justiça do Trabalho de todo o país. analisadas, constatou-se uma média global de 14% de incidência.
Dentre as cinquenta exposições, feitas por especialistas, Especificamente no setor de telefonia, indicou-se, porém, a
acadêmicos e representantes das categorias patronais e ocorrência de doenças em 42% das empresas analisadas. Partindo
profissionais, cumpre registrar as indicações do Prof. Sávio do critério da apresentação de atestados médicos, na média geral,
Machado Cavalcante, representante, ouvido na audiência pública, chegou-se a 18%. No setor de telefonia, contudo, 73%. Analisadas
por inscrição do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações as empresas sob a ótica do aumento do ritmo e da intensidade do
- SINTTEL/PI. trabalho, segundo a opinião dos trabalhadores, na média geral, 57%
Segundo o palestrante, pesquisas nos últimos anos constataram de acreditavam ter ocorrido um gravame do meio ambiente de trabalho.
forma incontestável a precarização do trabalho gerada pela No setor de telefonia, tal resposta atingiu os 93%.
terceirização, sobretudo no âmbito das empresas de O certo é que, ausente o marco regulatório do fenômeno, à Justiça
telecomunicações, desmistificando a tão celebrada terceirização do Trabalho comete-se a relevante tarefa de decidir, em concreto,
com resultados positivos, em que se evidenciaria o crescimento do sobre as condições de trabalho aquém das quais estaria
setor econômico e a preservação dos postos de trabalho, aliada ao comprometido o mínimo existencial, ou seja, o limite de
crescimento do desenvolvimento profissional. indisponibilidade a partir do qual se pode exercer a liberdade de
Relatou-se, na referida palestra, ter o emprego direto no setor das empreendimento. Embora esses lindes impostos à ação econômica
telecomunicações decrescido entre 1994 e 2007, ocorrendo, ao tenham suporte constitucional, decerto que o princípio da
revés, uma explosão do número de terceirizações. Constata-se irrenunciabilidade, no âmbito do Direito do Trabalho, concerne à sua
mesmo que, em alguns Estados da Federação, apenas própria razão de existir e remonta ao tempo em que fora concebido
aproximadamente 25% dos trabalhadores do segmento são esse ramo do direito com vistas a equalizar, idealmente e no plano
contratados diretamente. No Brasil, em geral, estima-se serem 2/3 jurídico, uma relação de fato que se notabilizou por ser, antes como
dos trabalhadores do segmento das telecomunicações agora, necessariamente assimétrica.
terceirizados. Os trabalhadores atuantes no segmento dos call A indisponibilidade do direito trabalhista não nasceu, truísmo é
centers seriam aproximadamente 400 mil, em 2011, mas aqueles dizer, com a Carta Política de 1988, embora com ela se houvesse
ligados diretamente às empresas de telecomunicações seriam qualificado. O seu fundamento não é, ou não é apenas, a presunção
apenas 203 mil. de que está invariavelmente coagido o trabalhador que aceita
Por outro lado, conforme então registrado pelo palestrante, pode-se condições adversas ou mesmo injustas de trabalho. A premissa
dizer que o fenômeno da terceirização, cujos fundamentos fundante da indisponibilidade do Direito Laboral é a necessidade de
empresariais giram em torno da especialização das prestadoras de se estabelecer um patamar mínimo de exploração do trabalho
serviço, não gerou, ao contrário do que se poderia esperar, humano, sem se ultrapassar a fronteira do trabalho digno.
melhorias na qualidade e no funcionamento dos serviços. Com Há algum tempo, os Tribunais do Trabalho perceberam, na prática
efeito, o número de reclamações de usuários aumentou da terceirização, o possível interesse da mercantilização do labor
vertiginosamente e não acompanhou proporcionalmente o aumento humano e, com vistas a divisar um limite para a realização de
do número de clientes. O alto grau de insatisfação dos usuários é atividade econômica sem vínculo direto com o trabalhador, mas
patente, sendo as empresas de telecomunicações expoentes em sem inviabilizá-la inteiramente, evoluiu no sentido de permitir a
registros de erros de cobrança, de mau atendimento, de interposição de mão de obra nas condições as quais se extraem da
reclamações etc. Súmula 331 do TST:
As empresas ditas centrais, a despeito de promoverem a "CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE
caracterizaram o Direito do Trabalho ao longo de sua história, repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo
refratários desde sempre à degradação ou precarização do trabalho Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos
humano. ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a
São essas as razões pelas quais subsiste a Súmula 331, I, do TST, fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015,
atribuindo-se à concessionária dos serviços de telefonia a condição sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação
de empregadora. Incidência da Súmula 333 do TST e do § 4º do art. da decisão então proferida por aquele colegiado.
896 da CLT.
Não conheço. À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
cabíveis.
Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal, Publique-se.
ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo VIEIRA DE MELLO FILHO
949 do CPC". Ministro Vice-Presidente do TST
Consta da ementa do referido julgado:
Processo Nº Ag-AIRR-0010749-18.2017.5.03.0149
EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO Complemento Processo Eletrônico
ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE Relator Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi
RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. E
OUTRAS
PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94
Advogada Dra. Loyanna de Andrade
DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR Miranda(OAB: 111202/MG)
ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST. Agravado TADEU CARVALHO TAVARES
IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E Advogado Dr. Henrique Gomes da Fonseca(OAB:
QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE 150515/MG)
CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A
CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324 Intimado(s)/Citado(s):
E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO. - CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. E OUTRAS
1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode - TADEU CARVALHO TAVARES
ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos
membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
previsão do art. 97 da Constituição Federal. Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade Tribunal.
dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10). cabíveis, atendidas as formalidades legais.
3. É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação
do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula Publique-se.
331/TST, e declarar ilícita a terceirização e atividade-fim, reconhece Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
a existência de vínculo trabalhista entre a contratante e o
empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de
constitucionalidade, declarando a parcial nulidade sem redução de Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
texto do referido dispositivo sem observar a cláusula de reserva de VIEIRA DE MELLO FILHO
Plenário. AGRAVO PROVIDO. Ministro Vice-Presidente do TST
4. O PLENÁRIO DA CORTE declarou parcialmente inconstitucional
a SÚMULA 331/TST e proclamou a licitude da terceirização de toda Processo Nº Ag-AIRR-0011763-86.2016.5.03.0144
e qualquer atividade, meio ou fim; para afirmar a inexistência de Complemento Processo Eletrônico
relação de emprego entre a contratante e o empregado da Relator Min. Augusto César Leite de Carvalho
contratada. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
5. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para Advogado Dr. Alex Campos Barcelos(OAB:
117084/MG)
restabelecer a sentença de primeiro grau, com a fixação da seguinte
Advogado Dr. Giovanni Câmara de Morais(OAB:
tese no TEMA 739: "É nula a decisão de órgão fracionário que se 77618/MG)
recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a Agravado NILSON SOTO DE OLIVEIRA
cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo Advogada Dra. Eliane dos Reis Trindade Ferrer
949 do CPC." (ARE 791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Monteiro(OAB: 49376/MG)
DJe 06/03/2019). Advogado Dr. Alex Reis Trindade(OAB:
128826/MG)
Agravado TERCEIRIZA SERVIÇOS LTDA.
Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja
Advogado Dr. Luis Paulo Pereira da Silva(OAB: Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
163536-A/MG) Advogado Dr. Bernardo Ananias Junqueira
Ferraz(OAB: 87253/MG)
Intimado(s)/Citado(s): Agravado RAMON NUNES DE CARVALHO
- CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. Advogado Dr. André Martins de Oliveira(OAB:
112645/MG)
- NILSON SOTO DE OLIVEIRA
Agravado FUNDAÇÃO FORLUMINAS DE
- TERCEIRIZA SERVIÇOS LTDA. SEGURIDADE SOCIAL - FORLUZ
Advogada Dra. Ilma Cristine Sena Lima(OAB:
Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do 63235/MG)
Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC. Intimado(s)/Citado(s):
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os - CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste - FUNDAÇÃO FORLUMINAS DE SEGURIDADE SOCIAL -
FORLUZ
Tribunal.
- RAMON NUNES DE CARVALHO
Processo Nº Ag-AIRR-0001279-07.2014.5.03.0136
Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. Guilherme Augusto Caputo Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Bastos VIEIRA DE MELLO FILHO
Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. Ministro Vice-Presidente do TST
Advogada Dra. Loyanna de Andrade
Miranda(OAB: 111202/MG)
Processo Nº AIRR-0010920-26.2017.5.03.0132
Agravado UNIÃO (PGFN) Complemento Processo Eletrônico
Advogado Dr. Ana Maria Campos Bicalho de Relator Min. Dora Maria da Costa
Lana(OAB: 86269/MG)
Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
Intimado(s)/Citado(s): Advogado Dr. Rodrigo de Carvalho Zauli(OAB:
71933/MG)
- CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. Advogada Dra. Ana Carolina Remígio de
- UNIÃO (PGFN) Oliveira(OAB: 86844/MG)
Agravado LEANDRO MARQUES DE ANDRADE
Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do Advogada Dra. Lana Bastos Dutra(OAB:
75518/MG)
Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
Agravado SELV SERVIÇOS ESPECIALIZADOS
feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC. EM LINHA VIVA LTDA.
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os Advogado Dr. Guilherme Siqueira Silva(OAB:
autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste 100479/MG)
Tribunal.
Intimado(s)/Citado(s):
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências - CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
cabíveis, atendidas as formalidades legais. - LEANDRO MARQUES DE ANDRADE
- SELV SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM LINHA VIVA LTDA.
Publique-se.
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
VIEIRA DE MELLO FILHO autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
Ministro Vice-Presidente do TST Tribunal.
Processo Nº Ag-ARR-0000939-89.2013.5.03.0074 Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
Complemento Processo Eletrônico Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
Relator Min. Cláudio Mascarenhas Brandão feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
Advogada Dra. Loyanna de Andrade autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
Miranda(OAB: 111202-A/MG)
Tribunal.
Agravado SERGIO ELIAS DUTRA
Advogado Dr. Nilson Batista da Silveira
Júnior(OAB: 120139/MG) À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
Advogado Dr. Rafael Fonseca da Silveira(OAB: cabíveis, atendidas as formalidades legais.
145706/MG)
Publique-se.
Intimado(s)/Citado(s): Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
- CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
- SERGIO ELIAS DUTRA
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do VIEIRA DE MELLO FILHO
Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no Ministro Vice-Presidente do TST
feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os Processo Nº ED-ARR-0010270-18.2016.5.03.0001
autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste Complemento Processo Eletrônico
Tribunal. Relator Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi
Embargante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências Advogado Dr. Paulo Dimas de Araújo(OAB:
55420/MG)
cabíveis, atendidas as formalidades legais.
Advogado Dr. Rafael Ramos Abrahao(OAB:
151701-A/MG)
Publique-se. Embargante WD INSTALAÇÕES E
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. CONSTRUÇÕES LTDA.
Advogado Dr. Frederico Arantes Gontijo de
Amorim(OAB: 72992/MG)
Embargado GABRIEL ARTHUR GOMES
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) SERRADOR RODRIGUES DOS REIS
VIEIRA DE MELLO FILHO Advogada Dra. Vivian do Carmo Bellezzia(OAB:
Ministro Vice-Presidente do TST 128529/MG)
Ministro Vice-Presidente do TST promulgadas para regular matéria trabalhista e não podem ser
interpretadas e aplicadas de forma literal e isolada, como se
Processo Nº E-ED-RR-0002652-08.2012.5.02.0060 operassem em um vácuo normativo. Por isso mesmo, a questão da
Complemento Processo Eletrônico licitude e dos efeitos da terceirização deve ser decidida pela Justiça
Relator Relator do processo não cadastrado do Trabalho exclusivamente com base nos princípios e nas regras
Embargante ERICSSON GESTÃO E SERVIÇOS que norteiam o Direito do Trabalho, de forma a interpretá-las e,
DE TELECOMUNICAÇÕES LTDA.
eventualmente, aplicá-las de modo a não esvaziar de sentido
Advogado Dr. Alexandre de Almeida
Cardoso(OAB: 20095-A/DF) prático ou a negar vigência e eficácia às normas trabalhistas que,
Embargado TELEFÔNICA BRASIL S.A. em nosso País, disciplinam a prestação do trabalho subordinado,
Advogado Dr. José Alberto Couto Maciel(OAB: com a aniquilação do próprio núcleo essencial do Direito do
513/DF) Trabalho - o princípio da proteção do trabalhador, a parte
Embargado JOSÉ LUIS LOPES DE JESUS hipossuficiente da relação de emprego, e as próprias figuras do
Advogado Dr. Rodrigo Gabriel Mansor(OAB: empregado e do empregador".
162708/SP)
E segue: "Assim, não se pode mesmo, ao se interpretar o § 1.º do
artigo 25 da Lei n.º 8.987/95 e o artigo 94, inciso II, da Lei n.º
Intimado(s)/Citado(s):
9.472/97, que tratam da possibilidade de contratar com terceiros o
- ERICSSON GESTÃO E SERVIÇOS DE desenvolvimento de atividades inerentes ao serviço, expressão
TELECOMUNICAÇÕES LTDA.
polissêmica e marcantemente imprecisa que pode ser
- JOSÉ LUIS LOPES DE JESUS
compreendida em várias acepções, concluir pela existência de
- TELEFÔNICA BRASIL S.A.
autorização legal para a terceirização de quaisquer de suas
atividades-fim.
Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão proferido pelo
Isso, em última análise, acabaria por permitir, no limite, que elas
Tribunal Superior do Trabalho.
desenvolvessem sua atividade empresarial sem ter em seus
A parte recorrente suscita repercussão geral da matéria e aponta
quadros nenhum empregado e sim, apenas, trabalhadores
violação dos dispositivos da Constituição da República que
terceirizados".
especifica nas razões recursais.
O entendimento aqui adotado já foi objeto de reiteradas decisões,
É o relatório.
por maioria, da mesma SBDI-1 em sua composição completa (E-ED
Decido.
-RR-586341-05.1999.5.18.5555, Redator designado Ministro Vieira
de Mello Filho, Data de Julgamento: 29/05/2009 - DEJT de
Consta do acórdão recorrido:
16/10/2009; E-RR4134640-23.2008.5.03.0010, Relatora Ministra
Maria de Assis Calsing, Datas de Julgamento: 28/06/2011, DEJT de
EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES - TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA
10/08/2012).
- MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO DE LINHAS TELEFÔNICAS -
Aliás, esse posicionamento também não foi desautorizado e nem
ATIVIDADE-FIM - LEI N.º 9.472/1997
superado pelos elementos trazidos à consideração dos Ministros do
O Regional, pelo acórdão a fls. 391/395, deu provimento a Recurso
TST na Audiência Pública ocorrida no TST nos dias 04 e 05 de
Ordinário do Reclamante para "condenar a segunda Reclamada
outubro de 2011 e convocada pela Presidência desse Tribunal, os
solidariamente pelo adimplemento dos títulos trabalhistas
quais foram de grande valia para a sedimentação do entendimento
decorrentes desta reclamatória trabalhista", sob os seguintes
ora adotado. Os vastos dados estatísticos e sociológicos então
fundamentos:
apresentados corroboraram as colocações daqueles que
"Persegue o autor a condenação solidária da segunda Reclamada
consideram que a terceirização das atividades-fim é um fator de
pelo adimplemento dos haveres trabalhistas.
precarização do trabalho, caracterizando pelos baixos salários dos
Merece provimento.
empregados terceirizados e pela redução indireta do salário dos
É fato incontrovertido nos autos que o laborista executava serviços
empregados das empresas tomadoras, pela ausência de estímulo à
de instalação e reparação de linhas telefônicas e de dados (serviços
maior produtividade dos trabalhadores terceirizados e pela divisão e
de internet) a favor da segunda Reclamada, empresa de
desorganização dos integrantes da categoria profissional que atua
telecomunicações, os quais se enquadram, indubitavelmente, no
no âmbito das empresas tomadoras, com a consequente
âmbito da atividade-fim da empresa tomadora dos serviços, sendo,
pulverização da representação sindical de todos os trabalhadores
pois, ilícita a terceirização levada a cabo, razão pela qual deve a
interessados.
segunda Reclamada responder solidariamente pelos haveres
Ainda, trago à colação outros Arestos do Tribunal Superior do
trabalhistas reconhecidos nesta reclamatória trabalhista, com fulcro
Trabalho que confluem para o entendimento ora perfilhado: (...).
nas disposições do ordenamento jurídico vigente, notadamente, à
Dessarte, dá-se provimento ao recurso obreiro no tópico para
luz do art. 9.º da CLT c/c art. 942, parágrafo único, do CC/02, e, por
condenar a segunda Reclamada solidariamente pelo adimplemento
fim, nos termos da Súmula 331, I, do TST.
dos títulos trabalhistas decorrentes desta reclamatória trabalhista."
Noutro giro, consoante entendimento pacificado pela Corte Superior
(Grifei.)
Trabalhista, por meio de sua Seção Uniformizadora de
A primeira Reclamada sustenta que o posicionamento adotado pelo
Jurisprudência interna corporis (SBDI-1-E-ED-RR-2938-
Regional viola o teor do artigo 265 do CCB, visto que a imputação
13.2010.5.12 0016, Redator Ministro: José Roberto Freire Pimenta,
de responsabilidade solidária pressupõe a previsão legal ou a
julgado em 08/11/2012), "(...) a Lei n.º 8.987/95, que disciplina a
vontade das partes.
atuação das empresas concessionárias e permissionárias de
A segunda Reclamada também aponta violação do artigo 265 do
serviço público em geral, e a Lei n.º 9.472/97, que regula as
CCB, visto que não foi estipulada entre as partes a responsabilidade
concessões e permissões no setor das telecomunicações, são
solidária pelo cumprimento das verbas trabalhistas. Afirma ademais,
normas de Direito Administrativo e, como tais, não foram
que a contratação encontra respaldo nos artigos 93 e 94, II, da Lei
n.º 9.472/97, os quais expressamente permitem a contratação de § 2.º Os contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros
serviços, ainda que relacionados à atividade-fim da empresa a que se refere o parágrafo anterior reger-se-ão pelo direito privado,
tomadora. Traz considerações sobre a Resolução n.º 155 da Anatel não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros e
e colaciona aresto. Sustenta, ainda, que a aplicação da Súmula n.º o poder concedente.
331, IV, do TST afronta o teor do artigo 5.º, II, da CF/88. § 3.º A execução das atividades contratadas com terceiros
Caso mantida a condenação, pugna, ao menos, para que lhe seja pressupõe o cumprimento das normas regulamentares da
imputada a responsabilidade subsidiária. modalidade do serviço concedido."
Sem razão, no entanto. "Art. 94. No cumprimento de seus deveres, a concessionária
Cinge-se a controvérsia a estabelecer a possibilidade ou não de poderá, observadas as condições e limites estabelecidos pela
terceirização, por parte das empresas de telecomunicações, de Agência:
serviços que sejam considerados atividades-fim da empresa, ante I - empregar, na execução dos serviços, equipamentos e infra-
os termos dos arts. 25 da Lei n.º 8.987/95 e 94, II, da Lei n.º estrutura que não lhe pertençam;
9.472/97. II - contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades
A primeira consideração que deve ser feita quando da análise dos inerentes, acessórias ou complementares ao serviço, bem como a
temas relacionados à terceirização diz respeito à lacuna legislativa implementação de projetos associados."
sobre a questão e ao grande uso do referido instituto como uma Com base nos referidos dispositivos legais, as empresas de
forma de fraudar a legislação trabalhista. telecomunicações passaram a defender a ideia de que estaria
Diante das inúmeras questões que se apresentaram, esta Corte, autorizada a terceirização de todas as suas atividades, inclusive das
com lastro em vários princípios constitucionais, entre os quais o da atividades-fim.
dignidade da pessoa humana e o da valorização do trabalho Essa interpretação, todavia, não é a mais correta, sobretudo quando
humano, editou a Súmula n.º 331, fixando as diretrizes básicas para se procede a uma interpretação sistemática da matéria. Nesse
a terceirização e seus efeitos, in verbis: sentido, segue valiosa lição do Min. Antônio Barros Levenhagen:
"CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE "[...], observa-se do inciso II do artigo 94 da Lei 9.427 não haver
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, disposição expressa regulamentando a admissibilidade de
formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, terceirização de serviços integrantes da atividade fim das empresas
salvo no caso de trabalho temporário (Lei n.º 6.019, de 3/1/1974). de telecomunicações, não se prestando a tanto a ilação que se tem
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa extraído da suposta permissão ali contida de contratar 'com
interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou
administração pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da complementares ao serviço, bem como a implementação de
CF/1988). projetos associados'. É que além de a norma em pauta se distinguir
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de por sua extremada ambiguidade, tal ilação deduzida de mera
serviços de vigilância (Lei n.º 7.102, de 20.06.1983) e de interpretação gramatical do dispositivo legal não se sustenta a partir
conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados da interpretação sistemática em consonância com a norma
ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a imperativa do caput e do inciso VIII do artigo 170 da Constituição,
pessoalidade e a subordinação direta. visto que a pretensa licitude de intermediação de serviço em área
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do fim das empresas de telecomunicações, sem prévia definição em
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos lei, culminaria na desvalorização ou precarização do trabalho
serviços, quanto àquelas obrigações, desde que hajam participado humano e no comprometimento da busca do pleno emprego, assim
da relação processual e constem também do título executivo judicial entendida a inserção do trabalhador na empresa para a qual
(art. 71 da Lei n.º 8.666, de 21/6/1993). efetivamente prestara serviços." (TST-RR-133900-
[...]" 74.2008.5.03.0104, 4.ª Turma, DEJT 21/5/2010.)
Da exegese do referido verbete sumular, firmou-se um Dessarte, verificando-se que inexiste autorização legislativa para a
entendimento fundamental quanto à terceirização: exceto nos casos terceirização ampla e irrestrita, a terceirização levada a efeito pelas
de trabalho temporário, é vedada a terceirização das atividades-fim empresas de telecomunicações deve, necessariamente, atender às
da empresa, sob pena de reconhecimento do vínculo de emprego disposições insertas na Súmula n.º 331, I e III, deste Tribunal
diretamente com a empresa tomadora de serviços. Superior, que somente considera lícita a terceirização no caso de
A discussão que ora se apresenta diz respeito justamente a uma trabalho temporário, serviços de vigilância, conservação e limpeza e
aparente contradição entre o entendimento jurisprudencial outros especializados, ligados à atividade-meio do tomador de
sedimentado no Tribunal Superior do Trabalho e os dispositivos serviços, desde que inexistentes a pessoalidade e a subordinação
legais que regulam a concessão dos serviços públicos e a direta.
organização e funcionamento das empresas de telecomunicações, Entendimento que permanece firme mesmo após os amplos
especialmente no tocante aos arts. 25 da Lei n.º 8.987/95 e 94, II, debates encetados quando da audiência pública sobre o assunto,
da Lei n.º 9.472/97, que assim dispõem: inclusive no que tange à atividade desempenhada pelos
"Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço reparadores de linhas telefônicas, conforme se depreende dos
concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados julgados turmários, abaixo transcritos:
ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a "RECURSO DE REVISTA. EMPRESAS DE
fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa TELECOMUNICAÇÕES. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA.
responsabilidade. MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO DE LINHAS TELEFÔNICAS.
§ 1.º Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este artigo, ATIVIDADE FIM. LEI N.º 9.472/1997. DECISÃO DE ACORDO COM
a concessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento O ENTENDIMENTO DA SÚMULA N.º 331, I, DO TST. RECURSO
de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço NÃO CONHECIDO. A interpretação sistemática dos arts. 25 da Lei
concedido, bem como a implementação de projetos associados. n.º 8.987/1995 e 94, II, da Lei n.º 9.472/1997 com os princípios
constitucionais que norteiam o Direito do Trabalho não autoriza intermédio de transmissão, emissão ou recepção de símbolos,
concluir que o legislador ordinário conferiu às empresas de caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de
telecomunicações a possibilidade de terceirização ampla e irrestrita, qualquer natureza, tem-se que a prestação de serviços vinculados à
inclusive quanto às suas atividades fins. Dessarte, as referidas implantação e manutenção de redes de acesso, equipamentos e
empresas encontram-se igualmente sujeitas às diretrizes insertas sistemas de telecomunicações está inserida nas atividades
na Súmula n.º 331, I e III, deste Tribunal Superior, que somente essenciais da empresa, circunstância que desautoriza a prática da
considera lícita a terceirização no caso de trabalho temporário, terceirização no setor. 4. Na presente hipótese, extrai-se do acórdão
serviços de vigilância, conservação e limpeza e outros recorrido que o Reclamante exercia a função de
especializados, ligados à atividade-meio do tomador, desde que instalador/reparador de linhas telefônicas. Tais atividades, conforme
inexistentes a pessoalidade e a subordinação direta. Tendo o se depreende do art. 60, § 1.º, da Lei 9.472/97, são essenciais aos
Regional verificado a existência de terceirização de atividade fim da serviços de telecomunicação, haja vista que destinadas à
Reclamada, nos termos do disposto no item I da Súmula n.º transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais,
331/TST, não se conhece do Recurso de Revista, pela aplicação do escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza.
artigo 896, § 4.º, da CLT." (TST-RR-120300-27.2006.5.03.0113, Recursos de revista não provido, no tópico." (TST-RR-71200-
Relatora: Ministra Maria de Assis Calsing, 4.ª Turma, DEJT 42.2008.5.03.0143, Relatora: Juíza Convocada Maria Doralice
22/10/2010.) Novaes, 7.ª Turma, DEJT 28/10/2010.)
"RECURSO DE REVISTA. ADMISSIBILIDADE. TERCEIRIZAÇÃO. Assevere-se, ainda, que o entendimento sedimentado no âmbito
VÍNCULO DE EMPREGO. A terceirização de atividade-fim da desta Corte é de que, em caso como o dos autos, deve-se
empresa concessionária por meio da execução de serviços de reconhecer o vínculo de emprego diretamente com a empresa
reparação de linhas aéreas (cabista), os quais são indispensáveis tomadora de serviços, e não apenas a responsabilidade solidária.
para o desempenho dos serviços de telefonia, demonstram a No entanto, diante da impossibilidade da reformatio in pejus,
ilicitude da terceirização. Segundo se infere da delimitação do mantém-se o reconhecimento da responsabilidade solidária da
Tribunal a quo, a atividade contratada pela primeira Reclamada e segunda Reclamada.
desempenhada pelo reclamante está diretamente ligada à atividade- Ilesas as normas legais e constitucionais apontadas, bem como
fim da empresa tomadora de serviços, o que caracteriza ultrapassados os arestos colacionados, nos termos da Súmula n.º
terceirização ilícita, explicitamente repudiada pelo ordenamento 333 do TST.
jurídico. Precedentes. Não conhecido." (TST-RR-35700- Não conheço.
41.2008.5.03.0004, Relator: Ministro Emmanoel Pereira, 5.ª Turma,
DEJT 24/9/2010.) Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal,
"RECURSO DE REVISTA. VÍNCULO DE EMPREGO. ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão
EMENDADOR-CABISTA. SÚMULA N.º 331, ITEM I, DO C. TST. A Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
interpretação dos arts. 25, §1.º, da Lei n.º 8.987/95 e 94, II, da Lei sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
n.º 9.472/97, bem como da Súmula n.º 331 do C. TST somente recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
autoriza as empresas de telecomunicações a terceirizar a atividade- cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
meio. Se assim é, e tendo em vista que as atividades 949 do CPC".
desempenhadas pelo empregado emendador-cabista consistem em Consta da ementa do referido julgado:
atividade-fim das recorrentes, tem-se que o vínculo de emprego
forma-se diretamente para com elas. O v. acórdão regional, assim, EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO
da forma como proferido, encontra-se em consonância com a ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE
Súmula n.º 331, item I, deste C. Tribunal, que dispõe no sentido de RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA
que a contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94
formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR
salvo no caso de trabalho temporário. Recurso de revista conhecido ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST.
e desprovido." (TST-RR-134500-74.2008.5.03.0111, Relator: IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E
Ministro Aloysio Corrêa da Veiga, 6.ª Turma, DEJT 14/5/2010.) QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE
"VÍNCULO DE EMPREGO - TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA - CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A
ATIVIDADE ESSENCIAL À IMPLEMENTAÇÃO DOS SERVIÇOS CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324
DE TELECOMUNICAÇÕES. 1. A validade da terceirização de um E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
serviço pela concessionária de serviço telefônico depende da sua 1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode
caracterização, se como atividade-fim ou como atividade-meio, ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos
desde que seja ela inerente, acessória ou complementar aos membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo
serviços de telecomunicação. 2. Isso porque a intenção do órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada
legislador infraconstitucional, no art. 94, II, da Lei 9.472/97, não foi, do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à
a meu ver, a de possibilitar a terceirização das atividades essenciais previsão do art. 97 da Constituição Federal.
previstas no § 1.º do art. 60 da mesma lei, mas sim a terceirização 2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia
das atividades-meio, único critério jurídico que, aliás, se jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade
compatibiliza com o disposto nos arts. 2.º e 3.º da CLT, no que dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
concerne aos trabalhadores subordinados que prestam seu labor difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no
nas atividades finalísticas ou inerentes das empresas. 3. Nesse controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10).
sentido, considerando que o serviço de telecomunicações, 3. É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação
consoante o art. 60, § 1.º, da supracitada lei, é o conjunto de do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula
atividades que possibilita a oferta de telecomunicações por 331/TST, e declarar ilícita a terceirização e atividade-fim, reconhece
Intimado(s)/Citado(s):
Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja
- CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo
- WAGNER EUSTÁQUIO NEVES
Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos
ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a
fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015, Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
da decisão então proferida por aquele colegiado. feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
cabíveis. Tribunal.
Publique-se.
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
cabíveis, atendidas as formalidades legais.
autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Tribunal. Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências Tribunal.
cabíveis, atendidas as formalidades legais.
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
Publique-se. cabíveis, atendidas as formalidades legais.
Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
Publique-se.
Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
VIEIRA DE MELLO FILHO
Ministro Vice-Presidente do TST Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
VIEIRA DE MELLO FILHO
Processo Nº Ag-E-Ag-AIRR-0010170-38.2016.5.03.0074 Ministro Vice-Presidente do TST
Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. José Roberto Freire Pimenta Processo Nº ED-AIRR-0000374-78.2015.5.10.0004
Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. Complemento Processo Eletrônico
Advogada Dra. Loyanna de Andrade Relator Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan
Miranda(OAB: 111202-A/MG) Pereira
Agravado MANUEL ANTONIO DE SOUZA Embargante DISTRITO FEDERAL
Advogada Dra. Ana Cristina Costa Procuradora Dra. Márcia Guasti Almeida
Brangioni(OAB: 159688/MG) Procurador Dr. Cláudio Rocha Santos
Embargado VALDIRA SOARES NUNES
Intimado(s)/Citado(s):
Advogado Dr. Magno Moura Texeira(OAB:
- CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. 38404/DF)
- MANUEL ANTONIO DE SOUZA Embargado EMPRESA JUIZ DE FORA DE
SERVIÇOS GERAIS LTDA.
Advogado Dr. Heráclito Zanoni Pereira(OAB:
Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do 11050/DF)
Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC. Intimado(s)/Citado(s):
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os - DISTRITO FEDERAL
autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste - EMPRESA JUIZ DE FORA DE SERVIÇOS GERAIS LTDA.
Tribunal. - VALDIRA SOARES NUNES
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências A ASSOCIAÇÃO DAS PIONEIRAS SOCIAIS, por meio da Petição
cabíveis, atendidas as formalidades legais. nº 240915/2019-7 (seq. 34), pede sua exclusão do polo passivo da
demanda, salientando que o Juízo de 1º Grau julgara
Publique-se. improcedentes os pedidos contra ela deduzidos, sentença que
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. defende ter alcançado o trânsito em julgado.
Examino.
Efetivamente, é de rigor o deferimento do pleito deduzido pela ora
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) peticionante, já que o Juízo da 4ª Vara do Trabalho de Brasília a
VIEIRA DE MELLO FILHO exonerou da condenação.
Ministro Vice-Presidente do TST À Coordenadoria de Recursos para as providências, aí incluída a
reautuação do feito para que dela deixe de constar a
Processo Nº AIRR-0011492-06.2016.5.03.0006 "ASSOCIAÇÃO DAS PIONEIRAS SOCIAIS".
Complemento Processo Eletrônico
Após, dê-se cumprimento à determinação contida no despacho de
Relator Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan
Pereira sequencial nº 31.
Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. Publique-se.
Advogado Dr. Alex Campos Barcelos(OAB: Brasília, 17 de fevereiro de 2020.
117084/MG)
Agravado MARCO ANTÔNIO FAEDDA
Advogado Dr. Carmina Durães Fonseca Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Neta(OAB: 97612/MG)
RENATO DE LACERDA PAIVA
Ministro Vice-Presidente do TST
Intimado(s)/Citado(s):
- CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
Processo Nº Ag-AIRR-0010221-14.2015.5.03.0097
- MARCO ANTÔNIO FAEDDA Complemento Processo Eletrônico
Relator Desemb. Convocado Roberto Nobrega
Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do de Almeida Filho
Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
VIEIRA DE MELLO FILHO Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
Ministro Vice-Presidente do TST feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
Processo Nº AIRR-0010209-74.2016.5.03.0158 autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
Complemento Processo Eletrônico Tribunal.
Relator Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan
Pereira
Intimado(s)/Citado(s):
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
cabíveis, atendidas as formalidades legais. - ANILTON CARLOS MAIA
- CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
Publique-se. - SELT ENGENHARIA LTDA.
Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
VIEIRA DE MELLO FILHO Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
Ministro Vice-Presidente do TST autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
Tribunal.
Processo Nº Ag-E-AIRR-0010817-12.2016.5.03.0178
Complemento Processo Eletrônico À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
Relator Min. Hugo Carlos Scheuermann cabíveis, atendidas as formalidades legais.
Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A
Advogada Dra. Loyanna de Andrade Publique-se.
Miranda(OAB: 111202/MG) Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
Advogado Dr. André Myssior(OAB: 91357/MG)
Agravado RIZAL CONSTRUÇÕES ELÉTRICAS
LTDA.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Advogado Dr. Mozart Victor Russomano
Neto(OAB: 29340-A/DF) VIEIRA DE MELLO FILHO
Agravado JOSÉ CRISTIANO DA SILVA Ministro Vice-Presidente do TST
Advogado Dr. João Mizael Crispim(OAB:
38368/MG)
Processo Nº AIRR-0010470-13.2016.5.03.0102
Complemento Processo Eletrônico
Intimado(s)/Citado(s): Relator Min. Márcio Eurico Vitral Amaro
- CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
- JOSÉ CRISTIANO DA SILVA Advogado Dr. Lycurgo Leite Neto(OAB: 1530-
- RIZAL CONSTRUÇÕES ELÉTRICAS LTDA. A/DF)
Agravado PAULO ESTEVES DE LIMA
Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do Advogada Dra. Janice Martins Alves(OAB:
58803/MG)
Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
Agravado ASOLAR ENERGY S.A.
feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os Intimado(s)/Citado(s):
autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
- ASOLAR ENERGY S.A.
Tribunal.
- CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
- PAULO ESTEVES DE LIMA
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
cabíveis, atendidas as formalidades legais.
Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
Publique-se.
feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
Tribunal.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
VIEIRA DE MELLO FILHO
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
Ministro Vice-Presidente do TST
cabíveis, atendidas as formalidades legais.
Processo Nº E-RR-0000793-59.2012.5.03.0114
Publique-se.
Complemento Processo Eletrônico
Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
Relator Min. Renato de Lacerda Paiva
Embargante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
Advogado Dr. Marcelo Tostes de Castro
Maia(OAB: 63440-A/MG) Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Advogada Dra. Ana Carolina Remigio de VIEIRA DE MELLO FILHO
Oliveira(OAB: 86844-A/MG) Ministro Vice-Presidente do TST
Embargado SELT ENGENHARIA LTDA.
Advogado Dr. Otávio Túlio Pedersoli Rocha(OAB:
73319/MG) Processo Nº AIRR-0010305-64.2016.5.03.0037
Complemento Processo Eletrônico
Embargado ANILTON CARLOS MAIA
Relator Min. José Roberto Freire Pimenta
Advogada Dra. Mônia Loesch de Souza(OAB:
65355/MG) Agravante e Agravado RAIMUNDO DA SILVA TORRES
Processo Nº AgR-E-ED-RR-0000911-29.2012.5.03.0019
Intimado(s)/Citado(s):
Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. Alexandre de Souza Agra - ATS ALL THE SERVICE LTDA.
Belmonte - COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS - CEMIG
Agravante COMPANHIA ENERGÉTICA DE - CONFEDERAL VIGILÂNCIA E TRANSPORTES DE VALORES
MINAS GERAIS - CEMIG E OUTRA LTDA.
Advogada Dra. Amanda Vilarino Espindola - EMPRESA DE SERVIÇOS DINÂMICA EIRELI E OUTRAS
Schwanke(OAB: 106751-A/MG)
- JOÃO PAPA TORRES
Agravado SÉRGIO ARMANDO MOURA E
OUTROS - PROTEX VIGILÂNCIA E SEGURANÇA LTDA.
Advogado Dr. Paulo Afonso da Silva(OAB:
98603/MG) Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
Agravado FUNDAÇÃO FORLUMINAS DE Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
SEGURIDADE SOCIAL - FORLUZ
feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Advogado Dr. Carlos José da Rocha(OAB:
34554/MG) Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
Advogado Dr. Victor Russomano Júnior(OAB: autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
3609/DF) Tribunal.
Processo Nº Ag-AIRR-0011042-42.2015.5.03.0186
Intimado(s)/Citado(s):
Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. Luiz José Dezena da Silva - ANÍSIO CLÁUDIO VICENTE DOS SANTOS E OUTRO
Agravante COMPANHIA ENERGÉTICA DE - COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS - CEMIG
MINAS GERAIS - CEMIG - CRISTAL SERVIÇOS ESPECIALIZADOS LTDA. - EPP
Advogado Dr. Sérvio Túlio de Barcelos(OAB:
44698/MG)
Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
Advogado Dr. Alex Campos Barcelos(OAB:
117084/MG) Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
Agravado JOÃO PAPA TORRES feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
Publique-se.
Processo Nº Ag-AIRR-0010238-26.2015.5.03.0105
Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. José Roberto Freire Pimenta
Agravante CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO
S.A. Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Advogado Dr. Bernardo Ananias Junqueira VIEIRA DE MELLO FILHO
Ferraz(OAB: 87253/MG) Ministro Vice-Presidente do TST
Agravado CARLOS ALBERTO SCOLARI
MIRANDA
Processo Nº ARR-0002431-48.2012.5.03.0108
Advogado Dr. Marcelo Heringer Leitão de
Almeida(OAB: 65620/MG) Complemento Processo Eletrônico
Advogada Dra. Raquel Lins Gonçalves Relator Min. Augusto César Leite de Carvalho
Leitão(OAB: 67312/MG) Agravante e Recorrido COMPANHIA ENERGÉTICA DE
MINAS GERAIS - CEMIG E OUTRAS
Intimado(s)/Citado(s): Advogado Dr. Bernardo Ananias Junqueira
Ferraz(OAB: 87253-A/MG)
- CARLOS ALBERTO SCOLARI MIRANDA
Agravado e Recorrente ANTÔNIO APARECIDO BORGES
- CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A.
Advogado Dr. Paulo Afonso da Silva(OAB:
98603/MG)
Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do Advogado Dr. Henrique Tanure Moreira(OAB:
109695/MG)
Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
Intimado(s)/Citado(s):
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste - ANTÔNIO APARECIDO BORGES
Tribunal. - COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS - CEMIG E
OUTRAS
Publique-se.
Processo Nº ARR-0002978-77.2014.5.03.0186
Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. Maria Helena Mallmann
Agravante e Recorrido CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO
S.A. E OUTRA Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Advogado Dr. Paulo Dimas de Araújo(OAB: VIEIRA DE MELLO FILHO
55420/MG) Ministro Vice-Presidente do TST
Advogado Dr. Rafael Ramos Abrahao(OAB:
151701-A/MG)
Processo Nº Ag-AIRR-0010522-40.2013.5.03.0061
Agravado e Recorrente CARLOS GUEDES DE FARIA
Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. Breno Medeiros
Processo Nº AIRR-0010500-60.2015.5.03.0174
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Complemento Processo Eletrônico
VIEIRA DE MELLO FILHO
Relator Min. Maria Helena Mallmann
Ministro Vice-Presidente do TST
Agravante CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO
S.A.
Advogada Dra. Amanda Vilarino Espindola(OAB: Processo Nº Ag-ARR-0000089-05.2011.5.03.0139
106751-A/MG) Complemento Processo Eletrônico
Agravado RONALDO BATISTA DA SILVA Relator Desemb. Convocado Ubirajara Carlos
Advogado Dr. Antônio Eustáquio da Mendes
Anunciação(OAB: 49325/MG) Agravante COMPANHIA ENERGÉTICA DE
Advogado Dr. Alex José Soares Cury(OAB: MINAS GERAIS - CEMIG
50315/MG) Advogado Dr. Luiz Flávio Valle Bastos(OAB:
52529/MG)
Intimado(s)/Citado(s): Advogada Dra. Amanda Vilarino Espíndola
Schwanke(OAB: 106741/MG)
- CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A.
Agravado ALVARO MACHADO CAMPOS
- RONALDO BATISTA DA SILVA
Advogado Dr. Guilherme Siqueira Falce
Neto(OAB: 83828/MG)
Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no Intimado(s)/Citado(s):
feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC. - ALVARO MACHADO CAMPOS
Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os - COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS - CEMIG
autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
Tribunal. Na forma do disposto nos arts. 318 e 319 do Regimento Interno do
Tribunal Superior do Trabalho, declaro-me impedido para atuar no
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências feito, por força do expresso no art. 144, III, do CPC.
cabíveis, atendidas as formalidades legais. Assim, com fundamento no art. 15, II, do RITST, encaminhem-se os
autos conclusos à Excelentíssima Ministra Presidente deste
Publique-se. Tribunal.
Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
cabíveis, atendidas as formalidades legais.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
VIEIRA DE MELLO FILHO Publique-se.
Ante o exposto, não padecendo a decisão de nenhum dos vícios decisão então proferida por aquele colegiado.
apontados, não se justifica a oposição dos presentes Declaratórios, À Coordenadoria de Recursos - CREC - para as providências
os quais não merecem ser providos, visto que não configuradas as pertinentes.
hipóteses ventiladas nos arts. 897-A da CLT e 535 do CPC. Publique-se.
Nego provimento aos Embargos de Declaração. Brasília, 03 de março de 2020.
serviço público, como no caso. Ressalte-se que não há como Plenário. AGRAVO PROVIDO.
estender o sentido do termo "inerente", para compreendê-lo como 4. O PLENÁRIO DA CORTE declarou parcialmente inconstitucional
análogo à "atividade-fim", sob pena de leitura interpretativa em a SÚMULA 331/TST e proclamou a licitude da terceirização de toda
desconformidade com preceitos e regras constitucionais como a e qualquer atividade, meio ou fim; para afirmar a inexistência de
dignidade da pessoa humana, da valorização do trabalho e do relação de emprego entre a contratante e o empregado da
emprego, além da subordinação da propriedade à sua função contratada. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
socioambiental. 5. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para
A locação de mão de obra em atividade-fim é medida excepcional e restabelecer a sentença de primeiro grau, com a fixação da seguinte
transitória, somente possível nos restritos casos de trabalho tese no TEMA 739: "É nula a decisão de órgão fracionário que se
temporário. recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
Ressalte-se, para que não reste dúvida, que a decisão embargada cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
não declarou a inconstitucionalidade do art. 25, § 1.º, da Lei n.º 949 do CPC." (ARE 791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
8.987/95, tampouco negou vigência ao aludido dispositivo, mas DJe 06/03/2019)
apenas interpretou a sua incidência no caso concreto, razão pela
qual não há falar contrariedade à Súmula Vinculante n.º 10 do STF. Logo, versando o acórdão recorrido sobre questão atinente a tema
Vê-se, pois, que o que a parte trata como omissão e contradição da cuja repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada
decisão nada mais representam do que simples argumentos pelo Supremo Tribunal Federal, é imperativo o dessobrestamento
destinados a garantir a reforma do julgado que não lhe foi favorável, dos autos. Assim, determino o encaminhamento dos autos ao órgão
situação não garantida pelas disposições assentes na legislação fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a fim de que
acima indicada. se manifeste, nos termos do art. 1.030, II do CPC, sobre a
Ante o exposto, não padecendo a decisão turmária do vício necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação da
apontado, não se justifica a oposição dos presentes Declaratórios, decisão então proferida por aquele colegiado.
os quais não merecem ser providos, visto que não configuradas as À Coordenadoria de Recursos - CREC - para as providências
hipóteses ventiladas nos arts. 897-A da CLT e 1.022 do CPC/2015 pertinentes.
(art. 535 do CPC/1973). Publique-se.
Nega-se provimento aos Embargos de Declaração. (destaquei) Brasília, 03 de março de 2020.
dos documentos juntados aos autos, concluiu que as reclamadas Zavascki, DJe de 3/9/2015.
estavam obrigadas a observar a política salarial estabelecida pelas Por fim, cabe advertir as agravantes sobre a possibilidade de
Universidades Estaduais Paulistas e pelo CRUESP - Conselho de aplicação de multa em razão da interposição manifestamente
Reitores das Universidades do Estado de São Paulo, razão pela inadmissível ou improcedente de recurso, conforme preceituam os
qual, reconhecendo a responsabilidade solidária da recorrente, arts. 1.021, § 4º, e 1.026, § 2º, do CPC/2015, plenamente aplicáveis
deferiu os reajustes perseguidos e o pedido relativo às diferenças ao processo do trabalho.
salariais deles decorrentes. Ante o exposto, nego provimento aos agravos de instrumento.
Conforme se verifica, quanto aos temas em destaque, o v. Publique-se.
acórdão se fundamentou no conjunto fático-probatório dos autos e Inconformadas, as reclamadas interpõem agravos.
não violou, de forma direta e literal, os dispositivos constitucionais e Sustentam, em síntese, que demonstraram nas razões dos agravos
legais apontados. de instrumento as violações dos dispositivos da Constituição
Assim, inadmissível o recurso, pelo teor da Súmula 126 do C. Federal e divergência jurisprudencial.
TST e pela ausência dos requisitos exigidos pela alínea "c" do art. A reclamada FUMES alega que a Lei nº 8.898/94 e o
896 da CLT. Decreto nº 41.554, de 17/1/1997, são específicos para os servidores
Por outro lado, a recorrente não logrou demonstrar o pretendido do quadro da primeira reclamada, FAMEMA, e não da FUMES; que
dissenso interpretativo, uma vez que os arestos adequados ao a reclamante é servidora da FAMEMA, sendo impossível, portanto,
confronto não abordam todos os fundamentos adotados pelo v. a incidência de norma estatutária de outra instituição e de esfera
acórdão (Súmula 23 do C. TST), notadamente as peculiaridades distinta e independente, com a qual não manteve vínculo
decorrentes das normas estaduais nas quais está baseada a empregatício; que, embora haja previsão da mesma política salarial
decisão recorrida. para as Universidades Paulistas, isto não significa aplicar
Não existe dissenso da Súmula 374 do C. TST, uma vez que automaticamente os reajustes do CRUESP, sob pena de violação
trata de hipótese diversa da discutida nos presentes autos. do art. 37, caput e XIII, da Constituição Federal; que o art. 3º,
Por fim, cumpre esclarecer que o art. 896 da CLT não contempla parágrafo único, das Disposições Transitórias da Lei nº 8.898/94
a hipótese de dissenso de Súmula do STF para admissibilidade do garantiu o direito adquirido aos servidores da primeira reclamada, e
presente apelo. não o inverso, uma vez que o disposto nessa norma é restrito
Prescrição / FGTS. apenas aos integrantes do quadro da FAMEMA, o que não ocorreu
A análise do recurso, neste tópico, resta prejudicada, por falta de até a presente data.
interesse recursal, pois apesar de a r. sentença e o v. acórdão A reclamada FAMEMA sustenta que a reclamante é
recorrido terem consignado que é trintenária a prescrição relativa ao empregada da FUMES, cedida à FAMEMA, mantendo, pois, o
FGTS, a condenação imposta às reclamadas, no particular, se vínculo empregatício com a primeira reclamada, FUMES, vínculo
limitou aos reflexos das diferenças salariais do quinquênio que define seu regime jurídico.
imprescrito no FGTS (fl. 205-verso), não havendo qualquer Alega que o fato de a reclamante trabalhar para a
condenação relativa a período anterior. FAMEMA não implica a extensão de nenhuma vantagem peculiar
CONCLUSÃO aos empregados da autarquia estadual em seu favor, sob pena de
DENEGO seguimento ao recurso de revista. violação direta e literal dos arts. 37, X e XIII, 61, §1°, II, "a", e 207,
Nas razões de agravo de instrumento, as reclamadas FAMEMA e todos da Constituição Federal.
FUNDAÇÃO MUNICIPAL DO ENSINO SUPERIOR DE MARÍLIA Aduz que, no tocante à concessão dos reajustes por
alegam, em síntese, que os recursos de revista mereciam regular meio de resoluções editadas pelo CRUESP, a pretensão carece de
processamento. amparo legal, porquanto o referido reajuste não foi fixado por lei
Inicialmente, cumpre esclarecer que somente as questões e os específica, conforme determina a Constituição Federal.
fundamentos jurídicos trazidos no apelo de revista e Não assiste razão às agravantes.
adequadamente reiterados nas razões do agravo de instrumento Inicialmente, constato que a divergência apresentada a
podem ser apreciados nesta instância, em observância ao instituto fls. 751-754 e 756-759 pela FUMES, em sede de agravo, não se
processual da preclusão e aos princípios da devolutividade e da presta ao fim colimado porquanto não foi colacionada nas razões do
delimitação recursal. agravo de instrumento da reclamada, que juntou arestos distintos,
Não obstante o inconformismo das agravantes, a decisão tratando-se, portanto, de vedada inovação recursal.
denegatória não merece reforma, conforme fundamentos acima Ademais, os demais acórdãos, transcritos a fls. 761-
transcritos. 763, são igualmente inservíveis ao confronto de teses, pois versam
Assim, mantém-se a decisão denegatória por seus próprios impossibilidade de aumento de remuneração de servidores, com
fundamentos, à míngua de infirmados. base no princípio da isonomia, que não se coaduna com a hipótese
Saliente-se que a fundamentação suficiente adotada para manter dos autos. Assim, os arestos transcritos são inespecíficos, nos
a decisão que obstaculizou o trânsito do recurso de revista guarda termos da Súmula nº 296, I, do TST.
consonância com a natureza do recurso de agravo de instrumento Outrossim, a alegação de contrariedade à Súmula
no Processo do Trabalho, cuja finalidade é devolver à jurisdição Vinculante nº 37 do STF, veiculado na minuta em exame, configura
extraordinária, mediante impugnação específica, o exame estrito da inadmitida inovação recursal, pois não constou das razões do
admissibilidade do recurso interposto. agravo de instrumento da FUMES.
Esse é o posicionamento do STF, adotado por esta Corte: AI A alegação de violação do art. 61, § 1º, II, "a", da
791292/PE, Pleno com Repercussão Geral, Rel. Min. Gilmar Constituição Federal, trazida pela FAMEMA, é inovatória, haja vista
Mendes, DJe de 13/8/2010; HC 69438/SP, 1ª Turma, Rel. Min. não ter sido apresentada nas razões do agravo de instrumento.
Celso de Mello, DJ 24/11/2006; MS 27350/DF, Rel. Min. Celso de Ressalte-se que não merece subsistir a alegação de
Mello, DJ de 4/6/2008; RE 172292/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Moreira ofensa aos arts. 37, X e XIII, 61, § 1º, II, "a", e 207, todos da
Alves, DJ de 10/8/2001; e Inq 2725/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Teori Constituição Federal.
É certo que os citados preceitos constitucionais tratam Min. Walmir Oliveira da Costa, 1ª Turma, DEJT de 27/4/2018)
da fixação e alteração da remuneração dos servidores públicos; da AGRAVOS DE INSTRUMENTO EM RECURSOS DE REVISTA
vedação de vinculação ou equiparação salarial para os funcionários DA FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA - FAMEMA E DA
públicos; da iniciativa do Presidente da República para a criação de FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE ENSINO SUPERIOR DE MARÍLIA -
leis relacionadas ao funcionalismo público; e da autonomia das FUMES. ANÁLISE CONJUNTA. PROCESSO ANTERIOR À LEI
universidades. 13.467/2017. DECISÃO RECORRIDA ANTERIOR À VIGÊNCIA DA
Todavia, como visto, discute-se no processo LEI 13.015/2014. (...) REAJUSTES SALARIAIS FIXADOS PELO
unicamente o direito da reclamante ter a sua remuneração CONSELHO DE REITORES DAS UNIVERSIDADES DO ESTADO
reajustada com base nas normas estabelecidas pelo órgão ao qual DE SÃO PAULO (CRUESP). Com efeito, é inviável a
a FAMEMA está vinculada, com base nas normas estaduais e admissibilidade do recurso de revista pela denúncia de violação do
infralegais aplicáveis. artigo 37, X, da Constituição Federal, porquanto o debate da
Dessa forma, efetivamente não há relação direta e matéria decorre da observância de Lei Estadual. A declaração de
estreita entre a questão debatida nos autos e os artigos inconstitucionalidade da Lei Estadual é atribuição do Tribunal de
constitucionais citados no apelo de revista das reclamadas. Justiça de São Paulo. Nesta Justiça especializada o processamento
Logo, ante a dissociação dos artigos constitucionais da revista estaria condicionado à demonstração de dissenso entre a
indicados com a tese posta no acórdão recorrido e a necessidade jurisprudência do Tribunal da 2ª Região e do Tribunal da 15ª
de exame da legislação estadual paulista, inviável concluir pela Região, em relação à interpretação da mesma Lei do Estado de São
violação direta e frontal de qualquer preceito constitucional e legal. Paulo. Precedente: Processo nº TST-E-RR-1070-
A jurisprudência desta Corte é firme nesse sentido, 53.2010.5.15.0133, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, DJE:
conforme julgados a seguir transcritos: 23/08/2013. Uma vez que as decisões colacionadas não atendem a
RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA este requisito, o apelo não merece processamento, incidindo, na
LEI 13.015/2014. REAJUSTES SALARIAIS FIXADOS PELO hipótese, os termos da Súmula 296 do TST. Por oportuno, registre-
CONSELHO DE REITORES DAS UNIVERSIDADES DO ESTADO se que, apesar de o Relator já ter votado no sentido de admitir a
DE SÃO PAULO (UNESP). EXTENSÃO AO CENTRO ESTADUAL violação do art. 37, X, da Constituição Federal, com amparo na
DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA DE SOUZA (CEETEPS). legislação estadual, bem como no princípio da isonomia, que
Cinge-se a controvérsia em saber se se estende a empregado do ensejaram o reajuste salarial, o Relator retoma, a partir do presente
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula de Souza a julgamento, o entendimento anterior, a fim de prestigiar a
política salarial estabelecida pelo Conselho de Reitores das jurisprudência do STF e da SbDI-1, órgão uniformizador da
Universidades de São Paulo para as Universidades Estaduais, jurisprudência interna do TST, no sentido de que o exame do tema
prevista na Lei Estadual 8.899/1994 e no Decreto 41.554/1997. Esta exige prévia análise de matéria legislativa de âmbito estadual, o que
Corte tem jurisprudência pacífica, amparada na jurisprudência do não autoriza a admissibilidade do recurso de revista manejado,
STF, de que o pedido das diferenças salariais, no caso, está porquanto não ofende diretamente a Constituição da República e os
baseado em interpretação e aplicação de legislação estadual, demais artigos correlacionados, tampouco afronta o teor da Súmula
motivo pelo qual não se divisa violação direta e literal ao art. 37, inc. Vinculante 37, sendo irrelevante que a matéria tenha sido tratada
X, da Constituição da República. Precedentes. Recurso de sob o enfoque da isonomia. Precedentes do STF e da SBDI-1 desta
Embargos de que não se conhece. (E-ED-Ag-RR - 18400- Corte. Agravos conhecidos e desprovidos. (Ag-ED-AIRR - 882-
86.2008.5.15.0051, Rel. Min. João Batista Brito Pereira, Subseção I 88.2012.5.15.0101, Rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte,
Especializada em Dissídios Individuais, DEJT de 13/10/2017) 3ª Turma, DEJT de 4/5/2018)
AGRAVOS. AGRAVOS DE INSTRUMENTO. RECURSOS DE AGRAVOS DE INSTRUMENTO DAS RECLAMADAS.
REVISTA INTERPOSTOS PELAS RECLAMADAS (FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA - FAMEMA - E
ANTERIORMENTE À LEI Nº 13.015/2014. REAJUSTES FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE ENSINO SUPERIOR DE MARÍLIA)
SALARIAIS FIXADOS PELO CONSELHO DE REITORES DAS REAJUSTE SALARIAL CONCEDIDO PELO CONSELHO DOS
UNIVERSIDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO (CRUESP). REITORES DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS PAULISTA
INTERPRETAÇÃO DE LEGISLAÇÃO ESTADUAL. (CRUESP). ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO ESTADUAL.
CONTROVÉRSIA DE NATUREZA INFRACONSTITUCIONAL. As INTERPOSIÇÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RETORNO
agravantes não apresentam argumentos capazes de desconstituir a DOS AUTOS PARA POSSÍVEL JUÍZO DE RETRATAÇÃO, NA
decisão que negou seguimento ao seu agravo de instrumento, uma FORMA DO ARTIGO 543-B, § 3º DO CPC. NÃO CABIMENTO.
vez que o recurso de revista não demonstrou pressuposto intrínseco MANUTENÇÃO DO ACORDÃO QUE NEGOU PROVIMENTO AOS
previsto no art. 896 da CLT. Na espécie, o Tribunal Regional, com AGRAVOS DE INSTRUMENTO. Contra o acórdão proferido por
fundamento na interpretação de legislação estadual (Lei Estadual Nº esta colenda Turma que negou provimento aos agravos de
8.898/94 e Decreto Estadual 41.554/97), firmou convicção de que instrumento, as reclamadas interpuseram recurso extraordinário ao
as reclamadas estavam obrigadas a observar a política salarial STF. Argumentaram ser incabível a concessão de vantagem ou
estabelecida pelas Universidades Estaduais Paulistas e pelo reajustes a servidor público da Administração Indireta por meio de
Conselho de Reitores das Universidades do Estado de São Paulo - resolução, sem autorização específica de lei de iniciativa do Chefe
CRUESP. Razão pela qual manteve a sentença na qual foram do Poder Executivo. Ao analisar o referido apelo extraordinário, a
deferidas diferenças decorrentes dos reajustes salarias fixados pelo Vice-Presidência desta Corte Superior determinou o retorno dos
CRUESP. Tratando-se de matéria que envolve a aplicação de autos a esta colenda Turma para o exercício do juízo de retratação,
normas estaduais, inviável aferir violação direta e literal de preceito na forma prevista no artigo 543-B, § 3º do CPC. Considerou que a
constitucional, na forma exigida pelo art. 896, "c", da CLT. O decisão recorrida contraria a tese fixada pelo STF no julgamento do
conhecimento do recurso de revista sujeita-se ao disposto no art. Tema 315 da Tabela de Repercussão Geral e na Súmula Vinculante
896, "b", da CLT, o que não foi observado. Precedentes. Agravos a 37, segundo a qual "não cabe ao Poder Judiciário, que não tem
que se nega provimento. (Ag-AIRR - 1647-30.2010.5.15.0101, Rel. função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos
sob o fundamento de isonomia". Ocorre que esta colenda Turma, ao legislação estadual, somente caberia recurso de revista com base
negar provimento aos agravos de instrumento das reclamadas, em em divergência jurisprudencial, conforme art. 896, b, da CLT.
nenhum momento esposou tese de que seria possível a extensão Contudo, os arestos colacionados mostraram-se inservíveis.
aos funcionários das recorrentes dos reajustes salariais concedidos Recurso de revista de que não se conhece. (...) (ARR - 1847-
aos servidores das Universidades Estaduais Paulistas pelo 03.2011.5.15.0101, Rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, 6ª Turma,
Conselho de Reitores das Universidades do Estado de São Paulo DEJT de 16/3/2018)
(CRUESP); muito menos que o pretenso direito decorria da Nesse contexto, tratando-se de interpretação de norma
aplicação do princípio da isonomia, limitando-se a afirmar que seria estadual, o recurso de revista só tem cabimento nos termos do art.
inviável o reconhecimento de violação direta e literal dos 896, "b", da CLT, de maneira que somente por divergência
dispositivos da Constituição Federal indicados no apelo, ante a jurisprudencial válida seria viável o processamento do referido
necessidade de exame prévia da legislação estadual que deram recurso, o que não ocorreu no caso.
suporte ao egrégio Tribunal Regional na sua decisão, circunstância Ressalte-se que, quanto ao art. 5º, II, da Constituição
a não se coadunar com as hipóteses de admissibilidade do recurso Federal, o Supremo Tribunal Federal considera inviável o
de revista, nos termos do artigo 896, "c", da CLT. Assim, a matéria reconhecimento de ofensa direta ao princípio da legalidade quando
não foi julgada sob o enfoque constitucional decidido pelo STF, necessário o prévio exame da interpretação dada à legislação
segundo a qual não pode o Poder Judiciário conceder reajuste com infraconstitucional na decisão recorrida, como ocorre no presente
base no princípio da isonomia, já que não chegou a enfrentar a caso. Incidência da Súmula nº 636 do STF.
questão de fundo, fato a obstar o exercício do juízo de retratação de Ademais, não há violação do art. 5º, LIV, da
que trata o artigo 543-B, § 3º, do CPC. Precedentes. Juízo de Constituição Federal, uma vez que o princípio do devido processo
retratação não exercido. Manutenção do acórdão que julgou os legal restou assegurado à reclamada, que vem se utilizando dos
agravos de instrumento. (AIRR - 1391-87.2010.5.15.0101, Rel. Min. meios e recursos hábeis para discutir a questão.
Guilherme Augusto Caputo Bastos, 4ª Turma, DEJT de 4/5/2018) Ante o exposto, nego provimento aos agravos.
AGRAVO. RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO
NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. REAJUSTES SALARIAIS Ao examinar o "Tema 315" do ementário temático de Repercussão
FIXADOS PELO CONSELHO DE REITORES DAS Geral do STF, o Supremo Tribunal Federal reafirmou o
UNIVERSIDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO (CRUESP). entendimento da Súmula nº 339 (atual Súmula Vinculante nº 37), no
EXTENSÃO AO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO sentido de que "aumento de vencimentos de servidores depende de
TECNOLÓGICA PAULA SOUZA - CEETEPS. JUÍZO DE Lei e não pode ser efetuado apenas com suporte no princípio da
RETRATAÇÃO NÃO EXERCIDO. ARTIGO 543, § 3º, DO CPC/73 isonomia." (RE 592.317, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de
(ART. 1030, INCISO II DO CPC/2015). Constata-se que a hipótese 10/11/2014).
em debate não trata da concessão de reajuste salarial a servidores Extrai-se do acórdão da Turma que a presente demanda trata de
públicos pelo Poder Judiciário, sem lei específica, circunstância que concessão de reajustes com base em índices divulgados pelo
caracterizaria contrariedade à Súmula Vinculante 37 do STF, Conselho de Reitores das Universidades Paulistas - CRUESP.
tampouco se molda à hipótese retratada no acórdão proferido pelo Em acórdão publicado em 08/04/19, com trânsito em julgado em
STF, em repercussão geral, nos autos do RE 592.317/RJ (Tema 16/04/2019, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar o ARE
315 da Tabela de Repercussão Geral). Isso porque a Corte local 1057577/DF (tema 1.027 da tabela de repercussão geral), reafirmou
apenas interpretou a legislação municipal à luz do art. 37, inciso X a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no sentido de
da Constituição, que assegura a revisão geral anual sem distinção declarar a "aplicabilidade da tese firmada no RE-RG 592.317 e da
de índices, situação que não se coaduna com a concessão, pelo Súmula Vinculante 37 aos pleitos de empregados da recorrente e
Judiciário, de aumento de vencimentos sem previsão legislativa, demais instituições de ensino superior do Estado de São Paulo que
com base no princípio da isonomia. Assim, não há falar na buscam os reajustes e demais vantagens concedidos
retratação prevista no §3º do art. 543-B do CPC de 1973 (art. 1030, administrativamente aos integrantes dos quadros das Universidades
inciso II do CPC/2015), razão pela qual deve ser mantida a decisão Estaduais de São Paulo".
que negou provimento ao agravo. Por consequência, devolvam-se Assim, para viabilizar a conclusão da admissibilidade dos recursos
os autos à Vice-Presidência deste Tribunal Superior, a fim de que extraordinários, prudente que os autos sejam remetidos ao órgão
prossiga no exame de admissibilidade do recurso extraordinário, fracionário prolator da decisão impugnada, a fim de que se
como de direito. (Ag-RR - 188400-08.2009.5.15.0109, Rel. Min. manifeste sobre a necessidade ou não de realizar juízo de
Breno Medeiros, 5ª Turma, DEJT de 23/3/2018) retratação, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015, mas sob o
(...) II - RECURSO DE REVISTA DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL prisma da tese firmada no Tema 1.027 da Tabela de Temas de
DE ENSINO SUPERIOR DE MARÍLIA - FUMES. RECURSO Repercussão Geral do STF.
ANTERIOR À LEI N.º 13.015/2014, À IN 40/TST, À LEI N.º À Coordenadoria de Recursos - CREC - para as providências
13.467/2017. (...) EMPREGADA CONTRATADA PELA FUNDAÇÃO pertinentes.
MUNICIPAL DE ENSINO SUPERIOR DE MARÍLIA, MAS PRESTA Intimem-se.
SERVIÇOS DA FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA. Publique-se.
ÍNDICES DA CRUESP. REAJUSTE SALARIAL CONCEDIDO À Brasília, 03 de março de 2020.
UNIVERSIDADES ESTADUAIS PAULISTAS PELO CONSELHO
DOS REITORES. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO ESTADUAL. O TRT
concluiu que a Fundação Municipal deve seguir a política de Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
reajustes salariais estabelecidas pelas Universidades Estaduais VIEIRA DE MELLO FILHO
Paulistas (CRUESP), com base na Lei Estadual nº 8.899/94 e no Ministro Vice-Presidente do TST
Decreto n° 41.554/97, Estatuto da Faculdade de Medicina de Marília
- FAMEMA. Nesse contexto, em que a matéria é disciplinada por
Intimado(s)/Citado(s):
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) - BANCO NOSSA CAIXA S.A.
VIEIRA DE MELLO FILHO - OFFICIO SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA E SEGURANÇA LTDA.
Ministro Vice-Presidente do TST - SINDICATO DA CATEGORIA PROFISSIONAL DOS
EMPREGADOS E DE TRABALHADORES EM VIGILÂNCIA NA
SEGURANÇA PRIVADA, CONEXOS E SIMILARES AFINS DE
Processo Nº ED-RR-0000093-05.2016.5.17.0001 BAURU E REGIÃO - SINDIVIGILÂNCIA BAURU
Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. Breno Medeiros
Petição nº 10633/2020-8 e 11356/2020-0
Embargante SEI VIGILÂNCIA E SEGURANÇA
LTDA.
Advogada Dra. Raquel Corazza(OAB: 17240/DF) Por meio das petições nºs 10633/2020-8 (seq. 14) e 11356/2020-0
Advogada Dra. Luciene da Silva Moreira(OAB: (seq. 17), o Banco reclamado noticia a transação celebrada entre as
15898/ES) partes.
Embargado MINISTÉRIO PÚBLICO DO Assim sendo, baixem-se os autos para análise e eventual
TRABALHO DA 17ª REGIÃO
homologação da avença pela Vara de origem.
Procurador Dr. Carolina de Prá Camporez Buarque
Caso o acordo não prospere ou deixe de ser homologado por esse
juízo, devolvam-se os autos a esta Corte para regular
Intimado(s)/Citado(s):
prosseguimento do feito.
- MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DA 17ª REGIÃO
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências.
- SEI VIGILÂNCIA E SEGURANÇA LTDA.
Publique-se.
Brasília, 03 de março de 2020.
Petição nº 267109/2019-2
Por meio da petição de nº 267109/2019-2 (seq. 56), SEI Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
VIGILÂNCIA E SEGURANÇA LTDA. junta ata da audiência de VIEIRA DE MELLO FILHO
conciliação realizada no dia 23/10/2019 e informa que está em Ministro Vice-Presidente do TST
negociação com o Ministério Público do Trabalho para a celebração
de um acordo a respeito da contratação de portadores de
Processo Nº Ag-AIRR-0020082-87.2016.5.04.0282
deficiência. Complemento Processo Eletrônico
Assim sendo, baixem-se os autos para análise e eventual Relator Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi
homologação da avença pela Vara de origem. Agravante ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Caso o acordo não prospere ou deixe de ser homologado por esse Procurador Dr. Daniel Homrich Schneider
juízo, devolvam-se os autos a esta Corte para regular Agravado SANDRA MARA FERREIRA
prosseguimento do feito.
Em caso afirmativo, proceda-se desde logo à reautuação do feito Com efeito, a transação posterior à interposição do recurso induz o
para constar Claudemir Rodrigues dos Santos também como reconhecimento da perda de objeto, ante a ausência superveniente
recorrente. do interesse de recorrer.
Após, voltem-me os autos conclusos. Dessa forma, determino à Coordenadoria de Recursos - CREC que,
Brasília, 17 de fevereiro de 2020. atendidas as formalidades, providencie a remessa dos autos ao
órgão jurisdicional de origem.
À Coordenadoria de Recursos para as providências.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) Publique-se.
RENATO DE LACERDA PAIVA Brasília, 04 de março de 2020.
Ministro Vice-Presidente do TST
Agravado COMPANHIA DOCAS DO RIO DE Assim sendo, baixem-se os autos para análise e eventual
JANEIRO - CDRJ
homologação da avença pela Vara de origem.
Advogado Dr. Hellom Lopes Araújo(OAB:
105320/MG) Caso o acordo não prospere ou deixe de ser homologado por esse
Advogado Dr. Guilherme Vilela de Paula(OAB: juízo, devolvam-se os autos a esta Corte para regular
162113/RJ) prosseguimento do feito.
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências.
Intimado(s)/Citado(s):
Publique-se.
- COMPANHIA DOCAS DO RIO DE JANEIRO - CDRJ Brasília, 04 de março de 2020.
- CSN MINERACAO S.A.
- ESTEFANIA PEREIRA DA SILVA
- GR SERVIÇOS E ALIMENTAÇÃO LTDA. Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
VIEIRA DE MELLO FILHO
Petições nºs 10670/2020-6 e 38905/2020-4 Ministro Vice-Presidente do TST
Intimado(s)/Citado(s):
Por meio da petição nº 38732/2020-4 (seq. 45), FRANCISCO ELIAS
NOBRE noticia a transação celebrada entre as partes. - ARAUCO DO BRASIL S.A.
pedir, ainda que ambas as ações possam atrair a discussão em individual, a parte busca o seu próprio direito, individualmente.
torno da licitude da terceirização." (ID 739724) Assim, ausente a necessária identidade subjetiva, não se pode ter
Está correta a decisão. como configurada a tríplice identidade que caracteriza a coisa
Nos termos do art. 301, § 3º, do CPC, há litispendência quando se julgada. O aludido precedente fundamentou-se também no fato de
repete ação que está em curso. E essa repetição é constatada que a tutela coletiva concorre para a igualdade de tratamento e
quando, entre duas ou mais ações, há identidade de partes, causa também para a objetivização do conflito trabalhista, sem expor o
de pedir e pedido. titular do direito ao risco de uma demanda que não moveu, ou não
Efetivamente, foi ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho ação pôde mover sem oferecer-se à represália patronal. Portanto, a ação
civil pública contra a CELTINS, cujo objeto é exatamente a ilicitude ajuizada pelo sindicato da categoria profissional, na qualidade de
de terceirização. substituto processual, não acarreta litispendência nem faz coisa
Contudo, não há litispendência. Primeiro, porque não há identidade julgada em relação à reclamação trabalhista idêntica proposta pelo
de partes e segundo, porque os pedidos também são distintos. empregado individualmente. Ressalta-se que, embora a primeira
Conforme fundamentou o juiz sentenciante, na ação civil pública a parte do artigo 104 do CDC literalmente afaste a litispendência
pretensão é a imposição de obrigação de fazer ou não fazer quanto somente entre as ações coletivas que visam à tutela dos interesses
à terceirização, e nesta demanda o que se pretende é a ou direitos difusos e coletivos e as ações individuais, a doutrina e a
responsabilização solidária da segunda reclamada pelos créditos do jurisprudência mais atualizadas e igualmente já pacificadas, diante
contrato de trabalho do autor. da teleologia desse dispositivo, consideram que essa redação não
Assim, a ação civil pública não induz litispendência para esta ação exclui de sua incidência as ações coletivas de defesa dos interesses
individual. individuais homogêneos. Recurso de revista não conhecido" (TST,
Nego provimento. ". RR-1928-52.2013.5.15.0045 Data de Julgamento: 30/11/2016,
A ENERGISA postula a extinção do feito, na forma do art. 485, V, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de
do CPC, sob o argumento de existência de litispendência, uma vez Publicação: DEJT 02/12/2016).
a existência da ação civil pública n.º 27500-89.2005.5.10.0801, que "(...) 2. LITISPENDÊNCIA. AÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL. NÃO
versa sob discussão idêntica à tratada nestes autos (licitude ou não CONHECIMENTO. Segundo o entendimento deste colendo Tribunal
da terceirização e possível formação ou não de vínculo contratual Superior, nos termos do artigo 104 do CDC, aplicável ao
direto do empregado com a empresa terceirizadora de mão-de- microssistema de direitos coletivos, inclusive no âmbito trabalhista,
obra). não existe litispendência entre ação civil pública e ação individual.
Assevera, assim, que a decisão proferida na ação civil pública Dessa forma, se não há falar em litispendência entre ação civil
abrangerá o autor, pela igualdade do pedido e da causa de pedir, pública e ação individual, a inexistência de coisa julgada torna-se
apesar da não identidade entre as partes, o que configura mera decorrência lógica dessa conclusão" (TST, RR - 641-
litispendência, em conformidade com a Teoria da Identidade da 57.2011.5.04.0004 Data de Julgamento: 14/12/2016, Relator
Relação Jurídica. Ministro: Guilherme Augusto Caputo Bastos, 5ª Turma, Data de
Todavia, o acórdão da destaca que não há identidade de pedidos Publicação: DEJT 19/12/2016).
entre a ação civil pública e o presente feito. Nego seguimento ao apelo, na forma da Súmula n.º 333 do
No mais, a discussão posta pela ré já foi tratada pelo Egr. Tribunal colendoTST.
Pleno desta Corte no IUJ n.º 8956-79.2015.5.10.0000 e a tese DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Recurso /
defendida pela empresa foi rejeitada na sessão realizada no dia Sobrestamento.
24/5/2016, julgamento que se mostra em sintonia com a Alegação(ões):
jurisprudência do colendo TST: - violação do(s) Lei nº 13105/2015, artigo 1036; artigo 543.
"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº A recorrente postula o sobrestamento da presente reclamatória, até
13.015/2014. AÇÃO COLETIVA AJUIZADA POR SINDICATO o julgamento do Recurso Extraordinário nº 713.211 interposto
COMO SUBSTITUTO PROCESSUAL E AÇÃO INDIVIDUAL perante o excelso Supremo Tribunal Federal.
PROPOSTA POR EMPREGADO SUBSTITUÍDO. Ocorre que compete a esta Vice-Presidência apenas o exame
LITISPENDÊNCIA. INEXISTÊNCIA. A Subseção I Especializada em precário de admissibilidade recursal (artigos 682, IX e 896, §1º, da
Dissídios Individuais desta Corte adotava entendimento de que a CLT).
ação ajuizada pelo sindicato da categoria profissional, na qualidade Nesses termos, o requerimento deverá ser apreciado pelas
de substituto processual, acarretava litispendência e fazia coisa instâncias superiores.
julgada em relação à reclamação trabalhista com os mesmos Afastam-se as alegações.
pedido e causa de pedir proposta pelo empregado individualmente. DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Atos
Entretanto, em recente precedente acerca da matéria, a Subseção I Processuais / Nulidade / Negativa de prestação jurisdicional.
Especializada em Dissídios Individuais deste Tribunal Superior, por Alegação(ões):
ocasião do julgamento dos Embargos em Recurso de Revista nº - violação do(s) artigo 5º, inciso LV; artigo 93, inciso IX, da
18800-55.2008.5.22.0003, da relatoria do Ministro Augusto César Constituição Federal.
Leite de Carvalho, em decorrência de interpretação do artigo 104 da - violação do(s) Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 832;
Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), segundo o qual Código de Processo Civil, artigo 1022.
a ação coletiva não induz litispendência para a ação individual, à A recorrente suscita a preliminar em epígrafe ao argumento de que,
falta da necessária identidade subjetiva, alterou seu posicionamento mesmo instado por meio de embargos declaratórios, o Colegiado
acerca da matéria, passando a adotar o entendimento de que, na não emitiu explícito pronunciamento acerca dos questionamentos
ação coletiva, o sindicato exerce a legitimidade extraordinária para suscitados.
atuar como substituto processual na defesa em juízo dos direitos e Malgrado os argumentos articulados pela recorrente, é cediço que
interesses coletivos ou individuais da categoria que representa, não está o Juízo obrigado a um diálogo com a parte de modo a
defendendo direito de outrem, em nome próprio, enquanto, na ação responder a cada um dos argumentos apresentados, mas a decidir
a lide de modo fundamentado. A prestação jurisdicional se efetiva leitura de medidores de energia elétrica, religação, etc).
mediante a apreciação de todos os temas oportunamente Assevera, ainda, que o posicionamento adotado pela egrégia Turma
suscitados e não em decisão judicial favorável ao interesse da importa em violação à cláusula de reserva plenário, pois apesar de
parte. não ter havido declaração de inconstitucionalidade dos artigos 25, §
Essa é a hipótese delineada no caso, consoante se depreende dos 1º e 26 da Lei n.º 8987/1995, as regras que autorizam a
abalizados fundamentos lastreados ao acórdão recorrido. terceirização da atividade-fim foram desconsideradas.
Sendo assim, não há que se falar em nulidade da decisão, restando Todavia, o colendo TST já se pronunciou sobre a matéria, como se
incólumes os dispositivos indicados sob a ótica da restrição verifica dos seguintes precedentes:
estabelecida na Súmula n.º 459 do colendo TST. "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Atos INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.
Processuais / Nulidade. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. VÍNCULO DE EMPREGO.
Alegação(ões): CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA. ELETRICISTA
- contrariedade à(s) Súmula(s) nº 331 do colendo Tribunal Superior INSTALADOR. ATIVIDADE-FIM. LEI Nº 8.987/95. SÚMULA Nº 331,
do Trabalho. I E III, DO TST 1. A interpretação sistemática dos arts. 25, caput e
- contrariedade à(s) Súmula(s) vinculante(s) nº 10 do excelso parágrafos, e 26 da Lei nº 8.987/95 permite concluir que a
Supremo Tribunal Federal. denominada "Lei das Concessões" autoriza as concessionárias de
- violação do(s) artigo 97, da Constituição Federal. serviço público a firmarem parcerias com outras empresas com o
A recorrente se insurge contra a aplicação da Súmula n.º 331 do objetivo de promover terceirizações em sentido amplo de parte de
colendo TST, sob a alegação de que não foi observada a cláusula seu processo produtivo. Não há autorização legal, contudo, para a
da reserva de plenário, prevista no art. 97 da Constituição da terceirização de serviços em sentido estrito, com a perspectiva de
República, bem como na Súmula Vinculante n.º 10 do excelso precarização das condições de trabalho dos empregados
Supremo Tribunal Federal. contratados sob tais condições. 2. Insere-se na atividade-fim de
No entanto, conforme ressaltado na decisão recorrida, o empresa concessionária de energia elétrica o exercício, por
reconhecimento da responsabilidade subsidiária do tomador de empregado da fornecedora de mão de obra, de função de eletricista
serviços não implica a declaração de inconstitucionalidade do instalador, efetuando ligações, cortes e religações de energia
dispositivo citado, mas apenas a definição do real alcance da norma elétrica nas residências, vistorias, levantamentos de cargas,
inscrita na Lei com base na interpretação sistemática. inspeções gerais e manutenções em redes de alta e baixa tensão.
De toda sorte, cumpre registrar que o colendo TST, em sua 3. Configurada a terceirização de atividade-fim, impõem-se a
composição plena, decide pela edição de suas Súmulas e declaração de ilicitude da contratação mediante empresa interposta
Orientações Jurisprudenciais, motivo pelo qual encontra-se atendida e o reconhecimento do vínculo empregatício entre o trabalhador
a exigência relacionada à reserva de plenário. terceirizado e a empresa tomadora dos serviços, à luz do disposto
Dessa forma, afastam-se as alegações. nos arts. 2º, 3º e 9º da CLT, de incidência cogente e imperativa a
Responsabilidade Solidária/Subsidiária / Tomador de toda e qualquer relação de trabalho. Precedentes da SbDI-1 do
Serviços/Terceirização / Licitude / Ilicitude da Terceirização. TST. Incidência da Súmula nº 331, I, do TST. 4. Agravo de
Alegação(ões): instrumento da Segunda Reclamada de que se conhece e a que se
- contrariedade à(s) Súmula(s) nº 331 do colendo Tribunal Superior nega provimento" (Processo: AIRR - 865-70.2014.5.10.0861 Data
do Trabalho. de Julgamento: 13/04/2016, Relator Ministro: João Oreste Dalazen,
- contrariedade à(s) Súmula(s) vinculante(s) nº 10 do excelso 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/04/2016).
Supremo Tribunal Federal. "2. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. ATIVIDADE FIM. ELETRICISTA.
- violação do(s) artigo 2º; artigo 5º, inciso II; artigo 21, inciso XII; EMPRESA CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO DE
artigo 22, inciso I; artigo 97, da Constituição Federal. ENERGIA ELÉTRICA. ART. 25 DA LEI Nº 8.987/95. O
- violação do(s) Lei nº 8987/1995, artigo 25, §1º; artigo 26, §1º; Lei entendimento consolidado na SDI-1 desta Corte é o de que a Lei nº
nº 9497/1996, artigo 3º, inciso II; Consolidação das Leis do 8.987/95 não autoriza a terceirização da atividade fim das empresas
Trabalho, artigo 896. concessionárias do serviço público, aplicando-se à espécie a
A egrégia 2ª Turma, concluindo pela ilegalidade da terceirização de Súmula nº 331, I, do TST. Nesse contexto, não estando autorizada
mão-de-obra, negou provimento ao recurso da ré e manteve o a terceirização das atividades fins pelas empresas concessionárias
reconhecimento do vínculo contratual do autor com a tomadora dos dos serviços públicos em geral, o reconhecimento pelo Regional da
serviços. Eis a ementa do julgado, in verbis: ilicitude da terceirização não ofende o art. 25, § 1º, da Lei nº
"1. RECURSO ORDINÁRIO DA SEGUNDA RECLAMADA. 8.987/95, nem contraria a Súmula nº 331 do TST. Precedentes.
TERCEIRIZAÇÃO. ILICITUDE. SÚMULA 331/TST. Os serviços Agravo de instrumento conhecido e não provido" (Processo: AIRR -
prestados pelo autor, na função de cadastrista, estão vinculados à 1127-07.2013.5.10.0812 Data de Julgamento: 30/03/2016, Relatora
atividade-fim da empresa, o que configura a ilicitude da Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT
terceirização. Nessa situação, o vínculo de emprego se forma 01/04/2016).
diretamente com o tomador dos serviços, na forma da Súmula "RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI 11.496/2007.
331/TST, item I. 2. RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. INTERMEDIAÇÃO DE MÃO DE OBRA. EMPRESA
São computadas no cálculo do repouso semanal remunerado as CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO DE ENERGIA ELÉTRICA.
horas extras habitualmente prestadas (Súmula 172/TST).". EXECUÇÃO DE SERVIÇOS DE ENGENHARIA PARA
No recurso, a ENERGISA repisa as alegações de que o empregado SUBSTITUIÇÃO DE CABOS. ATIVIDADE FIM. Trata-se de
não atuou na atividade fim da empresa, pois não desenvolveu contratação de empregado por empresa interposta para prestação
atividades nas operações relacionadas diretamente à distribuição de de serviços em empresa concessionária de energia elétrica
energia, mas sim efetuando atividades acessórias, inerentes ou (COELBA) na execução de serviço de engenharia para substituição
complementares ao serviço público (manutenção, corte, ligações, de cabos. Sob o fundamento de existência de terceirização ilícita de
atividade fim, a Turma manteve a decisão do Tribunal Regional que ATENDIMENTO". ATENDIMENTO DE CLIENTES. ATIVIDADE-
atribuiu à concessionária de energia elétrica a condição de FIM. LEI Nº 8.987/95. SÚMULA Nº 331, I E III, DO TST 1. A
empregadora, na forma da Súmula 331, I, do TST. Inviabiliza-se a interpretação sistemática dos arts. 25, caput e parágrafos, e 26 da
pretensão de reforma do julgado para reconhecer válido o contrato Lei nº 8.987/95 permite concluir que a denominada "Lei das
de terceirização com apoio no art. 25 da Lei 8.987/95. A questão da Concessões" autoriza as concessionárias de serviço público a
terceirização de serviços evidencia-se de forma incontestável no firmarem parcerias com outras empresas com o objetivo de
cenário social da atualidade, gerando inúmeros debates a respeito promover terceirizações em sentido amplo de parte de seu processo
de sua conveniência e de seus resultados, sociais e econômicos. produtivo. Não há autorização legal, contudo, para a terceirização
Em razão disso, o tema foi objeto de intensa reflexão nesta Corte de serviços em sentido estrito, com a perspectiva de precarização
trabalhista, nos dias 4 e 5 de outubro de 2011, na primeira das condições de trabalho dos empregados contratados sob tais
audiência pública de sua história. Sob a perspectiva jurídica, a condições. 2. Insere-se na atividade-fim de empresa concessionária
discussão acerca da licitude da terceirização da atividade inerente de energia elétrica o exercício, por empregada da fornecedora de
aos serviços de energia elétrica envolve a interpretação da Lei mão de obra, de funções administrativas concernentes ao
8.987/95, a qual, em rigor, é omissa quanto à matéria trabalhista, atendimento de clientes, diretamente relacionadas ao fornecimento
pois importou ao legislador regulamentar os serviços de energia de energia elétrica. 3. Configurada a terceirização de atividade-fim,
elétrica no tocante à relação entre as empresas que os executariam impõem-se a declaração de ilicitude da contratação mediante
e dois de seus interlocutores: a agência reguladora e os empresa interposta e o reconhecimento do vínculo empregatício
consumidores. Havendo conflito de ordem puramente consumerista entre a trabalhadora terceirizada e a empresa tomadora dos
ou econômica, os usuários (ou consumidores) e a Agência estariam serviços, à luz do disposto nos arts. 2º, 3º e 9º da CLT, de
protegidos, pois poderiam atribuir responsabilidade à incidência cogente e imperativa a toda e qualquer relação de
concessionária, sem demandar necessariamente contra a trabalho. Precedentes da SbDI-1 do TST. Incidência da Súmula nº
prestadora dos serviços; havendo, porém, conflito de ordem laboral, 331, I, do TST 4. Embargos de que se conhece, por divergência
a lei seria omissa quanto à obrigação de a concessionária honrar jurisprudencial, e a que se nega provimento". ( E-ED-RR - 1131-
igualmente os haveres trabalhistas e assim se poderia intuir que os 59.2010.5.05.0013, Relator Ministro: João Oreste Dalazen, Data de
trabalhadores poderiam cobrar seus créditos, de natureza alimentar, Julgamento: 12/02/2015, Subseção I Especializada em Dissídios
somente das empresas interpostas. Em decisão emblemática (E-RR Individuais, Data de Publicação: DEJT 20/02/2015).
-586.341/1999.4), a SBDI-1 do TST repeliu a adoção da citada lei A tal modo, obstado o processamento do recurso de revista, a teor
para se imunizar a empresa concessionária das obrigações da Súmula nº 333 do colendo TST.
trabalhistas que derivariam, segundo a jurisprudência antes CONCLUSÃO
consolidada, de seu vínculo direto com os empregados envolvidos Ante o exposto, DENEGO seguimento ao recurso de revista."
em sua atividade fim. Poderia a SBDI-1 alcançar igual conclusão se Nesse contexto, das premissas fáticas retratadas no acórdão
houvesse adotado, por analogia à regra prevista para consumidores recorrido - insuscetíveis de reexame em sede extraordinária, a teor
e agência reguladora, a responsabilização direta da empresa da Súmula 126/TST -, depreende-se que as atividades de
concessionária. Embora não se pretenda que o Direito do Trabalho desenvolvidas pelo reclamante estavam inseridas na atividade-fim
engesse ou paralise a atividade econômica, cabe-lhe por certo da tomadora dos serviços, razão pela qual a conclusão do Tribunal
estabelecer os parâmetros que viabilizam a progressão da Regional, pelo reconhecimento do vínculo empregatício diretamente
economia - inclusive na perspectiva da geração de emprego e renda com a tomadora dos serviços, está em sintonia com a jurisprudência
- sem aviltamento da dignidade humana. Os sistemas econômico e desta Corte, nos moldes da Súmula 331, I, do TST ("A contratação
jurídico-trabalhista não se excluem, antes devendo interagir. Se há de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o
um princípio regente do Direito do Trabalho, resultante da vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de
ponderação levada a efeito pelos agentes da jurisdição trabalhista, trabalho temporário").
a exegese do art. 25 da Lei 8.987/95, a ele deve moldar-se, A propósito, colho julgados relativos a empresas concessionárias de
interpretando-se a autorização de "contratar com terceiros o energia elétrica:
desenvolvimento de atividades inerentes", sem apego em demasia "EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014.
ao léxico, que conduziria à imunização do setor de energia elétrica TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA
quanto à norma a que estariam sujeitos todos os outros setores de ELÉTRICA. ATIVIDADE PRECÍPUA DO TOMADOR DOS
produção. Assim, proscreve-se a terceirização da atividade fim, vale SERVIÇOS. ENTE PÚBLICO. FRAUDE. RESPONSABILIDADE
dizer, ao titular da empresa tomadora dos serviços deve ser SOLIDÁRIA. PREVISÃO NO ARTIGO 942 DO CC. PROVIMENTO.
imputada a qualidade de empregador, para efeitos trabalhistas. São 1. Segundo a jurisprudência desta Corte Superior, o artigo 25, § 1º,
essas as razões pelas quais se constata a ilicitude da terceirização, da Lei nº 8.987/95 não autoriza a terceirização de serviços
nos termos da Súmula 331, item I, do TST, atribuindo-se à relacionados às atividades precípuas das concessionárias de
concessionária dos serviços de energia elétrica a condição de energia elétrica. Ressalva de entendimento contrário do Relator. 2.
empregadora. Entendimento ratificado pela SBDI-1 em sua Na hipótese vertente, da leitura do v. acórdão turmário, depreende-
composição completa, na sessão realizada em 8/11/2012, ao julgar se que a concessionária de serviços de energia elétrica (CELG)
o E - ED-RR-2938-13.2010.5.12.0016. Recurso de embargos terceirizou atividades essenciais ao seu objeto, o que acarretou o
conhecido e não provido". (E-ED-RR - 135100-29.2009.5.05.0039, reconhecimento de sua ilicitude. 3. Por outro lado, segundo a
Relator Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, Data de jurisprudência deste colendo Tribunal Superior, a contratação
Julgamento: 12/03/2015, Subseção I Especializada em Dissídios irregular de trabalhador por meio de empresa interposta não gera
Individuais, Data de Publicação: DEJT 20/03/2015) vínculo de emprego com órgão da administração pública, em face
"EMBARGOS INTERPOSTOS SOB A ÉGIDE DA LEI Nº do óbice contido no artigo 37, II e § 2º, da Constituição Federal. 4.
11.496/2007. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. VÍNCULO DE EMPREGO. Uma vez configurada a fraude na terceirização, todavia, o ente
CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA. "AUXILIAR DE público tomador de serviços deve ser responsabilizado de forma
solidária pelos créditos trabalhistas do empregado, com fulcro no "serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador,
artigo 942 do CC, segundo o qual todos aqueles que violam direito desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta"
de outrem responderão solidariamente pela reparação. Precedentes (itens I e III). 2. O verbete delimita, exaustivamente, os casos em
desta egrégia SBDI-1. 5. Recurso de embargos de que se conhece que se tolera terceirização em atividade-fim. 3. A vida
e ao qual se dá provimento.(...)." (E-RR-11623-36.2013.5.18.0016, contemporânea já não aceita o conceito monolítico de subordinação
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Redator Ministro jurídica, calcado na submissão do empregado à direta influência do
José Roberto Freire Pimenta, DEJT 27.1.2017) poder diretivo patronal. Com efeito, aderem ao instituto a visão
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. objetiva, caracterizada pelo atrelamento do trabalhador ao escopo
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO DE empresarial, e a dimensão estrutural, pela qual há "a inserção do
ATIVIDADE-FIM DA TOMADORA DOS SERVIÇOS. 1. A decisão trabalhador na dinâmica do tomador de serviços" (Mauricio Godinho
regional, no sentido de que a terceirização da atividade-fim no ramo Delgado). 4. O Regional revela que as tarefas desenvolvidas pela
de empresas de energia elétrica é ilícita, está em conformidade com autora como leiturista se enquadram na atividade-fim da tomadora
o entendimento desta Corte. Precedentes. 2. Descartada a de serviços. 5. Impositiva a incidência da compreensão da Súmula
argumentação recursal que buscou afastar responsabilidade 331 , I, do TST. 6. A responsabilidade solidária, portanto, em caso
subsidiária, uma vez que a condenação foi solidária, e não de terceirização ilícita decorre da configuração de fraude às
subsidiária. Imaculados os arts. 333, I e II, do CPC, 818 da CLT, 71, relações de trabalho, com respaldo nos arts. 186, 927 e 942 do
§ 1º, da Lei 8666/93, bem como a Súmula 331/TST. 3. O pleito CCB. Agravo de instrumento conhecido e desprovido." (AIRR-546-
acerca do benefício de ordem não foi objeto de exame pelo 37.2015.5.06.0002, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de
Regional, a carecer, portanto, do necessário prequestionamento Fontan Pereira, 3ª Turma, DEJT 02/06/2017)
(Súmula 297/TST). 4. Não se configura a alegada divergência "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.
jurisprudencial, uma vez que os arestos colacionados não abordam CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA. ELETRICISTA.
casos de terceirização ilícita, de atividade-fim da tomadora dos TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. ATIVIDADE-FIM.
serviços (Súmula 296/TST). 5. Não há falar em ofensa ao art. 265 1. Concessionária de energia elétrica que contrata empresa
do Código Civil, porquanto a condenação se deu em razão da interposta para a realização das atividades de eletricista promove a
ilicitude de ato praticado pelas reclamadas, consistente na terceirização ilícita em atividade-fim.
terceirização de atividade-fim, concorrendo ambas para o dano 2. Consoante a diretriz perfilhada na Súmula 331, I, do TST, e uma
gerado ao reclamante (art. 942 do Código Civil). Agravo de vez demonstrado o preenchimento dos requisitos do artigo 3º, da
instrumento conhecido e não provido." (AIRR-811- CLT, impõe-se, como consequência lógica, o reconhecimento do
56.2012.5.18.0181, Relator Ministro Hugo Carlos Scheuermann, 1ª vínculo empregatício entre o trabalhador terceirizado e a empresa
Turma, DEJT 24/04/2017) tomadora de serviços.
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA 3. Agravo de instrumento de que se conhece e a que se nega
INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014. provimento." (AIRR-20-72.2013.5.05.0421, Relatora
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. ATIVIDADE-FIM. EMPRESA Desembargadora Convocada; Rosalie Michaele Bacila Batista, 4ª
CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO DE ENERGIA Turma, DEJT 08/05/2015)
ELÉTRICA. VÍNCULO DE EMPREGO DIRETO COM A "(...). TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA
TOMADORA DE SERVIÇO. NORMAS COLETIVAS. DIFERENÇA ELÉTRICA. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO
SALARIAL. O Tribunal Regional consignou que, o trabalho DIRETAMENTE COM O TOMADOR DE SERVIÇOS. SÚMULA 331
desempenhado pelo reclamante estava inserido na atividade-fim da , ITEM I, DO TST. I - É sabido não haver lei regulamentando a
tomadora dos serviços. Assim, manteve o reconhecimento do terceirização de serviços, qualificada como instrumento de natureza
vínculo de emprego diretamente com a empresa recorrente, econômica, engendrado pelas empresas com o declarado objetivo
aplicando ao contrato de trabalho do autor as normas coletivas da de minimizar custos operacionais, notadamente os custos
categoria profissional e deferindo as diferenças e os reflexos decorrentes da contratação de mão de obra. II - Exatamente por
pleiteados. Nesse contexto, esta Corte Superior já pacificou o conta desse vazio legislativo é que esta Corte fora chamada a traçar
entendimento de que, o art. 25 da Lei 8.987/1995 não autoriza a critérios que pudessem nortear a utilização dessa nova ferramenta,
terceirização da atividade-fim das empresas concessionárias de tendo por norte as suas implicações sociais na seara do direito do
serviço de energia elétrica, sendo devido, nesses casos, o trabalho, com vistas à preservação da valorização do trabalho
reconhecimento do vínculo empregatício diretamente com o humano e à busca do pleno emprego, conforme preconizado no
tomador dos serviços, nos moldes do item I da Súmula 331 do TST. caput e no inciso VIII do artigo 170 da Constituição. III - Daí a razão
Precedentes. Agravo de instrumento a que se nega provimento." de ter sido editada a Súmula 331 do TST cujo item I consagra a
(AIRR-10325-69.2013.5.06.0007, Relatora Ministra Maria Helena regra da ilegalidade da contratação de trabalhadores por empresa
Mallmann, 2ª Turma, DEJT 05/05/2017) interposta, com as exceções ali elencadas, referentes à Lei
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA 6.019/74, ao artigo 37, inciso II, da Constituição e à Lei 7.112/83,
INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS Nºs 13.015/2014 E tudo coroado com a admissibilidade da terceirização de serviços
13.105/2015 - DESCABIMENTO. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. especializados ligados à atividade-meio do tomador de serviço. IV -
TRABALHO EM ATIVIDADE-FIM. ENERGIA ELÉTRICA. Vê-se dessa construção jurisprudencial que, afora aquelas
SUBORDINAÇÃO ESTRUTURAL. VÍNCULO DE EMPREGO. exceções, a licitude da intermediação de serviços acha-se jungida à
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. 1. Resultado de bem-vinda comprovação de esses não se inserirem na atividade-fim e sim na
evolução jurisprudencial, o Tribunal Superior do Trabalho editou a atividade-meio da empresa tomadora. V - Com essa diretriz,
Súmula 331 , que veda a "contratação de trabalhadores por observa-se do § 1º do artigo 25 da Lei 8.987/95 não haver
empresa interposta", "formando-se o vínculo diretamente com o disposição expressa regulamentando a admissibilidade de
tomador dos serviços", ressalvados os casos de trabalho terceirização de serviços integrantes da atividade-fim das empresas
temporário, vigilância, conservação e limpeza, bem como de concessionárias de prestação de serviços públicos, não se
prestando a tanto a ilação que se tem extraído da suposta que o recurso de revista e o agravo de instrumento são recursos
permissão ali contida de contratar "com terceiros o desenvolvimento distintos, de tal sorte que, denegado seguimento à revista em que
de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço fora invocada tese jurídica, vulneração de dispositivo de lei ou da
concedido, bem como a implementação de projetos associados". VI Constituição, contrariedade a súmula do TST ou a súmula
- É que além de a norma em pauta se distinguir por sua extremada vinculante do STF, bem como divergência jurisprudencial, é
ambiguidade, tal ilação deduzida de mera interpretação gramatical imprescindível sejam elas reiteradas no agravo, sob pena de
do dispositivo legal não se sustenta a partir da interpretação preclusão, considerando o objetivo que lhe é inerente de obter o
sistemática em consonância com a norma imperativa do caput e do processamento do recurso então trancado. XVII - Assim, a falta de
inciso VIII do artigo 170 da Constituição, visto que a pretensa reiteração no agravo de instrumento das teses, então veiculadas no
licitude de intermediação de serviço em área fim das empresas recurso de revista denegado, bem como dos arestos que
concessionárias, sem prévia definição em lei, culminaria na supostamente dariam arrimo à alegação de dissenso pretoriano
desvalorização ou precarização do trabalho humano e no desautoriza a cognição extraordinária desta Corte. XVIII - Isso nos
comprometimento da busca do pleno emprego, assim entendida a termos do artigo 1.016, incisos II e III, do CPC de 2015 e à luz dos
inserção do trabalhador na empresa para a qual efetivamente princípios processuais da delimitação recursal e da preclusão, uma
prestara serviços. VII - Mediante exame do acórdão recorrido, vez que a matéria recursal a ser examinada cinge-se àquela
observa-se que a premissa fática fixada, insuscetível de constante da peça recursal, em decorrência inclusive da
modificação no TST, a teor da Súmula 126, é a de que o agravado, devolutividade estrita que lhe fora imprimida. XIX - Agravo de
na função de eletricista, exercera serviços inseridos na atividade-fim instrumento a que se nega provimento." (AIRR-1294-
da CELPE, tomadora dos serviços. VIII - Desse modo, constatada 03.2014.5.06.0003, Relator Ministro: Antonio José de Barros
pela Corte local a ilicitude da terceirização, a decisão que Levenhagen, 5ª Turma, DEJT 02/06/2017)
reconhece o vínculo de emprego diretamente com o tomador de "COSERN. CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA.
serviços revela consonância com o que preconiza o item I da ELETRICISTA. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. VÍNCULO
Súmula 331 do TST. IX- Patenteada a conformidade do acórdão EMPREGATÍCIO DIRETAMENTE COM A EMPRESA TOMADORA
recorrido com Súmula da Jurisprudência desta Corte, avulta a DE SERVIÇOS. SÚMULA 331 , I, DO TST. ART. 25, § 1º, DA LEI
convicção de que o recurso de revista não desafiava 8.987/95. A jurisprudência desta Corte entende ser ilícita a
processamento, quer por violação constitucional ou legal, quer a terceirização de empregado que, na condição de eletricista,
título de dissenso pretoriano por óbice do artigo 896, § 7º, da CLT e desempenha atividade ligada à atividade-fim de empresa tomadora
da Súmula nº 333/TST, pela qual os precedentes da SBDI-I foram de serviços, concessionária de serviço elétrico, com base no
erigidos à condição de pressupostos negativos de admissibilidade entendimento da Súmula 331 , I, do TST, sem que obste tal
do apelo extraordinário. X - Vale destacar que a Súmula 331 desta entendimento o disposto no § 1º do art. 25 da Lei 8.987/95. Há
Corte é fruto da interpretação sistemática de dispositivos legais, precedentes da SBDI-1 e de Turmas do TST. Recurso de revista
conjugada com a lacuna na CLT acerca da matéria pertinente à não conhecido." (RR-15800-72.2011.5.21.0002, Relator Ministro:
terceirização, hipótese em que o Magistrado não pode se eximir de Augusto César Leite de Carvalho, 6ª Turma, DEJT 19/05/2017)
dirimir o conflito, não se podendo deduzir daí nenhuma atividade
legiferante que induzisse a ideia de violação do artigo 5º, II, da "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA EM
Carta Magna. XI - Mesmo porque não se verifica na edição da FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº
referida Súmula, ainda que não tenha efeito vinculante, nenhuma 13.015/2014. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.
violação literal e direta ao artigo 5º, II, da Constituição, mas, quando INTERMEDIAÇÃO ILÍCITA DE MÃO DE OBRA. PRESTAÇÃO DE
muito, ofensa reflexa, insuscetível de pavimentar o acesso ao TST, SERVIÇOS NA ATIVIDADE-FIM DA TOMADORA. O quadro fático
nos termos do artigo 896, alínea "c", da Consolidação. XII - Aqui, delineado no acórdão regional reflete a existência de terceirização
vem a calhar, por similitude, a Súmula 636, do STF, segundo a qual ilícita da atividade-fim da segunda reclamada, o que caracteriza
"Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio burla à legislação trabalhista, nos termos do artigo 9º da CLT. Tal
constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha constatação permite, com fulcro no artigo 942 do Código Civil, a
rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela responsabilização solidária das coautoras ou rés. Conclui-se, pois,
decisão recorrida". XIII - Tampouco se cogita afronta ao artigo 97 da que a referida responsabilização decorreu de preceito legal, motivo
Constituição ou contrariedade à Súmula Vinculante nº 10 do STF, pelo qual não houve violação do artigo 265 do Código Civil.
visto não ter havido declaração de inconstitucionalidade sem Precedentes. Agravo de instrumento a que se nega provimento."
observância da reserva de plenário ou determinação que afastasse (AIRR-219-77.2011.5.06.0020, 7ª Turma, Relator Ministro Cláudio
a incidência de qualquer lei ou ato normativo. XIV - No tocante à Mascarenhas Brandão, DEJT 8.4.2016)
indigitada afronta aos artigos 3º, 39, 461, 611, 883 e 889 da CLT, "(...) RECURSO DE REVISTA DA ATENTO BRASIL S.A. - TEMA
265 do Código Civil, verifica-se que a agravante apenas indica que REMANESCENTE - RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. A
ficou demonstrada vulneração àqueles dispositivos legais e condenação da solidariedade decorreu da fraude trabalhista
divergência jurisprudencial sem, contudo, identificar os temas que cometida em conjunto com a tomadora de serviços e tem
singularizam a demanda e explicitar os motivos pelos quais teriam fundamento legal nos arts. 9º da CLT e 942 do Código Civil.
ocorrido as discrepâncias irrogadas ao acórdão, tampouco renova a Recurso de revista não conhecido." (RR-1199-90.2010.5.03.0004,
transcrição dos arestos que dariam suporte à arguição de dissenso, 8ª Turma, Relator Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, DEJT
suscitados no recurso de revista. XV - A prática, além de inviabilizar 8.4.2016)
o confronto entre as teses defendidas pela agravante e a Destaco que a circunstância de o labor estar intimamente ligado à
fundamentação contida na decisão denegatória, exorta o julgador a atividade-fim da segunda reclamada denota que o reclamante
incursionar nos autos com vistas à elucidação da argumentação estava inserido no processo produtivo daquela empresa, resultando
exposta nas razões em exame, atividade incompatível com a ideia configurada, portanto, a subordinação jurídica - ainda que pelo viés
de inércia da jurisdição. XVI - Nessa linha, não é demais lembrar estrutural.
Estando a decisão regional em consonância com a jurisprudência nos termos do art. 894, § 2º, da CLT. Embargos de que não se
desta Corte Superior, emergem os óbices do artigo 896, § 7º, da conhece." (Processo: E-ED-RR - 966-15.2011.5.05.0421, Relator:
CLT e da Súmula 333 do TST. Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, DEJT 06/05/2016)
Por fim, esclareço que a determinação de sobrestamento contida no "RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO PELA PRIMEIRA
art. 543-B, § 1º, do CPC se destina apenas aos recursos RECLAMADA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE
extraordinários que versem acerca de matéria a respeito da qual o REVISTA COM AGRAVO. EMPRESA CONCESSIONÁRIA DE
Supremo Tribunal Federal tenha reconhecido a repercussão geral, SERVIÇO PÚBLICO DE ENERGIA ELÉTRICA. ELETRICISTA.
não havendo amparo legal, portanto, para o pedido de MANUTENÇÃO DA REDE DE ENERGIA ELÉTRICA.
sobrestamento do julgamento deste recurso por esta Turma. TERCEIRIZAÇÃO. ATIVIDADE FIM. ARTIGO 25 DA LEI Nº
Ante o exposto, com base no art. 106, X, do RITST, NEGO 8.987/95. ILICITUDE. 1. Esta Subseção Especializada em Dissídios
SEGUIMENTO ao agravo de instrumento." Individuais, ao analisar o processo nº TST-E-RR-586341-
No agravo, a parte repisa as alegações articuladas no recurso de 05.1999.5.18.5555, concluiu que o artigo 25 da Lei nº 8.987/95 não
revista acerca da legalidade da terceirização dos serviços à luz do autoriza a terceirização de atividade fim das empresas
art. 25, § 1º, da Lei nº 8987/95. concessionárias de serviços públicos de energia elétrica, na qual se
Sem razão. insere a manutenção da rede de energia elétrica, hipótese dos
Estando a decisão regional em harmonia com a jurisprudência desta autos. 2. Naquela ocasião, entendeu-se que o referido dispositivo
Corte Superior, consubstanciada na Súmula 331, I, do TST, o legal não tem o condão de permitir a terceirização da atividade fim
exame do recurso esbarra no óbice da Súmula 333 do TST e do art. das empresas concessionárias de serviços públicos, sob pena de se
896, § 7º, da CLT, a afastar a apontada contrariedade à Súmula 331 conflitar com o eixo fundamental da legislação trabalhista, na
do TST e à Súmula Vinculante 10. medida em que, no conceito de empregado e empregador,
Quanto ao artigo 25, § 1º, da Lei 8987/95, cumpre reiterar que o vinculadas as atividades daquele às atividades essenciais deste,
entendimento desta Corte uniformizadora é no sentido de que o sempre se teria uma pessoa interposta. Assim, não se teria mais
referido dispositivo não autoriza a terceirização de serviços uma relação bilateral, mas sim trilateral ou plurilateral, em
relacionados às atividades precípuas das concessionárias de detrimento da legislação trabalhista que protege o trabalho e a
energia elétrica. Nessa linha, colho precedentes da SDI-I do TST, dignidade da pessoa humana. 3. Ademais, ressaltou-se que, a
verbis: edição da Súmula nº 331 por este Tribunal Superior do Trabalho,
"EMBARGOS. RECURSO DE REVISTA. INTERPOSIÇÃO NA em conformidade com princípios e normas constitucionais e
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. TERCEIRIZAÇÃO. trabalhistas, representa um marco jurisprudencial para o fenômeno
CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA. ELETRICISTA. da terceirização nas relações de trabalho no Brasil, na medida em
ATIVIDADE PRECÍPUA. VÍNCULO DE EMPREGO COM A que compatibilizou os princípios da valorização do trabalho humano
TOMADORA DOS SERVIÇOS. NÃO CONHECIMENTO. 1. e da livre concorrência e equilibrou a relação entre o trabalho e o
Segundo a jurisprudência desta egrégia SBDI-1, o artigo 25, § 1º, da capital. 4. Por fim, impende registrar que esta SDI-1, na sessão
Lei nº 8.987/95 não autoriza a terceirização de serviços realizada no dia 8/8/2013, reiterou esse entendimento no
relacionados às atividades precípuas das concessionárias de julgamento do processo nº TST-E-ED-RR- 36600-
energia elétrica, entre as quais se inclui a função de eletricista. 21.2011.5.21.0003, em que se examinou a questão alusiva à
Precedentes desta egrégia SBDI-1. Ressalva de entendimento terceirização das atividades de agente de cobrança, leiturista e
contrário do Relator. 2. Na hipótese vertente, uma vez consignado eletricista em empresa concessionária de energia elétrica. Recurso
pela egrégia Oitava Turma deste Tribunal que a segunda reclamada de embargos conhecido e não provido". (Processo: E-ED-ARR -
(CELPE), concessionária de serviços de energia elétrica, terceirizou 103000-07.2009.5.05.0561, Relatora: Ministra Dora Maria da Costa,
atividade inerente ao serviço concedido - de eletricista -, impõe-se o DEJT 20/03/2015)
reconhecimento da ilicitude da terceirização e, consequentemente, "RECURSO DE EMBARGOS. EMPRESA CONCESSIONÁRIA DE
do vínculo de emprego entre o reclamante e a tomadora dos ENERGIA ELÉTRICA. ELETRICISTA. TERCEIRIZAÇÃO DE
serviços. Inteligência do item I da Súmula nº 331. 3. Considerando, ATIVIDADE-FIM. ILICITUDE. VÍNCULO DE EMPREGO
pois, que o v. acórdão turmário está em conformidade com a DIRETAMENTE COM A TOMADORA. Constatado que o autor
iterativa e notória jurisprudência desta colenda Corte Superior, o prestava serviços exclusivamente à reclamada, com exercício de
conhecimento do recurso de embargos encontra óbice no artigo atividade fim desta, inerente às atividades de eletricista, de
894, § 2º, da CLT. 4. Recurso de embargos não conhecido". (TST-E responsabilidade da empresa concessionária de serviços de energia
-ED-RR- 446-93.2013.5.06.0312, Rel. Min. Guilherme Augusto elétrica, há de se reconhecer a ilicitude da terceirização e a
Caputo Bastos, DEJT 24/3/2017). existência de vínculo diretamente com a tomadora de serviços.
"EMBARGOS. VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.496/2007. Recurso de embargos conhecido e desprovido." (Processo: E-ED-
TERCEIRIZAÇÃO. CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA. RR - 190000-35.2008.5.05.0511, Relator: Ministro Aloysio Corrêa da
ELETRICISTA. ATIVIDADE-FIM. VÍNCULO DE EMPREGO Veiga, DEJT 21/02/2014).
DIRETO COM O TOMADOR DE SERVIÇOS. A função de eletricista Nesse contexto, impõe-se confirmar a decisão agravada, mediante
insere-se na atividade-fim de concessionária de energia elétrica. a qual denegado seguimento ao recurso da parte, uma vez que as
Diante desse contexto fático é possível divisar a terceirização na razões expendidas pela agravante não logram demonstrar o
atividade-fim, não em mera atividade inerente, acessória ou apontado equívoco em relação a tal conclusão.
complementar de que cogita o art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/1.995, o Nego provimento.
que revela prática ilícita à luz do art. 9º, da CLT, bem como da
Súmula 331, I, do TST, impondo-se reconhecer o vínculo de Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal,
emprego direto com o tomador de serviços. Não comportam ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão
conhecimento de embargos calcados em divergência superada por Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo VIEIRA DE MELLO FILHO
949 do CPC". Ministro Vice-Presidente do TST
Consta da ementa do referido julgado:
Processo Nº AIRR-1000590-30.2015.5.02.0720
EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO Complemento Processo Eletrônico
ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE Relator Min. Maria Helena Mallmann
RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA Agravante CONCREJATO SERVIÇOS
TÉCNICOS DE ENGENHARIA S.A. E
PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94 OUTRO
DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR Advogado Dr. Luiz Calixto Sandes(OAB:
ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST. 102650/RJ)
IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E Agravado REGINALDO NOGUEIRA DO
NASCIMENTO
QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE
Advogado Dr. Nilson de Oliveira
CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A Nascimento(OAB: 110859/SP)
CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324
E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO. Intimado(s)/Citado(s):
1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode - CONCREJATO SERVIÇOS TÉCNICOS DE ENGENHARIA S.A.
ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos E OUTRO
membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo - REGINALDO NOGUEIRA DO NASCIMENTO
órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada
do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à Petição nº 301746/2019-9
previsão do art. 97 da Constituição Federal.
2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia Por meio da petição nº 301746/2019-9 (seq. 18), CONCREJATO
jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade SERVIÇOS TÉCNICOS DE ENGENHARIA S.A. requer a
dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via designação de audiência de conciliação.
difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no Considerando o requerimento supra, determino à CREC que
controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10). proceda à intimação de REGINALDO NOGUEIRA DO
3. É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação NASCIMENTO, para que se manifeste sobre o interesse na
do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula designação da audiência de conciliação, no prazo de 10 (dez) dias,
331/TST, e declarar ilícita a terceirização e atividade-fim, reconhece nos termos do art. 1º do Ato SEGJUD.GP. nº 174/2018, que alterou
a existência de vínculo trabalhista entre a contratante e o o Ato TST.GP nº 732/2012, esclarecendo que o seu silêncio
empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de implicará a não concordância com o pedido, prosseguindo o
constitucionalidade, declarando a parcial nulidade sem redução de processo em sua tramitação normal.
texto do referido dispositivo sem observar a cláusula de reserva de De outra parte, na hipótese de consenso entre as partes no sentido
Plenário. AGRAVO PROVIDO. da realização da audiência, admito, desde logo, o requerimento
4. O PLENÁRIO DA CORTE declarou parcialmente inconstitucional para fins de processamento das tratativas de conciliação perante o
a SÚMULA 331/TST e proclamou a licitude da terceirização de toda TRT de origem (NUPEMEC/CEJUSC), em estrita observância aos
e qualquer atividade, meio ou fim; para afirmar a inexistência de termos da Resolução nº 174/2016 do CSJT e do normativo referido,
relação de emprego entre a contratante e o empregado da determinando à CREC que proceda à suspensão da tramitação do
contratada. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. presente feito.
5. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para À Coordenadoria de Recursos para as providências.
restabelecer a sentença de primeiro grau, com a fixação da seguinte Publique-se.
tese no TEMA 739: "É nula a decisão de órgão fracionário que se Brasília, 04 de março de 2020.
recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
949 do CPC." (ARE 791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
DJe 06/03/2019). VIEIRA DE MELLO FILHO
Ministro Vice-Presidente do TST
Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja
repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo Processo Nº Ag-AIRR-1000468-13.2015.5.02.0301
Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos Complemento Processo Eletrônico
ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a Relator Desemb. Convocado Marcelo Lamego
Pertence
fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015,
Agravante SANTOS BRASIL PARTICIPAÇÕES
sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação S.A.
da decisão então proferida por aquele colegiado. Advogado Dr. Sylvio Garcez Júnior(OAB:
357560/SP)
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências Agravado MARCELO TEIXEIRA BLANCO
cabíveis. Advogado Dr. José Henrique Coelho(OAB:
132186/SP)
Publique-se.
Brasília, 03 de março de 2020.
Intimado(s)/Citado(s):
- MARCELO TEIXEIRA BLANCO
- SANTOS BRASIL PARTICIPAÇÕES S.A. Considerando que a matéria foi julgada na Sessão do Tribunal
Pleno do STF em 11/10/2018, com fixação da tese de mérito e que
Petição nº 348889/2018-0 o acórdão foi publicado no Diário Eletrônico de Justiça de
06/03/2019, com trânsito em julgado, passo ao exame de
Por meio da petição nº 348889/2018-0 (seq. 27), SANTOS BRASIL admissibilidade do recurso sobrestado.
PARTICIPAÇÕES S.A. requer a designação de audiência de É o relatório.
conciliação. Decido.
Considerando o requerimento supra, determino à CREC que Consta do acórdão recorrido:
proceda à intimação de MARCELO TEIXEIRA BLANCO, para que
se manifeste sobre o interesse na designação da audiência de Na hipótese dos autos, a discussão não envolve empregado de "call
conciliação, no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do art. 1º do Ato center", mas sim instalador de linhas telefônicas, motivo pelo qual
SEGJUD.GP. nº 174/2018, que alterou o Ato TST.GP nº 732/2012, não há que se deferir o aludido sobrestamento do presente feito.
esclarecendo que o seu silêncio implicará a não concordância com (...)
o pedido, prosseguindo o processo em sua tramitação normal. De outra parte, a instalação e a manutenção de cabos telefônicos,
De outra parte, na hipótese de consenso entre as partes no sentido atividades desempenhadas pelo reclamante, estão intrinsecamente
da realização da audiência, admito, desde logo, o requerimento ligadas aos fins sociais da Telemar - que explora os serviços de
para fins de processamento das tratativas de conciliação perante o telecomunicações -, configurando, portanto, a ilicitude da
TRT de origem (NUPEMEC/CEJUSC), em estrita observância aos terceirização e o reconhecimento do vínculo de emprego
termos da Resolução nº 174/2016 do CSJT e do normativo referido, diretamente com a tomadora dos serviços. Decisão recorrida em
determinando à CREC que proceda à suspensão da tramitação do consonância com item I da Súmula 331 do TST.
presente feito. Nesse sentido, os seguintes precedentes desta Corte reconhecendo
À Coordenadoria de Recursos para as providências. a ilicitude da terceirização dos serviços de instalação e manutenção
Publique-se. de rede/linha pelas empresas de telecomunicações:
Brasília, 04 de março de 2020.
"AGRAVO EM RECURSO DE EMBARGOS DA RECLAMADA
TELEMONT. EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO DE
VIEIRA DE MELLO FILHO LINHAS TELEFÔNICAS. ATIVIDADE-FIM. LEI Nº 9.472/1997.
Ministro Vice-Presidente do TST DECISÃO DE ACORDO COM O ENTENDIMENTO DA SÚMULA Nº
331, I, DO TST. DENEGAÇÃO DE SEGUIMENTO MANTIDA. NÃO
Processo Nº Ag-ARR-0001190-72.2013.5.03.0021 PROVIDO. Não desconstituídos os fundamentos do bem lançado
Complemento Processo Eletrônico despacho que denegou seguimento aos embargos da reclamada,
Relator Min. Delaíde Miranda Arantes pois o acórdão turmário corretamente aplicou a Súmula 331, I, do
Agravante e Agravado TELEMAR NORTE LESTE S.A. TST ao presente caso, de terceirização de atividade-fim de
Advogado Dr. José Alberto Couto Maciel(OAB: manutenção e instalação de linhas telefônicas, encontrando-se em
513/DF)
consonância com iterativa e atual jurisprudência desta Corte, e não
Advogado Dr. Ricardo Almeida Marques
Mendonça(OAB: 132500/MG) sendo o caso de sobrestamento do feito em razão de repercussão
Agravante e Agravado TELEMONT ENGENHARIA DE geral no Excelso STF, nega-se provimento ao agravo. Agravo
TELECOMUNICAÇÕES S.A. conhecido e não provido (Processo: Ag-E-RR - 449-
Advogado Dr. Manoel de Souza Guimarães 11.2010.5.03.0062, Rel. Min.: Hugo Carlos Scheuermann,
Júnior(OAB: 50762/MG)
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT
Advogado Dr. Roberto Caldas Alvim de
Oliveira(OAB: 12200/DF) 18/11/2016).
Agravado LEANDRO FELIPE MASCARENHAS
THOMAZ "TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. EMPRESA DE
Advogado Dr. Fábio Fazani(OAB: 183851/SP) TELECOMUNICAÇÕES. INSTALAÇÃO E REPARAÇÃO DE
LINHAS TELEFÔNICAS. VÍNCULO DE EMPREGO COM A
Intimado(s)/Citado(s): TOMADORA DE SERVIÇOS. SÚMULA Nº 331, III, DO TST. 1.
- LEANDRO FELIPE MASCARENHAS THOMAZ Concessionária exploradora de serviços de telecomunicações que
- TELEMAR NORTE LESTE S.A. contrata empresa interposta para a realização de serviços de
- TELEMONT ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES S.A. instalação e reparação de linhas e aparelhos telefônicos promove
terceirização ilícita em atividade-fim. Precedentes da SbDI-1 do
Trata-se de recursos extraordinários, suscitando preliminar de TST. 2. Consoante a diretriz perfilhada na Súmula nº 331, III, do
repercussão geral e violação constitucional, contra acórdão TST, impõe-se, como consequência lógica, o reconhecimento do
proferido pelo Tribunal Superior do Trabalho. vínculo empregatício entre o trabalhador terceirizado e a empresa
A Vice-Presidência deste Tribunal Superior, por despacho (fls. 1.043 tomadora de serviços. 3. Embargos do Reclamante de que se
-1.044), determinou o sobrestamento do recurso extraordinário por conhece, por contrariedade à Súmula nº 331, I e III, do TST, e a que
envolver o Tema nº 739 do ementário de Repercussão Geral do se dá provimento." (Processo: E-ED-ED-RR - 173900-
Supremo Tribunal Federal, o qual também abarca as hipóteses que 38.2008.5.15.0022, Rel. Min.: João Oreste Dalazen, Subseção I
se referem à aplicação do art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95 (Lei Geral Especializada em Dissídios Individuais, DEJT 25/09/2015).
de Concessões e Permissões de Serviços Públicos), conforme
entendimento do Supremo Tribunal Federal (Reclamação nº 27811, "RECURSO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 11.496/2007.
Relator Ministro Gilmar Mendes, DJe de 31/10/17). VÍNCULO DE EMPREGO. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. ATIVIDADE-
FIM. EMPRESA DE TELEFONIA. INSTALADORDE VELOX. 1. 'A constitucionalidade, declarando a parcial nulidade sem redução de
contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, texto do referido dispositivo sem observar a cláusula de reserva de
formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, Plenário. AGRAVO PROVIDO.
salvo no caso de trabalho temporário (Lei n.º 6.019, de 03.01.1974)' 4. O PLENÁRIO DA CORTE declarou parcialmente inconstitucional
(Súmula n.º 331, I, desta Corte superior). 2. A colenda SBDI-I deste a SÚMULA 331/TST e proclamou a licitude da terceirização de toda
Tribunal Superior do Trabalho, em sua composição plena, e qualquer atividade, meio ou fim; para afirmar a inexistência de
interpretando o disposto no artigo 94, II, da Lei n.º 9.472/97, relação de emprego entre a contratante e o empregado da
consagrou entendimento no sentido de que o referido texto legal contratada. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
não autoriza a terceirização de serviços inseridos na atividade-fim 5. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para
das empresas concessionárias de serviços de telecomunicações (E- restabelecer a sentença de primeiro grau, com a fixação da seguinte
ED-RR 2938-13.2010.5.12.0016, redator designado para o acórdão tese no TEMA 739: "É nula a decisão de órgão fracionário que se
o Exmo. Ministro José Roberto Freire Pimenta, julgado em recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
08/11/2012, DEJT de 26/03/2013). 3. Nesse contexto, afigura-se cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
irretocável a decisão embargada, mediante a qual se negou 949 do CPC." (ARE 791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
provimento ao recurso de revista empresarial - amparado no quadro DJe 06/03/2019)
fático delineado pela Corte de origem, no sentido de que o
reclamante, na função de auxiliar técnico, trabalhava na atividade- Logo, versando o acórdão recorrido sobre questão atinente a tema
fim da empresa de telefonia reclamada, efetuando instalação e cuja repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada
reparação de produto da tomadora de serviços denominado Velox -, pelo Supremo Tribunal Federal, é imperativo o dessobrestamento
confirmando o acórdão prolatado pelo Tribunal Regional, que dos autos. Assim, determino o encaminhamento dos autos ao órgão
declarou a nulidade da contratação por empresa interposta e fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a fim de que
reconheceu o vínculo de emprego diretamente com a TELEMAR. 4. se manifeste, nos termos do art. 1.030, II do CPC, sobre a
Recurso de embargos conhecido e não provido." (Processo: E-RR - necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação da
8800-50.2007.5.03.0038 Data de Julgamento: 23/04/2015, Rel. decisão então proferida por aquele colegiado.
Min.: Lelio Bentes Corrêa, Subseção I Especializada em Dissídios À Coordenadoria de Recursos - CREC - para as providências
Individuais, DEJT 30/04/2015). pertinentes.
Incide, pois, o óbice do art. 896, § 7º da CLT e Súmula 333 do TST. Publique-se.
Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo. (destaquei) Brasília, 04 de março de 2020.
É o relatório. decisão.
Decido. Exsurgem da decisão recorrida os seguintes fundamentos (ID
4ded85d):
Consta do acórdão recorrido: Da terceirização de serviços. Do vínculo empregatício. Da
responsabilidade da recorrente: (...) Inicialmente, constata-se que o
(...) contrato celebrado pelas reclamadas, id nº 36ba208, tinha por
A decisão denegatória está assim fundamentada: objeto a prestação dos serviços de leitura de consumo e entrega de
"PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS faturas de energia elétrica em unidades consumidoras situadas em
O apelo é tempestivo, tendo em vista que a publicação da decisão regiões rurais ou urbanizadas, com exigências de profissionais
recorrida se deu em 27/01/2016 (quarta-feira) e a apresentação das capacitados para o adequado cumprimento do objeto do contrato
razões recursais em 04/02/2016 (quinta-feira), conforme se pode (item 3.1.2, id. 4899882, pág.3). O MM. Juízo de origem reconheceu
ver dos documentos de IDs fe85c4c e e615cfb. o vínculo de emprego diretamente com a CELPE, tomadora dos
A representação advocatícia está regularmente demonstrada (IDs serviços, como se vê dos seguintes excertos: "O conjunto probatório
907a02c e 1be7736). dos autos favorece a tese autoral, devendo ser considerada ilícita a
Preparo devidamente efetuado, consoante IDs 613fb2a, 6cccc72, terceirização e a formação de vínculo empregatício diretamente com
31e6d21 e f3d1866. a tomadora dos serviços, à luz do disposto no inc. I, da Súmula 331
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS do C.TST. (...) Ora, considerando que a tomadora dos serviços tem
LEGITIMIDADE PROCESSUAL VÍNCULO EMPREGATÍCIO como objeto social a exploração de serviços de eletricidade e
ENQUADRAMENTO SINDICAL/ NORMAS COLETIVAS atividades necessárias ou úteis à execução desses serviços, é
APLICÁVEIS inegável que as tarefas executadas pelo autor da tomadora
Alegações: - contrariedade à Súmula n.º 331, III, do TST; - objetivavam a satisfação da atividade preponderante dos serviços,
contrariedade à Súmula Vinculante n.º 10 do Supremo Tribunal sendo essenciais para a realização de sua atividade-fim. (...) A
Federal; - violação aos artigos 5º, inciso II, 97 da Constituição da terceirização, assim, de atividades principais e de caráter
República; - violação aos artigos 3º e 611 da Consolidação das Leis permanente é manifestamente Ilegal (...) Há de ser confirmada a
do Trabalho; - violação ao artigo 265 do Código Civil; e ao artigo 25, decisão exarada pelo MM Juízo monocrático. Não é possível
§1º, da Lei n.º 8.987/95; e - divergência jurisprudencial. enquadrar a função do autor como atividade-meio, já que se
Atendendo aos requisitos formais para conhecimento do seu apelo, ocupava da leitura de consumo em medidores e da entrega de
previstos no art. 896, § 1º-A, incs. I a III, da CLT, a parte recorrente faturas de energia elétrica, atividade essencial à dinâmica
insurge-se contra a declaração de ilicitude da terceirização e o empresarial do tomador de serviços. (...) Nessa mesma linha
reconhecimento do vínculo empregatício diretamente com a pronuncia-se a jurisprudência reiterada deste Regional, como se vê
tomadora de serviços. Argumenta que firmou com a MEGATON das seguintes ementas: (...)No tocante à Lei 8.987/95, a
ENGENHARIA LTDA. contrato de prestação de serviços com a interpretação conferida pela recorrente não tem o alcance
expressa previsão de que a empresa prestadora se pretendido, porquanto o dispositivo a que se refere (§ 1º, do artigo
responsabilizaria pelo pagamento de todos os encargos sociais e 25) menciona as atividades acessórias ou complementares e não
trabalhistas, bem como pela supervisão dos serviços prestados. exatamente aquelas relacionadas ao objetivo social do
Destaca que figurava na relação laboral como tomadora de empreendimento. Ademais, do ponto de vista do direito do trabalho,
serviços. Sustenta que as tarefas desempenhadas pelo obreiro a doutrina e a jurisprudência são unânimes ao reconhecer a ilicitude
constituíam funções de suporte às suas atividades-fim, não se da terceirização de funções relacionadas à atividade-fim do negócio,
confundindo com estas. Defende que não se encontram presentes conforme ementas adiante transcritas: (...)Assim, impõe-se concluir
os elementos configuradores da relação de emprego, constantes no que a empresa recorrente cometeu fraude, com o objetivo de
art. 3º da CLT. Aduz que a terceirização do serviço era lícita, desvirtuar a aplicação das leis trabalhistas e mascarar a verdadeira
portanto, cabia à primeira demandada, na condição de verdadeira relação de emprego havida entre ela e o autor, durante todo o
empregadora do reclamante, o adimplemento das obrigações período declinado na inicial. Nesta esteira, tem-se descabido alterar
trabalhistas. Alega a sua ilegitimidade para figurar no polo passivo a sentença, no que tange à responsabilização da Celpe pela
da lide. Aponta a inexistência de previsão legal dispondo acerca da satisfação dos direitos reconhecidos ao autor, configurada que está
solidariedade nos contratos de prestação de serviços entre a hipótese de incidência do inciso I da Súmula 331 do TST, (...)
empresas. Afirma que, consoante disposição do §1º do artigo 25 da Superados os temas relacionados à legitimidade ad causam e à
Lei n.º 8.987/95, as concessionárias de serviço público podem responsabilidade das reclamadas, resta enfrentar as questões
contratar terceiros para o desenvolvimento de atividades inerentes, alusivas aos títulos deferidos na sentença, sendo forçoso destacar,
acessórias ou complementares à execução do serviço objeto da desde logo, que o reconhecimento de vínculo de emprego direto
concessão. Por conseguinte, entende não ser aplicável ao caso entre o autor e a primeira demandada induz ao acolhimento dos
concreto a restrição da terceirização às atividades-meio, prevista na pedidos formulados com fulcro nas normas coletivas aplicáveis aos
Súmula nº 331 do C. TST, tendo em vista que a concessão de demais empregados desta. Os fundamentos expendidos
serviços públicos é regida por lei específica. Explica que o anteriormente fragilizam as alegações da reclamada que sugerem a
afastamento da aplicação do §1º do artigo 25 da Lei n.º 8.987/95 à necessidade de observância do disposto no artigo 611 da CLT,
hipótese dos autos implica o reconhecimento implícito da relativamente à matéria, considerando-se que o comando sentencial
inconstitucionalidade do referido preceito legal, exigindo-se, para reconheceu o reclamante como seu empregado.
tanto, a observância da regra da reserva de plenário. Invoca o teor Confrontando os argumentos da parte recorrente com os
da Súmula Vinculante nº 10 do STF. Aponta que o reclamante não é fundamentos do acórdão regional, observo que a decisão proferida
beneficiário das vantagens previstas nos instrumentos coletivos pelo órgão fracionário, conforme mencionado alhures, está de
atinentes aos empregados da Celpe, por inexistir vínculo acordo com aquela adotada pelo Tribunal Pleno, no julgamento de
empregatício entre as partes. Cita arestos. Requer a reforma da incidente de uniformização de jurisprudência suscitado sobre a
matéria, no âmbito deste Regional. Diante disso, a conclusão é pela admissibilidade recursal.
inadmissibilidade do recurso, inclusive por dissensão É que a Lei nº 13.015/2014, de 22/09/2014, acrescentou o §1º-A ao
jurisprudencial, nos termos ao § 6º do art. 896 da CLT, segundo o art.
qual "Após o julgamento do incidente a que se refere o § 3º, 896 da CLT, introduzindo novos requisitos formais ao
unicamente a súmula regional ou a tese jurídica prevalecente no processamento dos recursos de revista, que impuseram à parte,
Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com súmula ou sob pena de não conhecimento do seu apelo, o dever de: 1) indicar,
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho servirá para cada tema trazido ao reexame, o trecho da decisão recorrida
como paradigma para viabilizar o conhecimento do recurso de que consubstancia o prequestionamento da controvérsia; 2)
revista, por divergência". apresentar tese explícita e fundamentada de violação legal, de
Ademais, a decisão desta Corte regional está em sintonia com a contrariedade à Súmula de jurisprudência da C. Corte Revisora e à
Súmula nº 331, I, do C. TST, fato que igualmente inviabiliza o Súmula vinculante do E. STF ou de dissenso pretoriano que
processamento do recurso de revista (Súmula nº 333 desse mesmo entenda existir; e 3) impugnar todos os fundamentos jurídicos da
Órgão Superior). decisão recorrida.
Relativamente ao tema "norma coletiva aplicável", não vislumbro a "EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. DECISÃO
violação literal do dispositivo legal mencionado, qual seja, o artigo EMBARGADA PUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.
611 da CLT. Verifico, na realidade, a correta aplicação do texto legal RECURSO DE REVISTA QUE NÃO APRESENTA A
decorrente da análise do conjunto probatório contido nos autos, na TRANSCRIÇÃO DO TRECHO DO ACÓRDÃO REGIONAL QUE
qual se constatou a existência de vínculo entre a recorrente e o IDENTIFICA O PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA OBJETO
autor. Assim, consiste o insurgimento da recorrente, quando muito, DO APELO. REQUISITO LEGAL INSCRITO NO ARTIGO 896, § 1º-
em interpretação dos fatos diversa daquela conferida pelo Regional. A, I, DA CLT. REDAÇÃO CONFERIDA PELA LEI 13.015/2014. 1 - A
Além disso, as alegações lançadas pela parte nas razões recursais, e. 7ª Turma não conheceu do recurso de revista patronal, que
em sentido contrário, somente são aferíveis por meio de reexame versava sobre os temas horas extras, intervalo intrajornada, hora in
fático, o que não é possível por meio desta nesta via recursal itinere e multa por embargos de declaração protelatórios,
(Súmula nº. 126 do TST). Por consequência, fica inviabilizado o ressaltando o não preenchimento do requisito inscrito no artigo 896,
exame pertinente à divergência jurisprudencial específica (Súmula § 1º-A, I, da CLT, uma vez que interpôs recurso de revista sem
nº 296 desse mesmo órgão superior). transcrever o trecho da decisão recorrida que consubstancia o
DIFERENÇAS DE TÍQUETE REFEIÇÃO/ALIMENTAÇÃO ABONO prequestionamento da controvérsia (fl. 601); 2 - Efetivamente, não
EXTRA DE FÉRIAS PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS DIFERENÇAS se sustenta a tese recursal de que, ainda que não transcritos
SALARIAIS HORAS EXTRAS INTERVALO INTRAJORNADA literalmente, foram devidamente indicados e prequestionados no
RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIO E FISCAL recurso de revista todos trechos da decisão recorrida objeto da
Alegações: - contrariedade à Súmula nº 6 do Tribunal Superior do controvérsia, os quais mereciam o devido enfrentamento na forma
Trabalho; - violação aos artigos 71, §4º, e 461 da Consolidação das do art. 896, § 1º-A, I, da CLT (fl. 617); 3 - Embora o dispositivo em
Leis do Trabalho; e à Lei n.º 8.541/92; e - divergência comento utilize o verbo indicar, referindo-se ao requisito formal ali
jurisprudencial. inscrito, esta Corte Superior tem exigido a transcrição do trecho da
A parte recorrente contrapõe-se aos pedidos formulados na inicial decisão regional que consubstancia o prequestionamento da
referentes aos seguintes títulos: tíquete alimentação, diferenças controvérsia objeto do apelo, firme no entendimento de que a
salariais, horas extras, indenização pela falta de distribuição nos alteração legislativa empreendida pela Lei 13.015/2014, nesse
lucros e abono extra de férias. Quanto ao pagamento de aspecto, constitui pressuposto de adequação formal de
participação nos lucros, argumenta que se trata de pedido admissibilidade do recurso de revista e se orienta no sentido de
juridicamente impossível, eis que o valor correspondente foi propiciar a identificação precisa da contrariedade a dispositivo de
repassado segundo as regras próprias, consoante convencionado Lei e a Súmula e do dissenso de teses, afastando-se os recursos de
com o sindicato obreiro. Argúi a inépcia da pretensão de diferenças revista que impugnam de forma genérica a decisão regional e
salariais, ante a ausência de indicação de paradigmas pelo obreiro. conduzem sua admissibilidade para um exercício exclusivamente
Complementa que não possui quadro de carreira homologado pelo subjetivo pelo julgador de verificação e adequação formal do apelo.
Ministério do Trabalho. No tocante às horas suplementares, pontua Assim, a necessidade da transcrição do trecho que consubstancia a
que o autor não logrou demonstrar a existência do labor violação e as contrariedades indicadas, e da demonstração analítica
extraordinário. Assegura que efetuava o pagamento ou a da divergência jurisprudencial, visa a permitir a identificação precisa
compensação das horas suplementares eventualmente praticadas. e objetiva da tese supostamente ofensiva a lei, à segurança das
Sustenta que a ausência de gozo de intervalo intrajornada acarreta relações jurídicas e à isonomia das decisões judiciais, de modo que
meramente em aplicação de multa. Refuta os demais títulos acima contribua para a celeridade da prestação jurisdicional, possibilite a
especificados com fundamento na impossibilidade de aplicação dos formação de precedentes como elementos de estabilidade e a
direitos albergados nas normas coletivas da Celpe ao contrato de decisão do TST contribua para a formação da jurisprudência
trabalho do demandante. Rebela-se, ainda, contra a ordem de nacionalmente unificada. Precedentes. 4 - Recurso de embargos
recolhimento dos encargos previdenciários e fiscais. Aduz a conhecido e desprovido." (Processo Nº E-ED- RR-0000552-
incompetência desta Justiça para apreciar a questão. Colaciona 07.2013.5.06.0231; Relator Min. Alexandre de Souza Agra
precedentes jurisprudenciais. Ao final, pede provimento. Belmonte; Subseção I Especializada em Dissídios Individuais; DEJT
Quanto às alegações recursais fundamentadas na inaplicabilidade de 16/06/2016).
das normas coletivas, por motivos de economia e celeridade "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.
processual, remeto à análise do tema já realizada na apreciação ADMISSIBILIDADE. LEI 13.015/2014. PREQUESTIONAMENTO.
dos tópicos delineados acima. TRANSCRIÇÃO DO TRECHO DO ACÓRDÃO. ART. 896, § 1º-A, I,
Relativamente às argumentações residuais, não obstante o DA CLT. 1. A Lei nº 13.015/2014 exacerbou os pressupostos
inconformismo apresentado, o apelo não ultrapassa o crivo da intrínsecos de admissibilidade do recurso de revista, como se extrai
cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS COMPREENDIDOS. NA
949 do CPC." (ARE 791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, ATIVIDAQE-FIM (ATENDENTES COMERCIAIS). ILEGALIDADE
DJe 06/03/2019). Trata-se de Ação Civil Pública ajuizada pelo Sindicato-autor
(SINERGIA), na defesa dos direitos dos trabalhadores de sua
Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja categoria, em face da ESCELSA, concessionária de serviço público
repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo de distribuição de energia elétrica, na qual pretende a adequação
Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos desta empresa aos ditames do regramento laboral referente à
ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a contratação de mão-de-obra sem intermediação fraudulenta.
fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015, Na peça de ingresso, o Sindicato-autor noticiou que a ré mantém
sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação empregados irregularmente contratados por intermédio de
da decisão então proferida por aquele colegiado. empresas prestadoras de serviços, exercendo funções que se
inserem em sua atividade-fim, idênticas às dos demais empregados
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências contratados diretamente, com presença dos pressupostos da
cabíveis. relação de emprego.
Publique-se. Em específico, denunciou a ilegalidade da substituição dos
Brasília, 04 de março de 2020. trabalhadores que exercem a função de atendentes comerciais, com
a imediata recontratação destes mesmos obreiros por meio de
empresas terceiras. Alegou que a requerida possui apenas 34 (trinta
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) e quatro) atendentes comerciais em seu quadro funcional, sendo
VIEIRA DE MELLO FILHO que existem mais de 100 (cem) empregados laborando nesta
Ministro Vice-Presidente do TST mesma função em prol da ré, como terceirizados, o que demonstra
que a conduta da requerida visa unicamente à substituição de mão-
Processo Nº ED-RR-0017600-34.2011.5.17.0007 de-obra própria para o atendimento de demanda permanente.
Complemento Processo Eletrônico A fim de demonstrar que os trabalhadores contratados por
Relator Min. Dora Maria da Costa empresas, interpostas sofrem a precarização de suas condições de
Embargante ESPÍRITO SANTO CENTRAIS trabalho, aduziu que os empregados da ré, o. quais exercem a
ELÉTRICAS S.A. - ESCELSA
função de atendentes comerciais, percebem, dentre outras verbas
Advogado Dr. Sandro Vieira de Moraes(OAB:
6725-A/ES) trabalhistas, salário mensal equivalente a R$ 1.700;00 (mil e
Advogado Dr. Lycurgo Leite Neto(OAB: 1530/DF) setecentos reais), plano de saúde familiar, seguro de vida,
Embargado SINDICATO DOS TRABALHADORES participação nos lucros e tíquete alimentação no valor de R$ 620,00
NA INDÚSTRIA ENERGÉTICA E (seiscentos e vinte reais), ao passo que os empregados
EMPRESAS PRESTADORAS DE
SERVIÇOS NO SETOR ELÉTRICO E terceirizados que se ativam na mesma função recebem-
SIMILARES DO ESTADO DO remuneração média aproximada de R$ 700,00 (setecentos reais),
ESPÍRITO SANTO - SINERGIA
sem quaisquer outros benefícios adicionais.
Advogado Dr. Roni Furtado Borgo(OAB: 7828/ES)
Em defesa, a ré sustentou que a terceirização, além de não
Embargado MINISTÉRIO PÚBLICO DO
TRABALHO DA 17ª REGIÃO apresentar qualquer relação com a sua atividade-fim, está de
Procurador Dr. José Pedro dos Reis acordo com as normas específicas que regulamentam o setor de
energia elétrica, razão pela qual pugnou para que fossem julgados
Intimado(s)/Citado(s): improcedentes os pedidos articulados na inicial.
Por intermédio do r. decisum de fls. 435/437, o MM. Juízo de
- ESPÍRITO SANTO CENTRAIS ELÉTRICAS S.A. - ESCELSA
Origem reputou licita a terceirização de mão-de-obra levada a efeito
- MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DA 17ª REGIÃO
pela ré. Via de consequência, julgou improcedentes os pedidos
- SINDICATO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA
ENERGÉTICA E EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS articulados na inicial.
NO SETOR ELÉTRICO E SIMILARES DO ESTADO DO Inconformado, o Sindicato-autor pugna pela reforma do julgado.
ESPÍRITO SANTO - SINERGIA
Examina-se.
Compulsando os autos, em especial os documentos de fls.
Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão proferido pelo
1.20/122, verifica-se que a ré é uma empesa concessionária de
Tribunal Superior do Trabalho.
energia elétrica, apresentando como objeto: "a) a exploração de
A parte recorrente suscita repercussão geral da matéria e aponta
serviços públicos ·de energia elétrica podendo estudar, planejar,
violação dos dispositivos da Constituição da República que
projetar, desenvolver, construir e explorar às respectivos sistemas,
especifica nas razões recursais.
bem como prestar serviços correlatos que lhe tenham sido ou
É o relatório.
venham a ser delegados, e praticar os demais atos necessários à
Decido.
consecução dos objetivos; b) gerir ativos de· distribuição de energia,
em suas diversas formas e modalidades, bem como estudar,
Consta do acórdão recorrido:
planejar, desenvolver e implantar projetos de distribuição· de
energia; 'c) prestar quaisquer serviços, de natureza pública ou
6. TERCEIRIZAÇÃO. CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA
privada, correlatos à gestão de ativos e de distribuição de energia,
ELÉTRICA. ATIVIDADE FIM. ATENDENTE COMERCIAL.
em suas diversas formas e modalidades; e d) contribuir para a
Assim concluiu a Corte de origem (fls. 627/636 e 639/641 - seq. 1):
preservação do meio ambiente no ânimo de suas atividades, bem
"2.4. MÉRITO DO RECURSO ORDINÁRIO DO SINDICATO
como participar em programas sociais de interesse comunitário."
AUTOR 2.4.1. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONCESSIONÁRIA. DE
O art. 25, § 1°, da Lei n.º 8.987/95 dispõe que a concessionária de
SERVIÇO PÚBLICO DE ENERGIA ELÉTRICA (ESCELSA).
serviço público pode contratar com terceiros o desenvolvimento de
atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço poderia, assim, dizer que a norma administrativista, preocupada
concedido, bem como a implementação de projetos associados. com princípios e valores do Direito Administrativo, viesse derrogar o
Senão, vejamos: eixo fundamental da legislação trabalhista, que é o conceito de
"Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço empregado e empregador, jungido que está ao conceito de contrato
concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados de trabalho, previsto na CLT. O enunciado da Súmula nº 331 do
ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a Tribunal Superior do Trabalho guarda perfeita harmonia com
fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa princípios e normas constitucionais e trabalhistas e trouxe um marco
responsabilidade. teórico e jurisprudencial para o fenômeno da terceirização nas
§ 1° Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este artigo, a relações de trabalho no Brasil, importante para o desenvolvimento
concessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento social e econômico do País, já que compatibilizou os princípios da
de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço valorização do trabalho humano e da livre concorrência e equilibrou
concedido, bem como a implementação de projetos associados" a relação entre o capital e o trabalho. Recurso de embargos
conhecido e parcialmente provido. (Processo: ED-E-RR - 586341-
A exegese literal da norma acima reproduzida poderia conduzir o 05.1999.5.18.5555, Data de Julgamento: 28/05/2009, Relator
intérprete à conclusão de que o legislador autorizara a Ministro: Luiz Phillippe Vieira de Mello Filho, Subseção I
concessionária a transferir a terceiros á execução integral do Especializada em Dissídios Individuais), Data de Divulgação: DEJT
serviço. 16/10/2009)
Não se pode olvidar, entretanto, que a interpretação da lei ou dos Feitas essas considerações, resta verificar se a função de
atos jurídicos está sempre vinculada à principiologia que informa "atendente comercial" se enquadra na atividade-fim ou na atividade-
cada uma de suas modalidades. O intérprete e aplicador da norma, meio da ré.
ao compor o conflito, deverá aplicá-la atendendo, Os documentos de fls. 171/305, intitulados "CONTRATAÇÃO DOS
fundamentalmente, ao seu espírito e à sua finalidade, valendo-se do SERVIÇOS DE ATENDIMENTO COMERCIAL PRESENCIAL",
método teleológico que procura revelar o fim da norma, o valor ou demonstram que os serviços de atendimento comercial se dividem
bem jurídico protegido pelo ordenamento. em três modalidades, a saber:
Dessa forma, entende-se que a interpretação sistemática e Serviços: consiste no atendimento comercial de solicitações de
teleológica do art. 25, § 1º, da Lei n.º 8.987/95, conduz à conclusão serviços efetivados pelos clientes da ré, visando à solução e
de que a possibilidade de a concessionária contratar com terceiros encaminhamento, por intermédio de sistemas informativos,
diz respeito aos aspectos relativos à execução de serviços que se conforme normas e procedimentos vigentes. Uma tabela anexa ao
revestem de cunho acessório ou complementar. Com efeito, contrato enumera os tipos de serviço que podem ser solicitados
compreender o termo "inerente" constante da referida lei como pelos clientes, a saber: a) Aumento de carga (com substituição do
análogo à atividade-fim, aceitando a transferência do medidor/sem substituição do medidor); b) Desligamento (a pedido
desenvolvimento de serviços essenciais a terceiros, significaria um da empresa/a pedido do consumidor); c) Gerência de débitos
desajuste em face dos clássicos objetivos tutelares e redistributivos (cancelar conta, baixar provisoriamente débitos pendentes,
que sempre caracterizaram o Direito do Trabalho ao longo de sua consultar débitos agrupados, consultar débitos cancelados e/ou
história. parcelados, consultar débitos pagos, consultar detalhes débitos,
Noutras palavras, a interpretação teleológica do disposto no art. 25, consultar pagamento indevidos, consultar refaturamento e/ou
§ 1º, da Lei nº 8.987/95 - para efeito de incidência da norma nas prorrogação do vencimento, emitir segunda via débitos, cancelar
relações de trabalho e sob os influxos dos princípios constitucionais baixa provisória); d) Informação Comercial (autoleitura de medidor,
da valorização do trabalho e da dignidade humana - conduz à informação tarifa sócia, pagamentos em duplicidade, situação
conclusão de que a contratação de terceiros por empresa processo ressarcimento de danos, situação de IUC, situação de
concessionária de energia elétrica não pode atingir o objeto central obra); e) Inspeção (inspeção da unidade consumidora a pedido da
do serviço público concedido. Somente pode ser contratada parcela empresa e/ou do consumidor); f) Ligação (ligação nova, ligação
acessória ou não essencial ao contrato, ou seja, as atividades-meio. nova padrão financiado); g) Ligação provisória (ligação provisória);
Oportuno registrar que, nesse sentido, manifestou-se a c. Subseção h) Mudança de local com redução de carga); i) Orientação ao
Especializada em Dissídio Individual da Corte Superior Trabalhista. cliente; j) Pesquisa cadastral; l) Pesquisa faturamento; m)
Senão, vejamos: reclamação comercial; n) Redução de carga; o) Registro do setor; p)
"ENERGIA ELÉTRICA - EXCEGESE DO ART. 25 DA LEI Nº Religação; q) Relocação de ramal; r) Retirada de ramal; s) Retirada
8.987/95 - INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº 331 DO TRIBUNAL de equipamento de medição; t) Solicitação comercial; u) Solicitação
SUPERIOR DO TRABALHO - VIOLAÇÃO DO ART. 896 DA CLT. A de obras; v) Substituição de medidor; w) Alteração cadastral.
Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, que dispõe sobre o regime Informações: Consiste na prestação de informações comerciais aos
de concessão e permissão de prestação de serviços públicos, clientes da ré, independente da necessidade de qualquer ação nos
ostenta natureza administrativa e, como tal, ao tratar, em seu art. sistemas informatizados. Uma tabela anexa ao contrato enumera
25, da contratação com terceiros de atividades inerentes, quais são os tipos de informações que são prestadas aos clientes
acessórias ou complementares ao serviço concedido, não autorizou da ré: cálculo de conta, carta de débito automático, consulta de
a terceirização da atividade-fim das empresas do setor elétrico. Isso ordens de venda, consulta de ordens de serviço, consulta de ligação
porque, esse diploma administrativo não aborda matéria trabalhista, nova, ANEEL/CSPE, delimitador de atendimento, devolução de
nem seus princípios, conceitos e institutos, cujo plano de eficácia é valores, endereços e telefones da contratante, escala de
outro. A legislação trabalhista protege, substancialmente, um valor: faturamento, fraude, histórico de conta, consumidores rurais,
o trabalho humano, prestado em benefício de outrem, de forma não habilitação multifamiliar, pedido de indenização, programa de
eventual, oneroso e sob subordinação jurídica, apartes à já atendimento a favelas, programa baixa renda, remoção de
insuficiente conceituação individualista. E o protege sob o influxo de postes/linhas, taxas de serviços, alteração cadastral, postos de
outro princípio maior, o da dignidade da pessoa humana. Não se pagamento alternativos, prazos para execução de serviços, saldo
interposta Contafacil Serviços Expressos Ltda, e a ré, bem assim a provimento ao apelo para, reformando a decisão de origem,
pagar diferenças salariais, a serem apuradas a partir da diferença reconhecer o vínculo empregatício entre os empregados
entre o salário-base pago aos empregados dos quadros funcionais terceirizados que exercem a função de atendente comercial, por
da ré que exercem a função de atendente comercial (ou intermédio da empresa interposta Contafacil Serviços Expressos
denominação equivalente) e o salário-base dos empregados Ltda, e a ré, bem assim para condenar esta a pagar diferenças
terceirizados que exercem esta mesma função (atendente salariais, a serem apuradas a partir da diferença entre o salário-
comercial), com reflexos sobre férias + 1/3, décimo terceiro, FGTS, base pago aos empregados dos quadros funcionais da ré que
aviso prévio e 40% do FGTS, as duas últimas rubricas em relação exercem a função de atendente comercial (ou denominação
aos empregados dispensados imotivadamente. equivalente) e o salário-base dos empregados terceirizados que
[...] exercem esta mesma função (atendente comercial), com reflexos
2.5. RECURSO ORDINÁRIO DO D. MINISTÉRIO PÚBLICO DO sobre férias + 1/3, décimo terceiro, FGTS, aviso prévio e 40% do
TRABALHO (CUSTOS LEGIS) FGTS, as duas últimas rubricas em relação aos empregados
2.5.1. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO dispensados imotivadamente, observada a prescrição total
PÚBLICO DE ENERGIA ELÉTRICA (ESCELSA). TERCEIRIZAÇÃO (contratos findos antes de 15/02/2009) e a parcial (parcelas
DE SERVIÇOS COMPREENDIDOS NA ATIVIDADE-FIM. anteriores a 15/02/2006) reconhecidas pela origem." (negritou-se)
ILEGALIDADE Instado por intermédio de embargos de declaração, concluiu o
Trata-se de Ação Civil Pública ajuizada pelo Sindicato-autor Regional (fls. 675/676 - seq. 1):
(SINERGIA), na defesa dos direitos dos trabalhadores de sua "[...] Ilegalidade na terceirização dos serviços. Atividade-fim.
categoria, em face da ESCELSA, concessionária de serviço público Reconhecimento do vínculo empregatício diretamente com a
de distribuição de energia elétrica, na qual pretende a adequação tomadora de serviços: Restou expressamente consignado no v.
desta empresa aos ditames do regramento laboral referente à acórdão que a interpretação sistemática e teleológica do art. 25, §
contratação de mão-de-obra sem intermediação fraudulenta. 1º, da Lei n.º 8.987/95 - para efeito de incidência da norma nas
Na peça de ingresso, o Sindicato-autor noticiou que a ré mantém relações de trabalho e sob os influxos dos princípios constitucionais
empregados irregularmente contratados por intermédio de da valorização do trabalho e da dignidade humana, conduz à
empresas prestadoras de serviços, exercendo funções que se conclusão de que a contratação de terceiros por empresa
inserem em sua atividade-fim, idênticas às dos demais empregados concessionária de energia elétrica não pode atingir o objeto central
contratados diretamente, com presença dos pressupostos da do serviço público concedido. E que em razão de as atividades
relação de emprego. exercidas pelos substituídos serem essenciais ao empreendimento
Em específico, denunciou a ilegalidade da substituição dos da ré, esta não poderia terceirizar as atividades exercidas pelos
trabalhadores que exercem a função de "atendentes comerciais", atendentes comerciais.
com a imediata recontratação destes mesmos obreiros por meio de Logo, constata-se que a d. Turma Julgadora não reconheceu a
empresas terceiras. Alegou que a requerida possui apenas 34 (trinta inconstitucionalidade do art. 25, § 1º, da Lei n.º 8.987/95, e sim o
e quatro) atendentes comerciais em seu quadro funcional, sendo interpretou à luz dos princípios constitucionais da valorização social
que existem mais de 100 (cem) empregados laborando nesta do trabalho e da dignidade da pessoa humana.
mesma função em prol da ré, como terceirizados, o que demonstra Oportuno esclarecer que: i) o objeto da embargante encontra-se
que a conduta da requerida visa unicamente à substituição de mão- descrito no v. acórdão, à fl. 552v; ii) Os documentos juntados aos
de-obra própria para o atendimento de demanda permanente. autos, às fls. 191/305, demonstram que a ré e a empresa Contafacil
A fim de demonstrar que os trabalhadores contratados por Serviços Expressos Ltda firmaram contrato de prestação de
empresas interpostas sofrem a precarização de suas condições de serviços de atendimento comercial, conforme explicitado às fls.
trabalho, aduziu que os empregados da ré, os quais exercem a 553v/555v, e não de cobrança de débitos inativos; iii)
função de atendentes comerciais, percebem, dentre outras verbas Diferentemente do alegado pela embargante, ad. Turma Julgadora
trabalhistas, salário mensal equivalente a R$ 1.700,00 (mil e não "entendeu que a ré tem 34 funcionários na função de atendente
setecentos reais), plano de saúde familiar, seguro de vida, comercial e a terceirizada possui um número superior a 100". Com
participação nos lucros e tíquete alimentação no valor de R$ 620,00 efeito, as referidas informações constaram na parte do v. acórdão
(seiscentos e vinte reais), ao passo que os empregados que descreveu os fundamentos fáticos alegados na inicial pelo
terceirizados que se ativam na mesma função recebem Sindicato-autor (fl. 552).
remuneração média aproximada de R$ 700,00 (setecentos reais), Quanto ao reconhecimento do vínculo empregatício diretamente
sem quaisquer outros benefícios adicionais. com a tomadora de serviços, restou expressamente consignado no
Em defesa, a ré sustentou que a terceirização, além de não v. acórdão que os documentos de fls. 306/325 demonstram que os
apresentar qualquer relação com a sua atividade-fim, está de empregados substituídos mantêm liame empregatício com a
acordo com as normas específicas que regulamentam o setor de prestadora de serviços Contafacil Serviços Expressos Ltda. E que,
energia elétrica, razão pela qual pugnou para que fossem julgados em decorrência de ter sido reputada ilícita a terceirização, deveria
improcedentes os pedidos articulados na inicial. ser reconhecido o vínculo diretamente com a tomadora de serviços,
Por intermédio do r. decisum de fls. 435/437, o MM. Juízo de na forma como previsto no item I, da Súmula n.º 331, doeg. TST.
Origem reputou lícita a terceirização de mão-de-obra levada a efeito Oportuno esclarecer que, a partir da análise dos contratos de
pela ré. Via de consequência, julgou improcedentes os pedidos prestação de serviços de atendimento comercial colacionados aos
articulados na inicial. autos, infere-se que as obrigações pactuadas entre a ré e a
Inconformado, o d. Ministério Público do Trabalho, na qualidade de Contafacil Serviços Expressos Ltda ultrapassavam a esfera das
fiscal da lei, pugna pela reforma do julgado. relações entre empresa tomadora e prestadora de serviços,
À análise. havendo expresso e incontroverso controle da ESCELSA sobre a
Pelos mesmos fundamentos constantes dos tópicos 2.4.1, 2.4.2 e gestão de pessoal que lhe presta serviços terceirizados como
2.4.3, os quais passam a fazer parte deste tópico, dá-se parcial atendentes comerciais, o que demonstra traços de subordinação
jurídica. Com efeito, os documentos colacionados aos autos FGTS, as duas últimas rubricas em relação aos empregados
demonstram que a ré (fl. 255): i) aferia a capacidade profissional dispensados imotivadamente" (fls. 635/636 - seq. 1).
dos substituídos, podendo, inclusive, determinar o afastamento do Como se não bastasse, afirmou o Tribunal a quo, também (fl. 676 -
empregado que não atendesse às condições de serviço; ii) seq. 1), que havia "expresso e incontroverso controle da ESCELSA
fiscalizava os serviços prestados pelos substituídos; iii) estabelecia sobre a gestão de pessoal que lhe presta serviços terceirizados
o modelo de uniforme e de crachá a ser utilizado pelos substituídos. como atendentes comerciais, o que demonstra traços de
E mais, a ré, em contestação, admitiu ter se beneficiado da subordinação jurídica", e que os documentos juntados aos autos
prestação de serviços dos atendentes comerciais terceirizados, comprovaram que a recorrente "i) aferia a capacidade profissional
tendo, inclusive, apresentado lista com o nome destes (fls. dos substituídos, podendo, inclusive, determinar o afastamento do
306/325). Logo, caberia à recorrente o ônus da prova quanto à empregado que não atendesse às condições de serviço; ii)
inexistência dos requisitos necessários ao reconhecimento do fiscalizava os serviços prestados pelos substituídos; iii) estabelecia
vínculo empregatício ( CPC, art. 333, II), encargo do qual não se o modelo de uniforme e de crachá a ser utilizado pelos
desincumbiu." (negritou-se) substituídos".
Alega a recorrente (fls. 712/733 - seq. 1) que presta serviço de Dessa forma, ficou constatada a existência de terceirização ilícita,
distribuição de energia elétrica e que os substituídos trabalhavam pois, além de as atividades executadas não se dissociarem da
no atendimento comercial ao consumidor, o que já seria suficiente prestação dos serviços da recorrente, sendo o trabalho executado
para demonstrar que a atividade terceirizada tem caráter essencial e estratégico para o alcance dos objetivos empresariais,
secundário. Acrescenta que o fato de o Tribunal de origem ter os empregados da prestadora executavam as mesmas atividades
afastado a incidência da Lei nº 8.987/95 equivale à sua declaração dos empregados da tomadora, estando configurada, sobretudo, a
de inconstitucionalidade, o que fere a Súmula Vinculante nº 10 do existência de subordinação direta do empregado da prestadora à
STF. Aduz que não há prova da subordinação direta à recorrente, Escelsa.
nem da pessoalidade. Nesse contexto, escorreita a decisão regional que manteve o
Fundamenta o recurso na violação dos artigos 3º e 818 da CLT; reconhecimento de vínculo de emprego diretamente com a Escelsa,
333, I, do CPC; 25, § 1º, e 26 da Lei nº 8.987/95; 72 da Lei nº estando o decisum em harmonia com o item I da Súmula 331 do
8.666/93; e 2º e 5º, II, da CF e na contrariedade à Súmula nº 331 do TST, in verbis:
TST e à Súmula Vinculante nº 10 do STF. Traz arestos a confronto "CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE
(fls. 721/727 e 731/733 - seq. 1). (nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) -
Ao exame. Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
Cinge-se a controvérsia em torno da licitude da terceirização de I - A contração de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,
atividade fim das empresas concessionárias de serviços públicos de formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços,
energia elétrica, por força do art. 25 da Lei nº 8.987/95. salvo no caso de trabalho temporário."
O art. 25 da Lei nº 8.987/95 dispõe o seguinte: Ademais, nesse sentido já decidiu esta Corte Superior em casos
"Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço análogos:
concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.
ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. RECONHECIMENTO DO VÍNCULO
fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa EMPREGATÍCIO DIRETAMENTE COM A EMPRESA TOMADORA
responsabilidade. DE SERVIÇOS. Da decisão recorrida, constata-se que o Tribunal
§ 1º Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este artigo, a Regional, a partir de detido exame do conjunto probatório,
concessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento considerou a terceirização ilícita, mantendo o reconhecimento do
de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço vínculo empregatício diretamente com a tomadora de serviços, por
concedido, bem como a implementação de projetos associados." ter aferido que -as atividades exercidas pelo autor não podem ser
O Regional, ao analisar os elementos de prova dos autos, concluiu vistas como periféricas ou acessórias, mas, pelo contrário,
que os substituídos exerciam função diretamente ligada à atividade necessárias aos serviços de telecomunicação, compreendendo,
fim da reclamada, uma vez que eram o elo entre o consumidor e a portanto, a dinâmica empresarial da empresa tomadora- (fl. 370).
recorrente e suas atividades compreendiam, entre outras, o Inafastável, nesse contexto, a aplicação da Súmula nº 331, em seu
atendimento comercial de solicitações para serviços de: aumento de item I, do TST. Óbice da Súmula 126 do TST. Precedentes. [...]"
carga (com ou sem substituição do medidor de energia elétrica); (AIRR - 1758-11.2010.5.03.0016 Data de Julgamento: 14/05/2014,
desligamento do fornecimento da energia elétrica; leitura do Relator Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, Data de
medidor; inspeção da unidade consumidora; ligação do sistema Publicação: DEJT 23/05/2014)
elétrico; redução de carga; obras; e substituição de medidor, além "AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMADA ITRON
de informação de prazos para a execução de serviços. SISTEMAS E TECNOLOGIA LTDA. CONCESSIONÁRIA DE
Concluiu ainda a Corte de origem que os empregados da Contafácil SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
Serviços Expressos Ltda. executavam as mesmas atividades dos ELÉTRICA. EMPRESA PRIVADA. ATIVIDADE-FIM -
empregados da Escelsa: "E em razão de receberem salários TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. VÍNCULO EMPREGATÍCIO. DECISÃO
menores dos que os auferidos pelos empregados diretamente DENEGATÓRIA. MANUTENÇÃO. Segundo a Súmula 331, I/TST, a
contratados pela requerida, fazem jus os substituídos ao pagamento contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,
de diferenças salariais, a serem apuradas a partir da diferença entre formando-se o vínculo com o tomador dos serviços, salvo nos casos
o salário-base pago aos empregados dos quadros funcionais da ré elencados nos incisos I (trabalho temporário) e III (conservação e
que exercem a função de atendente comercial (ou denominação limpeza, vigilância, atividades-meio do tomador) da referida súmula
equivalente) e o salário-base dos empregados terceirizados que (desde que não havendo pessoalidade e subordinação direta nos
exercem esta mesma função (atendente comercial), com reflexos casos do inciso III, acrescente-se). Nesse quadro, a terceirização de
sobre férias + 1/3, décimo terceiro, FGTS, aviso prévio e 40% do atividade-fim - exceto quanto ao trabalho temporário - é vedada pela
ordem jurídica, conforme interpretação assentada pela SERVIÇOS (CALL CENTER). DECISÃO RECORRIDA NA QUAL
jurisprudência (Súmula 331, III), independentemente do segmento FORAM RECONHECIDOS O EXERCÍCIO DE FUNÇÃO INERENTE
econômico empresarial e da área de especialidade profissional do À ATIVIDADE-FIM DA TOMADORA DE SERVIÇOS (EMPRESA DE
obreiro. Locação de mão de obra em atividade-fim é medida ENERGIA ELÉTRICA), A RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
excepcional e transitória, somente possível nos restritos casos de DESTA E O DIREITO DA RECLAMANTE À ISONOMIA SALARIAL.
trabalho temporário, sob pena de leitura interpretativa em O TRT consignou que a função exercida pela reclamante, como
desconformidade com preceitos e regras constitucionais decisivas, atendente de call center, dizia respeito à própria atividade-fim da
como a dignidade da pessoa humana, da valorização do trabalho e CEMIG. Nesse particular, aplica-se a Súmula nº 126 do TST. A
do emprego, além da subordinação da propriedade à sua função responsabilidade da reclamada seria solidária, o que somente não
socioambiental. Configurada a irregularidade do contrato de pode ser reconhecido porque a recorrente é a demandada, sendo
fornecimento de mão de obra, determina a ordem jurídica que se vedada a reforma para pior. Não se pode concluir que o art. 94, II,
considere desfeito o vínculo laboral com o empregador aparente da Lei nº 9.472/97, ao tratar da contratação para desenvolvimento
(entidade terceirizante), formando-se o vínculo justrabalhista do de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço,
obreiro diretamente com o tomador de serviços (empregador oculto bem como da implementação de projetos associados, esteja
ou dissimulado). Enfatize-se que o TST realizou na primeira semana autorizando a terceirização e serviços inerentes à atividade-fim, sob
de outubro de 2011 audiência pública sobre o tema, em que se pena de ferir o disposto no art. 170, caput, VIII, da CF/88, pois a
evidenciou o risco social de se franquear a terceirização sem peias, intermediação de serviço em área-fim, sem prévia definição em lei,
quer em face das perdas econômicas para os trabalhadores culminaria na desvalorização do trabalho humano e no
terceirizados, quer em face da exacerbação dos malefícios à saúde comprometimento da busca do pleno emprego. Precedentes.
e segurança no ambiente laborativo, em contraponto às regras e Agravo de instrumento a que se nega provimento." (AIRR - 1157-
princípios insculpidos na ordem jurídica legal e constitucional. 25.2013.5.03.0137 Data de Julgamento: 30/04/2014, Relatora
Assim, não há como assegurar o processamento do recurso de Ministra: Kátia Magalhães Arruda, 6ª Turma, Data de Publicação:
revista quando o agravo de instrumento interposto não desconstitui DEJT 09/05/2014).
os fundamentos da decisão denegatória, que subsiste por seus "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA -
próprios fundamentos Agravo de instrumento desprovido. [...]" EMPRESA DE ENERGIA ELÉTRICA - RECONHECIMENTO DO
(AIRR - 820-94.2012.5.06.0102 Data de Julgamento: 26/02/2014, VÍNCULO DE EMPREGO - TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA - ATIVIDADE
Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, 3ª Turma, Data de FIM. O art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95 dispõe que a concessionária
Publicação: DEJT 07/03/2014) do serviço público poderá contratar com terceiros o
"RECURSO DE REVISTA DA SEGUNDA RECLAMADA (CELPE). desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou
EMPRESA DE ENERGIA ELÉTRICA. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. complementares ao serviço. O dispositivo mencionado não
ATIVIDADE FIM. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO autorizou a intermediação de mão de obra, mas apenas a
EMPREGATÍCIO DIRETAMENTE COM A EMPRESA TOMADORA contratação com terceiros para o desenvolvimento de atividades
DOS SERVIÇOS. Analogicamente ao que ocorre com as empresas inerentes, acessórias ou complementares ao serviço. A contratação
de telecomunicações, a interpretação sistemática da Lei 8.987/1995 permitida é -com terceiros- e não -de terceiros-. No caso, a
com os princípios constitucionais que norteiam o Direito do Trabalho atividade desenvolvida pelo reclamante (topógrafo) se insere na
não autoriza concluir que o legislador ordinário conferiu às atividade fim da tomadora dos serviços e a empresa prestadora não
empresas concessionárias de energia elétrica a possibilidade de foi contratada para executar um serviço autônomo e especializado,
terceirização ampla e irrestrita, inclusive das suas atividades-fim. mas apenas para prover mão de obra ao serviço de implantação de
Dessarte, as referidas empresas encontram-se igualmente sujeitas linhas de energia elétrica. Logo, verifica-se verdadeira terceirização
às diretrizes insertas na Súmula n.º 331, I e III, desta Corte, que ilícita de mão de obra, formando-se vínculo diretamente com o
somente considera lícita a terceirização no caso de trabalho tomador dos serviços. Incide a Súmula nº 331, I, do TST. Agravo de
temporário, serviços de vigilância, conservação e limpeza e outros instrumento desprovido." (AIRR - 199100-24.2009.5.05.0561 Data
especializados, ligados à atividade-meio do tomador, desde que de Julgamento: 11/06/2014, Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de
inexistentes a pessoalidade e a subordinação direta. Desse modo, Mello Filho, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 13/06/2014).
reconhecida a ilicitude da terceirização, correto o reconhecimento "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 1.
também do vínculo empregatício diretamente com a empresa TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA EMPRESA FORNECEDORA DE
tomadora dos serviços, bem assim da responsabilidade solidária ENERGIA ELÉTRICA. VÍNCULO DIRETO COM O TOMADOR DE
das empresas reclamadas pelo cumprimento das obrigações SERVIÇOS. DECISÃO EM CONSONÂNCIA COM A SÚMULA 331,
trabalhistas, ante os termos do art. 942 do Código Civil. Recurso de I, DO C. TST. PRECEDENTES DESTA C. CORTE. VIOLAÇÃO
Revista de que não se conhece." (RR - 1728-51.2012.5.06.0103 AOS ARTIGOS 5º, II e 170 DA CARTA MAGNA, 25, §1°, DA LEI
Data de Julgamento: 08/10/2014, Relatora Ministra: Maria de Assis 8987/95, 2º, 3º E 818, DA CLT E 333, I DO CPC, NÃO
Calsing, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/10/2014). CONFIGURADA. OBSERVÂNCIA DO ARTIGO 896, § 4º, DA CLT E
"RECURSO DE REVISTA. VÍNCULO DE EMPREGO. DA SÚMULA 333, DO C. TST. A interpretação sistemática da Lei
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. ATIVIDADE-FIM DA EMPRESA 8.987/1995 não permite concluir que tenha sido conferido às
CONTRATANTE. O entendimento da Quinta Turma e o majoritário empresas concessionárias de energia elétrica a possibilidade de
desta Corte é de que é ilícita a terceirização da atividade-fim. terceirização ampla e irrestrita, inclusive de suas atividades-fim.
Recurso de revista de que não se conhece. [...]" (RR - 5800- Precedentes desta C. Corte. E em sendo ilícita a terceirização
50.2007.5.03.0003 Data de Julgamento: 23/11/2011, Relatora efetivada, imperioso o reconhecimento do vínculo de emprego
Ministra: Kátia Magalhães Arruda, 5ª Turma, Data de Publicação: diretamente com a empresa tomadora de serviços, atraindo a
DEJT 03/02/2012) hipótese da súmula 331, I, deste C. Tribunal Superior do Trabalho.
"AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMADA. RECURSO DE Estando, pois, o v. acórdão regional, alinhado com atual, iterativa e
REVISTA. EMPREGADA DE EMPRESA PRESTADORA DE notória jurisprudência desta C. Corte, o trânsito do recurso de
revista não comporta êxito, nos termos do artigo 896, § 4º e da 636 do STF.
súmula 333, do C. TST. Destarte, incólumes os artigos 5º, II e 170 O aresto de fls. 721/727 é oriundo de Turma do TST, órgão não
da Carta Magna, 25, §1°, da Lei 8987/95, 2º, 3º e 818, da CLT e autorizado pelo artigo 896 da CLT.
333, I, do CPC. [...]" (AIRR - 390-62.2010.5.04.0331 Data de Os julgados de fls. 731/733 (seq. 1) encontram óbice da Súmula nº
Julgamento: 03/09/2014, Relatora Ministra: Jane Granzoto Torres 296, I, do TST, pois não abordam a premissa de que a atividade
da Silva, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 05/09/2014) exercida pelo empregado estava diretamente ligada à atividade
Como visto, ao contrário do que pretende fazer crer a recorrente, a finalística do tomador de serviço.
interpretação sistemática da Lei 8.987/1995 não permite concluir Não conheço.
que tenha sido conferida às empresas concessionárias de energia
elétrica a possibilidade de terceirização ampla e irrestrita, inclusive Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal,
de suas atividades fim, quedando-se estéril a aventada violação do ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão
artigo 25, § 1º, do referido diploma legal. Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
Assim, ficou constatada a existência de fraude à legislação sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
trabalhista, por meio de terceirização ilícita de serviços, uma vez recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
que os substituídos desenvolviam atividades ligadas à área fim da cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
Escelsa e estão a ela diretamente subordinados, quadro fático 949 do CPC".
insuscetível de reexame nesta instância recursal, na esteira da Consta da ementa do referido julgado:
Súmula 126 do TST.
Ademais, esta Corte Superior, por meio de sua Subseção I EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO
Especializada em Dissídios Individuais, fixou entendimento de que é ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE
ilícita a intermediação de mão de obra de serviços relacionados à RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA
atividade fim de empresas concessionárias de serviços públicos. E, PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94
em sendo ilícita a terceirização efetivada, é imperioso o DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR
reconhecimento do vínculo de emprego diretamente com a empresa ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST.
tomadora de serviços, atraindo a hipótese da Súmula 331, I, deste IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E
Tribunal Superior do Trabalho: QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE
"EMBARGOS. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. AGENTE DE CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A
COBRANÇA. EMPRESA DE ENERGIA ELÉTRICA. A c. SDI firmou CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324
o entendimento de que o vínculo de empregado que trabalha em E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
atividade-fim, de empresa de concessão pública de serviços, se 1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode
forma diretamente com a concessionária, quando não for possível ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos
distinguir ou desvincular essa atividade da atividade-fim de membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo
prestação dos serviços e, ainda, porque a interpretação sistemática órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada
dos arts. 25 da Lei n.º 8.987/1995 e 94, II, da Lei n.º 9.472/1997 não do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à
autoriza concluir que o legislador ordinário conferiu às empresas previsão do art. 97 da Constituição Federal.
concessionárias a possibilidade de terceirização ampla e irrestrita, 2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia
inclusive quanto às suas atividades fins. (E-ED-RR-2938-13-2010-5- jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade
12-0016, julgado em 8.11.2012.) Ressalva do Relator. Recurso de dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
embargos conhecido e desprovido." (E-ED-RR - 36600- difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no
21.2011.5.21.0003 Data de Julgamento: 08/08/2013, Relator controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10).
Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, Subseção I Especializada em 3. É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação
Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 27/09/2013). do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula
Incólumes os artigos 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95, 72 da Lei nº 331/TST, e declarar ilícita a terceirização e atividade-fim, reconhece
8.666/93 e 3º da CLT. a existência de vínculo trabalhista entre a contratante e o
Não se vislumbra afronta à literalidade dos artigos 818 da CLT e empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de
333, I, do CPC, pois o Regional, embasado na prova, concluiu que constitucionalidade, declarando a parcial nulidade sem redução de
as atividades executadas pelos substituídos estavam intimamente texto do referido dispositivo sem observar a cláusula de reserva de
ligadas ao interesse final da empresa. Verifica-se, assim, que o Plenário. AGRAVO PROVIDO.
Regional analisou a questão à luz da aplicação do ônus objetivo da 4. O PLENÁRIO DA CORTE declarou parcialmente inconstitucional
prova (valoração), e não de seu ônus subjetivo, pelo que não há a SÚMULA 331/TST e proclamou a licitude da terceirização de toda
falar em ofensa aos dispositivos legais supracitados. e qualquer atividade, meio ou fim; para afirmar a inexistência de
O artigo 26 da Lei nº 8.987/95 trata da subconcessão da atividade relação de emprego entre a contratante e o empregado da
explorada pela concessionária, o que não se discute nos presentes contratada. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
autos. Não se configura, portanto, a violação literal do preceito, 5. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para
conforme exigido pelo artigo 896 da CLT. restabelecer a sentença de primeiro grau, com a fixação da seguinte
O Regional não dirimiu a questão sob a ótica do artigo 2º da CF e tese no TEMA 739: "É nula a decisão de órgão fracionário que se
da Súmula Vinculante nº 10 do STF. Incide o óbice da Súmula nº recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
297, I, do TST. cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
A alegação de afronta ao artigo 5º, II, da Constituição Federal não 949 do CPC." (ARE 791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
impulsiona o conhecimento do recurso de revista, porque esse DJe 06/03/2019).
dispositivo trata de princípio genérico cuja violação só se perfaz,
quando muito, de forma reflexa ou indireta. Inteligência da Súmula Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja
repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo Além disso, a decisão proferida pelo ministro Teori Zavascki, do
Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos Supremo Tribunal Federal, publicada no dia 26/9/2014, foi no
ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a sentido de determinar o sobrestamento de todas as causas que
fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015, discutam a validade de terceirização da atividade de call center
sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação pelas concessionárias de telecomunicações (Recurso Extraordinário
da decisão então proferida por aquele colegiado. com Agravo (ARE) 791932).
Ocorre que a presente hipótese trata-se de terceirização da
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências atividade de eletricista, razão pela qual não prospera o pedido de
cabíveis. sobrestamento do feito.
Publique-se. Quanto ao mérito, restou incontroverso na decisão impugnada que
Brasília, 03 de março de 2020. as atividades exercidas pelo reclamante - eletricista-, inseriam-se
nas atividades-fim da tomadora de serviços - fornecimento de
energia elétrica ao usuário -, por representar atividade essencial
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) para o desenvolvimento de seu objeto social.
VIEIRA DE MELLO FILHO Esta Corte vem reiteradamente entendendo que a Lei 8.987/95, que
Ministro Vice-Presidente do TST trata do regime de concessão e permissão de prestação de serviços
públicos, ostenta natureza administrativa e, como tal, ao tratar, em
Processo Nº ED-Ag-RR-0001344-96.2012.5.24.0003 seu art. 25, da contratação com terceiros de atividades inerentes,
Complemento Processo Eletrônico acessórias ou complementares ao serviço concedido, não autorizou
Relator Min. Delaíde Miranda Arantes a terceirização da atividade-fim das empresas do setor elétrico.
Embargante EMPRESA ENERGÉTICA DE MATO Assim, é evidente que houve desvirtuamento na terceirização
GROSSO DO SUL S.A. - ENERSUL
desses serviços, caso típico de aplicação da Súmula 331, I, do TST,
Advogado Dr. Lycurgo Leite Neto(OAB: 1530/DF)
segundo a qual "a contratação de trabalhadores por empresa
Embargado MARCIO FLÁVIO ANDREA PEREIRA
interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o
Advogada Dra. Larissa Morais Cantero
Pereira(OAB: 10867/MS) tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário".
Embargado ENGELMIG ELÉTRICA LTDA. Neste sentido, destacam-se os seguintes precedentes da SBDI-1
Advogado Dr. Luiz Augusto Garcia(OAB: desta Corte:
7794/MS) "AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS EM EMBARGOS DE
Advogado Dr. André Luís Xavier Machado(OAB: DECLARAÇÃO EM RECURSO DE REVISTA. REGÊNCIA DA LEI
7676/MS)
Nº 13.015/2014. EMPRESA CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA
Embargado FLORIPARK EMPREENDIMENTOS E
SERVIÇOS LTDA. ELÉTRICA. LEITURISTA. ATIVIDADE-FIM. TERCEIRIZAÇÃO
Advogado Dr. Humberto Ivan Massa(OAB: ILÍCITA. VÍNCULO DE EMPREGO. O cabimento de recurso de
4463/MS) embargos contra acórdão de Turma se restringe às hipóteses
previstas no art. 894, II, e § 2º, da CLT, não se considerando atual o
Intimado(s)/Citado(s): aresto que retrata tese superada por iterativa e notória
- EMPRESA ENERGÉTICA DE MATO GROSSO DO SUL S.A. - jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, no sentido de que
ENERSUL a previsão do art. 25 da Lei nº 8.987/95 não autoriza a terceirização
- ENGELMIG ELÉTRICA LTDA. de atividade-fim de empresas concessionárias de serviço público.
- FLORIPARK EMPREENDIMENTOS E SERVIÇOS LTDA. Agravo regimental a que se nega provimento." (AgR-E-ED-RR -
- MARCIO FLÁVIO ANDREA PEREIRA 45400-82.2009.5.21.0011 , Relator Ministro: Walmir Oliveira da
Costa, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT
Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão proferido pelo 13/4/2018)
Tribunal Superior do Trabalho. "RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI 11.496/2007.
A parte recorrente suscita repercussão geral da matéria e aponta INTERMEDIAÇÃO DE MÃO DE OBRA. EMPRESA
violação dos dispositivos da Constituição da República que CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO DE ENERGIA ELÉTRICA.
especifica nas razões recursais. EXECUÇÃO DE SERVIÇOS DE ENGENHARIA PARA
É o relatório. SUBSTITUIÇÃO DE CABOS. ATIVIDADE FIM. Trata-se de
Decido. contratação de empregado por empresa interposta para prestação
de serviços em empresa concessionária de energia elétrica
Consta do acórdão recorrido: (COELBA) na execução de serviço de engenharia para substituição
de cabos. Sob o fundamento de existência de terceirização ilícita de
A reclamada requer o sobrestamento do feito até que a matéria atividade fim, a Turma manteve a decisão do Tribunal Regional que
terceirização seja decidida pelo STF. Renova os argumentos do atribuiu à concessionária de energia elétrica a condição de
agravo de instrumento e defende processamento do recurso de empregadora, na forma da Súmula 331, I, do TST. Inviabiliza-se a
revista quanto à questão da licitude de terceirização. pretensão de reforma do julgado para reconhecer válido o contrato
Não há falar em sobrestamento do feito, porquanto, nos moldes do de terceirização com apoio no art. 25 da Lei 8.987/95. A questão da
art. 543-B, § 1º, do CPC/73, vigente à época da interposição do terceirização de serviços evidencia-se de forma incontestável no
recurso, e seu dispositivo correspondente no CPC de 2015 (artigo cenário social da atualidade, gerando inúmeros debates a respeito
1.035, § 5º), mesmo quando reconhecida a repercussão geral de sua conveniência e de seus resultados, sociais e econômicos.
quanto à questão controversa nos autos, somente há a previsão do Em razão disso, o tema foi objeto de intensa reflexão nesta Corte
sobrestamento na fase de recurso extraordinário para a Suprema trabalhista, nos dias 4 e 5 de outubro de 2011, na primeira
Corte. audiência pública de sua história. Sob a perspectiva jurídica, a
discussão acerca da licitude da terceirização da atividade inerente já insuficiente conceituação individualista. E o protege sob o influxo
aos serviços de energia elétrica envolve a interpretação da Lei de outro princípio maior, o da dignidade da pessoa humana. Não se
8.987/95, a qual, em rigor, é omissa quanto à matéria trabalhista, poderia, assim, dizer que a norma administrativista, preocupada
pois importou ao legislador regulamentar os serviços de energia com princípios e valores do Direito Administrativo, viesse derrogar o
elétrica no tocante à relação entre as empresas que os executariam eixo fundamental da legislação trabalhista, que é o conceito de
e dois de seus interlocutores: a agência reguladora e os empregado e empregador, jungido que está ao conceito de contrato
consumidores. Havendo conflito de ordem puramente consumerista de trabalho, previsto na CLT. O enunciado da Súmula nº 331 do
ou econômica, os usuários (ou consumidores) e a Agência estariam Tribunal Superior do Trabalho guarda perfeita harmonia com
protegidos, pois poderiam atribuir responsabilidade à princípios e normas constitucionais e trabalhistas e trouxe um marco
concessionária, sem demandar necessariamente contra a teórico e jurisprudencial para o fenômeno da terceirização nas
prestadora dos serviços; havendo, porém, conflito de ordem laboral, relações de trabalho no Brasil, importante para o desenvolvimento
a lei seria omissa quanto à obrigação de a concessionária honrar social e econômico do País, já que compatibilizou os princípios da
igualmente os haveres trabalhistas e assim se poderia intuir que os valorização do trabalho humano e da livre concorrência e equilibrou
trabalhadores poderiam cobrar seus créditos, de natureza alimentar, a relação entre o capital e o trabalho. Constatado que o autor
somente das empresas interpostas. Em decisão emblemática (E-RR prestava serviços exclusivamente à reclamada, com exercício de
-586.341/1999.4), a SBDI-1 do TST repeliu a adoção da citada lei atividade fim desta, inerente às atividades de auxiliar de eletricista,
para se imunizar a empresa concessionária das obrigações de responsabilidade da empresa concessionária de serviços de
trabalhistas que derivariam, segundo a jurisprudência antes energia elétrica, há de se reconhecer a ilicitude da terceirização e a
consolidada, de seu vínculo direto com os empregados envolvidos existência de vínculo diretamente com a tomadora de serviços.
em sua atividade fim. Poderia a SBDI-1 alcançar igual conclusão se Recurso de embargos conhecido e desprovido." (E-ED-RR-621-
houvesse adotado, por analogia à regra prevista para consumidores 49.2011.5.05.0421, Rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho,
e agência reguladora, a responsabilização direta da empresa SBDI-1, DEJT 15/4/2014)
concessionária. Embora não se pretenda que o Direito do Trabalho Sob essa perspectiva, tendo o reclamante atuado na atividade-fim
engesse ou paralise a atividade econômica, cabe-lhe por certo da tomadora de serviços, a configuração do vínculo empregatício
estabelecer os parâmetros que viabilizam a progressão da direto com a concessionária está em sintonia com a jurisprudência
economia - inclusive na perspectiva da geração de emprego e renda firmada nesta Corte na Súmula 331, I.
- sem aviltamento da dignidade humana. Os sistemas econômico e É imperioso destacar que a decisão agravada não afrontou a
jurídico-trabalhista não se excluem, antes devendo interagir. Se há Súmula Vinculante 10 do STF, pois a Súmula 331 foi editada pelo
um princípio regente do Direito do Trabalho, resultante da Pleno do Tribunal Superior do Trabalho.
ponderação levada a efeito pelos agentes da jurisdição trabalhista, Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo.
a exegese do art. 25 da Lei 8.987/95, a ele deve moldar-se,
interpretando-se a autorização de "contratar com terceiros o Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal,
desenvolvimento de atividades inerentes", sem apego em demasia ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão
ao léxico, que conduziria à imunização do setor de energia elétrica Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
quanto à norma a que estariam sujeitos todos os outros setores de sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
produção. Assim, proscreve-se a terceirização da atividade fim, vale recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
dizer, ao titular da empresa tomadora dos serviços deve ser cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
imputada a qualidade de empregador, para efeitos trabalhistas. São 949 do CPC".
essas as razões pelas quais se constata a ilicitude da terceirização, Consta da ementa do referido julgado:
nos termos da Súmula 331, item I, do TST, atribuindo-se à
concessionária dos serviços de energia elétrica a condição de EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO
empregadora. Entendimento ratificado pela SBDI-1 em sua ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE
composição completa, na sessão realizada em 8/11/2012, ao julgar RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA
o E - ED-RR-2938-13.2010.5.12.0016. Recurso de embargos PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94
conhecido e não provido." (E-ED-RR - 135100-29.2009.5.05.003, DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR
Rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, SBDI-1, DEJT ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST.
20/3/2015) IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E
"RECURSO DE EMBARGOS - REGÊNCIA PELA LEI Nº QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE
11.496/2007 - EMPRESA CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A
ELÉTRICA - ELETRICISTA - TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324
FIM - ILICITUDE - VÍNCULO DE EMPREGO DIRETAMENTE COM E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
A TOMADORA. A Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, que 1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode
dispõe sobre o regime de concessão e permissão de prestação de ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos
serviços públicos, ostenta natureza administrativa e, como tal, ao membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo
tratar, em seu art. 25, da contratação com terceiros de atividades órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada
inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, não do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à
autorizou a terceirização da atividade fim das empresas do setor previsão do art. 97 da Constituição Federal.
elétrico. Isso porque, esse diploma administrativo não aborda 2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia
matéria trabalhista, nem seus princípios, conceitos e institutos, cujo jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade
plano de eficácia é outro. A legislação protege, substancialmente, dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
um valor: o trabalho humano, prestado em benefício de outrem, de difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no
forma não eventual, onerosa e sob subordinação jurídica, apartes à controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10).
Leste S.A.), na função de reparação e instalação de cabos de empresa interposta, não se mostra razoável exigir que os
telefônicos, mediante terceirização, conforme informado na petição pressupostos configuradores do vínculo empregatício, estabelecidos
inicial e verificado pela perícia de f. 628 (5º volume). nos artigos 2º e 3º da CLT, sejam analisados com o mesmo rigor
Ressalte-se, de início, que a terceirização é admitida quando lícita, normalmente observado em relações diretas de emprego,
estando restrita às hipóteses assinaladas nos itens I e III da Súmula principalmente pelas próprias dificuldades encontradas em uma
331 do TST, ou seja: trabalho temporário, atividades de vigilância, relação tripartite de natureza fraudulenta, cujo fito é exatamente
atividades de conservação e limpeza, e, por fim, serviços afastar a aplicação de preceitos trabalhistas.
especializados ligados a atividade-meio do tomador. Atente-se que no caso, comprovou-se pela prova oral a
Nesse prisma, o raciocínio a que se chega é que os serviços subordinação direta e jurídica, por meio de fiscalização, do
especializados ligados à atividade-fim do tomador são insuscetíveis reclamante à 2ª reclamada (Telemar Norte Leste S.A.). Transcrevo:
de terceirização. Na hipótese dos autos e, ao contrário do defendido "(...) que o reclamante às vezes recebia ordens do Sr. Lasário, fiscal
pelas reclamadas, o serviço prestado pelo reclamante - instalação e da segunda reclamada; (...) que quase todos os dias os Sr. Lasário
reparos em linhas telefônicas - insere-se na atividade principal da 2ª comparecia na rua para fiscalizar o trabalho do reclamante; que tal
reclamada (Telemar Norte Leste S.A.), que atua na área de fiscal fiscalizava praticamente tudo, como uso de uniforme,
telecomunicações. É certo que, para atender às suas finalidades, a segurança e técnicas de serviços; (...); que o Sr. Lasário fiscalizava
Telemar Norte Leste S.A. não poderia abrir mão das atividades todo mundo da primeira reclamada; que já presenciou o Sr. Lasário
prestadas pelo recorrente, o que afasta todas as teses brandidas fiscalizando trabalho do reclamante, não se recordando a obra."
pelas reclamadas. (Testemunha Mário Lúcio dos Santos - f. 690 - 4º volume)
O preceito contido no art. 60 da Lei 9.472/97 (Lei Geral das Ademais, ainda que não houvesse indício revelador da existência
Telecomunicações) não socorre as reclamadas. Ao contrário, milita de fiscalização e subordinação pela tomadora dos serviços, tal fato
em favor da tese obreira ao estabelecer em seu caput que o não alteraria o rumo da lide, uma vez que, em se tratando de
"serviço de telecomunicações é o conjunto de atividades que atividade-fim, os serviços prestados pelo reclamante ajustam-se ao
possibilita a oferta de telecomunicação". Aliás, o aludido diploma núcleo da dinâmica empresarial da tomadora, de forma permanente,
legal não estabelece qualquer rol taxativo da atividade-fim de em função essencial à finalidade de seu empreendimento.
empresas concessionárias deste serviço. A decisão liminar proferida na reclamação ajuizada pela Vivo S.A.
Diante disso, é certo que a 2ª reclamada (Telemar Norte Leste perante o STF, em nada altera o resultado do julgamento deste
S.A.), na qualidade de concessionária do serviço público de colegiado, pois gera efeitos apenas na ação a qual se refere, não
telefonia fixa, não poderia abrir mão das atividades prestadas pelo repercutindo neste processo.
reclamante para atender seus clientes, cumprindo, dessa forma, seu No tocante à decisão proferida na Ação Civil Pública, deve-se
objeto social, que notoriamente encontra-se relacionado com a área ressaltar que o próprio acórdão dispõe que não cabe ao Judiciário
das telecomunicações (art. 2º - f. 567 - 3º volume). vedar a terceirização, uma vez que as distorções podem ser
Com efeito, trata a hipótese versada de serviços de apoio à corrigidas por meio de ações individuais. Ora, este é o caso dos
dinâmica produtiva empresarial, de necessidade constante. autos, e esta decisão visa apenas impedir a má utilização do direito
Ademais, não se olvide que as funções exercidas pelo reclamante legal de terceirizar atividades pela 2ª reclamada (Telemar Norte
estão relacionadas com o §2º do dispositivo legal supracitado, ao Leste S.A.).
dispor que: Além disso, nada obsta a aplicação da Súmula 331 do TST à
"Estação de telecomunicações é o conjunto de equipamentos ou hipótese, tendo em vista que não há na Lei 9.472/97 qualquer
aparelhos, dispositivos e demais meios necessários à realização de manifestação sobre as questões trabalhistas.
telecomunicação, seus acessórios e periféricos, e, quando for o Nesse contexto, revelando-se flagrante a ilicitude da terceirização
caso, as instalações que os abrigam e complementam, inclusive perpetrada por constatada a intermediação fraudulenta de mão de
terminais portáteis". obra, reconhece-se o liame empregatício diretamente com a
A despeito da linha de entendimento eleita nos arestos invocados tomadora dos serviços (art. 9º da CLT e Súmula 331, item I, do
pelas reclamadas em suas peças defensivas, entendo que o art. 94, TST), bem como a responsabilidade solidária das recorrentes com
inciso II, da Lei 9.472/97 também não as socorre, pelas razões a apoio nos artigos 186, 927 e 942 do CC de aplicação subsidiária ao
seguir aduzidas. Direito do Trabalho (art. 8º da CLT).
Ainda que o dispositivo legal acima referido autorize a Reconhecido o vínculo empregatício entre o reclamante e a 2ª
concessionária do serviço público a "contratar com terceiros o reclamada (Telemar Norte Leste S.A.), mero corolário disso é a
desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou determinação de retificação da CTPS (art. 41 da CLT).
complementares ao serviço", não significa, a meu ver, que tal A aplicação dos acordos coletivos firmados entre a 2ª reclamada
possibilidade alcance a terceirização da atividade-fim da empresa, (Telemar Norte Leste S.A.) e o SINTTEL/MG carreados aos autos (f.
como ocorreu na hipótese dos autos. 211/303), e, por conseguinte, a extensão dos benefícios neles
Entendimento contrário daria ensejo a uma flagrante previstos ao reclamante, também é mera consequência do
inconstitucionalidade do dispositivo legal em enfoque, tendo em reconhecimento do respectivo vínculo empregatício, não se
vista que a finalidade da Lei 9.472/97 é dispor sobre a organização aplicando à hipótese dos autos a Resolução MTb-303.913/77.
dos serviços de telecomunicações, razão pela qual não teria o Sendo importante observar, que mesmo se não fosse reconhecido o
condão de suprimir direitos trabalhistas diante de uma situação contrato de trabalho com a 2ª reclamada (Telemar Norte Leste
específica, mormente quando revelada nos autos a contratação S.A.), aplicar-se-ia, por analogia, o art. 12, alínea "a", da Lei
fraudulenta do reclamante mediante empresa interposta. 6.019/74 que determina a observância da isonomia salarial entre o
Também não vinga a tese defensiva de que a prestação de serviços trabalhador temporário e o empregado da mesma categoria
do reclamante em prol da tomadora de serviços não teria sido profissional da tomadora de seus serviços.
realizada nos moldes preconizados no art. 3º da CLT, haja vista Isso porque a terceirização não pode ser utilizada como instrumento
que, em situações de contratação ilícita de trabalhadores por meio para a redução de custos com a mão de obra, sob pena de violação
do princípio constitucional da isonomia salarial (art. 7º, inciso XXX, uma delas a arregimentar a mão de obra, que põe a serviço da
da CR/88). outra. Trata-se de ambiente de grande repercussão para os
Dou provimento para reconhecer o vinculo empregatício direto com princípios regentes do Direito do Trabalho, podendo, não raro, fazer
a 2ª reclamada (Telemar Norte Leste S.A.) e a solidariedade entre nada de toda a construção que erigiu esse ramo jurídico.
as reclamadas, e determinar o retorno dos autos à origem para Efetivamente, a entender-se pela absoluta liberdade de
julgamento, como se entender de direito, dos demais pedidos terceirização, breve seria extenso o número de empresas sem
consectários. Prejudicado o exame dos demais tópicos dos recursos empregados, desprotegidos então das garantias que o sistema
do reclamante e da 1ª reclamada (Telemont Engenharia de sindical e de categorias lhes proporciona.
Telecomunicações S.A.)." Não parece difícil extremar atividade-fim de atividade-meio, sendo
Alega a recorrente, em síntese, ser descabido o reconhecimento de esta de possível assimilação a bom número de empreendimentos,
relação empregatícia com a tomadora dos serviços, uma vez que enquanto aquela guarda visceral liame com o objetivo empresarial
não houve intermediação ilícita de mão de obra. Assevera, ainda, a em concreto.
impossibilidade de aplicação dos instrumentos normativos firmados Tem-se debruçado o Tribunal Superior do Trabalho, reiteradamente,
pela segunda ré. Indica ofensa aos arts. 9º, 570, 611 e 818 da CLT, sobre a compreensão que merecem o art. 25, § 1º, da Lei nº
19, 60 e 94, II, da Lei nº 9.472/97, 5º, XXXVI, e XXXIX, e 97 e 170, 8.987/95, e o art. 94, inciso II, da Lei nº 9.472/97, conquanto, à
IV, parágrafo único, da Constituição Federal e 333, I, do CPC/73, primeira e apressada leitura, possam oferecer a ilusória aparência
além de contrariedade às Súmulas 331, III, e 374 do TST e à de ampla franquia para a absoluta e ilimitada terceirização nos seus
Súmula vinculante nº 10 do STF. Transcreve paradigmas de campos de regência.
divergência. O art. 25 da Lei nº 8.987/95 tem a seguinte redação:
Em bom momento, firme nos mais relevantes dogmas do Direito do "Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço
Trabalho, esta Corte editou a Súmula 331, assim redigida: concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados
"CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a
(nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) - fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa
Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 responsabilidade.
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, § 1º Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este artigo, a
formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, concessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento
salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa concedido, bem como a implementação de projetos associados.
interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da § 2º Os contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros a
Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da que se refere o parágrafo anterior reger-se-ão pelo direito privado,
CF/1988). não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros e
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de o poder concedente.
serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de § 3º A execução das atividades contratadas com terceiros
conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados pressupõe o cumprimento das normas regulamentares da
ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a modalidade do serviço concedido".
pessoalidade e a subordinação direta. Já o art. 94 da Lei nº 9.472/97 tem estas feições:
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do "Art. 94. No cumprimento de seus deveres, a concessionária
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos poderá, observadas as condições e limites estabelecidos pela
serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da Agência:
relação processual e conste também do título executivo judicial. I - empregar, na execução dos serviços, equipamentos e infra-
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta estrutura que não lhe pertençam;
respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, II - contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades
caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das inerentes, acessórias ou complementares ao serviço, bem como a
obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na implementação de projetos associados.
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da § 1° Em qualquer caso, a concessionária continuará sempre
prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsável perante a Agência e os usuários.
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das § 2° Serão regidas pelo direito comum as relações da
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente concessionária com os terceiros, que não terão direitos frente à
contratada. Agência, observado o disposto no art. 117 desta Lei".
VI - A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange Direito não é gota, ensinava Pontes de Miranda. Com efeito, o
todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período ordenamento jurídico há de ser compreendido em seu conjunto,
da prestação laboral". posta em foco a pluralidade de situações que o convívio social gera
O verbete veda a "contratação de trabalhadores por empresa em todas as suas cada vez mais extensas faces. Daí a necessidade
interposta", "formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos de interpretação e do manejo de técnicas específicas capazes de
serviços", ressalvados os casos de trabalho temporário, vigilância, autorizar a ponderação entre valores que partem da matriz
conservação e limpeza, bem como de "serviços especializados constitucional para a particularidade de cada caso objetivo.
ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a Pois bem, a SBDI-1, após vastos e profundos debates, já decidiu
pessoalidade e a subordinação direta" (itens I e III). Delimita, como que os preceitos de Lei antes transcritos guardam pertinência com o
resta evidente, exaustivamente, os casos em que se tolera Direito Administrativo. Vale rememorar os termos da ementa do
terceirização em atividade-fim. Processo E-ED-RR-586341-05.1999.5.18.5555, em que o tema,
A terceirização gera, diversamente do modelo tradicional, envolvendo, com o mesmo quadro jurídico, empresa do ramo de
relacionamento no qual envolvidos trabalhador e duas empresas, energia elétrica, foi desbravado com a habitual argúcia pelo
eminente Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho: de trabalho, previsto na CLT. Seria a interdisciplinariedade às
"RECURSO DE EMBARGOS - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - avessas, pois a norma geral administrativa estaria a rejeitar a norma
TERCEIRIZAÇÃO EM ATIVIDADE-FIM - EMPRESA DO RAMO DE especial trabalhista e seu instituto fundamental. O instituto que lhe
ENERGIA ELÉTRICA - EXEGESE DO ART. 25 DA LEI Nº 8.987/95 dá feição característica e autonomia científica, pois, no conceito de
- INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº 331 DO TRIBUNAL SUPERIOR empregado e empregador, vinculadas as atividades daquele às
DO TRABALHO - VIOLAÇÃO DO ART. 896 DA CLT. A Lei nº 8.987, atividades essenciais e primordiais deste, teríamos uma interposta
de 13 de fevereiro de 1995, que dispõe sobre o regime de pessoa, sempre. Não teríamos mais uma relação bilateral, haja vista
concessão e permissão de prestação de serviços públicos, ostenta que para a consecução das atividades primaciais do empregador
natureza administrativa e, como tal, ao tratar, em seu art. 25, da haveria sempre uma dízima periódica de empregadores, habilitando
contratação com terceiros de atividades inerentes, acessórias ou uma relação trilateral ou plurilateral, em detrimento da legislação
complementares ao serviço concedido, não autorizou a social e seus preceitos cogentes."
terceirização da atividade-fim das empresas do setor elétrico. Isso A igual resultado chegou-se no julgamento do Processo E-ED-RR-
porque, esse diploma administrativo não aborda matéria trabalhista, 2938-13.2010.5.12.0016, envolvendo a situação específica das
nem seus princípios, conceitos e institutos, cujo plano de eficácia é empresas de telecomunicações e dos trabalhadores aplicados a call
outro. A legislação trabalhista protege, substancialmente, um valor: center. Aqui, recorro à pena erudita do Ministro José Roberto Freire
o trabalho humano, prestado em benefício de outrem, de forma não Pimenta, redator designado:
eventual, oneroso e sob subordinação jurídica, apartes à já "... a Lei nº 8.987/95, referente às concessionárias e
insuficiente conceituação individualista. E o protege sob o influxo de permissionárias de serviço público, e a Lei nº 9.472/97, que regula
outro princípio maior, o da dignidade da pessoa humana. Não se as telecomunicações em geral, tratam exclusivamente, na verdade,
poderia, assim, dizer que a norma administrativista, preocupada da relação entre as empresas concessionárias ou permissionárias e
com princípios e valores do Direito Administrativo, viesse derrogar o as agências reguladoras e os consumidores, não tendo, em
eixo fundamental da legislação trabalhista, que é o conceito de absoluto, a natureza de normas de Direito do Trabalho, nada
empregado e empregador, jungido que está ao conceito de contrato dispondo a respeito do tema da terceirização trabalhista, cabendo
de trabalho, previsto na CLT. O enunciado da Súmula nº 331 do precipuamente a esta Justiça Especializada a análise da
Tribunal Superior do Trabalho guarda perfeita harmonia com compatibilidade entre essas normas infraconstitucionais de Direito
princípios e normas constitucionais e trabalhistas e trouxe um marco Administrativo e os princípios que norteiam o Direito do Trabalho, de
teórico e jurisprudencial para o fenômeno da terceirização nas forma a interpretá-las e, eventualmente, aplicá-las, de modo a não
relações de trabalho no Brasil, importante para o desenvolvimento esvaziar de sentido prático ou a negar vigência e aplicação às
social e econômico do País, já que compatibilizou os princípios da normas trabalhistas, que, em nosso País, disciplinam a prestação
valorização do trabalho humano e da livre concorrência e equilibrou de trabalho subordinado, terceirizado ou não.
a relação entre o capital e o trabalho. Recurso de embargos Na esteira desse entendimento, é forçoso concluir que, por força da
conhecido e parcialmente provido" (E-ED-RR- 586341- incidência e da aplicação de outras normas infraconstitucionais
05.1999.5.18.5555, Redator designado Min. Luiz Philippe Vieira de (mormente os artigos 2º, 3º e 9º da CLT), não se pode mesmo
Mello Filho, SBDI-1, DEJT 16.10.2009). interpretar o § 1º do artigo 25 da Lei nº 8.987/95 e o artigo 94, inciso
Do lapidar acórdão, convém extrair as seguintes reflexões: II, da Lei nº 9.472/97, no sentido de que a autorização por elas dada
"Postulado fundamental da Consolidação das Leis do Trabalho é a à empresa concessionária dos serviços de telecomunicações para
definição do contrato individual de trabalho. Dos arts. 2º e 3º da CLT contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes
emerge um espírito institucional, além de um conceito prévio e ao serviço significaria uma autorização para as empresas de
básico, que é o conceito de empregado. Foi deliberado o propósito telecomunicações terceirizarem suas atividades-fim, entendimento
de se reconhecer a correspondência e a equivalência entre a que, repita-se, levado às suas últimas consequências, acabaria por
relação de emprego e o contrato de trabalho, para os efeitos da permitir que as essas desenvolvessem sua atividade empresarial
legislação social, correspondência essa não prevista na escola sem ter em seus quadros nenhum empregado, e sim, apenas,
contratualista italiana, que exige expressa pactuação. Esse trabalhadores terceirizados".
elemento distintivo é fundamental. O nosso fundamento do contrato Em tal quadro, a atividade de interpretação deverá levar em conta
é o acordo tácito, daí porque a relação de emprego constitui ato os princípios e normas que possam afetar o deslinde do caso, sem
jurídico suficiente para provocar a incidência das medidas de que tal leve ao desrespeito à Súmula Vinculante nº 10 do Supremo
proteção que se contêm no direito do trabalho. Este conceito Tribunal Federal. Permito-me, pela pertinência, regressar aos
firmado na Consolidação é tanto mais justo e relevante quanto o é o fundamentos do eminente Ministro José Roberto Freire Pimenta, no
que se evidencia em face de contratos formalmente nulos ou julgamento do processo destacado:
substancialmente contrários à ordem pública dos preceitos da "Quando esse julgador, no exercício de seu precípuo mister, optar
legislação de proteção ao trabalho, daí a razão de ser do art. 9º por uma das várias alternativas exegéticas de determinada norma
consolidado. infraconstitucional, evidentemente, não estará ele negando
A legislação trabalhista protege, substancialmente, um valor: o validade, vigência ou incidência a esse preceito de lei, na dicção da
trabalho humano, prestado em benefício de outrem, de forma não Súmula Vinculante nº 10, nem, muito menos, declarando, sequer
eventual, oneroso e sob subordinação jurídica, apartes à já implicitamente, a inconstitucionalidade da lei. Estará ele, muito ao
insuficiente conceituação individualista. E o protege sob o influxo de contrário, aplicando-a, pura e simplesmente, após interpretá-la e
outro princípio maior, o da dignidade da pessoa humana. dela extrair o sentido que lhe parecer o melhor, à luz do conjunto do
(...) sistema jurídico no qual ela está inserida, mesmo que esse sentido
Não se poderia, assim, dizer que a norma administrativista, não seja o desejado pela parte, que, equivocadamente, invocar a
preocupada com valores do Direito Administrativo, viesse derrogar o Súmula Vinculante nº 10 do STF.
eixo fundamental da legislação trabalhista, que é o conceito de Nessa linha de raciocínio, necessário se faz reiterar que a
empregado e empregador, jungido que está ao conceito de contrato interpretação dos preceitos legais anteriormente indicados se dá
exclusivamente em sede infraconstitucional, em que se procede ao sistemática do art. 94, II, da Lei 9.472/97 - a chamada Lei Geral de
cotejo dessas normas de Direito Administrativo (e, se se quiser, de Telecomunicações - atenta aos fundamentos constitucionais da
Direito Econômico) com as normas de Direito do Trabalho, República, à polissemia da palavra -inerente-, à natureza da norma
exatamente como fez recentemente o Supremo Tribunal Federal, em exame, ao princípio da isonomia, à necessidade de observância
quando, ao julgar a ADC nº 16-DF, proclamou a possibilidade de se do objeto social da pessoa jurídica e da função social da empresa,
responsabilizar o ente público tomador dos serviços de empregados bem como à luz do conceito de subordinação objetiva e dos
terceirizados quando estiver comprovado que esse agiu com culpa princípios informadores do Direito e, em especial do Direito do
ao não fiscalizar o fornecedor de mão de obra terceirizada quanto Trabalho, e à própria compatibilização que entre eles se impõe,
ao pleno e oportuno adimplemento de suas obrigações trabalhistas, conduz à conclusão de que o dispositivo não autoriza a
a despeito do disposto no artigo 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93. Nesse terceirização no pertinente à atividade-fim das concessionárias de
caso, houve, também, a aplicação de outras normas telecomunicações. Assentado pelo Tribunal de origem que o
infraconstitucionais, que autorizam essa responsabilização - os reclamante prestava serviços de manutenção e reparo de linhas
artigos 186 e 927 do Código Civil Brasileiro e as demais normas da telefônicas, inafastável a aplicação do item I da Súmula 331 do TST,
Lei de Licitações, que também estabelecem a obrigação desse ente segundo o qual -a contratação de trabalhadores por empresa
público de fiscalizar - sem que se possa concluir que o citado artigo interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o
71 tenha sido implicitamente considerado inconstitucional ou, de tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº
qualquer modo, descumprido. 6.019, de 3.1.74) (...)" (fls. 1.178).
Vale ressaltar, quanto àquele julgamento, que a Corte Suprema No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição,
salientou, expressamente, que a declaração de constitucionalidade alegou-se violação aos arts. 5º, II, e 170 da mesma Carta.
do § 1º do artigo 71 da Lei nº 8.666/93 não impede que seja ele O agravo não merece acolhida. Isso porque, para dissentir do
interpretado de forma sistemática com outros dispositivos de leis e acórdão recorrido, seria necessária a análise da legislação
da Constituição Federal. Ou seja, entendeu o Supremo Tribunal infraconstitucional (Lei 9.472/97 e Consolidação das Leis do
Federal, naquela ocasião, não haver empecilho a que determinado Trabalho), bem como o reexame do conjunto fático-probatório dos
texto legal possa ser interpretado de modo não literal para, sem ser autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF. Incabível,
considerado inconstitucional, não ser aplicável a certas situações portanto, o recurso extraordinário. Nesse sentido: AI 751.904/MG,
fáticas, ante a incidência simultânea de outras normas do Rel. Min. Menezes Direito; AI 791.291/RJ, Rel. Min. Ellen Gracie;
ornamento jurídico - exatamente a situação que ocorre neste caso, 808.217/MG; e AI 791.247-AgR/MG, Rel. Min. Cármen Lúcia, sendo
em relação aos dispositivos em exame da Lei nº 8.987/95, que que deste último extraio a ementa:
dispõe sobre o regime de concessão e permissão de prestação de "AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.
serviços públicos, e da Lei nº 9.472/97, que é a Lei Geral de TRABALHISTA. TERCEIRIZAÇÃO. CONTROVÉRSIA SOBRE A
Telecomunicações. EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO EMPREGATÍCIA E SOBRE A
Com efeito, no caso dos autos, o Supremo Tribunal Federal, em NATUREZA DA ATIVIDADE PRESTADA. IMPOSSIBILIDADE DA
recentes decisões proferidas em sede liminar de Reclamações ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA
Constitucionais ajuizadas por empresas concessionárias de CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. AGRAVO
serviços públicos dos Setores de Energia Elétrica e das próprias REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO"
Telecomunicações, nas quais se alegava a negativa de aplicação Ademais, cumpre destacar que este Tribunal entende não ser
da Súmula Vinculante nº 10 do STF pelo Tribunal Superior do cabível a interposição de RE por contrariedade ao art. 5º, II, da
Trabalho e por Tribunal Regional do Trabalho, igualmente entendeu Constituição Federal, quando a verificação da ofensa envolva o
não haver vulneração a essa súmula vinculante ou à cláusula de reexame de interpretação dada a normas infraconstitucionais pelo
reserva de Plenário prevista no artigo 97 da Constituição da Tribunal a quo (Súmula 636 do STF).
República, adotando o entendimento de que a interpretação do Por fim, quanto à Súmula Vinculante nº 10, verifico que não há
preceito legal do § 1º do artigo 25 da Lei nº 8.987/95 e dos preceitos violação ao princípio da reserva de plenário (art. 97 da Constituição)
trabalhistas, sobretudo os artigos 2º e 3º da CLT, ocorre no âmbito porque o acórdão recorrido não declarou a inconstitucionalidade da
infraconstitucional, em que se procede ao cotejo dessas normas de lei 9.472/94 ou afastou a sua aplicação, mas apenas interpretou a
Direito Administrativo com as normas de Direito do Trabalho". legislação infraconstitucional aplicável à espécie, concluindo pela
Exemplificativamente, a decisão seguinte: ilicitude na terceirização. Assim, não há qualquer violação ao art.
"RECTE.(S): TELEMAR NORTE LESTE S/A 97, da Constituição.
ADV.(A/S): DÉCIO FLAVIO GONÇALVES TORRES FREIRE Isso posto, nego seguimento ao recurso.
RECDO.(A/S): WALTER MARQUES FERNANDES Publique-se."
ADV.(A/S): JAIRO EDUARDO LELIS (ARE 646831/ MG - MINAS GERAIS, RECURSO
RECDO.(A/S): GARRA TELECOMUNICAÇÕES E ELETRICIDADE EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO, Rel. Min. RICARDO
LTDA LEWANDOWSKI, DJe-151 8.8.2011).
ADV.(A/S): CLÁUDIO AUGUSTO FIGUEIREDO NOGUEIRA No mesmo sentido: Rcl 11329 MC/PB, Rel. Min. Ayres Britto; Rcl
Decisão 12068 MC/RO, Rel. Min. Dias Toffoli; Rcl 14378 MC/MG, Rel. Min.
Trata-se de agravo contra decisão que negou seguimento a recurso Dias Toffoli; AI 839685/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; AI
extraordinário interposto de acórdão, cuja ementa segue transcrita, 828518/MG, Rel. Min. Cármen Lúcia; AI 791247/MG, Rel. Min.
no que importa: Cármen Lúcia; ARE 647479/MG, Rel. Min. Joaquim Barbosa; ARE
"RECURSO DE REVISTA. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇOS DE 646825/MG, Rel. Min. Luiz Fux.
TELECOMUNICAÇÕES. MANUTENÇÃO E REPARO DE LINHAS Para o caso dos autos, é fato incontroverso que o reclamante, por
TELEFÔNICAS. TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE-FIM. ART. 94, intermédio da primeira reclamada, prestou serviços à segunda ré,
II, DA LEI 9.472/97. SÚMULA 331, I, DO TST. FORMAÇÃO DO exercendo atividade específica de instalação e manutenção de
VÍNCULO DE EMPREGO COM A TOMADORA. A interpretação linhas telefônicas.
Ora, o consumidor somente terá acesso aos serviços contratados interpretação assentada pela jurisprudência (Súmula 331, III),
da empresa de telefonia, se instalada e em funcionamento a linha independentemente do segmento econômico-empresarial e da área
telefônica. Trata-se de setor que viabiliza a iniciativa econômica e, de especialidade profissional do obreiro. Locação de mão de obra
assim, sustenta-a. Tal constatação, de pronto, assimila-a, sem em atividade - fim é medida excepcional e transitória, somente
sombra de dúvidas, à atividade-fim. possível nos restritos casos de trabalho temporário, sob pena de
Vale rememorar que a vida contemporânea já não aceita o conceito leitura interpretativa em desconformidade com preceitos e regras
monolítico de subordinação jurídica, calcado na submissão do constitucionais decisivas, como a dignidade da pessoa humana, da
empregado à direta influência do poder diretivo patronal. Com valorização do trabalho e do emprego, além da subordinação da
efeito, aderem ao instituto a visão objetiva, caracterizada pelo propriedade à sua função socioambiental. Esclareça-se que a
atrelamento do trabalhador ao escopo empresarial, e a dimensão subordinação jurídica, como elemento componente da relação de
estrutural, pela qual há integração obreira no processo produtivo do emprego (arts. 2ª e 3ª da CLT), pode se evidenciar quer em sua
tomador de serviços. dimensão tradicional (intensidade de ordens), quer em sua
Relembre-se a doutrina exata de Mauricio Godinho Delgado dimensão objetiva (realização de um dos fins do empreendimento
("Constituição da República e direitos fundamentais", São Paulo: do tomador), quer em sua dimensão estrutural (integração do
LTr, 2012, p. 115-116): trabalhador na organização, dinâmica e cultura do tomador de
serviços). Configurada a irregularidade do contrato de fornecimento
"A conjugação dessas três dimensões da subordinação - que não se de mão de obra, determina a ordem jurídica que se considere
excluem, evidentemente, mas se completam com harmonia - desfeito o vínculo laboral com o empregador aparente (entidade
permite superar as recorrentes dificuldades de enquadramento dos terceirizante), formando-se o vínculo justrabalhista do trabalhador
fatos novos do mundo do trabalho ao tipo jurídico da relação de diretamente com o tomador de serviços (empregador oculto ou
emprego, retomando-se o clássico e civilizatório expansionismo do dissimulado). Enfatize-se que o TST realizou, na primeira semana
Direito do Trabalho. Na essência, é trabalhador subordinado desde de outubro de 2011, audiência pública sobre o tema, em que se
o humilde e tradicional obreiro que se submete à intensa pletora de evidenciou o risco social de se franquear a terceirização sem peias,
ordens do tomador ao longo de sua prestação de serviços quer em face das perdas econômicas para os trabalhadores
(subordinação tradicional ou clássica), como também aquele que terceirizados, quer em face da exacerbação dos malefícios à saúde
realiza, ainda que sem incessantes ordens diretas, no plano manual e segurança no ambiente laborativo, em contraponto às regras e
ou intelectual, os objetivos empresariais (subordinação objetiva), a princípios insculpidos na ordem jurídica legal e constitucional. Na
par do prestador laborativo que, sem receber ordens diretas das presente hipótese, o Reclamante exercia incontroversamente a
chefias do tomador de serviços, nem exatamente realizar os função de instalação e manutenção de rede de acesso de
objetivos do empreendimento (atividades-meio, por exemplo), telecomunicação. Tais atividades, segundo a jurisprudência desta
acopla-se, estruturalemte, à organização e dinâmica operacional da Corte, enquadram-se no conceito de atividade - fim das empresas
empresa tomadora, qualquer que seja sua função ou de telefonia, o que enseja o reconhecimento do vínculo
especialização, incorporando, necessariamente, a cultura cotidiana empregatício diretamente com a tomadora de serviços (Súmula 331,
empresarial ao longo da prestação de serviços realizada I, do TST). Contudo, verifica-se que o TRT não declarou a formação
(subordinação estrutural)". do vínculo empregatício diretamente com a empresa tomadora de
Não parece difícil compreender que, laborando na instalação de serviços, tendo sido declarada tão somente a responsabilidade
linhas telefônicas, a favor da empresa de telecomunicações subsidiária da referida empresa. Dessa maneira, considerando-se
tomadora de serviços, o empregado se insere na relação jurídica a que se trata de recurso interposto pela Reclamada, e tendo em vista
que aludem os arts. 2º e 3º da CLT, assim se fazendo impositiva a a impossibilidade de reforma do julgado nesse aspecto, esta Turma
incidência da compreensão da Súmula 331, I, do TST. mantém a decisão de origem, em observância ao princípio
No mesmo sentido, alinho julgados desta Corte: processual da non reformatio in pejus. Agravo de instrumento
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. 1. desprovido" (AIRR - 259200-08.2008.5.01.0264, Ac. 3ª Turma,
PRELIMINAR DE NULIDADE POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado, in DEJT 18.11.2016).
JURISDICIONAL. ALEGAÇÃO GENÉRICA. 2. TERCEIRIZAÇÃO "VÍNCULO DE EMPREGO. EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES.
ILÍCITA. ATIVIDADE - FIM. IMPLANTAÇÃO, MANUTENÇÃO E SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE LINHAS
OPERAÇÃO DE REDES DE ACESSO DE TELECOMUNICAÇÃO. TELEFÔNICAS. TERCEIRIZAÇÃO. ILICITUDE. A controvérsia diz
EMPRESA DE TELEFONIA. VÍNCULO DE EMPREGO DIRETO respeito à possibilidade, ou não, de terceirizar serviços de
COM O TOMADOR DE SERVIÇOS. DECLARAÇÃO, PELO TRT, instalação e manutenção de linhas telefônicas das empresas de
APENAS DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. MANUTENÇÃO telecomunicações. O entendimento deste c. Tribunal é no sentido
DA DECISÃO DE ORIGEM EM OBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO de que é ilícita a terceirização dos serviços de instalação e
PROCESSUAL DA NON REFORMATIO IN PEJUS. 3. ACORDO manutenção de linhas telefônicas, quando destinados ao
FIRMADO PERANTE COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA - desenvolvimento de atividade - fim das empresas de
CCP. FRAUDE. NULIDADE. SÚMULA 126/TST. 4. MULTA POR telecomunicações, como no caso em concreto, acarretando a
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS. Segundo a contratação por empresa interposta o reconhecimento do vínculo de
Súmula 331, I, do TST, a contratação de trabalhadores por empresa emprego diretamente com o tomador dos serviços. Tudo em
interposta é ilegal, formando-se o vínculo com o tomador dos conformidade com a Súmula 331, I, do TST. Precedentes. Recurso
serviços, salvo nos casos elencados nos incisos I (trabalho não conhecido" (RR - 52200-24.2009.5.03.0013, Ac. 3ª Turma,
temporário) e III (conservação e limpeza, vigilância, atividades meio Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, in DEJT
do tomador) da referida súmula (desde que não haja pessoalidade e 19.2.2016).
subordinação direta nos casos do inciso III, acrescente-se). Nesse "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.
quadro, a terceirização de atividade - fim - exceto quanto ao APELO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI N.º 13.015/2014.
trabalho temporário - é vedada pela ordem jurídica, conforme EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA.
MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO DE LINHAS TELEFÔNICAS. instalação e manutenção de linhas telefônicas e operação de redes
ATIVIDADE - FIM. O entendimento predominante no âmbito desta de acessos, cabos ópticos, serviço de comunicação de dados e
Corte, consignado no item I da Súmula n.º 331 do TST, é de que "a serviço ADSL são consideradas atividades fim das empresas
contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, concessionárias dos serviços de telecomunicações, desautorizando
formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, a prática da terceirização. Ressalva de entendimento desta
salvo no caso de trabalho temporário". Esse entendimento traz em Relatora. Recurso de revista não conhecido" (ARR - 1200-
si o conceito de que "empresa interposta" é aquela contratada para 07.2013.5.03.0025, Ac. 8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria da
desempenhar serviços inerentes à atividade - fim da tomadora dos Costa, in DEJT 3.3.2017).
serviços, como ocorre no caso dos autos. Esse entendimento Na presença de situação moldada ao art. 896, § 7º, da CLT e à
permanece firme, mesmo após os amplos debates encetados Súmula 333/TST, impossível o conhecimento do recurso de revista.
quando da audiência pública sobre o assunto. Agravo de Incólumes os dispositivos de Lei e da Constituição Federal
Instrumento conhecido e não provido" (AIRR - 1217- indicados.
61.2012.5.01.0016, Ac. 4ª Turma, Relatora Ministra Maria de Assis Não conheço.
Calsing, in DEJT 24.3.2017).
"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal,
INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. INSTALAÇÃO E REPARAÇÃO DE Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
LINHAS TELEFÔNICAS. ATIVIDADE - FIM. RESPONSABILIDADE sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
SOLIDÁRIA. I - O Tribunal Regional manteve a sentença que recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
condenou a agravante de forma solidária ao pagamento dos cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
créditos trabalhistas devidos à agravada, consignando a ocorrência 949 do CPC".
de confissão ficta decorrente dos efeitos da revelia, já que a Consta da ementa do referido julgado:
agravante não compareceu à audiência para a qual foi devidamente
intimada e sequer apresentou defesa. II - Do exame dos autos EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRABALHISTA. NULIDADE DO
verifica-se que a responsabilidade solidária atribuída à agravante, ACÓRDÃO RECORRIDO POR DESRESPEITO A CLÁUSULA DE
tomadora de serviços, teve como fundamento a terceirização ilícita, RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97 E SV 10). NEGATIVA
uma vez que as funções exercidas pelo trabalhador, contratado por PARCIAL DE VIGÊNCIA E EFICÁCIA AO INCISO II, DO ART. 94
meio de empresa interposta, estavam inseridas em sua atividade - DA LEI 9.472/1997 (LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES) POR
fim. III - Ficou registrado que a atividade do agravado consistia em ÓRGÃO FRACIONÁRIO COM BASE NA SÚMULA 331/TST.
instalar e reparar as linhas de assinantes convencionais, além de IMPOSSIBILIDADE. LICITUDE DE TERCEIRIZAÇÃO DE TODA E
efetuar a manutenção na rede primária, secundária e fios externos, QUALQUER ATIVIDADE, MEIO OU FIM, NÃO SE
de modo que sobressai incontrastável a conclusão de sua inserção CONFIGURANDO RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A
na atividade - fim da tomadora, consubstanciada na atividade CONTRATANTE E O EMPREGADO DA CONTRATADA (ADPF 324
permanente, essencial e nuclear das empresas de E RE 958.252). AGRAVO CONHECIDO. RECURSO PROVIDO.
telecomunicações. IV - Diante desse contexto fático-probatório, 1. A inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estatal só pode
sabidamente intangível em sede de recurso de revista, a teor da ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos
Súmula 126 do TST, vê-se que a controvérsia acerca membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo
responsabilização solidária da tomadora de serviços fora dirimida órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada
em consonância com o item I da Súmula 331 do TST. V - do órgão fracionário (turma, câmara ou seção), em respeito à
Importante ressaltar que não foi reconhecido o vínculo de emprego previsão do art. 97 da Constituição Federal.
direto com a tomadora de serviços em razão da ausência de pedido 2. A cláusula de reserva de plenário atua como condição de eficácia
específico nesse sentido, conforme as diretrizes do princípio jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade
dispositivo que veda decisões ultra petita. VI - Acresça-se, ainda, dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via
que a jurisprudência desta Corte vem sedimentando entendimento difusa, e para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, também no
de que o artigo 94, inciso II, da Lei 9.472/ não autoriza a controle concentrado (CF, art. 97 e SV 10).
terceirização dos serviços de instalação de linhas telefônicas pelas 3. É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação
empresas de telefonia. Precedentes. VII - Com isso, avulta a do inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula
convicção de que o recurso de revista não logra seguimento, quer à 331/TST, e declarar ilícita a terceirização e atividade-fim, reconhece
guisa de violação legal ou constitucional, quer a título de dissenso a existência de vínculo trabalhista entre a contratante e o
pretoriano, a teor do artigo 896, § 7º, da CLT e da Súmula 333 do empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de
TST, pelo que os precedentes da SBDI-I foram erigidos a condição constitucionalidade, declarando a parcial nulidade sem redução de
de requisitos negativos de admissibilidade do apelo. VIII - Agravo de texto do referido dispositivo sem observar a cláusula de reserva de
instrumento a que se nega provimento" (AIRR - 10059- Plenário. AGRAVO PROVIDO.
89.2013.5.15.0053, Ac. 5ª Turma, Relator Ministro Antonio José de 4. O PLENÁRIO DA CORTE declarou parcialmente inconstitucional
Barros Levenhagen, in DEJT 24.2.2017). a SÚMULA 331/TST e proclamou a licitude da terceirização de toda
"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA PRIMEIRA e qualquer atividade, meio ou fim; para afirmar a inexistência de
RECLAMADA - TELEMONT ENGENHARIA DE relação de emprego entre a contratante e o empregado da
TELECOMUNICAÇÕES S.A. 1. VÍNCULO EMPREGATÍCIO. contratada. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
ILICITUDE DA TERCEIRIZAÇÃO. EMPRESA DE 5. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para
TELECOMUNICAÇÕES.INSTALAÇÃO EMANUTENÇÃO DE restabelecer a sentença de primeiro grau, com a fixação da seguinte
LINHAS TELEFÔNICAS.ATIVIDADE FIM . A jurisprudência desta tese no TEMA 739: "É nula a decisão de órgão fracionário que se
Corte Superior adota entendimento de que as atividades de recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo do TST, que trata da distribuição de responsabilidades em contrato
949 do CPC." (ARE 791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, de prestação de serviços. No caso concreto a ação da tomadora foi
DJe 06/03/2019). intencional, clara e direcionada a ensejar o desligamento do
trabalhador da fonte de sua subsistência, incorrendo em atitude
Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja ilegal e írrita. Reconheço, pois, o enquadramento dos fatos
repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo apurados no curso da instrução processual no art. 1º da Lei nº
Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos 9.029/1995, panorama a atrair a consequência prevista em seu art.
ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a 4º, inciso II. De acordo com a opção do lesado, ela consiste na
fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015, condenação das empresas ao pagamento, em dobro, da
sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação remuneração de todo o período de afastamento, este compreendido
da decisão então proferida por aquele colegiado. entre o dia 01/07/2011 - dia posterior ao término do aviso prévio
indenizado - até a data de publicação do presente acórdão, pela
À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências aplicação analógica da Súmula 28 do TST."
cabíveis. Recorre de revista a segunda acionada, mediante as alegações
Publique-se. alhures destacadas, almejando a reforma do julgado.
Brasília, 03 de março de 2020. Contudo, constata-se do arrazoado a ausência de ataque aos
fundamentos constantes no acórdão hostilizado.
Ora, como é cediço, a parte recorrente deve expor as razões do
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) pedido de reforma da decisão, cumprindo-lhe invalidar todos os
VIEIRA DE MELLO FILHO fundamentos em que esta se assenta.
Ministro Vice-Presidente do TST A tal modo, o recurso de revista encontra óbice na Súmula nº
422/TST:
Processo Nº AIRR-0001428-57.2012.5.10.0013 "RECURSO. APELO QUE NÃO ATACA OS FUNDAMENTOS DA
Complemento Processo Eletrônico DECISÃO RECORRIDA. NÃO CONHECIMENTO. ART. 514, II, DO
Relator Desemb. Convocado Breno Medeiros CPC. Não se conhece de recurso para o TST, pela ausência do
Agravante FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A. requisito de admissibilidade inscrito no art. 514, II, do CPC, quando
Advogado Dr. Juliana Fonseca e Miranda(OAB: as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão
28661/DF)
recorrida, nos termos em que fora proposta"
Agravado OSCAR LUIS ALMEIDA GALERA
CONCLUSÃO
Advogada Dra. Ludmylla Mariana Anselmo(OAB:
27759/DF) Ante o exposto, DENEGO seguimento ao recurso de revista."
Agravado EGEL LOCAÇÃO DE VEÍCULOS Na minuta de agravo, a reclamada FURNAS insiste no trânsito da
LTDA. revista, no aspecto, por violação dos arts. 5º, II, XXXV, 7º XXIII, 37,
Advogado Dr. Flávio Jacinto da Silva(OAB: XXI e 97, todos da Constituição Federal, 71 da Lei nº 8.666/93,
6416/CE)
ofensa à Lei nº 12.740/2012 e à Lei nº 5.869/73, contrariedade à
Súmula nº 331, IV, desta Casa e à Súmula Vinculante nº 10 do
Intimado(s)/Citado(s):
excelso STF, bem como por divergência jurisprudencial.
- EGEL LOCAÇÃO DE VEÍCULOS LTDA. Sustenta, em síntese, que "uma vez que é incontroversa a presença
- FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A. de FURNAS na qualidade de tomadora de serviços, não pode ser a
- OSCAR LUIS ALMEIDA GALERA mesma responsabilizada por eventual inadimplência das
prestadoras de serviços, nos exatos termos da exceção contida no
Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão proferido pelo inciso IV da Súmula 331 do TST e artigo 71, da Lei 8666/93.", vez
Tribunal Superior do Trabalho. que "o artigo 71, da Lei 8.666/93, isenta os entes da Administração
A parte recorrente suscita repercussão geral da matéria e aponta de responsabilidade no caso de inadimplemento de diversas
violação dos dispositivos da Constituição da República que obrigações por parte de seus Contratados."
especifica nas razões recursais. Não merece reforma o despacho agravado.
É o relatório. Explico.
Decido. Observo, de plano, que a reclamada não renova em sua peça de
agravo de instrumento a suposta violação dos arts. 37, II e § 6º,
Consta do acórdão recorrido: 102, § 3º da Constituição Federal e 2º, § 2º, da LINDB (antiga
LICC), pelo que desmerece enfrentamento.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA No mesmo tom, revela-se inovatória a invocação de ofensa ao art.
A decisão agravada denegou seguimento ao recurso de revista, sob 5º, II, da Constituição Federal, porquanto não eriçada em revista,
os seguintes fundamentos (in litteris com destaques originais e prescindindo, igualmente, de análise. De todo modo, referido
nossos): dispositivo constitucional, que trata do princípio da legalidade, é por
"RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA/SOLIDÁRIA demais genérico, não sendo possível caracterizar-se a sua afronta
Alegação(ões): direta e literal, mas apenas ofensa de forma reflexa mediante
- contrariedade à(s) Súmula(s) 331/TST; análise de normas infraconstitucionais.
- violação dos arts. 37, II e § 6º, 97 e 102, § 3º, da CF; Ainda, revela-se despropositada a alegação de ofensa às Leis nº
- violação do(s) art(s). 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93; 12.740/2012 e à Lei nº 5.869/73, que tratam, respectivamente, de
- divergência jurisprudencial. redefinir os critérios para caracterização das atividades ou
A egrégia 2ª Turma, a fls. 276/276-v, relativamente ao tema em operações perigosas e do próprio Código de Processo Civil, quer
destaque, consignou que "a questão passa ao largo da Súmula 331 pela falta de correspondência com o tema em abordagem, quer pelo
em todo e qualquer caso. Levando-se em conta a finalidade da terceirização. Ao assim decidir, a SBBDI-1 nada mais fez do que
terceirização, que é permitir a concentração dos esforços da exercer sua função precípua, legal e regimental: dirimir a
empresa tomadora de serviços em suas atividades essenciais por divergência jurisprudencial entre as Turmas desta Corte, até então
meio da contratação da prestação de serviços especializados por existente, sobre a matéria, consagrando a tese a ser observada dali
terceiros nas suas demais atividades, consagrou-se, em seu item III, por diante pelos órgãos fracionários deste Tribunal Superior, nos
a autorização para a contratação de serviços especializados ligados termos e para os efeitos do artigo 894, inciso II, da CLT, do artigo
à atividade-meio do tomador, ou seja, a contrario sensu continuou 3º, inciso III, alínea -b-, da Lei nº 7.701/88 (ambos na redação que
sendo considerada ilícita, sob pena de formação do vínculo de lhes foi dada pela Lei nº 11.496/2006), bem como do artigo 71,
emprego dos trabalhadores terceirizados com o tomador dos inciso II, alínea -a-, do Regimento Interno desse Tribunal. 7. É certo
serviços nos termos de seu das atividades-fim das empresas. 2. que aquela decisão da SBDI-1 foi proferida antes da realização da
Esse limite deve também ser observado, por identidade de motivos, Audiência Pública ocorrida nos dias 04 e 05 de outubro de 2011 e
nas atividades das empresas concessionárias ou permissionárias convocada pela Presidência desse Tribunal, nos termos do artigo
do ramo de energia elétrica. Com efeito, a Lei nº 8.987/95, que 35, inciso XXXVI, do seu Regimento Interno, e que implicou a oitiva
disciplina a atuação das empresas concessionárias e de quase cinquenta especialistas e integrantes da sociedade civil,
permissionárias de serviço público em geral constitui norma de com o objetivo de obter subsídios e esclarecimentos acerca das
Direito Administrativo e, assim, não foi promulgada para regular questões fáticas, técnicas, científicas, econômicas e sociais
matéria trabalhista, devendo a questão da licitude e dos efeitos da relativas à subcontratação de mão de obra por meio de interposta
terceirização ser decidida exclusivamente pela Justiça do Trabalho, pessoa. No entanto, os elementos trazidos à consideração dos
com base nos princípios e regras que norteiam o Direito do Ministros do TST, naquela oportunidade, não se mostraram capazes
Trabalho, de forma a interpretar e eventualmente a aplicar as de alterar o já citado entendimento recentemente consagrado pela
primeiras de modo a não esvaziar de sentido prático ou a negar SBDI-1 do TST, em sua sessão de 28/06/2011, no desempenho de
vigência e aplicação às normas trabalhistas que, em nosso país, seu papel legal e regimental precípuo. Com efeito, extrai-se do
disciplinam a prestação de trabalho subordinado, em especial os conjunto de manifestações aduzidas na citada Audiência Pública
artigos 2º e 3º da CLT. 3. Por via de consequência, não se pode que a alegação, feita pelos defensores da terceirização em geral (e,
mesmo interpretar o § 1º do artigo 25 da Lei nº 8.987/95, de que a inclusive, das atividades-fim empresariais), de que, por seu
autorização por ele dada à empresa concessionária dos serviços de intermédio, é possível atingir-se maior eficiência e produtividade e a
energia elétrica para contratar com terceiros o desenvolvimento de geração de mais riqueza e mais empregos, foi amplamente refutada
atividades inerentes ao serviço tornaria lícita a terceirização de suas pelos vastos dados estatísticos e sociológicos apresentados por
atividades-fim, o que, em última análise, acabaria por permitir que aqueles que sustentaram, ao contrário, que a terceirização das
elas desenvolvessem sua atividade empresarial sem ter em seus atividades-fim é um fator de precarização do trabalho,
quadros qualquer empregado, e sim, apenas, trabalhadores caracterizando-se pelos baixos salários dos empregados
terceirizados. 4. Assim, quando os órgãos fracionários dos Tribunais terceirizados e pela redução indireta do salário dos empregados das
trabalhistas interpretam preceitos legais como os ora examinados empresas tomadoras, pela maior instabilidade no emprego e
de forma a não produzir resultados não razoáveis e incompatíveis ausência de estímulo à maior produtividade dos trabalhadores
com o Direito do Trabalho e mediante a aplicação de outras normas terceirizados, pela divisão e desorganização dos integrantes da
infraconstitucionais existentes no ordenamento jurídico, não estão, categoria profissional que atua no âmbito das empresas tomadoras,
em absoluto, infringindo o disposto na Súmula Vinculante nº 10, com a consequente pulverização da representação sindical de todos
tampouco violando o artigo 97 da Constituição Federal, referente à os trabalhadores interessados, e, por fim, pelos comprovadamente
cláusula de reserva de Plenário, pois não se estará utilizando maiores riscos de acidente de trabalho. 8. Assim, diante da ilicitude
critérios constitucionais, nem mesmo de forma implícita. 5. Por outro da terceirização das atividades de construção e manutenção de
lado, não se pode considerar que a prestação dos serviços de linhas e redes de distribuição de energia elétrica pelas empresas
manutenção de linhas e redes de distribuição de energia elétrica concessionárias de serviço de energia elétrica, nas quais se insere
caracterize atividade-meio, e não atividade-fim das empresas do a exercida pelo reclamante, eletricista, deve ser mantido o
setor elétrico. Se a concessão pública para prestação de serviço de despacho agravado. Agravo de instrumento desprovido. (omissis)
energia elétrica tem como objetivo precípuo a sua distribuição à (AIRR - 1036-15.2011.5.10.0802, Relator Ministro: José Roberto
população com qualidade, é inadmissível entender que a Freire Pimenta, Data de Julgamento: 09/04/2014, 2ª Turma, Data de
manutenção das linhas e redes de transmissão e de distribuição de Publicação: DEJT 15/04/2014)
energia elétrica possa ser dissociada da atividade prestada pela EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO
empresa do setor elétrico. 6. A questão da legalidade ou ilegalidade EM RECURSO DE REVISTA. 1. LITISPENDÊNCIA. 2. VÍNCULO
da terceirização da atividade-fim das tomadoras de serviços foi DE EMPREGO DIRETO COM O TOMADOR DOS SERVIÇOS.
recentemente objeto de decisão da Subseção I da Seção TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. Os argumentos da reclamada foram
Especializada em Dissídios Individuais (SBDI-1) deste Tribunal analisados à luz dos dispositivos então mencionados no recurso de
Superior do Trabalho, em 28/06/2011, em sua composição revista, os quais, entretanto, não amparam a tese da embargante
completa, no julgamento do processo E-RR - 1346/2008-010-03- quanto à litispendência. Os argumentos da reclamada quanto ao
40.6, ao analisar a questão dos serviços de call center, e que teve exercício, pelo reclamante, de atividade fim da tomadora dos
como Relatora a Ministra Maria de Assis Calsing, em que, por serviços foram expressamente rechaçados na decisão embargada.
expressiva maioria (nove votos a favor e cinco contra), entendeu-se Por fim, tendo em vista que a decisão regional se encontra em
que as empresas de telecomunicações se encontram igualmente harmonia com a jurisprudência desta Corte Superior, esta Turma
sujeitas às diretrizes insertas na Súmula nº 331, itens I e III, e que aplicou ao caso o óbice da Súmula 333 do TST e do art. 896 da
os serviços das centrais de atendimento - call center - inserem-se CLT. Assim, ausentes no acórdão embargado os vícios inscritos nos
nas atividades-fim da empresa de telefonia, fato esse que arts. 897-A da CLT e 535 do CPC. Embargos de declaração
impossibilita o reconhecimento da legalidade dessa modalidade de rejeitados. (ED-AIRR - 333-53.2012.5.10.0801, Relatora Ministra:
Dora Maria da Costa, Data de Julgamento: 02/04/2014, 8ª Turma, nº 331, I, desta Corte Superior, que disciplina as hipóteses de
Data de Publicação: DEJT 04/04/2014) terceirização nas relações de trabalho, à falta de lei específica.
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 1. Precedente da SBDI-1 do TST. Recurso de revista conhecido,
PRELIMINAR DE NULIDADE DO ACÓRDÃO REGIONAL POR nesse particular, e parcialmente provido." (RR-27500-
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. 2. 89.2005.5.10.0801, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa, Data
LITISPENDÊNCIA. 3. VÍNCULO DE EMPREGO DIRETO COM O de Julgamento: 09/06/2010, 1ª Turma, Data de Publicação:
TOMADOR DOS SERVIÇOS. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. 4. 18/06/2010).
ADICIONAL POR DUPLA FUNÇÃO. 5. PLR. Nega-se provimento A tal modo, obstado o processamento do recurso de revista, a teor
ao agravo de instrumento que não consegue infirmar os da Súmula nº 333/TST.
fundamentos do despacho que denegou seguimento ao recurso de Recurso denegado.
revista. Agravo de instrumento conhecido e não provido. (AIRR 333- CONCLUSÃO
53.2012.5.10.0801, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de Ante o exposto, DENEGO seguimento ao recurso.
Julgamento: 19/02/2014, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT Acrescento não vislumbrar o alegado afastamento da incidência do
21/02/2014) art. 25, §1º, da Lei 8.987/95, e, tampouco, invasão de competência
ENERGIA ELÉTRICA - EXEGESE DO ART. 25 DA LEI Nº 8.987/95 legislativa da União, não havendo afronta à cláusula de reserva de
- INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº 331 DO TRIBUNAL SUPERIOR plenário.
DO TRABALHO - VIOLAÇÃO DO ART. 896 DA CLT. A Lei nº 8.987, Efetivamente, o atual e iterativo entendimento desta Corte, a quem
de 13 de fevereiro de 1995, que dispõe sobre o regime de incumbe ditar a unidade do sistema, segue no sentido diverso do
concessão e permissão de prestação de serviços públicos, ostenta que sustenta a agravante, qual seja, de que o disposto no artigo 25,
natureza administrativa e, como tal, ao tratar, em seu art. 25, da §1º, da Lei 8.987/95 não autoriza a terceirização, pela
contratação com terceiros de atividades inerentes, acessórias ou concessionária de energia elétrica, de atividade essencial, tal como
complementares ao serviço concedido, não autorizou a a de eletricista.
terceirização da atividade-fim das empresas do setor elétrico. Isso Assim, verificada a terceirização em atividade-fim, o
porque, esse diploma administrativo não aborda matéria trabalhista, reconhecimento de sua ilicitude e do consequente vínculo de
nem seus princípios, conceitos e institutos, cujo plano de eficácia é emprego com a tomadora dos serviços não afronta os dispositivos
outro. A legislação trabalhista protege, substancialmente, um valor: invocados, revelando consonância com o item I da Súmula 331 do
o trabalho humano, prestado em benefício de outrem, de forma não TST.
eventual, oneroso e sob subordinação jurídica, apartes à já Nesse norte, anotem-se os seguintes precedentes, alguns deles
insuficiente conceituação individualista. E o protege sob o influxo de proferidos em causas nas quais a ora agravante - ENERGISA -
outro princípio maior, o da dignidade da pessoa humana. Não se figurou como parte:
poderia, assim, dizer que a norma administrativista, preocupada EMBARGOS. RECURSO DE REVISTA. INTERPOSIÇÃO NA
com princípios e valores do Direito Administrativo, viesse derrogar o VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. TERCEIRIZAÇÃO.
eixo fundamental da legislação trabalhista, que é o conceito de CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA. ELETRICISTA.
empregado e empregador, jungido que está ao conceito de contrato ATIVIDADE PRECÍPUA. VÍNCULO DE EMPREGO COM A
de trabalho, previsto na CLT. O enunciado da Súmula nº 331 do TOMADORA DOS SERVIÇOS. NÃO CONHECIMENTO. 1.
Tribunal Superior do Trabalho guarda perfeita harmonia com Segundo a jurisprudência desta egrégia SBDI-1, o artigo 25, § 1º, da
princípios e normas constitucionais e trabalhistas e trouxe um marco Lei nº 8.987/95 não autoriza a terceirização de serviços
teórico e jurisprudencial para o fenômeno da terceirização nas relacionados às atividades precípuas das concessionárias de
relações de trabalho no Brasil, importante para o desenvolvimento energia elétrica, entre as quais se inclui a função de eletricista.
social e econômico do País, já que compatibilizou os princípios da Precedentes desta egrégia SBDI-1. Ressalva de entendimento
valorização do trabalho humano e da livre concorrência e equilibrou contrário do Relator. 2. Na hipótese vertente, uma vez consignado
a relação entre o capital e o trabalho. Recurso de embargos pela egrégia Oitava Turma deste Tribunal que a segunda reclamada
conhecido e parcialmente provido. (ED-E-RR-586341- (ESCELSA), concessionária de serviços de energia elétrica,
05.1999.5.18.5555, Redator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello terceirizou atividade inerente ao serviço concedido - de eletricista -,
Filho, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de impõe-se o reconhecimento da ilicitude da terceirização e,
Divulgação: DEJT 16/10/2009). consequentemente, do vínculo de emprego entre o reclamante e a
RECURSO DE REVISTA. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇOS tomadora dos serviços. Inteligência do item I da Súmula nº 331. 3.
PÚBLICOS. TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS COMPREENDIDOS Considerando, pois, que o v. acórdão turmário está em
NA ATIVIDADE-FIM. ILEGALIDADE. A interpretação teleológica do conformidade com a atual e iterativa jurisprudência desta colenda
disposto no art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95 - para efeito de Corte Superior, o conhecimento do recurso de embargos encontra
incidência da norma às relações de trabalho e sob os influxos dos óbice no artigo 894, § 2º, da CLT. 4. Recurso de embargos não
princípios constitucionais da valorização do trabalho e da dignidade conhecido. (E-ED-RR - 162500-70.2012.5.17.0009 Data de
humana - conduz à conclusão de que a contratação de terceiros por Julgamento: 22/09/2016, Relator Ministro: Guilherme Augusto
empresa concessionária de energia elétrica não pode atingir o Caputo Bastos, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,
objeto central do serviço público concedido. Somente pode ser Data de Publicação: DEJT 30/09/2016);
contratada parcela acessória ou não essencial ao contrato, ou seja, EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014.
as atividades-meio. Se o legislador tivesse a intenção de permitir a TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA
terceirização de atividades essenciais do setor elétrico, não teria ELÉTRICA. ATIVIDADE PRECÍPUA DO TOMADOR DOS
adotado a expressão atividades -inerentes-, mas o diria de forma SERVIÇOS. ENTE PÚBLICO. FRAUDE. RESPONSABILIDADE
expressa. Portanto, a norma apresenta conceito aberto, permitindo SOLIDÁRIA. PREVISÃO NO ARTIGO 942 DO CC. PROVIMENTO.
que o intérprete, ao aplicá-la, concilie os valores democráticos da 1. Segundo a jurisprudência desta Corte Superior, o artigo 25, § 1º,
livre iniciativa e do direito ao trabalho. Incidente a diretriz da Súmula da Lei nº 8.987/95 não autoriza a terceirização de serviços
relacionados às atividades precípuas das concessionárias de de instrumento a que se nega provimento. (AIRR - 63-
energia elétrica. Ressalva de entendimento contrário do Relator. 2. 32.2014.5.06.0005, Data de Julgamento: 23/08/2017, Relatora
Na hipótese vertente, da leitura do v. acórdão turmário, depreende- Ministra: Kátia Magalhães Arruda, 6ª Turma, (DEJT 25/08/2017);
se que a concessionária de serviços de energia elétrica (CELG) AGRAVOS REGIMENTAIS EM AGRAVOS DE INSTRUMENTO EM
terceirizou atividades essenciais ao seu objeto, o que acarretou o RECURSOS DE REVISTA INTERPOSTOS PELA TENCEL
reconhecimento de sua ilicitude. 3. Por outro lado, segundo a ENGENHARIA EIRELI E CELG DISTRIBUIÇÃO S.A.. LEI
jurisprudência deste colendo Tribunal Superior, a contratação 13.015/14. MATÉRIA COMUM. ANÁLISE CONJUNTA. EMPRESA
irregular de trabalhador por meio de empresa interposta não gera CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA. TERCEIRIZAÇÃO
vínculo de emprego com órgão da administração pública, em face ILÍCITA. ATIVIDADE-FIM. ELETRICISTA. ISONOMIA SALARIAL. 1.
do óbice contido no artigo 37, II e § 2º, da Constituição Federal. 4. Prevalece nesta Corte Superior o entendimento de que a Lei nº
Uma vez configurada a fraude na terceirização, todavia, o ente 8.987/95, que trata do regime de concessão e permissão de
público tomador de serviços deve ser responsabilizado de forma prestação de serviços públicos, não autoriza a terceirização de
solidária pelos créditos trabalhistas do empregado, com fulcro no atividade-fim das empresas concessionárias de serviços públicos. 2.
artigo 942 do CC, segundo o qual todos aqueles que violam direito Nos termos da OJ/SbDI-1/TST nº 383 do c. TST, "a contratação
de outrem responderão solidariamente pela reparação. Precedentes irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera
desta egrégia SBDI-1. 5. Recurso de embargos de que se conhece vínculo de emprego com ente da Administração Pública, não
e ao qual se dá provimento. (E-RR-11623-36.2013.5.18.0016, Data afastando, contudo, pelo princípio da isonomia, o direito dos
de Julgamento: 01/12/2016, Redator Ministro: José Roberto Freire empregados terceirizados às mesmas verbas trabalhistas legais e
Pimenta, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT normativas asseguradas àqueles contratados pelo tomador dos
27/01/2017); serviços, desde que presente a igualdade de funções. Aplicação
AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE analógica do art. 12, "a", da Lei nº 6.019, de 03.01.1974.". No caso,
REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014. o Regional consignou, textualmente, que o autor exercia a função
REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA RECONHECIDA PELO de eletricista, atividade essencial inserida na dinâmica de
STF. PEDIDO DE SOBRESTAMENTO DO FEITO (PEDIDO distribuição de energia elétrica. Registra a ilicitude na contratação
INDEFERIDO). TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. ATIVIDADE-FIM. do empregado, em nítida fraude à legislação trabalhista, nos termos
VÍNCULO DE EMPREGO DIRETAMENTE COM O TOMADOR do art. 9º da CLT, para prestar serviços intimamente ligados à
DOS SERVIÇOS. EMPRESA CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO atividade-fim da Celg D, atuante no feito como tomadora dos
PÚBLICO DE ENERGIA ELÉTRICA (SÚMULA 331, I, DO TST). serviços, bem como a igualdade de funções entre o ex-empregado
Recurso que não logra demonstrar o desacerto da decisão que e aqueles diretamente contratados pela Celg D. Logo, a decisão
negou seguimento ao agravo de instrumento. Agravo não provido. que reconheceu a paridade de direitos trabalhistas se coaduna com
(Ag-AIRR - 1193-23.2014.5.10.0821, Data de Julgamento: os termos da OJ/SBDI-1 nº 383 do c. TST. Óbice do art. 896, § 7º,
22/11/2017, Relatora Ministra: Delaíde Miranda Arantes, 2ª Turma, da CLT, descabendo cogitar de violação de dispositivo de lei e da
DEJT 01/12/2017); Constituição Federal. Agravos regimentais conhecidos e
AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE desprovidos. (AgR-AIRR - 2598-92.2013.5.18.0082, Data de
REVISTA. INTERPOSIÇÃO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. Julgamento: 22/08/2017, Relator Ministro: Alexandre de Souza Agra
DECISÃO MONOCRÁTICA DENEGATÓRIA DE SEGUIMENTO. Belmonte, 3ª Turma, DEJT 25/08/2017).
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. EMPRESA CONCESSIONÁRIA DE Incensurável, pois, o juízo primeiro de admissibilidade ao aplicar a
SERVIÇO PÚBLICO DE ENERGIA ELÉTRICA. VÍNCULO DE Súmula 333/TST, cumprindo aduzir que a Lei nº 13.429/2017 não
EMPREGO DIRETO COM A TOMADORA DE SERVIÇO. Impõe-se retroage para atingir a relação de emprego desenvolvida antes da
confirmar a decisão agravada, na qual constatada a ausência de entrada em vigor.
violação direta e literal de preceito de lei federal ou da Constituição Acresça-se que o reconhecimento, pelo Supremo Tribunal Federal,
da República, bem como a não configuração de divergência de a questão constitucional versada em Recurso Extraordinário
jurisprudencial hábil e específica, nos moldes das alíneas "a" e "c" oferecer repercussão geral não atinge, diretamente, o recurso de
do artigo 896 da CLT, uma vez que as razões expendidas pela revista e o agravo de instrumento em trâmite perante as Turmas do
agravante não se mostram suficientes a demonstrar o apontado TST, conforme art. 543-B do CPC/73. Não há falar, portanto, em
equívoco em relação a tal conclusão. Agravo conhecido e não sobrestamento do feito.
provido. (Ag-AIRR - 1147-97.2015.5.10.0821, Data de Julgamento: Afasta-se, por fim, a pretensa nulidade do decisum ora agravado
23/08/2017, Relator Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, por negativa de prestação jurisdicional. A jurisprudência desta Corte
Data de Publicação: DEJT 25/08/2017); Superior é uníssona em proclamar que a denegação de seguimento
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. do recurso de revista não configura invasão de competência
RECLAMADA. DA LEI Nº 13.015/2014. TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. funcional, tampouco negativa de prestação jurisdicional ou ofensa
CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA. ELETRICISTA. ao duplo grau de jurisdição, ao devido processo legal ou ao
ATIVIDADE-FIM. VÍNCULO DE EMPREGO. ANTERIOR À LEI Nº contraditório. Isso porque compreende juízo prévio de
13.429/2017. 1 - Foram preenchidas as exigências do art. 896, § 1°- admissibilidade recursal, sem conteúdo conclusivo da lide, além de
A, da CLT. 2 - Na hipótese, conforme o quadro fático apresentado se sujeitar à revisão pela via do agravo de instrumento, o qual
pelo Tribunal Regional, o reclamante exercia a função de eletricista devolve toda a matéria impugnada ao TST, sem que eventual
em atividade-fim da empresa tomadora de serviços, o que evidencia imperfeição acarrete prejuízo à parte. É a regra do artigo 794 da
a contratação fraudulenta, nos termos do art. 9º da CLT, e permite o CLT.
reconhecimento do vínculo de emprego diretamente com a empresa Inviável o processamento do recurso de revista.
tomadora, nos termos da Súmula nº 331, I, do TST. Decisão Com efeito - e sem embargo da bem fundamentada petição de
regional em consonância com esse entendimento. Caso anterior à agravo -, o debate sobre essa temática está exaurido no âmbito
lei 13.429/2017 (ED-E-ED-RR-1144-53.2013.5.06.0004). 3 - Agravo desta Corte Superior, e sacramentado na linha da Súmula nº 331, I,
e da atual, reiterativa e notória jurisprudência consignada na empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de
decisão ora impugnada. Por isso, impõe-se reafirmar o constitucionalidade, declarando a parcial nulidade sem redução de
entendimento, remanescendo intactos todos os dispositivos texto do referido dispositivo sem observar a cláusula de reserva de
constitucionais e legais veiculados. Plenário. AGRAVO PROVIDO.
Vale registrar, ainda, que não se está violando o artigo 1.021, § 3º, 4. O PLENÁRIO DA CORTE declarou parcialmente inconstitucional
do CPC, uma vez que, na essência, o presente apelo se limita a a SÚMULA 331/TST e proclamou a licitude da terceirização de toda
renovar os argumentos já analisados, o que autoriza a confirmação e qualquer atividade, meio ou fim; para afirmar a inexistência de
dos fundamentos adotados, à luz da necessária dialeticidade entre relação de emprego entre a contratante e o empregado da
recurso e decisão. contratada. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
A vedação inserta no mencionado dispositivo relaciona-se, 5. Agravo conhecido e recurso extraordinário provido para
intrinsecamente, ao comando contido no § 1º, e tem cabimento restabelecer a sentença de primeiro grau, com a fixação da seguinte
quando o agravo interno apresenta argumentos pertinentes ainda tese no TEMA 739: "É nula a decisão de órgão fracionário que se
não objeto de exame na decisão impugnada ou que, apesar de recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a
terem sido, comportem esclarecimentos. Dessa forma, a exigência cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
de fundamentação estará cumprida se, nesse particular, o acórdão 949 do CPC." (ARE 791932/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
do agravo, apesar de reiterar as razões de decidir, faz os DJe 06/03/2019).
acréscimos cabíveis.
Ademais, no presente caso, a função principal do agravo interno - Logo, versando o acórdão recorrido questão atinente a tema cuja
submeter o exame do apelo ao Colegiado - também terá sido repercussão geral foi reconhecida, com tese de mérito firmada pelo
atendida. Supremo Tribunal Federal, determino o encaminhamento dos autos
Ao fim, cumpre reafirmar que o reconhecimento, pelo Supremo ao órgão fracionário prolator da decisão recorrida nestes autos, a
Tribunal Federal, de a questão constitucional versada em Recurso fim de que se manifeste, nos termos do art. 1.030, II, do CPC/2015,
Extraordinário oferecer repercussão geral não atinge, diretamente, o sobre a necessidade ou não de exercer eventual juízo de retratação
recurso de revista e o agravo de instrumento em trâmite perante as da decisão então proferida por aquele colegiado.
Turmas do TST.
Do exposto, nego provimento ao agravo. À Coordenadoria de Recursos - CREC para as providências
cabíveis.
Em acórdão publicado em 06/03/2019, o Supremo Tribunal Federal, Publique-se.
ao julgar o ARE 791932 (Tema 793 do ementário de Repercussão Brasília, 03 de março de 2020.
Geral), reafirmou a jurisprudência já assentada por aquela Corte, no
sentido de declarar a "É nula a decisão de órgão fracionário que se
recusa a aplicar o art. 94, II, da Lei 9.472/1997, sem observar a Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
cláusula de reserva de Plenário (CF, art. 97), observado o artigo
949 do CPC". Processo Nº ARE-0172400-66.2007.5.02.0463
Consta da ementa do referido julgado: Processo Nº ARE-01724/2007-463-02-00.0
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº E-RR-0000758-76.2013.5.21.0013
- ESMERINO DOS SANTOS FALCAO Complemento Plenário Virtual
- PARANAPANEMA S.A. Relator MIN. CLÁUDIO MASCARENHAS
BRANDÃO
Processo Nº E-RR-0000424-39.2013.5.21.0014 EMBARGANTE JOSE WELLINGTON ALVES
GUIMARAES
Complemento Plenário Virtual
Advogado DR. MÁRIO JÁCOME DE LIMA(OAB:
Relator MIN. HUGO CARLOS 2777/RN)
SCHEUERMANN
EMBARGADO(A) PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. -
EMBARGANTE DANIEL BARROSO DE MEDEIROS PETROBRAS
Advogado DR. MÁRIO JÁCOME DE LIMA(OAB: Advogada DRA. FERNANDA ERIKA SANTOS DA
2777/RN) COSTA(OAB: 4581/RN)
EMBARGADO(A) PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - EMBARGADO(A) PROEN PROJETOS ENGENHARIA,
PETROBRAS COMÉRCIO E MONTAGENS LTDA.
Advogada DRA. FERNANDA ERIKA SANTOS DA Advogada DRA. VERÔNICA DE MATTOS
COSTA(OAB: 4581/RN) LAMARÃO GAVILANES(OAB:
EMBARGADO(A) SERTEL SERVIÇOS DE 122996/RJ)
INSTALAÇÕES TÉRMICAS LTDA.
Advogado DR. THIAGO QUEIROZ DE Intimado(s)/Citado(s):
MELO(OAB: 7283/RN)
- JOSE WELLINGTON ALVES GUIMARAES
Intimado(s)/Citado(s): - PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS
- PROEN PROJETOS ENGENHARIA, COMÉRCIO E
- DANIEL BARROSO DE MEDEIROS MONTAGENS LTDA.
- PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS
Processo Nº E-RR-0108000-39.2008.5.15.0045
Processo Nº E-RR-0088900-02.2009.5.04.0003 Complemento Plenário Virtual
Complemento Plenário Virtual
Advogado DR. PAULO CÉSAR GOMES Advogado DR. THIAGO DA SILVA E SILVA(OAB:
ALBUQUERQUE(OAB: 36165/DF) 12146-A/AM)
Advogado DR. LEVI DE OLIVEIRA PAIVA Advogado DR. MARCEL DE QUEIROZ
SALES(OAB: 27472/CE) MARTINS(OAB: 9676-A/AM)
Intimado(s)/Citado(s): Intimado(s)/Citado(s):
- BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. - BANCO BRADESCO S.A.
- LIVIA CAVALCANTE AGUIAR LESSA - MARCELO SHINOBU DE QUEIROZ TAKAHASHI
Processo Nº Ag-E-ED-ARR-0001173-94.2012.5.04.0101
AGRAVADO(S) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF Advogado DR. ELZI MARCÍLIO VIEIRA
FILHO(OAB: 17089-A/PR)
Advogado DR. OSIVAL DANTAS
BARRETO(OAB: 15431/DF) Advogada DRA. ANA SÍLVIA VOSS DE
AZEVEDO(OAB: 36369/PR)
Advogado DR. FERNANDO TEIXEIRA
ABDALA(OAB: 24797/DF)
AGRAVADO(S) CLAÚDIA TRENTINI FARIAS DA Intimado(s)/Citado(s):
ROSA
- BRILHOQUÍMICA LTDA. - ME
Advogado DR. MARCOS D'ÁVILA MELO
FERNANDES(OAB: 446-A/SE) - CENTERCRED FACTORING COMERCIAL LTDA - ME
- CENTERCRED SERVIÇOS E COBRANÇAS LTDA. - ME
Intimado(s)/Citado(s): - KÊNIA AMANDA ESTRUZANI NEVES
- POLI LIMP LTDA. - ME
- CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
- CLAÚDIA TRENTINI FARIAS DA ROSA
Processo Nº Ag-E-ED-RR-0002662-43.2010.5.12.0028
- FUNDAÇÃO DOS ECONOMIÁRIOS FEDERAIS - FUNCEF
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. JOSÉ ROBERTO FREIRE
Processo Nº Ag-E-ED-RR-0001945-76.2011.5.04.0203 PIMENTA
Complemento Plenário Virtual AGRAVANTE(S) MARCIA REGINA LUCKMANN
Relator MIN. ALEXANDRE LUIZ RAMOS Advogado DR. NILSON MARCELINO(OAB:
AGRAVANTE(S) PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - 22852/SC)
PETROBRAS AGRAVADO(S) TMKT SERVIÇOS DE MARKETING
Advogado DR. DIRCEU MARCELO LTDA.
HOFFMANN(OAB: 16538/GO) Advogada DRA. FABÍOLA COBIANCHI
AGRAVADO(S) GAMIL FANOR LAGEMANN NUNES(OAB: 149834/SP)
Advogado DR. ANDRÉ AVELINO RIBEIRO Advogado DR. RODRIGO DE SOUZA
NETO(OAB: 6815/RS) ROSSANEZI(OAB: 177399-A/SP)
Advogado DR. MAURÍCIO DE FIGUEIREDO AGRAVADO(S) CLARO S.A.
CORRÊA DA VEIGA(OAB: 21934/DF) Advogado DR. JOSÉ ALBERTO COUTO
AGRAVADO(S) FUNDAÇÃO PETROBRAS DE MACIEL(OAB: 513/DF)
SEGURIDADE SOCIAL - PETROS Advogado DR. SÉRGIO LUIZ DA ROCHA
Advogado DR. RENATO LOBO POMBO(OAB: 33243/SC)
GUIMARÃES(OAB: 14517-A/DF)
Advogada DRA. GILDA RUSSOMANO Intimado(s)/Citado(s):
GONÇALVES DOS SANTOS(OAB:
65395/RS) - CLARO S.A.
- MARCIA REGINA LUCKMANN
Intimado(s)/Citado(s): - TMKT SERVIÇOS DE MARKETING LTDA.
- FUNDAÇÃO PETROBRAS DE SEGURIDADE SOCIAL -
PETROS Processo Nº Ag-ED-E-ED-RR-0002955-95.2014.5.02.0013
- GAMIL FANOR LAGEMANN Complemento Plenário Virtual
- PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS Relator MIN. CLÁUDIO MASCARENHAS
BRANDÃO
Processo Nº Ag-E-Ag-AIRR-0001949-78.2014.5.09.0071 AGRAVANTE(S) FABIO AKIRA SUZUKI
Complemento Plenário Virtual Advogado DR. EDSON GRAMUGLIA
ARAÚJO(OAB: 82992/SP)
Relator MIN. CLÁUDIO MASCARENHAS
BRANDÃO AGRAVADO(S) INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA
MÉDICA AO SERVIDOR PÚBLICO
AGRAVANTE(S) BRILHOQUÍMICA LTDA. - ME ESTADUAL - IAMSPE
Advogado DR. CHARLES PEREIRA LUSTOSA Procurador DR. PEDRO FABRIS DE OLIVEIRA
SANTOS(OAB: 33280/PR)
Advogado DR. JOSE LUCIO GLOMB(OAB: 6838-
A/PR) Intimado(s)/Citado(s):
AGRAVANTE(S) POLI LIMP LTDA. - ME - FABIO AKIRA SUZUKI
Advogado DR. JOSÉ LÚCIO GLOMB(OAB: - INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO SERVIDOR
6838/PR) PÚBLICO ESTADUAL - IAMSPE
Advogado DR. ANDRÉ FELIPE DURDYN(OAB:
41300/PR) Processo Nº Ag-E-AIRR-0003752-94.2011.5.02.0201
Advogada DRA. MICHELLE NOVACKI Complemento Plenário Virtual
BOEIRA(OAB: 63698/PR)
Relator MIN. MÁRCIO EURICO VITRAL
AGRAVANTE(S) CENTERCRED SERVIÇOS E AMARO
COBRANÇAS LTDA. - ME
AGRAVANTE(S) METROPOLITAN TRANSPORTS SA
Advogado DR. JOSE LUCIO GLOMB(OAB: 6838- (EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL)
A/PR)
Advogado DR. WILLIAM SIDNEY SULEIBE(OAB:
AGRAVANTE(S) CENTERCRED FACTORING 166636/SP)
COMERCIAL LTDA - ME
AGRAVADO(S) HELIO COELHO AMORIM
Advogado DR. JOSE LUCIO GLOMB(OAB: 6838-
A/PR) Advogado DR. FERNANDO HENRIQUE
RODRIGUES(OAB: 236795/SP)
AGRAVADO(S) KÊNIA AMANDA ESTRUZANI NEVES
AGRAVADO(S) COOPERATIVA DE TRABALHO DOS
Advogado DR. WILSON ROBERTO VIEIRA PROFISSIONAIS NA AREA DE
LOPES(OAB: 14166/PR) ESTRUTURA EMPRESARIAL -
Advogado DR. MARCELO MACIOSKI(OAB: COOPERMEA - EM LIQUIDACAO
17214/PR) Advogado DR. CHRISTIAN ROBERTO
LEITE(OAB: 252777/SP)
Processo Nº Ag-E-RR-0067500-50.2012.5.21.0003
Processo Nº Ag-E-ED-ARR-0040600-25.2008.5.02.0027
Complemento Plenário Virtual
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. WALMIR OLIVEIRA DA COSTA
Relator MIN. BRENO MEDEIROS
AGRAVANTE(S) GUARARAPES CONFECÇÕES S.A.
AGRAVANTE(S) HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA
FACULDADE DE MEDICINA DA Advogado DR. DYEGO FREIRE FURTADO DE
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - MENDONCA(OAB: 7274-A/RN)
USP Advogado DR. FABER LIMA MESQUITA DE
Procuradora DRA. JULIANA MARIA DELLA MEDEIROS(OAB: 7869/RN)
PELLICANI Advogado DR. GAUDIO RIBEIRO DE
Procurador DR. PAULO HENRIQUE PROCÓPIO PAULA(OAB: 49080-A/DF)
FLORÊNCIO AGRAVADO(S) MARIA CLEONICE GOMES DA SILVA
AGRAVADO(S) FUNDACAO FACULDADE DE Advogado DR. FRANCISCO JOSÉ ARAÚJO
MEDICINA ALVES(OAB: 7596/RN)
Advogada DRA. JULIANA AUGUSTO
ALCÂNTARA CASTILHO(OAB:
199976/SP) Intimado(s)/Citado(s):
AGRAVADO(S) ROZENILDE PAULO DE SOUZA - GUARARAPES CONFECÇÕES S.A.
Advogado DR. MARCO ANTONIO PEREZ - MARIA CLEONICE GOMES DA SILVA
ALVES(OAB: 128753/SP)
Processo Nº Ag-E-Ag-RR-0070200-23.2013.5.21.0016
Intimado(s)/Citado(s): Complemento Plenário Virtual
- FUNDACAO FACULDADE DE MEDICINA Relator MIN. JOSÉ ROBERTO FREIRE
- HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA PIMENTA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP AGRAVANTE(S) PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. -
- ROZENILDE PAULO DE SOUZA PETROBRAS
Advogado DR. DIRCEU MARCELO
HOFFMANN(OAB: 16538/GO)
Processo Nº Ag-E-RR-0058100-03.2013.5.13.0002
AGRAVADO(S) PRIME PLUS LOCAÇÃO DE
Complemento Plenário Virtual VEÍCULOS E TRANSPORTES
Relator MIN. MÁRCIO EURICO VITRAL TURÍSTICOS LTDA.
AMARO Advogado DR. FERNANDO AUGUSTO
AGRAVANTE(S) TRANSNACIONAL - TRANSPORTE CORREIA CARDOSO FILHO(OAB:
NACIONAL DE PASSAGEIROS LTDA. 14503/CE)
Advogado DR. JOSÉ MÁRIO PORTO AGRAVADO(S) BENTO SIQUEIRA DE OLIVEIRA
JÚNIOR(OAB: 3045/PB) Advogada DRA. MÔNICA ALVES FEITOSA(OAB:
AGRAVADO(S) SANDRO ARAUJO LIMA 2576/RN)
Advogado DR. JOSÉ SILVEIRA ROSA(OAB:
5977/PB) Intimado(s)/Citado(s):
AGRAVADO(S) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO
SOCIAL - INSS - BENTO SIQUEIRA DE OLIVEIRA
- PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS
Intimado(s)/Citado(s): - PRIME PLUS LOCAÇÃO DE VEÍCULOS E TRANSPORTES
TURÍSTICOS LTDA.
- INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
- SANDRO ARAUJO LIMA Processo Nº Ag-E-RR-0082500-29.2011.5.17.0006
- TRANSNACIONAL - TRANSPORTE NACIONAL DE Complemento Plenário Virtual
PASSAGEIROS LTDA.
Relator MIN. CLÁUDIO MASCARENHAS
BRANDÃO
Processo Nº Ag-E-AIRR-0059400-73.2009.5.02.0025 AGRAVANTE(S) RONEI RAMOS VANDGUS
Intimado(s)/Citado(s):
Intimado(s)/Citado(s):
- AFRANIO CEZAR OLIVA DE MATTOS
- SIDNEY DE SOUZA MARTINS
- JAIRO BARREIROS DE ALMEIDA FILHO
- VARIG LOGÍSTICA S.A. - VARIG LOG E OUTRA
- SEVIBA SEGURANÇA E VIGILÂNCIA DA BAHIA LTDA.
- VARIG S.A. VIAÇÃO AÉREA RIO-GRANDENSE
- SINDICATO DOS EMPREGADOS DE EMPRESAS DE
- VRG LINHAS AÉREAS S.A. E OUTRA SEGURANÇA E VIGILANCIA DO ESTADO DA BAHIA -
SINDVIGILANTES
Processo Nº Ag-E-ED-Ag-RR-0088000-54.2010.5.21.0021 - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. CLÁUDIO MASCARENHAS Processo Nº Ag-E-Ag-AIRR-0097900-94.2009.5.01.0072
BRANDÃO Complemento Plenário Virtual
AGRAVANTE(S) PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - Relator MIN. BRENO MEDEIROS
PETROBRAS
AGRAVANTE(S) FUNDAÇÃO PETROBRAS DE
Advogado DR. DIRCEU MARCELO SEGURIDADE SOCIAL - PETROS
HOFFMANN(OAB: 2124-A/DF)
Advogado DR. RENATO LOBO
AGRAVADO(S) JOSÉ FAGNER LIMA DA SILVA GUIMARÃES(OAB: 14517-A/DF)
Advogado DR. MÁRIO JÁCOME DE LIMA(OAB: AGRAVADO(S) CLÁUDIA FERNANDES CARNEIRO
2777/RN) LEÃO
AGRAVADO(S) NORSERGE - NORTE SERVIÇOS Advogado DR. CRISTÓVÃO TAVARES DE
GERAIS LTDA. MACEDO SOARES
GUIMARÃES(OAB: 77988/RJ)
Intimado(s)/Citado(s): AGRAVADO(S) PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. -
PETROBRAS
- JOSÉ FAGNER LIMA DA SILVA Advogado DR. DIRCEU MARCELO
- NORSERGE - NORTE SERVIÇOS GERAIS LTDA. HOFFMANN(OAB: 16538/GO)
- PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº AgR-E-RR-0088100-09.2010.5.21.0021 - CLÁUDIA FERNANDES CARNEIRO LEÃO
Complemento Plenário Virtual - FUNDAÇÃO PETROBRAS DE SEGURIDADE SOCIAL -
Relator MIN. CLÁUDIO MASCARENHAS PETROS
BRANDÃO - PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS
AGRAVANTE(S) PETROLEO BRASILEIRO S A
PETROBRAS
Processo Nº Ag-E-RR-0100865-74.2016.5.01.0080
Advogado DR. DIRCEU MARCELO
HOFFMANN(OAB: 16538/GO) Complemento Plenário Virtual
AGRAVADO(S) JOSÉ DANTAS DA SILVA Relator MIN. WALMIR OLIVEIRA DA COSTA
Advogado DR. CARLOS CÉSAR DE CARVALHO AGRAVANTE(S) VITOR GOMES DE SOUZA
LOPES(OAB: 700-A/RN) Advogado DR. ROGÉRIO FONTES DE
AGRAVADO(S) NORSERGE - NORTE SERVIÇOS SIQUEIRA(OAB: 76678/RJ)
GERAIS LTDA. Advogado DR. GABRIEL SIQUEIRA CORREA
DE MELLO(OAB: 159209/RJ)
Intimado(s)/Citado(s): AGRAVADO(S) PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. -
PETROBRAS
Processo Nº Ag-E-RR-0189300-20.2009.5.22.0004
Intimado(s)/Citado(s): Complemento Plenário Virtual
- ANTÔNIO JOSÉ GONÇALVES DE ARAÚJO Relator MIN. ALEXANDRE LUIZ RAMOS
- ITAÚ UNIBANCO S.A. AGRAVANTE(S) DEOCLIDES RODRIGUES COIMBRA
Advogada DRA. MORGANA NUALLA CASTELO
Processo Nº Ag-E-ED-RR-0123600-70.2011.5.17.0003 BRANCO HOLANDA(OAB: 5124-A/PI)
Complemento Plenário Virtual AGRAVADO(S) BANCO DO BRASIL S.A.
Relator MIN. CLÁUDIO MASCARENHAS Advogado DR. RÉGIS DIEGO GARCIA(OAB:
BRANDÃO 250212/SP)
AGRAVANTE(S) CARLOS EDUARDO DA SILVA
Advogado DR. WEBER JOB PEREIRA Intimado(s)/Citado(s):
FRAGA(OAB: 8390/ES)
- BANCO DO BRASIL S.A.
AGRAVADO(S) BANCO ITAUCARD S.A. E OUTROS
- DEOCLIDES RODRIGUES COIMBRA
Advogado DR. BERESFORD MARTINS
MOREIRA NETO(OAB: 8737/ES)
Advogado DR. MOZART VICTOR RUSSOMANO Processo Nº Ag-E-ARR-0254000-27.2007.5.02.0070
NETO(OAB: 29340-A/DF) Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. LUIZ PHILIPPE VIEIRA DE
MELLO FILHO
Intimado(s)/Citado(s):
AGRAVANTE(S) KIRTON BANK S.A. - BANCO
- BANCO ITAUCARD S.A. E OUTROS MÚLTIPLO
- CARLOS EDUARDO DA SILVA Advogada DRA. CRISTIANA RODRIGUES
GONTIJO(OAB: 6930-A/DF)
Processo Nº Ag-E-ED-RR-0173840-35.2009.5.10.0001 Advogado DR. ASSAD LUIZ THOMÉ(OAB: 17383
Complemento Plenário Virtual -A/SP)
Relator MIN. ALEXANDRE LUIZ RAMOS Advogado DR. VICTOR RUSSOMANO
JÚNIOR(OAB: 3609/DF)
AGRAVANTE(S) CARMEN FRANCISCA WOITOWICZ
DA SILVEIRA Advogado DR. MOZART VICTOR RUSSOMANO
NETO(OAB: 29340-A/DF)
Advogado DR. PEDRO LOPES RAMOS(OAB:
7481/DF) AGRAVADO(S) SUELI DO NASCIMENTO
Advogado DR. NILTON CORREIA(OAB: Advogada DRA. TATIANA CAMPANHÃ
1291/DF) BESERRA(OAB: 215934/SP)
AGRAVADO(S) CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS
FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO Intimado(s)/Citado(s):
BRASIL- PREVI
- KIRTON BANK S.A. - BANCO MÚLTIPLO
Advogado DR. RODRIGO LACROIX DE
ALMEIDA(OAB: 37508/DF) - SUELI DO NASCIMENTO
AGRAVADO(S) BANCO DO BRASIL S.A.
Advogado DR. CARLOS ALBERTO DE Processo Nº Ag-E-ED-RR-0256500-44.2007.5.02.0045
SOUZA(OAB: 19962/DF) Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. AUGUSTO CÉSAR LEITE DE
CARVALHO
Intimado(s)/Citado(s):
AGRAVANTE(S) TIAGO MERLINO DOMENES
- BANCO DO BRASIL S.A.
Advogado DR. DEJAIR PASSERINE DA
- CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO SILVA(OAB: 55226/SP)
DO BRASIL- PREVI
Intimado(s)/Citado(s):
Intimado(s)/Citado(s):
- COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO -
CODESP - SAINT-GOBAIN DISTRIBUICAO BRASIL LTDA
- WILSON BERTOLDO DA SILVA - SINDICATO DOS EMPREGADOS NO COMÉRCIO DE
MARINGÁ - SINCOMAR
Processo Nº Ag-E-ED-RR-2466600-07.2008.5.09.0014
Processo Nº ED-Ag-E-ED-RR-0017341-34.2007.5.10.0020
Complemento Plenário Virtual
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. ALEXANDRE LUIZ RAMOS
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
AGRAVANTE(S) MARIA CLAYDE ALVES PACE FONTAN PEREIRA
Advogada DRA. CAMILA KAPP(OAB: 42160/PR) EMBARGANTE ANTONIO LUIZ BARBOSA VIEIRA
Advogado DR. JULIANA LUCIANI DA Advogado DR. JOSÉ AFONSO BOTELHO
SILVA(OAB: 40514/PR) ROCHA(OAB: 116645/MG)
Advogado DR. VALDYR ARNALDO LESSNAU EMBARGADO(A) BANCO DO BRASIL S.A.
PERRINI(OAB: 14015/PR)
Advogado DR. CARLOS ALBERTO DE
AGRAVADO(S) UNIÃO PARANAENSE DE ENSINO E SOUZA(OAB: 19962/DF)
CULTURA - UNIPEC
Advogado DR. CASSIUS ARAÚJO
Advogada DRA. ANA LÚCIA CABEL LIMA(OAB: GONZALES(OAB: 59747/RS)
17978/PR)
Advogado DR. ELOY CONFRADO Intimado(s)/Citado(s):
BETTEGA(OAB: 64169/PR)
- ANTONIO LUIZ BARBOSA VIEIRA
Intimado(s)/Citado(s): - BANCO DO BRASIL S.A.
- MARIA CLAYDE ALVES PACE
Processo Nº ED-Ag-E-Ag-AIRR-0020375-05.2015.5.04.0731
- UNIÃO PARANAENSE DE ENSINO E CULTURA - UNIPEC
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. MÁRCIO EURICO VITRAL
Processo Nº ED-Ag-E-ED-RR-0001438-57.2010.5.04.0751 AMARO
Complemento Plenário Virtual
EMBARGANTE MUNICÍPIO DE CANDELÁRIA
Relator MIN. MÁRCIO EURICO VITRAL
AMARO Procuradora DRA. FRANCIÉLE SCHRÖDER
EMBARGANTE FUNDAÇÃO DOS ECONOMIÁRIOS Procuradora DRA. DANA BETINA CEZAR
FEDERAIS - FUNCEF EMBARGADO(A) FABRINE DAIANA KNIES
Advogado DR. DINO ARAÚJO DE Advogado DR. MARCOS ANDRÉ DE
ANDRADE(OAB: 20182/DF) OLIVEIRA(OAB: 78623/RS)
EMBARGADO(A) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL EMBARGADO(A) ASSOCIAÇÃO PRÓ-
DESENVOLVIMENTO DA CIDADANIA
DE CANDELÁRIA - ADECAN
- ÓRGÃO GESTOR DE MÃO DE OBRA DO TRABALHO Advogado DR. JOSÉ ALBERTO COUTO
PORTUÁRIO AVULSO DO PORTO ORGANIZADO DE MACIEL(OAB: 513/DF)
ANTONINA - OGMO/A Advogado DR. DOUGLAS SIQUEIRA
ARTIGAS(OAB: 11268/MS)
Processo Nº ED-Ag-E-RR-0264800-71.2009.5.09.0322
Complemento Plenário Virtual Intimado(s)/Citado(s):
Relator MIN. LUIZ PHILIPPE VIEIRA DE - BRASIL TELECOM S.A.
MELLO FILHO
- SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EMPRESAS DE
EMBARGANTE ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DE TELECOMUNICAÇÕES DO ESTADO DE MATO GROSSO DO
PARANAGUÁ E ANTONINA - APPA SUL - SINTTE
Advogado DR. CARLOS EDUARDO FERLA - SÃO PAULO CONTACT CENTER LTDA. - SPCC E OUTRA
CORRÊA(OAB: 37505/PR)
Advogada DRA. JULIANA APARECIDA
FERREIRA(OAB: 51277/PR) Processo Nº E-RR-0000800-78.2005.5.05.0134
Processo Nº E-RR-00008/2005-134-05-00.7
Advogado DR. LUCAS EDUARDO PONTES
PIRATELO(OAB: 78213/PR)
EMBARGADO(A) HUMBERTO DO NASCIMENTO Complemento Processo Físico
Advogada DRA. JOSANE DE FÁTIMA Relator MIN. JOSÉ ROBERTO FREIRE
COUTINHO FANINE(OAB: 35430/PR) PIMENTA
EMBARGANTE BANCO BRADESCO S.A.
Intimado(s)/Citado(s): Advogado DR. MOZART VICTOR RUSSOMANO
NETO(OAB: 29340/DF)
- ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DE PARANAGUÁ E EMBARGADO(A) NEIDE DE OLIVEIRA COSTA PINTO
ANTONINA - APPA
Advogado DR. ELIEL DE JESUS TEIXEIRA(OAB:
- HUMBERTO DO NASCIMENTO 12514/BA)
Processo Nº E-RR-0007500-19.2009.5.03.0059
PROCESSOS INCLUÍDOS NA SESSÃO PRESENCIAL Complemento Processo Físico
Relator MIN. JOSÉ ROBERTO FREIRE
PIMENTA
Processo Nº E-ED-Ag-AIRR-0000183-31.2010.5.24.0000 EMBARGANTE WEDER SILVEIRA CUNHA
Complemento Processo Físico
Advogado DR. LUÍS FELIPE SILVA
Relator MIN. JOSÉ ROBERTO FREIRE FREIRE(OAB: 102244/MG)
PIMENTA
Advogado DR. MIGUEL MORAIS NETO(OAB:
EMBARGANTE SINDICATO DOS TRABALHADORES 97550/MG)
EM EMPRESAS DE
TELECOMUNICAÇÕES DO ESTADO EMBARGADO(A) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
DE MATO GROSSO DO SUL - Advogada DRA. MARIANA VIANA FRAGA(OAB:
SINTTE 30759/DF)
Advogado DR. JULIO CESAR FANAIA
BELLO(OAB: 6522/MS) Intimado(s)/Citado(s):
EMBARGADO(A) SÃO PAULO CONTACT CENTER
LTDA. - SPCC E OUTRA - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
Advogada DRA. MELISSA APARECIDA - WEDER SILVEIRA CUNHA
MARTINELLI GABAN(OAB: 8163/MS)
EMBARGADO(A) BRASIL TELECOM S.A. Processo Nº E-RR-0017800-25.2006.5.02.0301
Processo Nº E-ED-RR-0020400-21.2006.5.02.0462
Secretaria da Subseção II de Dissídios Individuais
Relator MIN. ALOYSIO CORRÊA DA VEIGA
EMBARGANTE VOLKSWAGEN DO BRASIL Despacho
INDUSTRIA DE VEICULOS
AUTOMOTORES LTDA
Processo Nº RO-0080326-46.2019.5.22.0000
Advogada DRA. ANA CRISTINA GRAU
GAMELEIRA WERNECK(OAB: Complemento Processo Eletrônico
88982/RJ) Relator Min. Alexandre de Souza Agra
EMBARGANTE FRANCISCO SERGIO GALAO Belmonte
Advogada DRA. ERYKA FARIAS DE Recorrente COMVAP AÇÚCAR E ÁLCOOL LTDA.
NEGRI(OAB: 13372/DF) Advogado Dr. Vicente de Paula Mendes de
EMBARGADO(A) OS MESMOS Resende Júnior(OAB: 3688/PI)
Advogado Dr. Luiz Carlos Lamas de Melo(OAB:
6303/PI)
Intimado(s)/Citado(s):
Recorrido JOSE CARLOS RODRIGUES
- FRANCISCO SERGIO GALAO KARDOSO
- OS MESMOS Advogado Dr. Wesly Eloi de Oliveira(OAB:
16010/PI)
- VOLKSWAGEN DO BRASIL INDUSTRIA DE VEICULOS
AUTOMOTORES LTDA Autoridade Coatora JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE
VALENÇA DO PIAUÍ - Carlos Wagner
Araújo Nery da Cruz
Processo Nº E-ED-Ag-RR-0044400-54.2004.5.05.0371
Processo Nº E-ED-Ag-RR-00444/2004-371-05-00.1
Intimado(s)/Citado(s):
ante a flagrante violação dos arts. 651 e 800 da CLT. processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-
Nos moldes do art. 1.012, §3º, I, do CPC/15, importa frisar, de início, se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias
que é competente esta c. Corte para apreciar o presente pedido, em somente em recursos da decisão definitiva ". Ora, tratando-se a
face de recurso ordinário em mandado de segurança. decisão que rejeita a exceção de incompetência de um incidente no
Para viabilizar o deferimento da tutela de urgência, é imprescindível curso do processo que não tem cunho definitivo ou terminativo,
que a requerente evidencie a probabilidade do direito alegado e o deve ser impugnada no momento processual oportuno, qual seja:
perigo do dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 300 do quando da interposição do Recurso Ordinário. Nesse contexto,
CP/15), não cabendo ao julgador o exame aprofundado do direito impõe-se reconhecer que o manejo do Mandado de Segurança
em questão, exatamente em razão da imediatidade imposta pela encontra-se obstado pela Orientação Jurisprudencial n.º 92 da SBDI
natureza da medida. -2, em razão de existir recurso próprio para impugnar a decisão
Ao denegar a segurança, o eg. Tribunal Regional consignou não judicial atacada. Precedentes da Corte. Recurso Ordinário
haver direito líquido e certo da impetrante, trazendo a tese de que conhecido e não provido" (RO-58-29.2018.5.08.0000, Subseção II
se deve dar prevalência ao princípio do amplo acesso à Justiça, Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Luiz José
fundamentando que "...quando há o rompimento do contrato de Dezena da Silva, DEJT 23/05/2019).
trabalho e o trabalhador está muito distante dos locais referidos no
art. 651 da CLT, há de prevalecer o domicílio do autor, por três "RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
razões: primeiro, porque, nesse caso, não proceder dessa forma REJEIÇÃO DA EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL
afronta a tutela pretendida pelas disposições contidas no art. 651, SUSCITADA PELA RECLAMADA. ATO ATACÁVEL MEDIANTE
caput e parágrafos; segundo, porque o dispositivo referido trata da RECURSO PRÓPRIO. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 92 DA
competência em razão do lugar durante a prestação laboral, não SBDI-2. 1 - Hipótese em que o ato coator consiste na decisão que
havendo qualquer referência para o período posterior à prestação rejeitou a exceção de incompetência territorial suscitada pela
laboral; terceiro, porque é contrária aos Princípios Constitucionais reclamada. 2 - Possibilidade de impugnação via recurso ordinário
de amplo acesso à Justiça" (pág. 92). após a prolação da sentença na reclamação trabalhista. 3 -
Eis o ato coator (pág. 54): Previsão contida no art. 799, § 2º, da CLT. 4 - Incidência da
Orientação Jurisprudencial 92 da SBDI-2 e da Súmula 267 do STF.
Pois bem. Este Juízo entende que o local da residência do 5 - Precedentes. Recurso ordinário conhecido e não provido " (RO-
trabalhador é que deve prevalecer para fins de competência em 1220-48.2015.5.05.0000, Subseção II Especializada em Dissídios
razão do lugar em face do principio do livre acesso ao Poder Individuais, Relatora Ministra Delaíde Miranda Arantes, DEJT
Judiciário, eis que impor o deslocamento do trabalhador em tais 28/02/2019).
casos poderia obstaculizar o exercício do direito de ação. Além
disso, o TRT 22ª Região já tem súmula sobre a matéria: ART. 651 "RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
DA 19."COMPETÊNCIA TERRITORIAL. CLT. PRINCÍPIOS DA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE REJEITA EXCEÇÃO DE
INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO E DA PROTEÇÃO AO INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR. ATO ATACÁVEL
HIPOSSUFICIENTE. A determinação da competência territorial MEDIANTE MEIO JUDICIAL PRÓPRIO. ORIENTAÇÃO
prevista no art. 651 da CLT há que se coadunar com o princípio JURISPRUDENCIAL 92 DA SBDI-2. A jurisprudência desta Corte
constitucional da inafastabilidade da jurisdição e da proteção ao translúcida na Orientação Jurisprudencial 92 da SBDI-2 ,
hipossuficiente, de modo a permitir-lhe que ajuíze a sua ação na respaldada pela Súmula n° 267 do Supremo Tribunal Federal,
localidade que tenha melhores condições de demandar". (Aprovada interpretando o alcance dos arts. 1º e 5º, II, da Lei n° 12.016/2009 ,
pela RA nº 67/2013 de 12.06.2013, Publicada no DejT nº 1255 de estabelece que o mandado de segurança é cabível somente nas
27.06.2013). Assim, rejeita-se a preliminar (Exceção). hipóteses em que o impetrante encontra-se prestes a sofrer
Assim, rejeita-se a exceção de incompetência em razão da matéria. prejuízos irreparáveis, desde que não exista recurso próprio, ainda
que diferido. No caso concreto, o ato impugnado consiste na
In limine, não vislumbro, em exame perfunctório aos autos do rejeição de exceção de incompetência em razão do lugar , que não
recurso ordinário, o cabimento da ação mandamental. obstante ostente irrecorribilidade imediata, poderá ser impugnado
A jurisprudência desta c. Corte caminha no sentido de conferir às mediante interposição do recurso ordinário por ocasião da decisão
hipóteses que tais o óbice da Orientação Jurisprudencial nº 92 desta definitiva. Dessa forma, o presente mandamus não é o meio jurídico
Subseção, ante a compreensão de que se faz cabível a interposição adequado para o exame da matéria que deve ser atacada por
de recurso contra a decisão que rejeita a exceção de incompetência medida judicial própria, conforme estabelecido no art. 893, § 1º, da
ratione loci, conforme diversos precedentes, inclusive de minha CLT, não se identificando ilegalidade ou arbitrariedade no ato
lavra: reputado como coator a justificar a flexibilização da diretriz da OJ n°
92 desta SBDI-2. Precedentes da SBDI-2. Recurso ordinário
conhecido e desprovido" (RO-7790-03.2017.5.15.0000, Subseção II
"RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA DO Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Alexandre
IMPETRANTE. ATO COATOR QUE REJEITOU A EXCEÇÃO DE de Souza Agra Belmonte, DEJT 13/12/2018).
INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL. EXISTÊNCIA DE RECURSO
PRÓPRIO. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL N.º 92 DA SBDI-2 Em sessão ocorrida em 7/5/2019, após extenso debate acerca da
DO TST . Nos termos da Orientação Jurisprudencial n.º 92 da SBDI- aplicação da mencionada orientação jurisprudencial a casos
2, " não cabe mandado de segurança contra decisão judicial semelhantes, entendeu-se que cabe a ação mandamental porque
passível de reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito evidente a ilegalidade no ato coator, sem que haja meio processual
diferido ". In casu , foi impetrado Mandado de Segurança contra ato para evitar o imediato prejuízo à parte que impetra o writ, quando se
que rejeitou a exceção de incompetência territorial arguida em trata de microempresa com um único estabelecimento comercial, ad
defesa. Nos termos do art. 893, § 1.º, da CLT, " os incidentes do litteram:
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATO Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
COATOR CONSUBSTANCIADO EM DECISÃO QUE NÃO ALEXANDRE AGRA BELMONTE
ACOLHEU A EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO Ministro Relator
LUGAR. "DISTINGUISHING". MICROEMPRESA COM UM ÚNICO
ESTABELECIMENTO COMERCIAL. ABRANGÊNCIA LOCAL DA
ATIVIDADE EMPRESARIAL. HIPÓTESE EXCEPCIONAL. Secretaria da Subseção II de Dissídios Individuais
RELATIVIZAÇÃO DA ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL N.º 92 Decisão Monocrática
DA SBDI-2. CABIMENTO DO "MANDAMUS" E CONCESSÃO DA Decisão
SEGURANÇA. Trata-se, a hipótese, de mandado de segurança Processo Nº AR-1000122-73.2020.5.00.0000
impetrado contra decisão que não acolheu a exceção de Relator DOUGLAS ALENCAR RODRIGUES
incompetência em razão do lugar. O Tribunal Regional denegou a AUTOR MUNICIPIO DE ITATIBA
segurança sob o fundamento de inadequação da via eleita, uma vez ADVOGADO DANIEL RUGERI MOREIRA(OAB:
205585/SP)
que existente recurso próprio contra a discutida decisão. Não
RÉU MARIA INES ARGENTON
obstante a possibilidade de a impetrante se socorrer nos autos do
processo matriz por recurso com efeito diferido, esta SBDI-2/TST
Intimado(s)/Citado(s):
vem considerando inaplicável o teor da Orientação Jurisprudencial
- MUNICIPIO DE ITATIBA
nº 92 da SBDI-2/TST sempre que o ato coator se revestir de
ilegalidade ou for divergente da jurisprudência pacífica dessa Corte
Superior e não houver meio processual para evitar o prejuízo
imediato à parte impetrante. No caso em tela, é incontroverso que a
impetrante é microempresa que possui seu único estabelecimento PODER JUDICIÁRIO
em Três Pontas/MG e que o Sindicato-autor, o SINTRALAB/MG,
JUSTIÇA DO TRABALHO
ajuizou a ação subjacente contra a impetrante em Belo
Horizonte/MG. Portanto, nesse contexto, considerando que não se
Fundamentação
trata de empresa cujas atividades possuem abrangência nacional,
ou sequer regional, inequivocamente, não há meio processual AÇÃO RESCISÓRIA (47) Nº 1000122-73.2020.5.00.0000
capaz de evitar prejuízo imediato à parte impetrante, uma vez que, AUTOR: MUNICIPIO DE ITATIBA
na condição de microempresa com o único estabelecimento situado
Advogado(s) do reclamante: DANIEL RUGERI MOREIRA
no interior de Minas Gerais, estaria obrigada a custear a sua defesa
na Capital mineira, sob pena de assumir o ônus da revelia. RÉU: MARIA INES ARGENTON
Somente depois de proferida a sentença, poderia provocar o
Tribunal Regional acerca da flagrante ilegalidade contra si praticada
(Súmula 214, "c", do TST).
Essa circunstância configura distinção suficiente a autorizar o DECISÃO
processamento do "mandamus" e a concessão da segurança, já
que, diante das peculiaridades do presente caso, a competência é
Vistos etc.
mesmo fixada pelo local da prestação dos serviços, a teor do
previsto no caput do art. 651 da CLT, sob pena de se inviabilizar o Trata-se de ação rescisória ajuizada pelo MUNICIPIO DE ITATIBA
direito de defesa da parte reclamada. em face de MARIA INES ARGENTON, calcada no art. 966, V, VII e
Recurso ordinário conhecido e provido.
§ 5º, do CPC/2015, com pedido de tutela provisória, objetivando
Todavia, no caso em apreço, a impetrante é usina de desconstituir decisão transitada em julgado no processo nº 0010692
processamento de açúcar e álcool com duas empresas -18.2013.5.15.0145, em que restou condenado ao pagamento de
sucroalcooleiras, nos municípios de Camutanga/PE e União/PI,
diferenças salariais.
contando com cerca de 4.500 colaborados, conforme informações
extraídas do sitio eletrônico do grupo que compõe Na decisão às fls. 890/892, determinei que o Autor emendasse a
(http://www.grupoolhodagua.com.br/2013/empresa.php), não se petição inicial para adequação da pretensão deduzida, em ordem a
vislumbrando o distinguishing que justifique mitigar a aplicação do
viabilizar a remessa dos autos eletrônicos para o tribunal
entendimento jurisprudencial desta c. Corte, segundo o qual a parte
interessada deve interpor regularmente o recurso cabível em face competente, tudo sob a cominação do art. 321, parágrafo único, do
da decisão que rejeitou a exceção de incompetência em razão do CPC de 2015.
lugar, não sendo a ação mandamental o meio cabível.
O Autor emendou a petição inicial às fls. 405/407, pugnando pela
Logo, ainda que se tenha em mente a jurisprudência maciça e
consolidada em torno da relevância do art. 651 da CLT, tal desconstituição do acórdão regional.
controvérsia não encontra espaço no mandado de segurança, por Sendo assim, reconhecida a incompetência do TST, encaminhem-
força da Orientação Jurisprudencial nº 92 desta Subseção.
se os autos ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, na
Ante o exposto, indefiro a liminar ora pleiteada.
Notifique-se com urgência a impetrante recorrente. forma dos §§ 5º e 6º do art. 968 do CPC de 2015.
Publique-se. Publique-se.
Brasília, 03 de março de 2020.
Brasília, 3 de março de 2020.
Intimado(s)/Citado(s):
- MOURANDON GONCALVES MOURA JUNIOR
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
Fundamentação
Vistos etc.
registros
Cuida-se de ação rescisória intentada por Genesmar Alves Borges
Publique-se.
em face do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, calcada no art.
Brasília, 3 de março de 2020.
966, VIII, do CPC de 2015, com o objetivo de rescindir decisão
ED-RR-1498-98.2012.5.04.0641.
DOUGLAS ALENCAR RODRIGUES
Ministro Relator
Ante o requerido na petição inicial e declarado às fls. 25, defiro ao
reclamada; II - conhecer do Agravo Interno e, no mérito, dar-lhe ALEX ALEXANDER ABDALLAH JUNIOR
provimento para determinar o seguimento do Agravo de Secretário da 1ª Turma
Instrumento; III - conhecer do Agravo de Instrumento e, no mérito, CERTIDÃO DE JULGAMENTO
superado o óbice imposto na decisão de admissibilidade, dar-lhe Processo Nº Ag-AIRR-0000280-30.2014.5.15.0133
provimento para, convertendo-o em recurso de revista, determinar Complemento Processo Eletrônico
que seja incluído em pauta, para a necessária intimação das partes, Relator MIN. WALMIR OLIVEIRA DA COSTA
cumpridas as regras do Ato SEGJUD.GP nº 202 de 10/06/2019. AGRAVANTE(S) FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO
JOSÉ DO RIO PRETO - FAMERP
Procurador DR. CARLA PITTELLI PASCHOAL
Embargante: ETICA CONSULTORIA EMPRESARIAL E D´ARBO
GERENCIAMENTO DE IMOVEIS S/A Procurador DR. THAIS DE LIMA BATISTA
Advogado: Dr. Fabrício Trindade de Sousa PEREIRA
Embargado(a): IVONE MIDORI ICUMA AGRAVADO(S) ALESSANDRO CATELAN
RODRIGUES MARTINS
Advogado: Dr. Flávio José da Rocha
Advogada DRA. JULIANA DA CUNHA
Embargado(a): ANTÔNIO JOSÉ RIGUEIRA RODRIGUES(OAB: 264521/SP)
Embargado(a): ADIVAR FERREIRA DE AGUIAR
Embargado(a): INTEGRA PARTICIPAÇÕES S/S LTDA. - Intimado(s)/Citado(s):
INTEGRAPAR E OUTROS - ALESSANDRO CATELAN RODRIGUES MARTINS
Advogado: Dr. Ricardo Nogueira Duarte - FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO -
FAMERP
Certifico que reautuei os autos conforme determinado.
Para constar, lavro a presente certidão, do que dou fé. PROCESSO Nº TST-Ag-AIRR - 280-30.2014.5.15.0133
Sala de Sessões, 04 de março de 2020. rocesso Eletrônico
ALEX ALEXANDER ABDALLAH JUNIOR CERTIFICO que a 1ª Turma do Tribunal Superior do
Secretário da 1ª Turma Trabalho, em Sessão Ordinária hoje realizada, sob a presidência do
CERTIDÃO DE JULGAMENTO Exmo. Ministro Walmir Oliveira da Costa, Relator, com participação
Processo Nº Ag-AIRR-0000178-76.2012.5.05.0611 dos Exmos. Ministros Hugo Carlos Scheuermann, Luiz José Dezena
Complemento Processo Eletrônico da Silva e do Exmo. Subprocurador-Geral do Trabalho, Dr. Ricardo
Relator MIN. LUIZ JOSÉ DEZENA DA SILVA José Macedo de Britto Pereira, DECIDIU, por unanimidade, no
AGRAVANTE(S) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF exercício do juízo de retratação de que trata o art. 1.030, II, do CPC:
Advogado DR. GIRLENO BARBOSA DE I - conhecer do agravo, e, no mérito, dar-lhe provimento; II -
SOUSA(OAB: 9647/BA)
conhecer do agravo de instrumento e, no mérito, dar-lhe provimento
AGRAVADO(S) CLÁUDIA SANDRY PORTELA
BARROS LOPES para, convertendo-o em recurso de revista, determinar que seja
Advogado DR. GABRIEL LARANJEIRA DE incluído em pauta, para a necessária intimação das partes,
SOUZA NOVAS(OAB: 34501/BA) cumpridas as regras do Ato SEGJUD.GP nº 202 de 10/06/2019.
Certifico que reautuei os autos conforme determinado. Certifico que reautuei os autos conforme determinado.
Para constar, lavro a presente certidão, do que dou fé. Para constar, lavro a presente certidão, do que dou fé.
Sala de Sessões, 04 de março de 2020. Sala de Sessões, 04 de março de 2020.
ALEX ALEXANDER ABDALLAH JUNIOR ALEX ALEXANDER ABDALLAH JUNIOR
Secretário da 1ª Turma Secretário da 1ª Turma
CERTIDÃO DE JULGAMENTO CERTIDÃO DE JULGAMENTO
Processo Nº Ag-AIRR-0000920-22.2016.5.09.0071 Processo Nº Ag-AIRR-0001290-93.2014.5.05.0002
Complemento Processo Eletrônico Complemento Processo Eletrônico
Relator MIN. HUGO CARLOS Relator MIN. HUGO CARLOS
SCHEUERMANN SCHEUERMANN
AGRAVANTE(S) CHINA CONSTRUCTION BANK AGRAVANTE(S) ESTADO DA BAHIA
(BRASIL) BANCO MÚLTIPLO S.A. Procurador DR. MARCO AURÉLIO DE CASTRO
Advogada DRA. LETÍCIA DANIELE SIMM(OAB: JÚNIOR
28588/PR) AGRAVADO(S) TIAGO COSTA DOS PRAZERES
Advogado DR. PAULO HENRIQUE ZANINELLI Advogado DR. JOSÉ LEITE SARAIVA
SIMM(OAB: 28247/PR) FILHO(OAB: 8242/DF)
Advogada DRA. CRISTIANA RODRIGUES Advogado DR. IVAN ISAAC FERREIRA
GONTIJO(OAB: 6930-A/DF) FILHO(OAB: 14534/BA)
AGRAVADO(S) MINISTÉRIO PÚBLICO DO AGRAVADO(S) ASSEMP GESTÃO EMPRESARIAL
TRABALHO DA 9ª REGIÃO LTDA.
Procurador DR. JOSÉ CARDOSO TEIXEIRA
JÚNIOR
Intimado(s)/Citado(s):
AGRAVADO(S) CLÍNICA MÉDICA NOSSA SENHORA
DA SALETE LTDA. - ASSEMP GESTÃO EMPRESARIAL LTDA.
Advogado DR. GUILHERME JOSÉ CARLOS DA - ESTADO DA BAHIA
SILVA(OAB: 14519/PR)
- TIAGO COSTA DOS PRAZERES
Advogada DRA. ROMY KLIEMANN(OAB: 59311-
A/PR)
PROCESSO Nº TST-Ag-AIRR - 1290-93.2014.5.05.0002
Intimado(s)/Citado(s): rocesso Eletrônico
- CHINA CONSTRUCTION BANK (BRASIL) BANCO MÚLTIPLO CERTIFICO que a 1ª Turma do Tribunal Superior do
S.A. Trabalho, em Sessão Ordinária hoje realizada, sob a presidência do
- CLÍNICA MÉDICA NOSSA SENHORA DA SALETE LTDA. Exmo. Ministro Walmir Oliveira da Costa, com participação dos
- MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO Exmos. Ministros Hugo Carlos Scheuermann, Relator, Luiz José
Dezena da Silva e do Exmo. Subprocurador-Geral do Trabalho, Dr.
PROCESSO Nº TST-Ag-AIRR - 920-22.2016.5.09.0071 Ricardo José Macedo de Britto Pereira, DECIDIU, por unanimidade:
rocesso Eletrônico I - conhecer e dar provimento ao agravo para processar o respectivo
CERTIFICO que a 1ª Turma do Tribunal Superior do agravo de instrumento exclusivamente quanto à responsabilidade
Trabalho, em Sessão Ordinária hoje realizada, sob a presidência do subsidiária; II - conhecer e dar provimento ao agravo de instrumento
Exmo. Ministro Walmir Oliveira da Costa, com participação dos quanto à responsabilidade subsidiária para, convertendo-o em
Exmos. Ministros Hugo Carlos Scheuermann, Relator, Luiz José recurso de revista, determinar que seja incluído em pauta, para a
Dezena da Silva e do Exmo. Subprocurador-Geral do Trabalho, Dr. necessária intimação das partes, cumpridas as regras do Ato
Ricardo José Macedo de Britto Pereira, DECIDIU, por unanimidade: SEGJUD.GP nº 202 de 10/06/2019.
I - conhecer e dar provimento ao agravo quanto ao tema "nulidade- Obs.: Presente à Sessão a Dra. Amanda Leite Amarante patrona do
negativa de prestação jurisdicional"; II - conhecer e dar provimento Reclamante.
ao agravo de instrumento para, convertendo-o em recurso de
revista, determinar que seja incluído em pauta, para a necessária Agravante(s): ESTADO DA BAHIA
intimação das partes, cumpridas as regras do Ato SEGJUD.GP nº Procurador: Dr. Marco Aurélio de Castro Júnior
ação coletiva, afirmando a Relatora que antes mesmo da fundamento no art. 453, § 1º, da CLT, já que ele aposentou-se em
declaração de inconstitucionalidade dos §§ do 453 da CLT, "já data anterior à vigência do referido dispositivo.
perfilhava do entendimento no sentido de que a concessão de Nos termos da OJ nº 123 da SDI-2 do TST, a ofensa à coisa julgada
aposentadoria, nos termos da Lei n.º 8.213/91 não acarreta a supõe dissonância patente entre a decisão exequenda e aquela que
extinção do contrato de trabalho", citando os artigos 54, 49 e 18, § interpretou o seu sentido e alcance, o que não se compadece com a
2º da Lei n. 8.213/91 (fls. 45-46), o que corrobora o entendimento hipótese em exame, de modo que a violação do art. 5º, XXXVI, da
segundo o qual o exequente poderia ter exercido o direito de ação CF não é direta e literal, mas indireta e reflexa, dependente de
oportunamente. maltrato aos arts. 467 do CPC/1973 e 879, § 1º, da CLT, também
Posto isso, reformo a decisão de origem para reconhecer que o indicados no recurso como violados.
autor não faz jus ao recebimento das verbas deferidas nos autos RT Sinale-se, por fim, que o juízo primeiro de admissibilidade do
n. 02726-33.2007.5.09.0028, e consequentemente, declarar extinta recurso de revista é precário, não vinculante.
a execução, restando prejudicado o agravo de petição do Do exposto, conforme permissivo do art. 118, X, do RITST, nego
exequente. seguimento ao recurso de revista.
Interpostos embargos de declaração pelo exequente, a Corte
Regional assim decidiu: Na minuta do presente agravo, o exequente insiste em alegar a
Sem razão. Não vislumbro a suposta violação à coisa julgada (art. abrangência do título executivo e consequente violação ao que
5º, XXXVI, da CF e art. 467, do CPC), porque, como referido na previsto no art. 5º, XXXVI, da CF/88, pois o título executivo em
decisão embargada (fl. 269), o título executivo restringiu momento algum limita os seus efeitos a entrada em vigor do § 2º do
expressamente sua aplicação aos empregados cujos contratos de art. 453 da CLT, incluído pela Lei nº 9.528 de 10.12.1997.
trabalho foram rescindidos com fundamento no § 1º do art. 453, da Alega em abono de sua tese o fato de o recurso de revista ter sido
CLT ("Ficou expressamente delimitado pelo título executivo que "a admitido na origem, bem assim colaciona julgados em abono de sua
declaração de inconstitucionalidade atinge todos os empregados tese.
inseridos na condição do §1º do art."). Transcreveu-se na 453 da Razão assiste ao agravante, impondo-se a aplicação do juízo de
CLT decisão inclusive o pedido feito em petição inicial, que retratação previsto no art. 1.021, § 2º, do CPC, para afastar o óbice
determinou os limites do deferido (fl. 270). Ocorre que, como indicado ao julgamento do recurso de revista, hipótese em que é
devidamente exposto, o embargante aposentou-se em data anterior dispensável a remessa dos autos ao Colegiado da Primeira Turma
à entrada em vigor do §1º, do art. 453, da CLT, motivo pelo qual do TST.
"não está abrangido pela coisa julgada da ação coletiva, posto que Passo analisar o recurso de revista, que será reautuado.
sua aposentadoria e rescisão contratual não foram efetuadas com
fundamento no dispositivo legal mencionado" (fl. 271). II - RECURSO DE REVISTA
A pretensão de englobar nos efeitos do julgado os empregados
cujos contratos foram rescindidos enquanto vigentes as Medidas CONHECIMENTO
Provisórias n. 1.523, de 11-10-1996, e n. 1.596-14, isto sim
importaria ofensa à coisa julgada. Apesar de o julgado exequendo Pressupostos extrínsecos observados.
fazer referência às medidas provisórias (fls. 46-47), considero que, Analiso os requisitos intrínsecos do recurso de revista interposto
em razão das conclusões de fl. 48, tal entendimento implicaria pelo exequente (Súmula nº 266 do TST).
interpretação extensiva do título executivo, uma vez que o título foi
expresso ao determinar que o direito decorre da AÇÃO DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA COLETIVA. EFEITOS
inconstitucionalidade do § 1º do art. 453 da CLT, e não de DA COISA JULGADA
dispositivos legais anteriores. O fundamento utilizado, referindo às O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região deu provimento ao
medidas provisórias, não afasta o limite que foi imposto pelo pedido agravo de petição interposto pela executada, para "reconhecer que
inicial, base da condenação. o autor não faz jus ao recebimento das verbas deferidas nos autos
Conforme se observa dos excertos acima reproduzidos, o TRT da 9ª RT n. 02726-33.2007.5.09.0028 e, consequentemente, declarar
Região pronunciou-se acerca dos limites objetivos da demanda, extinta a execução, restando prejudicado o agravo de petição do
reconhecendo que o título executivo restringiu expressamente sua exequente".
aplicação aos empregados cujos contratos de trabalho foram Consignou o Colegiado Regional que "Como o reclamante
rescindidos com fundamento no § 1º do art. 453, da CLT, sendo que aposentou-se em 2-12-1996 (fl. 138), antes da entrada em vigor do
o exequente aposentou-se em data anterior à entrada em vigor do § § 1º do art. 453 da CLT (incluído pela Lei n. 9.528, de 10-12-1997),
1º do art. 453 da CLT, motivo pelo qual "não está abrangido pela não está abrangido pela coisa julgada da ação coletiva, posto que
coisa julgada da ação coletiva, posto que sua aposentadoria e sua aposentadoria e rescisão contratual não foram efetuadas com
rescisão contratual não foram efetuadas com fundamento no fundamento no dispositivo legal mencionado. No caso do recorrido a
dispositivo legal mencionado". ocorreu actio nata com a rescisão contratual sem o recebimento de
Para firmar a sua convicção, a Corte Regional levou em conta a verbas rescisórias, quando poderia ter ajuizado a ação individual,
petição inicial e os elementos contidos no título executivo, não pleiteando os direitos que considerava violados. Neste sentido
conseguindo o recorrente demonstrar a alegada extrapolação dos constou do acórdão proferido nos autos da ação coletiva, afirmando
limites do julgamento proferido, restando incólume o art. 5º, LV, da a Relatora que antes mesmo da declaração de inconstitucionalidade
Carta Magna. dos §§ do 453 da CLT, "já perfilhava do entendimento no sentido de
Relativamente à alegada violação da coisa julgada, melhor sorte que a concessão de aposentadoria, nos termos da Lei n.º 8.213/91
não tem o recorrente. não acarreta a extinção do contrato de trabalho", citando os artigos
Como visto, o Tribunal Regional concluiu que o exequente não está 54, 49 e 18, § 2º da Lei n. 8.213/91 (fls. 45-46), o que corrobora o
abrangido pela coisa julgada da ação coletiva, porquanto sua entendimento segundo o qual o exequente poderia ter exercido o
aposentadoria e rescisão contratual não foram efetuadas com direito de ação oportunamente".
Intimado(s)/Citado(s):
Na decisão proferida nos embargos de declaração, fl. 297, o
Tribunal de origem consignou que "o título executivo restringiu - BANCO DO BRASIL S.A.
expressamente sua aplicação aos empregados cujos contratos de - MARILUCIA ANTONIA GALVÃO DE OLIVEIRA
trabalho foram rescindidos com fundamento no § 1º do art. 453, da - PROTEX VIGILÂNCIA E SEGURANÇA LTDA. E OUTRA
CLT".
Esses os fundamentos do acórdão regional que me levaram a negar Processo Nº Ag-ARR-0000030-05.2017.5.11.0003
Complemento Processo Eletrônico
seguimento ao recurso de revista.
Relator Min. Luiz José Dezena da Silva
Malgrado isso, o agravante demonstrou que o TRT da 9ª Região
AGRAVANTE(S) ESTADO DO AMAZONAS
promoveu interpretação dissonante do título executivo, sendo que o
Procurador DR. LUIS CARLOS DE PAULA E
art. 879, § 1º, da CLT proíbe qualquer modificação, ou inovação, da SOUSA
sentença liquidada, por violar a coisa julgada. AGRAVADO(S) GLEICE JANE DA SILVA CARVALHO
Sem o risco de incorrer em maltrato da Súmula nº 126 do TST, ante Advogado DR. VANDA CARDOSO GRACIANO
a necessidade de preservação da autoridade da coisa julgada - VELOSO(OAB: 594-S/AM)
observa-se do conteúdo do título executivo existir previsão expressa AGRAVADO(S) D DE AZEVEDO FLORES - ME
de que "a declaração de inconstitucionalidade atinge todos os Advogada DRA. CAMILA DA SILVA MELO(OAB:
10293/AM)
empregados inseridos na condição do § 1º do art. 453 da CLT de
forma retroativa, não havendo que se falar em "limitação" do efeito
Intimado(s)/Citado(s):
ex tunc" - fl. 49.
- D DE AZEVEDO FLORES - ME
Resulta evidente, dessarte, haver patente dissonância entre a
- ESTADO DO AMAZONAS
conclusão adotada pelo TRT da 9ª Região ao impor limitação não
- GLEICE JANE DA SILVA CARVALHO
prevista no título executivo, o que viola a coisa julgada (OJ nº 123
da SDI-2 do TST).
Processo Nº Ag-ARR-0000070-22.2014.5.01.0471
No mesmo diapasão tem se pronunciado a jurisprudência deste
Complemento Processo Eletrônico
Tribunal Superior, consoante os julgados colacionados pelo
Relator Min. Luiz José Dezena da Silva
recorrente.
AGRAVANTE(S) ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Isto posto, conheço do recurso de revista, por violação do art. 5º,
Procuradora DRA. PAULA BAHIENSE DE
XXXVI, da Constituição da República, e, no mérito, dou-lhe ALBUQUERQUE E SILVA
provimento para, reformando o acórdão recorrido, restabelecer a AGRAVADO(S) LINO VIEIRA PACHECO
sentença de liquidação de fls. 214-221, salvo quanto aos capítulos Advogado DR. RONIELLI CORTES
impugnados no agravo de petição do exequente, reputado PIERONI(OAB: 144422/RJ)
prejudicado na origem. Determino o retorno dos autos ao TRT de AGRAVADO(S) SCMM SERVIÇOS DE LIMPEZA E
CONSERVAÇÃO LTDA.
origem, para exame do agravo de petição declarado prejudicado.
Advogada DRA. ISABELA PORTO RIBEIRO
Em face do juízo de retratação no Agravo, a Secretaria da 1ª Turma MARTINS(OAB: 188398/RJ)
deverá reautuar o Recurso de Revista, ora decidido.
Publique-se. Intimado(s)/Citado(s):
Brasília, 27 de fevereiro de 2020. - ESTADO DO RIO DE JANEIRO
- LINO VIEIRA PACHECO
- SCMM SERVIÇOS DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO LTDA.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Walmir Oliveira da Costa Processo Nº Ag-AIRR-0000082-72.2016.5.05.0271
Ministro Relator Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. Luiz José Dezena da Silva
Edital
AGRAVANTE(S) ESTADO DA BAHIA
Publicação de Intimação para contrarrazões aos Procurador DR. IVAN BRANDI
Agravos/Agravos Regimentais AGRAVADO(S) MÁRCIO DE OLIVEIRA E OUTRAS
Em cumprimento ao art. 1º, I, do Ato nº 202/SEGJUD, de 10 de Advogado DR. MATEUS MARANHÃO VILAR
junho de 2019, fica(m) intimado(s) o(s) Agravado(s) para, querendo, LEITE(OAB: 21834/BA)
manifestar(em)-se sobre o agravo interposto, no prazo legal, nos AGRAVADO(S) DELTA LOCAÇÃO DE SERVIÇOS E
EMPREENDIMENTOS LTDA.
termos do art. 1.021 do CPC e 266 do RITST.
Advogado DR. WASHINGTON LUIZ DIAS
Processo Nº Ag-RR-0000013-75.2014.5.03.0009 PIMENTEL JÚNIOR(OAB: 32788/BA)
Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. Hugo Carlos Scheuermann
Intimado(s)/Citado(s):
AGRAVANTE(S) BANCO DO BRASIL S.A.
- DELTA LOCAÇÃO DE SERVIÇOS E EMPREENDIMENTOS
Advogada DRA. ANDRÉIA VIEIRA LTDA.
RABELO(OAB: 114945/MG)
- ESTADO DA BAHIA
Advogada DRA. NÁDIA KIST(OAB: 89243/RS)
- MÁRCIO DE OLIVEIRA E OUTRAS
AGRAVADO(S) MARILUCIA ANTONIA GALVÃO DE
OLIVEIRA
Advogado DR. EDUARDO GONÇALVES DE Processo Nº Ag-AIRR-0000155-44.2010.5.15.0055
ARAÚJO(OAB: 113518/MG) Complemento Processo Eletrônico
AGRAVADO(S) PROTEX VIGILÂNCIA E Relator Min. Luiz José Dezena da Silva
SEGURANÇA LTDA. E OUTRA AGRAVANTE(S) RAÍZEN ENERGIA S.A.
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº Ag-AIRR-0000824-46.2013.5.01.0261
Complemento Processo Eletrônico - BANCO MERCEDES-BENZ DO BRASIL S.A.
Relator Min. Luiz José Dezena da Silva - KÁTIA GODOY DE MEDEIROS
AGRAVANTE(S) ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Procuradora DRA. MARIA BEATRIZ DE OLIVEIRA Processo Nº Ag-AIRR-0000969-76.2015.5.05.0017
Complemento Processo Eletrônico
AGRAVADO(S) VIRGINIA MARIA SOARES DA SILVA
BRAGA Relator Min. Hugo Carlos Scheuermann
Advogada DRA. MARILENE DA SILVA AGRAVANTE(S) PROMOV SISTEMA DE VENDAS E
MENDES(OAB: 175221/RJ) SERVIÇOS LTDA. E OUTRO
AGRAVADO(S) INFORNOVA AMBIENTAL LTDA. Advogado DR. DIEGO AZEREDO
LORENCINI(OAB: 12198/ES)
AGRAVADO(S) JOELMA RIBEIRO PINTO
Intimado(s)/Citado(s):
Advogado DR. DIOGO OLÍMPIO LIBÓRIO
- ESTADO DO RIO DE JANEIRO GOMES MARTINS(OAB: 28154/BA)
- INFORNOVA AMBIENTAL LTDA.
- VIRGINIA MARIA SOARES DA SILVA BRAGA Intimado(s)/Citado(s):
- JOELMA RIBEIRO PINTO
Processo Nº Ag-AIRR-0000868-19.2017.5.05.0001 - PROMOV SISTEMA DE VENDAS E SERVIÇOS LTDA. E
Complemento Processo Eletrônico OUTRO
Relator Min. Luiz José Dezena da Silva
AGRAVANTE(S) ESTADO DA BAHIA Processo Nº Ag-AIRR-0000975-72.2015.5.10.0105
Procurador DR. MARCO AURÉLIO DE CASTRO Complemento Processo Eletrônico
JÚNIOR Relator Min. Luiz José Dezena da Silva
AGRAVADO(S) LC EMPREENDIMENTOS E AGRAVANTE(S) RENNER ADMINISTRADORA DE
SERVIÇOS EIRELI CARTÕES DE CRÉDITO LTDA. E
Advogada DRA. MAYARA MOTA DE OUTRA
LUCENA(OAB: 46828/BA) Advogada DRA. RENATA PEREIRA
AGRAVADO(S) VIRGINIA CARLA SILVA SANTOS ZANARDI(OAB: 33819/RS)
Advogada DRA. CAROLINA TORRES Advogado DR. EVANDRO LUÍS PIPPI
DIAS(OAB: 20447/BA) KRUEL(OAB: 41445/DF)
AGRAVADO(S) ANA ELLY DIAS DE ALMEIDA
Intimado(s)/Citado(s): Advogado DR. TIAGO LOPES DE
SIQUEIRA(OAB: 100295/MG)
- ESTADO DA BAHIA
- LC EMPREENDIMENTOS E SERVIÇOS EIRELI
Intimado(s)/Citado(s):
- VIRGINIA CARLA SILVA SANTOS
- ANA ELLY DIAS DE ALMEIDA
- RENNER ADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO
Processo Nº Ag-ED-ARR-0000892-94.2010.5.03.0018 LTDA. E OUTRA
Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. Luiz José Dezena da Silva
Processo Nº Ag-AIRR-0000983-06.2017.5.05.0271
AGRAVANTE(S) FUNDAÇÃO CULTURAL DE BELO Complemento Processo Eletrônico
HORIZONTE - FUNDAC
Relator Min. Luiz José Dezena da Silva
Advogado DR. ANTÔNIO JOSÉ LOUREIRO DA
SILVA(OAB: 81881/MG) AGRAVANTE(S) ESTADO DA BAHIA
AGRAVADO(S) PAULO TIBÚRCIO PEREIRA Procurador DR. RONALDO NUNES FERREIRA
Advogado DR. RODRIGO DRUBSCHKY AGRAVADO(S) MARIA PATRICIA BARBOSA REIS
PINHEIRO(OAB: 106087/MG) Advogado DR. ANTÔNIO CARLOS RANGEL
AGRAVADO(S) INSTITUTO MINEIRO DE EDUCAÇÃO FILHO(OAB: 22916/BA)
E CULTURA - IMEC AGRAVADO(S) SANDES CONSERVAÇÃO E
Advogada DRA. CHRISTIANNE PACHECO SERVIÇOS EIRELI
ANTUNES DE CARVALHO(OAB:
71943/MG)
Intimado(s)/Citado(s):
Intimado(s)/Citado(s):
Intimado(s)/Citado(s):
- CLEDEVAL SANTOS DE CARVALHO
- EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA -
EMBRAPA - VOITH SERVIÇOS INDUSTRIAIS DO BRASIL LTDA.
- MULTIÁGIL - LIMPEZA PORTARIA E SERVIÇOS
ASSOCIADOS LTDA. Processo Nº Ag-AIRR-0001321-25.2015.5.02.0435
- ONDINA FÁTIMA LIMA RAMOS Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. Hugo Carlos Scheuermann
Processo Nº Ag-AIRR-0001067-52.2010.5.02.0039 AGRAVANTE(S) VERZANI & SANDRINI LTDA.
Complemento Processo Eletrônico Advogado DR. MAURICIO DE FIGUEIREDO
Relator Min. Luiz José Dezena da Silva CORREA DA VEIGA(OAB: 21934-
A/DF)
AGRAVANTE(S) TAM LINHAS AÉREAS S.A.
Advogado DR. DHIEGO TADEU RIJO
Advogado DR. LUIZ ANTÔNIO DOS SANTOS MOURA(OAB: 393628/SP)
JÚNIOR(OAB: 121738/SP)
AGRAVADO(S) PEDRO DINIZ CHAVES DO RIO
AGRAVADO(S) FERNANDA ANTUNES DOMINGUES
Advogado DR. MILENE LANDOLFI LA PORTA
Advogado DR. DOUGLAS SABONGI SILVA(OAB: 192478/SP)
CAVALHEIRO(OAB: 216159/SP)
Intimado(s)/Citado(s):
Intimado(s)/Citado(s):
- PEDRO DINIZ CHAVES DO RIO
- FERNANDA ANTUNES DOMINGUES
- VERZANI & SANDRINI LTDA.
- TAM LINHAS AÉREAS S.A.
Processo Nº Ag-AIRR-0001354-28.2014.5.09.0670
Processo Nº Ag-AIRR-0001175-93.2012.5.10.0005
Complemento Processo Eletrônico
Complemento Processo Eletrônico
Relator Min. Hugo Carlos Scheuermann
Relator Min. Hugo Carlos Scheuermann
AGRAVANTE(S) GOL LINHAS AÉREAS S.A. E OUTRO
AGRAVANTE(S) K.M.C.
Advogado DR. OSMAR MENDES PAIXÃO
Advogado DR. WASHINGTON DE SIQUEIRA CÔRTES(OAB: 15553/DF)
COELHO(OAB: 28029/DF)
Advogada DRA. SANDRA CALABRESE
AGRAVADO(S) B.B.S. SIMÃO(OAB: 13271/PR)
Advogado DR. MOZART VICTOR RUSSOMANO AGRAVADO(S) EDUARDO HARASEM ULYSSEA
NETO(OAB: 29340/DF)
Advogado DR. VALDEMAR WAGNER
JÚNIOR(OAB: 31015/PR)
Intimado(s)/Citado(s):
- B.B.S. Intimado(s)/Citado(s):
- K.M.C. - EDUARDO HARASEM ULYSSEA
- GOL LINHAS AÉREAS S.A. E OUTRO
Processo Nº Ag-AIRR-0001196-25.2015.5.10.0018
Complemento Processo Eletrônico
Processo Nº Ag-AIRR-0001387-85.2016.5.13.0007
Relator Min. Luiz José Dezena da Silva Complemento Processo Eletrônico
AGRAVANTE(S) EMPRESA BRASILEIRA DE Relator Min. Luiz José Dezena da Silva
INFRAESTRUTURA
AEROPORTUÁRIA - INFRAERO AGRAVANTE(S) EXPRESSO GUANABARA S.A.
Advogado DR. MOACIR AKIRA Advogado DR. ANTÔNIO CLETO GOMES(OAB:
YAMAKAWA(OAB: 6419/MS) 5864/CE)
Advogada DRA. ANDRÉA DURAN SOUSA(OAB: AGRAVADO(S) HERLEN ROSEMIRO TEIXEIRA
21893/DF) Advogado DR. LUCAS MORAIS DE
AGRAVADO(S) RUTH OLIVEIRA SOUZA CARVALHO(OAB: 19714/PB)
Advogado DR. MOACIR AKIRA Advogado DR. PETRUSKA TORRES
YAMAKAWA(OAB: 1937-B/DF) GRANGEIRO FERREIRA(OAB: 9614-
A/PB)
Intimado(s)/Citado(s): Intimado(s)/Citado(s):
- MGS MINAS GERAIS ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS S.A. - MGS MINAS GERAIS ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS
- RICARDO HENRIQUE GOMES GUEDES DA COSTA - RICARDO HENRIQUE GOMES GUEDES DA CO
Junte-se a petição protocolizada sob o número 32.011/2020-0 e EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14
seus respectivos anexos (sequenciais 31, 32 e 33 - aguardando
Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 716-728) interpostos contra
procedimento).
Cuidam-se os autos de recurso de embargos interposto contra decisão da 2ª Turma do TST, por meio da qual foi negado
decisão da Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho, da provimento ao agravo de instrumento do reclamante, com relação
lavra da Excelentíssima Senhora Ministra Relatora Maria Helena
ao tema: “ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E
Mallmann, por meio da qual foi negado provimento ao agravo de
instrumento do reclamante com relação ao tema: "Adicionais de PERICULOSIDADE. LAUDO PERICIAL QUE NÃO CONSTATA
Insalubridade e Periculosidade" (págs. 708-714). RISCO À SAÚDE DO TRABALHADOR. SÚMULA 126 DO TST”.
Ao referido recurso, mediante o despacho de págs. 816 e 817,
Verifica-se que é inconteste a incidência, na hipótese, do disposto
publicado no DEJT em 27/11/2017, com fundamento nos artigos 81,
inciso IX, do Regimento Interno desta Corte e 2º do Ato na Súmula nº 353 do TST, com a redação que lhe emprestou a
TST.SEGJUD.GP nº 491/2014, foi denegado seguimento. Resolução nº 128/2005 do Tribunal Pleno desta Corte, atualizada
Ocorre que, por equívoco, ao ter sido negado seguimento ao
pela Resolução n° 208/2016, em decorrência do CPC de 2015:
recurso de embargos do reclamante, não foi observado que o autor,
logo após o ingresso desse apelo, por meio da petição
protocolizada sob o número TST-Pet. 272.714/2017-2 (sequencial “Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de
18), ratificada, posteriormente, pela petição de sequencial 24, em
decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
24/10/2017, havia requerido a suspensão do feito, tendo em vista o
agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos; Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Intimado(s)/Citado(s):
- BANCO BMG S.A.
O verbete sumular transcrito é, nitidamente, obstáculo ao
- GLEIDSON VINICIUS BRAGA
conhecimento e ao exame destes embargos, haja vista que, na - INTERFILE SERVIÇOS DE BPO LTDA
decisão recorrida, houve a análise do mérito do agravo de
instrumento, ou seja, dos argumentos que objetivavam o EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014
não cabimento de embargos de decisão de Turma proferida em DECISÃO QUE EXTINGUIU O PROCESSO COM RESOLUÇÃO
DE MÉRITO. RENÚNCIA APRESENTADA PELO AUTOR EM
agravo de instrumento.
FACE EXCLUSIVAMENTE DE UM RECLAMADO. POSSIBILIDADE
dos direitos em que se funda a ação em relação à segunda e à se em declaração unilateral de vontade, amparada no ordenamento
terceira reclamadas, PRESTASERV - Prestadora de Serviços LTDA jurídico brasileiro, e produz efeitos imediatamente, independentes
e Interfile Serviços de BPO LTDA. de concordância da parte contrária, podendo ser manifestada em
Pois bem. qualquer grau de jurisdição (artigo 200 do CPC/2015). Por fim, nos
O atual entendimento da 2ª Turma do TST é no sentido da termos do artigo 117 do CPC/2015, "os litisconsortes serão
possibilidade do pedido de renúncia ao direito em que se funda a considerados, em suas relações com a parte adversa, como
ação em face exclusivamente de um reclamado. litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os
Nesse sentido, o Ag-ED-RR-1496-80.2013.5.03.0008, julgado em atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os
15/5/2019, de relatoria do Ministro José Roberto Freire Pimenta, poderão beneficiar". Assentada, portanto, a premissa de tratar-se de
cuja ementa transcrevo: litisconsórcio passivo meramente facultativo e levando-se em conta
AGRAVO. DECISÃO EM QUE SE EXTINGUE O PROCESSO, que o Banco Bonsucesso, tomador dos serviços, não interpôs
COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, COM FULCRO NO ARTIGO 487, recurso contra o acórdão desta Segunda Turma em que se proveu o
INCISO III, ALÍNEA "C", DO CPC/2015, DIANTE DE RENÚNCIA recurso de revista do reclamante e se reconheceu o vínculo de
APRESENTADA PELO RECLAMANTE EM FACE emprego deste diretamente com aquele, condenando-o ao
EXCLUSIVAMENTE DA EMPRESA PRESTADORA DE pagamento das verbas trabalhistas daí decorrentes, operou-se a
SERVIÇOS. POSSIBILIDADE. A relação jurídica estabelecida entre coisa julgada em relação ao ora agravante. Assim, revelam-se
a A&C Centro de Contatos S.A. e o Banco Bonsucesso não incabíveis quaisquer requerimentos de sua parte, perante esta
caracteriza litisconsórcio passivo necessário, mas sim litisconsórcio Corte Superior, relacionados ao tema ou ao prosseguimento do
meramente facultativo. Isso porque, consoante jurisprudência julgamento de recurso interposto pela A&C Centro de Contatos
pacífica desta Corte Superior, o pedido de reconhecimento de S.A., prestadora dos serviços, frisando-se que a insatisfação
vínculo de emprego diretamente com o tomador dos serviços, apresentada enseja o manejo da via procedimental adequada,
formulado com base na intermediação ilícita de mão de obra, não consubstanciada na ação rescisória, prevista no artigo 966 do
impõe, como condição indispensável para o desenvolvimento válido CPC/2015. Agravo desprovido.
e regular do processo, a integração da empresa prestadora dos Sendo assim, à luz do art. 282 do Código Civil, homologo o pedido
serviços na lide, tendo em vista inexistir disposição legal impondo, de renúncia e, nos termos do art. 487, III, "c", do CPC de 2015, julgo
em tais casos, a formação do litisconsórcio passivo nem a presença extinto o processo, com resolução de mérito, em face das
de relação jurídica unitária, na esteira dos artigos 114 e 116 do reclamadas PRESTASERV - Prestadora de Serviços LTDA. e
CPC/2015. Com efeito, comprovada a hipótese de terceirização Interfile Serviços de BPO LTDA.
ilícita, desfaz-se, judicialmente, o vínculo entre o trabalhador e a
empresa prestadora dos serviços, empregadora apenas aparente,
diante da relação simulada, reconhecendo-se, para todos os efeitos, Nas razões do agravo, a reclamada pretende a reforma da decisão
a relação de emprego unicamente com o tomador dos serviços, monocrática que extinguiu o processo, com resolução de mérito, em
empregador real e beneficiário efetivo e direto da mão de obra, com face dela, diante da renúncia apresentada pelo autor. Em síntese,
o pagamento das verbas trabalhistas daí advindas. Portanto, não há sustenta que a responsabilidade solidária implica litisconsórcio
prolação de decisão uniforme para as empresas tomadora e unitário e alega má-fé do reclamante, tendo em vista o julgamento
prestadora de serviços, visto que eventual reconhecimento de do STF no RE 985.252 e ADPF 324, relativos à licitude da
vínculo de emprego é dirigido apenas à primeira. terceirização.
Além disso, o litisconsórcio necessário também não é decorrência Pois bem.
automática da responsabilização solidária, amparada, nos casos de A relação jurídica estabelecida entre a Interfile Serviços de BPO
ilicitude de terceirização, na norma do artigo 942 do Código Civil. No LTDA e o Banco BMG S.A. não caracteriza litisconsórcio passivo
caso, a responsabilidade solidária atribuída à empresa prestadora necessário, mas sim litisconsórcio meramente facultativo.
dos serviços limita-se apenas à sua condenação ao pagamento das Conforme jurisprudência pacífica desta Corte Superior, o pedido de
verbas trabalhistas objeto do processo, caracterizando-se como reconhecimento de vínculo de emprego diretamente com o tomador
mera ampliação da garantia para a satisfação do crédito do dos serviços, formulado com base na intermediação ilícita de mão
trabalhador, conforme interpretação extraída do citado artigo 942 do de obra, não impõe, como condição indispensável para o
CC/2002 à luz dos artigos 2º, 8º, § 1º, e 9º da CLT, sem conferir desenvolvimento válido e regular do processo, a integração da
àquela a qualidade jurídica de empregador, imputada unicamente empresa prestadora dos serviços na lide, tendo em vista inexistir
ao tomador dos serviços, este, sim, o responsável original pelas disposição legal impondo, em tais casos, a formação do
verbas decorrentes da relação empregatícia e o único condenado a litisconsórcio passivo nem a presença de relação jurídica unitária,
proceder às anotações daí decorrentes na CTPS do reclamante. na esteira dos artigos 114 e 116 do CPC de 2015.
Nesse passo, configurada, em casos como este, a existência de Assim, comprovada a hipótese de terceirização ilícita, o vínculo
litisconsórcio passivo meramente facultativo, inexiste óbice ao entre o trabalhador e a empresa prestadora de serviços é desfeito
reconhecimento, pelo Poder Judiciário, da validade da renúncia judicialmente, reconhecendo-se, para todos os efeitos, a relação de
apresentada pelo reclamante nos estritos termos e limites em que emprego unicamente com o tomador dos serviços.
foi formulada, com base no artigo 487, inciso III, alínea "c", do Portanto, não há prolação de decisão uniforme para as empresas
CPC/2015, exclusivamente em relação à empresa prestadora dos tomadora e prestadora de serviços, visto que eventual
serviços (A&C Centro de Contatos S.A.), sobretudo considerando reconhecimento de vínculo de emprego é dirigido apenas à
que o credor pode, nos termos do artigo 282 do Código Civil, primeira.
renunciar a solidariedade em favor de um dos devedores, Frisa-se que o litisconsórcio necessário também não é decorrência
subsistindo a dos demais. Por outro lado, não há como sequer automática da responsabilização solidária, esta atribuída à empresa
cogitar do enquadramento do reclamante como litigante de má-fé, prestadora dos serviços limitada apenas ao pagamento das verbas
visto que a renúncia à pretensão formulada na ação consubstancia- trabalhistas objeto do processo, caracterizando-se como mera
[...] Mantém-se.
Assim, uma vez incontroverso, diante da ausência de impugnação
pelas reclamadas, que o autor prestou serviços, durante o período
de 10/08/2016 a 20/09/2016 para a ora recorrente, cumpre verificar O ente público alega que não pode subsistir a sua
se esta agiu com culpa in vigilando. responsabilização subsidiária, em razão do disposto no art. 71, § 1º,
Observa-se, in casu, que, independentemente da regularidade na da Lei 8.666/1993. Argumenta que não ficou demonstrada a culpa in
contratação da primeira reclamada, decorrente de processo vigilando. Aduz, ainda, ser da parte reclamante o ônus da prova
licitatório, que não está afeta a apreciação deste Juízo, a relacionada à culpa in vigilando.
documentação jungida aos autos não é suficiente à demonstração Aponta violação aos arts. 5º, II, 37, caput e §6º, da Constituição
de efetiva fiscalização do cumprimento, por parte da primeira ré Federal; 71, § 1º, da Lei 8.666/1993; 818 da CLT, bem como
(prestadora), das obrigações trabalhistas, tendo sido, em verdade, contrariedade à Súmula 331, item V, do TST e à Súmula Vinculante
desrespeitados direitos trabalhistas do reclamante objeto da 10 do STF. Transcreve arestos para o confronto de teses.
condenação pelo Juízo originário e sequer impugnados neste Analiso.
recurso. Restou comprovado que, justamente no período de Na hipótese, o Tribunal Regional, instância soberana na análise do
prestação de serviços à ora recorrente, o vale-transporte não foi conjunto fático-probatório dos autos, declarou a culpa in vigilando
adequadamente quitado, assim como - durante a contratualidade - do ente público. Logo, o acolhimento das alegações do agravante,
foram identificadas diferenças a serem pagas a título de feriados no sentido de que não teria agido com culpa e, por consequência,
inadimplidos ou pagos a menor e diferenças de adicional noturno. não poderia ser responsabilizado, demandaria nova análise do
Ressalte-se que, ao contrário do que afirma a recorrente, em seu conjunto fático-probatório dos autos, o que encontra óbice na
arrazoado recursal, constou da fundamentação da r. sentença que Súmula 126 desta Corte Superior.
restou caracterizada a sua culpa "in vigilando", consubstanciada na Destaque-se que o reconhecimento da culpa in vigilando não
negligência quanto à fiscalização do fiel cumprimento do contrato decorreu exclusivamente das regras de distribuição do ônus da
por parte da primeira reclamada. prova, mas a partir da valoração do escopo probatório dos autos,
No caso, não há se falar em ônus da prova do reclamante quanto à conforme destacou o Tribunal Regional, in verbis:
omissão da segunda ré relativamente à fiscalização do contrato, no
que concerne ao cumprimento das obrigações trabalhistas, pois Observa-se, in casu, que, independentemente da regularidade na
restou patente nos autos a ausência de efetiva fiscalização do contratação da primeira reclamada, decorrente de processo
contrato de trabalho, como visto nos parágrafos antecedentes. licitatório, que não está afeta a apreciação deste Juízo, a
Nesse passo, observo que, embora a recorrente tenha exigido da documentação jungida aos autos não é suficiente à demonstração
sua contratada comprovações relativas à previdência social e de efetiva fiscalização do cumprimento, por parte da primeira ré
depósitos do FGTS, deixou de acompanhar o pagamento regular (prestadora), das obrigações trabalhistas, tendo sido, em verdade,
dos direitos do reclamante, não tomando medidas cabíveis para desrespeitados direitos trabalhistas do reclamante objeto da
coibir o descumprimento das obrigações trabalhistas pela primeira condenação pelo Juízo originário e sequer impugnados neste
reclamada. recurso. Restou comprovado que, justamente no período de
Anota-se que a subsidiariedade abrange todas as verbas deferidas, prestação de serviços à ora recorrente, o vale-transporte não foi
inclusive aquelas de caráter sancionador (indenizações, multas adequadamente quitado, assim como - durante a contratualidade -
legais e normativas), uma vez que a obrigação descumprida pelo foram identificadas diferenças a serem pagas a título de feriados
prestador de serviços é transferida, na totalidade, ao tomador, no inadimplidos ou pagos a menor e diferenças de adicional noturno.
caso, devedor subsidiário, motivo pelo qual se torna despicienda a Ressalte-se que, ao contrário do que afirma a recorrente, em seu
discussão acerca da natureza das parcelas a que foi condenada a arrazoado recursal, constou da fundamentação da r. sentença que
primeira reclamada. Nesta linha, inclusive, dispõe o item VI da restou caracterizada a sua culpa "in vigilando", consubstanciada na
Súmula 331 do C. TST. Assim, a recorrente responde, negligência quanto à fiscalização do fiel cumprimento do contrato
subsidiariamente, inclusive, pelas multas constantes da por parte da primeira reclamada.
condenação, ao contrário do quanto pretendido, as quais, de No caso, não há se falar em ônus da prova do reclamante quanto à
qualquer sorte, estão também abarcadas pela responsabilidade omissão da segunda ré relativamente à fiscalização do contrato, no
subsidiária. que concerne ao cumprimento das obrigações trabalhistas, pois
Desta forma, como determinado pelo Juízo a quo, deve a ora restou patente nos autos a ausência de efetiva fiscalização do
recorrente responder, subsidiariamente, pela satisfação dos créditos contrato de trabalho, como visto nos parágrafos antecedentes.
do reclamante, não se tratando, no caso, de transferência Nesse passo, observo que, embora a recorrente tenha exigido da
automática, decorrente do mero inadimplemento da contratada, sua contratada comprovações relativas à previdência social e
mas, sim, de efetiva omissão de seu poder-dever de fiscalizar o depósitos do FGTS, deixou de acompanhar o pagamento regular
cumprimento das obrigações contratuais trabalhistas, pelo que dos direitos do reclamante, não tomando medidas cabíveis para
patente sua culpa in vigilando, não havendo que se falar em ofensa coibir o descumprimento das obrigações trabalhistas pela primeira
aos artigos 37, caput e II, da CF; 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93, 8º da reclamada A condenação subsidiária da reclamada tomadora de
CLT e 4º da LINDB. serviços, ora recorrente, resultou da relação mantida com a primeira
Quanto aos juros de mora, a recorrente é responsável subsidiária reclamada prestadora de serviços e do proveito direto e continuado
pelos créditos obreiros e, como mencionado, cumpre-lhe assumir o do labor da parte reclamante.
débito principal em sua integralidade, não lhe socorrendo a regra Embora não sendo o tomador dos serviços o principal obrigado,
especial entabulada pela Lei nº 9.497/97, conforme pacificado pelo deve ser responsabilizado subsidiariamente, por aplicação
C. TST, por intermédio da sua Orientação Jurisprudencial SDI-1 nº analógica do artigo 455 da CLT, pois se beneficiou do trabalho da
382, que assim dispõe, in verbis: parte reclamante.
[...] Tal entendimento está fundamentado, ainda, no Princípio da
Proteção, informador do Direito do Trabalho, bem como na culpa in "RECLAMAÇÃO - ALEGAÇÃO DE DESRESPEITO À
vigilando. AUTORIDADE DA DECISÃO PROFERIDA, COM EFEITO
Com efeito, adoto o entendimento vertido no inciso V da Súmula VINCULANTE, NO EXAME DA ADC 16/DF - INOCORRÊNCIA -
331 do TST, em sua redação atual, litteris: RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA ADMINISTRAÇÃO
"(...) V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e PÚBLICA POR DÉBITOS TRABALHISTAS (LEI Nº 8.666/93, ART.
indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do 71, § 1º) - ATO JUDICIAL DE QUE SE RECLAMA PLENAMENTE
item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento JUSTIFICADO PELO RECONHECIMENTO, NO CASO, POR
das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na PARTE DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS, DE SITUAÇÃO
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da CONFIGURADORA DE RESPONSABILIDADE SUBJETIVA (QUE
prestadora de serviço como empregadora. PODE DECORRER TANTO DE CULPA "IN VIGILANDO" QUANTO
A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento DE CULPA "IN ELIGENDO" OU "IN OMITTENDO") - DEVER
das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente JURÍDICO DAS ENTIDADES PÚBLICAS CONTRATANTES DE
contratada. BEM SELECIONAR E DE FISCALIZAR O CUMPRIMENTO, POR
Não se pode conceber que ao delegar suas atividades-meio a um PARTE DAS EMPRESAS CONTRATADAS, DAS OBRIGAÇÕES
terceiro contratado, o tomador de serviços, quer empresa privada TRABALHISTAS REFERENTES AOS EMPREGADOS
quer ente da administração pública, se exima das obrigações VINCULADOS AO CONTRATO CELEBRADO (LEI Nº 8.666/93,
trabalhistas." ART. 67), SOB PENA DE ENRIQUECIMENTO INDEVIDO DO
PODER PÚBLICO E DE INJUSTO EMPOBRECIMENTO DO
A Administração Pública deve ficar alerta quanto ao cumprimento do TRABALHADOR - SITUAÇÃO QUE NÃO PODE SER
contrato originalmente mantido com o empregado, sob pena de COONESTADA PELO PODER JUDICIÁRIO - ARGUIÇÃO DE
incorrer em culpa in vigilando e vir a responder por eventuais OFENSA AO POSTULADO DA RESERVA DE PLENÁRIO (CF,
omissões do empregador. ART. 97) - SÚMULA VINCULANTE Nº 10/STF -
Não se pode olvidar, ainda, que o tomador de serviços, in casu a INAPLICABILIDADE - INEXISTÊNCIA, NA ESPÉCIE, DE JUÍZO
FUNDAÇÃO CASA/SP, beneficiou-se diretamente da força de OSTENSIVO, DISFARÇADO OU DISSIMULADO DE
trabalho do empregado da prestadora de serviços. A força de INCONSTITUCIONALIDADE DE QUALQUER ATO ESTATAL -
trabalho do empregado, por evidente, não pode ser devolvida, CARÁTER SOBERANO DO PRONUNCIAMENTO DAS
devendo, isto sim, ser contraprestada a contento. INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS SOBRE MATÉRIA FÁTICO-
Dado o caráter eminentemente tutelar do Direito do Trabalho, não PROBATÓRIA - CONSEQUENTE INADEQUAÇÃO DA VIA
se pode admitir que o empregado, hipossuficiente, fique à mercê de PROCESSUAL DA RECLAMAÇÃO PARA EXAME DA
um contrato entre seu empregador e um terceiro que disponha OCORRÊNCIA, OU NÃO, DO ELEMENTO SUBJETIVO
sobre sua força de trabalho. PERTINENTE À RESPONSABILIDADE CIVIL DA EMPRESA OU
Tenho, assim, que a garantia subsidiária dos direitos trabalhistas DA ENTIDADE PÚBLICA TOMADORA DO SERVIÇO
pelo tomador do serviço é legítima, em virtude da responsabilidade TERCEIRIZADO - PRECEDENTES - NATUREZA JURÍDICA DA
mínima por ato de terceiro, harmonizado esse princípio à RECLAMAÇÃO - DESTINAÇÃO CONSTITUCIONAL DO
prevalência hierárquica do valor-trabalho e direitos laborais na INSTRUMENTO RECLAMATÓRIO - RECURSO DE AGRAVO
ordem jurídica. IMPROVIDO." (Rcl 16094 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO,
Dessa feita, nada mais razoável do que se responsabilizar Tribunal Pleno, julgado em 19/11/2014, PROCESSO ELETRÔNICO
subsidiariamente a tomadora de serviços no caso de DJe-021 DIVULG 30-01-2015 PUBLIC 02-02-2015) A decisão
inadimplemento por parte do empregador. proferida pela Suprema Corte no julgamento do RE 760.931/DF,
O fato de a contratação havida entre as partes reclamadas ter se com repercussão geral, também não impede o reconhecimento de
dado por meio de licitação, sob a égide da Lei n.º 8.666/1993, não responsabilidade subsidiária em casos como o presente, em que a
afasta a responsabilidade subsidiária do ente público. condenação do ente público não decorre automaticamente do
Nesse sentido, a jurisprudência consolidada no Supremo Tribunal inadimplemento dos encargos trabalhistas, mas sim da conduta
Federal: Rcl 14729 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira culposa da Administração, efetivamente comprovada à luz do
Turma, julgado em 09/12/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe- quadro fático delineado nos autos, consoante registrou a Corte
025 DIVULG 05-02-2015 PUBLIC 06-02-2015; E neste Tribunal Regional.
Superior: E-RR - 99700-88.2007.5.15.0121, Relator Ministro: Nesses termos, o reconhecimento da responsabilidade subsidiária
Horácio Raymundo de Senna Pires, Data de Julgamento: do recorrente não implica afronta a qualquer artigo constitucional e
02/02/2012, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, legal, na medida em que estes devem ser interpretados de forma a
Data de Publicação: DEJT 30/11/2012; AIRR - 403- não conflitar com as disposições legais e princípios que regem a
81.2013.5.10.0010, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, prestação de trabalho, de sorte a não permitir que fiquem os
Data de Julgamento: 05/11/2014, 2ª Turma, Data de Publicação: trabalhadores ao desamparo. Importante salientar que a relação de
DEJT 14/11/2014; AIRR - 421-36.2013.5.18.0251, Relator Ministro: emprego é tutelada por normas de índole social, que, mesmo em
Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 17/12/2014, 3ª nível constitucional, são hierarquicamente superiores àquelas
Turma, Data de Publicação: DEJT 19/12/2014; AIRR - 1297- administrativas ou organizacionais.
15.2010.5.02.0033, Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo O TRT decidiu em harmonia com a jurisprudência consolidada deste
Bastos, Data de Julgamento: 05/11/2014, 5ª Turma, Data de Tribunal Superior do Trabalho representada pela Súmula n. 331, V,
Publicação: DEJT 14/11/2014. do TST.
Quanto ao decidido pelo STF na ADC n° 16, vale repisar o Também, não há afronta ao art.97, da Constituição Federal ou
entendimento adotado no TST, no sentido de que tal decisão não contrariedade à Súmula Vinculante 10 do STF, uma vez que não se
afasta, por completo, a responsabilidade do ente público tomador de declarou a inconstitucionalidade do art. 71 da Lei 8.666/93 ou
serviços terceirizados. Cito precedente: tampouco se afastou a sua incidência, mas apenas se definiu o seu
real alcance, mediante a interpretação sistemática do ordenamento Na hipótese em comento, a parte interpõe embargos contra decisão
jurídico. monocrática proferida pela então Relatora do recurso, situação em
Assim, estando a decisão recorrida em conformidade com a que não é possível o manejo daquela modalidade recursal.
jurisprudência pacífica do TST, não prospera a arguição de violação O artigo 265, inciso II, do Regimento Interno do TST dispõe: "Cabe
dos dispositivos legais trazidos pela parte recorrente, nem de agravo interno contra decisão dos Presidentes do Tribunal e das
contrariedade a entendimento jurisprudencial desta Corte ou mesmo Turmas, do Vice-Presidente, do Corregedor-Geral da Justiça do
de divergência jurisprudencial, nos termos da Súmula n. 333 do Trabalho ou de relator, nos termos da legislação processual, no
TST. prazo de 8 (oito) dias úteis, pela parte que se considerar
Não conheço" (págs. 991-998, destacou-se). prejudicada".
Por outro lado, o artigo 258 do Regimento Interno do TST prevê o
Alega a quarta reclamada, Fundação Casa, em suas razões de cabimento dos embargos à Subseção I Especializada em Dissídios
embargos, que é vedado o reconhecimento da responsabilidade Individuais apenas contra as decisões proferidas pelas Turmas que
subsidiária do ente público com base no mero inadimplemento do compõem este Tribunal, decisões colegiadas, portanto.
tomador no cumprimento das obrigações trabalhistas. Aliás, este é o entendimento já pacificado nesta Corte pela
Cita arestos para cotejo de teses. Orientação Jurisprudencial nº 378 da Subseção I Especializada em
Contudo, a divergência jurisprudencial não está demonstrada. Dissídios Individuais, que assim dispõe:
Os arestos colacionados pela parte desservem ao fim colimado, nos
termos da Súmula nº 337, item I, letra "a", desta Corte, porque não "EMBARGOS. INTERPOSIÇÃO CONTRA DECISÃO
informam a sua data oficial de publicação. MONOCRÁTICA. NÃO CABIMENTO. Não encontra amparo no art.
Logo, inviável o processamento do recurso de embargos. 894 da CLT, quer na redação anterior quer na redação posterior à
Lei n.º 11.496, de 22.06.2007, recurso de embargos interposto à
CONCLUSÃO decisão monocrática exarada nos moldes dos arts. 557 do CPC e
896, § 5º, da CLT, pois o comando legal restringe seu cabimento à
DENEGO seguimento ao recurso de embargos, com fundamento pretensão de reforma de decisão colegiada proferida por Turma do
nos artigos 93, inciso VIII, do Regimento Interno do Tribunal Tribunal Superior do Trabalho."
Superior do Trabalho e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
Publique-se. Acrescenta-se que o princípio da fungibilidade recursal não socorre
Brasília, 02 de março de 2020. a parte recorrente, uma vez que sua aplicação, segundo
entendimento emanado do Supremo Tribunal Federal, restringe-se
à existência de dúvida plausível acerca do recurso cabível, exigindo
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) -se, ainda, que tenham sido observados os pressupostos
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA intrínsecos e extrínsecos de cabimento do recurso próprio.
Ministro Presidente da Segunda Turma
CONCLUSÃO
Processo Nº E-AIRR-0010115-03.2015.5.15.0070
Complemento Processo Eletrônico DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos
Relator Relator do processo não cadastrado 93, inciso VIII, do Regimento Interno do Tribunal Superior do
Embargante MARCOS ALEXANDRE QUINTINO Trabalho e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
Advogado Dr. Jerônimo José Ferreira Neto(OAB: Publique-se.
215026/SP)
Brasília, 02 de março de 2020.
Embargado BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA
S.A.
Advogado Dr. Victor José Petraroli Neto(OAB:
31464/SP) Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Advogada Dra. Ana Rita dos Reis Petraroli(OAB: JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
130291/SP)
Ministro Presidente da Segunda Turma
Embargado CITROSUCO S.A. - AGROINDÚSTRIA
Advogado Dr. Eduardo Nogueira Monnazzi(OAB:
164539-D/SP) Processo Nº E-AIRR-0011513-81.2015.5.18.0011
Complemento Processo Eletrônico
Advogado Dr. Ricardo Nogueira Monnazzi(OAB:
241255/SP) Relator Relator do processo não cadastrado
Embargante SORVETERIA CREME MEL S.A.
Intimado(s)/Citado(s): Advogada Dra. Denise Alves de Miranda
Bento(OAB: 21789/GO)
- BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA S.A.
Embargante ODILON SANTOS ADMINISTRAÇÃO
- CITROSUCO S.A. - AGROINDÚSTRIA COMPARTILHADA LTDA.
- MARCOS ALEXANDRE QUINTINO Advogada Dra. Patrícia Miranda Centeno
Amaral(OAB: 24190/GO)
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14 Embargado POLIPEÇAS DISTRIBUIDORA
AUTOMOTIVA LTDA.
Advogado Dr. Patrício Dutra Dantas
Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 1.069-1.084) interpostos Ferreira(OAB: 23931/GO)
contra decisão monocrática da Ministra Relatora Maria Helena Embargado TRANSBRASILIANA ENCOMENDAS
Mallmann, por meio da qual foi negado seguimento ao agravo de E CARGAS LTDA. E OUTRA
instrumento do reclamante com relação ao tema: "Indenização por Advogado Dr. Sérgio Ricardo da Silva
Nascimento(OAB: 38974/GO)
Danos Morais".
Embargado MOTO FOR COMÉRCIO E provimento a agravo de instrumento, quando, a partir da edição e
DISTRIBUIÇÃO DE AUTOMOTORES
LTDA. vigência da Lei nº 11.496/2007, que deu nova redação ao artigo
Embargado MARDEM NEPOMUCENO DE SOUSA 894, inciso II, da CLT, passou ela a desempenhar, exclusivamente,
Advogado Dr. Danilo Prado Alexandre(OAB: função uniformizadora do entendimento das Turmas desta Corte.
24420/GO) Como se observa, a hipótese dos autos não se enquadra em
Advogado Dr. Antenógenes Resende de Oliveira nenhuma das exceções previstas na Súmula nº 353 do TST à regra
Júnior(OAB: 23886/GO)
geral de não cabimento de embargos de decisão de Turma
Intimado(s)/Citado(s): proferida em agravo de instrumento.
"Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14
decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 1.183-1.213) interpostos
agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos; contra decisão da 2ª Turma do TST, por meio da qual foi negado
b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão provimento ao agravo de instrumento do reclamante, com relação
monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de ao tema: "VÍNCULO EMPREGATÍCIO. TRANSCENDÊNCIA
pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento; SOCIAL RECONHECIDA. SUBORDINAÇÃO NÃO CONFIGURADA
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do (AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO LEGAL)".
recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada Verifica-se que é inconteste a incidência, na hipótese, do disposto
originariamente pela Turma no julgamento do agravo; na Súmula nº 353 do TST, com a redação que lhe emprestou a
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento; Resolução nº 128/2005 do Tribunal Pleno desta Corte:
e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538,
parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC.
f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de "Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de
decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
CPC". a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de
agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos;
O verbete sumular transcrito é, nitidamente, obstáculo ao b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão
conhecimento e ao exame destes embargos, haja vista que, na monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de
decisão recorrida, houve a análise do mérito do agravo de pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento;
instrumento, ou seja, dos argumentos que objetivavam o c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do
processamento do recurso de revista. recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada
Assim, corroborar a assertiva lançada nas razões do embargante originariamente pela Turma no julgamento do agravo;
implicaria admitir que esta Subseção viesse a desempenhar função d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento;
revisora das decisões das Turmas do TST em que se negou e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538,
parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC. Preparo: satisfeito (depósito recursal, pág. 502; custas, pág. 501).
f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de Assim, estão atendidos os pressupostos extrínsecos de
decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do admissibilidade do recurso.
CPC".
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
O verbete sumular transcrito é, nitidamente, obstáculo ao EMBARGOS
conhecimento e ao exame destes embargos, haja vista que, na
decisão recorrida, houve a análise do mérito do agravo de FÉRIAS INDENIZADAS. IMPOSTO DE RENDA. INDEVIDO
instrumento, ou seja, dos argumentos que objetivavam o
processamento do recurso de revista. A Segunda Turma deu provimento ao recurso de revista do
Assim, corroborar a assertiva lançada nas razões da embargante reclamante no tópico, alicerçando-se nos seguintes fundamentos:
implicaria admitir que esta Subseção viesse a desempenhar função
revisora das decisões das Turmas do TST em que se negou "Esses são os fundamentos da Corte local:
provimento a agravo de instrumento, quando, a partir da edição e
vigência da Lei nº 11.496/2007, que deu nova redação ao artigo "2.2.1. IMPOSTO DE RENDA SOBRE AS FÉRIAS INDENIZADAS.
894, inciso II, da CLT, passou ela a desempenhar, exclusivamente, O reclamante alegou, na inicial, que é trabalhador portuário avulso,
função uniformizadora do entendimento das Turmas desta Corte. registrado desde 31/12/1990, exercendo a função de arrumador
Como se observa, a hipótese dos autos não se enquadra em portuário, laborando para o reclamado até os dias atuais.
nenhuma das exceções previstas na Súmula nº 353 do TST à regra Sustentou que, durante todo o curso do pacto laboral, nunca gozou
geral de não cabimento de embargos de decisão de Turma férias, tendo o reclamado sempre indenizado esse período, ocasião
proferida em agravo de instrumento. em que retinha o imposto de renda sobre esses valores, em
contrariedade ao disposto no art. 43, do CTN, bem como a Súmula
CONCLUSÃO 125 do C. STJ.
Requereu, portanto, a condenação do reclamado a proceder à
DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos devolução dos valores retidos/descontados do pagamento de férias
93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014. indenizadas, durante todo o período laborado, com juros e correção
Publique-se. monetária, na forma da Lei.
Brasília, 20 de fevereiro de 2020. O reclamado aduziu, em contestação, que a opção de afastamento
ou não é do trabalhador portuário avulso, de modo que não pode
ser condenada por uma opção dele próprio.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) O juízo de origem julgou improcedente o pedido, nos seguintes
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA termos, in verbis:
Ministro Presidente da Segunda Turma
O imposto de renda somente deve incidir sobre renda ou ganhos
Processo Nº E-RR-0001804-96.2017.5.17.0005 que representam aumento de patrimônio do contribuinte. Não deve
Complemento Processo Eletrônico ser considerado como fato gerador, portanto, os rendimentos
Relator Relator do processo não cadastrado relativos a indenizações, pois nada mais são do que a reposição de
Embargante ÓRGÃO DE GESTÃO DE MÃO DE um prejuízo suportado pelo contribuinte.
OBRA DO TRABALHO PORTUÁRIO
AVULSO DO PORTO ORGANIZADO Nesse sentido, é entendimento corrente na jurisprudência que as
DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - férias indenizadas porque não usufruídas, inclusive o terço
OGMO
constitucional, não estão sujeitas a sofrer retenção de imposto de
Advogada Dra. Nathália Neves Burian(OAB:
9243/ES) renda, como inclusive, disposto na Súmula 125 do C.STJ trazida
Advogada Dra. Rafaela da Silva(OAB: 25194/ES) pelo autor como fundamento de sua causa de pedir.
Advogada Dra. Flávia Fardim Antunes Contudo, não se deixa de observar que a normatização com relação
Bringhenti(OAB: 13770/ES) às férias do avulso é distinta da existente para o trabalhador regular,
Embargado GILMAR PEREIRA DOS REMÉDIOS uma vez que no caso do avulso, o pagamento diário do trabalho
Advogado Dr. Antônio Augusto Dallapiccola inclui o proporcional das férias e do abono.
Sampaio(OAB: 9588/ES)
A CCT trazida aos autos pela reclamada (ID. fe01775 - Pág. 11)
estabelece em sua Clausula 10ª quanto ao direito de férias que os
Intimado(s)/Citado(s):
valores repassados pelos Operadores Portuários ao OGMO a título
- GILMAR PEREIRA DOS REMÉDIOS de férias e seu abono de 1/3 serão depositados em uma conta
- ÓRGÃO DE GESTÃO DE MÃO DE OBRA DO TRABALHO poupança individual em nome do trabalhador avulso, e somente
PORTUÁRIO AVULSO DO PORTO ORGANIZADO DO ESTADO
DO ESPÍRITO SANTO - OGMO será liberado para saque nas segundas quinzenas de março, junho,
setembro e dezembro, observado o calendário de gozo de férias,
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014 independentemente do afastamento efetivo.
Assim, o que se tem é que a cada mês em que presta serviços, o
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS trabalhador portuário percebe parcela adicional de remuneração, de
EMBARGOS acordo e proporcionalmente aos dias laborados no seu período
aquisitivo de férias, não constituindo tal parcela em indenização por
Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada férias não gozadas no passado, ao contrário, a paga se dá como
em 13/12/2019 e embargos interpostos em 8/1/2019). remuneração antecipada, formando o montante que seria devido
Representação processual: regular (procuração, pág. 566). para o momento em que o trabalhador decidir por usufruir férias e
não se apresentar às escalações para engajamento. Também nesse sentido a jurisprudência do C. TST, in verbis:
De mais a mais, não comprovou o Autor por qualquer meio a "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. FÉRIAS
retenção indevida sobre férias não gozadas e convertidas em INDENIZADAS. NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA.
pecúnia. TRABALHADOR AVULSO. 1. O acórdão regional considerou
Os relatórios de ID. f7fca5d e ID. f34fd64 não comprovam que o indevida a dedução a título de imposto de renda sobre as férias
Autor não gozou as férias, mas, unicamente, a incidência da indenizadas, diante da constatação de que o próprio OGMO
contribuição sobre tais parcelas. reconhece o pagamento de férias vencidas. 2. Decisão em
Nesse sentido, não há nos autos prova de que houve retenção consonância com a jurisprudência desta Corte no sentido de que as
indevida a título de imposto de renda sobre férias indenizadas por férias indenizadas, em decorrência de seu próprio caráter
impossibilidade de fruição normal, ou seja, por necessidade do ressarcitório, não integram a base de cálculo do imposto de renda.
serviço. Não há como considerar todo o pagamento de férias a 3. Emerge em óbice ao conhecimento do recurso de revista o
trabalhador portuário avulso como indenização, nos termos da disposto no artigo 896, §7º, da CLT, e Súmula 333 do TST. 4.
Súmula 125 do STJ, sob pena de tratamento privilegiado ao avulso, Agravo de instrumento de que se conhece e a que se nega
isentando do recolhimento da contribuição fiscal em toda e qualquer provimento." (AIRR - 111200-47.2013.5.17.0005 , Relatora
hipótese. Desembargadora Convocada: Rosalie Michaele Bacila Batista, Data
Ao promover o desconto do imposto de renda sobre as parcelas de de Julgamento: 03/06/2015, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT
férias pagas ao Autor, na qualidade de responsável tributário, o 12/06/2015)
OGMO nada mais fez do que cumprir as disposições contidas no Pelo exposto, não há que se falar em descontos indevidos, ou em
artigo 43, inciso I, do Código Tributário Nacional e no artigo 7.º, devolução dos valores recolhidos ao reclamante.
inciso I, da Lei n.º 7.713/88, segundo a qual ficam sujeitos à Nego provimento."
incidência do imposto sobre a renda na fonte os rendimentos do
trabalho assalariado, pagos ou creditados por pessoas físicas ou Extrai-se do acórdão do Tribunal Regional que o caso refere-se às
jurídicas. férias indenizadas, não usufruídas, portanto, a referida parcela tem
Improcede o pedido. natureza indenizatória, sobre a qual não incide o imposto de renda,
O autor recorre ordinariamente, renovando os fundamentos consonante dispõe o art. 6º, V, da Lei 7.713/88.
aduzidos na inicial. Desse modo, o imposto de renda não incide sobre as férias
Vejamos. indenizadas.
Segundo o art. 43 do CTN, os ganhos de pessoas físicas ou Nesse sentido, os seguintes julgados de Turma e recente
jurídicas são tributados à exceção apenas dos ganhos que visam precedente da SBDI-1 (destaques acrescidos):
indenizar algum dano, por não representarem acréscimo "AGRAVO REGIMENTAL DOS RECLAMANTES. RECURSO DE
patrimonial, ou aqueles em relação aos quais há norma prevendo a EMBARGOS. INTERPOSIÇÃO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014.
isenção. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADA.
As férias indenizadas são devidas quando o empregador ARESTO INESPECÍFICO. Não merecem processamento os
descumpre o estabelecido na lei trabalhista, não permitindo que o embargos, interpostos na vigência da Lei 13.015/2014, quando não
trabalhador usufrua do período de férias. Neste caso, devido à preenchidos os pressupostos de admissibilidade do art. 894, II, da
natureza indenizatória do pagamento decorrente da violação à lei, CLT. Agravo regimental conhecido e não provido. RECURSO DE
não há incidência de imposto de renda, nos termos da Súmula 125 EMBARGOS DOS RECLAMANTES. INTERPOSIÇÃO SOB A
do STJ. ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. TRABALHADOR PORTUÁRIO
Ocorre, entretanto, que essa dinâmica apenas é aplicável aos AVULSO. FÉRIAS INDENIZADAS. IMPOSTO DE RENDA. NÃO
trabalhadores com vínculo empregatício de natureza continuada INCIDÊNCIA. 1. Hipótese em que a e. Turma deu provimento ao
prestado a um único empregador. recurso de revista do OGMO para determinar a incidência do
No tocante ao avulso, a remuneração recebida pelas férias é imposto de renda sobre as férias indenizadas, ao fundamento de
proveniente da equiparação constitucional ao empregado. Ou seja, que "o pagamento das férias do trabalhador avulso não está
as férias são pagas em virtude da equiparação ao empregado com atrelado à fruição do benefício, na forma do art. 134 da CLT,
vínculo típico, prevista no artigo 7º da Constituição da República, devendo obedecer, portanto, às regras delineadas na Lei nº
haja vista ser impossível o cumprimento do período aquisitivo de um 9.719/98. Sendo assim, e interpretando o art. 2º, § 6º, da Lei nº
ano, exigido pela CLT, uma vez que os contratos levam em 9.719/98, considera que os pagamentos a título de férias do
consideração o dia trabalhado. trabalhador avulso possuem natureza jurídica remuneratória". 2.
Dessa forma, não se trata de indenização pelo descumprimento da Entretanto, conforme registrado no acórdão regional transcrito pela
legislação trabalhista, mas de remuneração pelas férias a que faz e. Turma trata-se de férias indenizadas, não usufruídas, ou seja, de
jus, em decorrência da equiparação constitucional. parcela indenizatória sobre a qual não incide o imposto de renda,
In casu, não se cogita da caracterização da natureza indenizatória conforme dispõe o art. 6º, V, da Lei 7.713/88. Precedentes de
das férias pagas ao reclamante, na forma da Súmula 125 do c. STJ, Turmas desta c. Corte Superior. Recurso de embargos conhecido e
pois tal verba é paga unicamente em vista da previsão normativa provido." (AgR-E-ARR - 128700-17.2013.5.17.0009 , Relator
coletiva e não em razão da impossibilidade de gozo do descanso, Ministro Hugo Carlos Scheuermann, Subseção I Especializada em
como no contrato de emprego. Dissídios Individuais, DEJT 10/8/2018)
Por outro giro, observe-se que o valor das férias constitui "FÉRIAS INDENIZADAS. NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE
rendimento tributável, nos termos do art. 39 do Decreto 3.000/99 e RENDA. A jurisprudência desta Corte superior é no sentido de que
da Instrução Normativa 15/2001 da Secretaria da Receita Federal e, o imposto de renda não incide sobre as férias indenizadas, pois tal
portanto, ao recolher e repassar o imposto à Fazenda Pública, o parcela tem natureza indenizatória. A decisão recorrida está em
OGMO apenas cumpriu com sua obrigação como responsável consonância com o disposto na Súmula nº 125 do STJ e no inciso V
tributário. do artigo 6º da Lei nº 7.713/88, o qual dispõe que as férias
indenizadas não estão sujeitas à incidência do imposto de renda. incidência do imposto de renda sobre as férias indenizadas pagas
Divergência jurisprudencial superada pelo entendimento atual e aos trabalhadores portuários avulsos.
notório desta Corte superior, nos termos do artigo 896, § 7º, da CLT Cita arestos para cotejo de teses
e da Súmula nº 333 do TST. Agravo de instrumento desprovido". Ao exame.
(TST-AIRR - 621-52.2011.5.02.0447, Relator Ministro José Roberto Cinge-se a controvérsia a saber se há incidência de imposto de
Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT 12/5/2017). renda sobre férias indenizadas.
"TRABALHADOR AVULSO - FÉRIAS INDENIZADAS - INCIDÊNCIA A Segunda Turma concluiu que as férias indenizadas são pagas ao
DE IMPOSTO DE RENDA - DEVOLUÇÃO. Nos termos dos arts. 43 empregado em razão da renúncia ao direito de usufruir do
do CTN e 6º, V, da Lei nº 7.713/88, o imposto de renda deve incidir descanso, e, em razão disso e consoante se extrai da sua própria
apenas sobre as parcelas de natureza salarial e, portanto, denominação, têm natureza indenizatória.
tributáveis, excluídas as verbas indenizatórias, como é o caso das Nesses termos, em face da natureza indenizatória da parcela
férias indenizadas. Saliente-se que o fato de haver peculiaridades relativa às férias indenizadas, entendeu que é indevida a incidência
na prestação de serviços avulsa, que impõem o recebimento das do imposto de renda, tendo direito o reclamante ao ressarcimento
férias indenizadas, sem a fruição do período de repouso, não elide o pleiteado.
caráter indenizatório da parcela, eis que, ainda nesse contexto, a Com efeito, esta Corte superior já firmou entendimento no sentido
verba indeniza a ausência de fruição do direito. Realizados de não incidência do imposto de renda sobre as férias indenizadas
descontos indevidamente pela reclamada, cabe a ela devolvê-los ao dos trabalhadores avulsos, nos termos do art. 6º da Lei nº
autor. Precedentes do STJ em matéria Tributária e do TST. 7.713/1988.
Recurso de revista conhecido e provido". (TST-RR - 135700- Eis os precedentes da Subseção sobre a matéria, in verbis:
76.2010.5.17.0008, Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello
Filho, 7ª Turma, DEJT 07/10/2016). "RECURSO DE EMBARGOS DOS RECLAMANTES.
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. FÉRIAS INTERPOSIÇÃO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014.
INDENIZADAS. NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA. TRABALHADOR PORTUÁRIO AVULSO. FÉRIAS INDENIZADAS.
TRABALHADOR AVULSO. 1. O acórdão regional considerou IMPOSTO DE RENDA. NÃO INCIDÊNCIA. 1 . Hipótese em que a e.
indevida a dedução a título de imposto de renda sobre as férias Turma deu provimento ao recurso de revista do OGMO para
indenizadas, diante da constatação de que o próprio OGMO determinar a incidência do imposto de renda sobre as férias
reconhece o pagamento de férias vencidas. 2. Decisão em indenizadas, ao fundamento de que "o pagamento das férias do
consonância com a jurisprudência desta Corte no sentido de que as trabalhador avulso não está atrelado à fruição do benefício, na
férias indenizadas, em decorrência de seu próprio caráter forma do art. 134 da CLT, devendo obedecer, portanto, às regras
ressarcitório, não integram a base de cálculo do imposto de renda. delineadas na Lei nº 9.719/98. Sendo assim, e interpretando o art.
3. Emerge em óbice ao conhecimento do recurso de revista o 2º, § 6º, da Lei nº 9.719/98, considera que os pagamentos a título
disposto no artigo 896, §7º, da CLT, e Súmula 333 do TST. 4. de férias do trabalhador avulso possuem natureza jurídica
Agravo de instrumento de que se conhece e a que se nega remuneratória" . 2 . Entretanto, conforme registrado no acórdão
provimento". (TST-AIRR - 111200-47.2013.5.17.0005, Relatora regional transcrito pela e. Turma trata-se de férias indenizadas, não
Desembargadora Convocada: Rosalie Michaele Bacila Batista, 4ª usufruídas, ou seja, de parcela indenizatória sobre a qual não incide
Turma, DEJT 12/6/2015). o imposto de renda, conforme dispõe o art. 6º, V, da Lei 7.713/88.
"IMPOSTO DE RENDA SOBRE AS FÉRIAS INDENIZADAS. Precedentes de Turmas desta c. Corte Superior. Recurso de
VERBA DE NATUREZA INDENIZATÓRIA. TRABALHADOR embargos conhecido e provido" (AgR-E-ARR-128700-
PORTUÁRIO AVULSO. NÃO INCIDÊNCIA. O entendimento dessa 17.2013.5.17.0009, Subseção I Especializada em Dissídios
Corte é o de que o imposto de renda não incide sobre as férias Individuais, Relator Ministro Hugo Carlos Scheuermann, DEJT
indenizadas, bem como sobre o terço constitucional e o fato de a 10/08/2018).
hipótese dos autos tratar de trabalhadores avulsos não modifica tal
entendimento, porquanto não há concessão de férias, sendo certo "EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. INTERPOSIÇÃO NA
que, nesse contexto, os valores recebidos a tal título só podem ser VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. FÉRIAS INDENIZADAS.
considerados como férias indenizadas. Precedentes. Agravos a que IMPOSTO DE RENDA. NÃO INCIDÊNCIA. PROVIMENTO. 1. Esta
se nega provimento". (TST-Ag-ED-RR - 79500-53.2013.5.17.0005, Corte Superior vem firmando entendimento no sentido de que
Relator Ministro: Emmanoel Pereira, 5ª Turma, DEJT 24/04/2015). quando não houver a concessão das férias, mesmo quando se
Diante do exposto, CONHEÇO do recurso de revista. tratar de trabalhador avulso, os valores recebidos a tal título
2 - MÉRITO ostentam natureza indenizatória. Desse modo, por não consistir em
2.1 - FÉRIAS INDENIZADAS. IMPOSTO DE RENDA. INDEVIDO rendimento tributável, afigura-se indevido o imposto descontado
Por essas razões, DOU PROVIMENTO para condenar a ré à pelo reclamado, nos termos do inciso V do artigo 6° da Lei n°
devolução dos valores indevidamente retidos do pagamento de 7713/88, que expressamente exclui da base de cálculo do imposto
férias indenizadas, considerando o período não prescrito. Condenar de renda as parcelas de natureza indenizatória recebidas por
a ré ao pagamento de honorários de sucumbência, que fixo em 15% ocasião da rescisão do contrato de trabalho, nas quais se incluem
(quinze por cento) sobre o valor que resultar a liquidação da as férias indenizadas, devendo, portanto, ser devolvido aos
sentença, uma vez que a reclamação trabalhista fora ajuizada em empregados. Precedentes da SBDI-1 e de Turmas. 2. Recurso de
21/11/2017, portanto, na vigência da Lei 13.467/2017. Invertida a embargos de que se conhece e a que se dá provimento" (E-RR-
sucumbência. Custas pela ré, no importe de R$ 200,00(duzentos 58100-89.2013.5.17.0002, Subseção I Especializada em Dissídios
reais), calculadas sobre o valor provisório arbitrado à condenação Individuais, Relator Ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos,
de R$10.000,00 (dez mil reais)" (págs. 478-484, destacou-se). DEJT 11/05/2018).
Nas razões de embargos, o reclamado sustenta a validade da "RECURSO DE EMBARGOS DOS RECLAMANTES.
Conforme consta do acórdão embargado, esta Corte manifestou-se caso, o intuito protelatório dos embargos de declaração.
expressamente em relação ao cerceamento de defesa, senão Indica violação dos artigos 5º, incisos LIV e LV, da Constituição
vejamos: Federal, 897-A da CLT e 1.026 do CPC/2015.
Com efeito, o recurso de embargos está desfundamentado, uma
"Já no que se refere ao "cerceamento de defesa" verifica-se que a vez que a parte não indica divergência jurisprudencial, tampouco
ré não se insurge quanto ao fundamento da decisão agravada. É contrariedade a súmula ou orientação jurisprudencial desta Corte ou
que a decisão agravada negou provimento ao agravo de a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, nos termos do
instrumento da reclamada em decorrência do não atendimento à artigo 894, inciso II, da CLT.
exigência processual inserta no art. 896, § 1º-A, inciso I, da CLT, Nesses termos, inviável o processamento do recurso de embargos.
visto que a parte trouxe a íntegra do acórdão regional na petição do
recurso de revista e quanto a isto, a reclamada não dirige críticas, CONCLUSÃO
limitando-se a renovar os argumentos do agravo de instrumento,
relativos à sua intenção probatória indeferida pelo juízo singular. DENEGO seguimento ao recurso de embargos, quanto aos temas,
Segundo o princípio da dialeticidade, a fundamentação é com fundamento nos artigos 93, inciso VIII, do Regimento Interno
pressuposto extrínseco de admissibilidade de qualquer recurso, do Tribunal Superior do Trabalho e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº
sem a qual o apelo não logra desafiar a barreira do conhecimento. 491/2014.
Este é o entendimento pacificado nesta Corte superior, Publique-se.
consubstanciado na Súmula nº 422, item I, do TST, in verbis: Brasília, 20 de fevereiro de 2020.
"RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO
CONHECIMENTO
I - Não se conhece de recurso para o TST se as razões do Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
termos em que proferida". Ministro Presidente da Segunda Turma
Registra-se, desde logo, que a hipótese não atrai a aplicação do
item II do verbete mencionado, no qual se consigna que "o Processo Nº E-ED-ARR-0000300-19.2011.5.04.0202
entendimento referido no item anterior não se aplica em relação à Complemento Processo Eletrônico
motivação secundária e impertinente, consubstanciada em Relator Relator do processo não cadastrado
despacho de admissibilidade de recurso ou em decisão Embargante PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. -
PETROBRAS
monocrática", porquanto o motivo de denegação do recurso de
Advogado Dr. Dirceu Marcelo Hoffmann(OAB:
revista, conforme discorrido, é relevante e pertinente, uma vez que 16538/GO)
expõe questão processual expressamente disposta em lei" (pág. Embargado AURÉLIO GONÇALVES
684). Advogado Dr. Maurício de Figueiredo Corrêa da
Como se vê, no acórdão embargado, foi analisada a matéria relativa Veiga(OAB: 21934/DF)
ao cerceamento de defesa, por inteiro e de forma fundamentada, aí Embargado PETROBRAS DISTRIBUIDORA S.A.
encerrando-se a entrega da prestação jurisdicional, sem os vícios Advogado Dr. Francisco de Assis Brito Vaz(OAB:
20257/DF)
elencados pelo artigo 1.022 do CPC/2015 e ofensa a dispositivos
Advogado Dr. Kléber Ramos Félix(OAB:
legais e constitucionais. 70184/RS)
Sabidamente, os artigos 494, caput, primeira parte, e 505, caput, do Embargado FUNDAÇÃO PETROBRAS DE
CPC/2015 e 836 da CLT vedam que o julgador conheça e decida SEGURIDADE SOCIAL - PETROS
novamente as questões já decididas de forma clara, coerente e Advogado Dr. Renato Lobo Guimarães(OAB:
14517-A/DF)
completa.
Advogada Dra. Gilda Russomano Gonçalves dos
O inconformismo da parte com o resultado do julgamento desafiaria Santos(OAB: 65395/RS)
recurso processual próprio, se cabível, e não pode ser sanado pela
estreita via dos embargos de declaração, que não se prestam a Intimado(s)/Citado(s):
uma nova análise da matéria já discutida e decidida, limitando-se o - AURÉLIO GONÇALVES
seu campo de atuação ao saneamento de contradições, - FUNDAÇÃO PETROBRAS DE SEGURIDADE SOCIAL -
obscuridades ou omissões porventura havidas na decisão PETROS
embargada, o que não é o caso. - PETROBRAS DISTRIBUIDORA S.A.
São, pois, absolutamente descabidos e meramente - PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS
procrastinatórios estes embargos de declaração em que a parte, na
verdade, pretende apenas polemizar com o julgador naquilo que por EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014
ele já foi apreciado e decidido por inteiro, de forma fundamentada.
Sendo os embargos de declaração manifestamente protelatórios, PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
deve a embargante pagar a multa prevista artigo 1.026, § 2º, do EMBARGOS
NCPC c/c o artigo 769 da CLT, em valor equivalente a 2% (dois por
cento) do valor atualizado da causa, a ser oportunamente acrescida Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada
ao montante da execução, em favor da exequente. em 6/12/2019; embargos interpostos em 18/12/2019).
Nego provimento aos embargos de declaração" (págs. 696-698, Representação processual: regular (procuração, págs. 2.558 e
destacou-se). 2.559; substabelecimento, págs. 2.560 e 2.561).
Preparo: satisfeito (depósito recursal, págs. 1.969 e 2.168; custas,
A reclamada, nas razões de embargos, sustenta ser indevida a pág. 1.970).
multa imposta pela Turma, pois não teria ficado caracterizado, no Assim, estão atendidos os pressupostos extrínsecos de
matemática, autorizado o desconto da cota-parte do empregado, Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento.
nos termos do Regulamento Interno, cuja responsabilidade é (...)" (RR-870-18.2012.5.09.0594, 7ª Turma, Relator Ministro
exclusivamente da patrocinadora, como demonstram os seguintes Cláudio Mascarenhas Brandão, DEJT 30/11/2017).
precedentes: "(...). RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA SEGUNDA
"RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA PETROS. ANTERIOR RECLAMADA - PETROS. COMPLEMENTAÇÃO DE
ÀS LEIS Nos 13.015/2014 E 13.467/2017 E À IN N° 40 DO TST. APOSENTADORIA. FONTE DE CUSTEIO. RESERVA
(...). COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. FONTE DE MATEMÁTICA. A pretensão recursal é o aporte destinado à
CUSTEIO. RESERVA MATEMÁTICA. 1 - Esta Turma, no recomposição da reserva matemática, bem como a determinação
julgamento do RR-3137- 22.2011.5.12.0009, em voto da lavra do de quem seria responsável a suportar esse encargo, em face da
Exmo. Sr. Ministro Aloysio Corrêa da Veiga, (publicado em DEJT necessidade de observância do equilíbrio atuarial do plano de
12/2/2016), concluiu que a responsabilidade pelo custeio é benefícios, nos termos do artigo 202 da Constituição Federal. Em
compartilhada, ao passo que aquela concernente à recomposição relação a esse aspecto, esta Corte vem sedimentando
da reserva matemática deve ser atribuída unicamente à posicionamento pela necessidade de integralização da reserva
patrocinadora que deu causa a não incidência do custeio no salário matemática, autorizado o desconto da cota-parte do empregado,
de contribuição à época própria e, consequentemente, inviabilizou o nos termos do Regulamento Interno, cuja responsabilidade é
investimento, em tempo oportuno, da diferença desses recursos, exclusivamente da patrocinadora. A condenação da Petrobras, na
pela não consideração de parcelas. 2 - No caso concreto, verifica-se qualidade de patrocinadora da Petros, ao repasse da reserva
que não houve condenação da reclamada Petrobras ao matemática necessária ao pagamento integral do benefício a que
recolhimento de sua cota-parte a fim de subsidiar a fonte de custeio terá direito o reclamante encontra respaldo no artigo 202, caput , da
das diferenças de suplementação de aposentadoria deferidas, Constituição Federal, que expressamente prevê a constituição de
tampouco à recomposição da reserva matemática, motivo pelo qual reservas que garantam os benefícios postulados. Cada participante
se tem por violado o art. 202, caput, da Constituição Federal. 3 - (empregado e empregador) deve se responsabilizar pela sua cota-
Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento. parte com fins de preservar o equilíbrio atuarial do plano de
(...)" (ARR-1479-95.2011.5.15.0132, 6ª Turma, Relatora Ministra previdência. Nesses termos, o recolhimento incidirá sobre a cota-
Kátia Magalhães Arruda, DEJT 6/12/2018). parte do reclamante e a da reclamada patrocinadora, nos exatos
"RECURSO DE REVISTA DA PETROS INTERPOSTO ANTES DA termos do Regulamento do Plano de Benefícios. A diferença atuarial
LEI 13.015/2014. (...). CUSTEIO. De acordo com o artigo 202 da correspondente à integralização da reserva matemática, decorrente
Constituição Federal, o regime de previdência privada é baseado na do recálculo do novo valor deferido nesta ação, deve ser suportada
formação de reservas que garantam o benefício contratado. Para pela patrocinadora, Petrobras, que repassará à Petros os valores
manter o equilíbrio atuarial e financeiro das entidades de relativos à sua contribuição como patrocinadora e à contribuição do
previdência privada, bem como assegurar o pagamento dos reclamante, assim como os valores necessários à recomposição da
benefícios atuais e futuros de aposentadoria e pensões dos reserva matemática. Assim, incumbe partes o recolhimento de sua
segurados, o patrocinador e os participantes são corresponsáveis respectiva cota-parte (empregado e empregadora) ao fundo
pelo custeio dos planos de previdência complementar. previdenciário. Por sua vez, a patrocinadora, Petrobras, detém a
Consequentemente, o patrocinador não pode assumir encargos responsabilidade pelos juros de mora, pela correção monetária e
além dos previstos nos respectivos planos de custeio. Assim dispõe pelo aporte financeiro destinado à recomposição da reserva
o artigo 6º da LC 108/2001. Portanto, o reconhecimento de matemática. Recurso de revista conhecido e provido. (...)" (RR-71-
diferenças de complementação de aposentadoria implica o custeio 68.2012.5.05.0017, 2ª Turma, Relator Ministro José Roberto Freire
paritário do empregado e do empregador patrocinador. Pimenta, DEJT 9/3/2017).
Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. (...)" (ARR- A condenação da Petrobras, na qualidade de patrocinadora da
1629-44.2011.5.01.0010, 2ª Turma, Relatora Ministra Maria Helena Petros, ao repasse da reserva matemática necessária ao
Mallmann, DEJT 18/10/2018). pagamento integral do benefício a que terá direito o reclamante
"RECURSO DE REVISTA DA PETROS EM FACE DE DECISÃO encontra respaldo no artigo 202, caput, da Constituição Federal,
PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. que expressamente prevê a constituição de reservas que garantam
(...).FONTE DE CUSTEIO. DIFERENÇAS DECORRENTES DE os benefícios postulados.
REAJUSTES. O cálculo atuarial do benefício previdenciário a cargo Cada participante (empregado e empregador) deve se
da unidade gestora do plano de previdência complementar privada responsabilizar pela sua cota-parte com fins de preservar o
deve observar o quantum necessário à efetiva satisfação da equilíbrio atuarial do plano de previdência.
complementação de aposentadoria futura, cujo aporte financeiro Na hipótese em análise, a Corte regional manteve a sentença de
constitui responsabilidade dos coparticipantes: aqueles que piso no que diz respeito a autorização da dedução das contribuições
aderiram ao plano e a empresa patrocinadora e mantenedora, por relativas à cota-parte do reclamante.
meio de repasses periódicos suficientes ao encargo. Constatado Por outro lado, eventual diferença atuarial correspondente à
que a omissão da entidade patrocinadora (PETROBRAS), em integralização da reserva matemática, decorrente do recálculo do
observar os regulamentos pertinentes, causou não só prejuízos ao novo valor deferido na presente ação, deve ser suportada pela
autor como também à entidade gestora do Plano de Benefício patrocinadora, PETROBRAS, que repassará à PETROS os valores
Previdenciário (PETROS), em decorrência de repasses insuficientes relativos à sua contribuição como patrocinadora, assim como os
ao aporte financeiro do benefício futuro, há de se declarar também a valores necessários à recomposição da reserva matemática.
sua responsabilidade pela correspondente integralização da reserva Ainda a patrocinadora, PETROBRAS, detém a responsabilidade
matemática. Exegese do artigo 202, caput e § 2º, da Constituição pelos juros de mora, correção monetária e o aporte financeiro
Federal. Desse modo, quanto à fonte de custeio, autorizam-se destinado à recomposição da reserva matemática.
apenas os descontos relativos à correspondente contribuição do Pelo exposto, condeno a primeira reclamada no repasse à terceira
beneficiário, pelo período não prescrito. Precedentes desta Corte. ré das suas cotas-parte para o custeio do benefício, na forma do
regulamento aplicável, ficando a responsabilidade pela pretensão da embargante não é sanar supostos vícios existentes no
integralização da reserva matemática a cargo da patrocinadora acórdão embargado, mas questionar as razões de decidir levadas a
(PETROBRAS), além da responsabilidade pelos juros de mora e efeito pelo julgador.
pela correção monetária" (págs. 2.377-2.382, destacou-se). A Segunda Turma deu provimento ao recurso de revista da segunda
reclamada (Petros), em acórdão assim fundamentado:
Os embargos de declaração interpostos pela Petrobras foram
desprovidos, ante a ausência de vícios a serem sanados. (...)
Eis os termos da decisão:
Consoante se observa do acórdão embargado, não há vícios a
"A embargante sustenta que, a "partir da leitura do recurso de serem sanados por meio destes embargos de declaração.
revista dos reclamantes, cujo trânsito visa garantir no tópico "fonte De início, importante observar que, mesmo na hipótese de não
de custeio", verifica-se que somente há a indicação genérica do haver pedido expresso, na petição inicial, quanto à fonte de custeio
artigo 202 da Constituição como suposto dispositivo violado" (pág. e recomposição da reserva matemática, não há falar em julgamento
2.397). extra petita, na medida em que a condenação no pagamento das
Argumenta ser "inviável o conhecimento do recurso de revista diferenças postuladas pelo reclamante implicam necessariamente
quando a parte não aponta o dispositivo violado, no caso, o artigo na determinação da fonte de custeio expressa e na recomposição
202, §2º da Constituição, único dispositivo que supostamente da reserva matemática do fundo de previdência complementar, por
poderia autorizar a condenação da patrocinadora à recomposição observância da previsão contida no próprio artigo 202, caput, da
da fonte de custeio" (pág. 2.397). Constituição Federal.
Aponta contrariedade à Súmula nº 221 do TST. Ademais, houve pedido expresso nesse sentido, formulado pela
No que diz respeito ao tema da recomposição da reserva Petros em contestação, tendo sido, inclusive, objeto de provimento
matemática, a embargante sustenta "que o referido pedido não desde a sentença de primeiro grau.
integra a demanda posta pelo Reclamante em juízo, e sobre a qual Ainda, a determinação foi explícita no sentido de que haja
se deu o contraditório" (pág. 2.398). observância dos termos do Regulamento do Plano de Benefícios,
Alega que as ponderações realizadas pela segunda reclamada em não havendo falar em contrariedade à Súmula nº 126 do TST,
contrarrazões acerca do tema não são suficientes para impor a argumento este que, aliás, mostra-se totalmente inovatório.
condenação à ora embargante, visto que o tema não foi objeto de Destaque-se que, ao contrário do alegado pela embargante, a
contraditório. terceira reclamada indicou, de forma clara, em suas razões de
Argumenta que a via eleita para a condenação da embargante na recurso de revista, ofensa aos artigos 114, inciso I, e 202 da
recomposição da reserva matemática é inadequada, visto que Constituição Federal e violação dos artigos 3º e 16 da Lei
caberia à segunda reclamada o ajuizamento de ação de regresso, Complementar nº 108/2001.
onde haveria o debate quanto ao tema, o qual reveste-se de Na hipótese, contudo, o conhecimento do apelo se deu por violação
natureza civil e extrapola os limites da lida ora em análise. do artigo 114, inciso I, da Constituição Federal, tendo em vista que
Aponta, ainda, existência de contradição na decisão, visto que "trata a Corte regional entendeu pela incompetência material desta Justiça
como iguais institutos de natureza diversa, o custeio e a reserva Especializada para julgar a matéria.
matemática do fundo, que são institutos diferentes e que não se Assim, foi reformada a decisão para reconhecer a competência
confundem, apesar de estarem relacionados na dinâmica da material e, por aplicação da teoria da causa madura, tratando-se de
previdência complementar" (pág. 2.399). matéria exclusivamente de direito, e na forma autorizada pelo artigo
Afirma que a análise adequada da responsabilidade pelo custeio e 1.013, § 3º, inciso I, do CPC de 2015, passou-se à análise do mérito
recomposição da reserva matemática depende da verificação das da discussão.
determinações contidas no regulamento do plano de previdência Dessa forma não há falar em impossibilidade de conhecimento do
complementar, o que não foi realizado no acórdão regional. apelo por pretensa contrariedade à Súmula nº 221 do TST.
Assim, sustenta que o julgamento da matéria estaria impedido por Ainda, esta Corte explicitou, de forma clara e completa, as razões
força da Súmula nº 126 do TST. pelas quais condenou a Petrobras, na qualidade de patrocinadora
Alega, também, que a matéria em questão não fora analisada pela da Petros, ao repasse da reserva matemática necessária ao
Corte regional, sendo, portanto, ausente o necessário pagamento integral das diferenças de complementação de
prequestionamento da matéria, na forma da Súmula nº 297 do TST. aposentadoria devidas ao autor.
Sustenta, ainda, que por se tratar de modalidade "Benefício Definido Em relação a esse aspecto, o TST vem sedimentando
- BD", "o valor do benefício seria devido pela Entidade Fechada de posicionamento pela necessidade de integralização da reserva
Previdência Complementar independentemente das contribuições matemática, autorizado o desconto da cota-parte do empregado,
formadas ao longo do pacto laboral, limitado ao teto previsto no nos termos do Regulamento Interno, cuja responsabilidade é
próprio regulamento" (pág. 2.402). exclusivamente da patrocinadora.
Argumenta, por fim, que o "enfoque da modalidade de benefício é Dessa forma, a decisão embargada encontra-se em conformidade
essencial quando se trata da fonte de custeio, na medida em que o com o disposto no artigo 202, caput, da Constituição Federal, que
valor do benefício pago, no caso dos autos, independe das prevê a constituição de reservas que garantam o pagamento do
contribuições vertidas ao plano, estando limitado ao teto benefício.
previamente estipulado. Por outro lado, eventual diferença atuarial correspondente à
Somente haveria que se discutir a fonte de custeio naqueles planos integralização da reserva matemática, decorrente do recálculo do
de contribuição definida, o que não é o caso dos autos" (pág. novo valor deferido nesta ação, deve ser suportada pela
2.403). patrocinadora, Petrobras, que repassará à Petros os valores
Sem razão. relativos à sua contribuição como patrocinadora e à contribuição
No caso, examinando as alegações recursais, fica claro que a dos reclamantes, assim como os valores necessários à
recomposição da reserva matemática. jurisprudência deste Tribunal, firme no sentido de que, ainda que a
Assim, incumbe às partes o recolhimento de sua respectiva cota- condenação ao pagamento de diferenças de complementação de
parte (empregado e empregadora) ao fundo previdenciário. aposentadoria decorra da concessão de reajustes que deveriam ter
Por sua vez, a patrocinadora, Petrobras, detém a responsabilidade sido concedidos aos inativos, mas não o foram, a responsabilidade
pelos juros de mora, pela correção monetária e pelo aporte pela contribuição para a fonte de custeio das diferenças de
financeiro destinado à recomposição da reserva matemática. complementação de aposentadoria é tanto da patrocinadora quanto
Portanto, ao contrário do alegado, não há falar em ofensa ao artigo do participante do fundo, a fim de preservar o equilíbrio atuarial e
202, § 2º, da Constituição Federal. financeiro das entidades de previdência privada e assegurar o
Diante do exposto, não se verifica, na decisão embargada, nenhum pagamento dos benefícios atuais e futuros de aposentadoria e
dos vícios dos artigos 897-A da CLT e 1.022 do CPC/2015, razão pensão aos seus segurados. Incidência do óbice previsto no artigo
pela qual nego provimento aos embargos de declaração em face da 894, § 2º, da CLT. Recurso de embargos não conhecido" (E-ED-
ausência de omissão e contradição a ser sanada" (págs. 2.506- ARR-101100-29.2009.5.04.0201, Subseção I Especializada em
2.512, destacou-se). Dissídios Individuais, Relator Ministro Alexandre Luiz Ramos, DEJT
22/11/2019).
Nas razões de embargos, a Petrobras sustenta que a decisão
embargada diverge da de outras Turmas desta Corte, em que se "AGRAVO DA RECLAMADA PETROBRAS. FONTE DE CUSTEIO.
concluiu que "é indevida a cobrança de participação da DIFERENÇAS DE COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA.
patrocinadora no custeio de pagamento de diferenças de Discute-se a formação da fonte de custeio, relativamente às
complementação de aposentadoria oriundas da isonomia entre diferenças de complementação de aposentadoria reconhecidas sem
ativos e inativos (reajustes ou parcelas concedidos ao pessoal da juízo. Aplica-se a atual jurisprudência desta Subseção no sentido de
ativa que devem ser estendidos a aposentado)" (pág. 2.550). que, na formação da fonte de custeio, haja o recolhimento da cota
Transcreve arestos para confronto de teses. parte a ser pago pelo beneficiário e pela patrocinadora .
Na hipótese, a Turma determinou o recolhimento da fonte de Precedentes da SBDI-1. Assim, inviável é o conhecimento do
custeio relativo às cotas-partes tanto da reclamante quanto da recurso de embargos a partir de tese superada pela jurisprudência
empresa patrocinadora, em conformidade com a norma iterativa e atual desta Corte, nos termos do artigo 894, § 2º, da CLT.
regulamentar pertinente. Decisão recorrida que se mantém. Agravo conhecido e não provido"
Com efeito, a jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de (Ag-E-ED-RR-864-11.2012.5.09.0594, Subseção I Especializada em
que o reconhecimento de diferenças de complementação de Dissídios Individuais, Relator Ministro Augusto César Leite de
aposentadoria traz como consequência o necessário recolhimento a Carvalho, DEJT 22/11/2019).
título de fonte de custeio sobre as cotas-partes tanto do autor
quanto da empresa empregadora patrocinadora. "AGRAVO EM EMBARGOS INTERPOSTOS SOB A ÉGIDE DA LEI
Citam-se os seguintes precedentes da Subseção sobre a matéria: Nº 13.015/2014 E DO CPC/2015 - CONCESSÃO DE VANTAGEM
SALARIAL PARA OS EMPREGADOS EM ATIVIDADE -
"AGRAVO INTERNO EM EMBARGOS EM EMBARGOS DE DIFERENÇAS DE COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA -
DECLARAÇÃO EM RECURSO DE REVISTA COM AGRAVO. FONTE DE CUSTEIO - COTA-PARTE DA PATROCINADORA. 1. A
INTERPOSIÇÃO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. FONTE primeira e a segunda ementas transcritas nos embargos não
DE CUSTEIO. INCLUSÃO DE NOVAS PARCELAS NO CÁLCULO viabilizavam seu processamento, por abordarem o tema referente à
DA COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. fonte de custeio exclusivamente sob o enfoque da responsabilidade
RESPONSABILIDADE DO PATROCINADOR E DOS do empregado pela preservação do equilíbrio atuarial no caso de
PARTICIPANTES . A Egrégia Turma decidiu consoante reajustes da complementação de proventos de aposentadoria, não
jurisprudência pacificada desta Corte, no sentido de que , no caso tratando especificamente da responsabilidade ou não da
das entidades de previdência, há que se preservar o lastro patrocinadora pelo aporte de novos recursos . Incidência da Súmula
financeiro do fundo, para o qual concorrem os valores que sobre ele nº 296, I, do TST . 2. Quanto ao terceiro aresto, o registro nele
incidem, sob pena de esvair-se e romper-se o equilíbrio necessário contido acerca da ausência de responsabilidade da patrocinadora e
até mesmo para garantir a continuidade dos benefícios de todos os do beneficiário pela fonte de custeio não consistiu no fundamento
segurados. Desse modo, incide a contribuição destinada à PETROS determinante da decisão, uma vez que o recurso de revista não foi
sobre a condenação de pagamento de diferenças de conhecido ante a vedação de reformatio in pejus . 3. Mesmo
suplementação de aposentadoria a cargo da patrocinadora e do considerando que a referência à responsabilidade sobre a fonte de
empregado, nos termos do artigo 6º da Lei Complementar nº custeio feita apenas a título obter dictum configurasse efetivamente
108/2001. Precedentes desta Subseção. Incide, portanto, o disposto dissenso interpretativo, o entendimento contido na referida ementa
no artigo 894, § 2º, da CLT. Correta a aplicação do referido óbice, está superado pela atual e iterativa jurisprudência do TST em
mantém-se o decidido. Verificada, por conseguinte, a manifesta sentido contrário . Incidência do art. 894, § 2º, da CLT . Agravo
improcedência do presente agravo, aplica-se a multa prevista no conhecido e desprovido" (Ag-E-ED-ED-ARR-1113-
artigo 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil. Agravo interno 56.2010.5.05.0007, Subseção I Especializada em Dissídios
conhecido e não provido" (Ag-E-ED-ARR-85-86.2012.5.01.0074, Individuais, Relator Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho,
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro DEJT 20/09/2019).
Cláudio Mascarenhas Brandão, DEJT 13/12/2019).
Assim, os arestos colacionados pela embargante, datados de 2008,
"EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTOS SOB A 2013 e 2014, encontram-se superados pela atual jurisprudência do
ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. FONTE DE CUSTEIO. DIFERENÇAS Tribunal Superior do Trabalho, conforme o que dispõe o art. 894, §
DE COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. EQUILÍBRIO 2º, da CLT.
ATUARIAL. Acórdão embargado em conformidade com a
CONCLUSÃO decisão monocrática exarada nos moldes dos arts. 557 do CPC e
896, § 5º, da CLT, pois o comando legal restringe seu cabimento à
DENEGO seguimento ao recurso de embargos, com fundamento pretensão de reforma de decisão colegiada proferida por Turma do
nos artigos 93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP Tribunal Superior do Trabalho".
nº 491/2014.
Publique-se. Acrescenta-se que o princípio da fungibilidade recursal não socorre
Brasília, 19 de fevereiro de 2020. a parte recorrente, uma vez que sua aplicação, segundo
entendimento emanado do Supremo Tribunal Federal, restringe-se
à existência de dúvida plausível acerca do recurso cabível, exigindo
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) -se, ainda, que tenham sido observados os pressupostos
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA intrínsecos e extrínsecos de cabimento de recurso próprio.
Ministro Presidente da Segunda Turma
CONCLUSÃO
Processo Nº E-AIRR-0104200-85.2007.5.06.0013
Processo Nº E-AIRR-01042/2007-013-06-00.6 DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos
93, inciso VIII, do Regimento Interno do Tribunal Superior do
Complemento Processo Eletrônico Trabalho e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
Relator Relator do processo não cadastrado Publique-se.
Embargante CSU CARDSYSTEM S.A. Brasília, 02 de março de 2020.
Advogado Dr. Geraldo Campelo da Fonseca
Filho(OAB: 19382/PE)
Embargado BRUNO ROBERTO PORTELA
RODRIGUES Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Advogado Dr. Josany Xavier de Menezes(OAB: JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
20747/PE) Ministro Presidente da Segunda Turma
Embargado CLARO S.A.
Advogado Dr. Leonardo Santana da Silva Processo Nº E-Ag-ED-AIRR-0010320-43.2018.5.03.0108
Coêlho(OAB: 17266/PE)
Complemento Processo Eletrônico
Relator Relator do processo não cadastrado
Intimado(s)/Citado(s):
Embargante SEMPER S.A. - SERVIÇO MÉDICO
- BRUNO ROBERTO PORTELA RODRIGUES PERMANENTE
- CLARO S.A. Advogada Dra. Daniela Boechat Siqueira
- CSU CARDSYSTEM S.A. Dantas(OAB: 133235/MG)
Embargado LUCINEIA FERNANDES DA SILVA
Advogado Dr. Esdras da Silva dos Santos(OAB:
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014 140532/MG)
os créditos da própria empresa inadimplente, não se transferindo a Registre-se que, na hipótese em apreço, o vínculo empregatício não
responsabilidade à Administração Pública, que s e limita a repassar foi reconhecido com a recorrente, motivo pelo qual não se exige em
aos trabalhadores as verbas devidas pela empresa contratada. relação à ela, os requisitos de reconhecimento do vínculo juslaboral.
Entretanto, descurando-se de sua obrigação legal, responde a Desse modo, considerando que a empresa tomadora dos serviços
recorrente, deforma subsidiária. se beneficiou da força de trabalho despendida pelo reclamante,
Ademais, nos termos do disposto nos artigos 186 e 927 do CCB, cabe à aquela responder subsidiariamente pelos débitos
aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou trabalhistas não adimplidos pela contratada.
imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica Assim, irretocável a decisão que reconheceu a responsabilidade
obrigado a reparar o dano. subsidiária da segunda reclamada.
Certo, ainda, que o entendimento supra mencionado está amparado Desprovejo" (seq. 1, págs. 229/232).
na interpretação sistemática das normas relativas à licitação
pública, não se sobrepondo à lei, mas interpretando-a. A questão sub judice trata da clássica situação de contratação
Saliente-se que o referido posicionamento está de acordo com a triangular de trabalhadores, com a existência de três partes
Súmula 331, V, do TST, com redação dada pela Resolução intervenientes: a prestadora dos serviços, o tomador dos serviços e
174/2011: Os entes integrantes da administração pública direta e o empregado. De um lado, um contrato de natureza civil entre o
indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do tomador de mão de obra e a fornecedora. De outro, um contrato de
item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento emprego entre o empregado e a empresa fornecedora.
das obrigações da Lei nº 8.6 66 de 21.06.1993, especialmente na Nesses casos, o tomador dos serviços nada pactua com o
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da trabalhador, mas dirige sua atividade. Por isso, a situação
prestadora de serviço como empregadora. econômico-financeira da prestadora deve ser suficiente para
A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento suportar a remuneração de seus empregados.
das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente Referida questão foi balizada pelos termos do entendimento
contratada". jurisprudencial constante da antiga redação da Súmula nº 331, item
Portanto, mesmo após o julgamento da ADC 16 do STF há IV, desta Corte, que determinava a responsabilização do tomador
possibilidade de responsabilização subsidiária do ente público. de serviços, inclusive quando se tratar de ente público, com base na
Conforme decidiu o Excelso Supremo Tribunal Federal nos autos d culpa, que pode ser in eligendo, que se caracteriza pela má escolha
a Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 16, não se pode da empresa prestadora de serviços, empresa sem reais condições
generalizar a aplicação da Súmula 331 do TST, devendo-se econômico/financeiras de suportar os custos trabalhistas
investigar com mais rigor se a inadimplência tem com o causa decorrentes da contratação de pessoal; e in vigilando, pela falta de
principal a falha ou falta de fiscalização pelo órgão público atenção do tomador do serviço aos procedimentos e atitudes da
contratante, vez que constitucional o artigo 71 da Lei 8.666, de empresa prestadora em relação aos empregados que colocam seu
1993. É esse o caso dos autos em que a EBCT não se descurou de esforço físico e mental à disposição do empreendimento econômico
sua obrigação, considerando que na inicial são postuladas parcelas mantido pelo tomador de serviços.
não quitadas no curso do contrato, bem como que não ficaram Todavia, diversos entes públicos, sob as alegações de que, tendo
comprovadas nos autos as alegações recursais no sentido de que a em vista uma aparente discordância entre as disposições do artigo
segunda ré fiscalizou a execução do contrato firmado com a 71, §1º, da Lei nº 8.666/93 e do item IV da Súmula nº 331 do TST,
primeira reclamada. esta Egrégia Corte havia declarado incidentalmente a
Frise-se que não foi desconsiderada a constitucionalidade do art. inconstitucionalidade do ato normativo, sem, no entanto, observar a
71, parágrafo 1º, da Lei 8.666/93, no todo ou em parte, decorrendo chamada cláusula de reserva de plenário, com sede no artigo 97 da
a responsabilização subsidiária da recorrente, exclusivamente, de Constituição Federal, e de que o referido verbete também estaria
sua culpa "in vigilando", e da aplicação, ao caso, do disposto nos em afronta à Súmula Vinculante nº 10 do STF, ajuizaram
artigos 186 e 927 do CC/02, bem como da Súmula 331, V, do reclamações constitucionais perante o Supremo Tribunal Federal.
Colendo TST. Inclusive, o Distrito Federal ajuizou Ação Declaratória de
E esta responsabilidade abrange todas as verbas trabalhistas, Constitucionalidade do artigo 71, §1º, da Lei nº 8666/93.
inclusive as verbas rescisórias e indenizatórias (Súmula 331, VI, do O Egrégio Supremo Tribunal Federal, no julgamento da referida
TST). Ser devedor subsidiário significa arcar com a dívida no lugar ação - Ação Direta de Constitucionalidade nº 16/DF -, no dia
do devedor principal, assim como o avalista. 24/11/2010, proferiu decisão, por maioria, no sentido de que o artigo
A responsabilidade subsidiária da tomadora de serviços 71, §1º, da Lei nº 8.666/93, que veda a transferência de encargos
compreende o total devido ao reclamante, a ser pago somente na trabalhistas da empresa contratada ao ente público contratante nos
hipótese de a empregadora (prestadora de serviços) não satisfazer casos de mero inadimplemento dessas obrigações pelo vencedor
o crédito trabalhista. No que tange à abrangência da da correspondente licitação, é constitucional.
responsabilidade subsidiária, saliento que o devedor subsidiário Assim, entendeu que a antiga redação do item IV da Súmula nº 331
deve arcar com o pagamento de todas as parcelas que sejam desta Corte era contrária à sua Súmula Vinculante nº 10 e ao artigo
inicialmente de responsabilidade do devedor principal. Isto porque, 97 da Constituição Federal, tendo em vista que afastava a aplicação
na presente hipótese, ele assume a posição jurídica semelhante à do artigo 71, §1º, da Lei nº 8.666/93 com base em fundamentos e
do fiador ou do avalista de obrigações civis ou cambiais: sua critérios de origem constitucional, sem haver examinado e
responsabilidade integral decorre, pura e simplesmente, do declarado a sua inconstitucionalidade, em incidente para tanto
inadimplemento das obrigações por eles garantidas, não se suscitado, nos termos e na forma dos artigos 480 a 482 do Código
podendo pretender que responda apenas pela p arte das de Processo Civil.
obrigações para cujo descumprimento tenha de alguma forma Desse modo, a Suprema Corte vedou que a Justiça do Trabalho,
contribuído. Assim, não procede a insurgência patronal quanto a exclusivamente com base naquele entendimento sumulado,
responsabilidade pelas verbas deferidas. atribuísse, de forma automática e absoluta, ao ente público
contratante a responsabilidade subsidiária pelo pagamento das executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas
obrigações trabalhistas inadimplidas pelo contratado, em avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas
terceirizações lícitas decorrentes de regular licitação. consequências de sua inexecução total ou parcial."
Contudo, no referido julgamento, foi destacada a possibilidade de Os artigos 58, inciso III, e 67, caput e §1º, da Lei nº 8.666/93, nessa
responsabilização da Administração Pública, desde que mesma linha, impõem expressamente à Administração Pública
demonstrada a existência de culpa do ente público na fiscalização contratante o poder-dever de fiscalizar o irrefragável e oportuno
da regularidade da empresa prestadora de serviço público, mesmo cumprimento de todas as obrigações assumidas pelo contratado
após regular licitação e nas terceirizações lícitas. que foi selecionado no procedimento licitatório, incluindo as
Nesse passo, esta Corte, por meio da Resolução nº 174, de 24 de trabalhistas, em relação aos seus empregados que prestarem
maio de 2011, alterou o item IV e acrescentou o item V à Súmula nº serviços, como terceirizados, ao ente público, in verbis: Art. 58 O
331, ficando assim sua atual redação, in verbis: IV - O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei
inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: III -
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos fiscalizar-lhes a execução;" Art. 67 A execução do contrato deverá
serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da ser acompanhada e fiscalizada por um representante da
relação processual e conste também do título executivo judicial. Administração especialmente designado, permitida a contratação de
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a
respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, essa atribuição. 1º O representante da Administração anotará em
caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução
obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na do contrato, determinando o que for necessário à regularização das
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da faltas ou defeitos observados".
prestadora de serviço como empregadora. Ademais, a matéria foi expressamente regulamentada no âmbito da
A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento Administração Pública Federal, pela Instrução Normativa nº 2, de
das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente 30/04/2008, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
contratada." Dessa forma, a partir da verificação de cada caso e à (MPOG), alterada pela Instrução Normativa nº 3/2009, do mesmo
luz do conjunto fático-probatório delineado, é possível que a Ministério.
Administração Pública seja responsabilizada pelo inadimplemento A referida Instrução Normativa nº 2/2008 do MPOG impõe à
da prestadora de serviços, em decorrência da análise promovida Administração Pública Federal contratante o dever de fiscalizar o
por este Colendo TST. adimplemento das obrigações trabalhistas pelas empresas
Esta Egrégia Corte deve, portanto, levar em consideração cada contratadas em relação a seus trabalhadores terceirizados, desde
caso concreto, sendo vedado se proceder a uma genérica aplicação as fases de abertura e de desenvolvimento do procedimento
da responsabilidade subsidiária do ente público, em cumprimento licitatório e da celebração do resultante contrato administrativo.
ao que foi decidido pelo STF na ADC nº 16-DF e ao contido no item Logo, esses dispositivos devem ser interpretados e aplicados de
V da Súmula nº 331 desta Corte. forma conjunta e sistemática com o artigo 71, §1º, da mesma
Tem-se, nesse passo, que a discussão da responsabilidade norma. Como decorrência, a ausência efetiva do exercício dessa
subsidiária da Administração Pública, em sede processual, passa prerrogativa e da adoção de providências quanto às eventuais
pela relevante questão da prova, principalmente se o órgão julgador irregularidades tende a caracterizar a culpa pela ausência de
entender pela incidência da responsabilidade subjetiva. fiscalização efetiva dos atos praticados pela empresa contratada na
Desse modo, é perfeitamente possível examinar, em cada caso, a realização direta da prestação do serviço.
existência da culpa do ente público pela ausência de fiscalização Consigne-se, ainda, que o Egrégio Supremo Tribunal Federal, em
efetiva dos atos praticados pela empresa contratada na realização recente decisão da lavra do Ministro Luiz Fux (Embargos de
direta da prestação do serviço. Declaração na Reclamação de nº 18.778, publicado no DJE de
O ente público contratante tem o dever de fiscalizar, em todo o 06/02/2015) proferiu entendimento segundo o qual, "A
curso do contrato administrativo, o cabal e tempestivo cumprimento, Administração tem o dever de fiscalizar o fiel cumprimento do
pelo particular, de suas obrigações trabalhistas como empregador contrato pelas empresas prestadoras de serviço, também no que diz
daqueles trabalhadores terceirizados que atuaram no âmbito da respeito às obrigações trabalhistas referentes aos empregados
Administração Pública. Esse poder de fiscalização, por sua vez, tem vinculados ao contrato celebrado, sob pena de atuar com culpa in
em si uma diretriz de fundamental importância, qual seja, garantir a elegendo ou in vigilando. A aplicação do artigo 71, § 1º, da Lei nº
qualidade do serviço público que será contratado. 8.666/93, declarado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal,
Nesse sentido, os artigos 54, §1º, 55, inciso XIII, e 66 da Lei nº no julgamento do ADC 16, não exime a entidade da Administração
8.666/93 estabelecem, claramente, que o fornecedor de mão de Pública do dever de observar os princípios constitucionais a ela
obra contratado está estritamente vinculado ao pleno cumprimento referentes, entre os quais os da legalidade e da moralidade
das obrigações e responsabilidades a que se vinculou quando administrativa". Asseverou, ademais, a Egrégia Suprema Corte no
participou da licitação, in verbis: julgamento do referido processo que, "(...) não há que se falar em
Art. 54 (...) 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e desrespeito à autoridade da decisão proferida por esse Supremo
precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas Tribunal Federal, nos autos da ADC 16, uma vez que o artigo 71, §
que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, 1º, da Lei 8.666/93, declarado constitucional, não afasta, na
em conformidade com os termos e da proposta a que se vinculam." apreciação dos fatos, a responsabilidade da Administração Pública
Art. 55 São cláusulas necessárias em todo contrato as que Nesse sentido: Rel 8.475/PE, Rel. Min. Ayres Brito; Rel 12.388/SC,
estabeleçam: XIII - a obrigação do contratado de manter, durante Rel. Min.
toda a execução do contrato, em compatibilidade com as Joaquim Barbosa; Rel 12.560/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski;
obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e Rel 12.519/SP, Rel. Min. Celso de Mello. (...)incumbe às instâncias
qualificação exigidas na licitação." Art. 66. O contrato deverá ser ordinárias examinar, diante do contexto fático-probatório carreado
aos autos, se houve o comportamento culposo (i.e., culpa in Ag.-AI 146.611-2-RJ, Moreira Alves, Ac. 1ª T.)." Do mesmo modo,
elegendo ou in vigilando) por parte da entidade da Administração não há que se falar em violação do artigo 5º, LIV e LV, da
para, em caso afirmativo, proceder à sua responsabilização Constituição Federal. Cabe considerar que em nenhum momento
subsidiária em razão do inadimplemento ou insolvência do restou desatendido o princípio constitucional do direito ao
prestador de serviços." Na hipótese dos autos, o Tribunal Regional contraditório e à ampla defesa. Ora, o fato de o egrégio TRT ter
consignou que a ora recorrente incorreu na culpa in vigilando, decidido contrariamente ao interesse da agravante não afronta o
estando, portanto, perfeitamente adequada à hipótese o artigo 5º, LV, da Constituição Federal, já que foi dada ampla
entendimento consubstanciado no item V da Súmula nº 331 desta oportunidade às partes de se manifestarem regularmente, em todas
Corte, já transcrito em parágrafo anterior. Tal conclusão pode ser as etapas do processo, tendo sido garantido, efetivamente, o devido
observada a partir do seguinte trecho do acórdão recorrido, a saber: processo legal. Além disso, não houve supressão de nenhuma fase
"competia à recorrente não só fiscalizar, zelosamente, o processual, tampouco foi negado o direito subjetivo público a algum
cumprimento dos encargos trabalhistas assumidos pela primeira recurso.
reclamada, mas também escolher com mais cuidado a empresa Ademais, sem razão a alegada tese de afronta aos artigos 818 da
com a qual celebra contrato de intermediação. Ainda que se admita Consolidação das Leis do Trabalho e 333, I, do Código de Processo
que houve diligência na escolha e que foram observados os Civil Note-se que, a par da discussão acerca da distribuição do ônus
procedimentos exigidos pela Lei de Licitações, é certo que assim probatório, o Tribunal Regional, embasado nas provas constantes
não procedeu a recorrente quanto à fiscalização do cumprimento dos autos, verificou que "não procedeu a recorrente quanto à
dos encargos assumidos pela empresa contratada. Logo, deve fiscalização do cumprimento dos encargos assumidos pela empresa
responder pelos prejuízos causados ao trabalhador, uma vez que contratada".
restou configurada a culpa in vigilando" (seq. 1, pág.228). Assim, a Turma entendeu "deve responder pelos prejuízos
causados ao trabalhador, uma vez que restou configurada a culpa in
Por conseguinte, incólume o artigo 37, II e §6º, da Constituição vigilando". Assim, por se tratar da aplicação do ônus objetivo da
Federal. prova, resta despicienda a discussão acerca do ônus subjetivo, pelo
Assim, estando a decisão recorrida em consonância com a iterativa, que não há que se falar em ofensa aos dispositivos legais
notória e atual jurisprudência desta Corte, consubstanciada no item supracitados.
V da Súmula nº 331 desta Corte, não prospera a alegação de No tocante à valoração da prova, vale esclarecer que o Tribunal
contrariedade à referida súmula, tampouco de dissenso Regional decidiu em consonância com o disposto no artigo 131 do
jurisprudencial, diante do óbice da Súmula/TST nº 333. Código de Processo Civil, posto que sua conclusão decorreu da
Também, não prospera a violação aos dispositivos apontados, na aplicação do princípio da persuasão racional. Cumpre observar que
medida em que todos aqueles que guardavam pertinência com a não mais vigora o sistema da prova legal, onde o valor das provas
matéria foram analisados quando da edição da súmula supracitada. era tarifado. No sistema atual, é livre a apreciação e valoração das
Não evidencio, outrossim, afronta aos artigos 2º, 5º, I, XXXV, XXXVI provas, bastando que o juiz atenda aos fatos e circunstâncias
e XLV, 7º, XXXIII, 22, 37, XXI, 48, 102, I, "a", e 103-A da constantes dos autos e indique os motivos que lhe formaram o
Constituição Federal eis que não tratam especificamente da convencimento.
responsabilidade subsidiária do ente público, sendo, portanto, Não conheço.
impertinente para o deslinde da controvérsia. Neste sentido, a decisão está em conformidade com a tese firmada
Do mesmo modo, não vislumbro afronta ao artigo 97 ou pelo Supremo Tribunal Federal no sentido de que "o
contrariedade à Súmula Vinculante nº 10 do Supremo Tribunal inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do
Federal, a qual dispõe que "Viola a cláusula de reserva de plenário contratado não transfere automaticamente ao Poder Público
(CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em
embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº
ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou 8.666/93", sobretudo após o julgamento dos embargos de
em parte", uma vez que não se declarou a inconstitucionalidade do declaração, momento em que se esclareceu que é possível
artigo 71 da Lei nº 8.666/93 ou tampouco se afastou a sua responsabilizar o ente público quando constatada a sua culpa in
incidência, mas apenas se definiu o seu real alcance, mediante a vigilando na fiscalização, bem como se observou não ter sido fixada
interpretação sistemática do ordenamento jurídico. tese processual acerca da distribuição do ônus da prova.
Importa observar que o princípio da legalidade insculpido no inciso II No caso, esta Turma ressaltou que a responsabilidade do ente
do artigo 5º da Constituição da República, mostra-se como norma público decorre da caracterização da sua culpa in vigilando na
constitucional correspondente a princípio geral do nosso fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da
ordenamento jurídico, pelo que a violação ao preceito invocado não prestadora de serviço como empregadora.
será direta e literal, como exige a alínea "c" do artigo 896 da Assim, tendo em vista que a decisão anterior desta Turma foi
Consolidação das Leis do Trabalho, em face da subjetividade que proferida em consonância com a orientação firmada pelo STF, deixo
cerca o seu conceito. de exercer o juízo de retratação nos termos do art. 1.030, II, do
No particular, já decidiu o STF: firme o entendimento desta Corte no CPC/2015 (art. 543-B, § 3º, do CPC/1973).
sentido de que não cabe recurso extraordinário quando a alegada Juízo de retratação que não se exerce" (págs. 332-344, destacou-
ofensa à Constituição é reflexa ou indireta, porquanto, a prevalecer se).
o entendimento contrário, toda a alegação de negativa de vigência
de lei ou até de má-interpretação desta passa a ser ofensa a Alega a segunda reclamada, ECT, em suas razões de embargos,
princípios constitucionais genéricos como o da reserva legal, o do que é vedado o reconhecimento da responsabilidade subsidiária do
devido processo legal ou o da ampla defesa, tornando-se, assim, o ente público com base no mero inadimplemento do tomador no
recurso extraordinário - ao contrário do que pretende a Constituição cumprimento das obrigações trabalhistas.
- meio de ataque à aplicação da legislação infraconstitucional (STF, Aduz que deve haver prova da culpa in eligendo ou in vigilando da
tomadora de serviços, não devendo ser reconhecida a repercussão geral: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas
responsabilidade subsidiária com base na distribuição do ônus da dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao
prova em desfavor do ente público. Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento,
Cita arestos para cotejo de teses. seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º,
No caso dos autos, discute-se a possibilidade de atribuição de da Lei nº 8.666/93". O exame da ratio decidendi da mencionada
responsabilidade subsidiária a entes públicos por dívidas decisão revela, ainda, que a ausência sistemática de fiscalização,
trabalhistas surgidas em contratos de terceirização de serviços. quanto ao cumprimento das obrigações trabalhistas pela
No julgamento do Recurso Extraordinário nº 760.931-DF, em debate prestadora, autoriza a responsabilização do ente público. Após o
representativo do Tema nº 246 de repercussão geral reconhecida, julgamento dos embargos de declaração e tendo sido
os Ministros do Supremo Tribunal Federal reafirmaram a expressamente rejeitada a proposta de que fossem parcialmente
constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93, consoante acolhidos para se esclarecer que o ônus da prova desse fato
já declarado no julgamento da Ação Declaratória de pertencia ao empregado, pode-se concluir que cabe a esta Corte
Constitucionalidade nº 16, consignando que somente a Superior a definição da matéria, diante de sua natureza
demonstração efetiva de um comportamento culposo específico, eminentemente infraconstitucional. Por esse fundamento e com
com prova cabal do nexo de causalidade entre a conduta comissiva base no Princípio da Aptidão da Prova, é do ente público o encargo
ou omissiva da Administração Pública e o dano sofrido pelo de demonstrar que atendeu às exigências legais de
trabalhador, permitirá a responsabilização do Poder Público, acompanhamento do cumprimento das obrigações trabalhistas pela
tomador dos serviços de trabalhadores terceirizados. prestadora de serviços. No caso, o Tribunal Regional consignou que
Conforme registrado no acórdão da Turma, o Tribunal Regional, os documentos juntados aos autos pelo ente público são
com base no conjunto probatório dos autos, consignou insuficientes à prova de que houve diligência no cumprimento do
expressamente ter havido culpa do ente público, o que está em dever de fiscalização, relativamente ao adimplemento das
estrita conformidade com o disposto na Súmula nº 331, item V, do obrigações trabalhistas da empresa terceirizada. Ou seja, não se
TST. desincumbiu do ônus que lhe cabia. A Egrégia Turma, por sua vez,
Com efeito, observa-se que a culpa in vigilando da tomadora de atribuiu ao trabalhador o ônus da prova, razão pela qual merece
serviços não decorreu do mero inadimplemento das obrigações reforma a decisão embargada, a fim de restabelecer o acórdão
trabalhistas pela empresa contratada, mas da prova concreta de regional. Recurso de embargos conhecido e provido." (E-RR- 925-
omissão do Poder Público na fiscalização do cumprimento das 07.2016.5.05.0281, Subseção I Especializada em Dissídios
obrigações trabalhistas pela prestadora de serviços. Individuais, Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado
Os arestos colacionados às págs. 351-360 apresentam a tese de em 12/12/2019, acórdão pendente de publicação).
que cabe ao trabalhador comprovar a ausência de fiscalização do
contrato de trabalho pelo tomador de serviços, para se caracterizar Logo, inviável o processamento do recurso de embargos.
a responsabilidade subsidiária do ente público.
A hipótese apresentada é diversa da dos autos, pois, no caso, foi CONCLUSÃO
comprovada a culpa da Administração Pública, já que houve a
fiscalização ineficaz do cumprimento do contrato. DENEGO seguimento ao recurso de embargos, com fundamento
Assim, não demonstrada a identidade dos fatos que teriam nos artigos 93, inciso VIII, do Regimento Interno do Tribunal
ensejado a existência de teses divergentes na interpretação de um Superior do Trabalho e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
mesmo verbete jurisprudencial, não se pode ter como cumprida a Publique-se.
exigência da Súmula nº 296, item I, do TST. Brasília, 02 de março de 2020.
Além disso, cumpre destacar que, após a decisão final acerca do
Tema nº 246 de repercussão geral, a Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais, órgão uniformizador de jurisprudência interna Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
corporis, cuidou de pacificar a matéria no âmbito trabalhista, de JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
forma a definir a quem cabe demonstrar a omissão fiscalizatória. Ministro Presidente da Segunda Turma
Por oportuno, a SbDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho, em
12/12/2019, no julgamento do Processo nº E-RR-925- Processo Nº E-AIRR-0010113-76.2017.5.15.0130
07.2016.5.05.0281, de relatoria do Ministro Cláudio Mascarenhas Complemento Processo Eletrônico
Brandão, em sua composição completa e por expressiva maioria, Relator Relator do processo não cadastrado
firmou posicionamento no sentido de que cabe ao ente público o Embargante TIM CELULAR S.A.
encargo de demonstrar a vigilância adequada no cumprimento das Advogado Dr. Carlos Roberto de Siqueira
Castro(OAB: 20015/DF)
obrigações trabalhistas pela empresa prestadora dos serviços (onze
Embargado J.A.C. COMERCIO E MANUTENCAO
votos na defesa desse entendimento e três contra). DE CELULARES E ELETRONICOS
Transcreve-se a elucidativa ementa do citado precedente: LTDA
Embargado KARINA DE MORAES HORTA
"RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA Advogado Dr. Paulo Edson dos Reis Júnior(OAB:
303546/SP)
REGIDO PELA LEI Nº 13.467/2017. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CONTRATO DE
Intimado(s)/Citado(s):
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LICITAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA
- J.A.C. COMERCIO E MANUTENCAO DE CELULARES E
PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 760.931. ELETRONICOS LTDA
REPERCUSSÃO GERAL. SÚMULA Nº 331, V, DO TST. RATIO - KARINA DE MORAES HORTA
DECIDENDI. ÔNUS DA PROVA. No julgamento do RE nº 760.931, - TIM CELULAR S.A.
o Supremo Tribunal Federal firmou a seguinte tese, com
o autor pretende exercer jornada de 6 horas auferindo salário da CÁLCULO DAS HORAS EXTRAS. EMPREGADO DA CEF. TERMO
jornada de 8 horas. DE OPÇÃO PARA JORNADA DE OITO HORAS DECLARADO
Aponta violação dos arts. 7º, VI, da CF/1988, 2º, § 2º, da CLT; 110, INVÁLIDO. É firme o entendimento desta Subseção I Especializada
182, 422 e 884 do Código Civil; 334, II, e 348 do CPC, bem como em Dissídios Individuais no sentido de ser necessária a dedução
contrariedade às Súmulas 51, II, e 109 e à OJT 70 da SBDI-1, prevista na Orientação Jurisprudencial Transitória 70 da SBDI-1,
ambas do TST. Transcreve arestos ao confronto de teses. levando-se em conta a gratificação de função correspondente à
Analiso. jornada de seis horas e não o salário efetivamente recebido pelo
O Tribunal Regional não autorizou a compensação dos valores reclamante que compreendia uma gratificação alusiva à jornada de
pagos a mais com as horas extras deferidas. Reconhecida a oito horas. Assim, a base de cálculo das horas extras deverá
ineficácia da adesão de empregado bancário à jornada de oito observar a gratificação estabelecida no plano de cargos e salários
horas, quando ausente o cargo de confiança nos termos do artigo para a jornada de seis horas. Ressalva de entendimento do relator.
224, § 2º, da CLT, a diferença de gratificação de função recebida Nesse contexto, estando o acórdão recorrido em harmonia com a
em face da adesão ineficaz pode ser compensada com a jurisprudência iterativa e atual desta Corte, inviável é o
condenação ao pagamento das sétima e oitava horas como conhecimento do recurso de embargos, nos termos do art. 894, §
extraordinárias, sendo certo que a base de cálculo das horas extras 2º, da CLT, sendo certo que a função uniformizadora deste
deve observar o valor relativo à remuneração da jornada de seis Colegiado já foi cumprida. Agravo regimental desprovido." (AgR-E-
horas. Aplicação da parte final da OJ Transitória 70 da SDI-1 do ED-RR- 1554-81.2010.5.10.0012, Relator Ministro: Augusto César
TST. Leite de Carvalho, Data de Julgamento: 18/02/2016, Subseção I
Nesse sentido, os seguintes precedentes: Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT
"AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 26/02/2016)
13.015/2014. HORAS EXTRAORDINÁRIAS. BASE DE CÁLCULO. "(.) HORAS EXTRAS. BASE DE CÁLCULO. Regional, ao afastar a
NULIDADE DA OPÇÃO PELA JORNADA DE OITO HORAS. hipótese de enquadramento da autora na previsão contida no § 2º
DIVERGÊNCIA SUPERADA PELA ITERATIVA E NOTÓRIA do artigo 224 da CLT e entender, portanto, devidas as horas extras
JURISPRUDÊNCIA DO TST. APLICAÇÃO DO ARTIGO 894, § 2º, excedentes à sexta diária, com o retorno das partes ao status quo
DA CLT. NÃO PROVIMENTO. 1. O entendimento sedimentado na anterior, atrai a base de cálculo correspondente à jornada de seis
Orientação Jurisprudencial Transitória nº 70 da SBDI-1, que horas para o cálculo das horas extraordinárias. Precedentes.
preconiza a ineficácia do termo de opção do empregado pela Recurso de revista conhecido e provido. (.)" (RR - 1029-
jornada de oito horas e o seu retorno à jornada de seis horas 06.2013.5.10.0009, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta,
diárias, tem como fundamento jurídico o artigo 182 do Código Civil, Data de Julgamento: 16/12/2015, 2ª Turma, Data de Publicação:
que dispõe: "Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao DEJT 12/02/2016)
estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível Pelo exposto, conheço do recurso de revista por contrariedade à OJ
restituí-las, serão indenizadas com o equivalente". 2. A intenção da Transitória 70 da SDI-1 do TST.
norma, portanto, é restabelecer o status quo ante, evitando, assim, 10.2 - Mérito
que do negócio jurídico inválido ou ineficaz decorram quaisquer Conhecido o recurso de revista por contrariedade à Orientação
efeitos. 3. Logo, declarado ineficaz o termo de opção pela jornada Jurisprudencial Transitória 70 da SDI-1 do TST, dou-lhe provimento
de oito horas, o empregado deve ser restituído à sua situação para determinar que seja observado como base de cálculo das
pretérita, na qual era submetido à jornada de seis horas diárias. horas extras o valor relativo à remuneração da jornada de seis
Como consequência, passa a fazer jus à sétima e oitava horas horas, compensando-se o valor auferido a título de gratificação de
diárias como extraordinárias. 4. Tais horas extraordinárias, função com os valores devidos a título de horas extras" (págs. 1.371
entretanto, devem ser remuneradas com base na gratificação de -1.374, destacou-se).
função devida aos empregados sujeitos à jornada de seis horas
diárias, haja vista que, do termo de opção pela jornada de oito horas Os embargos de declaração interpostos pela autora foram
declarado ineficaz, não se deve extrair qualquer efeito jurídico. 5. desprovidos, mediante os seguintes termos:
Assim, a situação do empregado cujo termo de opção foi declarado
ineficaz deve ser equiparada ao do trabalhador sujeito à jornada de "A reclamante alega omissão quanto no tocante à compensação de
seis horas, mas que laborou oito horas diárias. Ambos fazem jus às que trata a OJ 70 da SDI-1 do TST. Assevera que "diante do
horas extraordinárias calculadas sobre uma mesma base de princípio da condição mais benéfica, deverá a Embargante
cálculo, que contenha a gratificação de função correspondente à continuar sendo gratificado pela função de 08 horas, não obstante
jornada de seis horas. Precedentes. 6. O acórdão embargado, passar a cumprir jornada de seis horas".
portanto, vai ao encontro da iterativa e notória jurisprudência desta Ao exame.
Corte Superior acerca da matéria debatida, o que, a toda evidência, Não há omissão a ser sanada, na medida em que a Turma aplicou o
obstaculiza o exame da divergência jurisprudencial transcrita nos entendimento jurisprudencial desta Corte, consubstanciada na OJ
embargos, nos termos do que dispõe o § 2º do artigo 894 da CLT, 70 da SDI - 1 do TST, no sentido ser devida a compensação entre a
em sua nova redação. 7. Irretocável, pois, a decisão ora agravada, diferença de gratificação de função recebida, em face da adesão
quanto à inadmissibilidade dos embargos. 8. Agravo regimental a ineficaz e as horas extraordinárias prestadas, determinando-se que
que se nega provimento." (AgR-E-ED-RR- 920-68.2011.5.04.0028, as horas extras deferidas sejam calculadas com base na
Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo Bastos, Data de remuneração do cargo de 6 (seis) horas.
Julgamento: 03/03/2016, Subseção I Especializada em Dissídios Não se trata, portanto, de omissão, mas de adoção de fundamentos
Individuais, Data de Publicação: DEJT 11/03/2016) diversos daqueles sustentados pela recorrente, não cabendo
"AGRAVO REGIMENTAL INTERPOSTO CONTRA DECISÃO revisão do decidido em sede de embargos de declaração.
MONOCRÁTICA DE PRESIDENTE DE TURMA QUE NEGA Como expressamente referido no acórdão embargado, todos os
SEGUIMENTO A RECURSO DE EMBARGOS. BASE DE dispositivos legais, constitucionais e entendimentos sumulados
invocados pelas partes, mesmo que não expressamente caracterização de dissenso de teses, ante a jurisprudência iterativa,
mencionados, foram enfrentados mediante a adoção de tese notória e atual desta Corte.
explícita sobre as questões ventiladas, restando, portanto,
prequestionados. CONCLUSÃO
Evidencia-se a intenção da embargante de rediscutir os
fundamentos adotados no acórdão embargado e obter o reexame DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos
da matéria julgada, pretensão que não se coaduna com a finalidade 93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
dos embargos de declaração, que são cabíveis nas hipóteses Publique-se.
previstas nos artigos 897-A da CLT e 1 . 022 do NCPC, o que não Brasília, 20 de fevereiro de 2020.
se verifica no caso vertente.
Rejeito os embargos de declaração" (págs. 1.472 e 1.473, destacou
-se). Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
A reclamante, nas razões de embargos, insurge-se contra a Ministro Presidente da Segunda Turma
compensação estabelecida na Orientação Jurisprudencial
Transitória nº 70 da SbDI-1 desta Corte. Processo Nº E-AIRR-0001132-02.2015.5.05.0132
Nesse sentido, "pede-se, pois, vênia para transcrever decisão Complemento Processo Eletrônico
diametralmente oposta àquela apresentada pela C. 02ª Turma, ou Relator Relator do processo não cadastrado
seja, no sentido de que no restabelecimento da jornada de seis Embargante MKS CALDEIRARIA INDÚSTRIA E
COMÉRCIO S.A.
horas deve ser mantido o patamar remuneratório garantido ao
Advogado Dr. Ronney Castro Greve(OAB:
empregado enquanto laborava em regime de oito horas, posto que 11791/BA)
a gratificação que lhe é paga remunera a sua maior Advogado Dr. Luis Felipe Pinho(OAB: 39249/BA)
responsabilidade perante o Empregador e não a jornada a qual está Embargado MARIVALDO PEREIRA DE AZEVEDO
sujeito, sem que isto implique em qualquer enriquecimento sem JUNIOR
causa por parte do empregado" (pág. 1.459). Advogada Dra. Thiara Bastos Santana de
Araújo(OAB: 31635/BA)
Alega que "os técnicos não ocupam cargo de confiança do setor
Embargado MCE ENGENHARIA S.A.
bancário, desse modo, tem direito de cumprir a jornada de seis
Advogada Dra. Ana Paula Adão Ferreira(OAB:
horas. Se alguns deles passaram a receber salário superior, por 28606/BA)
cumprir ilegalmente jornada de oito horas, seus salários se prestam Embargado VACUM CLEANER SERVICOS
a remunerar 06 horas de trabalho a que estão obrigados por lei. ESPECIALIZADOS LTDA
Assim diante do princípio da condição mais benéfica, deverá a Advogada Dra. Izabel Batista Urpia(OAB:
12972/BA)
Embargante continuar sendo gratificado pela função de 08 horas,
Advogado Dr. Rodrigo de Castro Franco de
não obstante passar a cumprir jornada de seis horas" (pág. 1.460). Oliveira(OAB: 31140/BA)
Colaciona aresto a confronto.
Discute-se, no caso, a possibilidade de dedução das horas extras Intimado(s)/Citado(s):
deferidas em razão do reconhecimento da jornada de seis horas ao - MARIVALDO PEREIRA DE AZEVEDO JUNIOR
reclamante, por não possuir especial fidúcia a justificar seu - MCE ENGENHARIA S.A.
enquadramento no artigo 224, § 2º, da CLT, com a diferença entre a - MKS CALDEIRARIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A.
gratificação de função prevista no plano de cargos e salários para a - VACUM CLEANER SERVICOS ESPECIALIZADOS LTDA
jornada de oito horas e a fixada para a jornada de seis horas.
Esta Corte superior já pacificou entendimento acerca da
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
inaplicabilidade da Súmula nº 109 do TST na hipótese dos autos,
EMBARGOS
tendo editado a Orientação Jurisprudencial Transitória nº 70 da
SbDI-1 do TST, segundo a qual é possível a compensação das
Tempestividade: recurso tempestivo (ciência da decisão embargada
horas extras deferidas em razão do reconhecimento da ineficácia da
em 29/11/2019; embargos interpostos em 11/12/2019).
opção do reclamante pela jornada de oito horas com a diferença de
Representação processual: regular (procuração, pág. 272).
gratificação de função paga em razão da jornada de oito horas e
Preparo: satisfeito (depósito recursal, págs. 520, 677 e 693; custas,
aquela devida aos empregados que trabalham seis horas.
pág. 519).
Eis o teor do referido verbete jurisprudencial:
Assim, estão atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade
do recurso.
"Ausente a fidúcia especial a que alude o art. 224, § 2º, da CLT, é
ineficaz a adesão do empregado à jornada de oito horas constante
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
do Plano de Cargos em Comissão da Caixa Econômica Federal, o
EMBARGOS
que importa no retorno à jornada de seis horas, sendo devidas
como extras a sétima e aoitava horas laboradas. A diferença de
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. GRUPO ECONÔMICO.
gratificação de função recebida em face da adesão ineficaz poderá
RECURSO DESFUNDAMENTADO
ser compensada com as horas extraordinárias prestadas" (destacou
-se).
A Segunda Turma não conheceu do agravo de instrumento da
segunda reclamada no tema, mediante os seguintes fundamentos:
Assim, estando a decisão embargada em sintonia com o
entendimento pacificado desta Corte uniformizadora, não há falar
"O Juízo de admissibilidade regional, em despacho assim
em contrariedade à Súmula nº 109 do TST, tampouco em
fundamentado, denegou seguimento ao recurso de revista Trabalho, impedindo o seguimento do Recurso, inclusive por
interposto pela reclamada: divergência jurisprudencial.
Registre-se, por fim, que arestos oriundos do Tribunal Superior do
"PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS Trabalho não ensejam o processamento do recurso de revista, nos
Tempestivo o Recurso (Decisão publicada em 25/01/2019 - termos do artigo 896, letra "a", da Consolidação das Leis do
fl./Seq./Id. 5a24a2b; protocolado em 06/02/2019 - fl./Seq./Id. Trabalho, e da Orientação Jurisprudencial 111 da Subseção I
bf61df8). Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do
Regular a representação processual, fl./Seq./Id. cb802c7. Trabalho.
Satisfeito o preparo - fls./Seqs./Ids. a5e5488, 54cc0bd e 1344d61. Desatendidos, nessas circunstâncias, os requisitos de
admissibilidade, encontra-se desaparelhada a Revista, nos termos
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS do art. 896 da CLT.
Responsabilidade Solidária / Subsidiária / Grupo Econômico. CONCLUSÃO
Alegação(ões): DENEGO seguimento ao Recurso de Revista" (págs. 679-681).
- contrariedade: Orientação Jurisprudencial nº 411 da SBDI-I/TST.
- violação: §2º do artigo 2º da Consolidação das Leis do Trabalho. Em agravo de instrumento, a segunda reclamada sustenta, em
- divergência jurisprudencial. síntese, que o despacho denegatório merece ser reformado,
O Recorrente insurge-se contra o reconhecimento de grupo porquanto preenchidos se encontram os requisitos legais exigidos
econômico entre as empresas. para o regular processamento do seu apelo revisional.
Aduz que "a mera existência pretérita de participação de uma Verifica-se da leitura das razões do agravo de instrumento, que a
empresa sobre outro não importa em solidariedade, se essa parte não impugna, objetivamente, o óbice imposto no despacho
participação DEIXOU DE EXISTIR por ocasião da constituição do denegatório do recurso, referente à aplicação do disposto na
débito reclamado e do ingresso da Reclamação." Consta do Súmula nº 126 do TST.
Acórdão: Com efeito, o motivo básico ensejador da denegação de
seguimento ao recurso de revista da parte consistiu na
A MOURIK & MCE SERVIÇOS ESPECIALIZADOS LTDA. afirma, impossibilidade de reexame de fatos e provas, nos termos da
por outro lado, que a primeira ré foi sua quotista minoritária "tendo Súmula nº 126 desta Corte.
sido suas quotas adquiridas pela pessoa jurídica EMES A agravante, contudo, não se insurge de forma explícita contra esse
Participações S.A." e que hoje figura como sociedade anônima, fundamento, porque, quanto a esse aspecto, não dirige críticas à
MCE ENGENHARIA S/A. decisão agravada.
O contrato social de ID c7338b9 revela, no entanto, a existência de Nos termos das disposições contidas nos artigos 897, alínea "b", da
relação de jurídica entre a primeira e a terceira reclamadas até, pelo CLT e 524, inciso II, do CPC, a finalidade do agravo de instrumento
menos, junho/2015, período posterior à despedida do reclamante é desconstituir os fundamentos do despacho pelo qual se denegou
Ademais, o fato de atuar como quotista minoritária de sociedade seguimento a recurso, sendo preciso, portanto, que o agravante
anônima não impede o reconhecimento da existência de grupo exponha, de maneira específica, os argumentos jurídicos
econômico. necessários à demonstração de que o fundamento da decisão foi
Isso porque a própria informalidade conferida pelo Direito do equivocado.
Trabalho à noção de grupo econômico é incompatível com a idéia Segundo o princípio da dialeticidade, a fundamentação é
de se acatar a sua presença somente à luz de uma relação pressuposto extrínseco de admissibilidade de qualquer recurso,
hierárquica e simétrica entre os seus componentes, bastando sem a qual o apelo não logra desafiar a barreira do conhecimento.
apenas a existência de entre as empresas, o que está cooperação Este é o entendimento pacificado nesta Corte superior,
evidenciado nos autos. consubstanciado na Súmula nº 422, item I, do TST, in verbis:
Nas palavras de Mauricio Godinho Delgado, "(...) o grupo "RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO
econômico para fins justrabalhistas não necessita se revestir das CONHECIMENTO I - Não se conhece de recurso para o TST se as
modalidades jurídicas típicas ao Direito Econômico ou Direito razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão
Comercial/Empresarial (holdings consórcios, pools, etc.). Não se recorrida, nos termos em que proferida.
exige, sequer, prova de sua formal institucionalização cartorial: pode (...)"
-se acolher a existência do grupo desde que emerjam evidências Registra-se, desde logo, que a hipótese não atrai a aplicação do
probatórias de que estão presentes os elementos de integração item II do verbete mencionado, no qual se consigna que "o
interempresarial de que falam os mencionados preceitos da CLT e entendimento referido no item anterior não se aplica em relação à
Lei do Trabalho Rural" (inCurso de Direito do Trabalho, 7ª edição, motivação secundária e impertinente, consubstanciada em
pág. 4000). despacho de admissibilidade de recurso ou em decisão
A sentença merece, pois, confirmação". monocrática", porquanto o motivo de denegação do recurso de
revista, conforme discorrido, é relevante e pertinente, uma vez que
O deslinde da controvérsia transpõe os limites da literalidade dos expõe questão processual expressamente disposta em lei.
preceitos legais invocados, assim como qualquer contrariedade à Dessa forma, ante os fundamentos expendidos, não conheço do
jurisprudência uniformizada do TST, uma vez que a matéria em agravo de instrumento" (pág. 756-758, destacou-se).
discussão é eminentemente interpretativa, não se podendo afirmar
que a própria letra dos dispositivos tenha sofrido ofensa pelo Nas razões de embargos, a segunda reclamada alega que "a
acórdão. Embargante transcreveu a parte do Acórdão, bem assim
Por outro lado, para se concluir de forma diversa seria necessário demonstrou claramente a violação da Constituição Federal, violação
revolver fatos e provas, propósito insuscetível de ser alcançado da Consolidação das Leis Trabalhistas e divergência jurisprudencial,
nesta fase processual, à luz da Súmula 126 do Tribunal Superior do motivos mais que suficientes para o reconhecimento e procedência
a possibilidade de conhecimento desse apelo por violação de lei e compareceu perante o Ministério do Trabalho e Emprego e noticiou
da Constituição Federal. que entregaria os avisos de dispensa no dia seguinte com aviso
Incabível, portanto, recurso de embargos para análise de alegação prévio trabalhado em plantões, novos postos de trabalhos,
de nulidade por negativa de prestação jurisdicional. cobertura de férias ou outros afastamentos (fl. 21).
Os TRCT's de fls. 103-907 confirmam o aviso prévio com início em
JULGAMENTO EXTRA PETITA. INEXISTENTE 1/12/2012 a ser trabalhado, com término no início no mês de
janeiro/2013, conforme o prazo devido a cada empregado de acordo
A Segunda Turma não conheceu do recurso de revista da com o tempo de serviço, constando do referido documento o saldo
reclamada no tópico, alicerçando-se, para tanto, nos seguintes de salário do mês de janeiro.
fundamentos: No entanto, não vieram aos autos os cartões de ponto tampouco a
folha de pagamento do mês de dezembro/2012, de modo que não
"Nas razões do recurso de revista, a reclamada suscita preliminar se pode aferir o cumprimento ou não do lapso e o pagamento do
de nulidade do acórdão, por negativa de prestação jurisdicional. salário devido a cada trabalhador, ônus que incumbia à
Alega que opôs embargos de declaração para sanar omissão e que empregadora.
a questão aventada não foi devidamente apreciada pelo Tribunal Assim, correta a condenação ao pagamento do aviso prévio,
Regional. Argumenta que não houve manifestação acerca da ressaltando que já foi autorizada a dedução das verbas rescisórias
alegada ausência de pedido de salário do mês de dezembro de quitadas e comprovadas nos autos até a execução da r. sentença
2012. Diz que a Corte local "não considerou que o pedido da inicial (fl.1916 verso).
era o de rescisão indireta, a partir de 01/12/2012 e que NÃO Mantenho.
HOUVE PEDIDO DE SALDO SALARIAL DO MÊS DE
DEZEMBRO/2012, portanto, não caberia apresentação de folha de Instado por meio de embargos de declaração, o Tribunal Regional
pagamento do mês em questão". Aponta violação dos arts. 93, IX, teceu as seguintes considerações, acerca do ponto tido como
da Constituição Federal, e 458, II, do CPC/73. contraditório e omisso, no acórdão recorrido:
Sem razão a recorrente.
O Tribunal Regional ao manter a sentença quanto à condenação ao In casu, não há omissão ou contradição a sanar. O v. acórdão ora
pagamento de verbas rescisórias, inclusive aviso prévio e saldo de impugnado foi bastante claro, abrangendo de forma coerente,
salários, assim fundamentou: precisa e detalhada a matéria submetida a exame, consoante se
observa às fls. 2220-2227 verso.
Do termo de adesão Note-se ter sido apontado que competia ao empregador, ora
Insiste na homologação do termo de adesão, a fim de não embargante, demonstrar o cumprimento ou não do aviso prévio e o
prejudicar os trabalhadores sob o argumento de não ter coagido dos pagamento correspondente na hipótese de ter sido trabalhado,
trabalhados a anuírem. afastando, por conseqüência lógica, a pretensão para que o
Sustenta ter agido de forma-clara, com boa fé, sempre disposto a sindicato autor encartasse as cópias das CTPS.
negociar com sindicato autor, o qual não aceitou a proposta por Ademais, se o aviso prévio teve inicio em dezembro/2012 e término
considerar baixo o valor das parcelas. em janeiro/2013, por óbvio que o pagamento referente a dezembro,
A despeito do MM. Juízo, "a quo" não ter homologado os termos de na hipótese de ter sido trabalhado pelos empregados, se daria na
acordo para parcelamento das verbas rescisórias, restou forma de salário, entretanto não vieram aos autos os cartões de
consignado no decisório de origem que o montante eventualmente ponto ou recibos correspondentes, mas tão somente os TRCT's
adimplido pela ora recorrente será deduzido em execução, desde com o pagamento do saldo de salário de janeiro.
que documentalmente comprovado na fase de execução, evitando- Ao apreciar as questões que lhe são submetidas, o julgador atua de
se, dessa forma, o enriquecimento ilícito dos substituídos (fl. 1916 acordo com o principio do livre convencimento, aliado à
verso). interpretação dos fatos e normas constitucionais e
Além disso, a recorrente não apontou qualquer prejuízo aos infraconstitucionais.
trabalhadores. Ressalte-se, por oportuno, que o magistrado não está obrigado a
Nada a alterar. responder todas as alegações das partes, quando já tenha
Do aviso prévio encontrado motivo suficiente para proferir a decisão. Tampouco
Sustenta que a segunda acionada antecipou o encerramento do será prisioneiro dos fundamentos indicados por elas e, ainda, não
contrato de prestação de serviços e por esta razão concedeu aviso está compulsado a consignar, a cada raciocínio exprimido, que a
prévio a ser trabalhado. posição adotada não infringe dispositivos legais em vigência ou a
Alega que não impossibilitou os trabalhadores de obterem novos entendimento oriundo de Tribunais Superiores.
postos de trabalhos e que muitos deles foram contratos pela Na realidade, resta evidenciado que a ora embargante pretende
empresa EMBRASE no curso do aviso. Aduz que grande parte dos colocar em debate matéria Já analisada é, consequentemente, a
substituídos deixaram de cumprir o interregno por orientação do reforma do r. julgado, valendo-se de meio impróprio para atingir
sindicato autor. esse escopo.
Assevera, por fim, que houve pagamento do lapso cumprido sob
forma de saldo de salário e requer a expunção da condenação. Discute-se eventual omissão do Tribunal Regional acerca da
A exordial noticia que a primeira demandada foi notificada em alegada ausência de pedido formulado na Inicial, de salário do mês
28/9/2012 de que a segunda encerraria do contrato de prestação de de dezembro de 2012, que, segundo a reclamada, evidencia o não
serviços em 30/11/2012 (fl. 8), contra o que não se insurgiu a ora cabimento da apresentação da folha de pagamento do mês em
recorrente, sendo que somente em 29/11/2012 a empregadora questão.
atendeu aos chamados do autor para tratar sobre a situação dos Conforme se extrai dos fundamentos do acórdão regional, foram
contratos de trabalhos dos substituídos (fls 20-27), ocasião em que juntados aos autos os TRCT's dos substituídos, confirmando o aviso
prévio concedido pela empregadora, com início em 1/12/2012 para correspondente, na hipótese de ter sido trabalhado, o que não foi
ser trabalhado, com término no início no mês de janeiro/2013, feito pela reclamada, pois não apresentou nos autos, os
conforme o prazo devido a cada empregado de acordo com o tempo comprovantes de pagamento de salários do mês de
de serviço. dezembro/2012, mas tão somente os TRCT´s dos substituídos, com
O Tribunal Regional entendeu que, competia ao empregador pagamento do saldo de salários de janeiro.
demonstrar o cumprimento ou não do aviso prévio e o pagamento Nota-se que, o pedido formulado no item B da petição inicial é de
correspondente, na hipótese de ter sido trabalhado, o que não foi condenação da reclamada ao cumprimento da cláusula 59ªCCT
feito pela reclamada, pois não apresentou nos autos, os 2012/2013, para que proceda a dispensa dos substituídos e
comprovantes de pagamento de salários do mês de consequente pagamento das verbas rescisórias, ou assim não
dezembro/2012, mas tão somente os TRCT´s dos substituídos, com entendendo seja declarada a rescisão indireta a partir de 1/12/2012.
pagamento do saldo de salários de janeiro. Tendo em vista que a rescisão indireta se tratava apenas de pedido
Nota-se que, o pedido formulado no item B da petição inicial é de alternativo formulado na Inicial, o pronunciamento da Corte local
condenação da reclamada ao cumprimento da cláusula 59ªCCT acerca desse pedido, mostrar-se-ia irrelevante ao deslinde da
2012/2013, para que proceda a dispensa dos substituídos e controvérsia, dado o acolhimento do pedido principal de
consequente pagamento das verbas rescisórias, ou assim não cumprimento pela reclamada da obrigação de dispensa dos
entendendo seja declarada a rescisão indireta a partir de 1/12/2012. substituídos e consequente pagamento das verbas rescisórias,
Tendo em vista que a rescisão indireta se tratava apenas de pedido inclusive do aviso prévio que foi concedido pela reclamada em
alternativo formulado na Inicial, o pronunciamento da Corte local 1/12/2012, conforme noticia o acórdão regional.
acerca desse pedido, mostrar-se-ia irrelevante ao deslinde da Assim, verifica-se que o Tribunal Regional esclareceu os motivos
controvérsia, dado o acolhimento do pedido principal de que lhe formaram o convencimento a respeito do direito dos
cumprimento pela reclamada da obrigação de dispensa dos substituídos ao aviso prévio, em face da ausência dos recibos
substituídos e consequente pagamento das verbas rescisórias, correspondentes ao pagamento de salário do mês de
inclusive do aviso prévio que foi concedido pela reclamada em dezembro/2012. Cumpre destacar que o acórdão regional deixou
1/12/2012, conforme noticia o acórdão regional. claro que a condenação se deu com a autorização da dedução das
Assim, verifica-se que o Tribunal Regional esclareceu os motivos verbas rescisórias quitadas e comprovadas nos autos até a
que lhe formaram o convencimento a respeito do direito dos execução da sentença" (págs. 4.574 e 4.575, destacou-se).
substituídos ao aviso prévio, em face da ausência dos recibos
correspondentes ao pagamento de salário do mês de A reclamada, nas razões de embargos, reitera a existência de
dezembro/2012. Cumpre destacar que o acórdão regional deixou nulidade do acórdão regional por julgamento extra petita.
claro que a condenação se deu com a autorização da dedução das Aduz que "não consta deste rol o pedido de salário do mês de
verbas rescisórias quitadas e comprovadas nos autos até a dezembro de 2012. No entanto foi justamente nisto que a
execução da sentença. embargante foi condenada, havendo direto julgamento extra petita"
Desse modo, as razões recursais demonstram o mero (pág. 4.581).
inconformismo com o resultado do julgamento, o que de forma Cita arestos para cotejo de teses.
alguma importa em nulidade processual. A Turma afastou de forma expressa a hipótese de julgamento extra
Concorde a ré ou não com os fundamentos assentados pela Corte a petita na hipótese, ao fundamento de que a condenação ao
quo, observa-se que houve manifestação adequada sobre a pagamento de salários referente a dezembro de 2012 se deu
matéria, tendo sido entregue de forma completa a prestação porque o empregador não comprovou o pagamento do aviso-prévio,
jurisdicional. Não há de se falar, portanto, em vício quanto à tutela que se iniciou em dezembro de 2012 e terminou em janeiro de
judicante, senão em sucumbência propriamente dita. Ilesos os arts. 2013.
93, IX, da Constituição Federal e 458 do CPC/73. Esclareceu-se, ainda, que "o pedido formulado no item B da petição
NÃO CONHEÇO do recurso de revista" (págs. 4.540-4.543, inicial é de condenação da reclamada ao cumprimento da cláusula
destacou-se). 59ªCCT 2012/2013, para que proceda a dispensa dos substituídos e
consequente pagamento das verbas rescisórias, ou assim não
Os embargos de declaração interpostos pela reclamada foram entendendo seja declarada a rescisão indireta a partir de 1/12/2012"
desprovidos, mediante os seguintes termos: (pág. 4.542), concluindo que, "tendo em vista que a rescisão indireta
se tratava apenas de pedido alternativo formulado na Inicial, o
"Quanto à alegação de ausência de pedido formulado na Inicial, os pronunciamento da Corte local acerca desse pedido, mostrar-se-ia
fundamentos do acórdão embargado, foram bastante claros no irrelevante ao deslinde da controvérsia, dado o acolhimento do
sentido de afastar a arguição de negativa da prestação jurisdicional: pedido principal de cumprimento pela reclamada da obrigação de
Discute-se eventual omissão do Tribunal Regional acerca da dispensa dos substituídos e consequente pagamento das verbas
alegada ausência de pedido formulado na Inicial, de salário do mês rescisórias, inclusive do aviso prévio que foi concedido pela
de dezembro de 2012, que, segundo a reclamada, evidencia o não reclamada em 1/12/2012, conforme noticia o acórdão regional" (pág.
cabimento da apresentação da folha de pagamento do mês em 4.543).
questão. Conforme se extrai dos fundamentos do acórdão regional, Com efeito, a função da SbDI-1 é uniformizar a jurisprudência
foram juntados aos autos os TRCT's dos substituídos, confirmando trabalhista das Turmas, e não atuar como instância revisora dos
o aviso prévio concedido pela empregadora, com início em acórdãos turmários.
1/12/2012 para ser trabalhado, com término no início no mês de Logo, o conhecimento desses embargos por divergência
janeiro/2013, conforme o prazo devido a cada empregado de acordo jurisprudencial mostra-se impossível, diante da inexistência de tese
com o tempo de serviço. jurídica a ser confrontada com os arestos colacionados às págs.
O Tribunal Regional entendeu que, competia ao empregador 4.581 e 4.582, em que a Turma reconheceu o julgamento extra
demonstrar o cumprimento ou não do aviso prévio e o pagamento petita porque o Regional fundamentou sua decisão em causa de
Processo Nº E-Ag-AIRR-0000472-28.2012.5.01.0551 DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos
Complemento Processo Eletrônico 93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
Relator Relator do processo não cadastrado Publique-se.
Embargante JOAO CANDIDO DE OLIVEIRA Brasília, 02 de março de 2020.
Advogado Dr. Hércules Anton de Almeida(OAB:
59505/RJ)
Embargado CONDOMINIO MORADA DO SOL
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Advogado Dr. Veir Mota(OAB: 64079/RJ)
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
Ministro Presidente da Segunda Turma
Intimado(s)/Citado(s):
- CONDOMINIO MORADA DO SOL
Processo Nº E-Ag-AIRR-0000552-91.2017.5.13.0030
- JOAO CANDIDO DE OLIVEIRA Complemento Processo Eletrônico
Relator Relator do processo não cadastrado
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14 Embargante LUIZ JOSE DA SILVA
Advogado Dr. Thiago Paes Fonsêca Dantas(OAB:
Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 222-225) interpostos contra 15254/PB)
decisão da 2ª Turma do TST, por meio da qual foi negado Embargado MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA
provimento ao agravo em agravo de instrumento do reclamante, Advogado Dr. Aderaldo Cavalcanti da Silva
Júnior(OAB: 16473/PB)
com relação ao tema: "CERCEAMENTO DE DEFESA.
INDEFERIMENTO DE PROVA TESTEMUNHAL. NULIDADE NÃO
Intimado(s)/Citado(s):
CONFIGURADA".
- LUIZ JOSE DA SILVA
Verifica-se que é inconteste a incidência, na hipótese, do disposto
- MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA
na Súmula nº 353 do TST, com a redação que lhe emprestou a
Resolução nº 128/2005 do Tribunal Pleno desta Corte:
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14
monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 527-532) interpostos contra
pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento; decisão da 2ª Turma do TST, por meio da qual foi negado
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do provimento ao agravo em agravo de instrumento da reclamada, com
recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada relação ao tema: "DESCONTOS SALARIAIS E MULTA PELA
originariamente pela Turma no julgamento do agravo; INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento; PROLATÓRIOS".
e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538, Verifica-se que é inconteste a incidência, na hipótese, do disposto
parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC. na Súmula nº 353 do TST, com a redação que lhe emprestou a
f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de Resolução nº 128/2005 do Tribunal Pleno desta Corte:
decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do
CPC".
"Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de
O verbete sumular transcrito é, nitidamente, obstáculo ao decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
conhecimento e ao exame destes embargos, haja vista que, na a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de
decisão recorrida, houve a análise do mérito do agravo de agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos;
instrumento, ou seja, dos argumentos que objetivavam o b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão
processamento do recurso de revista. monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de
Assim, corroborar a assertiva lançada nas razões do embargante pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento;
implicaria admitir que esta Subseção viesse a desempenhar função c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do
revisora das decisões das Turmas do TST em que se negou recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada
provimento a agravo de instrumento, quando, a partir da edição e originariamente pela Turma no julgamento do agravo;
vigência da Lei nº 11.496/2007, que deu nova redação ao artigo d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento;
894, inciso II, da CLT, passou ela a desempenhar, exclusivamente, e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538,
função uniformizadora do entendimento das Turmas desta Corte. parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC.
Como se observa, a hipótese dos autos não se enquadra em f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de
nenhuma das exceções previstas na Súmula nº 353 do TST à regra decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do
geral de não cabimento de embargos de decisão de Turma CPC".
proferida em agravo de instrumento.
O verbete sumular transcrito é, nitidamente, obstáculo ao
CONCLUSÃO conhecimento e ao exame destes embargos, haja vista que, na
decisão recorrida, houve a análise do mérito do agravo de
DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos instrumento, ou seja, dos argumentos que objetivavam o
93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014. processamento do recurso de revista.
Publique-se. Assim, corroborar a assertiva lançada nas razões do embargante
Brasília, 02 de março de 2020. implicaria admitir que esta Subseção viesse a desempenhar função
revisora das decisões das Turmas do TST em que se negou
provimento a agravo de instrumento, quando, a partir da edição e
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) vigência da Lei nº 11.496/2007, que deu nova redação ao artigo
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA 894, inciso II, da CLT, passou ela a desempenhar, exclusivamente,
Ministro Presidente da Segunda Turma função uniformizadora do entendimento das Turmas desta Corte.
Como se observa, a hipótese dos autos não se enquadra em
Processo Nº E-Ag-AIRR-0002810-76.2014.5.02.0033 nenhuma das exceções previstas na Súmula nº 353 do TST à regra
Complemento Processo Eletrônico geral de não cabimento de embargos de decisão de Turma
Relator Relator do processo não cadastrado proferida em agravo de instrumento.
Embargante ICOMON TECNOLOGIA LTDA.
Advogado Dr. Flávio Maschietto(OAB: CONCLUSÃO
147024/SP)
Embargado HARLEY SA VASCONCELOS
DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos
Advogado Dr. Marco Augusto de Argenton(OAB:
163741/SP) 93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
Embargado TELEFÔNICA BRASIL S.A. Publique-se.
Advogada Dra. Beatriz Aparecida Trindade Leite Brasília, 02 de março de 2020.
Miranda(OAB: 127800/SP)
Advogado Dr. José Alberto Couto Maciel(OAB:
513/DF)
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
Intimado(s)/Citado(s):
Ministro Presidente da Segunda Turma
- HARLEY SA VASCONCELOS
- ICOMON TECNOLOGIA LTDA.
Processo Nº E-AIRR-0001986-57.2011.5.10.0015
- TELEFÔNICA BRASIL S.A. Complemento Processo Eletrônico
Relator Relator do processo não cadastrado
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14 Embargante EMPRESA BRASILEIRA DE
CORREIOS E TELEGRAFOS
Advogado Dr. Hélio Renaldo de Oliveira(OAB: 93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
5512-A/MS)
Publique-se.
Embargado ROSIANE ALVES DOS SANTOS
Brasília, 02 de março de 2020.
Advogado Dr. João Américo Pinheiro
Martins(OAB: 10434-A/DF)
Embargado ENTERPOL - ADMINISTRAÇÃO E
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS LTDA. Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
Intimado(s)/Citado(s):
Ministro Presidente da Segunda Turma
- EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS
- ENTERPOL - ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS Processo Nº E-ARR-0000010-08.2016.5.08.0108
ESPECIALIZADOS LTDA.
Complemento Processo Eletrônico
- ROSIANE ALVES DOS SANTOS
Relator Relator do processo não cadastrado
Embargante COMPANHIA DOCAS DO PARÁ -
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14 CDP
Advogado Dr. Afonso Arinos de Almeida Lins
Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 1.122-1.141) interpostos Filho(OAB: 6467/PA)
contra decisão da 2ª Turma do TST, por meio da qual foi negado Embargado MARCO ANDRÉ ALCÂNTARA
BARROSO
provimento ao agravo de instrumento da ECT, com relação ao tema:
Advogada Dra. Ana Clara Magno Barroso(OAB:
"TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTA NO ÂMBITO DA 17134/PA)
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA". Embargado VIDICON SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA
Verifica-se que é inconteste a incidência, na hipótese, do disposto LTDA.
na Súmula nº 353 do TST, com a redação que lhe emprestou a Advogado Dr. Aucimário Ribeiro dos Santos(OAB:
19762/PA)
Resolução nº 128/2005 do Tribunal Pleno desta Corte:
Intimado(s)/Citado(s):
- COMPANHIA DOCAS DO PARÁ - CDP
"Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de
- MARCO ANDRÉ ALCÂNTARA BARROSO
decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
- VIDICON SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA LTDA.
a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de
agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos;
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14
b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão
monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de
Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 735-756) interpostos contra
pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento;
decisão da 2ª Turma do TST, por meio da qual foi negado
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do
provimento ao agravo de instrumento da Companhia Docas do
recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada
Pará, com relação ao tema: "RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.
originariamente pela Turma no julgamento do agravo;
ENTE PÚBLICO. TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA.
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento;
FISCALIZAÇÃO NÃO DEMONSTRADA. CULPA IN ELIGENDO.
e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538,
CULPA OMISSIVA. ÔNUS DA PROVA ATRIBUÍDO AO ENTE
parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC.
PÚBLICO. DECISÃO EM CONFORMIDADE COM O
f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de
ENTENDIMENTO FIXADO PELO STF NA ADC 16 E NO RE
decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do
760.931/DF, COM REPERCUSSÃO GERAL (SÚMULA 331, V, DO
CPC".
TST)".
Verifica-se que é inconteste a incidência, na hipótese, do disposto
O verbete sumular transcrito é, nitidamente, obstáculo ao
na Súmula nº 353 do TST, com a redação que lhe emprestou a
conhecimento e ao exame destes embargos, haja vista que, na
Resolução nº 128/2005 do Tribunal Pleno desta Corte:
decisão recorrida, houve a análise do mérito do agravo de
instrumento, ou seja, dos argumentos que objetivavam o
processamento do recurso de revista.
"Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de
Assim, corroborar a assertiva lançada nas razões do embargante
decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
implicaria admitir que esta Subseção viesse a desempenhar função
a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de
revisora das decisões das Turmas do TST em que se negou
agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos;
provimento a agravo de instrumento, quando, a partir da edição e
b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão
vigência da Lei nº 11.496/2007, que deu nova redação ao artigo
monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de
894, inciso II, da CLT, passou ela a desempenhar, exclusivamente,
pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento;
função uniformizadora do entendimento das Turmas desta Corte.
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do
Como se observa, a hipótese dos autos não se enquadra em
recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada
nenhuma das exceções previstas na Súmula nº 353 do TST à regra
originariamente pela Turma no julgamento do agravo;
geral de não cabimento de embargos de decisão de Turma
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento;
proferida em agravo de instrumento.
e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538,
parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC.
CONCLUSÃO
f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de
decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do
DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos
CPC".
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) O verbete sumular transcrito é, nitidamente, obstáculo ao
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA conhecimento e ao exame destes embargos, haja vista que, na
Ministro Presidente da Segunda Turma decisão recorrida, houve a análise do mérito do agravo de
instrumento, ou seja, dos argumentos que objetivavam o
Processo Nº E-ED-AIRR-0002989-51.2010.5.02.0000 processamento do recurso de revista.
Complemento Processo Eletrônico Assim, corroborar a assertiva lançada nas razões do embargante
Relator Relator do processo não cadastrado implicaria admitir que esta Subseção viesse a desempenhar função
Embargante EMPRESA BRASILEIRA DE revisora das decisões das Turmas do TST em que se negou
CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT
provimento a agravo de instrumento, quando, a partir da edição e
Advogado Dr. Alexandre Reybmm de
Menezes(OAB: 23534/BA) vigência da Lei nº 11.496/2007, que deu nova redação ao artigo
Embargado FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE 894, inciso II, da CLT, passou ela a desempenhar, exclusivamente,
SÃO PAULO função uniformizadora do entendimento das Turmas desta Corte.
Embargado SISTEMA SEGURANÇA E Como se observa, a hipótese dos autos não se enquadra em
VIGILÂNCIA LTDA.
nenhuma das exceções previstas na Súmula nº 353 do TST à regra
Advogada Dra. Cátia Maria Ferreira Venturelli
Bossa(OAB: 109304/SP) geral de não cabimento de embargos de decisão de Turma
Embargado DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS proferida em agravo de instrumento.
ALIMENTÍCIOS MARSIL LTDA.
Advogada Dra. Daniela Mello Ramalho de CONCLUSÃO
Carvalho(OAB: 227613/SP)
Embargado JOÃO PAULO MAGALHÃES
DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos
Advogado Dr. Maurício Nahas Borges(OAB:
139486/SP) 93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
Publique-se.
Intimado(s)/Citado(s): Brasília, 02 de março de 2020.
O verbete sumular transcrito é, nitidamente, obstáculo ao A Segunda Turma negou provimento ao agravo em recurso de
conhecimento e ao exame destes embargos, haja vista que, na revista do reclamante, alicerçando-se, para tanto, nos seguintes
decisão recorrida, houve a análise do mérito do agravo de fundamentos:
instrumento, ou seja, dos argumentos que objetivavam o
processamento do recurso de revista. "O recurso de revista do reclamante teve seu seguimento denegado
Assim, corroborar a assertiva lançada nas razões do embargante mediante os seguintes fundamentos:
implicaria admitir que esta Subseção viesse a desempenhar função
revisora das decisões das Turmas do TST em que se negou "RECURSO REGIDO PELAS LEIS 13.015 E 13.467/2017
provimento a agravo de instrumento, quando, a partir da edição e Trata-se de agravo de instrumento contra despacho que negou
vigência da Lei nº 11.496/2007, que deu nova redação ao artigo seguimento ao recurso de revista interposto em face de acórdão
894, inciso II, da CLT, passou ela a desempenhar, exclusivamente, publicado após a vigência da Lei 13.467/2017, que regulamentou,
função uniformizadora do entendimento das Turmas desta Corte. no art. 896-A e §§ da CLT, o instituto processual da transcendência.
Como se observa, a hipótese dos autos não se enquadra em Nos termos dos arts. 247, § 1º, do Regimento Interno do TST e 896-
nenhuma das exceções previstas na Súmula nº 353 do TST à regra A, § 1º, da CLT deve o Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de
geral de não cabimento de embargos de decisão de Turma revista, examinar previamente de ofício se a causa oferece
proferida em agravo de instrumento. transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza
econômica, política, social ou jurídica.
CONCLUSÃO O recurso de revista do reclamante foi admitido pela Corte de
origem mediante os seguintes fundamentos: "PRESSUPOSTOS
DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos EXTRÍNSECOS Tempestivo o recurso (acórdão publicado em
93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014. 10/09/2018; recurso apresentado em 14/09/2018).
Publique-se. Regular a representação processual.
Brasília, 02 de março de 2020. Desnecessário o preparo.
condutas abusivas cometidas pelo empregador ou por seu preposto, Bastos, 5ª Turma, DEJT 17/02/2017).
atingindo a dignidade do trabalhador, tendo como consequência "[...] DISPENSA IMOTIVADA. INDENIZAÇÃO POR DANOS
jurídica a violação de direitos da personalidade. MORAIS. 1. Preenchidos os requisitos previstos no artigo 896, § 1º-
Ora, no presente caso, independentemente de ter sido reconhecido A, da CLT. 2. No caso, não ficou demonstrado que o empregador
em sentença o direito à reintegração do autor, o desligamento não tenha adotado qualquer postura abusiva em relação ao empregado.
detém, a princípio, potencialidade para afetar os direitos de 3. Esta Corte tem decidido que a dispensa imotivada, ainda que na
personalidade do trabalhador. Não obstante os transtornos e forma de demissão por justa causa, por si só, mesmo que revertida
dissabores ocasionados pela dispensa, isso não constitui, por si só, por decisão judicial, desde que não cometida com abuso de direito,
ato capaz de atentar contra a honra ou a integridade moral do não é bastante para provar a ocorrência de ofensa à imagem ou à
empregado. honra do trabalhador, não configurando hipótese de indenização por
Desse modo, embora constatada a nulidade do ato de ruptura do dano moral. Julgados. 4. Recurso de revista a que se dá
contrato, isso não faz supor tenha necessariamente havido um provimento." (RR-24579-12.2014.5.24.0007, Relatora Ministra Kátia
abalo à personalidade do autor, razão pela qual incumbia-lhe Magalhães Arruda, 6ª Turma, DEJT 17/02/2017).
demonstrar que os reflexos decorrentes do desligamento se "[...] PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. EXAME
alastraram sobre o seu patrimônio imaterial. QUE DECORRE DO RECONHECIMENTO DE NULIDADE DO ATO
Assim, ainda que não tenham sido observados os requisitos para DE DISPENSA. INDEFERIMENTO. Não se verifica o cometimento
efetivação da dispensa pelos motivos expostos no ato, inexiste de ato do empregador que pudesse ensejar a indenização por
ofensa à dignidade do autor, de forma que o pleito de indenização danos morais. Com efeito, a empregada foi dispensada na ocasião
por danos morais não merece provimento. em que a jurisprudência dominante desta Corte era no sentido da
Ante o exposto, dou provimento ao recurso para excluir a desnecessidade da motivação para se dispensar empregados de
condenação do réu ao pagamento de indenização por dano moral. sociedade de economia mista. Considerando que a ausência de
(pgs. 1174/1175-PE - gn) motivação encontrou guarida na própria jurisprudência deste
Tribunal, por meio da OJ 247/TST, deve ser indeferido o pedido de
No que interessa à análise, o Tribunal Regional excluiu da indenização por danos morais. Recurso de revista conhecido por
condenação a indenização por dano moral, sob os fundamentos de divergência jurisprudencial e provido. [...]" (RR-60100-
que, apesar da nulidade do ato de ruptura do contrato, o 65.2008.5.05.0004, Relator Ministro Alexandre de Souza Agra
desligamento não detém, a princípio, potencialidade para afetar os Belmonte, 3ª Turma, DEJT 12/02/2016).
direitos de personalidade do trabalhador, bem assim consignou a "[...] 2. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL DECORRENTE DA
ausência de comprovação pelo reclamante de que os reflexos DESPEDIDA IMOTIVADA. O simples fato de a reclamada, empresa
decorrentes do desligamento se alastraram sobre o seu patrimônio pública, não comprovar o motivo da dispensa do reclamante e o
imaterial. necessário procedimento administrativo prévio não tem o condão
Por outro lado, não se extrai do acórdão a explicitação de qualquer de, por si só, ensejar o reconhecimento de dano moral e,
aspecto apto a evidenciar que a dispensa ocorreu em razão de consequentemente, o dever de indenizar, especialmente
retaliação pelo ajuizamento de reclamação trabalhista. considerando a ausência de registro no acórdão regional de efetiva
Ora, não é possível justificar violação de direito da personalidade exposição do empregado à situação humilhante ou vexatória. Não é
unicamente pela dispensa ilícita realizada pelo reclamado, a demais ressaltar, ainda, que o prejuízo material foi devidamente
evidenciar a ocorrência de dano moral. Demanda-se, para tanto, a reparado com a reintegração e a condenação ao pagamento dos
necessária a comprovação pelo reclamante de efetivo dano consectários legais. Recurso de revista conhecido e provido." (RR-
decorrente de tal ato, não se admitindo eventual condenação por 1883-89.2013.5.03.0107, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, 8ª
presunção (dano in re ipsa). Turma, DEJT 22/03/2016).
A propósito do tema, colhem-se os seguintes arestos emanados Nesse contexto, ante o registro de que não foram apresentadas
desta Corte: provas no sentido de comprovar que o reclamante tenha sofrido
"[...] AGRAVO DE INSTRUMENTO DOS RECLAMANTES. danos a direitos da personalidade, acarretados pelo ato de dispensa
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR. DANO MORAL. do empregador, tal premissa que não pode ser modificada sem
NÃO PROVIMENTO. De acordo com os artigos 186 e 927 do nova incursão no conjunto probatório dos autos, procedimento
Código Civil, o dever de compensar eventual dano passa, vedado nessa instância recursal extraordinária, nos termos da
inevitavelmente, pela associação dos três elementos da Súmula 126 do TST.
responsabilidade aquiliana, quais sejam: conduta do agente, Dessa forma, ante o óbice da referida súmula e, ainda, da
resultado lesivo ou dano e nexo de causalidade entre a conduta e o jurisprudência deste Tribunal Superior, nos termos do art. 896, § 7º,
dano; e a presença, em face da regra da responsabilidade subjetiva, da CLT, o recurso de revista não se viabiliza.
dos elementos subjetivos do tipo: dolo ou culpa do agente causador. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo" (págs. 1.282-
No presente caso, a egrégia Corte Regional, soberana no exame 1.289, destacou-se).
dos fatos e provas dos autos, afirmou que a controvérsia acerca da
licitude da demissão sem justa causa neste caso exclui um dos Alega o reclamante, em suas razões de embargos, que a decisão
requisitos necessários à concessão do dano moral, uma vez que embargada diverge da de outra Turma desta Corte superior, em que
não se caracterizaria conduta ilícita do empregador. Desse modo, se concluiu pela configuração de dano moral em razão da nulidade
para se infirmar a conclusão exposta pelo Tribunal Regional, com da dispensa, nas mesmas circunstâncias do caso examinado nos
finalidade de averiguar a existência, ou não, de dano moral, autos.
necessário seria o reexame do quadro fático-probatório, o que é Cita aresto para cotejo de teses.
vedado, nesta fase recursal, pela Súmula nº 126. Agravo de Contudo, a divergência jurisprudencial não está configurada.
instrumento a que se nega provimento. [...]" (ARR-42500- O único aresto citado às págs. 1.297 e 1.298 desserve ao cotejo de
04.2012.5.13.0025, Relator Ministro Guilherme Augusto Caputo teses, porque não informa a sua data oficial de publicação, nos
termos da Súmula nº 337, item I, letra "a", do TST. interposto pelo reclamante quanto ao tema "TURNOS
ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO", sob o seguinte
CONCLUSÃO fundamento:
"Presentes os pressupostos recursais, conheço.
DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos A sentença reconheceu o labor em turnos ininterruptos de
93, inciso VIII, do Regimento Interno do Tribunal Superior do revezamento, alternados a cada quatro ou seis meses, porém
Trabalho e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014. rejeitou o pedido de horas extras a partir da 6ª diária, visto que "a
Publique-se. jornada declinada na inicial refletia a aplicação das normas
Brasília, 02 de março de 2020. resultantes da negociação coletiva" e "o autor não era obrigado pela
reclamada a submeter-se ao trabalho noturno, conforme previsão
normativa, sendo o labor no turno noturno facultativo, bastando ao
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) autor expressar formalmente sua vontade de permanecer no
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA período diurno" (Id. bdf4799).
Ministro Presidente da Segunda Turma Insurge-se o recorrente, alegando que a decisão recorrida está
fundada no Acordo Coletivo de Trabalho que estabeleceu jornada
Processo Nº E-RR-1001252-38.2016.5.02.0015 especial de seis horas com acréscimo de duas horas extras para os
Complemento Processo Eletrônico trabalhadores lotados no Centro de Controle Operacional - CCO,
Relator Relator do processo não cadastrado que lhe é inaplicável, por pertencer à categoria de "Segurança". Já
Embargante EVANIO ANTONIO ROCHA a norma coletiva que lhe diz respeito não autorizou a extensão da
Advogado Dr. Márcio Alves de Matos(OAB: jornada, estabelecendo somente a troca de turno a cada quatro
361177/SP)
meses, pelo que insiste serem devidas como extraordinárias as
Embargado COMPANHIA PAULISTA DE TRENS
METROPOLITANOS - CPTM horas excedentes da 6ª diária trabalhada, por submetido a turnos
Advogada Dra. Maria Eduarda Ferreira Ribeiro do ininterruptos de revezamento.
Valle Garcia(OAB: 49457/SP) Não lhe dou razão.
Os controles de ponto (Id. 2e38de4) atestam que, como "agente de
Intimado(s)/Citado(s): segurança", cumpria oito horas em escala de 4x2 e, a partir de
- COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS - março/2013, acrescida da escala de 3x1, ou seja, quatro dias
CPTM trabalhados seguidos de dois de descanso e, posteriormente, três
- EVANIO ANTONIO ROCHA dias trabalhados por um de repouso, perfazendo um ciclo de sete
dias trabalhados a cada dez dias corridos, com previsão nos
EMBARGOS INTERPOSTOS SOB A ÉGIDE DA LEI Nº Aditivos aos Acordos Coletivos de Trabalho, destinados à categoria
13.015/2014 de pessoal de segurança, de "rodízio do turno noturno para o turno
diurno" a cada quatro meses, e, a partir de março/2016, a cada seis
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS meses, sendo assegurado, todavia, "ao empregado que assim
EMBARGOS desejar formalmente, a garantia de manutenção no turno diurno
(matutino ou vespertino) atual" (Id. e260d31 e Id. 53628d3).
Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada Destarte, não há imposição ao rodízio de turnos, nem sempre
em 13/12/2019; embargos interpostos em 23/1/2020). ininterruptos nos moldes da Súmula 55, I, deste Regional, sendo de
Representação processual: regular (procuração, pág. 19). escolha do empregado o labor em período noturno a cada quatro
Preparo: dispensado (recurso do autor). meses corridos, pelo que são mesmo indevidas as horas extras a
partir da 6ª diária.
TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DA Mantenho o indeferimento, ainda que por fundamento diverso"
JORNADA. NORMA COLETIVA. ELASTECIMENTO DA JORNADA.
VALIDADE Como se observa, a Corte Regional indeferiu a pretensão do
reclamante, mas com fundamento diverso da sentença de origem,
A Segunda Turma não conheceu do recurso de revista do na medida em que não reconheceu os turnos ininterruptos de
reclamante no tema em epígrafe, alicerçando-se nos seguintes revezamento, sob o fundamento de que "não há imposição ao
fundamentos: rodízio de turnos, nem sempre ininterruptos".
Entretanto, na forma do art. 7º, XIV, da Constituição Federal e da
"Nas razões do recurso de revista, insurge-se o reclamante quanto Orientação Jurisprudencial 360 da SBDI-1 do TST, o turno
à decisão regional, apontando violação do art. 7º, XIV, da ininterrupto de revezamento caracteriza-se pela realização de
Constituição Federal, por contrariedade à Súmula nº 423 do TST, à atividades nos períodos diurno e noturno, de formas alternadas,
Orientação Jurisprudencial nº 360 da SBDI-I do TST e à Tese haja vista que o sistema de alternância traz prejuízos à saúde física
Jurídica Prevalecente nº 55 do E. TRT2/SP, bem como por e mental do trabalhador.
divergência jurisprudencial. No sentido aqui explicitado, cito os seguintes precedentes da SBDI-
Em síntese, argumenta que "o aceite pelo empregado em trabalhar 1 desta Corte:
em turno ininterrupto de revezamento, não tem o condão de "RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI
desobrigar a empregadora em instituir carga horária de 06 horas Nº 13.015/2014. TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO.
diárias". CARACTERIZAÇÃO. ALTERNÂNCIA DE TURNOS A CADA
Aponta que "não existe norma coletiva na categoria do reclamante QUADRIMESTRE. Discute-se, no caso, se a alternância entre turno
para autorizar o elastecimento da jornada especial de trabalho". noturno e diurno ocorrida a cada quatro meses de trabalho
O Tribunal Regional negou provimento ao recurso ordinário caracteriza turnos ininterruptos de revezamento. O fato de a
alternância dos turnos não ser semanal, mas quadrimestral, não caracteriza turno ininterrupto de revezamento.
descaracteriza o regime de turnos de revezamento. Esta Corte tem Não obstante, a configuração do labor em turnos ininterruptos, no
entendimento no sentido de que não se revela imprescindível à caso concreto, não garante pagamento automático de horas extras.
caracterização do aludido regime a alternância semanal, bastando O art. 7º, XIV, da Constituição Federal dispõe que é direito do
que se estabeleça a situação de alternância de turnos, acarretando trabalhador urbano e rural "jornada de seis horas para o trabalho
maior desgaste para a saúde e para a vida familiar e social do realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
trabalhador. Precedentes. Recurso de embargos conhecido por coletiva".
divergência jurisprudencial e desprovido" (E-RR - 1923- Nessa esteira, a jurisprudência desta Corte consolidou o
13.2011.5.02.0061, Relator Ministro: Alexandre de Souza Agra entendimento de que é válido o elastecimento da jornada de
Belmonte, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT trabalho dos empregados sujeitos ao regime de turnos ininterruptos
20/5/2016). de revezamento quando realizado por meio de norma coletiva e
"RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI 11.496/2007. desde que observado o limite de 8 horas diárias. Nesse sentido
TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. dispõe a Súmula 423 do TST, in verbis:
CARACTERIZAÇÃO. ALTERNÂNCIA A CADA QUATRO MESES. "TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE
ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL N.º 360 DA SBDI-1. O art. 7º, JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA.
XIV, estabelece jornada reduzida para o labor realizado em turnos VALIDADE. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 169 da
ininterruptos de revezamento. Tal dispositivo trata dos turnos de SBDI-1) Res. 139/2006 - DJ 10, 11 e 13.10.2006) Estabelecida
revezamento para aquelas situações em que o empregado não tem jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de
o seu turno de trabalho fixo, mas varia semanalmente, regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos
quinzenalmente ou em periodicidade maior. A norma tem por ininterruptos de revezamento não tem direito ao pagamento da 7ª e
escopo beneficiar o trabalhador, minimizando os efeitos maléficos 8ª horas como extras".
que acarretam as mudanças de turno, pois alteram o metabolismo No caso em tela, apesar de configurados os turnos ininterruptos de
humano, acarretando sérios prejuízos ao trabalhador. Assim e revezamento, a Corte Regional consignou que "a sentença
portanto, afigura-se desnecessário à configuração do labor em reconheceu o labor em turnos ininterruptos de revezamento,
turnos ininterruptos de revezamento que as atividades empresariais alternados a cada quatro ou seis meses, porém rejeitou o pedido de
completem as vinte e quatro horas, não sendo relevante que o labor horas extras a partir da 6ª diária, visto que "a jornada declinada na
abranja os três turnos de trabalho, devendo existir apenas a inicial refletia a aplicação das normas resultantes da negociação
alternância de horários para que se verifique o aludido regime, coletiva"".
ainda que ocorra a cada quatro meses. E, sendo assim, tem o Como se observa, foi constatada a existência de negociação
empregado direito à jornada reduzida ainda que o trabalho ocorra coletiva prevendo a jornada no reclamante, o que afasta o
apenas em dois turnos, consoante recomenda a Orientação pagamento de horas extras além da 6ª diária. Conclusão diversa
Jurisprudencial nº 360 da SBDI-1 do TST, se algum turno é implicaria no revolvimento de fatos e provas, o que é vedado pelo
cumprido à noite. Desta feita, é de ser reconhecido o sistema de óbice consubstanciado pela Súmula nº 126 do TST.
turnos ininterruptos de revezamento para deferir o pagamento de Ante o exposto, NÃO CONHEÇO do recurso de revista" (págs. 635-
horas extraordinárias excedentes da sexta diária e reflexos, 640, destacou-se).
conforme se apurar em liquidação de sentença. Recurso de
embargos conhecido e não provido" (E-RR - 1334-
53.2012.5.02.0039 , Relator Ministro: Augusto César Leite de O reclamante, em suas razões de embargos, alega que "o
Carvalho, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT trabalhador submetido a escalas variadas, com alternância de
20/5/2016). turnos, ainda que de quatro em quatro meses, faz jus à jornada
"RECURSO DE EMBARGOS. TURNOS ININTERRUPTOS DE especial prevista no art. 7º, XIV, da Carta Federal, mesmo porque,
REVEZAMENTO. ALTERNÂNCIA DE TURNO DE QUATRO EM este dispositivo não estabelece intervalo mínimo para a
QUATRO MESES. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO. A mens legis do caracterização do regime" (pág. 648).
inciso XIV do artigo 7º da Constituição Federal, ao estabelecer Aduz que "leitura do ACT, vê-se que apenas tem por objetivo cuidar
jornada reduzida para o trabalho realizado em turnos ininterruptos da forma pratica a qual será realizada as trocas de turno, nada
de revezamento, foi preservar a saúde do trabalhador, tendo em mais. Não se trata, portanto, de respeitar ou não o que foi celebrado
vista o desgaste proporcionado pela referida alternância de jornadas coletivamente, mas de reconhecer que tais acordos em nenhum
entre os turnos diurno e noturno. Para fazer jus à jornada reduzida momento autorizam o elastecimento da jornada reduzida dos
não é necessário que o revezamento entre turnos ocorra no próprio empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento"
mês trabalhado, como quer a reclamada, pois a própria norma (pág. 644).
constitucional não restringiu sua aplicação. Ainda que o empregado Indica ofensa ao artigo 7º, inciso XIV, da Constituição Federal.
tenha permanecido trabalhando em um único turno por quatro Colaciona arestos para confronto de teses.
meses, tal fato não afasta o enquadramento na hipótese do aludido Ao exame.
preceito constitucional. Isso porque esse revezamento entre os Primeiramente, oportuno esclarecer que a decisão ora embargada
turnos matutino, vespertino e noturno, mesmo que por período mais foi publicada na vigência da Lei nº 13.015/2014, sendo, assim,
prolongado, continua sendo nocivo à saúde do trabalhador e inviável a admissibilidade destes embargos por violação a
prejudicando a sua convivência social e familiar. Recurso de dispositivo constitucional.
embargos conhecido e desprovido" (E-RR - 2739- No caso, o fundamento adotado pela Turma no julgamento do
19.2010.5.02.0032, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, recurso de revista autoral foi o de que é legal norma coletiva que
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT estabelece jornada além da sexta diária para os turnos ininterruptos
20/11/2015). de revezamento, bastando seja observado o disposto na Súmula nº
Desse modo, forçoso reconhecer que a alternância entre turnos, 423 do TST.
III) - Res. 199/2015, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.06.2015. Com Processo Nº E-Ag-AIRR-0012352-14.2014.5.01.0206
Complemento Processo Eletrônico
errata publicado no DEJT divulgado em 01.07.2015
Relator Relator do processo não cadastrado
I - Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho
Embargante EDILLAN TRANSPORTES E
se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da SERVICOS LTDA
decisão recorrida, nos termos em que proferida. Advogado Dr. Leonardo Cunha Custódio(OAB:
Ressalta-se que, além da indicação dos motivos que ensejam a 180576/RJ)
abertura da via extraordinária, é imprescindível que haja também a Embargado FRANCISCO ARAUJO
impugnação dos fundamentos adotados na decisão recorrida. Advogado Dr. Paulo Cézar Gomes
Lameirão(OAB: 121859/RJ)
Assinale-se, por relevante, que deve haver um vínculo entre a
Embargado LETICEA TRANSPORTES LTDA - ME
decisão agravada e as razões de inconformidade do agravante, por E OUTRO
observância do princípio da dialeticidade recursal, o que não ocorre Advogado Dr. Wellington da Conceição
na espécie. Froz(OAB: 121339/RJ)
Diante do exposto, NÃO CONHEÇO do agravo de instrumento"
(págs. 616-618, destacou-se). Intimado(s)/Citado(s):
- EDILLAN TRANSPORTES E SERVICOS LTDA
O reclamante, nas razões de embargos, reitera as razões expostas - FRANCISCO ARAUJO
no recurso de revista no que toca à questão de fundo, relativa ao - LETICEA TRANSPORTES LTDA - ME E OUTRO
cerceamento de defesa.
Cita arestos para cotejo de teses. EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14
Ao exame.
A Turma não conheceu do agravo de instrumento do reclamante Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 738-751) interpostos contra
com base na Súmula nº 422 desta Corte, uma vez que a parte não decisão da 2ª Turma do TST, por meio da qual foi negado
impugnou, nas razões do apelo, os óbices apontados na decisão provimento ao agravo em agravo de instrumento da reclamada
agravada. Edillan Transportes e Serviços Ltda., com relação ao tema:
O reclamante, no recurso de embargos, apenas argumenta sobre a "PROCESSO EM FASE DE EXECUÇÃO. GRUPO ECONÔMICO.
questão de fundo, ou seja, não há insurgência contra os TRANSCRIÇÃO REALIZADA NO INÍCIO DAS RAZÕES
fundamentos adotados na decisão recorrida, pois não foram RECURSAIS (INOBSERVÂNCIA DOS PRESSUPOSTOS DO ART.
colacionados arestos que discutissem a aplicação da Súmula n° 896, § 1.º-A, I E III, DA CLT)".
422, item I, do TST, fundamento único do acórdão turmário. Verifica-se que é inconteste a incidência, na hipótese, do disposto
Incide, pois, novamente, o óbice da Súmula n° 422 do TST, in na Súmula nº 353 do TST, com a redação que lhe emprestou a
verbis: Resolução nº 128/2005 do Tribunal Pleno desta Corte:
DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos O verbete sumular transcrito é, nitidamente, obstáculo ao
93, inciso VIII, do Regimento Interno do Tribunal Superior do conhecimento e ao exame destes embargos, haja vista que, na
Trabalho e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014. decisão recorrida, houve a análise do mérito do agravo de
Publique-se. instrumento, ou seja, dos argumentos que objetivavam o
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. processamento do recurso de revista.
Assim, corroborar a assertiva lançada nas razões da embargante
implicaria admitir que esta Subseção viesse a desempenhar função
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) revisora das decisões das Turmas do TST em que se negou
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA provimento a agravo de instrumento, quando, a partir da edição e
Ministro Presidente da Segunda Turma vigência da Lei nº 11.496/2007, que deu nova redação ao artigo
894, inciso II, da CLT, passou ela a desempenhar, exclusivamente,
função uniformizadora do entendimento das Turmas desta Corte.
Como se observa, a hipótese dos autos não se enquadra em parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC.
nenhuma das exceções previstas na Súmula nº 353 do TST à regra f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de
geral de não cabimento de embargos de decisão de Turma decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do
proferida em agravo de instrumento. CPC".
"Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14
decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 770-778) interpostos contra
agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos; decisão da 2ª Turma do TST, por meio da qual foi negado
b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão provimento ao agravo em agravo de instrumento da reclamada, com
monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de relação ao tema: "DESERÇÃO DO RECURSO DE REVISTA.
pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento; ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. EMPREGADORAS
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do PESSOAS JURÍDICAS. AUSÊNCIA DE PROVA CABAL DE
recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada HIPOSSUFICIÊNCIA".
originariamente pela Turma no julgamento do agravo; Verifica-se que é inconteste a incidência, na hipótese, do disposto
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento; na Súmula nº 353 do TST, com a redação que lhe emprestou a
e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538,
DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos Acrescenta-se que o princípio da fungibilidade recursal não socorre
93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014. a parte recorrente, uma vez que sua aplicação, segundo
Publique-se. entendimento emanado do Supremo Tribunal Federal, restringe-se
Brasília, 02 de março de 2020. à existência de dúvida plausível acerca do recurso cabível, exigindo
-se, ainda, que tenham sido observados os pressupostos
intrínsecos e extrínsecos de cabimento de recurso próprio.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA CONCLUSÃO
Ministro Presidente da Segunda Turma
DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos
Processo Nº E-RR-1002286-89.2014.5.02.0315 93, inciso VIII, do Regimento Interno do Tribunal Superior do
Complemento Processo Eletrônico Trabalho e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
Relator Relator do processo não cadastrado Publique-se.
Embargante JOSIVALDA RODRIGUES ALVES DE Brasília, 02 de março de 2020.
SOUZA
Advogada Dra. Joenice Aparecida de Moura
Barba(OAB: 78397/SP)
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Advogado Dr. Reinaldo Barba(OAB: 147380/SP)
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
Embargado VISTEON SISTEMAS AUTOMOTIVOS
LTDA. Ministro Presidente da Segunda Turma
Advogado Dr. Marcelo Ricardo Grünwald(OAB:
111101/SP) Processo Nº E-ED-ARR-0000210-34.2012.5.09.0041
Advogada Dra. Renata Rodrigues da Silva(OAB: Complemento Processo Eletrônico
177369/SP)
Relator Relator do processo não cadastrado
pretendem. Disposições contratuais somente operam efeitos inter Acentuo que o inciso V, acrescido à Súmula 331, do TST, deve ser
partes, não sendo escudo para a eventual responsabilidade, ante o interpretado à luz da presunção de legitimidade dos atos
crédito privilegiado do trabalhador, de cunho alimentar. Tais administrativos.
disposições (contratuais) somente visam a resguardar um eventual Assim, quando se constata a falta de pagamento de verbas ou outra
direito de regresso a ser oposto no Juízo competente, para receber espécie de irregularidade na execução do contrato, só se pode
das prestadoras de serviço o eventual valor pago nesta esfera concluir que o administrador público não agiu, não fiscalizou.
judicial. Quaisquer restrições quanto à possibilidade de satisfação Pensar de outra forma seria como presumir sua conivência com a
dos créditos dos trabalhadores devem ser analisadas com extrema prática irregular do contratado.
reserva, tendo em vista sua natureza alimentar. Na esteira do que assentou o e. Supremo Tribunal Federal, a mera
Destarte, a responsabilidade subsidiária tem por principal objetivo inadimplência da empresa terceirizante quanto às verbas
proteger o trabalho humano desempenhado em prol do tomador de trabalhistas e previdenciárias devidas ao trabalhador terceirizado
serviços, motivo pelo qual o dever de arcar com os créditos não transfere a responsabilidade por tais verbas para a entidade
reconhecidos ao trabalhador no título judicial, independente de sua estatal tomadora de serviços, conforme o disposto no art. 71 da Lei
natureza, recai sobre todos os que participam da terceirização de 8.666/1993 (Lei de Licitações). Há, todavia, que se manter a
mão-de-obra, e não somente sobre o empregador. trajetória proposta nas primeiras linhas desta decisão, no sentido de
Nesse sentido é a orientação jurisprudencial cristalizada na Súmula atribuir interpretação sistemática ao dispositivo legal, em conjunto
331, IV do C. TST: "O inadimplemento das obrigações trabalhistas, com os demais preceitos que regem a matéria (arts. 58, III, e 67 da
por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do Lei 8.666/93; 159 do CCB/1916, 186 e 927, caput, do CCB/2002,
tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja observados os respectivos períodos de vigência), e à luz dos
participado da relação processual e conste também do título princípios constitucionais dotados de eficácia normativa. Essa
executivo judicial". O que se tem em mira, aqui, é a leitura revela que o dispositivo da Lei de Licitações apenas isenta a
responsabilização do tomador de serviços, independentemente da Administração Pública das obrigações trabalhistas decorrentes dos
sua natureza jurídica, ente/órgão de natureza pública ou privada, contratos de prestação de serviços por ela celebrados quando o
tendo como fundamento legal o Art. 1.521, III, do CCB (culpa in ente público tomador cumpre sua obrigação de fiscalizar a
eligendo), aqui presente em face da existência de débito trabalhista. execução do contrato pelo prestador. Pondero, a esse propósito,
Ressalto que aplicação da Súmula 331 do TST não viola a CF/1988, que constatado o inadimplemento ou outra espécie de
pois a condenação do tomador dos serviços de forma subsidiária, irregularidade na execução do contrato, só se pode concluir que o
em que pese não estar expressamente prevista em lei, não enseja a administrador público não agiu. Pensar de outra forma seria
violação dos artigos 5°, II, e 37 da CF, tão pouco importa em presumir sua conivência com a prática ilícita, o que fatalmente
violação da liberdade do exercício de atividade econômica (CF, Art. colide com a presunção de legitimidade do atuar administrativo e,
170, p.u.), tendo em vista a ponderação entre os princípios ainda mais sério, deita por terra a convicção de que o Estado se
constitucionais da livre iniciativa e da valorização social do trabalho pauta pelo conjunto de princípios do art. 37 da Constituição da
sob a ótica da dignidade da pessoa humana, vetor fundamental de República.
todo nosso ordenamento jurídico, como previsto na própria Ressalte-se que a ré CEF não apresentou nos autos documentos
Constituição da República em seu Art. 1°, III. que demonstrem a regular fiscalização das obrigações trabalhistas
No que se refere à cláusula da reserva de plenário, ressalte-se que da prestadora de serviços. Ao contrário do que sustenta a
este E. Colegiado não está a declarar a inconstitucionalidade da Lei recorrente, como colorário da obrigação de fiscalizar a execução do
8.666/1993 que, sem dúvida, deve ser observada pela contrato, deveria ter demonstrado nos autos que fiscalizou o
Administração Pública. Porém, o diploma não afasta a cumprimento das obrigações trabalhistas pela empresa contratada
responsabilidade pelas verbas trabalhistas devidas a empregado em relação aos trabalhadores que laboraram em seu benefício, por
que forneceu sua força de trabalho à Administração Pública, que, força do princípio da aptidão para a prova.
por sua vez, beneficiou-se desse labor. Ressalto que a fiscalização, nos termos do artigo 67 da Lei
Incidem, aqui, os princípios constitucionais voltados à valorização 8.666/1991, exige acompanhamento regular da execução do
do trabalho humano, bem como o art. 37, § 6º da CF, que trata da contrato de prestação de serviços, o que perpassa por tomar todas
responsabilidade dos entes públicos, antes mencionados. as medidas e precauções para evitar o inadimplemento das
Ressalto desde já que a Ação Declaratória de Constitucionalidade obrigações trabalhistas por parte da empresa contratada. Destaco
16/2010 não afeta o entendimento exposto, pois extrai-se da que o ente público tem em suas mãos diversos meios para realizar
decisão proferida naqueles autos que a omissão da Administração tal fiscalização de forma efetiva, como por exemplo,
Pública, na obrigação de fiscalizar as obrigações do contrato, pode acompanhamento mensal da quitação dos salários e da
ensejar sua responsabilidade. observância das normas trabalhistas relativas à jornada e a
De qualquer forma, com a inclusão do item V na Súmula 331 do C. segurança do trabalho, abertura de sindicância para apuração de
TST, resta consolidado o entendimento de que a responsabilidade eventual irregularidades com posterior pedido de mediação dirigido
subsidiária da Administração Pública (direta ou indireta) decorre da ao MPT a fim de regularizar a situação de inadimplemento de
culpa: "Os entes integrantes da Administração Pública direta e verbas trabalhistas de seus empregados. Note-se que tais
indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do procedimentos devem ser adotados antes da rescisão contratual.
item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento Com todo o respeito à ré EBCT, não obstante os documentos
das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na apresentados às fls. 549-591 (fichas financeiras e certidões
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da negativas de débitos), consoante asseverou o magistrado de
prestadora de serviço como empregadora. A aludida origem, considero que, no presente caso, restou comprovada a sua
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das culpa, pois, a prestadora de serviços inadimpliu verbas trabalhistas
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente durante o contrato de trabalho do autor, o que evidencia que a
contratada". fiscalização implementada não foi suficiente para tutelar os direitos
nº 760.931-DF e ao disposto no Tema nº 246 do Ementário Constitucionalidade n° 16-DF, bem como afastaram, de uma vez por
Temático de Repercussão Geral da Suprema Corte, bem como se todas, a possibilidade de responsabilização automática da
cabe a esta Turma exercer o juízo de retratação. Administração Pública, posicionamento que se harmoniza, inclusive,
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso com a atual redação da Súmula nº 331, item V, do Tribunal Superior
Extraordinário nº 760.931-DF, processo apreciado mediante o do Trabalho, que reconhece a responsabilidade subsidiária da
critério de repercussão geral, firmou tese no sentido de que: "O Administração Pública direta e indireta apenas nos casos em que
inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações
contratado não transfere automaticamente ao Poder Público da Lei nº 8.666/93 (Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e
contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em 31.05.2011).
caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº Não há dúvidas, portanto, de que a mera inadimplência da empresa
8.666/93". (RE 760931-DF Relator p/acórdão: Min. Luiz Fux. prestadora dos serviços terceirizados não caracteriza, por si só,
Tribunal Pleno. DJe-206 DIVULG 11-09-2017 PUBLIC 12-09-2017). culpa da Administração Pública. A questão controvertida,
Consignou-se o entendimento de que não cabe a automática ensejadora de questionamentos diversos no âmbito do Supremo
responsabilidade da Administração Pública, não obstante essa Tribunal Federal e que poderia justificar eventual juízo de
mesma responsabilidade possa ser reconhecida nos casos retratação, foi apenas aquela relacionada à distribuição do ônus da
concretos em que comprovada a omissão fiscalizatória do ente prova.
público. Nestes autos, entretanto, a ratio decidendi da decisão ora
Definiu-se, ainda, que a questão de haver, ou não, em cada caso impugnada é diversa e não versou sobre o ônus da prova, mas sim
concreto, prova específica da existência de culpa do ente público sobre a afirmação de culpa expressa.
será definida nas instâncias ordinárias da Justiça do Trabalho, cujo O Tribunal Regional do Trabalho, última e soberana instância apta a
pronunciamento é soberano em matéria fático-probatória. Trata-se, analisar e a valorar a prova a esse respeito, registrou
portanto, de matéria a ser esgotada nas instâncias ordinárias, após expressamente a existência de culpa omissiva do ente público a
o exame circunstanciado de cada caso concreto, infensa, portanto, partir dos elementos de prova produzidos, aspecto não sujeito a
à revaloração das instâncias extraordinárias. reexame por esta Corte superior, nos termos da Súmula nº 126 do
Em embargos de declaração, a Suprema Corte limitou-se a TST.
reafirmar o entendimento de que "a responsabilidade não é Por oportuno, não houve a transferência automática de
automática, conforme preconizou o legislador infraconstitucional, no responsabilidade à Administração Pública em decorrência do mero
artigo 71, § 1º, da Lei de Licitações, mas não pode o poder público inadimplemento da empresa contratada, já que ficou evidenciada a
dela eximir-se quando não cumpriu o seu dever de primar pela culpa in vigilando do ente público, expressamente declarada no
legalidade estrita na escolha ou fiscalização da empresa prestadora âmbito do Regional.
de serviços". (RE 760931-DF ED Relator p/acórdão: Min. Edson Por consequência, este Tribunal Superior do Trabalho, ao manter a
Fachin. Tribunal Pleno. DJe-194 DIVULG 05-09-2019 PUBLIC 06- responsabilidade subsidiária do ente público diante das premissas
09-2019). fáticas consignadas no acórdão regional, não descumpriu as
Na oportunidade de julgamento dos embargos de declaração, referidas decisões do STF.
prevaleceu o voto do Ministro Edson Fachin, no sentido de que o Portanto, como na hipótese sub judice se observou a tese firmada
Supremo Tribunal Federal, ao fixar a tese de repercussão geral no no STF, proferida no RE nº 760.931-DF, em repercussão geral, esta
Tema nº 246, optou por uma redação "minimalista", sem enfrentar Segunda Turma não exerce o juízo de retratação previsto no artigo
particularidades, a exemplo de a quem caberia o ônus da prova 1.030, inciso II, do CPC/2015, mantendo seu acórdão, e determina
sobre a omissão fiscalizatória do ente público. o retorno dos autos à Vice-Presidência desta Corte para
Portanto, mesmo após o julgamento dos embargos de declaração, prosseguimento do feito, como entender de direito" (págs. 1.563-
não se definiu a crucial questão controvertida sobre a qual parte 1.572, destacou-se).
cabe o ônus de comprovar se houve, ou não, em cada caso
concreto, a fiscalização do fiel cumprimento das obrigações Alega a segunda reclamada, ECT, em suas razões de embargos,
descritas nos artigos 58, inciso III, e 67, caput e § 1º, da Lei nº que é vedado o reconhecimento da responsabilidade subsidiária do
8.666/93, dispositivos que clara e expressamente impõem à ente público com base no mero inadimplemento do tomador no
Administração Pública o poder-dever de fiscalizar o cumprimento de cumprimento das obrigações trabalhistas.
todas as obrigações assumidas pelo contratado selecionado no Aduz que deve haver prova da culpa in eligendo ou in vigilando da
procedimento licitatório, entre elas, evidentemente, as que decorrem tomadora de serviços, não devendo ser reconhecida a
da observância das normas trabalhistas pelas empresas responsabilidade subsidiária com base na distribuição do ônus da
terceirizadas. prova em desfavor do ente público.
Ao silenciar-se de forma eloquente, a Suprema Corte abre caminho Cita arestos para cotejo de teses.
para a manutenção do entendimento que já vinha sendo perfilhado No caso dos autos, discute-se a possibilidade de atribuição de
no âmbito deste Tribunal Superior do Trabalho, de que o ônus da responsabilidade subsidiária a entes públicos por dívidas
prova acerca da efetiva fiscalização permaneceria a cargo da trabalhistas surgidas em contratos de terceirização de serviços.
Administração Pública, por representar fato impeditivo, modificativo No julgamento do Recurso Extraordinário nº 760.931-DF, em debate
ou extintivo do alegado direito do trabalhador, já que seria prova de representativo do Tema nº 246 de repercussão geral reconhecida,
natureza verdadeiramente "diabólica", de produção praticamente os Ministros do Supremo Tribunal Federal reafirmaram a
impossível pela parte hipossuficiente. constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93, consoante
Vale lembrar que no julgamento do recurso extraordinário em já declarado no julgamento da Ação Declaratória de
questão, os Ministros da Suprema Corte reafirmaram a Constitucionalidade nº 16, consignando que somente a
constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93, já demonstração efetiva de um comportamento culposo específico,
declarada no julgamento da Ação Declaratória de com prova cabal do nexo de causalidade entre a conduta comissiva
ou omissiva da Administração Pública e o dano sofrido pelo de demonstrar que atendeu às exigências legais de
trabalhador, permitirá a responsabilização do Poder Público, acompanhamento do cumprimento das obrigações trabalhistas pela
tomador dos serviços de trabalhadores terceirizados. prestadora de serviços. No caso, o Tribunal Regional consignou que
Conforme registrado no acórdão da Turma, o Tribunal Regional, os documentos juntados aos autos pelo ente público são
com base no conjunto probatório dos autos, consignou insuficientes à prova de que houve diligência no cumprimento do
expressamente ter havido culpa do ente público, o que está em dever de fiscalização, relativamente ao adimplemento das
estrita conformidade com o disposto na Súmula nº 331, item V, do obrigações trabalhistas da empresa terceirizada. Ou seja, não se
TST. desincumbiu do ônus que lhe cabia. A Egrégia Turma, por sua vez,
Com efeito, observa-se que a culpa in vigilando da tomadora de atribuiu ao trabalhador o ônus da prova, razão pela qual merece
serviços não decorreu do mero inadimplemento das obrigações reforma a decisão embargada, a fim de restabelecer o acórdão
trabalhistas pela empresa contratada, mas da prova concreta de regional. Recurso de embargos conhecido e provido." (E-RR- 925-
omissão do Poder Público na fiscalização do cumprimento das 07.2016.5.05.0281, Subseção I Especializada em Dissídios
obrigações trabalhistas pela prestadora de serviços. Individuais, Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado
Os arestos colacionados às págs. 1.580-1.589 apresentam a tese em 12/12/2019, acórdão pendente de publicação).
de que cabe ao trabalhador comprovar a ausência de fiscalização
do contrato de trabalho pelo tomador de serviços, para se Logo, inviável o processamento do recurso de embargos.
caracterizar a responsabilidade subsidiária do ente público.
A hipótese apresentada é diversa da dos autos, pois, no caso, foi CONCLUSÃO
comprovada a culpa da Administração Pública, já que houve a
fiscalização ineficaz do cumprimento do contrato. DENEGO seguimento ao recurso de embargos, com fundamento
Assim, não demonstrada a identidade dos fatos que teriam nos artigos 93, inciso VIII, do Regimento Interno do Tribunal
ensejado a existência de teses divergentes na interpretação de um Superior do Trabalho e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
mesmo verbete jurisprudencial, não se pode ter como cumprida a Publique-se.
exigência da Súmula nº 296, item I, do TST. Brasília, 02 de março de 2020.
Além disso, cumpre destacar que, após a decisão final acerca do
Tema nº 246 de repercussão geral, a Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais, órgão uniformizador de jurisprudência interna Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
corporis, cuidou de pacificar a matéria no âmbito trabalhista, de JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
forma a definir a quem cabe demonstrar a omissão fiscalizatória. Ministro Presidente da Segunda Turma
Por oportuno, a SbDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho, em
12/12/2019, no julgamento do Processo nº E-RR-925- Processo Nº E-Ag-AIRR-0016749-55.2016.5.16.0004
07.2016.5.05.0281, de relatoria do Ministro Cláudio Mascarenhas Complemento Processo Eletrônico
Brandão, em sua composição completa e por expressiva maioria, Relator Relator do processo não cadastrado
firmou posicionamento no sentido de que cabe ao ente público o Embargante ESTADO DO MARANHÃO
encargo de demonstrar a vigilância adequada no cumprimento das Procurador Dr. Valdenio Caminha
obrigações trabalhistas pela empresa prestadora dos serviços (onze Embargado ROSANA FERREIRA PEREIRA
votos na defesa desse entendimento e três contra). Advogado Dr. Pedro Duailibe Mascarenhas(OAB:
4632/MA)
Transcreve-se a elucidativa ementa do citado precedente:
Embargado INSTITUTO CIDADANIA E
NATUREZA
"RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA
REGIDO PELA LEI Nº 13.467/2017. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Intimado(s)/Citado(s):
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CONTRATO DE - ESTADO DO MARANHÃO
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LICITAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA - INSTITUTO CIDADANIA E NATUREZA
PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 760.931. - ROSANA FERREIRA PEREIRA
REPERCUSSÃO GERAL. SÚMULA Nº 331, V, DO TST. RATIO
DECIDENDI. ÔNUS DA PROVA. No julgamento do RE nº 760.931,
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14
o Supremo Tribunal Federal firmou a seguinte tese, com
repercussão geral: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas
Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 275-381) interpostos contra
dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao
decisão da 2ª Turma do TST, por meio da qual foi negado
Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento,
provimento ao agravo em agravo de instrumento do Estado
seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º,
reclamado, com relação ao tema: "RESPONSABILIDADE
da Lei nº 8.666/93". O exame da ratio decidendi da mencionada
SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO. FISCALIZAÇÃO NÃO
decisão revela, ainda, que a ausência sistemática de fiscalização,
DEMONSTRADA. CULPA OMISSIVA".
quanto ao cumprimento das obrigações trabalhistas pela
Verifica-se que é inconteste a incidência, na hipótese, do disposto
prestadora, autoriza a responsabilização do ente público. Após o
na Súmula nº 353 do TST, com a redação que lhe emprestou a
julgamento dos embargos de declaração e tendo sido
Resolução nº 128/2005 do Tribunal Pleno desta Corte:
expressamente rejeitada a proposta de que fossem parcialmente
acolhidos para se esclarecer que o ônus da prova desse fato
pertencia ao empregado, pode-se concluir que cabe a esta Corte
"Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de
Superior a definição da matéria, diante de sua natureza
decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
eminentemente infraconstitucional. Por esse fundamento e com
a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de
base no Princípio da Aptidão da Prova, é do ente público o encargo
Embargante CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF Comissionado. Sendo assim, a partir de então parou de receber a
Advogado Dr. Osival Dantas Barreto(OAB: gratificação de função de confiança, código 009 e 038, para receber
15431/DF)
a de código 055 ou 064 - as quais não são utilizadas como base de
Advogado Dr. Jefferson Douglas Soares(OAB:
223613/SP) calculo da rubrica 092.
Embargado EDUARDO CONSTANTINO DE LIMA Em novembro de 1998, aduz que o reclamante foi dispensado da
Advogada Dra. Gislândia Ferreira da Silva(OAB: função da confiança (rubrica 009) e nomeado para cargo
117883/SP) comissionado (passando a receber a rubrica 055), nos termos do
PCC 98. O cargo comissionado em que estava o obreiro à época
Intimado(s)/Citado(s):
(superintendente de negócios I) incorporaram à sua remuneração,
- CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF constituindo as rubricas 009, 062 e 092 em uma só, a rubrica 096
- EDUARDO CONSTANTINO DE LIMA (no valor de R$ 1.782,00), substituindo a antiga função de confiança
extinta pelo PCC, que antes o remunerava em R$ 1.660,32, valor
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014 inferior àquela e, portanto, mais benéfico.
Por fim, afirma que referidas alterações não restaram em prejuízo
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS salarial ao obreiro, na medida em que foram apenas formalmente
EMBARGOS transformadas em rubricas diversas, mantendo, contudo, o mesmo
padrão remuneratório daquelas que foram incorporadas.
Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada Pois bem.
em 5/12/2019 e embargos interpostos em 17/12/2019). É incontroverso que com a implantação do Plano de Cargos
Representação processual: regular (procuração, págs. 2.955 e Comissionados em 1998 (PCC 98) houve alteração na
2.956). denominação das funções de confiança até então existentes, que
Preparo: satisfeito (depósito recursal, pág. 2.975; custas, pág. passaram a ser designadas como cargo em comissão, bem como
2.373). foi modificada a forma de cálculo da Vantagem Pessoal -
Assim, estão atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade Gratificação de Incentivo à Produtividade (VP-GIP).
do recurso. Contudo, não obstante a equivalência de atribuições entre as
funções de confiança e os cargos em comissão, há discrepância no
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS tocante aos efeitos pecuniários. Para melhor compreensão da
EMBARGOS matéria, transcrevo trecho do CI GEARU 055/98, emitido pela
reclamada em conjunto com o PCC 98: "2. Divulgamos, abaixo, as
DIFERENÇAS DAS VANTAGENS PESSOAIS (VP-GIP 062 E 092). principais alterações em relação ao Plano anterior: 2.1:
CONSIDERAÇÃO DO CTVA E DO "CARGO COMISSIONADO" Remuneração: o empregado, no exercício de cargo em comissão,
receberá uma gratificação correspondente, conforme Tabela de
A Segunda Turma deu provimento ao recurso de revista interposto Cargos Comissionados, que corresponde aos valores existentes na
pelo reclamante no tema, alicerçando-se, para tanto, nos seguintes extinta Tabela de Funções de Confiança acrescidos da vantagem
fundamentos: pessoal de função de confiança." Verifica-se, assim, que, ao
contrário do aduzido pela reclamante, referida alteração não se
"Consta do acórdão: limitou à nomenclatura da verba, haja vista a incorporação do
percentual de 1/3, até então percebidos a título de VP-GIP sobre a
Conheço do recurso, eis que presentes os pressupostos de função de confiança, à gratificação pelo exercício do cargo em
admissibilidade. comissão.
O reclamante foi admitido pela reclamada na data de 20/10/1977 Logo, considerando-se que não se trata de simples exclusão de
para a função de Bancário, tendo sido dispensado imotivadamente parcela da base de cálculo das vantagens pessoais, mas de
em 1º/01/2008. alteração na forma de pagamento, posto que o valor
Recebeu como última remuneração o montante de R$ 8.184,00. correspondente foi apenas realocado, entendo que cumpria à
Diferenças de Vantagens Pessoais laborista apontar, ainda que por amostragem, a ocorrência de
Afirma o reclamado que PCS de 1985 estabeleceu a existência de efetivo prejuízo financeiro. No entanto, de tal encargo não se
rubricas de pagamento que correspondiam à integração à desincumbiu a contento, na medida em que em momento algum
remuneração mensal das gratificações de incentivo à produtividade apontou as diferenças que entendia devidas.
e da gratificação semestral. Com o PCS de 1989, em razão de O reclamado, por sua vez, demonstrou que a modificação
economia administrativa, as rubricas foram reunidas em número promovida não acarretou prejuízos aos funcionários, pois manteve
menor, como consta da MN RH 115, sendo que, para tanto, não se os padrões de vencimentos anteriores à implementação do PCC 98,
verificou nenhuma redução de remuneração. sendo que em algumas houve majoração dos valores pagos.
Aduz que nesse mesmo PCS, foram, então criadas as rubricas O obreiro nem mesmo impugna especificamente tais alegações,
VP/GIP 062 e 092, sendo resultantes da unificação de rubricas limitando-se a arguir que não pode ser atingida pela nova norma
anteriores, sendo a primeira, das gratificações de incentivo à interna.
produtividade pela aplicação de coeficiente de Tempo de Serviço Por fim, saliento que tal entendimento reflete a jurisprudência do C.
sobre salário-padrão e função de confiança relativamente ao 1º e 2º TST, como se infere da seguinte ementa:
semestres e a segunda, por sua vez, da unificação das gratificações RECURSO DE REVISTA. VP-GIP. DIFERENÇAS SALARIAIS.
de incentivo à produtividade, da gratificação semestral do salário- ALTERAÇÃO DA FORMA DE PAGAMENTO PELO PLANO DE
padrão e função de confiança relativamente ao 1º e 2º semestres. CARGOS E SALÁRIOS. apesar de a vantagem pessoal VP-GIP,
De outro modo, sustenta que o obreiro recebeu por função de regulamentada pelo RH 115 da reclamada, resultar da soma do 1/3
confiança até 09/1998, tendo sido designado para Cargo do salário padrão mais 1/3 da função comissionada, a Caixa
Econômica Federal alterou o regulamento, pois a GP-VIP tem sido vantagens pessoais pagas sob as rubricas 062 e 092, e foi
paga somente com base no salário efetivo do empregado, sendo substituída pela verba -Cargo Comissionado-. A alteração do critério
que o 1/3 da função de confiança passou a integrar o valor do cargo de cálculo da parcela denominada -Vantagens Pessoais-, em razão
em comissão. Nesse contexto, considerando que a reclamada da exclusão do valor referente ao cargo comissionado da sua base
apenas deslocou o pagamento de 1/3 da função comissionada para de cálculo, caracteriza alteração contratual lesiva ao empregado,
a parcela que remunera o cargo comissionado, sem que com isso vedada pela regra legal contida no art. 468 da CLT. As vantagens
tenha acarretado prejuízo ao reclamante, consoante registrado no expressas em normas regulamentares incorporam-se ao contrato de
acórdão do TRT, não se constata alteração prejudicial. trabalho do empregado, constituindo direito adquirido. Assim,
Precedentes. Recurso de revista a que se nega provimento." RR - eventual revogação ou alteração prejudicial destas regras somente
101-57.2010.5.10.0010, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, possui o condão de alcançar novos contratos. Nesse sentido é a
Data de Julgamento: 29/08/2012, 6ª Turma, Data de Publicação: exegese da Súmula n.º 51, I, do TST, aplicável neste caso.
DEJT 31/08/2012). Precedentes da Corte. Recurso de Revista parcialmente conhecido
Dou provimento ao recurso do réu para o fim de excluir da e parcialmente provido. (...)" (ARR - 1674-67.2011.5.04.0203 Data
condenação o dever de pagamento de diferenças das verbas de Julgamento: 08/10/2014, Relatora Ministra: Maria de Assis
VP/GIP 062 e VP/GIP 092, bem como de seus reflexos. Calsing, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/10/2014).
Em razão do quanto disposto pela D. Ministra Maria Helena "(...) DIFERENÇAS A PARTIR DE JULHO DE 2008. VANTAGENS
Mallmann à fl. 1290, determino, após o término da atividade PESSOAIS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO PREJUDICIAL.
jurisdicional nesta instância, a remessa dos autos ao C. TST. ANÁLISE CONJUNTA. Segundo a jurisprudência dominante nesta
DIANTE DO EXPOSTO, DECIDO: conhecer do recurso de CAIXA Corte, a alteração do critério de cálculo da parcela denominada -
ECONÔMICA FEDERAL e o prover em parte para, nos termos da vantagens pessoais- em razão da exclusão do valor referente ao
fundamentação, excluir da condenação o dever de pagar diferenças cargo em comissão caracteriza alteração contratual lesiva à
de verbas VP/GIP 062 e VP/GIP 092 e seus reflexos." empregada, vedada pela regra legal contida no art. 468 da CLT,
sendo devidas as diferenças salariais advindas desta supressão.
O reclamante sustenta serem devidas as diferenças das vantagens Precedentes. Não conhecido. (...) "(RR - 1035-55.2011.5.04.0007,
pessoais considerando tanto a função gratificada quanto o cargo Relator Ministro: Emmanoel Pereira, 5ª Turma, DEJT 20/03/2015).
comissionado. "RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. CARGO EM
Aponta violação dos artigos 9º, 444 e 468 da CLT, bem como COMISSÃO E CTVA. INTEGRAÇÃO NA BASE DE CÁLCULO DAS
contrariedade à Súmula 51 do TST. Analiso. VANTAGENS PESSOAIS. PCS/98. EXCLUSÃO DA PARCELA DA
O Tribunal Regional indeferiu o requerimento do reclamante quanto BASE DE CÁLCULO DAS -VANTAGENS PESSOAIS-.
ao pedido de diferenças de vantagens pessoais quitadas em face ALTERAÇÃO CONTRATUAL LESIVA IMPOSSIBILIDADE. A
da incorporação dos valores da gratificação do cargo comissionado alteração do critério de cálculo da parcela denominada -vantagens
e do complemento temporário variável ajuste de mercado (CTVA). pessoais- em razão da exclusão do valor referente ao cargo
Já se encontra pacificado nesta Corte o entendimento de que as comissionado, caracteriza alteração contratual lesiva à empregada,
parcelas pagas a título de cargo em comissão e CTVA devem vedada pela regra legal contida no art. 468 da CLT. Recurso de
compor a base de cálculo das vantagens pessoais, em razão do seu revista conhecido e provido. (...)" (RR - 135-60.2011.5.04.0011,
caráter salarial. Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma, DEJT
Nesse sentido, cito precedentes envolvendo as mesmas 10/10/2014).
reclamadas: "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMANTE.
"(...) 2. BASE DE CÁLCULO DAS VANTAGENS PESSOAIS. VANTAGENS PESSOAIS. BASE DE CÁLCULO. INTEGRAÇÃO
DIFERENÇAS. INCLUSÃO DOS VALORES PERCEBIDOS PELO DAS PARCELAS CARGO EM COMISSÃO E CTVA. A implantação
EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA - CARGO do PCC/98 extinguiu as funções de confiança e criou, em
COMISSIONADO. 2.1. Improsperável o recurso de revista quando a substituição, os cargos comissionados e o CTVA, os quais deixaram
decisão recorrida está em consonância com os termos do item I da de ser computados na base de cálculo das vantagens pessoais.
Súmula 51 desta Corte, no sentido de que "as cláusulas Ora, a supressão de vantagem assegurada anteriormente com a
regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas exclusão das parcelas cargo em comissão e CTVA da base de
anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a cálculo das vantagens pessoais resulta em flagrante contrariedade
revogação ou alteração do regulamento" (art. 896, § 7º, da CLT e ao entendimento cristalizado na Súmula nº 51, I, desta Corte
Súmula 333/TST). 2.2. Evidenciado o prejuízo da reclamante com a Superior, além de caracterizar alteração contratual lesiva, vedada
implantação do plano de cargos comissionados, a decisão está, pelo art. 468 da CLT. Recurso de revista conhecido e provido." (RR
antes, em conformidade com os termos do art. 468 da CLT. - 750-56.2011.5.04.0009, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª
Recursos de revista não conhecidos. (...)" (RR - 1065- Turma, DEJT 17/04/2015)."
69.2011.5.04.0014, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Dessa forma, a exclusão das parcelas "cargo comissionado" e
Fontan Pereira, 3ª Turma, DEJT 30/04/2015). CTVA da base de cálculo das vantagens pessoais implicou
"RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. RECÁLCULO DAS alteração lesiva.
VANTAGENS PESSOAIS. INCLUSÃO DO VALOR DO CARGO Conheço, por violação do artigo 468 da CLT.
COMISSIONADO NAS RUBRICAS 062 E 092. Discute-se, no caso, 2.2- Mérito
o direito do Reclamante às diferenças salariais decorrentes das Conhecido o recurso por violação do artigo 468 da CLT, dou-lhe
alterações nos critérios de cálculo das vantagens pessoais, com a provimento para condenar a CEF ao pagamento das diferenças
criação do Plano de Cargos Comissionados, instituído em 1998. A salariais decorrentes da inclusão do valor do cargo em comissão e
Caixa Econômica Federal, em 1998, instituiu novo plano de cargos do CTVA na base de cálculo da parcela "vantagens pessoais", bem
e salários, mediante o qual extinguiu a parcela -Função de como dos reflexos postulados na inicial.
Confiança-, que tinha natureza salarial e integrava o cálculo das Nos termos do recente entendimento da jurisprudência desta Corte,
o empregador (patrocinador) é exclusivamente responsável pela ED-RR-104400-82. 2008.5.05.0014, em 1º/12/2016, assentou que a
integralização da reserva matemática, sendo indevida a atribuição condenação ao reconhecimento de diferenças de complementação
de corresponsabilidade ao beneficiário ou à entidade de de aposentadoria, decorrentes da extensão de reajustes salariais
previdência. aos inativos, impõe o recolhimento, a título de fonte de custeio, das
Já no tocante à fonte de custeio, a jurisprudência desta Corte cotas-partes do reclamante e da empresa patrocinadora. 5.
entende que o reconhecimento de diferenças de complementação Embargos de declaração da Reclamada PETROBRAS providos
de aposentadoria implica o custeio paritário do beneficiário e do para sanar omissão e contradição, com a concessão de efeito
empregador patrocinador, nos termos do artigo 6º da LC 108/2001. modificativo." (ED-ED-RR - 516-44.2010.5.01.0025 , Relator
Nesse sentido: Ministro: João Oreste Dalazen, Data de Julgamento: 15/03/2017, 4ª
"RECURSOS DE REVISTA INTERPOSTOS PELA FUNDAÇÃO Turma, Data de Publicação: DEJT 24/03/2017)
DOS ECONOMIÁRIOS FEDERAIS - FUNCEF E PELA CAIXA Assim, reconhecida a repercussão do cargo em comissão e do
ECONÔMICA FEDERAL - CEF. (...). INTEGRALIZAÇÃO DA CTVA sobre as vantagens pessoais, determino o recálculo do valor
RESERVA MATEMÁTICA EM RELAÇÃO ÀS DIFERENÇAS DE saldado e a sua integração ao salário de benefício; o desconto da
VANTAGENS PESSOAIS. Esta Corte vem sedimentando cota-parte da reclamante para o custeio do benefício relativamente
posicionamento pela necessidade de integralização da reserva às diferenças reconhecidas em seu favor; e que a diferença atuarial
matemática, considerando a inclusão da parcela CTVA ao salário de correspondente à integralização da reserva matemática seja
contribuição para efeitos de contribuição à Funcef, autorizado o suportada pela Patrocinadora" (págs. 2.926-2.933, destacou-se).
desconto da cota-parte do empregado, nos termos do Regulamento
Interno, cuja responsabilidade é exclusivamente da patrocinadora. Os embargos de declaração interpostos pela CEF foram
Por outro lado, a condenação da CEF, na qualidade de desprovidos, mediante os seguintes termos:
patrocinadora da Funcef, ao repasse da reserva matemática
necessária ao pagamento integral do benefício a que terá direito o "A embargante sustenta omissão ao acórdão desta 2ª Turma de fls.
reclamante encontra respaldo no artigo 202, caput, da Constituição 2918/2934.
Federal, que expressamente prevê a constituição de reservas que Requer: a) seja negado provimento ao apelo do reclamante quanto
garantam os benefícios postulados. Dessa forma, cada participante à inclusão da CTVA na base de cálculo das vantagens pessoais; b)
(empregado e empregador) deve se responsabilizar pela sua cota- o retorno dos autos ao TRT para julgamento dos demais tópicos do
parte com fins de preservar o equilíbrio atuarial do plano de Recurso Ordinário patronal, sob pena de supressão de instância; e
previdência. Nesses termos, o recolhimento incidirá sobre as cotas- c) sejam sanadas as omissões quanto aos seguintes tópicos: o
partes do reclamante e da reclamada patrocinadora, nos exatos recálculo do valor saldado e a sua integração ao salário de
termos do Regulamento do Plano de Benefícios. A diferença atuarial benefício; o desconto da cota-parte da reclamante para o custeio do
correspondente à integralização da reserva matemática, decorrente benefício relativamente às diferenças reconhecidas em seu favor; e
do recálculo do novo valor deferido nesta ação em exame, deve ser que a diferença atuarial correspondente à integralização da reserva
suportada pela patrocinadora, Caixa Econômica Federal, que matemática seja suportada pela Patrocinadora.
repassará à Funcef os valores relativos à sua contribuição como Esta C. Turma deu provimento ao recurso de revista da parte
patrocinadora e à contribuição do reclamante, assim como os reclamante no que tange ao tema "DIFERENÇAS DAS
valores necessários à recomposição da reserva matemática. Assim, VANTAGENS PESSOAIS (VP-GIP 062 E 092). CONSIDERAÇÃO
incumbe às partes o recolhimento de sua respectiva cota-parte DO CTVA E DO "CARGO COMISSIONADO". Estes foram os
(empregado e empregadora) ao fundo previdenciário. Por sua vez, a fundamentos:
patrocinadora, CEF, detém a responsabilidade pelos juros de mora, (...)
correção monetária e o aporte financeiro destinado à recomposição Analiso.
da reserva matemática. Nesse contexto, não há falar em Não há omissão a ser sanada, na medida em que a Turma
responsabilidade solidária das reclamadas quanto à recomposição reconheceu a repercussão do cargo em comissão e do CTVA sobre
da reserva matemática. Recurso de revista não conhecido." (RR - as vantagens pessoais do reclamante; determinou o recálculo do
2402-10.2011.5.12.0002 , Relator Ministro: José Roberto Freire valor saldado e a sua integração ao salário de benefício; o desconto
Pimenta, Data de Julgamento: 24/05/2017, 2ª Turma, Data de da cota-parte do reclamante para o custeio do benefício
Publicação: DEJT 26/05/2017 - g.n.) relativamente às diferenças reconhecidas em seu favor; e que a
"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEITO MODIFICATIVO. diferença atuarial correspondente à integralização da reserva
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. DIFERENÇAS. matemática seja suportada pela Patrocinadora.
RESERVA MATEMÁTICA. FONTE DE CUSTEIO. DISTINÇÃO 1. A Não se trata, portanto, de omissão, mas de adoção de fundamentos
aferição da reserva matemática condiciona-se à realização de diversos daqueles sustentados pela recorrente, não cabendo
cálculos atuariais, levando-se em conta diversos fatores. 2. O revisão do decidido em sede de embargos de declaração.
custeio do plano de benefícios, por sua vez, traduz-se no conjunto Como expressamente referido no acórdão embargado, todos os
de regras destinadas a estabelecer reservas destinadas à cobertura dispositivos legais, constitucionais e entendimentos sumulados
dos compromissos assumidos pelo plano de benefícios. Nos termos invocados pelas partes, mesmo que não expressamente
do art. 6º da Lei Complementar nº 108/2001, "o custeio dos planos mencionados, foram enfrentados mediante a adoção de tese
de benefício será responsabilidade do patrocinador e dos explícita sobre as questões ventiladas, restando, portanto,
participantes, inclusive assistidos". 3. Conforme entendimento prequestionados.
consolidado pela Subseção I Especializada em Dissídios Individuais Evidencia-se a intenção da embargante de rediscutir os
do TST, a recomposição da reserva matemática é de fundamentos adotados no acórdão embargado e obter o reexame
responsabilidade exclusiva da patrocinadora do plano de benefícios. da matéria julgada, pretensão que não se coaduna com a finalidade
4. Quanto à fonte de custeio, a Subseção I Especializada em dos embargos de declaração, que são cabíveis nas hipóteses
Dissídios Individuais do TST, no julgamento do processo nº TST-E- previstas nos artigos 897-A da CLT e 1.022 do NCPC, o que não se
DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos "TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTA NO ÂMBITO DA
93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ARTIGO 71, § 1º, DA LEI Nº 8.666/93
Publique-se. E RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO ENTE PÚBLICO
Brasília, 20 de fevereiro de 2020. PELAS OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS DO EMPREGADOR
CONTRATADO. POSSIBILIDADE, EM CASO DE CULPA IN
VIGILANDO DO ENTE OU ÓRGÃO PÚBLICO CONTRATANTE,
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) NOS TERMOS DA DECISÃO DO STF PROFERIDA NA AÇÃO
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE Nº 16-DF E NO
Ministro Presidente da Segunda Turma JULGAMENTO DO RE Nº 760.931-DF (TEMA Nº 246 DA
REPERCUSSÃO GERAL). SÚMULA Nº 331, ITEM V, DO
Processo Nº E-Ag-RR-0000385-31.2015.5.20.0004 TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Este Relator, por meio de
Complemento Processo Eletrônico decisão monocrática, deu provimento ao agravo de instrumento da
Relator Relator do processo não cadastrado segunda reclamada quanto ao tema para processar o seu recurso
Embargante PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - de revista e, por conseguinte, conhecê-lo por violação do artigo 71,
PETROBRAS § 1º, da Lei nº 8.666/93 e, no mérito, deu-se provimento para afastar
Advogado Dr. Dirceu Marcelo Hoffmann(OAB: a sua responsabilidade subsidiária, e, assim, excluí-lo da relação
16538/GO)
processual. A pretensão recursal é de que seja a matéria
Embargado SOUZA NETO ENGENHARIA E
PLANEJAMENTO LTDA. examinada sob a ótica do ônus da prova após o julgamento pelo
Embargado LUCIANA VILANOVA ALMEIDA Supremo Tribunal Federal. No caso, conforme ficou decidido pelo
Advogada Dra. Roberta Gois de Andrade Supremo Tribunal Federal, com eficácia contra todos e efeito
Mendonça(OAB: 4138/SE) vinculante (artigo 102, § 2º, da Constituição Federal), ao julgar a
Advogado Dr. Raimundo Cézar Britto Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 16-DF, é constitucional
Aragão(OAB: 32147-A/DF)
o artigo 71, § 1º, da Lei de Licitações (Lei nº 8.666/93), na redação
Intimado(s)/Citado(s): que lhe deu o artigo 4º da Lei nº 9.032/95, com a consequência de
que o mero inadimplemento de obrigações trabalhistas causado
- LUCIANA VILANOVA ALMEIDA
pelo empregador de trabalhadores terceirizados, contratados pela
Administração Pública, após regular licitação, para lhe prestar minimalista. Por consequência, este Tribunal Superior do Trabalho,
serviços de natureza contínua, não acarreta a essa última, de forma ao entender que é do ente público o ônus da prova acerca das
automática e em qualquer hipótese, sua responsabilidade principal medidas fiscalizatórias exigidas pela Lei nº 8.666/93 nos casos de
e contratual pela satisfação daqueles direitos. No entanto, segundo contratação terceirizada, não está descumprindo as referidas
também expressamente decidido naquela mesma sessão de decisões do STF. Na hipótese dos autos, constata-se, portanto, não
julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, isso não significa que, haver, no acórdão regional, nenhuma referência ao fato de que o
em determinado caso concreto, com base nos elementos fático- ente público demandado praticou os atos de fiscalização do
probatórios delineados nos autos e em decorrência da interpretação cumprimento, pelo empregador contratado, das obrigações
sistemática daquele preceito legal em combinação com outras trabalhistas referentes aos trabalhadores terceirizados, o que era de
normas infraconstitucionais igualmente aplicáveis à controvérsia seu exclusivo onus probandi e é suficiente, por si só, para
(especialmente os artigos 54, § 1º, 55, inciso XIII, 58, inciso III, 66, caracterizar a presença da conduta omissiva da Administração
67, caput e seu § 1º, 77 e 78 da mesma Lei nº 8.666/93 e os artigos Pública, configuradora de sua culpa in vigilando. Agravo provido"
186 e 927 do Código Civil, todos subsidiariamente aplicáveis no (págs. 791-794, destacou-se).
âmbito trabalhista por força do parágrafo único do artigo 8º da CLT),
não se possa identificar a presença de culpa in vigilando na conduta Alega a segunda reclamada, Petrobras, em suas razões de
omissiva do ente público contratante, ao não se desincumbir embargos, que é vedado o reconhecimento da responsabilidade
satisfatoriamente de seu ônus de comprovar ter fiscalizado o cabal subsidiária do ente público com base no mero inadimplemento do
cumprimento, pelo empregador, das obrigações trabalhistas, como tomador no cumprimento das obrigações trabalhistas.
estabelecem aquelas normas da Lei de Licitações e também, no Aduz que deve haver prova da culpa in eligendo ou in vigilando da
âmbito da Administração Pública federal, a Instrução Normativa nº tomadora de serviços, não devendo ser reconhecida a
2/2008 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão responsabilidade subsidiária com base na distribuição do ônus da
(MPOG), alterada por sua Instrução Normativa nº 3/2009. Nesses prova em desfavor do ente público.
casos, sem nenhum desrespeito aos efeitos vinculantes da decisão Cita arestos para cotejo de teses.
proferida na ADC nº 16-DF e da própria Súmula Vinculante nº 10 do Ao exame.
STF, continua perfeitamente possível, à luz das circunstâncias Discute-se a possibilidade de atribuição de responsabilidade
fáticas da causa e do conjunto das normas infraconstitucionais que subsidiária a entes públicos por dívidas trabalhistas surgidas em
regem a matéria, que se reconheça a responsabilidade contratos de terceirização de serviços.
extracontratual, patrimonial ou aquiliana do ente público contratante Na hipótese, o Regional destacou que, "diante da simples alegação
autorizadora de sua condenação, ainda que de forma subsidiária, a de que procedeu à devida fiscalização do contrato, sem
responder pelo adimplemento dos direitos trabalhistas de natureza demonstração, denota-se que a PETROBRAS não adotou medidas
alimentar dos trabalhadores terceirizados que colocaram sua força capazes de impedir o inadimplemento das obrigações laborais pela
de trabalho em seu benefício. Tudo isso foi consagrado pelo Pleno empresa contratada, decorrendo a atribuição de responsabilidade
do Tribunal Superior do Trabalho, ao revisar a Súmula nº 331, da omissão de fiscalizá-la durante a execução do contrato (culpa in
atribuindo nova redação ao seu item IV e inserindo o item V, nos vigilando)" (pág. 626)".
seguintes termos: "SÚMULA Nº 331. CONTRATO DE PRESTAÇÃO Nesse contexto, a Segunda Turma reformou a decisão regional, ao
DE SERVIÇOS. LEGALIDADE. (...) IV - O inadimplemento das fundamento de que é da Administração Pública o encargo de
obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a comprovar a efetiva fiscalização do contrato celebrado com a
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto prestadora de serviços.
àquelas obrigações, desde que haja participado da relação No julgamento do Recurso Extraordinário nº 760.931-DF, em debate
processual e conste também do título executivo judicial. V - Os representativo do Tema nº 246 de repercussão geral reconhecida, o
entes integrantes da Administração Pública direta e indireta Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese de repercussão
respondem subsidiariamente nas mesmas condições do item IV, geral: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos
caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder
obrigações da Lei nº 8.666, de 21.06.1993, especialmente na Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da
prestadora de serviço como empregadora. A aludida Lei nº 8.666/93".
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das Provocado, por meio de embargos de declaração da União e de
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente dois amici curiae, a se manifestar sobre a qual parte cabe o ônus da
contratada" (destacou-se). Por ocasião do julgamento do RE nº prova referente à ocorrência, ou não, da efetiva fiscalização da
760.931-DF, o Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese de contratação terceirizada, prevaleceu então o entendimento, naquela
repercussão geral: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas Corte Suprema, de que não se poderia enfrentar, em embargos de
dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao declaração, questões não definidas no julgamento do recurso
Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, principal, já que o Supremo Tribunal Federal, ao fixar a tese de
seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, repercussão geral, optou por uma redação minimalista.
da Lei nº 8.666/93". Provocado, por meio de embargos de Por consequência, o Tribunal Superior do Trabalho, ao entender
declaração da União e de dois amici curiae, a se manifestar sobre a que é do ente público o ônus da prova acerca das medidas
qual parte cabe o ônus da prova referente à ocorrência, ou não, da fiscalizatórias exigidas pela Lei nº 8.666/93 nos casos de
efetiva fiscalização da contratação terceirizada, prevaleceu então o contratação terceirizada, não está descumprindo as referidas
entendimento, naquela Corte Suprema, de que não se poderia decisões do STF.
enfrentar, em embargos de declaração, questões não definidas no Além disso, após a decisão final acerca do Tema nº 246 de
julgamento do recurso principal, já que o Supremo Tribunal Federal, repercussão geral, a Subseção I Especializada em Dissídios
ao fixar a tese de repercussão geral, optou por uma redação Individuais, órgão uniformizador de jurisprudência interna corporis,
cuidou de pacificar a matéria no âmbito trabalhista, de forma a Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
definir a quem cabe demonstrar a omissão fiscalizatória. JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
Por oportuno, a SbDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho, em Ministro Presidente da Segunda Turma
12/12/2019, no julgamento do Processo nº E-RR-925-
07.2016.5.05.0281, de relatoria do Ministro Cláudio Mascarenhas Processo Nº E-ED-ARR-0001384-66.2015.5.20.0009
Brandão, em sua composição completa e por expressiva maioria, Complemento Processo Eletrônico
firmou posicionamento no sentido de que cabe ao ente público o Relator Relator do processo não cadastrado
encargo de demonstrar a vigilância adequada no cumprimento das Embargante BANCO DO ESTADO DE SERGIPE
S.A. - BANESE
obrigações trabalhistas pela empresa prestadora dos serviços (onze
Advogada Dra. Érika Cassinelli Palma(OAB:
votos na defesa desse entendimento e três contra). 189994/SP)
Transcreve-se a elucidativa ementa do citado precedente: Advogado Dr. Sérgio Luís Porto(OAB:
253032/SP)
"RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA Embargado ELIZABETE ROCHA MENEZES DA
SILVA
REGIDO PELA LEI Nº 13.467/2017. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Advogado Dr. José Washington Nascimento de
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CONTRATO DE Souza(OAB: 4099/SE)
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LICITAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA Advogado Dr. Márcio de Souza Freitas(OAB:
PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 760.931. 5485/SE)
REPERCUSSÃO GERAL. SÚMULA Nº 331, V, DO TST. RATIO
DECIDENDI. ÔNUS DA PROVA. No julgamento do RE nº 760.931, Intimado(s)/Citado(s):
o Supremo Tribunal Federal firmou a seguinte tese, com - BANCO DO ESTADO DE SERGIPE S.A. - BANESE
repercussão geral: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas - ELIZABETE ROCHA MENEZES DA SILVA
dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao
Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento,
seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014
da Lei nº 8.666/93". O exame da ratio decidendi da mencionada
decisão revela, ainda, que a ausência sistemática de fiscalização, PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
quanto ao cumprimento das obrigações trabalhistas pela EMBARGOS
prestadora, autoriza a responsabilização do ente público. Após o
julgamento dos embargos de declaração e tendo sido Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada
expressamente rejeitada a proposta de que fossem parcialmente em 19/12/2019 e embargos interpostos em 12/2/2020).
acolhidos para se esclarecer que o ônus da prova desse fato Representação processual: regular (procuração, pág. 685).
pertencia ao empregado, pode-se concluir que cabe a esta Corte Preparo: satisfeito (depósito recursal, págs. 1.226, 1.562, 1.782 e
Superior a definição da matéria, diante de sua natureza 1.877; custas, pág. 1.228).
eminentemente infraconstitucional. Por esse fundamento e com Assim, estão atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade
base no Princípio da Aptidão da Prova, é do ente público o encargo do recurso.
de demonstrar que atendeu às exigências legais de
acompanhamento do cumprimento das obrigações trabalhistas pela PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
prestadora de serviços. No caso, o Tribunal Regional consignou que EMBARGOS
os documentos juntados aos autos pelo ente público são
insuficientes à prova de que houve diligência no cumprimento do PRESCRIÇÃO. PROMOÇÕES PREVISTAS EM PLANO DE
dever de fiscalização, relativamente ao adimplemento das CARGOS E SALÁRIOS
obrigações trabalhistas da empresa terceirizada. Ou seja, não se
desincumbiu do ônus que lhe cabia. A Egrégia Turma, por sua vez, A Segunda Turma deu provimento ao recurso de revista interposto
atribuiu ao trabalhador o ônus da prova, razão pela qual merece pela reclamante, quanto ao tema em epígrafe, alicerçando-se, para
reforma a decisão embargada, a fim de restabelecer o acórdão tanto, nos fundamentos sintetizados na seguinte ementa, in verbis:
regional. Recurso de embargos conhecido e provido." (E-RR- 925-
07.2016.5.05.0281, Subseção I Especializada em Dissídios "O Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região manteve a
Individuais, Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado sentença quanto ao reconhecimento da prescrição total da
em 12/12/2019, acórdão pendente de publicação). pretensão da autora relativa ao pagamento de diferenças salariais
fundadas em promoções na carreira:
Logo, inviável o processamento do recurso de embargos, nos
termos do artigo 894, § 2º, da CLT. "DA PREJUDICIAL DE MÉRITO - DA PRESCRIÇÃO - MATÉRIA
AVENTADA NO RECURSO DO RECLAMANTE
CONCLUSÃO A reclamante insurge-se quanto ao reconhecimento, pela sentença,
da prescrição total com relação à verba de promoção por tempo de
DENEGO seguimento ao recurso de embargos, com fundamento serviço.
nos artigos 93, inciso VIII, do Regimento Interno do Tribunal Argumenta ter havido equívoco da Magistrada, posto que não houve
Superior do Trabalho e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014. alteração contratual, mas apenas suspensão por tempo
Publique-se. indeterminado das promoções horizontais, de forma unilateral;
Brasília, 20 de fevereiro de 2020. permanecendo, diz, vigente a norma que dá direito às promoções.
Aduz que a suspensão das promoções previstas em norma interna
da empresa, por ato do empregador, não configura propriamente
alteração das condições de trabalho, mas descumprimento do É de ser esclarecido que, em 1996, houve apenas, por via da
pactuado quando da admissão do empregado; descumprimento resolução, a suspensão do normativo referente às promoções, sem
que, a seu ver, se renova mês a mês e atrai a incidência da Súmula que fosse ele excluído do mundo jurídico expressamente.
nº 452 do TST. Entrementes, tem-se que, desde 1997, foram editados novos
Entende que suspender as promoções através de uma resolução ou regramentos, para a remuneração da carreira, que, estabelecendo
deixar de aplicar a norma tem o mesmo efeito, sendo, diz, o caso de diversamente ao anterior, resulta por afastá-lo; de maneira que,
prescrição quinquenal, a teor do inciso XXIX do art. 7º da também em decorrência do princípio da segurança jurídica, não se
Constituição Federal. pode vindicar, vinte anos depois, alegados direitos previstos no
Menciona que, em caso idêntico, esta segunda Turma manifestou- normativo anterior.
se pela aplicação da prescrição parcial, indicando o processo nº. Inclusive, em 1997, por via da Resolução nº 97, que aprovou
0000975-07.2012.5.20.0006; e que o TST manteve a decisão. alteração na estrutura de cargos e funções do demandado e das
Indica que a primeira Turma deste Regional também adotou tal respectivas tabelas salariais, houve expressa disposição no sentido
entendimento nos autos do processo nº. 0001273- de que revogavam-se as disposições em contrário, pelo que se
19.2014.5.20.0009. reconhece que houve revogação expressa do normativo em que se
Colaciona julgados em defesa de sua tese. baseia o reclamante, para o seu pleito.
Assevera que, no presente caso, as promoções horizontais foram Ainda, é de ser acrescentado que, por via da Ação tombada com o
instituídas por norma interna da empresa e depois suspensas de nº0020392-40.2012.5.20.0007 , ajuizada em 06/09/2012, o
forma unilateral, causando-lhe lesão que se renova mês a mês, eis Sindicato dos Bancários ingressou com Ação de Cumprimento em
que lhe causa redução mensal no salário, contando-se, diz, a partir face do aqui demandado, substituindo os empregados do BANESE,
daí, o prazo prescricional, nos termos da Súmula nº. 294 do TST. alegando que há mais de vinte anos lutava pela implantação de um
Requer a reforma da sentença, condenando o reclamado ao Plano de Cargos, que permitisse a progressão de carreira e
pagamento das diferenças do período imprescrito, resultantes das pleiteando, justamente, a criação de tal Plano. Ora, a afirmação do
promoções por tempo de serviço. Sindicato de que não existia Plano, com o pleito de sua criação,
Assim se pronunciou a sentença: expressa o reconhecimento de que inexistia Plano de Cargos ou
"DA PRESCRIÇÃO - sigo o entendimento de que o pedido de Regulamento Empresarial que previsse promoções de carreira, seja
pagamento de diferença salarial escudado em alteração contratual por mérito ou por antiguidade; reforçando, assim, o fato de que,
realizada em abril de 1996 pela Diretoria do banco reclamado, realmente, com a Resolução nº 97 do ano 1997, houve revogação
através da Resolução nº 000056, ceifando direito do empregado de qualquer Regulamento Empresarial que previsse promoções e
previsto em normativo interno, constitui ato único do empregador, reafirmando, por conseguinte, a ocorrência da prescrição total, por
de sorte que incide sobre o pleito requerido na alínea "a" a hipótese se tratar, como já mencionado, de parcela não garantida em lei,
da prescrição quinquenal total, consoante entendimento consagrado decorrente de regramento da empresa, revogada por ato único do
na Súmula 294 do C. empregador.
Extingo, com resolução do mérito, o pedido de pagamento de Mantém-se, portanto, a decisão que estabeleceu a prescrição total"
diferenças salariais em função das promoções automáticas por (págs. 1.294-1.296, grifou-se).
tempo de serviço, nos termos do art. 269 do CPC.
No entanto, quanto às demais parcelas requeridas, estas sim foram Os embargos de declaração interpostos pela reclamante quanto ao
parcialmente fulminadas pela prescrição quinquenal, de sorte que tema foram rejeitados nos termos seguintes:
declaro a prescrição do direito de agir do Reclamante no tocante "MÉRITO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DO
aos direitos prescritíveis e exigíveis por via acionária no período RECLAMANTE DAS PROMOÇOES POR TEMPO DE SERVIÇO
anterior a 08/09/2010, ex vi dos artigos 7º, inciso XXIX, da CF/88, e Argumenta o embargante que há Planos de Cargos e Salários
269 do CPC". vigentes, acostados aos autos e que a Resolução 97/1997, em seu
Analisa-se. Anexo I, que trata do quadro efetivo, apenas reduziu as referências
A insurgência recursal, quanto à prescrição, cinge-se à declaração, que eram sete letras, transformando-as em cinco níveis, mantendo
pela sentença, da prescrição total, com relação ao pleito de toda a estrutura anterior.
diferenças salariais. Alega que foi criado um novo e mais perverso sistema para o
Tratam-se de diferenças salariais, com alegação de ocorrência de quadro efetivo, no qual se inclui o cargo de Agente de Serviços
lesão em abril de 1996, quando, segundo alegado pelo autor, foi Bancários, reduzindo de sete para apenas cinco referências e
expedida resolução pelo banco reclamado, suspendendo a eficácia mesmo assim não procedeu às novas promoções.
de resolução anteriormente editada, suprimiu-lhe o direito às Observa que os normativos de 2002 e 2005, posteriores às
promoções horizontais. Resoluções 97/1997 e 194/2001, permanecem com o sistema de
É, pois, hipótese de incidência da prescrição total, nos termos do promoções até o nível V, sendo incontroverso que a embargante há
entendimento jurisprudencial consolidado na Súmula nº 294 do TST, muito tempo deveria estar no último nível.
pois que não se trata de parcela está assegurada em lei e que foi Ressalta que inexiste, nos autos, qualquer indício de plano de
suprimida há mais de cinco anos da propositura da ação, através de cargos e salários que tenha estabelecido novas regras em favor dos
ato único do empregador. colaboradores do Banco do Estado de Sergipe. Acrescenta que a
Após a mencionada supressão, houve, por parte da entidade modificação que ocorreu no cargo da embargante foi para pior,
empresarial, a aprovação de novas regulamentações, também por reduzindo os níveis de promoção, permanecendo com os avanços
resolução, por via das quais houve alteração na estrutura salarial horizontais suspensos.
dos cargos e funções do recorrente, nas quais, diga-se, existe Apresenta diversos arestos do C. TST, no sentido de que o prazo
cláusula expressa no sentido de revogar as disposições em prescricional aplicável à pretensão de pagamentos de diferenças
contrário, entre as quais se insere, por conseguinte, a concessão salariais decorrentes de promoções previstas em planos de cargos
das promoções, nos termos antes existentes. e salários seria a parcial, nos termos da Súmula 452 do TST.
Objetiva o prequestionamento de matérias elencadas no item 1 a 6 a lesão é sucessiva e se renova mês a mês'. Agravo de instrumento
da petição de embargos (ID f9ed968-Pág.18). desprovido" (AIRR - 11983-47.2017.5.18.0010, Data de Julgamento:
Aprecia-se. 18/6/2019, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma,
O Acordão assim manifestou-se: Data de Publicação: DEJT 28/6/2019).
(...) "AGRAVO CONTRA DECISÃO DE PRESIDENTE DE TURMA QUE
Resta evidenciado o intuito de rediscutir o que restou decidido, NEGA SEGUIMENTO A RECURSO DE EMBARGOS EM
utilizando-se de meio processual inadequado. Houve o RECURSO DE REVISTA. PRESCRIÇÃO PARCIAL. ALCANCE.
pronunciamento sobre a incidência, na hipótese dos autos, da PROMOÇÕES PREVISTAS NO PLANO DE CARGOS E
prescrição parcial. SALÁRIOS. Tratando-se de descumprimento de critérios de
Cotejando-se as razões expendidas na peça de embargos de promoção estabelecidos em Plano de Cargos e Salários, a
declaração e o decidido por esta Corte, conforme excerto acima prescrição incidente é parcial, pois a lesão é sucessiva e se renova
transcrito, verifica-se que este Órgão julgador realizou a devida mês a mês. Essa é a diretriz consubstanciada na Súmula 452 do
análise dos autos para firmar o seu convencimento, tendo sido TST. Assim, em se tratando de prestações sucessivas decorrentes
observados, inclusive, os princípios do livre convencimento ou do descumprimento do pactuado, os efeitos da declaração da
convencimento racional, disposto no art. 371 do CPC/2015 e da prescrição quinquenal incidem tão somente sobre as diferenças
fundamentação das decisões, previsto no art. 489 do mesmo salariais anteriores ao mencionado termo, e não sobre o fundo do
diploma legal, bem assim no art. 93, IX da Constituição Federal. direito. O entendimento desta Corte é no sentido da possibilidade do
Tem-se como requisito indispensável para o prequestionamento a reconhecimento de direito às promoções referentes ao período
existência de omissão do tribunal quanto a aspecto ventilado, anterior ao quinquênio prescricional, porquanto somente os efeitos
sanando-a pela apreciação da matéria e adoção, explicitamente, de decorrentes das promoções estarão sujeitos à incidência do corte
tese a respeito. Ausente aspecto omisso, objetivando a embargante prescricional. Decisão agravada que se mantém, ante o disposto no
revolver a avaliação probatória desenvolvida, não há que se falar artigo 894, § 2º, da CLT. Agravo conhecido e não provido" (Ag-E-
em prequestionamento de matéria, à luz do entendimento RR - 1428-38.2012.5.18.0012, Data de Julgamento: 27/6/2019,
consubstanciado na Súmula nº 04 deste E. Tribunal" (págs. 1.484- Relator Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, Subseção I
1.485, grifou-se). Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT
2/8/2019).
Nas razões de recurso de revista, a reclamante sustenta a "3. DIFERENÇAS SALARIAIS DECORRENTES Da
prescrição parcial da pretensão envolvendo o pagamento de INOBSERVÂNCIA DE CRITÉRIOS DE PROMOÇÕES PREVISTAS
diferenças salariais fundadas em promoções por antiguidade, EM PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS. PRESCRIÇÃO PARCIAL.
indicando ofensa aos artigos 5º, inciso XXXVI, da Constituição da SÚMULA 452/TST. 4. DIFERENÇAS SALARIAIS. SUSPENSÃO
República e 468 da CLT, e contrariedade às Súmulas nos 51 e 452 DAS PROMOÇÕES POR TEMPO DE SERVIÇO. SÚMULA
do TST, além de colacionar arestos para caracterização de 51/I/TST. DECISÃO DENEGATÓRIA. MANUTENÇÃO. Segundo a
divergência jurisprudencial. jurisprudência que se tornou dominante, o inadimplemento das
Ao exame. promoções previstas em regulamento empresarial (PCS) ocasiona
Conforme se observa do acórdão regional, a demanda da autora lesão renovada mês a mês, sempre que se tornar exigível a
consiste no pagamento de diferenças salariais decorrentes da obrigação, ou seja, enquanto não efetuada a promoção a que faz
inobservância dos critérios de promoção estabelecidos em Plano de jus o empregado, cujo direito se renova no tempo, como é a
Cargos e Salários criado pelo banco reclamado. hipótese retratada pelo Tribunal Regional. Não se há falar, aqui, em
A matéria acerca do prazo prescricional aplicável às demandas alteração do pactuado, mas descumprimento reiterado do próprio
envolvendo diferenças salariais decorrentes de promoções está regulamento da empresa, o que enseja a simples prescrição parcial
pacificada nesta Corte uniformizadora por meio da Súmula nº 452, quinquenal. Aplica-se, desse modo, o critério explicitado na Súmula
in verbis: 452 do TST. Desse modo, não há como assegurar o processamento
"DIFERENÇAS SALARIAIS. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS. do recurso de revista quando o agravo de instrumento interposto
DESCUMPRIMENTO. CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO NÃO não desconstitui os termos da decisão denegatória, que subsiste
OBSERVADOS. PRESCRIÇÃO PARCIAL. Tratando-se de pedido por seus próprios fundamentos. Agravo de instrumento desprovido"
de pagamento de diferenças salariais decorrentes da inobservância (AIRR - 1273-19.2014.5.20.0009, Data de Julgamento: 17/2/2016,
dos critérios de promoção estabelecidos em Plano de Cargos e Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, 3ª Turma, Data de
Salários criado pela empresa, a prescrição aplicável é a parcial, pois Publicação: DEJT 19/2/2016).
a lesão é sucessiva e se renova mês a mês". Diante do exposto, conheço do recurso de revista por contrariedade
A respeito do tema em discussão, os seguintes precedentes: à Súmula nº 452 do TST.
"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. II - MÉRITO
RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº A consequência lógica do conhecimento do recurso de revista por
13.015/2014. PRESCRIÇÃO PARCIAL E QUINQUENAL. contrariedade à Súmula nº 452 do TST é o provimento do apelo.
PROMOÇÕES POR ANTIGUIDADE E MERECIMENTO. Assim, dou provimento ao recurso de revista interposto pela
DIFERENÇAS SALARIAIS. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS. reclamante para, reformando o acórdão regional, declarar a
DESCUMPRIMENTO. A matéria acerca do prazo prescricional prescrição parcial e quinquenal da pretensão da autora envolvendo
aplicável às demandas envolvendo diferenças salariais decorrentes o pagamento de diferenças salariais fundadas em progressões na
de promoções está pacificada nesta Corte uniformizadora por meio carreira, conforme a Súmula nº 452 do TST. Em consequência, para
da Súmula nº 452, segundo o qual, 'tratando-se de pedido de determinar o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem para
pagamento de diferenças salariais decorrentes da inobservância que prossiga no exame da demanda envolvendo as progressões,
dos critérios de promoção estabelecidos em Plano de Cargos e como entender de direito" (págs. 1.843-1.849, destacou-se).
Salários criado pela empresa, a prescrição aplicável é a parcial, pois
Os embargos de declaração interpostos pelo banco reclamado supressão unilateral da concessão de progressões previstas em
foram providos para sanar omissão, sem efeito modificativo, nos regulamento da empresa.
seguintes termos: A Segunda Turma assentou a tese de que o prazo prescricional da
pretensão referente ao pagamento de diferenças salariais
"O Banco do Estado de Sergipe S.A. - BANESE interpõe embargos decorrentes de promoções, em razão do descumprimento de plano
de declaração (págs. 1852-1856), com fundamento no artigo 897-A de carreira previsto em regulamento interno da empresa, não
da CLT, contra o acórdão pelo qual foi provido o recurso de revista comporta mais discussão, em razão do disposto na Súmula nº 452
da reclamante para determinar o retorno dos autos à Vara do do Tribunal Superior do Trabalho, segundo a qual é aplicável a
Trabalho de origem para exame da demanda envolvendo diferenças prescrição parcial, porquanto consiste em lesão de trato sucessivo e
salariais fundadas em progressão na carreira. que se renova mês a mês.
Em minuta de embargos de declaração, o BANESE aponta omissão Eis o teor da Súmula nº 452 do Tribunal Superior do Trabalho:
quanto à alegação de contrariedade à Súmula nº 294 do TST, "DIFERENÇAS SALARIAIS. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS.
invocada em contrarrazões ao recurso de revista da autora, e que DESCUMPRIMENTO. CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO NÃO
dispõe sobre a prescrição total da pretensão envolvendo o OBSERVADOS. PRESCRIÇÃO PARCIAL. (conversão da
pagamento de diferenças salariais, decorrentes de alteração Orientação Jurisprudencial nº 404 da SBDI-1) - Res. 194/2014,
contratual, como no caso dos autos. DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014. Tratando-se de pedido de
O reclamado insiste na alegação de inaplicabilidade da Súmula nº pagamento de diferenças salariais decorrentes da inobservância
452 do TST ao caso dos autos, ao sustentar que a controvérsia em dos critérios de promoção estabelecidos em Plano de Cargos e
exame não está fundada em plano de carreira, mas em regulamento Salários criado pela empresa, a prescrição aplicável é a parcial, pois
empresarial. a lesão é sucessiva e se renova mês a mês".
É o relatório.
VOTO Com efeito, como a hipótese retratada pelo Tribunal Regional
O recurso de revista interposto pela reclamante foi provido nos compreende pretensão às diferenças salariais em razão da não
termos seguintes: observância aos critérios de concessão de promoções previstas em
(...) regulamento empresarial, não há falar em alteração do pactuado
Compulsando os autos, observa-se que o Banco reclamado, em por ato único do empregador, mas sim em descumprimento
contrarrazões ao recurso de revista da reclamante, de fato, postulou reiterado de norma regulamentar criada pelo réu, que provoca lesão
a aplicação da prescrição total da pretensão quanto ao pagamento que se renova mês a mês.
de diferenças salariais fundadas em progressão, com base na Nesse contexto, estando a decisão embargada em consonância
Súmula nº 294 do TST, a qual não foi objeto de exame no acórdão com a Súmula nº 452 desta Corte, fica superada a alegação de
embargado Passo ao exame da omissão. caracterização de dissenso de teses, bem como de contrariedade à
Conforme destacado no acórdão embargado, a matéria acerca da Súmula n° 294 do TST, ante o disposto no artigo 894, § 2º, da CLT.
natureza jurídica do prazo prescricional aplicável às demandas que
discutem diferenças salariais decorrentes de progressão na carreira CONCLUSÃO
não comporta mais discussão, tendo em vista o teor da Súmula nº
452, no sentido da prescrição parcial, por se tratar de lesão de trato DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos
sucessivo. 93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
Com efeito, não subsiste a tese invocada pelo reclamado quanto à Publique-se.
aplicação da Súmula nº 294 do TST, ante a especificidade da Brasília, 02 de março de 2020.
Súmula nº 452 aplicada no acórdão embargado.
Diante do exposto, dou provimento aos embargos de declaração
para sanar omissão, sem, contudo, imprimir efeito modificativo ao Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
julgado embargado" (págs. 1.862-1.864, destacou-se). JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
Ministro Presidente da Segunda Turma
Alega o banco reclamado, nas razões de embargos, que "o que Processo Nº E-Ag-RR-0000944-78.2014.5.03.0106
busca o recorrente através desta medida é um posicionamento Complemento Processo Eletrônico
definitivo por esse C. TST acerca aplicação da Súmula 294/TST Relator Relator do processo não cadastrado
quando previsão de acréscimos salariais são previstas em Embargante EMPRESA BRASILEIRA DE
CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT
Regulamento de Empresa e não em Plano de Cargos e Salários"
Advogada Dra. Ana Lúcia de Almeida(OAB:
(pág. 1.871). 43032/MG)
Aduz que "ao contrário do que consignou a E. 2ª Turma do C. TST, Advogada Dra. Mariana Nunes Scandiuzzi(OAB:
portanto, o Colegiado regional delimitou premissa fática de que 24064/DF)
houve sim ato único do empregador ao suprimir as progressões Embargado SAMUEL GLAUCIANO DA CRUZ
salariais em 1996, com expressa revogação através da resolução Advogado Dr. Rafael Fontes Sucupira(OAB:
124448/MG)
97/1997 e que não há no recorrente um plano de cargos e salários,
Embargado EMPREZA GESTÃO DE PESSOAS E
mediante declaração do próprio sindicato representativo" (pág. SERVIÇOS LTDA.
1.873). Advogado Dr. Nelson Wilians Fratoni
Indica contrariedade à Súmula nº 294 do TST. Colaciona arestos Rodrigues(OAB: 107878/MG)
para confronto de teses.
Ao exame. Intimado(s)/Citado(s):
Trata-se de pedido de pagamento de diferenças decorrentes da
- EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - Julgando procedente a ADC 16, o Supremo Tribunal Federal assim
ECT
se pronunciou: (...) O posicionamento do Col. STF cristaliza
- EMPREZA GESTÃO DE PESSOAS E SERVIÇOS LTDA.
entendimento segundo o qual, no caso de terceirização lícita, não
- SAMUEL GLAUCIANO DA CRUZ
se há falar em responsabilidade contratual da Administração Pública
pelo adimplemento de verbas trabalhistas dos empregados
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014
terceirizados, conforme dispõe o art. 71, §1º, da Lei nº 8.666/1993.
Todavia, tal raciocínio jurídico não inviabiliza a responsabilização
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
dos entes estatais por créditos trabalhistas relativos à prestação de
EMBARGOS
serviços terceirizados, quando presentes os pressupostos fático-
jurídicos ensejadores da responsabilidade civil subjetiva e
Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada
extracontratual, a qual sujeita ao dever de reparar o dano causado
em 19/11/2019; embargos interpostos em 10/12/2019).
tanto as instituições privadas quanto as públicas.
Representação processual: regular (procuração, pág. 971; custas,
Entendimento diverso conduziria a uma absoluta e generalizada
pág. 972).
irresponsabilidade da Administração Pública em situações de
Preparo: inexigível (artigos 1º, inciso IV, do Decreto-Lei nº 779/69 e
evidente cumplicidade ao desrespeito a direitos trabalhistas dos
790-A, inciso I, da Consolidação das Leis do Trabalho).
empregados prejudicados.
Assim, estão atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade
Dessa forma, entendo que a Administração Pública, na condição de
do recurso.
tomadora dos serviços, poderá ser excepcionalmente condenada a
cumprir as obrigações trabalhistas assumidas pelos prestadores de
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
serviços contratados (real empregador), quando constatado, no
EMBARGOS
caso concreto, o descumprimento da legislação concernente ao
dever de fiscalização.
TERCEIRIZAÇÃO. ENTE PÚBLICO. RESPONSABILIDADE
Logo, nesses casos, conquanto, de fato, o contratante tomador de
SUBSIDIÁRIA. CULPA IN VIGILANDO CARACTERIZADA
serviços seja ente público, inexiste óbice para impedir a sua
imputação da responsabilidade civil, nos termos previstos nos
A Segunda Turma negou provimento ao agravo em recurso de
artigos 186, 187 e 927 do CC/02.
revista da ECT, alicerçando-se, para tanto, nos seguintes
Assim, deve-se proceder a uma análise do caso concreto a fim de
fundamentos:
se aferir a existência de ato ilícito (arts. 186 e 187 do Código Civil)
que evidencie a cooperação dolosa ou culposa do ente estatal para
"Inconformada, a parte interpõe recurso de agravo em que pretende
o prejuízo suportado pelo empregado prestador de serviços, de
o exame do agravo de instrumento pelo Colegiado. Renova os
forma a justificar a responsabilização subsidiária da referida
argumentos acerca do tema "responsabilidade subsidiária".
entidade pública.
Indica ofensa aos arts. 2º, 5°, incisos II, XXXV, XXXVI e LIV, 22,
Destaco que esse entendimento não viola a Súmula Vinculante n.
incisos I e XXVII, 37, caput e incisos I, II, IX e XXI, 44, 48, 61, 62,
10 porque, além de se harmonizar com o fundamento constitucional
84, inciso XXVI, 97, 102, inciso I, alínea "a" e § 2º, 103-A, 173, § 1º,
da valorização do trabalho humano (art. 1, IV, da CR/88), também
inciso II, da Constituição Federal; 71, § 1º, da Lei 8.666/1993.
não está se negando aplicação a dispositivo de lei (no caso, a Lei nº
Transcreve arestos para o confronto de testes.
8666/93), mas tão somente conferindo interpretação em
Analiso.
conformidade com o supramencionado entendimento do STF.
A decisão que denegou seguimento ao agravo de instrumento está
Esse posicionamento vai ainda ao encontro daquele esposado na
assim fundamentada:
Súmula 331, V, do TST, segundo o qual: (...) No caso em tela, ficou
evidenciado o dano ao trabalhador.
"(...) Quanto ao tema "responsabilidade subsidiária", o Tribunal
Não se há falar em culpa do 2º Reclamado (Empresa Brasileira de
Regional, instância soberana na análise do conjunto fático
Correios e Telégrafos) na escolha da 1ª Reclamada (culpa in
probatório dos autos, declarou a culpa da reclamada.
eligendo), porquanto há presunção de que a licitação precedente do
Logo, o acolhimento das alegações da recorrente, no sentido de
contrato firmado entre as Reclamadas seguiu os preceitos e
que não teria agido com culpa e, por consequência, não poderia ser
parâmetros previstos na Lei nº 8.666/1993, inclusive quanto à
responsabilizada, demandaria nova análise de todo o conjunto fático
aferição, à época da contratação, da capacidade técnica e
probatório dos autos, o que encontra óbice na Súmula 126 desta
econômica da 1ª Reclamada, entre outros elementos.
Corte Superior.
O art. 55, XIII, da Lei nº 8.666/93 estabelece, como cláusula
(...) Assim, o reconhecimento da responsabilidade subsidiária da
necessária dos contratos administrativos, aquela que determina a
reclamada no presente caso concreto não implica afronta a
obrigação do contratado de manter, durante a execução do
qualquer artigo constitucional e/ou legal, mormente porque a
contrato, as condições de habilitação e qualificação exigidas na
decisão regional está em perfeita consonância com a jurisprudência
licitação, dentre as quais estão a regularidade fiscal e a qualificação
deste Tribunal Superior e do Supremo Tribunal Federal. Da mesma
econômico-financeira, que devem ser aferidas na forma dos arts. 29
forma, não prospera a arguição de divergência jurisprudencial, ante
e 31 da referida lei.
os termos da Súmula 333 do TST e do artigo 896, §7º, da CLT.
Assim, é obrigação do ente público a fiscalização sobre a
(...)"
manutenção das condições de habilitação e qualificação durante
Constou no acórdão regional:
toda a execução dos serviços contratados nos termos dos arts. 58,
"(...) RESPONSABILIDADE DO TOMADOR Pretende o Reclamante
III, e 67 da Lei nº 8.666/93, o que exige, inclusive, a prova sobre a
a declaração de responsabilidade solidária ou subsidiária da 2ª
regularidade do recolhimento do FGTS (inciso IV do art. 29 da Lei nº
Reclamada (Correios).
8.666/93) e boa situação econômico-financeira da empresa
Pois bem.
contratada.
Vale transcrever referidos dispositivos: (...) Nesse passo, é evidente A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento
a conduta culposa da 2ª Reclamada (ECT), na medida em que ela das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
não realizou medidas efetivas a fim de evitar o prejuízo sofrido pelo contratada.
Reclamante. (destaquei) Por fim, tenho que, se a ora recorrente Não se pode conceber que ao delegar suas atividades-meio a um
tivesse sido diligente em relação à fiscalização ao longo da terceiro contratado, o tomador de serviços, quer empresa privada
contratação, não teria o Reclamante laborado em benefício destas, quer ente da administração pública, se exima das obrigações
por meio da primeira reclamada, sem a utilização dos EPIs trabalhistas.
indicados. (destaquei) No caso em tela, restou configurada a (...)"
inadimplência da obrigação fiscalizatória da 2ª Reclamada A Administração Pública deve ficar alerta quanto ao cumprimento do
(tomadora de serviços), no tocante ao preciso cumprimento das contrato originalmente mantido com o empregado, sob pena de
obrigações trabalhistas da empresa prestadora de serviços incorrer em culpa in vigilando e vir a responder por eventuais
gerando, pois, sua responsabilidade subsidiária, em face de sua omissões do empregador.
culpa in vigilando constatada nestes autos. (destaquei) Embora a 1ª Não se pode olvidar, ainda, que o tomador de serviços, in casu o
Reclamada tenha descumprido a legislação trabalhista, incorrendo ente público, beneficiou-se diretamente da força de trabalho do
na condenação imposta na origem, observa-se que não cuidou a 2ª empregado da prestadora de serviços. A força de trabalho do
Reclamada (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) de empregado, por evidente, não pode ser devolvida, devendo, isto
proceder uma efetiva fiscalização quanto ao cumprimento do sim, ser contraprestada a contento.
contrato celebrado, o que autoriza sua condenação subsidiária. Dado o caráter eminentemente tutelar do Direito do Trabalho, não
(destaquei) Como se percebe, não se há falar em reconhecimento se pode admitir que o empregado, hipossuficiente, fique à mercê de
de vínculo de emprego diretamente com a 2ª Reclamada (Empresa um contrato entre seu empregador e um terceiro que disponha
Brasileira de Correios e Telégrafos), mas apenas em lhe atribuir sobre sua força de trabalho.
responsabilidade pelo adimplemento das verbas e obrigações Tenho, assim, que a garantia subsidiária dos direitos trabalhistas
trabalhistas reconhecidas em juízo, em razão do descumprimento pelo tomador do serviço é legítima, em virtude da responsabilidade
pela 1ª Reclamada, empregadora do Reclamante, em face de sua mínima por ato de terceiro, harmonizado esse princípio à
constatada culpa, nos termos da Súmula 331, V, do TST. prevalência hierárquica do valor-trabalho e direitos laborais na
Registro, por fim, que descabe cogitar em violação ao art. 37, §6º, ordem jurídica.
da CR/88. Dessa feita, nada mais razoável do que se responsabilizar
Ante o exposto, declaro a responsabilidade subsidiária da 2ª subsidiariamente a tomadora de serviços no caso de
Reclamada pela condenação ora imposta, nos termos da Súmula nº inadimplemento por parte do empregador.
331 do TST. O fato de a contratação havida entre as partes reclamadas ter se
(...)" dado por meio de licitação, sob a égide da Lei n.º 8.666/1993, não
afasta a responsabilidade subsidiária do ente público.
Quanto ao tema "responsabilidade subsidiária", conforme exposto Nesse sentido, a jurisprudência consolidada no Supremo Tribunal
na decisão agravada, na hipótese, o Tribunal Regional, instância Federal: Rcl 14729 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira
soberana na análise do conjunto fático-probatório dos autos, Turma, julgado em 09/12/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
declarou a culpa in vigilando do ente público. Logo, o acolhimento 025 DIVULG 05-02-2015 PUBLIC 06-02-2015; E neste Tribunal
das alegações do agravante, no sentido de que não teria agido com Superior: E-RR - 99700-88.2007.5.15.0121, Relator Ministro:
culpa e, por consequência, não poderia ser responsabilizado, Horácio Raymundo de Senna Pires, Data de Julgamento:
demandaria nova análise do conjunto fático-probatório dos autos, o 02/02/2012, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,
que encontra óbice na Súmula 126 desta Corte Superior. Data de Publicação: DEJT 30/11/2012; AIRR - 403-
Destaque-se que o reconhecimento da culpa in vigilando não 81.2013.5.10.0010, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta,
decorreu exclusivamente das regras de distribuição do ônus da Data de Julgamento: 05/11/2014, 2ª Turma, Data de Publicação:
prova, mas a partir da valoração do escopo probatório dos autos. DEJT 14/11/2014; AIRR - 421-36.2013.5.18.0251, Relator Ministro:
A condenação subsidiária da reclamada tomadora de serviços, ora Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 17/12/2014, 3ª
recorrente, resultou da relação mantida com a primeira reclamada Turma, Data de Publicação: DEJT 19/12/2014; AIRR - 1297-
prestadora de serviços e do proveito direto e continuado do labor da 15.2010.5.02.0033, Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo
parte reclamante. Bastos, Data de Julgamento: 05/11/2014, 5ª Turma, Data de
Embora não sendo o tomador dos serviços o principal obrigado, Publicação: DEJT 14/11/2014.
deve ser responsabilizado subsidiariamente, por aplicação Quanto ao decidido pelo STF na ADC n° 16, vale repisar o
analógica do artigo 455 da CLT, pois se beneficiou do trabalho da entendimento adotado no TST, no sentido de que tal decisão não
parte reclamante. afasta, por completo, a responsabilidade do ente público tomador de
Tal entendimento está fundamentado, ainda, no Princípio da serviços terceirizados. Cito precedente:
Proteção, informador do Direito do Trabalho, bem como na culpa in "RECLAMAÇÃO - ALEGAÇÃO DE DESRESPEITO À
vigilando. AUTORIDADE DA DECISÃO PROFERIDA, COM EFEITO
Com efeito, adoto o entendimento vertido no inciso V da Súmula n.º VINCULANTE, NO EXAME DA ADC 16/DF - INOCORRÊNCIA -
331 do TST, em sua redação atual, litteris: RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA ADMINISTRAÇÃO
"(...) V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e PÚBLICA POR DÉBITOS TRABALHISTAS (LEI Nº 8.666/93, ART.
indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do 71, § 1º) - ATO JUDICIAL DE QUE SE RECLAMA PLENAMENTE
item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento JUSTIFICADO PELO RECONHECIMENTO, NO CASO, POR
das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na PARTE DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS, DE SITUAÇÃO
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da CONFIGURADORA DE RESPONSABILIDADE SUBJETIVA (QUE
prestadora de serviço como empregadora. PODE DECORRER TANTO DE CULPA "IN VIGILANDO" QUANTO
DE CULPA "IN ELIGENDO" OU "IN OMITTENDO") - DEVER não renovadas no presente agravo.
JURÍDICO DAS ENTIDADES PÚBLICAS CONTRATANTES DE Nego provimento" (págs. 952-960, destacou-se).
BEM SELECIONAR E DE FISCALIZAR O CUMPRIMENTO, POR
PARTE DAS EMPRESAS CONTRATADAS, DAS OBRIGAÇÕES Alega a segunda reclamada, ECT, em suas razões de embargos,
TRABALHISTAS REFERENTES AOS EMPREGADOS que é vedado o reconhecimento da responsabilidade subsidiária do
VINCULADOS AO CONTRATO CELEBRADO (LEI Nº 8.666/93, ente público com base no mero inadimplemento do tomador no
ART. 67), SOB PENA DE ENRIQUECIMENTO INDEVIDO DO cumprimento das obrigações trabalhistas.
PODER PÚBLICO E DE INJUSTO EMPOBRECIMENTO DO Aduz que deve haver prova da culpa in eligendo ou in vigilando da
TRABALHADOR - SITUAÇÃO QUE NÃO PODE SER tomadora de serviços, não devendo ser reconhecida a
COONESTADA PELO PODER JUDICIÁRIO - ARGUIÇÃO DE responsabilidade subsidiária com base na distribuição do ônus da
OFENSA AO POSTULADO DA RESERVA DE PLENÁRIO (CF, prova em desfavor do ente público.
ART. 97) - SÚMULA VINCULANTE Nº 10/STF - Cita arestos para cotejo de teses.
INAPLICABILIDADE - INEXISTÊNCIA, NA ESPÉCIE, DE JUÍZO No caso dos autos, discute-se a possibilidade de atribuição de
OSTENSIVO, DISFARÇADO OU DISSIMULADO DE responsabilidade subsidiária a entes públicos por dívidas
INCONSTITUCIONALIDADE DE QUALQUER ATO ESTATAL - trabalhistas surgidas em contratos de terceirização de serviços.
CARÁTER SOBERANO DO PRONUNCIAMENTO DAS No julgamento do Recurso Extraordinário nº 760.931-DF, em debate
INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS SOBRE MATÉRIA FÁTICO- representativo do Tema nº 246 de repercussão geral reconhecida,
PROBATÓRIA - CONSEQUENTE INADEQUAÇÃO DA VIA os Ministros do Supremo Tribunal Federal reafirmaram a
PROCESSUAL DA RECLAMAÇÃO PARA EXAME DA constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93, consoante
OCORRÊNCIA, OU NÃO, DO ELEMENTO SUBJETIVO já declarado no julgamento da Ação Declaratória de
PERTINENTE À RESPONSABILIDADE CIVIL DA EMPRESA OU Constitucionalidade nº 16, consignando que somente a
DA ENTIDADE PÚBLICA TOMADORA DO SERVIÇO demonstração efetiva de um comportamento culposo específico,
TERCEIRIZADO - PRECEDENTES - NATUREZA JURÍDICA DA com prova cabal do nexo de causalidade entre a conduta comissiva
RECLAMAÇÃO - DESTINAÇÃO CONSTITUCIONAL DO ou omissiva da Administração Pública e o dano sofrido pelo
INSTRUMENTO RECLAMATÓRIO - RECURSO DE AGRAVO trabalhador, permitirá a responsabilização do Poder Público,
IMPROVIDO." (Rcl 16094 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, tomador dos serviços de trabalhadores terceirizados.
Tribunal Pleno, julgado em 19/11/2014, PROCESSO ELETRÔNICO Conforme registrado no acórdão da Turma, o Tribunal Regional,
DJe-021 DIVULG 30-01-2015 PUBLIC 02-02-2015) com base no conjunto probatório dos autos, consignou
A decisão proferida pela Suprema Corte no julgamento do RE expressamente ter havido culpa do ente público, o que está em
760.931/DF, com repercussão geral, também não impede o estrita conformidade com o disposto na Súmula nº 331, item V, do
reconhecimento de responsabilidade subsidiária em casos como o TST.
presente, em que a condenação do ente público não decorre Com efeito, observa-se que a culpa in vigilando da tomadora de
automaticamente do inadimplemento dos encargos trabalhistas, serviços não decorreu do mero inadimplemento das obrigações
mas sim da conduta culposa da Administração, efetivamente trabalhistas pela empresa contratada, mas da prova concreta de
comprovada à luz do quadro fático delineado nos autos, consoante omissão do Poder Público na fiscalização do cumprimento das
registrou a Corte Regional. obrigações trabalhistas pela prestadora de serviços.
Nesses termos, o reconhecimento da responsabilidade subsidiária Os arestos colacionados às págs. 965-969 apresentam a tese de
do recorrente não implica afronta a qualquer artigo constitucional e que não se reconhece a responsabilidade subsidiária do ente
legal, na medida em que estes devem ser interpretados de forma a público com base na distribuição do ônus de prova em desfavor
não conflitar com as disposições legais e princípios que regem a dele.
prestação de trabalho, de sorte a não permitir que fiquem os A hipótese apresentada é diversa da dos autos, pois, no caso, foi
trabalhadores ao desamparo. Importante salientar que a relação de comprovada a culpa da Administração Pública, já que houve a
emprego é tutelada por normas de índole social, que, mesmo em fiscalização ineficaz do cumprimento do contrato.
nível constitucional, são hierarquicamente superiores àquelas Assim, não demonstrada a identidade dos fatos que teriam
administrativas ou organizacionais. ensejado a existência de teses divergentes na interpretação de um
O TRT decidiu em harmonia com a jurisprudência consolidada deste mesmo verbete jurisprudencial, não se pode ter como cumprida a
Tribunal Superior do Trabalho representada pela Súmula n. 331, V, exigência da Súmula nº 296, item I, do TST.
do TST. Além disso, cumpre destacar que, após a decisão final acerca do
Também, não há afronta ao art.97, da Constituição Federal, uma Tema nº 246 de repercussão geral, a Subseção I Especializada em
vez que não se declarou a inconstitucionalidade do art. 71 da Lei Dissídios Individuais, órgão uniformizador de jurisprudência interna
8.666/93 ou tampouco se afastou a sua incidência, mas apenas se corporis, cuidou de pacificar a matéria no âmbito trabalhista, de
definiu o seu real alcance, mediante a interpretação sistemática do forma a definir a quem cabe demonstrar a omissão fiscalizatória.
ordenamento jurídico. Por oportuno, a SbDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho, em
Assim, estando a decisão recorrida em conformidade com a 12/12/2019, no julgamento do Processo nº E-RR-925-
jurisprudência pacífica do TST, não prospera a arguição de violação 07.2016.5.05.0281, de relatoria do Ministro Cláudio Mascarenhas
dos dispositivos legais e constitucionais trazidos pela parte, nem de Brandão, em sua composição completa e por expressiva maioria,
contrariedade a entendimento jurisprudencial desta Corte ou mesmo firmou posicionamento no sentido de que cabe ao ente público o
de divergência jurisprudencial, nos termos da Súmula n. 333 do TST encargo de demonstrar a vigilância adequada no cumprimento das
e do art. 896, § 7º, da CLT. obrigações trabalhistas pela empresa prestadora dos serviços (onze
Como se verifica, não prospera o agravo da parte, dadas as votos na defesa desse entendimento e três contra).
questões jurídicas solucionadas na decisão agravada. Transcreve-se a elucidativa ementa do citado precedente:
Por fim, registro que estão preclusas todas as matérias e violações
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) revisora das decisões das Turmas do TST em que se negou
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA provimento a agravo de instrumento, quando, a partir da edição e
Ministro Presidente da Segunda Turma vigência da Lei nº 11.496/2007, que deu nova redação ao artigo
894, inciso II, da CLT, passou ela a desempenhar, exclusivamente,
Processo Nº E-AIRR-0101530-03.2016.5.01.0012 função uniformizadora do entendimento das Turmas desta Corte.
Complemento Processo Eletrônico Como se observa, a hipótese dos autos não se enquadra em
Relator Relator do processo não cadastrado nenhuma das exceções previstas na Súmula nº 353 do TST à regra
Embargante PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - geral de não cabimento de embargos de decisão de Turma
PETROBRAS
proferida em agravo de instrumento.
Advogado Dr. Marcelo Rodrigues Xavier(OAB:
2391/RO)
Advogado Dr. Daniel Penha de Oliveira(OAB: CONCLUSÃO
3434/RO)
Advogado Dr. Dirceu Marcelo Hoffmann(OAB: DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos
16538/GO)
93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
Embargado AFFONSO AUGUSTO NAEGELE
ACCIOLY Publique-se.
Advogado Dr. Alberto Lúcio Moraes Brasília, 02 de março de 2020.
Nogueira(OAB: 49476/RJ)
Embargado IESA ÓLEO & GÁS S.A.
Advogada Dra. Cristiane Louise Alves Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Ferreira(OAB: 174212/RJ)
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
Ministro Presidente da Segunda Turma
Intimado(s)/Citado(s):
- AFFONSO AUGUSTO NAEGELE ACCIOLY
Processo Nº E-ED-ARR-0000021-41.2015.5.10.0003
- IESA ÓLEO & GÁS S.A. Complemento Processo Eletrônico
- PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS Relator Relator do processo não cadastrado
Embargante CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14 Advogado Dr. Osival Dantas Barreto(OAB:
15431/DF)
Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 1.097-1.116) interpostos Advogado Dr. João Amílcar Valle Aboud(OAB:
7129/DF)
contra decisão da 2ª Turma do TST, por meio da qual foi negado
Embargado RONALDO MOREIRA RODRIGUES
provimento ao agravo de instrumento da Petrobrás, com relação ao
Advogada Dra. Marcelise de Miranda
tema: "TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTA NO ÂMBITO DA Azevedo(OAB: 13811/DF)
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA". Advogado Dr. Thiago Henrique Nogueira
Verifica-se que é inconteste a incidência, na hipótese, do disposto Sidrim(OAB: 24355/DF)
na Súmula nº 353 do TST, com a redação que lhe emprestou a
Resolução nº 128/2005 do Tribunal Pleno desta Corte: Intimado(s)/Citado(s):
- CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
- RONALDO MOREIRA RODRIGUES
"Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de
decisão de Turma proferida em agravo, salvo: EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014
a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de
agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos; PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão EMBARGOS
monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de
pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento; Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do em 6/12/2019 e embargos interpostos em 17/12/2019).
recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada Representação processual: regular (procuração, págs. 951 e 952).
originariamente pela Turma no julgamento do agravo; Preparo: satisfeito (depósito recursal, pág. 966; custas, pág. 969).
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento; Assim, estão atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade
e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538, do recurso.
parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC.
f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do EMBARGOS
CPC".
INCLUSÃO DO "CARGO COMISSIONADO" NA BASE DE
O verbete sumular transcrito é, nitidamente, obstáculo ao CÁLCULO DAS VANTAGENS PESSOAIS (VP-GIP 2062 E 2092)
conhecimento e ao exame destes embargos, haja vista que, na
decisão recorrida, houve a análise do mérito do agravo de A Segunda Turma deu provimento ao recurso de revista interposto
instrumento, ou seja, dos argumentos que objetivavam o pelo reclamante no tema, alicerçando-se, para tanto, nos seguintes
processamento do recurso de revista. fundamentos:
Assim, corroborar a assertiva lançada nas razões do embargante
implicaria admitir que esta Subseção viesse a desempenhar função "Ao analisar o recurso ordinário do reclamante quanto ao tema em
destaque, o TRT assim decidiu: incluída nessa base de cálculo, foi incorporada ao valor da nova
gratificação pelo cargo comissionado.
"DIFERENÇAS DE VANTAGENS PESSOAIS O embargante alega que o Colegiado olvidou o argumento recursal
Narrou o reclamante que, em razão do Plano de Cargos de que, mesmo não tendo ocorrido redução salarial, o art. 468 da
Comissionados implantado em 1998 (PCC/98), a 1ª reclamada CLT foi violado na medida em que a alteração na base de cálculo
alterou a nomenclatura da gratificação de confiança, prevista no das vantagens pessoais trará prejuízos futuros, pois viria a receber
regulamento vigente na época de sua admissão, para cargo em valores maiores se fosse mantida a base de cálculo.
comissão, mantendo as mesmas atribuições. Ocorre que as razões do recurso ordinário não incluem esse
Também teria modificado o critério de pagamento das vantagens argumento.
pessoais correspondentes às rubricas 2062 (VP-GIP TEMPO Naquele recurso a tese foi de nulidade da alteração porque o autor
SERVIÇO) e 2092 (VP-GIP/SEM SALÁRIO+FUNÇÃO), suprimindo foi admitido antes do PCC/98 (fls. 590/591). O argumento foi
da sua base de cálculo o valor referente ao cargo comissionado. Em registrado no acórdão e a alegação de nulidade foi rejeitada pelos
razão disso, pediu a correção na base de cálculo e o pagamento de fundamentos ali expostos (fls. 623-v./624). Não é o caso, pois, de
diferenças. omissão.
A 1ª reclamada alegou que o valor da vantagem pessoal era o Nego provimento."
resultado da soma de 1/3 do valor referente cargo efetivo com 1/3
da função de confiança. Aduziu que, quando as antigas funções de O reclamante sustenta que a alteração no critério de pagamento
confiança (FC) foram extintas, sendo substituídas pelos cargos das rubricas 2062 (VIP-GIP-TEMPO DE SERVIÇO) e 2092 (VIP-
comissionados (CC), a gratificação pelo exercício de cargo em GIP/SEM SALÁRIO + FUNÇÃO), implantada pelo PCC/98, trouxe-
comissão passou a ser constituída pelo valor da antiga função de lhe prejuízos, pois suprimiu da sua base de cálculo o valor do cargo
confiança (FC), acrescido do valor da vantagem pessoal, na fração comissionado, anteriormente denominado função de confiança.
que nesta correspondia a 1/3 da função de confiança. Assim, o Aduz que, em razão dessa alteração, as vantagens pessoais
reclamante teria passado a receber uma gratificação pelo exercício passaram a ser apuradas à razão de 1/3 apenas do salário padrão,
de cargo comissionado na qual já estaria incluído o valor ora sendo que, anteriormente, era pago à razão de 1/3 do montante
pleiteado. resultante da soma do salário padrão com o valor da função de
Com base no regulamento da empresa sobre a matéria e na confiança.
jurisprudência deste Regional, o Juízo de origem entendeu ter razão Indica violação do artigo 468 da CLT e contrariedade à Súmula 51,
a reclamada. I, do TST.
O recorrente insiste em que sofreu prejuízos com a alteração e Analiso.
alega que o fato da reclamada incluir o 1/3 da função de confiança Já se encontra pacificado nesta Corte o entendimento de que a
na gratificação por cargo comissionado não afasta a nulidade da parcela paga a título de cargo em comissão deve compor a base de
alteração. Argumenta que restou ferido o disposto no art. 468 da cálculo das vantagens pessoais, em razão do seu caráter salarial.
CLT, uma vez que seu contrato é anterior à implementação do Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados:
PCC/98. Transcreve decisões do TST favoráveis às suas
alegações. "EMBARGOS. BASE DE CÁLCULO DAS VANTAGENS PESSOAIS.
A alegação de prejuízo não é sustentável. O recorrente não diverge CARGO COMISSIONADO. CTVA. PCS/98 RH 115. ALTERAÇÃO
quanto ao fato de que ocorreu apenas uma mudança na rubrica sob EM PREJUÍZO. A alteração do critério de cálculo da parcela
a qual é efetuado o pagamento do valor referente a 1/3 da antiga denominada "Vantagens Pessoais", em razão da exclusão do valor
função de confiança. referente ao cargo em comissão e da CTVA, ocorrida com a
O valor que era pago ao título de VP-GIP passou a ser pago como implantação do PCS/98, retrata alteração do contrato em prejuízo,
parte da gratificação do cargo em comissão. De se observar que o uma vez que o direito a metodologia de cálculo anterior já se
reclamante recebe adicional de incorporação correspondente a incorporara ao patrimônio jurídico dos empregados da CEF, a
100% do valor da gratificação por cargo comissionado (fls. 3 e 284), justificar o deferimento das diferenças salariais pertinentes.
de modo que não corre o risco de ver a parcela questionada ser Precedentes do Tribunal. Embargos conhecidos e providos. (E-ED-
suprimida de sua remuneração. RR - 2176-78.2011.5.12.0010, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da
Assim, como posto na sentença, não há nenhuma ilegalidade no Veiga, Data de Julgamento: 01/06/2017, Subseção I Especializada
critério de cálculo da parcela VP-GIP previsto no novo PCS, ao em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 09/06/2017)
incidir somente sobre o salário padrão do empregado. Isso porque o
novo critério não reduziu a remuneração do autor, nem excluiu o "RECURSO DE REVISTA. CARGO EM COMISSÃO. INTEGRAÇÃO
valor referente a 1/3 da função de confiança, porquanto a NA BASE DE CÁLCULO DE VANTAGENS PESSOAIS (PARCELAS
gratificação pelo cargo comissionado traz incorporado o valor VP-GIP). DIFERENÇAS SALARIAIS. A jurisprudência desta Corte
correspondente. Afastada, pois, a alegada violação ao art. 468 da Superior é firme no sentido de que a metodologia de cálculo
CLT. adotada pela Caixa Econômica Federal, quando da implantação do
Nego provimento." Plano de Cargos e Carreiras, em 1998, implicou alteração lesiva do
contrato de trabalho, vedada pelo art. 468 da CLT, na medida em
E, ao julgar os embargos de declaração, pronunciou-se aquela que excluiu da base de cálculo das vantagens pessoais a
Corte: gratificação pelo exercício do cargo comissionado, anteriormente
considerada. Assim, a parcela "cargo em comissão" integra a
"1. No acórdão embargado foi assentado não ter havido prejuízo remuneração dos reclamantes e deve ser inserida no cômputo das
salarial com a nova base de cálculo das vantagens pessoais trazida vantagens pessoais. Recurso de revista conhecido e provido. (RR -
pelo PCC/98, uma vez que não houve redução da remuneração do 181400-46.2008.5.07.0001 Data de Julgamento: 29/05/2019,
autor e o valor referente a 1/3 da função de confiança, que era Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa, 1ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 31/05/2019). vedada pela regra legal contida no art. 468 da CLT. Recurso de
revista conhecido e provido. (...)" (RR - 135-60.2011.5.04.0011,
"(...) 2. BASE DE CÁLCULO DAS VANTAGENS PESSOAIS. Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma, DEJT
DIFERENÇAS. INCLUSÃO DOS VALORES PERCEBIDOS PELO 10/10/2014).
EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA - CARGO
COMISSIONADO. 2.1. Improsperável o recurso de revista quando a "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMANTE.
decisão recorrida está em consonância com os termos do item I da VANTAGENS PESSOAIS. BASE DE CÁLCULO. INTEGRAÇÃO
Súmula 51 desta Corte, no sentido de que "as cláusulas DAS PARCELAS CARGO EM COMISSÃO E CTVA. A implantação
regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas do PCC/98 extinguiu as funções de confiança e criou, em
anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a substituição, os cargos comissionados e o CTVA, os quais deixaram
revogação ou alteração do regulamento" (art. 896, § 7º, da CLT e de ser computados na base de cálculo das vantagens pessoais.
Súmula 333/TST). 2.2. Evidenciado o prejuízo da reclamante com a Ora, a supressão de vantagem assegurada anteriormente com a
implantação do plano de cargos comissionados, a decisão está, exclusão das parcelas cargo em comissão e CTVA da base de
antes, em conformidade com os termos do art. 468 da CLT. cálculo das vantagens pessoais resulta em flagrante contrariedade
Recursos de revista não conhecidos. (...)" (RR - 1065- ao entendimento cristalizado na Súmula nº 51, I, desta Corte
69.2011.5.04.0014, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Superior, além de caracterizar alteração contratual lesiva, vedada
Fontan Pereira, 3ª Turma, DEJT 30/04/2015). pelo art. 468 da CLT. Recurso de revista conhecido e provido." (RR
- 750-56.2011.5.04.0009, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª
"RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. RECÁLCULO DAS Turma, DEJT 17/04/2015)."
VANTAGENS PESSOAIS. INCLUSÃO DO VALOR DO CARGO
COMISSIONADO NAS RUBRICAS 062 E 092. Discute-se, no caso, Dessa forma, a exclusão da parcela "cargo comissionado" da base
o direito do Reclamante às diferenças salariais decorrentes das de cálculo das vantagens pessoais implicou alteração lesiva.
alterações nos critérios de cálculo das vantagens pessoais, com a Conheço, por violação do artigo 468 da CLT.
criação do Plano de Cargos Comissionados, instituído em 1998. A 1.2 - Mérito
Caixa Econômica Federal, em 1998, instituiu novo plano de cargos Conhecido o recurso por violação do artigo 468 da CLT, dou-lhe
e salários, mediante o qual extinguiu a parcela -Função de provimento para condenar a CEF no pagamento das diferenças
Confiança-, que tinha natureza salarial e integrava o cálculo das salariais decorrentes da inclusão da parcela "cargo comissionado"
vantagens pessoais pagas sob as rubricas 062 e 092, e foi na base de cálculo das vantagens pessoais 2062 e 2092, bem como
substituída pela verba -Cargo Comissionado-. A alteração do critério dos reflexos postulados na petição inicial, conforme se apurar em
de cálculo da parcela denominada -Vantagens Pessoais-, em razão liquidação de sentença. Indeferem-se honorários advocatícios
da exclusão do valor referente ao cargo comissionado da sua base porque o reclamante não se encontra assistido por advogado
de cálculo, caracteriza alteração contratual lesiva ao empregado, credenciado ao sindicato da categoria profissional" (págs. 940-944,
vedada pela regra legal contida no art. 468 da CLT. As vantagens destacou-se).
expressas em normas regulamentares incorporam-se ao contrato de
trabalho do empregado, constituindo direito adquirido. Assim, Os embargos de declaração interpostos pela CEF foram
eventual revogação ou alteração prejudicial destas regras somente desprovidos, mediante os seguintes termos:
possui o condão de alcançar novos contratos. Nesse sentido é a
exegese da Súmula n.º 51, I, do TST, aplicável neste caso. "Esta C. Turma deu provimento ao recurso de revista do reclamante
Precedentes da Corte. Recurso de Revista parcialmente conhecido para condenar a CEF ao pagamento de diferenças salariais
e parcialmente provido. (...)" (ARR - 1674-67.2011.5.04.0203 Data decorrentes da inclusão da parcela "cargo comissionado" na base
de Julgamento: 08/10/2014, Relatora Ministra: Maria de Assis de cálculo das vantagens pessoais 2062 e 2092, bem como dos
Calsing, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/10/2014). reflexos postulados na petição inicial. Estes foram os fundamentos:
"(...) DIFERENÇAS A PARTIR DE JULHO DE 2008. VANTAGENS "(...) O reclamante sustenta que a alteração no critério de
PESSOAIS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO PREJUDICIAL. pagamento das rubricas 2062 (VIP-GIP-TEMPO DE SERVIÇO) e
ANÁLISE CONJUNTA. Segundo a jurisprudência dominante nesta 2092 (VIP-GIP/SEM SALÁRIO + FUNÇÃO), implantada pelo
Corte, a alteração do critério de cálculo da parcela denominada - PCC/98, trouxe-lhe prejuízos, pois suprimiu da sua base de cálculo
vantagens pessoais em razão da exclusão do valor referente ao o valor do cargo comissionado, anteriormente denominado função
cargo em comissão caracteriza alteração contratual lesiva à de confiança. Aduz que, em razão dessa alteração, as vantagens
empregada, vedada pela regra legal contida no art. 468 da CLT, pessoais passaram a ser apuradas à razão de 1/3 apenas do salário
sendo devidas as diferenças salariais advindas desta supressão. padrão, sendo que, anteriormente, era pago à razão de 1/3 do
Precedentes. Não conhecido. (...) "(RR - 1035-55.2011.5.04.0007, montante resultante da soma do salário padrão com o valor da
Relator Ministro: Emmanoel Pereira, 5ª Turma, DEJT 20/03/2015). função de confiança.
Indica violação do artigo 468 da CLT e contrariedade à Súmula 51,
"RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. CARGO EM I, do TST.
COMISSÃO E CTVA. INTEGRAÇÃO NA BASE DE CÁLCULO DAS Analiso.
VANTAGENS PESSOAIS. PCS/98. EXCLUSÃO DA PARCELA DA Já se encontra pacificado nesta Corte o entendimento de que a
BASE DE CÁLCULO DAS -VANTAGENS PESSOAIS-. parcela paga a título de cargo em comissão deve compor a base de
ALTERAÇÃO CONTRATUAL LESIVA IMPOSSIBILIDADE. A cálculo das vantagens pessoais, em razão do seu caráter salarial.
alteração do critério de cálculo da parcela denominada -vantagens Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados: (...) Dessa forma,
pessoais- em razão da exclusão do valor referente ao cargo a exclusão da parcela "cargo comissionado" da base de cálculo das
comissionado, caracteriza alteração contratual lesiva à empregada, vantagens pessoais implicou alteração lesiva.
Conheço, por violação do artigo 468 da CLT. Tem-se, no caso, que não houve o revolvimento do quadro fático-
1.2 - Mérito probatório dos autos, mas sim o reenquadramento jurídico dos fatos
Conhecido o recurso por violação do artigo 468 da CLT, dou-lhe delineados pela Corte de origem.
provimento para condenar a CEF no pagamento das diferenças Logo, inviável o processamento dos embargos.
salariais decorrentes da inclusão da parcela "cargo comissionado"
na base de cálculo das vantagens pessoais 2062 e 2092, bem como CONCLUSÃO
dos reflexos postulados na petição inicial, conforme se apurar em
liquidação de sentença. Indeferem-se honorários advocatícios DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos
porque o reclamante não se encontra assistido por advogado 93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
credenciado ao sindicato da categoria profissional." Nos embargos Publique-se.
de declaração sustenta a CEF que o acórdão proferido pelo Tribunal Brasília, 20 de fevereiro de 2020.
Regional assentou que não houve alteração lesiva ao reclamante,
"restando ali consignado, ainda, que houve majoração da
remuneração global do obreiro". Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Aduz que "a decisão ora embargada, portanto, não poderia partir de JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
conclusão diversa da do acórdão Regional, visto que, no caso Ministro Presidente da Segunda Turma
concreto, o TRT, que tem a última palavra sobre fatos e provas, foi
contundente ao concluir pela inexistência de prejuízos ao Processo Nº E-Ag-AIRR-0011289-17.2016.5.03.0112
Reclamante", acrescentando que ao dar provimento ao recurso do Complemento Processo Eletrônico
reclamante esta Turma contrariou a Súmulas 126/TST. Relator Relator do processo não cadastrado
Analiso. Embargante RIACHO TRANSPORTE LTDA. E
OUTROS
Não há omissão a ser sanada, na medida em que a Turma aplicou o
Advogado Dr. Marcus Vinícius Capobianco dos
entendimento pacífico desta Corte, segundo a qual a supressão da Santos(OAB: 91046/MG)
parcela "cargo comissionado" da base de cálculo das vantagens Advogado Dr. Gustavo Soares da Silveira
pessoais resulta em alteração contratual lesiva ao empregado Giordano(OAB: 76733/MG)
(artigo 468 da CLT). Embargado JUNIOR CLECIO PIM SOARES
Evidencia-se a intenção da embargante de rediscutir os Advogada Dra. Wanda Luzia Cunha(OAB:
62566/MG)
fundamentos adotados no acórdão embargado e obter o reexame
Advogada Dra. Alyne Fernanda Santana de
da matéria julgada, pretensão que não se coaduna com a finalidade Abreu Garabini(OAB: 135328/MG)
dos embargos de declaração, que são cabíveis nas hipóteses Advogado Dr. Jaciano Pim Rodrigues(OAB:
previstas nos artigos 897-A da CLT e 1.022 do NCPC, o que não se 152403/MG)
verifica no caso vertente.
Rejeito os embargos de declaração" (págs. 956-958, destacou-se). Intimado(s)/Citado(s):
- JUNIOR CLECIO PIM SOARES
- RIACHO TRANSPORTE LTDA. E OUTROS
A CEF, nas razões de embargos, reitera a argumentação deduzida
nos embargos de declaração de que, "se o Regional deixou EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14
registrado que NÃO HOUVE ALTERAÇÃO LESIVA, não poderia a
Turma ter dado provimento ao recurso com base em alegação não Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 544-552) interpostos contra
constante do acórdão regional, pois isso acabou por refletir em decisão da 2ª Turma do TST, por meio da qual foi negado
revolvimento de fatos e provas, o que é vedado com base na provimento ao agravo em agravo de instrumento da reclamada, com
Súmula 126/TST" (pág. 964). relação ao tema: "DESERÇÃO DO RECURSO DE REVISTA.
Indica contrariedade à Súmula nº 126 do TST. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. EMPREGADORAS
Discute-se nos autos o direito do reclamante à percepção de PESSOAS JURÍDICAS. AUSÊNCIA DE PROVA CABAL DE
diferenças salariais decorrentes da não inclusão do valor do cargo HIPOSSUFICIÊNCIA. NÃO ABRANGÊNCIA DO DEPÓSITO
em comissão na base de cálculo das vantagens pessoais, em RECURSAL".
decorrência da implantação do Plano de Cargos Comissionados de Verifica-se que é inconteste a incidência, na hipótese, do disposto
1998. na Súmula nº 353 do TST, com a redação que lhe emprestou a
A Segunda Turma reformou a decisão regional com base na Resolução nº 128/2005 do Tribunal Pleno desta Corte:
jurisprudência desta Corte superior de que a parcela paga a título
de cargo em comissão deve compor a base de cálculo das
vantagens pessoais, em razão do seu caráter salarial. "Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de
Nesse contexto, impende esclarecer que o conhecimento do decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
recurso de embargos por contrariedade à Súmula nº 126 do TST é, a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de
em princípio, incompatível com a nova função exclusivamente agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos;
uniformizadora desta SbDI-1, prevista no artigo 894 da CLT. b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão
A Turma esclareceu, em embargos de declaração, que não se monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de
cogitou de contrariedade à Súmula nº 126 do TST, porque "aplicou pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento;
o entendimento pacífico desta Corte, segundo a qual a supressão c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do
da parcela "cargo comissionado" da base de cálculo das vantagens recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada
pessoais resulta em alteração contratual lesiva ao empregado originariamente pela Turma no julgamento do agravo;
(artigo 468 da CLT)" (pág. 958). d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento;
e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538, Representação processual: regular (procuração, pág. 370 e
parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC. substabelecimento, pág. 954).
f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de Preparo: regular (depósito recursal, pág. 768; custas, pág. 769).
decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do Assim, estão atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade
CPC". do recurso.
jurídica salarial, pois tais valores visam remunerar o trabalho interjornada acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no
prestado no horário do intervalo, ensejando assim o deferimento § 4º do artigo 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, sendo
dos mesmos reflexos delimitados para as demais horas extras. devidas as horas que foram subtraídas do intervalo (Orientação
Não se verifica "bis in idem" na cumulação do pagamento do labor Jurisprudencial nº 355 da SbDI-1 do TST).
em jornada extraordinária e no tempo destinado ao intervalo, pois Não obstante, em se tratando de trabalhador avulso, tem-se que a
segundo entendimento majoritário desta Turma, se verifica duas legislação específica dessa categoria permite que, em situações
situações diversas, passíveis de remuneração extraordinária, ou excepcionais, não seja observado o intervalo mínimo de 11 horas
seja, o labor prestado em extrapolação da jornada e o intervalo não entre as jornadas, desde que as citadas situações constem de
usufruído em prejuízo da saúde do trabalhador. acordo ou convenção coletiva de trabalho.
A condenação ao intervalo entrejornadas não se limita aos casos É o que dispõe o artigo 8º da Lei nº 9.719/98, in verbis: "Art. 8º Na
em que o trabalho se desenvolva perante o mesmo operador escalação diária do trabalhador portuário avulso deverá sempre ser
portuário, nem apenas ao adicional extraordinário'. observado um intervalo mínimo de onze horas consecutivas entre
Esclareço, ainda, que as normas convencionais não podem suprimir duas jornadas, salvo em situações excepcionais, constantes de
direitos mínimos legalmente assegurados ao trabalhador portuário acordo ou convenção coletiva de trabalho." A jurisprudência desta
avulso. Corte reconhece o direito do trabalhador portuário avulso ao
Outrossim, inexiste prova da existência da situação excepcional, de intervalo entre jornadas e a necessidade de o OGMO comprovar a
falta de mão-de-obra para atender à empresa. Assim, teria o ocorrência das situações excepcionais de inobservância do intervalo
reclamante o direito a horas extras, por infringência ao intervalo mínimo de 11 horas entre duas jornadas de trabalho.
interjornadas de onze horas. Nesse sentido, os seguintes precedentes:
Nesse sentido, já decidiu esta E. Turma, como, por exemplo, nos
Autos nº 1308-2012-322 (Sessão de Julgamento do dia 10-04- "INTERVALO INTERJORNADA. A jurisprudência desta Corte
2013), de Relatoria do Exmo. Des. Archimedes Castro Campos entende devido o pagamento de horas extras, independentemente
Júnior, a quem peço vênia para utilizar os seus fundamentos: [...] do interesse pecuniário dos trabalhadores portuários avulsos na
Quanto ao pedido sucessivo do reclamado de que seja determinado dobra de turnos (contínua ou alternada) e de essas serem
o pagamento apenas do adicional de horas extras sobre o tempo prestadas com relação ao mesmo operador portuário. O art. 8º da
suprimido do intervalo, improcedem os seus argumentos, diante do Lei 9.719/98 dispõe que deve ser respeitado o intervalo mínimo de
entendimento consubstanciado na orientação supra, de que a sua onze horas, na escalação do trabalhador portuário avulso, salvo em
inobservância gera o direito à condenação computando-se o saldo situações excepcionais constantes em acordo ou convenção
de tempo acrescido do respectivo adicional. coletiva de trabalho. Ou seja, as situações excepcionais
Outrossim, a sentença já considerou tal verba como de natureza mencionadas em norma coletiva de trabalho devem estar
indenizatória, razão pela qual carece o reclamado de interesse configuradas casuisticamente. Tem-se, ainda, que o art. 9º da Lei
recursal quanto a não incidência de reflexos. 9.719/98 determina ao órgão gestor de mão de obra, ao operador
Mantenho." (págs. 805-811, destacou-se) portuário e ao empregador, conforme o caso, o cumprimento das
normas concernentes à saúde e à segurança do trabalho portuário,
Nas razões de recurso de revista, o reclamado alega que "restou enquanto os arts. 5º e 7º, parágrafo único, do mesmo diploma legal,
demonstrado pelo ora Recorrente, que as dobras de turno estabelecem competência ao órgão gestor de mão de obra para a
ocorreram em situações excepcionais, através dos extratos mensais escalação do trabalhador portuário avulso em sistema de rodízio,
acostados aos autos os quais demostram de forma expressa, que assegurando que não haja preterição do trabalhador regularmente
não havia mão de obra habilitada nos dias em que houve dobra de registrado e simultaneidade na escalação. Nesse diapasão, se
turno, configurando, portanto, a excepcionalidade exigida pela houve prestação de serviços em duração maior que a pactuada por
legislação (artigo 8°, da Lei 9719/98), pela CCT (cláusula 8ª, § 6°) responsabilidade do OGMO, o trabalhador não pode ser apenado
pela sentença arbitral (item 5.I)" (pág. 851). com a exclusão do período mínimo de descanso de onze horas
Mantida a condenação ao pagamento de horas extras em entre uma jornada e outra. A escalação do trabalhador portuário
decorrência da não observância do intervalo interjornada, o para turnos sucessivos ou alternados prejudica a prestação de
recorrente requer o reconhecimento da sua natureza indenizatória. serviços, pois viola o intervalo mínimo legal de onze horas
Aponta violação dos artigos 5º, inciso XXXVI, 7º, inciso XXVI, 8º, consecutivas entre duas jornadas e afronta as normas de medicina
incisos I, III e VI, e 114, §§ 1º e 2º, da Constituição Federal, 66 e 71, e segurança do trabalho. Logo, inviável a alegação do atendimento
caput e § 4º, da CLT, 29 da Lei nº 8.630/93, 8º da Lei nº 9.719/98 e ao interesse econômico do próprio trabalhador avulso. Quanto à
2º, 18 e 31 da Lei nº 9.307/96. Colaciona arestos para natureza jurídica e aos efeitos do intervalo interjornada, a Corte
caracterização de divergência jurisprudencial. Regional, ao aplicar analogicamente o § 4º do art. 71 da CLT para
Ao exame. deferir as horas subtraídas do intervalo, com o acréscimo do
Reconhecido pela Constituição Federal (artigo 7º, inciso XXXIV) que respectivo adicional, decidiu em consonância com a OJ 355 da
os trabalhadores avulsos têm os mesmos direitos dos trabalhadores SBDI-1 do TST. Recurso de revista não conhecido". (RR-1070-
com vínculo de emprego permanente, não se lhes pode retirar, 92.2012.5.09.0022, 6ª Turma, Relator Ministro Augusto César Leite
ainda que por meio de lei ou de norma coletiva, o direito à de Carvalho, DEJT 13/6/2019)
percepção de horas extras decorrentes da inobservância do "TRABALHADOR AVULSO - INTERVALO INTERJORNADAS 1. O
intervalo interjornada. OGMO é responsável por zelar pelas normas de saúde, higiene e
É certo que, assim como o intervalo intrajornada, o intervalo de segurança do trabalho portuário avulso e responde solidariamente
onze horas entre uma jornada e outra constitui medida de higiene, com os operadores portuários pela remuneração devida ao
saúde e segurança do trabalho (artigos 66 da CLT e 7º, inciso XXII, trabalhador, nos termos do art. art. 33, V e § 2º, da Lei nº
da Constituição Federal). Tanto é que esta Corte sedimentou o 12.815/2013 (art. 19, V e § 2º, da Lei nº 8.630/93) . 2. Deve - se
entendimento de que a não observância do intervalo mínimo observar, no particular, a igualdade de direitos entre o trabalhador
com vínculo empregatício permanente e o avulso, reconhecida no INTERJORNADAS. 1. A jurisprudência desta Corte Superior é firme
art. 7º, XXXIV, da Constituição da República. 3. A jurisprudência no sentido de que são devidas as horas extraordinárias aos
desta Eg. Corte firmou o entendimento de que o desrespeito ao portuários avulsos que trabalham em dois turnos de seis horas
intervalo mínimo interjornadas previsto no art . 66 da CLT acarreta, consecutivos, pois compete ao OGMO organizar o trabalho e cuidar
por analogia, efeitos idênticos aos previstos no § 4º do art. 71 da para que sejam estabelecidos rodízios, de modo a se resguardar a
CLT, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram legislação trabalhista aplicável. 2. O art. 8º da Lei nº 9.719/98
subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional. Recurso determina que, na escalação diária do trabalhador portuário avulso,
de Revista conhecido parcialmente e provido". (ARR-2445- deverá sempre ser observado um intervalo mínimo de onze horas
57.2014.5.09.0411, 8ª Turma, Relatora Ministra Maria Cristina consecutivas entre duas jornadas, salvo em situações excepcionais
Irigoyen Peduzzi, DEJT 6/6/2019) (constantes de acordo ou convenção coletiva de trabalho). 3. Na
"3. HORAS EXTRAS. TRABALHADOR PORTUÁRIO AVULSO. hipótese, não ficou caracterizada situação excepcional apta a
INOBSERVÂNCIA DO INTERVALO INTERJORNADAS DE 11 justificar a não observância do intervalo interjornada. Recurso de
HORAS. PAGAMENTO DA JORNADA SEGUINTE COMO LABOR revista conhecido e provido, no particular". (RR-488-
EXTRAORDINÁRIO. ISONOMIA COM TRABALHADORES COM 89.2012.5.09.0411, 1ª Turma, Relator Ministro Walmir Oliveira da
VÍNCULO EMPREGATÍCIO. POSSIBILIDADE DE REDUÇÃO DO Costa, DEJT 9/5/2019)
INTERVALO MEDIANTE NORMA COLETIVA. AUSÊNCIA DE "INTERVALO INTERJORNADA. TRABALHADOR AVULSO.
COMPROVAÇÃO DE EXISTÊNCIA DO INSTRUMENTO AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE SITUAÇÃO EXCEPCIONAL
NORMATIVO. MATÉRIA FÁTICA. NÃO CONHECIMENTO. I. O PREVISTA EM NORMA COLETIVA. A jornada do trabalhador
Tribunal Regional decidiu que, "naquilo em que não haja portuário avulso tem legislação específica, que permite, em
incompatibilidade, aplicam-se aos avulsos, as mesmas garantias situações excepcionais, que não seja observado o intervalo mínimo
dos demais trabalhadores, aí compreendendo-se o direito ao de onze horas entre as jornadas, desde que essas situações
intervalo interjornada", de maneira que, uma vez desrespeitado tal constem de acordo ou convenção coletiva de trabalho. É o que
intervalo, o labor praticado em sequência deve ser retribuído com o dispõe o artigo 8º da Lei nº 9.719/98. No caso, contudo, em que
acréscimo de 50%. Ressaltou que " dúvidas, portanto, não existem pese a existência de previsão em norma coletiva que, consoante
acerca de a norma constitucional ter assegurado aos trabalhadores disposição legal, autoriza o labor excepcional no decurso do
avulsos a percepção de horas extraordinárias, consoante disposto intervalo interjornada, a Corte regional não registrou a ocorrência de
no inciso XVI, do seu art. 7º, não se podendo compreender pudesse nenhuma situação excepcional. Assim, para se concluir de forma
a lei 8.630/93 ou Convenção Coletiva, dispor de modo diverso ". II. diversa, seria necessário o reexame da valoração de fatos e provas
A Constituição da República determinou o pagamento de adicional feita pelas esferas ordinárias, procedimento, contudo, inviável nesta
de no mínimo 50%, nas oportunidades em que o trabalhador excede instância recursal de natureza extraordinária, ante o óbice da
sua jornada normal, bem como a isonomia entre trabalhador com Súmula nº 126 do TST. Recurso de revista não conhecido". (RR-
vínculo empregatício e trabalhador avulso. Assim, a condenação do 133900-68.2007.5.09.0322, 2ª Turma, Relator Ministro José
Reclamado ao pagamento de horas extras não viola, mas sim, está Roberto Freire Pimenta, DEJT 19/10/2017)
de acordo com os referidos dispositivos constitucionais. III. Não se Entretanto, no caso dos autos, não foi preenchida a condição da
divisa violação do art. 29 da Lei nº 8.630/1993, porquanto, muito existência de situação excepcional a fim de justificar a não
embora referido dispositivo legal determine a observância das observância do intervalo mínimo de 11 horas entre jornadas.
normas coletivas da categoria, é certo que a negociação coletiva O Regional expressamente consignou que "inexiste prova da
deve respeitar as regras legais de segurança e higiene do trabalho, existência da situação excepcional, de falta de mão-de-obra para
de maneira que não podem obstar o pagamento do adicional de atender à empresa. Assim, teria o reclamante o direito a horas
horas extras. Inclusive, esta Corte Superior firmou jurisprudência no extras, por infringência ao intervalo interjornadas de onze horas"
sentido de que é devido ao trabalhador portuário avulso o direito às (pág. 810).
horas extras, independentemente de serem prestadas para um ou Ressalta-se que, para chegar a entendimento diverso, seria
diversos operadores portuários, porquanto é do órgão gestor de necessário o reexame dos elementos probatórios dos autos,
mão de obra a responsabilidade pela escolha dos trabalhadores que procedimento vedado nesta instância recursal de natureza
prestarão serviços aos operadores portuários. Dessarte, se o extraordinária, nos termos da Súmula nº 126 do TST.
trabalhador avulso extrapola o limite de sua jornada, devido o Ilesos, portanto, os artigos 5º, inciso XXXVI, 7º, inciso XXVI, 8º,
pagamento de horas extras. IV. Noutro giro, o Reclamado sustenta incisos I, III e VI, e 114, §§ 1º e 2º, da Constituição Federal, 66 e 71,
que existe norma coletiva em que se previu a possibilidade de caput e § 4º, da CLT, 29 da Lei nº 8.630/93 (atual artigo 43 da Lei nº
redução do intervalo interjornada, de maneira que não é devido o 12.815/2013), 8º da Lei nº 9.719/98 e 2º, 18 e 31 da Lei nº 9.307/96.
pagamento, como extra, do trabalho prestado após o intervalo Por estar o acórdão regional em harmonia com a jurisprudência
suprimido. Todavia, não consta do acórdão regional se havia norma consolidada do Tribunal Superior do Trabalho, esgotada se
coletiva em que se autorizou a redução do intervalo entre as encontra a função uniformizadora desta Corte, o que afasta a
jornadas, tampouco quais eram as circunstâncias excepcionais possibilidade de eventual configuração de conflito pretoriano, na
necessárias para se reduzir o período de 11 horas de descanso. forma em que estabelecem a Súmula nº 333 do TST e o § 7º do
Portanto, a reforma do acórdão regional nos termos em que artigo 896 da CLT.
pretendidos pelo Recorrente demanda o reexame de matéria fático- Verifica-se, ademais, que o reclamado carece de interesse de
probatória, hipótese vedada nesta fase recursal, nos termos da recorrer em relação à natureza indenizatória do intervalo
Súmula nº 126 do TST. V. Recurso de revista de que não se interjornada. Isso porque a Corte a quo asseverou que "a sentença
conhece". (ARR-906-90.2011.5.01.0053, 4ª Turma, Relator Ministro já considerou tal verba como de natureza indenizatória, razão pela
Alexandre Luiz Ramos, DEJT 9/5/2019) qual carece o reclamado de interesse recursal quanto a não
"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMANTE. incidência de reflexos" (pág. 811).
TRABALHADOR PORTUÁRIO AVULSO. INTERVALO Não conheço.
(...)
Em relação ao intervalo interjornada, extrai-se da decisão Processo Nº E-AIRR-0011725-65.2017.5.03.0071
monocrática que, em se tratando de trabalhador avulso, tem-se que Complemento Processo Eletrônico
a legislação específica dessa categoria permite que, em situações Relator Relator do processo não cadastrado
excepcionais, não seja observado o intervalo mínimo de 11 horas Embargante SINDICATO DOS EMPREGADOS EM
ESTABELECIMENTOS BANCARIOS
entre as jornadas, desde que as citadas situações constem de DE PATOS DE MINAS E REGIAO
acordo ou convenção coletiva de trabalho. Advogado Dr. Humberto Marcial Fonseca(OAB:
Ressaltou-se que a jurisprudência desta Corte reconhece o direito 55867/SP)
do trabalhador portuário avulso ao intervalo entre jornadas e a Advogado Dr. Gilberto Goncalves Caixeta(OAB:
103161-A/MG)
necessidade de o OGMO comprovar a ocorrência das situações
Advogado Dr. Cristiane Pereira(OAB: 103505-
excepcionais de inobservância do intervalo mínimo de 11 horas A/MG)
entre duas jornadas de trabalho. Embargado BANCO DO BRASIL S.A.
No caso dos autos, todavia, este Relator asseverou que não foi Advogado Dr. Fabiana Gonçalves da Silva(OAB:
preenchida a condição da existência de situação excepcional a fim 143051/MG)
de justificar a não observância do intervalo mínimo de 11 horas Advogada Dra. Jucélia Martins Lima(OAB:
139067/MG)
entre jornadas.
Advogada Dra. Marina Laponez Maia(OAB:
Por conseguinte, concluiu-se que o reclamante faz jus à percepção 112324/MG)
de horas extras decorrentes do descumprimento do intervalo
interjornada. Intimado(s)/Citado(s):
Além disso, este Relator salientou que, conforme entendimento - BANCO DO BRASIL S.A.
jurisprudencial desta Corte, não pode o Órgão Gestor de Mão de - SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS
Obra eximir-se de pagar as horas extras decorrentes do trabalho em BANCARIOS DE PATOS DE MINAS E REGIAO
jornada superior à fixada para a categoria e da supressão do
intervalo interjornada, ainda que em razão da prestação de serviços EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14
para tomadores diversos, responsabilidade, vale lembrar, que
também recai sobre o operador portuário (artigo 19, § 2º, da Lei nº Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 1.465-1.478) interpostos
8.630/93), mesmo que não tenha concorrido para a composição da contra decisão da 2ª Turma do TST, por meio da qual foi negado
escala. provimento ao agravo de instrumento do sindicato reclamante, com
Por fim, cumpre registrar que a referência do reclamado às decisões relação ao tema: "AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. NATUREZA JURÍDICA
do Supremo Tribunal Federal no RE nº 590.415 e no RE nº 895.759 INDENIZATÓRIA PREVISTA EM NORMA COLETIVA DA
é impertinente à hipótese, que trata de turnos ininterruptos de CATEGORIA DESDE A CRIAÇÃO DO BENEFÍCIO. MATÉRIA
revezamento e de intervalo interjornada, e não de plano de FÁTICA. SÚMULA Nº 126 DO TST".
dispensa incentivada ou de horas in itinere. Verifica-se que é inconteste a incidência, na hipótese, do disposto
Dessa forma, constatada, na decisão monocrática, as razões de na Súmula nº 353 do TST, com a redação que lhe emprestou a
decidir deste Relator, tem-se por atendida a exigência da prestação Resolução nº 128/2005 do Tribunal Pleno desta Corte:
jurisdicional, mesmo que o resultado do julgamento seja contrário
ao interesse da parte. Para que se tenha por atendido o dever
constitucional de fundamentação das decisões judiciais, basta que "Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de
nessas se enfrentem, de forma completa e suficiente, todas as decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
questões necessárias ao deslinde da controvérsia, o que ocorreu no a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de
caso em exame Portanto, não restam dúvidas de que foi prestada a agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos;
devida jurisdição à parte. b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão
Diante desses fundamentos, nego provimento ao agravo" (págs. monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de
1.078-1.109, destacou-se). pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento;
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do
Na hipótese, a matéria objeto do apelo se refere ao Tema 1046 da recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada
Tabela de Repercussão Geral do Supremo Tribunal Federal, que originariamente pela Turma no julgamento do agravo;
reconheceu a existência de repercussão geral no tema "validade de d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento;
norma coletiva de trabalho que limita ou restringe direito trabalhista e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538,
não assegurado constitucionalmente". parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC.
Cabe ressaltar que o Excelentíssimo Senhor Ministro Gilmar f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de
Mendes, nos autos do Processo Nº ARE-1.121.633/GO, determinou decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do
a suspensão nacional dos processos em que se discute a matéria. CPC".
Do exposto, aguardem os autos na Secretaria da Segunda Turma,
até definição pela Suprema Corte. O verbete sumular transcrito é, nitidamente, obstáculo ao
Após, voltem-me conclusos. conhecimento e ao exame destes embargos, haja vista que, na
Brasília, 20 de fevereiro de 2020. decisão recorrida, houve a análise do mérito do agravo de
instrumento, ou seja, dos argumentos que objetivavam o
processamento do recurso de revista.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) Assim, corroborar a assertiva lançada nas razões do embargante
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA implicaria admitir que esta Subseção viesse a desempenhar função
Ministro Presidente da Segunda Turma revisora das decisões das Turmas do TST em que se negou
provimento a agravo de instrumento, quando, a partir da edição e a mera reprodução do inteiro teor da fundamentação adotada pelo
vigência da Lei nº 11.496/2007, que deu nova redação ao artigo Tribunal Regional no tema impugnado, sem nenhum destaque da
894, inciso II, da CLT, passou ela a desempenhar, exclusivamente, tese jurídica combatida no apelo interposto pela parte. Incumbia,
função uniformizadora do entendimento das Turmas desta Corte. pois, ao recorrente indicar a parte específica da decisão em que se
Como se observa, a hipótese dos autos não se enquadra em encontrava a tese jurídica adotada pelo Tribunal colegiado. Recurso
nenhuma das exceções previstas na Súmula nº 353 do TST à regra de revista não conhecido" (págs. 382 e 383, destacou-se).
geral de não cabimento de embargos de decisão de Turma
proferida em agravo de instrumento. Os embargos de declaração interpostos pelo autor foram
desprovidos, mediante os seguintes termos:
CONCLUSÃO
"O reclamante requer a manifestação desta Turma sobre o fato de
DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos ter demonstrado, no recurso de revista, o atendimento de todos os
93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014. requisitos previstos no art. 896, § 1º-A, I, da CLT.
Publique-se. Verifica-se que a decisão embargada não se ressente de nenhuma
Brasília, 02 de março de 2020. omissão, contradição ou obscuridade.
O acórdão destacou expressamente a inaptidão da indicação da
tese regional nas razões do recurso de revista do reclamante.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) Restou destacada a posição pacífica desta Corte no sentido de que
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA a transcrição integral dos fundamentos adotados pelo Tribunal a
Ministro Presidente da Segunda Turma quo não preenche o requisito exigido por lei, haja vista não permitir
a identificação precisa e objetiva da tese adotada pela referida
Processo Nº E-ED-RR-0000361-16.2014.5.09.0013 Corte.
Complemento Processo Eletrônico Com efeito, para que o requisito legal seja atingido, fundamental
Relator Relator do processo não cadastrado que se reproduza no recurso a tese jurídica utilizada pela instância
Embargante JOSÉ CAMARGO CORDEIRO regional para decidir o tema, com a indicação destacada do ponto
Advogado Dr. Araripe Serpa Gomes Pereira(OAB: em que se encontra no acórdão, e a consequente argumentação de
12162/PR)
violação a lei ou de contrariedade à súmula, de forma explícita e
Embargado COMPANHIA DE SANEAMENTO DO
PARANÁ - SANEPAR fundamentada.
Advogado Dr. Rosaldo Jorge de Andrade(OAB: A reprodução genérica de toda a fundamentação utilizada pela
12370/PR) instância regional para decidir o ponto em debate, sem a
impugnação específica de cada fundamento adotado pelos
Intimado(s)/Citado(s): julgadores, inclusive mediante demonstração analítica de cada
- COMPANHIA DE SANEAMENTO DO PARANÁ - SANEPAR dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou de
- JOSÉ CAMARGO CORDEIRO orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte, é inservível ao
propósito da lei.
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014 Assim, as razões recursais que contenham mera transcrição integral
dos fundamentos adotados no acórdão não atendem à exigência
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS legal.
EMBARGOS Nesse sentido, os seguintes precedentes:
RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. APELO INTERPOSTO
Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada SOB A ÉGIDE DA LEI N.º 13.015/2014. INDICAÇÃO DOS
em 13/12/2019; embargos interpostos em 6/2/2020). TRECHOS DA DECISÃO QUE CONSUBSTANCIAM O
Representação processual: regular a representação processual PREQUESTIONAMENTO DAS MATÉRIAS IMPUGNADAS.
(procuração, pág. 6). NECESSIDADE. TRANSCRIÇÃO INTEGRAL DOS TÓPICOS DO
Preparo: dispensado (recurso do autor). ACÓRDÃO RECORRIDO. NÃO ATENDIMENTO DA EXIGÊNCIA.
Assim, estão atendidos os pressupostos extrínsecos de Dentre as inovações inseridas na sistemática recursal trabalhista
admissibilidade do recurso. pela Lei n.º 13.015/2014, consta, expressa e literalmente, sob pena
de não conhecimento do Recurso de Revista, a exigência de que a
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS parte proceda à indicação do trecho da decisão recorrida que
EMBARGOS consubstancia o prequestionamento da matéria impugnada no
Apelo. A transcrição integral do acórdão recorrido, no início ou no
COISA JULGADA final das razões de Revista ou, ainda, a mera transcrição integral
dos fundamentos adotados, fracionados por tópicos, com a
A Segunda Turma não conheceu do recurso de revista do manutenção da prática de impugnação genérica e dissociada, que
reclamante, mediante os seguintes fundamentos, in verbis: era usual na vigência do regramento anterior, não atende à
exigência. Com efeito, a nova técnica estabelecida exige que a
"COISA JULGADA. O recorrente, nas razões de recurso de revista, demonstração da violação legal, da contrariedade a súmula ou da
não observou os pressupostos do art. 896, § 1.º-A, I, da CLT, divergência jurisprudencial seja feita de forma analítica, com a
deixando de indicar o trecho da decisão que consubstancia o indicação do ponto impugnado e a correspondente dedução dos
prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista. A motivos pelos quais se entende que aquele ponto da decisão
jurisprudência desta Corte não tem admitido como válida, ao implica violação legal ou diverge de outro julgado. Recurso de
reconhecimento do requisito exigido pelo art. 896, § 1.º-A, I, da CLT, Revista não conhecido. (RR-20565-14.2013.5.04.0221, Rel. Min.
Maria de Assis Calsing, 4ª Turma, DEJT 9/10/2015). (Grifo nosso). Nas razões de embargos, o reclamante alega que "demonstrou no
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA recurso de Revisto que a tese do autor era no sentido que o título
INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014. executivo determina o pagamento da multa de 40% a todos os
PRESCRIÇÃO. ACÚMULO DE FUNÇÃO. HORAS EXTRAS. representados que tiveram o contrato rescindido por motivo de
ADICIONAL NOTURNO. INTERVALO PREVISTO NO ARTIGO 384, aposentadoria e que que ao negar para aqueles que tiveram o
DA CLT. RECURSO DEREVISTA QUE NÃO ATENDE AO contrato de trabalho rescindido antes de 10.12.1997, a decisão do
REQUISITO DISPOSTO NO ARTIGO 896, § 1º-A, INCISO I, DA Tribunal, ora recorrida, viola o título executivo, a coisa julgada,
CLT. AUSÊNCIA DE TRANSCRIÇÃO DO TRECHO DA DECISÃO artigo 5º, inciso XXXVI da Constituição Federal" (pág. 454).
RECORRIDA QUE CONSUBSTANCIA O PREQUESTIONAMENTO Sustenta que transcreveu os trechos pertinentes do acórdão
DA CONTROVÉRSIA. NÃO ATENDIMENTO DE PRESSUPOSTO regional quanto ao tema objeto de irresignação nas razões de
INSTITUÍDO PELA LEI 13.015/2014. DESPROVIMENTO DO revista.
APELO. Não observado pelo agravante, quando da interposição do Aduz que, "considerando tratar-se de tema que foi enfrentado de
recurso de revista, o requisito previsto no artigo 896, §1º-A, I, da forma suscinta e objetiva, tem-se que a transcrição feita, ainda que
CLT, ao deixar de indicar o trecho da decisão que consubstancia o do inteiro teor do acórdão recorrido, atende aos requisitos do art.
prequestionamento da matéria impugnada, incabível o 896, §1º-A, I, da CLT" (pág. 1.494).
processamento do recurso de revista, pois desatendidos os No mais, reitera os fundamentos apresentados no recurso de revista
pressupostos de admissibilidade preconizados pela Lei relacionados à questão de fundo.
13.015/2014. A transcrição integral do acórdão em cada uma das Ao exame.
matérias impugnadas em sede de recurso de revista não atende ao Na hipótese, a Turma consignou que a parte transcreveu a íntegra
disposto no artigo 896, § 1°- A, inciso I, da CLT, uma vez que não do acórdão regional em vez de indicar o trecho da decisão recorrida
há, nesse caso, determinação precisa da tese regional combatida em que se encontrava prequestionada a matéria objeto de sua
no apelo, nem demonstração analítica das violações apontadas. irresignação, como ordena o art. 896, § 1º-A, inciso I, da CLT, de
Precedentes desta Corte. Agravo de instrumento desprovido. (AIRR forma que a exigência processual contida no dispositivo em questão
-774-33.2011.5.04.0511, Rel. Desembargador Convocado: Cláudio não foi satisfeita.
Armando Couce de Menezes, 2ª Turma, DEJT 18/12/2015). Com efeito, a SbDI-1 já firmou tese de que a transcrição do trecho
RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº da decisão recorrida é necessária para fins de cumprimento do
13.015/2014. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. "CHEERS". disposto no artigo 896, § 1º-A, da CLT, não atendendo a essa
OBRIGAÇÃO DE CANTAR E DANÇAR HINO MOTIVACIONAL exigência a mera reprodução da íntegra do acórdão regional no
DAEMPRESA. A mera transcrição in totum da fundamentação do tópico objeto recursal.
julgado recorrido, sem a indicação ou explicitação da tese discutida É o que se extrai dos seguintes precedentes da Subseção, in verbis:
e examinada pelo Tribunal a quo, não é suficiente para satisfazer o
pressuposto recursal do prequestionamento. Com efeito, não é AGRAVO EM EMBARGOS EM AGRAVO EM RECURSO DE
possível o exame do recurso de revista quanto ao tema, porquanto REVISTA. RECURSO DE REVISTA QUE NÃO ATENDE AO
as razões recursais não estão conforme o artigo 896, § 1º-A, da REQUISITO DISPOSTO NO ARTIGO 896, § 1º-A, INCISO I, DA
CLT, nos termos da redação dada pela Lei nº 13.015/2014. Recurso CLT. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO PREQUESTIONAMENTO.
de revista não conhecido. (RR-1092-70.2012.5.04.0611, Rel. Min. ART. 894, II, DA CLT. Na hipótese, a Agravante insurge-se contra
José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT 24/4/2015). decisão proferida pela 2ª Turma que negou provimento ao agravo
Conforme se vê, o entendimento é o de que a mera reprodução do em recurso de revista quanto ao tema "PROMOÇÕES POR
inteiro teor da fundamentação adotada pela Corte a quo no tema MERECIMENTO. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS.
impugnado, sem nenhum destaque da tese jurídica combatida no DESCUMPRIMENTO. NECESSIDADE DA REALIZAÇÃO DAS
presente apelo, não supre a exigência prevista no art. 896, § 1º-A, AVALIAÇÕES DE DESEMPENHO". A decisão Turmária consignou
da CLT. que a Parte não atendeu aos requisitos do art. 896, §1º-A, inciso I,
Nesse sentido, incumbia ao recorrente indicar a parte específica da CLT, pois transcreveu na íntegra o acórdão, não indicando o
dessa decisão em que se encontrava a tese jurídica adotada pelo trecho da decisão recorrida em que se encontra prequestionada a
Tribunal Regional. matéria que pretendia ver debatida. Com efeito, verifica-se que a
Muito embora o inciso I do § 1°-A do artigo 896 da CLT não decisão embargada deu-se em consonância com o entendimento
esclareça com minúcias como deve ser realizada a transcrição do pacificado por esta Corte Superior, no sentido de que a transcrição
trecho em que há o prequestionamento da controvérsia, este do inteiro teor do acórdão Regional, sem qualquer destaque, não
Colegiado tem interpretado a norma de acordo com a sua atende aos requisitos do art. 896, § 1º-A, I, da CLT. Dessa forma,
finalidade, qual seja, a de tornar a análise dos recursos de inviável o processamento do recurso de embargos com base na
competência deste Tribunal Superior mais objetiva, célere e precisa, alegação de divergência jurisprudencial uma vez que se encontra
eliminando a prática comum de alegações genéricas e abstratas. superada pela iterativa e notória jurisprudência desta Corte
Saliente-se, ainda, que a previsão contida no § 11 do art. 896 da Superior, em decorrência da redação do artigo 894, II, da CLT.
CLT também não se aplica ao caso em comento, pois aludido Precedentes desta SBDI-1. Agravo conhecido e não provido". (Ag-E
dispositivo permite ao TST desconsiderar o vício ou mandar saná- -Ag-RR - 2950-83.2016.5.22.0001 , Relator Ministro: Alexandre Luiz
lo, julgando o mérito do recurso tempestivo, apenas quando este Ramos, Data de Julgamento: 28/11/2019, Subseção I Especializada
contiver defeito formal que não se repute grave, o que não ocorre em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 06/12/2019)
na hipótese dos autos, em que não foi atendido um pressuposto de
admissibilidade previsto em lei. "AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS EM RECURSO DE
Diante o exposto, NEGO PROVIMENTO aos embargos de REVISTA. ACÓRDÃO TRANSCRITO NA ÍNTEGRA, SEM
Declaração" (págs. 428-432, destacou-se). DESTAQUES. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO EFETIVA DO
COTEJO ANALÍTICO DE TESES. NÃO CUMPRIMENTO DOS
REQUISITOS PREVISTOS NO ART. 896, § 1º- A, DA CLT. A Inteligência do artigo 896, § 1º-A, I, da CLT. 2. Recurso de
transcrição, pela parte, em recurso de revista, do inteiro teor do embargos de que se conhece e a que se dá provimento" (E-RR -
acórdão regional, ou mesmo de seus capítulos, sem qualquer 1144-40.2013.5.15.0089, Subseção I Especializada em Dissídios
destaque, não atende ao disposto no art. 896, § 1º-A, I, da CLT, Individuais, Relator Ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos,
uma vez que não há, nesse caso, determinação precisa da tese DEJT 8.9.2017).
regional combatida no apelo, nem o cotejo analítico de teses.
Precedentes da SBDI-1 do TST. Óbice do art. 894, § 2º, da CLT. "RECURSO DE EMBARGOS. RECURSO DE REVISTA
Agravo regimental conhecido e desprovido" (AgR-E- CONHECIDO POR VIOLAÇÃO A DISPOSITIVO LEGAL. MERA
RR - 10918-47.2013.5.15.0137 , Relator Ministro: Alberto Luiz INVOCAÇÃO DA NORMA. TRANSCRIÇÃO INTEGRAL DA
Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 22/02/2018, DECISÃO REGIONAL PELA TURMA. IMPOSSIBILIDADE.
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de DESCUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS DO ART. 896, § 1º-A, I E
Publicação: DEJT 02/03/2018) II DA CLT. Não foi admitida a alegação do reclamado, em embargos
de declaração interposto perante a c. Turma, relacionada a
"RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI 13.015/2014. ausência de indicação de todos os trechos que trazem a tese que
NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO DE REVISTA. consubstancia o prequestionamento da matéria, nem quanto à
INOBSERVÂNCIA AO REQUISITO PREVISTO NO ARTIGO 896, § alegação de que o dispositivo que determinou o conhecimento do
1º-A, I, DA CLT. Salvo quando o capítulo da decisão é sucinto a recurso de revista da reclamada - art. 678, I, a, da CLT, não fora
ponto de toda a fundamentação (matéria prequestionada) nele se indicado nas razões recursais, em desatenção ao §1º-A do art. 896
exaurir, a transcrição na íntegra dos capítulos do acórdão do da CLT. Contudo, basta a leitura da v. decisão embargada para se
Tribunal Regional objeto da controvérsia no início das razões do verificar que a c. Turma procede à análise da matéria pela
recurso de revista, e, posteriormente, as insurgências quanto aos transcrição integral do teor da decisão do eg. TRT. Ao assentar que
temas recorridos não satisfazem o requisito previsto no art. 896, § a parte procedeu à invocação do art. 678, I, a, da CLT, sem trazer
1º-A, I, da CLT, porquanto não viabilizam o confronto analítico entre nenhuma fundamentação que permita aferir o devido confronto
a tese central assentada pelo TRT e a fundamentação jurídica analítico, resta demonstrado que a c. Turma deixou de dar
apresentada no recurso de revista em mais de uma tema. efetividade ao princípio que norteou a edição da Lei 13.015/2014. O
Precedentes. Recurso de embargos conhecido e desprovido. (E-ED limite da análise das razões do recurso de revista deve cingir-se ao
-RR - 1583-45.2014.5.09.0651, Rel. Min. Augusto César Leite de trecho transcrito pela parte, não sendo possível transferir ao
Carvalho, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT julgador a análise da decisão integral nem podendo se permitir o
de 27/10/2017) conhecimento do recurso por violação de norma que não foi objeto
de explícita indicação e do devido confronto analítico. Embargos
"RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. conhecidos e parcialmente providos" (E-ED-RR - 20013-
INTERPOSIÇÃO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. ART. 896, § 14.2012.5.20.0003, Subseção I Especializada em Dissídios
1º-A, I, DA CLT. NECESSIDADE DE INDICAÇÃO DO TRECHO DO Individuais, Relator Ministro Aloysio Corrêa da Veiga, DEJT
ACÓRDÃO REGIONAL QUE CONSUBSTANCIA O 12.5.2017)
PREQUESTIONAMENTO DA CONTROVÉRSIA OBJETO DO
RECURSO DE REVISTA. TRANSCRIÇÃO DA INTEGRALIDADE "EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. DECISÃO
DA DECISÃO RECORRIDA EM RELAÇÃO AO TEMA DEVOLVIDO EMBARGADA PUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.
À APRECIAÇÃO DO TST. INSUFICIÊNCIA. A teor do art. 896, § 1º- RECURSO DE REVISTA QUE NÃO APRESENTA A
A, I, da CLT, é exigência legal a indicação do trecho do acórdão TRANSCRIÇÃO DO TRECHO DO ACÓRDÃO REGIONAL QUE
regional que consubstancia o prequestionamento da matéria IDENTIFICA O PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA OBJETO
devolvida à apreciação do Tribunal Superior do Trabalho, não sendo DO APELO. REQUISITO LEGAL INSCRITO NO ARTIGO 896, § 1º-
suficiente, para esse fim, a transcrição, quanto ao tema devolvido à A, I, DA CLT. REDAÇÃO CONFERIDA PELA LEI 13.015/2014. 1 - A
apreciação do TST, da decisão recorrida em seu inteiro teor, sem e. 7ª Turma não conheceu do recurso de revista patronal, que
qualquer destaque em relação ao ponto em discussão. Recurso de versava sobre os temas "horas extras", "intervalo intrajornada",
embargos conhecido e não provido" (E-ED-RR - 1720- "horas in itinere" e "multa por embargos de declaração
69.2012.5.15.0153, Subseção I Especializada em Dissídios protelatórios", ressaltando o não preenchimento do requisito inscrito
Individuais, Relator Ministro Hugo Carlos Scheuermann, DEJT no artigo 896, § 1º-A, I, da CLT, uma vez que "interpôs recurso de
22.9.2017). revista sem transcrever o trecho da decisão recorrida que
consubstancia o prequestionamento da controvérsia" (fl. 601); 2 -
"RECURSO DE EMBARGOS. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO Efetivamente, não se sustenta a tese recursal de que, "ainda que
TRECHO DA DECISÃO RECORRIDA QUE CONSUBSTANCIA O não transcritos literalmente, foram devidamente indicados e
PREQUESTIONAMENTO. NÃO CUMPRIMENTO DOS prequestionados no recurso de revista todos trechos da decisão
REQUISITOS DO § 1º-A DO ARTIGO 896 DA CLT. PROVIMENTO. recorrida objeto da controvérsia, os quais mereciam o devido
1. Esta Corte Superior tem entendido que é necessário que a enfrentamento na forma do art. 896, § 1º-A, I, da CLT" (fl. 617); 3 -
parte recorrente transcreva os trechos da decisão regional que Embora o dispositivo em comento utilize o verbo "indicar", referindo-
consubstanciam o prequestionamento das matérias objeto do se ao requisito formal ali inscrito, esta Corte Superior tem exigido a
recurso de revista, promovendo o cotejo analítico entre os transcrição do trecho da decisão regional que consubstancia o
dispositivos legais e constitucionais invocados ou a divergência prequestionamento da controvérsia objeto do apelo, firme no
jurisprudencial noticiada e os fundamentos adotados pela Corte de entendimento de que a alteração legislativa empreendida pela Lei
Origem, não sendo suficiente a mera menção às folhas do acórdão 13.015/2014, nesse aspecto, constitui pressuposto de adequação
regional nem a transcrição integral e genérica da decisão recorrida formal de admissibilidade do recurso de revista e se orienta no
nas razões do recurso de revista, como ocorreu no presente caso. sentido de propiciar a identificação precisa da contrariedade a
presente medida recursal (art. 897-A da CLT). interpor o imprescindível agravo de instrumento, segundo a diretriz
Ao contrário do que sustenta a embargante, a reclamada do artigo 1º, da Instrução Normativa nº40/2016, sob pena de exame
INFRAERO alegou, de forma explícita e fundamentada, nas razões restrito do recurso de revista, diante da preclusão.
do recurso de revista, a tese de inaplicabilidade à espécie do Na hipótese, conforme já esclarecido em embargos de declaração,
disposto no art. 468 da CLT e na Súmula 51, I, do TST (seq. 96, p. não houve omissão no juízo de admissibilidade regional do recurso
20), tendo sido a aludida tese reiterada nas razões do agravo de de revista da ré, visto que o apelo tratou de tema único, não
instrumento (seq. 103, pp. 17/18). havendo falar, portanto, em preclusão.
Assinale-se, neste ponto, que ambas arguições foram Por outro lado, os paradigmas colacionados pela parte às págs. 961
expressamente destacadas no acórdão embargado. -965 assentam a tese de que a indicação de trecho do julgado que
Ademais, cumpre rememorar que é da competência funcional do não demonstre o enfrentamento da matéria pelo Tribunal Regional
juízo de admissibilidade do Tribunal Regional o exame dos não atende à exigência contida no artigo 896, §1º-A, da CLT.
pressupostos extrínsecos e intrínsecos de admissibilidade do Ocorre que, no caso vertente, ficou demonstrado que a parte
recurso de revista. A referida decisão possui caráter precário e não indicou o respectivo trecho da decisão recorrida em que se encontra
vincula esta Corte, que pode realizar novo exame dos pressupostos prequestionada a matéria objeto de sua irresignação.
de cabimento do recurso. Não há falar, portanto, em preclusão A Turma asseverou que o cumprimento do artigo 896, §1º-A, da
quanto ao reconhecimento por esta Turma de que o acórdão CLT foi devidamente evidenciado, uma vez que o trecho do acórdão
regional violou, por má aplicação, o disposto no art. 468 da CLT. a quo reproduzido pela reclamada traduziu de forma expressa o
Esclareça-se, ainda, que o Tribunal Regional, por ocasião da devido prequestionamento da controvérsia, sobre a incorporação
decisão de admissibilidade da revista, manifestou-se sobre tema indevida de gratificação de função, no caso de não haver sido
único ("Incorporação de gratificação"), situação diversa da preenchido o requisito temporal antes da revogação da norma.
disciplinada no art. 1º, § 1º, da Instrução Normativa 40/2016 do TST Além disso, a parte fez menção expressa ao artigo 468 da CLT nas
["Se houver omissão no juízo de admissibilidade do recurso de razões do recurso de revista, ao consignar que "não há o que se
revista quanto a um ou mais temas, é ônus da parte interpor falar em "estabilização das relações jurídicas firmadas, fenômeno
embargos de declaração para o órgão prolator da decisão incidente apenas sobre atos administrativos ampliativos de direitos"
embargada supri-la (CPC, art. 1024, § 2º), sob pena de preclusão"] - em tão pouco tempo de aquisição do direito (3 anos) em paralelo à
dicção que, frise-se, alude à omissão quanto ao exame de tema(s) Súmula 372 do TST. E, muito menos, aplicação da súmula 51 do
veiculado(s) na revista, e não de preceito legal (gn). TST, do artigo 468 da CLT e do direito adquirido. Ademais, há que
No mais, em que pese a argumentação do reclamante, cabe se atentar para o fato de que a incidência da referida súmula só tem
reiterar, na linha do acórdão embargado, que a reclamada de fato aplicação nas hipóteses de direitos concedidos por norma
atendeu às exigências previstas no art. 896, § 1º-A, I, da CLT, tendo regulamentar válida, o que não foi o caso dos autos" (pág. 805).
indicado o trecho específico e do acórdão do Tribunal Regional que Inteiramente inespecíficos, pois, os julgados colacionados, o que
consubstancia o prequestionamento da controvérsia, na forma do impossibilita o cotejo de teses pela Subseção I Especializada em
aludido preceito. Dissídios Individuais e faz incidir, na espécie, o disposto na Súmula
Como se vê, a decisão proferida por esta Turma julgadora, além de nº 296, item I, do Tribunal Superior do Trabalho.
se encontrar devidamente fundamentada, resolve de forma lógica e
coesa as questões postas em juízo, não se prestando os embargos CONCLUSÃO
de declaração para manifestação de inconformismo da parte com o
decidido. DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos
Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO aos embargos de 93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
Declaração" (págs. 936-938, destacou-se). Publique-se.
Brasília, 02 de março de 2020.
Nas razões de embargos, o reclamante reitera os argumentos
trazidos nos embargos de declaração interpostos em face da
decisão turmária. Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Sustenta que a Turma conheceu do apelo da ré por ofensa ao artigo JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
468 da CLT, dispositivo que não foi indicado nas razões recursais, Ministro Presidente da Segunda Turma
deixando o juízo de admissibilidade do Regional de examinar tal
alegação, de modo a operar-se a preclusão, nos termos do art. 1º, Processo Nº E-Ag-AIRR-1002081-71.2016.5.02.0321
§1º, da Instrução Normativa nº 40 do TST. Complemento Processo Eletrônico
Alega, ainda, que o recurso de revista empresarial também não Relator Relator do processo não cadastrado
poderia ter sido conhecido em razão da não observância do artigo Embargante RAIMUNDO NUNES MACEDO
896, §1º, da CLT, visto que o trecho do acórdão regional transcrito Advogado Dr. Carlos Roberto de Oliveira
Caiana(OAB: 37608/SP)
não traz o devido prequestionamento da matéria sob a ótica do
Advogado Dr. Agenor Barreto Parente(OAB:
artigo 468 da CLT. 6381/SP)
Cita arestos para cotejo de teses. Embargado CAE SOUTH AMERICA FLIGHT
A tese do autor é a de que o recurso de revista da reclamada não TRAINING DO BRASIL LTDA.
deveria ter sido conhecido, porque o artigo 468 da CLT, tido como Advogado Dr. Antonio Carlos Frugis(OAB:
133130/SP)
violado pela Turma, não foi prequestionado nas razões do apelo,
bem como que não houve o preenchimento dos requisitos previstos
Intimado(s)/Citado(s):
no artigo 896, §1º-A, da CLT.
- CAE SOUTH AMERICA FLIGHT TRAINING DO BRASIL LTDA.
Os arestos de págs. 955-959 trazem a tese de que, se houve
- RAIMUNDO NUNES MACEDO
admissibilidade parcial do recurso de revista, incumbiria ao litigante
Intimado(s)/Citado(s):
- FRANCISCO XAVIER DE QUEIROZ JÚNIOR
"Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de
- GEMALTO DO BRASIL CARTÕES E TERMINAIS LTDA.
decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
- METROPOLITANA VIGILÂNCIA COMERCIAL E INDUSTRIAL
a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de LTDA. E OUTROS
agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos;
b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014
monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de
pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento; PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do EMBARGOS
recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada
originariamente pela Turma no julgamento do agravo; Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento; em 13/12/2019; embargos interpostos em 24/1/2020).
e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538, Representação processual: regular (procuração, pág. 238).
parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC. Preparo: satisfeito (depósito recursal, págs. 416 e 417; custas, pág.
f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de 414).
decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do Estão, assim, atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade
CPC". do recurso.
período assinalado no regime 12x36, bem como a supressão do totalmente o acordo de compensação, devendo ser deferidas todas
intervalo intrajornada, e não de forma excepcional havia dobras horas extras laboradas a partir da 8ª diária e 44ª semanal. Renova a
(duas a três vezes na semana - v.g., fl. 290, dias 28, 29 e 30 de divergência jurisprudencial e a arguição de violação dos arts. 7.º,
novembro de 2015), circunstâncias que contaminam a validade do XIII, da Constituição Federal, 59 da CLT, e de contrariedade à
ajuste. Súmula 85, IV, do TST.
Ante a invalidade do regime devidas excedentes da 8ª diária e da O Tribunal Regional consignou expressamente ter havido
44ª semanal, de forma não cumulativa, fenecendo a pretensão a extrapolação da jornada, contudo, entendeu pela aplicação do
jornada diversa, ex vi da regra do artigo 7º, inciso XIII, da CRFB e disposto na Súmula 85, IV, do TST, no tocante aos dias em que o
artigo 59 da CLT. labor extraordinário não tiver ultrapassado o limite legal de duas
Pelo exposto, as irregularidades constatadas retiram a aparente horas, adotando o entendimento consubstanciado na Súmula 36 do
eficácia do regime, não havendo ofensa aos artigos 59, parágrafo TRT da 9.ª Região.
2º, da CLT, 7º, XIII e XXVI, e 8º, III, da Constituição Federal, O acordo de compensação foi invalidado de maneira parcial, na
porquanto reconhecida a vigência das normas coletivas, justificando medida em que, foi determinado pela Corte de origem, a verificação
-se a condenação tão-somente em face de seu descumprimento. semanal da observância dos requisitos materiais de validade do
Invalidado o acordo de compensação 12x36, não se aplica a diretriz referido acordo e a aplicação do disposto na Súmula 85, IV, do TST
da Súmula 85 do C. TST, sendo devida a integralidade das horas no tocante aos dias em que o labor extraordinário não tiver
laboradas, acrescidas do adicional. ultrapassado o limite legal de duas horas.
Para a mesma solução conduz a Tese Jurídica Prevalecente 6 do O entendimento pacífico desta Corte é no sentido de que a
Egrégio Tribunal Pleno desta Casa: (...) Além disso, diversamente prestação habitual de horas extras dos empregados que se ativam
do ponto de vista da reclamada, as irregularidades alcançam o em regime 12x36 descaracteriza totalmente a validade do referido
período contratual de forma integral, não havendo amparo legal regime.
para declarar a invalidade do regime 12x36 apenas quando Por se tratar do regime especial de jornada, a prestação habitual de
ocorreram elastecimentos da jornada e/ou redução do intervalo horas extras desnatura completamente a avença, sendo inaplicáveis
intrajornada. Rejeitaria, assim, a limitação pretendida. Invalidado o as disposições contidas na Súmula 85, IV, parte final, do TST, haja
acordo de compensação 12x36, não se aplicaria a diretriz da vista que o referido regime não se trata propriamente de um sistema
Súmula 85 do C. TST, sendo devida a integralidade das horas de compensação de horários.
laboradas, excedentes da oitava diária ou da quadragésima quarta Assim, são devidas sendo devidas as horas extras, acrescidas do
semanal, acrescidas do adicional. adicional, excedentes de 8 horas diárias e de 44 horas semanais,
Todavia, não é este o entendimento predominante no âmbito desta não havendo de se falar em averiguação semanal do atendimento
Egrégia Turma, que se posiciona pela aplicação da Súmula 36, II, às condições de validade da pactuação coletiva, nem,
deste TRT ao regime 12x36 quando invalidado, conforme consequentemente, em aplicação da Súmula 85 do TST. Nesse
fundamentação esposada pelo Excelentíssimo Desembargador sentido, os seguintes julgados desta Corte:
Revisor, Célio Horst Waldraff, a quem peço vênia para transcrever
as respectivas razões de decidir: [...] Com o devido respeito RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI 13.015/2014.
apresento, divirjo. HORAS EXTRAS. JORNADA DE TRABALHO EM ESCALA 12X36.
Este Colegiado, em outras ocasiões - cito como exemplo a decisão PRESTAÇÃO HABITUAL DE HORAS EXTRAS. INVALIDADE.
dos autos nº 42995-2013-011-09-00-3, publicada em 05.05.2017; e INAPLICABILIDADE DO ITEM IV, PARTE FINAL, DA SÚMULA 85
21549-2015-007-09-00-8, publicada em 27.01.2017 -, entendeu pela DO TST. A jurisprudência desta Corte entende que a prestação de
aplicação da limitação prevista na Súmula nº 36, II, deste Tribunal horas extras habituais invalida a jornada de doze horas de trabalho
também ao regime de 12x36, quando invalidado. Em outras por trinta e seis de descanso, mesmo quando celebrada mediante
palavras, a condenação respectiva foi restrita às semanas em que norma coletiva. Nesse contexto, aplica-se a parte inicial do item IV
verificada alguma irregularidade. da Súmula 85 do TST, no tocante à descaracterização do regime
Transcrevo parte da fundamentação naqueles processos exarada: 12x36 em face da prestação de horas extras habituais. Registre-se,
"Deverá ser observado o disposto na Súmula 36, II, deste Tribunal, no entanto, que a parte final do item IV da Súmula 85 do TST, no
que determina que a ineficácia da compensação abarca somente a sentido de deferir apenas o adicional de horas extras àquelas horas
semana em que verificada o labor extraordinário, no caso, as destinadas à compensação, mostra-se incompatível com o regime
dobras (ao menos uma), o não gozo do intervalo intrajornada (ao 12x36. Nesse caso, a jurisprudência desta Corte reconhece como
menos em um dia) ou a existência de sobrejornada" Não obstante, horas extraordinárias todo o tempo trabalhado excedente da oitava
diante da redação da nova Súmula nº 62 deste TRT ("A supressão, hora diária e da quadragésima quarta hora semanal. Recurso de
total ou parcial, do intervalo intrajornada, por si só, não invalida o embargos conhecido e desprovido (grifou-se, E-RR-348-
regime 12x36."), entendo que o exame do intervalo intrajornada não 88.2012.5.09.0303, Rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho,
encontra mais campo no caso vertente. SBDI-1, DEJT 17/6/2016).
Ante o exposto, daria provimento parcial para limitar a invalidação RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA.
do regime de 12x36 àquelas semanas em que verificado labor em INTERPOSIÇÃO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. REGIME
sobrejornada ou dobras. 12X36. PRESTAÇÃO HABITUAL DE HORAS EXTRAS.
Reforma-se a r. sentença para limitar a invalidação do regime de INVALIDADE. SÚMULA 85, III E IV, DO TST. INAPLICABILIDADE.
12x36 àquelas semanas em que verificado labor em sobrejornada LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DO ADICIONAL
ou dobras. DE HORAS EXTRAS INDEVIDA. MATÉRIA PACIFICADA. ART.
894, § 2º, DA CLT. À luz da jurisprudência desta Corte, em
Nas razões do recurso de revista, o reclamante alega ser inaplicável hipóteses como a dos autos, em que, a teor do acórdão turmário, o
a Súmula 36 do TRT 9.ª Região, ao caso dos autos, haja vista que a regime 12x36 foi descaracterizado pela prestação habitual de horas
habitualidade da prestação de horas extras descaracteriza extras, é inaplicável o entendimento consubstanciado nos itens III e
IV da Súmula 85 do TST, por não se tratar, o mencionado regime, 85, IV, aos cálculos das horas extras deferidas" (págs. 594-600,
propriamente de um sistema de compensação de jornada. destacou-se).
Precedentes desta Subseção. Recurso de embargos não conhecido
(grifou-se, E-RR-1494-80.2011.5.09.0892, Rel. Min. Hugo Carlos Nas razões de embargos, a reclamada sustenta, em síntese, que "a
Scheuermann, SBDI-1, DEJT 17/6/2016). jornada de trabalho 12 x 36, prevista em acordo ou convenção
[...] ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA. LABOR AOS coletiva de trabalho, além de ser perfeitamente lícita e
SÁBADOS. NULIDADE. AUSÊNCIA DE OBSERVÂNCIA DOS constitucional, tem a sua origem na vontade das partes, que,
REQUISITOS MATERIAIS DE VALIDADE DO ACORDO. através de seus respectivos representantes sindicais, patronais e de
INAPLICABILIDADE DO ITEM IV DA SÚMULA Nº 85 DO TST. trabalhadores, autorizaram e autorizam a sua implantação, tendo
Extrai-se do acórdão regional a invalidade dos acordos de em vista seus próprios interesses, peculiaridades e necessidades,
compensação de jornada por desrespeitar o labor aos sábados, oriundas da atividade propriamente ditas" (pág. 613).
"pois era habitual o trabalho prestado nesses dias". Com efeito, E, caso não seja reconhecida a validade do regime 12x36, requer a
segundo o item IV da Súmula nº 85 do TST, havendo aplicação da Súmula nº 85 desta Corte, que dispõe que a
descaracterização do acordo de compensação de jornada, em consequência de se descumprir o acordo de compensação é a
razão da prestação habitual de trabalho em sobrejornada, as horas remuneração das horas destinadas à compensação somente com o
laboradas além da jornada semanal normal deverão ser pagas adicional.
como extras; e aquelas destinadas à compensação, remuneradas a Indica ofensa a diversos dispositivos constitucionais e contrariedade
mais apenas com o adicional de horas extras, a fim de se evitar ao item IV da Súmula nº 85 desta Corte. Colaciona, também,
pagamento em duplicidade. Inaplicável esse item IV, no entanto, arestos para confronto de teses.
nos casos em que, além da prestação habitual de horas extras, haja Sem razão.
descumprimento dos requisitos materiais, a saber: extrapolação da Primeiramente, oportuno esclarecer que a decisão ora embargada
jornada de 10 horas (artigo 59, § 2º, da CLT) e da carga semanal de foi publicada na vigência da Lei nº 13.015/2014, sendo, assim,
44 horas, ausência de discriminação dos horários destinados à inviável a admissibilidade destes embargos por violação a
compensação ou cumulação de compensação com o trabalho dispositivo constitucional ou legal.
extraordinário. Na hipótese dos autos, não se aplica o item IV da Trata-se de pedido de pagamento de horas extras decorrentes da
Súmula nº 85 do TST, pois não houve a efetiva compensação, já descaracterização do acordo de compensação de jornada previsto
que o reclamante laborava habitualmente aos sábados destinados à em norma coletiva no regime 12x36.
compensação semanal. Desse modo, conclui-se estar O Regional declarou inválido o regime, por constatar a prestação de
descaracterizado o acordo de compensação de jornada, já que o horas extras.
sistema compensatório não atendia à finalidade à que se propôs, A Turma assentou que, constatada a adoção simultânea de acordo
razão pela qual não há falar em conflito com o referido verbete. de compensação e de prorrogação habitual de jornada, não se
Recurso de revista não conhecido. [...] (RR - 24223- aplica a parte final do item IV da Súmula nº 85 desta Corte.
42.2014.5.24.0031, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, Quanto à jornada de trabalho, a Constituição Federal, em seu art.
2ª Turma, DEJT 23/06/2017) 7º, inciso XIII, fixa o limite de 8 horas diárias e 44 horas semanais,
[...] JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS. ACORDO DE facultada a compensação de jornada, por meio de negociação
COMPENSAÇÃO SEMANAL. Para a validade do sistema de coletiva.
compensação semanal não basta a formalização do ajuste, de Confira-se:
forma que deverão ser observados os requisitos previstos no
próprio instrumento normativo ou individual e aqueles contidos em
preceito legal, entre os quais a efetiva compensação, o que não foi
observada no presente caso. Isso porque o Tribunal Regional
consignou a concomitância de regime de compensação e de labor "XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
aos sábados, dia destinado à compensação. De modo semelhante, quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários
a limitação prevista na parte final do item IV da Súmula nº 85 do e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
TST, quanto ao pagamento apenas do adicional, no caso de labor trabalho".
extraordinário, depende da efetiva concessão de folga
compensatória ao empregado, dentro dos parâmetros fixados no Todavia, em que pese a autorização constitucional acerca da
ordenamento jurídico e na norma coletiva. Recurso de revista de compensação de jornada, por meio de negociação coletiva, importa
que não se conhece. (RR - 352-77.2012.5.09.0028, Relator Ministro: ressaltar que não é possível o extrapolamento do limite diário ou
Cláudio Mascarenhas Brandão, 7ª Turma, DEJT 12/5/2017) semanal da jornada de trabalho. Ou seja, se a escala de trabalho
Assim, em razão do reconhecimento da prestação habitual de horas pactuada fixa jornada sempre superior ao limite determinado na
extras, há de se declarar a invalidade total do regime 12x36 e a norma constitucional, não haverá a devida compensação.
inaplicabilidade da Súmula 85 à hipótese. Verifica-se que, na hipótese dos autos, havia extrapolamento da
Diante do exposto, CONHEÇO do recurso de revista, por violação jornada prevista no regime de trabalho de 12x36, o que
do art. 7.º, XIII, da Constituição Federal. descaracteriza o referido ajuste.
3 - MÉRITO Logo, descaracterizado o acordo de compensação por vício
3.1 - REGIME 12X36. HORAS EXTRAS HABITUAIS. INVALIDADE material, como no caso, em que a jornada era extrapolada, é
Como consequência do conhecimento do recurso de revista por inaplicável a segunda parte do item IV da Súmula nº 85 desta Corte,
violação do art. 7º, XIII, da Constituição Federal , DOU-LHE que pressupõe um regime de compensação válido e observado o
PROVIMENTO para condenar a reclamada ao pagamento das seu cumprimento, o que não é a hipótese dos autos, de modo que
horas extras excedentes da 8.ª hora diária e 44ª hora semanal, com devem ser remuneradas, como extras, as horas laboradas após a
o respectivo adicional e reflexos, afastando a aplicação da Súmula oitava diária e a 44ª semanal.
Nesse sentido, citem-se os seguintes precedentes da Subseção: horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de
jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada
"AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO DE EMBARGOS EM semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e,
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE REVISTA. quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais
ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. apenas o adicional por trabalho extraordinário. (ex-OJ nº 220 da
JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS. REGIME 12X36. SBDI-I - inserida em 20.06.2001)". Com efeito, segundo o item IV
PRESTAÇÃO DE HORAS EXTRAS HABITUAIS . INVALIDAÇÃO dessa súmula, havendo descaracterização do acordo de
DA ESCALA. INAPLICABILIDADE DA PARTE FINAL DO ITEM IV compensação de jornada, em razão da prestação habitual de
DA SÚMULA Nº 85 DO TST . A egrégia Oitava Turma não trabalho em sobrejornada, as horas laboradas além da jornada
conheceu do recurso de revista da agravante para manter a semanal normal deverão ser pagas como extras e aquelas
conclusão do Tribunal Regional acerca da invalidade do regime destinadas à compensação serão remuneradas a mais apenas com
12x36 com esteio nos registros fáticos contidos no acórdão regional o adicional de horas extras, a fim de se evitar pagamento em
acerca da prestação de horas extras habituais, do descumprimento duplicidade. Assim, somente no caso de não observância de
reiterado do intervalo intrajornada, da constante realização de requisito formal será aplicado o entendimento mencionado, com
dobras de jornada e da inobservância habitual da redução da hora vistas a limitar a condenação ao pagamento apenas do adicional de
noturna, concluindo serem devidas como extras as horas horas extras com relação àquelas horas destinadas à
excedentes da 8ª diária e 44ª semanal. Assentou não haver nos compensação. Inaplicável, no entanto, nos casos em que noticiado
autos, ainda, prova de acordo escrito e individual de adoção do que o acordo de compensação carece de validade formal e material.
regime diferenciado de jornada. Reconhecida a invalidade do Na espécie, aspectos materiais também foram descumpridos: a
regime 12x36, ante a prestação habitual de horas extras, o acórdão forma de compensação não foi adequadamente definida, o que
embargado, tal como proferido, expressa estrita consonância com a impossibilitou o seu controle, além do descumprimento de cláusulas
jurisprudência desta Corte, na esteira de precedentes da SBDI-1, do próprio acordo coletivo. Registrou-se, ainda, que o reclamante foi
segundo a qual, descaracterizado regime de 12X36 pela prestação submetido à carga horária superior ao limite máximo estipulado na
habitual de horas extras, inaplicável o entendimento previsto na norma coletiva. Desse modo, não atendida a finalidade do acordo
parte final do item IV da Súmula 85 do TST, no tocante ao de compensação, repele-se a incidência do item IV da Súmula nº 85
pagamento apenas do adicional quanto às horas destinadas à desta Corte. Embargos não conhecidos" [...] (Processo: E-RR -
compensação . Precedentes. O artigo 894, II, da CLT, com redação 8300-39.2005.5.04.0001 Data de Julgamento: 08/02/2018, Relator
dada pela Lei nº 13.015/2014, restringe o manejo do recurso de Ministro: José Roberto Freire Pimenta, Subseção I Especializada
embargos à demonstração de divergência jurisprudencial entre as em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 16/02/2018).
Turmas desta Corte e entre estas e a SBDI-1 do TST ou contrárias
a súmula do TST ou a orientação jurisprudencial desta Subseção ou "RECURSO DE EMBARGOS. ACORDO DE COMPENSAÇÃO.
a súmula vinculante do STF. Ocorre que a agravante não renova, REGIME 12X36. HORAS EXTRAORDINÁRIAS HABITUAIS.
nas razões do agravo, a divergência jurisprudencial suscitada em Discute-se no presente caso se a descaracterização do acordo de
sede de recurso de embargos, deixando de transcrever os arestos compensação na jornada de trabalho em escala de 12x36, em
paradigmas com os quais pretendeu evidenciar a existência de razão da habitualidade da prestação de horas extras, implica ou não
dissenso jurisprudencial, de forma a demonstrar a incorreção da o pagamento das horas destinadas à compensação apenas com o
decisão que denegou seguimento ao apelo por óbice das Súmulas adicional de horas extras. A matéria já foi objeto de apreciação por
296, I, do TST, operando-se, pois, a preclusão consumativa. Agravo esta c. SDI que tem entendimento consagrado da inaplicabilidade
regimental conhecido e desprovido" (AgR-E-RR-1079- da parte final do item IV da Súmula 85 desta Corte na hipótese.
83.2012.5.09.0659, Subseção I Especializada em Dissídios Recurso de embargos conhecido e desprovido" (E-RR-254-
Individuais, Relator Ministro Breno Medeiros, DEJT 05/04/2019). 77.2011.5.09.0303, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga,
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT de
"RECURSO DE EMBARGOS. REGÊNCIA DA LEI Nº 11.496/2007. 12/05/2017).
REGIME DE ESCALA 12X36. EXTRAPOLAÇÃO HABITUAL DA
JORNADA. DESCARACTERIZAÇÃO. PAGAMENTO DE HORAS "RECURSO DE EMBARGOS. HORAS EXTRAS. REGIME 12X36.
EXTRAS. A eg. Sexta Turma proferiu acórdão em harmonia com a AUSÊNCIA DE AJUSTE COLETIVO FIRMADO PELO SINDICATO
jurisprudência deste Tribunal Superior, ao não conhecer do recurso PROFISSIONAL. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 85 DO TST.
de revista, sob o fundamento de que, descaracterizado o regime de Caso de regime laboral de 12 horas de trabalho por 36 de descanso
escala 12x36 em razão da extrapolação habitual da jornada, o sem previsão em norma coletiva. Em tais circunstâncias, a ausência
pagamento das horas extras devidas não se coaduna com a parte do aludido instrumento coletivo macula o ajuste e torna inaplicável a
final do item IV da Súmula nº 85 do TST. Recurso de embargos de Súmula 85 do TST, especialmente porque tal sistemática de
que não se conhece" (Processo: E-ED-RR - 3154000- trabalho não pode ser considerado um regime típico de
50.2007.5.09.0012 Data de Julgamento: 06/12/2018, Relator compensação, normalmente relacionado ao módulo semanal de
Ministro: Walmir Oliveira da Costa, Subseção I Especializada em compensação ou ao banco de horas. Afinal, a adoção dessa
Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 14/12/2018). sistemática configura situação excepcional, uma vez que ultrapassa
até mesmo as duas horas de prorrogação admitidas pela lei (artigo
"EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 11.496/2007. ACORDO DE 59 da CLT). Por isso, e porque o legislador constituinte apenas
COMPENSAÇÃO DE JORNADA. HORAS EXTRAS HABITUAIS. permitiu a extrapolação mediante ajuste coletivo (CF/88, artigo 7º,
NULIDADE. AUSÊNCIA DE OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS XIII), a jurisprudência pacificada desta Corte só admite o aludido
MATERIAIS DE VALIDADE DO ACORDO. INAPLICABILIDADE DO regime 12x36 como válido quando autorizado por acordo ou por
ITEM IV DA SÚMULA Nº 85 DO TST. A jurisprudência desta Corte convenção coletiva de trabalho (Súmula 444 do TST). Desse modo,
sedimentada na Súmula nº 85, item IV, dispõe que: "A prestação de tratando-se de situação incomum, pelo fato de se considerar um
regime de compensação atípico, o item III da Súmula 85 do TST, EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/14
que preconiza o pagamento apenas do adicional de horas extras
quanto às horas destinadas à compensação, não se adequa aos Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 1.131-1.148) interpostos
casos de regime 12x36. Recurso de embargos conhecido e não contra decisão da 2ª Turma do TST, por meio da qual foi negado
provido" (E-ED-RR - 42000-15.2011.5.17.0007 , Relator Ministro: provimento ao agravo de instrumento do reclamante, com relação
Augusto César Leite de Carvalho, Data de Julgamento: 16/02/2017, aos temas: "PRELIMINAR DE NULIDADE DA DECISÃO
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de REGIONAL POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL" e
Publicação: DEJT 24/02/2017). "PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA. PREVISÃO EM ACORDO
COLETIVO DE QUITAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO DE
"RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI 13.015/2014. FORMA AMPLA E IRRESTRITA. EFEITOS. DECISÃO DO
HORAS EXTRAS. JORNADA DE TRABALHO EM ESCALA 12X36. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 590.415".
PRESTAÇÃO HABITUAL DE HORAS EXTRAS. INVALIDADE. Verifica-se que é inconteste a incidência, na hipótese, do disposto
INAPLICABILIDADE DO ITEM IV, PARTE FINAL, DA SÚMULA 85 na Súmula nº 353 do TST, com a redação que lhe emprestou a
DO TST. A jurisprudência desta Corte entende que a prestação de Resolução nº 128/2005 do Tribunal Pleno desta Corte:
horas extras habituais invalida a jornada de doze horas de trabalho
por trinta e seis de descanso, mesmo quando celebrada mediante
norma coletiva. Nesse contexto, aplica-se a parte inicial do item IV "Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de
da Súmula 85 do TST, no tocante à descaracterização do regime decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
12x36 em face da prestação de horas extras habituais. Registre-se, a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de
no entanto, que a parte final do item IV da Súmula 85 do TST, no agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos;
sentido de deferir apenas o adicional de horas extras àquelas horas b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão
destinadas à compensação, mostra-se incompatível com o regime monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de
12x36. Nesse caso, a jurisprudência desta Corte reconhece como pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento;
horas extraordinárias todo o tempo trabalhado excedente da oitava c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do
hora diária e da quadragésima quarta hora semanal. Recurso de recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada
embargos conhecido e desprovido" (E-RR-348-88.2012.5.09.0303, originariamente pela Turma no julgamento do agravo;
Relator Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, Subseção I d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento;
Especializada em Dissídios Individuais, DEJT de 17/06/2016). e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538,
parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC.
Logo, inviável o processamento dos embargos, nos termos do artigo f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de
894, §2º, da CLT. decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do
CPC".
Intimado(s)/Citado(s):
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
- SILVIO FERREIRA MONTOIA
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
- VOLKSWAGEN DO BRASIL INDÚSTRIA DE VEÍCULOS
AUTOMOTORES LTDA. Ministro Presidente da Segunda Turma
"Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014
decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos; EMBARGOS
b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão
monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada
pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento; em 29/11/2019; embargos interpostos em 16/12/2019).
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do Representação processual: regular (procuração, pág. 536 e
recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada substabelecimento, pág. 537).
originariamente pela Turma no julgamento do agravo; Preparo: inexigível (artigos 1º, inciso IV, do Decreto-Lei nº 779/69 e
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento; 790-A, inciso I, da Consolidação das Leis do Trabalho).
e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538, Assim, estão atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade
parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC. do recurso.
f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de
decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
CPC". EMBARGOS
subsidiário deve arcar com o pagamento de todas as parcelas que correspondente (pelo uso da garantia patrimonial oferecida pelo
sejam inicialmente de responsabilidade do devedor principal, tanto contratado e pela retenção dos valores a ele devidos, para
aquele devido no curso do contrato como na rescisão, bem como as pagamento direto, aos trabalhadores terceirizados, de seus direitos
verbas de natureza sancionatória. É que sua posição assemelha-se trabalhistas) e para sancionar, na forma também nelas prevista,
à do fiador ou do avalista, de modo que não se verificando o aquele empregador inadimplente - afinal, trata-se, aqui, de fato
adimplemento da obrigação pelo devedor principal incide impeditivo da pretensão do autor de que a Administração Pública
automaticamente a responsabilidade daquele que figura na relação seja condenada a responder, ainda que subsidiariamente, pelo
jurídica basicamente para garantir a integral satisfação do credor. pagamento daqueles direitos trabalhistas, nos termos dos arts. 333,
Ou seja, a natureza alimentar dos créditos trabalhistas, não limitam inciso II, do CPC e 818 da CLT.
a responsabilidade subsidiária ao terceiro grau. Caso a tomadora Ademais, também por direta aplicação do princípio da aptidão para
venha a pagar qualquer parcela trabalhista, poderá exercer o direito a prova, decisivo para estabelecer para qual parte, em determinado
de regresso contra a fornecedora da mão-de-obra, no juízo litígio judicial, deverá ser atribuído o onus probandi de determinado
competente para dirimir as questões relacionadas com a execução fato controvertido, não pode haver nenhuma dúvida de que esse
do contrato firmado. Afasta-se, assim, toda a argumentação recursal encargo, em casos como este, só pode mesmo recair sobre a
em sentido contrário." (págs. 325-327, destacou-se) A Segunda Administração Pública demandada, que terá que demonstrar haver
Turma desta Corte manteve a responsabilidade subsidiária da praticado todos os atos administrativos de fiscalização do
Administração Pública, mediante os seguintes fundamentos aqui adimplemento, pelo empregador, de suas obrigações trabalhistas
sintetizados: "Na hipótese dos autos, verifica-se que o Tribunal de referentes aos trabalhadores terceirizados.
origem, com base no conjunto probatório, consignou ter havido Do contrário, a única alternativa para esse entendimento seria
culpa do ente público, o que é suficiente para a manutenção da atribuir a cada trabalhador terceirizado, autor de sua demanda
decisão em que se o condenou a responder, de forma subsidiária, trabalhista, o pesado e praticamente impossível encargo de
pela satisfação das verbas e demais direitos objeto da condenação. demonstrar que o ente público para o qual prestou serviços não
O Tribunal Regional consignou que "incumbe à Administração, por praticou os atos fiscalizatórios a que estava obrigado por lei - prova
meio de seu representante, exigir a comprovação dos recolhimentos negativa e de natureza verdadeiramente "diabólica", de produção
dos encargos sociais, previdenciários, salariais e demais haveres praticamente impossível pela parte hipossuficiente. À falta dessa
trabalhistas devidos aos empregados da contratada, demonstrando demonstração de que esses atos de fiscalização foram mesmo
nos autos que verificou a regularidade do contrato, anotando em praticados, como era dever legal do ente público contratante, só se
registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução poderá concluir que este, por omissão voluntária, violou os direitos
do instrumento e determinando o que for necessário à regularização daqueles empregados terceirizados pelo contratado e lhes causou
das faltas ou defeitos observados, como expressamente dispõe o dano, pelo qual deve responder civilmente (ainda que de forma
§1º do art. 67 da Lei 8.666/93, a fim de afastar qualquer conduta subsidiária), nesta Justiça do Trabalho, por sua manifesta culpa in
culposa na fiscalização. Contudo, in casu, a 2ª reclamada vigilando.
negligenciou tais determinações legais e contratuais, não havendo Ao assim se decidir, é preciso advertir, com todas as letras, que não
nos autos provas suficientes de que tenha diligenciado em tal se estará responsabilizando a Administração Pública contratante
sentido, não repassando aos empregados os valores das verbas dos serviços terceirizados pelo mero inadimplemento das
inadimplidas pelo empregador, não sendo a dissolução do contrato obrigações trabalhistas devidas por aquele que com ela celebrou
entre as rés solução adequada para o cumprimento das obrigações contrato administrativo de prestação de serviços contínuos, nem,
trabalhistas, evidenciando-se, in casu, a culpa in vigilando, vez que muito menos, negando-se vigência ao art. 71, § 1º, da Lei nº
a autora requer o pagamento das verbas rescisórias que não lhe 8.666/93 (o que ficou expressamente vedado pela decisão proferida
foram quitadas quando do término do contrato de trabalho com a pelo Supremo Tribunal Federal na citada Ação Declaratória de
prestadora de serviços". Constitucionalidade (ADC) nº 16-DF).
Desse modo, a decisão regional não merece reparos, pois aplicou, Tudo o até aqui afirmado, aliás, acabou de ser consagrado pelo
no caso, a jurisprudência desta Corte, consubstanciada na Súmula Pleno do Tribunal Superior do Trabalho ao revisar sua Súmula nº
nº 331, uma vez constatada a conduta culposa da tomadora dos 331, em sua sessão extraordinária realizada em 24/5/2011 (decisão
serviços." (págs. 414 e 415) publicada no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho de 27/5/2011,
Por oportuno, no mesmo acórdão ora impugnado, esta Segunda fls. 14 e 15), atribuindo nova redação ao seu item IV e inserindo-lhe
Turma reiterou o posicionamento do Regional de que, por se tratar o novo item V, nos seguintes e expressivos termos: (...)" (págs. 412-
de fato impeditivo do alegado direito do trabalhador e por constituir 414)
dever legal a que está adstrita por força do artigo 37, caput, da Discute-se se a questão sub judice está, ou não, vinculada à ratio
Constituição Federal, é da Administração Pública o encargo de decidendi da controvérsia constitucional objeto do Processo nº RE
comprovar a efetiva fiscalização do contrato que firmou com a nº 760.931-DF e ao disposto no Tema nº 246 do Ementário
prestadora de serviços, de acordo com os preceitos da Lei nº Temático de Repercussão Geral da Suprema Corte, bem como se
8.666/93 e nos termos dos artigos 333, inciso II, do CPC/73 e 818 cabe a esta Turma exercer o juízo de retratação.
da CLT. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso
Confira-se: Extraordinário nº 760.931-DF, processo apreciado mediante o
"Ressalta-se ser exclusivamente do ente público contratante o ônus critério de repercussão geral, firmou tese no sentido de que:
de alegar e de demonstrar, completamente, em cada processo "O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do
trabalhista, que tomou todas as medidas e praticou todos os atos contratado não transfere automaticamente ao Poder Público
previstos na Lei de Licitações e nas suas normas regulamentadoras contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em
para evitar o inadimplemento das obrigações trabalhistas dele caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº
objeto, para assegurar a sua quitação por meio dos mecanismos 8.666/93". (RE 760931-DF Relator p/acórdão: Min. Luiz Fux.
necessariamente previstos no contrato administrativo Tribunal Pleno. DJe-206 DIVULG 11-09-2017 PUBLIC 12-09-2017).
Consignou-se o entendimento de que não cabe a automática ensejadora de questionamentos diversos no âmbito do Supremo
responsabilidade da Administração Pública, não obstante essa Tribunal Federal e que poderia justificar eventual juízo de
mesma responsabilidade possa ser reconhecida nos casos retratação, foi apenas aquela relacionada à distribuição do ônus da
concretos em que comprovada a omissão fiscalizatória do ente prova, matéria discutida nestes autos.
público. Por consequência, este Tribunal Superior do Trabalho, ao entender
Definiu-se, ainda, que a questão de haver, ou não, em cada caso que é do ente público o ônus da prova acerca das medidas
concreto, prova específica da existência de culpa do ente público fiscalizatórias empreendidas na contratação terceirizada, nos
será definida nas instâncias ordinárias da Justiça do Trabalho, cujo termos dos artigos 373, inciso II, do CPC/2015 e 818 da CLT, não
pronunciamento é soberano em matéria fático-probatória. Trata-se, descumpriu as referidas decisões do STF.
portanto, de matéria a ser esgotada nas instâncias ordinárias, após Portanto, como a hipótese sub judice observou a tese firmada no
o exame circunstanciado de cada caso concreto, infensa, portanto, STF, proferida no RE nº 760.931-DF, em repercussão geral, esta
à revaloração das instâncias extraordinárias. Segunda Turma não exerce o juízo de retratação previsto no artigo
Em embargos de declaração, a Suprema Corte limitou-se a 1.030, inciso II, do CPC/2015, mantendo seu acórdão, e determina
reafirmar o entendimento de que "a responsabilidade não é o retorno dos autos à Vice-Presidência desta Corte para
automática, conforme preconizou o legislador infraconstitucional, no prosseguimento do feito, como entender de direito" (págs. 506-513,
artigo 71, § 1º, da Lei de Licitações, mas não pode o poder público destacou-se).
dela eximir-se quando não cumpriu o seu dever de primar pela
legalidade estrita na escolha ou fiscalização da empresa prestadora Alega a segunda reclamada, ECT, em suas razões de embargos,
de serviços". (RE 760931-DF ED Relator p/acórdão: Min. Edson que é vedado o reconhecimento da responsabilidade subsidiária do
Fachin. Tribunal Pleno. DJe-194 DIVULG 05-09-2019 PUBLIC 06- ente público com base no mero inadimplemento do tomador no
09-2019). cumprimento das obrigações trabalhistas.
Na oportunidade de julgamento dos embargos de declaração, Aduz que deve haver prova da culpa in eligendo ou in vigilando da
prevaleceu o voto do Ministro Edson Fachin, no sentido de que o tomadora de serviços, não devendo ser reconhecida a
Supremo Tribunal Federal, ao fixar a tese de repercussão geral no responsabilidade subsidiária com base na distribuição do ônus da
Tema nº 246, optou por uma redação "minimalista", sem enfrentar prova em desfavor do ente público.
particularidades, a exemplo de a quem caberia o ônus da prova Cita arestos para cotejo de teses.
sobre a omissão fiscalizatória do ente público. Discute-se a possibilidade de atribuição de responsabilidade
Portanto, mesmo após o julgamento dos embargos de declaração, subsidiária a entes públicos por dívidas trabalhistas surgidas em
não se definiu a crucial questão controvertida sobre a qual parte contratos de terceirização de serviços.
cabe o ônus de comprovar se houve ou não, em cada caso A Segunda Turma não exerceu o juízo de retratação, ao
concreto, a fiscalização do fiel cumprimento das obrigações fundamento de que o acórdão impugnado reiterou o posicionamento
descritas nos artigos 58, inciso III, e 67, caput e § 1º, da Lei nº do Regional, de que é da Administração Pública o encargo de
8.666/93, dispositivos que clara e expressamente impõem à comprovar a efetiva fiscalização do contrato celebrado com a
Administração Pública o poder-dever de fiscalizar o cumprimento de prestadora de serviços.
todas as obrigações assumidas pelo contratado selecionado no No julgamento do Recurso Extraordinário nº 760.931-DF, em debate
procedimento licitatório, entre elas, evidentemente, as que decorrem representativo do Tema nº 246 de repercussão geral reconhecida, o
da observância das normas trabalhistas pelas empresas Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese de repercussão
terceirizadas. geral: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos
Ao silenciar-se de forma eloquente, a Suprema Corte abre caminho empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder
para a manutenção do entendimento que já vinha sendo perfilhado Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja
no âmbito deste Tribunal Superior do Trabalho, de que o ônus da em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da
prova acerca da efetiva fiscalização permaneceria a cargo da Lei nº 8.666/93".
Administração Pública, por representar fato impeditivo, modificativo Provocado, por meio de embargos de declaração da União e de
ou extintivo do alegado direito do trabalhador, já que seria prova de dois amici curiae, a se manifestar sobre a qual parte cabe o ônus da
natureza verdadeiramente "diabólica", de produção praticamente prova referente à ocorrência, ou não, da efetiva fiscalização da
impossível pela parte hipossuficiente. contratação terceirizada, prevaleceu então o entendimento, naquela
Vale lembrar que no julgamento do recurso extraordinário em Corte Suprema, de que não se poderia enfrentar, em embargos de
questão, os Ministros da Suprema Corte reafirmaram a declaração, questões não definidas no julgamento do recurso
constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93, já principal, já que o Supremo Tribunal Federal, ao fixar a tese de
declarada no julgamento da Ação Declaratória de repercussão geral, optou por uma redação minimalista.
Constitucionalidade n° 16-DF, bem como afastaram, de uma vez por Por consequência, este Tribunal Superior do Trabalho, ao entender
todas, a possibilidade de responsabilização automática da que é do ente público o ônus da prova acerca das medidas
Administração Pública, posicionamento que se harmoniza, inclusive, fiscalizatórias exigidas pela Lei nº 8.666/93 nos casos de
com a atual redação da Súmula nº 331, item V, do Tribunal Superior contratação terceirizada, não está descumprindo as referidas
do Trabalho, que reconhece a responsabilidade subsidiária da decisões do STF.
Administração Pública direta e indireta apenas nos casos em que Além disso, após a decisão final acerca do Tema nº 246 de
evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações repercussão geral, a Subseção I Especializada em Dissídios
da Lei nº 8.666/93 (Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e Individuais, órgão uniformizador de jurisprudência interna corporis,
31.05.2011). cuidou de pacificar a matéria no âmbito trabalhista, de forma a
Não há dúvidas, portanto, de que a mera inadimplência da empresa definir a quem cabe demonstrar a omissão fiscalizatória.
prestadora dos serviços terceirizados não caracteriza, por si só, Por oportuno, a SbDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho, em
culpa da Administração Pública. A questão controvertida, 12/12/2019, no julgamento do Processo nº E-RR-925-
"Art. 557. relator negará seguimento a recurso manifestamente PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com EMBARGOS
súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do
Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior § 1°-A. Se a TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTA NO ÂMBITO DA
decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de
Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso". A Segunda Turma não conheceu do recurso de revista do
reclamado tópico, alicerçando-se, para tanto, nos seguintes
Esclarece-se, ainda, que a exceção prevista na letra "f" da Súmula fundamentos:
nº 353 se restringe às hipóteses em que a Turma tenha julgado
"Agravo" interposto contra decisão monocrática de relator proferida "O Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região negou provimento
em julgamento de recurso de revista. ao recurso ordinário do segundo reclamado, neste tema, e manteve
Logo, essa exceção não se aplica a "agravos de instrumento" a sua responsabilidade subsidiária.
interpostos contra decisão monocrática de Tribunal Regional do Eis os fundamentos do acórdão regional:
Trabalho e desprovidos pela Turma, como ocorreu no caso destes
autos. "2.2. MÉRITO
Assim, analisados os termos da decisão embargada, não há cogitar, 2.2.1. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
no caso, de nenhum vício sanável por meio destes embargos de O MM. Juiz de Primeiro Grau reconheceu a responsabilidade
subsidiária do Município de Vitória, verbis: A recente declaração de eligendo, frisando que não há falar que houve falha na fiscalização
constitucionalidade do art. 71 da Lei 8666/93 pelo Supremo Tribunal das obrigações contratuais.
Federal (ADC 16) não tem o condão de eximir o ente público de sua Ao exame.
responsabilidade pelos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADC n.º 16, considerou
Releva notar que o alcance da respeitável decisão vinculante constitucional o art. 71 da Lei n.º 8.666/93, não afastando, todavia,
daquela Excelsa Corte restringe-se à esfera das partes contratantes a possibilidade de imputar a responsabilidade subsidiária aos entes
- Administração Pública e empresa prestadora de serviços -, uma da Administração Pública pelos encargos trabalhistas devidos pela
vez que o dispositivo legal em referência disciplina tão somente a prestadora dos serviços, quando ficar comprovada conduta culposa
responsabilidade dos sujeitos da avença, sem afetar terceiros. do tomador na fiscalização do cumprimento das obrigações legais e
Neste sentido, a declaração de constitucionalidade visou apenas contratuais do prestador de serviços como empregador, nos moldes
proteger a Administração Pública no momento da formação do da Súmula 331, V, do TST e Súmula 21 deste Regional.
contrato, de modo a evitar que esta assumisse de imediato a A questão envolvendo a responsabilidade subsidiária da
responsabilidade principal pelos débitos trabalhistas, previdenciários Administração Pública retornou recentemente à pauta do Supremo
e fiscais da empresa prestadora de serviços. Tribunal Federal. No julgamento do Recurso Extraordinário nº.
O próprio Exmº. Presidente do STF, Ministro Cezar Peluso, 760.931/DF, em 30-03-2017, a Suprema Corte, em regime de
esclareceu que "isso não impedirá o TST de reconhecer a repercussão geral, confirmou a constitucionalidade do artigo 71, §1º,
responsabilidade, com base nos fatos de cada causa". "O STF não da Lei nº. 8.666/93, adotando a tese de que "o inadimplemento dos
pode impedir o TST de, à base de outras normas, dependendo das encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere
causas, reconhecer a responsabilidade do poder público", observou automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade
o Presidente do Supremo (fonte: site do STF na Internet). pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário".
Ainda conforme o Ministro, o que o TST tem reconhecido é que a Se é certo que os precedentes judiciais firmados acima afastam as
omissão culposa da administração em relação à fiscalização - se a hipóteses de responsabilidade objetiva e de transferência
empresa contratada é ou não idônea, se paga ou não encargos automática da responsabilidade em virtude do simples
sociais - gera responsabilidade do ente público. inadimplemento de verbas trabalhistas, a conclusão da Suprema
Neste sentido, observou o Exmº. Ministro Marco Aurélio, durante o Corte não altera a possibilidade de a Administração Pública vier a
julgamento, que o TST sedimentou seu entendimento com base no ser responsabilizada subsidiariamente quando agir de forma omissa
artigo 2º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que define o ou negligente na fiscalização do cumprimento das obrigações
que é empregador, e no artigo 37, parágrafo 6º da Constituição trabalhistas. Com efeito, demonstrada a culpa in vigilando da
Federal (CF), que responsabiliza as pessoas de direito público por Administração Pública, viável se torna a sua responsabilização
danos causados por seus agentes a terceiros. pelos encargos devidos ao trabalhador, tendo em vista que, nessa
Este Magistrado ousa lembrar, ainda, o art. 8° da CLT, que permite situação, responderá pela sua própria incúria.
a remissão à segunda parte do caput do art. 942 do Código Civil, Embora a questão sobre a quem recairia o ônus de provar a culpa
verbis: "(..) se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão na fiscalização não tenha sido objeto de tese específica do
solidariamente pela reparação". Supremo Tribunal Federal no RE 760.931/DF, extrai-se da leitura do
A se entender de modo diverso, estar-se-á atribuindo àquela R. referido acórdão que 06 (seis) dos 11 (onze) Ministros votantes
decisão alcance desarmônico com os demais princípios entenderam por atribuir à Administração Pública o ônus de provar o
constitucionais, notadamente o fundamento republicano do valor cumprimento dos deveres de fiscalização decorrentes da Lei de
social e o princípio de ordem econômica lastreado no primado do Licitações, seja por ter obrigação de legal de fazê-lo (artigos 58, III e
trabalho, consagrados, respectivamente, nos arts. 1º, IV e 170 da 67 da Lei nº 8.666/93), seja por ter maior facilidade de obtenção da
Carta Magna, na medida em que dá azo ao inadimplemento prova do fato contrário (art. 373, §1º, CPC). Senão, vejamos os
definitivo do crédito trabalhista, de natureza notoriamente alimentar. seguintes trechos extraídos do aludido leading case julgado pelo
Logo, é justo para com o Autor que o Município deva responder Supremo Tribunal Federal: (...) Portanto, à luz da teoria da
integralmente pelos efeitos jurídicos produzidos em função do distribuição dinâmica do ônus da prova, impõe-se à Administração
contexto fático-jurídico que desembocou na presente condenação. Pública o ônus de demonstrar em juízo a efetiva fiscalização do
Releva realçar que o 2º Reclamado poderá reaver os valores que cumprimento de todas as obrigações assumidas pelo vencedor da
ora é condenado a desembolsar, valendo-se do caminho regressivo licitação (dentre elas, por óbvio, as decorrentes da legislação
garantido pelo art. 37, § 6º, da Constituição Federal. laboral), não se podendo considerar como fiscalização efetiva a que
Ante o exposto, reconhece-se a responsabilidade subsidiária do 2º compreenda tão somente a apresentação de algumas
Reclamado, condenando-se o Município a responder, nesses documentações em que se exige comprovante de pagamentos de
termos, pelos créditos ora reconhecidos. verbas ou então aplicação de algumas penalidades.
A condenação abrange a multa do art. 477 da CLT, com fulcro na A fiscalização, por óbvio, não pode ser tão somente teórica, como
Súmula 331, VI, do C. TST. mera questão burocrática, para aparentar cumprimento da lei. Se
Pugna o recorrente pelo afastamento da responsabilidade por um lado o mero descumprimento do contratante não induz a
subsidiária aduzindo ter apresentado farta documentação para corresponsabilidade, por outro apresentar documentação com
comprovar a efetiva fiscalização das obrigações contratuais e cumprimento burocrático da lei não é carta branca para desobrigar a
legais. Administração Pública, sob pena de rasgar-se a Constituição que
Salienta, ainda, que, de acordo com a Lei n.º 8.666/93, é vedada a alça como um dos fundamentos da República o valor social do
transferência dos encargos trabalhistas e previdenciários à trabalho.
Administração Pública; que o Plenário do STF, na ADC n.º 16, Não podemos olvidar que, sobretudo em época de livre
declarou a constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei n.º 8666/93; e terceirização, os maiores clientes da justiça do trabalho são
que a contratação da 1ª ré foi feita atendendo-se ao princípio da justamente essas empresas prestadoras de serviços. Após
legalidade, não havendo que se cogitar de culpa in vigilando e in encerramento do contrato ficam os trabalhadores sem emprego (se
não aproveitados pelo "sucessor") e sem recebimento de direitos Nego provimento." (págs. 693-698, grifou-se e destacou-se)
trabalhistas.
Imprescindível, assim, averiguar no caso concreto dos autos se Nas razões de recurso de revista, o recorrente alega que não há
ocorreu falha na fiscalização do contrato realizado com o prestador qualquer definição de interpretação ou decretação de nulidade
de serviços, ensejadora da responsabilização subsidiária do ente parcial sem redução do texto do artigo 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93.
público. Assim, deve ser aplicado o referido dispositivo e afastada a
A presente ação refere-se ao descumprimento da obrigação de responsabilidade do ente público pelos débitos trabalhistas do
efetuar o pagamento de adicional de insalubridade devido ao prestador de serviços.
reclamante, bem como das verbas rescisórias. Aduz que a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal
Cumpria ao município acompanhar o desenvolvimento das reconheceu que o pressuposto necessário para responsabilizar
atividades dos auxiliares de serviços gerais, a fim de verificar acerca subsidiariamente a Administração Pública é a demonstração cabal e
da necessidade ou não do pagamento de adicional de insalubridade concreta do ato ou omissão culposa, o que não ocorreu no caso dos
pela empresa contratada, primeira ré e, em caso afirmativo, autos.
fiscalizar o pagamento do adicional a quem fosse de direito. Argumenta que, "conforme anteriormente demonstrado, verifica-se
Vale destacar que o segundo réu trouxe aos autos significativa que o Egrégio TRT reconheceu a incidência da Súmula nº 331 do
quantidade de documentos (CDs acautelados) que, em verdade, TST, bem como determinou a responsabilidade subsidiária do
pouco ou quase nada acrescentam em sua tentativa de comprovar Município ora recorrente. Assim, apenas para efeitos de
a alegada fiscalização, chamando a atenção o fato de que o argumentação, é válido consignar que a aplicabilidade da Súmula nº
segundo réu sequer impugnou o fato de o autor ser obrigado a 331 do TST não pode prevalecer no caso em tela diante das razões
chegar a seu posto de trabalho com 30 minutos de antecedência a seguir expostas: Embora tenha o E. TRT afirmado a incidência da
para cumprir obrigações preliminares. súmula nº 331 do TST, verifica-se que tal decisão viola de forma
Embora o Município de Vitória tenha juntado aos autos volume cabal o disposto no art. 71 da Lei 8.666/93, devendo o v. acórdão
considerável de documentos (mídia digital), importante dizer que a recorrido ser reformado, o que se requer" (pág. 765).
fiscalização não se demonstra com a mera apresentação de Aponta violação dos artigos 5º, caput e incisos II, LIV e LV, e 37,
comprovantes de pagamento, devendo, diferentemente, ser efetiva inciso II, da Constituição Federal e 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 e
o suficiente para, se não evitar, pelo menos minimizar ao máximo o contrariedade à Súmula n° 331, item V, do TST e à decisão
desrespeito às normas protetivas dos trabalhadores. proferida pelo Supremo Tribunal Federal na ADC n° 16-DF.
Ademais, caberia ao ente público indicar, de forma clara, quais os Colaciona aresto para o confronto de teses.
documentos que demonstram que houve efetivo cumprimento do Ao exame.
dever fiscalizatório, o que não ocorreu. No tocante à responsabilidade subsidiária da Administração Pública
Neste mesmo sentido é o parecer da Douta Procuradora do pelos débitos trabalhistas do contratado que lhe forneceu mão de
Trabalho, verbis: (...) Portanto, o ente público, cujo ônus lhe obra terceirizada, é preciso, antes de tudo, estabelecer se é
competia, não provou o cumprimento de seu dever legal de suficiente para afastar sua condenação como responsável
vigilância, em ofensa ao princípio constitucional que protege o subsidiário por essas obrigações trabalhistas o disposto de forma
trabalho como direito social indisponível, a determinar a sua expressa no caput e no § 1º do artigo 71 da Lei nº 8.666/93 (na
responsabilidade subsidiária. redação que lhe deu o artigo 4º da Lei nº 9.032/95), no sentido de
Salienta-se que não há falar em desconsideração da personalidade que o contratado é responsável pelos encargos trabalhistas
jurídica da 1ª reclamada antes de ser promovida a execução contra resultantes da execução do contrato administrativo, e sua
o 2º. O instituto da desconsideração é aplicável somente se as inadimplência não transfere à Administração Pública a
empresas condenadas (principal e subsidiária) não adimplirem os responsabilização por seu pagamento.
créditos trabalhistas, já na fase de execução. A este respeito, a Como se sabe, há muito a jurisprudência consolidada desta Corte,
condenação subsidiária é medida ordinária, aplicada quando há por meio do item IV de sua Súmula nº 331 (cuja redação atual
proveito por parte de eventual tomadora de serviços de labor de resultou do que se decidiu na Sessão do Tribunal Pleno de
empregado contratado por outra empresa, como é o caso dos 11/9/2000, por ocasião do julgamento unânime do Incidente de
autos. Uniformização de Jurisprudência nº TST-IUJ-RR-297.751/96),
Em contrapartida, a desconsideração da personalidade jurídica é consagrou o entendimento de que, apesar daquele artigo da Lei de
medida extraordinária, adotada quando a execução contra os Licitações ali expressamente citado, a responsabilidade subsidiária
condenados ordinários resta infrutífera. Inteligência da Súmula 04 existirá quando houver o inadimplemento das obrigações
deste Regional. trabalhistas por parte do empregador, desde que o ente público
Por derradeiro, não vislumbro qualquer violação aos demais tenha participado da relação processual e, em consequência, tenha
dispositivos constitucionais/legais invocados pelo recorrente (art. 5º, sido incluído no título executivo judicial.
II e X, 37, caput e inciso XXI, 22 I e XXVII e 102 §2º da CF/88; art. No entanto, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar, em sua sessão
71, §1º, da Lei nº 8.666/93, arts. 265, 266 e 827 do Código Civil, art. de 24/11/2010, a Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 16-
818 da CLT e Súmula 331 do C. TST), ante as razões expostas DF, houve por bem, por maioria (vencido em parte o Ministro Carlos
acima. A sentença é um silogismo e o CPC e a CF ao exigirem a Ayres Britto), considerar constitucional o citado artigo 71 da Lei nº
fundamentação de todos os argumentos, por óbvio, não estava 8.666/93, de modo a vedar, expressamente, a automática
relevando ao oblívio a capacidade cognitiva dos operadores do responsabilização do ente público contratante da empresa
direito. Sendo assim, apesar de não repetidos ao longo do texto, os fornecedora de mão de obra pelos débitos trabalhistas devidos por
referidos artigos foram analisados no contexto da decisão, razão esta última, na condição de empregadora dos trabalhadores
pela qual embargos declaratórios apenas para dizer que não foi terceirizados, nos casos de mero inadimplemento dessas
analisada a questão sob o artigo X ou Y serão considerados obrigações pelo vencedor da correspondente licitação.
protelatórios, atraindo a aplicação de multa, nos termos da lei. Porém, como se demonstrará a seguir, esse julgamento não
impediu, de forma mecânica e absoluta, que, em determinados objeto da licitação, desaparecem do cenário jurídico e mesmo do
casos e sob certas circunstâncias, a Administração Pública mundo fático e ficam com um débito trabalhista enorme. O que
contratante continue a ser condenada a responder, de forma ocorre no caso? Há claramente, ESTÁ CLARAMENTE
subsidiária, pelo pagamento das obrigações trabalhistas do CONFIGURADA A "CULPA IN VIGILANDO" E "IN ELIGENDO" DA
empregador por ela contratado, mesmo após regular licitação e nas ADMINISTRAÇÃO, e aí, segundo o TST, incide ou se afasta,
terceirizações lícitas. digamos assim, esse art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666." (destacou-se).
Com efeito, como se extrai da transcrição dos votos dos Senhores Essa mesma preocupação com as consequências desastrosas que
Ministros proferidos naquela sessão (vídeo da sessão plenária do poderiam advir de um julgamento que afastasse de forma absoluta
STF, dia 24/11/2010, 2º bloco, disponível em e automática toda e qualquer responsabilidade do ente público
http://videos.tvjustiça.jus.br/, acesso em 13/12/2010, apud VIANA, pelos direitos trabalhistas de seus trabalhadores terceirizados, em
Márcio Túlio, DELGADO, Gabriela Neves e AMORIM, Helder caso de inadimplemento do empregador e devedor principal, caso
Santos, "Terceirização - aspectos gerais - a última decisão do STF e não fiscalizado por seu contratante, foi incisivamente exposta pelo
a Súmula nº 331 - novos enfoques", LTr 75-03, p. 282-295, esp. p. Ministro Gilmar Mendes, no voto que proferiu na ocasião, in verbis:
291-292), o Supremo Tribunal Federal, ao se referir aos casos de "Bem verdade que os conflitos que têm sido suscitados pelo TST
terceirização lícita na Administração Pública, também deixou fazem todo o sentido e talvez exijam dos órgãos de controle, seja
expresso seu entendimento de que aquele dispositivo de lei não TCU, seja Tribunal de Contas do Estado, os responsáveis pelas
afasta a possibilidade de a Justiça do Trabalho, no julgamento de contas dos municípios, que haja realmente fiscalização, PORQUE
cada caso concreto e com base nos fatos da causa, responsabilizar REALMENTE O PIOR DOS MUNDOS PODE OCORRER PARA O
subsidiariamente o ente público contratante pelo pagamento das EMPREGADO QUE PRESTA O SERVIÇO. A empresa recebeu,
obrigações trabalhistas, caso fique comprovado que agiu com culpa certamente recebeu da Administração, mas não cumpriu os deveres
in vigilando, ao não fiscalizar o adimplemento daqueles direitos pelo elementares, então essa decisão continua posta. Foi o que o TST
seu devedor principal - o empregador contratado. de alguma forma tentou explicitar ao não declarar a
Exatamente nesse sentido foi o pronunciamento do Ministro Relator inconstitucionalidade da lei e resgatar a idéia da súmula, MAS QUE
Cezar Peluso, nos seguintes e expressivos termos: "Eu reconheço a HAJA ESSA "CULPA IN VIGILANDO" É FUNDAMENTAL (...).
plena constitucionalidade da norma, e se o tribunal a reconhecer, Talvez aqui reclame-se normas de organização e procedimento por
como eventualmente poderá fazê-lo, a mim me parece que o parte dos próprios órgãos que têm que fiscalizar, QUE
tribunal não pode nesse julgamento impedir que a justiça INICIALMENTE SÃO OS ÓRGÃOS CONTRATANTES, e depois os
trabalhista, com base em outras normas, em outros princípios e à órgãos fiscalizadores, DE MODO QUE HAJA TALVEZ ATÉ UMA
luz dos fatos de cada causa, reconheça a responsabilidade da EXIGÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE QUE SE FEZ O
administração". PAGAMENTO, O CUMPRIMENTO, PELO MENOS DAS VERBAS
Dando prosseguimento ao debate da questão, o mesmo Relator foi ELEMENTARES, O PAGAMENTO DE SALÁRIO, O
ainda mais incisivo ao reconhecer o acerto das decisões do Tribunal RECOLHIMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E DO FGTS."
Superior do Trabalho e imputar, em certos casos e sob certas (destacou-se).
circunstâncias, responsabilidade subsidiária ao ente da No prosseguimento dos debates naquele julgamento, o Ministro
Administração Pública contratante, apesar do preceito expresso do Relator Cezar Peluso, ao responder ao argumento de que seria
artigo 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93, pelos seguintes fundamentos: ilegal atribuir responsabilidade à Administração Pública pelo
"Eu só quero dizer o que eu estou entendendo (...) a postura da pagamento desses débitos trabalhistas diante da literalidade do § 1º
Justiça do Trabalho. Ela tem dito o seguinte: realmente, a mera do artigo 71 da Lei de Licitações, foi ainda mais claro e incisivo
inadimplência do contratado não transfere a responsabilidade nos sobre essa possibilidade, sob certas circunstâncias concretas,
termos do que está na lei, nesse dispositivo. Então esse dispositivo verificadas caso a caso: "V. Exa. está acabando de demonstrar que
é constitucional. MAS ISSO NÃO SIGNIFICA QUE EVENTUAL a Administração Pública é obrigada a tomar uma atitude que,
OMISSÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA OBRIGAÇÃO DE quando não toma, constitui inadimplemento dela. É ISSO QUE
FISCALIZAR AS OBRIGAÇÕES DO CONTRATADO NÃO GERE GERA A RESPONSABILIDADE QUE VEM SENDO
RESPONSABILIDADE À ADMINISTRAÇÃO. É outra matéria, são RECONHECIDA PELA JUSTIÇA DO TRABALHO, NÃO É A
outros fatos, examinados à luz de outras normas constitucionais. CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA. A norma é sábia, ela diz
Então, em outras palavras (...), nós não temos discordância sobre a que o mero inadimplemento não transfere a responsabilidade, mas
substância da ação, eu reconheço a constitucionalidade da norma. a inadimplência da obrigação da administração é que lhe traz como
Só estou advertindo ao tribunal que isso não impedirá que a Justiça conseqüência uma responsabilidade que a Justiça do Trabalho
do Trabalho recorra a outros princípios constitucionais e, invocando eventualmente pode reconhecer, independentemente da
fatos da causa, reconheça a responsabilidade da administração, constitucionalidade da lei." (destacou-se). Da clareza desses
não pela mera inadimplência, mas por outros fatos (...)" (destacou- fundamentos, pode-se concluir que o Supremo Tribunal Federal, ao
se). julgar, em composição plenária, a ADC nº 16-DF, com um único
Na mesma ocasião e seguindo o entendimento do Relator, o voto vencido, realmente considerou constitucional o § 1º do artigo
Ministro Ricardo Lewandowski foi igualmente claro a esse respeito: 71 da Lei nº 8.666/93 e também considerou contrário à Súmula
"Eu tenho acompanhado esse posicionamento do Ministro Cezar Vinculante nº 10 e ao artigo 97 da Constituição o antigo item IV da
Peluso no sentido de CONSIDERAR A MATÉRIA Súmula nº 331 do Tribunal Superior do Trabalho (por haver afastado
INFRACONSTITUCIONAL, PORQUE REALMENTE ELA É a aplicação daquele preceito legal com base em fundamentos e
DECIDIDA SEMPRE NO CASO CONCRETO, SE HÁ CULPA OU critérios de origem constitucional, sem haver examinado e
NÃO. Nos defrontamos quase que cotidianamente em ações de declarado a inconstitucionalidade daquela norma, em incidente para
improbidade (...), que são empresas de fachada, muitas vezes tanto suscitado, nos termos e na forma dos artigos 948 a 950 do
constituídas com capital de mil reais que participam de licitações CPC/2015), vedando que a Justiça do Trabalho, exclusivamente
milionárias e essas firmas depois de feitas ou não feitas as obras com base naquele entendimento sumulado, atribuísse, de forma
automática e absoluta, à Administração Pública contratante aplicação da antiga redação do item IV da Súmula nº 331 deste
responsabilidade subsidiária pelo pagamento das obrigações Tribunal Superior, o que ora se afasta, em direto cumprimento do
trabalhistas inadimplidas pelo contratado, em terceirizações lícitas que foi decidido na ADC nº 16-DF.
decorrentes de regular licitação. Como, porém, as súmulas não vinculantes como a ora citada não
Em outras palavras, ali realmente se considerou que, por força constituem fontes autônomas de Direito, mas sim mera
daquele dispositivo da Lei de Licitações atualmente em vigor, o puro consolidação do entendimento jurisprudencial predominante do
e simples inadimplemento das obrigações trabalhistas pelo Tribunal que as tenham editado a respeito da interpretação e da
empregador contratado pelo ente público não enseja a aplicação das normas do ordenamento jurídico aplicáveis às lides
responsabilidade deste último por seu pagamento, mesmo que de delas objeto, é forçoso concluir que continua sendo perfeitamente
forma subsidiária, sem que seja verificada a existência, em cada possível examinar o dissídio individual em questão, à luz das
caso concreto, de quaisquer outros elementos fáticos e jurídicos normas constitucionais e legais que lhe sejam pertinentes, como se
capazes de caracterizar a existência de culpa específica e fará a seguir.
comprovada da Administração Pública. Antes disso, contudo, é indispensável repelir enfaticamente a
Contudo, naquela mesma decisão, em sua íntegra dotada de alegação, por vezes utilizada pelos entes públicos demandados em
eficácia contra todos e efeitos vinculantes (artigo 102, § 2º, da ações trabalhistas como esta, de que sua condenação a responder
Constituição Federal), também se decidiu, de forma igualmente subsidiariamente pelos débitos trabalhistas dos particulares por eles
expressa, que a constitucionalidade desse preceito legal não contratados para fornecer trabalhadores terceirizados significaria
impede que seja ele interpretado de forma sistemática com outros afronta ao artigo 5º da Lei de introdução às normas do Direito
dispositivos de leis e da Constituição Federal que, por sua vez, Brasileiro (nova denominação dada pela Lei nº 12.376/2010 à Lei de
continuam a impor à Administração Pública, quando utilizar de introdução ao Código Civil brasileiro) e ao artigo 8º, caput, da CLT,
modo contínuo mão de obra terceirizada, o dever de licitar e de por pretensamente privilegiar os interesses meramente privados e
fiscalizar, de forma plena e eficaz, a execução do contrato patrimoniais destes e de seus empregados em detrimento do
administrativo de prestação de serviços, até mesmo quanto ao interesse público de toda a sociedade, que estaria sendo obrigada,
pleno e oportuno cumprimento das obrigações trabalhistas. pela Justiça do Trabalho, a suportar novamente um custo que já
Em consequência, absolutamente não foi descartado naquele estaria embutido no preço dos serviços contratados por meio do
julgamento - tendo sido, na verdade, expressamente salientado - correspondente contrato administrativo. Nada mais equivocado, no
que continua perfeitamente possível que a Justiça do Trabalho, ao entanto! É que não se pode esquecer, antes de qualquer coisa, que
julgar casos concretos como este e à luz do conjunto fático- essas obrigações trabalhistas, embora em sua quase totalidade
probatório neles delineado, continue a imputar ao ente público tenham natureza pecuniária, são muito mais do que isso: são
tomador daqueles serviços terceirizados a responsabilidade direitos fundamentais sociais constitucionalmente consagrados
subsidiária por aquelas obrigações inadimplidas pelo devedor (especialmente no artigo 7º da Norma Fundamental em vigor) e que
principal, em virtude da presença de culpa in eligendo (na desempenham a relevantíssima função extrapatrimonial de, por seu
excepcional hipótese de demonstração de irregularidades no caráter inquestionavelmente alimentar, assegurar a vida e a
procedimento licitatório) ou de culpa in vigilando (pela simples subsistência dignas daqueles trabalhadores e de suas famílias. Por
omissão do ente público de, no curso e ao término da execução isso mesmo, portanto, devem receber uma tutela jurisdicional
daquele contrato, não ter fiscalizado, como deveria e como lhe era diferenciada e, na escala de valores e direitos em confronto, deve
perfeitamente possível, o cumprimento das normas trabalhistas pelo ser-lhes atribuído um peso necessariamente maior que o interesse
contratado e não haver tomado as providências capazes de prevenir público meramente secundário do ente público contratante de não
aquela inadimplência). ser subsidiariamente condenado a pagar aqueles débitos
O que, então, decidiu o Supremo Tribunal Federal foi que o § 1º do trabalhistas (sempre com preservação da possibilidade de se
artigo 71 da Lei nº 8.666/93 afasta a responsabilidade contratual da ressarcir plenamente do pagamento por meio da correspondente
Administração Pública pelas obrigações trabalhistas relativas aos ação regressiva que poderá - e deverá - ajuizar contra o devedor
empregados do particular que foi selecionado e contratado em principal por ela contratado).
decorrência da correspondente licitação, pela simples condição de Exatamente por isso, aliás, não se pode afirmar que a
celebrante daquele contrato administrativo. Ou seja, o ente público Administração Pública que se beneficiou da força de trabalho dos
jamais poderá, automaticamente, ser considerado o devedor trabalhadores terceirizados possa ficar indiferente à sua sorte;
principal daqueles trabalhadores. tampouco que, à luz dos valores e princípios em tensão e diante do
Porém, por força da incidência simultânea e sistemática de outras paradigma do Estado Democrático de Direito constitucionalmente
normas infraconstitucionais igualmente aplicáveis às relações adotado em nosso país a partir de 1988, o interesse público
jurídicas decorrentes daquela contratação, será sempre possível primário da Administração Pública, em casos como esse, seja
apurar, por meio do exame dos elementos fático-probatórios deixar ao desamparo estes trabalhadores terceirizados - muito ao
constantes de cada processo, a existência de conduta dolosa ou contrário! A vingar a tese da pura e simples irresponsabilidade da
culposa da Administração Pública, mesmo que apenas omissiva, Administração Pública em casos em que essa se omitiu do seu
que justifique que lhe seja atribuída responsabilidade subjetiva dever de fiscalizar o adimplemento das obrigações trabalhistas
extracontratual, patrimonial ou aquiliana pelos danos por ela pelas empresas por ela contratadas para o fornecimento de
causados. trabalhadores terceirizados, os direitos fundamentais sociais
Aplicando-se tudo o que ali ficou decidido pelo Supremo Tribunal constitucionalmente assegurados a todos esses trabalhadores não
Federal, com efeito contra todos e eficácia vinculante a casos como passarão de letra morta, em contrariedade aos ditames de justiça
este, é preciso, antes de mais nada, afirmar que a decisão social e de valorização do trabalho assegurados exatamente pela
condenatória em que se atribui responsabilidade subsidiária ao ente Norma Fundamental de 1988.
público contratante pelo pagamento dos débitos trabalhistas da Se se entender, como aqui se sustenta expressamente, que o ente
empregadora - litisconsorte - prescinde, para sua manutenção, da público contratante tem esse dever de fiscalizar, em todo o curso do
contrato administrativo, o cabal e tempestivo cumprimento, pelo cabal e oportuno cumprimento de todas as obrigações assumidas
particular, de suas obrigações trabalhistas como empregador pelo contratado que foi o selecionado no procedimento licitatório -
daqueles trabalhadores terceirizados que atuaram no âmbito da entre elas, evidentemente, as que decorrem da observância das
Administração Pública, será inevitável a incidência subsidiária, normas trabalhistas, em relação aos seus empregados que
autorizada pelo parágrafo único do citado artigo 8º da CLT, dos prestarem serviços, como terceirizados, ao ente público: "Art. 58. O
artigos 186 e 927, caput, do Código Civil em vigor, que estabelecem regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei
para todos, até mesmo para os entes públicos em geral, a confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: (...)
responsabilidade civil subjetiva de natureza extracontratual, III - fiscalizar-lhes a execução; (...)".
decorrente da prática (comissiva ou omissiva) de ato lícito, in verbis: "Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e
"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência fiscalizada por um representante da Administração especialmente
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
exclusivamente moral, comete ato ilícito. subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
(...) Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar § 1º O representante da Administração anotará em registro próprio
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo". todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato,
Nessa mesma linha também se pronuncia o Procurador do Trabalho determinando o que for necessário à regularização das faltas ou
e Professor Helder Santos Amorim (no artigo que elaborou em defeitos observados." Por sua vez, o artigo 77 desta Lei nº 8.666/93
conjunto com os Professores Márcio Túlio Viana e Gabriela Neves prevê que "a inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua
Delgado): "A interpretação do § 1º do art. 71 da Lei nº 8.666/1993 rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei ou
desafia sua leitura conjunta e contextualizada com vários outros regulamento". O artigo 78 da citada lei, de sua parte, prevê como
dispositivos legais que imputam à Administração Pública, de forma motivo para a rescisão contratual "o não cumprimento ou o
correlata e proporcional, o dever de fiscalizar eficientemente a cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,
execução dos seus contratos de terceirização, por imperativo de projetos ou prazos, assim como o cometimento reiterado de faltas
legalidade e moralidade pública (Constituição, art. 37, caput), na sua execução e o desatendimento das determinações regulares
inclusive em relação ao adimplemento dos direitos dos da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua
trabalhadores terceirizados, tendo em vista que se trata de direitos execução" - o que, evidentemente, é aplicável à hipótese do
fundamentais (Constituição, art. 7º) cuja promoção e fiscalização inadimplemento de obrigações trabalhistas para com os
incumbe aprioristicamente ao Estado, como razão essencial de sua trabalhadores terceirizados pelo empregador contratado pelo ente
existência." (Terceirização - aspectos gerais - a última decisão do público.
STF e a Súmula nº 331 do TST - novos enfoques, LTr 75-03/292) Como se não bastassem esses claros preceitos da própria Lei nº
Cumpre agora, portanto, examinar as demais normas legais 8.666/93, que devem ser interpretados e aplicados de forma
aplicáveis à contratação, pela Administração Pública e após regular conjunta e sistemática com o artigo 71, § 1º, da mesma norma, a
procedimento licitatório, de uma empresa para, por intermédio do matéria foi expressamente regulamentada no âmbito da
fornecimento de trabalhadores terceirizados, lhe prestar serviços a Administração Pública Federal pela Instrução Normativa (IN) nº 2,
fim de confirmar se tem ela o dever legal de, no curso daquele de 30/4/2008, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
contrato administrativo, fiscalizar não apenas a execução daqueles (MPOG), alterada pela Instrução Normativa (IN) nº 3/2009, do
serviços, mas também o pleno e tempestivo adimplemento das mesmo Ministério.
obrigações trabalhistas pelo empregador contratado. O simples A esse respeito, pronuncia-se com acerto o Procurador do Trabalho
exame de outros artigos da mesma Lei de Licitações (Lei nº Helder Santos Amorim, demonstrando que normas
8.666/93) permite concluir em sentido afirmativo. regulamentadoras federais também servem de parâmetro para o
A princípio, os artigos 54, § 1º, e 55, inciso XIII, e 66 da Lei nº dever de fiscalização dos entes públicos das demais esferas da
8.666/93 estabelecem, claramente, que o fornecedor de mão de Federação, nos seguintes termos: "Enquanto a Lei de Licitações
obra contratado está estritamente vinculado ao cumprimento cabal traça regras gerais sobre o dever de fiscalização contratual, a IN nº
das obrigações e responsabilidades a que se vinculou quando 2/2008 do MPGO interpreta e especifica estas regras, instituindo um
participou da licitação e apresentou proposta (na qual padrão fiscalizatório comprometido com a eficiência das técnicas de
obrigatoriamente fez constar o preço correspondente aos direitos controle e com a efetividade dos direitos fiscalizados,(...), levando
trabalhistas de seus empregados): "Art. 54. (...) § 1º Os contratos em consideração a realidade do gerenciamento contratual, os riscos
devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua decorrentes das práticas contratuais e os direitos e deveres da
execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, Administração Pública perante os administrados e perante os
obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com terceiros interessados, tais como os trabalhadores terceirizados.
os termos e da proposta a que se vinculam. Isto porque a procedimentalização da fiscalização no âmbito dos
(...)". contratos de terceirização não constitui matéria própria para
"Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que disciplina legislativa, sendo tema reservado às normas
estabeleçam: (...) XIII - a obrigação do contratado de manter, regulamentadoras.
durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as Este padrão fiscalizatório federal vincula a Administração Pública
obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e em todos os âmbitos federativos, por força do princípio da
qualificação exigidas na licitação". predominância do interesse, tendo em conta que, sendo privativa da
"Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de União a competência para legislar sobre normas de licitações e
acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, contratos, aos estados e municípios incumbe complementar esta
respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução legislação com respeito às diretrizes nacionais.
total ou parcial." A seguir, os artigos 58, inciso III, e 67, caput e seu Nessa linha de princípio federativo, embora as regras de
§ 1º, da mesma Lei de Licitações clara e expressamente impõem à fiscalização previstas na IN nº 2/2008 do MPOG tenham incidência
Administração Pública contratante o poder-dever de fiscalizar o estrita à órbita da Administração Pública federal, suas diretrizes
para uma fiscalização eficaz sobre os contratos de terceirização em nas contratações continuadas com dedicação exclusiva dos
matéria trabalhista acabam por orientar os demais entes federativos trabalhadores da contratada" seja exigida a comprovação de: a)
na implementação de suas normas internas acerca da matéria, em regularidade para com o INSS e FGTS; b) pagamento de salários
face da legítima expectativa constitucional de uma Administração no prazo previsto em lei, referente ao mês anterior; c) fornecimento
Pública comprometida com a higidez legal e com a eficiência dos de vale-transporte e auxílio-alimentação, quando cabível; d)
mecanismos de controle da atividade administrativa (Constituição, pagamento do 13º salário; e) concessão de férias e correspondente
art. 37)." (grifou-se - VIANA, DELGADO e AMORIM, op. cit, LTr 75- pagamento do adicional; f) realização de exames admissionais,
03/292-293). demissionais e periódicos, quando for o caso; g) fornecimento de
Em linhas gerais, a citada IN nº 2/2008 do MPOG impõe à cursos de treinamento e reciclagem exigidos por lei; h) cumprimento
Administração Pública federal contratante o dever de fiscalizar o das obrigações contidas em convenção coletiva, acordo coletivo ou
adimplemento das obrigações trabalhistas pelas empresas sentença normativa em dissídio coletivo de trabalho, e de
contratadas em relação a seus trabalhadores terceirizados, desde cumprimento de todas as demais obrigações estabelecidas na
as fases de abertura e de desenvolvimento do procedimento legislação laboral em relação aos empregados vinculados ao
licitatório e da celebração do resultante contrato administrativo, nos contrato administrativo.
seguintes termos: "a) desde a seleção da empresa no procedimento Para assegurar a efetividade dessa fiscalização pelo ente público
de licitação, na medida em que o Edital de Licitação já deverá contratante, o artigo 36 desta Instrução Normativa determina que a
prever que "a execução completa do contrato só acontecerá quando Administração, no ato do pagamento da prestação mensal do
o contratado comprovar o pagamento de todas as obrigações serviço, exija da empresa a comprovação do pagamento de todas
trabalhista referente à mão de obra utilizada", nos casos de as suas obrigações trabalhistas relativas à fatura anterior, sob pena
contratação de serviço continuado, com dedicação exclusiva de de retenção do valor da fatura para pagamento direto aos
mão de obra (art. 19, inciso XVIII, da IN nº 2/2008), e que o trabalhadores, por sua vez autorizado pelo artigo 19-A da IN nº
contratado deverá apresentar garantia, com validade de três meses 2/2008 (acrescentado pela IN nº 3/2009), que permite que o ente
após o término da vigência contratual, com previsão expressa de público, mediante previsão constante do edital licitatório e do
que essa garantia somente será liberada diante da comprovação de contrato administrativo, receba autorização prévia do contratado
que a empresa pagou todas as verbas rescisórias trabalhistas para promover ordinariamente o provisionamento e a retenção de
decorrentes da contratação, e de que essa garantia, caso esse valores relativos ao preço do contrato para esse pagamento direto,
pagamento não ocorra até o fim do segundo mês após o relativo a férias, gratificação natalina, verbas rescisórias e depósitos
encerramento daquele contrato, será usada para o pagamento de FGTS dos empregados terceirizados (sendo de se mencionar
direto, pela Administração, dessas verbas trabalhistas aos que a Resolução nº 98/2009 do Conselho Nacional de Justiça traz
trabalhadores terceirizados (inciso XIX da IN nº 2/2008 e art. 19-A, previsão idêntica em relação aos contratos de prestação de serviços
inciso IV, da mesma IN, acrescentado pela IN nº 3/2009); b) no terceirizados de forma contínua celebrados no âmbito do Poder
momento de julgamento das propostas da fase licitatória, a Judiciário), bem como efetue descontos nas faturas e realize o
Administração deve verificar se os preços propostos pelas pagamento direto de quaisquer direitos trabalhistas que vierem a
empresas licitantes são compatíveis com o custo dos encargos ser insatisfeitos pelo contratado.
sociais trabalhistas, sob pena de desclassificação da proposta por Por sua vez, o parágrafo único do artigo 31 da IN nº 2/2008
inexequibilidade (art. 44, § 3º, da Lei nº 8.666/93, regulamentado estabelece que a fiscalização contratual dos serviços continuados
pelo art. 29, § 3º, da IN nº 2/2008); c) por ocasião da elaboração e pelo ente público contratante deverá seguir o disposto no anexo IV
celebração do contrato administrativo com a empresa vencedora no da citada instrução normativa, o qual, de sua parte, institui um "Guia
certame licitatório, devendo esse contrato ser automaticamente de Fiscalização dos Contratos de Terceirização", que esquematiza e
vinculado a todas as condições de habilitação previstas no edital e a detalha a fiscalização do cumprimento desses direitos trabalhistas
todas as condições contidas na proposta vencedora, especialmente em quatro momentos distintos: "a) a fiscalização inicial (momento
os direitos trabalhistas dos empregados da empresa contratada, em que a terceirização é iniciada), quando deve ser elaborada uma
que compõem o preço dos serviços contratados, cabendo ao ente planilha com discriminação de todos os empregados terceirizados
público contratante especificar, no contrato administrativo, a que prestam serviços ao ente público contratante, com a
responsabilidade da empresa contratada de satisfazer os direitos conferência de todas as anotações em suas CTPSs e a verificação
dos seus próprios empregados, nos valores e patamares previstos dos valores dos salários a eles pagos, para que não sejam
na planilha de custos por ela apresentada; como lógica e inferiores aos previstos no contrato administrativo e nas normas
automática consequência, caberá à Administração contratante o coletivas de trabalho a eles aplicáveis, bem como da existência de
dever de fiscalizar o cumprimento integral destas obrigações obrigações trabalhistas adicionais, estabelecidas em normas
(conforme os já citados arts. 54, § 1º, 55, inciso XIII, e 66 da Lei nº coletivas de trabalho, e de condições de trabalho insalubres ou
8.666/93)." Também aqui é acertada a conclusão de Helder Santos perigosas; b) a fiscalização mensal (feita antes do pagamento da
Amorim, à luz dessas premissas: "Em face desta vinculação, fatura), que implica a elaboração de uma planilha mensal com
exsurge que a execução contratual, no modelo da Lei nº 8.666/93, indicação de todos os empregados terceirizados, a função exercida,
vai além do cumprimento de seu estrito objeto, para abranger todos os dias efetivamente trabalhados e eventuais horas extras
os aspectos que constituam premissa à satisfação deste objeto prestadas, férias, licenças, faltas e ocorrências, na exigência de que
contratual, tal como o cumprimento das obrigações trabalhistas da a empresa contratada apresente cópias das folhas de ponto dos
empresa contratada (cujos custos integram o preço do serviço), sob empregados, por ponto eletrônico ou por meio que não seja
pena de violação direta da proposta vencedora, das condições de padronizado (nos termos da Súmula nº 338 do TST), devendo haver
habilitação e, portanto, do próprio contrato administrativo". glosa da fatura, em caso de faltas ou de horas trabalhadas a menor;
Regulamentando o já citado artigo 67, caput e seu § 1º, da Lei nº na mesma ocasião mensal, deverá ser exigida a apresentação, pelo
8.666/93, o artigo 34 da IN nº 2/2008 do MPOG determina que, na contratado, dos comprovantes de pagamento dos salários, vales-
fiscalização do "cumprimento das obrigações trabalhistas e sociais transporte e, se houver, auxílio-alimentação dos empregados,
efetuando-se a retenção e o depósito do FGTS dos trabalhadores providências legalmente previstas para prevenir ou ressarcir o
terceirizados, caso tenha havido prévia autorização da empresa trabalhador terceirizado vítima daqueles atos ilícitos.
contratada, nos termos do edital e do contrato administrativo, ou Ressalta-se ser exclusivamente do ente público contratante o ônus
exigindo-se, alternativamente, a comprovação do recolhimento do de alegar e de demonstrar, completamente, em cada processo
FGTS, INSS e demais encargos sociais; c) a fiscalização diária, por trabalhista, que tomou todas as medidas e praticou todos os atos
meio da conferência, a cada dia, de quais empregados terceirizados previstos na Lei de Licitações e nas suas normas regulamentadoras
estão prestando serviços, em quais funções e se esses estão para evitar o inadimplemento das obrigações trabalhistas dele
cumprindo rigorosamente a jornada de trabalho, prevendo-se uma objeto, para assegurar a sua quitação por meio dos mecanismos
rotina para autorização de realização de horas extras por necessariamente previstos no contrato administrativo
terceirizados; d) a fiscalização especial, que implica a análise da correspondente (pelo uso da garantia patrimonial oferecida pelo
data-base da categoria dos empregados terceirizados, prevista na contratado e pela retenção dos valores a ele devidos, para
norma coletiva de trabalho a eles aplicável, para verificar o dia e o pagamento direto aos trabalhadores terceirizados de seus direitos
percentual nela previstos, bem como no controle das férias e trabalhistas) e para sancionar, na forma também nelas prevista,
licenças desses empregados e de suas eventuais estabilidades aquele empregador inadimplente - afinal, trata-se, aqui, de fato
provisórias." Por fim, para não deixar mais nenhuma dúvida sobre impeditivo da pretensão do autor de que a Administração Pública
constituir o inadimplemento das obrigações trabalhistas pelo seja condenada a responder, ainda que subsidiariamente, pelo
contratado, em relação a seus próprios empregados terceirizados pagamento daqueles direitos trabalhistas, nos termos dos artigos
para a Administração Pública, uma grave infração do contrato 373, inciso II, do CPC/2015 e 818 da CLT.
administrativo de prestação de serviços e ser a rigorosa fiscalização Ademais, também por direta aplicação do princípio da aptidão para
de seu cumprimento um dever essencial do ente público a prova, decisivo para estabelecer para qual parte, em determinado
contratante, os artigos 34, § 4º, e 34-A da IN nº 2/2008 impõem, de litígio judicial, deverá ser atribuído o onus probandi do fato
forma obrigatória, a rescisão unilateral do contrato de prestação de controvertido, não pode haver nenhuma dúvida de que esse
serviços, por iniciativa do ente público contratante, caso tenha sido encargo, em casos como este, só pode mesmo recair sobre a
por este constatado o descumprimento dos direitos trabalhistas pela Administração Pública demandada, que terá que demonstrar haver
empresa contratada e não tenha havido a regularização imediata da praticado todos os atos administrativos de fiscalização do
situação no prazo oferecido pela Administração: "Art. 34-A. O adimplemento, pelo empregador, de suas obrigações trabalhistas
descumprimento das obrigações trabalhistas ou a não manutenção referentes aos trabalhadores terceirizados.
das condições de habilitação pelo contratado deverá dar ensejo à Do contrário, a única alternativa para esse entendimento seria
rescisão contratual, sem prejuízo das demais sanções, sendo atribuir a cada trabalhador terceirizado, autor de sua demanda
vedada a retenção de pagamento se o contratado não incorrer em trabalhista, o pesado e praticamente impossível encargo de
qualquer inexecução do serviço ou não o tiver prestado a contento. demonstrar que o ente público para o qual prestou serviços não
Parágrafo único. A Administração poderá conceder um prazo para praticou os atos fiscalizatórios a que estava obrigado por lei - prova
que a contratada regularize suas obrigações trabalhistas ou suas negativa e de natureza verdadeiramente "diabólica", de produção
condições de habilitação, sob pena de rescisão contratual, quando praticamente impossível pela parte hipossuficiente. À falta dessa
não identificar má-fé ou a incapacidade da empresa de corrigir a demonstração de que esses atos de fiscalização foram mesmo
situação". praticados, como era dever legal do ente público contratante, só se
É preciso lembrar, ainda, que o princípio da legalidade poderá concluir que este, por omissão voluntária, violou os direitos
administrativa impõe ao ente público contratante de mão de obra daqueles empregados terceirizados pelo contratado e lhes causou
terceirizada para lhe prestar serviços de natureza contínua a sua dano, pelo qual deve responder civilmente (ainda que de forma
completa e rigorosa observância, não lhe sendo dado, subsidiária), nesta Justiça do Trabalho, por sua manifesta culpa in
discricionariamente, decidir se e quando irá fazê-lo, de acordo com vigilando.
critérios de conveniência e de oportunidade manifestamente Ao assim se decidir, é preciso advertir, com todas as letras, que não
inaplicáveis nessas situações. se estará responsabilizando a Administração Pública contratante
Desse conjunto de normas legais e regulamentares aqui dos serviços terceirizados pelo mero inadimplemento das
longamente exposto, ao invés, resulta a inarredável conclusão de obrigações trabalhistas devidas por aquele que com ela celebrou
que, uma vez tenha sido constatado e comprovado, em contrato administrativo de prestação de serviços contínuos, nem,
determinada ação trabalhista movida pelo trabalhador terceirizado muito menos, negando-se vigência ao artigo 71, § 1º, da Lei nº
contra seu empregador e contra o ente público que contratou este 8.666/93 (o que ficou expressamente vedado pela decisão proferida
último, o inadimplemento das obrigações trabalhistas decorrentes pelo Supremo Tribunal Federal na citada Ação Declaratória de
daquele contrato administrativo pelo empregador contratado, à Constitucionalidade (ADC) nº 16-DF).
Administração Pública contratante caberá, com exclusividade, para Tudo o até aqui afirmado, aliás, foi consagrado pelo Pleno do
evitar que sua conduta seja considerada omissa e ilícita, nos termos Tribunal Superior do Trabalho ao revisar sua Súmula nº 331, em
e para os efeitos dos artigos 186 e 927, caput, do Código Civil, sessão extraordinária realizada em 24/5/2011 (decisão publicada no
alegar e comprovar, cabalmente, no curso da instrução processual, Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho de 27/5/2011, fls. 14 e 15),
que praticou todos esses atos administrativos detalhadamente atribuindo nova redação ao seu item IV e inserindo-lhe o novo item
estabelecidos nos apontados preceitos da Lei nº 8.666/93 e na V, nos seguintes e expressivos termos:
Instrução Normativa nº 2/2008, alterada pela Instrução Normativa nº "SÚMULA Nº 331. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
3/2009, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão LEGALIDADE.
(MPOG), no sentido de fiscalizar, no curso e no encerramento (...) IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do
daquele contrato administrativo, a plena observância dos direitos empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos
trabalhistas do correspondente reclamante e de que, uma vez serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da
constatado o seu inadimplemento, tomou todas as medidas e as relação processual e conste também do título executivo judicial.
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta havido nenhuma omissão, contradição ou obscuridade.
respondem subsidiariamente nas mesmas condições do item IV, Em voto vencido, o Ministro Luiz Fux (Relator) defendeu
caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das posicionamento no sentido de dar provimento parcial aos embargos
obrigações da Lei nº 8.666, de 21.06.1993, especialmente na de declaração para esclarecer a tese de repercussão geral nos
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da seguintes termos: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos
prestadora de serviço como empregadora. A aludida empregados do contratado não transfere ao Poder Público
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, salvo, em
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente caráter subsidiário e excepcional, quando cabalmente comprovada
contratada." (destacou-se) conduta culposa da Administração causadora de dano ao
Diante da já reconhecida constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da empregado, vedada em qualquer hipótese a sua responsabilização
Lei nº 8.666/93, de eficácia erga omnes e efeito vinculante, a União solidária e a presunção de culpa, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei
insiste que a única interpretação viável à decisão proferida pela nº 8.666/93".
Suprema Corte no julgamento da ADC n° 16 seria a total exclusão Não obstante, prevaleceu o entendimento oposto de que não se
da responsabilidade do poder público contratante, independente de poderia então enfrentar, em embargos de declaração, questões não
qualquer modalidade de culpa, ao contrário do que sedimentou o definidas no julgamento do recurso principal, já que o Supremo
Tribunal Superior do Trabalho no item V da Súmula nº 331. Tribunal Federal, ao fixar a tese de repercussão geral, optou por
Manejou, então, recurso extraordinário, RE nº 760.931-DF, eleito uma redação minimalista, sem detalhar pormenores, a exemplo do
como processo representativo da controvérsia no Tema nº 246 de ônus da prova.
Repercussão Geral no Supremo Tribunal Federal, contra acórdão O Ministro Edson Fachin, redator então designado, ao rejeitar os
da Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho, da lavra deste embargos de declaração, limitou-se a reafirmar o entendimento de
Relator (Processo nº TST-AIRR-100700-72.2008.5.02.0373), em que "a responsabilidade não é automática, conforme preconizou o
que se manteve a responsabilidade subsidiária da Administração legislador infraconstitucional, no artigo 71, § 1º, da Lei de Licitações,
Pública, tomadora de serviços terceirizados, pelo inadimplemento mas não pode o poder público dela eximir-se quando não cumpriu o
das verbas trabalhistas em razão de sua culpa in vigilando, seu dever de primar pela legalidade estrita na escolha ou
caracterizada pela omissão em fiscalizar adequadamente o contrato fiscalização da empresa prestadora de serviços". (RE 760931-DF
de prestação de serviços. ED Relator: Min. Luiz Fux. Relator p/acórdão: Min. Edson Fachin.
Na ocasião do julgamento, os Ministros da Suprema Corte Tribunal Pleno. DJe-194 DIVULG 05-09-2019 PUBLIC 06-09-2019,
reafirmaram a constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da Lei nº destacou-se).
8.666/93, refutando a possibilidade de responsabilização subsidiária Conclui-se, portanto, que a tese aprovada no contexto da
automática da Administração Pública, tomadora dos serviços sistemática de repercussão geral não enfrentou a questão do ônus
terceirizados. da prova, restando vencidos o Ministro Luiz Fux e os três outros
Por maioria de votos (vencidos os Ministros Rosa Weber, Relatora ministros que o acompanharam no julgamento dos embargos de
original, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Roberto Barroso e declaração, e cujo posicionamento era, cumpre repetir, no sentido
Edson Fachin) e nos termos do voto do Ministro Luiz Fux, Redator de prestar esclarecimentos para expressamente definir a quem
do acórdão, fixou-se a seguinte tese de repercussão geral: "O caberia tal encargo.
inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do Havendo prevalecido a esse respeito o voto do Ministro Edson
contratado não transfere automaticamente ao Poder Público Fachin, no sentido de que a responsabilidade da Administração
contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em Pública não é automática, mas continua sendo cabível entretanto se
caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº evidenciada a sua conduta culposa no dever legal de fiscalizar, sem
8.666/93". adentrar em outras particularidades, pode-se afirmar que, mesmo
Embora da redação da tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal não tendo o trabalhador reclamante produzido prova que, pelos
não se possa extrair o entendimento acerca da crucial questão fundamentos antes longamente expostos, teria natureza
controvertida sobre a quem cabe o ônus de comprovar se houve, verdadeiramente diabólica, a condenação do Estado pela omissão
em cada caso concreto, a fiscalização do cumprimento das culposa na contratação terceirizada, por tudo o que até aqui
obrigações trabalhistas, a Corte Suprema reafirmou a necessidade também se expôs, absolutamente não ofende o que já decidiu a
de manifestação expressa das instâncias ordinárias sobre a Suprema Corte, pois o encargo fiscalizatório a esse respeito é, sim,
existência, ou não, de conduta culposa da Administração Pública à do ente público contratante.
luz das circunstâncias fáticas da causa, a possibilitar a pretendida Por consequência, este Tribunal Superior do Trabalho, ao entender
condenação subsidiária. que é do ente público o ônus da prova acerca das medidas
Diante das alegadas omissões sobre a variante interpretativa do fiscalizatórias empreendidas na contratação terceirizada, não está
vocábulo "automaticamente" constante na tese de repercussão descumprindo as referidas decisões do STF.
geral, sobre o sentido do termo "solidário", também expresso na Exatamente no mesmo sentido já se manifestou o Supremo Tribunal
redação da tese e sobre a qual das partes cabe o ônus da prova da Federal, mesmo depois do acórdão originário proferido no Proc.
existência, ou não, de comportamento culposo da Administração RE nº 760.931-DF, como representativo do Tema nº 246 de
Pública, foram interpostos embargos de declaração pela União, pelo Repercussão Geral:
Estado de São Paulo (amicus curiae) e pela ABRASF (amicus "EMENTA AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO.
curiae). RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO ENTE PÚBLICO.
Por maioria de votos, vencidos os Ministros Luiz Fux (Relator), DEVERES DE FISCALIZAÇÃO DO CUMPRIMENTO DAS
Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, o Supremo OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS. DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA
Tribunal Federal rejeitou os três embargos de declaração, nos PROVA. AUSÊNCIA DE AFRONTA À DECISÃO PROFERIDA NA
termos do voto do Ministro Edson Fachin, redator designado para o ADC 16. PRECEDENTES. 1. O registro da omissão da
acórdão, oportunidade em que se consignou expressamente não ter Administração Pública quanto ao poder-dever de fiscalizar o
adimplemento, pela contratada, das obrigações legais que lhe assentir a presença da conduta omissiva da Administração Pública,
incumbiam - a caracterizar a culpa in vigilando -, ou da falta de configuradora de sua culpa in vigilando.
prova acerca do cumprimento dos deveres de fiscalização - de Em relação às alegações de violação do artigo 71, § 1º, da Lei
observância obrigatória -, não caracteriza afronta à ADC 16. 2. 8.666/93 e contrariedade às decisões proferidas pelo Supremo
Inviável o uso da reclamação para reexame de conjunto probatório. Tribunal Federal na ADC n° 16-DF e no RE n° 760.931, essas não
Precedentes. 3. Agravo interno conhecido e não provido." (Rcl prosperam, pois o entendimento extraído do julgado do Supremo
26252 AgR/BA, Relatora Ministra ROSA WEBER, Primeira Turma, Tribunal Federal é de que somente a demonstração de um
DJe 06/02/2019, grifou-se). comportamento culposo permitiria a responsabilização da
Posicionamento também perfilhado pelos seguintes precedentes Administração Pública, não havendo emissão de tese acerca da
desta Corte: questão do ônus da prova pelo Supremo Tribunal Federal. Assim,
"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº este Tribunal Superior do Trabalho, ao entender que é do ente
13.015/2014 - RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - público o ônus da prova acerca das medidas fiscalizatórias
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA - ÔNUS DA empreendidas na contratação terceirizada, não está descumprindo
PROVASÚMULA Nº 331, V E VI, DO TST. 1. O acórdão regional as referidas decisões do Supremo Tribunal Federal.
está em harmonia com o entendimento firmado na Súmula nº 331, A alegação de contrariedade ao item V, da Súmula n° 331, do TST
itens V e VI, do TST, uma vez que a responsabilização subsidiária não prospera, uma vez que ficou constatada a falta de fiscalização
do ente público decorreu do reconhecimento de conduta culposa na pelo tomador de serviços.
fiscalização da empresa prestadora. 2. Compete à Administração Ademais, a invocação genérica de violação dos artigos 5º, caput e
Pública o ônus da prova quanto à fiscalização, considerando que: (i) incisos II, LIV e LV, e 37, inciso II, da Constituição Federal, em regra
a existência de fiscalização do contrato é fato impeditivo, e como ocorre neste caso, não é suficiente para autorizar o
modificativo ou extintivo do direito do Reclamante; (ii) a obrigação conhecimento do recurso de revista com base na previsão da alínea
de fiscalizar a execução do contrato decorre da lei (artigos 58, III, e "c" do art. 896 da CLT, na medida em que, para sua constatação,
67 da Lei nº 8.666/93); e (iii) não se pode exigir do trabalhador a seria necessário concluir, previamente, ter ocorrido ofensa a
prova de fato negativo ou que apresente documentos aos quais não preceito infraconstitucional.
tenha acesso, em atenção ao princípio da aptidão para a prova. Por estar a decisão do Regional em consonância com a notória,
Julgados. 3. O E. STF, ao julgar o Tema nº 246 de Repercussão reiterada e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho,
Geral - responsabilidade subsidiária da Administração Pública por esgotada se encontra a função uniformizadora desta Corte, o que
encargos trabalhistas gerados pelo inadimplemento de empresa afasta a possibilidade de eventual divergência jurisprudencial, ante
prestadora de serviço, RE 760931 -, não fixou tese específica sobre a aplicação do teor da Súmula nº 333 do TST e do § 7º do artigo
a distribuição do ônus da prova pertinente à fiscalização do 896 da CLT.
cumprimento das obrigações trabalhistas. Recurso de Revista não Diante do exposto, não conheço do recurso de revista" (págs. 801-
conhecido." (RR-984-40.2013.5.15.0113, 8ª Turma, Relatora 831, destacou-se).
Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT 13/09/2019).
"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº Alega o município reclamado, em suas razões de embargos, que é
13.015/2014. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA vedado o reconhecimento da responsabilidade subsidiária do ente
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CONDUTA CULPOSA NA público com base no mero inadimplemento do tomador no
FISCALIZAÇÃO DO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES LEGAIS cumprimento das obrigações trabalhistas.
E CONTRATUAIS DA EMPRESA PRESTADORA DOS SERVIÇOS. Aduz que deve haver prova da culpa da tomadora de serviços, não
INCIDÊNCIA DO ITEM V DA SÚMULA N° 331 DO TST. Trata-se de devendo ser reconhecida a responsabilidade subsidiária com base
hipótese na qual o Tribunal Regional, mediante a valoração de fatos na distribuição do ônus da prova em desfavor do ente público.
e provas, reconheceu a responsabilidade subsidiária da Cita arestos para cotejo de teses.
Administração Pública, na condição de tomadora dos serviços, por Ao exame.
conduta omissiva na fiscalização do cumprimento das obrigações Discute-se a possibilidade de atribuição de responsabilidade
contratuais e legais previstas na Lei nº 8.666/93, e não, apenas, subsidiária a entes públicos por dívidas trabalhistas surgidas em
pelo mero inadimplemento das obrigações trabalhistas a cargo da contratos de terceirização de serviços.
empresa prestadora dos serviços, nos moldes da Súmula nº 331, V, A Segunda Turma reiterou o posicionamento do Regional, de que é
do TST e nos limites da decisão proferida pelo STF na ADC 16/DF. da Administração Pública o encargo de comprovar a efetiva
Recurso de revista de que não se conhece." (RR-139- fiscalização do contrato celebrado com a prestadora de serviços.
25.2013.5.01.0007, 1ª Turma, Relator Ministro Walmir Oliveira da No julgamento do Recurso Extraordinário nº 760.931-DF, em debate
Costa, DEJT 07/06/2019). representativo do Tema nº 246 de repercussão geral reconhecida, o
Na hipótese dos autos, o Tribunal Regional expressamente Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese de repercussão
consignou, no acórdão recorrido: geral: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos
"Portanto, o ente público, cujo ônus lhe competia, não provou o empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder
cumprimento de seu dever legal de vigilância, em ofensa ao Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja
princípio constitucional que protege o trabalho como direito social em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da
indisponível, a determinar a sua responsabilidade subsidiária." (pág. Lei nº 8.666/93".
697, destacou-se e grifou-se) Provocado, por meio de embargos de declaração da União e de
Constata-se não haver, no acórdão regional, nenhuma referência ao dois amici curiae, a se manifestar sobre a qual parte cabe o ônus da
fato de que o ente público demandado praticou os atos de prova referente à ocorrência, ou não, da efetiva fiscalização da
fiscalização do cumprimento, pelo empregador contratado, das contratação terceirizada, prevaleceu então o entendimento, naquela
obrigações trabalhistas referentes aos trabalhadores terceirizados, o Corte Suprema, de que não se poderia enfrentar, em embargos de
que era de seu exclusivo onus probandi e suficiente, por si só, para declaração, questões não definidas no julgamento do recurso
do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal". Como o dispositivo do Estado do Rio Grande do Sul. O exame da decisão em
não é taxativo, deve ser reconhecida a transcendência política referência, na linha de diversos precedentes do Supremo Tribunal
quando há desrespeito à jurisprudência reiterada do Tribunal Federal, põe em evidência a validade da mudança de regime
Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ainda que o jurídico dos então empregados públicos mencionados na referida
entendimento ainda não tenha sido objeto de súmula. A causa norma, de celetista para estatutário, sem, contudo, que isso tenha
oferece transcendência política, uma vez que o eg. Tribunal ensejado o provimento automático de cargos públicos efetivos por
Regional, ao entender aplicável o regime estatutário ao Autor, tais servidores, pois isso somente seria possível após aprovação
admitido sem concurso público em 01/05/1985, contrariou a em concurso público, na forma do art. 37, II, da Constituição
jurisprudência desta Corte, no sentido de que a conversão Federal. Essa diretriz jurisprudencial, portanto, reconhece a
automática do regime celetista para o estatutário não se aplica aos validade no enquadramento dos servidos celetistas não
empregados celetistas admitidos sem concurso público após concursados e estáveis, nos termos do art. 19 do ADCT, no regime
05/10/1983, haja vista o óbice contido no art. 37, II, da Constituição único dos servidores civis a que se refere o caput do art. 276 da Lei
Federal de 1988, pois que não possuem os cinco anos de efetivo Complementar Estadual nº 10.098/94 do Estado do Rio Grande do
exercício anteriores à promulgação da CR/88 que lhe dariam direito Sul. Assim, no caso concreto, o reclamante, admitido no regime
à estabilidade de que trata o art. 19 do ADCT. Demonstrado pelo celetista antes da Constituição Federal de 1988, sem concurso
recorrente, por meio de cotejo analítico, que o eg. TRT incorreu em público, com o advento da referida Lei Complementar estadual, não
ofensa ao art. 37, II da CR, o recurso deve ser conhecido e provido permaneceu regido pela CLT, mas sim pelo regime estatuário dos
para restabelecer a r. sentença que julgou procedente o pedido de servidores do Estado do Rio Grande do Sul. Logo, não são devidos
depósitos de FGTS do período de 5/10/1988 a 18/10/2017. os depósitos dos valores relativos ao FGTS, a contar de 1/1/94,
Transcendência reconhecida, recurso de revista de que se conhece data em que houve mudança de regime jurídico dos então
e que se dá provimento. (RR - 1599-41.2017.5.06.0242 , Relatora empregados públicos. Recurso de revista conhecido e provido. (RR
Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data - 20303-26.2013.5.04.0751 , Relatora Ministra: Delaíde Miranda
de Julgamento: 03/04/2019, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT Arantes, Data de Julgamento: 21/02/2018, 2ª Turma, Data de
05/04/2019) Publicação: DEJT 02/03/2018)
De outra parte, convém esclarecer, por oportuno, que o AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA
entendimento é diverso quando o empregado está inserido nas INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS Nos 13.015/2014,
disposições do artigo 19 do ADCT - admissão mais de 5 anos antes 13.105/2015 E 13.467/2017 - DESCABIMENTO.
da promulgação da Constituição Federal, ou seja, quando é estável. SUPERVENIÊNCIA DE REGIME ESTATUTÁRIO EM
Esse novo entendimento tem origem no julgamento realizado pelo SUBSTITUIÇÃO AO CELETISTA. VÍNCULO EMPREGATÍCIO
Tribunal Pleno do TST, em acórdão da lavra da Exma. Ministra FIRMADO EM PERÍODO ANTERIOR À PROMULGAÇÃO DA
Maria Helena Mallmann, ArgInc - 105100-93.1996.5.04.0018, em CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. ART. 19, "CAPUT", DO
que se rejeitou a declaração de inconstitucionalidade do caput do ADCT. APLICAÇÃO DO REGIME ESTATUTÁRIO. 1. No caso dos
artigo 276 da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94 do Estado autos, a contratação se deu em 1.6.1983, antes do advento da
do Rio Grande do Sul. Constituição Federal de 1988, sem prévia submissão a concurso
O exame da decisão em referência, na linha de diversos público. Assim, tem-se que a servidora era estável, nos termos do
precedentes do Supremo Tribunal Federal, põe em evidência a art. 19, "caput", do ADCT, pois estava em exercício, na data da
validade da mudança de regime jurídico dos então empregados promulgação da Constituição, há mais de cinco anos continuados.
públicos mencionados na referida norma, de celetista para Esta circunstância é relevante para o deslinde da controvérsia. 2.
estatutário, sem, contudo, que isso tenha ensejado o provimento Quanto ao tema, o Pleno deste Tribunal decidiu, com remissões ao
automático de cargos públicos efetivos por tais servidores, pois isso julgamento do STF na ADI 1.150/RS, no ArgInc-105100-
somente seria possível após aprovação em concurso público, na 93.1996.5.04.0018, de relatoria da Ministra Maria Helena Mallmann,
forma do art. 37, II, da Constituição Federal. em julgamento ocorrido em 21/08/2017, que os servidores estáveis
Essa diretriz jurisprudencial, portanto, reconhece a validade no regidos pela CLT, contratados sem concurso público, ficam, com a
enquadramento dos servidos celetistas não concursados e estáveis, superveniência de Lei instituindo regime jurídico único, vinculados
nos termos do art. 19 do ADCT, no regime único dos servidores ao regime estatutário. 3. Nesse contexto, estando a reclamante
civis a que se refere o caput do art. 276 da Lei Complementar submetida, após a instituição do regime jurídico único, a relação
Estadual nº 10.098/94 do Estado do Rio Grande do Sul. jurídico-administrativa, sobressai, tal como consta do acórdão
Referida diretriz vem sendo aplicada aos casos semelhantes, ainda recorrido, a ausência de substrato jurídico para deferir o FGTS.
que não relativos especificamente à disposição da Constituição Ressalva de ponto de vista do Relator. Agravo de instrumento
Estadual do Rio Grande do Sul, mas desde que se trate de servidor conhecido e desprovido. (AIRR - 823-57.2017.5.13.0012 , Relator
estável. Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de
Nesse sentido, julgados de Turmas desta Corte: Julgamento: 03/04/2019, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT
RECURSO DE REVISTA. EMPREGADO ADMITIDO ANTES DA 12/04/2019)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. AUSÊNCIA DE CONCURSO AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE
PÚBLICO TRANSMUDAÇÃO DE REGIME JURÍDICO CELETISTA REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº
PARA ESTATUTÁRIO. ART. 276 DA LEI COMPLEMENTAR Nº 13.015/2014. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
10.098/94 DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME. SERVIDOR PÚBLICO ESTÁVEL.
CONSTITUCIONALIDADE. POSSIBILIDADE. FGTS. DEPÓSITOS ART. 19 DO ADCT. Agravo a que se dá provimento para examinar o
INDEVIDOS. O Tribunal Pleno do TST, em acórdão do lavra da agravo de instrumento em recurso de revista. Agravo provido.
Exma. Ministra Maria Helena Mallmann, ArgInc - 105100- PRESCRIÇÃO. FGTS. Agravo a que se dá provimento para
93.1996.5.04.0018, rejeitou a declaração de inconstitucionalidade examinar o agravo de instrumento em recurso de revista. Agravo
do caput do artigo 276 da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94 provido. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE
REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº JURÍDICO ÚNICO ESTATUTÁRIO. INCOMPETÊNCIA QUANTO
13.015/2014. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. AO PERÍODO POSTERIOR À TRANSMUDAÇÃO DE REGIME
TRANSMUDAÇÃO DE REGIME. SERVIDOR PÚBLICO ESTÁVEL. JURÍDICO. Discute-se, nos autos, a contratação de empregado
ART. 19 DO ADCT. Em razão de provável caracterização de ofensa público antes da promulgação da Constituição de 1988, sob o
ao art. 19, caput, do ADCT, dá-se provimento ao agravo de regime celetista, e sem concurso público. Posteriormente, o
instrumento para determinar o prosseguimento do recurso de reclamado instituiu regime jurídico único, conforme noticiado nos
revista. Agravo de instrumento provido. PRESCRIÇÃO. FGTS. Em autos. A controvérsia acerca do tema em análise vinha sendo
razão de provável contrariedade à Súmula nº 382 desta Corte, dá- decidida por esta Corte no sentido de que a instituição de regime
se provimento ao agravo de instrumento para determinar o jurídico único não convola em vínculo estatutário, de forma
prosseguimento do recurso de revista. Agravo de instrumento automática, o contrato trabalhista anterior, sobretudo, em
provido. RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA decorrência da ausência de concurso público. Todavia, o Tribunal
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA Pleno, na apreciação da constitucionalidade do art. 276, caput, da
DO TRABALHO. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME. SERVIDOR Lei Complementar 10.098/1994 do Estado do Rio Grande do Sul,
PÚBLICO ESTÁVEL. ART. 19 DO ADCT. O Tribunal Pleno desta conforme incidente de inconstitucionalidade em recurso de revista
Corte, examinando controvérsia nos autos do processo nº TST- (ArgInc-105100-93.1996.5.04.0018), de relatoria da Ministra Maria
ArgInc - 105100-93.1996.5.04.0018, envolvendo a lei estadual que Helena Mallmann, em julgamento ocorrido em 21/08/2017,
foi objeto de apreciação pelo STF na ADI 1.150/RS, firmou a consagrou a tese de que não há óbice constitucional à mudança de
compreensão de que nesse precedente do STF foi vedada tão regime dos empregados estabilizados pelo art. 19 do ADCT da CF
somente a transposição automática dos servidores celetistas (caso dos autos, reclamante admitido em 11/07/1983), porém tal
admitidos sem concurso público em cargo de provimento efetivo, alteração não resulta no provimento de cargos públicos efetivos por
sem afastar a validade da mudança do regime celetista para o esses servidores. Pontuou ser inconstitucional, tão somente, o
estatutário. Na hipótese, a parte reclamante foi contratada pelo aproveitamento de servidores públicos não concursados em cargos
regime celetista em 1981, ou seja, trata-se de servidora para cuja investidura a Constituição exige a submissão a concurso
estabilizada, na forma do precedente mencionado. Nesse contexto, (arts. 37, II, e 19, § 1º, do ADCT), mas não a chamada transposição
em que válida a transmudação do regime do servidor celetista de regime. Nesse contexto, a competência desta Justiça
estabilizado, nos termos do art. 19 do ADCT, e não concursado, Especializada restringir-se-ia ao período anterior à transmudação.
sobressai a competência desta Corte para a apreciação da No caso dos autos, o pedido do autor refere-se ao FGTS de todo o
demanda tão somente em relação ao período em que a parte período trabalhado, anterior e posterior à transmudação do regime
reclamante fora submetida ao regime celetista, tratando-se, que ocorreu em 27/09/1994 (Lei Estadual 6.677/94). Dessa forma,
portanto, de competência residual da Justiça do Trabalho. Recurso em relação ao período posterior à transmudação, verifica-se
de revista conhecido e provido. PRESCRIÇÃO. FGTS. Na presente caracterizada a afronta ao artigo 114, I, da Constituição Federal, em
hipótese, a transmudação do regime jurídico implicou a extinção do face da incompetência material da Justiça do Trabalho. Recurso de
contrato de trabalho, incidindo a prescrição bienal a partir da revista conhecido e parcialmente provido. PRESCRIÇÃO BIENAL.
mudança de regime, ou seja, do advento da Lei Municipal nº TRANSMUDAÇÃO DE REGIME CELETISTA PARA ESTATUÁRIO.
15.335/90. Nessa diretriz é o entendimento contido na Súmula nº EXTINÇÃO DO CONTRATO. SÚMULA 382 DO TST. Conforme
382 do TST, segundo a qual "A transferência do regime jurídico de entendimento da Súmula 382 do TST, "a transferência do regime
celetista para estatutário implica extinção do contrato de trabalho, jurídico de celetista para estatutário implica em extinção do contrato
fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da mudança de regime". de trabalho, fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da
Assim, ajuizada a ação somente em 13/06/2014, deve ser declarada mudança de regime". No presente caso, o prazo da prescrição
a prescrição total das pretensões referentes aos depósitos de começou a fluir a partir da data da vigência da Lei Estadual
FGTS. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 860- 6.677/94, que reconheceu o vínculo do autor como estatutário,
69.2014.5.06.0017 , Relator Ministro: Breno Medeiros, Data de enquanto que a presente ação foi ajuizada em 21/10/2013, portanto,
Julgamento: 27/03/2019, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT após o transcurso do biênio posterior à extinção do contrato de
29/03/2019) trabalho como celetista. Desse modo, encontra-se prescrita a
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA SOB A pretensão de recolhimento dos depósitos do FGTS anterior à
ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. REQUISITOS DO ARTIGO 896, § 1º- referida norma. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 1827-
A, DA CLT, ATENDIDOS. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME 48.2013.5.05.0221 , Relator Ministro: Augusto César Leite de
JURÍDICO. CONTRATAÇÃO ANTERIOR À CONSTITUIÇÃO Carvalho, Data de Julgamento: 24/04/2019, 6ª Turma, Data de
FEDERAL DE 1988 SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO Publicação: DEJT 26/04/2019)
PÚBLICO. VALIDADE DA INSTITUIÇÃO DO REGIME JURÍDICO No caso concreto, infere-se dos autos que a reclamante foi admitida
ÚNICO ESTATUTÁRIO. INCOMPETÊNCIA QUANTO AO em 5.7.1985, ou seja, dentro do período de cinco anos anteriores à
PERÍODO POSTERIOR À TRANSMUDAÇÃO DE REGIME promulgação da Constituição Federal. Dessa forma, não se trata de
JURÍDICO. PRESCRIÇÃO. SÚMULA 382 DO TST. Ante possível empregada estável, na forma do art. 19 do ADCT, sendo aplicável a
violação do art. 114, I, CF, e contrariedade à Súmula 382 do TST, jurisprudência desta Corte de que não é possível a transmudação
nos termos exigidos no artigo 896 da CLT, dá-se provimento ao de regime, tendo em vista o ingresso na Administração Pública sem
agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso concurso público.
de revista. RECURSO DE REVISTA. APELO SOB A ÉGIDE DA LEI Por essas razões, afigura-se possível a tese de violação do art. 37,
13.015/2014. REQUISITOS DO ARTIGO 896, § 1º-A, DA CLT, II, da Constituição Federal.
ATENDIDOS. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME JURÍDICO. Assim, DOU PROVIMENTO ao agravo de instrumento para
CONTRATAÇÃO ANTERIOR À CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE determinar o processamento do recurso de revista.
1988 SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO Conforme previsão dos arts. 897, § 7.º, da CLT, 3.º, § 2.º, da
(11/07/1983). VALIDADE DA INSTITUIÇÃO DO REGIME Resolução Administrativa 928/2003 do TST e 229, § 1.º, do RITST,
proceder-se-á de imediato à análise do recurso de revista na Grande do Sul, tendo como paradigma os fundamentos da ADI n.º
primeira sessão ordinária subsequente. 1.150/RS e a Constituição Federal de 1988. Da decisão proferida
II - RECURSO DE REVISTA 1 - CONHECIMENTO Satisfeitos os pelo Pleno desta Corte, aplicável aos casos análogos, extrai-se a
pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passa-se ao exame ratio decidendi segundo a qual o Supremo Tribunal Federal, no
dos pressupostos intrínsecos do recurso de revista. julgamento da ADI n.º 1.150/RS, apenas vedou o provimento
1.1 - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EMPREGADO automático de cargos efetivos preenchidos pelos ex-empregados
NÃO ESTÁVEL ADMITIDO ANTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (celetistas) transformados em servidores estatutários sem, no
DE 1988. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME JURÍDICO CELETISTA entanto, obstar a mudança de regime de celetista para estatutário. É
PARA ESTATUTÁRIO SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM dizer: permite-se, de forma totalmente válida, a mudança de regime
CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. celetista para o regime estatutário oriunda de lei específica. No
Consoante os fundamentos lançados quando do exame do agravo entanto, isso não enseja o provimento automático de cargos
de instrumento e aqui reiterados, CONHEÇO do recurso de revista públicos efetivos a servidores estabilizados nos termos do art. 19 do
por violação do art. 37, II, da Constituição Federal. ADCT e que não prestaram os concursos mencionados nos arts. 37,
2 - MÉRITO II, da Constituição e 19, I, do ADCT. Estabelecidas tais premissas,
2.1 - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EMPREGADO apresentam-se duas questões para serem decididas: a)
NÃO ESTÁVEL ADMITIDO ANTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL competência desta Especializada para processar e julgar a presente
DE 1988. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME JURÍDICO CELETISTA lide, compreendendo toda a contratualidade; e b) prescrição do
PARA ESTATUTÁRIO SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM FGTS no período em que a Justiça do Trabalho tem competência
CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. residual. Quanto à primeira, está incontroverso que a Reclamante
Como consequência lógica do conhecimento do recurso de revista foi admitida em 1/6/1987, sem concurso público, pelo regime
por violação do art. 37, II, da Constituição Federal, DOU-LHE celetista, o qual foi convertido para estatutário pela Lei Municipal n.º
PROVIMENTO para declarar inválida a transmudação do regime 4.546/92, substituída pela LC 13/1994. Esta Corte Superior, na
jurídico celetista para o estatutário, e, por consequência, determinar esteira de precedentes do STF, entende que a Justiça do Trabalho
o retorno dos autos ao Tribunal Regional de origem para que é competente para apreciar a demanda referente ao período em
prossiga no exame do recurso ordinário da reclamante, como que a Reclamante permaneceu sob a égide do regime celetista até
entender de direito" (págs. 281-292, destacou-se). a data da publicação da lei que instituiu o regime estatutário. Nessa
senda, a decisão recorrida, ao reconhecer a competência desta
Alega o reclamado, nas razões de embargos, que a Justiça do Especializada para apreciar e julgar a demanda sobre o FGTS
Trabalho seria incompetente para apreciar os pedidos formulados a durante todo o período da contratualidade, acabou por violar o art.
partir da instituição do regime jurídico estatutário para os servidores 114, I da CF. A segunda questão diz respeito à prescrição do FGTS,
do Município. remanescendo a competência desta Justiça do Trabalho somente
Colaciona arestos para confronto de teses. até a edição do regime jurídico único da municipalidade (1992). A
A Segunda Turma reconheceu a invalidade da transmudação partir dessa data, o contrato de trabalho foi extinto, iniciando-se,
automática do regime celetista para estatutário e declarou a portanto, o prazo prescricional das pretensões da Reclamante ao
competência da Justiça do Trabalho para julgar o feito em relação a regime anterior. Essa é a jurisprudência uniforme desta Corte,
todo o vínculo laboral. consubstanciada na Súmula n.º 382. Assim, considerando que a
O aresto de págs. 298-301, RR-2553-21.2016.5.22.0002, proferido presente ação somente foi ajuizada em 16/9/2016, após o
pela 4ª Turma e publicado no DEJT em 20/4/2018, configura a transcurso do prazo bienal previsto na citada súmula, a pretensão
divergência jurisprudencial, pois analisando questão idêntica a dos em relação ao recebimento do FGTS está prescrita. Reconhecida a
autos, na qual figurou como parte o mesmo município reclamado, incompetência da Justiça do Trabalho para apreciar o pleito de
registrou tese assim ementada: recebimento do FGTS após a edição da Lei Municipal, julgo extinto
o processo sem julgamento do mérito, nos termos do art. 485, IV do
"RECURSO DE REVISTA. SERVIDOR PÚBLICO ADMITIDO SEM CPC/2015, quanto a esta parte do pedido. Recurso de Revista
CONCURSO PÚBLICO ANTES DA VIGÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO conhecido e provido".
FEDERAL DE 1988. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA DO TRABALHO. INSTITUIÇÃO DO REGIME JURÍDICO CONCLUSÃO
ÚNICO. MUDANÇA DE REGIME. CELETISTA PARA
ESTATUTÁRIO. FGTS. COMPETÊNCIA RESIDUAL. RECEBO o recurso de embargos, com base no artigo 93, inciso VIII,
PRESCRIÇÃO. Cinge-se a controvérsia a definir se a instituição, do RITST.
por parte do ente público, de regime jurídico único enseja a Publique-se.
mudança do regime celetista para o estatutário, no caso de Intime-se a parte embargada para, querendo, apresentar sua
empregados admitidos, sem concurso público, antes da respectiva impugnação no prazo legal.
Constituição Federal de 1988. Define-se, por consequência, a Brasília, 19 de fevereiro de 2020.
competência desta Especializada para processar e julgar o presente
feito. O Regional, reconhecendo a competência desta
Especializada, entendeu que não há de se falar em mudança Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
automática de regime jurídico de celetista para estatutário e deferiu JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
o recebimento do FGTS pleiteado. Com efeito, esta Corte Ministro Presidente da Segunda Turma
Trabalhista, em sessão ordinária do Tribunal Pleno realizada no dia
21/8/2017, apreciando a ArgInc n.º 105100-93.1996.5.04.0018, Processo Nº E-RR-0000041-59.2018.5.13.0030
rejeitou a declaração de inconstitucionalidade do caput do artigo Complemento Processo Eletrônico
276 da Lei Complementar Estadual n.º 10.098/94 do Estado do Rio
Relator Relator do processo não cadastrado matéria, para se alinhar à jurisprudência prevalecente da Corte
Embargante MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA Superior por meio do Incidente de Assunção de Competência nº
Procurador Dr. Aderaldo Cavalcanti da Silva Júnior 0000127-23.2018.5.13.0000. Salientou que a ratio decidendi
Embargado MARIA JOSE DO NASCIMENTO LIMA extraída da decisão proferida no IAC, aplicável aos casos análogos,
Advogado Dr. Thiago Paes Fonsêca Dantas(OAB: é no sentido de que, o que a estrutura constitucional vigente veda é
15254/PB)
o automático provimento dos cargos públicos, sem a observância do
Advogada Dra. Ana Patrícia da Costa Silva
Carneiro Gama(OAB: 12107/PB) certame público. Nessa perspectiva, a mera instituição do regime
jurídico único pelo ente federativo implica na extinção dos contratos
Intimado(s)/Citado(s): de trabalho, de forma que a competência da Justiça do Trabalho
- MARIA JOSE DO NASCIMENTO LIMA fica restrita à apreciação e julgamento das ações relativas ao
- MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA período anterior à transposição de regime.
Sendo assim, no presente caso, em que os pedidos formulados são
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014 do período posterior à implantação do regime jurídico único, é de
ser declarada a incompetência material da Justiça do Trabalho para
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS processar e julgar a presente ação, com nulidade da sentença e
EMBARGOS remessa dos autos à Justiça Comum Estadual, nos termos do art.
64, § 3º do CPC, restando prejudicada a análise dos demais
Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada aspectos do recurso.
em 21/11/2019 e embargos interpostos em 16/12/2019). Pelo exposto, não se vislumbra afronta aos dispositivos legais
Representação processual: regular a representação processual citados no apelo, porquanto a tese adotada pelo órgão julgador
(Súmula nº 436, item I, do TST). segue as diretrizes traçadas no IAC desta Corte, no qual se reputa
Preparo: inexigível (artigos 1º, inciso IV, do Decreto-Lei nº 779/1969 válida a mudança de regime celetista para o regime estatutário,
e 790-A, inciso I, da Consolidação das Leis do Trabalho). oriunda de lei específica, entretanto, sem ensejar o provimento
Estão, assim, atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade automático de cargos públicos efetivos por servidores estabilizados,
do recurso. nos termos do art. 19 do ADCT, e que não prestaram concurso na
forma regulada nos arts. 37, II, da CF e 19, I, do ADCT.
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS Destaca-se, ainda, que o entendimento acima referenciado encontra
EMBARGOS -se consolidado no C. TST, como se observa no julgamento do
Arglnc nº 105100-93.1996.5.04.0018 realizado pelo Plenário
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EMPREGADA NÃO daquela Corte.
ESTÁVEL ADMITIDA ANTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE Logo, estando a decisão em conformidade com a notória e atual
1988. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME JURÍDICO CELETISTA jurisprudência do TST, a revisão extraordinária resta obstaculizada
PARA ESTATUTÁRIO SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM pela Súmula nº 333 do TST, mesmo a pretexto de eventual
CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE dissenso jurisprudencial.
4 CONCLUSÃO
A Segunda Turma deu provimento ao recurso de revista da Denego seguimento ao recurso de revista.
reclamante no tópico, alicerçando-se, para tanto, nos seguintes
fundamentos: Nas razões do agravo de instrumento, a reclamante pugna pela
reforma da decisão de admissibilidade. Sustenta, em síntese, que
"O recurso de revista da reclamante teve seu seguimento denegado não houve transmudação de regime, uma vez que não ingressou na
pelo juízo primeiro de admissibilidade, aos seguintes fundamentos: Administração Pública mediante concurso público, de maneira que
subsiste a competência da Justiça do Trabalho para dirimir o feito.
"2 PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS Reitera as violações e divergências apontadas.
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 06.05.2019 - ID. Examina-se.
8707c0c; recurso apresentado em 10.05.2019 - ID. c3d85de). A jurisprudência desta Corte se orienta no sentido da
Regular a representação processual (ID. 83a3a93). impossibilidade de conversão automática do regime celetista para o
Preparo dispensado (beneficiário da justiça gratuita - ID. e9d657a - estatutário do servidor não estável admitido, sem prévia aprovação
Pág. 7). em concurso público, em momento anterior à vigência da
3 PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS Constituição Federal.
3.1 DA TRANSMUDAÇÃO AUTOMÁTICA DO REGIME CELETISTA Assim, mesmo comprovada a existência de norma estadual ou
PARA ESTATUTÁRIO MEDIANTE LEI ESPECÍFICA. municipal que estabeleça a transmudação de regime jurídico, o
Alegações: a) violação do art. 37, II, da CF b) violação do art. 19, § empregado público continua submetido à CLT, em face do disposto
1º, do ADCT c) contrariedade à Súmula nº 362 do TST d) violação no art. 37, II, da Constituição Federal, sendo competente esta
do art. 896, § 7º, da CLT e) divergência jurisprudencial. Justiça Especializada, não havendo falar em prescrição bienal a
A hipótese sub judice envolve interposição de recurso de revista partir da citada mudança de regime.
pela parte autora, em face do acórdão proferido pela Primeira Nesse sentido, julgados de Turmas desta Corte:
Turma que, nos autos do apelo ordinário, decidiu pela legalidade da AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 1.
transmudação automática do regime jurídico dos servidores, COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALTERAÇÃO DE
instituído no âmbito da Municipalidade, por meio de lei específica e REGIME. SERVIDOR ADMITIDO ANTES DA CF/88, SEM
sem prévia submissão a concurso público. CONCURSO PÚBLICO. NÃO ESTABILIZADO. O Regional
A Turma Julgadora esclareceu ter este Regional, modificando tese consignou que a reclamante foi admitida em 23/5/1986, antes,
anteriormente adotada, pacificado o entendimento acerca da portanto, da CF/88, sem se submeter a concurso público. Diante
desse quadro, concluiu o Regional que, embora válido o contrato de recorrente, por meio de cotejo analítico, que o eg. TRT incorreu em
trabalho, não é possível a alteração de regime jurídico sem ofensa ao art. 37, II da CR, o recurso deve ser conhecido e provido
concurso público. Além disso, por não se tratar de servidora para restabelecer a r. sentença que julgou procedente o pedido de
estabilizada nos moldes do art. 19 da ADCT, permaneceu regida depósitos de FGTS do período de 5/10/1988 a 18/10/2017.
pela CLT mesmo após a instituição do Regime Jurídico Único. Transcendência reconhecida, recurso de revista de que se conhece
Nesse contexto, não há falar em violação do art. 114 da CF. e que se dá provimento. (RR - 1599-41.2017.5.06.0242 , Relatora
Precedentes. 2. RECOLHIMENTO DO FGTS. PRESCRIÇÃO Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data
BIENAL. O Regional considerou inválida a alteração do regime de Julgamento: 03/04/2019, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT
jurídico, porquanto a reclamante não se submeteu a concurso 05/04/2019)
público, requisito imprescindível para a sua inserção no regime De outra parte, convém esclarecer, por oportuno, que o
jurídico estatutário. O referido entendimento se amolda à pacífica entendimento é diverso quando o empregado está inserido nas
jurisprudência do TST, de modo que não há falar em extinção do disposições do artigo 19 do ADCT - admissão mais de 5 anos antes
contrato de trabalho e em incidência da prescrição bienal. Ademais, da promulgação da Constituição Federal, ou seja, quando é estável.
o Regional observou o entendimento do Supremo Tribunal Federal Esse novo entendimento tem origem no julgamento realizado pelo
(ARE 709.212/DF) e a redação da Súmula nº 362, item II, desta Tribunal Pleno do TST, em acórdão da lavra da Exma.
Corte, segundo a qual, para os casos em que o prazo prescricional Ministra Maria Helena Mallmann, ArgInc - 105100-
já estava em curso em 13/11/2014, aplica-se o prazo prescricional 93.1996.5.04.0018, em que se rejeitou a declaração de
que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo inicial, ou inconstitucionalidade do caput do artigo 276 da Lei Complementar
cinco anos, a partir de 13/11/2014. Ilesos os arts. 7º, XXIX, e 37, II, Estadual nº 10.098/94 do Estado do Rio Grande do Sul.
da CF e as Súmulas nos 362 e 382 do TST. Agravo de instrumento O exame da decisão em referência, na linha de diversos
conhecido e não provido. (AIRR - 17188-88.2015.5.16.0008 , precedentes do Supremo Tribunal Federal, põe em evidência a
Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento: validade da mudança de regime jurídico dos então empregados
24/04/2019, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 26/04/2019) públicos mencionados na referida norma, de celetista para
AGRAVO DE INSTRUMENTO. LEI 13.467/2017. SERVIDOR estatutário, sem, contudo, que isso tenha ensejado o provimento
PÚBLICO NÃO ESTÁVEL. ADMISSÃO ANTES DA automático de cargos públicos efetivos por tais servidores, pois isso
CONSTITUIÇÃO DE 1988 PELO REGIME DA CLT. AUSÊNCIA DE somente seria possível após aprovação em concurso público, na
APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. TRANSPOSIÇÃO DE forma do art. 37, II, da Constituição Federal.
REGIMES. DEPÓSITOS DO FGTS. TRANSCENDÊNCIA. O Essa diretriz jurisprudencial, portanto, reconhece a validade no
processamento do recurso de revista na vigência da Lei enquadramento dos servidos celetistas não concursados e estáveis,
13.467/2017 exige que a causa ofereça transcendência com relação nos termos do art. 19 do ADCT, no regime único dos servidores
aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou civis a que se refere o caput do art. 276 da Lei Complementar
jurídica, a qual deve ser analisada de ofício e previamente pelo Estadual nº 10.098/94 do Estado do Rio Grande do Sul.
Relator (artigos 896-A, da CLT, 246 e 247 do RITST). A causa diz Referida diretriz vem sendo aplicada aos casos semelhantes, ainda
respeito ao entendimento do Tribunal Regional de que a que não relativos especificamente à disposição da Constituição
regulamentação do regime jurídico único estatutário pela Lei Estadual do Rio Grande do Sul, mas desde que se trate de servidor
Municipal nº 04/1991 é válida e aplicável ao Autor, admitido em estável.
01/05/1985, sem prévia aprovação em concurso público. Nesse sentido, julgados de Turmas desta Corte:
Constatada a transcendência política da causa, deve ser RECURSO DE REVISTA. EMPREGADO ADMITIDO ANTES DA
processado o recurso de revista. Agravo de Instrumento de que se CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. AUSÊNCIA DE CONCURSO
conhece e a que se dá provimento. RECURSO DE REVISTA. LEI PÚBLICO TRANSMUDAÇÃO DE REGIME JURÍDICO CELETISTA
13.467/2017. SERVIDOR PÚBLICO NÃO ESTÁVEL. ADMISSÃO PARA ESTATUTÁRIO. ART. 276 DA LEI COMPLEMENTAR Nº
ANTES DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 PELO REGIME DA CLT. 10.098/94 DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
AUSÊNCIA DE APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. CONSTITUCIONALIDADE. POSSIBILIDADE. FGTS. DEPÓSITOS
TRANSPOSIÇÃO DE REGIMES. DEPÓSITOS DO FGTS. INDEVIDOS. O Tribunal Pleno do TST, em acórdão do lavra da
TRANSCENDÊNCIA. O art. 896-A, § 1º, II, da CLT prevê como Exma. Ministra Maria Helena Mallmann, ArgInc - 105100-
indicação de transcendência política, entre outros, "o desrespeito da 93.1996.5.04.0018, rejeitou a declaração de inconstitucionalidade
instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do caput do artigo 276 da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94
do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal". Como o dispositivo do Estado do Rio Grande do Sul. O exame da decisão em
não é taxativo, deve ser reconhecida a transcendência política referência, na linha de diversos precedentes do Supremo Tribunal
quando há desrespeito à jurisprudência reiterada do Tribunal Federal, põe em evidência a validade da mudança de regime
Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ainda que o jurídico dos então empregados públicos mencionados na referida
entendimento ainda não tenha sido objeto de súmula. A causa norma, de celetista para estatutário, sem, contudo, que isso tenha
oferece transcendência política, uma vez que o eg. Tribunal ensejado o provimento automático de cargos públicos efetivos por
Regional, ao entender aplicável o regime estatutário ao Autor, tais servidores, pois isso somente seria possível após aprovação
admitido sem concurso público em 01/05/1985, contrariou a em concurso público, na forma do art. 37, II, da Constituição
jurisprudência desta Corte, no sentido de que a conversão Federal. Essa diretriz jurisprudencial, portanto, reconhece a
automática do regime celetista para o estatutário não se aplica aos validade no enquadramento dos servidos celetistas não
empregados celetistas admitidos sem concurso público após concursados e estáveis, nos termos do art. 19 do ADCT, no regime
05/10/1983, haja vista o óbice contido no art. 37, II, da Constituição único dos servidores civis a que se refere o caput do art. 276 da Lei
Federal de 1988, pois que não possuem os cinco anos de efetivo Complementar Estadual nº 10.098/94 do Estado do Rio Grande do
exercício anteriores à promulgação da CR/88 que lhe dariam direito Sul. Assim, no caso concreto, o reclamante, admitido no regime
à estabilidade de que trata o art. 19 do ADCT. Demonstrado pelo celetista antes da Constituição Federal de 1988, sem concurso
público, com o advento da referida Lei Complementar estadual, não ArgInc - 105100-93.1996.5.04.0018, envolvendo a lei estadual que
permaneceu regido pela CLT, mas sim pelo regime estatuário dos foi objeto de apreciação pelo STF na ADI 1.150/RS, firmou a
servidores do Estado do Rio Grande do Sul. Logo, não são devidos compreensão de que nesse precedente do STF foi vedada tão
os depósitos dos valores relativos ao FGTS, a contar de 1/1/94, somente a transposição automática dos servidores celetistas
data em que houve mudança de regime jurídico dos então admitidos sem concurso público em cargo de provimento efetivo,
empregados públicos. Recurso de revista conhecido e provido. (RR sem afastar a validade da mudança do regime celetista para o
- 20303-26.2013.5.04.0751 , Relatora Ministra: Delaíde Miranda estatutário. Na hipótese, a parte reclamante foi contratada pelo
Arantes, Data de Julgamento: 21/02/2018, 2ª Turma, Data de regime celetista em 1981, ou seja, trata-se de servidora
Publicação: DEJT 02/03/2018) estabilizada, na forma do precedente mencionado. Nesse contexto,
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA em que válida a transmudação do regime do servidor celetista
INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS Nos 13.015/2014, estabilizado, nos termos do art. 19 do ADCT, e não concursado,
13.105/2015 E 13.467/2017 - DESCABIMENTO. sobressai a competência desta Corte para a apreciação da
SUPERVENIÊNCIA DE REGIME ESTATUTÁRIO EM demanda tão somente em relação ao período em que a parte
SUBSTITUIÇÃO AO CELETISTA. VÍNCULO EMPREGATÍCIO reclamante fora submetida ao regime celetista, tratando-se,
FIRMADO EM PERÍODO ANTERIOR À PROMULGAÇÃO DA portanto, de competência residual da Justiça do Trabalho. Recurso
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. AUSÊNCIA DE CONCURSO de revista conhecido e provido. PRESCRIÇÃO. FGTS. Na presente
PÚBLICO. ESTABILIDADE. ART. 19, "CAPUT", DO ADCT. hipótese, a transmudação do regime jurídico implicou a extinção do
APLICAÇÃO DO REGIME ESTATUTÁRIO. 1. No caso dos autos, a contrato de trabalho, incidindo a prescrição bienal a partir da
contratação se deu em 1.6.1983, antes do advento da Constituição mudança de regime, ou seja, do advento da Lei Municipal nº
Federal de 1988, sem prévia submissão a concurso público. Assim, 15.335/90. Nessa diretriz é o entendimento contido na Súmula nº
tem-se que a servidora era estável, nos termos do art. 19, "caput", 382 do TST, segundo a qual "A transferência do regime jurídico de
do ADCT, pois estava em exercício, na data da promulgação da celetista para estatutário implica extinção do contrato de trabalho,
Constituição, há mais de cinco anos continuados. Esta circunstância fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da mudança de regime".
é relevante para o deslinde da controvérsia. 2. Quanto ao tema, o Assim, ajuizada a ação somente em 13/06/2014, deve ser declarada
Pleno deste Tribunal decidiu, com remissões ao julgamento do STF a prescrição total das pretensões referentes aos depósitos de
na ADI 1.150/RS, no ArgInc-105100-93.1996.5.04.0018, de relatoria FGTS. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 860-
da Ministra Maria Helena Mallmann, em julgamento ocorrido em 69.2014.5.06.0017 , Relator Ministro: Breno Medeiros, Data de
21/08/2017, que os servidores estáveis regidos pela CLT, Julgamento: 27/03/2019, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT
contratados sem concurso público, ficam, com a superveniência de 29/03/2019)
Lei instituindo regime jurídico único, vinculados ao regime AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA SOB A
estatutário. 3. Nesse contexto, estando a reclamante submetida, ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. REQUISITOS DO ARTIGO 896, § 1º-
após a instituição do regime jurídico único, a relação jurídico- A, DA CLT, ATENDIDOS. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME
administrativa, sobressai, tal como consta do acórdão recorrido, a JURÍDICO. CONTRATAÇÃO ANTERIOR À CONSTITUIÇÃO
ausência de substrato jurídico para deferir o FGTS. Ressalva de FEDERAL DE 1988 SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO
ponto de vista do Relator. Agravo de instrumento conhecido e PÚBLICO. VALIDADE DA INSTITUIÇÃO DO REGIME JURÍDICO
desprovido. (AIRR - 823-57.2017.5.13.0012 , Relator Ministro: ÚNICO ESTATUTÁRIO. INCOMPETÊNCIA QUANTO AO
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: PERÍODO POSTERIOR À TRANSMUDAÇÃO DE REGIME
03/04/2019, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 12/04/2019) JURÍDICO. PRESCRIÇÃO. SÚMULA 382 DO TST. Ante possível
AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE violação do art. 114, I, CF, e contrariedade à Súmula 382 do TST,
REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº nos termos exigidos no artigo 896 da CLT, dá-se provimento ao
13.015/2014. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso
TRANSMUDAÇÃO DE REGIME. SERVIDOR PÚBLICO ESTÁVEL. de revista. RECURSO DE REVISTA. APELO SOB A ÉGIDE DA LEI
ART. 19 DO ADCT. Agravo a que se dá provimento para examinar o 13.015/2014. REQUISITOS DO ARTIGO 896, § 1º-A, DA CLT,
agravo de instrumento em recurso de revista. Agravo provido. ATENDIDOS. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME JURÍDICO.
PRESCRIÇÃO. FGTS. Agravo a que se dá provimento para CONTRATAÇÃO ANTERIOR À CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE
examinar o agravo de instrumento em recurso de revista. Agravo 1988 SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO
provido. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE (11/07/1983). VALIDADE DA INSTITUIÇÃO DO REGIME
REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº JURÍDICO ÚNICO ESTATUTÁRIO. INCOMPETÊNCIA QUANTO
13.015/2014. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. AO PERÍODO POSTERIOR À TRANSMUDAÇÃO DE REGIME
TRANSMUDAÇÃO DE REGIME. SERVIDOR PÚBLICO ESTÁVEL. JURÍDICO. Discute-se, nos autos, a contratação de empregado
ART. 19 DO ADCT. Em razão de provável caracterização de ofensa público antes da promulgação da Constituição de 1988, sob o
ao art. 19, caput, do ADCT, dá-se provimento ao agravo de regime celetista, e sem concurso público. Posteriormente, o
instrumento para determinar o prosseguimento do recurso de reclamado instituiu regime jurídico único, conforme noticiado nos
revista. Agravo de instrumento provido. PRESCRIÇÃO. FGTS. Em autos. A controvérsia acerca do tema em análise vinha sendo
razão de provável contrariedade à Súmula nº 382 desta Corte, dá- decidida por esta Corte no sentido de que a instituição de regime
se provimento ao agravo de instrumento para determinar o jurídico único não convola em vínculo estatutário, de forma
prosseguimento do recurso de revista. Agravo de instrumento automática, o contrato trabalhista anterior, sobretudo, em
provido. RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA decorrência da ausência de concurso público. Todavia, o Tribunal
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA Pleno, na apreciação da constitucionalidade do art. 276, caput, da
DO TRABALHO. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME. SERVIDOR Lei Complementar 10.098/1994 do Estado do Rio Grande do Sul,
PÚBLICO ESTÁVEL. ART. 19 DO ADCT. O Tribunal Pleno desta conforme incidente de inconstitucionalidade em recurso de revista
Corte, examinando controvérsia nos autos do processo nº TST- (ArgInc-105100-93.1996.5.04.0018), de relatoria da Ministra Maria
Helena Mallmann, em julgamento ocorrido em 21/08/2017, 2.1 - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EMPREGADO
consagrou a tese de que não há óbice constitucional à mudança de NÃO ESTÁVEL ADMITIDO ANTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
regime dos empregados estabilizados pelo art. 19 do ADCT da CF DE 1988. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME JURÍDICO CELETISTA
(caso dos autos, reclamante admitido em 11/07/1983), porém tal PARA ESTATUTÁRIO SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM
alteração não resulta no provimento de cargos públicos efetivos por CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE.
esses servidores. Pontuou ser inconstitucional, tão somente, o Como consequência lógica do conhecimento do recurso de revista
aproveitamento de servidores públicos não concursados em cargos por violação do art. 37, II, da Constituição Federal, DOU-LHE
para cuja investidura a Constituição exige a submissão a concurso PROVIMENTO para declarar inválida a transmudação do regime
(arts. 37, II, e 19, § 1º, do ADCT), mas não a chamada transposição jurídico celetista para o estatutário, e, por consequência, determinar
de regime. Nesse contexto, a competência desta Justiça o retorno dos autos ao Tribunal Regional de origem para que
Especializada restringir-se-ia ao período anterior à transmudação. prossiga no exame do recurso ordinário da reclamante, como
No caso dos autos, o pedido do autor refere-se ao FGTS de todo o entender de direito" (págs. 503-514, destacou-se).
período trabalhado, anterior e posterior à transmudação do regime
que ocorreu em 27/09/1994 (Lei Estadual 6.677/94). Dessa forma, Alega o reclamado, nas razões de embargos, que a Justiça do
em relação ao período posterior à transmudação, verifica-se Trabalho seria incompetente para apreciar os pedidos formulados a
caracterizada a afronta ao artigo 114, I, da Constituição Federal, em partir da instituição do regime jurídico estatutário para os servidores
face da incompetência material da Justiça do Trabalho. Recurso de do Município.
revista conhecido e parcialmente provido. PRESCRIÇÃO BIENAL. Colaciona arestos para confronto de teses.
TRANSMUDAÇÃO DE REGIME CELETISTA PARA ESTATUÁRIO. A Segunda Turma reconheceu a invalidade da transmudação
EXTINÇÃO DO CONTRATO. SÚMULA 382 DO TST. Conforme automática do regime celetista para estatutário e declarou a
entendimento da Súmula 382 do TST, "a transferência do regime competência da Justiça do Trabalho para julgar o feito em relação a
jurídico de celetista para estatutário implica em extinção do contrato todo o vínculo laboral.
de trabalho, fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da O aresto de págs. 519-522, RR-2553-21.2016.5.22.0002, proferido
mudança de regime". No presente caso, o prazo da prescrição pela 4ª Turma e publicado no DEJT em 20/4/2018, configura a
começou a fluir a partir da data da vigência da Lei Estadual divergência jurisprudencial, pois, analisando questão idêntica a dos
6.677/94, que reconheceu o vínculo do autor como estatutário, autos, na qual figurou como parte o mesmo município reclamado,
enquanto que a presente ação foi ajuizada em 21/10/2013, portanto, registrou tese assim ementada:
após o transcurso do biênio posterior à extinção do contrato de
trabalho como celetista. Desse modo, encontra-se prescrita a "RECURSO DE REVISTA. SERVIDOR PÚBLICO ADMITIDO SEM
pretensão de recolhimento dos depósitos do FGTS anterior à CONCURSO PÚBLICO ANTES DA VIGÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO
referida norma. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 1827- FEDERAL DE 1988. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DA
48.2013.5.05.0221 , Relator Ministro: Augusto César Leite de JUSTIÇA DO TRABALHO. INSTITUIÇÃO DO REGIME JURÍDICO
Carvalho, Data de Julgamento: 24/04/2019, 6ª Turma, Data de ÚNICO. MUDANÇA DE REGIME. CELETISTA PARA
Publicação: DEJT 26/04/2019) ESTATUTÁRIO. FGTS. COMPETÊNCIA RESIDUAL.
No caso concreto, infere-se dos autos que a reclamante foi admita PRESCRIÇÃO. Cinge-se a controvérsia a definir se a instituição,
em 1º/5/1985, ou seja, dentro do período de cinco anos anteriores à por parte do ente público, de regime jurídico único enseja a
promulgação da Constituição Federal. Dessa forma, não se trata de mudança do regime celetista para o estatutário, no caso de
empregada estável, na forma do art. 19 do ADCT, sendo aplicável a empregados admitidos, sem concurso público, antes da
jurisprudência desta Corte de que não é possível a transmudação Constituição Federal de 1988. Define-se, por consequência, a
de regime, tendo em vista o ingresso na Administração Pública sem competência desta Especializada para processar e julgar o presente
concurso público. feito. O Regional, reconhecendo a competência desta
Por essas razões, afigura-se possível a tese de violação do art. 37, Especializada, entendeu que não há de se falar em mudança
II, da Constituição Federal. automática de regime jurídico de celetista para estatutário e deferiu
Assim, DOU PROVIMENTO ao agravo de instrumento para o recebimento do FGTS pleiteado. Com efeito, esta Corte
determinar o processamento do recurso de revista. Trabalhista, em sessão ordinária do Tribunal Pleno realizada no dia
Conforme previsão dos arts. 897, § 7.º, da CLT, 3.º, § 2.º, da 21/8/2017, apreciando a ArgInc n.º 105100-93.1996.5.04.0018,
Resolução Administrativa 928/2003 do TST e 229, § 1.º, do RITST, rejeitou a declaração de inconstitucionalidade do caput do artigo
proceder-se-á de imediato à análise do recurso de revista na 276 da Lei Complementar Estadual n.º 10.098/94 do Estado do Rio
primeira sessão ordinária subsequente. Grande do Sul, tendo como paradigma os fundamentos da ADI n.º
II - RECURSO DE REVISTA 1.150/RS e a Constituição Federal de 1988. Da decisão proferida
1 - CONHECIMENTO pelo Pleno desta Corte, aplicável aos casos análogos, extrai-se a
Satisfeitos os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passa- ratio decidendi segundo a qual o Supremo Tribunal Federal, no
se ao exame dos pressupostos intrínsecos do recurso de revista. julgamento da ADI n.º 1.150/RS, apenas vedou o provimento
1.1 - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EMPREGADO automático de cargos efetivos preenchidos pelos ex-empregados
NÃO ESTÁVEL ADMITIDO ANTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (celetistas) transformados em servidores estatutários sem, no
DE 1988. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME JURÍDICO CELETISTA entanto, obstar a mudança de regime de celetista para estatutário. É
PARA ESTATUTÁRIO SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM dizer: permite-se, de forma totalmente válida, a mudança de regime
CONCURSO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. celetista para o regime estatutário oriunda de lei específica. No
Consoante os fundamentos lançados quando do exame do agravo entanto, isso não enseja o provimento automático de cargos
de instrumento e aqui reiterados, CONHEÇO do recurso de revista públicos efetivos a servidores estabilizados nos termos do art. 19 do
por violação do art. 37, II, da Constituição Federal. ADCT e que não prestaram os concursos mencionados nos arts. 37,
2 - MÉRITO II, da Constituição e 19, I, do ADCT. Estabelecidas tais premissas,
apresentam-se duas questões para serem decididas: a) - FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA
competência desta Especializada para processar e julgar a presente - MANOEL CORREIA DOMINGOS E OUTRO
lide, compreendendo toda a contratualidade; e b) prescrição do - UNIÃO (PGU)
FGTS no período em que a Justiça do Trabalho tem competência
residual. Quanto à primeira, está incontroverso que a Reclamante EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014
foi admitida em 1/6/1987, sem concurso público, pelo regime
celetista, o qual foi convertido para estatutário pela Lei Municipal n.º PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
4.546/92, substituída pela LC 13/1994. Esta Corte Superior, na EMBARGOS
esteira de precedentes do STF, entende que a Justiça do Trabalho
é competente para apreciar a demanda referente ao período em Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada
que a Reclamante permaneceu sob a égide do regime celetista até em 13/12/2019 e embargos interpostos em 3/2/2020).
a data da publicação da lei que instituiu o regime estatutário. Nessa Representação processual: regular a representação processual
senda, a decisão recorrida, ao reconhecer a competência desta (procuração, pág. 16).
Especializada para apreciar e julgar a demanda sobre o FGTS Preparo: dispensado (recurso do autor).
durante todo o período da contratualidade, acabou por violar o art. Estão, assim, atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade
114, I da CF. A segunda questão diz respeito à prescrição do FGTS, do recurso.
remanescendo a competência desta Justiça do Trabalho somente
até a edição do regime jurídico único da municipalidade (1992). A PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
partir dessa data, o contrato de trabalho foi extinto, iniciando-se, EMBARGOS
portanto, o prazo prescricional das pretensões da Reclamante ao
regime anterior. Essa é a jurisprudência uniforme desta Corte, EMPREGADO ESTÁVEL ADMITIDO ANTES DA CONSTITUIÇÃO
consubstanciada na Súmula n.º 382. Assim, considerando que a FEDERAL DE 1988 SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO
presente ação somente foi ajuizada em 16/9/2016, após o PÚBLICO. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME JURÍDICO CELETISTA
transcurso do prazo bienal previsto na citada súmula, a pretensão PARA ESTATUTÁRIO. POSSIBILIDADE. PRESCRIÇÃO. FGTS
em relação ao recebimento do FGTS está prescrita. Reconhecida a
incompetência da Justiça do Trabalho para apreciar o pleito de A Segunda Turma não conheceu do recurso de revista dos autores
recebimento do FGTS após a edição da Lei Municipal, julgo extinto no tópico, alicerçando-se, para tanto, nos seguintes fundamentos:
o processo sem julgamento do mérito, nos termos do art. 485, IV do
CPC/2015, quanto a esta parte do pedido. Recurso de Revista "O Tribunal Regional reputou prescrita a pretensão obreira, sob o
conhecido e provido". seguinte fundamento:
CONCLUSÃO "No caso, restou incontroverso nos autos que os reclamantes foram
admitidos em período anterior à promulgação da CF/88, sem
RECEBO o recurso de embargos, com base no artigo 93, inciso VIII, submissão a concurso público, jungidos ao regime celetista.
do RITST. A Lei nº 8.112/90, que instituiu o regime jurídico-administrativo em
Publique-se. âmbito federal, prescreveu em seu art. 243, caput e § 1º: "Art. 243.
Intime-se a parte embargada para, querendo, apresentar sua Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por esta Lei, na
respectiva impugnação no prazo legal. qualidade de servidores públicos, os servidores dos Poderes da
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. União, dos ex-Territórios, das autarquias, inclusive as em regime
especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei nº 1.711, de 28
de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, exceto os contratados
Ministro Presidente da Segunda Turma por prazo determinado, cujos contratos não poderão ser
prorrogados após o vencimento do prazo de prorrogação.
Processo Nº E-RR-0000529-86.2016.5.05.0521 § 1º Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no regime
Complemento Processo Eletrônico instituído por esta Lei ficam transformados em cargos, na data de
Relator Relator do processo não cadastrado sua publicação".
Embargante MANOEL CORREIA DOMINGOS E Incumbia às reclamadas comprovarem o ingresso dos autores no
OUTRO regime estatutário, mediante submissão a concurso público, do
Advogado Dr. Roberto Freitas Pessoa(OAB: modo exigido pela Constituição Federal em seu art. 37, II, para
33774/DF)
legitimar permanência no serviço público, mas desse dever
Advogado Dr. Gilpétron Dourado de Moraes(OAB:
15204/BA) processual não se desincumbiu.
Advogado Dr. Felipe Gilpétron Carvalho de Segundo a Súmula Vinculante nº 43, a Lei 8.112/90 não teria
Moraes(OAB: 46298/BA) produzido o efeito de alterar, automaticamente, o regime jurídico
Embargado FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - dos autores com o ente público, pois não se submeteram a
FUNASA
concurso público de provas ou de provas e títulos. Eis o
Procurador Dr. Aníbal César Resende Netto
Armando entendimento adotado pelo Supremo Tribunal Federal:
Embargado UNIÃO (PGU) "SÚMULA VINCULANTE N° 43 - É inconstitucional toda modalidade
Procurador Dr. Maximilian Santana de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em
Intimado(s)/Citado(s): cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido".
contratação se deu em 1.6.1983, antes do advento da Constituição regime celetista, e sem concurso público. Posteriormente, o
Federal de 1988, sem prévia submissão a concurso público. Assim, reclamado instituiu regime jurídico único, conforme noticiado nos
tem-se que a servidora era estável, nos termos do art. 19, "caput", autos. A controvérsia acerca do tema em análise vinha sendo
do ADCT, pois estava em exercício, na data da promulgação da decidida por esta Corte no sentido de que a instituição de regime
Constituição, há mais de cinco anos continuados. Esta circunstância jurídico único não convola em vínculo estatutário, de forma
é relevante para o deslinde da controvérsia. 2. Quanto ao tema, o automática, o contrato trabalhista anterior, sobretudo, em
Pleno deste Tribunal decidiu, com remissões ao julgamento do STF decorrência da ausência de concurso público. Todavia, o Tribunal
na ADI 1.150/RS, no ArgInc-105100-93.1996.5.04.0018, de relatoria Pleno, na apreciação da constitucionalidade do art. 276, caput, da
da Ministra Maria Helena Mallmann, em julgamento ocorrido em Lei Complementar 10.098/1994 do Estado do Rio Grande do Sul,
21/08/2017, que os servidores estáveis regidos pela CLT, conforme incidente de inconstitucionalidade em recurso de revista
contratados sem concurso público, ficam, com a superveniência de (ArgInc-105100-93.1996.5.04.0018), de relatoria da Ministra Maria
Lei instituindo regime jurídico único, vinculados ao regime Helena Mallmann, em julgamento ocorrido em 21/08/2017,
estatutário. 3. Nesse contexto, estando a reclamante submetida, consagrou a tese de que não há óbice constitucional à mudança de
após a instituição do regime jurídico único, a relação jurídico- regime dos empregados estabilizados pelo art. 19 do ADCT da CF
administrativa, sobressai, tal como consta do acórdão recorrido, a (caso dos autos, reclamante admitido em 11/07/1983), porém tal
ausência de substrato jurídico para deferir o FGTS. Ressalva de alteração não resulta no provimento de cargos públicos efetivos por
ponto de vista do Relator. Agravo de instrumento conhecido e esses servidores. Pontuou ser inconstitucional, tão somente, o
desprovido. (AIRR-823-57.2017.5.13.0012, Rel. Min. Alberto Luiz aproveitamento de servidores públicos não concursados em cargos
Bresciani de Fontan Pereira, 3ª Turma, DEJT 12/4/2019) para cuja investidura a Constituição exige a submissão a concurso
(...) RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA (arts. 37, II, e 19, § 1º, do ADCT), mas não a chamada transposição
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA de regime. Nesse contexto, a competência desta Justiça
DO TRABALHO. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME. SERVIDOR Especializada restringir-se-ia ao período anterior à transmudação.
PÚBLICO ESTÁVEL. ART. 19 DO ADCT. O Tribunal Pleno desta No caso dos autos, o pedido do autor refere-se ao FGTS de todo o
Corte, examinando controvérsia nos autos do processo nº TST- período trabalhado, anterior e posterior à transmudação do regime
ArgInc - 105100-93.1996.5.04.0018, envolvendo a lei estadual que que ocorreu em 27/09/1994 (Lei Estadual 6.677/94). Dessa forma,
foi objeto de apreciação pelo STF na ADI 1.150/RS, firmou a em relação ao período posterior à transmudação, verifica-se
compreensão de que nesse precedente do STF foi vedada tão caracterizada a afronta ao artigo 114, I, da Constituição Federal, em
somente a transposição automática dos servidores celetistas face da incompetência material da Justiça do Trabalho. Recurso de
admitidos sem concurso público em cargo de provimento efetivo, revista conhecido e parcialmente provido. PRESCRIÇÃO BIENAL.
sem afastar a validade da mudança do regime celetista para o TRANSMUDAÇÃO DE REGIME CELETISTA PARA ESTATUÁRIO.
estatutário. Na hipótese, a parte reclamante foi contratada pelo EXTINÇÃO DO CONTRATO. SÚMULA 382 DO TST. Conforme
regime celetista em 1981, ou seja, trata-se de servidora entendimento da Súmula 382 do TST, "a transferência do regime
estabilizada, na forma do precedente mencionado. Nesse contexto, jurídico de celetista para estatutário implica em extinção do contrato
em que válida a transmudação do regime do servidor celetista de trabalho, fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da
estabilizado, nos termos do art. 19 do ADCT, e não concursado, mudança de regime". No presente caso, o prazo da prescrição
sobressai a competência desta Corte para a apreciação da começou a fluir a partir da data da vigência da Lei Estadual
demanda tão somente em relação ao período em que a parte 6.677/94, que reconheceu o vínculo do autor como estatutário,
reclamante fora submetida ao regime celetista, tratando-se, enquanto que a presente ação foi ajuizada em 21/10/2013, portanto,
portanto, de competência residual da Justiça do Trabalho. Recurso após o transcurso do biênio posterior à extinção do contrato de
de revista conhecido e provido. PRESCRIÇÃO. FGTS. Na presente trabalho como celetista. Desse modo, encontra-se prescrita a
hipótese, a transmudação do regime jurídico implicou a extinção do pretensão de recolhimento dos depósitos do FGTS anterior à
contrato de trabalho, incidindo a prescrição bienal a partir da referida norma. Recurso de revista conhecido e provido. (RR-1827-
mudança de regime, ou seja, do advento da Lei Municipal nº 48.2013.5.05.0221, Rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, 6ª
15.335/90. Nessa diretriz é o entendimento contido na Súmula nº Turma, Data de Publicação: DEJT 26/4/2019)
382 do TST, segundo a qual "A transferência do regime jurídico de No caso concreto, é fato incontroverso que os reclamantes foram
celetista para estatutário implica extinção do contrato de trabalho, admitidos sem concurso público no regime celetista ainda no ano de
fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da mudança de regime". 1975 - conforme admitido na própria petição inicial -, sendo,
Assim, ajuizada a ação somente em 13/06/2014, deve ser declarada portanto, estáveis, nos termos do art. 19 do ADCT. Com o advento
a prescrição total das pretensões referentes aos depósitos de da Lei 8.112/90, não permaneceram regidos pela CLT, mas
FGTS. Recurso de revista conhecido e provido. (RR-860- passaram a se submeter ao regime estatuário dos servidores
69.2014.5.06.0017, Rel. Min. Breno Medeiros, 5ª Turma, DEJT públicos.
29/3/2019) Assim, a pretensão autoral, atinente aos depósitos do FGTS -
(...) RECURSO DE REVISTA. APELO SOB A ÉGIDE DA LEI vinculada, pois, ao período celetista -, encontra-se fulminada pela
13.015/2014. REQUISITOS DO ARTIGO 896, § 1º-A, DA CLT, prescrição, na forma da Súmula 382 do TST.
ATENDIDOS. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME JURÍDICO. Desse modo, o processamento do recurso de revista encontra óbice
CONTRATAÇÃO ANTERIOR À CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE no art. 896, § 7º, da CLT e na Súmula 333 do TST, razão pela qual
1988 SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO fica afastada a fundamentação jurídica invocada.
(11/07/1983). VALIDADE DA INSTITUIÇÃO DO REGIME Ante o exposto, NÃO CONHEÇO do recurso de revista" (págs. 457-
JURÍDICO ÚNICO ESTATUTÁRIO. INCOMPETÊNCIA QUANTO 465, destacou-se).
AO PERÍODO POSTERIOR À TRANSMUDAÇÃO DE REGIME
JURÍDICO. Discute-se, nos autos, a contratação de empregado
público antes da promulgação da Constituição de 1988, sob o Alegam os reclamantes, nas razões de embargos, que a pretensão
quanto aos depósitos de FGTS não se encontra prescrita. Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Aduzem que a decisão embargada diverge da de outras Turmas JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
desta Corte superior, visto que "todos os acórdãos paradigmas não Ministro Presidente da Segunda Turma
reconhecem a transmudação automática para o regime estatutário
sem submissão ao concurso público, ao contrário do acórdão Processo Nº ED-E-ED-AIRR-1001016-89.2016.5.02.0014
guerreado que destoou totalmente da jurisprudência mansa e Complemento Processo Eletrônico
pacífica do Egrégio TST" (pág. 494). Relator Relator do processo não cadastrado
Sustentam que o STF invalidou a transmudação automática de Embargante ANDRÉ BERNANRDO CORRÊA
regime jurídico, de celetista para estatutário. Advogado Dr. Thiago Bernardo Corrêa(OAB:
253991/SP)
Acrescentam que a estabilidade prevista no art. 19 do ADCT estava
Embargado ARROW BRASIL S.A.
condicionada à submissão do empregado a concurso público, o que
Advogado Dr. Felipe de Castro Rubio Poli(OAB:
não ocorreu na hipótese. 252833/SP)
Asseveram, assim, o direito ao FGTS durante todo o período de
vigência do contrato. Intimado(s)/Citado(s):
Colacionam arestos para confronto de teses. - ANDRÉ BERNANRDO CORRÊA
Na hipótese, os reclamantes foram admitidos em 1975, sem - ARROW BRASIL S.A.
concurso público, sob o regime celetista, sendo, portanto, estáveis,
nos termos do artigo 19 do ADCT.
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014
Nesse contexto, a Segunda Turma reconheceu que o caso se
adequa ao julgamento do Processo nº 105100-93.1996.5.04.0018,
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO INTERPOSTOS NA VIGÊNCIA
em que o Pleno firmou entendimento de ser válida a transmudação
DO NOVO CPC - LEI Nº 13.105/2015
automática do regime celetista para o estatutário de servidor público
estável, conforme previsão do artigo 19 do ADCT, vedando apenas
Esta Presidência da Segunda Turma, às págs. 842 e 843, denegou
a possibilidade de transposição e investidura em cargo de
seguimento ao recurso de embargos interposto pelo reclamante,
provimento efetivo.
porque incabível, nos termos da Súmula nº 353 do Tribunal Superior
O aresto de pág. 490, AG-AIRR-5-23.2014.5.06.0007, proferido pela
do Trabalho.
3ª Turma e publicado no DEJT em 12/4/2019, configura a
A decisão foi assim fundamentada:
divergência jurisprudencial, pois analisando questão idêntica a dos
autos, registrou tese assim ementada:
"Trata-se de embargos à SbDI-1 (págs. 936-944) interpostos contra
decisão da 2ª Turma do TST, por meio da qual foi negado
"AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. COMPETÊNCIA DA
provimento ao agravo em agravo de instrumento do reclamante,
JUSTIÇA DO TRABALHO. SERVIDOR PÚBLICO CELETISTA DA
com relação aos temas: "NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DIRETA MUNICIPAL. CONTRATAÇÃO
JURISDICIONAL DO ACÓRDÃO REGIONAL. AUSÊNCIA DE
OCORRIDA MAIS DE CINCO ANOS ANTES DE 5/10/88. ARTIGO
TRANSCRIÇÃO DE TRECHO (DESCUMPRIMENTO DO ART. 896,
19 DO ADCT DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988.
§ 1.º-A, I, DA CLT). HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA
TRANSMUDAÇÃO. PRESCRIÇÃO DO FGTS. É incontroverso que
RECONHECIDO PELO TRIBUNAL REGIONAL (SÚMULA 126 DO
a autora foi admitida sem prévia aprovação em concurso público
TST)".
ainda antes do quinquênio que antecedeu a promulgação da
Verifica-se que é inconteste a incidência, na hipótese, do disposto
Constituição Federal de 1988 - a saber, em 1982 - e, portanto, se
na Súmula nº 353 do TST, com a redação que lhe emprestou a
tornou estável somente na forma do artigo 19 do ADCT da
Resolução nº 128/2005 do Tribunal Pleno desta Corte:
Constituição Federal de 1988. Ora, o entendimento pacífico deste c.
"Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de
Tribunal é no sentido de que ainda que estabilizado no serviço
decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
público pelo artigo 19 do ADCT, o servidor celetista da
a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de
administração direta não tem direito à transposição de regime
agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos;
quando do advento da lei local respectiva, uma vez que, segundo o
b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão
excelso STF, esse seria um direito exclusivo daqueles submetidos à
monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de
prévia aprovação em concurso público, o que atrai a competência
pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento;
desta Justiça especializada para julgar o feito. Julgados do c. TST.
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do
Por fim, a decisão regional está em consonância com a Súmula
recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada
362, II, do c. TST, não se havendo de cogitar de reforma. Agravo
originariamente pela Turma no julgamento do agravo;
conhecido e desprovido".
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento; e) para
impugnar a imposição de multas previstas no art. 538, parágrafo
CONCLUSÃO
único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC.
f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de
RECEBO o recurso de embargos, com base no artigo 93, inciso VIII,
decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do
do RITST.
CPC".
Publique-se.
O verbete sumular transcrito é, nitidamente, obstáculo ao
Intime-se a parte embargada para, querendo, apresentar sua
conhecimento e ao exame destes embargos, haja vista que, na
respectiva impugnação no prazo legal.
decisão recorrida, houve a análise do mérito do agravo de
Brasília, 02 de março de 2020.
instrumento, ou seja, dos argumentos que objetivavam o
processamento do recurso de revista.
complementação de aposentadoria, mas apenas que a reclamada, Nesse sentido, peço vênia para citar a decisão proferida por esta E.
empregadora dos substituídos, seja condenada a recolher as Turma, em voto de relatoria da Exma. Desembargadora Thereza
contribuições oriundas das verbas trabalhistas buscadas nesta Gosdal, nos autos de RTOrd 05065-2014-513-09-00-3 (RO
mesma demanda. 6423/2015), publicado em 15.10.2015: O autor defende que o
Sustenta, assim, que esta hipótese ora em exame não se enquadra julgamento do Recurso Extraordinário 586453 pelo STF que
naquelas analisadas pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento fundamentou a sentença não se aplica ao presente caso, porque
do RE nº 586.453. seu contrato de trabalho está vigente e a decisão do STF diz
Aponta divergência jurisprudencial. respeito a complementação de aposentadoria que teve como
O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região analisou o tema com origem um contrato de trabalho já extinto. Sustenta que uma vez
a seguinte fundamentação: reconhecida a atual vigência do contrato de trabalho importa
"INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA caracterizar o caráter de acessoriedade do plano de
O juízo de origem declarou "a incompetência material da Justiça do complementação para aposentadoria em relação ao contrato, tanto
Trabalho para processar e julgar o pedido reflexos/integrações das que o "o nascimento e a existência do plano de complementação de
parcelas postuladas na petição inicial para fins de complementação aposentadoria que se vincula o Recorrente somente foi possível em
de aposentadoria, julgando-o extinto, com base no artigo 267, IV, do virtude do contrato de trabalho firmado em 09/08/1982 com a
CPC" (fl. 3456). Primeira Recorrida".
Insurge-se o Reclamante alegando que a "o pedido em comento é Alega que "diante do liame demonstrado entre o contrato de
voltado para a ré, pois dispõe que em relação aos créditos oriundos trabalho ativo e as contribuições compulsórias realizados pelo
da presente demanda, deverão ser efetuados os respectivos Recorrente a favor da FUNCEF, não se mostra incompetente a
recolhimentos e repasses à FUNCEF, consoante a empresa Justiça do Trabalho para resolve tais questões", porque "no
procede quanto às demais parcelas salariais, a fim de que reste presente caso, o intérprete está diante de controvérsia em que há
assegurada ao obreiro a complementação da aposentadoria capaz fundamentos constitucionais para se adotar mais de uma solução
de garantir-lhe, na inatividade, remuneração equivalente à que possível, deve ele optar por aquela que efetivamente trará maior
deveria receber na ativa" (fl. 3475). efetividade e racionalidade ao sistema".
Acrescenta que a obrigação deriva do contrato de trabalho. Enfatiza Acrescenta que "Neste caso há também um precedente maior que
que "não pleiteia o recebimento ou mesmo diferenças de liga a discussão do mérito nestes autos, isto é, os efeitos retroativos
complementação de aposentadoria privada, como também não aplicados aos salários de contribuição do Recorrente a partir de
questiona qualquer cláusula prevista no plano de aposentadoria, 18/12/2002, em virtude da execução da sentença proferida pela
mas busca, tão somente, o repasse da cota devida pela ré a título Primeira Vara da Justiça do Trabalho de Londrina (doc. SENTENÇA
de salário de contribuição à FUNCEF" (fl. 3475). Colaciona 2005 - autos 1601-2005-18-9-0-1)".
jurisprudência. Requer, assim, a reforma da sentença para que seja Requer a reforma da sentença para que seja reconhecida a
reconhecida a competência da Justiça do Trabalho para processar e competência da Justiça do Trabalho para apreciar a presente
julgar o pedido, e, no mérito, que seja acolhida a pretensão. demanda, bem como a condenação da reclamada ao pagamento de
Não lhe assiste razão. custas processuais.
O Autor alegou, na inicial, "os substituídos nesta ação possuem Analiso.
plano de previdência complementar junto à FUNCEF - Fundação A primeira reclamada sustenta a incompetência porque se discute o
dos Economiários Federais (www.funcef.com.br), à qual contribuem plano de benefícios de uma fundação de previdência privada
junto com a ré, sendo esta considerada a mantenedora do fundo. As (FUNCEF), totalmente independente e com personalidade jurídica
horas extras que foram objeto de pagamento, acrescidas das própria. Não é possível enquadrar a demanda hipótese do inciso IX
respectivas diferenças postuladas nesta ação, assim como dos do art. 114 da CF, sem que isso esteja previsto em lei federal. A
reflexos de umas e outras, devem ser integradas ao salário de filiação à FUNCEF é facultativa, de forma que o vínculo do
contribuição à FUNCEF, com os devidos repasses a referida reclamante com a FUNCEF se deu através de um contrato de
entidade, a expensas integrais da ré, como forma de assegurar sua natureza eminentemente civil, conforme artigos 4º e 8º do Decreto
repercussão nos benefícios previdenciários previstos nos 81.240/78.
regulamentos aplicáveis" (fl. 06). A segunda reclamada alega que a relação jurídica em questão é de
Portanto, o pedido formulado pelo Autor implica, diretamente, no natureza civil, não inserida na competência da Justiça
reconhecimento de diferenças de benefício de previdência privada. especializada.
Com efeito, o E. STF, ao julgar o Recurso Extraordinário 586453, Alega ser entidade fechada de previdência privada complementar,
com repercussão geral, definiu que é da competência da Justiça encarregada de instituir benesses de natureza previdenciária, como
Comum julgar os processos decorrentes de previdência a complementação de aposentadoria de seus participantes,
complementar, modulando os efeitos da decisão para reconhecer a consoante o artigo 2º da Lei Complementar 109/2001. A adesão ao
competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar, até o seu quadro de participantes decorre de manifestação de vontade
trânsito em julgado e posterior execução, as lides com sentença de através de um contrato civil, não decorrendo do contrato de
mérito proferida até 20.02.2013. trabalho. Nos termos do § 2º do artigo 202 Constituição Federal, os
Sendo assim, a Justiça do Trabalho é incompetente para apreciar benefícios oferecidos pelas entidades de previdência privada não
todos os pedidos relativos ao plano de aposentadoria complementar integram o contrato de trabalho do beneficiário.
privado bem como de eventuais reflexos de verbas deferidas na Pois bem. Peço vênia para transcrever e adotar como razões de
presente ação no plano de complementação de aposentadoria, decidir os fundamentos apresentados pelo Exmo. Revisor: "Nessa
dentre eles os pedidos formulados com o intento de delimitar a base ação (05065-2014-513), o autor está postulando: a) "a nulidade das
de cálculo da complementação de aposentadoria e, por alterações efetuadas unilateralmente pelas Reclamadas no Plano
consequência, os valores a serem vertidos à FUNCEF pela de Benefícios" com a aplicação do plano original de ingresso, e não
empregada e empregadora. o plano REB (oferecido a partir de julho de 2002); OU b) a
demonstração de cumprimento da integração dos valores da ação definiu que permaneceriam na Justiça do Trabalho apenas os
anterior ao salário de contribuição e o carregamento do saldo de processos que já tivessem sentença de mérito até a referida data.
contribuição para o NOVO PLANO de benefícios (oferecido a partir Data vênia do recorrente, o fato de o seu contrato de trabalho ainda
de 30/04/2010). estar vigente não afasta a aplicação desse entendimento do STF ao
Na minha interpretação, os pedidos nessa ação estariam restritos caso em tela, pois aquele julgado não traz qualquer ressalva nesse
aos seguintes aspectos: de qual(is) plano(s) de previdência o autor sentido.
participou? Houve adesão a novos planos oferecidos após o No caso, o mérito da questão não foi apreciado em data anterior à
ingresso? Essas adesões posteriores são válidas? A manifestação fixada pelo STF, impondo-se a manutenção do reconhecimento da
de adesão pelo empregado é retratável? Confrontando o acima incompetência material desta Especializada para apreciar o pedido
exposto com o contido na sentença proferida na ação 01601-2005- de recolhimento das diferenças de complementação de aposentaria
018-09-00-01, em 20/10/2005, não reformada, entendo que as à Fundação Copel.
pretensões das duas ações são distintas. Como bem ressaltou o Exmo. Revisor, os pedidos da presente
Consta da sentença proferida nos autos 01601-2005-018-09-00-01, demanda dizem respeito ao plano de previdência aplicável ao
com grifos não do original: Relatório: "Postula, ainda, reclamante, bem como quanto à validade da adesão e retratação
reconhecimento e declaração do direito de receber retroativamente desta a novos planos.
e definitivamente, todas estas verbas salariais que percebia antes Ainda, a execução da RT 1601-2005-18-9-0-1 já foi paga e
desta alteração e condenação da reclamada ao pagamento destes encerrada (com o arquivamento dos autos em 16/04/2012) as as
valores e verbas, com incidência de reajustes normativos, legais e pretensões deduzidas nos presentes autos não guardam relação
espontâneos e repercussões em outros títulos contratuais e com aquela primeira reclamatória. Assim, sob o aspecto
rescisórios, com conseqüente anotação em CTPS de vantagens previdenciário, os efeitos daquela decisão se restringem às
concedidas pelo julgado, além de determinação judicial de repasses repercussões das diferenças salariais reconhecidas nos
atinentes a FUNCEF, para fins de complementação de recolhimentos para a FUNCEF, o que não guarda relação com o
aposentadoria." Dispositivo: "Condena-se a reclamada, portanto, a tipo de plano de previdência ao qual o autor aderiu durante a
pagar tais verbas ao reclamante com reajustes legais e normativos, vigência de seu contrato de trabalho.
bem como implantá-las em folha de pagamento, anotando-as em Nesse sentido já decidiu essa C. Turma, em processo promovido
CTPS e em registros funcionais. Estas obrigações de fazer deverão contra a mesma reclamada em circunstâncias semelhantes,
ser cumpridas até o prazo de até 48 horas do trânsito em julgado conforme acórdão proferido nos autos de TRT-PR-03518-2012-325-
desta sentença. Decorrido, sem a providência tomada pelo 09-00-9 (RO 9689/2013), publicado em 06/09/2013, da lavra do
empregador, será fixada multa diária para que o faça. Exmo.
Condena-se a reclamada a recolher sua cota parte de contribuições Desembargador Archimedes Castro Campos Júnior, TRT-PR-02084
em favor do FUNCEF, que lhe incumbem segundo regulamentos, -2013-094-09-00-0 (RO 7739/2014), publicado 13/06/2014 e TRT-
sobre diferenças salariais ora deferidas, bem como outros encargos, PR-00254-2014-661-09-00-9, publicado em 29/08/2014, ambos da
se houver, pelo intempestivo recolhimento destas contribuições, em relatoria do Exmo. Juiz Convocado Dr. Luiz Alves.
prazo a ser fixado na liquidação de sentença, com a devida Diante do exposto, mantenho a decisão de origem.
comprovação nos autos. Nada a reformar, portanto." (págs. 3.573-3.577, destacou-se e grifou
Deverá a reclamada, também, efetuar em favor da FUNCEF, em -se)
prazo a ser fixado, o pagamento das contribuições devidas pelo Interpostos embargos de declaração, assim se manifestou o
reclamante, ficando autorizada devida retenção do crédito do Regional:
reclamante, limitada responsabilidade deste ao que seria devido a "CONTRIBUIÇÃO À FUNCEF Alega que o acórdão embargado
este título se retidas tempestivamente (ou seja, sem outros padece de omissão, eis que "o Recorrente não pleiteia o
encargos que se porventura, existirem, ficarão a encargo exclusivo recebimento ou mesmo diferenças de complementação de
da reclamada), com a devida comprovação nos autos. As aposentadoria privada, como também não questiona qualquer
contribuições são devidas com observância de FUNCEF.") A cláusula prevista no plano de aposentadoria, mas busca, tão
execução já foi paga e encerrada (autos arquivados desde somente, o repasse da cota devida pela Ré a título de salário de
16/04/2012). contribuição à Funcef" (fl. 3602), pretende, sim, que o Reclamado
Assim, s.m.j., sob o aspecto previdenciário, os efeitos da referida arque com a responsabilidade como patrocinador. Requer, assim,
decisão estariam restritos às repercussões das diferenças salariais que sejam acolhidos os embargos de declaração para "declarar e
reconhecidas nos recolhimentos para a FUNCEF, o que não se assegurar a competência material dessa Especializada para impor
confundiria com o tipo de plano previdenciário ao qual o Reclamante obrigação de fazer (repassar valores) à CEF no sentido de
aderiu no curso do contrato de trabalho, ou mesmo com a validade determinar o Reclamado que sobre as verbas deferidas na
da adesão ou de eventual retratação a determinado plano. reclamatória haja a respectiva contribuição (repasse) de sua cota
Partindo desse pressuposto, como a presente ação foi proposta em parte patronal à terceira (FUNCEF), nos termos estatuídos" (fl.
27/05/2014, quando já proferida a decisão do STF com repercussão 3603).
geral (20.02.2013), entendo que a hipótese é de manutenção da Sem razão.
sentença, pela incompetência da JT." Com efeito, em 20.02.2013, o Dispõe o artigo 1.022 do CPC/2015 c/c o artigo 897-A da CLT, que
Excelso Supremo Tribunal Federal, reconhecendo a repercussão as partes podem fazer uso dos embargos de declaração quando
geral da matéria, impondo sua decisão a todos os processos com o constatarem a existência de omissão, contradição, obscuridade no
mesmo teor que tramitam nas diversas instâncias do Poder julgado e erro material.
Judiciário, julgou os Recursos Extraordinários 586453 e 583050, No entanto, os argumentos propostos pelo Embargante não revelam
fixando a competência da Justiça Comum em relação a processos nenhum dos vícios acima apontados. Ao contrário, resumem-se a
decorrentes de contrato de previdência complementar privada. O mero inconformismo com a decisão.
plenário do STF ainda decidiu modular os efeitos da decisão e Consta do acórdão embargado os fundamentos pelos quais
reconheceu a incompetência material desta Especializada para complementação de aposentadoria, mas sim à repercussão das
apreciar o pedido relativo aos repasses à FUNCEF decorrentes das diferenças salariais e reflexos deferidas nesse processo no salário
diferenças salariais deferidas nestes autos, consignando de contribuição para a previdência complementar.
expressamente que: "a Justiça do Trabalho é incompetente para O artigo 114, incisos I e IX, da Constituição Federal prevê que
apreciar todos os pedidos relativos ao plano de aposentadoria compete a esta Justiça especializada julgar e processar "as ações
complementar privado bem como de eventuais reflexos de verbas oriundas da relação de trabalho", bem como "outras controvérsias
deferidas na presente ação no plano de complementação de decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei".
aposentadoria, dentre eles os pedidos formulados com o intento de Ainda, tratando-se de contribuições previdenciárias, esta Corte
delimitar a base de cálculo da complementação de aposentadoria e, superior possui entendimento pacífico firmado por meio da Súmula
por consequência, os valores a serem vertidos à FUNCEF pela nº 368, I, com a seguinte redação:
empregada e empregadora" (fl. 3572). "Nº 368 DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS.
Com efeito, apesar da natureza trabalhista da relação mantida entre COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO.
os substituídos e o Reclamado, a pretensão diz respeito à FORMA DE CÁLCULO I. A Justiça do Trabalho é competente para
realização de depósitos complementares no plano de previdência determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência
complementar ajustado com a FUNCEF, decorrentes de diferenças da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições
salariais eventualmente deferidas, de modo que os reflexos previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia
pretendidos não se inserem na competência material da Justiça do que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que
Trabalho. integrem o salário de contribuição." (grifou-se) Neste mesmo sentido
Deste modo, a matéria foi devidamente apreciada, sendo suficiente é o entendimento da Súmula Vinculante nº 53 do Supremo Tribunal
a motivação do julgado para fins de prequestionamento (Súmula nº Federal: "A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114,
297, do TST) e prescindível qualquer esclarecimento adicional. VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das
Rejeito." (págs. 3.615 e 3.616, destacou-se) contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação
O aresto colacionado às págs. 3.775-3.778, oriundo da SbDI-1 do constante das sentenças que proferir e acordos por ela
TST, revela divergência jurisprudencial específica, pois adota a tese homologados." Destaca-se que eventual pedido de diferenças de
de que "IMPÕE-SE A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO complementação de aposentadoria poderá, se for o caso, ser
TRABALHO PARA DIRIMIR CONTROVÉRSIA EM TORNO DAS formulado pelos substituídos perante a Justiça Comum, porém, para
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DEVIDAS POR PARTICIPANTES tanto, necessário se faz que a entidade mantenedora, empregadora
(EMPREGADOS) E PATROCINADORES (EMPREGADORES) A dos substituídos, tenha realizado os recolhimentos necessários para
ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR manter o equilíbrio atuarial da gestão do plano de complementação
EM RELAÇÃO AO OBJETO DA CONDENAÇÃO CONSTANTE de aposentadoria, daí se faz necessário o reconhecimento da
DAS SENTENÇAS QUE PROFERIR E ACORDOS POR ELA competência desta Justiça especializada, visto que o deferimento
HOMOLOGADOS, NA FORMA DO ART. 114, IX, DA dos pleitos trabalhistas aqui buscados pode gerar os referidos
CONSTITUIÇÃO FEDERAL." diferenças.
Ante o exposto, conheço do recurso de revista por divergência Em sentido semelhante, os seguintes precedentes desta Corte
jurisprudencial. superior:
II - MÉRITO "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMANTE
Cinge-se a controvérsia a definir a cerca da competência material REGIDO PELO CPC/2015 E PELA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº
desta Justiça especializada para julgar matéria ligada à 40/2016 DO TST. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
complementação de aposentadoria. CONDENAÇÃO DA EMPREGADORA. PEDIDO DE
Esta Corte superior firmou entendimento de que o posicionamento CONTRIBUIÇÕES PARA O PLANO DE PREVIDÊNCIA
adotado pelo Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento COMPLEMENTAR. CONTRIBUIÇÕES INCIDENTES SOBRE
dos Recursos Extraordinários nos 586.453 e 583.050, em sessão VERBAS DECORRENTES DO CONTRATO DE TRABALHO
realizada em 20/2/2013, interpostos pela Fundação Petrobras de POSTULADAS NESTA DEMANDA. Cinge-se a controvérsia à
Seguridade Social (Petros) e pelo Banco Banespa S.A., competência material desta Justiça especializada para julgar
respectivamente, processos julgados mediante o critério de matéria ligada à complementação de aposentadoria. Esta Corte
repercussão geral, fixou o entendimento de que carece competência superior firmou entendimento de que o posicionamento adotado
a esta Justiça especializada para processar e julgar as demandas pelo Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento dos
que envolvam pedido de complementação de aposentadoria contra Recursos Extraordinários nos 586.453 e 583.050, em sessão
entidade de complementação de aposentadoria privada, tendo realizada em 20/2/2013, interpostos pela Fundação Petrobras de
fixado ainda a modulação dos efeitos da decisão, dando-se efeitos Seguridade Social (Petros) e pelo Banco Banespa S.A.,
apenas para as ações em que, na data daquele julgamento, ainda respectivamente, processos julgados mediante o critério de
não havia sido prolatada sentença de mérito. repercussão geral, fixou o entendimento de que carece competência
No caso em análise, embora a decisão de mérito de primeira a esta Justiça especializada para processar e julgar as demandas
instância tenha sido proferida em março de 2018, após, portanto, o que envolvam pedido de complementação de aposentadoria contra
julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, a situação ora entidade de complementação de aposentadoria privada, tendo
em exame não se amolda aos casos analisados pela Corte suprema fixado ainda a modulação dos efeitos da decisão, dando-se efeitos
ora em questão. apenas para as ações em que na data daquele julgamento, ainda
Isso porque, inicialmente, verifica-se que a entidade gestora de não havia sido prolatada sentença de mérito. No caso em análise,
previdência complementar nem sequer é parte do polo passivo embora a decisão de mérito de primeira instância tenha sido
desta demanda. proferida em abril de 2017, após, portanto o julgamento proferido
Ainda, de acordo com a manifestação da Corte regional, o pleito em pelo Supremo Tribunal Federal, a situação ora em exame não se
questão não se refere ao pagamento de diferenças de amolda aos casos analisados pela Corte suprema ora em questão.
Isso porque, inicialmente, verifica-se que a entidade gestora de julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, a situação em
previdência complementar nem sequer é parte do polo passivo exame não se amolda aos casos analisados pela Corte suprema
desta demanda. Ainda, de acordo com a manifestação da Corte ora em questão. Isso porque, inicialmente, verifica-se que a
regional, o pleito em questão não se refere ao pagamento de entidade gestora de previdência complementar nem sequer é parte
diferenças de complementação de aposentadoria, mas sim de do polo passivo desta demanda. Ainda, conforme se observa no
repercussão das diferenças salariais e reflexos deferidas nesse pedido "5" formulado na inicial e de acordo com a manifestação da
processo no salário de contribuição para a previdência Corte regional, o pleito em questão não se refere ao pagamento de
complementar. O artigo 114, incisos I e IX, da Constituição Federal diferenças de complementação de aposentadoria; mas, sim,
prevê que compete a esta Justiça especializada julgar e processar "declarar devidas as verbas trabalhistas, essas comporiam a base
"as ações oriundas da relação de trabalho", bem como "outras de cálculo para a apuração dos valores a serem repassados à
controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei". FORLUZ, com o fim de formar a reserva matemática do plano
Ainda, tratando-se de contribuições previdenciárias, esta Corte complementar para futura fruição, consoante o regulamento da
superior possui entendimento pacífico firmado por meio da Súmula FORLUZ". O artigo 114, incisos I e IX, da Constituição Federal
nº 368, I, com a seguinte redação: "A Justiça do Trabalho é prevê que compete a esta Justiça especializada, julgar e processar
competente para determinar o recolhimento das contribuições "as ações oriundas da relação de trabalho", bem como "outras
fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei".
das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças Ainda, tratando-se de contribuições previdenciárias, esta Corte
condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de superior possui entendimento pacífico firmado por meio da Súmula
acordo homologado, que integrem o salário de contribuição" (grifou- nº 368, I, com a seguinte redação: "A Justiça do Trabalho é
se). Neste mesmo sentido é o entendimento da Súmula Vinculante competente para determinar o recolhimento das contribuições
nº 53 do Supremo Tribunal Federal: "A competência da Justiça do fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução
Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças
a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de
objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordo homologado, que integrem o salário de contribuição" (grifou-
acordos por ela homologados". Destaca-se que eventual pedido de se).
diferenças de complementação de aposentadoria poderá, se for o Neste mesmo sentido é o entendimento da Súmula Vinculante nº 53
caso, ser formulado pela reclamante perante a Justiça Comum, do Supremo Tribunal Federal: "A competência da Justiça do
porém, para tanto, necessário se faz que a entidade mantenedora, Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança
empregadora da reclamante, tenha realizado os recolhimentos a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao
necessários para manter o equilíbrio atuarial da gestão do plano de objeto da condenação constante das sentenças que proferir e
complementação de aposentadoria, daí se faz necessário o acordos por ela homologados." Destaca-se que eventual pedido de
reconhecimento da competência desta Justiça especializada, visto diferenças de complementação de aposentadoria poderá, se for o
que o deferimento dos pleitos trabalhistas aqui buscados pode gerar caso, ser formulado pelo reclamante perante a Justiça Comum,
os referidos diferenças Precedentes. Recurso de revista conhecido porém, para tanto, necessário se faz que a entidade mantenedora,
e provido. AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO PELAS empregadora do reclamante, tenha realizado os recolhimentos
RECLAMADAS. RECURSO DE REVISTA REGIDO PELO necessários para manter o equilíbrio atuarial da gestão do plano de
CPC/2015 E PELA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 40/2016 DO TST. complementação de aposentadoria, daí se faz necessário o
Sobrestada a análise do agravo de instrumento das reclamadas". reconhecimento da competência desta Justiça especializada, visto
(ARR - 10397-17.2015.5.03.0089, Relator Ministro: José Roberto que o deferimento dos pleitos trabalhistas aqui buscados pode gerar
Freire Pimenta, Data de Julgamento: 28/8/2019, 2ª Turma, Data de tais diferenças (precedentes). Recurso de revista conhecido e
Publicação: DEJT 30/8/2019) provido. SOBRESTADA a análise dos demais temas do recurso de
"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMANTE NA revista do reclamante. AGRAVO DE INSTRUMENTO
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA INTERPOSTO PELA RECLAMADA. RECURSO DE REVISTA
DO TRABALHO. CONDENAÇÃO DA EMPREGADORA. PEDIDO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. Sobrestada a
DE CONTRIBUIÇÕES PARA O PLANO DE PREVIDÊNCIA análise do agravo de instrumento da reclamada". (ARR - 1881-
COMPLEMENTAR. CONTRIBUIÇÕES INCIDENTES SOBRE 92.2014.5.03.0137, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta,
VERBAS DECORRENTES DO CONTRATO DE TRABALHO Data de Julgamento: 17/5/2017, 2ª Turma, Data de Publicação:
POSTULADAS NESTA DEMANDA. Cinge-se a controvérsia acerca DEJT 19/5/2017)
da competência material desta Justiça especializada para julgar "COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO - PEDIDOS
matéria ligada à complementação de aposentadoria. Esta Corte DEFERIDOS EM JUÍZO - RECOLHIMENTO E REPASSE DE
superior firmou entendimento no sentido do posicionamento CONTRIBUIÇÃO À INSTITUIÇÃO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA.
adotado pelo Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento TRANSCENDÊNCIA. O processamento do recurso de revista na
dos Recursos Extraordinários nos 586.453 e 583.050, em sessão vigência da Lei 13.467/2017 exige que a causa ofereça
realizada em 20/2/2013, fixou o entendimento de que carece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza
competência a esta Justiça especializada para processar e julgar as econômica, política, social ou jurídica, a qual deve ser analisada de
demandas que envolvam pedido de complementação de ofício e previamente pelo Relator (artigos 896-A, da CLT, 246 e 247
aposentadoria contra entidade de complementação de do RITST). A decisão do eg. TRT que declara a incompetência da
aposentadoria privada, tendo fixado ainda a modulação dos efeitos Justiça do Trabalho para julgar o pedido de repasse dos valores
da decisão, dando-se efeitos apenas para as ações em que, na data referentes às contribuições previdenciárias à FORLUZ contraria o
daquele julgamento, ainda não havia sido prolatada sentença de entendimento jurisprudencial desta c. Corte, e determina o
mérito. No caso em análise, embora a decisão de mérito de primeira reconhecimento de transcendência política da causa, nos termos do
instância tenha sido proferida em março de 2014, após, portanto, o inciso II do § 1º, do art. 896-A da CLT. O pedido pagamento de
contribuições para a previdência privada em decorrência das MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO. INAPLICABILIDADE DO
parcelas postuladas na presente ação não atrai a aplicação da PRECEDENTE FIRMADO NO JULGAMENTO DOS RECURSOS
decisão proferida pelo STF, nos autos do RE 586.453, por não se EXTRAORDINÁRIOS Nº 586.453 E Nº 583.050 PELO SUPREMO
tratar de pretensão de pagamento de complementação de TRIBUNAL FEDERAL. O Supremo Tribunal Federal decidiu, no
aposentadoria, mas de condenação da empregadora (CEMIG) ao julgamento dos Recursos Extraordinários nº 586.453 e nº 583.050,
recolhimento das contribuições devidas à entidade de previdência que compete à Justiça Comum julgar causas ajuizadas em face de
complementar (FORLUZ). Por essa razão é competente a Justiça entidade de previdência privada, versando complementação de
do Trabalho para processar e julgar o pedido. Transcendência aposentadoria, em razão da inexistência de relação trabalhista entre
política reconhecida, recurso de revista de que se conhece e a que o beneficiário e a entidade fechada de previdência privada
se dá provimento". (ARR - 10312-40.2016.5.03.0010, Relatora complementar. Na hipótese, todavia, trata-se de reclamação
Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data trabalhista ajuizada, exclusivamente, em face do empregador,
de Julgamento: 15/5/2019, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT postulando horas extras e outras parcelas de natureza salarial e,
17/5/2019) como consequência, sua repercussão nas contribuições destinadas
"III - RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. VIGÊNCIA DA à FORLUZ - entidade que não compõe o polo passivo da lide. A
LEI Nº 13.015/2014 E DA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 40 DO propósito, é firme a jurisprudência desta Corte Superior no sentido
TST. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. de que a pretensão atinente aos reflexos de parcelas deferidas em
CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS À ENTIDADE FECHADA DE juízo na contribuição devida à entidade de previdência privada
PREVIDÊNCIA PRIVADA. RECOLHIMENTO. INCIDÊNCIA SOBRE insere-se na competência material da Justiça do Trabalho. Desse
AS PARCELAS RECONHECIDAS EM JUÍZO. 1 - Cuida-se a entendimento dissentiu o Tribunal Regional. Recurso de revista
controvérsia, no aspecto, à competência da Justiça do Trabalho parcialmente conhecido e provido". (RR - 684-90.2014.5.03.0141,
para julgar pedido de determinação do recolhimento das cotas- Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento:
partes devidas pelo reclamante e pela reclamada CEMIG, 22/8/2018, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/8/2018)
patrocinadora, à entidade fechada de previdência privada, FORLUZ, "EMBARGOS EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO
a título de contribuições incidentes sobre as parcelas eventualmente DE REVISTA COM AGRAVO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
deferidas na presente ação. 2 - Não se refere o pleito, pois, ao TRABALHO. PEDIDO DE INCIDÊNCIA DAS CONTRIBUIÇÕES DO
direito à complementação de aposentadoria em si, motivo pelo qual REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR GERIDO POR
não se aplica o entendimento adotado pelo Supremo Tribunal ENTIDADE FECHADA SOBRE HORAS EXTRAS DEFERIDAS NA
Federal em sede de julgamento do RE n° 586.453/SE, no sentido da RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. 1. Recurso de embargos interposto
incompetência da Justiça do Trabalho. 3 - Cumpre ressaltar que, em pela Reclamante, em que se discute a competência da Justiça do
verdade, entende-se que a competência da Justiça do Trabalho Trabalho para apreciar demanda acerca de contribuição social do
para determinação do recolhimento das contribuições sociais empregador (patrocinador) para entidade de previdência
devidas em decorrência das sentenças que proferir (art 114, VIII, da complementar fechada como reflexo da condenação em horas
CF/88 e 876, parágrafo único, da CLT), não se limita àquelas extras imposta nesta mesma reclamação trabalhista. Não se discute
destinadas ao RGPS, mas abrange também aquelas devidas a repercussão da condenação em horas extras em eventual
entidade de previdência complementar privada. Nesse sentido, a complementação de aposentadoria. 2. A previdência social orienta-
iterativa, notória e atual jurisprudência desta Corte. 4 - No caso em se pelo princípio contributivo em todos os seus regimes: regime
exame, o Tribunal Regional entendeu que não compete à Justiça do geral, regime do servidor público e regime complementar privado.
Trabalho determinar o recolhimento das contribuições do plano de No caso da previdência complementar gerida por entidade fechada,
aposentadoria privada decorrentes das decisões que proferir. 5 - embora o ingresso em tal regime seja facultativo, uma vez inserto o
Recurso de revista do reclamante de que se conhece, por participante/associado e seu patrocinador/instituidor, o custeio se
divergência jurisprudencial, e a que se dá provimento.". (ARR - 876- torna compulsório por meio do recolhimento das contribuições
19.2014.5.03.0013, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Data sociais, conforme se extrai do art. 202, § 2º, da Constituição Federal
de Julgamento: 14/11/2018, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT e do art. 6º da Lei Complementar nº 108/2001. Portanto, em relação
23/11/2018) ao aspecto contributivo, o regime complementar de entidade
"I - RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE - REGÊNCIA fechada em nada difere do Regime Geral da Previdência Social
PELA LEI Nº 13.015/2014 - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO (RGPS), de modo que deve ser aplicada a ambos os regimes a
TRABALHO. CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS À ENTIDADE DE mesma ratio decidendi acerca da competência para dirimir lides
PREVIDÊNCIA PRIVADA (FORLUZ). INCIDÊNCIA SOBRE envolvendo as contribuições sociais de um ou de outro regime, o
PARCELAS PLEITEADAS NA EXORDIAL. A SbDI-1 desta Corte que não alcança a competência para apreciar querelas sobre os
Superior possui jurisprudência no sentido de que a Justiça do benefícios, porque, no ponto, os sistemas diferem sobremaneira. O
Trabalho é competente para o julgamento do pedido de STF, ao decidir sobre a competência para apreciar lides acerca das
recolhimento, pelo empregador, de contribuições para a entidade de contribuições sociais do RGPS, sedimentou jurisprudência nos
previdência privada em decorrência das parcelas salariais deferidas termos da Súmula Vinculante nº 53, segundo a qual, compete à
em reclamação trabalhista, sendo inaplicável o entendimento do Justiça do Trabalho a execução de ofício das contribuições
STF fixado no julgamento RE-586.453/SE. Julgados. Recurso de previdenciárias relativas ao objeto das condenações constante das
revista conhecido e provido.". (ARR - 1090-66.2014.5.03.0059, sentenças que proferir. Conquanto os fundamentos que animaram a
Relator Ministro: Márcio Eurico Vitral Amaro, Data de Julgamento: edição da Súmula Vinculante nº 53 estivessem examinando as
5/9/2018, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/9/2018) contribuições sociais do RGPS, deve ser aplicada a mesma ratio
"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº decidendi para as lides envolvendo as contribuições sociais do
13.015/14. REFLEXOS DE DIFERENÇAS SALARIAIS regime complementar de previdência de entidade fechada, porque
RECONHECIDAS EM JUÍZO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO À os regimes se equiparam quanto ao aspecto contributivo. Assim,
ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. COMPETÊNCIA mutatis mutandis do que foi assentado pelo STF na Súmula
Vinculante nº 53 do TST, impõe-se a competência da Justiça do para que prossiga no exame da matéria, como entender de direito.
Trabalho para dirimir controvérsia em torno das contribuições Fica SOBRESTADA a análise do agravo de instrumento do
sociais devidas por participantes (empregados) e patrocinadores sindicato autor, devendo estes autos, oportunamente, retornar a
(empregadores) a entidades fechadas de previdência complementar esta Turma para que seja apreciada a matéria ali constante, com ou
em relação ao objeto da condenação constante das sentenças que sem a interposição de novos recursos pelas partes quanto ao tema
proferir e acordos por ela homologados, na forma do art. 114, IX, da objeto deste provimento" (págs. 3.897-3.914, destacou-se).
Constituição Federal, corroborado pelo art. 876, parágrafo único, da
CLT, o qual estabelece a execução das contribuições sociais pela Os embargos de declaração interpostos pela reclamada foram
Justiça do Trabalho, sem distinção entre o RGPS e o regime de desprovidos, nos seguintes termos:
previdência complementar de entidade fechada. Ressalte-se que tal
entendimento em nada conflita com a jurisprudência firmada pelo "Em seus embargos de declaração, sustenta a embargante que o
STF no julgamento dos Recursos Extraordinários nº 586.453 e acórdão embargado, ao reconhecer a competência material da
583.050. Primeiro, porque tal orientação se destina claramente a Justiça do Trabalho, padece de erro material, na medida em que,
definir competência para apreciar conflito em relações jurídicas "no caso, os reflexos postulados envolvem pretensão, ainda que
discutindo benefícios, ou seja, acerca da própria complementação futura, direcionada contra entidade de previdência privada
de aposentadoria em si, não sobre contribuições previdenciárias. (FUNCEF), atraindo a aplicação da decisão proferida pelo STF, no
Segundo, porque o critério eleito pelo Pretório Excelso foi a busca julgamento do RE 586.453, em regime de repercussão geral" (pág.
pela "maior efetividade e racionalidade do sistema", o que, no caso 3.918).
das contribuições previdenciárias, diversamente da situação dos Sem razão.
benefícios, é alcançada pela fixação da competência da Justiça do Depreende-se do acórdão embargado que esta Corte manifestou-se
Trabalho quanto ao objeto das condenações por ela proferidas, expressamente acerca da competência material da Justiça do
conforme entendimento firmado pelo próprio STF no RE nº 569.056- Trabalho sem incidir em erro material, senão vejamos:
3, que culminou na edição da Súmula Vinculante nº 53. Recurso de
embargos conhecido por divergência jurisprudencial e provido." (E- "No caso em análise, embora a decisão de mérito de primeira
ED-ARR - 2177-42.2012.5.03.0022, Relator Ministro Alexandre de instância tenha sido proferida em março de 2018, após, portanto, o
Souza Agra Belmonte, SBDI-1, DEJT 26/8/2016) julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, a situação ora
"B) RECURSO DE REVISTA DA CEF. 1. RECOLHIMENTO DAS em exame não se amolda aos casos analisados pela Corte suprema
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DEVIDAS À FUNCEF. ora em questão.
COMPETÊNCIA JUDICIAL. HIPÓTESE NÃO ABARCADA PELA Isso porque, inicialmente, verifica-se que a entidade gestora de
DECISÃO DO STF NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS 586453 previdência complementar nem sequer é parte do polo passivo
E 583050, DE 20.02.2013, COM REPERCUSSÃO GERAL. desta demanda.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO (ART. 114, I, CF). 2. Ainda, de acordo com a manifestação da Corte regional, o pleito em
CTVA (COMPLEMENTO TEMPORÁRIO VARIÁVEL DE questão não se refere ao pagamento de diferenças de
MERCADO). PRESCRIÇÃO PARCIAL. 3. ADESÃO AO NOVO complementação de aposentadoria, mas sim à repercussão das
PLANO DE BENEFÍCIOS E ÀS REGRAS DE SALDAMENTO. diferenças salariais e reflexos deferidas nesse processo no salário
TRANSAÇÃO. QUITAÇÃO. ATO JURÍDICO PERFEITO. 4. CTVA de contribuição para a previdência complementar.
(COMPLEMENTO TEMPORÁRIO VARIÁVEL DE MERCADO). O artigo 114, incisos I e IX, da Constituição Federal prevê que
NATUREZA JURÍDICA. INTEGRAÇÃO DA PARCELA AO SALÁRIO compete a esta Justiça especializada julgar e processar "as ações
DE CONTRIBUIÇÃO. 5. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. O oriundas da relação de trabalho", bem como "outras controvérsias
presente processo não está abarcado pela decisão do STF no decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei". Ainda, tratando
julgamento dos Recursos Extraordinários 586453 e 583050, de -se de contribuições previdenciárias, esta Corte superior possui
20.02.2013, com repercussão geral, em que se firmou a tese da entendimento pacífico firmado por meio da Súmula nº 368, I, com a
competência da Justiça Comum para os pedidos atinentes à seguinte redação:
complementação de aposentadoria formulados por ex-empregados "Nº 368 DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS.
aposentados. Trata-se de ação ajuizada por empregada na ativa, COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO.
pleiteando a condenação da Reclamada a promover o recálculo do FORMA DE CÁLCULO I. A Justiça do Trabalho é competente para
valor saldado e a integralização da reserva matemática, determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência
considerando valores pagos na vigência do contrato de trabalho, na da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições
forma do regulamento do plano de benefícios, sendo evidente a previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia
competência da Justiça do Trabalho, nos termos do art. 114, I, da que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que
Constituição Federal. Recurso de revista não conhecido." (ARR - integrem o salário de contribuição." (grifou-se)
1059-56.2011.5.04.0016, Relator Ministro Mauricio Godinho Neste mesmo sentido é o entendimento da Súmula Vinculante nº 53
Delgado, 3ª Turma, DEJT 18/11/2016) do Supremo Tribunal Federal: "A competência da Justiça do
Desse modo, o Regional, ao concluir pela incompetência material Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança
da Justiça do Trabalho para analisar a matéria, proferiu decisão em a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao
dissonância com a diretriz perfilhada no artigo 114, incisos I e IX, da objeto da condenação constante das sentenças que proferir e
Constituição Federal. acordos por ela homologados." Destaca-se que eventual pedido de
Assim, dou provimento ao recurso de revista do sindicato autor para diferenças de complementação de aposentadoria poderá, se for o
reconhecer a competência material da Justiça do Trabalho para caso, ser formulado pelos substituídos perante a Justiça Comum,
processar e julgar o pedido de condenação da empregadora ao porém, para tanto, necessário se faz que a entidade mantenedora,
recolhimento das contribuições de previdência privada, empregadora dos substituídos, tenha realizado os recolhimentos
determinando o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem, necessários para manter o equilíbrio atuarial da gestão do plano de
complementação de aposentadoria, daí se faz necessário o Com efeito, esta Corte vem adotando o entendimento de que
reconhecimento da competência desta Justiça especializada, visto compete à Justiça do Trabalho julgar a controvérsia relativa ao
que o deferimento dos pleitos trabalhistas aqui buscados pode gerar recolhimento pelo empregador das contribuições previdenciárias
os referidos diferenças. para a entidade de previdência privada, uma vez que o
Em sentido semelhante, os seguintes precedentes desta Corte entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento
superior: dos Recursos Extraordinários nos 586.453 e 583.050 diz respeito à
[...] competência para apreciar conflito em relações jurídicas em que se
Desse modo, o Regional, ao concluir pela incompetência material discute a própria complementação de aposentadoria.
da Justiça do Trabalho para analisar a matéria, proferiu decisão em Com esse entendimento, os seguintes julgados da Subseção 1
dissonância com a diretriz perfilhada no artigo 114, incisos I e IX, da Especializada em Dissídios Individuais do TST:
Constituição Federal.
Assim, dou provimento ao recurso de revista do sindicato autor para "AGRAVO CONTRA DECISÃO DE PRESIDENTE DE TURMA QUE
reconhecer a competência material da Justiça do Trabalho para NEGA SEGUIMENTO A RECURSO DE EMBARGOS EM
processar e julgar o pedido de condenação da empregadora ao RECURSO DE REVISTA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
recolhimento das contribuições de previdência privada, TRABALHO. CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS PELO EMPREGADOR À
determinando o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem, ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. PARCELA DEFERIDA
para que prossiga no exame da matéria, como entender de direito." EM JUÍZO. A jurisprudência da SBDI-1 é no sentido da competência
(pág. 3.904-3.914, grifos no original) material da Justiça do Trabalho em relação a pedido envolvendo
contribuições devidas a entidade de previdência privada incidentes
Como se vê, no acórdão embargado, foi analisada a matéria relativa sobre parcelas deferidas em juízo. Não havendo pedido de
à competência material da Justiça do Trabalho, por inteiro e de reconhecimento do direito em si à complementação de
forma fundamentada, aí encerrando a prestação jurisdicional deste aposentadoria, tampouco diferenças a tal título, entende-se que se
colegiado, sem os vícios elencados pelo artigo 1.022 do CPC/2015 está diante de situação fática distinta daquela retratada em
e ofensa a dispositivos legais e constitucionais. precedente firmado pelo Supremo Tribunal Federal em repercussão
Sabidamente, os artigos 494, caput, primeira parte, e 505, caput, do geral (Proc. RE 586.453 - SE). Assim, nos termos do artigo 894, §
CPC/2015 e 836 da CLT vedam que o julgador conheça e decida 2º, da CLT, inviável é o conhecimento do recurso de embargos a
novamente as questões já decididas de forma clara, coerente e partir de tese superada pela jurisprudência iterativa e atual desta
completa. Corte, com a qual o acórdão turmário revela conformidade. Correta,
O inconformismo da parte com o resultado do julgamento desafiaria pois, a decisão agravada. Agravo não provido" (Ag-E-ARR-1684-
recurso processual próprio, se cabível, e não pode ser sanado pela 62.2016.5.12.0026, Subseção I Especializada em Dissídios
estreita via dos embargos de declaração, que não se prestam a Individuais, Relator Ministro Augusto César Leite de Carvalho, DEJT
uma nova análise da matéria já discutida e decidida, limitando-se o 28/02/2020).
seu campo de atuação ao saneamento de contradições,
obscuridades ou omissões porventura havidas na decisão "AGRAVO EM RECURSO DE EMBARGOS - COMPETÊNCIA DA
embargada, o que não é o caso. JUSTIÇA DO TRABALHO EM RAZÃO DA MATÉRIA - REFLEXOS
São, pois, absolutamente descabidos e meramente DE PARCELAS TRABALHISTAS OBJETO DA CONDENAÇÃO
procrastinatórios estes embargos de declaração em que a parte, na NOS RECOLHIMENTOS FEITOS PELO EMPREGADOR PARA A
verdade, pretende apenas polemizar com o julgador naquilo que por ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. 1. No caso, o autor não
ele já foi apreciado e decidido por inteiro, de forma fundamentada. pretende a percepção da complementação de aposentadoria,
Sendo os embargos de declaração manifestamente protelatórios, tampouco diferenças salariais de tal complementação. O que ele
deve a embargante pagar a multa prevista no artigo 1.026, § 2º, do visa é responsabilizar a empregadora, nos termos do contrato de
CPC/2015 c/c o artigo 769 da CLT, equivalente a 2% (dois por trabalho, pelos reflexos das parcelas trabalhistas objeto da
cento) do valor atualizado da causa, a ser oportunamente acrescida condenação no recolhimento para a entidade de previdência
ao montante da execução, em favor do exequente. complementar privada. 2. Em casos como o destes autos, esta
Nego provimento aos embargos de declaração" (págs. 3.933-3.935, Subseção tem entendimento pacífico de que, nos termos do art.
destacou-se). 114, I, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é
efetivamente competente para examinar a presente lide, em razão
A reclamada, nas razões de embargos, insurge-se contra a da matéria, porquanto, como visto, a causa de pedir é trabalhista. 3.
declaração de competência da Justiça do Trabalho para processar e Nesse sentido é o precedente precursor (E-ED-ARR - 2177-
julgar o feito. 42.2012.5.03.0022) de relatoria do Ministro Alexandre Agra
Alega que "o acórdão paradigma, oriundo da 8a. Turma e acima Belmonte, ao compreender que não se aplica ao caso o
transcrito, afirma que o entendimento do STF nos referidos entendimento proferido pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal,
julgamentos também se aplica aos casos envolvendo pedidos de no julgamento dos Recursos Extraordinários nºs RE 586 . 453 e RE
integração e reflexos das verbas trabalhistas reconhecidas em juízo 583 . 050, com repercussão geral, que concluiu que cabe à Justiça
nas contribuições devidas às entidades de previdência privada" Comum julgar processos decorrentes de contrato de previdência
(pág. 3.943). complementar privada, ainda que oriundo do contrato de trabalho.
Colaciona aresto para confronto de teses. Ocorre que, no presente caso, a causa de pedir é trabalhista e não
Na hipótese dos autos, o reclamante ajuizou reclamação trabalhista previdenciária, pois não se trata de ex-empregado que pugna pelo
contra CEF (ex-empregadora), pleiteando reflexos das parcelas pagamento da complementação de aposentadoria em si e eventuais
postuladas nesta ação nas contribuições para a Funcef. diferenças, mas o reconhecimento do direito à incidência de verbas
Dessa forma, a Turma entendeu que a Justiça do Trabalho possui laborais nas vantagens pessoais e, consequentemente, a
competência para apreciar e julgar a ação sub judice. repercussão dessas verbas no valor recolhido à previdência
complementar privada pela empregadora. Precedentes da SBDI-1 se que compete à Justiça Comum o julgamento de eventual
do TST. Agravo desprovido" (Ag-E-ED-ARR-1282- repercussão desta mesma verba, para efeito de repercussão em
15.2015.5.12.0026, Subseção I Especializada em Dissídios plano de previdência complementar privado, como resultado do
Individuais, Relator Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, pronunciamento do STF nos autos dos Recursos Extraordinários
DEJT 23/05/2019). nos 586453 e 583050. Nesse sentido, também manifestação da 2ª
Turma do STJ, quando do julgamento do Agravo Regimental
"AGRAVO REGIMENTAL - EMBARGOS EM RECURSO DE interposto nos autos do Conflito de Competência nº 142.645-RJ.
REVISTA - INTERPOSIÇÃO SOB A REGÊNCIA DA LEI Nº Logo, havendo cumulação de pedidos, concernente ao
13.015/2014 - 1) RESERVA MATEMÁTICA - DIFERENÇAS reconhecimento da natureza jurídica salarial de determinada parcela
SALARIAIS - AUSÊNCIA DE ADEQUADA IMPUGNAÇÃO AO e também a sua repercussão para efeito de integração no benefício
DESPACHO AGRAVADO - SÚMULA Nº 422, I, DO TST - 2) de complementação de aposentadoria, de modo a caracterizar
COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO - matérias de diferentes competências, deverá a ação prosseguir
RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA 1. Em perante o juízo trabalhista onde foi iniciada até o limite de sua
relação à reserva matemática e às diferenças salariais decorrentes atribuição, sem prejuízo da proposição de nova ação perante a
de promoções por antiguidade anteriores ao quinquênio, as razões Justiça Comum, para se discutir o pedido remanescente, de
do Agravo Regimental não impugnam os fundamentos do despacho natureza eminentemente civil. Importante destacar, contudo, que a
agravado, que invocou, respectivamente, a ausência de referida decisão ressalvou a competência desta Justiça
sucumbência e o óbice da Súmula nº 353 do TST para negar Especializada para "processar e julgar ação trabalhista que busca
seguimento aos Embargos. Incidência da Súmula nº 422, I, do TST. obter diferenças salariais e indenizatórias decorrentes de vínculo
2. No tocante à competência material da Justiça do Trabalho para empregatício, mesmo que, indiretamente, haja modificação da fonte
apreciar e julgar o pedido de recolhimento das contribuições de custeio para fins de complementação de aposentadoria". Conclui
previdenciárias devidas pela empregadora, como decorrência do -se, assim, que, em se tratando de integração ao salário de verbas
pedido principal trabalhista, estando o acórdão embargado em reconhecidas pela Justiça do Trabalho, ainda se insere na
sintonia com a iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal competência desta Especializada a determinação quanto à
Superior do Trabalho, os arestos colacionados não viabilizam o observância dos regulamentos pertinentes para efeito dos
processamento dos Embargos (art. 894, II, e § 2º, da CLT). Agravo correspondentes repasses ao plano de aposentadoria privada, uma
Regimental parcialmente conhecido e a que se nega provimento" vez que efetivamente alterada a base de cálculo das contribuições
(Ag-E-ARR-11172-16.2013.5.12.0036, Subseção I Especializada devidas a este. Esta, aliás, é a situação delineada nestes autos.
em Dissídios Individuais, Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Com efeito, da análise do feito revela que a pretensão formulada
Peduzzi, DEJT 30/10/2018). consiste apenas em ver assegurado o cumprimento das normas
regulamentares pela empregadora, haja vista ser desta a
"EMBARGOS DA RECLAMANTE. RECURSO DE REVISTA. responsabilidade e a competência exclusiva de fazer incidir sobre
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. AÇÃO AJUIZADA as verbas salariais, reconhecidas em juízo, a correspondente
APENAS CONTRA A EMPREGADORA. PEDIDO DE contribuição à entidade gestora do plano de complementação de
RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES PARA A ENTIDADE DE aposentadoria, com vistas à integração na base de cálculo do valor
PREVIDÊNCIA PRIVADA EM DECORRÊNCIA DAS VERBAS do benefício a ser percebido no futuro, observado os regulamentos
DEFERIDAS NA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. ENTENDIMENTO pertinentes. Nessa linha, o pleito traduz mero consectário lógico do
ESPOSADO PELO STF NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS pedido principal, uma vez que necessário ao efetivo cumprimento
586.453 E 583.050. INAPLICABILIDADE. A jurisprudência do direito reconhecido nesta ação e atende aos princípios que
prevalente no âmbito desta Subseção é no sentido de que a Justiça regem o sistema processual brasileiro, sobretudo no que tange à
do Trabalho é competente para o julgamento do pedido de celeridade, à efetividade das decisões judiciais e à razoável duração
recolhimento pelo empregador de contribuições para a entidade de do processo. Afinal, haverá indevida restrição do comando judicial,
previdência privada em decorrência das parcelas salariais deferidas mesmo transitado em julgado, se, não obstante o reconhecimento
em reclamação trabalhista, não sendo aplicável à hipótese o da natureza salarial de verba devida à autora, não fosse
entendimento esposado pelo STF no julgamento dos Recursos assegurado, no mesmo feito, a sua integração à base de cálculo do
Extraordinários 586.453 e 583.050. Precedentes. Recurso de salário de contribuição com os respectivos repasses ao fundo de
embargos conhecido e provido, no tema" (AgR-E-ED-RR - 2162- benefício previdenciário correspondente, segundo a análise dos
36.2013.5.03.0023 Data de Julgamento: 05/04/2018, Relator regulamentos pertinentes. Precedentes. Recurso de embargos
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, Subseção I Especializada em conhecido e provido" (Ag-E-ED-ED-ED-RR - 692-81.2012.5.20.0006
Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 13/04/2018). Data de Julgamento: 09/11/2017, Redator Ministro: Cláudio
Mascarenhas Brandão, Subseção I Especializada em Dissídios
"EMBARGOS EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO Individuais, Data de Publicação: DEJT 02/02/2018).
DE REVISTA COM AGRAVO REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014.
COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO. "EMBARGOS EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO
RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DEVIDA DE REVISTA COM AGRAVO - REGÊNCIA PELA LEI Nº
A ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. VERBAS 13.015/2014 - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
RECONHECIDAS EM JUÍZO. A matéria traduz discussão em torno CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS A ENTIDADE FECHADA DE
da competência bipartida, relativa à circunstância de que, não PREVIDÊNCIA PRIVADA. INCIDÊNCIA SOBRE PARCELAS
obstante se reconheça ser desta Justiça Especializada a PLEITEADAS NA EXORDIAL. Hipótese em que se postula o
incumbência quanto à apreciação de pedido pertinente à natureza recolhimento das contribuições devidas a entidade fechada de
jurídica de determinada parcela decorrente do contrato de trabalho, previdência privada (INERGUS), incidentes sobre os créditos
a ensejar ou não sua integração no salário do empregado, conclui- trabalhistas pleiteados na exordial. Ação ajuizada exclusivamente
Intimado(s)/Citado(s):
em face da empregadora, sem que conste da petição inicial
qualquer pedido atinente à percepção de diferenças de - ANTONIO FIGUEIREDO DE ALENCAR
complementação de aposentadoria. Inaplicabilidade da diretriz - MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA
fixada pelo Supremo Tribunal Federal quando do julgamento do RE-
586.453/SE, cuja incidência restringe-se às "(...) demandas EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014
ajuizadas contra entidades privadas de previdência com o propósito
de obter complementação de aposentadoria (...)" (Tema de PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
Repercussão Geral nº 190). Aplicação analógica da orientação EMBARGOS
cristalizada na Súmula Vinculante 53, segundo a qual "A
competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada
Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições em 8/11/2019 e embargos interpostos em 18/11/2019).
previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das Representação processual: regular (Súmula nº 436, item I, do TST).
sentenças que proferir e acordos por ela homologados". Preparo: inexigível (artigos 1º, inciso IV, do Decreto-Lei nº 779/69 e
Precedentes desta Subseção. Recurso de embargos conhecido e 790-A, inciso I, da Consolidação das Leis do Trabalho).
provido" (E-ED-ARR - 110-38.2013.5.20.0009 Data de Julgamento: Estão, assim, atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade
07/12/2017, Relator Ministro: Márcio Eurico Vitral Amaro, Subseção do recurso.
I Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT
15/12/2017). PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
EMBARGOS
"EMBARGOS. DIFERENÇAS SALARIAIS RECONHECIDAS
JUDICIALMENTE. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PARA A EMPREGADO NÃO ESTÁVEL ADMITIDO ANTES DA
ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA FECHADA. COMPETÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. TRANSMUDAÇÃO DE
JUSTIÇA DO TRABALHO. No julgamento do E-ED-ARR-2177- REGIME JURÍDICO CELETISTA PARA ESTATUTÁRIO SEM
42.2012.5.03.0022, esta c. SDI consagrou que, para as lides PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO.
envolvendo as contribuições sociais do regime complementar de IMPOSSIBILIDADE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
previdência de entidade fechada deve ser aplicada a mesma ratio
decidendi da Súmula nº 53 do STF, acerca da competência da A Segunda Turma deu provimento ao recurso de revista do
Justiça do Trabalho para executar as contribuições previdenciárias reclamante no tópico, alicerçando-se, para tanto, nos seguintes
relativas ao Regime Geral da Previdência Social decorrentes das fundamentos:
sentenças que proferir e acordos por ela homologados,
entendimento que em nada conflita com a jurisprudência firmada "O recurso de revista do reclamante teve seu seguimento denegado
pelo e. STF no julgamento dos Recursos Extraordinários nº 586.453 pelo juízo primeiro de admissibilidade, aos seguintes fundamentos:
e 583.050. Embargos conhecidos e providos." (TST-E-ED-RR-5-
30.2015.5.03.0182, SbDI-1, Rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, 2 PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
DEJT de 09/12/2016). 2.1 TRANSMUDAÇÃO DE REGIME
Alegações: a) violação do arts. 7, III e 37, II, da CF b) violação à Lei
Nesse contexto, incide o óbice do § 2º do artigo 896 da CLT ao nº. 8.036/90 c) divergência jurisprudencial A Primeira Turma deste
processamento do recurso de embargos. Regional destacou que o Tribunal Pleno deste Regional, em decisão
proferida em 12.07.2018, no Incidente de Assunção de
CONCLUSÃO Competência 0000127-23.2018.5.13.0000, em consonância com a
orientação emanada do Supremo Tribunal Federal, adotou o
DENEGO seguimento ao recurso de embargos, com base no artigo seguinte posicionamento acerca da questão, conforme se constata
93, inciso VIII, do Regimento Interno do Tribunal Superior do no aresto abaixo transcrito: (...) Ressaltou que através da Lei nº
Trabalho. 6.505/90, de 12 de novembro de 1990, o Município de João Pessoa
Publique-se. instituiu o regime estatutário único, para seus servidores, razão pela
Brasília, 03 de março de 2020. qual instaurou-se entre eles uma relação de cunho eminentemente
administrativo.
Acrescentou que a partir dali, portanto, não mais compete a esta
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) Justiça, se pronunciar sobre a validade, ou não, da transmudação
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA de regime efetivada no âmbito do Município, por se tratar de matéria
Ministro Presidente da Segunda Turma eminentemente administrativa e não trabalhista. Muito menos
poderia apreciar eventuais violações de direitos relativos ao período
Processo Nº E-RR-0000592-51.2018.5.13.0026 posterior à vigência da mencionada lei municipal.
Complemento Processo Eletrônico Assim, entendeu forçoso reconhecer a incompetência da Justiça do
Relator Relator do processo não cadastrado Trabalho a partir da implantação do RJU no âmbito do Município, ou
Embargante MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA seja, a partir de 12.11.1990, portanto, abrangendo a totalidade dos
Procurador Dr. Aderaldo Cavalcanti da Silva Júnior pleitos, eis que todos referem-se ao período estatutário.
Embargado ANTONIO FIGUEIREDO DE Dessa forma, em consonância com a decisão proferida pelo
ALENCAR Tribunal Pleno deste Regional no Incidente de Assunção de
Advogado Dr. Francisco Sylas Machado Competência suscitado no PROC. NU: 0000618-07.2017.5.13.0019,
Costa(OAB: 12051/PB)
acolheu a preliminar para declarar a incompetência da Justiça do
Trabalho para apreciação de todos os títulos pleiteados.
A Turma Julgadora, considerando que inexistem pedidos referentes cinco anos, a partir de 13/11/2014. Ilesos os arts. 7º, XXIX, e 37, II,
ao anterior período celetista, concluiu que se impõe a remessa dos da CF e as Súmulas nos 362 e 382 do TST. Agravo de instrumento
autos à Justiça Estadual, para apreciação dos pleitos exordiais. conhecido e não provido. (AIRR - 17188-88.2015.5.16.0008 ,
Pelo exposto, não se vislumbra afronta aos dispositivos legais Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, DEJT
citados no apelo, porquanto a tese adotada pelo órgão julgador 26/04/2019)
segue as diretrizes traçadas no IAC desta Corte, no qual se reputa AGRAVO DE INSTRUMENTO. LEI 13.467/2017. SERVIDOR
válida a mudança de regime celetista para o regime estatutário PÚBLICO NÃO ESTÁVEL. ADMISSÃO ANTES DA
oriunda de lei específica, entretanto, sem ensejar o provimento CONSTITUIÇÃO DE 1988 PELO REGIME DA CLT. AUSÊNCIA DE
automático de cargos públicos efetivos por servidores estabilizados, APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. TRANSPOSIÇÃO DE
nos termos do art. 19 do ADCT, e que não prestaram concurso na REGIMES. DEPÓSITOS DO FGTS. TRANSCENDÊNCIA. O
forma regulada nos arts. 37, II, da CF e 19, I, do ADCT. processamento do recurso de revista na vigência da Lei
Destaca-se, ainda, que o entendimento acima referenciado encontra 13.467/2017 exige que a causa ofereça transcendência com relação
-se consolidado no C. TST, como se observa no julgamento do aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou
Arglnc nº 105100-93.1996.5.04.0018 realizado pelo Plenário jurídica, a qual deve ser analisada de ofício e previamente pelo
daquela Corte. Relator (artigos 896-A, da CLT, 246 e 247 do RITST). A causa diz
Logo, estando a decisão em conformidade com a notória e atual respeito ao entendimento do Tribunal Regional de que a
jurisprudência do TST, a revisão extraordinária resta obstaculizada regulamentação do regime jurídico único estatutário pela Lei
pela Súmula nº 333 do TST, mesmo a pretexto de eventual Municipal nº 04/1991 é válida e aplicável ao Autor, admitido em
dissenso jurisprudencial. 01/05/1985, sem prévia aprovação em concurso público.
3 CONCLUSÃO Constatada a transcendência política da causa, deve ser
Denego seguimento ao recurso de revista. processado o recurso de revista. Agravo de Instrumento de que se
Nas razões do agravo de instrumento, o reclamante pugna pela conhece e a que se dá provimento. RECURSO DE REVISTA. LEI
reforma da decisão de admissibilidade. Sustenta, em síntese, que 13.467/2017. SERVIDOR PÚBLICO NÃO ESTÁVEL. ADMISSÃO
não houve transmudação de regime, uma vez que não ingressou na ANTES DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 PELO REGIME DA CLT.
Administração Pública mediante concurso público. Reitera a AUSÊNCIA DE APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO.
arguição de violação do art. 37, II, da Constituição Federal, dentre TRANSPOSIÇÃO DE REGIMES. DEPÓSITOS DO FGTS.
outros e de divergência jurisprudencial. TRANSCENDÊNCIA. O art. 896-A, § 1º, II, da CLT prevê como
A jurisprudência desta Corte se orienta no sentido da indicação de transcendência política, entre outros, "o desrespeito da
impossibilidade de conversão automática do regime celetista para o instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal Superior
estatutário do servidor não estável admitido, sem prévia aprovação do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal". Como o dispositivo
em concurso público, em momento anterior à vigência da não é taxativo, deve ser reconhecida a transcendência política
Constituição Federal. quando há desrespeito à jurisprudência reiterada do Tribunal
Assim, mesmo comprovada a existência de norma estadual ou Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ainda que o
municipal que estabeleça a transmudação de regime jurídico, o entendimento ainda não tenha sido objeto de súmula. A causa
empregado público continua submetido à CLT, em face do disposto oferece transcendência política, uma vez que o eg. Tribunal
no art. 37, II, da Constituição Federal, sendo competente esta Regional, ao entender aplicável o regime estatutário ao Autor,
Justiça Especializada. Nesse sentido, julgados de Turmas desta admitido sem concurso público em 01/05/1985, contrariou a
Corte: jurisprudência desta Corte, no sentido de que a conversão
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 1. automática do regime celetista para o estatutário não se aplica aos
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALTERAÇÃO DE empregados celetistas admitidos sem concurso público após
REGIME. SERVIDOR ADMITIDO ANTES DA CF/88, SEM 05/10/1983, haja vista o óbice contido no art. 37, II, da Constituição
CONCURSO PÚBLICO. NÃO ESTABILIZADO. O Regional Federal de 1988, pois que não possuem os cinco anos de efetivo
consignou que a reclamante foi admitida em 23/5/1986, antes, exercício anteriores à promulgação da CR/88 que lhe dariam direito
portanto, da CF/88, sem se submeter a concurso público. Diante à estabilidade de que trata o art. 19 do ADCT. Demonstrado pelo
desse quadro, concluiu o Regional que, embora válido o contrato de recorrente, por meio de cotejo analítico, que o eg. TRT incorreu em
trabalho, não é possível a alteração de regime jurídico sem ofensa ao art. 37, II da CR, o recurso deve ser conhecido e provido
concurso público. Além disso, por não se tratar de servidora para restabelecer a r. sentença que julgou procedente o pedido de
estabilizada nos moldes do art. 19 da ADCT, permaneceu regida depósitos de FGTS do período de 5/10/1988 a 18/10/2017.
pela CLT mesmo após a instituição do Regime Jurídico Único. Transcendência reconhecida, recurso de revista de que se conhece
Nesse contexto, não há falar em violação do art. 114 da CF. e que se dá provimento. (RR - 1599-41.2017.5.06.0242 , Relatora
Precedentes. 2. RECOLHIMENTO DO FGTS. PRESCRIÇÃO Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, 6ª
BIENAL. O Regional considerou inválida a alteração do regime Turma, DEJT 05/04/2019)
jurídico, porquanto a reclamante não se submeteu a concurso De outra parte, convém esclarecer, por oportuno, que o
público, requisito imprescindível para a sua inserção no regime entendimento é diverso quando o empregado está inserido nas
jurídico estatutário. O referido entendimento se amolda à pacífica disposições do artigo 19 do ADCT - admissão mais de 5 anos antes
jurisprudência do TST, de modo que não há falar em extinção do da promulgação da Constituição Federal, ou seja, quando é estável.
contrato de trabalho e em incidência da prescrição bienal. Ademais, Esse novo entendimento tem origem no julgamento realizado pelo
o Regional observou o entendimento do Supremo Tribunal Federal Tribunal Pleno do TST, em acórdão do lavra da Exma. Ministra
(ARE 709.212/DF) e a redação da Súmula nº 362, item II, desta Maria Helena Mallmann, ArgInc - 105100-93.1996.5.04.0018, em
Corte, segundo a qual, para os casos em que o prazo prescricional que se rejeitou a declaração de inconstitucionalidade do caput do
já estava em curso em 13/11/2014, aplica-se o prazo prescricional artigo 276 da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94 do Estado
que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo inicial, ou do Rio Grande do Sul.
O exame da decisão em referência, na linha de diversos tem-se que a servidora era estável, nos termos do art. 19, "caput",
precedentes do Supremo Tribunal Federal, põe em evidência a do ADCT, pois estava em exercício, na data da promulgação da
validade da mudança de regime jurídico dos então empregados Constituição, há mais de cinco anos continuados. Esta circunstância
públicos mencionados na referida norma, de celetista para é relevante para o deslinde da controvérsia. 2. Quanto ao tema, o
estatutário, sem, contudo, que isso tenha ensejado o provimento Pleno deste Tribunal decidiu, com remissões ao julgamento do STF
automático de cargos públicos efetivos por tais servidores, pois isso na ADI 1.150/RS, no ArgInc-105100-93.1996.5.04.0018, de relatoria
somente seria possível após aprovação em concurso público, na da Ministra Maria Helena Mallmann, em julgamento ocorrido em
forma do art. 37, II, da Constituição Federal. 21/08/2017, que os servidores estáveis regidos pela CLT,
Essa diretriz jurisprudencial, portanto, reconhece a validade no contratados sem concurso público, ficam, com a superveniência de
enquadramento dos servidores celetistas não concursados e Lei instituindo regime jurídico único, vinculados ao regime
estáveis, nos termos do art. 19 do ADCT, no regime único dos estatutário. 3. Nesse contexto, estando a reclamante submetida,
servidores civis a que se refere o caput do art. 276 da Lei após a instituição do regime jurídico único, a relação jurídico-
Complementar Estadual nº 10.098/94 do Estado do Rio Grande do administrativa, sobressai, tal como consta do acórdão recorrido, a
Sul. ausência de substrato jurídico para deferir o FGTS. Ressalva de
Referida diretriz vem sendo aplicada aos casos semelhantes, ainda ponto de vista do Relator. Agravo de instrumento conhecido e
que não relativos especificamente à disposição da Constituição desprovido. (AIRR - 823-57.2017.5.13.0012 , Relator Ministro:
Estadual do Rio Grande do Sul, mas desde que se trate de servidor Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 3ª Turma, DEJT
estável. Nesse sentido, os julgados desta Corte: 12/04/2019)
RECURSO DE REVISTA. EMPREGADO ADMITIDO ANTES DA AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. AUSÊNCIA DE CONCURSO REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº
PÚBLICO TRANSMUDAÇÃO DE REGIME JURÍDICO CELETISTA 13.015/2014. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
PARA ESTATUTÁRIO. ART. 276 DA LEI COMPLEMENTAR Nº TRANSMUDAÇÃO DE REGIME. SERVIDOR PÚBLICO ESTÁVEL.
10.098/94 DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. ART. 19 DO ADCT. Agravo a que se dá provimento para examinar o
CONSTITUCIONALIDADE. POSSIBILIDADE. FGTS. DEPÓSITOS agravo de instrumento em recurso de revista. Agravo provido.
INDEVIDOS. O Tribunal Pleno do TST, em acórdão do lavra da PRESCRIÇÃO. FGTS. Agravo a que se dá provimento para
Exma. Ministra Maria Helena Mallmann, ArgInc - 105100- examinar o agravo de instrumento em recurso de revista. Agravo
93.1996.5.04.0018, rejeitou a declaração de inconstitucionalidade provido. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE
do caput do artigo 276 da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94 REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº
do Estado do Rio Grande do Sul. O exame da decisão em 13.015/2014. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
referência, na linha de diversos precedentes do Supremo Tribunal TRANSMUDAÇÃO DE REGIME. SERVIDOR PÚBLICO ESTÁVEL.
Federal, põe em evidência a validade da mudança de regime ART. 19 DO ADCT. Em razão de provável caracterização de ofensa
jurídico dos então empregados públicos mencionados na referida ao art. 19, caput, do ADCT, dá-se provimento ao agravo de
norma, de celetista para estatutário, sem, contudo, que isso tenha instrumento para determinar o prosseguimento do recurso de
ensejado o provimento automático de cargos públicos efetivos por revista. Agravo de instrumento provido. PRESCRIÇÃO. FGTS. Em
tais servidores, pois isso somente seria possível após aprovação razão de provável contrariedade à Súmula nº 382 desta Corte, dá-
em concurso público, na forma do art. 37, II, da Constituição se provimento ao agravo de instrumento para determinar o
Federal. Essa diretriz jurisprudencial, portanto, reconhece a prosseguimento do recurso de revista. Agravo de instrumento
validade no enquadramento dos servidos celetistas não provido. RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA
concursados e estáveis, nos termos do art. 19 do ADCT, no regime VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
único dos servidores civis a que se refere o caput do art. 276 da Lei DO TRABALHO. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME. SERVIDOR
Complementar Estadual nº 10.098/94 do Estado do Rio Grande do PÚBLICO ESTÁVEL. ART. 19 DO ADCT. O Tribunal Pleno desta
Sul. Assim, no caso concreto, o reclamante, admitido no regime Corte, examinando controvérsia nos autos do processo nº TST-
celetista antes da Constituição Federal de 1988, sem concurso ArgInc - 105100-93.1996.5.04.0018, envolvendo a lei estadual que
público, com o advento da referida Lei Complementar estadual, não foi objeto de apreciação pelo STF na ADI 1.150/RS, firmou a
permaneceu regido pela CLT, mas sim pelo regime estatuário dos compreensão de que nesse precedente do STF foi vedada tão
servidores do Estado do Rio Grande do Sul. Logo, não são devidos somente a transposição automática dos servidores celetistas
os depósitos dos valores relativos ao FGTS, a contar de 1/1/94, admitidos sem concurso público em cargo de provimento efetivo,
data em que houve mudança de regime jurídico dos então sem afastar a validade da mudança do regime celetista para o
empregados públicos. Recurso de revista conhecido e provido. (RR estatutário. Na hipótese, a parte reclamante foi contratada pelo
- 20303-26.2013.5.04.0751, Relatora Ministra: Delaíde Miranda regime celetista em 1981, ou seja, trata-se de servidora
Arantes, 2ª Turma, DEJT 02/03/2018) estabilizada, na forma do precedente mencionado. Nesse contexto,
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA em que válida a transmudação do regime do servidor celetista
INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS Nos 13.015/2014, estabilizado, nos termos do art. 19 do ADCT, e não concursado,
13.105/2015 E 13.467/2017 - DESCABIMENTO. sobressai a competência desta Corte para a apreciação da
SUPERVENIÊNCIA DE REGIME ESTATUTÁRIO EM demanda tão somente em relação ao período em que a parte
SUBSTITUIÇÃO AO CELETISTA. VÍNCULO EMPREGATÍCIO reclamante fora submetida ao regime celetista, tratando-se,
FIRMADO EM PERÍODO ANTERIOR À PROMULGAÇÃO DA portanto, de competência residual da Justiça do Trabalho. Recurso
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. AUSÊNCIA DE CONCURSO de revista conhecido e provido. PRESCRIÇÃO. FGTS. Na presente
PÚBLICO. ESTABILIDADE. ART. 19, "CAPUT", DO ADCT. hipótese, a transmudação do regime jurídico implicou a extinção do
APLICAÇÃO DO REGIME ESTATUTÁRIO. 1. No caso dos autos, a contrato de trabalho, incidindo a prescrição bienal a partir da
contratação se deu em 1.6.1983, antes do advento da Constituição mudança de regime, ou seja, do advento da Lei Municipal nº
Federal de 1988, sem prévia submissão a concurso público. Assim, 15.335/90. Nessa diretriz é o entendimento contido na Súmula nº
382 do TST, segundo a qual "A transferência do regime jurídico de jurídico de celetista para estatutário implica em extinção do contrato
celetista para estatutário implica extinção do contrato de trabalho, de trabalho, fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da
fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da mudança de regime". mudança de regime". No presente caso, o prazo da prescrição
Assim, ajuizada a ação somente em 13/06/2014, deve ser declarada começou a fluir a partir da data da vigência da Lei Estadual
a prescrição total das pretensões referentes aos depósitos de 6.677/94, que reconheceu o vínculo do autor como estatutário,
FGTS. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 860- enquanto que a presente ação foi ajuizada em 21/10/2013, portanto,
69.2014.5.06.0017 , Relator Ministro: Breno Medeiros, 5ª Turma, após o transcurso do biênio posterior à extinção do contrato de
DEJT 29/03/2019) trabalho como celetista. Desse modo, encontra-se prescrita a
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA SOB A pretensão de recolhimento dos depósitos do FGTS anterior à
ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. REQUISITOS DO ARTIGO 896, § 1º- referida norma. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 1827-
A, DA CLT, ATENDIDOS. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME 48.2013.5.05.0221 , Relator Ministro: Augusto César Leite de
JURÍDICO. CONTRATAÇÃO ANTERIOR À CONSTITUIÇÃO Carvalho, 6ª Turma, DEJT 26/04/2019)
FEDERAL DE 1988 SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO No caso concreto, o Tribunal Regional consigna que o reclamante
PÚBLICO. VALIDADE DA INSTITUIÇÃO DO REGIME JURÍDICO foi admitido em 1/6/1985, dentro dos cinco anos anteriores à
ÚNICO ESTATUTÁRIO. INCOMPETÊNCIA QUANTO AO promulgação da Constituição Federal, ou seja, que não é estável,
PERÍODO POSTERIOR À TRANSMUDAÇÃO DE REGIME sendo aplicável assim a jurisprudência desta Corte de que não é
JURÍDICO. PRESCRIÇÃO. SÚMULA 382 DO TST. Ante possível possível a transmudação de regime, tendo em vista o ingresso na
violação do art. 114, I, CF, e contrariedade à Súmula 382 do TST, Administração Pública sem concurso público.
nos termos exigidos no artigo 896 da CLT, dá-se provimento ao Por essas razões, afigura-se possível a tese de violação do art. 37,
agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso II, da Constituição Federal.
de revista. RECURSO DE REVISTA. APELO SOB A ÉGIDE DA LEI Assim, DOU PROVIMENTO ao agravo de instrumento para
13.015/2014. REQUISITOS DO ARTIGO 896, § 1º-A, DA CLT, determinar o processamento do recurso de revista.
ATENDIDOS. TRANSMUDAÇÃO DE REGIME JURÍDICO. Conforme previsão dos arts. 897, § 7.º, da CLT, 3.º, § 2.º, da
CONTRATAÇÃO ANTERIOR À CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE Resolução Administrativa 1418/2010 do TST e 229, = 1.º, do RITST,
1988 SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO proceder-se-á de imediato à análise do recurso de revista na
(11/07/1983). VALIDADE DA INSTITUIÇÃO DO REGIME primeira sessão ordinária subsequente.
JURÍDICO ÚNICO ESTATUTÁRIO. INCOMPETÊNCIA QUANTO II - RECURSO DE REVISTA
AO PERÍODO POSTERIOR À TRANSMUDAÇÃO DE REGIME 1 - CONHECIMENTO
JURÍDICO. Discute-se, nos autos, a contratação de empregado Satisfeitos os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passa-
público antes da promulgação da Constituição de 1988, sob o se ao exame dos pressupostos intrínsecos do recurso de revista.
regime celetista, e sem concurso público. Posteriormente, o 1.1 - EMPREGADO NÃO ESTÁVEL ADMITIDO ANTES DA
reclamado instituiu regime jurídico único, conforme noticiado nos CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. TRANSMUDAÇÃO DE
autos. A controvérsia acerca do tema em análise vinha sendo REGIME JURÍDICO CELETISTA PARA ESTATUTÁRIO SEM
decidida por esta Corte no sentido de que a instituição de regime PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO.
jurídico único não convola em vínculo estatutário, de forma IMPOSSIBILIDADE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
automática, o contrato trabalhista anterior, sobretudo, em Consoante os fundamentos lançados quando do exame do agravo
decorrência da ausência de concurso público. Todavia, o Tribunal de instrumento e aqui reiterados, CONHEÇO do recurso de revista
Pleno, na apreciação da constitucionalidade do art. 276, caput, da por violação do art. 37, II, da Constituição Federal.
Lei Complementar 10.098/1994 do Estado do Rio Grande do Sul, 2 - MÉRITO
conforme incidente de inconstitucionalidade em recurso de revista 2.1 - EMPREGADO NÃO ESTÁVEL ADMITIDO ANTES DA
(ArgInc-105100-93.1996.5.04.0018), de relatoria da Ministra Maria CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. TRANSMUDAÇÃO DE
Helena Mallmann, em julgamento ocorrido em 21/08/2017, REGIME JURÍDICO CELETISTA PARA ESTATUTÁRIO SEM
consagrou a tese de que não há óbice constitucional à mudança de PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO.
regime dos empregados estabilizados pelo art. 19 do ADCT da CF IMPOSSIBILIDADE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
(caso dos autos, reclamante admitido em 11/07/1983), porém tal Como consequência do conhecimento do recurso de revista por
alteração não resulta no provimento de cargos públicos efetivos por violação do art. 37, II, da Constituição Federal, DOU-LHE
esses servidores. Pontuou ser inconstitucional, tão somente, o PROVIMENTO para, afastada a premissa de transmudação de
aproveitamento de servidores públicos não concursados em cargos regime, determinar o retorno dos autos ao Tribunal Regional de
para cuja investidura a Constituição exige a submissão a concurso origem, a fim de que prossiga no exame do recurso ordinário do
(arts. 37, II, e 19, § 1º, do ADCT), mas não a chamada transposição reclamado, como entender de direito" (págs. 343-354, destacou-se).
de regime. Nesse contexto, a competência desta Justiça
Especializada restringir-se-ia ao período anterior à transmudação. Alega o reclamado, nas razões de embargos, que a Justiça do
No caso dos autos, o pedido do autor refere-se ao FGTS de todo o Trabalho seria incompetente para apreciar os pedidos formulados a
período trabalhado, anterior e posterior à transmudação do regime partir da instituição do regime jurídico estatutário para os servidores
que ocorreu em 27/09/1994 (Lei Estadual 6.677/94). Dessa forma, do Município.
em relação ao período posterior à transmudação, verifica-se Colaciona arestos para confronto de teses.
caracterizada a afronta ao artigo 114, I, da Constituição Federal, em A Segunda Turma reconheceu a invalidade da transmudação
face da incompetência material da Justiça do Trabalho. Recurso de automática do regime celetista para estatutário e declarou a
revista conhecido e parcialmente provido. PRESCRIÇÃO BIENAL. competência da Justiça do Trabalho para julgar o feito em relação a
TRANSMUDAÇÃO DE REGIME CELETISTA PARA ESTATUÁRIO. todo o vínculo laboral.
EXTINÇÃO DO CONTRATO. SÚMULA 382 DO TST. Conforme O aresto de págs. 360-363, RR-2553-21.2016.5.22.0002, proferido
entendimento da Súmula 382 do TST, "a transferência do regime pela 4ª Turma e publicado no DEJT em 20/4/2018, configura a
divergência jurisprudencial, pois analisando questão idêntica a dos em relação ao recebimento do FGTS está prescrita. Reconhecida a
autos, na qual figurou como parte o mesmo município reclamado, incompetência da Justiça do Trabalho para apreciar o pleito de
registrou tese assim ementada: recebimento do FGTS após a edição da Lei Municipal, julgo extinto
o processo sem julgamento do mérito, nos termos do art. 485, IV do
"RECURSO DE REVISTA. SERVIDOR PÚBLICO ADMITIDO SEM CPC/2015, quanto a esta parte do pedido. Recurso de Revista
CONCURSO PÚBLICO ANTES DA VIGÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO conhecido e provido".
FEDERAL DE 1988. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA DO TRABALHO. INSTITUIÇÃO DO REGIME JURÍDICO CONCLUSÃO
ÚNICO. MUDANÇA DE REGIME. CELETISTA PARA
ESTATUTÁRIO. FGTS. COMPETÊNCIA RESIDUAL. RECEBO o recurso de embargos, com base no artigo 93, inciso VIII,
PRESCRIÇÃO. Cinge-se a controvérsia a definir se a instituição, do RITST.
por parte do ente público, de regime jurídico único enseja a Publique-se.
mudança do regime celetista para o estatutário, no caso de Intime-se a parte embargada para, querendo, apresentar sua
empregados admitidos, sem concurso público, antes da respectiva impugnação no prazo legal.
Constituição Federal de 1988. Define-se, por consequência, a Brasília, 20 de fevereiro de 2020.
competência desta Especializada para processar e julgar o presente
feito. O Regional, reconhecendo a competência desta
Especializada, entendeu que não há de se falar em mudança Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
automática de regime jurídico de celetista para estatutário e deferiu JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
o recebimento do FGTS pleiteado. Com efeito, esta Corte Ministro Presidente da Segunda Turma
Trabalhista, em sessão ordinária do Tribunal Pleno realizada no dia
21/8/2017, apreciando a ArgInc n.º 105100-93.1996.5.04.0018, Processo Nº E-RR-0001582-84.2015.5.17.0010
rejeitou a declaração de inconstitucionalidade do caput do artigo Complemento Processo Eletrônico
276 da Lei Complementar Estadual n.º 10.098/94 do Estado do Rio Relator Relator do processo não cadastrado
Grande do Sul, tendo como paradigma os fundamentos da ADI n.º Embargante ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
1.150/RS e a Constituição Federal de 1988. Da decisão proferida Procurador Dr. Luiz Carlos de Oliveira
pelo Pleno desta Corte, aplicável aos casos análogos, extrai-se a Embargado LUCIANA DE SOUZA MATTOS
ratio decidendi segundo a qual o Supremo Tribunal Federal, no Advogado Dr. Filipe Soares Rocha(OAB:
17599/ES)
julgamento da ADI n.º 1.150/RS, apenas vedou o provimento
automático de cargos efetivos preenchidos pelos ex-empregados
Intimado(s)/Citado(s):
(celetistas) transformados em servidores estatutários sem, no
- ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
entanto, obstar a mudança de regime de celetista para estatutário. É
- LUCIANA DE SOUZA MATTOS
dizer: permite-se, de forma totalmente válida, a mudança de regime
celetista para o regime estatutário oriunda de lei específica. No
entanto, isso não enseja o provimento automático de cargos EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014
públicos efetivos a servidores estabilizados nos termos do art. 19 do
ADCT e que não prestaram os concursos mencionados nos arts. 37, PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
II, da Constituição e 19, I, do ADCT. Estabelecidas tais premissas, EMBARGOS
apresentam-se duas questões para serem decididas: a)
competência desta Especializada para processar e julgar a presente Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada
lide, compreendendo toda a contratualidade; e b) prescrição do em 21/11/2019; embargos interpostos em 25/11/2019).
FGTS no período em que a Justiça do Trabalho tem competência Representação processual: regular (Súmula nº 436, item I, do TST).
residual. Quanto à primeira, está incontroverso que a Reclamante Preparo: inexigível (artigos 1º, inciso IV, do Decreto-Lei nº 779/1969
foi admitida em 1/6/1987, sem concurso público, pelo regime e 790-A, inciso I, da Consolidação das Leis do Trabalho).
celetista, o qual foi convertido para estatutário pela Lei Municipal n.º Assim, estão atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade
4.546/92, substituída pela LC 13/1994. Esta Corte Superior, na do recurso.
esteira de precedentes do STF, entende que a Justiça do Trabalho
é competente para apreciar a demanda referente ao período em PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
que a Reclamante permaneceu sob a égide do regime celetista até EMBARGOS
a data da publicação da lei que instituiu o regime estatutário. Nessa
senda, a decisão recorrida, ao reconhecer a competência desta FISCALIZAÇÃO NÃO DEMONSTRADA. CULPA OMISSIVA. ÔNUS
Especializada para apreciar e julgar a demanda sobre o FGTS DA PROVA ATRIBUÍDO AO ENTE PÚBLICO. DECISÃO EM
durante todo o período da contratualidade, acabou por violar o art. CONFORMIDADE COM O ENTENDIMENTO FIXADO PELO
114, I da CF. A segunda questão diz respeito à prescrição do FGTS, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ADC 16 E NO RE
remanescendo a competência desta Justiça do Trabalho somente 760.931/DF, COM REPERCUSSÃO GERAL (SÚMULA Nº 331,
até a edição do regime jurídico único da municipalidade (1992). A ITEM V, DO TST)
partir dessa data, o contrato de trabalho foi extinto, iniciando-se,
portanto, o prazo prescricional das pretensões da Reclamante ao A Segunda Turma não conheceu do recurso de revista do
regime anterior. Essa é a jurisprudência uniforme desta Corte, reclamado tópico, alicerçando-se, para tanto, nos seguintes
consubstanciada na Súmula n.º 382. Assim, considerando que a fundamentos:
presente ação somente foi ajuizada em 16/9/2016, após o
transcurso do prazo bienal previsto na citada súmula, a pretensão "Essa é a fundamentação da Corte local, no tema:
das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na cumprimento das obrigações trabalhistas, não sendo suficiente a
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da afastar a culpa in vigilando do ente público, no caso em apreço.
prestadora de serviço como empregadora. A aludida Na realidade, o Estado do Espírito Santo apenas contestou a lide,
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das trazendo aos autos comprovantes de pagamento de salários,
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contribuições previdenciárias e FGTS de alguns trabalhadores da 1ª
contratada. reclamada, o que, na melhor das hipóteses, demonstraria apenas o
Pois bem. Havendo o inadimplemento, presume-se que não houve cumprimento parcial dos deveres contratuais pela prestadora de
fiscalização pelo ente público, pois, do contrário, poderia ter ele serviços, e não a adoção de providências ou aplicação de
suspendido o pagamento do valor contratado até a regularização ou penalidades pelo inadimplemento de obrigações ao longo da
poderia ter feito o pagamento dos créditos devidos diretamente ao vigência da terceirização.
trabalhador com abatimento da fatura da empresa prestadora do Com efeito, não há nos autos uma notificação sequer expedida pelo
serviço e, portanto, cumpre ao ente estatal a prova da sua 2º reclamado advertindo a 1ª ré a respeito das violações de direitos
diligência, o que, no caso dos autos, não ocorreu de forma eficiente, trabalhistas por ela praticadas, as quais seguramente teriam sido
pois a condenação é decorrente de atraso e não pagamento de notadas pelo ente público, caso ele houvesse realizado com
salários, o que poderia ser acompanhado por simples documentos. diligência seu dever de fiscalização, tendo em vista a inadimplência
Por fim, quanto à ordem de execução, a gradação concedida nessa costumeira da FENIX MED CLINICA MEDICA LTDA.em relação aos
fase deve obedecer ao benefício de ordem primeiramente em seus empregados.
relação às pessoas jurídicas e, somente depois, quanto aos sócios, Tanto é assim que a referida empresa prestadora de serviços se
pois as pessoas jurídicas têm a responsabilidade consignadas no tornou conhecida no âmbito deste Tribunal, haja vista as inúmeras
título executivo judicial, e, para levantar-se a frustração da execução reclamações trabalhistas que correm em face dela, inclusive, com o
para a desconsideração da personalidade jurídica, é preciso que, Estado figurando como tomador.
antes, seja ele esgotado. Nesse sentido, cito como exemplos os julgados proferidos nos
Assim, defiro o pleito "d", pela responsabilidade subsidiária do 2º autos: RO 0001147-13.2015.5.17.0010, 3ª Turma, Rel.
reclamado." Desembargador Carlos Henrique Bezerra Leite, in DEJT
30/08/2016; RO 0001599-11.2015.5.17.0014, 2ª Turma, Rel.
Insurge-se o 2º reclamado em face da sentença, sustentando a Desembargadora Wanda Lúcia Costa Leite França Decuzzi, in
ausência de culpa e, bem como a falta de amparo legal a justificar in DEJT 08/11/2016; RO 0000089-69.2015.5.17.0011, 2ª Turma, Rel.
vigilando in eligendo a sua condenação. Desembargador Marcello Maciel Mancilha, in DEJT 13/07/2016.
Afirma que recai sobre o autor o ônus de demonstrar a falha de Diante disso, fica evidente a omissão do 2º reclamado em fiscalizar
fiscalização do ente público. Diante disso, pleiteia a reforma do o cumprimento das obrigações trabalhistas assumidas pela 1ª ré.
julgado excluindo a condenação imposta pelo juízo de origem. Ora, não basta contratar empresas para prestação de serviços e
Sem razão. deixar seus empregados sem situação definida, sob pena de restar
Inadimplente a empresa empregadora, no que concerne às caracterizada a culpa in vigilando, cabendo ao tomador o ônus da
obrigações trabalhistas, o tomador de serviços deve ser condenado demonstração de uma fiscalização efetiva durante a vigência do
subsidiariamente para efetuar o pagamento dos créditos dos contrato de prestação de serviços.
empregados. É esse o entendimento consubstanciado na súmula Como muito bem decidiu o ilustre magistrado NEY ÁLVARES
331, IV, do C. TST, a seguir transcrita: IV - O inadimplemento das PIMENTA FILHO, a violação de direitos gera a obrigação de
obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a indenizar em relação àquele que a perpetrou. Essa imputabilidade
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto não se dirige apenas ao autor direto do fato, mas, também, àquele
àquelas obrigações, desde que haja participado da relação que tinha o dever de vigilância e que, em troca dos proveitos que
processual e conste também do título executivo judicial. lhe advieram das relações obrigacionais, deve assumir os riscos. É
Nessa linha de raciocínio, a Administração Pública que atua como o princípio de que quem teve o bônus, deve arcar com os ônus.
tomadora de serviços responde pelo cumprimento das obrigações Ressalto que não há qualquer ilegalidade ou inconstitucionalidade
trabalhistas em favor dos empregados da empresa contratada, na condenação do ente público com base no verbete sumular
conforme disposto no inciso V, da súmula 331, do C. TST, in verbis: supratranscrito. A súmula n.º 331 expressa a interpretação do TST
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta quanto à responsabilidade da empresa tomadora dos serviços, de
respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, acordo com as normas que regem a questão da responsabilidade
caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das civil, não havendo, por consequência, que se falar em violação ao
obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na princípio da legalidade (art. 5º, II, da CF/88).
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da Nem mesmo a licitude da contratação é capaz de afastar qualquer
prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade por parte do contratante, diante de tudo quanto
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das ora exposto.
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente Na verdade, a terceirização lícita apenas impede a formação do
contratada. vínculo de emprego diretamente com o tomador dos serviços, mas
Na hipótese vertente, restou incontroverso nos autos que o não tem o condão de isentar o contratante da responsabilidade por
reclamante prestou serviços, durante todo o período de vínculo, em eventual inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte da
favor do 2º reclamado, por força do contrato de terceirização contratada.
firmado entre este e a 1ª ré (id. 10fe17f). Além disso, insta registrar que a previsão do art. 71, §1º, Lei
No que tange à fiscalização das obrigações trabalhistas, embora o 8.666/93 não obsta a responsabilidade do 2º réu no caso em
recorrente tenha juntado documentação que sugeriria o análise. Isso porque, tal dispositivo não exclui, de forma irrefutável e
cumprimento de tal mister, observo que a prova produzida tem, em taxativa, a responsabilidade da Administração Pública, permitindo
sua grande maioria, data de emissão anterior ao período de não que esta seja reconhecida no caso de omissão em fiscalizar
obrigações inerentes ao contrato celebrado. Na hipótese dos autos, a imputação de responsabilidade subsidiária
Aliás, a indicação expressa, na súmula n.º 331, V, do C. TST, do art. ao ente público tomador de serviços decorreu da constatação da
71 da Lei de Licitação, na verdade, é a confirmação de que o omissão culposa do reclamado, em razão da ausência de
dispositivo legal não impede a responsabilização subsidiária dos comprovação da fiscalização efetiva por parte do ente público,
entes públicos. conforme se extrai da seguinte passagem do acórdão recorrido:
Essa é a interpretação mais correta, quando considerados os
princípios da proteção do trabalhador e da boa-fé, na medida em "No que tange à fiscalização das obrigações trabalhistas, embora o
que preserva os direitos do obreiro que efetivamente prestou recorrente tenha juntado documentação que sugeriria o
serviços para o recorrente. cumprimento de tal mister, observo que a prova produzida tem, em
Nesse sentido, o escólio do jurista Maurício Godinho Delgado, in sua grande maioria, data de emissão anterior ao período de não
Curso de Direito do Trabalho, 8.ed., São Paulo: LTr, 2009, página cumprimento das obrigações trabalhistas, não sendo suficiente a
434: Ora, a entidade estatal que pratique a terceirização com afastar a culpa in vigilando do ente público, no caso em apreço.
empresa inidônea (isto é, empresa que se torne inadimplente com Na realidade, o Estado do Espírito Santo apenas contestou a lide,
relação a direitos trabalhistas) comete culpa "in eligendo" (má trazendo aos autos comprovantes de pagamento de salários,
escolha do contratante), mesmo que tenha firmado a seleção por contribuições previdenciárias e FGTS de alguns trabalhadores da 1ª
meio de processo licitatório. Ainda que não se admita essa primeira reclamada, o que, na melhor das hipóteses, demonstraria apenas o
dimensão da culpa, incide, no caso, outra dimensão, no mínimo a cumprimento parcial dos deveres contratuais pela prestadora de
culpa "in vigilando" (má fiscalização das obrigações contratuais e serviços, e não a adoção de providências ou aplicação de
seus efeitos). Passa, desse modo, o ente do Estado a responder penalidades pelo inadimplemento de obrigações ao longo da
pelas verbas trabalhistas devidas pelo empregador terceirizante no vigência da terceirização.
período de efetiva terceirização (inciso IV da Súmula 331, TST). Com efeito, não há nos autos uma notificação sequer expedida pelo
[...] Registre-se, de todo modo, que a "interpretação em 2º reclamado advertindo a 1ª ré a respeito das violações de direitos
conformidade com a Constituição" do citado art. 71, § 1º, da Lei de trabalhistas por ela praticadas, as quais seguramente teriam sido
Licitações conduziria à conclusão de que a "mens legis" não visa a notadas pelo ente público, caso ele houvesse realizado com
eliminar a responsabilidade subsidiária da entidade estatal diligência seu dever de fiscalização, tendo em vista a inadimplência
tomadora de serviços, dirigindo-se essencialmente ao resguardo da costumeira da FENIX MED CLINICA MEDICA LTDA. em relação
responsabilidade original do efetivo empregador terceirizante, de aos seus empregados." (destaques acrescidos)
maneira a preservar hígido o direito de regresso do tomador de Ressalte-se que o STF, no julgamento do Tema nº 246 não fixou
serviços estatal. tese específica sobre a distribuição do ônus da prova pertinente à
Cabe salientar que, em decisão majoritária proferida nos autos da fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas, conforme,
ADC 16/DF, em 24/11/2010, o Tribunal Pleno do Supremo Tribunal inclusive, se aduz do julgamento dos terceiros embargos de
Federal declarou a constitucionalidade do artigo 71, §1º, da Lei n.º declaração no referido RE 760.931/DF, publicado no DJE de
8.666/93, mas deixou ressalvado que tal dispositivo não impede o 6/9/2019.
reconhecimento da responsabilidade do Poder Público, quando Com efeito, cabe ao ente público demonstrar que fiscalizou a
verificada a omissão culposa. contento a execução do contrato. Afinal, o administrador deve
Portanto, não obstante a declaração da constitucionalidade do condicionar o repasse das verbas contratuais à prova da
artigo 71 da Lei 8.666/93, persiste a responsabilidade subsidiária do regularidade fiscal, previdenciária e trabalhista da prestadora, à luz
tomador de serviços quando constatada a culpa in vigilando, como dos arts. 27, IV, 29, IV, V, e 55, XIII, da Lei 8.666/93.
no caso em apreço. E por ser o natural detentor dos meios de prova sobre a fiscalização
Pelo exposto, nego provimento ao recurso ordinário do 2º das obrigações contratuais, bem como da manutenção pelo
reclamado, mantendo a condenação subsidiária imposta na contratado das condições originais de habilitação e qualificação
sentença. exigidas na licitação (art. 55, XIII, da Lei 8.666/93), inclusive sua
O ente público alega que o acórdão recorrido presumiu a culpa a idoneidade financeira (art. 27, III), pertence ao ente público o ônus
partir do inadimplemento da empregadora. Argumenta que o ônus de comprovar que desempenhou a contento esse encargo.
da prova, no caso dos autos, cabe à parte reclamante. Aponta Nesse sentido:
violação dos arts. 5º, II, XLV, 37, §6º, da CF/88, 818 da CLT, 71, § "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO
1º, da Lei nº 8.666/93, 334, IV, 373, I, 374, IV, do CPC, ADC 16/DF, SEGUNDO RECLAMADO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº
RE 760.931/STF, contrariedade à Súmula 331, V, do TST e Súmula 13.015/2014 E DO NCPC - RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA -
363 do TST, bem como divergência jurisprudencial. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - SÚMULA Nº 331, ITEM V, DO TST -
Com efeito, o STF, no julgamento da ADC 16, ajuizada pelo ÔNUS DA PROVA 1. O acórdão regional está em harmonia com o
governo do Distrito Federal, considerou constitucional o art. 71, § 1º, entendimento firmado na Súmula nº 331, item V, do TST, uma vez
da Lei 8.666/93. Afirmou que a simples inadimplência da empresa que a responsabilização subsidiária do ente público decorreu do
contratada não transfere, automaticamente, a responsabilidade reconhecimento de conduta culposa na fiscalização da empresa
pelas verbas trabalhistas para a entidade pública. prestadora. 2. Compete à Administração Pública o ônus da prova
Segundo a Suprema Corte, a imputação da culpa in vigilando ao quanto à fiscalização, considerando que: (i) a existência de
Poder Público, por deficiência na fiscalização do contrato celebrado fiscalização do contrato é fato impeditivo, modificativo ou extintivo
com a prestadora de serviços, somente pode prevalecer nos casos do direito do Reclamante; (ii) a obrigação de fiscalizar a execução
em que se tenha a efetiva comprovação da ausência de fiscalização do contrato decorre da lei (artigos 58, III, e 67 da Lei nº 8.666/93); e
do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora (iii) não se pode exigir do trabalhador a prova de fato negativo ou
de serviços, não se podendo reputar válida a interpretação que que apresente documentos aos quais não tenha acesso, em
presume a culpa do Ente Público pelo mero inadimplemento dos atenção ao princípio da aptidão para a prova. Julgados. Agravo de
encargos trabalhistas pela empregadora. Instrumento a que se nega provimento" (AIRR-623-
41.2016.5.23.0001, 8ª Turma, Relatora Ministra Maria Cristina 12/12/2019, no julgamento do Processo nº E-RR-925-
Irigoyen Peduzzi, DEJT 27/9/2019). 07.2016.5.05.0281, de relatoria do Ministro Cláudio Mascarenhas
Assim, a confirmação da responsabilidade do ente público não Brandão, em sua composição completa e por expressiva maioria,
ofende a autoridade da decisão proferida pelo Supremo Tribunal firmou posicionamento no sentido de que cabe ao ente público o
Federal ou a Súmula 331, V, do TST, pois é a Administração quem encargo de demonstrar a vigilância adequada no cumprimento das
possui a melhor aptidão para a prova, cabendo-lhe a manutenção obrigações trabalhistas pela empresa prestadora dos serviços (onze
dos registros de acompanhamento do contrato. votos na defesa desse entendimento e três contra).
Desse modo, o acórdão do Tribunal Regional está em consonância Transcreve-se a elucidativa ementa do citado precedente:
com a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal e a Súmula
331, V, do TST. "RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA
Diante do exposto, NÃO CONHEÇO do recurso de revista" (págs. REGIDO PELA LEI Nº 13.467/2017. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
3.222-3.232, destacou-se). RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CONTRATO DE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LICITAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA
O Estado do Espírito Santo alega, em suas razões de embargos, PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 760.931.
que "a Egrégia Quarta Turma do C. TST1, com supedâneo na REPERCUSSÃO GERAL. SÚMULA Nº 331, V, DO TST. RATIO
decisão do STF, vem entendendo que cabe ao empregado DECIDENDI. ÔNUS DA PROVA. No julgamento do RE nº 760.931,
terceirizado o encargo de demonstrar a conduta culposa da o Supremo Tribunal Federal firmou a seguinte tese, com
Administração Pública na fiscalização do contrato de prestação de repercussão geral: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas
serviços, por ser fato constitutivo do seu pretendido direito, sendo dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao
inadmissível, na espécie, a inversão do ônus probatório. Ainda Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento,
sobre a conduta culposa, o STF tem entendido que a conclusão da seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º,
sua demonstração não pode decorrer de mera presunção, baseada da Lei nº 8.666/93". O exame da ratio decidendi da mencionada
no simples inadimplemento da empresa prestadora de serviços, e decisão revela, ainda, que a ausência sistemática de fiscalização,
desvinculada do exame probatório. Para esses casos, aquela quanto ao cumprimento das obrigações trabalhistas pela
excelsa Corte tem decidido que a responsabilização subsidiária do prestadora, autoriza a responsabilização do ente público. Após o
ente público ofende a autoridade da decisão proferida no julgamento dos embargos de declaração e tendo sido
julgamento da ADC n° 16" (pág. 3.238). expressamente rejeitada a proposta de que fossem parcialmente
Cita aresto para cotejo de teses. acolhidos para se esclarecer que o ônus da prova desse fato
Ao exame. pertencia ao empregado, pode-se concluir que cabe a esta Corte
Discute-se a possibilidade de atribuição de responsabilidade Superior a definição da matéria, diante de sua natureza
subsidiária a entes públicos por dívidas trabalhistas surgidas em eminentemente infraconstitucional. Por esse fundamento e com
contratos de terceirização de serviços. base no Princípio da Aptidão da Prova, é do ente público o encargo
A Segunda Turma reiterou o posicionamento do Regional, de que é de demonstrar que atendeu às exigências legais de
da Administração Pública o encargo de comprovar a efetiva acompanhamento do cumprimento das obrigações trabalhistas pela
fiscalização do contrato celebrado com a prestadora de serviços. prestadora de serviços. No caso, o Tribunal Regional consignou que
No julgamento do Recurso Extraordinário nº 760.931-DF, em debate os documentos juntados aos autos pelo ente público são
representativo do Tema nº 246 de repercussão geral reconhecida, o insuficientes à prova de que houve diligência no cumprimento do
Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese de repercussão dever de fiscalização, relativamente ao adimplemento das
geral: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos obrigações trabalhistas da empresa terceirizada. Ou seja, não se
empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder desincumbiu do ônus que lhe cabia. A Egrégia Turma, por sua vez,
Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja atribuiu ao trabalhador o ônus da prova, razão pela qual merece
em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da reforma a decisão embargada, a fim de restabelecer o acórdão
Lei nº 8.666/93". regional. Recurso de embargos conhecido e provido." (E-RR- 925-
Provocado, por meio de embargos de declaração da União e de 07.2016.5.05.0281, Subseção I Especializada em Dissídios
dois amici curiae, a se manifestar sobre a qual parte cabe o ônus da Individuais, Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado
prova referente à ocorrência, ou não, da efetiva fiscalização da em 12/12/2019, acórdão pendente de publicação).
contratação terceirizada, prevaleceu então o entendimento, naquela
Corte Suprema, de que não se poderia enfrentar, em embargos de Logo, inviável o processamento do recurso de embargos, nos
declaração, questões não definidas no julgamento do recurso termos do artigo 894, § 2º, da CLT.
principal, já que o Supremo Tribunal Federal, ao fixar a tese de
repercussão geral, optou por uma redação minimalista. CONCLUSÃO
Por consequência, o Tribunal Superior do Trabalho, ao entender
que é do ente público o ônus da prova acerca das medidas DENEGO seguimento ao recurso de embargos, com fundamento
fiscalizatórias exigidas pela Lei nº 8.666/93 nos casos de nos artigos 93, inciso VIII, do Regimento Interno do Tribunal
contratação terceirizada, não está descumprindo as referidas Superior do Trabalho e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
decisões do STF. Publique-se.
Além disso, após a decisão final acerca do Tema nº 246 de Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
repercussão geral, a Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais, órgão uniformizador de jurisprudência interna corporis,
cuidou de pacificar a matéria no âmbito trabalhista, de forma a Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
definir a quem cabe demonstrar a omissão fiscalizatória. JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
Por oportuno, a SbDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho, em Ministro Presidente da Segunda Turma
ao reconhecer o direito de pagamento das remunerações, em discriminatório é do empregador, de acordo com o princípio da
dobro, no período de afastamento, na forma do art. 4º, II, da Lei nº aptidão para a prova, em que se atribui o ônus probante a quem
9.029/1995 deixou de se manifestar acerca da natureza jurídica da tem maiores condições de satisfazê-lo.
verba e, também, acerca do período de afastamento. Nesse contexto, verifica-se que os arestos colacionados desservem
Com razão. ao cotejo de teses, porquanto carecem da devida especificidade
Acresço a fundamentação da decisão embargada asseverando que exigida nos termos do item I da Súmula nº 296 desta Corte, já que
a parcela referente ao pagamento das remunerações, em dobro, no não revelam teses diversas acerca da interpretação do mesmo
período de afastamento, nos termos do art. 4º, II, da Lei nº dispositivo legal diante do mesmo quadro fático retratado nos autos.
9.029/1995 possui natureza indenizatória e esclareço que o período Com efeito, em nenhum dos julgados paradigmas de págs. 330-333
de afastamento vai desde 1 (um) dia após a rescisão de contrato de se examina a dispensa discriminatória do empregado sob a ótica da
trabalho até a data em que houve a publicação do acórdão do TST distribuição do ônus da prova.
que deferiu tal parcela, ou seja, do dia 19/9/2010 a 22/3/2019, nos Ao contrário, os arestos citados, ao mesmo tempo em que informam
termos da Súmula 28 do TST. o contexto fático-probatório examinado naquelas hipóteses, aplicam
Ante o exposto, acolhidos os Embargos de declaração apenas para o óbice da Súmula nº 126 do Tribunal Superior do Trabalho, não
acrescer fundamentação, sem dar efeito modificativo ao julgado. havendo, portanto, tese a ser cotejada.
ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Segunda Turma do Incidem, portanto, os termos da Súmula nº 296, item I, do TST.
Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, acolher os Além disso, a indicação de contrariedade à Súmula nº 126 desta
embargos de declaração apenas para acrescer fundamentação, Corte não impulsiona o processamento dos embargos, pois a
sem dar efeito modificativo ao julgado." matéria em discussão não está assente no conjunto fático-
probatório dos autos, mas em questão exclusivamente de direito.
A embargante sustenta omissão quanto à Súmula 126 do TST, à
base de cálculo e ao critério de cálculo dos juros de mora. CONCLUSÃO
Analiso.
Com relação à aplicação da Súmula 126 do TST, evidencia-se a DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos
intenção da parte embargante de rediscutir os fundamentos 93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
adotados no acórdão embargado e obter o reexame da matéria Publique-se.
julgada, pretensão que não se coaduna com a finalidade dos Brasília, 20 de fevereiro de 2020.
embargos de declaração.
Quanto à base de cálculo, não há omissão a ser sanada, pois
consta expressamente do acórdão a condenação ao pagamento Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
das remunerações compreendidas no período de afastamento, o JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
que, evidentemente, inclui o décimo terceiro salário, o terço de Ministro Presidente da Segunda Turma
férias e o FGTS.
E quanto aos juros de mora, deverá ser observado os termos do Processo Nº E-RR-1001416-71.2016.5.02.0445
artigo 4.º, II, da Lei 9.029/1995 e 883 da CLT, a serem apurados em Complemento Processo Eletrônico
liquidação de sentença. Relator Relator do processo não cadastrado
Assim, acolho os embargos de declaração para prestar Embargante COMPANHIA DOCAS DO ESTADO
DE SÃO PAULO - CODESP
esclarecimentos sem, contudo, conferir efeito modificativo ao
Advogado Dr. José Pinto Irmão(OAB: 93929/SP)
julgado" (págs. 323-325, destacou-se).
Advogado Dr. Eudes Sizenando Reis(OAB:
133090/SP)
Nas razões de embargos, a reclamada alega que "a decisão Advogado Dr. Aldo dos Santos Ribeiro
proferida pela 2ª Turma Julgadora ao dar provimento e condenar Cunha(OAB: 106579/MG)
originalmente as Reclamadas divergiu de decisões proferidas das Embargado GILBERTO MALTA DAS NEVES
outras Turmas desse Egrégio Tribunal, vez que não comprovada a Advogado Dr. Bruno Martins Corisco(OAB:
256234-A/SP)
despedida arbitrária pela sentença e pelo acórdão, violando, por
Embargado PORTAL TRILHOS SERVIÇOS E
consequência, a Súmula 126 do TST" (pág. 328). CONSTRUÇÃO LTDA.
Aduz que "não há que se falar que o ônus da prova seria das
Reclamadas e presumidamente como não comprovaram, deveriam Intimado(s)/Citado(s):
ser condenadas. Mais uma vez e com a devida vênia, esta tese da - COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO -
2ª Turma do TST, para que pudesse prosperar, fatalmente deveria CODESP
reexaminar fatos e provas, o que é proibido pela Súmula 126 do - GILBERTO MALTA DAS NEVES
TST" (pág. 333). - PORTAL TRILHOS SERVIÇOS E CONSTRUÇÃO LTDA.
Indica contrariedade à Súmula nº 126 do TST e cita arestos para
cotejo de teses. EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014
Ao exame.
A controvérsia cinge-se a saber de quem é o encargo de provar a PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
alegada dispensa discriminatória de empregado doente, que à EMBARGOS
época da demissão desenvolveu processo inflamatório no ombro
direito, tendo apresentado vários atestados médicos no período, Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada
com ciência da empregadora. em 22/11/2019; embargos interpostos em 3/12/2019).
A Segunda Turma assentou que o ônus de comprovar que a Representação processual: regular (procuração, pág. 90).
despedida do autor se deu por outro motivo que não o caráter Preparo: satisfeito (depósito recursal, pág. 1.227; custas, pág.
tribunal não pode nesse julgamento impedir que a justiça INICIALMENTE SÃO OS ÓRGÃOS CONTRATANTES, e depois os
trabalhista, com base em outras normas, em outros princípios e à órgãos fiscalizadores, DE MODO QUE HAJA TALVEZ ATÉ UMA
luz dos fatos de cada causa, reconheça a responsabilidade da EXIGÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE QUE SE FEZ O
administração". PAGAMENTO, O CUMPRIMENTO, PELO MENOS DAS VERBAS
Dando prosseguimento ao debate da questão, o mesmo Relator foi ELEMENTARES, O PAGAMENTO DE SALÁRIO, O
ainda mais incisivo ao reconhecer o acerto das decisões do Tribunal RECOLHIMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E DO FGTS."
Superior do Trabalho e imputar, em certos casos e sob certas (destacou-se).
circunstâncias, responsabilidade subsidiária ao ente da No prosseguimento dos debates naquele julgamento, o Ministro
Administração Pública contratante, apesar do preceito expresso do Relator Cezar Peluso, ao responder ao argumento de que seria
artigo 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93, pelos seguintes fundamentos: ilegal atribuir responsabilidade à Administração Pública pelo
"Eu só quero dizer o que eu estou entendendo (...) a postura da pagamento desses débitos trabalhistas diante da literalidade do § 1º
Justiça do Trabalho. Ela tem dito o seguinte: realmente, a mera do artigo 71 da Lei de Licitações, foi ainda mais claro e incisivo
inadimplência do contratado não transfere a responsabilidade nos sobre essa possibilidade, sob certas circunstâncias concretas,
termos do que está na lei, nesse dispositivo. Então esse dispositivo verificadas caso a caso: "V. Exa. está acabando de demonstrar que
é constitucional. MAS ISSO NÃO SIGNIFICA QUE EVENTUAL a Administração Pública é obrigada a tomar uma atitude que,
OMISSÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA OBRIGAÇÃO DE quando não toma, constitui inadimplemento dela. É ISSO QUE
FISCALIZAR AS OBRIGAÇÕES DO CONTRATADO NÃO GERE GERA A RESPONSABILIDADE QUE VEM SENDO
RESPONSABILIDADE À ADMINISTRAÇÃO. É outra matéria, são RECONHECIDA PELA JUSTIÇA DO TRABALHO, NÃO É A
outros fatos, examinados à luz de outras normas constitucionais. CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA. A norma é sábia, ela diz
Então, em outras palavras (...), nós não temos discordância sobre a que o mero inadimplemento não transfere a responsabilidade, mas
substância da ação, eu reconheço a constitucionalidade da norma. a inadimplência da obrigação da administração é que lhe traz como
Só estou advertindo ao tribunal que isso não impedirá que a Justiça conseqüência uma responsabilidade que a Justiça do Trabalho
do Trabalho recorra a outros princípios constitucionais e, invocando eventualmente pode reconhecer, independentemente da
fatos da causa, reconheça a responsabilidade da administração, constitucionalidade da lei." (destacou-se).
não pela mera inadimplência, mas por outros fatos (...)" (destacou- Da clareza desses fundamentos, pode-se concluir que o Supremo
se). Tribunal Federal, ao julgar, em composição plenária, a ADC nº 16-
Na mesma ocasião e seguindo o entendimento do Relator, o DF, com um único voto vencido, realmente considerou
Ministro Ricardo Lewandowski foi igualmente claro a esse respeito: constitucional o § 1º do artigo 71 da Lei nº 8.666/93 e também
"Eu tenho acompanhado esse posicionamento do Ministro Cezar considerou contrário à Súmula Vinculante nº 10 e ao artigo 97 da
Peluso no sentido de CONSIDERAR A MATÉRIA Constituição o antigo item IV da Súmula nº 331 do Tribunal Superior
INFRACONSTITUCIONAL, PORQUE REALMENTE ELA É do Trabalho (por haver afastado a aplicação daquele preceito legal
DECIDIDA SEMPRE NO CASO CONCRETO, SE HÁ CULPA OU com base em fundamentos e critérios de origem constitucional, sem
NÃO. Nos defrontamos quase que cotidianamente em ações de haver examinado e declarado a inconstitucionalidade daquela
improbidade (...), que são empresas de fachada, muitas vezes norma, em incidente para tanto suscitado, nos termos e na forma
constituídas com capital de mil reais que participam de licitações dos artigos 948 a 950 do CPC/2015), vedando que a Justiça do
milionárias e essas firmas depois de feitas ou não feitas as obras Trabalho, exclusivamente com base naquele entendimento
objeto da licitação, desaparecem do cenário jurídico e mesmo do sumulado, atribuísse, de forma automática e absoluta, à
mundo fático e ficam com um débito trabalhista enorme. O que Administração Pública contratante responsabilidade subsidiária pelo
ocorre no caso? Há claramente, ESTÁ CLARAMENTE pagamento das obrigações trabalhistas inadimplidas pelo
CONFIGURADA A "CULPA IN VIGILANDO" E "IN ELIGENDO" DA contratado, em terceirizações lícitas decorrentes de regular
ADMINISTRAÇÃO, e aí, segundo o TST, incide ou se afasta, licitação.
digamos assim, esse art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666." (destacou-se). Em outras palavras, ali realmente se considerou que, por força
Essa mesma preocupação com as consequências desastrosas que daquele dispositivo da Lei de Licitações atualmente em vigor, o puro
poderiam advir de um julgamento que afastasse de forma absoluta e simples inadimplemento das obrigações trabalhistas pelo
e automática toda e qualquer responsabilidade do ente público empregador contratado pelo ente público não enseja a
pelos direitos trabalhistas de seus trabalhadores terceirizados, em responsabilidade deste último por seu pagamento, mesmo que de
caso de inadimplemento do empregador e devedor principal, caso forma subsidiária, sem que seja verificada a existência, em cada
não fiscalizado por seu contratante, foi incisivamente exposta pelo caso concreto, de quaisquer outros elementos fáticos e jurídicos
Ministro Gilmar Mendes, no voto que proferiu na ocasião, in verbis: capazes de caracterizar a existência de culpa específica e
"Bem verdade que os conflitos que têm sido suscitados pelo TST comprovada da Administração Pública.
fazem todo o sentido e talvez exijam dos órgãos de controle, seja Contudo, naquela mesma decisão, em sua íntegra dotada de
TCU, seja Tribunal de Contas do Estado, os responsáveis pelas eficácia contra todos e efeitos vinculantes (artigo 102, § 2º, da
contas dos municípios, que haja realmente fiscalização, PORQUE Constituição Federal), também se decidiu, de forma igualmente
REALMENTE O PIOR DOS MUNDOS PODE OCORRER PARA O expressa, que a constitucionalidade desse preceito legal não
EMPREGADO QUE PRESTA O SERVIÇO. A empresa recebeu, impede que seja ele interpretado de forma sistemática com outros
certamente recebeu da Administração, mas não cumpriu os deveres dispositivos de leis e da Constituição Federal que, por sua vez,
elementares, então essa decisão continua posta. Foi o que o TST continuam a impor à Administração Pública, quando utilizar de
de alguma forma tentou explicitar ao não declarar a modo contínuo mão de obra terceirizada, o dever de licitar e de
inconstitucionalidade da lei e resgatar a idéia da súmula, MAS QUE fiscalizar, de forma plena e eficaz, a execução do contrato
HAJA ESSA "CULPA IN VIGILANDO" É FUNDAMENTAL (...). administrativo de prestação de serviços, até mesmo quanto ao
Talvez aqui reclame-se normas de organização e procedimento por pleno e oportuno cumprimento das obrigações trabalhistas.
parte dos próprios órgãos que têm que fiscalizar, QUE Em consequência, absolutamente não foi descartado naquele
julgamento - tendo sido, na verdade, expressamente salientado - entanto! É que não se pode esquecer, antes de qualquer coisa, que
que continua perfeitamente possível que a Justiça do Trabalho, ao essas obrigações trabalhistas, embora em sua quase totalidade
julgar casos concretos como este e à luz do conjunto fático- tenham natureza pecuniária, são muito mais do que isso: são
probatório neles delineado, continue a imputar ao ente público direitos fundamentais sociais constitucionalmente consagrados
tomador daqueles terceirizados a responsabilidade subsidiária por (especialmente no artigo 7º da Norma Fundamental em vigor) e que
aquelas obrigações inadimplidas pelo devedor principal, em virtude desempenham a relevantíssima função extrapatrimonial de, por seu
da presença de culpa in eligendo (na excepcional hipótese de caráter inquestionavelmente alimentar, assegurar a vida e a
demonstração de irregularidades no procedimento licitatório) ou de subsistência dignas daqueles trabalhadores e de suas famílias. Por
culpa in vigilando (pela simples omissão do ente público de, no isso mesmo, portanto, devem receber uma tutela jurisdicional
curso e ao término da execução daquele contrato, não ter diferenciada e, na escala de valores e direitos em confronto, deve
fiscalizado, como deveria e como lhe era perfeitamente possível, o ser-lhes atribuído um peso necessariamente maior que o interesse
cumprimento das normas trabalhistas pelo contratado e não haver público meramente secundário do ente público contratante de não
tomado as providências capazes de prevenir aquela inadimplência). ser subsidiariamente condenado a pagar aqueles débitos
O que, então, decidiu o Supremo Tribunal Federal foi que o § 1º do trabalhistas (sempre com preservação da possibilidade de se
artigo 71 da Lei nº 8.666/93 afasta a responsabilidade contratual da ressarcir plenamente do pagamento por meio da correspondente
Administração Pública pelas obrigações trabalhistas relativas aos regressiva que poderá - e deverá - ajuizar contra o devedor principal
empregados do particular que foi selecionado e contratado em por ela contratado).
decorrência da correspondente licitação, pela simples condição de Exatamente por isso, aliás, não se pode afirmar que a
celebrante daquele contrato administrativo. Ou seja, o ente público Administração Pública que se beneficiou da força de trabalho dos
jamais poderá, automaticamente, ser considerado o devedor trabalhadores terceirizados possa ficar indiferente à sua sorte;
principal daqueles trabalhadores. tampouco que, à luz dos valores e princípios em tensão e diante do
Porém, por força da incidência simultânea e sistemática de outras paradigma do Estado Democrático de Direito constitucionalmente
normas infraconstitucionais igualmente aplicáveis às relações adotado em nosso país a partir de 1988, o interesse público
jurídicas decorrentes daquela contratação, será sempre possível primário da Administração Pública, em casos como esse, seja
apurar, por meio do exame dos elementos fático-probatórios deixar ao desamparo estes trabalhadores terceirizados - muito ao
constantes de cada processo, a existência de conduta dolosa ou contrário! A vingar a tese da pura e simples irresponsabilidade da
culposa da Administração Pública, mesmo que apenas omissiva, Administração Pública em casos em que essa se omitiu do seu
que justifique que lhe seja atribuída responsabilidade subjetiva dever de fiscalizar o adimplemento das obrigações trabalhistas
extracontratual, patrimonial ou aquiliana pelos danos por ela pelas empresas por ela contratadas para o fornecimento de
causados. trabalhadores terceirizados, os direitos fundamentais sociais
Aplicando-se tudo o que ali ficou decidido pelo Supremo Tribunal constitucionalmente assegurados a todos esses trabalhadores não
Federal, com efeito contra todos e eficácia vinculante a casos como passarão de letra morta, em contrariedade aos ditames de justiça
este, é preciso, antes de mais nada, afirmar que a decisão social e de valorização do trabalho assegurados exatamente pela
condenatória em que se atribui responsabilidade subsidiária ao ente Norma Fundamental de 1988.
público contratante pelo pagamento dos débitos trabalhistas da Se se entender, como aqui se sustenta expressamente, que o ente
empregadora - litisconsorte - prescinde, para sua manutenção, da público contratante tem esse dever de fiscalizar, em todo o curso do
aplicação da antiga redação do item IV da Súmula nº 331 deste contrato administrativo, o cabal e tempestivo cumprimento, pelo
Tribunal Superior, o que ora se afasta, em direto cumprimento do particular, de suas obrigações trabalhistas como empregador
que foi decidido na ADC nº 16-DF. daqueles trabalhadores terceirizados que atuaram no âmbito da
Como, porém, as súmulas não vinculantes como a ora citada não Administração Pública, será inevitável a incidência subsidiária,
constituem fontes autônomas de Direito, mas consolidação do autorizada pelo parágrafo único do citado artigo 8º da CLT, dos
entendimento jurisprudencial predominante do Tribunal que as artigos 186 e 927, caput, do Código Civil em vigor, que estabelecem
tenham editado a respeito da interpretação e da aplicação das para todos, até mesmo para os entes públicos em geral, a
normas do ordenamento jurídico aplicáveis às lides delas objeto, é responsabilidade civil subjetiva de natureza extracontratual,
forçoso concluir que continua sendo perfeitamente possível decorrente da prática (comissiva ou omissiva) de ato lícito, in verbis:
examinar o dissídio individual em questão, à luz das normas "Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
constitucionais e legais que lhe sejam pertinentes, como se fará a ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
seguir. exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Antes disso, contudo, é indispensável repelir enfaticamente a (...) Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
alegação, por vezes utilizada pelos entes públicos demandados em dano a outrem, fica obrigado a repará-lo".
ações trabalhistas como esta, de que sua condenação a responder Nessa mesma linha também se pronuncia o Procurador do Trabalho
subsidiariamente pelos débitos trabalhistas dos particulares por eles e Professor Helder Santos Amorim (no artigo que elaborou em
contratados para fornecer trabalhadores terceirizados significaria conjunto com os Professores Márcio Túlio Viana e Gabriela Neves
afronta ao artigo 5º da Lei de introdução às normas do Direito Delgado): "A interpretação do § 1º do art. 71 da Lei nº 8.666/1993
Brasileiro (nova denominação dada pela Lei nº 12.376/2010 à Lei de desafia sua leitura conjunta e contextualizada com vários outros
introdução ao Código Civil brasileiro) e ao artigo 8º, caput, da CLT, dispositivos legais que imputam à Administração Pública, de forma
por pretensamente privilegiar os interesses meramente privados e correlata e proporcional, o dever de fiscalizar eficientemente a
patrimoniais destes e de seus empregados em detrimento do execução dos seus contratos de terceirização, por imperativo de
interesse público de toda a sociedade, que estaria sendo obrigada, legalidade e moralidade pública (Constituição, art. 37, caput),
pela Justiça do Trabalho, a suportar novamente um custo que já inclusive em relação ao adimplemento dos direitos dos
estaria embutido no preço dos serviços contratados por meio do trabalhadores terceirizados, tendo em vista que se trata de direitos
correspondente contrato administrativo. Nada mais equivocado, no fundamentais (Constituição, art. 7º) cuja promoção e fiscalização
incumbe aprioristicamente ao Estado, como razão essencial de sua pelo empregador contratado pelo ente público.
existência." (Terceirização - aspectos gerais - a última decisão do Como se não bastassem esses claros preceitos da própria Lei nº
STF e a Súmula nº 331 do TST - novos enfoques, LTr 75-03/292) 8.666/93, que devem ser interpretados e aplicados de forma
Cumpre agora, portanto, examinar as demais normas legais conjunta e sistemática com o artigo 71, § 1º, da mesma norma, a
aplicáveis à contratação, pela Administração Pública e após regular matéria foi expressamente regulamentada no âmbito da
procedimento licitatório, de uma empresa para, por intermédio do Administração Pública Federal pela Instrução Normativa (IN) nº 2,
fornecimento de trabalhadores terceirizados, lhe prestar serviços a de 30/4/2008, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
fim de confirmar se tem ela o dever legal de, no curso daquele (MPOG), alterada pela Instrução Normativa (IN) nº 3/2009, do
contrato administrativo, fiscalizar não apenas a execução daqueles mesmo Ministério.
serviços, mas também o pleno e tempestivo adimplemento das A esse respeito, pronuncia-se com acerto o Procurador do Trabalho
obrigações trabalhistas pelo empregador contratado. O simples Helder Santos Amorim, demonstrando que normas
exame de outros artigos da mesma Lei de Licitações (Lei nº regulamentadoras federais também servem de parâmetro para o
8.666/93) permite concluir em sentido afirmativo. dever de fiscalização dos entes públicos das demais esferas da
A princípio, os artigos 54, § 1º, e 55, inciso XIII, e 66 da Lei nº Federação, nos seguintes termos: "Enquanto a Lei de Licitações
8.666/93 estabelecem, claramente, que o fornecedor de mão de traça regras gerais sobre o dever de fiscalização contratual, a IN nº
obra contratado está estritamente vinculado ao cumprimento cabal 2/2008 do MPGO interpreta e especifica estas regras, instituindo um
das obrigações e responsabilidades a que se vinculou quando padrão fiscalizatório comprometido com a eficiência das técnicas de
participou da licitação e apresentou proposta (na qual controle e com a efetividade dos direitos fiscalizados,(...), levando
obrigatoriamente fez constar o preço correspondente aos direitos em consideração a realidade do gerenciamento contratual, os riscos
trabalhistas de seus empregados): "Art. 54. (...) § 1º Os contratos decorrentes das práticas contratuais e os direitos e deveres da
devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua Administração Pública perante os administrados e perante os
execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, terceiros interessados, tais como os trabalhadores terceirizados.
obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com Isto porque a procedimentalização da fiscalização no âmbito dos
os termos e da proposta a que se vinculam. contratos de terceirização não constitui matéria própria para
(...)". disciplina legislativa, sendo tema reservado às normas
"Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que regulamentadoras.
estabeleçam: (...) XIII - a obrigação do contratado de manter, Este padrão fiscalizatório federal vincula a Administração Pública
durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as em todos os âmbitos federativos, por força do princípio da
obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e predominância do interesse, tendo em conta que, sendo privativa da
qualificação exigidas na licitação". União a competência para legislar sobre normas de licitações e
"Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de contratos, aos estados e municípios incumbe complementar esta
acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, legislação com respeito às diretrizes nacionais.
respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução Nessa linha de princípio federativo, embora as regras de
total ou parcial." A seguir, os artigos 58, inciso III, e 67, caput e seu fiscalização previstas na IN nº 2/2008 do MPOG tenham incidência
§ 1º, da mesma Lei de Licitações clara e expressamente impõem à estrita à órbita da Administração Pública federal, suas diretrizes
Administração Pública contratante o poder-dever de fiscalizar o para uma fiscalização eficaz sobre os contratos de terceirização em
cabal e oportuno cumprimento de todas as obrigações assumidas matéria trabalhista acabam por orientar os demais entes federativos
pelo contratado que foi o selecionado no procedimento licitatório - na implementação de suas normas internas acerca da matéria, em
entre elas, evidentemente, as que decorrem da observância das face da legítima expectativa constitucional uma Administração
normas trabalhistas, em relação aos seus empregados que Pública comprometida com a higidez legal e com a eficiência dos
prestarem serviços, como terceirizados, ao ente público: "Art. 58. O mecanismos de controle da atividade administrativa (Constituição,
regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei art. 37)." (grifou-se - VIANA, DELGADO e AMORIM, op. cit, LTr 75-
confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: (...) 03/292-293).
III - fiscalizar-lhes a execução; (...)". Em linhas gerais, a citada IN nº 2/2008 do MPOG impõe à
"Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e Administração Pública federal contratante o dever de fiscalizar o
fiscalizada por um representante da Administração especialmente adimplemento das obrigações trabalhistas pelas empresas
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e contratadas em relação a seus trabalhadores terceirizados, desde
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. as fases de abertura e de desenvolvimento do procedimento
§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio licitatório e da celebração do resultante contrato administrativo, nos
todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, seguintes termos: "a) desde a seleção da empresa no procedimento
determinando o que for necessário à regularização das faltas ou de licitação, na medida em que o Edital de Licitação já deverá
defeitos observados." Por sua vez, o artigo 77 desta Lei nº 8.666/93 prever que "a execução completa do contrato só acontecerá quando
prevê que "a inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua o contratado comprovar o pagamento de todas as obrigações
rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei ou trabalhista referente à mão de obra utilizada", nos casos de
regulamento". O artigo 78 da citada lei, de sua parte, prevê como contratação de serviço continuado, com dedicação exclusiva de
motivo para a rescisão contratual "o não cumprimento ou o mão de obra (art. 19, inciso XVIII, da IN nº 2/2008), e que o
cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, contratado deverá apresentar garantia, com validade de três meses
projetos ou prazos, assim como o cometimento faltas na sua após o término da vigência contratual, com previsão expressa de
execução e o desatendimento das determinações regulares da que essa garantia somente será liberada diante da comprovação de
autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução" que a empresa pagou todas as verbas rescisórias trabalhistas
- o que, evidentemente, é aplicável à hipótese do inadimplemento decorrentes da contratação, e de que essa garantia, caso esse
de obrigações trabalhistas para com os trabalhadores terceirizados pagamento não ocorra até o fim do segundo mês após o
encerramento daquele contrato, será usada para o pagamento FGTS dos empregados terceirizados (sendo de se mencionar que a
direto, pela Administração, dessas verbas trabalhistas aos Resolução nº 98/2009 do Conselho Nacional de Justiça traz
trabalhadores terceirizados (inciso XIX da IN nº 2/2008 e art. 19-A, previsão idêntica em relação aos contratos de prestação de serviços
inciso IV, da mesma IN, acrescentado pela IN nº 3/2009); b) no terceirizados de forma contínua celebrados no âmbito do Poder
momento de julgamento das propostas da fase licitatória, a Judiciário), bem como efetue descontos nas faturas e realize o
Administração deve verificar se os preços propostos pelas pagamento direto de quaisquer direitos trabalhistas que vierem a
empresas licitantes são compatíveis com o custo dos encargos ser insatisfeitos pelo contratado.
sociais trabalhistas, sob pena de desclassificação da proposta por Por sua vez, o parágrafo único do artigo 31 da IN nº 2/2008
inexequibilidade (art. 44, § 3º, da Lei nº 8.666/93, regulamentado estabelece que a fiscalização contratual dos serviços continuados
pelo art. 29, § 3º, da IN nº 2/2008); c) por ocasião da elaboração e pelo ente público contratante deverá seguir o disposto no anexo IV
celebração do contrato administrativo com a empresa vencedora no da citada instrução normativa, o qual, de sua parte, institui um "Guia
certame licitatório, devendo esse contrato ser automaticamente de Fiscalização dos Contratos de Terceirização", que esquematiza e
vinculado a todas as condições de habilitação previstas no edital e a detalha a fiscalização do cumprimento desses direitos trabalhistas
todas as condições contidas na proposta vencedora, especialmente em quatro momentos distintos: "a) a fiscalização inicial (momento
os direitos trabalhistas dos empregados da empresa contratada, em que a terceirização é iniciada), quando deve ser elaborada uma
que compõem o preço dos serviços contratados, cabendo ao ente planilha com discriminação de todos os empregados terceirizados
público contratante especificar, no contrato administrativo, a que prestam serviços ao ente público contratante, com a
responsabilidade da empresa contratada de satisfazer os direitos conferência de todas as anotações em suas CTPSs e a verificação
dos seus próprios empregados, nos valores e patamares previstos dos valores dos salários a eles pagos, para que não sejam
na planilha por ela apresentada; como lógica e automática inferiores aos previstos no contrato administrativo e nas normas
consequência, caberá à Administração contratante o dever de coletivas de trabalho a eles aplicáveis, bem como da existência de
fiscalizar o cumprimento integral destas obrigações (conforme os já obrigações trabalhistas adicionais, estabelecidas em normas
citados arts. 54, § 1º, 55, inciso XIII, e 66 da Lei nº 8.666/93)." coletivas de trabalho, e de condições de trabalho insalubres ou
Também aqui é acertada a conclusão de Helder Santos Amorim, à perigosas; b) a fiscalização mensal (feita antes do pagamento da
luz dessas premissas: "Em face desta vinculação, exsurge que a fatura), que implica a elaboração de uma planilha mensal com
execução contratual, no modelo da Lei nº 8.666/93, vai além do indicação de todos os empregados terceirizados, a função exercida,
cumprimento de seu estrito objeto, para abranger todos os aspectos os dias efetivamente trabalhados e eventuais horas extras
que constituam premissa à satisfação deste objeto contratual, tal prestadas, férias, licenças, faltas e ocorrências, na exigência de que
como o cumprimento das obrigações trabalhistas da empresa a empresa contratada apresente cópias das folhas de ponto dos
contratada (cujos custos integram o preço do serviço), sob pena de empregados, por ponto eletrônico ou por meio que não seja
violação direta da proposta vencedora, das condições de habilitação padronizado (nos termos da Súmula nº 338 do TST), devendo haver
e, portanto, do próprio contrato administrativo". glosa da fatura, em caso de faltas ou de horas trabalhadas a menor;
Regulamentando o já citado artigo 67, caput e seu § 1º, da Lei nº na mesma ocasião mensal, deverá ser exigida a apresentação, pelo
8.666/93, o artigo 34 da IN nº 2/2008 do MPOG determina que, na contratado, dos comprovantes de pagamento dos salários, vales-
fiscalização do "cumprimento das obrigações trabalhistas e sociais transporte e, se houver, auxílio-alimentação dos empregados,
nas contratações continuadas com dedicação exclusiva dos efetuando-se a retenção do FGTS dos trabalhadores terceirizados,
trabalhadores da contratada" seja exigida a comprovação de: a) caso tenha havido prévia autorização da empresa contratada, nos
regularidade para com o INSS e FGTS; b) pagamento de salários termos do edital e do contrato administrativo, ou exigindo-se,
no prazo previsto em lei, referente ao mês anterior; c) fornecimento alternativamente, a comprovação do recolhimento do FGTS, INSS e
de vale-transporte e auxílio-alimentação, quando cabível; d) demais encargos sociais; c) a fiscalização diária, por meio da
pagamento do 13º salário; e) concessão de férias e correspondente conferência, a cada dia, de quais empregados terceirizados estão
pagamento do adicional; f) realização de exames admissionais, prestando serviços, em quais funções e se esses estão cumprindo
demissionais e periódicos, quando for o caso; g) fornecimento de rigorosamente a jornada de trabalho, prevendo-se uma rotina para
cursos de treinamento e reciclagem exigidos por lei; h) cumprimento autorização de realização de horas extras por terceirizados; d) a
das obrigações contidas em convenção coletiva, acordo coletivo ou fiscalização especial, que implica a análise da data-base da
sentença normativa em dissídio coletivo de trabalho, e de categoria dos empregados terceirizados, prevista na norma coletiva
cumprimento de todas as demais obrigações estabelecidas na de trabalho a eles aplicável, para verificar o dia e o percentual nela
legislação laboral em relação aos empregados vinculados ao previstos, bem como no controle das férias e licenças desses
contrato administrativo. empregados e de suas eventuais estabilidades provisórias." Por fim,
Para assegurar a efetividade dessa fiscalização pelo ente público para não deixar mais nenhuma dúvida sobre constituir o
contratante, o artigo 36 desta Instrução Normativa determina que a inadimplemento das obrigações trabalhistas pelo contratado, em
Administração, no ato do pagamento da prestação mensal do relação a seus próprios empregados terceirizados para a
serviço, exija da empresa a comprovação do pagamento de todas Administração Pública, uma grave infração do contrato
as suas obrigações trabalhistas relativas à fatura anterior, sob pena administrativo de prestação de serviços e ser a rigorosa fiscalização
de retenção do valor da fatura para pagamento direto aos de seu cumprimento um dever essencial do ente público
trabalhadores, por sua vez autorizado pelo artigo 19-A da IN nº contratante, os artigos 34, § 4º, e 34-A da IN nº 2/2008 impõem, de
2/2008 (acrescentado pela IN nº 3/2009 permite que o ente público, forma obrigatória, a rescisão unilateral do contrato de prestação de
mediante previsão constante do edital licitatório e do contrato serviços, por iniciativa do ente público contratante, caso tenha sido
administrativo, receba autorização prévia do contratado para por este constatado o descumprimento dos direitos trabalhistas pela
promover ordinariamente o provisionamento e a retenção de valores empresa contratada e não tenha havido a regularização imediata da
relativos ao preço do contrato para esse pagamento direto, relativo situação no prazo oferecido pela Administração: "Art. 34-A. O
a férias, gratificação natalina, verbas rescisórias e depósitos de descumprimento das obrigações trabalhistas ou a não manutenção
das condições de habilitação pelo contratado deverá dar ensejo à Do contrário, a única alternativa para esse entendimento seria
rescisão contratual, sem prejuízo das demais sanções, sendo atribuir a cada trabalhador terceirizado, autor de sua demanda
vedada a retenção de pagamento se o contratado não incorrer em trabalhista, o pesado e praticamente impossível encargo de
qualquer inexecução do serviço ou não o tiver prestado a contento. demonstrar que o ente público para o qual prestou serviços não
Parágrafo único. A Administração poderá conceder um prazo para praticou os atos fiscalizatórios a que estava obrigado por lei - prova
que a contratada regularize suas obrigações trabalhistas ou suas negativa e de natureza verdadeiramente "diabólica", de produção
condições de habilitação, sob pena de rescisão contratual, quando praticamente impossível pela parte hipossuficiente. À falta dessa
não identificar má-fé ou a incapacidade da empresa de corrigir a demonstração de que esses atos de fiscalização foram mesmo
situação". praticados, como era dever legal do ente público contratante, só se
É preciso lembrar, ainda, que o princípio da legalidade poderá concluir que este, por omissão voluntária, violou os direitos
administrativa impõe ao ente público contratante de mão de obra daqueles empregados terceirizados pelo contratado e lhes causou
terceirizada para lhe prestar serviços de natureza contínua a sua dano, pelo qual deve responder civilmente (ainda que de forma
completa e rigorosa observância, não lhe sendo dado, subsidiária), nesta Justiça do Trabalho, por sua manifesta culpa in
discricionariamente, decidir se e quando irá fazê-lo, de acordo com vigilando.
critérios de conveniência e de oportunidade manifestamente Ao assim se decidir, é preciso advertir, com todas as letras, que não
inaplicáveis nessas situações. se estará responsabilizando a Administração Pública contratante
Desse conjunto de normas legais e regulamentares aqui dos serviços terceirizados pelo mero inadimplemento das
longamente exposto, ao invés, resulta a inarredável conclusão de obrigações trabalhistas devidas por aquele que com ela celebrou
que, uma vez tenha sido constatado e comprovado, em contrato administrativo de prestação de serviços contínuos, nem,
determinada ação trabalhista movida pelo trabalhador terceirizado muito menos, negando-se vigência ao artigo 71, § 1º, da Lei nº
contra seu empregador e contra o ente público que contratou este 8.666/93 (o que ficou expressamente vedado pela decisão proferida
último, o inadimplemento das obrigações trabalhistas decorrentes pelo Supremo Federal na citada Ação Declaratória de
daquele contrato administrativo pelo empregador contratado, à Constitucionalidade (ADC) nº 16-DF).
Administração Pública contratante caberá, com exclusividade, para Tudo o até aqui afirmado, aliás, foi consagrado pelo Pleno do
evitar que sua conduta seja considerada omissa e ilícita, nos termos Tribunal Superior do Trabalho ao revisar sua Súmula nº 331, em
e para os efeitos dos artigos 186 e 927, caput, do Código Civil, sessão extraordinária realizada em 24/5/2011 (decisão publicada no
alegar e comprovar, cabalmente, no curso da instrução processual, Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho de 27/5/2011, fls. 14 e 15),
que praticou todos esses atos administrativos detalhadamente atribuindo nova redação ao seu item IV e inserindo-lhe o novo item
estabelecidos nos apontados preceitos da Lei nº 8.666/93 e na V, nos seguintes e expressivos termos:
Instrução Normativa nº 2/2008, alterada pela Instrução Normativa nº "SÚMULA Nº 331. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
3/2009, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão LEGALIDADE.
(MPOG), no sentido de fiscalizar, no curso e no encerramento (...) IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do
daquele contrato administrativo, a plena observância dos direitos empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos
trabalhistas do correspondente reclamante e de que, uma vez serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da
constatado o seu inadimplemento, tomou todas as medidas e as relação processual e conste também do título executivo judicial.
providências legalmente previstas para prevenir ou ressarcir o V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta
trabalhador terceirizado vítima daqueles atos ilícitos. respondem subsidiariamente nas mesmas condições do item IV,
Ressalta-se ser exclusivamente do ente público contratante o ônus caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das
de alegar e de demonstrar, completamente, em cada processo obrigações da Lei nº 8.666, de 21.06.1993, especialmente na
trabalhista, que tomou todas as medidas e praticou todos os atos fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da
previstos na Lei de Licitações e nas suas normas regulamentadoras prestadora de serviço como empregadora. A aludida
para evitar o inadimplemento das obrigações trabalhistas dele responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das
objeto, para assegurar a sua quitação por meio dos mecanismos obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
necessariamente previstos no contrato administrativo contratada." (destacou-se) Diante da já reconhecida
correspondente (pelo uso da garantia patrimonial oferecida pelo constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93, de eficácia
contratado e pela retenção dos valores a ele devidos, para erga omnes e efeito vinculante, a União insiste que a única
pagamento direto aos trabalhadores terceirizados de seus direitos interpretação viável à decisão proferida pela Suprema Corte no
trabalhistas) e para sancionar, na forma também nelas prevista, julgamento da ADC n° 16 seria a total exclusão da responsabilidade
aquele empregador inadimplente - afinal, trata-se, aqui, de fato do poder público contratante, independente de qualquer modalidade
impeditivo da pretensão do autor de que a Administração Pública de culpa, ao contrário do que sedimentou o Tribunal Superior do
seja condenada a responder, ainda que subsidiariamente, pelo Trabalho no item V da Súmula nº 331.
pagamento daqueles direitos trabalhistas, nos termos dos artigos Manejou, então, recurso extraordinário, RE nº 760.931-DF, eleito
373, inciso II, do CPC/2015 e 818 da CLT. como processo representativo da controvérsia no Tema nº 246 de
Ademais, também por direta aplicação do princípio da aptidão para Repercussão Geral no Supremo Tribunal Federal, contra acórdão
a prova, decisivo para estabelecer para qual parte, em determinado da Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho, da lavra deste
litígio judicial, deverá ser atribuído o onus probandi do fato Relator (Processo nº TST-AIRR-100700-72.2008.5.02.0373), em
controvertido, não pode haver nenhuma dúvida de que esse que se manteve a responsabilidade subsidiária da Administração
encargo, em casos como este, só pode mesmo recair sobre a Pública, tomadora serviços terceirizados, pelo inadimplemento das
Administração Pública demandada, que terá que demonstrar haver verbas trabalhistas em razão de sua culpa in vigilando,
praticado todos os atos administrativos de fiscalização do caracterizada pela omissão em fiscalizar adequadamente o contrato
adimplemento, pelo empregador, de suas obrigações trabalhistas de prestação de serviços.
referentes aos trabalhadores terceirizados. Na ocasião do julgamento, os Ministros da Suprema Corte
inadimplemento de empresa prestadora de serviço, RE 760931 -, terceirizada, não está descumprindo as referidas decisões do
não fixou tese específica sobre a distribuição do ônus da prova Supremo Tribunal Federal.
pertinente à fiscalização do cumprimento das obrigações Quanto à observância ao princípio de reserva de plenário, o
trabalhistas. Recurso de Revista não conhecido." (RR-984- Regional não fundamentou sua decisão em declaração de
40.2013.5.15.0113, 8ª Turma, Relatora Ministra Maria Cristina inconstitucionalidade do artigo 71, § 1o, da Lei nº 8.666/93 nem
Irigoyen Peduzzi, DEJT 13/09/2019). tampouco declarou sua inconstitucionalidade no caso. O
"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº fundamento do decisório foi calcado na responsabilidade subsidiária
13.015/2014. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA que existe em relação ao ente público, nos termos da Súmula nº
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CONDUTA CULPOSA NA 331, item V, do TST, preceito que, ademais, foi aprovado por
FISCALIZAÇÃO DO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES LEGAIS unanimidade pelo Pleno do Tribunal Superior do Trabalho, restando
E CONTRATUAIS DA EMPRESA PRESTADORA DOS SERVIÇOS. incólumes o artigo 97, da Constituição Federal e a Súmula
INCIDÊNCIA DO ITEM V DA SÚMULA N° 331 DO TST. Trata-se de Vinculante n° 10 do Supremo Tribunal Federal.
hipótese na qual o Tribunal Regional, mediante a valoração de fatos A alegação de contrariedade ao item V, da Súmula n° 331, do TST
e provas, reconheceu a responsabilidade subsidiária da não prospera, uma vez que ficou constatada a falta de fiscalização
Administração Pública, na condição de tomadora dos serviços, por da tomadora de serviços.
conduta omissiva na fiscalização do cumprimento das obrigações Ademais, a invocação genérica de violação dos artigos 5º, incisos II,
contratuais e legais previstas na Lei nº 8.666/93, e não, apenas, LIV e LV, 7º, inciso XXVI, e 37, caput, da Constituição Federal, em
pelo mero inadimplemento das obrigações trabalhistas a cargo da regra e como ocorre neste caso, não é suficiente para autorizar o
empresa prestadora dos serviços, nos moldes da Súmula nº 331, V, conhecimento do recurso de revista com base na previsão da alínea
do TST e nos limites da decisão proferida pelo STF na ADC 16/DF. "c" do art. 896 da CLT, na medida em que, para sua constatação,
Recurso de revista de que não se conhece." (RR-139- seria necessário concluir, previamente, ter ocorrido ofensa a
25.2013.5.01.0007, 1ª Turma, Relator Ministro Walmir Oliveira da preceito infraconstitucional.
Costa, DEJT 07/06/2019). Por estar a decisão do Regional em consonância com a notória,
Na hipótese dos autos, o Tribunal Regional expressamente reiterada e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho,
consignou, no acórdão recorrido: esgotada se encontra a função uniformizadora desta Corte, o que
"Contudo, da análise detida da documentação disponível, percebe- afasta a possibilidade de eventual divergência jurisprudencial, ante
se que a segunda ré não se ativou em regular procedimento a aplicação do teor da Súmula nº 333 do TST e do § 7º do artigo
fiscalizatório. Isso porque, a simples juntada de guias de 896 da CLT.
recolhimento do FGTS e da Previdência Social (ID ae2d81b - pág. Diante do exposto, não conheço do recurso de revista" (págs. 1.281
12 e seguintes) é insuficiente para elidir sua responsabilidade -1.308, destacou-se).
subsidiária pelo pagamento dos débitos trabalhistas. Tanto que não
foi interrompida a recalcitrância da contratada em relação ao Alega a reclamada, em suas razões de embargos, que é vedado o
cumprimento de suas obrigações, notadamente as trabalhistas, reconhecimento da responsabilidade subsidiária do ente público
como se viu do r. decreto condenatório recorrido (ID 84718d9 - pág. com base no mero inadimplemento do tomador no cumprimento das
3). obrigações trabalhistas.
Foram constatadas diversas irregularidades trabalhistas por parte Aduz que deve haver prova da culpa da tomadora de serviços, não
do prestador de serviços, cuja fiscalização impendia à tomadora, devendo ser reconhecida a responsabilidade subsidiária com base
ora recorrente, o que não ocorreu." (pág. 1.160, destacou-se e na distribuição do ônus da prova em desfavor do ente público.
grifou-se) Cita arestos para cotejo de teses.
Constata-se não haver, no acórdão regional, nenhuma referência ao Ao exame.
fato de que o ente público demandado praticou os atos de Discute-se a possibilidade de atribuição de responsabilidade
fiscalização do cumprimento, pelo empregador contratado, das subsidiária a entes públicos por dívidas trabalhistas surgidas em
obrigações trabalhistas referentes aos trabalhadores terceirizados, o contratos de terceirização de serviços.
que era de seu exclusivo onus probandi e suficiente, por si só, para A Segunda Turma reiterou o posicionamento do Regional, de que é
assentir a presença da conduta omissiva da Administração Pública, da Administração Pública o encargo de comprovar a efetiva
configuradora de sua culpa in vigilando. fiscalização do contrato celebrado com a prestadora de serviços.
Quanto às alegações de violação dos artigos 22, inciso I, 48, 114 e No julgamento do Recurso Extraordinário nº 760.931-DF, em debate
170, parágrafo único, da Constituição Federal e 1º da Lei nº representativo do Tema nº 246 de repercussão geral reconhecida, o
8.666/93, essas são impertinentes à discussão dos autos, Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese de repercussão
porquanto não se refere à responsabilidade da administração geral: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos
pública. empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder
Em relação às alegações de violação dos artigos 71, § 1º, da Lei Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja
8.666/93, 373, inciso I, do CPC/2015 e 818 da CLT e contrariedade em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da
às decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal na ADC n° Lei nº 8.666/93".
16-DF e no RE n° 760.931, essas não prosperam, pois o Provocado, por meio de embargos de declaração da União e de
entendimento extraído do julgado do Supremo Tribunal Federal é de dois amici curiae, a se manifestar sobre a qual parte cabe o ônus da
que somente a demonstração de um comportamento culposo prova referente à ocorrência, ou não, da efetiva fiscalização da
permitiria a responsabilização da Administração Pública, não contratação terceirizada, prevaleceu então o entendimento, naquela
havendo emissão de tese acerca da questão do ônus da prova pelo Corte Suprema, de que não se poderia enfrentar, em embargos de
Supremo Tribunal Federal. Assim, este Tribunal Superior do declaração, questões não definidas no julgamento do recurso
Trabalho, ao entender que é do ente público o ônus da prova acerca principal, já que o Supremo Tribunal Federal, ao fixar a tese de
das medidas fiscalizatórias empreendidas na contratação repercussão geral, optou por uma redação minimalista.
Ou seja, a Lei n. 8.666/93 determina que o administrador fiscalize o legal estabelece, ainda, que o " representante da Administração
cumprimento das obrigações trabalhistas e previdenciárias, anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com
cabendo à Administração Pública anotar em livro próprio todas as a execução do contrato, determinando o que for necessário à
ocorrências relacionadas com a execução do contrato, e, quando regularização das faltas ou defeitos observados".
houver irregularidades, aplicar sanções à contratada, como a Destarte, a Lei n. 8.666/93 determina que o administrador fiscalize o
suspensão provisória ou temporária do direito de participar de cumprimento das obrigações trabalhistas e previdenciárias,
licitação, o impedimento de contratar com a Administração e a cabendo à Administração Pública anotar em livro próprio todas as
declaração de sua inidoneidade (art. 87, III e IV, da Lei de ocorrências relacionadas com a execução do contrato, e, quando
Licitações). houver irregularidades, aplicar sanções à contratada, como a
Frise-se que foi sumulado no âmbito deste Tribunal Regional do suspensão provisória ou temporária do direito de participar de
Trabalho da 17ª Região o seguinte entendimento: "(...)" Todavia, o licitação, o impedimento de contratar com a Administração e a
Pleno do E. STF, nos autos do RE 760931, em julgamento realizado declaração de sua inidoneidade (art. 87, III e IV, da Lei de
sob a sistemática de repercussão geral e com efeito vinculante Licitações).
realizado em 30/03/2017, decidiu por apertada maioria (6 a 5) que a Observe-se, também, que, apesar de ausente a relação de emprego
administração pública não pode ser responsabilizada entre o reclamante e a 2ª ré (Município de Aracruz/ES), houve
automaticamente pelos encargos trabalhistas decorrentes de prestação de serviços por parte daquele em prol desta, o que atrai a
inadimplência da prestadora de serviço (empresa terceirizada), só responsabilização.
cabendo condenação se houver prova inequívoca em casos de Nesse passo, a jurisprudência tem reconhecido que, como
conduta omissiva na fiscalização dos contratos. beneficiário do trabalho humano, o tomador de serviços não se
Em 26/04/2017, foi fixada a seguinte tese para efeito de desvincula das consequências produzidas pelo inadimplemento das
repercussão geral: "(...)" Da análise dos fundamentos expendidos obrigações trabalhistas, sendo responsável por estas, ainda que de
pelo pretório excelso no julgamento do RE 760931, extrai-se que a forma subsidiária.
responsabilidade da Administração Pública somente poderá ser Não pode, portanto, servir o art. 71 da Lei 8.666/93 de escudo para
declarada se existente prova nos autos de sua culpa in eligendo ou as entidades públicas se esquivarem das suas responsabilidades.
in vigilando. Ressalte-se, ainda, que o entendimento acima encontra-se em
Desta forma, modificando seu entendimento anterior, este Relator consonância com a decisão proferida pelo Pleno do E. STF, nos
curva-se à decisão com efeito vinculante tomada pelo E. STF e autos do RE 760931, em julgamento realizado sob a sistemática de
passa a adotar o entendimento de que para a caracterização da repercussão geral, bem como ao art. 71, §1º, da Lei nº 8.666/93; art.
responsabilidade subsidiária da Administração Pública, deve restar 186, do Código Civil; 373, I, do CPC e 818, da CLT; não havendo,
comprovada nos autos a sua culpa lato senso. tampouco, falar em contrariedade à Súmula nº 331 do TST e ao art.
Da análise dos fundamentos expendidos pelo pretório excelso no 37 da CF/88.
julgamento do RE 760931, extrai-se que a responsabilidade da Saliente-se, outrossim, que o devedor (in casu, o tomador dos
Administração Pública somente poderá ser declarada se existente serviços), na responsabilidade subsidiária, não se obriga
prova nos autos de sua culpa in eligendo ou in vigilando. inteiramente pelo débito, somente respondendo nas hipóteses de
Desta forma, modificando seu entendimento anterior, este Relator inadimplemento ou insuficiência patrimonial do prestador dos
curva-se à decisão com efeito vinculante tomada pelo E. STF e serviços.
passa a adotar o entendimento de que para a caracterização da Mantém-se a decisão da Origem no particular.
responsabilidade subsidiária da Administração Pública, deve restar Nega-se provimento." (págs. 435-441, grifou-se e destacou-se)
comprovada nos autos a sua culpa lato senso.
Analisando-se os documentos juntados aos autos, nota-se que não Interpostos embargos de declaração, esses foram desprovidos.
houve fiscalização adequada, porquanto a 2ª reclamada (Município Nas razões do recurso de revista, o recorrente argumenta que não
de Cariacica/ES) quedou-se em juntar documentos que pode ser responsabilizado de forma subsidiária, uma vez que o
demonstrassem efetiva fiscalização da empresa quanto aos pleitos reclamante não era seu empregado e não havia qualquer relação de
da exordial. subordinação entre ambos.
Ademais, os documentos nominados pela 2ª reclamada no PJE Sustenta que, "no presente caso, não existe culpa, pois não era
como "comprovante de fiscalização 1" ao ID. 6748605, não obrigação do tomador cumprir com os encargos trabalhistas
comprovam qualquer fiscalização porque se tratam de ofícios decorrentes dos vínculos mantidos entre a prestadora e os seus
solicitando a documentação referente ao contrato de prestação de empregados" (pág. 503), concluindo que "manter o ora Recorrente
serviços após o ajuizamento de três demandas trabalhistas, sendo no polo passivo da presente demanda, tendo-o como responsável
uma delas a que ora se discute. subsidiário pelo pagamento das verbas deferidas, seria penalizá-los
Não comprovando a efetiva fiscalização, incorreu em omissão duplamente, posto que as obrigações assumidas com a primeira
configuradora da culpa in vigilando. Reclamada, decorrentes do contrato, estão sendo cumpridas, posto
Portanto, restou patente a omissão da 2ª reclamada (Município de que ainda está em vigência o contrato celebrado, não existindo,
Aracruz/ES) em fiscalizar a empresa contratada, impondo-se o portanto, qualquer pendência. De forma que, eventuais obrigações
reconhecimento de que restou caracterizada a culpa da mesma, a com o Reclamante, decorrentes da relação de emprego, são de
qual autoriza sua responsabilização subsidiária, nos termos do item responsabilidade da primeira Reclamada" (pág. 504).
V, da súmula 331, do E. TST. Indica violação dos artigos 71, § 1º, da Lei n° 8.666/93 e 8º da CLT
Não se pode olvidar que o art. 67 da Lei n. 8.666/93 determina que e contrariedade às Súmulas nos 331, item V, e 363, do TST e à
"a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal no RE n° 760.931.
um representante da Administração especialmente designado, Colaciona arestos para o confronto de teses.
permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de No tocante à responsabilidade subsidiária da Administração Pública
informações pertinentes a essa atribuição". O § 1º desse dispositivo pelos débitos trabalhistas do contratado que lhe forneceu mão de
obra terceirizada, é preciso, antes de tudo, estabelecer se é ainda mais incisivo ao reconhecer o acerto das decisões do Tribunal
suficiente para afastar sua condenação como responsável Superior do Trabalho e imputar, em certos casos e sob certas
subsidiário por essas obrigações trabalhistas o disposto de forma circunstâncias, responsabilidade subsidiária ao ente da
expressa no caput e no § 1º do artigo 71 da Lei nº 8.666/93 (na Administração Pública contratante, apesar do preceito expresso do
redação que lhe deu o artigo 4º da Lei nº 9.032/95), no sentido de artigo 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93, pelos seguintes fundamentos:
que o contratado é responsável pelos encargos trabalhistas "Eu só quero dizer o que eu estou entendendo (...) a postura da
resultantes da execução do contrato administrativo, e sua Justiça do Trabalho. Ela tem dito o seguinte: realmente, a mera
inadimplência não transfere à Administração Pública a inadimplência do contratado não transfere a responsabilidade nos
responsabilização por seu pagamento. termos do que está na lei, nesse dispositivo. Então esse dispositivo
Como se sabe, há muito a jurisprudência consolidada desta Corte, é constitucional. MAS ISSO NÃO SIGNIFICA QUE EVENTUAL
por meio do item IV de sua Súmula nº 331 (cuja redação atual OMISSÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA OBRIGAÇÃO DE
resultou do que se decidiu na Sessão do Tribunal Pleno de FISCALIZAR AS OBRIGAÇÕES DO CONTRATADO NÃO GERE
11/9/2000, por ocasião do julgamento unânime do Incidente de RESPONSABILIDADE À ADMINISTRAÇÃO. É outra matéria, são
Uniformização de Jurisprudência nº TST-IUJ-RR-297.751/96), outros fatos, examinados à luz de outras normas constitucionais.
consagrou o entendimento de que, apesar daquele artigo da Lei de Então, em outras palavras (...), nós não temos discordância sobre a
Licitações ali expressamente citado, a responsabilidade subsidiária substância da ação, eu reconheço a constitucionalidade da norma.
existirá quando houver o inadimplemento das obrigações Só estou advertindo ao tribunal que isso não impedirá que a Justiça
trabalhistas por parte do empregador, desde que o ente público do Trabalho recorra a outros princípios constitucionais e, invocando
tenha participado da relação processual e, em consequência, tenha fatos da causa, reconheça a responsabilidade da administração,
sido incluído no título executivo judicial. não pela mera inadimplência, mas por outros fatos (...)" (destacou-
No entanto, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar, em sua sessão se). Na mesma ocasião e seguindo o entendimento do Relator, o
de 24/11/2010, a Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 16- Ministro Ricardo Lewandowski foi igualmente claro a esse respeito:
DF, houve por bem, por maioria (vencido em parte o Ministro Carlos "Eu tenho acompanhado esse posicionamento do Ministro Cezar
Ayres Britto), considerar constitucional o citado artigo 71 da Lei nº Peluso no sentido de CONSIDERAR A MATÉRIA
8.666/93, de modo a vedar, expressamente, a automática INFRACONSTITUCIONAL, PORQUE REALMENTE ELA É
responsabilização do ente público contratante da empresa DECIDIDA SEMPRE NO CASO CONCRETO, SE HÁ CULPA OU
fornecedora de mão de obra pelos débitos trabalhistas devidos por NÃO. Nos defrontamos quase que cotidianamente em ações de
esta última, na condição de empregadora dos trabalhadores improbidade (...), que são empresas de fachada, muitas vezes
terceirizados, nos casos de mero inadimplemento dessas constituídas com capital de mil reais que participam de licitações
obrigações pelo vencedor da correspondente licitação. milionárias e essas firmas depois de feitas ou não feitas as obras
Porém, como se demonstrará a seguir, esse julgamento não objeto da licitação, desaparecem do cenário jurídico e mesmo do
impediu, de forma mecânica e absoluta, que, em determinados mundo fático e ficam com um débito trabalhista enorme. O que
casos e sob certas circunstâncias, a Administração Pública ocorre no caso? Há claramente, ESTÁ CLARAMENTE
contratante continue a ser condenada a responder, de forma CONFIGURADA A "CULPA IN VIGILANDO" E "IN ELIGENDO" DA
subsidiária, pelo pagamento das obrigações trabalhistas do ADMINISTRAÇÃO, e aí, segundo o TST, incide ou se afasta,
empregador por ela contratado, mesmo após regular licitação e nas digamos assim, esse art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666." (destacou-se).
terceirizações lícitas. Essa mesma preocupação com as consequências desastrosas que
Com efeito, como se extrai da transcrição dos votos dos Senhores poderiam advir de um julgamento que afastasse de forma absoluta
Ministros proferidos naquela sessão (vídeo da sessão plenária do e automática toda e qualquer responsabilidade do ente público
STF, dia 24/11/2010, 2º bloco, disponível em pelos direitos trabalhistas de seus trabalhadores terceirizados, em
http://videos.tvjustiça.jus.br/, acesso em 13/12/2010, apud VIANA, caso de inadimplemento do empregador e devedor principal, caso
Márcio Túlio, DELGADO, Gabriela Neves e AMORIM, Helder não fiscalizado por seu contratante, foi incisivamente exposta pelo
Santos, "Terceirização - aspectos gerais - a última decisão do STF e Ministro Gilmar Mendes, no voto que proferiu na ocasião, in verbis:
a Súmula nº 331 - novos enfoques", LTr 75-03, p. 282-295, esp. p. "Bem verdade que os conflitos que têm sido suscitados pelo TST
291-292), o Supremo Tribunal Federal, ao se referir aos casos de fazem todo o sentido e talvez exijam dos órgãos de controle, seja
terceirização lícita na Administração Pública, também deixou TCU, seja Tribunal de Contas do Estado, os responsáveis pelas
expresso seu entendimento de que aquele dispositivo de lei não contas dos municípios, que haja realmente fiscalização, PORQUE
afasta a possibilidade de a Justiça do Trabalho, no julgamento de REALMENTE O PIOR DOS MUNDOS PODE OCORRER PARA O
cada caso concreto e com base nos fatos da causa, responsabilizar EMPREGADO QUE PRESTA O SERVIÇO. A empresa recebeu,
subsidiariamente o ente público contratante pelo pagamento das certamente recebeu da Administração, mas não cumpriu os deveres
obrigações trabalhistas, caso fique comprovado que agiu com culpa elementares, então essa decisão continua posta. Foi o que o TST
in vigilando, ao não fiscalizar o adimplemento daqueles direitos pelo de alguma forma tentou explicitar ao não declarar a
seu devedor principal - o empregador contratado. inconstitucionalidade da lei e resgatar a idéia da súmula, MAS QUE
Exatamente nesse sentido foi o pronunciamento do Ministro Relator HAJA ESSA "CULPA IN VIGILANDO" É FUNDAMENTAL (...).
Cezar Peluso, nos seguintes e expressivos termos: "Eu reconheço a Talvez aqui reclame-se normas de organização e procedimento por
plena constitucionalidade da norma, e se o tribunal a reconhecer, parte dos próprios órgãos que têm que fiscalizar, QUE
como eventualmente poderá fazê-lo, a mim me parece que o INICIALMENTE SÃO OS ÓRGÃOS CONTRATANTES, e depois os
tribunal não pode nesse julgamento impedir que a justiça órgãos fiscalizadores, DE MODO QUE HAJA TALVEZ ATÉ UMA
trabalhista, com base em outras normas, em outros princípios e à EXIGÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE QUE SE FEZ O
luz dos fatos de cada causa, reconheça a responsabilidade da PAGAMENTO, O CUMPRIMENTO, PELO MENOS DAS VERBAS
administração". ELEMENTARES, O PAGAMENTO DE SALÁRIO, O
Dando prosseguimento ao debate da questão, o mesmo Relator foi RECOLHIMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E DO FGTS."
(especialmente no artigo 7º da Norma Fundamental em vigor) e que aplicáveis à contratação, pela Administração Pública e após regular
desempenham a relevantíssima função extrapatrimonial de, por seu procedimento licitatório, de uma empresa para, por intermédio do
caráter inquestionavelmente alimentar, assegurar a vida e a fornecimento de trabalhadores terceirizados, lhe prestar serviços a
subsistência dignas daqueles trabalhadores e de suas famílias. Por fim de confirmar se tem ela o dever legal de, no curso daquele
isso mesmo, portanto, devem receber uma tutela jurisdicional contrato administrativo, fiscalizar não apenas a execução daqueles
diferenciada e, na escala de valores e direitos em confronto, deve serviços, mas também o pleno e tempestivo adimplemento das
ser-lhes atribuído um peso necessariamente maior que o interesse obrigações trabalhistas pelo empregador contratado. O simples
público meramente secundário do ente público contratante de não exame de outros artigos da mesma Lei de Licitações (Lei nº
ser subsidiariamente condenado a pagar aqueles débitos 8.666/93) permite concluir em sentido afirmativo.
trabalhistas (sempre com preservação da possibilidade de se A princípio, os artigos 54, § 1º, e 55, inciso XIII, e 66 da Lei nº
ressarcir plenamente do pagamento por meio da correspondente 8.666/93 estabelecem, claramente, que o fornecedor de mão de
ação regressiva que poderá - e deverá - ajuizar contra o devedor obra contratado está estritamente vinculado ao cumprimento cabal
principal por ela contratado). das obrigações e responsabilidades a que se vinculou quando
Exatamente por isso, aliás, não se pode afirmar que a participou da licitação e apresentou proposta (na qual
Administração Pública que se beneficiou da força de trabalho dos obrigatoriamente fez constar o preço correspondente aos direitos
trabalhadores terceirizados possa ficar indiferente à sua sorte; trabalhistas de seus empregados): "Art. 54. (...) § 1º Os contratos
tampouco que, à luz dos valores e princípios em tensão e diante do devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua
paradigma do Estado Democrático de Direito constitucionalmente execução, expressas em cláusulas que definam os direitos,
adotado em nosso país a partir de 1988, o interesse público obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com
primário da Administração Pública, em casos como esse, seja os termos e da proposta a que se vinculam.
deixar ao desamparo estes trabalhadores terceirizados - muito ao (...)".
contrário! A vingar a tese da pura e simples irresponsabilidade da "Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que
Administração Pública em casos em que essa se omitiu do seu estabeleçam: (...) XIII - a obrigação do contratado de manter,
dever de fiscalizar o adimplemento das obrigações trabalhistas durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as
pelas empresas por ela contratadas para o fornecimento de obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e
trabalhadores terceirizados, os direitos fundamentais sociais qualificação exigidas na licitação".
constitucionalmente assegurados a todos esses trabalhadores não "Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de
passarão de letra morta, em contrariedade aos ditames de justiça acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei,
social e de valorização do trabalho assegurados exatamente pela respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução
Norma Fundamental de 1988. total ou parcial." A seguir, os artigos 58, inciso III, e 67, caput e seu
Se se entender, como aqui se sustenta expressamente, que o ente § 1º, da mesma Lei de Licitações clara e expressamente impõem à
público contratante tem esse dever de fiscalizar, em todo o curso do Administração Pública contratante o poder-dever de fiscalizar o
contrato administrativo, o cabal e tempestivo cumprimento, pelo cabal e oportuno cumprimento de todas as obrigações assumidas
particular, de suas obrigações trabalhistas como empregador pelo contratado que foi o selecionado no procedimento licitatório -
daqueles trabalhadores terceirizados que atuaram no âmbito da entre elas, evidentemente, as que decorrem da observância das
Administração Pública, será inevitável a incidência subsidiária, normas trabalhistas, em relação aos seus empregados que
autorizada pelo parágrafo único do citado artigo 8º da CLT, dos prestarem serviços, como terceirizados, ao ente público: "Art. 58. O
artigos 186 e 927, caput, do Código Civil em vigor, que estabelecem regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei
para todos, até mesmo para os entes públicos em geral, a confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: (...)
responsabilidade civil subjetiva de natureza extracontratual, III - fiscalizar-lhes a execução; (...)".
decorrente da prática (comissiva ou omissiva) de ato lícito, in verbis: "Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e
"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência fiscalizada por um representante da Administração especialmente
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
exclusivamente moral, comete ato ilícito. subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
(...) Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar § 1º O representante da Administração anotará em registro próprio
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo". todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato,
Nessa mesma linha também se pronuncia o Procurador do Trabalho determinando o que for necessário à regularização das faltas ou
e Professor Helder Santos Amorim (no artigo que elaborou em defeitos observados."
conjunto com os Professores Márcio Túlio Viana e Gabriela Neves Por sua vez, o artigo 77 desta Lei nº 8.666/93 prevê que "a
Delgado): "A interpretação do § 1º do art. 71 da Lei nº 8.666/1993 inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com
desafia sua leitura conjunta e contextualizada com vários outros as consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamento".
dispositivos legais que imputam à Administração Pública, de forma O artigo 78 da citada lei, de sua parte, prevê como motivo para a
correlata e proporcional, o dever de fiscalizar eficientemente a rescisão contratual "o não cumprimento ou o cumprimento irregular
execução dos seus contratos de terceirização, por imperativo de de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos, assim
legalidade e moralidade pública (Constituição, art. 37, caput), como o cometimento reiterado de faltas na sua execução e o
inclusive em relação ao adimplemento dos direitos dos desatendimento das determinações regulares da autoridade
trabalhadores terceirizados, tendo em vista que se trata de direitos designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução" - o que,
fundamentais (Constituição, art. 7º) cuja promoção e fiscalização evidentemente, é aplicável à hipótese do inadimplemento de
incumbe aprioristicamente ao Estado, como razão essencial de sua obrigações trabalhistas para com os trabalhadores terceirizados
existência." (Terceirização - aspectos gerais - a última decisão do pelo empregador contratado pelo ente público.
STF e a Súmula nº 331 do TST - novos enfoques, LTr 75-03/292) Como se não bastassem esses claros preceitos da própria Lei nº
Cumpre agora, portanto, examinar as demais normas legais 8.666/93, que devem ser interpretados e aplicados de forma
conjunta e sistemática com o artigo 71, § 1º, da mesma norma, a inciso IV, da mesma IN, acrescentado pela IN nº 3/2009); b) no
matéria foi expressamente regulamentada no âmbito da momento de julgamento das propostas da fase licitatória, a
Administração Pública Federal pela Instrução Normativa (IN) nº 2, Administração deve verificar se os preços propostos pelas
de 30/4/2008, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão empresas licitantes são compatíveis com o custo dos encargos
(MPOG), alterada pela Instrução Normativa (IN) nº 3/2009, do sociais trabalhistas, sob pena de desclassificação da proposta por
mesmo Ministério. inexequibilidade (art. 44, § 3º, da Lei nº 8.666/93, regulamentado
A esse respeito, pronuncia-se com acerto o Procurador do Trabalho pelo art. 29, § 3º, da IN nº 2/2008); c) por ocasião da elaboração e
Helder Santos Amorim, demonstrando que normas celebração do contrato administrativo com a empresa vencedora no
regulamentadoras federais também servem de parâmetro para o certame licitatório, devendo esse contrato ser automaticamente
dever de fiscalização dos entes públicos das demais esferas da vinculado a todas as condições de habilitação previstas no edital e a
Federação, nos seguintes termos: "Enquanto a Lei de Licitações todas as condições contidas na proposta vencedora, especialmente
traça regras gerais sobre o dever de fiscalização contratual, a IN nº os direitos trabalhistas dos empregados da empresa contratada,
2/2008 do MPGO interpreta e especifica estas regras, instituindo um que compõem o preço dos serviços contratados, cabendo ao ente
padrão fiscalizatório comprometido com a eficiência das técnicas de público contratante especificar, no contrato administrativo, a
controle e com a efetividade dos direitos fiscalizados,(...), levando responsabilidade da empresa contratada de satisfazer os direitos
em consideração a realidade do gerenciamento contratual, os riscos dos seus próprios empregados, nos valores e patamares previstos
decorrentes das práticas contratuais e os direitos e deveres da na planilha de custos por ela apresentada; como lógica e
Administração Pública perante os administrados e perante os automática consequência, caberá à Administração contratante o
terceiros interessados, tais como os trabalhadores terceirizados. dever de fiscalizar o cumprimento integral destas obrigações
Isto porque a procedimentalização da fiscalização no âmbito dos (conforme os já citados arts. 54, § 1º, 55, inciso XIII, e 66 da Lei nº
contratos de terceirização não constitui matéria própria para 8.666/93)." Também aqui é acertada a conclusão de Helder Santos
disciplina legislativa, sendo tema reservado às normas Amorim, à luz dessas premissas: "Em face desta vinculação,
regulamentadoras. exsurge que a execução contratual, no modelo da Lei nº 8.666/93,
Este padrão fiscalizatório federal vincula a Administração Pública vai além do cumprimento de seu estrito objeto, para abranger todos
em todos os âmbitos federativos, por força do princípio da os aspectos que constituam premissa à satisfação deste objeto
predominância do interesse, tendo em conta que, sendo privativa da contratual, tal como o cumprimento das obrigações trabalhistas da
União a competência para legislar sobre normas de licitações e empresa contratada (cujos custos integram o preço do serviço), sob
contratos, aos estados e municípios incumbe complementar esta pena de violação direta da proposta vencedora, das condições de
legislação com respeito às diretrizes nacionais. habilitação e, portanto, do próprio contrato administrativo".
Nessa linha de princípio federativo, embora as regras de Regulamentando o já citado artigo 67, caput e seu § 1º, da Lei nº
fiscalização previstas na IN nº 2/2008 do MPOG tenham incidência 8.666/93, o artigo 34 da IN nº 2/2008 do MPOG determina que, na
estrita à órbita da Administração Pública federal, suas diretrizes fiscalização do "cumprimento das obrigações trabalhistas e sociais
para uma fiscalização eficaz sobre os contratos de terceirização em nas contratações continuadas com dedicação exclusiva dos
matéria trabalhista acabam por orientar os demais entes federativos trabalhadores da contratada" seja exigida a comprovação de: a)
na implementação de suas normas internas acerca da matéria, em regularidade para com o INSS e FGTS; b) pagamento de salários
face da legítima expectativa constitucional de uma Administração no prazo previsto em lei, referente ao mês anterior; c) fornecimento
Pública comprometida com a higidez legal e com a eficiência dos de vale-transporte e auxílio-alimentação, quando cabível; d)
mecanismos de controle da atividade administrativa (Constituição, pagamento do 13º salário; e) concessão de férias e correspondente
art. 37)." (grifou-se - VIANA, DELGADO e AMORIM, op. cit, LTr 75- pagamento do adicional; f) realização de exames admissionais,
03/292-293). demissionais e periódicos, quando for o caso; g) fornecimento de
Em linhas gerais, a citada IN nº 2/2008 do MPOG impõe à cursos de treinamento e reciclagem exigidos por lei; h) cumprimento
Administração Pública federal contratante o dever de fiscalizar o das obrigações contidas em convenção coletiva, acordo coletivo ou
adimplemento das obrigações trabalhistas pelas empresas sentença normativa em dissídio coletivo de trabalho, e de
contratadas em relação a seus trabalhadores terceirizados, desde cumprimento de todas as demais obrigações estabelecidas na
as fases de abertura e de desenvolvimento do procedimento legislação laboral em relação aos empregados vinculados ao
licitatório e da celebração do resultante contrato administrativo, nos contrato administrativo.
seguintes termos: "a) desde a seleção da empresa no procedimento Para assegurar a efetividade dessa fiscalização pelo ente público
de licitação, na medida em que o Edital de Licitação já deverá contratante, o artigo 36 desta Instrução Normativa determina que a
prever que "a execução completa do contrato só acontecerá quando Administração, no ato do pagamento da prestação mensal do
o contratado comprovar o pagamento de todas as obrigações serviço, exija da empresa a comprovação do pagamento de todas
trabalhista referente à mão de obra utilizada", nos casos de as suas obrigações trabalhistas relativas à fatura anterior, sob pena
contratação de serviço continuado, com dedicação exclusiva de de retenção do valor da fatura para pagamento direto aos
mão de obra (art. 19, inciso XVIII, da IN nº 2/2008), e que o trabalhadores, por sua vez autorizado pelo artigo 19-A da IN nº
contratado deverá apresentar garantia, com validade de três meses 2/2008 (acrescentado pela IN nº 3/2009), que permite que o ente
após o término da vigência contratual, com previsão expressa de público, mediante previsão constante do edital licitatório e do
que essa garantia somente será liberada diante da comprovação de contrato administrativo, receba autorização prévia do contratado
que a empresa pagou todas as verbas rescisórias trabalhistas para promover ordinariamente o provisionamento e a retenção de
decorrentes da contratação, e de que essa garantia, caso esse valores relativos ao preço do contrato para esse pagamento direto,
pagamento não ocorra até o fim do segundo mês após o relativo a férias, gratificação natalina, verbas rescisórias e depósitos
encerramento daquele contrato, será usada para o pagamento de FGTS dos empregados terceirizados (sendo de se mencionar
direto, pela Administração, dessas verbas trabalhistas aos que a Resolução nº 98/2009 do Conselho Nacional de Justiça traz
trabalhadores terceirizados (inciso XIX da IN nº 2/2008 e art. 19-A, previsão idêntica em relação aos contratos de prestação de serviços
terceirizados de forma contínua celebrados no âmbito do Poder qualquer inexecução do serviço ou não o tiver prestado a contento.
Judiciário), bem como efetue descontos nas faturas e realize o Parágrafo único. A Administração poderá conceder um prazo para
pagamento direto de quaisquer direitos trabalhistas que vierem a que a contratada regularize suas obrigações trabalhistas ou suas
ser insatisfeitos pelo contratado. condições de habilitação, sob pena de rescisão contratual, quando
Por sua vez, o parágrafo único do artigo 31 da IN nº 2/2008 não identificar má-fé ou a incapacidade da empresa de corrigir a
estabelece que a fiscalização contratual dos serviços continuados situação".
pelo ente público contratante deverá seguir o disposto no anexo IV É preciso lembrar, ainda, que o princípio da legalidade
da citada instrução normativa, o qual, de sua parte, institui um "Guia administrativa impõe ao ente público contratante de mão de obra
de Fiscalização dos Contratos de Terceirização", que esquematiza e terceirizada para lhe prestar serviços de natureza contínua a sua
detalha a fiscalização do cumprimento desses direitos trabalhistas completa e rigorosa observância, não lhe sendo dado,
em quatro momentos distintos: "a) a fiscalização inicial (momento discricionariamente, decidir se e quando irá fazê-lo, de acordo com
em que a terceirização é iniciada), quando deve ser elaborada uma critérios de conveniência e de oportunidade manifestamente
planilha com discriminação de todos os empregados terceirizados inaplicáveis nessas situações.
que prestam serviços ao ente público contratante, com a Desse conjunto de normas legais e regulamentares aqui
conferência de todas as anotações em suas CTPSs e a verificação longamente exposto, ao invés, resulta a inarredável conclusão de
dos valores dos salários a eles pagos, para que não sejam que, uma vez tenha sido constatado e comprovado, em
inferiores aos previstos no contrato administrativo e nas normas determinada ação trabalhista movida pelo trabalhador terceirizado
coletivas de trabalho a eles aplicáveis, bem como da existência de contra seu empregador e contra o ente público que contratou este
obrigações trabalhistas adicionais, estabelecidas em normas último, o inadimplemento das obrigações trabalhistas decorrentes
coletivas de trabalho, e de condições de trabalho insalubres ou daquele contrato administrativo pelo empregador contratado, à
perigosas; b) a fiscalização mensal (feita antes do pagamento da Administração Pública contratante caberá, com exclusividade, para
fatura), que implica a elaboração de uma planilha mensal com evitar que sua conduta seja considerada omissa e ilícita, nos termos
indicação de todos os empregados terceirizados, a função exercida, e para os efeitos dos artigos 186 e 927, caput, do Código Civil,
os dias efetivamente trabalhados e eventuais horas extras alegar e comprovar, cabalmente, no curso da instrução processual,
prestadas, férias, licenças, faltas e ocorrências, na exigência de que que praticou todos esses atos administrativos detalhadamente
a empresa contratada apresente cópias das folhas de ponto dos estabelecidos nos apontados preceitos da Lei nº 8.666/93 e na
empregados, por ponto eletrônico ou por meio que não seja Instrução Normativa nº 2/2008, alterada pela Instrução Normativa nº
padronizado (nos termos da Súmula nº 338 do TST), devendo haver 3/2009, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
glosa da fatura, em caso de faltas ou de horas trabalhadas a menor; (MPOG), no sentido de fiscalizar, no curso e no encerramento
na mesma ocasião mensal, deverá ser exigida a apresentação, pelo daquele contrato administrativo, a plena observância dos direitos
contratado, dos comprovantes de pagamento dos salários, vales- trabalhistas do correspondente reclamante e de que, uma vez
transporte e, se houver, auxílio-alimentação dos empregados, constatado o seu inadimplemento, tomou todas as medidas e as
efetuando-se a retenção e o depósito do FGTS dos trabalhadores providências legalmente previstas para prevenir ou ressarcir o
terceirizados, caso tenha havido prévia autorização da empresa trabalhador terceirizado vítima daqueles atos ilícitos.
contratada, nos termos do edital e do contrato administrativo, ou Ressalta-se ser exclusivamente do ente público contratante o ônus
exigindo-se, alternativamente, a comprovação do recolhimento do de alegar e de demonstrar, completamente, em cada processo
FGTS, INSS e demais encargos sociais; c) a fiscalização diária, por trabalhista, que tomou todas as medidas e praticou todos os atos
meio da conferência, a cada dia, de quais empregados terceirizados previstos na Lei de Licitações e nas suas normas regulamentadoras
estão prestando serviços, em quais funções e se esses estão para evitar o inadimplemento das obrigações trabalhistas dele
cumprindo rigorosamente a jornada de trabalho, prevendo-se uma objeto, para assegurar a sua quitação por meio dos mecanismos
rotina para autorização de realização de horas extras por necessariamente previstos no contrato administrativo
terceirizados; d) a fiscalização especial, que implica a análise da correspondente (pelo uso da garantia patrimonial oferecida pelo
data-base da categoria dos empregados terceirizados, prevista na contratado e pela retenção dos valores a ele devidos, para
norma coletiva de trabalho a eles aplicável, para verificar o dia e o pagamento direto aos trabalhadores terceirizados de seus direitos
percentual nela previstos, bem como no controle das férias e trabalhistas) e para sancionar, na forma também nelas prevista,
licenças desses empregados e de suas eventuais estabilidades aquele empregador inadimplente - afinal, trata-se, aqui, de fato
provisórias." Por fim, para não deixar mais nenhuma dúvida sobre impeditivo da pretensão do autor de que a Administração Pública
constituir o inadimplemento das obrigações trabalhistas pelo seja condenada a responder, ainda que subsidiariamente, pelo
contratado, em relação a seus próprios empregados terceirizados pagamento daqueles direitos trabalhistas, nos termos dos artigos
para a Administração Pública, uma grave infração do contrato 373, inciso II, do CPC/2015 e 818 da CLT.
administrativo de prestação de serviços e ser a rigorosa fiscalização Ademais, também por direta aplicação do princípio da aptidão para
de seu cumprimento um dever essencial do ente público a prova, decisivo para estabelecer para qual parte, em determinado
contratante, os artigos 34, § 4º, e 34-A da IN nº 2/2008 impõem, de litígio judicial, deverá ser atribuído o onus probandi do fato
forma obrigatória, a rescisão unilateral do contrato de prestação de controvertido, não pode haver nenhuma dúvida de que esse
serviços, por iniciativa do ente público contratante, caso tenha sido encargo, em casos como este, só pode mesmo recair sobre a
por este constatado o descumprimento dos direitos trabalhistas pela Administração Pública demandada, que terá que demonstrar haver
empresa contratada e não tenha havido a regularização imediata da praticado todos os atos administrativos de fiscalização do
situação no prazo oferecido pela Administração: "Art. 34-A. O adimplemento, pelo empregador, de suas obrigações trabalhistas
descumprimento das obrigações trabalhistas ou a não manutenção referentes aos trabalhadores terceirizados.
das condições de habilitação pelo contratado deverá dar ensejo à Do contrário, a única alternativa para esse entendimento seria
rescisão contratual, sem prejuízo das demais sanções, sendo atribuir a cada trabalhador terceirizado, autor de sua demanda
vedada a retenção de pagamento se o contratado não incorrer em trabalhista, o pesado e praticamente impossível encargo de
demonstrar que o ente público para o qual prestou serviços não terceirizados.
praticou os atos fiscalizatórios a que estava obrigado por lei - prova Por maioria de votos (vencidos os Ministros Rosa Weber, Relatora
negativa e de natureza verdadeiramente "diabólica", de produção original, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Roberto Barroso e
praticamente impossível pela parte hipossuficiente. À falta dessa Edson Fachin) e nos termos do voto do Ministro Luiz Fux, Redator
demonstração de que esses atos de fiscalização foram mesmo do acórdão, fixou-se a seguinte tese de repercussão geral: "O
praticados, como era dever legal do ente público contratante, só se inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do
poderá concluir que este, por omissão voluntária, violou os direitos contratado não transfere automaticamente ao Poder Público
daqueles empregados terceirizados pelo contratado e lhes causou contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em
dano, pelo qual deve responder civilmente (ainda que de forma caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº
subsidiária), nesta Justiça do Trabalho, por sua manifesta culpa in 8.666/93".
vigilando. Embora da redação da tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal
Ao assim se decidir, é preciso advertir, com todas as letras, que não não se possa extrair o entendimento acerca da crucial questão
se estará responsabilizando a Administração Pública contratante controvertida sobre a quem cabe o ônus de comprovar se houve,
dos serviços terceirizados pelo mero inadimplemento das em cada caso concreto, a fiscalização do cumprimento das
obrigações trabalhistas devidas por aquele que com ela celebrou obrigações trabalhistas, a Corte Suprema reafirmou a necessidade
contrato administrativo de prestação de serviços contínuos, nem, de manifestação expressa das instâncias ordinárias sobre a
muito menos, negando-se vigência ao artigo 71, § 1º, da Lei nº existência, ou não, de conduta culposa da Administração Pública à
8.666/93 (o que ficou expressamente vedado pela decisão proferida luz das circunstâncias fáticas da causa, a possibilitar a pretendida
pelo Supremo Tribunal Federal na citada Ação Declaratória de condenação subsidiária.
Constitucionalidade (ADC) nº 16-DF). Diante das alegadas omissões sobre a variante interpretativa do
Tudo o até aqui afirmado, aliás, foi consagrado pelo Pleno do vocábulo "automaticamente" constante na tese de repercussão
Tribunal Superior do Trabalho ao revisar sua Súmula nº 331, em geral, sobre o sentido do termo "solidário", também expresso na
sessão extraordinária realizada em 24/5/2011 (decisão publicada no redação da tese e sobre a qual das partes cabe o ônus da prova da
Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho de 27/5/2011, fls. 14 e 15), existência, ou não, de comportamento culposo da Administração
atribuindo nova redação ao seu item IV e inserindo-lhe o novo item Pública, foram interpostos embargos de declaração pela União, pelo
V, nos seguintes e expressivos termos: Estado de São Paulo (amicus curiae) e pela ABRASF (amicus
"SÚMULA Nº 331. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. curiae).
LEGALIDADE. Por maioria de votos, vencidos os Ministros Luiz Fux (Relator),
(...) IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, o Supremo
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos Tribunal Federal rejeitou os três embargos de declaração, nos
serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da termos do voto do Ministro Edson Fachin, redator designado para o
relação processual e conste também do título executivo judicial. acórdão, oportunidade em que se consignou expressamente não ter
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta havido nenhuma omissão, contradição ou obscuridade.
respondem subsidiariamente nas mesmas condições do item IV, Em voto vencido, o Ministro Luiz Fux (Relator) defendeu
caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das posicionamento no sentido de dar provimento parcial aos embargos
obrigações da Lei nº 8.666, de 21.06.1993, especialmente na de declaração para esclarecer a tese de repercussão geral nos
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da seguintes termos: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos
prestadora de serviço como empregadora. A aludida empregados do contratado não transfere ao Poder Público
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, salvo, em
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente caráter subsidiário e excepcional, quando cabalmente comprovada
contratada." (destacou-se) conduta culposa da Administração causadora de dano ao
Diante da já reconhecida constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da empregado, vedada em qualquer hipótese a sua responsabilização
Lei nº 8.666/93, de eficácia erga omnes e efeito vinculante, a União solidária e a presunção de culpa, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei
insiste que a única interpretação viável à decisão proferida pela nº 8.666/93".
Suprema Corte no julgamento da ADC n° 16 seria a total exclusão Não obstante, prevaleceu o entendimento oposto de que não se
da responsabilidade do poder público contratante, independente de poderia então enfrentar, em embargos de declaração, questões não
qualquer modalidade de culpa, ao contrário do que sedimentou o definidas no julgamento do recurso principal, já que o Supremo
Tribunal Superior do Trabalho no item V da Súmula nº 331. Tribunal Federal, ao fixar a tese de repercussão geral, optou por
Manejou, então, recurso extraordinário, RE nº 760.931-DF, eleito uma redação minimalista, sem detalhar pormenores, a exemplo do
como processo representativo da controvérsia no Tema nº 246 de ônus da prova.
Repercussão Geral no Supremo Tribunal Federal, contra acórdão O Ministro Edson Fachin, redator então designado, ao rejeitar os
da Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho, da lavra deste embargos de declaração, limitou-se a reafirmar o entendimento de
Relator (Processo nº TST-AIRR-100700-72.2008.5.02.0373), em que "a responsabilidade não é automática, conforme preconizou o
que se manteve a responsabilidade subsidiária da Administração legislador infraconstitucional, no artigo 71, § 1º, da Lei de Licitações,
Pública, tomadora de serviços terceirizados, pelo inadimplemento mas não pode o poder público dela eximir-se quando não cumpriu o
das verbas trabalhistas em razão de sua culpa in vigilando, seu dever de primar pela legalidade estrita na escolha ou
caracterizada pela omissão em fiscalizar adequadamente o contrato fiscalização da empresa prestadora de serviços". (RE 760931-DF
de prestação de serviços. ED Relator: Min. Luiz Fux. Relator p/acórdão: Min. Edson Fachin.
Na ocasião do julgamento, os Ministros da Suprema Corte Tribunal Pleno. DJe-194 DIVULG 05-09-2019 PUBLIC 06-09-2019,
reafirmaram a constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da Lei nº destacou-se).
8.666/93, refutando a possibilidade de responsabilização subsidiária Conclui-se, portanto, que a tese aprovada no contexto da
automática da Administração Pública, tomadora dos serviços sistemática de repercussão geral não enfrentou a questão do ônus
da prova, restando vencidos o Ministro Luiz Fux e os três outros pertinente à fiscalização do cumprimento das obrigações
ministros que o acompanharam no julgamento dos embargos de trabalhistas. Recurso de Revista não conhecido." (RR-984-
declaração, e cujo posicionamento era, cumpre repetir, no sentido 40.2013.5.15.0113, 8ª Turma, Relatora Ministra Maria Cristina
de prestar esclarecimentos para expressamente definir a quem Irigoyen Peduzzi, DEJT 13/09/2019).
caberia tal encargo. "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº
Havendo prevalecido a esse respeito o voto do Ministro Edson 13.015/2014. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA
Fachin, no sentido de que a responsabilidade da Administração ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CONDUTA CULPOSA NA
Pública não é automática, mas continua sendo cabível entretanto se FISCALIZAÇÃO DO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES LEGAIS
evidenciada a sua conduta culposa no dever legal de fiscalizar, sem E CONTRATUAIS DA EMPRESA PRESTADORA DOS SERVIÇOS.
adentrar em outras particularidades, pode-se afirmar que, mesmo INCIDÊNCIA DO ITEM V DA SÚMULA N° 331 DO TST. Trata-se de
não tendo o trabalhador reclamante produzido prova que, pelos hipótese na qual o Tribunal Regional, mediante a valoração de fatos
fundamentos antes longamente expostos, teria natureza e provas, reconheceu a responsabilidade subsidiária da
verdadeiramente diabólica, a condenação do Estado pela omissão Administração Pública, na condição de tomadora dos serviços, por
culposa na contratação terceirizada, por tudo o que até aqui conduta omissiva na fiscalização do cumprimento das obrigações
também se expôs, absolutamente não ofende o que já decidiu a contratuais e legais previstas na Lei nº 8.666/93, e não, apenas,
Suprema Corte, pois o encargo fiscalizatório a esse respeito é, sim, pelo mero inadimplemento das obrigações trabalhistas a cargo da
do ente público contratante. empresa prestadora dos serviços, nos moldes da Súmula nº 331, V,
Por consequência, este Tribunal Superior do Trabalho, ao entender do TST e nos limites da decisão proferida pelo STF na ADC 16/DF.
que é do ente público o ônus da prova acerca das medidas Recurso de revista de que não se conhece." (RR-139-
fiscalizatórias empreendidas na contratação terceirizada, não está 25.2013.5.01.0007, 1ª Turma, Relator Ministro Walmir Oliveira da
descumprindo as referidas decisões do STF. Costa, DEJT 07/06/2019).
Exatamente no mesmo sentido já se manifestou o Supremo Tribunal Na hipótese dos autos, o Tribunal Regional expressamente
Federal, mesmo depois do acórdão originário proferido no Proc. consignou, no acórdão recorrido:
RE nº 760.931-DF, como representativo do Tema nº 246 de "Analisando-se os documentos juntados aos autos, nota-se que não
Repercussão Geral: houve fiscalização adequada, porquanto a 2ª reclamada (Município
"EMENTA AGRAVO INTERNO EM RECLAMAÇÃO. de Cariacica/ES) quedou-se em juntar documentos que
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO ENTE PÚBLICO. demonstrassem efetiva fiscalização da empresa quanto aos pleitos
DEVERES DE FISCALIZAÇÃO DO CUMPRIMENTO DAS da exordial.
OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS. DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA Ademais, os documentos nominados pela 2ª reclamada no PJE
PROVA. AUSÊNCIA DE AFRONTA À DECISÃO PROFERIDA NA como "comprovante de fiscalização 1" ao ID. 6748605, não
ADC 16. PRECEDENTES. 1. O registro da omissão da comprovam qualquer fiscalização porque se tratam de ofícios
Administração Pública quanto ao poder-dever de fiscalizar o solicitando a documentação referente ao contrato de prestação de
adimplemento, pela contratada, das obrigações legais que lhe serviços após o ajuizamento de três demandas trabalhistas, sendo
incumbiam - a caracterizar a culpa in vigilando -, ou da falta de uma delas a que ora se discute.
prova acerca do cumprimento dos deveres de fiscalização - de Não comprovando a efetiva fiscalização, incorreu em omissão
observância obrigatória -, não caracteriza afronta à ADC 16. 2. configuradora da culpa in vigilando.
Inviável o uso da reclamação para reexame de conjunto probatório. Portanto, restou patente a omissão da 2ª reclamada (Município de
Precedentes. 3. Agravo interno conhecido e não provido." (Rcl Aracruz/ES) em fiscalizar a empresa contratada, impondo-se o
26252 AgR/BA, Relatora Ministra ROSA WEBER, Primeira Turma, reconhecimento de que restou caracterizada a culpa da mesma, a
DJe 06/02/2019, grifou-se). qual autoriza sua responsabilização subsidiária, nos termos do item
Posicionamento também perfilhado pelos seguintes precedentes V, da súmula 331, do E. TST." (pág. 440, destacou-se)
desta Corte:
"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº Constata-se não haver, no acórdão regional, nenhuma referência ao
13.015/2014 - RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - fato de que o ente público demandado praticou os atos de
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA - ÔNUS DA fiscalização do cumprimento, pelo empregador contratado, das
PROVASÚMULA Nº 331, V E VI, DO TST. 1. O acórdão regional obrigações trabalhistas referentes aos trabalhadores terceirizados, o
está em harmonia com o entendimento firmado na Súmula nº 331, que era de seu exclusivo onus probandi e suficiente, por si só, para
itens V e VI, do TST, uma vez que a responsabilização subsidiária assentir a presença da conduta omissiva da Administração Pública,
do ente público decorreu do reconhecimento de conduta culposa na configuradora de sua culpa in vigilando.
fiscalização da empresa prestadora. 2. Quanto à alegação de violação do artigo 8º, da CLT, esta é
Compete à Administração Pública o ônus da prova quanto à impertinente à discussão dos autos, porquanto não se refere à
fiscalização, considerando que: (i) a existência de fiscalização do responsabilidade do ente público.
contrato é fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do No tocante à alegação de contrariedade à Súmula nº 363, do TST,
Reclamante; (ii) a obrigação de fiscalizar a execução do contrato verifica-se que o preceptivo não foi prequestionado, uma vez que a
decorre da lei (artigos 58, III, e 67 da Lei nº 8.666/93); e (iii) não se parte não interpôs embargos de declaração com vistas a requerer
pode exigir do trabalhador a prova de fato negativo ou que que a Corte regional se manifestasse acerca da questão.
apresente documentos aos quais não tenha acesso, em atenção ao Assim, não houve, por parte do Regional, adoção de tese explícita
princípio da aptidão para a prova. Julgados. 3. O E. STF, ao julgar o acerca da alegação, nem foi a Corte a quo instada a fazê-lo por
Tema nº 246 de Repercussão Geral - responsabilidade subsidiária meio de embargos de declaração, incidindo, portanto, o óbice da
da Administração Pública por encargos trabalhistas gerados pelo Súmula nº 297 deste Tribunal, ante a falta de prequestionamento da
inadimplemento de empresa prestadora de serviço, RE 760931 -, matéria Em relação às alegações de violação do artigo 71 da Lei
não fixou tese específica sobre a distribuição do ônus da prova 8.666/93 e contrariedade à decisão proferida pelo Supremo Tribunal
Federal no RE n° 760.931, essas não prosperam, pois o Além disso, após a decisão final acerca do Tema nº 246 de
entendimento extraído do julgado do Supremo Tribunal Federal é de repercussão geral, a Subseção I Especializada em Dissídios
que somente a demonstração de um comportamento culposo Individuais, órgão uniformizador de jurisprudência interna corporis,
permitiria a responsabilização da Administração Pública, não cuidou de pacificar a matéria no âmbito trabalhista, de forma a
havendo emissão de tese acerca da questão do ônus da prova pelo definir a quem cabe demonstrar a omissão fiscalizatória.
Supremo Tribunal Federal. Assim, este Tribunal Superior do Por oportuno, a SbDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho, em
Trabalho, ao entender que é do ente público o ônus da prova acerca 12/12/2019, no julgamento do Processo nº E-RR-925-
das medidas fiscalizatórias empreendidas na contratação 07.2016.5.05.0281, de relatoria do Ministro Cláudio Mascarenhas
terceirizada, não está descumprindo as referidas decisões do Brandão, em sua composição completa e por expressiva maioria,
Supremo Tribunal Federal. firmou posicionamento no sentido de que cabe ao ente público o
Não há que se falar em contrariedade à Súmula n° 331, item V do encargo de demonstrar a vigilância adequada no cumprimento das
TST, uma vez que ficou constatada a falta de fiscalização por parte obrigações trabalhistas pela empresa prestadora dos serviços (onze
do tomador de serviços. votos na defesa desse entendimento e três contra).
Por estar a decisão do Regional em consonância com a notória, Transcreve-se a elucidativa ementa do citado precedente:
reiterada e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho,
esgotada se encontra a função uniformizadora desta Corte, o que "RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA
afasta a possibilidade de eventual divergência jurisprudencial, ante REGIDO PELA LEI Nº 13.467/2017. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
a aplicação do teor da Súmula nº 333 do TST e do § 7º do artigo RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CONTRATO DE
896 da CLT. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LICITAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA
Diante do exposto, não conheço do recurso de revista" (págs. 582- PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 760.931.
610, destacou-se). REPERCUSSÃO GERAL. SÚMULA Nº 331, V, DO TST. RATIO
DECIDENDI. ÔNUS DA PROVA. No julgamento do RE nº 760.931,
O município reclamado alega, em suas razões de embargos, que "a o Supremo Tribunal Federal firmou a seguinte tese, com
decisão recorrida não assentou a existência de prova concreta da repercussão geral: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas
conduta culposa do Município" (pág. 614). dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao
Sustenta que "o entendimento da 8ª Turma que, no julgamento do Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento,
TSTARR- 100611-13.2017.5.01.0001, firmou a tese de que o ônus seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º,
da prova da conduta culposa da Administração Pública é do da Lei nº 8.666/93". O exame da ratio decidendi da mencionada
trabalhador, por se tratar de fato constitutivo do seu direito, sendo decisão revela, ainda, que a ausência sistemática de fiscalização,
que atribuir o ônus da prova ao ente público seria como quanto ao cumprimento das obrigações trabalhistas pela
responsabilizá-lo automaticamente, o que é vedado pela decisão prestadora, autoriza a responsabilização do ente público. Após o
proferida na ADC nº 16" (pág. 625). julgamento dos embargos de declaração e tendo sido
Indica contrariedade à Súmula no 331, item V, do TST. Cita arestos expressamente rejeitada a proposta de que fossem parcialmente
para cotejo de teses. acolhidos para se esclarecer que o ônus da prova desse fato
Ao exame. pertencia ao empregado, pode-se concluir que cabe a esta Corte
Discute-se a possibilidade de atribuição de responsabilidade Superior a definição da matéria, diante de sua natureza
subsidiária a entes públicos por dívidas trabalhistas surgidas em eminentemente infraconstitucional. Por esse fundamento e com
contratos de terceirização de serviços. base no Princípio da Aptidão da Prova, é do ente público o encargo
A Segunda Turma reiterou o posicionamento do Regional, de que é de demonstrar que atendeu às exigências legais de
da Administração Pública o encargo de comprovar a efetiva acompanhamento do cumprimento das obrigações trabalhistas pela
fiscalização do contrato celebrado com a prestadora de serviços. prestadora de serviços. No caso, o Tribunal Regional consignou que
No julgamento do Recurso Extraordinário nº 760.931-DF, em debate os documentos juntados aos autos pelo ente público são
representativo do Tema nº 246 de repercussão geral reconhecida, o insuficientes à prova de que houve diligência no cumprimento do
Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese de repercussão dever de fiscalização, relativamente ao adimplemento das
geral: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos obrigações trabalhistas da empresa terceirizada. Ou seja, não se
empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder desincumbiu do ônus que lhe cabia. A Egrégia Turma, por sua vez,
Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja atribuiu ao trabalhador o ônus da prova, razão pela qual merece
em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da reforma a decisão embargada, a fim de restabelecer o acórdão
Lei nº 8.666/93". regional. Recurso de embargos conhecido e provido." (E-RR- 925-
Provocado, por meio de embargos de declaração da União e de 07.2016.5.05.0281, Subseção I Especializada em Dissídios
dois amici curiae, a se manifestar sobre a qual parte cabe o ônus da Individuais, Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado
prova referente à ocorrência, ou não, da efetiva fiscalização da em 12/12/2019, acórdão pendente de publicação).
contratação terceirizada, prevaleceu então o entendimento, naquela
Corte Suprema, de que não se poderia enfrentar, em embargos de Logo, inviável o processamento do recurso de embargos, nos
declaração, questões não definidas no julgamento do recurso termos do artigo 894, § 2º, da CLT.
principal, já que o Supremo Tribunal Federal, ao fixar a tese de
repercussão geral, optou por uma redação minimalista. CONCLUSÃO
Por consequência, este Tribunal Superior do Trabalho, ao entender
que é do ente público o ônus da prova acerca das medidas DENEGO seguimento ao recurso de embargos, com fundamento
fiscalizatórias exigidas pela Lei nº 8.666/93 nos casos de nos artigos 93, inciso VIII, do Regimento Interno do Tribunal
contratação terceirizada, não está descumprindo as referidas Superior do Trabalho e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
decisões do STF. Publique-se.
Brasília, 02 de março de 2020. implicaria admitir que esta Subseção viesse a desempenhar função
revisora das decisões das Turmas do TST em que se negou
provimento a agravo de instrumento, quando, a partir da edição e
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) vigência da Lei nº 11.496/2007, que deu nova redação ao artigo
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA 894, inciso II, da CLT, passou ela a desempenhar, exclusivamente,
Ministro Presidente da Segunda Turma função uniformizadora do entendimento das Turmas desta Corte.
Como se observa, a hipótese dos autos não se enquadra em
Processo Nº E-AIRR-0010535-18.2016.5.15.0120 nenhuma das exceções previstas na Súmula nº 353 do TST à regra
Complemento Processo Eletrônico geral de não cabimento de embargos de decisão de Turma
Relator Relator do processo não cadastrado proferida em agravo de instrumento.
Embargante DOUGLAS WILLIAN FERREIRA DE
SOUSA
CONCLUSÃO
Advogado Dr. Celso Aparecido Santana(OAB:
267619/SP)
Embargado ANALIA DA SILVA CONSTRUTORA - DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos
ME 93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014.
Advogada Dra. Roberta Magrin Ravagnani(OAB: Publique-se.
278847/SP)
Brasília, 20 de fevereiro de 2020.
Embargado MUNICÍPIO DE GUARIBA
Procurador Dr. Flavio de Carvalho Abimussi
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do Preparo: regular (depósito recursal, pág. 1.081; custas, pág. 707).
recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada Assim, estão atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade
originariamente pela Turma no julgamento do agravo; do recurso.
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento;
e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538, PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS
parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC. EMBARGOS
f) contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de
decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1ºA, do CORRESPONDENTE BANCÁRIO. FRAUDE. ENQUADRAMENTO
CPC". DA TRABALHADORA NA CATEGORIA PROFISSIONAL DOS
BANCÁRIOS. SÚMULA 126/TST
O verbete sumular transcrito é, nitidamente, obstáculo ao
conhecimento e ao exame destes embargos, haja vista que, na A Segunda Turma não conheceu do recurso de revista da primeira
decisão recorrida, houve a análise do mérito do agravo de reclamada, Potencial Serviços Terceirizados Ltda., alicerçando-se
instrumento, ou seja, dos argumentos que objetivavam o nos seguintes fundamentos:
processamento do recurso de revista.
Assim, corroborar a assertiva lançada nas razões do embargante
implicaria admitir que esta Subseção viesse a desempenhar função "Ao analisar o recurso ordinário da reclamada quanto ao tema em
revisora das decisões das Turmas do TST em que se negou destaque, o TRT assim decidiu:
provimento a agravo de instrumento, quando, a partir da edição e
vigência da Lei nº 11.496/2007, que deu nova redação ao artigo A reclamante foi contratada como Operadora de Caixa pela primeira
894, inciso II, da CLT, passou ela a desempenhar, exclusivamente, reclamada, POTENCIAL SERVIÇOS TERCEIRIZADOS LTDA, em
função uniformizadora do entendimento das Turmas desta Corte. 08/03/2010, tendo sido dispensada em 11/07/2011. Ao fundamento
Como se observa, a hipótese dos autos não se enquadra em de que os serviços prestados sempre estiveram inseridos na
nenhuma das exceções previstas na Súmula nº 353 do TST à regra atividade-fim do segundo reclamado, BANCO DO BRASIL S.A., a
geral de não cabimento de embargos de decisão de Turma reclamante requereu, com base no princípio da isonomia, o
proferida em agravo de instrumento. pagamento das vantagens asseguradas à categoria profissional dos
bancários. Pleiteou, ainda, a condenação subsidiária do terceiro réu.
CONCLUSÃO O Juízo de origem deferiu parcialmente o pleito e reconheceu a
responsabilidade subsidiária do banco reclamado pelas verbas
DENEGO seguimento aos embargos, com fundamento nos artigos deferidas.
93, inciso VIII, do RITST e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014. A primeira reclamada insurge-se contra a decisão. Alega a licitude
Publique-se. da terceirização, insistindo que a reclamante exercia funções
Brasília, 02 de março de 2020. ligadas a atividade meio do banco: Requer a exclusão dos
benefícios atinentes à categoria bancária: diferenças salariais,
auxílio alimentação e cesta alimentação e jornada semanal de 30
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) horas.
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA Consta dos autos que a primeira reclamada (POTENCIAL
Ministro Presidente da Segunda Turma SERVIÇOS TERCEIRIZADOS S.A.) firmou com o BANCO DO
BRASIL contrato para prestação de serviç6s (f. 467/493) como
Processo Nº E-ARR-0002228-11.2011.5.03.0015 correspondente, ajustando a execução e processamento de
Complemento Processo Eletrônico transações nos seguintes moldes (f. 467): (...) A reclamante
Relator Relator do processo não cadastrado confirmou em depoimento: "( ... )que em cada loja trabalhavam duas
Embargante POTENCIAL LOTERIAS LTDA pessoas, uma caixa e urna gerente, e lá procediam ao pagamento
Advogado Dr. Katia Madeira Kliauga Blaha(OAB: de boletos de outros bancos, contas de água, luz e telefone, 'INSS,
126807-A/SP)
pagava saques ao Banco do Brasil, faziam depósitos, recargas de
Embargado BANCO DO BRASIL S.A.
telefones celulares; que, além disso, comparecia nas agências,
Advogado Dr. Marcos Caldas Martins
Chagas(OAB: 56526-A/MG) pegava malotes contendo contas para pagamento, levava para a
Embargado ANDRESA GRAZIELLE SAUSMIKAT loja e procedia aos pagamentos; (...) Não resta dúvida, portanto, de
Advogada Dra. Tânia de Fátima Rocha que as atribuições da reclamante estavam relacionadas com a
Clemente(OAB: 42536/MG) atividade fim do terceiro reclamado.
A execução pela autora, de forma exclusiva, de tarefas ligadas à
Intimado(s)/Citado(s): atividade-fim do BANCO DO BRASIL S.A. caracteriza a fraude na
- ANDRESA GRAZIELLE SAUSMIKAT contratação. A situação descrita atrai a incidência do art. 90 da CLT,
- BANCO DO BRASIL S.A. segundo o qual "serão nulos de pleno direito os atos praticados com
- POTENCIAL LOTERIAS LTDA o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos
preceitos contidos na pres.ente Consolidação".
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE DOS No mesmo sentido dispõe o inciso 1 da Súmula 331 do TST: (...)
EMBARGOS Registre-se, ainda, que os termos do artigo 1º da Resolução 3.110
do Banco Central do Brasil não têm aplicabilidade no âmbito jus
Tempestividade: recurso tempestivo (decisão embargada publicada laboral.
em 29/6/2018; embargos interpostos em 8/8/2018). Entendimento em sentido contrário implicaria ofensa à orientação
Representação processual: regular (procuração, págs. 1.080). contida na Constituição Federal, que coloca o trabalho corno um
dos fundamentos do Estado Democrático de Direito. requer a aplicação da Súmula 55/TST ao presente caso.
Por todas essas razões, considero ilícita a contratação da autora Aponta violação dos artigos 5º, II, 37, caput, II e § 2º, 97 e 170, IV,
por empresa interposta, pois ela executava, efetivamente, da Constituição Federal; 8º, 224 e 511, caput e § 1º, da CLT; e 17
atividades relacionadas aos fins normais do banco tomador. da Lei 4.595/1964; 3º da LINDB. Indica contrariedade às Súmulas
Em observância ao princípio da isonomia consagrado pela CR/88 331, III, 363 e 374 do TST; às OJs 379 e 383 da SBDI-1, e à
(art. 5º, caput, do art. 7º, XXX) e pelo art. 460 da CLT, o fato de não Súmula Vinculante 10 do STF. Transcreve arestos.
ser possível a declaração do vínculo empregatício entre as partes (o Examino.
que, frise-se, sequer foi postulado) não impede o reconhecimento À luz dos fatos e provas constantes dos autos, o Tribunal de origem
do direito da autora às mesmas vantagens percebidas pelos concluiu que a autora realizava a atividade-fim do banco reclamado,
empregados da tomadora, uma vez que prestavam os mesmos veja-se:
serviços, em idênticas condições. Aplica-se, por analogia, o
disposto no art. 12 da Lei 6.019/74, pois, se o trabalhador "Não resta dúvida, portanto, de que as atribuições da reclamante
temporário tem assegurado, de forma expressa, o tratamento estavam relacionadas com a atividade fim do terceiro reclamado.
isonômico, não há como negar tal proteção a reclamante, que A execução pela autora, de forma exclusiva, de tarefas ligadas à
prestou serviços, para a mesma tomadora, de forma terceirizada. atividade-fim do BANCO DO BRASIL S.A. caracteriza a fraude na
Não há que se falar, por essa razão, em ofensa ao disposto no art. contratação. A situação descrita atrai a incidência do art. 90 da CLT,
37, II, da CF/88, visto que não se reconhece aqui o vínculo de segundo o qual "serão nulos de pleno direito os atos praticados com
emprego com o Banco do Brasil, deferindo-se, apenas, a isonomia o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos
entre a reclamante e os empregados dessa empresa. preceitos contidos na presente Consolidação".
Confira, a propósito, o teor da OJ 383 da SDI-1 do TST: (...) A [...] Por todas essas razões, considero ilícita a contratação da autora
extensão dos direitos da categoria bancária à autora não fere o por empresa interposta, pois ela executava, efetivamente,
disposto ria OJ 379 da SDI-1 do TST, pois esta trata de atividades relacionadas aos fins normais do banco tomador".
cooperativas de crédito, hipótese diversa dos autos. Tampouco se
vislumbra violação a dispositivo legal ou entendimento sumulado, Nesse contexto, eventual provimento ao recurso de revista da
pois nos termos do artigo 581, §2º, da CLT, a atividade econômica reclamada para se reconhecer a licitude da terceirização, e
preponderante do empregador define qual categoria profissional a consequentemente afastar da condenação a incidência das normas
que pertence o trabalhador (artigo 511 da CLT) e, e benefícios da categoria dos bancários, demandaria revolvimento
consequentemente, quais instrumentos normativos regem seu de fatos e provas, o que é vedado pela Súmula 126/TST.
contrato de trabalho. Logo, uma vez constatada a fraude praticada A propósito, cito precedentes nos quais também incidiu o óbice da
(art. 9° CLT) e sendo o banco reclamado o real beneficiário dos Súmula 126/TST a casos análogos:
serviços da reclamante, aplicam-se à obreira os instrumentos
normativos da categoria dos bancários por força do princípio da RECURSO DE REVISTA. [...] TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA.
isonomia, como já demonstrado acima, sendo devidos a ela os CONTRATAÇÃO POR EMPRESA INTERPOSTA. ATIVIDADE-FIM.
benefícios trabalhistas ali estabelecidos, inclusive no que tange à VÍNCULO DIRETAMENTE COMO O TOMADOR DOS SERVIÇOS.
jornada de trabalho (art. 224 da CLT). .Com efeito, a intermediação Ficou evidenciado no acórdão recorrido que a autora foi contratada
fraudulenta de mão-de-obra, atenta 'contra o princípio isonômico pela EKT Lojas de Departamento LTDA., para prestar serviços
constitucional, assegurando à reclamante o mesmo patamar dos intimamente ligados à atividade-fim do Banco Azteca S.A., em nítida
direitos da aludida categoria profissional. Logo, são devidos todos fraude à legislação trabalhista, e que os réus não se
os direitos' da categoria profissional, inclusive no que tange à desvencilharam do ônus de provar a prestação de serviços pela
jornada de trabalho especial de 6 horas diárias, piso salarial dos EKT Lojas de Departamento Ltda., nos moldes do contrato de
bancários, auxílio refeição e auxílio cesta alimentação. correspondente bancário, tampouco que as atividades exercidas
Ressalto que o 'Juízo de origem, ao deferir as diferenças salariais pela autora não são tipicamente bancárias. Nessa linha, manteve o
com base nas cláusulas 2ª e 3ª dos CCT já determinou que fossem reconhecimento do vínculo empregatício diretamente entre a autora
observados a elevação salarial e o salário de ingresso pago nos e o Banco Asteca, com a consequente aplicação da jornada
primeiros 90 dias (f. 532). reduzida do art. 224 da CLT e a extensão das normas coletivas
Acresço, ainda, que não se trata de contratação pelo Banco do específicas dos bancários. Para tanto, declarou, dentre outras, as
Brasil S.A, sem a devida realização de concurso público, motivo seguintes premissas fáticas insuscetíveis de reexame nesta fase
pelo qual não incide o entendimento contido na Súmula n. 363 do c. processual, por força da Súmula 126/TST: que a "EKT atua como
TST. longa manus do Banco Azteca, integrando, ambos, o mesmo grupo
Nada a prover." econômico, evidente a burla à legislação trabalhista de contratação
de empregados por intermédio daquela, para atuar em proveito da
A reclamada (Potencial Loterias LTDA) sustenta que a reclamante instituição financeira"; e que "o grupo econômico resta evidenciado
não realizava serviços exclusivos dos bancários, o que impossibilita tanto pela identidade das atividades desenvolvidas pelas empresas,
a concessão dos benefícios da referida categoria previstos em mas também pelo fato de coordenarem suas atividades de modo a
CCTs e a adoção da jornada do artigo 224 da CLT. repartirem sua atuação na área de financiamento e investimento."
Aduz que "as atividades exercidas por correspondentes no País, Nessa esteira, concluiu a Corte Regional que o quadro fático dos
como é o caso da Recorrente e também do Banco Postal (Acórdão autos situa a demanda em contexto de terceirização ilícita de
Paradigma), não são atividades típicas bancárias, pois não serviços, consubstanciada na contratação do autor, por empresa
constituem o cerne da atividade bancária, ou seja, a atividade-fim interposta, para prestar serviços intimamente ligados à atividade-fim
dos bancos, que é, por sua vez, a intermediação financeira lato do tomador de serviços, em fraude à legislação trabalhista, incidindo
sensu, prevista no art. 17 da Lei 4.595/1964". o item I da Súmula n° 331 do c. TST. Logo, a decisão regional
Sucessivamente, caso se entenda pela ilicitude da terceirização, harmoniza-se com a jurisprudência sedimentada pelo c. TST,
incidindo como óbices ao conhecimento do recurso de revista a SERVIÇOS. BANCO DO BRASIL. PRINCÍPIO DA ISONOMIA.
Súmula nº 126/TST e o art. 896, § 4º, da CLT. Recurso de revista Muito embora a Súmula 55 desta Corte equipare as financeiras aos
não conhecido. [...] (RR - 301-96.2010.5.06.0003 , Relator Ministro: estabelecimentos bancários exclusivamente para fins de duração da
Alexandre de Souza Agra Belmonte, Data de Julgamento: jornada de trabalho, não estendendo aos empregados das
25/10/2017, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 27/10/2017) financeiras os benefícios previstos nas normas coletivas próprias da
categoria dos bancários, no caso dos autos foi descaracterizada a
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. atividade de correspondente bancário, pois restou consignado no
RECLAMADO. BANCO DO BRASIL. LEI Nº 13.015/2014. acórdão do Tribunal Regional que "a MULTIPAG, consoante se
CORRESPONDENTE BANCÁRIO. PECULIARIDADE DO CASO verifica do contrato de fls. 228/245, executava atividades
CONCRETO. 1 - Atendidas as exigências do art. 896, § 1º-A, da eminentemente bancárias, como recebimentos de convênios e
CLT. 2 - Em princípio, a contratação de correspondente bancário boletos de cobrança; recebimentos e pagamentos relativos a contas
configura terceirização lícita dos serviços, autorizada pelo Banco de poupança, de depósitos à vista e a prazo; recebimentos,
Central do Brasil - BACEN (Resolução nº 3110/2003). A regra pagamentos e outras atividades decorrentes de convênios de
inserta no inciso VIII do art. 1° da mencionada Resolução prestação de serviços; análise de crédito; execução de ordens de
expressamente autoriza os bancos comerciais a contratar pagamento, entre outros" e que "o preposto da primeira reclamada
empresas, integrantes ou não do Sistema Financeiro Nacional, para declarou ' que o reclamante trabalhava como operador de caixa,
o desempenho das funções de correspondente no País, com vistas cujas tarefas eram basicamente autenticar documentos bancários,
à prestação dos serviços de "recepção e encaminhamento de como depósitos, saques, recebimento de títulos bancários, faturas
pedidos de empréstimos e de financiamentos", "análise de crédito e de energia, água, telefone, IPTU; que o reclamante não concedia
cadastro", "execução de serviços de cobrança", dentre outros. 3 - empréstimos; que o reclamante acessava o sistema do Banco do
Para que seja reconhecida a nulidade da contratação com a Brasil apenas para realização de saques, depósitos e consultas de
empresa terceirizada e o consequente reconhecimento do vínculo saldo' . O preposto confirma, portanto, que o reclamante laborava
com o banco, é necessário que haja prova da subordinação jurídica em atividades típicas de caixa bancário, recebendo depósitos e
em face do Banco e/ou a prática de atividades que extrapolem a fazendo saques para clientes da segunda reclamada, além de
função própria do correspondente bancário. 4 - No caso concreto, o receber faturas e boletos bancários. Fica claro pelo depoimento,
TRT constatou a fraude na terceirização de mão-de-obra, também, que o reclamante acessava o sistema do Banco do Brasil,
registrando os seguintes fundamentos: "a reclamante foi contratada para a realização de saques, depósitos de consultas de saldo.
pela MULTIPAG para exercer o cargo de Gerente, sendo sua Evidente que o trabalho desempenhado pelo reclamante, atendendo
função alterada no decorrer do contrato de trabalho para Gerente correntistas do Banco Popular do Brasil e do Banco do Brasil, se
Regional, sendo suas tarefas tipicamente bancárias e inseridas na aproxima sobremaneira daquele que é executado pelos próprios
atividade-fim do tomador de serviços. No caso específico dos autos, caixas bancários destas instituições financeiras, ainda que
porém, não é possível a formação de vínculo diretamente com o presentes algumas limitações". Dessa forma, a situação dos autos
tomador de serviços, sociedade de economia mista, em face da mais se assemelha à terceirização de atividade-fim do Banco do
vedação contida no art. 37, II, da Constituição Federal. Assim, deve Brasil, razão pela qual entendo que, pelo princípio da isonomia, é
a reclamante ser enquadrada na categoria dos bancários, devido o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas
considerando que o MULTIPAG, seu empregador dedicava-se à trabalhistas legais e normativas asseguradas àqueles contratados
prestação de serviços na atividade-fim do Banco do Brasil". Nesse pelo tomador dos serviços, desde que presente a igualdade de
particular, não há como se chegar a conclusão contrária nesta funções, nos termos da Orientação Jurisprudencial 383 da SBDI-1
instância extraordinária, nos termos da Súmula nº 126 do TST, a do TST. Recurso de revista não conhecido. [...] (RR - 1353-
qual veda o reexame de fatos e provas em julgamento de recurso 90.2011.5.05.0013 , Relatora Ministra: Delaíde Miranda Arantes,
de revista. 5 - A hipótese atrairia a incidência da Súmula nº 331, I, Data de Julgamento: 19/08/2015, 2ª Turma, Data de Publicação:
do TST. Não obstante, o reconhecimento do vínculo direto com o DEJT 11/09/2015)
tomadora de serviços, em razão da ilicitude da terceirização, Assim, restam incólumes os dispositivos constitucionais, legais e
encontra óbice na vedação constitucional insculpida no art. 37, II, da jurisprudenciais indicados. Os precedentes transcritos, por sua vez,
CF, por se tratar de sociedade de economia mista integrante da mostram-se inespecíficos, uma vez que partem de premissas fáticas
Administração Pública Indireta. Contudo, esse fato não impede o diversas das consignadas nestes autos (Súmula 296/TST).
reconhecimento das parcelas trabalhistas devidas, decorrentes de Por fim, em relação ao pedido sucessivo, também se aplica a
lei ou da aplicação das normas coletivas subscritas pela tomadora vedação da Súmula 126/TST. Ora, havendo o registro de que a
de serviços, em observância ao princípio da isonomia, conforme empregada realiza tarefas típicas de trabalhador bancário, não há
registrado na decisão recorrida, por força do entendimento como se aplicar a Súmula 55/TST à hipótese, devendo ser
consagrado na OJ nº 383 da SDI-1 do TST. 6 - Há julgados sobre a garantidas todas as vantagens e direitos da categoria em questão, e
matéria, inclusive da Sexta Turma do TST. 7 - Agravo de não apenas a jornada de trabalho prevista pelo artigo 224 da CLT.
instrumento a que se nega provimento. (AIRR - 130449- Nesse contexto, não conheço do recurso de revista" (págs. 1.019-
61.2015.5.13.0025 , Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, 1.025, destacou-se).
Data de Julgamento: 14/12/2016, 6ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 19/12/2016) Nas razões de embargos, a primeira reclamada insurge-se contra o
enquadramento da autora como bancária.
I - RECURSO DE REVISTA DA MULTIPAG. 1 - NORMAS Defende a inaplicabilidade da Súmula nº 126 do TST, ao argumento
COLETIVAS DA CATEGORIA PROFISSIONAL DOS BANCÁRIOS. de que a decisão embargada não considerou que, embora o
APLICABILIDADE. CORRESPONDENTE BANCÁRIO. Regional tenha concluído que as atividades desempenhadas pela
DESCARACTERIZAÇÃO. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS obreira eram típicas de bancário, consignou expressamente quais
RELACIONADOS À ATIVIDADE-FIM DA TOMADORA DE eram suas atividades, o que viabilizaria o conhecimento do recurso.
Reitera que a Turma deixou de observar o conteúdo fático descrito Ministro Presidente da Segunda Turma
no acórdão regional, bem como que a matéria, para ser dirimida no
âmbito desta esfera recursal de natureza extraordinária, não PETIÇÃO TST-PET-285819/2019-7 [eDOC: 17780076]
necessitaria de reexame da valoração do conteúdo fático- Requerente: A&C CENTRO DE CONTATOS S.A.
probatório. Advogado: Dr. João Luiz Juntolli (69339/MG)
Aduz que a decisão turmária diverge da de outras proferidas por
Turmas desta Corte superior, em que se discutiu controvérsia (Ref. Processo RR - 2077-60.2011.5.03.0107 )
idêntica à questão dos autos, inclusive com a descrição das Recorrido(s): A&C CENTRO DE CONTATOS S.A.
mesmas atividades desempenhadas pela reclamante, onde se Advogado: Dr. João Luiz Juntolli(69339/MG)
concluiu pelo enquadramento daqueles empregados como Recorrido(s): TIM CELULAR S.A.
correspondentes bancários, julgando-se improcedentes os pedidos Advogado: Dr. Fábio Lopes Vilela Berbel(139418/RJ-A)
decorrentes das normas coletivas da categoria dos bancários. Recorrente(s): MARIA ELIZA DE OLIVEIRA PINTO
Indica má-aplicação da Súmula nº 126 do TST. Cita arestos para Advogado: Dr. Pedro Figueiredo Rocha(123880/MG)
cotejo de teses.
Ao exame.
Conforme se observa, a Turma aplicou o teor da Súmula nº 126 do
TST, para negar a pretensão da primeira reclamada (Potencial DESPACHO
Loterias Ltda.), no sentido de se reconhecer que as atividades
exercidas pela autora não seriam tipicamente bancárias, já que se
circunscrevem à tarefas autorizadas pelo Banco Central a serem
prestadas por correspondentes bancários. A Reclamada A&C CENTRO DE CONTATOS S.A., por meio da
Nesse contexto, o julgado transcrito às págs. 1.041-1.043 (inteiro Petição nº 285819/2019-7, protocolada em 18/11/2019 (Ref.
teor colacionado às págs. 1.094-1.101), oriundo da 4ª Turma desta Processo- RR-2077-60.2011.5.03.0107), requer seja retratada a
Corte, Processo n° RR-2098-37.2011.5.03.0139, publicado no DEJT decisão proferida pela Segunda Turma desta Corte às fls. 329-417
em 14/2/2014, configura a divergência jurisprudencial, pois, em face do entendimento mais recente firmado no âmbito do
analisando controvérsia semelhante à dos autos, no que tange ao excelso Supremo Tribunal Federal quanto ao tema "Terceirização.
pedido de enquadramento como bancário de empregado Licitude. Empresas de Telecomunicações".
terceirizado, contratado para exercer as mesmas atividades
operacionais descritas no acórdão embargado no âmbito do Banco Ocorre que, tendo a publicação do referido acórdão no DEJT
do Brasil, decidiu-se pela licitude da terceirização perpetrada. ocorrido em 26/09/2014, e certificada a não interposição de recurso
Eis o teor da ementa e fundamentos da decisão mencionada: até 13/10/2014, os autos baixaram ao Tribunal de origem.
"RECURSO DE REVISTA DA POTENCIAL CRED SERVIÇOS E Assim, o pedido ora apresentado revela-se intempestivo e incabível
TELEFONIA LTDA. CONTRATAÇÃO DE CORRESPONDENTE na espécie..
BANCÁRIO. ATIVIDADES OPERACIONAIS. Considerando que os
serviços prestados pela empresa contratada, como correspondente Nada há a deferir , portanto.
bancário, estão inseridos entre os permitidos na regulamentação
editada pelo Banco Central do Brasil e não se confundem, no seu Publique-se.
caráter adicional, complementar e acessório, com as atividades
privativas das instituições financeiras; e, enquadrando-se as Após, arquive-se o presente expediente.
atividades desempenhadas pela Reclamante entre as contratadas,
não há se falar em exercício de atividades tipicamente bancárias,
em ilicitude da pactuação havida entre as partes demandadas, Brasília, 3 de março de 2020.
tampouco em isonomia da Autora com os empregados do tomador
dos serviços. Recurso de Revista parcialmente conhecido e provido. Firmado por assinatura digital (Lei 11.419/2006)
RECURSO DE REVISTA DO BANCO DO BRASIL. Prejudicada a
análise do apelo em face do provimento do Recurso de Revista da JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA
primeira Reclamada Potencial Cred Serviços e Telefonia Ltda. Ministro Relator
Recursos de Revista não conhecidos.
DESPACHO
Pondera-se, por fim, que a intimação pelo DEJT não resulta em
dificuldades operacionais aos referidos entes, porquanto esta
sempre foi adotada, como regra, para a comunicação dos atos
O Agravante, por meio da Petição nº 293309/2019-0, protocolada processuais, antes da vigência do CPC/2015.
em 25/11/2019 (Ref. Processo- RR-458-15.2018.5.13.0029),
interpõe “AGRAVO INTERNO” contra a respeitável decisão Dessa forma, indefiro o pedido de devolução do prazo ao
monocrática publicada no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho requerido e por conseguinte, denego seguimento ao Agravo Interno
em 28/6/2019. ora interposto, por intempestivo.
Com efeito, o CPC/2015 estendeu a toda a Administração Direta, O Agravante, por meio da Petição nº 284767/2019-0, protocolada
englobando os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, além de em 12/11/2019 (Ref. Processo- RR-11-48.2018.5.13.0022), interpõe
suas autarquias e fundações públicas, a prerrogativa de intimação “AGRAVO INTERNO” contra a respeitável decisão monocrática
pessoal dos atos processuais nos processos judiciais em que sejam publicada no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho em 6/9/2019.
parte ou interveniente.
Na petição, o município reclamado alega que não foi intimado
Ante essa previsão, o CNJ editou a Resolução 234, de 13/6/2016, pessoalmente da decisão unipessoal prolatada pelo Exmo. Ministro
instituindo a Plataforma de Comunicações Processuais que, visando José Roberto Freire Pimenta, fls. 200-211, que “deu provimento ao
à comunicação dos atos processuais no âmbito do Poder Judiciário, recurso de revista da autora para, reconhecendo a invalidade da
preveniu a necessidade de requisitos técnicos mínimos exigidos transmudação automática do regime celetista para o regime
para o seu funcionamento. estatutário, declarar a competência da Justiça do Trabalho para
apreciar e julgar o presente feito; e para determinar o retorno dos
Por sua vez, o TST, mediante a Resolução 388, de 28/8/2018, autos ao Tribunal de origem, a fim de que prossiga no exame do
regulamentou o uso do Sistema Malote Digital para “as citações e recurso ordinário interposto pela parte, como entender de direito”.
as intimações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Requer, assim, a devolução do prazo para manifestação, não
Municípios, bem como de suas respectivas autarquias e fundações obstante o trânsito em julgado certificado em 18/10/2019.
de direito público, e das partes representadas pela Defensoria
Pública”. Nesse sentido, determinou credenciamento, no prazo de Aduz que “Para fins de contagem de prazo da Fazenda Pública nos
30 dias a contar da publicação do referido Ato, para possibilitar as processos que tramitam em autos eletrônicos, não se considera
intimações na forma pessoal. como intimação pessoal a publicação pelo Diário da Justiça
Eletrônico” (fl. 3). Indica violação dos arts. 8º, 11, 183, 189 e 205, §
Registre-se que o município recorrido, até a presente data, ainda 3º, do CPC/2015; 5º, LV, e 93, IX, da CF; 4º, § 2º, da Lei nº
não realizou o credenciamento junto à Presidência desta Corte, 11.419/2016 e 401 do Enunciado do Fórum Permanente de
procedimento imprescindível para fins de observância do Processualistas Civis, além da Resolução 185/2013 do Conselho
CPC/2015, quanto à intimação pessoal.
Dessa forma, indefiro o pedido de devolução do prazo ao Com efeito, o CPC/2015 estendeu a toda a Administração Direta,
requerido e por conseguinte, denego seguimento ao Agravo Interno englobando os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, além de
ora interposto, por intempestivo. suas autarquias e fundações públicas, a prerrogativa de intimação
pessoal dos atos processuais nos processos judiciais em que sejam
Publique-se. parte ou interveniente.
Após, arquive-se o presente expediente. Ante essa previsão, o CNJ editou a Resolução 234, de 13/06/2016,
instituindo a Plataforma de Comunicações Processuais que, visando
à comunicação dos atos processuais no âmbito do Poder Judiciário,
Brasília, 3 de março de 2020. preveniu a necessidade de requisitos técnicos mínimos exigidos
para o seu funcionamento.
Firmado por assinatura digital (Lei 11.419/2006)
Por sua vez, o TST, mediante a Resolução 388, de 28/8/2018,
JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA regulamentou o uso do Sistema Malote Digital para “as citações e
Ministro Relator as intimações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como de suas respectivas autarquias e fundações
PETIÇÃO TST-PET-248480/2019-4 [eDOC: 17727939] de direito público, e das partes representadas pela Defensoria
Requerente: MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA Pública”. Nesse sentido, determinou credenciamento, no prazo de
Procurador: Dr. Aderaldo Cavalcante da Silva Júnior 30 dias a contar da publicação do referido Ato, para possibilitar as
intimações na forma pessoal.
Complemento Processo Eletrônico Foi arguida a nulidade desse auto de infração, que não foi lavrado in
Relator Min. Mauricio Godinho Delgado loco e tampouco foi observado o prazo legal previsto no parágrafo
Agravante UNIÃO (PGFN) único do art. 24 do Decreto nº 4.552/2002. Não bastasse, o auto
Procurador Dr. José Péricles Pereira de Sousa "encontra-se completamente desprovido de fundamentação", visto
Procurador Dr. Alexandre Juocys que não foi observado "o contexto fático que envolve a matéria,
Agravado SCHNEIDER ELECTRIC BRASIL afinal não apreciada a questão da existência de Termo de Ajuste de
LTDA.
Conduta e da intencionalidade e esforços da Recorrente para dar
Advogado Dr. Rodrigo Seizo Takano(OAB:
162343/SP) cumprimento à legislação no caso". No mérito, "desenvolve intenso
trabalho para conseguir contratar pessoas para dar cumprimento a
Intimado(s)/Citado(s): cota legal de portadores de deficiência e reabilitados do INSS,
- SCHNEIDER ELECTRIC BRASIL LTDA. sendo certo que, a parte a dificuldade incontestável de contratação
- UNIÃO (PGFN) no mercado de trabalho que se dá por muitos motivos, tais como:
falta de qualificação profissional; impossibilidade de inclusão em
A Requerente, SCHINEIDER ELETRIC BRASIL LTDA., nos autos atividades que possam gerar riscos ao empregado; disputa acirrada
da ação anulatória de auto de infração movida em face da UNIÃO por vagas no mercado de trabalho por mão de obra da espécie,
FEDERAL, pela petição eletrônica 26613-09/2020, requer a empresa já vem arcando com pesadas multas perante o Ministério
expedição de ofício à PGFN, com urgência, a fim de que, conferindo Público do Trabalho, mas não se olvidou em manter o compromisso
-se eficácia ao acórdão proferido no recurso ordinário interposto nos e conseguir as contratações necessárias". Além disso, "de modo
presentes autos - em que foi absolvida da multa administrativa rotineiro realiza campanhas de admissão dessas pessoas com
imposta pela Subdelegacia Regional do Trabalho -, possa obter a deficiência", sendo certo que "não houve desinteresse da Autora
emissão de certidão negativa de débitos perante a Procuradoria- para o cumprimento da cota, pelo contrário, certificou-se de todos
Geral da Fazenda Nacional. Anexou à petição, para demonstração os meios possíveis e que estavam ao seu alcance para tentar
de suas alegações, documento expedido pelo Ministério da contratar pessoas com deficiência, sem, contudo, haver atingido,
Fazenda. AINDA, o número desejável" (Id. 3bc1cd2).
O pleito do Requerente, formulado por simples petição, deve ser O Juízo de origem afastou as arguições de nulidade do auto,
analisado em juízo precário de conhecimento, em caráter liminar declarando-o subsistente, nos seguintes termos:
(art. 300 do CPC/2015), dada a urgência noticiada pela Parte de "Nulidade do auto de infração - Admissão de empregados
que a pendência de análise do recurso de revista pode lhe acarretar reabilitados ou portadores de deficiência - Art. 93 da Lei nº.
prejuízos imediatos e de difícil reparação, inclusive causando-lhe 8.213/1991
entraves na participação de procedimentos licitatórios. Autuada pela autoridade administrativa (Auto de Infração nº.
Inicialmente, pontue-se que, nos termos do art. 300 do CPC, "a 24663492), insurge-se a autora pleiteando a inexigibilidade da
tutela de urgência será concedida quando houver elementos que obrigação legal estatuída e a consequente nulidade do ato
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco sancionador, eis que: a) o auto de infração não fora lavrado no local
ao resultado útil do processo". da inspeção ou dentro do prazo de 24 horas, a teor do disposto pelo
Conforme se infere dos autos, o Juízo de 1º grau - sob o art. 24 do Decreto nº. 4.552/2002; b) o auto de infração não restou
fundamento de que não restou comprovada a adoção de medidas devidamente fundamentado; c) teria empreendido incessantes
eficientes para o cumprimento da quota legal de admissão esforços para o completo preenchimento da quota de empregados
empregatícia de trabalhadores reabilitados ou portadores de portadores de deficiência ou reabilitados, nos termos do art. 93 da
deficiência -, julgou improcedentes os pedidos formulados na Lei nº. 8.213/1991, inclusive mediante compromissos de ajuste de
petição inicial. conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho (MPT).
Interposto recurso ordinário, o Tribunal Regional deu-lhe Inicialmente, e conforme a literalidade do parágrafo único do citado
provimento, em face das seguintes razões de decidir: art. 24 do Decreto nº. 4.552/2002, mera repetição da determinação
legal constante no art. 629, § 1º, da CLT e a não observância do
Trata-se de ação anulatória do auto de infração de nº 024663492 prazo de 24 horas para a lavratura do auto de infração, após a
lavrado em 09.01.2013 pela Superintendência Regional do Trabalho realização da inspeção, somente poderá acarretar penalidades
e Emprego no Estado de São Paulo - Ministério do Trabalho e funcionais ao Auditor-Fiscal, não implicando qualquer vício no ato
Emprego, por constatado que a ora autora, SCHNEIDER administrativo. Ademais, a lavratura do auto de infração fora do
ELECTRIC BRASIL LTDA, vem descumprindo o art. 93 da Lei nº local da inspeção encontra amparo no artigo 30 do Decreto nº.
8.213/1991, que dispõe sobre as cotas de 2% a 5% para pessoas 4.552/2002, in verbis:
portadoras de deficiência ou reabilitadas a serem contratadas pela Art. 30. Poderão ser estabelecidos procedimentos de fiscalização
empresa, impondo-se-lhe a multa de R$171.736,10 em 27.01.2016 indireta, mista, ou outras que venham a ser definidas em instruções
(Id. 3bf0530). expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de
Segundo a inicial, a autora havia recebido notificação da inspeção do trabalho.
Superintendência Regional do Trabalho para que comprovasse o §1º Considera-se fiscalização indireta aquela realizada por meio de
cumprimento da norma, tendo ali comparecido em 11.12.2012 e sistema de notificações para apresentação de documentos nas
apresentado "a evolução dos seus esforços", assim como o Termo unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego.
de Ajustamento de Conduta firmado perante a Procuradoria §2º Poderá ser adotada fiscalização indireta:
Regional do Trabalho com o mesmo objeto, com vencimento em I - na execução de programa especial para a ação fiscal; ou II -
28.12.2012, cujo prazo foi renovado em março/2013 e maio/2015. quando o objeto da fiscalização não importar necessariamente em
E, apesar dos esforços, em 09.01.2013 foi autuada pelo Auditor inspeção no local de trabalho.
Fiscal, visto que das 157 pessoas nessas condições exigidas §3º Considera-se fiscalização mista aquela iniciada com a visita ao
legalmente em seus quadros, contava, na ocasião, com apenas 51. local de trabalho e desenvolvida mediante notificação para
apresentação de documentos nas unidades descentralizadas do E tampouco há que se falar em ausência de fundamentação do
Ministério do Trabalho e Emprego. respectivo auto, eis que foi ali consignado de forma expressa e
Por outro lado, não há como prosperar a alegação de ausência de objetiva o descumprimento da cota prevista em lei e seu
fundamentação do auto de infração (ID. b7a768d - Pág. 1), já que enquadramento legal (Id. b7a768d):
deduzida nos exatos termos estatuídos pelo art. 14 da Instrução "HISTÓRICO: A empresa, embora notificada diversas vezes, não
Normativa nº. 98/2012 da Secretária de Inspeção do Trabalho. comprovou até 11/12/2012, possuir ou ter contratado pessoas com
No que concerne as razões fáticas que ensejaram a punição deficiência conforme Decreto 5296/04, ou incluir reabilitados pela
administrativa ora questionada, convém registrar ser incontroverso o Previdência Social, em número suficiente para cumprir sua cota
não cumprimento integral da quota prevista pelo art. 93 da Lei nº. fixada na lei 8213/91. Número de pessoas que comprovou possuir:
8.213/1991, cabendo então somente a análise da procedência da 51 (CINQUENTA E UMA). Número de pessoas que faltam ser
situação exceptiva alegada pela autora: insucesso na admissão de admitidas: 86 (OITENTA E SEIS).
empregados reabilitados ou portadores de deficiência. CAPITULAÇÃO: art. 93 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
Embora solidificada jurisprudência, inclusive no âmbito do C. ELEMENTOS DE CONVICÇÃO: Não comprovação de possuir ou
Tribunal Superior do Trabalho (TST), venha afastando a aplicação ter contratado 86 (OITENTA E SEIS) pessoas nas condições
de penalidades administrativas quando devidamente comprovado o supracitadas, apesar de todos os prazos concedidos até
esforço e esmero na admissão de empregados em tais condições 11/12/2012" (destaquei)
(ilustrativamente, SBDI-I, E-ED-RR-658200-89.2009.5.09.0670, Rel. Ademais, foi concedido à requerente amplo direito de defesa e de
Min. Brito Pereira, p. 12/05/2016), tal circunstância, definitivamente, produção de provas no processo administrativo, tendo a seu
não se verifica na presente hipótese, já que a pálida prova acostada alcance todos os recursos administrativos cabíveis (Id. 3bf0530).
se resume a meros anúncios publicados em página virtual (ID. No mérito, o art. 93 da Lei nº 8.213/1991 visa à inclusão social e
aab5124) e divulgação interna entre os funcionários através de profissional de pessoas com deficiência, o que não implica
correio eletrônico (ID. 0c46d73 e ID. e1e5b2e), o que, transferência aos particulares da obrigação assistencial do Estado,
evidentemente, não merece maior acolhida. e sim o cumprimento da função social que lhes cabe, de acordo
Salta aos olhos que a reclamada, embora tenha firmado original com o art. 170, III, da Constituição Federal. A contratação
compromisso de ajuste de conduta (ID. f6bdc25) em 28 de junho de compulsória de trabalhadores reabilitados ou com deficiência física
2011, ou seja, 1 ano e meio antes da aplicação da sanção nos percentuais indicados na lei, portanto, em nada fere o direito de
administração, ainda não havia logrado a preencher a quota legal, propriedade, por não significar redução do controle e acesso dos
como, ao que parece, ante os sucessivos aditamentos, até hoje recursos ou ativos, ou dos atos de livre disposição do negócio.
assim não o fez (ID. f6bdc25 - Pág. 5 e 6). Ademais, a medida atende aos princípios fundamentais, tais como a
Pelo exposto, julgo improcedentes os pedidos formulados na dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho
petição inicial." consagrados no art. 1º, III e IV, da Constituição Federal.
Insiste a recorrente na nulidade do auto de infração, alegando que a Da análise dos autos, infere-se que as medidas adotadas pela
sentença "não considera de maneira efetiva toda a prova produzida requerente para divulgação das vagas existentes para beneficiários
no feito e desconsidera em sobremaneira a atuação do Ministério reabilitados ou com deficiência física foram insuficientes, como bem
Público do trabalho em todas as situações de renovação do Termo se concluiu a quo. As inserções em página virtual, pouco legíveis,
de Ajuste de Conduta, pois evidente que se a Recorrente não referem tratar-se de "acompanhamento de vagas de sua empresa"
houvesse demonstrado de forma plena seu real interesse em dar (Id. aab5124) e indicam como "data de criação" os anos de
cumprimento a cota legal, jamais teria obtido a renovação dos 2015/2016, posteriores ao auto de infração lavrado pelo Auditor
termos de Ajuste de Conduta" (Id. e2548de). Fiscal do Trabalho em 09.01.2013. E os e-mails acostados à inicial,
Dou-lhe parcial razão. também posteriores àquela data, além de cartazes informativos,
A inobservância dos aspectos formais na lavratura do auto de foram veiculados entre os próprios empregados (Id.
infração, como o descumprimento do prazo de 24 horas e a 0c46d73/e1e5b2e), com pouco alcance para o cumprimento do seu
ausência de vistoria no local da infração, previstos no art. 629, §1º, dever legal.
da CLT, não tem o condão de afastar a sua validade, por se tratar Por outro lado, não há como se olvidar que, por ocasião da
de exigências direcionadas especificamente ao Auditor Fiscal do autuação da empresa, estava em curso o "Termo de Compromisso
Trabalho, que eventualmente responderá no âmbito administrativo, de Ajustamento de Conduta", firmado perante o Ministério Público
nos termos do parágrafo único do art. 24 do Decreto nº 4.552/2002, do Trabalho em 28.06.2011 pelo prazo de 18 meses, no qual se
que aprovou o "Regulamento da Inspeção do Trabalho": comprometeu "a preencher com pessoas com deficiência e
Art. 24. A toda verificação em que o Auditor-Fiscal do Trabalho beneficiários reabilitados o percentual de cargos previsto na Lei
concluir pela existência de violação de preceito legal deve 8.213/91, art. 93 e Decreto 3.298 de 20.12.99, modificado pelo
corresponder, sob pena de responsabilidade, a lavratura de auto de Decreto 5296/2004" (Id. f6bdc25).
infração, ressalvado o disposto no art. 23 e na hipótese de No referido ajuste, a requerente se obriga a cumprir o cronograma
instauração de procedimento especial de fiscalização. para contratação de "pcds", e a comprovar "as contratações
Parágrafo único. O auto de infração não terá seu valor probante efetuadas para o preenchimento da reserva", informando "o número
condicionado à assinatura do infrator ou de testemunhas e será de empregados em todo o território nacional e juntará as
lavrado no local da inspeção, salvo havendo motivo justificado que respectivas avaliações médicas ou certificados de reabilitação dos
será declarado no próprio auto, quando então deverá ser lavrado no funcionários contratados para os fins da Lei 8213/91". E referido
prazo de vinte e quatro horas, sob pena de responsabilidade. termo foi aditado em outras duas oportunidades, em 26.03.2013 e
(destaquei) 12.05.2015 (Id. f6bdc25, p. 4), elastecendo-se o prazo para o seu
E, na sua insurgência, a requerente deixa de apontar integral cumprimento.
especificamente os prejuízos sofridos em face da alegada Portanto, a empresa não ficou inerte em relação à sua obrigação
inobservância de procedimentos formais por parte do Auditor Fiscal. legal, tendo se comprometido a cumpri-la, malgrado as dificuldades,
nos moldes ajustados junto ao MPT. E em que pese o dever legal de Ajustamento de Conduta justamente com o órgão que tem por
imposto ao Fiscal do Trabalho de proceder à lavratura do auto de atribuição a proteção do interesse público, coletivo e social e da
infração quando constatado o descumprimento da lei, sob pena de ordem jurídica justrabalhista, com o objetivo de dar o melhor
responsabilidade pessoal, além de não haver impedimento legal atendimento possível à norma prevista no artigo 93 da Lei nº
para aplicação de multa a empresas que tenham firmado TAC, há 8.213/91, em face das dificuldades materiais de sua execução,
que ser prestigiado o cumprimento daquele compromisso na forma passa a ter a legítima presunção de que está cumprindo com seu
pactuada perante o órgão competente, em observância ao princípio dever legal, não podendo, posteriormente, ser penalizada no que foi
da segurança jurídica, não podendo a empresa ser penalizada objeto de avença, salvo, como já salientado, se descumprido o
administrativamente pela insuficiência de trabalhadores especiais acordo, o que não é o caso dos autos. Agravo de instrumento
nos seus quadros durante o prazo fixado no respectivo termo para conhecido e não provido. (TST - Processo: AIRR - 377-
cumprimento de tal obrigação. 77.2012.5.19.0007 Data de Julgamento: 06/06/2018, Relator
Nesse sentido, a jurisprudência do TST: Ministro: Cláudio Mascarenhas Brandão, 7ª Turma, Data de
... AÇÃO ANULATÓRIA DE AUTO DE INFRAÇÃO. Publicação: DEJT 15/06/2018).
CUMPRIMENTO DO DISPOSTO NO ARTIGO 93 DA LEI Nº Reformo, pois, para declarar insubsistente o auto de infração de nº
8.213/91. TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA FIRMADO 024663492, absolvendo a requerente da multa administrativa que
COM O MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. O debate refere- lhe foi imposta.
se à validade do auto de infração pelo descumprimento da lei que
determina a contratação de pessoas com deficiência, aplicado à Conforme se infere das decisões ordinárias, a questão é
empresa que havia firmado termo de ajustamento de conduta com o controvertida e subordina-se obrigatoriamente à análise exauriente
Ministério Público do Trabalho, que, diante das dificuldades da matéria, sobretudo a abordagem realizada no acórdão regional
existentes para o cumprimento da referida cota social, flexibilizou a acerca dos fatos e provas dos autos, observados, por óbvio, os
base de cálculo prevista no artigo 93 da lei nº 8.231/91 para as limites inerentes ao recurso de revista traçado pelo art. 896 da CLT.
empresas do setor sucroalcooleiro do Estado de Alagoas. De Portanto, em juízo precário de conhecimento, verifica-se que a
acordo com o artigo 5º, § 6º, da Lei nº 7.347/85, o Ministério Público solução da demanda favoravelmente à Requerente em grau
do Trabalho pode firmar com os interessados compromisso de recursal ordinário aponta para a plausibilidade do direito
ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante questionado.
cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial, Ademais, infere-se dos elementos dos autos que houve depósito
competindo à Justiça do Trabalho a execução pelo descumprimento integral da multa discutida em Juízo, o que inclusive gerou decisão
do avençado. Se a empresa assumiu espontaneamente o encargo liminar no sentido de que fosse SUSPENSA a exigibilidade do
de contratar pessoas com deficiência, nos termos do TAC firmado respectivo crédito tributário decorrente do Auto de Infração nº
com o MPT, cuja finalidade era justamente dar cumprimento à 024663492 (Processo Administrativo nº 46291.000349/2013-10) -
norma inserta no artigo 93 da Lei nº 8.213/91, consideradas as sequenciais 46 e 47 dos autos.
dificuldades fáticas do caso, não poderia ser autuada pela mesma A determinação de suspensão de eventuais efeitos advindos do
conduta. Até porque, uma vez descumpridas as cláusulas do TAC, é registro de referido débito tributário - embora não vincule o juízo de
permitida sua execução direta, consoante dispõe o artigo 876 CLT, mérito a ser proferido em grau recursal por esta Corte sobre a
que estabelece que o auditor fiscal do trabalho pode instaurar regularidade da autuação realizada pela autoridade administrativa
procedimento especial objetivando a orientação quanto ao neste caso concreto - é recomendável, razoável e proporcional. Isso
cumprimento da lei. Impende destacar, também, que, embora porque a concretização da inscrição da Requerente no CADIN (art.
inexista regra expressa que proíba, em tais casos, a atuação e 7º, I, da Lei 10.522/2002) pode representar um dano de difícil
aplicação da multa pelo auditor fiscal do trabalho, a impossibilidade reparação, com oneração excessiva decorrente da consequência da
na hipótese decorre, na verdade, da lógica do regime administrativo sentença, alterada em grau recursal.
que é permeado pelo princípio da cooperação entre os órgãos Reputo, portanto, caracterizada a plausibilidade do direito
públicos - responsável pela coesão de suas ações-, que, por sua postulado, pois a Requerente atém seu pedido à coibição de que se
vez, impede que seja esvaziada ou enfraquecida a competência inscreva instantaneamente o débito discutido no presente feito
garantida a outrem por lei, no caso específico, aquela prevista no perante os órgãos de cadastro de informações de dívidas ativas.
artigo 5º, § 6º, da Lei nº 7.347/85. Reitera-se, por prudência, não se Assim, sem prejuízo do juízo definitivo na análise do recurso de
estar, com a conclusão ora externada, interditando a atribuição revista, considera-se demonstrada a presença concomitante dos
conferida aos auditores-fiscais de, diante da ocorrência de elementos justificadores da concessão da liminar requerida.
infrações, promover as respectivas autuações, mas, ao contrário, Dessa forma, DEFIRO o pedido de liminar formulado pela
preservando o cumprimento da obrigação na forma pactuada no Requerente e determino que, por ora, em face da controvérsia
título executivo extrajudicial e em relação ao qual não se identificou acerca da exigibilidade do crédito tributário oriundo do Auto de
a ocorrência de fatos novos que revelassem inadimplemento. Infração nº 024662492 (Processo Administrativo nº.
Justamente o contrário. Com efeito, constou do quadro fático dos 46291.000349/2013-10), seja suspenso o registro correlato nos
autos que a empresa efetivamente empreendeu esforços para o Órgãos de Cadastro de informações de dívidas pendentes e retirada
cumprimento da lei e do TAC em questão, "tendo, inclusive, a inscrição da Autora na dívida ativa, até ulterior decisão desta
dobrado o número de empregados portadores de deficiência". Corte a ser proferida no agravo de instrumento interposto pela
Ainda, resultou consignado que a "empresa tentou selecionar União. Para efetivação da presente liminar, determino seja oficiado
empregados portadores de deficiência, encaminhando ofícios e o Juízo originário, para adoção das medidas cabíveis, com remessa
promovendo ações para a vagas destinadas às pessoas com de ofício aos órgãos competentes para cumprimento desta decisão.
deficiência". Saliente-se, ainda, que a impossibilidade de aplicação Publique-se.
de multa no presente caso decorre, também, da observância ao Brasília, 03 de março de 2020.
Princípio da Segurança Jurídica, pois a empresa, ao firmar Termo
provimento ao agravo de instrumento da reclamada. no cabimento do recurso de revista, pois entende demonstradas
A parte apresenta recurso de embargos à SBDI-1, com fundamento divergência jurisprudencial, ofensa a preceitos de Lei e da
no art. 894, II, da CLT (fls. 437/464). Constituição Federal e contrariedade à Súmula 126 do TST.
É o relatório. Da leitura do v. acórdão, bem como das razões de embargos, extrai
DECIDO: -se que o debate instaurado diz respeito, exclusivamente, aos
Embora tempestivo (fls. 436 e 466) e com representação regular (fl. pressupostos intrínsecos de admissibilidade do recurso de revista,
465), o apelo, regido pela Lei nº 13.015/2014, está deserto, em face realidade que inviabiliza o recurso de embargos, consoante
da ausência do recolhimento do depósito recursal. orientação da Súmula 353 desta Corte, cuja redação é a seguinte:
Em primeira instância, os pedidos formulados foram julgados "Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de
improcedentes. Custas pela reclamante, isenta (fl. 213). decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
Por ocasião do julgamento do recurso ordinário interposto, o a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de
Regional arbitrou à condenação o valor de R$ 120.000,00. "Custas agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos;
invertidas, a cargo da reclamada, no valor de R$ 2.400,00" (fl. 307). b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão
Esses montantes não foram alterados no julgamento dos embargos monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de
de declaração então manejados (fl. 353). pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento;
Quando da interposição do recurso de revista, a reclamada recolheu c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do
o valor fixado para as custas e depósito recursal de R$19.026,32 recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada
(fls. 376/377) e, com o agravo de instrumento, a quantia de originariamente pela Turma no julgamento do agravo;
R$9.513,16 (fl. 401). d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento;
A ré maneja recurso de embargos, sem, entretanto, efetuar nenhum e) para impugnar a imposição de multas previstas nos arts. 1.021, §
recolhimento a título de depósito recursal. 4º, do CPC de 2015 ou 1.026, § 2º, do CPC de 2015 (art. 538,
O item II da Instrução Normativa nº 3/TST estatui que: parágrafo único, do CPC de 1973, ou art. 557, § 2º, do CPC de
"b) depositado o valor total da condenação, nenhum depósito será 1973).
exigido nos recursos das decisões posteriores, salvo se o valor da f) contra decisão de Turma proferida em agravo em recurso de
condenação vier a ser ampliado; revista, nos termos do art. 894, II, da CLT".
c) se o valor constante do primeiro depósito, efetuado no limite A propósito, a situação dos presentes autos diz respeito a decisão
legal, é inferior ao da condenação, será devida complementação de de Turma proferida em sede de agravo de instrumento em recurso
depósito em recurso posterior, observado o valor nominal de revista, e não à hipótese do item "f", acima transcrito, qual seja,
remanescente da condenação e/ou os limites legais para cada novo agravo em recurso de revista.
recurso;" Ressalte-se que a Súmula 353 do TST, ao desmotivar o exame
A Súmula 128/TST, em seu item I, por seu turno, interpretando a reiterado dos pressupostos intrínsecos de admissibilidade do
norma, pontua que "é ônus da parte recorrente efetuar o depósito recurso de revista, reproduz a expressão dos princípios da duração
legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob razoável do processo (CF, art. 5º, LXXVIII), da celeridade e da
pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum economia processual, situação que consolida a subsistência do
depósito mais é exigido para qualquer recurso". mencionado verbete, mesmo após a entrada em vigor da Lei nº
Quando da interposição do presente recurso, a embargante deveria 11.496/2007.
efetuar o depósito recursal correspondente. Não o fazendo, levou o Nesse cenário, o pronunciamento das Turmas do TST, no
apelo à deserção. julgamento de agravo de instrumento, materializa decisão de última
O cabimento da inteligência da Súmula 128, I, do TST, na hipótese, instância, conforme disciplina da alínea "b" do art. 5º da Lei nº
é manifesto. 7.701/1988, assim redigida:
Ressalte-se que não há que se evocar a possibilidade de intimação "Art. 5º - As Turmas do Tribunal Superior do Trabalho terão, cada
da parte para ultimar o preparo, haja vista que os pressupostos uma, a seguinte competência:
recursais devem restar configurados no prazo hábil a tanto, sendo [...]
despropositado que ao Judiciário se pretenda atribuir o ônus de b) julgar, em última instância, os agravos de instrumento dos
acompanhar a conduta das partes, no atendimento do que lhes despachos de Presidente de Tribunal Regional que denegarem
cabe providenciar (o § 2º do art. 1.007 do CPC nunca conduzirá a seguimento a recurso de revista, explicitando em que efeito a
tal exegese, na órbita da Justiça do Trabalho) - do contrário, ter-se- revista deve ser processada, caso providos;"
ia manifesta quebra de imparcialidade. Não bastasse, o art. 894, II, da CLT, com a redação conferida pela
A propósito, não se trata a hipótese em apreço de aplicação do art. Lei nº 13.015/2014, somente autoriza o recurso de embargos
1.007, § 2º, do CPC e da OJ nº 140 da SBDI-1, na medida em que quando demonstrada divergência jurisprudencial entre Turmas do
não é caso de insuficiência, e sim, ausência do depósito recursal TST (OJ 95/SBDI-1) ou destas com as decisões proferidas pela
atinente aos presentes embargos. Seção de Dissídios Individuais ou contrariedade a súmula ou
Incumbe à parte interessada velar pela adequada formalização de orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou
seu recurso. súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal.
Não bastasse, o recurso de embargos desmerece seguimento, por Ociosa, portanto, a indicação de ofensa a dispositivos de Lei e da
incabível. Constituição Federal, bem como a colação de paradigma oriundo da
Isso porque a pretensão da embargante diz respeito ao mesma Turma do acórdão embargado.
preenchimento dos pressupostos intrínsecos de admissibilidade do À vista de todo o exposto, com apoio na Súmula 353 desta Corte e
recurso de revista, os quais foram apreciados pela Eg. Turma, nos arts. 894 da CLT, com a redação conferida pela Lei nº
quando do julgamento do agravo de instrumento. 13.015/2014, e 93, VIII, do RI/TST, denego seguimento ao recurso
A parte postula a reforma do acórdão da 3ª Turma por meio do qual de embargos, por deserto e incabível.
foi negado provimento ao agravo de instrumento interposto. Insiste Publique-se.
jurisdicional. Explica que o Tribunal Regional não se pronunciou Nesse cenário, o pronunciamento das Turmas do TST, no
acerca do mérito do apelo, mesmo com a interposição de embargos julgamento de agravo de instrumento, materializa decisão de última
de declaração. Aduz a procedência do pleito de indenização por instância, conforme disciplina da alínea "b" do art. 5º da Lei nº
dano moral em razão do transporte de mercadorias valiosas e de 7.701/1988, assim redigida:
numerário, sem qualquer medida de segurança. Ressalta que "Art. 5º - As Turmas do Tribunal Superior do Trabalho terão, cada
cumpriu com os requisitos insertos no art. 896, § 1º-A, I, da CLT. uma, a seguinte competência:
Por fim, requer o pagamento dos honorários de sucumbência. [...]
Insiste no cabimento do recurso de revista, pois entende b) julgar, em última instância, os agravos de instrumento dos
demonstrada divergência jurisprudencial, violação de dispositivos de despachos de Presidente de Tribunal Regional que denegarem
Lei e da Constituição Federal e contrariedade à Súmula 126 do seguimento a recurso de revista, explicitando em que efeito a
TST. revista deve ser processada, caso providos;"
Ocorre que o apelo não se enquadra em quaisquer das exceções Não bastasse, o art. 894, II, da CLT, com a redação conferida pela
previstas na Súmula 353 desta Corte, revelando-se incabível. Lei nº 13.015/2014, somente autoriza o recurso de embargos
Com efeito, da leitura do v. acórdão, bem como das razões de quando demonstrada divergência jurisprudencial entre Turmas do
embargos, extrai-se que o debate instaurado diz respeito, TST (OJ 95/SBDI-1) ou destas com as decisões proferidas pela
exclusivamente, aos pressupostos intrínsecos de admissibilidade do Seção de Dissídios Individuais ou contrariedade a súmula ou
recurso de revista, realidade que inviabiliza o recurso de embargos, orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou
consoante orientação da Súmula 353 desta Corte, cuja redação é a súmula vinculante do STF.
seguinte: Ociosa, portanto, a indicação de ofensa a dispositivos de Lei e da
"EMBARGOS. AGRAVO. CABIMENTO. Não cabem embargos para Constituição Federal. No mesmo norte, inócua a apresentação de
a Seção de Dissídios Individuais de decisão de Turma proferida em julgados oriundos do mesmo órgão prolator da decisão agravada e
agravo, salvo: a) da decisão que não conhece de agravo de de Corte não trabalhista.
instrumento ou de agravo pela ausência de pressupostos À vista de todo o exposto, com apoio na Súmula 353 desta Corte e
extrínsecos; b) da decisão que nega provimento a agravo contra no art. 93, VIII, do RI/TST, denego seguimento ao recurso de
decisão monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência embargos, por incabível.
de pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento; c) para Publique-se.
revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do recurso Brasília, 20 de fevereiro de 2020.
de revista, cuja ausência haja sido declarada originariamente pela
Turma no julgamento do agravo; d) para impugnar o conhecimento
de agravo de instrumento; e) para impugnar a imposição de multas Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
previstas nos arts. 1.021, § 4º, do CPC de 2015 ou 1.026, § 2º, do Alberto Bresciani
CPC de 2015 (art. 538, parágrafo único, do CPC de 1973, ou art. Ministro Presidente da 3ª Turma
557, § 2º, do CPC de 1973); f) contra decisão de Turma proferida
em agravo em recurso de revista, nos termos do art. 894, II, da Processo Nº E-RR-1000275-68.2017.5.02.0255
CLT." Complemento Processo Eletrônico
A propósito, a situação dos presentes autos diz respeito a decisão Relator Relator do processo não cadastrado
de Turma proferida em sede de agravo de instrumento em recurso Embargante MARCIA LOURENCO NAZARETH
de revista, e não à hipótese do item "f", acima transcrito, qual seja, Advogado Dr. Júlio César Brenneken
Duarte(OAB: 128864/SP)
agravo em recurso de revista.
Embargado MUNICÍPIO DE CUBATÃO
Oportuno destacar, em relação à inobservância do art. 896, § 1º-A,
Procurador Dr. Victor Augusto Lovecchio
da CLT, o seguinte precedente:
Embargado ORGANIZAÇÃO SOCIAL SAÚDE
"AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS EM AGRAVO DE REVOLUÇÃO
INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. REGÊNCIA DA LEI Advogado Dr. Paulo de Toledo Ribeiro(OAB:
Nº 13.015/2014. TRANSCRIÇÃO DO ACÓRDÃO REGIONAL. ART. 164256/SP)
896, § 1º-A, I, DA CLT. PRESSUPOSTO INTRÍNSECO DE
ADMISSIBILIDADE RECURSAL. CABIMENTO. Somente cabem Intimado(s)/Citado(s):
embargos para esta SBDI-1 contra acórdão proferido por Turma em - MARCIA LOURENCO NAZARETH
agravo de instrumento nas exceções previstas na Súmula nº 353 do - MUNICÍPIO DE CUBATÃO
TST, o que não se verifica quando não atendido o comando do art. - ORGANIZAÇÃO SOCIAL SAÚDE REVOLUÇÃO
896, § 1º-A, I, da CLT, que trata de pressuposto intrínseco de
admissibilidade do recurso de revista. Nesse sentido, o A Eg. 3ª Turma desta Corte, por meio do v. acórdão de fls. 471/493,
entendimento uniforme desta Subseção, fixado no processo nº Ag-E deu provimento ao recurso de revista do segundo reclamado, para
-ED-AIRR-2155-78.2013-5-09-0669. Agravo regimental a que se excluir a responsabilidade subsidiária do Município de Cubatão
nega provimento." (AgR-E-AIRR-109-73.2014.5.08.0002; Rel. Min. sobre os eventuais débitos trabalhistas.
Walmir Oliveira da Costa, SBDI-1; DEJT de 26.5.2017). A reclamante interpõe recurso de embargos à SBDI-1, com
Ressalte-se que a Súmula 353 do TST, ao desmotivar o exame fundamento no art. 894, II, da CLT (fls. 496/546).
reiterado dos pressupostos intrínsecos de admissibilidade do É o relatório.
recurso de revista, reproduz a expressão dos princípios da duração DECIDO:
razoável do processo (CF, art. 5º, LXXVIII), da celeridade e da O recurso, regido pela Lei nº 13.015/2014, está tempestivo (fls. 495
economia processual, situação que consolida a subsistência do e 547), subscrito por advogado habilitado nos autos (fl. 15) e
mencionado verbete, mesmo após a entrada em vigor da Lei nº dispensado o preparo (fl. 243).
11.496/2007. Assim está posta a ementa do acórdão embargado, na fração de
entre as rés não corresponde à realização de obra certa, mas a da Orientação Jurisprudencial 191 da SBDI-1 do TST, por aplicação
"prestação de serviços de reforma e/ou construção de Estradas, analógica do artigo 455 da CLT, alcança os casos em que o dono
[...]", que são fundamentais à consecução dos objetivos sociais da da obra de construção civil é construtor ou incorporador e, portanto,
segunda ré (fl. 243). A situação exposta caracteriza verdadeira desenvolve a mesma atividade econômica do empreiteiro; c) não é
terceirização, hábil a ensejar a aplicação da Súmula 331 do TST compatível com a diretriz sufragada na Orientação Jurisprudencial
(negritei e destaquei). Portanto, entendeu o Colegiado que a 191 da SBDI-1 do TST jurisprudência de Tribunal Regional do
contratação não foi por obra certa, como defende a Klabin. Trabalho que amplia a responsabilidade trabalhista do dono da
[...]" obra, excepcionando apenas "a pessoa física ou micro e pequenas
Sustenta a segunda reclamada a sua condição de dona da obra, empresas, na forma da lei, que não exerçam atividade econômica
nos termos da OJ nº 191 da SBDI-1/TST. Alega que o contrato vinculada ao objeto contratado"; d) exceto ente público da
celebrado com a primeira ré tinha como objeto a execução de obras Administração direta e indireta, se houver inadimplemento das
civis, de conservação, construção e manutenção de estradas, obrigações trabalhistas contraídas por empreiteiro que contratar,
asseverando que não é construtora nem incorporadora. Indica sem idoneidade econômico-financeira, o dono da obra responderá
ofensa aos arts. 455 da CLT e 610 do Código Civil, além de subsidiariamente por tais obrigações, em face de aplicação
contrariedade à OJ 191 da SBDI-1 e má aplicação da Súmula 331, analógica do art. 455 da CLT e de culpa in eligendo. 2. In casu, da
IV, ambas desta Corte. Colaciona arestos. análise dos autos, é fato incontroverso: a) a existência de contrato
Conforme revela o Tribunal Regional, restou incontroversa a entre as Rés, cujo objeto era a execução de obra de construção civil
existência de contratação entre as rés, cujo objeto era a execução (construção de pontes e estradas), não se equiparando empresa
de obra de construção civil (reforma e construção de estradas, nas que atua na produção de papel e celulose a empresa construtora ou
propriedades da KLABIN S.A. - Paraná), não se equiparando a incorporadora; b) que o Autor, Empregado da 1ª Ré (Engecram
KLABIN - empresa que atua na produção de papel e celulose, à Indústria da Construção Civil Ltda.), laborou em obra da Klabin S.A.,
empresa construtora ou incorporadora. consistente na "conservação, revestimento, construção e
O contexto fático delineado pelo Tribunal de origem repele a manutenção de estradas, acessos e aceiros florestais", que constitui
aplicação da Súmula 331, IV, desta Corte, uma vez que não se trata o objeto do contrato, porém, especificamente, como motorista de
de contrato de prestação de serviços, no qual os empregados da caminhão nos serviços de transporte e remoção de terra e entulho
empresa prestadora encontram-se diretamente submetidos às na construção de pontes e estradas nas diversas obras nas
ordens do tomador. Ao revés, trata-se, como evidenciado nos autos, localidades pertencentes à 2ª Reclamada. 3. Desse modo, não se
de contrato de empreitada, em que o empreiteiro se obriga a configurou a hipótese de contrato de prestação de serviços, mas de
executar lavor ou obra certa, enquanto o dono da obra se contrato de empreitada, o qual não enseja nenhuma
compromete ao pagamento do preço estabelecido. Nessa espécie responsabilidade da dona da obra pelas obrigações trabalhistas do
contratual, objetiva-se apenas o resultado do trabalho ajustado, não empreiteiro, valendo registro de que a Klabin S.A. não é empresa
existindo qualquer vínculo jurídico entre o dono da obra e os construtora ou incorporadora, mas, sim, ligada à exploração de
empregados do empreiteiro. madeira, fabricação de papel e celulose. 4. O fato de o contrato em
A situação dos autos se molda à Orientação Jurisprudencial nº 191 apreço ter perdurado por cerca de 10 (dez) anos não descaracteriza
da SBDI-1 desta Corte, que assim compreende: a natureza da contratação, sendo certo que a referida OJ 191 não
"CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE admite exceções quanto à sua aplicação, quer no tocante à
CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE (nova redação) - finalidade da empresa, quer na duração do contrato. 5. Assim, não
Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011. merece reparo o acórdão turmário, que decidiu a controvérsia em
Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de sintonia com a OJ 191 da SBDI-1 do TST, razão pela qual o recurso
empreitada de construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro de embargos não merece conhecimento. Recurso de embargos não
não enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações conhecido." (TST-E-RR- 296-21.2013.5.09.0671, Ac. Subseção I
trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra Especializada em Dissídios Individuais, Redator Ministro Ives
uma empresa construtora ou incorporadora." Gandra Martins Filho, in DEJT 28.9.2018).
No mesmo sentido, cito os seguintes precedentes, em que figuram (...)
as mesmas reclamadas: Revelada a contrariedade à Orientação Jurisprudencial nº 191 da
"RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO PELO RECLAMANTE SBDI-1 desta Corte, dou provimento ao agravo de instrumento, para
- RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO TOMADOR DOS determinar o regular processamento do recurso de revista.
SERVIÇOS - CARACTERIZADA A CONDIÇÃO DE DONO DA Este aspecto, por ora, supera o tema remanescente exposto no
OBRA - TEMA 6 DA TABELA DE RECURSOS DE REVISTA apelo.
REPETITIVOS - APLICAÇÃO DA ORIENTAÇÃO II - RECURSO DE REVISTA.
JURISPRUDENCIAL 191 DA SBDI-I DO TST - NÃO (...)
CONHECIMENTO. 1. A SBDI-1 desta Corte, em composição plena, 1.2 - MÉRITO.
ao julgar o Incidente de Recursos Repetitivos (processo TST-IRR- Conhecido o apelo, por contrariedade à Orientação Jurisprudencial
190 - 53.2015.5.03.00 90), constante do Tema 6 da Tabela de nº 191 da SBDI-1 do TST, dou-lhe provimento, para excluir a
Recursos de Revista Repetitivos, que possui efeito vinculante, nos responsabilidade subsidiária atribuída à KLABIN, julgando, quanto a
termos do art. 985 do CPC, fixou o entendimento de que: a) a ela, improcedente a reclamação trabalhista.
exclusão de responsabilidade solidária ou subsidiária por obrigação (...)".
trabalhista, a que se refere a Orientação Jurisprudencial 191 da O embargante alega que a decisão proferida diverge da tese fixada
SBDI-1 do TST, não se restringe a pessoa física ou micro e no Tema 6 do IRR-190-53.2015.5.03.0090. Entende que o vínculo
pequenas empresas, mas compreende igualmente empresas de contratual estabelecido entre as empresas se enquadra
médio e grande porte e entes públicos; b) a excepcional juridicamente como contrato de prestação de serviços em atividade-
responsabilidade por obrigações trabalhistas, prevista na parte final meio. Indica violação de preceitos da Carta Magna e contrariedade
7.701/1988, assim redigida: previstas na Súmula 353 desta Corte, revelando-se incabível.
"Art. 5º - As Turmas do Tribunal Superior do Trabalho terão, cada Com efeito, da leitura do v. acórdão, bem como das razões de
uma, a seguinte competência: embargos, extrai-se que o debate instaurado diz respeito,
[...] exclusivamente, aos pressupostos intrínsecos de admissibilidade do
b) julgar, em última instância, os agravos de instrumento dos recurso de revista, realidade que inviabiliza o recurso de embargos,
despachos de Presidente de Tribunal Regional que denegarem consoante orientação da Súmula 353 desta Corte, cuja redação é a
seguimento a recurso de revista, explicitando em que efeito a seguinte:
revista deve ser processada, caso providos;" "Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de
Não bastasse, o art. 894, II, da CLT, com a redação conferida pela decisão de Turma proferida em agravo, salvo:
Lei nº 13.015/2014, somente autoriza o recurso de embargos a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de
quando demonstrada divergência jurisprudencial entre Turmas do agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos;
TST (OJ 95/SBDI-1) ou destas com as decisões proferidas pela b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão
Seção de Dissídios Individuais ou contrariedade a súmula ou monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento;
súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal. c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do
Ociosa, portanto, a indicação de ofensa a dispositivo da recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada
Constituição Federal. originariamente pela Turma no julgamento do agravo;
À vista de todo o exposto, com apoio na Súmula 353 desta Corte e d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento;
no art. 93, VIII, do RI/TST, denego seguimento ao recurso de e) para impugnar a imposição de multas previstas nos arts. 1.021, §
embargos, por incabível. 4º, do CPC de 2015 ou 1.026, § 2º, do CPC de 2015 (art. 538,
Publique-se. parágrafo único, do CPC de 1973, ou art. 557, § 2º, do CPC de
Brasília, 26 de fevereiro de 2020. 1973).
f) contra decisão de Turma proferida em agravo em recurso de
revista, nos termos do art. 894, II, da CLT".
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) A propósito, a situação dos presentes autos diz respeito a decisão
Alberto Bresciani de Turma proferida em sede de agravo de instrumento em recurso
Ministro Presidente da 3ª Turma de revista, e não à hipótese do item "f", acima transcrito, qual seja,
agravo em recurso de revista.
Processo Nº E-AIRR-0002796-74.2012.5.12.0004 Ressalte-se que a Súmula 353 do TST, ao desmotivar o exame
Complemento Processo Eletrônico reiterado dos pressupostos intrínsecos de admissibilidade do
Relator Relator do processo não cadastrado recurso de revista, reproduz a expressão dos princípios da duração
Embargante TESC - TERMINAL SANTA razoável do processo (CF, art. 5º, LXXVIII), da celeridade e da
CATARINA S/A
economia processual, situação que consolida a subsistência do
Advogada Dra. Lia Gomes Valente(OAB:
6503/SC) mencionado verbete, mesmo após a entrada em vigor da Lei nº
Embargado SINDICATO DOS TRAB.EM 11.496/2007.
TRANSP.MAR.E Nesse cenário, o pronunciamento das Turmas do TST, no
FLUV.EMP.TERREST.EM
TRANSP.AQUAV.E ATIV.AFINS NO julgamento de agravo de instrumento, materializa decisão de última
EST.S.C. instância, conforme disciplina da alínea "b" do art. 5º da Lei nº
Advogado Dr. Mizael Wandersee Cunha(OAB: 7.701/1988, assim redigida:
31240/SC)
"Art. 5º - As Turmas do Tribunal Superior do Trabalho terão, cada
uma, a seguinte competência:
Intimado(s)/Citado(s):
[...]
- SINDICATO DOS TRAB.EM TRANSP.MAR.E b) julgar, em última instância, os agravos de instrumento dos
FLUV.EMP.TERREST.EM TRANSP.AQUAV.E ATIV.AFINS NO
EST.S.C. despachos de Presidente de Tribunal Regional que denegarem
- TESC - TERMINAL SANTA CATARINA S/A seguimento a recurso de revista, explicitando em que efeito a
revista deve ser processada, caso providos;"
A Eg. 3ª Turma, por meio do v. acórdão de fls. 4.398/4.401, negou À vista do exposto, com apoio na Súmula 353 desta Corte e no art.
provimento ao agravo de instrumento da reclamada. 93, VIII, do RI/TST, denego seguimento ao recurso de embargos,
A parte apresenta recurso de embargos à SBDI-1, com fundamento por incabível.
no art. 894, II, da CLT (fls. 4.403/4.411). Publique-se.
É o relatório. Brasília, 20 de fevereiro de 2020.
DECIDO:
Embora presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade,
o recurso de embargos, interposto sob a égide da Lei nº Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
13.015/2014, desmerece seguimento, por incabível. Alberto Bresciani
Pretende a embargante a reforma do acórdão da 3ª Turma por meio Ministro Presidente da 3ª Turma
do qual foi negado provimento ao agravo de instrumento interposto.
Insiste no cabimento do recurso de revista, no tocante ao tema Processo Nº E-AIRR-0001495-55.2014.5.02.0019
"sindicato - legitimidade ativa - substituição processual", pois Complemento Processo Eletrônico
entende demonstradas divergência jurisprudencial e contrariedade à Relator Relator do processo não cadastrado
Súmula 337, IV, "b" e "c", do TST. Embargante REDECAR REDECORAÇÕES DE
AUTOS LTDA.
Ocorre que o apelo não se enquadra em quaisquer das exceções
Advogado Dr. Jonatan Renier de Andrade(OAB: razoável do processo (CF, art. 5º, LXXVIII), da celeridade e da
254314/SP)
economia processual, situação que consolida a subsistência do
Advogado Dr. Benedicto Celso Benício
Júnior(OAB: 131896/SP) mencionado verbete, mesmo após a entrada em vigor da Lei nº
Embargado ANTONIO FERNANDO SILVA 11.496/2007.
Advogado Dr. Ivany Desidério Marins(OAB: Nesse cenário, o pronunciamento das Turmas do TST, no
184108/SP) julgamento de agravo de instrumento, materializa decisão de última
instância, conforme disciplina da alínea "b" do art. 5º da Lei nº
Intimado(s)/Citado(s):
7.701/1988, assim redigida:
- ANTONIO FERNANDO SILVA "Art. 5º - As Turmas do Tribunal Superior do Trabalho terão, cada
- REDECAR REDECORAÇÕES DE AUTOS LTDA. uma, a seguinte competência:
[...]
A Eg. 3ª Turma, por meio do v. acórdão de fls. 401/406, negou b) julgar, em última instância, os agravos de instrumento dos
provimento ao agravo de instrumento da reclamada. despachos de Presidente de Tribunal Regional que denegarem
A parte apresenta recurso de embargos à SBDI-1, com fundamento seguimento a recurso de revista, explicitando em que efeito a
no art. 894, II, da CLT (fls. 420/428). revista deve ser processada, caso providos;"
É o relatório. Não bastasse, o art. 894, II, da CLT, com a redação conferida pela
DECIDO: Lei nº 13.015/2014, somente autoriza o recurso de embargos
Registre-se, de início, que incide o princípio da unirrecorribilidade quando demonstrada divergência jurisprudencial entre Turmas do
em relação ao apelo protocolizado sob o número Pet - 9284- TST (OJ 95/SBDI-1) ou destas com as decisões proferidas pela
06/2020. Seção de Dissídios Individuais ou contrariedade a súmula ou
Embora presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou
o recurso de embargos, interposto sob a égide da Lei nº súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal.
13.015/2014, desmerece seguimento, por incabível. Ociosa, portanto, a indicação de ofensa a dispositivos de Lei e da
Pretende a embargante a reforma do acórdão da 3ª Turma por meio Constituição Federal, bem como a colação de paradigmas oriundos
do qual foi negado provimento ao agravo de instrumento interposto. de Tribunais Regionais do Trabalho.
Insiste no cabimento do recurso de revista, no tocante aos temas À vista de todo o exposto, com apoio na Súmula 353 desta Corte e
"adicional de periculosidade" e "horas extras - cargo de confiança", no art. 93, VIII, do RI/TST, denego seguimento ao recurso de
pois entende demonstradas divergência jurisprudencial, ofensa a embargos, por incabível.
preceitos de Lei e da Constituição Federal e contrariedade à Publique-se.
Súmula 364 do TST. Brasília, 26 de fevereiro de 2020.
Ocorre que o apelo não se enquadra em quaisquer das exceções
previstas na Súmula 353 desta Corte, revelando-se incabível.
Com efeito, da leitura do v. acórdão, bem como das razões de Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
embargos, extrai-se que o debate instaurado diz respeito, Alberto Bresciani
exclusivamente, aos pressupostos intrínsecos de admissibilidade do Ministro Presidente da 3ª Turma
recurso de revista, realidade que inviabiliza o recurso de embargos,
consoante orientação da Súmula 353 desta Corte, cuja redação é a Processo Nº E-ED-AIRR-0001119-39.2012.5.22.0001
seguinte: Complemento Processo Eletrônico
"Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de Relator Relator do processo não cadastrado
decisão de Turma proferida em agravo, salvo: Embargante EXPRESSO SATÉLITE NORTE LTDA.
a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de Advogado Dr. João Negrão de Andrade
agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos; Filho(OAB: 17947/GO)
b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão Embargado GIOVANE DE ALENCAR ANDRADE
JUNIOR
monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de
Advogado Dr. Edilando Barroso de Oliveira(OAB:
pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento; 2634/PI)
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do Embargado VIACAO NOSSA SENHORA DE
recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada MEDIANEIRA LTDA
originariamente pela Turma no julgamento do agravo; Embargado VIAÇÃO VIAJE COM JESUS LTDA.
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento; Advogado Dr. Fabiano Martins Camargo(OAB:
19365/GO)
e) para impugnar a imposição de multas previstas nos arts. 1.021, §
Embargado EXPRESSO SÃO LUIZ LTDA.
4º, do CPC de 2015 ou 1.026, § 2º, do CPC de 2015 (art. 538,
Advogado Dr. Florentino Luiz Ferreira(OAB:
parágrafo único, do CPC de 1973, ou art. 557, § 2º, do CPC de 11932/GO)
1973). Embargado EXPRESSO VITÓRIA DO XINGU
f) contra decisão de Turma proferida em agravo em recurso de LTDA.
revista, nos termos do art. 894, II, da CLT".
Intimado(s)/Citado(s):
A propósito, a situação dos presentes autos diz respeito a decisão
de Turma proferida em sede de agravo de instrumento em recurso - EXPRESSO SATÉLITE NORTE LTDA.
de revista, e não à hipótese do item "f", acima transcrito, qual seja, - EXPRESSO SÃO LUIZ LTDA.
agravo em recurso de revista. - EXPRESSO VITÓRIA DO XINGU LTDA.
Ressalte-se que a Súmula 353 do TST, ao desmotivar o exame - GIOVANE DE ALENCAR ANDRADE JUNIOR
reiterado dos pressupostos intrínsecos de admissibilidade do - VIACAO NOSSA SENHORA DE MEDIANEIRA LTDA
recurso de revista, reproduz a expressão dos princípios da duração - VIAÇÃO VIAJE COM JESUS LTDA.
Advogado Dr. Orismar Gomes da Silva o TRT que o ônus da prova é da entidade estatal tomadora de
Santos(OAB: 327584/SP)
serviços, não há como se manter a responsabilidade dessa
Embargado ESTADO DE SÃO PAULO
entidade, uma vez que não se aplica, excepcionalmente, a tais
Procuradora Dra. Mirna Natália Amaral da Guia
Martins processos, a teoria da inversão do ônus da prova nem os preceitos
Embargado GRAMA VERDE MULTSERVICE da legislação processual civil e da lei de proteção ao consumidor
LTDA (art. 6º, VIII, da Lei 8.079/90); e b) em relação ao descumprimento
de obrigações precípuas do contrato de trabalho : o fato de a
Intimado(s)/Citado(s):
empresa terceirizada ser inadimplente em relação a obrigações
- ESTADO DE SÃO PAULO contratuais do pacto empregatício não possibilita a correlação
- GRAMA VERDE MULTSERVICE LTDA automática e inequívoca da existência de nexo de causalidade entre
- VERA LUCIA DOS SANTOS SILVA a conduta da Administração e o dano sofrido pelo trabalhador, ou
seja, de que haja demonstração manifesta, em Juízo, da conduta
A Eg. 3ª Turma desta Corte, por meio do v. acórdão de fls. 449/469, omissa do ente público. Ressalva de entendimento do Ministro
deu provimento ao recurso de revista do ente público, quanto ao Relator, segundo o qual: a) não contraria a ADC nº 16 e o RE nº
pedido de afastamento da responsabilidade subsidiária. 760.931/DF a inversão do ônus probatório, com encargo da
A reclamante interpõe recurso de embargos à SBDI-1, com entidade estatal quanto à comprovação da fiscalização dos
fundamento no art. 894, II, da CLT (fls. 472/491). contratos; e b) o descumprimento de obrigações básicas do contrato
É o relatório. de trabalho pela empresa terceirizada configura conduta culposa da
DECIDO: Administração Pública, que age com negligência quando observa
O recurso, regido pela Lei nº 13.015/2014, está tempestivo (fls. 471 meramente a execução do contrato de licitação firmado quanto às
e 597), regular a representação (fl. 36), sendo desnecessário o obrigações ajustadas com a empresa contratada, sem exigir a
preparo. efetiva comprovação da regularidade de encargos trabalhistas
A Eg. 3ª Turma deu provimento ao recurso de revista do ente imperiosos devidos aos obreiros terceirizados que lhe revertem a
público, sob os fundamentos assim ementados (fls. 450/452): força de trabalho. Dessa maneira, confere-se efetividade à
"(...) RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI jurisprudência que se tornou dominante nesta 3ª Turma, inspirada
13.015/2014 E ANTERIOR À LEI 13.467/2017. TERCEIRIZAÇÃO por decisões do STF, inclusive em reclamações constitucionais,
TRABALHISTA. ENTIDADES ESTATAIS. ENTENDIMENTO afastando-se a responsabilidade subsidiária da entidade estatal
FIXADO PELO STF NA ADC Nº 16-DF. SÚMULA 331, V, DO TST. tomadora de serviços. Recurso de revista conhecido e provido no
ART. 71, § 1º, DA LEI 8.666/93. RESPONSABILIDADE aspecto".
SUBSIDIÁRIA. JURISPRUDÊNCIA VINCULANTE DO STF. A embargante alega que houve omissão do ente público quanto à
NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DE CONDUTA CULPOSA sua obrigação de fiscalizar a execução do contrato. Entende
DA ENTIDADE ESTATAL NO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES indevido o afastamento da responsabilidade subsidiária com base
DA LEI 8.666/93, NÃO EXPLICITADA NO ACÓRDÃO REGIONAL. na distribuição do ônus da prova em desfavor do empregado. Indica
DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA NO TOCANTE À ofensa a preceitos de Lei e da Constituição Federal e contrariedade
AUSÊNCIA DE FISCALIZAÇÃO. ENCARGO DO TRABALHADOR, à Súmula 331, V, do TST. Transcreve julgados.
SEGUNDO INTERPRETAÇÃO DESTA TERCEIRA TURMA À O paradigma transcrito a fls. 485/486, originário da Eg. 8ª Turma
JURISPRUDÊNCIA DO STF. RESSALVA EXPRESSA DESTE (RR-760-13.2013.5.04.0662, Relatora Ministra Maria Cristina
RELATOR. Em observância ao entendimento fixado pelo STF na Irigoyen Peduzzi, DEJT de 15.8.2016), caracteriza o confronto
ADC nº 16-DF, passou a prevalecer a tese de que a jurisprudencial, ao registrar tese assim ementada:
responsabilidade subsidiária dos entes integrantes da "(...) RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - ADMINISTRAÇÃO
Administração Pública direta e indireta não decorre de mero PÚBLICA - SÚMULA Nº 331, V, DO TST - ÔNUS DA PROVA 1. O
inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela acórdão regional está em harmonia com a Súmula nº 331, item V,
empresa regularmente contratada, mas apenas quando explicitada do TST, pois a responsabilização subsidiária do ente público
no acórdão regional a sua conduta culposa no cumprimento das decorreu do reconhecimento de conduta culposa na fiscalização do
obrigações da Lei 8.666, de 21.6.1993, especialmente na cumprimento do contrato. 2. Compete à Administração Pública o
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da ônus da prova quanto à fiscalização, considerando que: i) a
prestadora de serviço como empregadora. E o STF, ao julgar, com existência de fiscalização do contrato é fato impeditivo, modificativo
repercussão geral reconhecida, o RE nº 760.931, confirmou a tese ou extintivo do direito do reclamante; ii) a obrigação de fiscalizar a
já explicitada na anterior ADC nº 16-DF, no sentido de que a execução do contrato decorre da lei (arts. 58, III, e 67 da Lei nº
responsabilidade da Administração Pública não pode ser 8.666/93); e iii) não se pode exigir do trabalhador a prova de fato
automática, cabendo a sua condenação apenas se houver prova negativo ou que apresente documentos aos quais não tem acesso,
inequívoca de sua conduta omissiva ou comissiva na fiscalização em atenção ao princípio da aptidão para a prova. Julgados (...).
dos contratos, bem como atribuiu o ônus de provar o Recurso de Revista conhecido parcialmente e provido".
descumprimento desse dever legal ao trabalhador. No caso Ante o exposto, com base no art. 93, VIII, do RI/TST, admito o
concreto, o TRT de origem reconheceu a responsabilidade recurso de embargos.
subsidiária da Reclamada, tomadora dos serviços, por mera Intimada a parte contrária para impugnação no prazo legal.
inadimplência da empresa terceirizada quanto às verbas Publique-se.
trabalhistas devidas, além de atribuir à entidade pública o ônus de Brasília, 26 de fevereiro de 2020.
comprovar a ocorrência de fiscalização. Tal tese, contudo, foi
superada pelo entendimento dado à matéria pela maioria desta
Terceira Turma, que realiza a seguinte interpretação da decisão do Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
STF: a) no tocante à distribuição do encargo probatório : afirmando Alberto Bresciani
Intimado(s)/Citado(s):
Brasília, 04 de março de 2020
- EUZEBIO AVELINO DE SOUZA
ELIANE LUZIA BISINOTTO
- MUNICÍPIO DE FLORIANO
Secretária da 3ª Turma
Pauta Processo Nº AIRR-0000073-47.2013.5.01.0071
Complemento Plenário Virtual
Pauta de Julgamento
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
Pauta de Julgamento para a 1a. Sessão Extraordinária da 3ª Turma FONTAN PEREIRA
do dia 24 de março de 2020 às 14h30 AGRAVANTE(S) UNIÃO (PGU)
Procuradora DRA. GIOVANNA DE PIRO VIANNA
AGRAVADO(S) DANIELA ALVES SOARES
PROCESSOS INCLUÍDOS NO PLENÁRIO VIRTUAL
Advogado DR. WALTER FERNANDO
A sessão virtual terá início à 00:00 de 16/03/2020 e encerramento à BARCELOS DA SILVA(OAB:
177630/RJ)
00:00 de 23/03/2020. AGRAVADO(S) SKYSERV LOCAÇÃO DE MÃO DE
OBRA LTDA.
Nos termos da RA Nº 1.860/2016, os processos em que houver
Processo Nº AIRR-0000245-85.2011.5.10.0013
Complemento Plenário Virtual Processo Nº AIRR-0000283-29.2018.5.22.0107
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA Complemento Plenário Virtual
BELMONTE Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
AGRAVANTE(S) UNIÃO (PGU) BELMONTE
Procuradora DRA. HELIA MARIA DE OLIVEIRA AGRAVANTE(S) MUNICÍPIO DE OEIRAS
BETTERO Advogada DRA. KALINY DE CARVALHO
AGRAVADO(S) LEANDRO RODRIGUES BARBOSA COSTA(OAB: 4598/PI)
Advogada DRA. MARIA LINDINALVA DE AGRAVADO(S) MARIA FRANCISCA DE CARVALHO
SOUZA(OAB: 22536/DF) DOS SANTOS
AGRAVADO(S) VISUAL LOCAÇÃO, SERVIÇO, Advogado DR. JOSÉ SILVA BARROSO
CONSTRUÇÃO CIVIL E MINERAÇÃO JÚNIOR(OAB: 9870/PI)
LTDA.
Intimado(s)/Citado(s):
Intimado(s)/Citado(s):
- MARIA FRANCISCA DE CARVALHO DOS SANTOS
- LEANDRO RODRIGUES BARBOSA - MUNICÍPIO DE OEIRAS
- UNIÃO (PGU)
- VISUAL LOCAÇÃO, SERVIÇO, CONSTRUÇÃO CIVIL E Processo Nº AIRR-0000325-93.2018.5.21.0014
MINERAÇÃO LTDA. Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
Processo Nº AIRR-0000250-74.2018.5.07.0004 FONTAN PEREIRA
Complemento Plenário Virtual AGRAVANTE(S) JOAO BATISTA DA SILVA
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE Advogado DR. MANOEL MACHADO
FONTAN PEREIRA JÚNIOR(OAB: 7359/RN)
AGRAVANTE(S) SERVIARM SERVIÇO DE AGRAVADO(S) PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. -
VIGILÂNCIA ARMADA LTDA. PETROBRAS
Advogada DRA. JOYCE LIMA MARCONI Advogado DR. DIRCEU MARCELO
GURGEL(OAB: 10591/CE) HOFFMANN(OAB: 16538/GO)
AGRAVADO(S) FRANCISCO ALBERTO CRUZ AGRAVADO(S) CONEL CONSTRUÇÕES E
BARBOSA ENGENHARIA LTDA.
Advogado DR. JUDSON HOLANDA DE
OLIVEIRA(OAB: 17627/CE)
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº AIRR-0000328-88.2017.5.09.0411
Processo Nº AIRR-0000257-98.2019.5.14.0404
Complemento Plenário Virtual
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE BELMONTE
FONTAN PEREIRA
AGRAVANTE(S) J BANA COM DE PNEUS E
AGRAVANTE(S) ATACADÃO S.A. ACESSORIOS LTDA - EPP
Advogado DR. TOBIAS LEVI DE LIMA Advogado DR. ALEXANDRE ARALDI
MEIRELES(OAB: 3560/AC) GONZÁLEZ(OAB: 32732/PR)
AGRAVADO(S) MARIA JOICIANE SOUZA BARROS AGRAVADO(S) MAURO CESAR TELEGINSKI
Advogado DR. MATHEUS OLIVEIRA Advogada DRA. GISELE FERREIRA DE
SILVA(OAB: 5292/AC) SOUZA(OAB: 65823/PR)
Intimado(s)/Citado(s): Intimado(s)/Citado(s):
- ATACADÃO S.A. - J BANA COM DE PNEUS E ACESSORIOS LTDA - EPP
- MARIA JOICIANE SOUZA BARROS - MAURO CESAR TELEGINSKI
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº AIRR-0000369-83.2013.5.02.0316
Complemento Plenário Virtual - ANA CAROLINA FERREIRA DOS SANTOS
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA - CERPOLL SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO LTDA.
BELMONTE - HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA
AGRAVANTE(S) FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
SÃO PAULO
Procurador DR. VINÍCIUS WANDERLEY Processo Nº AIRR-0000382-90.2013.5.02.0281
AGRAVADO(S) RITA CELESTINO DE MACEDO Complemento Plenário Virtual
Advogado DR. EDESIO CORREIA DE Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
JESUS(OAB: 206672-B/SP) BELMONTE
AGRAVADO(S) PRUSERV COMÉRCIO E SERVIÇOS AGRAVANTE(S) FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE
DE LIMPEZA LTDA. SÃO PAULO
Procurador DR. ALDO EXPEDITO PACHECO
Intimado(s)/Citado(s): PASSOS FILHO
AGRAVADO(S) SANDRA DOS SANTOS
- FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Advogada DRA. CIBELE DOS SANTOS TADIM
- PRUSERV COMÉRCIO E SERVIÇOS DE LIMPEZA LTDA. NEVES SPÍNDOLA(OAB: 292177/SP)
- RITA CELESTINO DE MACEDO AGRAVADO(S) PRUSERV COMÉRCIO E SERVIÇOS
DE LIMPEZA LTDA.
Processo Nº AIRR-0000379-36.2017.5.10.0811
Complemento Plenário Virtual Intimado(s)/Citado(s):
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA - FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
BELMONTE
- PRUSERV COMÉRCIO E SERVIÇOS DE LIMPEZA LTDA.
AGRAVADO(S) GEOVANA COELHO VIEIRA
- SANDRA DOS SANTOS
Advogada DRA. RANIELE MARIA OLIVEIRA DA
SILVA E DUTRA(OAB: 915-A/TO)
AGRAVADO(S) MEIO NORTE TURISMO E EVENTOS Processo Nº AIRR-0000385-53.2015.5.02.0482
LTDA - EPP Complemento Plenário Virtual
Advogado DR. ANTÔNIO BATISTA ROCHA Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
ROLINS(OAB: 4859/TO) FONTAN PEREIRA
AGRAVANTE(S) UNIÃO (PGU) AGRAVANTE (S) E ALESSANDRA HERCILIA PEREIRA
AGRAVADO (S) CABRAL
Procurador DR. THIAGO MARINS MESSIAS
Advogado DR. FÁBIO SANTOS DA SILVA(OAB:
190202/SP)
Intimado(s)/Citado(s):
AGRAVANTE (S) E EMPRESA BRASILEIRA DE
- GEOVANA COELHO VIEIRA AGRAVADO (S) CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT
- MEIO NORTE TURISMO E EVENTOS LTDA - EPP Advogado DR. JORGE ALVES DIAS(OAB:
127814/SP)
- UNIÃO (PGU)
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº AIRR-0000381-11.2014.5.03.0098
Complemento Plenário Virtual - ALESSANDRA HERCILIA PEREIRA CABRAL
Relator MIN. MAURICIO GODINHO - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS -
DELGADO ECT
AGRAVANTE(S) BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.
Advogado DR. NEY JOSÉ CAMPOS(OAB: Processo Nº AIRR-0000391-34.2018.5.13.0002
44243/MG) Complemento Plenário Virtual
AGRAVADO(S) JANDIR MACHADO DA SILVA Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
FONTAN PEREIRA
Advogada DRA. GIULIANA DE OLIVEIRA
CABRAL(OAB: 106989/MG) AGRAVANTE(S) FELIPE SILVA DA ROCHA
Advogado DR. MARCELO ANTÔNIO
Intimado(s)/Citado(s): RODRIGUES DE LUCENA(OAB:
21734/PB)
Intimado(s)/Citado(s): Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº AIRR-0000569-23.2013.5.03.0103
Processo Nº AIRR-0000616-64.2014.5.02.0434
Complemento Plenário Virtual
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
BELMONTE
AGRAVANTE(S) ELZITA FERNANDES BENFICA
AGRAVANTE(S) MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ
Advogado DR. FERNANDO SUSIA LELIS
JÚNIOR(OAB: 138462/MG) Procuradora DRA. CLAUDIA SANTORO
Advogada DRA. ISABELLA CRISTINA NEVES Procuradora DRA. DÉBORA DE ARAUJO HAMAD
SILVA(OAB: 142617/MG) YOUSSEF
AGRAVADO(S) BANCO BRADESCO S.A. E OUTROS AGRAVADO(S) MARIA DO SOCORRO DO
NASCIMENTO CORREIA
Advogada DRA. VANESSA DIAS LEMOS(OAB:
103650/MG) Advogado DR. AFONSO LUIZ DO
NASCIMENTO(OAB: 111970/SP)
Advogada DRA. BEATRIZ FERNANDES
RIBEIRO(OAB: 189008/MG) AGRAVADO(S) INSTITUTO SOCIAL BRASIL NOVO
Processo Nº AIRR-0000695-17.2014.5.15.0067
Intimado(s)/Citado(s): Complemento Plenário Virtual
- INSTITUTO SOCIAL BRASIL NOVO Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
- MARIA DO SOCORRO DO NASCIMENTO CORREIA BELMONTE
- MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ AGRAVANTE(S) KATIA REGINA YAMAMOTO DE
MATOS
Advogado DR. RODRIGO ANDRÉ DA
Processo Nº AIRR-0000655-41.2017.5.05.0121 SILVA(OAB: 188598/SP)
Complemento Plenário Virtual
AGRAVADO(S) BANCO BRADESCO S.A. E OUTRAS
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
BELMONTE Advogado DR. GILSON KLEBES
GUGLIELMI(OAB: 45592/RS)
AGRAVANTE(S) PUJANTE TRANSPORTES LTDA.
Advogada DRA. ELISA LIMA ALONSO(OAB: Intimado(s)/Citado(s):
18483/DF)
AGRAVADO(S) ANTONIA DINALVA SANTOS DE - BANCO BRADESCO S.A. E OUTRAS
ALMEIDA - KATIA REGINA YAMAMOTO DE MATOS
Advogado DR. SIMONE BORGES PERES(OAB:
26705/BA)
Processo Nº AIRR-0000696-40.2014.5.05.0015
Complemento Plenário Virtual
Intimado(s)/Citado(s): Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
- ANTONIA DINALVA SANTOS DE ALMEIDA FONTAN PEREIRA
- PUJANTE TRANSPORTES LTDA. AGRAVANTE(S) E EMPRESA BRASILEIRA DE
AGRAVADO(S) CORREIOS E TELÉGRAFOS
Advogada DRA. LUCIANA CARVALHO
Processo Nº AIRR-0000665-37.2012.5.02.0447 SANTOS(OAB: 11388/BA)
Complemento Plenário Virtual
AGRAVANTE(S) E MARIA DE LOURDES SALVADOR
Relator MIN. MAURICIO GODINHO AGRAVADO(S) DOS SANTOS
DELGADO
Advogado DR. RANIERI LIMA RESENDE(OAB:
AGRAVANTE(S) PREVIDÊNCIA USIMINAS 27748/BA)
Advogado DR. SÉRGIO LUIZ AKAOUI
MARCONDES(OAB: 40922/SP) Intimado(s)/Citado(s):
Advogado DR. NEY JOSÉ CAMPOS(OAB:
44243/MG) - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
AGRAVANTE(S) USINAS SIDERÚRGICAS DE MINAS - MARIA DE LOURDES SALVADOR DOS SANTOS
GERAIS S.A. - USIMINAS
Advogado DR. NELSON WILIANS FRATONI Processo Nº AIRR-0000704-45.2015.5.09.0411
RODRIGUES(OAB: 128341-D/SP) Complemento Plenário Virtual
Advogado DR. SÉRGIO CARNEIRO ROSI(OAB: Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
71639/MG) FONTAN PEREIRA
AGRAVADO(S) FRANCISCO PINHEIRO DE SOUZA E AGRAVANTE(S) SÉRGIO BARBOSA DE SOUZA
OUTROS
Advogado DR. NORIMAR JOÃO
Advogado DR. ALEXANDRE DO AMARAL HENDGES(OAB: 23318/PR)
SANTOS(OAB: 183521/SP)
AGRAVADO(S) BUNGE FERTILIZANTES S.A.
Advogado DR. OTÁVIO PINTO E SILVA(OAB:
Intimado(s)/Citado(s): 67075/PR)
- FRANCISCO PINHEIRO DE SOUZA E OUTROS Advogado DR. FÁBIO KORENBLUM(OAB:
- PREVIDÊNCIA USIMINAS 68743/PR)
- USINAS SIDERÚRGICAS DE MINAS GERAIS S.A. - USIMINAS AGRAVADO(S) YARA BRASIL FERTILIZANTES S.A.
Advogado DR. LUIZ AFRÂNIO ARAÚJO(OAB:
58477/RS)
Processo Nº AIRR-0000673-07.2016.5.23.0021
Complemento Plenário Virtual
Intimado(s)/Citado(s):
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
BELMONTE - BUNGE FERTILIZANTES S.A.
AGRAVANTE(S) LODIR PEREIRA DA SILVA - SÉRGIO BARBOSA DE SOUZA
Advogado DR. ANA CAROLINA RIBEIRO - YARA BRASIL FERTILIZANTES S.A.
AUGUSTO(OAB: 312811/SP)
Advogado DR. ÁUREO GUSTAVO MAIA(OAB:
259039/SP) Processo Nº AIRR-0000713-10.2014.5.02.0064
Complemento Plenário Virtual
AGRAVADO(S) TRANSPORTES PANORAMA LTDA
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
Advogado DR. CLÓVIS HENRIQUE FLORENCIO FONTAN PEREIRA
DE LIMA(OAB: 14266-B/MT)
AGRAVANTE(S) A.C.C.
AGRAVADO(S) TRANSOESTE LOGISTICA LTDA
Advogado DR. CARLOS EDUARDO PEREIRA
Advogado DR. CLÓVIS HENRIQUE FLORENCIO BARRETTO FILHO(OAB: 194526/SP)
DE LIMA(OAB: 14266-B/MT)
AGRAVADO(S) B.B.S.
Advogado DR. GERALDO BARALDI
Intimado(s)/Citado(s): JUNIOR(OAB: 95246/RJ)
- LODIR PEREIRA DA SILVA AGRAVADO(S) C.M.F.S.
- TRANSOESTE LOGISTICA LTDA
Advogado DR. CHRISTIAN MAX FINARDI Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
SQUASSONI(OAB: 144669/SP) FONTAN PEREIRA
AGRAVANTE(S) WELLINGTON JOSE DA SILVA
Intimado(s)/Citado(s): Advogado DR. PAULO CÉSAR MALTA
JÚNIOR(OAB: 21870/PE)
- A.C.C.
AGRAVADO(S) HBA S/A ASSISTENCIA MEDICA E
- B.B.S. HOSPITALAR
- C.M.F.S. Advogado DR. IRAN FURTADO DE SOUZA
FILHO(OAB: 15170-A/BA)
Processo Nº AIRR-0000736-64.2018.5.12.0022 AGRAVADO(S) ASSOCIACAO HUMANITARIA
Complemento Plenário Virtual BENEFICENTE DO RECIFE E
OUTROS
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
FONTAN PEREIRA Advogado DR. MONALISA VENTURA LEITE
MARQUES(OAB: 24624/PE)
AGRAVANTE(S) SPDM - ASSOCIAÇÃO PAULISTA
PARA O DESENVOLVIMENTO DA
MEDICINA Intimado(s)/Citado(s):
Advogado DR. CARLOS CARMELO - ASSOCIACAO HUMANITARIA BENEFICENTE DO RECIFE E
BALARÓ(OAB: 102778/SP) OUTROS
AGRAVADO(S) LUIS CARLOS POSSAMAI - HBA S/A ASSISTENCIA MEDICA E HOSPITALAR
Advogado DR. EMERSON DE MORAIS - WELLINGTON JOSE DA SILVA
GRANADO(OAB: 15145/SC)
Processo Nº AIRR-0000753-51.2014.5.04.0382
Intimado(s)/Citado(s):
Complemento Plenário Virtual
- LUIS CARLOS POSSAMAI Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
- SPDM - ASSOCIAÇÃO PAULISTA PARA O BELMONTE
DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA AGRAVANTE(S) VULCABRÁS/AZALÉIA - RS,
CALÇADOS E ARTIGOS
ESPORTIVOS S.A.
Processo Nº AIRR-0000741-62.2011.5.02.0361
Complemento Plenário Virtual Advogada DRA. ANA CRISTINA MARQUES
CARDOSO QUEVEDO(OAB:
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA 42172/RS)
BELMONTE
AGRAVADO(S) ENIO JAIR ULLMANN
AGRAVANTE(S) CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
TECNOLÓGICA PAULA SOUZA Advogada DRA. ADRIANA MILANI
PINHEIRO(OAB: 73437/RS)
Procurador DR. CLÁUDIA BEATRIZ MAIA SILVA
AGRAVADO(S) MÁRCIO LIMA RODRIGUES
Intimado(s)/Citado(s):
Advogado DR. CARLOS EDUARDO
MASSERAN(OAB: 113342/SP) - ENIO JAIR ULLMANN
AGRAVADO(S) SEPATRI OPERACIONAL - VULCABRÁS/AZALÉIA - RS, CALÇADOS E ARTIGOS
SEGURANÇA PATRIMONIAL LTDA. ESPORTIVOS S.A.
Intimado(s)/Citado(s):
- INTERMARITIMA PORTOS E LOGISTICA S/A Intimado(s)/Citado(s):
- JAILTON DE JESUS PALMA - BRF S.A.
- MARIA ROSARIA OLIVEIRA DE LIMA
Processo Nº AIRR-0000881-09.2015.5.09.0411
Complemento Plenário Virtual Processo Nº AIRR-0000986-15.2014.5.06.0181
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE Complemento Plenário Virtual
FONTAN PEREIRA Relator MIN. MAURICIO GODINHO
AGRAVANTE(S) EDUARDO ESTEVAO THOMAZ DELGADO
Advogada DRA. ELISÂNGELA SOARES(OAB: AGRAVANTE(S) RICARDO ANTÔNIO DOS SANTOS
38437/PR) Advogado DR. ADRIANO JOSÉ GOMES DA
AGRAVADO(S) SINDICATO DOS ESTIVADORES DE SILVA(OAB: 16944/PE)
PARANAGUA E PONTAL DO AGRAVADO(S) SUPERMERCADO DA FAMÍLIA LTDA.
PARANA
Advogado DR. MÁRCIO NUNES DOS
Advogado DR. JAMES BILL DANTAS(OAB: SANTOS(OAB: 17853/PE)
27512/PR)
Intimado(s)/Citado(s):
Intimado(s)/Citado(s):
- RICARDO ANTÔNIO DOS SANTOS
- EDUARDO ESTEVAO THOMAZ
- SUPERMERCADO DA FAMÍLIA LTDA.
- SINDICATO DOS ESTIVADORES DE PARANAGUA E PONTAL
DO PARANA
Processo Nº AIRR-0000993-77.2018.5.23.0121
Processo Nº AIRR-0000882-53.2017.5.06.0331 Complemento Plenário Virtual
Complemento Plenário Virtual Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
FONTAN PEREIRA
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
FONTAN PEREIRA AGRAVANTE(S) BRF S.A.
AGRAVANTE(S) PAMILA AMANDA FERREIRA Advogada DRA. DANUSA SERENA
ONEDA(OAB: 13124/MT)
Advogado DR. ABEL AUGUSTO DO RÊGO
COSTA JÚNIOR(OAB: 8871/PB) Advogado DR. DANIEL MARZARI(OAB:
15507/MT)
AGRAVADO(S) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
AGRAVADO(S) ISAIAS ROSENDO DA SILVA
Advogado DR. JOSIAS ALVES BEZERRA(OAB:
12936/PE) Advogado DR. JOSIBERTO COSTA
NEVES(OAB: 13225/MT)
Advogado DR. RODRIGO MARINHO
PEIXOTO(OAB: 36498/PE)
Intimado(s)/Citado(s):
Intimado(s)/Citado(s): - BRF S.A.
- CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF - ISAIAS ROSENDO DA SILVA
- PAMILA AMANDA FERREIRA
Processo Nº AIRR-0001003-21.2016.5.10.0003
Processo Nº AIRR-0000965-38.2017.5.05.0027 Complemento Plenário Virtual
Complemento Plenário Virtual Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO
Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO AGRAVANTE(S) UNIÃO (PGU)
AGRAVANTE(S) ESTADO DA BAHIA Procurador DR. GUSTAVO CAVALCANTI DE
AMORIM QUÉRCIA
Procuradora DRA. ANA PAULA TOMAZ MARTINS
AGRAVADO(S) HUDSTON RODRIGUES SEABRA
AGRAVADO(S) WILMA DE SOUZA OLIVEIRA
Advogado DR. PETER ERIK KUMMER(OAB:
Advogado DR. GILMAR ELOI DOURADO(OAB: 16134/DF)
12761/BA)
AGRAVADO(S) PH SERVIÇOS E ADMINISTRAÇÃO
LTDA.
Intimado(s)/Citado(s):
- ESTADO DA BAHIA Intimado(s)/Citado(s):
- WILMA DE SOUZA OLIVEIRA - HUDSTON RODRIGUES SEABRA
- PH SERVIÇOS E ADMINISTRAÇÃO LTDA.
Processo Nº AIRR-0000976-04.2018.5.23.0101 - UNIÃO (PGU)
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
FONTAN PEREIRA Processo Nº AIRR-0001010-91.2016.5.06.0013
Complemento Plenário Virtual
AGRAVANTE (S) E MARIA ROSARIA OLIVEIRA DE LIMA
AGRAVADO (S) Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO
Advogado DR. KEOMAR GONÇALVES(OAB:
15113/MT) AGRAVANTE(S) JOSE INACIO MONTEIRO FILHO
Advogada DRA. MÁRCIA SILVA SOARES Advogado DR. DANIELA SIQUEIRA
RHEINHEIMER(OAB: 16957/MT) VALADARES(OAB: 21290/PE)
AGRAVANTE (S) E BRF S.A. AGRAVADO(S) COMPANHIA PERNAMBUCANA DE
AGRAVADO (S) SANEAMENTO - COMPESA
Advogado DR. DANIEL MARZARI(OAB: Advogado DR. ANDRÉ PESSOA(OAB:
15507/MT) 19503/BA)
Advogada DRA. DANUSA SERENA Advogado DR. IGOR TEIXEIRA SANTOS(OAB:
ONEDA(OAB: 13124-B/MT) 35687/BA)
Processo Nº AIRR-0001299-55.2017.5.22.0106
Intimado(s)/Citado(s):
Complemento Plenário Virtual
- FERNANDO ALVES PEREIRA JUNIOR Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
- MUNICÍPIO DE FLORIANO FONTAN PEREIRA
AGRAVANTE(S) MUNICÍPIO DE FLORIANO
Processo Nº AIRR-0001248-69.2016.5.09.0129 Advogado DR. DIEGO AUGUSTO OLIVEIRA
Complemento Plenário Virtual MARTINS(OAB: 13758/PI)
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE AGRAVADO(S) GUSTAVO PITTER SILVA PEREIRA
FONTAN PEREIRA Advogado DR. FRANCISCO SALVADOR
AGRAVANTE (S) E JOSE FERREIRA NEVES GONÇALVES MIRANDA(OAB:
AGRAVADO (S) 6694/PI)
Advogado DR. SÉRGIO EDUARDO Advogado DR. CAIO IGGO DE ARAÚJO
CANELLA(OAB: 29551/PR) GONCALVES MIRANDA(OAB: 12229-
A/PI)
AGRAVANTE (S) E PAPELÃO APUCARANINHA EIRELI
AGRAVADO (S)
Advogado DR. JOSE CARLOS BUSATO(OAB: Intimado(s)/Citado(s):
5116/PR) - GUSTAVO PITTER SILVA PEREIRA
- MUNICÍPIO DE FLORIANO
Intimado(s)/Citado(s):
- JOSE FERREIRA NEVES Processo Nº AIRR-0001320-54.2017.5.17.0014
- PAPELÃO APUCARANINHA EIRELI Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO
Processo Nº AIRR-0001275-07.2017.5.12.0041
Complemento Plenário Virtual AGRAVANTE(S) PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. -
PETROBRAS
Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO Advogada DRA. ANANGÉLICA FADLALAH
BERNARDO(OAB: 14257/ES)
AGRAVANTE(S) HELDER DE SOUSA
AGRAVADO(S) SINDICATO DOS TRABALHADORES
Advogado DR. JOEL CORRÊA DA ROSA(OAB: NAS EMPRESAS DE ASSEIO,
10507/SC) CONSERVAÇÃO, LIMPEZA PÚBLICA
AGRAVADO(S) CELESC DISTRIBUIÇÃO S.A. E SERVIÇOS SIMILARES NO
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Advogado DR. LYCURGO LEITE NETO(OAB:
1530-A/DF) Advogado DR. ODÍLIO GONÇALVES DIAS
NETO(OAB: 19519/ES)
Advogado DR. PEDRO AUGUSTO SCHMIDT DE
CARVALHO JÚNIOR(OAB: 14074/SC) Advogado DR. GERLIS PRATA SURLO(OAB:
17647/ES)
AGRAVADO(S) HOPE RECURSOS HUMANOS S.A.
Intimado(s)/Citado(s):
Advogado DR. ANDRÉ SOUZA TORREÃO DA
- CELESC DISTRIBUIÇÃO S.A. COSTA(OAB: 136745/RJ)
- HELDER DE SOUSA
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº AIRR-0001286-61.2013.5.08.0114 - HOPE RECURSOS HUMANOS S.A.
Complemento Plenário Virtual
- PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS
Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO - SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS EMPRESAS DE
ASSEIO, CONSERVAÇÃO, LIMPEZA PÚBLICA E SERVIÇOS
SIMILARES NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Intimado(s)/Citado(s): Intimado(s)/Citado(s):
- AUTO VIAÇÃO VERA CRUZ LTDA. - HOSPITAL ALFA S/A E OUTROS
- MARCIO DA SILVEIRA DIAS - MARIA DE FATIMA FERREIRA DO CARMO
- NOVA BOLONHA PARTICIPACOES LTDA
Processo Nº AIRR-0010141-74.2016.5.03.0013
Complemento Plenário Virtual Processo Nº AIRR-0010388-09.2018.5.03.0038
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE Complemento Plenário Virtual
FONTAN PEREIRA Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
AGRAVANTE(S) VIA VAREJO S.A. FONTAN PEREIRA
Advogado DR. DÉCIO FLÁVIO GONÇALVES AGRAVANTE(S) EMPRESA BRASILEIRA DE
TORRES FREIRE(OAB: 56543/MG) CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT
AGRAVADO(S) LEANDRO CÉSAR DUARTE SANTOS Advogada DRA. MARIA APARECIDA FERREIRA
BARROS RIBEIRO(OAB: 62852/MG)
Advogada DRA. CIBELE LOPES DA SILVA(OAB:
137622/MG) Advogado DR. MARCEL RACHID SIQUEIRA
CANÇADO(OAB: 128528/MG)
Intimado(s)/Citado(s): AGRAVADO(S) DEMIR JOSE ALVES
Advogado DR. SANDRO ALVES TAVARES(OAB:
- LEANDRO CÉSAR DUARTE SANTOS 96706-A/MG)
- VIA VAREJO S.A.
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº AIRR-0010150-37.2018.5.15.0076
- DEMIR JOSE ALVES
Complemento Plenário Virtual
- EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS -
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE ECT
FONTAN PEREIRA
AGRAVANTE(S) MUNICÍPIO DE FRANCA
Processo Nº AIRR-0010411-23.2016.5.15.0027
Procurador DR. JOSÉ MAURO PAULINO DIAS
Processo Nº AIRR-0010457-13.2015.5.15.0038
Intimado(s)/Citado(s):
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE - RODRIGO APARECIDO GARCIA
FONTAN PEREIRA - VIA VAREJO S.A.
AGRAVANTE(S) OSG SULAMERICANA DE
FERRAMENTAS LTDA
Processo Nº AIRR-0010572-24.2017.5.15.0148
Advogado DR. FELIPE NAVEGA Complemento Plenário Virtual
MEDEIROS(OAB: 217017/SP)
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
AGRAVADO(S) MARIANO APARECIDO DA SILVA FONTAN PEREIRA
Advogada DRA. MÁRCIA REGINA DE AGRAVANTE(S) CYBELAR COMÉRCIO E INDÚSTRIA
OLIVEIRA(OAB: 73776/SP) LTDA
AGRAVADO(S) R.V - SEGURANÇA PATRIMONIAL Advogada DRA. ADRIANA BERTONI
LTDA. BARBIERI(OAB: 139569/SP)
AGRAVADO(S) ANDRESSA DA CRUZ AMARAL
Intimado(s)/Citado(s): Advogado DR. EMANUEL BARBOSA DE
- MARIANO APARECIDO DA SILVA LIMA(OAB: 317803/SP)
- OSG SULAMERICANA DE FERRAMENTAS LTDA
- R.V - SEGURANÇA PATRIMONIAL LTDA. Intimado(s)/Citado(s):
- ANDRESSA DA CRUZ AMARAL
Processo Nº AIRR-0010497-66.2015.5.01.0205 - CYBELAR COMÉRCIO E INDÚSTRIA LTDA
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. MAURICIO GODINHO Processo Nº AIRR-0010599-86.2016.5.18.0009
DELGADO Complemento Plenário Virtual
AGRAVANTE(S) JULIO CESAR BERNARDO Relator MIN. MAURICIO GODINHO
Advogado DR. DENILSON COUTO DE DELGADO
OLIVEIRA(OAB: 70265/RJ) AGRAVANTE(S) CELG DISTRIBUIÇÃO S.A. - CELG D
AGRAVADO(S) VIA VAREJO S.A. Advogado DR. PAULO ROBERTO IVO DE
Advogada DRA. ANA GABRIELA BURLAMAQUI REZENDE(OAB: 9362/GO)
DE CARVALHO VIANNA(OAB: Advogado DR. EDMAR ANTONIO ALVES
81690/RJ) FILHO(OAB: 31312-A/GO)
Advogado DR. DÊNIS SARAK(OAB: 252006/SP) AGRAVADO(S) SINDICATO DOS TRABALHADORES
Advogado DR. DENNER DE BARROS E NAS INDÚSTRIAS URBANAS NO
MASCARENHAS BARBOSA(OAB: ESTADO DE GOIÁS - STIUEG
220028/RJ) Advogado DR. GLÓRIA LUDMILA GONTIJO
LABORDA LARRAIN(OAB: 33540/GO)
Intimado(s)/Citado(s):
- JULIO CESAR BERNARDO Intimado(s)/Citado(s):
- VIA VAREJO S.A. - CELG DISTRIBUIÇÃO S.A. - CELG D
- SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS
URBANAS NO ESTADO DE GOIÁS - STIUEG
Processo Nº AIRR-0010530-32.2015.5.15.0087
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE Processo Nº AIRR-0010627-32.2016.5.15.0108
FONTAN PEREIRA Complemento Plenário Virtual
AGRAVANTE(S) USINA ACUCAREIRA ESTER S A Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
FONTAN PEREIRA
Advogado DR. ALDO JOSÉ FOSSA DE SOUSA
LIMA(OAB: 155741/SP) AGRAVANTE(S) BANCO DO BRASIL S.A.
Advogado DR. MÔNICA CONCEIÇÃO MALVEZZI Advogado DR. TIAGO AUGUSTO DE
DE REBECHI(OAB: 185334/SP) MAGALHÃES ARENA(OAB:
235355/SP)
AGRAVADO(S) LUCAS DE LIMA SANTOS
AGRAVADO(S) MARIA ROSELI CAMPOS PELEGRINI
Advogado DR. OSWALDO ANTÔNIO
VISMAR(OAB: 253407/SP) Advogado DR. GERSON LUIZ GRABOSKI DE
LIMA(OAB: 15782/PR)
Intimado(s)/Citado(s):
Advogado DR. JOSÉ HENRIQUE CANÇADO Advogado DR. VICTOR HUGO AMORIM DE
GONÇALVES(OAB: 57680-A/MG) LIMA(OAB: 170382/RJ)
Advogado DR. ALDRIN SENE AMARAL(OAB: Advogado DR. PEDRO HENRIQUE MARQUES
242722/SP) DA SILVA(OAB: 176072/RJ)
AGRAVADO(S) CLARO S.A.
Advogado DR. RUI NOGUEIRA PAES CAMINHA Intimado(s)/Citado(s):
BARBOSA(OAB: 274876/SP)
- SINDICATO DOS PROFISSIONAIS EM EDUCACAO FISICA
Advogado DR. ALEXANDRE BELMONTE DO RIO DE JANEIRO
SIPHONE(OAB: 317624/SP)
- SMART RIO ACADEMIA DE GINASTICA S.A.
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº AIRR-0011666-32.2016.5.03.0065
- CLARO S.A. Complemento Plenário Virtual
- JUCELINO ALVES DOS SANTOS Relator MIN. MAURICIO GODINHO
- LÍDER TELECOM COMÉRCIO E SERVIÇOS EM DELGADO
TELECOMUNICAÇÃO LTDA. AGRAVANTE(S) EXPRESSO NEPOMUCENO S.A.
Advogada DRA. MARIA APARECIDA
Processo Nº AIRR-0011425-60.2013.5.15.0152 CARVALHO TICLE(OAB: 86015/MG)
Complemento Plenário Virtual AGRAVADO(S) JULIO CESAR RIBEIRO ALVES
Relator MIN. MAURICIO GODINHO Advogado DR. WILLIAM EFREM
DELGADO NATIVIDADE(OAB: 141183/MG)
AGRAVANTE(S) VALDECIR APARECIDO MARQUES
Advogada DRA. ANDRÉA ENARA BATISTA Intimado(s)/Citado(s):
CHIARINELLI CAPATO(OAB:
167798/SP) - EXPRESSO NEPOMUCENO S.A.
AGRAVADO(S) MABE BRASIL - JULIO CESAR RIBEIRO ALVES
ELETRODOMÉSTICOS S.A.
Advogado DR. ANDRÉ LUIZ PAES DE Processo Nº AIRR-0011699-72.2015.5.15.0081
ALMEIDA(OAB: 169564/SP) Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
Intimado(s)/Citado(s): FONTAN PEREIRA
- MABE BRASIL ELETRODOMÉSTICOS S.A. AGRAVANTE(S) SILVIO FERREIRA DE ANDRADE
- VALDECIR APARECIDO MARQUES Advogado DR. PEDRO CASSIANO
BELLENTANI(OAB: 135484/SP)
AGRAVADO(S) CARLOS HENRIQUE VAZ DE LIMA E
Processo Nº AIRR-0011555-90.2016.5.15.0040 OUTRO
Complemento Plenário Virtual Advogado DR. RODRIGO CAPORUSSO(OAB:
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA 344594/SP)
BELMONTE
AGRAVANTE(S) MUNICÍPIO DE QUELUZ Intimado(s)/Citado(s):
Advogado DR. FABIANO TORRES COSTA(OAB:
135163/RJ) - CARLOS HENRIQUE VAZ DE LIMA E OUTRO
AGRAVADO(S) CARMEN LUCIA CONCEICAO - SILVIO FERREIRA DE ANDRADE
Advogado DR. PAULO CÉSAR DE
MACEDO(OAB: 343414/SP) Processo Nº AIRR-0011864-37.2016.5.03.0108
AGRAVADO(S) IRMANDADE DA SANTA CASA DE Complemento Plenário Virtual
MISERICÓRDIA DE QUELUZ Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
Advogada DRA. DENISE MARIA RAMOS DE BELMONTE
CARVALHO(OAB: 114206/SP) AGRAVANTE(S) ELZENI BARBOSA DA ROCHA
Advogada DRA. LUCIANA BARBOSA FERREIRA
Intimado(s)/Citado(s): SANTOS(OAB: 184948/MG)
- CARMEN LUCIA CONCEICAO AGRAVADO(S) MGS MINAS GERAIS
ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS S.A.
- IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE
QUELUZ Advogada DRA. ÉRIKA BRUNO SILVA(OAB:
154188/MG)
- MUNICÍPIO DE QUELUZ
Advogado DR. JUAREZ CARVALHO BARBOSA
JÚNIOR(OAB: 155928/MG)
Processo Nº AIRR-0011573-45.2015.5.01.0070
Complemento Plenário Virtual Intimado(s)/Citado(s):
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
FONTAN PEREIRA - ELZENI BARBOSA DA ROCHA
AGRAVANTE(S) SMART RIO ACADEMIA DE - MGS MINAS GERAIS ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS S.A.
GINASTICA S.A.
Advogado DR. JOSÉ FERNANDO XIMENES Processo Nº AIRR-0011930-55.2015.5.03.0042
ROCHA(OAB: 27439-A/RJ) Complemento Plenário Virtual
Advogado DR. CLÁUDIO ROGÉRIO Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
BENEDET(OAB: 108663-D/SP) BELMONTE
AGRAVADO(S) SINDICATO DOS PROFISSIONAIS AGRAVANTE(S) EMPRESA BRASILEIRA DE INFRA-
EM EDUCACAO FISICA DO RIO DE ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA -
JANEIRO INFRAERO
Advogado DR. DANIEL DE SILVA Advogada DRA. NÁDIA DE OLIVEIRA
BRILHANTE(OAB: 140938/RJ) RIOS(OAB: 117984/MG)
AGRAVADO(S) WANDERLEY ROSA JUNIOR
Intimado(s)/Citado(s):
- CLAUDIO DE SOUSA LOPES DE FARIA Intimado(s)/Citado(s):
- IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS - ESTADO DA BAHIA
- OSVALDO DE OLIVEIRA E OUTROS
Processo Nº AIRR-0102074-15.2016.5.01.0004
Complemento Plenário Virtual Processo Nº AIRR-0280100-37.2001.5.02.0035
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE Complemento Plenário Virtual
FONTAN PEREIRA Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
AGRAVANTE(S) LUCIANO PEREIRA DA SILVA BELMONTE
Advogada DRA. ANA PAULA DE MEDEIROS AGRAVANTE(S) IVANILDO PEREIRA SILVA
PEREIRA(OAB: 134758/RJ) Advogado DR. WALMIR VASCONCELOS
AGRAVADO(S) EMPRESA BRASILEIRA DE MAGALHÃES(OAB: 112637/SP)
CORREIOS E TELÉGRAFOS AGRAVADO(S) SÃO PAULO TRANSPORTE S.A. -
Advogada DRA. SANDRA DA SILVA SPTRANS
ROCHA(OAB: 112856/RJ) Advogada DRA. LAURA LOPES DE ARAÚJO
MAIA(OAB: 128010/SP)
Intimado(s)/Citado(s): AGRAVADO(S) MASSA FALIDA DE MASTERBUS
TRANSPORTES LTDA
- EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
Advogado DR. MANUEL ANTONIO ANGULO
- LUCIANO PEREIRA DA SILVA LOPEZ(OAB: 69061-A/SP)
Processo Nº AIRR-1000159-18.2017.5.02.0302
Intimado(s)/Citado(s): Complemento Plenário Virtual
- ADÃO LUIS DO CARMO Relator MIN. MAURICIO GODINHO
- IC CONSTRUTORA LTDA DELGADO
- SOLAR EMPREENDIMENTOS LTDA. E OUTRA AGRAVANTE(S) EDNA MARIA PEREIRA DA SILVA
Advogado DR. RONALD TADEU MONTEIRO
FERREIRA(OAB: 164279/SP)
Processo Nº AIRR-0171200-31.1994.5.05.0193
Complemento Plenário Virtual AGRAVADO(S) ASSOCIAÇÃO SANTAMARENSE DE
BENEFICÊNCIA DO GUARUJÁ
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
BELMONTE Advogado DR. JOSE RODRIGUES TUCUNDUVA
NETO(OAB: 65443-A/SP)
AGRAVANTE(S) ESTADO DA BAHIA
Procurador DR. BRUNO SAMPAIO PERES Intimado(s)/Citado(s):
FAGUNDES
AGRAVADO(S) OSVALDO DE OLIVEIRA E OUTROS - ASSOCIAÇÃO SANTAMARENSE DE BENEFICÊNCIA DO
GUARUJÁ
Advogado DR. ARY NEWTON BELO PINA(OAB:
9008/BA) - EDNA MARIA PEREIRA DA SILVA
Processo Nº AIRR-1001328-89.2017.5.02.0706
Intimado(s)/Citado(s): Complemento Plenário Virtual
- AVIR DIAS FERNANDES Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
- COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - FONTAN PEREIRA
CODESP AGRAVANTE(S) CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO
CAMARGO CORRÊA S.A.
Processo Nº AIRR-1000568-72.2016.5.02.0255 Advogada DRA. DÉBORA BEATRIZ
Complemento Plenário Virtual FERRAZ(OAB: 375242/SP)
Relator MIN. MAURICIO GODINHO AGRAVADO(S) EDILSON UCHOA DOS SANTOS
DELGADO Advogada DRA. MINERVINA FERREIRA
AGRAVANTE(S) PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - MATHIAS(OAB: 393402/SP)
PETROBRAS
Advogado DR. DIRCEU MARCELO Intimado(s)/Citado(s):
HOFFMANN(OAB: 16538/GO)
- CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO CAMARGO CORRÊA S.A.
AGRAVADO(S) TECHNIP BRASIL - ENGENHARIA,
INSTALAÇÕES E APOIO MARÍTIMO - EDILSON UCHOA DOS SANTOS
LTDA.
Advogado DR. SÉRGIO CARNEIRO ROSI(OAB: Processo Nº AIRR-1001338-03.2016.5.02.0502
71639/MG) Complemento Plenário Virtual
Advogado DR. THIAGO AUGUSTO VEIGA Relator MIN. MAURICIO GODINHO
RODRIGUES(OAB: 221896/SP) DELGADO
AGRAVADO(S) TOMÉ ENGENHARIA S.A. AGRAVANTE(S) VALDIR TRINDADE LIBORIO
Advogado DR. SIDNEI GARCIA DIAZ(OAB: Advogado DR. HUDSON MARCELO DA
97089/SP) SILVA(OAB: 170673/SP)
Advogado DR. FÁBIO MASSAO AGRAVADO(S) EMPRESA BRASILEIRA DE
KOBASHIGAWA(OAB: 207820/SP) CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT
AGRAVADO(S) LUIZ CARLOS SUZART PEREIRA Advogado DR. MAURY IZIDORO(OAB:
JÚNIOR 135372/SP)
Advogada DRA. SUZANA RODRIGUES DE
ALMEIDA(OAB: 130146/SP)
Intimado(s)/Citado(s):
Intimado(s)/Citado(s): Intimado(s)/Citado(s):
- INGRID FERREIRA LAZARO - CLOVIS JOAO DE SOBRAL
- LIQ CORP S.A. - M.S.R.OLIVEIRA USINAGEM DE PECAS LTDA
- TAM LINHAS AÉREAS S/A
Processo Nº AIRR-1002441-02.2015.5.02.0463
Processo Nº AIRR-1001396-62.2017.5.02.0472 Complemento Plenário Virtual
Complemento Plenário Virtual Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
BELMONTE AGRAVANTE(S) LUIZ ALVES BATISTA JÚNIOR
AGRAVANTE(S) GENERAL MOTORS DO BRASIL Advogado DR. ALBERTO MINGARDI
LTDA. FILHO(OAB: 115581/SP)
Advogado DR. ANDRÉ RODRIGUES AGRAVADO(S) COLGATE-PALMOLIVE INDUSTRIAL
SCHIOSER(OAB: 246613/SP) LTDA.
AGRAVADO(S) RODRIGO GIMENES Advogado DR. GUSTAVO GRANADEIRO
GUIMARÃES(OAB: 149207/SP)
Advogado DR. GIOVANNI CÉSAR MARQUEZ
MILEO(OAB: 298329/SP)
Intimado(s)/Citado(s):
Intimado(s)/Citado(s): - COLGATE-PALMOLIVE INDUSTRIAL LTDA.
- GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA. - LUIZ ALVES BATISTA JÚNIOR
- RODRIGO GIMENES
Processo Nº RR-0000198-03.2013.5.20.0001
Processo Nº AIRR-1001521-04.2016.5.02.0007 Complemento Plenário Virtual
Complemento Plenário Virtual Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
BELMONTE RECORRENTE E MANOEL SEVERINO DA SILVA E
RECORRIDO OUTROS
AGRAVANTE(S) VIA VAREJO S.A.
Advogada DRA. VIVIAN CONTREIRAS
Advogado DR. OSMAR DE OLIVEIRA SAMPAIO OLIVEIRA BORBA(OAB: 3574-A/SE)
JÚNIOR(OAB: 204651/SP)
RECORRENTE E PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. -
Advogado DR. DÊNIS SARAK(OAB: 252006/SP) RECORRIDO PETROBRAS
AGRAVADO(S) AYRTON BRUNO DE ARAUJO Advogado DR. JOÃO CARLOS OLIVEIRA
SANTOS COSTA(OAB: 1331/SE)
Advogado DR. EDUARDO ZIPPIN KNIJNIK(OAB: Advogado DR. LUIZ PEREIRA DE MELO
71366/RS) NETO(OAB: 2155/SE)
Advogado DR. FABIANO HORA DE BARROS
Intimado(s)/Citado(s): SILVA(OAB: 3515/SE)
- AYRTON BRUNO DE ARAUJO SANTOS
- VIA VAREJO S.A. Intimado(s)/Citado(s):
- MANOEL SEVERINO DA SILVA E OUTROS
Processo Nº AIRR-1001791-84.2017.5.02.0462 - PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE Processo Nº RR-0000539-46.2012.5.12.0014
FONTAN PEREIRA Complemento Plenário Virtual
AGRAVANTE(S) PEDRO JAIME LAVALLE QUEZADA Relator MIN. MAURICIO GODINHO
Advogado DR. CLAYTON EDUARDO CASAL DELGADO
SANTOS(OAB: 211908/SP) RECORRENTE(S) FUNDAÇÃO ELETROSUL DE
AGRAVADO(S) VOLKSWAGEN DO BRASIL PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA
INDÚSTRIA DE VEÍCULOS SOCIAL - ELOS
AUTOMOTORES LTDA. Advogada DRA. GIOVANA MICHELIN
Advogada DRA. ANA CRISTINA GRAU LETTI(OAB: 21422-A/SC)
GAMELEIRA WERNECK(OAB: RECORRENTE(S) ELMES GOMES BARBOSA
88982/RJ)
Advogado DR. FELISBERTO VILMAR
CARDOSO(OAB: 6608/SC)
Intimado(s)/Citado(s):
RECORRIDO(S) ELETROSUL CENTRAIS ELÉTRICAS
- PEDRO JAIME LAVALLE QUEZADA S.A.
- VOLKSWAGEN DO BRASIL INDÚSTRIA DE VEÍCULOS Advogado DR. LUCIANO JOSÉ DA SILVA(OAB:
AUTOMOTORES LTDA. 44193/RS)
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº RR-0010444-83.2017.5.03.0165
- JANDIRA RIBEIRO Complemento Plenário Virtual
- LUCIANA TELLES DA COSTA Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
FONTAN PEREIRA
Processo Nº RR-0001289-20.2014.5.02.0026 RECORRENTE(S) RAQUEL DI BERNARDI MIGUEL
Complemento Plenário Virtual Advogada DRA. BRUNA MÁRCIA DIAS
Relator MIN. MAURICIO GODINHO PEIXOTO(OAB: 171787/MG)
DELGADO RECORRIDO(S) FUNDACAO DE ATENDIMENTO
RECORRENTE(S) CENTRO ESTADUAL DE EDUCACAO ESPECIALIZADO DE NOVA LIMA -
TECNOLOGICA PAULA SOUZA FAENOL
Procurador DR. CLÁUDIA HELENA D. DE Advogada DRA. ALLINE FERNANDES DE
LACERDA OLIVEIRA(OAB: 134786-A/MG)
RECORRIDO(S) WELINGTON FRANCISCO SILVA
Intimado(s)/Citado(s):
Advogado DR. JONES WILLIAN ESPELHO(OAB:
265764/SP) - FUNDACAO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO DE NOVA
RECORRIDO(S) TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO LIMA - FAENOL
Procurador DR. JULIANO ZAMBONI - RAQUEL DI BERNARDI MIGUEL
RECORRIDO(S) MASSA FALIDA DA ATLÂNTICO SUL
SEGURANÇA E VIGILÂNCIA EIRELI Processo Nº RR-0011204-24.2013.5.12.0035
Advogada DRA. BEATRIZ QUINTANA Complemento Plenário Virtual
NOVAES(OAB: 192051/SP) Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO
Intimado(s)/Citado(s): RECORRENTE(S) VILMAR ALVES
- CENTRO ESTADUAL DE EDUCACAO TECNOLOGICA PAULA Advogado DR. FELISBERTO VILMAR
SOUZA CARDOSO(OAB: 6608/SC)
- MASSA FALIDA DA ATLÂNTICO SUL SEGURANÇA E RECORRIDO(S) ELETROSUL CENTRAIS ELÉTRICAS
VIGILÂNCIA EIRELI S.A.
- TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Advogada DRA. RENATA BAIXO DE SÁ
MARTINS(OAB: 19978/SC)
- WELINGTON FRANCISCO SILVA
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº RR-0001541-14.2017.5.11.0011
Complemento Plenário Virtual - ELETROSUL CENTRAIS ELÉTRICAS S.A.
Relator MIN. MAURICIO GODINHO - VILMAR ALVES
DELGADO
RECORRENTE(S) VERA LUCIA MARINHO DA Processo Nº RR-0011210-42.2017.5.03.0164
FONSECA Complemento Plenário Virtual
Processo Nº RR-0012995-98.2015.5.15.0059
Intimado(s)/Citado(s):
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA - COMIL ONIBUS S.A.
BELMONTE - MATHIAS ROGALSKI
RECORRENTE(S) GV DO BRASIL - INDÚSTRIA E - ONSEG SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA E SEGURANÇA LTDA.
COMÉRCIO DE AÇO LTDA.
Advogado DR. LUIZ GUSTAVO BUENO(OAB:
197837/SP) Processo Nº RR-0020823-82.2017.5.04.0512
Complemento Plenário Virtual
RECORRIDO(S) SIDNEI LUIS DA SILVA
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
Advogado DR. PÉRSIO RIBEIRO DA BELMONTE
SILVA(OAB: 206055/SP)
RECORRENTE(S) CAMPANHA NACIONAL DE
RECORRIDO(S) VINÍCIUS QUEIROS DA SILVA - ME ESCOLAS DA COMUNIDADE
Advogada DRA. ANA LUIZA NICOLOSI DA Advogado DR. KARLA DA SILVA LIMA(OAB:
ROCHA(OAB: 304225/SP) 27776/DF)
Advogado DR. DANIELLE ABREU
Intimado(s)/Citado(s): CARLOS(OAB: 130013/MG)
- GV DO BRASIL - INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE AÇO LTDA. RECORRIDO(S) OTAVIO JOSE WEBER
- SIDNEI LUIS DA SILVA
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº RR-0176700-54.2009.5.04.0331
Complemento Plenário Virtual - MARCILIA IBIAPINA DOS SANTOS CORREA
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA - REDE D'OR SÃO LUIZ S.A.
BELMONTE
RECORRENTE(S) VANDERLEI RODRIGUES RIBEIRO Processo Nº RR-1000251-76.2018.5.02.0264
Advogado DR. ROBERTO DE FIGUEIREDO Complemento Plenário Virtual
CALDAS(OAB: 5939/DF) Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
Advogado DR. LÚCIO FERNANDES FONTAN PEREIRA
FURTADO(OAB: 65084/RS) RECORRENTE(S) EDINEIA DE JESUS SOUSA
RECORRIDO(S) AES SUL DISTRIBUIDORA GAÚCHA Advogada DRA. ELDA MATOS BARBOZA(OAB:
DE ENERGIA S.A. 149515/SP)
Advogado DR. MARCELO VIEIRA RECORRIDO(S) EMPREZA GESTÃO DE PESSOAS E
PAPALEO(OAB: 62546/RS) SERVIÇOS LTDA. (EM
RECUPERAÇÃO JUDICIAL) E OUTRA
Intimado(s)/Citado(s): Advogado DR. NELSON WILIANS FRATONI
RODRIGUES(OAB: 128341/SP)
- AES SUL DISTRIBUIDORA GAÚCHA DE ENERGIA S.A.
- VANDERLEI RODRIGUES RIBEIRO
Intimado(s)/Citado(s):
AGRAVADO(S) G-COMEX ÓLEO & GÁS LTDA. Advogado DR. MARCELO DE ANDRADE
PORTELLA SENRA(OAB: 108347/MG)
Intimado(s)/Citado(s): Advogado DR. RENATA FERREIRA PENA(OAB:
121503/MG)
- G-COMEX ÓLEO & GÁS LTDA. AGRAVADO(S) SAVESP SEGURANÇA LTDA.
- PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS
- RICARDO PIMENTEL DE ANDRADE Intimado(s)/Citado(s):
- AMANDA JACQUELINE FERREIRA VELOSO
Processo Nº Ag-AIRR-0006851-27.2014.5.01.0482
- EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS -
Complemento Plenário Virtual ECT
Relator MIN. MAURICIO GODINHO - SAVESP SEGURANÇA LTDA.
DELGADO
AGRAVANTE(S) PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. -
PETROBRAS Processo Nº Ag-RR-0010553-14.2017.5.15.0020
Complemento Plenário Virtual
Advogado DR. FÁBIO GOMES DE FREITAS
BASTOS(OAB: 168037/RJ) Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO
AGRAVADO(S) RUPPAN DA SILVA HERMENEGILDO
AGRAVANTE(S) FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE
Advogada DRA. MARTA CORDEIRO FLORIDO SÃO PAULO
AVILOV(OAB: 128581/RJ)
Procuradora DRA. MILENA CARLA AZZOLINI
AGRAVADO(S) G-COMEX ÓLEO & GÁS LTDA. PEREIRA DA ROSA
AGRAVADO(S) DIANE SALAS DA COSTA
Intimado(s)/Citado(s): NASCIMENTO
- G-COMEX ÓLEO & GÁS LTDA. Advogada DRA. KATY SIMONE RIVERA
HASMANN(OAB: 319297/SP)
- PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS
AGRAVADO(S) MOURA & MOURA COZINHA
- RUPPAN DA SILVA HERMENEGILDO INDUSTRIAL LTDA. - EPP
Intimado(s)/Citado(s): Intimado(s)/Citado(s):
- RICARDO SOARES DE MORAIS - MILCLEAN COMERCIO E SERVICOS LTDA.
- THYSSENKRUPP ELEVADORES S.A. - MUNICÍPIO DE LORENA
- SILVANE FERNANDA DE SOUZA ALVES
Processo Nº Ag-AIRR-0011427-60.2015.5.01.0019
Complemento Plenário Virtual Processo Nº Ag-AIRR-0011552-26.2013.5.01.0204
Relator MIN. MAURICIO GODINHO Complemento Plenário Virtual
DELGADO Relator MIN. MAURICIO GODINHO
AGRAVANTE(S) MUNICÍPIO DE RIO DE JANEIRO DELGADO
Procurador DR. RICARDO ALMEIDA RIBEIRO DA AGRAVANTE(S) PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. -
SILVA PETROBRAS
AGRAVADO(S) ILMARA MACIEL RIBEIRO Advogado DR. CHRISTIANO RIBEIRO
GORDIANO DE OLIVEIRA(OAB:
Advogado DR. WELLINGTON BRANDÃO DE 116812/RJ)
CARVALHO(OAB: 125624/RJ)
AGRAVADO(S) PEDRO RICARDO DE OLIVEIRA
AGRAVADO(S) FIBRA INSTITUTO DE GESTÃO E MELO
SAÚDE
Advogada DRA. CATIA PINHEIRO
GONÇALVES(OAB: 133801/RJ)
Intimado(s)/Citado(s):
- FIBRA INSTITUTO DE GESTÃO E SAÚDE Intimado(s)/Citado(s):
- ILMARA MACIEL RIBEIRO - PEDRO RICARDO DE OLIVEIRA MELO
- MUNICÍPIO DE RIO DE JANEIRO - PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº Ag-ARR-0012505-56.2016.5.15.0022
- EVANGÉLICO SAÚDE LTDA Complemento Plenário Virtual
- JOSE ADRIANO GONCALVES DA SILVA Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
- MUNICÍPIO DE CURITIBA BELMONTE
- SOCIEDADE EVANGÉLICA BENEFICENTE DE CURITIBA E AGRAVANTE(S) MOGI MIRIM PREFEITURA
OUTRAS Procurador DR. LUCAS MAMEDE DA SILVA
AGRAVADO(S) CLEIBI MAYARA ASSUNCAO
Processo Nº Ag-RR-0011879-31.2017.5.18.0018 NOVAES
Complemento Plenário Virtual Advogada DRA. JANAÍNA DE LOURDES
Relator MIN. MAURICIO GODINHO RODRIGUES MARTINI(OAB:
DELGADO 92966/SP)
AGRAVANTE(S) EMPRESA BRASILEIRA DE
CORREIOS E TELÉGRAFOS Intimado(s)/Citado(s):
Advogada DRA. KÁRITA JOSEFA MOTA - CLEIBI MAYARA ASSUNCAO NOVAES
MENDES(OAB: 21391/GO)
- MOGI MIRIM PREFEITURA
Advogada DRA. ZANNARA CRISTIAN DE
SOUZA COTRIM(OAB: 35962/GO)
Advogada DRA. VANESSA BITTES Processo Nº Ag-RR-0012840-56.2017.5.15.0017
TERRA(OAB: 187390/MG) Complemento Plenário Virtual
Advogada DRA. MÔNICA PEIXOTO Relator MIN. MAURICIO GODINHO
PEREIRA(OAB: 38729/DF) DELGADO
AGRAVADO(S) ADRIANA MARIA DE MORAIS AGRAVANTE(S) MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO RIO
PRETO
Advogado DR. RICARDO NAHMATALLAH
OBEID(OAB: 41076/GO) Procurador DR. ROGER DE MARQUI
RODOLPHO
Advogada DRA. ANGELA MARIANNE TEIXEIRA
DE SÁ(OAB: 36790/GO) AGRAVADO(S) HELENA APARECIDA LIMA
AGRAVADO(S) A2 CONSTRUTORA, COMÉRCIO E Advogado DR. CESAR JERÔNIMO(OAB:
SERVIÇOS LTDA. 320638/SP)
AGRAVADO(S) MAZA COMERCIAL E SERVICOS DE
LIMPEZA EIRELI
Intimado(s)/Citado(s):
- A2 CONSTRUTORA, COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA.
Intimado(s)/Citado(s):
- ADRIANA MARIA DE MORAIS
- HELENA APARECIDA LIMA
- EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
- MAZA COMERCIAL E SERVICOS DE LIMPEZA EIRELI
- MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
Processo Nº Ag-AIRR-0011897-82.2017.5.18.0008
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. MAURICIO GODINHO Processo Nº Ag-AIRR-0016298-58.2015.5.16.0006
DELGADO Complemento Plenário Virtual
AGRAVANTE(S) NATURA COSMÉTICOS S.A. Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
BELMONTE
Advogado DR. RAFAEL ALFREDI DE
MATOS(OAB: 23739/BA) AGRAVANTE(S) EMPRESA BRASILEIRA DE
CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT
Advogado DR. GUSTAVO GALVAO
GARBES(OAB: 346174-A/SP) Advogada DRA. LÍLIAN HELENA TEIXEIRA DE
CASTRO(OAB: 16995/CE)
AGRAVADO(S) VALDELI SOARES DE OLIVEIRA
Advogada DRA. FERNANDA CRISTINA GOMES
Advogada DRA. VALÉRIA EUNICE MORI PEREIRA(OAB: 9757/MA)
MACHADO(OAB: 32584/GO)
AGRAVADO(S) EDMILSON DE ALMEIDA LIMA
Advogada DRA. SÔNIA MARIA CARVALHO
Intimado(s)/Citado(s): SALES(OAB: 9988/PI)
- NATURA COSMÉTICOS S.A.
- VALDELI SOARES DE OLIVEIRA Intimado(s)/Citado(s):
- EDMILSON DE ALMEIDA LIMA
Processo Nº Ag-AIRR-0012074-83.2015.5.15.0013 - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS -
Complemento Plenário Virtual ECT
Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO
Processo Nº Ag-AIRR-0020425-20.2016.5.04.0012
AGRAVANTE(S) GENERAL MOTORS DO BRASIL Complemento Plenário Virtual
LTDA.
Relator MIN. MAURICIO GODINHO
Advogada DRA. ANA PAULA FERNANDES DELGADO
LOPES(OAB: 203606/SP)
AGRAVANTE(S) UNIÃO (PGU)
Advogada DRA. MARIA HELENA VILLELA
AUTUORI ROSA(OAB: 102684-A/SP) Procurador DR. JOSÉ CÂNDIDO MAGALHÃES
AGRAVADO(S) EDESIO SOUZA SANTOS Procuradora DRA. LIÉGE VARALLO DALPIAZ
Advogada DRA. PRISCILA CRISTINA DE AGRAVADO(S) JEFERSON LUIS DA ROSA MORAES
OLIVEIRA DIAS(OAB: 169524-A/SP) Advogado DR. DENIS DOS SANTOS
SCHMIDT(OAB: 75180/RS)
Intimado(s)/Citado(s): Intimado(s)/Citado(s):
- MP GESTÃO - CARLA BEATRIZ ROCHA CARDOSO DIOGO
- MUNICIPIO DE RIO DAS FLORES - PERSONAL SERVICE RECURSOS HUMANOS E
- NOEMIA DO ROSARIO ALVES ASSESSORIA EMPRESARIAL LTDA.
- PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS
Processo Nº Ag-AIRR-0100445-37.2016.5.01.0511
Complemento Plenário Virtual Processo Nº Ag-AIRR-0100681-98.2017.5.01.0043
Relator MIN. MAURICIO GODINHO Complemento Plenário Virtual
DELGADO Relator MIN. MAURICIO GODINHO
AGRAVANTE(S) UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DELGADO
DE JANEIRO - UERJ AGRAVANTE(S) MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Procurador DR. MARCELA DE OLIVEIRA MELLO Procurador DR. RICARDO ALMEIDA RIBEIRO DA
GOUVÊA SILVA
AGRAVADO(S) ELIANA VERONICA NETTO GABRIEL AGRAVADO(S) JEFFERSON DA SILVA MAIA
Advogada DRA. LUANNA TARDIN DE Advogado DR. AMARILDO FRANCO DE
OLIVEIRA(OAB: 187198/RJ) CARVALHO(OAB: 142964/RJ)
AGRAVADO(S) CONSTRUIR FACILITIES AGRAVADO(S) VS BRASIL SEGURANÇA E
ARQUITETURA E SERVIÇOS EIRELI VIGILÂNCIA EIRELI
Advogada DRA. BLANCA MARIA BRAGA
FANTONI(OAB: 137251/RJ)
Intimado(s)/Citado(s):
Intimado(s)/Citado(s): Intimado(s)/Citado(s):
- BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E - ATRIO-RIO SERVICE TECNOLOGIA E SERVIÇOS LTDA.
SOCIAL - BNDES - MANOELA ERNESTO NEVES
- CLAUDIO BRAGA DE ABREU E SILVA - MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DA BARRA
Processo Nº Ag-AIRR-1001849-89.2016.5.02.0020
Complemento Plenário Virtual Processo Nº Ag-AIRR-1002073-07.2017.5.02.0080
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO
AGRAVANTE(S) BRASIL PLURAL CORRETORA DE
CÂMBIO, TÍTULOS E VALORES AGRAVANTE(S) BRUNA DI PIAZZA REIS
MOBILIÁRIOS S.A. Advogado DR. RÉGIS ELENO FONTANA(OAB:
Advogado DR. LUIZ FERNANDO 266450/SP)
ALOUCHE(OAB: 193025-A/SP) Advogado DR. BRUNO MORAES DA
AGRAVADO(S) DANILO SAGIANI CAMPOS COSTA(OAB: 328109/SP)
Advogado DR. FÁBIO FELIX MAIA(OAB: AGRAVADO(S) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
188955/SP) Advogada DRA. SÔNIA MARIA
BERTONCINI(OAB: 142534/SP)
Intimado(s)/Citado(s): Advogado DR. PAULO ROBERTO VIGNA(OAB:
173477/SP)
- BRASIL PLURAL CORRETORA DE CÂMBIO, TÍTULOS E
VALORES MOBILIÁRIOS S.A. Advogado DR. DANIEL POPOVICS
CANOLA(OAB: 164141/SP)
- DANILO SAGIANI CAMPOS
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº Ag-AIRR-1001868-37.2017.5.02.0319
Complemento Plenário Virtual - BRUNA DI PIAZZA REIS
Relator MIN. MAURICIO GODINHO - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
DELGADO
AGRAVANTE(S) JOSE DOS SANTOS CARDOSO Processo Nº Ag-RR-1002094-54.2017.5.02.0606
Advogado DR. JONADABE RODRIGUES Complemento Plenário Virtual
LAURINDO(OAB: 176761/SP) Relator MIN. MAURICIO GODINHO
AGRAVADO(S) MULTI CONCRETO EIRELI - EPP DELGADO
Advogada DRA. FERNANDA ALBANO AGRAVANTE(S) JOHNY WILLIAM DE JESUS
TOMAZI(OAB: 261620/SP) CAMPOS
Advogado DR. EDUARDO ZIPPIN KNIJNIK(OAB:
71366/RS)
Intimado(s)/Citado(s):
AGRAVADO(S) VIA VAREJO S.A.
- JOSE DOS SANTOS CARDOSO
Advogada DRA. RAQUEL NASSIF MACHADO
- MULTI CONCRETO EIRELI - EPP PANEQUE(OAB: 173491/SP)
Advogado DR. OSMAR DE OLIVEIRA SAMPAIO
Processo Nº Ag-AIRR-1001869-51.2017.5.02.0083 JÚNIOR(OAB: 204651/SP)
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. MAURICIO GODINHO Intimado(s)/Citado(s):
DELGADO
- JOHNY WILLIAM DE JESUS CAMPOS
AGRAVANTE(S) LUIZ SANTIAGO DA SILVA FILHO
- VIA VAREJO S.A.
Advogado DR. CELSO FERRAREZE(OAB:
219041/SP)
Advogada DRA. ANDRÉIA CRISTINA MARTINS Processo Nº Ag-RR-1002155-71.2015.5.02.0706
DAROS(OAB: 294669/SP) Complemento Plenário Virtual
AGRAVADO(S) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO
Advogada DRA. JOICE DE AGUIAR RUZA(OAB:
220735/SP) AGRAVANTE(S) COMPANHIA DO METROPOLITANO
DE SÃO PAULO - METRÔ
Advogado DR. EVANDRO DOS SANTOS
Intimado(s)/Citado(s): ROCHA(OAB: 170115/SP)
Processo Nº ARR-0010567-97.2015.5.18.0015
Intimado(s)/Citado(s):
Complemento Plenário Virtual
Intimado(s)/Citado(s): Intimado(s)/Citado(s):
- CELG DISTRIBUIÇÃO S.A. - CELG D - ABASTECEDORA DE COMBUSTÍVEIS BELA VISTA LTDA.
- PEDRO GOMES DE OLIVEIRA NETO - FÁBIO LENTINO DA SILVA
Processo Nº ED-RR-0000299-15.2017.5.05.0196
Intimado(s)/Citado(s): Complemento Plenário Virtual
- ANDREIA DE FATIMA ICORISSA Relator MIN. MAURICIO GODINHO
- GUIMA CONSECO CONSTRUÇÃO, SERVIÇOS E COMÉRCIO DELGADO
LTDA. EMBARGANTE ALESSANDRO DA SILVA E SILVA
- MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO Advogado DR. PAULO SERGIO RODRIGUES
DE SANTANA(OAB: 22918-A/BA)
Processo Nº ARR-1003173-38.2013.5.02.0241 EMBARGADO(A) SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA -
Complemento Plenário Virtual SESI
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA Advogado DR. PAULA PEREIRA PIRES(OAB:
BELMONTE 8448-A/BA)
AGRAVANTE(S) E WURTH DO BRASIL PECAS DE EMBARGADO(A) MEDEIROS SANTOS ENGENHARIA
RECORRENTE(S) FIXACAO LTDA E OUTROS CONSTRUCOES E PROJETOS LTDA
Advogada DRA. DEBORA KÁTIA PINI(OAB: Advogado DR. RODRIGO OLIVIERI
124789/SP) MACEDO(OAB: 26036/BA)
AGRAVADO(S) E SEBASTIAO LEOPOLDINO DOS
RECORRIDO(S) SANTOS FILHO Intimado(s)/Citado(s):
Advogado DR. SIMONE GARZESI - ALESSANDRO DA SILVA E SILVA
STEFANO(OAB: 177211/SP)
- MEDEIROS SANTOS ENGENHARIA CONSTRUCOES E
PROJETOS LTDA
Intimado(s)/Citado(s): - SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - SESI
- SEBASTIAO LEOPOLDINO DOS SANTOS FILHO
- WURTH DO BRASIL PECAS DE FIXACAO LTDA E OUTROS Processo Nº ED-Ag-AIRR-0000341-79.2015.5.20.0014
Complemento Plenário Virtual
Processo Nº ED-AIRR-0000199-07.2017.5.21.0005 Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
Complemento Plenário Virtual FONTAN PEREIRA
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA EMBARGANTE EDIGENE MARIA PERETE E
BELMONTE OUTROS
EMBARGANTE PETRÓLEO BRASILEIRO S A Advogado DR. JULLES GABRIEL SOARES DE
PETROBRAS OLIVEIRA(OAB: 6730/SE)
Advogada DRA. MARIA CONSUELO BORBA EMBARGADO(A) FUNDAÇÃO HOSPITALAR DE
SOUTO MAIOR(OAB: 6455-B/RN) SAÚDE - FHS
Advogada DRA. CAROLINA CAMPOS Advogado DR. CARLOS DIÊGO DE BRITO
PINTO(OAB: 53813/DF) FREITAS(OAB: 4672/SE)
EMBARGADO(A) SINDICATO DOS PETROLEIROS E
PETROLEIRAS DO RIO GRANDE DO Intimado(s)/Citado(s):
NORTE - SINDIPETRO RN
- EDIGENE MARIA PERETE E OUTROS
Advogado DR. FRANCISCO MARCELINO DO
MONTE LIMA(OAB: 7872/RN) - FUNDAÇÃO HOSPITALAR DE SAÚDE - FHS
Processo Nº ED-Ag-AIRR-0011949-81.2017.5.18.0007
Processo Nº ED-AIRR-0006669-41.2014.5.01.0482 Complemento Plenário Virtual
Complemento Plenário Virtual Relator MIN. MAURICIO GODINHO
Relator MIN. MAURICIO GODINHO DELGADO
DELGADO EMBARGANTE ASSOCIAÇÃO SALGADO DE
EMBARGANTE PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - OLIVEIRA DE EDUCAÇÃO E
PETROBRAS CULTURA - UNIVERSO
Advogado DR. FÁBIO GOMES DE FREITAS Advogada DRA. MARTA CRISTINA DE FARIA
BASTOS(OAB: 168037/RJ) ALVES(OAB: 150162/RJ)
EMBARGADO(A) JOCIMAR DE OLIVEIRA DE SOUZA EMBARGADO(A) LUIZ MAURO DE PADUA SILVEIRA
Advogado DR. WASHINGTON LUIZ PAES Advogado DR. ROBERTO COUTO LIMA(OAB:
TERRA(OAB: 153227/RJ) 35475/GO)
EMBARGADO(A) G-COMEX ÓLEO & GÁS LTDA.
Intimado(s)/Citado(s):
Intimado(s)/Citado(s): - ASSOCIAÇÃO SALGADO DE OLIVEIRA DE EDUCAÇÃO E
CULTURA - UNIVERSO
- G-COMEX ÓLEO & GÁS LTDA.
- LUIZ MAURO DE PADUA SILVEIRA
- JOCIMAR DE OLIVEIRA DE SOUZA
- PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS Processo Nº ED-AIRR-0012411-80.2017.5.15.0117
Complemento Plenário Virtual
Processo Nº ED-AIRR-0010884-71.2015.5.01.0079 Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
Complemento Plenário Virtual FONTAN PEREIRA
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA EMBARGANTE MUNICÍPIO DE SÃO JOAQUIM DA
BELMONTE BARRA
EMBARGANTE UNIÃO (PGU) Procurador DR. MARCO AURÉLIO SILVA
Procuradora DRA. LEILA EMILIA MENDES FERREIRA
NOGUEIRA RODRIGUES EMBARGADO(A) RODOLFO MARCHIAFAVE
EMBARGADO(A) MELANIA SUELI CANDIDO DOS Advogado DR. JEAN NOGUEIRA LOPES(OAB:
SANTOS 322796/SP)
Advogada DRA. NEUSA MARIA SAIS
SERRA(OAB: 78143/RJ) Intimado(s)/Citado(s):
Advogado DR. JONATHA SAIS SERRA(OAB:
186206/RJ) - MUNICÍPIO DE SÃO JOAQUIM DA BARRA
EMBARGADO(A) PROTEC SERVIÇOS TÉCNICOS - RODOLFO MARCHIAFAVE
LTDA
Advogado DR. JOSÉ VERAS RODRIGUES(OAB: Processo Nº ED-ARR-0020151-10.2017.5.04.0404
24088/RJ) Complemento Plenário Virtual
Advogada DRA. REGINA TEDÉIA SAPIA(OAB: Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
100339/SP) FONTAN PEREIRA
Advogado DR. CARLOS HENRIQUE VERAS EMBARGANTE CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
RODRIGUES(OAB: 126675/RJ)
Advogado DR. RINALDO PENTEADO DA
Advogada DRA. GLAUCILENE VÍTOR SILVA(OAB: 51689/RS)
GORGONHA(OAB: 273830/SP)
EMBARGADO(A) DIRCEU NORO
Advogado DR. RENATO LUIZ SAPIA DE
CAMPOS(OAB: 249875/SP) Advogado DR. MARCOS SPERRY
GOMIDE(OAB: 68171/RS)
Advogado DR. RAFAEL PEDROSO
Intimado(s)/Citado(s): BORGES(OAB: 72138/RS)
- MELANIA SUELI CANDIDO DOS SANTOS Advogado DR. KAMERSON ROBERTO
- PROTEC SERVIÇOS TÉCNICOS LTDA BORGES(OAB: 86175/RS)
- UNIÃO (PGU) Advogado DR. ANGELICA KOLTERMANN
SARTORI(OAB: 91978-A/RS)
Processo Nº ED-AIRR-0011046-28.2017.5.03.0051
Intimado(s)/Citado(s):
Complemento Plenário Virtual
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
FONTAN PEREIRA - DIRCEU NORO
EMBARGANTE SINDICATO DOS EMPREGADOS EM
ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS
DE CARATINGA E REGIÃO Processo Nº ED-ED-Ag-AIRR-0097500-14.2009.5.02.0085
Complemento Plenário Virtual
Advogado DR. NASSER AHMAD ALLAN(OAB:
28820/PR) Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO
Advogado DR. HUMBERTO MARCIAL
FONSECA(OAB: 55867/MG) EMBARGANTE SEBASTIÃO LUIZ BATISTA
EMBARGADO(A) BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. Advogado DR. LEANDRO MELONI(OAB:
30746/SP)
Advogado DR. NEY JOSÉ CAMPOS(OAB:
44243/MG) EMBARGADO(A) FUNDAÇÃO CESP
Advogado DR. ROBERTO EIRAS
MESSINA(OAB: 84267/SP)
Intimado(s)/Citado(s):
Advogado DR. LUÍS FERNANDO FEOLA
- BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. LENCIONI(OAB: 113806/SP)
- SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS EMBARGADO(A) ELETROPAULO METROPOLITANA
BANCÁRIOS DE CARATINGA E REGIÃO ELETRICIDADE DE SÃO PAULO S.A.
Intimado(s)/Citado(s): Intimado(s)/Citado(s):
- ELETROPAULO METROPOLITANA ELETRICIDADE DE SÃO - AMADEUS BRASIL LTDA.
PAULO S.A. - DEISE ALVES RODRIGUES
- FUNDAÇÃO CESP - MASSA FALIDA DE S.A. (VIACAO AEREA RIO-GRANDENSE)
- SEBASTIÃO LUIZ BATISTA - EM RECUPERACAO JUDICIAL
Intimado(s)/Citado(s):
- BRUNA MAGNANI CARDOSO PROCESSOS INCLUÍDOS NA SESSÃO PRESENCIAL
- COMPANHIA DE PROCESSAMENTO DE DADOS DO
ESTADO DE SÃO PAULO - PRODESP
Processo Nº AIRR-0000088-17.2012.5.10.0001
- MASSA FALIDA DE MONTANA SOLUÇÕES CORPORATIVAS
LTDA. Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO
AGRAVANTE(S) FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE
Processo Nº ED-RR-0245000-69.2008.5.02.0069 BRASÍLIA - FUB
Complemento Plenário Virtual Procurador DR. BRUNO ROBERTO MACIEL
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA CUNHA DE MARIA
BELMONTE AGRAVADO(S) RONNY ROGERS GOMES DE
EMBARGANTE DEISE ALVES RODRIGUES AZEVEDO
Advogado DR. MÁRCIO ROBERTO Advogado DR. CARLÚCIO CAMPOS
TAVARES(OAB: 125384/SP) RODRIGUES COELHO(OAB:
7480/DF)
EMBARGADO(A) MASSA FALIDA DE S.A. (VIACAO
AEREA RIO-GRANDENSE) - EM AGRAVADO(S) FUNDACAO DE GESTAO E
RECUPERACAO JUDICIAL INOVACAO
Advogado DR. GUSTAVO BANHO LICKS(OAB:
176184/RJ) Intimado(s)/Citado(s):
EMBARGADO(A) AMADEUS BRASIL LTDA.
- FUNDACAO DE GESTAO E INOVACAO
- FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - FUB
Processo Nº AIRR-0011923-49.2016.5.15.0089
Intimado(s)/Citado(s): Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE
- INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS FONTAN PEREIRA
- MARIA CRISTINA SOBRAL RODRIGUES E OUTRAS AGRAVANTE(S) FUNDAÇÃO CENTRO DE
ATENDIMENTO SÓCIO-EDUCATIVO
AO ADOLESCENTE - FUNDAÇÃO
Processo Nº AIRR-0000142-58.2018.5.10.0005 CASA
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA Procurador DR. NAZÁRIO CLEODON DE
BELMONTE MEDEIROS
AGRAVANTE(S) DISTRITO FEDERAL Procuradora DRA. ANA TERESA GUAZZELLI
Procurador DR. MARCOS HENRIQUE SILVA BELTRAMI DA FONSECA
AGRAVADO(S) ANA LUCIA MARTINS DA SILVA AGRAVADO(S) MARIZAURA BOLETTE FIALHO
Advogado DR. ÉRICK DOS SANTOS Advogado DR. GIULIANO MARCELO DE
BARROS(OAB: 46209/DF) CASTRO VIEIRA(OAB: 186554/SP)
AGRAVADO(S) COZISUL - ALIMENTAÇÃO
COLETIVA EIRELI E OUTRO Intimado(s)/Citado(s):
- FUNDAÇÃO CENTRO DE ATENDIMENTO SÓCIO-
Intimado(s)/Citado(s): EDUCATIVO AO ADOLESCENTE - FUNDAÇÃO CASA
- ANA LUCIA MARTINS DA SILVA - MARIZAURA BOLETTE FIALHO
- COZISUL - ALIMENTAÇÃO COLETIVA EIRELI E OUTRO
Processo Nº AIRR-0016410-51.2016.5.16.0019
- DISTRITO FEDERAL
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
BELMONTE
Processo Nº AIRR-0000706-32.2018.5.14.0003 AGRAVANTE(S) ESTADO DO MARANHÃO
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA
BELMONTE Procurador DR. EDUARDO PHILIPE
MAGALHÃES DA SILVA
AGRAVANTE(S) FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE -
FUNASA AGRAVADO(S) MARIA DE FÁTIMA CHAVES
GUEDES
Procurador DR. BETSAIDA PENIDO ROSA
Advogado DR. NAYRON LIMA BRANDÃO
AGRAVADO(S) SINDICATO DOS SERVIDORES MIRANDA(OAB: 321682/SP)
PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO
DE RONDÔNIA - SINDSEF Advogado DR. JOSÉ LUCIANO FREITAS
HENRIQUES ACIOLI LINS
Advogado DR. MARCO AURÉLIO FILHO(OAB: 9139/PI)
CARBONÉ(OAB: 396/RO)
Advogado DR. FELIPPE ROBERTO Intimado(s)/Citado(s):
PESTANA(OAB: 5077/RO)
- ESTADO DO MARANHÃO
Intimado(s)/Citado(s): - MARIA DE FÁTIMA CHAVES GUEDES
- FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE - FUNASA
Processo Nº AIRR-0020530-79.2017.5.04.0232
- SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO
ESTADO DE RONDÔNIA - SINDSEF Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DELGADO
AGRAVANTE(S) ARACI NUNES
Processo Nº AIRR-0001269-16.2012.5.07.0008
Relator MIN. MAURICIO GODINHO Advogado DR. BRUNO JÚLIO KAHLE
DELGADO FILHO(OAB: 21053/RS)
AGRAVANTE(S) UNIÃO (PGU) AGRAVADO(S) MUNICÍPIO DE GRAVATAÍ
AGRAVADO(S) SIRIGUELLA PROMOÇÕES LTDA. Procuradora DRA. MARINA BARRADAS
Advogado DR. JOSÉ ERINALDO DANTAS Procuradora DRA. RAFAELA AUGUSTA MANICA
FILHO(OAB: 11200/CE) SCHAPKE
Intimado(s)/Citado(s): Intimado(s)/Citado(s):
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº AIRR-1000926-05.2018.5.02.0049
Relator MIN. ALBERTO LUIZ BRESCIANI DE - INSTITUTO HYGIA SAÚDE E DESENVOLVIMENTO SOCIAL
FONTAN PEREIRA - MARCIA DOS SANTOS
- MUNICÍPIO DE BARUERI
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº Ag-AIRR-0001243-40.2017.5.11.0005
Relator MIN. MAURICIO GODINHO - ELIETE SOUSA SOARES
DELGADO - ESTADO DO MARANHÃO
AGRAVANTE(S) ESTADO DO AMAZONAS - INSTITUTO CIDADANIA E NATUREZA
Procuradora DRA. IVANIA LUCIA SILVA COSTA
AGRAVADO(S) TATIANE MENDES DA SILVA Processo Nº Ag-ED-AIRR-0017007-51.2015.5.16.0020
Advogada DRA. LEILA PRÍSCILLA PONCIANO Relator MIN. MAURICIO GODINHO
DE SOUZA(OAB: 12460/AM) DELGADO
AGRAVADO(S) TOTAL SAÚDE SERVIÇOS MÉDICOS AGRAVANTE(S) ESTADO DO MARANHÃO
E ENFERMAGEM LTDA. - EPP Advogado DR. PEDRO LUCIANO MOURA
PINTO DE CARVALHO(OAB:
3530/MA)
Intimado(s)/Citado(s):
AGRAVADO(S) FRACKJAKS PEREIRA SILVA
- ESTADO DO AMAZONAS
Advogado DR. JOÃO CARLOS ASSIS DA
- TATIANE MENDES DA SILVA SILVA(OAB: 6050/MA)
- TOTAL SAÚDE SERVIÇOS MÉDICOS E ENFERMAGEM Advogado DR. JOSÉ CARLOS RABELO
LTDA. - EPP BARROS JÚNIOR(OAB: 13429/MA)
AGRAVADO(S) COLTBRASIL - SEGURANÇA
Processo Nº Ag-AIRR-0001285-76.2014.5.10.0020 PRIVADA LTDA.
Relator MIN. ALEXANDRE DE SOUZA AGRA Advogado DR. GEORGE WASHINGTON DE
BELMONTE OLIVEIRA(OAB: 22529/PE)
AGRAVANTE(S) DISTRITO FEDERAL
Intimado(s)/Citado(s):
Advogado DR. DORIANA SANTOS judiciais já teve repercussão geral reconhecida pelo STF, na forma
CAMELLO(OAB: 6170/MA)
do precedente AI 791.292-QO/PE, de relatoria do Min. Gilmar
Advogada DRA. ALÍCIA SANTANA
DUARTE(OAB: 11902/MA) Mendes, exigindo-se que o "acórdão ou decisão sejam
Advogado DR. ROBERTO DOS SANTOS fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo,
BULCÃO(OAB: 12219/MA) o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas,
EMBARGADO(A) INSTITUTO CIDADANIA E nem que sejam corretos os fundamentos da decisão".
NATUREZA
In casu, o acórdão regional se mostrou completo, enfrentando
Intimado(s)/Citado(s): explicitamente as questões da prescrição relativa à legalidade da
transferência do Empregado da CBTU para a FLUMITRENS.
- ESTADO DO MARANHÃO
Logo, não há de se falar em nulidade por negativa de prestação
- INSTITUTO CIDADANIA E NATUREZA
jurisdicional, mas tão somente em pronunciamento contrário à
- ROSILEA CUTRIM COSTA PEREIRA
pretensão recursal, não restando demonstrada a ofensa literal ao
art. 93, IX, da CF.
Os processos constantes desta pauta que não forem julgados na
2) PRESCRIÇÃO, NULIDADE DO ATO DE TRANSFERÊNCIA E
sessão a que se referem ficam automaticamente adiados para as
RESERVA DE PLENÁRIO
próximas que se seguirem, independentemente de nova publicação.
Quanto aos temas em epígrafe, melhor sorte não socorre o
ELIANE LUZIA BISINOTTO
Reclamante.
Secretária da 3ª Turma
Com efeito, reportando às razões do recurso de revista, verifica-se
que o Recorrente não cumpriu o comando do art. 896, § 1º-A, I e III,
Secretaria da Quarta Turma da CLT quanto à delimitação da controvérsia e ao cotejo analítico
com os fundamentos jurídicos recursais, pois a transcrição integral
Despacho
do acórdão regional, sem destaque das controvérsias, mas tão
somente com os destaques feitos no original, e sem a
Processo Nº AIRR-0010824-09.2015.5.01.0044
demonstração analítica das violações e divergências apontadas,
Complemento Processo Eletrônico
não atende à exigência do comando legal mencionado, na esteira
Relator Min. Ives Gandra Martins Filho
dos precedentes da SBDI-1 desta Corte (cfr. TST-E-ED-RR-1720-
Agravante JOSÉ LUIZ SEIXAS RAMOS E
OUTROS 69.2012.5.15.0153, Rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, DEJT de
Advogado Dr. Murillo dos Santos Nucci(OAB: 22/09/17; TST-E-ED-ARR-69700-30.2013.5.21.0024, Rel. Min. João
24022/DF) Batista Brito Pereira, DEJT de 06/10/17; TST-E-ED-RR-184-
Advogado Dr. Reginaldo de Oliveira Silva(OAB: 57.2014.5.21.0012, Rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, DEJT
25480/DF)
de 22/09/17; TST-E-RR-1144-40.2013.5.15.0089, Rel. Min.
Agravado COMPANHIA BRASILEIRA DE
TRENS URBANOS - CBTU Guilherme Augusto Caputo Bastos, DEJT de 08/09/17; TST-E-ED-
Advogado Dr. Ricardo Lopes Godoy(OAB: RR-20013-14.2012.5.20.0003, Rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga,
77167/MG) DEJT de 12/05/17).
Cumpre ressaltar, por oportuno, que recentemente a SBDI-1 do
Intimado(s)/Citado(s): TST, ao analisar a questão, reiterou o entendimento no sentido de
- COMPANHIA BRASILEIRA DE TRENS URBANOS - CBTU que "a transcrição, pela parte, em recurso de revista, do inteiro teor
- JOSÉ LUIZ SEIXAS RAMOS E OUTROS do acórdão regional, ou mesmo de seus capítulos, sem qualquer
destaque, não atende ao disposto no art. 896, § 1º-A, I, da CLT,
RELATÓRIO uma vez que não há, nesse caso, determinação precisa da tese
Contra o despacho da Presidência do 1º TRT que denegou regional combatida no apelo, nem o cotejo analítico de teses" (TST-
seguimento ao seu recurso de revista, com base nas Súmulas 23, AgR-E-RR 10918-47.2013.5.15.0137, Rel. Min. Alberto Luiz
296 e 459 do TST e no art. 896, "a", da CLT (págs. 603-604), o Bresciani de Fontan Pereira, DEJT de 02/03/18).
Reclamante interpõe o presente agravo de instrumento, III) CONCLUSÃO
pretendendo o reexame das questões relativas à nulidade do Do exposto, com esteio nos arts. 896, § 14, da CLT, 932, III e IV, do
acórdão regional por negativa de prestação jurisdicional, à CPC/15 e 118, X, e 255, III, "b", do RISTST, denego seguimento ao
prescrição, à nulidade do ato de transferência e à reserva de agravo de instrumento.
plenário (págs. 607-663). Publique-se.
II) FUNDAMENTAÇÃO Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
Tratando-se de agravo de instrumento em recurso de revista
interposto contra acórdão publicado anteriormente à Lei 13.467/17,
deixa-se de analisar a transcendência do apelo denegado, nos Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
termos do art. 246 do RITST. IVES GANDRA DA SILVA MARTINS FILHO
De plano, impende frisar que, no agravo de instrumento, o Ministro Relator
Reclamante não renovou a insurgência quanto à multa por
embargos de declaração protelatórios, inviabilizando, assim, a Processo Nº AIRR-0020245-05.2018.5.04.0571
análise desta matéria (princípio tantum devolutum quantum Complemento Processo Eletrônico
appellatum), tendo em vista que houve renúncia tácita ao direito de Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
recorrer.
Agravante COMPANHIA ESTADUAL DE
1) NULIDADE DO ACÓRDÃO REGIONAL POR NEGATIVA DE GERAÇÃO E TRANSMISSÃO DE
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL ENERGIA ELÉTRICA - CEEE - GT
A questão alusiva à ausência de fundamentação das decisões
Intimado(s)/Citado(s):
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese,
- COMPANHIA ESTADUAL DE GERAÇÃO E TRANSMISSÃO DE ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do
ENERGIA ELÉTRICA - CEEE - GT
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT.
- FORTE SUL SERVICOS TERCEIRIZADOS EIRELI
Sem razão.
- JOAO EDEMAR VEDEMANN
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da
manifestamente inadmissível.
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto.
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
acerto, adoto como razões de decidir.
É o breve relatório.
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A,
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida
análise do apelo.
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo
os seus pressupostos de admissibilidade.
896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per
interposto, sob os seguintes fundamentos:
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão
Superada a apreciação dos pressupostos extrínsecos, passo à
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido
análise do recurso.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Formação,
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
Suspensão e Extinção do Processo / Condições da Ação.
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011,
Responsabilidade Solidária / Subsidiária / Tomador de Serviços /
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de
Terceirização / Ente Público.
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Partes e
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Procuradores / Sucumbência / Honorários na Justiça do Trabalho.
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017;
Não admito o recurso de revista noitem.
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016,
Inicialmente registro que o cabimento do recurso de revista
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT
interposto contra decisão proferida em causa sujeita ao rito
18/03/2016.
sumaríssimo está restrito aos casos de violação direta a dispositivo
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
da Constituição Federal, contrariedade a súmula do Tribunal
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a
Superior do Trabalho ou contrariedade a súmula vinculante do
vigência do CPC/2015:
Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 896, § 9º, da CLT,
com a redação dada pela Lei nº 13.015/2014.
"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
Inviável a análise das alegações recursais que ultrapassam a
EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
restrição legal acima referida.
CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
Quanto aos demais argumentos recursais, registro que, a teor do
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO
art. 896, § 1º-A, da CLT, com a redação dada pela Lei 13.015/14,
TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM.
aplicável aos acórdãos publicados a partir de 22/09/14, não se
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
recebe recurso de revista que deixar de indicar o trecho da decisão
impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia
Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes,
objeto de inconformidade; que deixar de indicar, de forma explícita e
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
fundamentada, contrariedade a dispositivo constitucional e à súmula
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
decisão regional, bem como, que deixar de expor as razões do
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da
a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de
ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
cada uma das violações e contrariedades suscitadas.
pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
No caso dos autos não constato o preenchimento dos pressupostos
interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
de admissibilidade acima referidos.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
De todo modo, considero que a decisão não afronta a preceito
técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
constitucional, tampouco contraria Súmula do TST ou Súmula
utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da 896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5. interposto, sob os seguintes fundamentos:
Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento: PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação Superada a apreciação dos pressupostos extrínsecos, passo à
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC análise do recurso.
26-10-2016) PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO / RECONHECIMENTO
"EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" - DE RELAÇÃO DE EMPREGO.
alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / PARTES E
interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da PROCURADORES / SUCUMBÊNCIA / HONORÁRIOS NA
técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional JUSTIÇA DO TRABALHO.
dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da Não admito o recurso de revista noitem.
ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso - A teor do art. 896, § 1º-A, da CLT, com a redação dada pela Lei
controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas - 13.015/14, aplicável aos acórdãos publicados a partir de 22/09/14,
inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" - não se recebe recurso de revista que deixar de indicar o trecho da
parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da
provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207 controvérsia objeto de inconformidade; que deixar de indicar, de
AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento: forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei,
06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC Trabalho que conflite com a decisão regional, bem como, que deixar
01-02-2017) de expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os
fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante
Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição
de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade
CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de aponte.
instrumento. Na análise do recurso, evidencia-se que a parte não observou o
ônus que lhe foi atribuído pela lei, na medida em que não
estabeleceu o cotejo analítico entre a tese do Tribunal Regional e
cada uma dasSúmulas mencionadas.
Por pertinente, registro que a admissibilidade do recurso de revista
Publique-se. relativamente a controvérsias decididas com base nos elementos de
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. prova contidos nos autos encontra óbice na Súmula nº 126 do TST,
segundo a qual a discussão dos fatos e das provas finda nesta
instância trabalhista, restando prejudicada a análise das alegações
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) atinentes às matérias.
CAPUTO BASTOS Ademais, é ineficaz a impulsionar recurso de revista alegação
Ministro Relator estranha aos ditames do art. 896 da CLT.
Assim sendo, nego seguimento ao recurso nos itens V - VÍNCULO
Processo Nº AIRR-0020700-63.2016.5.04.0304 DE EMPREGO e VI - DOS HONORÁRIOS.
Complemento Processo Eletrônico CONCLUSÃO
Relator Min. Guilherme Augusto Caputo Nego seguimento.
Bastos
Agravante PILLAR & SILVEIRA LTDA - EPP
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese,
Advogado Dr. Pedro Canísio Willrich(OAB:
22821/RS) ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do
Agravado TAMARA NATACHA SILVEIRA DA recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT.
SILVA Sem razão.
Advogado Dr. Daniel Buttner(OAB: 73666/RS) Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se
Intimado(s)/Citado(s): manifestamente inadmissível.
- PILLAR & SILVEIRA LTDA - EPP Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os
- TAMARA NATACHA SILVEIRA DA SILVA fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto
acerto, adoto como razões de decidir.
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A,
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto. a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos. processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos
É o breve relatório. os seus pressupostos de admissibilidade.
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per
análise do apelo. relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão
Conforme se vê da contestação, a recorrente afirmou que o A questão alusiva à ausência de fundamentação das decisões
reclamante exercia cargo de gestão (coordenador), sem, contudo, judiciais já teve repercussão geral reconhecida pelo STF, na forma
explicitar quais seriam as funções de gestão exercidas pelo do precedente AI 791.292-QO/PE, de relatoria do Min. Gilmar
reclamante e os poderes a ele inerentes. Tampouco se referiu à Mendes, exigindo-se que o "acórdão ou decisão sejam
diferença de remuneração recebida pelo reclamante e seus fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo,
supostos subordinados. o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas,
Em depoimento, o preposto da reclamada afirmou que (ID nem que sejam corretos os fundamentos da decisão" (grifo nosso).
54634d6): Como se percebe, o acórdão recorrido mostrou-se completo, na
"ao que sabe o coordenador toma de conta das equipes dos forma do precedente do STF citado acima, enfrentando
supervisores, monitorando as atividades; que sabe que o trabalho explicitamente a matéria objeto da controvérsia. Visto que o
do coordenador é interno e também externo; que o trabalho externo Regional exteriorizou objetivamente as razões pelas quais entendeu
é quando há visitas em campos; que acima do coordenador fica a que o Reclamante não se enquadra na exceção do art. 62, II, da
gerência; que a gerência e a coordenação são cargos de confiança CLT, não há de se falar em nulidade por negativa de prestação
sem horas extras; que não sabe dizer percentualmente qual a jurisdicional, mas tão somente em pronunciamento contrário à
diferença de remuneração do supervisor para o coordenador, até pretensão recursal.
porque há três níveis de supervisores; que ao que sabe o supervisor Nesse contexto, inexistente efetiva omissão qualificada pelo
3, que é o que mais ganha, ganha uns dois mil e pouco; que sabe prejuízo de prequestionamento, não se materializa a alegada
que o horário contratual do reclamante é de 08h às 18h, com duas negativa de prestação jurisdicional, estando nela subentendida
horas de intervalo". apenas a irresignação da Recorrente com o acórdão impugnado.
Ora, a simples denominação do cargo ou o fato de possuir maior Desse modo, não merece reparos o despacho agravado, uma vez
remuneração, não são suficientes para caracterizar o cargo de que, efetivamente, não se verifica a negativa de prestação
confiança, fazendo-se necessária a comprovação dos amplos jurisdicional apontada.
poderes de gestão, autonomia funcional e de representação do CONCLUSÃO
empregador, e ainda, que a diferença entre a remuneração Do exposto, com esteio nos arts. 932, IV, do CPC e 118, X, e 255,
percebida pelo empregado e seus subordinados ultrapasse os 40% III, "b". do RITST, denego seguimento ao agravo de instrumento.
exigidos pelo parágrafo único do art. 62 da CLT. Publique-se.
Desse modo, entendo que a reclamada não conseguiu comprovar Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
que o autor exercia suas funções com poderes de mando e gestão,
com grau de fidúcia diferenciada, suficiente para enquadrá-lo na
exceção do art. 62, II, da CLT, tampouco a diferença de Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
remuneração já mencionada. IVES GANDRA DA SILVA MARTINS FILHO
Tratando-se de fato extintivo do direito do autor, competia à Ministro Relator
reclamada comprovar que o reclamante enquadra-se na exceção do
art. 62, II, da CLT, em atenção ao disposto no art. 373, II, do NCPC, Processo Nº AIRR-0001085-38.2014.5.20.0005
o que não se verificou na hipótese dos autos. Complemento Processo Eletrônico
Assim, ausentes os elementos previstos no art. 62, II, e parágrafo Relator Min. Alexandre Luiz Ramos
único, da CLT, mantenho a decisão no aspecto, fazendo jus o autor Agravante GOL LINHAS AÉREAS S.A.
às horas extras trabalhadas e reflexos" (pág. 211, grifos nossos) Advogado Dr. Osmar Mendes Paixão
Côrtes(OAB: 15553/DF)
Agravado SUELY DOS SANTOS COSTA
O referido acórdão foi complementado pelo Órgão Julgador ao TEIXEIRA
apreciar os embargos de declaração opostos pela 1ª Reclamada, Advogado Dr. Francisco Roberto Teles
nos seguintes termos: Cavalcante(OAB: 3424/SE)
trabalho externo, ou sistema e meios eletrônicos instalados nos Turma, DJe-228 de 26/10/2016).
veículos, a critério do empregador". Pelo exposto, nego provimento ao agravo de instrumento, na forma
Com efeito, não se pode perder de vista o Direito do Trabalho é do art. 932, III e IV, "a", do CPC/2015.
regido pelo princípio da primazia da realidade, o qual impõe ao Por fim, ressalto às partes que o entendimento que prevalece na
julgador, ao aplicar a norma trabalhista, dar prevalência às Quarta Turma deste Tribunal Superior é no sentido da aplicabilidade
condições de fato reveladas no cotidiano da relação entre da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.
empregado e empregador, em detrimento dos aspectos meramente Publique-se.
formais de documentos, de acordos ou mesmo da legislação. Brasília, 21 de fevereiro de 2020.
Assim sendo, adoto, como razões de decidir, os fundamentos
constantes da decisão agravada, a fim de reconhecer como
manifestamente inadmissível o recurso de revista e, em Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
consequência, confirmar a decisão ora recorrida. ALEXANDRE LUIZ RAMOS
Esclareço que a jurisprudência pacífica desta Corte Superior é no Ministro Relator
sentido de que a confirmação integral da decisão recorrida por seus
próprios fundamentos não implica vício de fundamentação, nem Processo Nº AIRR-0000653-48.2017.5.05.0161
desrespeito às cláusulas do devido processo legal, do contraditório Complemento Processo Eletrônico
ou da ampla defesa, como se observa dos ilustrativos julgados: Ag- Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de Julgamento: 19/04/2017,
Agravante MARCOS PAULO SERGIO
Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, 1ª Turma, DEJT
Advogado Dr. Roberto Schitini(OAB: 14081/BA)
24/04/2017; AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento:
Agravado SOUZA NASCIMENTO
16/03/2016, Relator Ministro José Roberto Freire Pimenta, 2ª CONSTRUTORA LTDA
Turma, DEJT 18/03/2016; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Advogado Dr. Descartes Gramacho Neto(OAB:
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro Alexandre de 53446/BA)
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-1903- Agravado MUNICÍPIO DE SANTO AMARO
02.2012.5.03.0112, Data de Julgamento: 28/02/2018, Relator Advogado Dr. Diego Pereira Fraguas dos
Santos(OAB: 30104/BA)
Ministro Breno Medeiros, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT
09/03/2018; AIRR-1418-16.2012.5.02.0472, Data de Julgamento:
Intimado(s)/Citado(s):
30/03/2016, Relatora Ministra Kátia Magalhães Arruda, 6ª Turma,
- MARCOS PAULO SERGIO
Data de Publicação: DEJT 01/04/2016; Ag-AIRR-61600-
- MUNICÍPIO DE SANTO AMARO
46.2007.5.02.0050, Data de Julgamento: 07/10/2015, Relator
- SOUZA NASCIMENTO CONSTRUTORA LTDA
Ministro: Cláudio Mascarenhas Brandão, 7ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 16/10/2015; AgR-AIRR - 453-06.2016.5.12.0024,
Data de Julgamento: 23/08/2017, Relatora Ministra Maria Cristina Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da
Irigoyen Peduzzi, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 25/08/2017. Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
Na mesma linha é o seguinte e recente julgado da Quarta Turma do qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto.
Tribunal Superior do Trabalho: O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
"AGRAVO. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE É o breve relatório.
MOTIVAÇÃO. PER RELATIONEM. NÃO PROVIMENTO. A adoção Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à
da técnica de fundamentação per relationem atende à exigência de análise do apelo.
motivação das decisões proferidas pelos órgãos do Poder A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no
Judiciário, consoante a jurisprudência consolidada do Supremo exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo
Tribunal Federal, trazida à colação na própria decisão agravada 896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
(STF-ARE 657355- Min. Luiz Fux, DJe-022 de 01/02/2012). Assim, interposto, sob os seguintes fundamentos:
não se vislumbra a nulidade apontada, pois a v. decisão encontra-
se devidamente motivada, tendo como fundamentos os mesmos PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
adotados pela Vice-Presidência do egrégio Tribunal Regional Tempestivo o Recurso (Decisão publicadaem 21/03/2019 -
quando do exercício do juízo de admissibilidade a quo do recurso fl./Seq./Id.be04ab9.Informaçõesaferidas pelocontrole de prazo
de revista, que, por sua vez, cumpriu corretamente com seu mister, (Aba Expedientes) do Sistema PJe;protocolado em 01/04/2019 -
à luz do artigo 896, § 1º, da CLT. Afasta-se, portanto, a apontada fl./Seq./Id.c64830d).
afronta aos artigos 5º, LV, da Constituição Federal e 489, § 1º, II, III Regular a representação processual,fl./Seq./Id. .
e IV, do NCPC. Agravo a que se nega provimento" (Ag-AIRR-148- Dispensado o preparo, fl./Seq./Id. d538928.
67.2014.5.06.0021, Relator Ministro Guilherme Augusto Caputo PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
Bastos, Data de Julgamento: 02/08/2018, 4ª Turma, Data de DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / ATOS
Publicação: DEJT 10/08/2018). PROCESSUAIS / NULIDADE / NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL.
Há de se destacar, ainda, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Alegação(ões):
Federal também é uniforme no sentido de que "a técnica da - violação: artigo 832 da Consolidação das Leis do Trabalho; artigo
fundamentação per relationem, na qual o magistrado se utiliza de 458 do Código de Processo Civil de 2015; inciso IV do §1º do artigo
trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como razão de 489 do Código de Processo Civil de 2015; inciso II do artigo 1022 do
decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da Código de Processo Civil de 2015.
Constituição Federal" (RHC 130542 AgR/SC, Relator Ministro Suscita a ParteRecorrente nulidade por negativa de prestação
Roberto Barroso, Julgamento: 07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira jurisdicional, sob o argumento de que a Turma, embora provocada
por meio de Embargos de Declaração, não se manifestou sobre guardam perfeita sintonia com as diretrizes atinentes à distribuição
fundamentos determinantes para o deslinde da causa, no que se do ônus da prova - arts. 818 da CLT e 373 do CPC.
refere ao reconhecimento da inexistência de vínculo de emprego Desatendidos, nessas circunstâncias, os requisitos de
entre as partes, baseado na inversão do ônus da prova. admissibilidade, encontra-se desaparelhada a Revista, nos termos
do art. 896 da CLT.
Da análise do Acórdão observa-se que, ao contrário do alegado, a CONCLUSÃO
prestação jurisdicional foi plenamente entregue, conforme será DENEGOseguimento aoRecurso de Revista.
demonstrado adiante, quando do exame do outrotema do Recurso.
As questões essenciais ao julgamento da controvérsia foram A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese,
devidamente enfrentadas pelo Colegiado, que sobre eles adotou ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do
tese explícita, embora com resultado diverso do pretendido pela recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT.
ParteRecorrente. O pronunciamento do Juízo encontra-se, pois, Sem razão.
íntegro, sob o ponto de vista formal, não sendo possível identificar Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de
qualquer vício que afronte os dispositivos invocados. instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se
Sob a ótica da restrição imposta pela Súmula nº 459 do TST, não se manifestamente inadmissível.
constatam as violações apontadas. Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os
CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO / RECONHECIMENTO fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto
DE RELAÇÃO DE EMPREGO. acerto, adoto como razões de decidir.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / PROCESSO E Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A,
PROCEDIMENTO / PROVAS / ÔNUS DA PROVA. caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida
Alegação(ões): a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o
- violação: inciso VIII do artigo 6º do Código de Defesa do processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos
Consumidor; artigo 818 da Consolidação das Leis do Trabalho; os seus pressupostos de admissibilidade.
artigo 333 do Código de Processo Civil de 1973. No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per
Não se conforma o Reclamante com a Decisão que não reconheceu relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo
o vínculo empregatício entre as partes. Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a
Afirma que foram violadas as regras de distribuição do ônus da confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão
prova. objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido
Consta doAcórdão - a Parte destacou: processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os
(...) seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Outrossim, cumpre observar que, diferentemente do que afirmou o Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
Recorrente, a primeira Reclamada não confessou em depoimento a 1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011,
prestação de serviços pelo obreiro em seu favor. Ao contrário:o Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de
preposto, apesar de ter declarado a contratação de 170 pessoas Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100
para trabalhar no contrato firmado com o segundo Reclamado, -34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
afirmou que o Reclamante não integrava este contingente, jamais Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017;
tendo prestado serviços em favor da empresa. In verbis: AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016,
"foram contratadas 170 pessoas para trabalhar no contrato firmado Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT
entre os acionados; o pagamento dessas pessoas era feito 18/03/2016.
mediante crédito em conta, ou pagamento em espécie, para os Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
casos em que a conta bancária não estava regularizada;o Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a
reclamante não trabalhou para a reclamada e nem prestou qualquer vigência do CPC/2015:
serviço para a reclamada na operação verão";todos os contratados
não tiveram a CTPS assinada, mas assinaram um contrato de "EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
experiência; sabe informar que a OPERAÇÃO VERÃO consistiu em EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
contrato emergencial firmado junto ao município de 05/01/2017 à CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
05/04/2017, sendo que foi encerrado em 31/03/2017; queo TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO
reclamante não trabalhou nesta operação" (id 3b18d10 - pág. 1). TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM.
Assim, detentor o ônus da prova de suas alegações, o Reclamante POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
não logrou êxito em comprovar que manteve alguma relação de impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
emprego com a primeira Acionada, muito menos que laborou em Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes,
benefício da segunda. Não ouviu testemunha, nem juntou confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
documentos que corroborasse a tese. pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
(...) Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
A apreciação da matéria ventilada neste quesito enseja a revisão de a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
matéria fática e probatória, inviável em sede extraordinária, nos ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
termos da Súmula nº 126 do Colendo TST. pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
Ademais, verifica-se que o entendimento da Turma Regional não interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
traduz qualquer violação dos dispositivos invocados, inviabilizando A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
a admissibilidade do Recurso de Revista. técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
Cabe enfatizar que os fundamentos lançados no Acórdão Regional utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo
Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5. 896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR / interposto, sob os seguintes fundamentos:
SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC Tempestivo o Recurso (Decisão publicadaem 30/04/2018 -
26-10-2016) fl./Seq./Id.c091d70;protocolado em 11/05/2018 -
fl./Seq./Id.643a396).
"EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" - Regular a representação processual,fl./Seq./Id. e4951be.
alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a Satisfeito o preparo - fls./Seqs./Ids.291b62a, 3a1d6c0 e e1a35cf.
interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional Considerando o disposto no art. 896-A, § 6º, da CLT (inserido pela
dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da Lei 13.467/17), o juízo de admissibilidade deste Recurso de Revista
ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso - se limita à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do
controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas - Recurso de Revista, não abrangendo o critério da transcendência
inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" - das questões nele veiculadas.
parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA / SUBSIDIÁRIA.
provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207 Alegação(ões):
AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento: - violação: inciso V do artigo 5º; inciso X do artigo 5º; inciso XXXV
06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação do artigo 5º; inciso LIV do artigo 5º; inciso LV do artigo 5º; inciso IX
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC do artigo 93 da Constituição Federal.
01-02-2017) -violação: artigo 818 da Consolidação das Leis do Trabalho; artigo
710 do Código Civil; artigo 721 do Código Civil; artigo 884 do
Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso Código Civil; artigo 7º do Código de Processo Civil de 2015; artigo
de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do 10 do Código de Processo Civil de 2015; artigo 371 do Código de
CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de Processo Civil de 2015; inciso I do artigo 373 do Código de
instrumento. Processo Civil de 2015; artigo 27 da Lei nº 4886/1965.
Publique-se. Insurge-se a2ª Reclamada, ora Recorrente, contra o Acórdão que
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. manteve sua responsabilidade subsidiária pelos créditos
trabalhistas devidos à Parte Autora.
Afirma que a natureza jurídica da relação travada com a 1ª
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) Reclamada era de representação comercial, razão pela qual afirma
CAPUTO BASTOS não ser possível a sua condenação, ainda que de forma subsidiária.
Ministro Relator Consta doAcórdão:
Logo, não é difícil concluir que a EVIVVA, sob o manto do contrato
Processo Nº AIRR-0000959-81.2015.5.05.0033 retro citado, em verdade, terceirizava os serviços de planejamento,
Complemento Processo Eletrônico venda e montagem de móveis ao consumidor final. Isto porque para
Relator Min. Guilherme Augusto Caputo uma empresa de tamanha envergadura, seria deveras mais
Bastos
dispendioso e complexo montar toda uma estrutura própria a nível
Agravante BERTOLINI S.A.
nacional, senão internacional.
Advogada Dra. Simone Philippi Dutra(OAB:
39583/RS) E não é só!
Agravado FABIANA MARQUES CANDIDO DOS A prova oral foi uníssona no sentido de que a loja da 01ª Ré se
SANTOS identificava como sendo a própria EVIVVA, com nome na fachada, e
Advogado Dr. Flávia Larissa Cavalcanti de tudo, e que os funcionários da primeira faziam uso de fardamento
Oliveira(OAB: 16794/BA)
da segunda. Ademais, a 01ª Acionada, até mesmo, tinha o layout de
Agravado MAPA COMERCIO DE MOVEIS LTDA
- EPP sua loja determinado pela 02ª.
Advogado Dr. Diego Pinto Campos(OAB: Tudo isso, aliado ao fato de que a EVIVVA estabelecia metas de
28611/BA) vendas para a 01ª Reclamada, e seus consultores, apontam para o
fato inequívoco de que, em realidade, a 02ª Reclamada terceirizava
Intimado(s)/Citado(s): serviços através da 01ª. O presente caso mais assemelha-se
- BERTOLINI S.A. bastante às hipóteses dos bancos que contratam serviços de
- FABIANA MARQUES CANDIDO DOS SANTOS telemarketing e venda de cartões, onde os atendentes identificam-
- MAPA COMERCIO DE MOVEIS LTDA - EPP se como funcionário do banco, utilizam crachá deste, e fazem uso
do seu sistema, e os clientes acreditam piamente estar em contato
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da direto com o seu banco. Não é de estranhar que muito amiúde este
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da Tribunal tem, até mesmo, reconhecido a relação direta de tais
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto. empregados com o próprio Banco!
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos. No caso sub oculipercebemos situação muito semelhante, onde os
É o breve relatório. clientes comparecem a uma loja cuja fachada estampa o nome
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à EVIVVA, onde os funcionários encontram-se fardados com uniforme
análise do apelo. da mesma, e utilizam o sistema de planejamento de móveis e
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no vendas daquela. Ou seja, não só o cliente acredita que está
tratando diretamente com a EVIVVA, mas o próprio empregado violação ao art. 5º, inciso XXXVda Constituição encontra-se
entende que trabalha para esta, posto que toda a sua atividade é desfocada, porquanto o princípio processual da inafastabilidade da
gerida de acordo as suas normas e treinamento. jurisdição está sendo observado, porém, essa garantia
A confusão é tamanha, que o sr. Giovani, preposto da EVIVVA, teve independente do resultado, uma vez que o Estado-Juiz não se
de comparecer diariamente à loja da 01ª Acionanda, em período no obriga a decidir em favor do autor ou do réu, cumprindo-lhe apenas
qual houve diversas reclamações de clientes, a fim de organizar o aplicar o direito ao caso concreto.
funcionamento da loja, o que denota a intrínseca ingerência da 02ª Saliente-se que os princípios processuais do contraditório e ampla
Ré no funcionamento da 01ª. defesa, com os meios e os recursos a ela inerentes, estão sendo
In casu, não há requerimento de reconhecimento de vínculo observados, tanto que a parte recorrente deles tem se utilizado para
diretamente com a 02ª Ré, todavia, diante de tal promiscuidade nas pleitear reexame de matéria já verificada em ambas as instâncias,
relações mantida entre a EVIVVA, a MAPA, os empregados desta, e nos moldes do art. 5º, inciso LV, da Lei Maior.
seus clientes, não há dúvida de que, ao menos, havia uma Do mesmo modo, respeitado tem sido o devido processo legal, no
terceirização dos serviços de planejamento, venda e montagem dos exato comando do art. 5º, LIV, da Constituição.
móveis planejados. Noutro giro, os julgados apresentadospara confronto de teses
E uma vez corroborado pela prova oral que a Reclamante se carecem de especificidade, porquanto não abordam todos os
ativava exclusivamente em benefício da 02ª Vindicada, através da fundamentos do Acórdão impugnado e não partem das mesmas
01ª Ré, inquestionável que a primeira se beneficiou de sua força de premissas de fato do caso concreto, conforme entendimento
trabalho, devendo mesmo ser responsabilizada pela adimplemento cristalizado nas Súmulas 23 e 296, ambas do TST.
do seu crédito. Desatendidos, nessas circunstâncias, os requisitos de
A este propósito, aduza-se não ser possível conceber que um admissibilidade, encontra-se desaparelhada a Revista, nos termos
contrato celebrado venha a prejudicar terceiros, sem que estes do art. 896 da CLT.
tenham como evitar e/ou se ressarcir dos prejuízos que acaso CONCLUSÃO
venham a experimentar, situação essa que, se verificada, contrária, DENEGOseguimento aoRecurso de Revista.
de maneira inconciliável, àqueles atributos que, hodiernamente, são
tidos como característicos dos contratos. PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Claro, portanto, que o trabalhador, que está unido aos contraentes Tempestivo o Recurso (Decisão publicadaem 11/03/2019 -
ante a sua ligação ou dependência, encontra sólido fundamento fl./Seq./Id.bea316e;protocolado em 15/03/2019 - fl./Seq./Id.
para reclamar, tanto de sua empregadora, e, subsidiariamente, da 91917e8).
respectiva cliente, o pagamento de seu crédito, já que o ajuste por Regular a representação processual,fl./Seq./Id. e4951be.
elas levado a efeito não pode, em atenção aos efeitos externos do O Embargante alega que a decisão de admissibilidade contém erro
contrato, ferir direito de terceiro. Vale dizer, sendo indubitável que a material no que tange a inexistência de contrato de representação
força de labor do Obreiro foi revertida em benefício da 2ª comercial e sim de contrato de revenda e distribuição e de
Reclamada, revela-se esta co-responsável pelo adimplemento dos autorização para uso da marca. Aponta ainda omissão no que
respectivos direitos. pertine a análise do contrato havido entre as Reclamadas. Afirma
A responsabilidade subsidiária tem amparo no princípio da proteção que a relação havida entre as empresas é de distribuição mercantil
ao trabalhador e, ainda, na culpa in vigilando e in eligendodo de produtos e não de terceirização de mão de obra
tomador de serviço que tem o dever de zelar pela observância dos De início, destaco que nos termos previstos no art. 1.024, § 2º, do
direitos trabalhistas dos empregados das empresas contratadas, CPC/15 e a teor do estabelecido no art. 1º, § 2º, da Instrução
ainda que informalmente, para prestação dos serviços. Normativa nº 40/2016 do TST (aprovada pela Resolução n° 205, de
Por fim, pondero que a solidariedade decorre unicamente de lei ou 15/03/2016), somente caberá oposição de Embargos de Declaração
da vontade das partes, não havendo supedâneo legal ou contratual, se houver omissão no juízo de admissibilidade do Recurso de
na hipótese vertente, para a condenação solidária da 02ª Acionada. Revista.
Diante dos fatos ora revelados por este Órgão ad quem, entendo Vejamos.
que merece acolhida a tese recursal, sendo mister reformar a Conquanto invoque aspectos tidos por omissos na decisão
sentença de piso, para condenar a 02ª Reclamada, de forma impugnada, em verdade, busca o Embargante, por meio jurídico
subsidiária, na presente demanda. inadequado, o reexame de matéria sobre a qual já houve
pronunciamento, esgotando-se, assim, a prestação jurisdicional que
OAcórdão Regional encontra-se em sintonia com a jurisprudência me incumbia.
atual do Tribunal Superior do Trabalho, cristalizada na Súmula Com efeito, consta da decisão de admissibilidade:
nº331, IV, aspecto que obsta o seguimento do Recurso de Revista (...)
sob quaisquer alegações, consoante regra do art. 896, §7º, da CLT A prova oral foi uníssona no sentido de que a loja da 01ª Ré se
e Súmula nº 333, também daquela Corte. identificava como sendo a própria EVIVVA, com nome na fachada, e
Por outro lado, a revisão da matéria em comento exigiria a incursão tudo, e que os funcionários da primeira faziam uso de fardamento
no contexto fático-probatório dos autos, aspecto incompatível com a da segunda. Ademais, a 01ª Acionada, até mesmo, tinha o layout de
natureza extraordinária do Recurso, segundo a Súmula nº 126 da sua loja determinado pela 02ª.
Superior Corte Trabalhista. Tudo isso, aliado ao fato de que a EVIVVA estabelecia metas de
Diga-se ainda queo deslinde da controvérsia transpõe os limites da vendas para a 01ª Reclamada, e seus consultores, apontam para o
literalidade dos preceitos legais invocados, uma vez que a matéria fato inequívoco de que, em realidade, a 02ª Reclamada terceirizava
em discussão é eminentemente interpretativa, não se podendo serviços através da 01ª. O presente caso mais assemelha-se
afirmar que a própria letra dos dispositivos tenha sofrido ofensa pelo bastante às hipóteses dos bancos que contratam serviços de
acórdão. telemarketing e venda de cartões, onde os atendentes identificam-
Por oportuno, saliente-se que a insurgência atinente à suscitada se como funcionário do banco, utilizam crachá deste, e fazem uso
decisão merece a devida confirmação. circunstância lacônica, imprecisa e insuficiente para assegurar a
Com efeito, a responsabilidade do tomador dos serviços, nos condenação do empregador ao pagamento de verbas ou parcelas
termos da súmula 331, IV, do TST, de caráter eminentemente decorrentes de situação que exige prova robusta, como soe ocorrer
subsidiário, jamais solidário, pressupõe, como inscrito no título da com a prestação de serviços extraordinários.
sobredita súmula, a existência de contrato de prestação de serviço Vale esclarecer que o fato de o empregado não exercer encargos
firmado entre empresas ou instituições especializadas em locação de gestão, próprios dos gerentes gerais, não implica,
de mão-de-obra e quaisquer empresas, que figuram na condição de necessariamente, a prática de horas extras, fazendo-se necessária
tomadores dos referidos serviços, não se equiparando a situação a produção de prova especifica da prestação laboral para além dos
em relevo aos contratos de natureza comercial como soe ocorrer limites legais.
nos casos em que uma empresa, por sua conta e risco, revende No caso concreto, a reclamante apresentou uma única testemunha
produtos ou serviços fabricados ou produzidos por outras que, cujo depoimento deixa evidente a prestação de trabalho externo
evidentemente, não estão obrigadas, salvo especificação em incompatível com o controle de jornada e que levou o juiz
contrato próprio, a responder por obrigações tributárias, sentenciante a concluir pelo indeferimento das horas extras por
previdenciárias ou trabalhistas da revendedora. entender que "[[...] sendo a rotina da reclamante essencialmente
No caso concreto, demonstra o contrato de ID 65771b1 (págs. relacionada à visitação de clientes para venda de espaços
203/2012), de modo transparente, que a empresa Carvajal publicitários, confirma-se a tese de que se tratava de jornada
Informação Ltda, ao contrário do que fosse possível imaginar, externa, sem qualquer aptidão para controle, sendo indevidas as
firmou com a segunda reclamada um verdadeiro contrato comercial horas extras, intervalares e por supressão do art. 384 da CLT".
denominado "Adendo para Revendedores do Google AdWords", Sentença confirmada quanto ao indeferimento das diferenças
tendo como finalidade a revenda de publicidade, constando da salariais e horas extras, mormente quando requeridas no formato
cláusula 1, do contrato em relevo, que A Google autoriza o constante da inicial que apresenta pedidos ilíquidos e, não bastasse
Revendedor a ser um revendedor autorizado não exclusivo de isso, formulados sem a apresentação de parâmetros que permitam
inventário de anúncios do Programa AdWords", não se a produção de um exame objetivo, concreto e seguro.
assemelhando esse contrato, ainda que de forma tangencial, aos Mantém-se, pois, o entendimento sentencial, de acordo com o qual
pactos de terceirização de serviços a que alude a súmula 331, IV, "Não há direito adquirido a salário-condição, tipo ao qual se
acima referenciada. adequam as parcelas acima epigrafadas, não tendo havido, por
Posto isso, impõe-se a confirmação da sentença quanto ao ponto parte da reclamante, o desincumbimento probatório no sentido de
em relevo, mantido o entendimento, segundo o qual "Não se vê lhe ter sido irregularmente imposta redução ou supressão das
como viável a responsabilidade cogitada, eis que a 2ª reclamada mesmas.
não exercia pessoalmente qualquer fiscalização permanente nas A propósito, quanto às comissões a reclamante não apontou, a
atividades da reclamante, e a relação da empresa com a partir dos dados financeiros do contrato, juntados pela reclamada
empregadora desta (1ª reclamada) era meramente comercial". (ID 7ab1e8f), a supressão noticiada, sendo certo, também, que
DOS DEMAIS PONTOS DA SENTENÇA mencionou em depoimento que já desde 2001 não as recebia as
Promovido o exame atento das razões recursais e tendo em conta a comissões, e sim apenas salário fixo.
prova oral e documental constante dos autos, importa concluir que o No que tange a prêmios e gratificações, o não-recebimento, ainda
juiz sentenciante se houve com acerto em relação aos demais que continuado, em razão do não atingimento de metas, não supõe
pontos levados a seu conhecimento, não havendo que se impor que estas tenham sido estipuladas de forma abusiva. Indevido o
qualquer reforma à decisão recorrida. pagamento por prêmios e gratificações".
Urge ressaltar que a reclamante, em que pese a insatisfação Recurso da reclamante conhecido e desprovido.
demonstrada no recurso ordinário, não logrou comprovar a Mantém-se, por igual, a sentença recorrida no que tange à
prestação das horas extras mencionadas na petição inicial e, condenação da primeira reclamada ao pagamento da indenização
tampouco se desincumbiu de provar a alegada redução salarial, por suposta depreciação do veículo que a reclamante utilizava para
consistente em supressão de comissões, não sendo possível a prestação dos serviços, eis que os valores pagos pela reclamada,
condenar-se a empresa reclamada com argumentos que não se a título de ajuda de custo, não cobriam, necessariamente, todas as
lastreiam em provas robustas, senão em circunstâncias ou em despesas, eis que definidos como verba destinada ao pagamento
condições aleatórias. de combustível.
Vale ressaltar a impossibilidade de condenação do empregador ao Importa ressaltar que o fato de a empresa reclamada, como alegou
pagamento de diferenças salariais, de qualquer natureza, a partir de na contestação (pág. 121), não haver firmado a obrigação de
informação do tipo "A titulo exemplificativo, consta nos autos (fls. reparar eventuais prejuízos causados à reclamante, inclusive pelo
719) e-mail enviado por um dos diretores, onde na oportunidade desgaste do próprio veículo, quando utilizado para o trabalho, não
parabeniza A AUTORA por uma VENDA efetuada no valor de R$ obsta o dever de indenizar, sendo bastante, para esse fim, que
286.000,00, basicamente se a recorrente ganhasse da mesma ocorra a depreciação referida na decisão recorrida.
forma que os demais vendedores teriam uma comissão de R$ Vale lembrar que a reclamada, embora questione, no recurso, a
14.300,00, se considerarmos a comissão a 5% (média trabalhada obrigação em realce, pondo em dúvida, inclusive, a existência do
pela recorrida), no entanto no mês de Julho de 2011 (mês veículo, admitiu que a reclamante seria aquinhoada "com
subsequente à venda) os proventos da reclamante fora de R$ recebimento de 120 litros de gasolina mensais de 2007 a julho
10.478,63. Isso considerando o ganho pelo atingimento de metas, 2014" (pág. 121), donde se concluir que a empresa não apenas
ou seja, NÃO CHEGOU AO MENOS AO VALOR QUE DEVERIA tinha ciência do uso do citado automotor como, por igual,
SER AS COMISSÕES DA RECORRENTE". concordava com sua utilização para o trabalho, estando, assim, por
Informações deste jaez, embora, sob o ponto de vista da parte força do disposto no art. 927, caput, do Código Civil 2002, de
recorrente, sejam relevantes, sob o viés do juiz ou tribunal, que, em acordo com o qual "Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
regra, analisam objetivamente o conjunto probatório, constituem causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo."
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0000004-14.2019.5.08.0005
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
Agravante MARCOS ANTONIO VIEIRA SANTOS
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a
Advogado Dr. Polidório Barbalho de Santana empregadora do reclamante se coadunarem com um contrato de
Filho(OAB: 4485/PA)
terceirização de atividades, não cabe aplicação da Súmula 331, do
Agravado MG PRATA - EIRELI - EPP
C. TST, para considerar a segunda reclamada responsável
Advogado Dr. Rejane Sotão Calderaro(OAB:
13623/PA) subsidiária, em face da inexistência de culpa in eligendo e in
Agravado UNIMED DE BELÉM COOPERATIVA vigilando. ".
DE TRABALHO MÉDICO Examino.
Advogado Dr. Gustavo Azevedo Rôla(OAB: Embora o recurso mencione violação a dispositivo de lei e à súmula,
11271/PA)
não expõe a contrariedade de forma explícita e fundamentada, não
Advogada Dra. Ana Thalita Gomes Ferreira(OAB:
23260/PA) impugna os fundamentos jurídicos da decisão e não contém
demonstração analítica dos dispositivos apontados, assim, não
Intimado(s)/Citado(s): observa o pressuposto dos incs. II e III do §1º-A do art. 896 da CLT.
- MARCOS ANTONIO VIEIRA SANTOS Por essas razões, nego seguimento ao recurso de revista.
- MG PRATA - EIRELI - EPP CONCLUSÃO
- UNIMED DE BELÉM COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO DENEGO seguimento ao recurso de revista.
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese,
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto. recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT.
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos. Sem razão.
É o breve relatório. Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se
análise do apelo. manifestamente inadmissível.
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto
896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então acerto, adoto como razões de decidir.
interposto, sob os seguintes fundamentos: Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A,
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o
O recurso é tempestivo (ente público intimado em / decisão processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos
publicada em 10/05/2019 - fl./ID ED03550; recurso apresentado em os seus pressupostos de admissibilidade.
22/05/2019 - fl./ID cdebf00). No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per
A representação processual está regular, ID/fl. 719c9bc . relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo
Foram concedidos à parte recorrente os benefícios da assistência Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a
judiciária gratuita, às fls./ID , nos termos da OJ 269 da SDI-I(TST) e confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão
art. 790 da CLT. objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os
Responsabilidade Solidária / Subsidiária / Tomador de Serviços / seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Terceirização. Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
Alegação(ões): 1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011,
- contrariedade à(as) : itens IV e VI da Súmula nº 331 do Tribunal Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de
Superior do Trabalho. Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100
Lei 6.079/74, art. 5º-A,§5º -34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Recorre o reclamante contra o v.Acórdão que manteve o Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017;
indeferimento do pedido de responsabilidade subsidiária da AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016,
segunda reclamada, UNIMED DE BELÉM COOPERATIVA DE Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT
TRABALHO MÉDICO. 18/03/2016.
Alega que a responsabilidade subsidiária da segunda reclamada Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
decorre do contrato de terceirização de serviços que firmou com a Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a
primeira reclamada. vigência do CPC/2015:
Transcreve o seguinte trecho do V.Acórdão:
"Há, ainda, que se ponderar que a primeira reclamada colacionou "EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
ao processo documentos que demonstram o adimplemento de EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
parcelas remuneratórias (ID. 48Ac1bc e ss.), restando apenas a CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
liquidação das verbas rescisórias debatidas nos autos, TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO
demonstrando, assim, que durante o contrato de trabalho do autor, TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM.
a UNIMED realizou, a contento, a fiscalização do cumprimento da POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
legislação trabalhista. impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
Diante disso, fica evidenciada a inexistência de culpa in eligendo e Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes,
in vigilando da UNIMED, razão pela qual não deve responder pelas confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
parcelas devidas pela empregadora, primeira reclamada. pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
(...) Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
Pelo exposto, apesar de as atividades delegadas a real ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
não haja previsão nos instrumentos coletivos de trabalho para concedida a folga semanal, são devidas, como horas
implementação do regime de compensação semanal de jornada, extraordinárias integrais (hora normal + adicional), as excedentes da
conforme o artigo 59, caput, a jurisprudência tem admitido a 44ª (quadragésima quarta) semanal e, em relação às horas
validade do acordo individual, ainda que tácito, quando não houver efetivamente compensadas, é devido o adicional de hora
norma convencional dispondo em sentido contrário, conforme do extraordinária.
item II da Súmula n.º 85. E, no caso dos autos, há norma Sobre o intervalo intrajornada, concluo que foram regularmente
convencional autorizando a adoção do sistema de compensação, a usufruídos. Os cartões consignam o regular intervalo intrajornada e
exemplo da cláusula vigésima quinta da Convenção Coletiva de o autor não apontou violações na fase oportuna. Os três exemplos
Trabalho (CCT) de 2014/2015 (fls. 45/46). ora trazidos apontam uma diferença insignificante de apenas dois
Por outro lado, prepondera nesta 7ª Turma a tese de que o acordo minutos, o que não nos leva a conclusão de violação do intervalo
de compensação de jornada constitui ato cindível, de sorte que a intrajornada.
sua nulidade parcial, resultante da inobservância prática, não Em se tratando de condenação originária em horas extraordinárias,
prejudica o ajuste como um todo, nos termos do artigo 184 do fixam-se os seguintes parâmetros de liquidação: i) integração das
Código Civil, de seguinte teor: horas extraordinárias, porque habituais, em descanso semanal
"Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de remunerado (Súmula TST nº. 437, item III, e OJ nº 394 da SBDI-I),
um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for e, sem estes, em férias, com terço constitucional, décimo terceiro e
separável; a invalidade da obrigação principal implica a das FGTS, com multa; ii) divisor 220 (duzentos e vinte); iii) apuração a
obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação partir dos cartões de ponto anexados aos autos, de acordo com o
principal." período de fechamento e, nos meses eventualmente faltantes, pela
Assim, para a douta maioria deste Colegiado, o acordo de média dos demais; iv) dias efetivamente trabalhados; v) base de
compensação deve ser analisado semanalmente, reconhecendo-o cálculo, nos termos da Súmula TST nº. 264, observada a evolução
como válido naquelas semanas em que ficar demonstrado que foi mês a mês; vi) adicional convencional, e na falta desse o de 50%
rigorosamente cumprido. (cinquenta por cento); vii) exclusão dos minutos residuais, se
Nesse sentido é a diretriz sufragada na Súmula nº 36 deste inferiores a 10 (dez) minutos diários, nos termos do artigo 58,
Tribunal, recentemente editada (DEJT de 22, 23 e 26/09/2016), parágrafo 1.º, da CLT c/c OJ SBDI-I/TST n.º 372; viii) abatimento
verbis: das verbas pagas sob o mesmo título de acordo com o critério
"ACORDO DE COMPENSAÇÃO SEMANAL. PRESTAÇÃO DE global, nos termos da OJ SBDI/TST nº 415.
HORAS EXTRAS. Pedindo vênia, dou provimento parcial ao recurso, nesses termos."
I - Havendo acordo de compensação e constatado em qualquer dia Fundamentos da decisão de embargos de declaração:
da semana o excesso de jornada além do máximo legal admitido no "Sob a alegação de que o acórdão seria omisso, e até mesmo
art. 59 da CLT, de 02h00 extras, nessa semana será inválido o contraditório, no ponto em que considera parcialmente válido o
regime compensatório, não se aplicando a parte final do item IV, da acordo de compensação de jornada, a reclamada argumenta que a
Súmula 85 do C.TST e todo o tempo de trabalho além da jornada condenação ao pagamento de horas extras implicaria "bis in idem",
normal será devido com o pagamento da hora normal mais o na medida em que a verba foi devidamente paga ao longo do
adicional; contrato, conforme demonstram os recibos salariais, destacando
II - Havendo acordo de compensação e constatado, em qualquer que o reclamante não indicou a existência de diferenças, ônus que
semana, o labor no dia destinado à compensação, nessa semana lhe cabia. Pondera que não é possível que suporte mais uma
será inválido o regime compensatório, não se aplicando a parte final condenação em horas extras, as quais já foram pagas. Em
do item IV, da Súmula 85 do C.TST e todo o tempo de trabalho arremate, aduz que não há razão para a inversão das custas e
além da jornada normal será devido com o pagamento da hora requer a respectiva exclusão.
normal mais o adicional; O acórdão não é omisso, tampouco contraditório. O Colegiado
III - Havendo acordo de compensação e constatada habitualidade invalidou o ajuste compensatório adotado pela reclamada em razão
no labor extraordinário, fora de qualquer das hipóteses dos incisos I da existência de labor em dias destinados à compensação e,
e/ou II, será aplicável a parte final do item IV da Súmula 85 do também, excedente de dez horas diárias. A nulidade do acordo de
C.TST, sendo remunerado pelo adicional o tempo destinado à compensação implica a necessidade do pagamento de horas
compensação, e integralmente (tempo + adicional) no que exceder." extras, independentemente da demonstração de diferenças pelo
Os cartões-ponto (fls. 137 e ss.) consignam labor em dias reclamante e, por se tratar de ato cindível, a consequência é a
destinados à compensação, como por exemplo, nos cartões de fls. aplicação da diretriz sufragada na Súmula 36 deste Tribunal,
138, 139, 141, 145. Também se constata pelos documentos labor exatamente como consta no acórdão.
além de dez horas diárias, como por exemplo, à fl. 139, dia 07 de Também não há omissão quanto ao abatimento das horas extras
abril. eventualmente pagas, pois consta no acórdão a determinação do
Em face do exposto, seguindo o entendimento que prevalece nesta "abatimento das verbas pagas sob o mesmo título de acordo com o
7ª Turma a respeito da matéria, dou provimento parcial ao recurso critério global, nos termos da OJ SBDI/TST nº 415" (fl. 222).
para fixar os seguintes parâmetros quanto à condenação em horas Por fim, sucumbente a reclamada, deverá arcar com o pagamento
extraordinárias pela declaração de nulidade parcial do acordo de das custas processuais.
compensação de jornada: a) nas semanas em que o acordo de Não padecendo o acórdão de nenhum dos vícios estabelecidos nos
compensação de jornada não foi cumprido em razão labor em dia artigos 897-A da CLT e 1.022, incisos I, II e III, do CPC de 2015,
destinado à compensação (sábado) são devidas como horas nego provimento aos embargos de declaração."
extraordinárias integrais (hora normal + adicional), as excedentes da
8ª (oitava) diária e da 44ª (quadragésima quarta) semanal, sem Diante do quadro fático retratado no julgado, não suscetível de ser
cumulação; e b) nas semanas em que houve prestação de horas reexaminado nesta fase processual, infere-se que o entendimento
extraordinárias e foi respeitado o limite diário de 10 (dez) horas e está em consonância com a (ao) item II da Súmula nº 85; item IV da
Súmula nº 85 do Tribunal Superior do Trabalho à luz da Súmula 36 utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
deste E. TRT 9. Assim, o recurso de revista não comporta razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
seguimento por possível violação a dispositivos da legislação Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
federal ou por divergência jurisprudencial (Súmula 333 do TST). Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
Denego. SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
CONCLUSÃO PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
Denego seguimento. 26-10-2016)
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0000611-64.2018.5.06.0313
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
Agravante EMPRESA BAHIA LTDA
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
Advogado Dr. Danilo Pereira da Silva(OAB:
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a 38828/PE)
vigência do CPC/2015: Agravado JADSON VALERIANO DE LIMA
Advogado Dr. José Elmo da Silva Monteiro(OAB:
"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO 13840/PE)
EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO. Intimado(s)/Citado(s):
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO - EMPRESA BAHIA LTDA
TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM. - JADSON VALERIANO DE LIMA
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da
Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes, Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto.
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da É o breve relatório.
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo, Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à
a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente análise do apelo.
ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no
pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo
interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4. 896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A interposto, sob os seguintes fundamentos:
técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
de ter pleiteado a configuração do grupo econômico, sequer Por sua vez, da decisão aclaratória reporto-me aos trechos que
requereu, no momento processual oportuno, o aditamento da seguem (Id ef36130):
petição inicial para viabilizar a integração das empresas "Nesse ponto, restou patente que esta Turma Revisora apontou, de
componentes do grupo econômico ao processo. forma inconteste, que o pedido de ampliação subjetiva do processo
Nessa senda, tenho que descabe, nesta fase processual, o pedido foi realizado de forma extemporânea, porquanto "nem no bojo da
de responsabilização solidária das empresas Renovadora de Pneus contestação, tampouco na petição de fls. 154/218, a empresa
Bahia Ltda, Imobiliária Bahia Ltda. - EPP, Super Diesel Auto Peças reclamada pediu expressamente o reconhecimento do grupo
Ltda, Hiper Diesel Auto Peças Ltda e Auto peças Bahia Ltda. Isso econômico". Além disso, o acórdão embargado asseverou que o
porque não houve a formulação oportuna de pedido expresso reclamante, a quem cabe escolher contra quem pretende
acerca do reconhecimento do grupo econômico, pela empresa demandar, "sequer requereu, no momento processual oportuno, o
reclamada, tampouco foi requerida a citação destas para aditamento da petição inicial para viabilizar a integração das
aperfeiçoarem-se o contraditório e ampla defesa. empresas componentes do grupo econômico ao processo".
Além disso, o pedido formulado, nas razões recursais, pela Quanto à manutenção da multa do art. 467 da CLT aplicada pelo
reclamada - a qual teria legitimidade para requer o chamamento ao juízo a quo, não merece prosperar a alegação da Embargante no
processo, nos termos do art. 131 do CPC/2015 -, foi realizado de sentido de que as verbas pleiteadas nestes autos restaram
forma extemporânea, porquanto deveria ser formulado no momento controvertidas. Isto porque consta, expressamente, no voto que
da apresentação da contestação, o que não ocorreu. para que seja inaplicável a multa em referência, faz-se necessária a
Conclusão diversa, neste momento processual, conduziria, sem existência de controvérsia razoável acerca dos pedidos autorais, o
sombra de dúvidas, à transgressão do devido processo legal. que não ocorreu nos presentes autos. Inclusive, o acórdão
De mais a mais, a veiculação do pedido, referente à vergastado, no ponto, fez alusão a certos precedentes desta Corte
responsabilização pessoal do administrador da reclamada, apenas Regional, nos quais há a conclusão de que é necessária a
em sede de recurso ordinário, enseja notável inovação recursal, a existência de dúvida séria, razoável, fundada e legítima para que
qual é vedada, como regra, pelo artigo 1.014 do CPC/2015, de seja afastada a multa do art. 467 da CLT.
aplicação subsidiária. No que se refere aos honorários advocatícios sucumbenciais, a
Nada a reformar. decisão colegiada, fundamentadamente, manteve o percentual
Dos honorários advocatícios sucumbenciais. fixado na sentença, porquanto este encontra-se dentro do
Consta na sentença recorrida a seguinte deliberação (fl. 267): balizamento fixado pela Lei. De mais a mais, pontuou-se que "os
"2.4. DO PEDIDO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS honorários sucumbenciais, no Processo do Trabalho, são fixados
Tendo em vista que a parte autora está assistida pela entidade em percentual único para toda a ação" e que, como "há outras fases
sindical, defere-se o pleito de condenação da ré ao pagamento dos do processo a serem enfrentadas, nas quais, inclusive, o causídico
honorários advocatícios no valor de 15% da condenação, consoante atuará em busca da satisfação do crédito reconhecido na sentença
a orientação das Súmulas 219 c/c 329 do C. TST". vergastada", se mostrou pertinente a manutenção do percentual
A reclamada pugna redução do percentual fixado pelo juízo a quo, fixado pelo juízo singular. Além do mais, a fixação dos honorários
ao sustentar que "a presente Reclamação trata apenas de matéria de sucumbência observam as peculiaridades de cada processo
de direito quanto ao recebimento das verbas rescisórias; matéria (vide o §2º do art. 791-A da CLT), razão pela qual mostra-se
esta que não demanda demasiados esforços do causídico que descabida a pretensão de que seja reduzido o percentual tendo
justifiquem o percentual de 15% (quinze por cento) fixado na como referência outro processo que possui as suas próprias
decisão recorrida" (fl. 307). Invoca, como exemplo, as decisões singularidades.
proferidas em demandas semelhantes, nas quais compôs o polo Assim, enfatizo que não se verifica omissão, contradição nem
passivo, que fixaram os honorários sucumbenciais no patamar obscuridade na espécie, sendo certo que a embargante tenciona
mínimo. forçar a reanálise da matéria decidida, o que não se admite nesta
De início, registro que a reclamação trabalhista foi ajuizada após o via processual.
início da vigência da Lei nº 13.467/2017, ocorrido em 11.11.2017, Nesse sentido, confira-se o seguinte precedente:
de modo que os institutos bifrontes trazidos pela novel legislação, "EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DESCABIMENTO. Os embargos
dentre os quais se encontra o art. 791-A da CLT, mostram-se de declaração não autorizam o estabelecimento de diálogo entre as
plenamente aplicáveis a este caso concreto. partes e o órgão jurisdicional, nunca viabilizando a modificação da
Dispõe o novo art. 791-A da CLT que são devidos ao advogado da substância do julgado, quando ausentes os vícios que a Lei,
parte vencedora, a título de honorários de sucumbência (após o exaustivamente, enumera. A insatisfação com o resultado do
advento da Reforma Trabalhista), o montante equivalente ao julgamento demandará providências outras, segundo as orientações
percentual de 5% a 15%, a ser estipulado pelo juiz, observados os processuais cabíveis. Assim é que, opostos à deriva das situações
critérios definidos no §2º do mesmo dispositivo. a que se referem os arts. 1.022 do CPC e 897-A da CLT, nega-se
Nessa senda, verifica-se que a sentença arbitrou os honorários provimento aos embargos de declaração" (ED-AIRR - 10758-
sindicais dentro do balizamento fixado pela Lei, pelo que entendo 54.2015.5.15.0136, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de
incabível o pleito de redução do percentual fixado pelo juízo a quo Fontan Pereira, Data de Julgamento: 21/02/2018, 3ª Turma, Data de
para o patamar mínimo previsto no caput do art. 791-A da CLT. Publicação: DEJT 23/02/2018).
Com efeito, pontuo que os honorários sucumbenciais, no Processo Nem mesmo a título de prequestionamento, nos termos da Súmula
do Trabalho, são fixados em percentual único para toda a ação. 297, do C. TST, há o que ser declarado, sobretudo porque constou
Nessa linha de entendimento, destaco que há outras fases do do acórdão embargado que, "pelos motivos expostos na
processo a serem enfrentadas, nas quais, inclusive, o causídico fundamentação desta decisão, não houve violação aos dispositivos
atuará em busca da satisfação do crédito reconhecido na sentença constitucionais e infraconstitucionais mencionados nas razões e nas
vergastada. contrarrazões, sendo desnecessária a menção expressa a cada um
Por isso, mantenho o percentual fixado pelo juízo singular. deles, a teor da Orientação Jurisprudencial 118, da SDI-I, do C.
TST", registrando-se, outrossim, que "foram enfrentadas todas as EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
teses trazidas pelas partes que, porventura, pudessem influenciar CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
na formação da convicção deste órgão julgador colegiado e/ou TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO
alterar a conclusão adotada, não se amoldando o presente decisum TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM.
a qualquer das hipóteses previstas no art. 489, §1º, do NCPC, POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
considerados os termos do art. 15, da Instrução Normativa n.º impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
39/2016, do C. TST". Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes,
Tratando-se de embargos manifestamente protelatórios, entendo confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
devida a aplicação de multa de 2% sobre o valor atualizado da pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
causa, revertida em favor do trabalhador, na forma do art. 1.026, Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
§2º, do CPC. ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
Diante do exposto, voto no sentido de rejeitar os embargos a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
declaratórios opostos, condenando a embargante ao pagamento de ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
multa de 2% sobre o valor atualizado da causa, revertida em favor pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
do reclamante, na forma do art. 1.026, §2º, do CPC. interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
Confrontando os argumentos lançados pela parte recorrente no seu A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
recurso de revista e os fundamentos constantes do acórdão técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
vergastado, tenho que o apelo não comporta processamento, uma utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
vez que não se constata no julgado contrariedade à súmula de razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
jurisprudência uniforme do TST ou súmula vinculante do STF, nem Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
violação direta da Constituição da República, únicas hipóteses que, Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
à luz do § 9º do artigo 896 da CLT, será admitido o recurso de SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
revista, nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo. 07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
CONCLUSÃO PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
Diante do exposto, DENEGO seguimento ao recurso de revista. 26-10-2016)
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0001561-53.2016.5.07.0010
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
Agravante CONSTRUTORA PLATO LTDA
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
Advogado Dr. Rodrigo Silveira Lima(OAB:
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a 19187/CE)
vigência do CPC/2015: Agravado F P CONSTRUCOES LTDA - ME
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0000639-53.2014.5.08.0010
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Alexandre Luiz Ramos
18/03/2016. Agravante GOL LINHAS AÉREAS
INTELIGENTES S.A.
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
Advogado Dr. Antônio Braz da Silva(OAB:
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a 12450/PE)
vigência do CPC/2015: Agravado JOSÉ ANTÔNIO SARDINHA
MIRANDA
"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO Advogada Dra. Christianne de Lima Ribeiro(OAB:
9256/PA)
EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
Advogada Dra. Jacqueline Vieira da Gama
CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO. Malcher(OAB: 8805/PA)
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO Advogado Dr. Karem Suelem Santana
TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM. Gomes(OAB: 18814/PA)
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a Agravado RM SERVIÇOS AUXILIARES DE
TRANSPORTE AÉREO S.A.
impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
Advogado Dr. Gustavo Brasil Vieira da Silva(OAB:
Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes, 22192/PE)
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do Intimado(s)/Citado(s):
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da - GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A.
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo, - JOSÉ ANTÔNIO SARDINHA MIRANDA
a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente - RM SERVIÇOS AUXILIARES DE TRANSPORTE AÉREO S.A.
ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
Trata-se de agravo de instrumento interposto pela Reclamada GOL
interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A. em que se pretende
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
destrancar recurso de revista interposto de decisão publicada na
técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
vigência da Lei nº 13.015/2014 (acórdão regional publicado em
utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
13/7/2016).
razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
A Autoridade Regional denegou seguimento ao recurso de revista,
Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
sob os seguintes fundamentos:
Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
"PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
O recurso é tempestivo (decisão publicada em 13/07/2016 - fl./ID
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
C9D5C1D; recurso apresentado em 21/07/2016 - fl./ID 7f8bba2).
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
A representação processual está regular, ID/fl. b642086, 6c5342d. Registro ainda que, nos termos da súmula mencionada, a ilicitude
Satisfeito o preparo (ID/fls. 45ab627, 91a7de7, 529be54 e da terceirização não é requisito para a condenação subsidiária da
33bd635). recorrente, como alega a recorrente.
Em outras palavras, deixa a parte de indicar, de forma explícita e
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA/SUBSIDIÁRIA. conflite com a decisão regional, nos termos do § 1°-A do artigo 896
ALEGAÇÃO(ÕES): da CLT.
- contrariedade à(s) Súmula(s) nº 331 do colendo Tribunal Superior Quanto aos demais argumentos, mormente quanto à ausência de
do Trabalho. exclusividade na prestação de serviços da 1º reclamada, trata-se de
- violação do(s) artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal. matéria não abordada no trecho destacado, pelo que carece do
Trata-se de recurso de revista interposto pela 2ª Reclamada, GOL devido prequestionamento, sendo que, de qualquer modo,
LINHAS AEREAS INTELIGENTES S.A, contra o V. Acórdão de ID demandaria o revolvimento de fatos e provas, o que encontra óbice
36e6fbc, que manteve a sua responsabilidade subsidiária quanto na súmula 126 do C. TST.
aos créditos trabalhistas devidos ao autor. A recorrente alega que Portanto, resta inviabilizado o seguimento da revista, à falta de
os elementos do autos denunciam que não há que se falar em sua amparo legal.
condenação subsidiária, uma vez que, no presente caso, jamais
existiu exclusividade na prestação de serviços do autor, isso porque
o recorrido sequer teria comprovado o período para ela laborado, DURAÇÃO DO TRABALHO / HORAS EXTRAS.
sendo seu o ônus probatório. DURAÇÃO DO TRABALHO / INTERVALO INTRAJORNADA.
Sustenta ainda que sempre exigiu da primeira reclamada e demais Alegação(ões):
prestadoras de serviços a apresentação dos comprovantes de - violação do(a) Lei nº 13105/2015, artigo 373; Consolidação das
depósitos do FGTS e de pagamentos das verbas previdenciárias Leis do Trabalho, artigo 818.
juntamente com a relação dos empregados, sendo patente a - divergência jurisprudencial: .
inexistência de culpa "in vigilando" por parte da primeira reclamada. A recorrente inconforma-se com a v. decisão recorrida que manteve
Pede a reforma do julgado, por violação aos artigos em epígrafe. irretorquível a r. sentença de primeiro grau quanto ao deferimento
A recorrente transcreveu o trecho da decisão recorrida que das horas extras e intervalo intrajornada pleiteados pelo recorrido.
consubstancia o prequestionamento da matéria, cumprindo, Nesse passo, afirma que, de acordo com os artigos 818 da CLT e
portanto, o requisito contido no inciso I, do artigo 896, §1º-A, da 373 do CPC, é do Reclamante/Empregado o ônus de provar suas
CLT. alegações com relação a jornada de trabalho, pois incumbiria a
Analisando a decisão recorrida, vejo que a E. turma assim a quem alega a prova do fato constitutivo do seu direito. Alega ainda a
fundamentou: existência de divergência jurisprudencial.
(...) Analisando os autos, constata-se que a contratante se Eis os fundamentos do v. acórdão recorrido, in verbis:
beneficiou dos serviços fornecidos por empresa inidônea. Estando "(...) Observados os fatos, foi visto que embora os cartões de ponto
evidenciada a inidoneidade financeira da empresa contratada é de estivessem devidamente assinados pelo autor, este destacou que er
se reconhecer a responsabilidade das contratantes, porque determinada pela reclamada o registro do final de sua jornada e, em
partícipes e reais beneficiárias das violações dos direitos seguida, deveria retornar ao trabalho para mais uma hora de
trabalhistas. Entendo que a licitude da terceirização não se resolve trabalho. Esse fato foi ratificado pela prova testemunhal. Diante de
apenas quanto ao aspecto de ser uma atividade-fim ou atividade- tal circunstância, não há como validar os cartões de ponto, eis que
meio, vez que há outros requisitos a serem sopesados, dentre os não espelhariam a real jornada de trabalho do autor. Assim,
quais a inidoneidade financeira do terceirizado e a falta de vigilância entendendo pela inversão do ônus da prova, devendo ser mantida a
do contratante sobre o terceirizado. No presente caso, trata-se de r. decisão de primeiro grau no que concerne aos pleitos em
clara evidência da inidoneidade da contratada e de que as medidas destaque, haja vista que a reclamada não se desincumbiu do ônus
adotadas pela contratante não tiveram efetividade. Assim, forçoso é de comprovar a real jornada de trabalho do autor, nos termos do
o reconhecimento da ilicitude da terceirização e da culpa in eligendo artigo 818 da CLT. Mantenho. (...)
e in vigilando por parte da tomadora de serviço. Em consequência, (...) No mesmo sentido antes destacado, não sendo aceitos os
considera-se que se a prestadora de serviços não honrou com sua cartões de ponto apresentados pela reclamada, bem como havendo
obrigação para com seus empregados, é certo que tenha, a prova testemunhal no sentido de corroborar a tese da inicial, verifica
empresa contratante, responsabilidade subsidiária pelos créditos -se que não restou demonstrado ter o reclamante gozado do
trabalhistas dos substituídos, posto que foi tomadora exclusiva, intervalo intrajornada conforme disciplina o artigo 71 da CLT. Assim,
direta e única beneficiária dos serviços, hipótese prevista na Súmula prevalece o entendimento de primeiro grau que deferiu ao
nº 331, IV, do C. TST. Considerando o acima exposto, mantenho a reclamante o pleito em destaque. (...)".
sentença no particular. (...) O apelo não merece ser admitido, no particular.
Não obstante as ponderações, enfatizo que o juízo, diante do
contexto probatório, julgou conforme seu livre convencimento
Diante da moldura fática descrita e dos fundamentos usados pela E. motivado, procedendo à razoável interpretação da legislação ao
Turma, a hipótese dos autos é exatamente de responsabilidade caso concreto, mormente no que se refere à aplicação do ônus da
subsidiária, nos termos da Súmula nº 331 do C. TST, conforme prova, diante da invalidade dos documentos juntados, razão pela
entendeu a r. decisão vergastada, em razão de a recorrente ter qual não vislumbro possível violação à legislação apontada ao
firmado contrato com a reclamada principal para prestação de norte. Nesse caso, enfatizo que cabe recurso de revista de decisões
serviços, sem, no entanto, comprovar a fiscalização regular do proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta
cumprimento das obrigações trabalhistas por parte da contratada. direta e literal à Constituição Federal.
Quanto à divergência jurisprudencial citada, observo que a reconhecimento da ilicitude da terceirização e da culpa in eligendo e
recorrente também não se desvencilhou do ônus que lhe cabia, eis in vigilando por parte da tomadora de serviço".
que não demonstrou, analiticamente, como os arestos apontados se Logo, para se concluir pela ofensa ao dispositivo de lei tido como
assemelhavam ao presente caso, nem que cumpriam os requisitos violado, por contrariedade aos verbetes sumulares indicados ou
constantes da súmula 337 do C. TST. pela existência de dissenso jurisprudencial, na forma como
Portanto, não merece seguimento o recurso de revista. defendido pela parte Recorrente, faz-se necessário o reexame de
fatos e provas, procedimento vedado em grau de recurso de revista,
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / nos termos da Súmula nº 126 do TST.
LIQUIDAÇÃO/CUMPRIMENTO/EXECUÇÃO / EXECUÇÃO No que se refere aos temas "HORAS EXTRAS" e "INTERVALO
PROVISÓRIA / PROCESSO DO TRABALHO. INTRAJORNADA", a Agravante insiste no processamento do seu
Alegação(ões): recurso de revista por ofensa aos arts. 818 da CLT, 373, II, do
- violação do(a) Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 889. CPC/2015 e por divergência jurisprudencial.
Não se conforma a reclamada com a decisão proferida pela E. Em síntese, argumenta que "cabia ao Reclamante o ônus de provar
Turma que manteve a multa de 10%, sobre o valor da condenação, a jornada que declina na inicial, a qual, aliás, resta expressamente
em caso de não pagamento da condenação, nos termos dos artigos impugnada".
652, d, e 832, §1º, da CLT. No entanto, o Tribunal Regional registrou que "embora os cartões
Explica que a aplicação da multa do art. 652, "d" da CLT, além de de ponto estivessem devidamente assinados pelo autor, restou
aplicada a categoria diversa não observa que, em se tratando de provado que era determinado pela reclamada registro do final da
execução trabalhista, a legislação a ser aplicada é a Lei dos jornada e, em seguida, o retorno ao trabalho para mais uma hora de
Executivos Fiscais (art. 889 da CLT). trabalho. Esse fato foi ratificado pela prova testemunhal" e que
Da análise do apelo, verifico que o recorrente não ataca todos os "diante de tal circunstância, não há como validar os cartões de
fundamentos jurídicos da v. Decisão recorrida, a teor do disposto no ponto".
inciso III, do § 1°-A do artigo 896 da CLT, uma vez que a decisão Nesse contexto fático, imutável em razão do óbice da Súmula n°
teve como base também a aplicação do art. 832, §1º da CLT. 126 do TST, verifica-se que o entendimento adotado pela Corte
Portanto, diante do não preenchimento dos pressupostos para a sua Regional está em conformidade com a jurisprudência atual e notória
admissão, inviável o seguimento do recurso de revista deste Tribunal, sedimentada na Súmula nº 338, II, do TST.
Dessa forma, o processamento do recurso de revista encontra óbice
no disposto no art. 896, § 7º, da CLT e na Súmula nº 333 do TST.
CONCLUSÃO Em relação ao tema "INTERVALO INTRAJORNADA.
DENEGO seguimento ao recurso de revista". COMPENSAÇÃO DE MINUTOS USUFRUÍDOS", a Agravante
insiste no processamento do seu recurso de revista por ofensa ao
A parte ora Agravante insiste no processamento do recurso de art. 71, § 2º da CLT e por divergência jurisprudencial.
revista quanto aos temas "RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA" e Aduz que "os minutos de intervalo intrajornada usufruídos devem
"HORAS EXTRAS", "INTERVALO INTRAJORNADA", "INTERVALO ser abatidos na pleiteada hora".
INTRAJORNADA. COMPENSAÇÃO DE MINUTOS USUFRUÍDOS" Contudo, a Corte Regional não adotou tese acerca da
e "MULTA DE 10% PREVISTA NO ART. 652, "D" DA CLT". "compensação de minutos usufruídos de intervalos intrajornada",
No que diz respeito ao tema "RESPONSABILIDADE ausente, portanto, o prequestionamento dessa matéria.
SUBSIDIÁRIA", pretende o processamento do seu recurso de Desse modo, o processamento do recurso de revista encontra óbice
revista por violação do art. 5º, II, da Constituição Federal, por no disposto na Súmula nº 297, I, do TST.
contrariedade à Súmula nº 331, IV, do TST, bem como por Quanto ao tema "MULTA DE 10% PREVISTA NO ART. 652, "D" DA
divergência jurisprudencial, a partir da alegação de que "não restou CLT, a parte ora Agravante se limitou a renovar suas alegações
comprovado nos autos de forma robusta a prestação de serviços, relativas ao mérito do recurso de revista, sem tecer nenhuma
tampouco de forma exclusiva". consideração no sentido de afastar o óbice contido no art. 896, § 1º-
Afirma que "a recorrente sempre exigiu da primeira reclamada e A, III, da CLT, utilizado como fundamento para o não recebimento
demais prestadoras de serviços a apresentação dos comprovantes do apelo.
de depósitos do FGTS e de pagamentos das verbas previdenciárias Conforme o item I da Súmula nº 422 desta Corte, não se conhece
juntamente com a relação dos empregados, sendo patente a do recurso "se as razões do recorrente não impugnam os
inexistência de culpa in vigilando por parte da primeira reclamada". fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que proferida".
Argumenta que a "recorrente não incorreu em culpa in elegendo No caso dos autos, não impugnados os fundamentos da decisão
uma vez que a primeira reclamada era uma empresa digna de agravada nos termos em que foi proferida, não há como se
confiança, com reputação no mercado, aparentemente solidez". conhecer do presente agravo de instrumento, e, em consequência,
Entretanto, essas premissas fáticas com fundamento nas quais a não há como se avançar à análise do recurso de revista.
parte pretende o processamento do seu recurso de revista são Assim sendo, nego provimento ao agravo de instrumento interposto
diversas daquelas registradas no acórdão recorrido. pela Reclamada GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A., com
O que consta do acórdão de origem é que "considera-se que se a fundamento no art. 932, III, do CPC/2015.
prestadora de serviços não honrou com sua obrigação para com Por fim, ressalto às partes que o entendimento que prevalece na
seus empregados, é certo que tenha, a empresa contratante, Quarta Turma deste Tribunal Superior é no sentido da aplicabilidade
responsabilidade subsidiária pelos créditos trabalhistas dos da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.
substituídos, posto que foi tomadora exclusiva, direta e única Publique-se.
beneficiária dos serviços" e que "constata-se que a contratante se Brasília, 27 de fevereiro de 2020.
beneficiou dos serviços fornecidos por empresa inidônea"
Ademais, a Corte Regional consignou que "é inquestionável o
omissão, pelo teor dos arts. 37, X, e 102, § 1º, da Constituição Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
Federal e da Súmula 339 do Ex. STF. Incabíveis tantoo reajuste, ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
porque não há previsão legal, quantoa indenização por representar a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
a própria concessão de reajuste sem previsão legal (RR-494-2004- ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
121-04-00, 1ª Turma, DEJT-06/10/08, AIRR-806-2003-121-04-40, 2ª pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
Turma, DEJT-05/06/09, RR-107600-68.2007.5.15.0042, 3ª Turma, interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
DEJT-07/05/10, AIRR-492-2004-291-04-40, 4ª Turma, DJ-07/03/08, A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
RR-129100-42.2005.5.02.0037, 5ª Turma, DEJT-28/05/10, AIRR- técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
74340-83.2004.5.04.0018, 6ª Turma, DEJT-30/04/10, AIRR-70340- utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
76.2007.5.15.0067, 7ª Turma, DEJT-30/07/10 e RR-76500- razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
65.2006.5.15.0128, 8ª Turma, DEJT-20/06/10). Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
Inviável, por decorrência, o apelo, ante o disposto no art. 896, "a", Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
"c" e§ 7º, da CLT e na Súmula 333 do C. TST. SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
CONCLUSÃO PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
DENEGO seguimento ao recurso de revista. 26-10-2016)
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0010853-30.2014.5.15.0036
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
Agravante CONCESSIONÁRIA AUTO RAPOSO
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas TAVARES S.A.
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a Advogado Dr. Adilson Elias de Oliveira
vigência do CPC/2015: Sartorello(OAB: 160824/SP)
Advogado Dr. Dirceu Carreira Júnior(OAB:
209866/SP)
"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
Agravado PAULO ROGERIO FERNANDES
EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
Advogado Dr. Amilton Luis Rizzo(OAB:
CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO. 178675/SP)
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO Agravado PROSEG SEGURANÇA E
TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM. VIGILÂNCIA LTDA.
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a Advogado Dr. André Gustavo Martins Mielli(OAB:
241468/SP)
impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
Agravado BUZATI & BUZATI SEGURANCA
Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes, LTDA
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não TST. Assim, inviável o recurso pelo teor das Súmulas 126 e 333 do
provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207 C. TST.
AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento: Além disso, não afronta o art. 5º, II, da Carta Magna v. julgado que
06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação fundamenta sua decisão em Súmula,uma vez que, por força do
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC artigo 8º, "caput", da CLT, na falta de disposições legais ou
01-02-2017) contratuais, conforme o caso, a Justiça do Trabalho poderá decidir
pela jurisprudência.
Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso Cumpre registrar que a decisão recorrida foi proferida de acordo
de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do com a legislação vigente à época da prestação laboral, não
CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de havendo falar em aplicação retroativa do disposto na Lei nº
instrumento. 13.467/2017 para os fatos ocorridos anteriormente à sua vigência.
Publique-se. Nesse sentido os seguintes julgados do C. TST: Ag-AIRR-897-
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. 12.2013.5.07.0015, 1ª Turma, DEJT 23/03/2018, ED-RR-10099-
49.2015.5.03.0081, 2ª Turma, DEJT 23/2/2018 e ED-AIRR-929-
77.2015.5.10.0010, 8ª Turma, DEJT 19/12/2017.
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
CAPUTO BASTOS CONCLUSÃO
Ministro Relator DENEGO seguimento ao recurso de revista.
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do - IQT - INDÚSTRIAS QUÍMICAS TAUBATÉ S.A.
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do - LUIS HENRIQUE BARCELLOS MARTINS DE OLIVEIRA
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo, RELATÓRIO
a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente Contra o despacho da Presidência do TRT da 1ª Região que
ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados denegou seguimento ao seu recurso de revista porque deserto
pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da (págs. 709-710), o 1º Reclamado interpõe o presente agravo de
interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4. instrumento (págs. 717-725).
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A Apresentadas contraminuta ao agravo e contrarrazões ao recurso
técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se de revista, dispensou-se a remessa dos autos ao Ministério Público
utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como do Trabalho, nos termos do art. 95, § 2º, II, do RITST.
razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da FUNDAMENTAÇÃO
Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5. Tratando-se de agravo de instrumento em recurso de revista
Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR / interposto contra acórdão publicado anteriormente à Lei 13.467/17,
SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento: deixa-se de analisar a transcendência do apelo denegado, nos
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação termos do art. 246 do RITST.
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC De plano, verifica-se que o 1º Reclamado não renovou, na minuta
26-10-2016) de agravo de instrumento, os argumentos tecidos quanto aos temas
objeto da revista (incompetência da Justiça do Trabalho,
"EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" - ilegitimidade passiva ad causam e nulidade da sentença), limitando-
alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a se a investir contra o óbice da ausência de comprovação do
interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da recolhimento do depósito recursal.
técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional Ora, deve o Agravante, além de impugnar os fundamentos da
dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da decisão agravada, expor as razões do pedido de reforma e a
ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso - exposição do fato e do direito que autorizam a admissibilidade do
controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas - recurso denegado, nos termos do art. 1.016, III, do CPC.
inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" - Isso porque o agravo de instrumento constitui recurso autônomo e
parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não de fundamentação vinculada, incumbindo à Parte não só atacar os
provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207 fundamentos da decisão denegatória, como também renovar as
AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento: teses jurídicas e as violações, as contrariedades e as divergências
06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação jurisprudenciais veiculadas no apelo revisional, em atenção ao
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC princípio da delimitação recursal.
01-02-2017) Ademais, a Orientação Jurisprudencial 282 da SBDI-1 do TST
autoriza, inclusive, a manutenção da decisão agravada por
Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso fundamento diverso do adotado na admissibilidade da revista, o que
de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do só reforça a necessidade de a Parte renovar os argumentos
CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de jurídicos veiculados no recurso principal, a fim de possibilitar a exata
instrumento. compreensão das controvérsias trazidas a julgamento, em
Publique-se. observância aos princípios da dialeticidade e delimitação recursal.
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. Registra-se, por oportuno, que esta Corte Superior sedimentou o
entendimento de ser imprescindível a renovação dos argumentos
expostos nas razões da revista na minuta de agravo de instrumento
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) (TST-Ag-AIRR-2423-63.2014.5. 03.0185, Rel. Min. Walmir Oliveira
CAPUTO BASTOS da Costa, 1ª Turma, DeJT de 01/12/17; TST-AIRR-2918-
Ministro Relator 79.2013.5.02.0053, Rel. Min. Maria Helena Mallmann, 2ª Turma,
DeJT de 18/08/17; TST-AIRR-437-42.2016.5.21.0011, Rel. Min.
Processo Nº AIRR-0000502-44.2011.5.01.0019 Alexandre Agra Belmonte, 3ª Turma, DeJT de 18/08/17; TST-AIRR -
Complemento Processo Eletrônico 899-52.2012.5.04.0030, Rel. Min. Maria de Assis Calsing, 4ª Turma,
Relator Min. Ives Gandra Martins Filho DeJT de 04/12/15; TST-AIRR-10475-56.2014.5.03.0150, Rel. Min.
Agravante ESPÓLIO de KURT POLITZER Brito Pereira, 5ª Turma, DeJT 24/03/17; TST-AIRR-93-
Advogado Dr. José Fernando Ximenes 98.2012.5.02.0021 , Rel. Min. Breno Medeiros, 5ª Turma, DeJT de
Rocha(OAB: 27439-A/RJ) 02/03/18; TST-AIRR-1749-82.2013.5.02.0271, Rel. Des. Conv.
Agravado LUIS HENRIQUE BARCELLOS Paulo Américo Maia de Vasconcelos Filho, 6ª Turma, DeJT de
MARTINS DE OLIVEIRA
22/05/15; TST-Ag-AIRR-1053-92.2011.5.15.0032, Rel. Min. Vieira
Advogado Dr. André Alves de Almeida
Chame(OAB: 93240/RJ) de Mello Filho, 7ª Turma, DeJT de 17/11/17; TST-AIRR-1444-
Agravado IQT - INDÚSTRIAS QUÍMICAS 36.2015.5.21.0001, Rel. Min. Márcio Eurico Vitral Amaro, 8ª Turma,
TAUBATÉ S.A. DEJT de 30/06/17).
Advogada Dra. Fabiana Fagundes Ortis(OAB: Nesse contexto, como não foram renovados os fundamentos
240591/SP)
jurídicos da revista na minuta de agravo de instrumento, ocorreu a
Intimado(s)/Citado(s): preclusão da faculdade processual de discutir as matérias ali
contidas.
- ESPÓLIO de KURT POLITZER
Assim, o agravo de instrumento não tem o condão de alterar a
Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes, Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto.
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da É o breve relatório.
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo, Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à
a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente análise do apelo.
ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no
pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo
interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4. 896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A interposto, sob os seguintes fundamentos:
técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da Tempestivo o recurso (decisão publicada em 31/10/2018; recurso
Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5. apresentado em 13/11/2018).
Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR / Regular a representação processual.
SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento: Desnecessário o preparo.
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / JURISDIÇÃO E
26-10-2016) COMPETÊNCIA / COMPETÊNCIA.
No que se refere ao tema em destaque, inviável o recurso, pois a
"EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" - parte recorrente indica trecho de decisão estranha aos autos,
alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a deixando de cumprir adequadamente os requisitos exigidos pelo art.
interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da 896, § 1º-A, I, da CLT.
técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional CONCLUSÃO
dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da DENEGO seguimento ao recurso de revista.
ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas - A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese,
inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" - ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do
parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT.
provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207 Sem razão.
AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento: Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de
06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC manifestamente inadmissível.
01-02-2017) Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto
Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso acerto, adoto como razões de decidir.
de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A,
CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida
instrumento. a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o
Publique-se. processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a
CAPUTO BASTOS confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão
Ministro Relator objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os
Processo Nº AIRR-0010630-55.2017.5.15.0074 seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Complemento Processo Eletrônico Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
Relator Min. Guilherme Augusto Caputo 1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011,
Bastos
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de
Agravante JOSE VERGILIO GRANDI
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100
Advogado Dr. Wanderlei Aparecido
Craveiro(OAB: 161270/SP) -34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Agravado MUNICÍPIO DE LENÇÓIS PAULISTA Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017;
Advogado Dr. Silvio Paccola Junior(OAB: 206493- AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016,
A/SP) Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT
18/03/2016.
Intimado(s)/Citado(s): Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
- JOSE VERGILIO GRANDI Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a
- MUNICÍPIO DE LENÇÓIS PAULISTA vigência do CPC/2015:
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da "EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
Oportuno ressaltar que não é válida, para efeito de conhecimento vigência do CPC/2015:
do recurso de revista, a invocação de Orientação Jurisprudencial do
Tribunal Superior do Trabalho, ante o disposto na Súmula 442 do C. "EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
TST. EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA/SUBSIDIÁRIA / TOMADOR DE CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
SERVIÇOS/TERCEIRIZAÇÃO. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO
A recorrente não aponta violação a qualquer dispositivo TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM.
constitucional, tampouco apresenta dissenso de súmula de POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
jurisprudência do TST ou de súmula vinculante do STF, restando, impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
assim, desfundamentado o apelo, no tocante a tal matéria, pois não Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes,
observadas as exigências do art. 896, § 9º, da CLT. confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO / VERBAS pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
RESCISÓRIAS / MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT. Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO / VERBAS ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
RESCISÓRIAS / MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
Quanto ao acolhimento das multas dos artigos 467 e 477 da CLT, o ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
v. acórdão, além deter sefundamentado nas provas, decidiu em pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
conformidade com a Súmula331, VI,do C. TST. Assim, inviável o interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
recurso pelo teor do art. 896, § 7º, da CLT e das Súmulas 126 e 333 A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
do C. TST. técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / PARTES E utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
PROCURADORES / SUCUMBÊNCIA / HONORÁRIOS razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
ADVOCATÍCIOS. Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
A questão relativa ao acolhimento dos honorários advocatíciosfoi Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
solucionada com base na análise dos fatos e provas. Incidência da SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
Súmula 126 do C. TST. 07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
CONCLUSÃO PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
DENEGO seguimento ao recurso de revista. 26-10-2016)
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0011082-57.2015.5.15.0067
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
Agravante TEGRA ENGENHARIA S.A.
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017;
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da "EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto. CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO
É o breve relatório. TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM.
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
análise do apelo. impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes,
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
interposto, sob os seguintes fundamentos: Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 25/01/2019; recurso ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
apresentado em 06/02/2019). pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4. Regular a representação processual, seq.(s)/Id(s). ccd1b26.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A Satisfeito o preparo (seq./Id 233ac4b, 233ac4b, b46aa4c e
técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se 6a0fe48).
utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / FORMAÇÃO,
Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5. SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO / COISA JULGADA.
Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR / Alegação(ões):
SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento: - violação do(s) artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal.
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação - violação do(s) Código de Processo Civil, artigo 485, inciso V; artigo
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC 337, inciso VII; artigo 502; artigo 503.
26-10-2016) - divergência jurisprudencial.
Consta do acórdão impugnado sobre o tema "coisa julgada
"EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" - material":
alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a "(...)PRELIMINAR DE COISA JULGADA MATERIAL.O Banco do
interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da Brasil, em sede de recurso ordinário adesivo, informa que ação
técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional idêntica à presente lide foi ajuizada perante a 2ª Vara do Trabalho
dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da de Teresina, autuada sob o nº 02-789/2000, em que o Sindicato dos
ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso - Bancários pleiteava que os empregados do Banco do Brasil
controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas - voltassem a receber a parcela de anuênio paga e, posteriormente,
inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" - suprimida, da mesma forma que ora propõe a parte reclamante.
parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não Aduz que, tendo transitado em julgado a referida ação, não há outra
provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207 saída jurídica à presente demanda senão sua extinção, sem
AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento: resolução de mérito, na forma do art. 485, V, do CPC, em razão da
06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação coisa julgada material.Vejamos. Pois bem, tal posicionamento, de
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC que se admite haver coisa julgada de ação individual em relação à
01-02-2017) ação coletiva, quando esta versar sobre direitos individuais
homogêneos, desde que sejam comuns o pedido e a causa de
Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso pedir, foi afastado por este Regional, no julgamento de outros
de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do processos semelhantes. A princípio, é oportuno ressaltar que a
CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de diferença entre a litispendência e a coisa julgada, na forma como
instrumento. dispõe o art. 337 do CPC, é, sobretudo, de cunho temporal.
Publique-se. Enquanto em uma o feito idêntico ainda se desenvolve, em outra,
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. este já se encontra sentenciado, que é o que ora se alega. Não se
pode negar que, no caso concreto, são idênticos os pedidos e a
causa de pedir, mas não se pode falar em identidade de partes,
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) uma vez que o sindicato, quando atua como substituto processual,
CAPUTO BASTOS não se confunde com a parte reclamante que promove ação
Ministro Relator individual. Portanto, de pronto se afasta a existência de coisa
julgada, ante a ausência da tríplice identidade, divergindo as ações
Processo Nº AIRR-0001690-87.2015.5.22.0103 invocadas precisamente quanto às partes. Nesse sentido, o art. 104
Complemento Processo Eletrônico do Código de Defesa do Consumidor dispõe: Art. 104 - As ações
Relator Min. Alexandre Luiz Ramos coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81,
Agravante BANCO DO BRASIL S.A. não induzem litispendência para as ações individuais, mas os
Advogada Dra. Eline Maria Carvalho Lima(OAB: efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes, a que aludem
2995/PI)
os incisos II e III do artigo anterior, não beneficiarão os autores das
Agravado FRANCISCO JOSÉ LULA EULÁLIO
ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de
Advogada Dra. Joara Rodrigues de Araújo(OAB:
2300/PI) trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação
coletiva. Nessa mesma linha tem se manifestado o Colendo
Intimado(s)/Citado(s): Tribunal Superior do Trabalho: SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL.
AÇÃO INDIVIDUAL PROPOSTA POSTERIORMENTE. RENÚNCIA
- BANCO DO BRASIL S.A.
AOS EFEITOS DA AÇÃO EM QUE A PARTE RECLAMANTE É
- FRANCISCO JOSÉ LULA EULÁLIO
SUBSTITUÍDA. APLICAÇÃO DO ART. 104 DO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR. Embora o pedido e a causa de pedir
Trata-se de agravo de instrumento em que se pretende destrancar
sejam os mesmos, não há identidade de partes, uma vez que o
recurso de revista interposto de decisão publicada na vigência da
sindicato, quando atua como substituto, não se confunde com a
Lei nº 13.015/2014.
parte reclamante que promove ação individual. Correta a r.
A Autoridade Regional denegou seguimento ao recurso de revista,
sentença, que, fundamentando-se no art. 104 do Código de Defesa
sob os seguintes fundamentos:
do Consumidor, concluiu que a ação ajuizada pela parte
"PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
reclamante, posteriormente à ação promovida pelo sindicato, sem
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 16/03/2017 -
que requeresse a sua suspensão, implica renúncia aos efeitos que
seq.(s)/Id(s).4070573; recurso apresentado em 21/03/2017 -
possam emergir da ação em que figura como substituído. E, nesse
seq.(s)/Id(s).4070573).
contexto, impõe-se o provimento do recurso, para que, retornando
os autos ao Regional, prossiga-se no tema de mérito, como Pelo exposto, inadmito o recurso de revista, quanto ao tema.
entender de direito. (TST, decisão de 18.12.2003, RR nº DIREITO CIVIL / FATOS JURÍDICOS / PRESCRIÇÃO E
802085/2001, 9ª Região, quarta turma, Relator Ministro Milton de DECADÊNCIA.
Moura França). Assim, a legitimidade atribuída ao sindicato para Alegação(ões):
ajuizamento de ação coletiva, na condição de substituto processual, - contrariedade à(s) Súmula(s) nº 294 do colendo Tribunal Superior
visando a defender interesses individuais ou coletivos da categoria, do Trabalho.
não impede que o membro da categoria acione individualmente o - violação do(s) art(s). 7º, XXIX da CF.
Poder Judiciário para a defesa de seu direito. Esse é o - divergência jurisprudencial
entendimento do art. 5º, XXXV, da CF/88, que materializa o Consta do acórdão impugnado sobre o tema "prescrição":
princípio da inafastabilidade da jurisdição. Contudo, uma vez "(...) PREJUDICIAL DE MÉRITO (prescrição) A parte reclamada
proposta ação individual, o autor deve renunciar aos resultados postula a aplicação da prescrição total, arrimada na súmula 294 do
obtidos pela ação coletiva, podendo o empregador, inclusive, exibir C. TST, e na OJ nº 76, da SBDI-I/TST. Passo à análise. De início,
nos autos promovidos pela entidade sindical eventual quitação de observo que não se trata de verificar a interrupção do prazo
parcelas na lide individual, evitando-se, com isso, a possibilidade de prescricional, pois a pretensão diz respeito ao pagamento de
duplo pagamento de uma mesma verba. No caso da reclamante, ela anuênios que vinham sendo pagos à reclamante, há mais de 10
nunca recebeu o direito pleiteado. ANTE O EXPOSTO, rejeito a anos, por força de acordo coletivo de trabalho e que foram
preliminar de coisa julgada.RELATOR: FRANCISCO METON suprimidos do seu contracheque a partir de 1999, tratando-se,
MARQUES DE LIMA. portanto, de parcelas de trato sucessivo, devidas sob forma de
Do trecho do acórdão transcrito, verifica-se que a decisão está em prestações periódicas, cujas lesões se renovam mês a mês, no
consonância com a atual jurisprudência do TST, que entende não vencimento de cada uma delas. Vejo que razão assiste à parte
configurada a coisa julgada entre ação individual e coletiva, como recorrente/reclamante, aplicando-se ao caso a prescrição
se vê dos termos do julgado transcrito a seguir: quinquenal parcial. Com efeito, a hipótese tratada é de ausência de
"LITISPENDÊNCIA. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL E prorrogação da parcela anuênio na negociação coletiva do ano de
AÇÃOINDIVIDUAL. INEXISTÊNCIA. ARTIGO 104 DO CÓDIGO DE 1999, prolongando-se a lesão no tempo, a cada mês em que a
DEFESA DO CONSUMIDOR. A existência de ação ajuizada pelo parcela foi deixando de ser paga, aplicando-se, ao caso, a
Sindicato, na condição de substituto processual, não dá ensejo ao prescrição parcial. Portanto, não se aplica à espécie a Súmula 294
reconhecimento de litispendência, na hipótese de ajuizamento de e OJ 76 da SDI-1, do TST. É que a supressão, no caso específico,
ação por empregado integrante da categoria profissional não decorreu de ato único do empregador, nem de alteração do
objetivando o reconhecimento dos mesmos direitos, ainda que pactuado, mas sim da ausência de adimplemento ou reajuste por
coincidentes os pedidos e as causas de pedir. A nova sistemática parte do Banco empregador de parcela determinada mediante
processual, caracterizada pela coletivização das demandas, visando cláusula em acordo coletivo de trabalho celebrado entre as partes,
a racionalizar a atividade judicante - além de emprestar maior ou da ausência de negociação coletiva no ano de 1999 quanto à
efetividade e coerência à prestação jurisdicional -, não se prorrogação da parcela anuênio. Neste caso, estão prescritas
compadece com certos conceitos tradicionais, típicos do processo apenas as parcelas anteriores ao quinquênio, contados do
individual. Nesse sentido, o artigo 104 do Código de Defesa do ajuizamento da ação (11/11/2015). ANTE O EXPOSTO, nego
Consumidor exclui, expressamente, a possibilidade de se configurar provimento ao recurso no tema em apreço.
litispendência entre a ação individual e a ação coletiva. Precedentes Observa-se da leitura do julgado porferido pela 1ª Turma da 22ª
da SBDI-I. Recurso de embargos conhecido e provido. " (TST-E-RR Corte Regional que a supressão, no caso específico não decorreu
-71500-14.2008.5.22.0001, Ac. Subseção 1 Especializada em de ato único do empregador, nem de alteração do pactuado, mas
Dissídios Individuais, Relator Ministro: Lelio Bentes Corrêa, DEJT sim da ausência de adimplemento ou reajuste por parte do Banco
30.8/2013). empregador de parcela determinada mediante cláusula em acordo
Destarte, a revista, quanto ao ponto, incide no óbice da Súmula nº coletivo de trabalho celebrado entre as partes, ou da ausência de
333 do TST, segundo a qual "Não ensejam recurso de revista negociação coletiva no ano de 1999 quanto à prorrogação da
decisões superadas por iterativa, notória e atual jurisprudência do parcela anuênio, o que atrai a incidência da prescrição parcial,
Tribunal Superior do Trabalho ." conforme jurisprudência do TST a seguir transcrita:
Quanto à alegação de violação constitucional, cabe enfatizar que, RECURSO DE REVISTA. PRESCRIÇÃO PARCIAL. DIFERENÇAS
conquanto esta esteja fixada na Carta Magna como garantia SALARIAIS. ANUÊNIOS. Embora esta Corte Superior tenha
individual, efetiva-se na forma da legislação ordinária. Assim, estabelecido como parâmetros para a prescrição da pretensão que
eventual desatenção à mencionada garantia, se houvesse, seria envolva pedido de prestações sucessivas, decorrente da alteração
meramente reflexa e/ou/oblíqua, não seqüenciando a admissão do do pactuado, a prescrição parcial apenas quando a parcela esteja
recurso de revista. também assegurada por preceito de lei, e total nos demais casos
Relativamente ao tema o Excelso STF, vem assentando o seguinte (Súmula 294/TST), é fato que, na hipótese dos autos, existe uma
entendimento "... que o procedimento hermenêutico do Tribunal peculiaridade. O Tribunal Regional expressamente registrou que a
inferior - quando examina o quadro normativo positivado pelo parcela anuênio foi concedida pelo Reclamado desde o início do
Estado e dele extrai a interpretação dos diversos diplomas legais contrato de trabalho, sem vinculação, contudo, a qualquer
que o compõem, para, em razão da inteligência e do sentido instrumento normativo, agregando-se, por conseguinte, ao contrato
exegético que lhes der, obter os elementos necessários à exata de trabalho de forma definitiva e não se sujeitando, pois, à
composição da lide - não transgride, diretamente, o princípio da prescrição total, mas à parcial quinquenal. Precedentes. Recurso de
legalidade ". (Ag. Reg. no AI-855.738-RS. Rel. Min. Celso de Mello. revista não conhecido. (RR - 1227-39.2012.5.04.0011, Relator
Publicado no DJE de 24/08/2012)." Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento:
Assim, não diviso a divergência jurisprudencial nem as vulnerações 04/06/2014, Data de Publicação: DEJT 06/06/2014)
legais apontadas pelo recorrente. Assim, não vislumbro contrariedade à Súmula nº 294 posto que
inespecífica ao caso, tampouco diviso violação ao art. 7º, XXIX, da parcela de adicional de tempo de serviço, anteriormente
CF/88, observando-se, ainda, que a decisão impugnada encontra- denominada de "quinquênio" passaria a se chamar "anuênio" e
se de conformidade com a Sumula nº 30 deste Regional, corresponderia a 1% do valor do vencimento padrão do empregado,
transcrita a seguir: por cada ano de serviço, a partir de 01\09\1983 com a edição do
"BANCO DO BRASIL - ANUÊNIOS - PREVISÃO EM NORMA Aviso Circular nº 84/282. A referida cláusula normativa foi renovada
INTERNA DO EMPREGADOR - SUPRESSÃO - IMPOSSIBILIDADE nos acordos coletivos dos anos seguintes até que, em 1999, as
- SÚMULA 51 DO C. TST. A parcela da gratificação por tempo de categorias não chegaram a uma composição e, após a instauração
serviço, antes o quinquênio e agora o anuênio, origina-se de de dissídio coletivo (TST-DC 603.137/99-1), restou decidido que a
normas internas do empregador e, em consequência da fonte de parcela não mais seria renovada. A partir de então, os empregados
que decorre, o direito à manutenção da verba incorpora-se ao do Banco do Brasil deixaram de receber os anuênios. Consoante
contrato de trabalho daqueles empregados pertencentes ao quadro entendimento doutrinário, as normas convencionais não se
de pessoal, à época da vigência da norma regulamentar, só incorporam aos contratos de trabalho de forma definitiva, não se
podendo ser suprimida em relação aos que venham a integrar o operando a ultratividade das cláusulas ajustadas por além do lapso
referido quadro após a supressão, como deixa expressa a Súmula de vigência previsto na própria norma coletiva, de no máximo dois
51 do TST". (Julgamento do IUJ nº 0000132-98.2015.5.22.0000 anos, como determina o art. 614, § 3º, da CLT. Pois bem, a respeito
realizado na sessão de julgamento do Tribunal Pleno do dia do tema, vale tecer algumas considerações. Há três teorias que
19/08/2015. Publicada no DeJT nº 1803/2015 disp. em 31.08.2015). abordam a temática da aderência contratual das cláusulas de
SENTENÇA NORMATIVA/CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVOS convenções ou acordos coletivos de trabalho aos contratos de
DE TRABALHO. trabalho. A primeira é a da aderência irrestrita, que defende que os
Alegação(ões): dispositivos negociados ingressariam para sempre nos contratos
- contrariedade à(s) Súmula(s) nº 51; nº 277 do colendo Tribunal individuais, não mais podendo deles ser suprimidos. Já a segunda,
Superior do Trabalho. da aderência limitada por revogação, entende que essas cláusulas
- violação do(s) artigo 7º, inciso XXVI, da Constituição Federal. vigoram até que novo diploma negocial revogue o anterior. Por
Consta do acórdão impugnado sobre os anuênios: último, a terceira corrente sustenta a aderência limitada pelo prazo,
"(...) advogando a tese de que os dispositivos negociados vigoram no
MÉRITO PROPRIAMENTE DITO prazo assinado no acordo ou convenção coletiva, não aderindo
Do direito aos anuênios. O reclamante foi admitido pelo Banco indefinidamente a eles. Assim, segundo a atual linha de
reclamado em 18 de dezembro de 1986, passando a receber entendimento da Corte Superior Trabalhista, tem-se que há a
vencimentos compostos do vencimento padrão e adicional por integração das cláusulas convencionais aos contratos individuais de
tempo de serviço, denominado anuênio, que era concedido aos trabalho, como regra mais vantajosa e, em consequência,
empregados do banco a cada ano de trabalho, no percentual de 1% insuscetível de supressão, sob pena de se incorrer em alteração
sobre o salário padrão. A reclamante alega que recebeu, em média, contratual lesiva, vedada pelo art. 468 da CLT, salvo mediante nova
12 (doze) anuênios referentes ao período de 1986 a 1998, sendo negociação coletiva de trabalho. Acerca da parcela em comento
devidos, no seu entender, os anuênios a partir de 1999, com a (anuênio), é cediço que por meio da Circular FUNCI 398, de
consequente inclusão no conjunto remuneratório para todos os 01/08/1961, o Banco recorrido já se referia a quinquênios,
efeitos legais. Esclarece que continua recebendo a referida verba, constando igual entendimento na Circular FUNCI 454, de
porém sem correção. Ao final, postula a reforma da sentença para 23/03/1965. Ademais, à época já existia a Lei 4.345, de 26/06/1964,
condenar o reclamado a restabelecer o pagamento das parcelas que regulava a matéria, tendo sido, inclusive, objeto da Súmula 52
vencidas e vincendas dos anuênios, a partir de 1999, e suas do TST: 52. TEMPO DE SERVIÇO (mantida) - Res. 121/2003, DJ
repercussões sobre todas as verbas salariais. Em contrapartida, o 19, 20 e 21.11.2003.O adicional de tempo de serviço (quinquênio) é
banco reclamado alega que a verba teve origem no Acordo Coletivo devido, nas condições estabelecidas no art. 19 da Lei nº 4.345, de
1983/1984, mas não foi renovada no dissídio coletivo suscitado na 26.06.1964, aos contratados sob o regime da CLT, pela empresa a
data base 1999/2000, deixando assim de ser paga a partir de que se refere a mencionada lei, inclusive para o fim de
1º/09/1999, por meio de sentença normativa. Alega que caso se complementação de aposentadoria. Após, já em 1983, foi celebrado
entenda que os quinquênios eram previstos por norma interna, deve acordo coletivo de trabalho que vigeu até agosto de 1984,
-se considerar que o Autor foi admitido já no regime de anuênios, prevendo, na cláusula nona, item b, que os empregados
instituído pelo ACT 1983/84, e extinto pelo Dissídio de 1999, não receberiam, a partir de 1º/9/1983, tantas quotas de anuênios
havendo fundamento para o deferimento do pleito, devendo a quantos fossem os anos completos (365 dias) de serviço efetivo
reclamação ser julgada improcedente Aduz, ainda, que como os prestado ao Banco do Brasil S.A. Com efeito, a despeito da
dispositivos dos Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho só previsão em instrumento normativo, a parcela já vinha sendo paga
têm vigência no prazo neles assinalados, a supressão de tal sob a forma de quinquênios, conforme norma interna. Em diversas
adicional se deu em virtude da ausência de norma coletiva reclamações trabalhistas, o banco corroborou essa assertiva ao
prevendo tal direito e que a supressão do pagamento se configura aduzir que o anuênio foi instituído em substituição ao regime
ato único do empregador, não estando tal parcela assegurada por existente à época que previa os quinquênios. Esse fato, vale
preceito de lei, devendo incidir a regra constitucional do artigo 7º, ressaltar, não tem o condão de retirar-lhe o caráter de norma
XXIX, a Súmula nº 294 do TST e a OJ nº 76 da SDBI-I do TST. regulamentar, não obstante o banco reclamado insista na tese de
Passo ao exame. Pois bem, a concessão de anuênios pelo Banco que o plus salarial sempre teve origem em normas coletivas. Por
do Brasil durante longo tempo é matéria amplamente conhecida fim, no acordo coletivo de 1998, vigente até agosto de 1999, a
tanto da jurisprudência dos Tribunais Regionais do Trabalho quanto cláusula segunda, assim como o ACT de 1983/1984, nada mais fez
do C. Tribunal Superior do Trabalho. Como dito, a referida parcela do que prever a parcela (anuênio), que já vinha sendo paga por
foi instituída por meio do Acordo Coletivo de Trabalho de meio de norma interna. Além disso, limitou o direito ao anuênio aos
1983/1984, ficando acordado entre as categorias envolvidas que a empregados admitidos até 31/08/1996, tendo, dessa forma, o
condão de alterar o contrato de trabalho daqueles empregados revista, sob o argumento, em suma, de que o apelo atende
admitidos após 1º/09/1997, que não mais receberiam a verba integralmente aos pressupostos legais de admissibilidade.
anuênio, mas jamais afastaria o direito adquirido dos empregados Entretanto, como bem decidido em origem, o recurso de revista não
admitidos até aquela data, caso da reclamante, que foi admitida em alcança conhecimento, não tendo a parte Agravante demonstrado,
11/02/1988. Daí, o direito à aquisição e pagamento dos primeiros em seu arrazoado, o desacerto daquela decisão denegatória.
quinquênios não decorreu de cláusulas convencionais, mas de Assim sendo, adoto, como razões de decidir, os fundamentos
normas internas que, ao contrário da tese defensiva, asseguram constantes da decisão agravada, a fim de reconhecer como
aos empregados direito à mencionada verba, que se incorpora ao manifestamente inadmissível o recurso de revista e, em
contrato de trabalho daqueles empregados pertencentes ao quadro consequência, confirmar a decisão ora recorrida.
de pessoal do recorrido, não podendo ser suprimido, sob pena de Esclareço que a jurisprudência pacífica desta Corte Superior é no
ofensa ao art. 468 da CLT, excetoem relação aos que venham a sentido de que a confirmação integral da decisão recorrida por seus
integrar referido quadro após a supressão ocorrida em 1º/09/1999, próprios fundamentos não implica vício de fundamentação, nem
como deixa expressa a Súmula 51 do C. TST. Ademais, o artigo 1º desrespeito às cláusulas do devido processo legal, do contraditório
da Lei 8.542/92 preceitua que as cláusulas de negociação coletiva ou da ampla defesa, como se observa dos ilustrativos julgados: Ag-
do trabalho integram os contratos individuais dos trabalhadores. AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de Julgamento: 19/04/2017,
Esse dispositivo foi revogado pela Lei 10.192/2001. Entretanto, o Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, 1ª Turma, DEJT
TST entende que as cláusulas negociais firmadas na vigência da 24/04/2017; AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento:
referida Lei 8.542/92, ou seja, de 23/12/1992 até 14/02/2001, 16/03/2016, Relator Ministro José Roberto Freire Pimenta, 2ª
incorporam-se ao contrato individual de trabalho, como ocorre no Turma, DEJT 18/03/2016; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011,
presente caso, tendo em vista que a reclamante foi admitida em Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro Alexandre de
11/02/1988. Por fim, imprescindível dizer que, através da IUJ\TRT22 Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-1903-
Nº 0000132-98.2015.5.22.0000, este Eg. TRT-22 já pacificou o seu 02.2012.5.03.0112, Data de Julgamento: 28/02/2018, Relator
entendimento acerca da matéria, sendo favorável ao direito do Ministro Breno Medeiros, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT
obreiro, nos termos da Súmula 30, verbis: 30. "BANCO DO BRASIL 09/03/2018; AIRR-1418-16.2012.5.02.0472, Data de Julgamento:
- ANUÊNIOS - PREVISÃO EM NORMA INTERNA DO 30/03/2016, Relatora Ministra Kátia Magalhães Arruda, 6ª Turma,
EMPREGADOR - SUPRESSÃO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 51 Data de Publicação: DEJT 01/04/2016; Ag-AIRR-61600-
DO C. TST.A parcela da gratificação por tempo de serviço, antes o 46.2007.5.02.0050, Data de Julgamento: 07/10/2015, Relator
quinquênio e agora o anuênio, origina-se de normas internas do Ministro: Cláudio Mascarenhas Brandão, 7ª Turma, Data de
empregador e, em consequência da fonte de que decorre, o direito Publicação: DEJT 16/10/2015; AgR-AIRR - 453-06.2016.5.12.0024,
à manutenção da verba incorpora-se ao contrato de trabalho Data de Julgamento: 23/08/2017, Relatora Ministra Maria Cristina
daqueles empregados pertencentes ao quadro de pessoal, à época Irigoyen Peduzzi, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 25/08/2017.
da vigência da norma regulamentar, só podendo ser suprimida em Na mesma linha é o seguinte e recente julgado da Quarta Turma do
relação aos que venham a integrar o referido quadro após a Tribunal Superior do Trabalho:
supressão, como deixa expressa a Súmula 51 do TST". "AGRAVO. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE
(Julgamento do IUJ nº 0000132-98.2015.5.22.0000 realizado na MOTIVAÇÃO. PER RELATIONEM. NÃO PROVIMENTO. A adoção
sessão de julgamento do Tribunal Pleno do dia 19/08/2015. Acórdão da técnica de fundamentação per relationem atende à exigência de
da lavra da Exma. Sra. Desembargadora Relatora Liana Chaib, motivação das decisões proferidas pelos órgãos do Poder
publicado no DeJT nº 1803/2015 disp. em 31.08.2015). ANTE O Judiciário, consoante a jurisprudência consolidada do Supremo
EXPOSTO, dou nego provimento ao recurso interposto pelo Banco Tribunal Federal, trazida à colação na própria decisão agravada
do Brasil S/A. (STF-ARE 657355- Min. Luiz Fux, DJe-022 de 01/02/2012). Assim,
Pela análise do acórdão atacado, verifico que a concessão de não se vislumbra a nulidade apontada, pois a v. decisão encontra-
anuênios nos moldes pleiteados, fundamenta-se no fato dos se devidamente motivada, tendo como fundamentos os mesmos
mesmos constituirem parcela salarial incorporada ao salário e na adotados pela Vice-Presidência do egrégio Tribunal Regional
previsão em norma empresarial, anteriormente à previsão do quando do exercício do juízo de admissibilidade a quo do recurso
mesmo direito em norma coletiva, de modo que se incorporou ao de revista, que, por sua vez, cumpriu corretamente com seu mister,
contrato de trabalho do reclamante, em conformidade com a à luz do artigo 896, § 1º, da CLT. Afasta-se, portanto, a apontada
Súmula 51, do TST. O acordo coletivo apenas veio reiterar o afronta aos artigos 5º, LV, da Constituição Federal e 489, § 1º, II, III
pagamento de verba já existente e já incorporada ao salário, assim e IV, do NCPC. Agravo a que se nega provimento" (Ag-AIRR-148-
sendo, não vislumbro a violação da validade dos acordos e 67.2014.5.06.0021, Relator Ministro Guilherme Augusto Caputo
convenções coletivas positivada nos artigos 7º, XXVI da Bastos, Data de Julgamento: 02/08/2018, 4ª Turma, Data de
Constituição Federal. Publicação: DEJT 10/08/2018).
Ademais, estando a decisão pautada em Súmula do TST, inviável o
processamento da revista, inclusive por divergência jurisprudencial. Há de se destacar, ainda, que a jurisprudência do Supremo Tribunal
Inteligência do art. 896, §7º, da CLT, e Súmula 333, do TST. Federal também é uniforme no sentido de que "a técnica da
Pelo exposto, não percebendo vulnerações legais e/ou fundamentação per relationem, na qual o magistrado se utiliza de
constitucionais e nem mesmo contrariedade ao verbete sumular trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como razão de
apontado, Súmula 51 do TST, não admito, o recurso de revista, com decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
fundamento na alínea "c" do art. 896 da CLT. Constituição Federal" (RHC 130542 AgR/SC, Relator Ministro
CONCLUSÃO Roberto Barroso, Julgamento: 07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira
DENEGO seguimento ao recurso de revista." Turma, DJe-228 de 26/10/2016).
Pelo exposto, nego provimento ao agravo de instrumento, na forma
A parte ora Agravante insiste no processamento do recurso de do art. 932, III e IV, "a", do CPC/2015.
Por fim, ressalto às partes que o entendimento que prevalece na através de outras provas produzidas nos autos, em razão do
Quarta Turma deste Tribunal Superior é no sentido da aplicabilidade princípio do livre convencimento.
da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. Conforme se verifica, o v. acórdão, além de ter se fundamentado no
Publique-se. conjunto fático-probatório, observou os ditames contidos no
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. dispositivo constitucional pertinente a ensejar a nulidade invocada.
Inadmissível, portanto,o recurso, haja vista o teor da Súmula 126
do C. TST e aausência dos requisitos exigidos pela alínea "c" do
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) art. 896 da CLT.
ALEXANDRE LUIZ RAMOS RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO /
Ministro Relator REINTEGRAÇÃO/READMISSÃO OU INDENIZAÇÃO /
ESTABILIDADE DECORRENTE DE NORMA COLETIVA.
Processo Nº AIRR-0011065-74.2014.5.15.0093 DOENÇA DO TRABALHO/ NEXO CAUSAL / ÔNUS DA PROVA
Complemento Processo Eletrônico INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
Relator Min. Guilherme Augusto Caputo INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS
Bastos
FGTS
Agravante CARLOS ALBERTO DA COSTA
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Advogado Dr. Marcos Ferreira da Silva(OAB:
120976/SP) HONORÁRIOS PERICIAIS
Advogado Dr. Marcelo Martins(OAB: 165031/SP) No que se refere aos temas em destaque, inviável o recurso, pois a
Advogado Dr. Thiago Beroco(OAB: 340506/SP) parte recorrente não indica trechos do acórdão recorrido que
Agravado EATON LTDA prequestionam a controvérsia objeto do recurso, assim deixando de
Advogada Dra. Agnes Corinaldesi Geraldo(OAB: atender aos requisitos exigidos pelo art. 896, § 1º, I, da CLT.
200949/SP) CONCLUSÃO
DENEGO seguimento ao recurso de revista.
Intimado(s)/Citado(s):
- CARLOS ALBERTO DA COSTA A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese,
- EATON LTDA ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT.
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da Sem razão.
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto. instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos. manifestamente inadmissível.
É o breve relatório. Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto
análise do apelo. acerto, adoto como razões de decidir.
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A,
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida
896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o
interposto, sob os seguintes fundamentos: processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos
os seus pressupostos de admissibilidade.
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 11/10/2018; recurso relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo
apresentado em 22/10/2018). Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a
Regular a representação processual. confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão
Dispensado o preparo. objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / ATOS seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
PROCESSUAIS / NULIDADE. Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO 1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011,
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de
Quanto à nulidade do julgado por falta de fundamentação ou por Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100
negativa de prestação jurisdicional, não há como receber o -34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
recurso,uma vez queo Tribunal observou os ditames contidos nos Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017;
arts. 93, IX, da Constituição Federale489 do CPC. Além disso, não AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016,
se admite o recurso por ofensa aos demais dispositivoslegais Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT
apontados, na esteira do entendimento traçado na Orientação 18/03/2016.
Jurisprudencial 115 da SDI-1 do C. TST. Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / ATOS Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a
PROCESSUAIS / NULIDADE / CERCEAMENTO DE DEFESA. vigência do CPC/2015:
O v. acórdão não reputou configurado o alegado cerceamento de
defesa,considerando que às partes foram dadas oportunidades "EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
para a devida manifestação a respeito da prova técnica e que o EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
magistrado a ela não está adstrito, podendo formar a sua convicção CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0011073-71.2014.5.15.0151
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
Agravante PAULA ANDREZA DE FREITAS
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
Advogada Dra. Paula Andreza de Freitas(OAB:
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a 233383/SP)
vigência do CPC/2015: Agravado MESSIAS DA SILVA FILGUEIRA
Advogada Dra. Silvia de Castro(OAB: 95561/SP)
"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO Agravado ROSALINA PASSAFARO JUSTO
EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA, Advogada Dra. Margareth Vieira(OAB:
CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO. 129095/SP)
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO Agravado USINA MARINGÁ INDÚSTRIA E
COMÉRCIO LTDA.
TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM.
Advogado Dr. Douglas Alexandre Dressano
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a Fiorelli(OAB: 196437/SP)
impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes, Intimado(s)/Citado(s):
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do - MESSIAS DA SILVA FILGUEIRA
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do - PAULA ANDREZA DE FREITAS
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da - ROSALINA PASSAFARO JUSTO
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo, - USINA MARINGÁ INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da
pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
É o breve relatório.
utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à
razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
análise do apelo.
Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no
Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo
SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
interposto, sob os seguintes fundamentos:
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
26-10-2016)
Trata-se de Recurso de Revista interposto pela agravante (Paula
Andreza de Freitas)em face deacórdão proferido em agravo de
"EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
instrumento. Todavia, é incabível tal apelo nessa hipótese, em
alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
conformidade com o entendimento contido na Súmula 218 do C.
interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
TST.
técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
CONCLUSÃO
dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
DENEGO seguimento ao recurso de revista.
ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese,
inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do
parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT.
provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese,
CAPUTO BASTOS ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do
Ministro Relator recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT.
Sem razão.
Processo Nº AIRR-0010008-21.2018.5.15.0080 Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de
Complemento Processo Eletrônico instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se
Relator Min. Guilherme Augusto Caputo manifestamente inadmissível.
Bastos Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os
Agravante CONFEDERAÇÃO DA fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto
AGRICULTURA E PECUÁRIA DO
BRASIL acerto, adoto como razões de decidir.
Advogado Dr. Manoel Rodrigues Lourenço Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A,
Filho(OAB: 208128/SP) caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida
Agravado SANTIAGO DELGADO a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos
Intimado(s)/Citado(s):
os seus pressupostos de admissibilidade.
- CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per
BRASIL
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo
- SANTIAGO DELGADO
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a
Inviável, por decorrência, o apelo, ante o disposto no art. 896, § 7º, SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
da CLT e na Súmula 333 do C. TST. 07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
CONCLUSÃO PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
DENEGO seguimento ao recurso de revista. 26-10-2016)
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0010026-12.2016.5.15.0048
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
Agravante PAULO DONIZETE FERREIRA
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
Advogado Dr. Maria Marcia Zanetti(OAB: 177759-
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a A/SP)
vigência do CPC/2015: Agravado ELEKTRO REDES S.A.
Advogado Dr. Reinaldo Luis Tadeu Rondina
"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO Mandaliti(OAB: 257220-A/SP)
EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO. Intimado(s)/Citado(s):
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO - ELEKTRO REDES S.A.
TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM. - PAULO DONIZETE FERREIRA
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da
Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes, Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto.
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da É o breve relatório.
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo, Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à
a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente análise do apelo.
ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no
pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo
interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4. 896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A interposto, sob os seguintes fundamentos:
técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da Tempestivo o recurso (decisão publicada em 09/11/2018; recurso
Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5. apresentado em 22/11/2018).
Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR / Regular a representação processual.
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0010440-02.2015.5.15.0062
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
Agravante LOUIS DREYFUS COMPANY SUCOS
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas S.A.
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a Advogado Dr. Leonardo Santini Echenique(OAB:
vigência do CPC/2015: 249651/SP)
Agravado ADEMIR DIAS
"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO Advogada Dra. Nívea Carolina de Holanda
Seresuela(OAB: 310954/SP)
EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
Intimado(s)/Citado(s):
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO
- ADEMIR DIAS
TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM.
- LOUIS DREYFUS COMPANY SUCOS S.A.
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes, Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto.
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo, É o breve relatório.
a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à
ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados análise do apelo.
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese,
de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do
CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT.
instrumento. Sem razão.
Publique-se. Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se
manifestamente inadmissível.
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto
CAPUTO BASTOS acerto, adoto como razões de decidir.
Ministro Relator Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A,
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida
Processo Nº AIRR-0010515-73.2017.5.15.0061 a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o
Complemento Processo Eletrônico processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos
Relator Min. Guilherme Augusto Caputo os seus pressupostos de admissibilidade.
Bastos
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per
Agravante INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS
DO ESTADO DE SÃO PAULO - IPEM relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo
Procurador Dr. Doclácio Dias Barbosa Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a
Agravado ELZIMARA TABARELLI confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão
Advogado Dr. Valentim Wellington Damiani(OAB: objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido
319100/SP) processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os
Advogado Dr. Reynaldo Cruz Barochelo(OAB: seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
324982/SP)
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011,
Intimado(s)/Citado(s):
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de
- ELZIMARA TABARELLI Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100
- INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS DO ESTADO DE SÃO -34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
PAULO - IPEM
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017;
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016,
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
18/03/2016.
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto.
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a
É o breve relatório.
vigência do CPC/2015:
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à
análise do apelo.
"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no
EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo
CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO
interposto, sob os seguintes fundamentos:
TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM.
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 31/08/2018; recurso
Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes,
apresentado em 24/09/2018).
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
Regular a representação processual (nos termos daSúmula 436,
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
item I/TST).
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
Isento de preparo (CLT, art. 790-A e DL 779/69, art. 1º, IV).
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO / FGTS.
ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
PRESCRIÇÃO
pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
No que se refere ao tema em destaque, o v. acórdão decidiu em
interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
consonância com a Súmula 362, II, do C. TST, o que inviabiliza o
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
recurso, ante o disposto no art. 896, § 7º, da CLT e na Súmula 333
técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
do C. TST.
utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
No que se refere à necessidade de prévia dotação orçamentária, a
razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
ausência de prequestionamento inviabiliza a verificação da alegada
Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
afronta a dispositivos constitucionais, estando preclusa a questão
Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
(Súmula 297 do C. TST).
SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
CONCLUSÃO
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
DENEGO seguimento ao recurso de revista.
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
26-10-2016)
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo
técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se 896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como interposto, sob os seguintes fundamentos:
razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5. PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR / Tempestivo o recurso (decisão publicada em 26/01/2018; recurso
SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento: apresentado em 07/02/2018).
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação Cumpre informar que, em conformidade com a Portaria GP no
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC 009/2018, a contagem dos prazos processuais referentes às
26-10-2016) notificações publicadas no DEJT da 15a Região, no período
compreendido entre 22 e 26 de janeiro de 2018, teve início no dia 5
"EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" - de fevereiro de 2018, inclusive e que não houve expediente no TRT
alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a da 15 a Região nos dias 12 e 13/02/2018 (Portaria GP- CR no
interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da 005/2017). Assim, o vencimento do prazo ocorreu no dia
técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional 16/02/2018.
dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da Regular a representação processual.
ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso - Satisfeito o preparo.
controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas - PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" - RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR/EMPREGADO /
parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.
provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207 No que se refere ao tema em destaque, inviável o recurso, pois a
AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento: parte recorrente não indica trecho do acórdão recorrido que
06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação prequestiona a controvérsia objeto do recurso, assim deixando de
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC atender aos requisitos exigidos pelo art. 896, § 1º, I, da CLT.
01-02-2017) RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR/EMPREGADO /
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL / VALOR ARBITRADO.
Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso A questão relativa ao arbitramento da indenização por danos morais
de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do foi solucionada com base na análise dos fatos e provas. Incidência
CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de da Súmula 126 do C. TST.
instrumento. DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO /
Publique-se. LIQUIDAÇÃO/CUMPRIMENTO/EXECUÇÃO / PRECATÓRIO /
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. JUROS DE MORA.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO /
LIQUIDAÇÃO/CUMPRIMENTO/EXECUÇÃO / VALOR DA
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) EXECUÇÃO/CÁLCULO/ATUALIZAÇÃO / CORREÇÃO
CAPUTO BASTOS MONETÁRIA.
Ministro Relator No que se refere aos temas em destaque, o v. acórdão decidiu em
consonância com as Súmulas 200 e 439do C. TST, o que
Processo Nº AIRR-0010596-45.2014.5.15.0152 inviabiliza o recurso, ante o disposto no art. 896, § 7º, da CLT e na
Complemento Processo Eletrônico Súmula 333 do C. TST.
Relator Min. Guilherme Augusto Caputo CONCLUSÃO
Bastos
DENEGO seguimento ao recurso de revista.
Agravante PROGRESS RAIL EQUIPAMENTOS E
SERVICOS FERROVIARIOS DO
BRASIL LTDA. A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese,
Advogado Dr. Ilário Serafim(OAB: 58315/SP) ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do
Agravado RONALDO APARECIDO DA SILVA recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT.
Advogada Dra. Lúcia Helena Marcondes Sem razão.
Assunção(OAB: 129472/SP)
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se
Intimado(s)/Citado(s):
manifestamente inadmissível.
- PROGRESS RAIL EQUIPAMENTOS E SERVICOS Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os
FERROVIARIOS DO BRASIL LTDA.
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto
- RONALDO APARECIDO DA SILVA
acerto, adoto como razões de decidir.
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A,
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto.
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
os seus pressupostos de admissibilidade.
É o breve relatório.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo
análise do apelo.
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão
25.2014.5.15.0117, 6ª Turma, DEJT-19/05/17, AIRR-10179- SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
11.2013.5.15.0061, 7ª Turma, DEJT-23/06/17. 07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
CONCLUSÃO PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
DENEGO seguimento ao recurso de revista. 26-10-2016)
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0010327-03.2014.5.15.0056
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
Agravante RAÍZEN ENERGIA S.A.
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
Advogado Dr. Leonardo Augusto Padilha
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a Bertanha(OAB: 178037/SP)
vigência do CPC/2015: Agravado SILVIO ADRIANO DE ALMEIDA SILVA
Advogada Dra. Silvia de Castro(OAB: 95561/SP)
"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO Advogada Dra. Paula Andreza de Freitas(OAB:
EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA, 233383/SP)
CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO Intimado(s)/Citado(s):
TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM. - RAÍZEN ENERGIA S.A.
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a - SILVIO ADRIANO DE ALMEIDA SILVA
impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes, Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto.
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo, É o breve relatório.
a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à
ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados análise do apelo.
pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no
interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4. exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A 896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se interposto, sob os seguintes fundamentos:
utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da Petição da reclamada datada de 03/04/2019 sob Id nº28e1200
Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5. requerendoa retificação do número do processo, bem como do
Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR / nome do Reclamante, para que passe constar o nº 0010327-
03.2014.5.15.0056 e o nome Silvio Adriano de Almeida Silva, relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo
respectivamente no recurso de revista.Por trata-se de erro material, Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a
defiroo pedido. confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 01/02/2019; recurso processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os
apresentado em 12/02/2019). seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Regular a representação processual. Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
Satisfeito o preparo. 1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011,
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de
DURAÇÃO DO TRABALHO / HORAS IN ITINERE. Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100
Ao conceder as horas "in itinere", o v. acórdão, além de ter se -34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
fundamentado nas provas, decidiu em conformidade com os incisos Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017;
I e Vda Súmula 90 do C. TST. Assim, inviável o recurso pelo teor AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016,
das Súmulas 126 e 333 do C. TST. Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT
DURAÇÃO DO TRABALHO / INTERVALO INTERJORNADAS. 18/03/2016.
No que se refere ao tema em destaque, o v. acórdão, além de ter se Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
fundamentado nas provas, decidiu em conformidade com a Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a
Orientação Jurisprudencial 355 da SDI-1 e em harmonia com a vigência do CPC/2015:
Súmula 110, ambas do C. TST.
Some-se a isso o teor da Súmula 50 do TRT da 15a Região, a "EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
respeito da matéria tratada no recurso interposto: EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
"INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. São devidas, CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
como extraordinárias, as horas laboradas em prejuízo ao intervalo TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO
entre duas jornadas de trabalho previsto no art. 66 da CLT. TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM.
Aplicação analógica do § 4º, do art. 71 da CLT." (RESOLUÇÃO POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
ADMINISTRATIVA Nº 003/2016, de 17 de março de 2016) impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
Assim, inviável o recurso pelo teor do art. 896, § 7º, da CLT e das Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes,
Súmulas 126 e 333 do C. TST. confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / PARTES E pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
PROCURADORES / SUCUMBÊNCIA / HONORÁRIOS NA Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
JUSTIÇA DO TRABALHO. ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
No tocante aos honorários advocatícios, o v. acórdão, além deter a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
sefundamentado nas provas, decidiu em conformidade com a ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
Súmula329 do C. TST. Assim, inviável o recurso pelo teor do art. pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
896, § 7º, da CLT e das Súmulas 126 e 333 do C. TST. interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
Cumpre registrar que a decisão recorrida foi proferida de acordo A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
com os termos do art. 6º da Instrução Normativa nº 41/2018 do C. técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
TST: "Na Justiça do Trabalho, a condenação em honorários utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
advocatícios sucumbenciais, prevista no art. 791-A, e parágrafos, da razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
CLT, será aplicável apenas às ações propostas após 11 de Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017). Nas ações propostas Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
anteriormente, subsistem as diretrizes do art. 14 da Lei nº SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
5.584/1970 e das Súmulas nºs 219 e 329 do TST.". 07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
CONCLUSÃO PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
DENEGO seguimento ao recurso de revista. 26-10-2016)
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do acerto, adoto como razões de decidir.
CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A,
instrumento. caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida
Publique-se. a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo
CAPUTO BASTOS Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a
Ministro Relator confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido
Processo Nº AIRR-0010344-51.2017.5.15.0115 processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os
Complemento Processo Eletrônico seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Relator Min. Guilherme Augusto Caputo Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
Bastos
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011,
Agravante GUSTAVO HENRIQUE COSTA DOS
SANTOS Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de
Advogado Dr. Régis Augusto Jurado Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100
Cabrera(OAB: 165500/SP) -34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Agravado CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017;
Advogado Dr. Júlio Caño de Andrade(OAB: AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016,
137187/SP)
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT
18/03/2016.
Intimado(s)/Citado(s):
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
- CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a
- GUSTAVO HENRIQUE COSTA DOS SANTOS vigência do CPC/2015:
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da "EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto. CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO
É o breve relatório. TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM.
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
análise do apelo. impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes,
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
interposto, sob os seguintes fundamentos: Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 26/10/2018; recurso ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
apresentado em 01/11/2018). pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
Regular a representação processual. interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
Dispensado o preparo. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
PÚBLICO / CONCURSO PÚBLICO/EDITAL / CLASSIFICAÇÃO razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
E/OU PRETERIÇÃO. Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
CADASTRO RESERVA Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
A questão relativa aotema em destaquefoi solucionada com base SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
na análise dos fatos e provas. Incidência da Súmula 126 do C. TST. 07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
CONCLUSÃO PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
DENEGO seguimento ao recurso de revista. 26-10-2016)
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
IDENTIFICA O PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA OBJETO trata de mera infração administrativa, devendo o intervalo não
DO APELO. REQUISITO LEGAL INSCRITO NO ARTIGO 896, § 1º- respeitado ser adimplido como labor extraordinário. Ante o exposto,
A, I, DA CLT. REDAÇÃO CONFERIDA PELA LEI 13.015/2014. (...) não se verifica, em tese, a alegada violação, conforme exige a
3 - Embora o dispositivo em comento utilize o verbo "indicar", alínea "c" do artigo 896 Consolidado.
referindo-se ao requisito formal ali inscrito, esta Corte Superior tem Por outro lado, estatui o § 7º do artigo 896 do Texto Consolidado
exigido a transcrição do trecho da decisão regional que que "A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser
consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula do
apelo, firme no entendimento de que a alteração legislativa Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou
empreendida pela Lei 13.015/2014, nesse aspecto, constitui superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior
pressuposto de adequação formal de admissibilidade do recurso de do Trabalho."
revista e se orienta no sentido de propiciar a identificação precisa da Nesse passo, a demonstração de possível divergência pretoriana
contrariedade a dispositivo de Lei e a Súmula e do dissenso de restou superada pela uniformização do tema, na Colenda Corte
teses, afastando-se os recursos de revista que impugnam de forma Laboral, no sentido de que o art. 384 da CLT foi recepcionado pela
genérica a decisão regional e conduzem sua admissibilidade para Constituição Federal de 1988, e de que a inobservância do intervalo
um exercício exclusivamente subjetivo pelo julgador de verificação e previsto no aludido preceito consolidado não configura mera
adequação formal do apelo. Assim, a necessidade da transcrição do infração administrativa.
trecho que consubstancia a violação e as contrariedades indicadas, Neste sentido, vale transcrever a seguinte ementa:
e da demonstração analítica da divergência jurisprudencial, visa a (...) RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA.
permitir a identificação precisa e objetiva da tese supostamente INTERVALO DE 15 MINUTOS PARA DESCANSO DA MULHER.
ofensiva a lei, à segurança das relações jurídicas e à isonomia das ART. 384 DA CLT. RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
decisões judiciais, de modo que contribua para a celeridade da DE 1988. NÃO CONCESSÃO. EFEITOS. PAGAMENTO COMO
prestação jurisdicional, possibilite a formação de precedentes como EXTRA DO PERÍODO CORRESPONDENTE. 1. A Eg. Turma não
elementos de estabilidade e a decisão do TST contribua para a conheceu do recurso de revista da reclamada, ao registro de que "A
formação da jurisprudência nacionalmente unificada. (...) (E-ED-RR não fruição do intervalo para descanso, previsto no art. 384 da CLT,
- 552-07.2013.5.06.0231, Relator Ministro: Alexandre de Souza enseja condenação ao pagamento do período correspondente como
Agra Belmonte, Data de Julgamento: 09/06/2016, Subseção I extra, ainda que o lapso já tenha sido pago em razão do labor
Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT extraordinário. Entendimento contrário acabaria por esvaziar o
17/06/2016)." comando inserto na norma que trata de medida de higiene, saúde e
No mesmo sentido: ED-AIRR-41600-81.2009.5.01.0050, Rel. Min. segurança do trabalho". 2. Esta Corte Superior, por meio de seu
Delaíde Miranda Arantes, 2ª Turma, DEJT 29/04/2016; AIRR - Tribunal Pleno, ao julgamento do IIN-RR-1540/2005-046-12-00, em
10356-41.2013.5.15.0039 Data de Julgamento: 25/05/2016, Relator 17.11.2008, concluiu que o art. 384 da CLT foi recepcionado pela
Ministro: Alexandre de Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, Data de Constituição Federal de 1988. 3. A inobservância do intervalo
Publicação: DEJT 03/06/2016; AIRR-65-63.2014.5.05.0026, Rel. previsto no aludido preceito consolidado não configura mera
Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, 7ª Turma, DEJT 12/02/2016; infração administrativa, implicando o pagamento, como extra, do
AIRR-369-66.2014.5.10.0012, Rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, 6ª período correspondente. Precedentes desta Subseção. 4. Incidência
Turma, DEJT 27/11/2015. do art. 894, §2º, da CLT. Recurso de embargos não conhecido.
DURAÇÃO DO TRABALHO / INTERVALO INTRAJORNADA / (TST-E-ED-ARR 248300-31.2008.5.02.0007, Rel. Min. Hugo Carlos
INTERVALO 15 MINUTOS MULHER. Scheuermann, SBDI-1, DEJT 26/02/2016).
Alegação(ões): No mesmo sentido: E-RR-591000-37.2002.5.09.0015 , Relator
- violação do(s) artigo 5º, inciso I, da Constituição Federal. Ministro: Walmir Oliveira da Costa, SDI-I, DEJT 09/03/2018; E-RR-
- violação do(s) Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 384. 173800-52.2008.5.02.0020, Relator Ministro: Hugo Carlos
- divergência jurisprudencial: Scheuermann, SDI-I, DEJT 11/12/2015; E-RR 107300-
Insurge-se o reclamado contra o acórdão, no que tange ao 38.2008.5.04.0023, Rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos,
cabimento das horas extras por ter sido inobservado o intervalo de SBDI-1, DEJT 22/08/2014; ED-RR 2948200-13.2007.5.09.0016,
que trata o artigo 384 da CLT. Sustenta que o referido preceito é Relator Ministro José Roberto Freire Pimenta, SBDI-1, DEJT
inconstitucional, e que ainda que assim não se entenda, seu 11/04/2014.
desrespeito caracteriza mera infração administrativa. CONCLUSÃO
No intuito de demonstrar o prequestionamento da matéria em DENEGO seguimento ao recurso de revista".
epígrafe, a parte recorrente transcreveu o seguinte trecho do v.
acórdão: No agravo de instrumento, a parte ora Agravante não renovou sua
(...) insurgência quanto ao tema "COMPENSAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO
Nem se diga que se trata de mera infração administrativa, que não DE FUNÇÃO" articulado no recurso de revista, o que pressupõe sua
enseja o dever patronal de pagar as horas extras, pois sempre que concordância tácita com os fundamentos da decisão denegatória,
for desrespeitado determinado intervalo garantido por lei, deve o no particular.
empregador remunerá-lo como extra. A parte ora Agravante insiste no processamento do recurso de
(...) revista, sob o argumento, em suma, de que o apelo atende
A C. Turma condenou o reclamado a pagar à autora, como horas integralmente aos pressupostos legais de admissibilidade.
extras, o intervalo de 15 minutos de que trata o artigo 384 da CLT, Entretanto, como bem decidido em origem, o recurso de revista não
que não fora observado, ao fundamento de que a concessão dessa alcança conhecimento, não tendo a parte Agravante demonstrado,
condição de trabalho especial à mulher não fere o princípio da em seu arrazoado, o desacerto daquela decisão denegatória.
igualdade entre homens e mulheres contido no artigo 5º da Carta Assim sendo, adoto, como razões de decidir, os fundamentos
Magna, registrando, ainda, que a inobservância do preceito não se constantes da decisão agravada, a fim de reconhecer como
manifestamente inadmissível o recurso de revista e, em Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
consequência, confirmar a decisão ora recorrida. ALEXANDRE LUIZ RAMOS
Esclareço que a jurisprudência pacífica desta Corte Superior é no Ministro Relator
sentido de que a confirmação integral da decisão recorrida por seus
próprios fundamentos não implica vício de fundamentação, nem Processo Nº AIRR-0001086-92.2015.5.07.0023
desrespeito às cláusulas do devido processo legal, do contraditório Complemento Processo Eletrônico
ou da ampla defesa, como se observa dos ilustrativos julgados: Ag- Relator Min. Alexandre Luiz Ramos
AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de Julgamento: 19/04/2017, Agravante MEDABIL SOLUÇÕES
CONSTRUTIVAS S.A.
Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, 1ª Turma, DEJT
Advogado Dr. Benôni Canellas Rossi(OAB:
24/04/2017; AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 43026/RS)
16/03/2016, Relator Ministro José Roberto Freire Pimenta, 2ª Agravado ANTÔNIO ALVENI SILVA LIMA
Turma, DEJT 18/03/2016; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Advogado Dr. Gregory de Sousa Mendes
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro Alexandre de Silva(OAB: 28608/CE)
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-1903- Agravado CONSTRUCAP CCPS ENGENHARIA
E COMÉRCIO S.A.
02.2012.5.03.0112, Data de Julgamento: 28/02/2018, Relator
Advogado Dr. Marcus Vinícius Lobregat(OAB:
Ministro Breno Medeiros, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 69844/SP)
09/03/2018; AIRR-1418-16.2012.5.02.0472, Data de Julgamento: Agravado DMR2 CONSTRUÇÕES E
30/03/2016, Relatora Ministra Kátia Magalhães Arruda, 6ª Turma, MONTAGENS INDUSTRIAIS LTDA.
Data de Publicação: DEJT 01/04/2016; Ag-AIRR-61600-
46.2007.5.02.0050, Data de Julgamento: 07/10/2015, Relator Intimado(s)/Citado(s):
Ministro: Cláudio Mascarenhas Brandão, 7ª Turma, Data de - ANTÔNIO ALVENI SILVA LIMA
Publicação: DEJT 16/10/2015; AgR-AIRR - 453-06.2016.5.12.0024, - CONSTRUCAP CCPS ENGENHARIA E COMÉRCIO S.A.
Data de Julgamento: 23/08/2017, Relatora Ministra Maria Cristina - DMR2 CONSTRUÇÕES E MONTAGENS INDUSTRIAIS LTDA.
Irigoyen Peduzzi, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 25/08/2017. - MEDABIL SOLUÇÕES CONSTRUTIVAS S.A.
Na mesma linha é o seguinte e recente julgado da Quarta Turma do
Tribunal Superior do Trabalho: Trata-se de agravo de instrumento em que se pretende destrancar
"AGRAVO. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE recurso de revista interposto de decisão publicada na vigência da
MOTIVAÇÃO. PER RELATIONEM. NÃO PROVIMENTO. A adoção Lei nº 13.015/2014.
da técnica de fundamentação per relationem atende à exigência de A Autoridade Regional denegou seguimento ao recurso de revista,
motivação das decisões proferidas pelos órgãos do Poder sob os seguintes fundamentos:
Judiciário, consoante a jurisprudência consolidada do Supremo "PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Tribunal Federal, trazida à colação na própria decisão agravada Tempestivo o recurso (decisão publicada em 04/08/2017 - aba
(STF-ARE 657355- Min. Luiz Fux, DJe-022 de 01/02/2012). Assim, expedientes e recurso apresentado em 14/08/2017 -Id 268f820 -
não se vislumbra a nulidade apontada, pois a v. decisão encontra- Pág. 7).
se devidamente motivada, tendo como fundamentos os mesmos Regular a representação processual (Id 9764930).
adotados pela Vice-Presidência do egrégio Tribunal Regional Satisfeito o preparo (Id's. 4694cfe - Pág. 5, 3760be4 - Pág. 2,
quando do exercício do juízo de admissibilidade a quo do recurso 0158d86 - Pág. 3 e f444781 - Pág. 3).
de revista, que, por sua vez, cumpriu corretamente com seu mister,
à luz do artigo 896, § 1º, da CLT. Afasta-se, portanto, a apontada PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
afronta aos artigos 5º, LV, da Constituição Federal e 489, § 1º, II, III
e IV, do NCPC. Agravo a que se nega provimento" (Ag-AIRR-148- RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA/SUBSIDIÁRIA.
67.2014.5.06.0021, Relator Ministro Guilherme Augusto Caputo Alegação(ões):
Bastos, Data de Julgamento: 02/08/2018, 4ª Turma, Data de - contrariedade à Súmula nº 331 do colendo Tribunal Superior do
Publicação: DEJT 10/08/2018). Trabalho.
- violação do artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal.
Há de se destacar, ainda, que a jurisprudência do Supremo Tribunal - violação da Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 455.
Federal também é uniforme no sentido de que "a técnica da Insurge-se a reclamada contra a condenação subsidiária que lhe
fundamentação per relationem, na qual o magistrado se utiliza de fora imposta.
trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como razão de Alega que "as empresas demandadas não pertencem ao mesmo
decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da grupo econômico, além de possuírem personalidades jurídicas
Constituição Federal" (RHC 130542 AgR/SC, Relator Ministro próprias, e inexistir qualquer ingerência de controle ou
Roberto Barroso, Julgamento: 07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira administração de uma em outra capaz de gerar qualquer
Turma, DJe-228 de 26/10/2016). responsabilidade entre ambas."
Pelo exposto, nego provimento ao agravo de instrumento, na forma Afirma que o autor exercia funções ligadas à atividade-meio da
do art. 932, III e IV, "a", do CPC/2015. empresa.
Por fim, ressalto às partes que o entendimento que prevalece na Defende que o empreiteiro só será acionado em caso de
Quarta Turma deste Tribunal Superior é no sentido da aplicabilidade inadimplência do subempreiteiro.
da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. Argumenta que "a relação firmada entre a empregadora do
Publique-se. reclamante, e a ora recorrente, é uma relação estritamente
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. comercial, e não de prestação de serviços propriamente dita."
Consta do acórdão:
"RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA SEGUNDA E TERCEIRA
IV da Súmula 331 do TST, com o reconhecimento da sua algumas ou com todas elas.
responsabilidade subsidiária pelos débitos trabalhistas deixados Ante o exposto, de se negar provimento aos recursos ordinários das
pela empresa prestadora de serviço, a inviabilizar o acesso ao TST reclamadas MEDABIL e CONSTRUCAP, mantendo-se o
frente à Súmula 333 desta Corte. (...) IX - Recurso de revista a que reconhecimento da responsabilidade subsidiária na forma
se nega provimento. (...)" (RR - 377-76.2014.5.04.0831 , Relator sentenciada, que abrange todo o período laboral apontado na
Ministro: Antonio José de Barros Levenhagen, Data de Julgamento: inicial."
31/08/2016, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 02/09/2016) À análise.
"RECURSO DE REVISTA RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO Da leitura do acórdão recorrido, contata-se que a Turma Regional
ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI N° 13.015/2014 QUE ALTEROU A consignou, de forma coerente e fundamentada, que o reclamante
SISTEMÁTICA PROCEDIMENTAL NA CLT. 1. prestou serviços à recorrente durante toda a contratualidade, em
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA PELA QUITAÇÃO DE virtude de contrato de prestação de serviços firmado entre a
OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS NÃO ADIMPLIDAS PELO MEDABIL e a DMR2 CONSTRUÇÕES E MONTAGENS
EMPREGADOR. EMPRESA DE TELEFONIA. ALEGAÇÃO DE INDUSTRIAIS LTDA, caracterizando, portanto, terceirização de
CONTRARIEDADE À ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 191 serviços. Manteve, ainda, a condenação subsidiária da recorrente,
DA SBDI-1 E AFRONTA DIRETA E LITERAL AO ARTIGO 5º, II, DA com fundamento na Súmula 331, do C. TST.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NÃO VERIFICADA. APLICAÇÃO DA Dessa forma, a adoção de entendimento diverso importaria no
SÚMULA Nº 331, IV. NÃO CONHECIMENTO. Não há falar em revolvimento do contexto fático probatório, o que encontra óbice na
afronta direta e literal ao artigo 5º, II, da Constituição Federal, Súmula 126, do C.TST.
porque a eventual ofensa ao princípio da legalidade, insculpido no Assim, tem-se que a Turma Regional proferiu julgamento em estrita
referido preceito como norma geral do ordenamento jurídico, conformidade com a iterativa, atual e notória jurisprudência do
somente se daria pela via indireta ou reflexa, porquanto necessária, Tribunal Superior do Trabalho (Súmula 331), situação que torna
para seu reconhecimento, a ocorrência de violação literal dos todas as alegações insubsistentes e impede o seguimento do
dispositivos infraconstitucionais que envolvem a matéria. Neste recurso, inclusive por divergência jurisprudencial (art. 896, §7º, CLT,
sentido, inclusive, é o entendimento consagrado na Súmula nº 636 e Súmula 333/TST).
do excelso Supremo Tribunal Federal. A matéria posta a julgamento Por fim, no que tange à invocação do princípio da reserva legal (art.
encontra previsão na Súmula nº 331, IV, de modo que não é 5º, II da CF/88), considera-se cabível, por analogia, a aplicação da
necessária a verificação de culpa in eligendo ou in vigilando da Súmula nº 636 do E. STF, na espécie, cujo teor segue abaixo
segunda reclamada, nem de inidoneidade econômica e financeira transcrita: "Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao
da primeira reclamada, bastando que haja o inadimplemento das princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação
obrigações trabalhistas por parte da empregadora e a participação pressuponha rever a interpretação dada a normas
da tomadora dos serviços na relação processual e a sua inclusão no infraconstitucionais pela decisão recorrida".
título executivo judicial, para ser reconhecida a responsabilidade Ante o exposto, nega-se seguimento.
subsidiária pelo adimplemento das referidas obrigações. A matéria CONCLUSÃO
foi decidida consoante a iterativa, notória e atual jurisprudência do Isto posto, DENEGO seguimento ao recurso de revista".
colendo Tribunal Superior do Trabalho, de modo que a pretensão
recursal encontra óbice na Súmula nº 333. Recurso de revista de A parte ora Agravante insiste no processamento do recurso de
que não se conhece. (...)" (RR - 1405-29.2010.5.09.0072, Relator revista, sob o argumento, em suma, de que o apelo atende
Ministro: Guilherme Augusto Caputo Bastos, Data de Julgamento: integralmente aos pressupostos legais de admissibilidade.
29/04/2015, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 28/08/2015) Entretanto, como bem decidido em origem, o recurso de revista não
Na esteira dos julgados do colendo TST, adotam-se seus alcança conhecimento, não tendo a parte Agravante demonstrado,
fundamentos para declarar que a Súmula nº 331 daquela Corte em seu arrazoado, o desacerto daquela decisão denegatória.
guarda perfeita harmonia com os preceitos legais, sendo Assim sendo, adoto, como razões de decidir, os fundamentos
impertinente a invocação das recorrentes ao art.5º, II, da CR/88. constantes da decisão agravada, a fim de reconhecer como
No mais, não é indispensável ao reconhecimento da manifestamente inadmissível o recurso de revista e, em
responsabilidade subsidiária das reclamadas tomadoras que se consequência, confirmar a decisão ora recorrida.
comprove a existência de fraude na relação jurídica mantida entre Esclareço que a jurisprudência pacífica desta Corte Superior é no
as empresas que firmaram os contratos de prestação de serviços, sentido de que a confirmação integral da decisão recorrida por seus
nem é necessário também que haja nestes contratos disposição próprios fundamentos não implica vício de fundamentação, nem
estabelecendo tal responsabilidade, sendo inválida, portanto, desrespeito às cláusulas do devido processo legal, do contraditório
cláusula que porventura a subtraia, na medida em que, de acordo ou da ampla defesa, como se observa dos ilustrativos julgados: Ag-
com a previsão do item IV da multicitada Súmula 331, suficiente AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de Julgamento: 19/04/2017,
para tal responsabilização que haja o inadimplemento das Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, 1ª Turma, DEJT
obrigações trabalhistas por parte do empregador e a participação do 24/04/2017; AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento:
tomador dos serviços na relação processual, bem como sua 16/03/2016, Relator Ministro José Roberto Freire Pimenta, 2ª
inclusão no título executivo judicial. Turma, DEJT 18/03/2016; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011,
De igual modo, o fato de as reclamadas condenadas não Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro Alexandre de
constituírem grupo econômico e não estarem sob o controle comum Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-1903-
de uma pessoa jurídica própria não lhes isenta da responsabilidade 02.2012.5.03.0112, Data de Julgamento: 28/02/2018, Relator
subsidiária reconhecida, porquanto não se cuida da Ministro Breno Medeiros, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT
responsabilidade solidária apregoada no art.2º, §2º, da CLT, a qual 09/03/2018; AIRR-1418-16.2012.5.02.0472, Data de Julgamento:
é imputada às empresas coligadas que respondem pelo 30/03/2016, Relatora Ministra Kátia Magalhães Arruda, 6ª Turma,
reconhecido vínculo de emprego do trabalhador com uma, com Data de Publicação: DEJT 01/04/2016; Ag-AIRR-61600-
46.2007.5.02.0050, Data de Julgamento: 07/10/2015, Relator Contra o despacho da Presidência do TRT da 1ª Região que
Ministro: Cláudio Mascarenhas Brandão, 7ª Turma, Data de denegou seguimento aos recursos de revista, com fulcro no art.
Publicação: DEJT 16/10/2015; AgR-AIRR - 453-06.2016.5.12.0024, 896, "a" e "c", da CLT e nas Súmulas 23, 296 e 337 do TST (págs.
Data de Julgamento: 23/08/2017, Relatora Ministra Maria Cristina 1.065-1.067), ambas as Partes interpõem agravos de instrumento,
Irigoyen Peduzzi, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 25/08/2017. alegando que os apelos mereciam admissibilidade, seja pelo
Na mesma linha é o seguinte e recente julgado da Quarta Turma do autêntico interesse recursal em relação às parcelas vincendas,
Tribunal Superior do Trabalho: como alegado pelo Autor, seja pela contrariedade à Súmula 85 do
"AGRAVO. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE TST e aos arts. 767 da CLT e 884 do CC, no tocante ao repouso
MOTIVAÇÃO. PER RELATIONEM. NÃO PROVIMENTO. A adoção suprimido no sistema de compensação, como alegado pela
da técnica de fundamentação per relationem atende à exigência de Reclamada (págs. 1.070-1.073 e 1.076-1.081).
motivação das decisões proferidas pelos órgãos do Poder FUNDAMENTAÇÃO
Judiciário, consoante a jurisprudência consolidada do Supremo Tratando-se de agravos de instrumento em recursos de revista
Tribunal Federal, trazida à colação na própria decisão agravada interpostos contra acórdão regional publicado anteriormente à Lei
(STF-ARE 657355- Min. Luiz Fux, DJe-022 de 01/02/2012). Assim, 13.467/17, deixa-se de analisar a transcendência dos apelos
não se vislumbra a nulidade apontada, pois a v. decisão encontra- denegados, nos termos do art. 246 do RITST.
se devidamente motivada, tendo como fundamentos os mesmos Os agravos de instrumento não alcançam conhecimento, na medida
adotados pela Vice-Presidência do egrégio Tribunal Regional em que os Agravantes não investem contra os óbices jurídicos
quando do exercício do juízo de admissibilidade a quo do recurso erigidos na decisão recorrida (art. 896, "a" e "c", da CLT e Súmulas
de revista, que, por sua vez, cumpriu corretamente com seu mister, 23, 296 e 337 do TST), limitando-se a alegar sucintamente que os
à luz do artigo 896, § 1º, da CLT. Afasta-se, portanto, a apontada recursos mereciam admissibilidade, não se evidenciando, ainda, a
afronta aos artigos 5º, LV, da Constituição Federal e 489, § 1º, II, III hipótese de motivação secundária e impertinente prevista no inciso
e IV, do NCPC. Agravo a que se nega provimento" (Ag-AIRR-148- II da Súmula 422 desta Corte Superior.
67.2014.5.06.0021, Relator Ministro Guilherme Augusto Caputo Resta evidente, portanto, o descompasso entre o inconformismo
Bastos, Data de Julgamento: 02/08/2018, 4ª Turma, Data de dos Agravantes e as razões de decidir do despacho agravado, de
Publicação: DEJT 10/08/2018). modo que não há como destrancar os recursos de revista aviados, à
luz da disposição contida na Súmula 422, I, do TST, segundo a qual
Há de se destacar, ainda, que a jurisprudência do Supremo Tribunal "não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se
Federal também é uniforme no sentido de que "a técnica da as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão
fundamentação per relationem, na qual o magistrado se utiliza de recorrida, nos termos em que proferida".
trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como razão de Assim, o processamento dos agravos de instrumento esbarram no
decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da óbice da Súmula 422 do TST.
Constituição Federal" (RHC 130542 AgR/SC, Relator Ministro CONCLUSÃO
Roberto Barroso, Julgamento: 07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Do exposto, com esteio nos arts. 896, § 14, da CLT e 932, III e IV,
Turma, DJe-228 de 26/10/2016). do CPC, denego seguimento aos agravos de instrumento.
Pelo exposto, nego provimento ao agravo de instrumento, na forma Publique-se.
do art. 932, III e IV, "a", do CPC/2015. Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
Por fim, ressalto às partes que o entendimento que prevalece na
Quarta Turma deste Tribunal Superior é no sentido da aplicabilidade
da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Publique-se. IVES GANDRA DA SILVA MARTINS FILHO
Brasília, 03 de março de 2020. Ministro Relator
Processo Nº AIRR-0000594-10.2014.5.09.0014
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) Complemento Processo Eletrônico
ALEXANDRE LUIZ RAMOS Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
Ministro Relator
Agravante PROPEX DO BRASIL LTDA.
Advogado Dr. Fabiano Murilo Costa Garcia(OAB:
Processo Nº AIRR-0007046-15.2014.5.01.0481 41358/PR)
Complemento Processo Eletrônico Advogado Dr. Gianfrancisco Guimaraes
Relator Min. Ives Gandra Martins Filho Mysczak(OAB: 45051/PR)
Agravante e Agravado PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - Agravado FLORISVALDO ANDRE DANTAS
PETROBRAS Advogado Dr. Getulio Rainer Vogetta(OAB:
Advogado Dr. Fábio Gomes de Freitas 61071/PR)
Bastos(OAB: 168037/RJ) Advogado Dr. Fernando de Carli Cunha(OAB:
Agravante e Agravado MARCIO ARNAUD BALDEZ SILVA 63664-A/PR)
Advogado Dr. Jorge Normando de Campos
Rodrigues(OAB: 71545/RJ) Intimado(s)/Citado(s):
- FLORISVALDO ANDRE DANTAS
Intimado(s)/Citado(s):
- PROPEX DO BRASIL LTDA.
- MARCIO ARNAUD BALDEZ SILVA
- PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
RELATÓRIO
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto. Federal, parte final.
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos. CLÁUSULA QUINTA - PRORROGAÇÃO DA JORNADA
É o breve relatório. A sétima hora diária será trabalhada em regime de prorrogação com
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à compensação parcial, de acordo com o seguinte critério:
análise do apelo. a) 43 (quarenta e três) minutos mediante compensação em razão
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no das folgas de 48 e 72 horas fixadas a cada semana de trabalho,
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo conforme escalas, que são partes integrantes do presente acordo;
896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então b) 17 (dezessete) minutos mediante pagamento como horas
interposto, sob os seguintes fundamentos: extraordinárias com adicional de 50%; Parágrafo Primeiro
Será concedido intervalo intrajornada de 1 (uma) hora diária.
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS Parágrafo Segundo
Representação processual regular (fl./Id.128). O regime de compensação é adotado através do sistema de banco
Preparo satisfeito(fls./Ids. 664, 689, 687 e 841). de horas de que trata a Lei 9.601/98, conforme acordo assinado
entre as partes nesta mesma data.
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS CLÁUSULA SEXTA - HORÁRIOS
DURAÇÃO DO TRABALHO / HORAS EXTRAS. De acordo com as escalas que são integrantes deste instrumento, a
Alegação(ões): empresa convenente adota três turnos de sete horas diárias a
- contrariedade à(ao): Súmula nº 423 do Tribunal Superior do serem cumpridos nos seguintes horários:
Trabalho. a) das 6h45 às 14h45;
- violação do(s) inciso XIV do artigo 7º da Constituição Federal. b) das 14h45 às 22h45;
- divergência jurisprudencial. c) das 22h45 às 6h45." (fls. 225/237)
O Recorrente requer a exclusão da condenação ao pagamento de Observa-se que os termos do ACT indicam que não houve
horas extras. Sustenta que não houve elastecimento ilícito de propriamente aumento da jornada para 7 horas, mas sim labor
jornada. deste tempo mediante pagamento parcial e compensação da outra
Fundamentos do acórdão recorrido: parte da 7ª hora, na forma acima delineada.
"A ré alega na defesa que houve a celebração de um acordo Não obstante, compulsando-se os autos, verifica-se que tal acordo
coletivo de trabalho, em que as partes convencionaram que a não era efetivamente observado. Nas semanas com o horário de
sétima hora diária trabalhada seria parcialmente compensada e 06h45 às 14h45 de segunda-feira a sábado, com uma hora de
parcialmente paga (fl. 101). intervalo, já haveria o labor em 7 horas diárias, inclusive nos
Incontroverso que o autor laborou em turnos ininterruptos de sábados (seis dias de labor), não se verificando nenhum tipo de
revezamento, em alternância de horários de trabalho, circunstância compensação. Veja-se que esta compensação se daria com as
que atrai carga horária reduzida de seis horas (artigo 7º, XIV, da folgas de 48 e 72 horas fixadas a cada semana de trabalho.
CRFB ). Contudo as mencionadas folgas de 72 horas nunca existiram,
A Constituição Federal estabelece no artigo 7º, XIV: "jornada de conforme registros de ponto. Com efeito, nas mencionadas
seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de semanas o reclamante tinha somente um dia de folga, laborando 6
revezamento, salvo negociação coletiva". No tocante à validade de dias na semana em 7 horas, de modo que nenhuma compensação
previsão contratual de jornada superior a 6 horas, pela via coletiva, havia nestes períodos. Como exemplo cito a semana de 07/11/2011
a Súmula 423 do C. TST preconiza: à 12/11/2011(fl. 185).
SÚMULA Nº 423. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. Ademais, nas semanas em que o autor laborava no turno das 22h45
FIXAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE às 06h45 com uma hora de intervalo, sua jornada, considerando o
NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE. Estabelecida jornada período integralmente noturno, era muito superior a 7 horas. Ou
superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular seja, mesmo com o labor em apenas 5 dias semanais, havia a
negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos prestação de labor além daquele destinado à compensação e
ininterruptos de revezamento não tem direito ao pagamento da 7ª e pagamento parcial, caracterizando-se horas extras habituais
8ª horas como extras. (apesar de haver parcial compensação, considerando 36 horas
Assim, a compensação semanal pressupõe a prorrogação da semanais de labor).
jornada normal apenas o suficiente para manter o cumprimento da Some-se a isso o fato de que em nenhuma oportunidades se
carga semanal de 44 horas, quando o empregador elimina total ou verificou a folga de 72 horas, indicada pela norma coletiva, apta a
parcialmente o labor em um dos dias da semana. Respeitada essa compensar parte da 7 ª hora laborada pelo autor.
condição, o excesso da jornada normal não é devido como hora Desta forma, deveria haver o pagamento de parte da 7ª hora
extra. Contudo, desrespeitados com habitualidade os limites de laborada como extra 50%, na forma da norma coletiva. Contudo,
jornada estipulados no próprio acordo de compensação, este não existia o pagamento das horas extras 50% previstas no
restará invalidado. instrumento coletivo, nem mesmo aquelas consignadas nos
Extrai-se do ACT 2010/2012: "CLÁUSULA TERCEIRA - JORNADA registros de ponto, como indicam os demonstrativos de pagamento
DE TRABALHO de fls. 203 e seguintes.
Estabelecem as partes convenentes o sistema de trabalho em Assim, a sétima hora não era nem adequadamente compensada
turnos ininterruptos de revezamento, de que trata o art. 7º, XIV, da com folgas, nem era paga, nos termos da norma coletiva. Portanto,
Constituição Federal. inválidas as cláusulas coletivas que elasteceram a jornada
CLÁUSULA QUARTA - JORNADA DIÁRIA contratual do reclamante em turnos ininterruptos de revezamento
Para o cumprimento da jornada em turnos ininterruptos de para 7 horas diárias, restando-lhe devido o pagamento, com extras,
revezamento, adotam as partes convenentes jornada diária de 7 das horas excedentes da 6ª diária e 36ª semanal, não
(sete) horas, conforme permitido pelo art. 7º, XIV, da Constituição cumulativamente.
Assim, a sétima hora não era nem adequadamente compensada a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o
com folgas, nem era paga, nos termos da norma coletiva. Portanto, adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da
inválidas as cláusulas coletivas que elasteceram a jornada CLT."
contratual do reclamante em turnos ininterruptos de revezamento In casu, acolho as ponderações do i. Des. Revisor, nos seguintes
para 7 horas diárias, restando-lhe devido o pagamento, com extras, termos:
das horas excedentes da 6ª diária e 36ª semanal, não "A exemplo do dia 22/08/2011 (cartão-ponto à fl. 183), o reclamante
cumulativamente. iniciou seu labor às 22h45 e encerrou às 6h45.
Este é posicionamento desse Colegiado, conforme ementa: Inegável, pois, que o autor laborou em horário noturno e prorrogou a
"LABOR EM ALTERNÂNCIA DE HORÁRIOS. TURNOS DE jornada cumprida neste período.
REVEZAMENTO. INVALIDADE DO REGIME COMPENSATÓRIO. Data venia, para fazer jus às normas relativas ao trabalho noturno
Não obstante o permissivo legal facultando às partes, mediante quando estendido o labor após às 5h00, desnecessária que a
negociação coletiva, a possibilidade de flexibilização do regime de prorrogação seja relativa à jornada cumprida "integralmente" no
trabalho em turnos de revezamento, com ampliação da jornada de horário noturno, bastando, para tanto, que a prorrogação seja
trabalho de seis para oito horas diárias (art. 7º, inciso XIV da relativa à jornada cumprida "predominantemente" em horário
Constituição da República e Súmula 423, do TST), constatado o noturno.
repetido labor além da jornada acordada e da quadragésima quarta Ressalto que, de acordo com o C. TST, de forma pacífica, para
semanal, bem assim o habitual pagamento de horas extras, é incidência do entendimento da Súmula 60, II, do TST concernente à
inválido acordo compensatório, mormente diante do escopo da prorrogação da jornada noturna, necessário para tal fim apenas que
norma constitucional, de garantir jornada reduzida de seis horas o labor seja preponderantemente noturno. Nesse sentido:
para labor em turnos ininterruptos de revezamento, para compensar "RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA.
o maior desgaste sofrido pelo empregado, em decorrência da INTERPOSIÇÃO SOB A ÉGIDE DA LEI 11.496/07. ADICIONAL
diversificação de horários, prejudicial ao seu ritmo biológico e NOTURNO. JORNADA MISTA INICIADA APÓS ÀS 22H E
convívio social". (Processo 07797-2013-663-09-00-1, publicado em PRORROGADA APÓS ÀS 5H. SÚMULA 60, II, DO TST. 1. Ficou
13-02-2015, Relator Exmo. Des. CÉLIO HORST WALDRAFF). consignado no acórdão ora embargado que o reclamante laborava
Ainda, ressalto que, como o reclamante laborou habitualmente além em jornada mista, tendo a Eg. Turma mantido a condenação ao
da sétima hora diária, não é aplicável a regra que majorou a jornada pagamento de adicional noturno em relação ao labor prestado além
ordinária para sete horas, sendo de 06h diárias sua jornada normal. das 05h da manhã. 2. Conforme entendimento cristalizado no item II
Logo, é indevida a compensação da sétima hora pleiteada. da Súmula 60 do TST, "cumprida integralmente a jornada no
No que se refere aos intervalos interjornadas, ao contrário do que período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional
alega a reclamada, mesmo que a violação seja de poucos minutos, quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 1º, da CLT". 3.
esta deve ser indenizada, pois tal violação gera ao empregado um E, à luz da jurisprudência desta Corte, o fato de a jornada de
duplo desgaste: além de trabalhar além do máximo permitido no dia trabalho ter início após as 22 horas não retira do empregado o
anterior, no subseqüente inicia o labor sem o descanso mínimo, direito ao recebimento do adicional noturno sobre as horas
justamente quando mais dele necessitava. prorrogadas, sendo aplicável o verbete sumular transcrito também
Portanto, desrespeitado o intervalo entrejornadas, devem as horas às hipóteses de jornada mista. 4. Precedentes desta C. SbDI-1.
suprimidas ser pagas como extras, com os mesmos parâmetros, Recurso de embargos conhecido e não provido" (TST-E-RR-741-
base de cálculo e reflexos estabelecidos para as extraordinárias 26.2010.5.03.0149, 03/12/2015, Relator Ministro Hugo Carlos
normais (excedentes da 6ª diária ou 36ª semanal), tal como Scheuermann, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,
determinado pelo magistrado de origem." (destaque) DEJT 11/12/2015).
Observa-se que o entendimento manifestado pela Turma está Precedente: autos 04609-2016-651-09-00-6, de relatoria da Exma.
assentado no substrato fático-probatório existente nos autos. Para Des. Luiz Eduardo Gunther, pub. em 24/04/2018.
se concluir de forma diversa seria necessário revolver fatos e O adicional noturno deve incidir sobre a hora diurna, nos termos do
provas, propósito insuscetível de ser alcançado nesta fase art. 73 da CLT.
processual, à luz da Súmula 126 do Tribunal Superior do Trabalho. Os demais parâmetros e reflexos devem observar aqueles já
As assertivas recursais de que não é devida hora extra pela estabelecidos para as horas extras."
violação do intervalo interjornadas não encontram respaldo na Assim, reformo parcialmente o recurso do autor, para deferir o
moldura fática retratada na decisão recorrida, o que afasta a tese de pagamento do adicional noturno para as horas prorrogadas, quando
violação aos preceitos da legislação federal e de divergência prestadas predominantemente no período noturno, com parâmetros
jurisprudencial. e reflexos já estabelecidos para as horas extras. "
Denego. O entendimento adotado pela Turma encontra respaldo na Súmula
DURAÇÃO DO TRABALHO / ADICIONAL NOTURNO. 60 do Tribunal Superior do Trabalho.
Alegação(ões): Por haver convergência entre a tese adotada no acórdão recorrido e
- contrariedade à(ao): Súmula nº 60 do Tribunal Superior do a Súmula do Tribunal Superior do Trabalho, não se vislumbra
Trabalho. possível violação de disposições de lei federal e divergência
- divergência jurisprudencial. jurisprudencial (Súmula 333 do TST).
ORecorrente alega que não é devido adicional noturno em regime Denego.
de prorrogação de jornada noturna. CONCLUSÃO
Fundamentos do acórdão recorrido: Denego seguimento.
"Tem-se que o adicional noturno deve incidir sobre as horas
trabalhadas depois das 5h quando a jornada de trabalho do A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese,
empregado é cumprida em período noturno, como está expresso no ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do
item II da Súmula 60 do TST, in verbis: "II - Cumprida integralmente recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT.
transcendência em relação aos reflexos gerais de natureza 101),sequer comercializando "medicamentos", mas "apenas
econômica, política, social ou jurídica. correlatos - materiais médico hospitalares descartáveis e
embalados."(fl. 102).
Art. 896-A. O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, A questão central, ao contrário do que cogita a Reclamante, não é a
examinará previamente se a causa oferece transcendência com representação profissional. Não se afigura que esteja a Reclamada
relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social representada pela entidade patronal que firmou os instrumentos
ou jurídica. normativos em discussão (Sindicato dos hospitais e estab. serviços
§ 1º São indicadores de transcendência, entre outros: de saúde do Paraná- por ex. fls. 26 e 51).A Reclamante, por
I - econômica, o elevado valor da causa; consequência, não se insere na categoria dos trabalhadores
II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência abrangidos pelos instrumentos coletivos, quais sejam:
sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal
Federal; "TRABALHADORES EM HOSPITAIS, CASA DE SAÚDE,
III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social CONSULTÓRIOS MÉDICOS E ODONTOLÓGICOS, CLÍNICAS,
constitucionalmente assegurado; AMBULATÓRIOS, ENTIDADES BENEFICENTES, CASA DE
IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação REPOUSO, CLÍNICAS VETERINÁRIAS, EMPRESAS
da legislação trabalhista. TERCEIRIZADAS QUE PRESTAM SERVIÇOS AOS
§ 2º Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE, CONSÓRCIOS
recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo DE SAÚDE, ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E DEMAIS
agravo desta decisão para o colegiado. ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE, INCLUSIVE
§ 3º Em relação ao recurso que o relator considerou não ter OS MANTIDOS, DIRETA OU INDIRETAMENTE, PELO PODER
transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre PÚBLICO (...)"- fl. 51;
a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão.
§ 4º Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do Não aplicáveis os instrumentos normativos indicados na inicial, é
recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que indevido o adicional de insalubridade, bem como as respectivas
constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal. multas convencionais.
§ 5º É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo Nada a reformar.
de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a
transcendência da matéria. A alegação de ofensa à Lei 7.498/1986 se ressente da adequação
§ 6º O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela técnica mínima exigível em um recurso de natureza extraordinária,
Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise que é a indicação específica dos preceitos (artigo, inciso, alínea,
dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não parágrafo) supostamente infringidos pelo acórdão recorrido.
abrangendo o critério da transcendência das questões nele De acordo com os fundamentos expostos no acórdão, não
veiculadas. vislumbro possível violação direta e literal aos dispositivos da
legislação federal invocados pela parte recorrente.
DIREITO COLETIVO / ENQUADRAMENTO SINDICAL. A alegação de divergência jurisprudencial também não viabiliza o
Alegação(ões): recurso. De acordo com o artigo 896, § 8º, da Consolidação das
- violação da Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 511, §§ 2ºe Leis do Trabalho, incluído pela Lei 13.015/2014, a parte que recorre
3º; Lei 7.498/1986. deve mencionar "as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem
- divergência jurisprudencial. os casos confrontados". Não tendo a parte recorrente observado o
A parte recorrente insurge-se contra a decisão que considerou que determina o dispositivo legal, é inviável o processamento do
inaplicáveis as Convenções Coletivas de Trabalho juntadas com a recurso de revista.
inicial. Sustenta que "em momento algum na contestação a Não é demais acrescentar que arestos oriundos deste Tribunal e de
recorrida levantou a inaplicabilidade da convenção coletiva, Turma do Tribunal Superior do Trabalho não ensejam o
chegando a levantar a inconstitucionalidade da cláusula que prevê processamento do recurso de revista, nos termos do artigo 896,
insalubridade"; que "A convenção coletiva do Sindesc/Sindipar foi letra "a", da Consolidação das Leis do Trabalho e da Orientação
seguida fielmente, uma vez que (...) percebia piso salarial da Jurisprudencial 111 da SBDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho.
convenção coletiva, vale alimentação previsto na convenção, teve Denego.
sua rescisão de contrato de trabalho homologado no Sindesc,
portanto a decisão que julgou inaplicável a convenção coletiva do REMUNERAÇÃO, VERBAS INDENIZATÓRIAS E BENEFÍCIOS /
Sindesc/Sindipar, foi 'extra petita', tendo em vista que tal argumento ADICIONAL / ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
nunca foi levantado pela reclamada"; que "os empregados que REMUNERAÇÃO, VERBAS INDENIZATÓRIAS E BENEFÍCIOS /
laboram na Reclamada são filiados ao SINDESC/PR (categoria dos MULTA PREVISTA EM NORMA COLETIVA.
auxiliares de enfermagem, técnicos de enfermagem e enfermeiros)". Alegação(ões):
A parte recorrente insurge-se contra a rejeição dos pedidos de
Fundamentos do acórdão recorrido: condenação da ré em adicional de insalubridade e multa prevista
em norma de negociação coletiva.
Em que pese ausente melhor explicitação em defesa, considero que A análise da admissibilidade do recurso de revista neste tópico fica
não há julgamento "extra petita". Apesar da ausência de alegação prejudicada, porque a pretensão está condicionada à
expressa, a tese da inaplicabilidade dos instrumentos normativos admissibilidade do recurso no tópico anterior, o que não ocorreu.
carreados com a inicial é consequência lógica da alegação da
Reclamada de que a atividade da empresa não era "hospitalar" e DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / PARTES E
sim, distribuição de materiais médicos hospitalares descartáveis(fl. PROCURADORES / SUCUMBÊNCIA / HONORÁRIOS NA
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0000777-11.2018.5.09.0670
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
Agravante HIGI SERV LIMPEZA E
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas CONSERVAÇÃO S.A.
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a Advogada Dra. Evelyn Fabrícia de Arruda(OAB:
vigência do CPC/2015: 28224/PR)
Agravado EUNICE ALVES DE LIMA
"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO Advogada Dra. Macilene Gomes Barbosa
Brasil(OAB: 85105/PR)
EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
Agravado EMPRESA BRASILEIRA DE INFRA-
CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO. ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA -
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO INFRAERO
TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM. Advogada Dra. Ana Carolina Assumpção
Stoffel(OAB: 83732/PR)
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
Intimado(s)/Citado(s):
Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes,
- EMPRESA BRASILEIRA DE INFRA-ESTRUTURA
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do AEROPORTUÁRIA - INFRAERO
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do - EUNICE ALVES DE LIMA
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da - HIGI SERV LIMPEZA E CONSERVAÇÃO S.A.
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da
ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto.
interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
É o breve relatório.
técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à
utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
análise do apelo.
razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no
Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo
Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
interposto, sob os seguintes fundamentos:
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
26-10-2016)
Recurso tempestivo (decisão publicadaem 05/07/2019 - fl./Id.
68ebe43; recurso apresentado em 17/07/2019 - fl./Id. a60fd14).
"EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
Representação processual regular (fl./Id.e7d90b3).
alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
Preparo satisfeito(fls./Ids. fca50a8 e 15b3360).
interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
A presente demanda está tramitando sob o rito sumaríssimo. O
ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
recurso de revista, em tal hipótese, somente tem cabimento por
controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
contrariedade a Súmula da jurisprudência uniforme do Tribunal
inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
Superior do Trabalho ou a Súmula Vinculante do Supremo Tribunal
parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
Federal ou, ainda, por violação direta à Constituição da República, a
provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
teor do artigo 896, § 9º, da Consolidação das Leis do Trabalho e da
AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
Súmula n.º 442 do Tribunal Superior do Trabalho.
06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
Nos termos do artigo 896-A da Consolidação das Leis do Trabalho,
01-02-2017)
cabe ao Tribunal Superior do Trabalho analisar se a causa oferece
transcendência em relação aos reflexos gerais de natureza
Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
econômica, política, social ou jurídica.
de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
Art. 896-A. ..........................................................
instrumento.
§ 1o São indicadores de transcendência, entre outros:
Publique-se.
I - econômica, o elevado valor da causa;
Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência
sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo, É o breve relatório.
a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à
ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados análise do apelo.
pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no
interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4. exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A 896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se interposto, sob os seguintes fundamentos:
utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5. Recurso tempestivo (decisão publicadaem 04/06/2019 - fl./Id. 875;
Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR / recurso apresentado em 14/06/2019 - fl./Id. 831).
SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento: Representação processual regular (fl./Id.829,805).
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação Preparo satisfeito(fls./Ids. 700, 825, 874 e 872).
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
26-10-2016) PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
TRANSCENDÊNCIA
"EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" - Nos termos do artigo 896-A da Consolidação das Leis do Trabalho,
alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a cabe ao Tribunal Superior do Trabalho analisar se a causa oferece
interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da transcendência em relação aos reflexos gerais de natureza
técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional econômica, política, social ou jurídica.
dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso - Art. 896-A. ..........................................................
controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas - § 1o São indicadores de transcendência, entre outros:
inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" - I - econômica, o elevado valor da causa;
parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência
provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207 sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal
AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento: Federal;
06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC constitucionalmente assegurado;
01-02-2017) IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação
da legislação trabalhista.
Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso § 2o Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao
de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo
CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de agravo desta decisão para o colegiado.
instrumento. § 3o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter
Publique-se. transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão.
§ 4o Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do
recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal.
CAPUTO BASTOS § 5o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo
Ministro Relator de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a
transcendência da matéria.
Processo Nº AIRR-0000849-11.2016.5.09.0656 § 6o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela
Complemento Processo Eletrônico Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise
Relator Min. Guilherme Augusto Caputo dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não
Bastos
abrangendo o critério da transcendência das questões nele
Agravante BRF S.A.
veiculadas."
Advogada Dra. Flavia Cristiane Machado
Bonamente(OAB: 25932/PR)
Agravado MARCILEIA MACHADO REMUNERAÇÃO, VERBAS INDENIZATÓRIAS E BENEFÍCIOS /
Advogado Dr. Donizete Gelinski(OAB: 29337/PR) ADICIONAL / ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
Advogado Dr. Luís Henrique Lopes de Alegação(ões):
Souza(OAB: 29323/PR) - violação do(s) inciso XXXIX do artigo 5º; inciso IX do artigo 93 da
Constituição Federal.
Intimado(s)/Citado(s): - violação da(o) artigo 818 da Consolidação das Leis do Trabalho;
- BRF S.A. artigo 373 do Código de Processo Civil de 2015.
- MARCILEIA MACHADO - divergência jurisprudencial.
ORecorrente alega que "Uma vez que o laudo pericial apontou
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da ambiente salubre, não pode o Regional, sem parâmetros condenar
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da a Ré ao pagamento do adicional por toda a contratualidade, ainda,
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto. em grau máximo". Pede o retorno dos autos à origem e a reabertura
da instrução probatória. Mais adiante, a Sra. Perita assim concluiu (fl. 677):
7. CONCLUSÃO
Fundamentos do acórdão recorrido: Do anteriormente exposto no presente Laudo Pericial, de acordo
"Com, parcial, razão. com a Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978, identificamos durante
A Autora foi admitida em 08-09-2003, como Ajudante de Frigorífico, a perícia realizada no local de trabalho do Autor na empresa
e dispensada, sem justa causa, em 03-02-2016, com aviso prévio Reclamada, quanto as possíveis condições insalubres:
indenizado (TRCT de fl. 26 e Registro de Empregado de fl. 264). A Ruído: Conforme mostrado no item 5.1.1 não existe caracterização
Ação foi ajuizada em 20-09-2016, tendo sido declarados prescritos de condição insalubre nos termos da NR15 Anexo 1.
os direitos exigíveis, anteriormente, a 20-09-2011 (fl. 692). Umidade: Conforme mostrado no item 5.1.7 do Laudo Pericial não
Na Exordial (fl. 11), a Autora disse o seguinte: existe caracterização de condição insalubre nos termos da NR15
A ré não pagava adicional de insalubridade, e, no entanto, deveria Anexos 10.
ter pago no grau máximo com percentual de 40% (quarenta por Agentes biológicos: Conforme mostrado no item 5.1.10 do Laudo
cento), haja vista que a autora labora desde início do vínculo a Pericial não existe caracterização de condição insalubre nos termos
presente data no setor de evisceração em contato com sangue, da NR15 Anexos 14.
fezes, vísceras, umidade e calor. Outros agentes insalubres - O Autor não estava exposto.
A Autora colacionou, com a Exordial, o Laudo de fls. 177/188, A Autora manifestou-se discordando do Laudo pericial (fls.
confeccionado em 25-07-2013, referente aos Autos da RTOrd nº 664/667), apresentando, em suma, os mesmos argumentos
327.86.2013.5.09.0656, o qual concluiu pela existência de ambiente aduzidos por ocasião de suas Razões Recursais. A Ré, por sua vez,
insalubre no local de trabalho da Autora daquele Processo, o qual manifestou concordância com o Laudo pericial (fl. 682).
tem como Ré a BRF - Brasil Foods S/A. Não obstante a conclusão do Laudo pericial, os Holerites de fls. 319
Em Defesa (fl. 253), a Ré afirmou que "se opõe às atividades e seguintes indicam o pagamento de valores sob a rubrica
descritas na petição inicial". "adicional de insalubridade", em diversos meses da contratualidade,
Na Audiência realizada em 29-03-2017, constou o seguinte (fls. o que torna incontroverso o labor em condições insalubres e até
640/641): mesmo dispensa a produção de prova pericial (fl. 347, por
As partes não pretendem produzir prova oral. exemplo).
A parte autora pretendia a utilização de prova emprestada Veja-se, ainda, que não foram ouvidas Testemunhas, de modo que
produzida em outros autos, conforme laudo já juntados aos, com o considero que não houve alteração nas funções desempenhadas
que a parte ré não concordou, alegando que houve alteração no pela Empregada (ônus que competia à Ré), razão por que entendo
ambiente de trabalho após a realização daquela perícia. que o adicional de insalubridade é devido durante todo o Contrato
Considerando que no processo 0001146-18.2016.5.09.0656 já de Trabalho, observando-se o marco prescricional fixado.
houve determinação de realização de nova perícia no mesmo setor, A r. Sentença, então, deve ser reformada, pois há meses em que,
com a mesma finalidade, as partes convergem para a utilização do injustificadamente, o adicional de insalubridade não foi quitado (fl.
laudo pericial que será produzido naqueles autos como prova 417 - maio/2012, por exemplo).
nestes autos. Caso a perícia não seja realizada naqueles autos, Ante a ausência de outros parâmetros, considero, também, que o
convergem as partes pela utilização do laudo já juntado pela parte adicional é devido em seu grau máximo, de 40%, conforme
autora. requerido, pela Autora, na Exordial (fl. 11), ressaltando-se que os
O Laudo pericial adotado como prova emprestada foi aquele Holerites não indicam qual o grau do adicional de insalubridade
produzido nos Autos da RTOrd nº 0001146-18.2016.5.09.0656, quitado.
mediante expressa concordância das Partes, o qual foi colacionado A base de cálculo do adicional de insalubridade está prevista nas
às fls. 669/680. Na ocasião, a Sra. Perita assim definiu as atividades Normas Coletivas, nos seguintes termos (ACT 2010/2011 - fl. 524,
da Autora (fl. 672): por exemplo):
3. ATIVIDADES EXERCIDAS PELA RECLAMANTE CLÁUSULA DÉCIMA QUINTA - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
O Autora laborou em prol da Reclamada de 12/05/2009 até O adicional de insalubridade terá como base de cálculo o valor de
28/09/2016 na função de Auxiliar de Produção no setor de R$ 600,00 (seiscentos reais).
Evisceração, exercendo as seguintes atividades: Parágrafo Primeiro
* 1 vez durante o turno (no horário de janta) realizava a lavagem do Fica assegurado aos trabalhadores da área de carnes admitidos até
setor e dos equipamentos (com água); 01 de dezembro de 2000, que laborem em condições insalubres, o
* Durante o restante do tempo realizava a organização do setor pagamento do respectivo adicional calculado sobre o salário
passando o rodo para retirar água, recolhendo aves inteiras e normativo da categoria enquanto permanecerem na empresa.
pedaços de aves descartadas impróprias para o processo. Parágrafo Segundo
Além disso, acrescentou a Expert (fl. 675): Fica assegurado aos trabalhadores da área de lácteos admitidos até
5.1.10 Agentes biológicos março de 2009, que laborem em condições insalubres, o
O Reclamante não laborou em exposição a agentes biológicos, nos pagamento do respectivo adicional calculado sobre o salário
termos da NR15 Anexo 14, pois não existia trabalho ou operações normativo da categoria enquanto permanecerem na empresa.
com os agentes previstos nesta NR. Portanto, defere-se o pedido de pagamento de adicional de
Acrescentamos ainda que apenas para o contato de carnes, insalubridade, em grau máximo, utilizando-se a base de cálculo
glândulas, vísceras, ossos, pelos e dejeções de animais portadores prevista nas Normas Coletivas (conforme requerido, pela Autora,
de doenças infectocontagiosas existe previsão legal de condição em suas Razões Recursais), com reflexos em férias acrescidas de
insalubre e este não é o caso do contato que o Autor tinha, pois 1/3, 13º salário e FGTS mais multa de 40%. Não há incidência em
existe na Reclamada controle sanitário realizado Inspetores DSR, por se tratar de parcela de periodicidade mensal. Abatam-se
Federais e Médico Veterinário que garantem que as aves abatidas os valores pagos sob o mesmo título, pelo critério global.
não possuem doenças infectocontagiosas. Não foi realizada Perícia nestes Autos, pois utilizou-se, como prova
assentado no substrato fático-probatório existente nos autos. Para Especializada em Dissídios Individuais daquela Corte:
se concluir de forma diversa seria necessário revolver fatos e EMBARGOS. PARCELAS CTVA. IMPOSSIBILIDADE DE
provas, propósito insuscetível de ser alcançado nesta fase INCIDÊNCIA DE REAJUSTE DE 5% PREVISTO EM NORMA
processual, à luz da Súmula 126 do Tribunal Superior do Trabalho. COLETIVA SOBRE A PARCELA. RECURSO DE REVISTA NÃO
As assertivas recursais de que era válido o acordo de compensação CONHECIDO. Não se conhece dos Embargos, por divergência
não encontram respaldo na moldura fática retratada na decisão jurisprudencial, quando a c. Turma deixa de traduzir tese de mérito
recorrida, o que afasta a tese de violação aos preceitos sobre a matéria, a teor do que dispõe o art. 894, II, da CLT.
constitucionais e da legislação federal. Embargos não conhecidos. CARGO DE CONFIANÇA. HORAS
Não há que se falar emdissenso entre julgadospois verifica-se que EXTRAORDINÁRIAS. JORNADA. GERENTE GERAL DE
os arestos paradigmas transcritos encontram-se em consonância AGÊNCIA. Não merece reforma decisão da c. Turma que se afina
com o acórdão recorrido, não havendo divergência. com a Súmula 287 do c. TST, sendo inviável análise de conflito
Denego. jurisprudencial em relação a direito adquirido a jornada de seis
horas, quando a c. Turma não analisa a matéria sob tal premissa.
DURAÇÃO DO TRABALHO / INTERVALO INTRAJORNADA / Embargos não conhecidos. REG/REPLAN. SALDAMENTO.
INTERVALO 15 MINUTOS MULHER. TRANSAÇÃO. RECURSO DE REVISTA NÃO CONHECIDO.
Alegação(ões): Ausente debate acerca da matéria, quando a c. Turma limita-se a
- contrariedade à (ao): Súmula nº 65 do TRT4. afastar a violação dos dispositivos, a divergência jurisprudencial e
- divergência jurisprudencial. as Súmulas invocadas, sem exarar tese de mérito sobre a matéria,
ORecorrente alega que o intervalo previsto no art. 384 da CLT é não há como se analisar a divergência jurisprudencial. Embargos
inconstitucional.Insurge-se também contra o adicional de hora extra não conhecidos. INTERVALO DO ART. 384 DA CLT. EXTENSÃO
no importe de 75%. Pede que seja considerado o importe de 50%. AO TRABALHADOR DO SEXO MASCULINO. IMPOSSIBILIDADE.
RECURSO DE REVISTA CONHECIDO E DESPROVIDO. Não é
Fundamentos do acórdão recorrido: possível análise de conflito jurisprudencial sobre a matéria, quando
"b) intervalo do art. 384 da CLT a c. Turma traduz entendimento em consonância com a
A discussão limita-se, apenas, ao pedido de aplicação do adicional jurisprudência iterativa da c. SDI que não admite isonomia entre
de 75%, previsto, convencionalmente, para quitação das horas trabalhadores do sexo feminino e masculino, para fins do que
extras, o qual a Autora entende que deve ser estendido, também, dispõe o art. 384 da CLT. Embargos não conhecidos. ( E-ED-RR -
para a condenação referente à violação ao intervalo do art. 384, da 1529-83.2011.5.12.0010 , Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga,
CLT. Data de Julgamento: 22/09/2016, Subseção I Especializada em
Na Exordial (fl. 11), a Autora pediu que fosse aplicado o adicional de Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 30/09/2016)
75%. RECURSO DE EMBARGOS EM AGRAVO DE INSTRUMENTO
O MMº Juízo a quo, ao deferir o pagamento das horas decorrentes COM RECURSO DE REVISTA. INTERPOSIÇÃO SOB A ÉGIDE DA
da violação ao intervalo do art. 384, da CLT, consignou que o LEI 11.496/07. RECURSO DE EMBARGOS EM AGRAVO DE
adicional seria de 50%, mas, ao final do tópico das horas extras, ao INSTRUMENTO CONHECIDO E DESPROVIDO. TEMAS DA
estabelecer os parâmetros gerias de cálculo das parcelas deferidas, "COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA - OBRIGATORIEDADE
consignou que são devidos "15min por dia em que houve efetiva DE SUBMISSÃO DA DEMANDA", "CERCEAMENTO DE PROVA -
sobrejornada, somente se o trabalho extraordinário exceder a 30 MÁ APRECIAÇÃO DA PENA DE CONFISSÃO À RECORRENTE",
minutos", bem como que "o adicional é o convencional, e na sua "INTERVALO SUPERIOR AO LEGALMENTE PREVISTO - TEMPO
ausência de 50%". Então, de certo modo, a própria r. Sentença já À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR - HORAS EXTRAS - ART. 71,
reconheceu a aplicação do adicional convencional. §4º, DA CLT" E "AVISO PRÉVIO". APLICAÇÃO DA REGRA
Contudo, a fim de evitar maiores discussões,destaco que a GERAL DA SÚMULA 353 DO TST. NÃO CONHECIMENTO. Não
cláusula convencional alusiva às horas extras é do seguinte teor logra seguimento o recurso de embargos, ante o óbice da Súmula
(ACT 2013/2014, por exemplo, fl. 132): 353/TST, porquanto é incabível esse recurso contra acórdão de
CLÁUSULA DÉCIMA TERCEIRA - HORAS EXTRAS Turma que, ao exame dos pressupostos intrínsecos do recurso de
As horas extraordinárias serão remuneradas da seguinte maneira: revista, nega provimento ao agravo de instrumento. Tal hipótese
- de segunda a sábado, quando normal o expediente nestes dias, não configura nenhuma das exceções previstas no mencionado
com acréscimo de no mínimo 75% ... sobre o valor normal. verbete sumular. Recurso de embargos não conhecido, nos temas
Portanto, entendo que o mesmo adicional deve ser aplicado às epigrafados. RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE
horas decorrentes da violação ao intervalo do art. 384, da CLT, pois REVISTA. INTERVALO DE 15 MINUTOS PARA DESCANSO DA
estas possuem a mesma natureza jurídica das demais horas MULHER. ART. 384 DA CLT. RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO
suplementares. FEDERAL DE 1988. NÃO CONCESSÃO. EFEITOS. PAGAMENTO
REFORMO para acrescer a condenação e determinar a aplicação COMO EXTRA DO PERÍODO CORRESPONDENTE. 1. A Eg.
do adicional convencional de 75% para as horas extras decorrentes Turma não conheceu do recurso de revista da reclamada, ao
da violação ao intervalo do art. 384 da CLT." registro de que "A não fruição do intervalo para descanso, previsto
no art. 384 da CLT, enseja condenação ao pagamento do período
De acordo com a iterativa, notória e atual jurisprudência doTribunal correspondente como extra, ainda que o lapso já tenha sido pago
Superior do Trabalho, o artigo 384 da Consolidação das Leis do em razão do labor extraordinário. Entendimento contrário acabaria
Trabalho, que garante repouso de 15 (quinze) minutos às mulheres por esvaziar o comando inserto na norma que trata de medida de
trabalhadoras na hipótese de prorrogação da jornada de trabalho, higiene, saúde e segurança do trabalho". 2. Esta Corte Superior, por
foi recepcionado pela Constituição Federal.Sua inobservância gera meio de seu Tribunal Pleno, ao julgamento do IIN-RR-1540/2005-
efeitos jurídicos e não apenasinfração de natureza administrativa. 046-12-00, em 17.11.2008, concluiu que o art. 384 da CLT foi
Nesse sentido, as seguintes ementas de julgados da Subseção 1 recepcionado pela Constituição Federal de 1988. 3. A inobservância
do intervalo previsto no aludido preceito consolidado não configura O recurso de revista não se viabiliza por divergência jurisprudencial
mera infração administrativa, implicando o pagamento, como extra, porque não há identidade entre a premissa fática delineada no
do período correspondente. Precedentes desta Subseção. 4. acórdão e aquelas retratadas nos arestos paradigmas. Afinal, os
Incidência do art. 894, §2º, da CLT. Recurso de embargos não paradigmas não abordam a previsão, em cláusula de acordo
conhecido. ( E-ED-ARR - 248300-31.2008.5.02.0007 , Relator coletivo,da porcentagem aser aplicada ao adicional de horas
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, Data de Julgamento: extras.Aplica-se o item I da Súmula 296 do Tribunal Superior do
18/02/2016, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Trabalho.
Data de Publicação: DEJT 26/02/2016) Denego.
RECURSO DE EMBARGOS. TRABALHO DA MULHER.
INTERVALODO ART. 384 DA CLT. HORAS EXTRAORDINÁRIAS. DIREITO COLETIVO / ACORDO E CONVENÇÃO COLETIVOS DE
O c. Tribunal Pleno desta c. Corte, por força da Súmula Vinculante TRABALHO / MULTA CONVENCIONAL.
nº 10 do e. STF, na apreciação da inconstitucionalidade do artigo Alegação(ões):
384da CLT, conforme Incidente de Inconstitucionalidade em - violação do(s) inciso XXVI do artigo 7º da Constituição Federal.
Recurso de Revista, consagrou a tese de que o artigo 384 da CLT, - violação da(o) artigo 611 da Consolidação das Leis do Trabalho.
ao garantir o descanso apenas à mulher, não ofende o princípio da - divergência jurisprudencial.
isonomia, face às desigualdades inerentes à jornada da O Recorrente alega que "a reincidência do descumprimento de sua
trabalhadora, em relação a do trabalhador. Precedentes da c. SDI-1. norma deve ser de acordo com a validade da convenção, e não de
Embargos conhecidos e desprovidos. OPOSIÇÃO DE EMBARGOS forma mensal". Pede o afastamento da condenação ao pagamento
DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS. MULTA DO ART. 538, de multa convencional mensal.
PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. APLICAÇÃO PELA C. TURMA.
Diante da tese da c. Turma de que houve intuito protelatório da Fundamentos do acórdão recorrido:
reclamada, aplicando multa de 1%, conforme previsto no parágrafo "Com razão.
único do art. 538 do CPC, não há como se entender pela existência As Normas Coletivas, ao tratarem da multa convencional,
de conflito jurisprudencial entre decisão da SBDI-1 que verificou a estabelecem o seguinte (por exemplo, cláusula 71ª - ACT
ausência de caráter protelatório dos embargos de declaração e 2013/2014 - fl. 155):
afastou a aplicação da multa. Embargos não conhecidos. (E-ED-RR Pelo descumprimento de qualquer das cláusulas acordadas, fica a
- 112900-25.2007.5.04.0007; Relator Ministro Aloysio Corrêa da Empresa infratora obrigada a pagar multa equivalente a 10% (dez
Veiga; DEJT 18/05/2012.); por cento) do salário normativo, que reverterá em favor da parte
RECURSO DE EMBARGOS. RECURSO DE REVISTA. prejudicada, seja empregado, seja o Sindicato Profissional. Tal
INTERVALO DO ART. 384 DA CLT. RECEPÇÃO PELA penalidade caberá para cada cláusula descumprida, para cada
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. A controvérsia em torno da infração, inclusive em reincidência.
adequação constitucional do art. 384 da CLT veio a ser dirimida por O Autor logrou horas extras e reflexos pelo labor em infringência ao
esta Corte em 17/11/2008, ocasião em que se decidiu pela intervalo do art. 384 da CLT.
observância da norma consolidada. Nesse esteio, o A cláusula convencional alusiva às horas extras é do seguinte teor
descumprimento do intervalo previsto no artigo 384 da CLT não (ACT 2013/2014, por exemplo, fl. 132):
importa mera penalidade administrativa, mas enseja o pagamento CLÁUSULA DÉCIMA TERCEIRA - HORAS EXTRAS
de horas extras correspondentes àquele período, tendo em vista As horas extraordinárias serão remuneradas da seguinte maneira:
tratar-se de medida de higiene, saúde e segurança do trabalhador. - de segunda a sábado, quando normal o expediente nestes dias,
Precedentes. Recurso de embargos não provido. (E-RR - 688500- com acréscimo de no mínimo 75% ... sobre o valor normal.
25.2008.5.09.0652; Relator Ministro: Horácio Raymundo de Senna Constato, nos Holerites de fls. 319 e seguintes, que a Autora
Pires; DEJT 24/06/2011); recebia, habitualmente, remuneração pelo labor extraordinário, com
HORAS EXTRAS DECORRENTES DO INTERVALO DO ART. 384 adicional de 75%.
DA CLT. Discute-se nos autos o direito de a reclamante perceber Esta E. Turma entende que, em casos como este, o mero
como extras o pagamento do intervalo previsto no art. 384 da CLT, deferimento, em Juízo, de diferenças de horas extras não implica no
quando não usufruído, sob o enfoque de que esse dispositivo não reconhecimento de que a cláusula convencional, que, apenas, fixou
fôra sido recepcionado pela vigente ordem constitucional e em face adicional extraordinário, restou infringida. Ocorre que a Ré nunca
do princípio da isonomia inserto no art. 5º, I, da Carta Política. O efetuou pagamento de horas extras por infringência ao intervalo do
Tribunal Pleno decidiu, por maioria, rejeitar o incidente de art. 384 da CLT. Então, concluo que, efetivamente, houve
inconstitucionalidade do art. 384 da CLT, suscitado no RR- infringência à cláusula convencional alusiva ao labor extraordinário.
1.540/2005-046-12-00.5. No presente caso, ficou registrado na Outrossim, os Instrumentos Normativos são expressos em
decisão de primeiro grau ser incontroverso que a reclamante determinar a incidência da multa convencional "para cada cláusula
gozava de um único intervalo de uma hora e não usufruía o de 15 descumprida, para cada infração, inclusive em reincidência", o que
minutos antes do início da jornada extraordinária, dessa forma, faz reputo que deve ser observado. No mesmo sentido, inclusive,
ela jus ao pagamento do intervalo previsto no art. 384 da CLT como decidiu esta E. Turma, no v. Acórdão dos Autos da RTOrd nº
extra. Recurso de embargos conhecido e não provido. (E-ED-RR - 0000689-54.2014.5.09.0656, Sessão de 27-06-2017, de minha
43900-23.2007.5.01.0038; Relator Ministro Horácio Raymundo de Relatoria.
Senna Pires; DEJT 09/04/2010). A r. Sentença já determinou a observância do artigo 412 do Código
De acordo com os fundamentos expostos no acórdão, o adicional Civil.
de horas extras corresponde a 75%, posto que assim está Então, REFORMO para acrescer a condenação, no tocante às
previstona cláusula 13ª doACT 2013/2014, a qual deve ser multas convencionais (uma para cada cláusula descumprida, para
observada. Assim não se vislumbra possível contrariedade à cada infração, inclusive em reincidência)."
súmula 65 do TRT da 4ª Região.
Não se vislumbra possível violação ao artigo 611 da CLT porque Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
não foi atendida a exigência do prequestionamento. O Colegiado Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a
não se pronunciou a respeito da sua aplicação à hipótese dos vigência do CPC/2015:
autos, tampouco solucionou a controvérsia à luz dessas normas.
Aplicam-se a Orientação Jurisprudencial 118 da Subseção I "EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
Especializada em Dissídios Individuais e a Súmula 297, ambas do EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
Tribunal Superior do Trabalho. CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
Não se constata possível ofensa ao dispositivo constitucional TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO
apontado pela parte recorrente. Violação, se houvesse, seria TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM.
meramente reflexa, o que é insuficiente para autorizar o seguimento POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
do recurso de revista, de acordo com as reiteradas decisões da impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes,
Superior do Trabalho (AIRR - 1000615-14.2015.5.02.0471 , confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
Relatora Ministra: Maria Helena Mallmann, Data de Julgamento: pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
25/10/2017, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 27/10/2017, AIRR Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
- 55641-78.2004.5.09.0091, julgado em 24.2.2010, Relatora Ministra ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
Maria de Assis Calsing, 4ª Turma, DEJT de 5.3.2010; RR - 17800- a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
25.2006.5.02.0301, julgado em 14.10.2009, Relatora Ministra Rosa ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
Maria Weber, 3ª Turma, DEJT de 13.11.2009). pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
A alegação de divergência jurisprudencial não viabiliza o recurso. interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
De acordo com o artigo 896, § 8º, da CLT, incluído pela Lei A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
13.015/2014, a parte que recorre deve mencionar "... as técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
confrontados". Não tendo a parte recorrente observado o que razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
determina o dispositivo legal, é inviável o processamento do recurso Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
de revista. Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
Denego. SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
CONCLUSÃO PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
Denego seguimento. 26-10-2016)
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0000298-56.2017.5.09.0022
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
somente aos processos ajuizados após a vigência da Lei os seus pressupostos de admissibilidade.
13.467/2017, o que não é o presente caso." No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per
Na Justiça do Trabalho, nas lides decorrentes da relação de relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo
emprego (artigo 5º da Instrução Normativa nº 27/2005 do TST), os Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a
honorários advocatícios, antes da reforma trabalhista, não eram confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão
devidos às partes pelo princípio da sucumbência (artigos 20 e 21 do objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido
CPC). Também, não possui aplicação a Lei 8.906/1994. processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os
Curvo-me ao entendimento antes pacificado desta e. Turma, de que seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
o art. 14 da Lei nº 5.584/70 trazia os dois requisitos necessários Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
para a concessão dos honorários advocatícios: a assistência por 1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011,
sindicato da categoria profissional e a comprovação de percepção Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de
de salário inferior ao dobro do mínimo legal, ou encontrar-se o Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100
empregado em situação econômica que não lhe permita demandar -34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. A Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017;
orientação estabelecida pela Súmula nº 219, mantida pela Súmula AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016,
nº 329, ambas do C. TST, confirma a exigência de preenchimento Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT
de ambos os pressupostos, além da sucumbência. 18/03/2016.
No presente caso, não se verifica a ocorrência concomitante dos Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
requisitos da Lei nº 5.584/1970 bem como, os pressupostos Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a
constantes das aludidas Súmulas nºs 219 e 329 do C. Tribunal vigência do CPC/2015:
Superior do Trabalho, uma vez que o autor não está assistido por
entidade sindical. "EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
Ademais, é do trabalhador a opção de contratar advogado que não EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
seja credenciado por sua entidade sindical de classe, além do fato CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
de continuar vigendo o jus postulandi nesta Justiça Especial. Ao não TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO
buscar a assistência judiciária pelo sindicato da categoria, deixa o TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM.
autor de fazer jus aos honorários assistenciais ou advocatícios. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
Por isso mesmo não cabe condenação nem mesmo de forma impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
indenizada. Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes,
Nada a deferir. confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
Mantenho." pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
De acordo com os fundamentos expostos no acórdão, "no presente ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
caso, não se verifica a ocorrência concomitante dos requisitos da a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
Lei nº 5.584/1970 bem como, os pressupostos constantes das ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
aludidas Súmulas nºs 219 e 329 do C. Tribunal Superior do pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
Trabalho, uma vez que o autor não está assistido por entidade interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
sindical". O entendimento adotado pela Turma encontra respaldo na A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
Súmula 219 do Tribunal Superior do Trabalho. técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
Por haver convergência entre a tese adotada no acórdão recorrido e utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
a Súmula do Tribunal Superior do Trabalho, não se vislumbra razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
possível violação de disposições de lei federal e divergência Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
jurisprudencial (Súmula 333 do TST). Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
Denego. SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
CONCLUSÃO PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
Denego seguimento. 26-10-2016)
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
da 2ª Ré (Rumo Malha Sul), sendo esta a real beneficiária dos tomadora em face da má escolha daquele a quem contratou, posto
serviços prestados. que este (contratado), de modo ilícito e ilegal, inadimpliu obrigações
Nada obstante a licitude da terceirização, a responsabilização do trabalhistas perante terceiros (empregados), gerando dano.
tomador de serviços, ainda que de forma subsidiária, tem como Não se cogita, tampouco, de afronta ao princípio da legalidade. Na
escopo a alteridade do empregador, pois a ordem justrabalhista verdade, não há fundamento legal para isentar o tomador de
impõe-lhe exclusiva responsabilidade pelos riscos decorrentes de serviços de responsabilidade sob o argumento de que, quando
sua atividade, de forma que nenhum prejuízo do negócio possa ser contratou a prestadora, havia prova de sua idoneidade financeira e
imposto aos trabalhadores. que a superveniência de irregularidades não poderia ser evitada por
A responsabilidade subsidiária decorre do entendimento sua vigilância. A questão se resume na impossibilidade de deixar
jurisprudencial consolidado no âmbito desta Justiça especializada, descoberta a situação do trabalhador que despendeu mão de obra
no sentido de que, descumpridas obrigações trabalhistas pelo em favor da empresa, com a legítima expectativa de receber o
empregador prestador dos serviços, cabe a condenação subsidiária salário. Trata-se, afinal, de resguardar direitos de terceiros que,
do tomador dos serviços, desde que tenha participado da relação também por culpa do tomador, sofreram lesão pelo descumprimento
processual e conste também do título executivo judicial. de obrigações por parte da empresa prestadora. Logo, não há
Note-se que a responsabilidade da empresa tomadora de serviços é afronta ao artigo 5º, inciso II, da Magna Carta, ou ao art. 265 do
subsidiária e objetiva, vale dizer, pouco importa se o contrato entre CCB, em virtude de que a condenação subsidiária tem como
os Réus foi ou não lícito; basta existir a relação de causalidade principal fundamento os princípios constitucionais que pugnam pela
entre a conduta e o resultado para que exsurja a responsabilidade valorização do trabalho humano e a culpa in eligendo e in vigilando.
da tomadora de serviços. Aliás, nem poderia ser diferente, na O reconhecimento de responsabilidade do tomador dos serviços,
medida em que se beneficiou diretamente da prestação de serviços seja em relação a entes públicos ou empresas privadas, tem como
do Autor. objetivo evitar que o risco do empreendimento seja indevidamente
A responsabilidade subsidiária imputada à empresa tomadora dos transferido ou dividido com o empregado. Se, depois de haver
serviços não afronta o artigo 5º, II, da Constituição Federal, pois a despendido a força de trabalho, o trabalhador não recebe a
jurisdição não se aperfeiçoa apenas por meio de normas contraprestação, ou parte dela, a solução só pode vir do liame entre
positivadas, mas também por meio da analogia, dos costumes e dos o tomador de serviços e o prestador. Conquanto resista a tomadora,
princípios gerais do direito (artigo 4º da Lei de Introdução às trata-se de ligação inafastável, pouco importando, por exemplo, a
Normas do Direito Brasileiro). Não há afronta ao art. 8º, § 2º, da regularidade da contratação da empresa prestadora de serviços.
CLT, ademais, uma vez que a Súmula citada não cria obrigação não Descumprida obrigação trabalhista, impõe-se a responsabilidade
prevista em lei. subsidiária do tomador dos serviços.
Se, de um lado, a terceirização vem sendo estimulada, com vistas a Ora, se o tomador usufrui da força laborativa do trabalhador, não lhe
reduzir os alarmantes índices de desemprego, de outro lado a é dado permanecer isento de responsabilidades, em especial pela
contraprestação do trabalho executado pelo trabalhador (fonte de evidente fragilidade apresentada pela maioria das empresas
sua subsistência) não pode ficar à mercê da sorte, sendo, portanto, prestadoras de serviços, muitas sem suporte financeiro para arcar
razoável que o beneficiário de seus serviços seja chamado à com as responsabilidades oriundas do contrato de trabalho. Essa
responsabilidade patrimonial. responsabilidade decorre do ordenamento jurídico pátrio e de
Tal entendimento tem por finalidade precípua assegurar ao menos princípios que inspiram o Direito do Trabalho, em especial a
favorecido a garantia de seus direitos. Não se impõe prejuízo ao proteção ao trabalhador que se vê frustrado em seus direitos, seja
tomador dos serviços, posto que este dispõe de melhores por quem formalizou o contrato e conduziu a prestação dos
condições, notadamente no campo jurídico, para ressarcir-se dos serviços, seja por quem se beneficiou dela.
pagamentos eventualmente realizados em decorrência da decisão A responsabilidade subsidiária pela satisfação dos créditos
da Justiça do Trabalho. trabalhistas implica o compromisso de pagar o total devido à parte
Eventuais disposições contratuais estabelecidas entre as empresas Obreira, incluindo verbas indenizatórias, rescisórias e multas
envolvidas somente operam efeitos entre as contratantes e não convencionais. Se a real empregadora não cumpriu seu dever
servem como argumento para isenção da responsabilidade quanto jurídico, as parcelas devidas, aí incluídas as multas, devem ser
ao crédito de natureza alimentar do Reclamante. Ademais, a pagas pelo devedor subsidiário, independentemente de ter
intermediação havida não pode afastar a responsabilidade da contratado a parte Autora.
tomadora, beneficiária dos serviços. Em consequência, sendo a 2ª O entendimento deste Colegiado é de que a condenação subsidiária
Ré beneficiária direta da prestação dos serviços do Reclamante, a do tomador dos serviços, de caráter patrimonial, abrange todas as
responsabilidade é subsidiária, e deverá abranger todas as verbas parcelas devidas, inclusive as de caráter indenizatório-punitivo,
da condenação. como verbas rescisórias, multas do FGTS (40%) e arts. 467 e 477
Há que se considerar o fato de o tomador haurir benefícios advindos da CLT e previstas em instrumentos coletivos, não ofendendo o art.
da força produtiva, nascidos do labor também em prol dele 279 do Código Civil vigente. Ainda que não seja a responsável
realizado, benefícios aqueles que propiciam retorno econômico para principal, não havendo recolhimentos fiscais e previdenciários pela
o tomador, fazendo com que a figura do empregado de interposta 1ª Reclamada, como devedora subsidiária deve arcar também com
pessoa desponte como fonte de riqueza também do tomador; esse tais verbas, não havendo subsídio legal para sua tese de que não
fato o torna devedor subsidiário, sob pena de restarem feridos os poderia ser condenada também ao pagamento de verbas devidas a
princípios magnos de valorização do trabalho humano, alçados à terceiros.
dignidade de garantia constitucional (inciso IV, art. 1º; art. 170; art. Friso, também, a Orientação Jurisprudencial 24, item XXII, da
193). Seção Especializada deste Nono Regional:
A responsabilidade subsidiária, outrossim, não decorre da "OJ EX SE - 24: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS.
inidoneidade financeira da empregadora que fornece os serviços, EXECUÇÃO. (RA/SE/001/2009, DEJT divulgado em 12.05.2009)
mas da culpa in vigilando e/ou in eligendo em que incorreu a (...)
XXII - Responsabilidade do devedor subsidiário. Alcance. Na Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017;
declaração de responsabilidade subsidiária por haveres trabalhistas, AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016,
ainda que não expresso no título, incluem-se os encargos Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT
previdenciários devidos, por pertencerem, de igual forma, à esfera 18/03/2016.
obrigacional do empregador inadimplente. (ex-OJ EX SE 121)" Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
Destaco a jurisprudência do TST: Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a
"AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE vigência do CPC/2015:
REVISTA. PROCESSO REGIDO PELA LEI Nº 13.015/2014.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ABRANGÊNCIA. MULTA DO "EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. O reconhecimento da responsabilidade EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
subsidiária abrange a integralidade das verbas decorrentes da CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
condenação referentes ao período da prestação laboral, inclusive TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO
quanto àquelas que detêm caráter de penalidade, TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM.
independentemente da natureza (acessória ou principal) da POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
obrigação contratual. Incidência da Súmula 331, VI, do TST. Agravo impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
não provido." (Ag-AIRR - 407-35.2016.5.10.0812, Relator Ministro: Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes,
Douglas Alencar Rodrigues, Data de Julgamento: 23/05/2018, 5ª confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
Turma, Data de Publicação: DEJT 25/05/2018). pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
Não há razões para a reforma. Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
É preciso que fique claro, por fim, que não se está a discutir a ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
legalidade ou não da terceirização. A razão da condenação a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
subsidiária da tomadora dos serviços não está em nada relacionada ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
a esta discussão, nem mesmo colocada nos autos. Por este motivo pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
mostra-se desnecessário o exame da Lei 8.987/1995. interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
Pelo exposto, mantenho." A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
Diante do quadro fático retratado no julgado, não suscetível de ser técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
reexaminado nesta fase processual, infere-se que o entendimento utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
está em consonância com a Súmula 331, IV, do Tribunal Superior razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
do Trabalho. Assim, o recurso de revista não comporta seguimento Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
por possível violação a dispositivos da legislação federal ou por Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
divergência jurisprudencial (Súmula 333 do TST). SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
Denego. 07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
CONCLUSÃO PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
Denego seguimento. 26-10-2016)
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
empresa prestadora de serviços para a execução recair sobre os Publicação: DEJT 10/08/2018).
bens do responsável subsidiário. Esse entendimento jurisprudencial,
cuja aplicação foi endossada, tem como objetivo resguardar os Há de se destacar, ainda, que a jurisprudência do Supremo Tribunal
direitos do trabalhador e, nesta premissa, estabelecer a Federal também é uniforme no sentido de que "a técnica da
responsabilidade das empresas contratantes. Há precedentes. fundamentação per relationem, na qual o magistrado se utiliza de
Recurso de revista não conhecido." (RR-1395-81.2011.5.03.0018, trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como razão de
Ac. 6ª Turma, Relator Ministro Augusto César Leite de Carvalho, in decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
DEJT 28.4.2017); Constituição Federal" (RHC 130542 AgR/SC, Relator Ministro
"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. Roberto Barroso, Julgamento: 07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira
EXECUÇÃO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ORDEM DE Turma, DJe-228 de 26/10/2016).
CONSTRIÇÃO DE BENS. A jurisprudência deste Tribunal Superior Pelo exposto, nego provimento ao agravo de instrumento, na forma
é firme no sentido de que, em fase de execução, a devedora do art. 932, III e IV, "a", do CPC/2015.
principal, seus sócios e a responsável subsidiária estão no mesmo Por fim, ressalto às partes que o entendimento que prevalece na
nível de responsabilidade, sem ordem de preferência para a Quarta Turma deste Tribunal Superior é no sentido da aplicabilidade
execução, sendo suficiente, portanto, para o redirecionamento da da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.
execução ao devedor subsidiário, o inadimplemento da obrigação Publique-se.
por parte do devedor principal. Agravo de instrumento conhecido e Brasília, 21 de fevereiro de 2020.
não provido." (AIRR-5335-69.2014.5.01.0482, Ac. 8ª Turma,
Relatora Ministra Dora Maria da Costa, in DEJT 27.9.2019).
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Por fim, esclareço que a jurisprudência pacífica desta Corte ALEXANDRE LUIZ RAMOS
Superior é no sentido de que a confirmação integral da decisão Ministro Relator
recorrida por seus próprios fundamentos não implica vício de
fundamentação, nem desrespeito às cláusulas do devido processo Processo Nº AIRR-0000423-47.2018.5.09.0585
legal, do contraditório ou da ampla defesa, como se observa dos Complemento Processo Eletrônico
ilustrativos julgados: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa,
Agravante MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO DO
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data PINHAL
de Julgamento: 16/03/2016, Relator Ministro José Roberto Freire Advogado Dr. Alysson Henrique Venâncio
Pimenta, 2ª Turma, DEJT 18/03/2016; AgR-AIRR-78400- Rocha(OAB: 35546/PR)
50.2010.5.17.0011, Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Agravado LUIZ AMARO DOS SANTOS
Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT Advogado Dr. Renan Borges de Medeiros(OAB:
65049/PR)
11/04/2017; Ag-AIRR-1903-02.2012.5.03.0112, Data de
Julgamento: 28/02/2018, Relator Ministro Breno Medeiros, 5ª
Intimado(s)/Citado(s):
Turma, Data de Publicação: DEJT 09/03/2018; AIRR-1418-
- LUIZ AMARO DOS SANTOS
16.2012.5.02.0472, Data de Julgamento: 30/03/2016, Relatora
- MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO DO PINHAL
Ministra Kátia Magalhães Arruda, 6ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 01/04/2016; Ag-AIRR-61600-46.2007.5.02.0050, Data de
Julgamento: 07/10/2015, Relator Ministro: Cláudio Mascarenhas Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da
Brandão, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 16/10/2015; AgR- Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
AIRR - 453-06.2016.5.12.0024, Data de Julgamento: 23/08/2017, qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto.
Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, 8ª Turma, Data de O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
Publicação: DEJT 25/08/2017. É o breve relatório.
Na mesma linha é o seguinte e recente julgado da Quarta Turma do Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à
Tribunal Superior do Trabalho: análise do apelo.
"AGRAVO. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no
MOTIVAÇÃO. PER RELATIONEM. NÃO PROVIMENTO. A adoção exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo
da técnica de fundamentação per relationem atende à exigência de 896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
motivação das decisões proferidas pelos órgãos do Poder interposto, sob os seguintes fundamentos:
Judiciário, consoante a jurisprudência consolidada do Supremo
Tribunal Federal, trazida à colação na própria decisão agravada PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
(STF-ARE 657355- Min. Luiz Fux, DJe-022 de 01/02/2012). Assim, Recurso tempestivo (decisão publicadaem 23/04/2019 - fl./Id. ;
não se vislumbra a nulidade apontada, pois a v. decisão encontra- recurso apresentado em 16/05/2019 - fl./Id. f541819).
se devidamente motivada, tendo como fundamentos os mesmos Representaçãoprocessual regular(Súmula 436, itens I e II, do
adotados pela Vice-Presidência do egrégio Tribunal Regional Tribunal Superiordo Trabalho).
quando do exercício do juízo de admissibilidade a quo do recurso Isento de preparo (artigos 790-A da Consolidação das Leis do
de revista, que, por sua vez, cumpriu corretamente com seu mister, Trabalhoe 1º, inciso IV, doDecreto-lei 779/1969).
à luz do artigo 896, § 1º, da CLT. Afasta-se, portanto, a apontada PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
afronta aos artigos 5º, LV, da Constituição Federal e 489, § 1º, II, III CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO.
e IV, do NCPC. Agravo a que se nega provimento" (Ag-AIRR-148- Alegação(ões):
67.2014.5.06.0021, Relator Ministro Guilherme Augusto Caputo O Recorrente pretende rediscutir a questão atinente ao regime
Bastos, Data de Julgamento: 02/08/2018, 4ª Turma, Data de aplicável à parte autora.
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação que, nada obstante a oposição dos pertinentes embargos de
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC declaração, o egrégio Colegiado não emitiu pronunciamento
01-02-2017) explícito acerca de pontos essenciais ao deslinde da controvérsia.
Dispõe o artigo 93, IX, da Constituição Federal, que todos os
Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e
de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do fundamentadas as decisões e, da leitura dos acórdãos, verifica-se
CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de que a egrégia Turma analisou todas as questões mediante decisão
instrumento. suficientemente motivada, não havendo que se falar em omissão de
Publique-se. pronunciamento.
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. De outra parte, decisão desfavorável não pode ser confundida com
decisão insuficiente ou omissa.
A tal modo, não se evidencia nenhuma mácula aos dispositivos
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) invocados.
CAPUTO BASTOS RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR / INDENIZAÇÃO
Ministro Relator POR DANO MORAL / LIMITAÇÃO DE USO DO BANHEIRO.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR / INDENIZAÇÃO
Processo Nº AIRR-0001824-82.2018.5.10.0802 POR DANO MORAL / VALOR ARBITRADO.
Complemento Processo Eletrônico Alegação(ões):
Relator Min. Guilherme Augusto Caputo - violação do(s) inciso V do artigo 5º; inciso LV do artigo 5º; inciso X
Bastos
do artigo 5º, da Constituição Federal.
Agravante TEL CENTRO DE CONTATOS LTDA.
- violação do(s) artigo 186 do Código Civil; artigo 187 do Código
Advogada Dra. Cyntia Maria de Possídio Oliveira
Lima(OAB: 15654/BA) Civil; artigo 927 do Código Civil; artigo 944 do Código Civil; artigo
Agravado DIONEIDE RODRIGUES DE 926 do Código de Processo Civil de 2015.
OLIVEIRA - divergência jurisprudencial: .
Advogada Dra. Flávia Paulo dos Santos Aegr. Turma manteve a decisão em que se concluiu que a
Oliveira(OAB: 6951/TO)
reclamada incorreu em ilícito capaz de ferir a dignidade da
reclamante, quando determinava a restrição do uso de banheiro. Eis
Intimado(s)/Citado(s):
a ementa:
- DIONEIDE RODRIGUES DE OLIVEIRA "RESTRIÇÃO AO USO DO BANHEIRO. DANO MORAL. A conduta
- TEL CENTRO DE CONTATOS LTDA. da reclamada de limitar o tempo de uso do banheiro aos seus
empregados acarreta ofensa à dignidade do trabalhador, o que
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da enseja a reparação por dano moral."
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da Insurge-se a ré contra essa decisão, almejando excluir a parcela da
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto. condenação ou, alternativamente, reduzir o valor da indenização
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos. deferida.
É o breve relatório. Depreende-se do acórdão hostilizado, que o egrégioColegiado, ao
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à analisar o acervo probatório, concluiu pela existência do direito à
análise do apelo. indenização por danos morais e, ponderando o grau de lesividade
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no da conduta empresarial, sua condição financeira e o dano
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo (potencial) causado à reclamante, manteve o valor da reparação em
896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então R$10.000,00.
interposto, sob os seguintes fundamentos: Nesse contexto, nos termos em que proposta a pretensão recursal,
qualquer alteração no julgado exigiria, sem dúvida, o revolvimento
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS de fatos e provas, o que, no atual estágio, é defeso a teor do que
Tempestivo o recurso (publicação em 03/07/2019 - ciência via dispõe a Súmula nº 126/TST.
sistema; recurso apresentado em 15/07/2019 - fls. 392). Por fim, o valor arbitrado a título de indenização encontra-se em
Regular a representação processual (fls. 343 e 345). consonância com os princípios da razoabilidade e da
Satisfeito o preparo (fl(s). 229, 279, 270 e 432). proporcionalidade, consoante os fundamentos expostos no acórdão
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS objurgado.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / ATOS Dessarte, afastam-se as alegações deduzidas.
PROCESSUAIS / NULIDADE / NEGATIVA DE PRESTAÇÃO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO / RECONHECIMENTO
JURISDICIONAL. DE RELAÇÃO DE EMPREGO.
Alegação(ões): Alegação(ões):
- contrariedade à(ao) : Súmula nº 459 do Tribunal Superior do - violação do(s) artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal.
Trabalho. - violação do(s) artigo 3º da Consolidação das Leis do Trabalho;
- violação do(s) inciso IX do artigo 93; inciso LIV do artigo 5º; inciso artigo 818 da Consolidação das Leis do Trabalho; inciso I do artigo
LV do artigo 5º, da Constituição Federal. 373 do Código de Processo Civil de 2015; inciso III do artigo 374 do
- violação do(s) artigo 832 da Consolidação das Leis do Trabalho; Código de Processo Civil de 2015.
inciso IV do artigo 489 do Código de Processo Civil de 2015; inciso - divergência jurisprudencial: .
VI do artigo 489 do Código de Processo Civil de 2015. Aegr. Turma manteve a decisão que reconheceu a existência de
Com supedâneo nos artigos alhures indicados, a reclamada suscita vínculo empregatício no período anterior ao registrado na carteira
a nulidade do acórdão por negativa de prestação jurisdicional. Aduz de trabalho. Eis a ementa lançada no acórdão:
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0000488-46.2017.5.10.0004
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
Agravante SEBBA INDUSTRIAL MOVELEIRA
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas EIRELI - ME
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a Advogado Dr. Nathaniel Victor Monteiro de
vigência do CPC/2015: Lima(OAB: 39473/DF)
Advogado Dr. Bruno Ladeira Junqueira(OAB:
40301/DF)
"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
Agravado LUCIANO MENDES DE SOUSA
EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO.
Advogado Dr. Aldenor de Souza e Silva(OAB: efetuado, desde a interposição do recurso de revista, o recolhimento
20238-A/DF)
do depósito recursal. O art. 899, § 10, da CLT isenta do
Advogado Dr. Clinston Antônio Fernandes
Caixeta(OAB: 46275/DF) recolhimento do depósito recursal "os beneficiários da justiça
gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação
Intimado(s)/Citado(s): judicial". Não obstante referida disposição, prevalece nesta Corte
- LUCIANO MENDES DE SOUSA Superior o entendimento de que, "no caso de pessoa jurídica, para
- SEBBA INDUSTRIAL MOVELEIRA EIRELI - ME a concessão da assistência judiciária gratuita não basta a mera
declaração: é necessária a demonstração cabal de impossibilidade
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da de a parte arcar com as despesas do processo" (Súmula 463, II,
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da desta Corte). No caso, a reclamada alega a impossibilidade de arcar
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto. com as despesas processuais, mas não traz nenhuma
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos. comprovação nesse sentido. Assim, não há como deferir o pedido
É o breve relatório. de concessão da assistência judiciária gratuita, restando deserto o
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à agravo de instrumento. Agravo de instrumento de que não se
análise do apelo. conhece." (Processo ARR - 11719-66.2016.5.03.0112 Data de
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no Julgamento 10/04/2019, Relatora Desembargadora Convocada
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo Cilene Ferreira Amaro Santos, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT
896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então 12/04/2019).
interposto, sob os seguintes fundamentos: "AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE
REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014 E
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DA IN Nº 40. PESSOA JURÍDICA. REQUERIMENTO DE
Tempestivo o recurso (publicação em 14/08/2019 - fls. VIA BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. NÃO COMPROVAÇÃO DE
SISTEMA; recurso apresentado em 26/08/2019 - fls. 308). INSUFICIÊNCIA FINANCEIRA. DESERÇÃO DO RECURSO
Regular a representação processual (fls. 24 e 249). ORDINÁRIO E DO RECURSO DE REVISTA. NÃO
Requer a recorrente seja-lhe concedida a gratuidade de justiça, RECOLHIMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS E DO DEPÓSITO
namedida em que passa por extrema dificuldade financeira, sem o RECURSAL. Na decisão monocrática não foi conhecido o agravo de
recurso necessáriopara opagamento das custas do processo. instrumento e foi afastada a análise da transcendência ante o não
Excepcionalmente, o col. TST tem admitido a possibilidade de preenchimento de pressuposto extrínseco de admissibilidade. A
extensão da gratuidade de justiça às pessoas jurídicas, mitigando- parte não comprovou a incapacidade econômica para a isenção de
se a interpretação restritiva da Lei nº 1.060/50, desde que haja recolhimento de depósito recursal e de custas. No caso de pessoa
prova inequívoca nos autos da impossibilidade de a parte arcar com jurídica se exige prova, não havendo presunção de incapacidade
as custas processuais, não sendo suficiente a mera declaração de econômica, conforme a jurisprudência pacífica. Por outro lado, a
miserabilidade jurídica. concessão do benefício da justiça gratuita não implicaria isenção do
Nesse sentido, o item II da Súmula 463 do TST: pagamento do depósito recursal, visto que este não tem a natureza
"ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO de despesa processual, mas de garantia do juízo. Assim, tendo em
(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 304 da SBDI-1, com vista que a reclamada não comprovou, no prazo legal, o
alterações decorrentes do CPC de 2015) - Res. 219/2017, DEJT recolhimento das custas processuais (art. 789, § 1º, da CLT) e do
divulgado em 28, 29 e 30.06.2017 - republicada - DEJT divulgado depósito recursal (art. 899, § 1º, da CLT c/c Súmula nº 245 do TST),
em 12, 13 e 14.07.2017 referentes ao recurso ordinário e recurso de revista, nego
I-(...) provimento ao agravo. Agravo a que se nega provimento, com
II - No caso de pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é aplicação de multa." (Processo Ag-AIRR - 11301-
necessária a demonstração cabal de impossibilidade de a parte 86.2016.5.03.0029, Data de Julgamento 03/04/2019, Relatora
arcar com as despesas do processo." Ministra Kátia Magalhães Arruda, 6ª Turma, Data de Publicação
Nesse sentido, ainda, o §4º do art. 790 da CLT, introduzido pela Lei DEJT 05/04/2019).
13.467/2017: "I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DA
"§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que PRIMEIRA RECLAMADA - INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI N°
comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas 13.015/2014 E DO NCPC - PESSOA JURÍDICA - JUSTIÇA
do processo." GRATUITA - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE
No caso, a reclamada não juntou aos autos nenhuma prova a fim de RECOLHIMENTO DE CUSTAS E DEPÓSITO RECURSAL -
demonstrar de forma inequívoca a sua incapacidade para arcar com DESERÇÃO. 1. A Agravante não comprovou o pagamento do
as despesas do processo. depósito referido no art. 899, § 7º, da CLT. 2. Nos termos do art. 20
Ademais, ainda que fosse concedida a justiça gratuita à recorrente, da Resolução nº 221 do TST, de 21/6/2018, que editou a Instrução
o benefício somente alcançaria o pagamento das custas Normativa n°41 do TST: "as disposições contidas nos §§ 4º, 9º, 10 e
processuais, jamais o depósito recursal, que não tem a natureza 11 do artigo 899 da CLT, com a redação dada pela Lei nº
jurídica de despesa processual a que alude o artigo 3º da Lei nº 13.467/2017, serão observadas para os recursos interpostos contra
1.060/50, mas de garantia do juízo da execução. Nesse sentido, as decisões proferidas a partir de 11 de novembro de 2017."
trago à baila os seguintes precedentes: (sublinhei). 3. Desse modo, inaplicável na presente hipótese o
"AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMADA. LEI 13.467/2017. parágrafo 10 do art. 899 da CLT, acrescentado pela Lei nº
BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. PESSOA JURÍDICA. 13.467/17, segundo o qual "são isentos do depósito recursal os
AUSÊNCIA DE DEPÓSITO RECURSAL. DESERÇÃO DO beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as
AGRAVO DE INSTRUMENTO. O agravo de instrumento interposto empresas em recuperação judicial", uma vez que o acórdão
pela reclamada se encontra deserto, na medida em que não recorrido fora publicado em 25/5/2017, ou seja, antes da vigência da
aludida Lei e sob a égide da antiga sistemática processual. 5. A Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da
concessão do benefício da justiça gratuita não abarca o depósito ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
recursal, que não ostenta a natureza de taxa judiciária. Julgados. a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
Agravo de Instrumento não conhecido." (Processo: AIRR - 20627- ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
59.2015.5.04.0811 Data de Julgamento: 27/03/2019, Relatora pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
Ministra: Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, 8ª Turma, Data de interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
Publicação: DEJT 29/03/2019). A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
Desse modo, ausente a comprovação exigida, indefiro o benefício técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
da justiça gratuita a demandada. E,diante da ausênciado depósito utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
recursal,denego seguimento ao recurso, por deserto. razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
Registre-se, por oportuno, a inaplicabilidade do contido no art. Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
1.007, § 2º, do CPC ao caso sob exame, pois não houve Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
comprovação em valor insuficiente, mas sim a não comprovação do SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
recolhimento. 07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
CONCLUSÃO PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
Ante o exposto, DENEGO seguimento ao recurso de revista. 26-10-2016)
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0000494-23.2018.5.10.0811
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
Agravante VOTORANTIM CIMENTOS N/NE
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas LTDA.
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a Advogado Dr. Cléber Dal Rovere Peluzo
vigência do CPC/2015: Abreu(OAB: 192411/SP)
Agravado ANGELO CUSTODIO OLIVEIRA DA
SILVA
"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
Advogada Dra. Raniele Maria Oliveira da Silva e
EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA, Dutra(OAB: 11757/PA)
CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO. Advogado Dr. Amarildo Messias Maciel(OAB:
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO 6199/TO)
TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM. Agravado VIGNIS S.A. E OUTRAS
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a Advogado Dr. Bruno Dessimoni Ribolli(OAB:
386217/SP)
impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de
Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes,
Intimado(s)/Citado(s):
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do
- ANGELO CUSTODIO OLIVEIRA DA SILVA
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
- VIGNIS S.A. E OUTRAS - violação do(s) artigo 195 da Consolidação das Leis do Trabalho;
- VOTORANTIM CIMENTOS N/NE LTDA. artigo 818 da Consolidação das Leis do Trabalho; inciso I do artigo
373 do Código de Processo Civil de 2015.
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da A egr. Turma manteve a decisão em que se deferiuao reclamante o
Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da pedido de pagamento do adicional de insalubridade.
qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto. Insurge-se a empresa Votorantim Cimentos N/NE S/A contra essa
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos. decisão, mediante as alegações alhures citadas, almejando o
É o breve relatório. processamento do recurso de revista.
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à No entanto, rever o entendimento manifestado peloColegiado,nos
análise do apelo. termos em que proposta a pretensão recursal, implicaria,
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no inevitavelmente, no reexame do contexto fático-probatório, o que é
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo defeso (Súmula nº 126 doTST).
896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então Além disso,conforme preceitua o artigo 896, § 9º, da CLT, a
interposto, sob os seguintes fundamentos: admissibilidade do recurso de revista nas causas sujeitas ao
procedimento sumaríssimo está condicionada à demonstração
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS inequívoca de violência direta à Constituição Federal ou
Tempestivo o recurso (publicação em 23/07/2019 - fls. CC74887; contrariedade à súmula de jurisprudência do colendo Tribunal
recurso apresentado em 30/07/2019 - fls. 74d27ae). Superior do Trabalho ou à súmula vinculante do excelso Supremo
Regular a representação processual (fls. 2a6cdf4). Tribunal Federal. Dessa forma, incabível a análise de ofensa à
Satisfeito o preparo (fl(s). 79abc00, b868ac9, 2c6fb7e e fc32b15). legislação infraconstitucional e do dissenso pretoriano.
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / PARTES E
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA / SUBSIDIÁRIA. PROCURADORES / SUCUMBÊNCIA / HONORÁRIOS
Alegação(ões): ADVOCATÍCIOS.
- violação do(s) artigo 818 da Consolidação das Leis do Trabalho; Alegação(ões):
inciso I do artigo 373 do Código de Processo Civil de 2015. - contrariedade à(s) Súmula(s) Súmula nº 219; Súmula nº 329 do
- divergência jurisprudencial: . colendo Tribunal Superior do Trabalho.
Aegr. Turma manteve a decisão quereconheceu a Por fim, aTurma ratificou a decisão que deferiu o pagamentode
responsabilidade subsidiária daempresa Votorantim Cimentos honorários advocatícios no importe de 10%.
N/NE S/A, nos termos da Súmula nº 331, V,do TST. O acórdão, na Em sede de recurso de revista, almeja a empresa Votorantim
fração de interesse, foi assim ementado: Cimentos N/NE S.A, mediante as alegações mencionadas, a
"Inequívoco que houve a prestação de serviços de fornecimento de reforma do acórdão.
mão de obra para a segunda reclamada pela primeira, como já Todavia, observa-se que a conclusão alcançada pelaTurma está
salientado. em sintonia com o disposto na Súmula nº 219, I, do TST, tornando
Nesse contexto, restou demonstrado que o reclamante, na condição inviável o processamento do recurso de revista, a teor da Súmula nº
de empregado da primeira demandada, prestou serviços em 333/TST e do art. 896, § 7º, da CLT.
benefício da ora recorrente para atender às obrigações derivadas CONCLUSÃO
do contrato celebrado pelas empresas demandadas. Ante o exposto, DENEGO seguimento ao recurso de revista.
A hipótese dos autos, portanto, é de terceirização de serviços, o que
atrai a aplicação do entendimento consubstanciado no inciso IV, da A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese,
Súmula 331/TST, que dispõe: 'O inadimplemento das obrigações ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do
trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT.
subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, Sem razão.
desde que haja participado da relação processual e conste também Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de
do título executivo judicial.'" instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se
Recorre de revista a empresa Votorantim Cimentos N/NE S/A, manifestamente inadmissível.
mediante as alegações alhures destacadas, objetivando afastar a Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os
responsabilidade subsidiária decretada. fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto
Ressalte-se que, conforme preceitua o artigo 896, § 9º, da CLT, a acerto, adoto como razões de decidir.
admissibilidade do recurso de revista nas causas sujeitas ao Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A,
procedimento sumaríssimo está condicionada à demonstração caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida
inequívoca de violência direta à Constituição Federal ou a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o
contrariedade à súmula de jurisprudência do colendo Tribunal processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos
Superior do Trabalho ou à súmula vinculante do excelso Supremo os seus pressupostos de admissibilidade.
Tribunal Federal. Dessa forma, incabível a análise de ofensa à No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per
legislação infraconstitucional e do dissenso pretoriano. relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo
No mais, o acórdão está em perfeita harmonia com a jurisprudência Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a
cristalizada na Súmula nº 331, IV, do TST. confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão
Nego, pois, seguimento ao recurso. objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os
REMUNERAÇÃO, VERBAS INDENIZATÓRIAS E BENEFÍCIOS / seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
ADICIONAL / ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
Alegação(ões): 1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011,
RAYMAR PEREIRA, quanto a testemunha PRYSCILLA ISHIKAWA, ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo,
não presenciaram o acidente, inclusive, na ocasião dos a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
depoimentos, ambos não laboravam na Empresa recorrida, ou seja, ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
totalmente contrario aos princípios legais a conclusão do Julgador pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da
em considerar apenas como verdade absoluta o depoimento de interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4.
testemunha PRYSCILLA ISHIKAWA". Defende, ainda, a A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
inexistência de nexo causal entre o acidente e a relação de técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
trabalho. utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como
Entretanto, a análise do recurso,nos termos em que propostos no razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da
arrazoado, reclamaria o revolvimento de fatos e provas, vedado Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5.
pela Súmula nº 126/TST. Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR /
Dessarte, orecurso de revista não merece seguimento, diante do SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento:
contido nas Súmulas n.ºs 126. 07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação
CONCLUSÃO PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC
Ante o exposto, DENEGO seguimento ao recurso de revista. 26-10-2016)
A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese, "EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" -
ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a
recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT. interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
Sem razão. técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional
Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da
instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso -
manifestamente inadmissível. controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas -
Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" -
fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não
acerto, adoto como razões de decidir. provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207
Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A, AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:
caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida 06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação
a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC
processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos 01-02-2017)
os seus pressupostos de admissibilidade.
No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso
relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do
Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de
confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão instrumento.
objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido Publique-se.
processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os Brasília, 28 de fevereiro de 2020.
seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0000093-34.2018.5.09.0073
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
Agravante MUNICÍPIO DE CÂNDIDO DE ABREU
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas
Advogado Dr. Luiz Guilherme Piancastelli(OAB:
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a 90180/PR)
vigência do CPC/2015: Agravado SONIA VIEIRA DOS SANTOS BRYK
Advogado Dr. Renan Matheus Mendes(OAB:
"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO 66142/PR)
EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA,
CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO. Intimado(s)/Citado(s):
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO - MUNICÍPIO DE CÂNDIDO DE ABREU
TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM. - SONIA VIEIRA DOS SANTOS BRYK
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a
impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da
Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes, Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto.
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da É o breve relatório.
Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os
análise do apelo. fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante
A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade
896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então aponte.
interposto, sob os seguintes fundamentos: A parte recorrente não observou o que determina o inciso I, porque
transcreveu trechos do acórdão que não englobam todos os motivos
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS e fundamentos adotados pela Turma na análise da matéria.
Recurso tempestivo (decisão publicadaem 23/05/2019 - fl./Id. ID. A transcrição de apenas parte do acórdão, como se verifica nas
03c7b93; recurso apresentado em 05/06/2019 - fl./Id. ID. 124ee36). razões do recurso, não supre a exigência legal. A parte que recorre
Representaçãoprocessual regular(Súmula 436, itens I e II, do deve reproduzir o trecho da decisão que lhe foi desfavorável, em
Tribunal Superiordo Trabalho). que constem todos os motivos e fundamentos adotados pela Turma,
Isento de preparo (artigos 790-A da Consolidação das Leis do o que não foi observado.
Trabalhoe 1º, inciso IV, doDecreto-lei 779/1969). No sentido do acima exposto são os seguintes precedentes do
Tribunal Superior do Trabalho: TST-AIRR-1160-68.2014.5.02.0073,
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em
TRANSCENDÊNCIA 14/12/2016, 7ª Turma, acórdão publicado no DEJT de 03/02/2017;
Nos termos do artigo 896-A da Consolidação das Leis do Trabalho, TST-RR-18177-29.2013.5.16.0020 1ª Turma, Relator Ministro
cabe ao Tribunal Superior do Trabalho analisar se a causa oferece Walmir Oliveira da Costa, acórdão publicado no DEJT de
transcendência em relação aos reflexos gerais de natureza 29/04/2016; TST-AIRR-104-15.2014.5.08.0014, 2ª Turma, Relatora
econômica, política, social ou jurídica. Ministra Maria Helena Mallmann, acórdão publicado no DEJT de
Art. 896-A. .......................................................... 06/05/2016; TST-AIRR-10033-37.2014.5.14.0101, 3ª Turma, Relator
§ 1o São indicadores de transcendência, entre outros: Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, acórdão
I - econômica, o elevado valor da causa; publicado no DEJT de 29/04/2016; TST-AIRR-10982-
II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência 58.2014.5.14.0005, 4ª Turma, Relator Ministro João Oreste
sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Dalazen, acórdão publicado no DEJT de 29/04/2016; TST-AIRR-163
Federal; -91.2013.5.11.0551, 5ª Turma, Relator Ministro João Batista Brito
III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social Pereira, acórdão publicado no DEJT de 22/04/2016; TST-AIRR-
constitucionalmente assegurado; 1410-22.2013.5.07.0001, 6ª Turma, Relator Ministro Augusto César
IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação Leite de Carvalho, acórdão publicado no DEJT de 06/05/2016; TST-
da legislação trabalhista. AIRR-11680-81.2014.5.03.0163, 7ª Turma, Relator Ministro Cláudio
§ 2o Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao Brandão, acórdão publicado no DEJT de 04/03/2016.
recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo É inviável o conhecimento do recurso de revista porque a parte
agravo desta decisão para o colegiado. recorrente não atendeu o inciso I do § 1º-A do artigo 896 da
§ 3o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter Consolidação das Leis do Trabalho.
transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre
a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão. CONCLUSÃO
§ 4o Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do Denego seguimento.
recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que
constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal. A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese,
§ 5o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do
de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT.
transcendência da matéria. Sem razão.
§ 6o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Na forma do artigo 932, III e IV, "a", do CPC/2015, o agravo de
Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise instrumento não merece seguimento, tendo em vista mostrar-se
dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não manifestamente inadmissível.
abrangendo o critério da transcendência das questões nele Isso porque a parte agravante não logra êxito em infirmar os
veiculadas." fundamentos da d. decisão agravada, os quais, pelo seu manifesto
acerto, adoto como razões de decidir.
PRESCRIÇÃO / FGTS. Cumpre destacar que, a teor do preceito contido no artigo 896-A,
Alegação(ões): caput, da CLT, ainda que numa análise preliminar seja reconhecida
O recorrente pede o reconhecimento da prescrição quinquenal das a transcendência da causa, tal circunstância não autoriza o
parcelas referentes ao FGTS. processamento do recurso de revista, porquanto não preenchidos
os seus pressupostos de admissibilidade.
A Lei 13.015/2014 acrescentou o § 1º-A ao artigo 896 da No que concerne à possibilidade de adoção da motivação per
Consolidação das Leis do Trabalho: relationem, registre-se que a atual jurisprudência deste colendo
§ 1º-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte: Tribunal Superior do Trabalho tem-se orientado no sentido de que a
I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o confirmação jurídica e integral das razões adotadas na decisão
prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista; objeto de impugnação não configura desrespeito ao devido
II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, os
dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal seguintes precedentes: Ag-AIRR-125-85.2014.5.20.0004, Data de
Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional; Julgamento: 19/04/2017, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa,
1ª Turma, DEJT 24/04/2017; AgR-AIRR-78400-50.2010.5.17.0011, Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
Data de Julgamento: 05/04/2017, Relator Ministro: Alexandre de CAPUTO BASTOS
Souza Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 11/04/2017; Ag-AIRR-33100 Ministro Relator
-34.2007.5.02.0255, Data de Julgamento: 29/03/2017, Relator
Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 31/03/2017; Processo Nº AIRR-0001030-91.2018.5.10.0016
AIRR-2017-12.2013.5.23.0091, Data de Julgamento: 16/03/2016, Complemento Processo Eletrônico
Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT Relator Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos
18/03/2016.
Agravante SINDICATO DOS SERVIDORES E
Convém trazer à colação, ainda, os seguintes precedentes das duas EMPREGADOS DA ADMINISTRAÇÃO
Turmas do excelso Supremo Tribunal Federal, julgados após a DIRETA, FUNDACIONAL, DAS
AUTARQUIAS, EMPRESAS
vigência do CPC/2015: PÚBLICAS E SOCIEDADES DE
ECONOMIA MISTA DO DISTRITO
FEDERAL - SINDSER
"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO
Advogado Dr. Fábio Fontes Estillac Gomez(OAB:
EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA, 34163/DF)
CORRUPÇÃO ATIVA E FALSIDADE DO DOCUMENTO. Agravado GETULIO MONTEIRO DA SILVA
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INTERCEPTAÇÃO Advogado Dr. Carlos Silon Rodrigues
TELEFÔNICA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONENM. Gebrim(OAB: 16288/DF)
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Após a Agravado COMPANHIA URBANIZADORA DA
NOVA CAPITAL DO BRASIL -
impetração do habeas corpus perante o Superior Tribunal de NOVACAP
Justiça, sobreveio a sentença condenatória dos recorrentes, Advogado Dr. Alessandro Lima Pires(OAB:
confirmada em grau de apelação, o que prejudica a análise do 26082/DF)
pedido veiculado nestes autos. 2. A orientação jurisprudencial do
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o trancamento da Intimado(s)/Citado(s):
ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de logo, - COMPANHIA URBANIZADORA DA NOVA CAPITAL DO
BRASIL - NOVACAP
a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente
- GETULIO MONTEIRO DA SILVA
ausência de justa causa. Precedentes. 3. Os fundamentos adotados
- SINDICATO DOS SERVIDORES E EMPREGADOS DA
pelas instâncias de origem evidenciaram a necessidade da ADMINISTRAÇÃO DIRETA, FUNDACIONAL, DAS AUTARQUIAS,
interceptação telefônica, com apoio em dados objetivos da causa. 4. EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
DO DISTRITO FEDERAL - SINDSER
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que "A
técnica da fundamentação per relationem, na qual o magistrado se
utiliza de trechos de decisão anterior ou de parecer ministerial como Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a d. decisão da
razão de decidir, não configura ofensa ao disposto no art. 93, IX, da Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, por meio da
Constituição Federal" (RHC 116.166, Rel. Min. Gilmar Mendes). 5. qual foi denegado seguimento ao recurso de revista interposto.
Agravo regimental a que se nega provimento." (RHC 130542 AgR / O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou nos autos.
SC, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento: É o breve relatório.
07/10/2016, Órgão Julgador: Primeira Turma, Publicação Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 25-10-2016 PUBLIC análise do apelo.
26-10-2016) A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho, no
exercício do juízo prévio de admissibilidade, à luz do § 1º do artigo
"EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM "HABEAS CORPUS" - 896 da CLT, denegou seguimento ao recurso de revista então
alegada falta de fundamentação do ato decisório que determinou a interposto, sob os seguintes fundamentos:
interceptação telefônica - inocorrência - decisão que se valeu da
técnica de motivação "per relationem' - legitimidade constitucional PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
dessa técnica de fundamentação - pretendido reconhecimento da Tempestivo o recurso (publicação em 26/07/2019 - fls. ; recurso
ausência de indícios quanto à autoria do fato delituoso - apresentado em 06/08/2019 - fls. ).
controvérsia que implica exame aprofundado de fatos e provas - Regular a representação processual (fls. b850f61).
inviabilidade dessa análise na via sumaríssima do "habeas corpus" - A análise do preparo será realizada conjuntamente com o mérito do
parecer da douta procuradoria-geral da república pelo não recurso.
provimento do agravo - recurso de agravo improvido." (RHC 126207 PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
AgR/RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Julgamento: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / RECURSO /
06/12/2016, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação PREPARO / DESERÇÃO.
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-017 DIVULG 31-01-2017 PUBLIC Alegação(ões):
01-02-2017) - contrariedade à(ao) : item III da Súmula nº 128 do Tribunal
Superior do Trabalho.
Ante o exposto, confirmada a ordem de obstaculização do recurso - contrariedade à (ao): Orientação Jurisprudencial nº 269 da SBDI-
de revista, com amparo nos artigos 932, III e IV, "a" c/c 1.011, I, do I/TST; Orientação Jurisprudencial nº 304 da SBDI-I/TST.
CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento ao agravo de - violação do(s) inciso XXXV do artigo 5º; inciso LXXIV do artigo 5º
instrumento. da Constituição Federal.
Publique-se. - violação da (o) §3º do artigo 790 da Consolidação das Leis do
Brasília, 28 de fevereiro de 2020. Trabalho; artigo 4º da Lei nº 1060/1950.
- divergência jurisprudencial: .
A egr. Turma não conheceu do recurso interposto pelo SINSER-DF,
por deserção, aos seguintes fundamentos: Assim, inviável o exame da divergência jurisprudencial, bem como
"JUSTIÇA GRATUITA. SINDSER. da violação à norma infraconstitucional.
A Juíza do Trabalho MARTHA FRANCO DE AZEVEDO julgou No que tange aos benefícios da justiça gratuita, verifica-se que o
procedentes os pedidos deduzidos na presente ação. tema exige o exame das normas infraconstitucionais que
Irresignado, o SINDSER interpôs recurso ordinário. Contudo, não disciplinam a matéria, o que não se viabiliza, a teor do §9º, do art.
comprovou o recolhimento das custas e do depósito recursal. 899 da CLT. A alegação de que "os documentos juntados nesta
Em seu recurso, o recorrente requereu o deferimento da justiça peça, demonstram a hipossuficiência do Sindicato",não se
gratuita ao argumento de que está impossibilitado de arcar com o sustenta, na medida em que o recorrente não juntou nenhum
ônus advindo da presente demanda. documento junto com seu recurso de revista.
Contudo, o recurso do SINDSER não passa pelo crivo da Inviável, pois, o processamento do apelo, a teor da Súmula 333 do
admissibilidade. Embora exista a possibilidade de concessão de TST.
justiça gratuita à pessoa jurídica, alcançando inclusive o depósito Em face do ora decidido, resta obstado o examedos demais temas
recursal (§ 10 do art. 899 da CLT), na hipótese dos autos não houve recursais.
a efetiva comprovação da impossibilidade da parte arcar com as CONCLUSÃO
despesas do processo. Ante o exposto, DENEGO seguimento ao recurso de revista.
Vejamos.
Dispõe a Súmula 463 do TST o seguinte: A parte agravante, em suas razões recursais, assinala, em síntese,
"ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO ter demonstrado os pressupostos legais de admissibilidade do
(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 304 da SBDI-1, com recurso de revista, conforme disposto no artigo 896 da CLT.
alterações decorrentes do CPC de 2015) - Res.