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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito

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Processo civil - Recurso

Direito Processual Civil


Recursos

O dia de Corpus Christi é considerado feriado local para fins de comprovação da


tempestividade recursal
O dia de Corpus Christi é feriado local, considerando que não é previsto em lei federal. Por essa
razão, a ausência de expediente forense em tal data deve ser comprovada pela parte recorrente,
no momento da interposição do recurso, por meio de documento idôneo.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 2.439.111-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 6/2/2024
(Info 800).

Não haverá pagamento de honorários advocatícios recursais se, no julgamento do recurso,


houve sucumbência recíproca
A majoração dos honorários de sucumbência prevista no art. 85, § 11, do CPC pressupõe que o
recurso tenha sido integralmente desprovido ou não conhecido pelo tribunal, monocraticamente
ou pelo órgão colegiado competente. Não se aplica o art. 85, § 11, do CPC em caso de provimento
total ou parcial do recurso, ainda que mínima a alteração do resultado do julgamento e limitada a
consectários da condenação.
STJ. Corte Especial.REsp 1.864.633-RS, REsp 1.865.223-SC e REsp 1.865.553-PR, Rel. Min. Paulo
Sérgio Domingues, julgados em 9/11/2023 (Recurso Repetitivo – Tema 1059) (Info 795).

Se a parte interpõe agravo interno sem impugnar, especificamente, os fundamentos da decisão


agravada, esse agravo não será conhecido, com aplicação de multa

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O recurso que insiste em não atacar especificamente os fundamentos da decisão recorrida


seguidamente é manifestamente inadmissível (dupla aplicação do art. 932, III, do CPC/2015),
devendo ser penalizado com a multa de 1%, sobre o valor atualizado da causa, prevista no art.
1.021, §4º, do CPC/2015.
STJ. 2ª Turma.AgInt no AREsp 2.400.714-PR, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
7/11/2023 (Info 795).

O art. 942 do CPC deve ser aplicado no julgamento não unânime dos embargos de declaração
na hipótese em que, do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão de
apelação unânime, surge divergência que altera o resultado inicial
A técnica de julgamento ampliado do art. 942 do CPC aplica-se aos aclaratórios opostos ao
acórdão de apelação quando o voto vencido nascido apenas nos embargos for suficiente para
alterar o resultado inicial do julgamento, independentemente do desfecho não unânime dos
declaratórios (se rejeitados ou se acolhidos, com ou sem efeito modificativo) (STJ. 3ª Turma. REsp
1786158-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
25/08/2020. Info 678).
No caso concreto ocorreu o seguinte: Sentença procedente em favor de José. A União interpôs
apelação. Em dezembro de 2015, o TRF, por maioria, deu provimento à apelação. Não se aplicou o
art. 942 porque quando a apelação foi julgada, ainda não tinha entrado em vigor o CPC/2015. José
opôs embargos de declaração. O TRF, por maioria, negou provimento aos embargos de
declaração. O julgamento dos embargos foi concluído na vigência do CPC/2015.
Mesmo assim não se deve aplicar o art. 942. Isso porque o julgamento dos embargos de
declaração não alterou o resultado do acórdão do recurso de apelação. A apelação tinha sido
julgada por maioria e o julgamento dos embargos também foi por maioria.
STJ. 2ª Turma. AREsp 2.214.392-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 3/10/2023 (Info 790).

A doença do advogado da parte pode ser invocada como justa causa para a devolução do prazo
recursal?
A doença que acomete o advogado somente pode constituir justa causa para autorizar a
interposição tardia de recurso se, sendo o único procurador da parte, estiver o advogado
totalmente impossibilitado de exercer a profissão ou de substabelecer o mandato a colega seu
para recorrer da decisão.
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1.223.183-RS, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 2/10/2023 (Info
15 – Edição Extraordinária).

A ausência de expediente forense no Dia da Consciência Negra deve ser comprovada pela
parte, no momento da interposição do recurso?

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Entendimento anterior:
O dia 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) não é considerado feriado nacional, mas, sim,
feriado local, o qual deve ser comprovado no momento da interposição do recurso, não se
admitindo a comprovação posterior.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 1.490.251-AL, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
2/10/2023 (Info 790).

Entendimento atual:
Depois do julgado acima, foi aprovada a Lei 14.759, de 21 de dezembro de 2023, que declara como
feriado nacional o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra:
Art. 1º Fica declarado feriado nacional o dia 20 de novembro, para a celebração do Dia Nacional de
Zumbi e da Consciência Negra.

Requisitos para que o art. 1.025 do CPC/2015 seja aplicado


Para a aplicação do art. 1.025 do CPC/2015 e para o conhecimento das alegações da parte em
sede de recurso especial, é necessário:
a) a oposição dos embargos de declaração na Corte de origem;
b) a indicação de violação do art. 1.022 do CPC/2015 no recurso especial; e,
c) a matéria deve ser:
i) alegada nos embargos de declaração opostos;
ii) devolvida a julgamento ao Tribunal a quo e;
iii) relevante e pertinente com a matéria.
A previsão do art. 1.025 do CPC/2015 não invalidou o enunciado 211 da Súmula do STJ
(Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos
declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo).
STJ. 2ª Turma. EDcl no AgInt no AREsp 2.222.062-DF, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em
21/8/2023 (Info 785).

É desnecessário aguardar o trânsito em julgado para a aplicação do paradigma firmado em


sede de recurso repetitivo
Não é necessário aguardar o trânsito em julgado para a aplicação do paradigma firmado em sede
de recurso repetitivo ou de repercussão geral.
STJ. 2ª Turma.AgInt no REsp 2.060.149-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 8/8/2023 (Info
782).

Se a parte interpõe o recurso errado, percebe o equívoco e, ainda dentro do prazo, maneja o
recurso correto, ambos os recursos não serão conhecidos

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A preclusão consumativa pela interposição de recurso enseja a inadmissibilidade do segundo


inconformismo interposto pela mesma parte e contra o mesmo julgado, pouco importando se o
recurso posterior é o adequado para impugnar a decisão e tenha sido interposto antes de
decorrido o prazo recursal.
Caso hipotético: o advogado interpôs agravo de instrumento; ocorre que o recurso correto era
apelação; o advogado, percebendo o equívoco, interpôs apelação, dentro do prazo, com os
mesmos argumentos; tanto o agravo de instrumento como a apelação não serão conhecidos.
STJ. 3ª Turma.REsp 2.075.284-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 8/8/2023 (Info 782).

Os embargos de declaração interrompem o prazo apenas para a interposição de recurso, não


sendo possível conferir interpretação extensiva ao art. 1.026 do CPC a fim de estender o
significado de recurso a quaisquer defesas apresentadas
Situação hipotética: no curso do processo de execução movida por João contra Pedro, após
resolver alguns incidentes, o juiz determinou a intimação do executado para que efetuasse o
pagamento do débito em 15 dias, sob pena de aplicação de multa de 10% e de honorários de 10%
para a nova fase. Pedro opôs embargos de declaração alegando coisa julgada, sob o argumento
de que a matéria discutida na ação já havia sido debatida em outro processo.
Os embargos de declaração foram rejeitados. Na mesma decisão, o juiz reabriu prazo para que o
executado apresentasse impugnação, se assim desejasse. O magistrado reabriu o prazo
invocando uma interpretação extensiva do art. 1.026 do CPC: “Os embargos de declaração (...)
interrompem o prazo para a interposição de recurso.”
Para o STJ, o juiz não agiu corretamente.
Não cabe interpretação extensiva da regra contida no art. 1.026 do CPC, sob pena de verdadeira
usurpação da função legislativa pelo Poder Judiciário, tendo em vista que o termo “recurso” não dá
margem para o intérprete validamente extrair o sentido de “defesa ajuizada pelo devedor”.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.822.287-PR, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 6/6/2023 (Info
780).

É possível a oposição de embargos de divergência fundado em acórdão paradigma do mesmo


órgão julgador que proferiu a decisão embargada?
A oposição de embargos de divergência fundado em acórdão paradigma do mesmo órgão
julgador que proferiu a decisão embargada somente é admitida quando houver a alteração de
mais da metade dos seus membros.
CPC/Art. 1.043 (...) § 3º Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da
mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido
alteração em mais da metade de seus membros.
STJ. 2ª Seção. AgInt nos EAREsp 2.095.061-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 30/5/2023
(Info 780).

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Argumentos em obiter dictum não se prestam a caracterizar divergência jurisprudencial para


fins de embargos de divergência
No caso concreto, o voto condutor do acórdão embargado não apreciou o mérito do recurso
especial em razão de óbices processuais (súmulas 211/STJ e 283/STF), tendo se limitado a fazer
simples referências às razões do Tribunal local sem qualquer juízo de valor quanto à sua
procedência. O voto-vista, apesar de aventar, em obiter dictum, a possibilidade de tese distinta
daquela adotada no acórdão do Tribunal local, acabou se alinhando integralmente ao voto
condutor no sentido do não conhecimento do recurso especial.
Logo, não tendo a Turma do STJ debatido e tampouco firmado entendimento acerca do mérito do
recurso especial, não admite a interposição de embargos de divergência, a teor do que dispõe a
Súmula 315/STJ.
STJ. 1ª Seção.EREsp 1.695.521-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 24/5/2023 (Info
778).

O juiz tem o dever de provocar a parte para a regularização do preparo, indicando, inclusive,
qual o equívoco deverá ser sanado
O CPC/2015, inspirado no princípio da primazia do julgamento de mérito (art. 4º), voltado à
superação de vícios processuais sanáveis, passou a admitir a regularização do preparo não só na
hipótese de recolhimento a menor do respectivo valor, mas, também, nos casos de ausência de
comprovação do recolhimento no ato da interposição do recurso. É o que dispõem os §§ 2º e 4º
do art. 1.007.
Dessa forma, caso o recorrente, no momento da interposição do recurso, não comprove o
recolhimento do preparo ou efetue o pagamento de valor insuficiente, terá o direito de ser
intimado, antes do reconhecimento da deserção.
Assim, pode-se dizer que o juiz tem o dever de provocar a parte para a regularização do preparo -
indicando, inclusive, qual o equívoco deverá ser sanado, em consonância com o princípio da
cooperação (art. 6º do CPC). Essa iniciativa processual é indispensável para que se possa
reconhecer a deserção.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.818.661-PE, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 23/5/2023 (Info
778).

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O STJ não analisa os fundamentos que levaram o Tribunal de origem (TJ/TRF) a aplicar multa
pelo caráter protelatório dos embargos de declaração; isso porque tal análise, em recurso
especial, exigiria revolvimento fático-probatório, o que é proibido pela Súmula 7
A análise dos fundamentos que ensejaram a aplicação da multa pela interposição de embargos de
declaração considerados protelatórios pela Corte de origem, demanda o revolvimento dos
elementos fático-probatórios constantes dos autos, o que se mostra inviável por via especial, ante
o óbice do enunciado da Súmula n. 7 do STJ.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AgRg no REsp 1.232.574-SC, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
22/5/2023 (Info 11 – Edição Extraordinária).

Não cabe agravo interno contra decisão que, ao reconhecer que houve em agravo em recurso
especial a integral refutação dos fundamentos adotados no juízo de admissibilidade feito na
origem, determina a sua reautuação como recurso especial
Exemplo hipotético: João ajuizou ação contra o Estado-membro. O pedido foi julgado
improcedente e a sentença mantida pelo TJ. Inconformado, João interpôs recurso especial. O
recurso foi inadmitido pelo Vice-Presidente do TJ. Contra essa decisão, João interpôs agravo em
recurso especial (art. 1.042 do CPC).
O Ministro do STJ, por decisão monocrática, não conheceu o agravo alegando que houve violação
ao princípio da dialeticidade recursal, previsto no art. 932, III, do CPC.
João não concordou e interpôs agravo interno. Em juízo de retratação, o Ministro deu provimento
ao agravo interno para reconsiderar a decisão agravada e determinar a reautuação do feito para
recurso especial. Contra essa decisão, o Estado-membro interpôs agravo interno.
O agravo interno não foi conhecido pela Turma do STJ.
A decisão que, ao reconhecer que houve, em agravo em recurso especial, a integral refutação dos
fundamentos adotados no juízo de admissibilidade feito na origem, determina a sua reautuação
como recurso especial não importa prejuízo à parte contrária. Em outras palavras, a decisão do
Ministro que mandou “subir” o Resp não gerou prejuízo ao Estado-membro. Isso porque essa
decisão se limita a determinar o processamento regular do recurso especial. Esse recurso especial
ainda será analisado pela Turma que poderá, inclusive, fazer uma nova análise da admissibilidade
e, com isso, em novo juízo denegatório.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AgInt no AREsp 2.119.020-CE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 22/5/2023 (Info 781).

Não cabem embargos de declaração contra decisão de presidente do tribunal que não admite
recurso especial
O agravo é o único recurso cabível contra a decisão que não admite o recurso especial. Logo, não
cabem embargos de declaração contra essa decisão.
Por serem incabíveis, caso a parte oponha os embargos, estes não irão suspender ou interromper
o prazo para a interposição do agravo do art. 1.042 do CPC/2015.
Como consequência, a parte perderá o prazo para o agravo.

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Em suma: a oposição de embargos de declaração não interrompe o prazo para a interposição de


agravo em recurso especial, único recurso cabível contra decisão que não admite o seguimento
deste último.
STJ. 3ª Turma. AgInt no AREsp 1.216.265-SE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
22/5/2023 (Info 777).

Decisão de Ministro do STJ que determina retorno dos autos ao TJ/TRF para que ali fique
aguardando a tese a ser fixada pelo STF em repercussão geral: irrecorrível
O ato judicial que determina o sobrestamento e o retorno dos autos à Corte de origem, a fim de
que exerça o juízo de retratação/conformação (arts. 1.040 e 1.041 do CPC/2015), não possui
carga decisória e, por isso, constitui provimento irrecorrível.
STJ. 2ª Turma.AgInt no AgInt no AREsp 2.208.198-AM, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 15/5/2023 (Info 778).

A cópia de calendário obtido na página eletrônica do tribunal de origem pode ser considerada
documento idôneo para fins de comprovação de interrupção ou suspensão de prazo processual
As informações processuais disponibilizadas por meio da internet, na página eletrônica de Tribunal
de Justiça ou de Tribunal Regional Federal, ostentam natureza oficial, gerando para as partes que
as consultam a presunção de correção e confiabilidade.
Desse modo, uma vez lançada a informação, no calendário judicial, disponibilizado pelo site do
Tribunal de origem, da existência de suspensão local de prazo, deve ser considerada idônea a
juntada desse documento pela parte, para fins de comprovação do feriado local.
STJ. Corte Especial.EAREsp 1.927.268-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 19/4/2023 (Info 771).

Não é possível restabelecer prazo para apelação, sob alegação de nulidade da intimação, após
o decurso de mais de dois anos do trânsito em julgado da sentença
Caso hipotético: João ingressou com ação contra a empresa Beta.O juiz julgou o pedido
parcialmente improcedente.A requerida Beta opôs embargos de declaração, que foram rejeitados.
A decisão foi proferida em 22/02/2016.No dia 17/03/2016, as partes foram intimadas de forma
eletrônica, na forma do art. 5º da Lei nº 11.419/2006. Como não houve movimentação, os autos
foram baixados. Em 02/03/2018, a requerida Beta compareceu nos autos requerendo a restituição
do prazo para apelação.A empresa alegou que o prazo para recorrer (interpor apelação) seria de
15 dias. No entanto, na intimação do julgamento dos embargos de declaração constou que a parte
teria 10 dias para recorrer. Logo, a intimação induziu a parte em erro. Diante disso, pediu a
devolução do prazo para apelação.
O STJ não concordou com o pedido da parte.
A informação disponibilizada não era do termo final do prazo, mas do prazo em si. Em relação a
esse ponto, embora a contagem do prazo seja complexa, não existe – ou não deveria existir –

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dúvida quanto o prazo para a interposição da apelação, uma vez que se trata de prazo previsto em
lei. Por essa razão, não é razoável crer que o advogado da apelante possa ter sido induzido a erro
diante da informação de que o prazo para apelação seria de 10 dias, quando a lei revela que o
prazo correto é de 15 dias.
Em segundo lugar, depois da intimação, a parte não praticou o ato em nenhum dos prazos
possíveis: o errado (10 dias), anotado na intimação, tampouco o correto (15 dias), previsto
claramente em lei. Ao contrário, permaneceu inerte durante 2 longos anos, aproximadamente.
Diante disso, percebe-se eu houve má-fé da apelante, pois guardou a suposta nulidade da
intimação para suscitá-la apenas muito tempo depois, no momento em que lhe pareceu mais
conveniente.Essa estratégia de permanecer silente, reservando a nulidade para ser alegada em
momento posterior, vem sendo rechaçada há muito tempo pela jurisprudência do STJ, sob a
alcunha de “nulidade de algibeira”.
Ademais, mesmo que a intimação pudesse ser considerada nula, seria imperioso reconhecer que
se operou o trânsito em julgado.
STJ. 3ª Turma. REsp 1833871-TO, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 21/3/2023
(Info 768).

O recorrente deve comprovar o recolhimento do preparo e do porte de remessa e retorno de


acordo com os volumes existentes nos autos no momento da interposição do recurso
O recorrente deve comprovar o recolhimento do preparo e do porte de remessa e retorno de
acordo com os volumes existentes nos autos na interposição do recurso, independentemente da
abertura de novos volumes após a data de protocolização do recurso.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.576.852-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 7/3/2023 (Info 12 –
Edição Extraordinária).

Não há prorrogação do término do prazo recursal se ocorrer eventual indisponibilidade do


sistema eletrônico no Tribunal no curso do período para interposição do recurso
Nos termos do art. 224, § 1º, do CPC, não há que se falar em prorrogação do término do prazo
recursal se ocorrer eventual indisponibilidade do sistema eletrônico no Tribunal no curso do
período para interposição do recurso.
A prorrogação do prazo processual é admitida apenas nas hipóteses em que a indisponibilidade
do sistema coincida com o primeiro ou o último dia do prazo recursal, caso em que o termo inicial
ou final será protraído para o primeiro dia útil seguinte.
Art. 224 (...) § 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro
dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou
iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.
STJ. Corte Especial. AgInt nos EAREsp 1.817.714-SC, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 7/3/2023
(Info 778).

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O embargos de declaração opostos contra acórdão proferido pelo colegiado ampliado (art. 942
do CPC) deverão ser julgados pelo mesmo órgão com colegiado ampliado
O julgamento dos embargos de declaração, quando opostos contra acórdão proferido pelo órgão
em composição ampliada, deve observar o mesmo quórum (ampliado), sob pena de o
entendimento lançado, antes minoritário, poder sagrar-se vencedor.
Ex: a Câmara Cível é composta originariamente por 3 Desembargadores. 2 votaram por negar
provimento à apelação e 1 votou por dar provimento. Houve convocação de 2 novos
Desembargadores (art. 942 do CPC). O placar final pelo colegiado ampliado foi em 3x2. Se forem
opostos embargos de declaração contra este acórdão, eles deverão ser julgados pelo órgão
colegiado ampliado, ou seja, pelos 5 Desembargadores (e não apenas pelo órgão colegiado
originário, com 3 Desembargadores).
STJ. 3ª Turma. REsp 2024874/RS, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 7/3/2023
(Info 766).

O agravo interno é o único recurso cabível contra a decisão que nega seguimento ao recurso
especial ou recurso extraordinário em virtude de o acórdão recorrido estar em consonância
com tese firmada sob o rito dos recursos repetitivos ou da repercussão geral
O único recurso cabível da decisão que nega seguimento aos recursos às instâncias superiores
(STJ e STF), em virtude de o acórdão recorrido estar em consonância com tese firmada sob o rito
dos recursos repetitivos ou da repercussão geral, é o agravo interno, a teor do expressamente
previsto no art. 1.030, § 2º, do CPC.
Não cabe agravo em recurso especial ao STJ contra decisão que nega seguimento ao apelo nobre
com base no art. 1.030, I, “b”, cabendo ao próprio tribunal recorrido, se provocado por agravo
interno, decidir sobre a alegação de equívoco na aplicação do entendimento firmado em sede de
recurso especial representativo da controvérsia.
Não é possível, na hipótese, a aplicação do princípio da fungibilidade recursal, considerando que o
CPC/2015 traz previsão legal expressa para o recurso cabível, não havendo que se falar, portanto,
em dúvida objetiva.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 2.148.444-PB, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 13/2/2023
(Info 11 – Edição Extraordinária).

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Não cabe novo recurso especial contra decisão do Tribunal de origem que, ao julgar agravo
interno, mantém a inadmissibilidade do recurso especial interposto por entender que a decisão
recorrida está em harmonia com precedente qualificado do STF
Não cabe novo recurso especial contra o acórdão que julga agravo interno em face de decisão de
inadmissibilidade fundada na aplicabilidade de precedente qualificado do Supremo Tribunal
Federal que tem o condão de impedir o seguimento não apenas de recurso extraordinário como
também de recurso especial.
STJ. 2ª Turma. REsp 2028321-RN, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, julgado em 06/12/2022
(Info 760).

A tempestividade do recurso especial e do respectivo agravo em recurso especial deve ser


aferida de acordo com os prazos em curso na Corte de origem
O prazo dos recursos interpostos perante a Corte de origem, ainda que estejam endereçados ao
STJ, obedece ao calendário de funcionamento do Tribunal de origem, sendo irrelevante, para a
verificação da tempestividade do recurso, a existência de recesso forense no STJ.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 2118653-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 28/11/2022
(Info Especial 8).

Quando a parte interpõe agravo em recurso especial, deverá juntar a procuração outorgada ao
advogado, mesmo que esse instrumento já conste nos autos do processo principal
A procuração juntada em outro processo conexo ou incidental, não apensado ao principal, não
produz efeito em favor do recorrente no Superior Tribunal de Justiça.
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1806003/RJ, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em
14/11/2022 (Info 760).

Não é possível aceitar carta fiança como depósito prévio do valor da multa (§ 5º do art. 1.021)
em que a instituição financeira figura como fiador e afiançado
Se a parte interpuser um agravo interno manifestamente inadmissível ou improcedente, o órgão
colegiado, por votação unânime, poderá impor ao agravante multa de 1% a 5% do valor atualizado
da causa (§ 4º do art. 1.021 do CPC).
Em regra, se a parte quiser interpor qualquer outro recurso, precisaráfazer o depósito prévio do
valor da multa.
Esse depósito prévio pode ser feito mediante fiança bancária.
Vale ressaltar, contudo, que, se o recorrente for um banco, ele não pode oferecer uma carta de
fiança na qual seja o fiador e, ao mesmo tempo, o afiançado.
Embora se reconheça que a apresentação de carta fiança serve como substituta do pagamento
em dinheiro para fins de cumprimento do art. 1.021, §5º, do CPC, a carta fiança apresentada na

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qual o banco é fiador e afiançado não serve como garantia fidejussória.


STJ. 3ª Turma.REsp 1997043-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/10/2022 (Info 758).

Se o Tribunal de Justiça confirmou a liminar e concedeu a segurança, ainda que tenha afastado
a multa antes cominada, não cabe recurso ordinário para exigir a multa porque o acórdão não
foi denegatório (art. 105, II, b, da CF)
Não cabe recurso ordinário em mandado de segurança com fundamento no art. 105, inciso II,
alínea “b”, da Constituição da República, na hipótese em que houver a concessão da segurança e a
parte impugna capítulo que havia tão-somente excluído a multa cominatória para o cumprimento
da liminar.
STJ. 2ª Turma. RMS 69727-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 18/10/2022 (Info
755).

Se a parte que opôs os embargos de declaração desistiu desse recurso, significa dizer que os
embargos não interromperam o prazo para a interposição de outros recursos
Extintos os embargos de declaração em virtude de desistência posteriormente manifestada, não é
possível sustentar a interrupção do prazo recursal para a mesma parte que desistiu, tampouco a
reabertura desse prazo a contar da intimação do ato homologatório.
STJ. 3ª Turma. REsp 1833120-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 18/10/2022
(Info 762).

Em embargos de divergência não é suficiente que o recorrente apenas indique o Diário da


Justiça em que foi publicado o acórdão paradigma
Em embargos de divergência, a mera indicação do Diário da Justiça em que publicado o acórdão
paradigma não atende à exigência de citação do repositório oficial ou autorizado de
jurisprudência. Isso porque consiste em órgão de divulgação no qual somente é publicada a
ementa do acórdão e não seu inteiro teor, não atendendo assim o art. 1.043, § 4º do CPC.
STJ. Corte Especial. AgInt nos EAREsp 1935286-RJ, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em
11/10/2022 (Info Especial 9).

Não cabem embargos de divergência contra acórdão do STJ proferido em pedido de tutela
provisória manejada para agregar efeito suspensivo a conflito de competência
Os embargos de divergência somente são cabíveis para impugnar acórdão proferido em recurso
especial ou extraordinário.
Não há previsão legal acerca do ajuizamento de embargos de divergência contra acórdão do
Superior Tribunal de Justiça proferido em pedido de tutela provisória para agregar efeito

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suspensivo a conflito de competência.


STJ. Corte Especial. AgInt na Pet 14925-TO, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, julgado em
11/10/2022 (Info 760).

É, em regra, irrecorrível decisão de Ministro do STJ determina retorno dos autos ao TJ/TRF para
que ali fique aguardando a tese a ser fixada pelo STF em repercussão geral
A decisão de retorno dos autos ao tribunal de origem, a fim de que lá seja exercido o juízo de
conformidade (arts. 1.040 e 1.041 do CPC/2015) é irrecorrível, salvo se demonstrado por meio de
requerimento, efetivamente, erro ou equívoco patente.
STJ. 1ª Turma. RCD nos EDcl no AgInt no REsp 1963580-RJ, Rel. Min. Regina Helena Costa,
julgado em 6/10/2022 (Info Especial 8).

Juiz autorizou a adjudicação; parte prejudicada interpôs agravo de instrumento; houve a


transferência da propriedade antes do julgamento do agravo; logo em seguida, foi deferido
efeito suspensivo ao agravo; essa decisão não terá desconstitui o registro
Após a transferência da propriedade com o registro da adjudicação no cartório de registro de
imóveis, o efeito suspensivo concedido posteriormente ao agravo de instrumento interposto pela
União (Fazenda Nacional) não tem o condão de retroagir a fim de atingir a eficácia do registro,
porquanto a desconstituição do ato não pode ser realizada nos autos da execução, sendo
necessária ação anulatória.
A eficácia da decisão sujeita a recurso dotado de efeito suspensivo por determinação legal (ope
legis) fica obstada desde a prolação, perdurando a suspensão até o julgamento do recurso; de
outro lado, as decisões sujeitas a recurso sem efeito suspensivo são capazes de produzir efeitos
desde logo, a partir de sua publicação.
O agravo de instrumento não possui efeito suspensivo (ope legis) e a decisão interlocutória, uma
vez proferida, produz, de imediato, os efeitos que lhe são próprios. Mesmo que interposto o agravo,
não se suspende, de plano, o cumprimento da decisão recorrida.
STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1838866-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/08/2022
(Info 754).

É admissível o recurso cuja petição é impressa, assinada manualmente por causídico


constituído nos autos e digitalizada, e o respectivo peticionamento eletrônico é feito por outro
advogado sem procuração
Caso adaptado: Dr. Pedro, advogado de 82 anos e enfrentando um grave problema de saúde,
elaborou o recurso especial de seu cliente no computador, imprimiu e assinou. Ocorre que Dr.
Pedro não conseguiu fazer o peticionamento eletrônico. Diante disso, ele procurou um colega
advogado (Dr. Lucas) que, utilizando seu token e senha, fez o peticionamento eletrônico. No
sistema do STJ, ficou constando o nome de Dr. Lucas como sendo o advogado subscritor do
recurso especial. Isso porque, como dito, a senha utilizada foi a dele. O problema é que Dr. Lucas
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não tinha procuração nos autos. Diante disso, o Ministro não conheceu do recurso especial
aplicando a Súmula 115 do STJ (Súmula 115-STJ: Na instância especial é inexistente recurso
interposto por advogado sem procuração nos autos).
Ao julgar agravo interno contra essa decisão, a 4ª Turma do STJ decidiu conhecer do recurso.
Esse tipo de documento digitalizado inserido nos autos eletrônicos por advogado sem procuração
nos autos deve ser admitido porque, segundo o art. 425, I, do CPC, ele, em princípio, “faz a mesma
prova que o original”, “ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração”.
STJ. 4ª Turma. AREsp 1917838-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/08/2022 (Info
751).

Se, no agravo interno interposto contra a decisão monocrática que não conheceu do agravo em
recurso especial, o recorrente mantém a mesma deficiência de fundamentação, deverá ser feito
novo juízo negativo de admissibilidade, com a imposição de multa
O recurso que insiste em não atacar especificamente os fundamentos da decisão recorrida
seguidamente é manifestamente inadmissível (dupla aplicação do art. 932, III, do CPC/2015),
devendo ser penalizado com a multa prevista no art. 1.021, §4º, do CPC/2015.
Caso concreto: o vice-presidente do TJ negou seguimento ao Resp com fundamento na súmula
282 do STF. A parte interpôs agravo em recurso especial sem impugnar esse fundamento. O
Presidente do STJ não conhece do agravo. Contra a decisão, a parte interpõe agravo interno sem
novamente impugnar o mesmo. A Turma não conheceu do agravo interno e aplicou multa.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 2092094-GO, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
16/08/2022 (Info 745).

Em regra, descabe a imposição da multa do art. 1.021, § 4º, do CPC em razão do não
provimento do agravo interno em votação unânime, pois é necessária a configuração da
manifesta inadmissibilidade ou improcedência
O mero não provimento de agravo interno por votação unânime não basta para fundamentar a
aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, sendo necessária a configuração da
manifesta inadmissibilidade ou improcedência do recurso.
STJ. 1ª Turma. AgInt no AREsp 2085942/MG, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em
15/8/2022 (Info Especial 8).

Como é feito o juízo de admissibilidade dos embargos de divergências em situação na qual é


indicado paradigma de órgão fracionário pertencente a mesma Seção do acórdão embargado e
paradigma de órgão fracionário pertencente a Seção distinta?
Se o embargante invocar, como paradigmas, julgado de órgão fracionário de diferente Seção e
também julgado de órgão fracionário da mesma Seção que prolatou o acórdão embargado,
caberá à Corte Especial proferir juízo negativo de admissibilidade dos embargos de divergência se
ausentes seus requisitos, somente devendo ser cindido o julgamento na hipótese em que for

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admissível o pronunciamento de mérito da Seção a qual estão vinculados os órgãos fracionários


que proferiram os acórdãos paradigma e embargado.
STJ. Corte Especial. EAREsp 1681737-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 03/08/2022 (Info
744).

Não é possível a manifestação, em sede de recurso especial, sobre alegada violação a


dispositivos da Constituição Federal, ainda que para fins de prequestionamento
No caso concreto, após o julgamento do recurso especial, a parte opôs embargos de declaração
pretendendo prequestionar dispositivos constitucionais. Entretanto, segundo entendimento do
STJ, os embargos de declaração somente se mostram cabíveis se ocorrerem os pressupostos de
obscuridade, contradição, omissão ou erro material no acórdão, não cabendo ao STJ apreciar a
alegada violação a dispositivos constitucionais, em sede de recurso especial, ainda que para fins
de prequestionamento, sob pena de usurpação da competência do STF, não se mostrando omisso
o acórdão que deixa de fazê-lo.
Não cabe ao STJ, ainda que para fins de prequestionamento, examinar, na via especial, suposta
violação a dispositivo constitucional, sob pena de usurpação da competência do STF.
STJ. 2ª Turma. EDcl no AgInt no RMS 66940-RJ, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
21/06/2022 (Info 742).

Mesmo após a Lei 14.365/2022, não cabe sustentação oral no julgamento do agravo interno
interposto contra decisão do Presidente do Tribunal em suspensão de liminar
Não é cabível a sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão do Presidente do
Tribunal que defere ou indefere a contracautela em suspensão de liminar de sentença ou
suspensão de segurança.
STJ. Corte Especial. QO no AgInt na SLS 2507-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
15/06/2022 (Info 743).

O prazo estabelecido pelo juiz no despacho de citação não configura matéria controvertida
entre as partes a demandar a prolação de uma decisão, não se apresentando insuscetível de
novo pronunciamento
Uma empresa ajuizou execução contra a União (Fazenda Nacional). O juiz prolatou despacho
fixando o prazo de 10 dias para a União opor embargos à execução, caso quisesse. O magistrado
afirmou que estava seguindo o prazo originário do art. 730 do CPC/1973 porque considerava que
a MP 2102/2001, que alterou o prazo para 30 dias seria inconstitucional. A União interpôs agravo
de instrumento. Ocorre que o Tribunal negou seguimento ao agravo pelo descumprimento do art.
526, parágrafo único, do CPC/1973.
Depois disso, o juiz prolatou sentença em que reafirmou o entendimento de que o prazo para
oferecimento dos embargos à execução seria de 10 dias e que, portanto, os embargos da Fazenda

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Nacional propostos em 22 dias seriam intempestivos.


A Fazenda Nacional interpôs apelação e o TRF deu provimento ao recurso para reformar a
sentença reconhecendo que o prazo é de 30 dias e que os embargos eram tempestivos.
A empresa recorreu e a questão chegou até o STJ. Segundo a empresa, como o agravo de
instrumento teve seu seguimento negado, a União não poderia ter questionado o prazo de 10 dias
por meio de apelação. Teria havido coisa julgada ou preclusão quanto a esse ponto.
O STJ não concordou com esse argumento.
O juiz da execução, no despacho que ordenou a citação, fixou o prazo de 10 dias para a Fazenda
Nacional oferecer embargos à execução e, posteriormente, reafirmou essa compreensão na
sentença, de modo que não há que falar em coisa julgada ou preclusão a impedir o manejo de
apelação, assim como a reforma desse prazo estabelecido inicialmente, que fora objeto de agravo
de instrumento não conhecido.
Portanto, o prazo estabelecido pelo juiz no despacho de citação não configura matéria
controvertida entre as partes a demandar a prolação de uma decisão, porquanto nem sequer havia
manifestação delas (partes) a respeito disso, de modo que o tema não se apresenta insuscetível
de novo pronunciamento.
STJ. 1ª Turma. AgInt no AgInt no REsp 653774-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
14/06/2022 (Info 741).

Na contagem dos prazos em dias úteis, não se deve computar o dia em que, por força de ato
administrativo editado pela presidência do Tribunal local, os prazos processuais estavam
suspensos
Segundo a previsão do art. 219 do CPC/2015, “na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei
ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis”. Desse modo, na contagem realizada
conforme o disposto no art. 219 do CPC/2015, não se deve computar o dia em que, por força de
ato administrativo editado pela presidência do Tribunal local, os prazos processuais estavam
suspensos.
Para que o Tribunal destinatário possa aferir a tempestividade do recurso, é dever do recorrente
comprovar, no ato da interposição, a ocorrência de feriado local ou da suspensão dos prazos
processuais, conforme determina o art. 1.003, § 6º, do CPC/2015.
A cópia de página do Diário de Justiça Eletrônico, editado na forma do disposto no art. 4º, da Lei
nº 11.419/2006, é documento idôneo para comprovar a tempestividade recursal.
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1788341-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Antonio
Carlos Ferreira, julgado em 03/05/2022 (Info 738).

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A ausência de expediente forense no dia de Corpus Christi deve ser comprovada pela parte, no
momento da interposição do recurso, por meio de documento idôneo
O dia de Corpus Christi é feriado local, considerando que não é não previsto em lei federal. Por
essa razão, a ausência de expediente forense em tal data deve ser comprovada pela parte
recorrente, no momento da interposição do recurso, por meio de documento idôneo.
STJ. 4ª Turma. AREsp 1779552-GO, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 26/04/2022 (Info 735).

É necessária a indicação da alínea do inciso III do art. 105, da Constituição, no momento da


interposição do recurso especial, para que este seja conhecido pelo STJ?
A falta de indicação expressa da norma constitucional que autoriza a interposição do recurso
especial (alíneas “a”, “b” e “c” do inciso III do art. 105 da CF/88) implica o seu não conhecimento
pela incidência da Súmula 284 do STF, salvo, em caráter excepcional, se as razões recursais
conseguem demonstrar, de forma inequívoca, a hipótese de seu cabimento.
Súmula 284-STF: É inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua
fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia.
STJ. Corte Especial. EAREsp 1672966-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 20/04/2022 (Info
734).

Para a prorrogação do prazo recursal é necessária a configuração da justa causa, que deve ser
demonstrada de maneira efetiva
A Corte Especial do STJ firmou o entendimento de que o equívoco na indicação do término do
prazo recursal contido no sistema eletrônico mantido exclusivamente pelo Tribunal não pode ser
imputado ao recorrente (EREsp 1805589/MT, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Corte
Especial, DJe de 25/11/2020).
Entretanto, também conforme o entendimento deste Tribunal Superior, para a prorrogação do
prazo é necessária a configuração da justa causa, que deve ser demonstrada de maneira efetiva.
O STJ também já reconheceu que apenas o “print” do sistema não serve para efetivamente
demonstrar justa causa (AgInt no AREsp 1.640.644/MT, Rel. Ministro Gurgel de faria, Primeira
Turma, julgado em 31/08/2020).
Diante desse cenário, tem-se exigido que a parte recorrente demonstre, de maneira efetiva, a justa
causa para obter o excepcional afastamento da intempestividade recursal.
STJ. 4ª Turma. AgInt nos EDcl no AREsp 1837057/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
29/3/2022 (Info 733).

O erro do sistema eletrônico do Tribunal de origem na indicação do término do prazo recursal é


apto a configurar justa causa para afastar a intempestividade do recurso

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A falha induzida por informação equivocada prestada por sistema eletrônico de tribunal deve ser
levada em consideração, em homenagem aos princípios da boa-fé e da confiança, para a aferição
da tempestividade do recurso.
STJ. Corte Especial. EAREsp 1759860-PI, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 16/03/2022 (Info 730).

Se a parte pede a expedição de ofício para que sejam requisitados documentos e o juiz nega o
requerimento, cabe agravo de instrumento com base no art. 1.015, VI, do CPC
É cabível a interposição de agravo de instrumento contra decisões que versem sobre o mero
requerimento de expedição de ofício para apresentação ou juntada de documentos ou coisas,
independentemente da menção expressa ao termo “exibição” ou aos arts. 396 a 404 do CPC/2015.
STJ. 1ª Turma. REsp 1853458-SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 22/02/2022 (Info
726).

Para comprovação de prequestionamento, não se admite que a certidão de julgamento, de


caráter administrativo, subscrita por servidor desprovido de poder jurisdicional, sirva como
integrante do acórdão para aferição dos fundamentos do julgado
No caso concreto, o acórdão recorrido apenas fez referência a um julgamento de outra Turma do
Tribunal, em processo diverso, que deveria ser “acostado” a estes autos. Tal assertiva, porém,
constou apenas da certidão de julgamento.
Logo, neste caso, não se pode dizer que o Tribunal tenha enfrentado a questão. Não houve,
portanto, prequestionamento.
Não se pode dizer sequer que o Tribunal tenha enfrentado a questão mediante motivação per
relationem.
A técnica de fundamentação por referência é legítima quando o julgador se reportar a documento
anteriormente lançado nos autos tecendo considerações próprias minimamente justificadoras da
conexão entre os provimentos.
No caso em tela, a referência é afirmada em ato administrativo, reporta-se a decisão externa aos
autos e não tece nenhuma consideração própria justificadora da suposta incorporação. Não se
preenche, assim, nenhum dos requerimentos aptos a tornar legítima a técnica.
STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1809807-RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 15/02/2022 (Info
725).

Dia do servidor público, segunda-feira de carnaval, quarta-feira de cinzas, quarta e quinta da


Paixão e Corpus Christi são considerados feriados locais, para fins de interposição de recurso,
devendo ser comprovados por documento idôneo
O dia do servidor público (28 de outubro), a segunda-feira de carnaval, a quarta-feira de Cinzas, os
dias que precedem a sexta-feira da Paixão e, também, o dia de Corpus Christi não são feriados
nacionais, em razão de não haver previsão em lei federal, de modo que deve a parte comprovar a
suspensão do expediente forense quando da interposição do recurso, por documento idôneo.
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Os recursos interpostos na instância de origem, mesmo que endereçados a esta Corte Superior,
observam o calendário de funcionamento do tribunal local, não podendo se utilizar, para todos os
casos, dos feriados e das suspensões previstas em Portaria e no Regimento Interno do Superior
Tribunal de Justiça, que muitas vezes não coincidem com os da Justiça estadual.
STJ. 3ª Turma. AgInt nos EDcl no REsp 2006859-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
13/2/2023 (Info 765).

Diante da ausência de assinatura na petição de ratificação da apelação, o Tribunal de Justiça


deve intimar previamente o recorrente para sanar o vício porque se trata de irregularidade
formal
A ausência de assinatura na petição de ratificação do recurso de apelação interposto
prematuramente não o torna inexistente, mas revela irregularidade formal que pode ser sanada
pela parte peticionante, nos termos do art. 13 do CPC/1973.
STJ. 1ª Turma. REsp 1712851-PA, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/12/2021 (Info 723).

A mera remissão a link de site do Tribunal de origem nas razões recursais é insuficiente para
comprovar a tempestividade de recurso
O § 6º do art. 1.003 do CPC/2015 prevê que a comprovação do feriado local deverá ser feita, pelo
recorrente, obrigatoriamente, no ato de interposição do recurso.
A simples menção, no bojo das razões recursais, da ocorrência do feriado local com a remissão ao
endereço eletrônico (link) do Tribunal de origem não é meio idôneo para comprovação da
suspensão do prazo processual, a teor do art. 1.003, § 6º, do CPC/2015.
STJ. 2ª Turma. AgInt nos EDCL no REsp 1893371-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 26/10/2021 (Info 715).

Não cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que verse sobre instrução
probatória; também não cabe mandado de segurança; essa decisão deverá ser impugnada por
ocasião da apelação
As decisões interlocutórias sobre a instrução probatória não são impugnáveis por agravo de
instrumento ou pela via mandamental, sendo cabível a sua impugnação diferida pela via da
apelação.
STJ. 2ª Turma. RMS 65943-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 26/10/2021 (Info
715).

É possível que o recorrente, no agravo interno, decida impugnar um capítulo autônomo da


decisão monocrática do Relator, mas resolva não impugnar o outro

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A falta de impugnação, no agravo interno, de capítulo autônomo e/ou independente da decisão


monocrática que aprecia o recurso especial ou agravo em recurso especial apenas conduz à
preclusão da matéria não impugnada, afastando a incidência da Súmula 182/STJ.
Assim, é possível que o recorrente, no agravo interno, decida impugnar um capítulo autônomo da
decisão monocrática do Relator, mas resolva não impugnar o outro. A única consequência, nesse
caso, é que o capítulo independente não impugnado sofrerá os efeitos da preclusão para o
recorrente. No entanto, não se pode falar que o agravo interno não deverá ser conhecido.
STJ. Corte Especial. EREsp 1424404-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 20/10/2021
(Info 715).

Cabe agravo de instrumento contra a decisão que rejeita pedido das partes para homologar
acordo, determinando o prosseguimento do feito
A decisão que deixa de homologar pedido de extinção consensual da lide retrata decisão
interlocutória de mérito a admitir recorribilidade por agravo de instrumento, interposto com fulcro
no art. 1.015, II, do CPC/2015.
STJ. 1ª Turma.REsp 1817205-SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 05/10/2021 (Info 712).

Para a adequação de determinado julgado, após a modulação dos efeitos de decisão pelo STF, é
necessário que o recurso tenha sido conhecido e que haja relação entre o objeto recursal e o
fato superveniente
Caso concreto: em janeiro de 2018, uma empresa ajuizou ação pedindo para excluir o ICMS da
base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. Em abril de 2018, o juiz prolatou sentença
julgando procedente o pedido da contribuinte, aplicando a decisão do STF no RE 574706/PR.
Em fevereiro de 2020, o TRF manteve a sentença. Em março de 2020, a Fazenda Nacional opôs
embargos de declaração dizendo que o TRF deveria sobrestar o processo porque a União havia
pedido ao STF a modulação dos efeitos da decisão proferida no RE 574706/PR e o Supremo ainda
não havia apreciado esse pedido. Logo, era mais recomendável esperar. Em junho de 2020, o TRF
rejeitou os embargos e a Fazenda Nacional interpôs recurso especial. O Vice-Presidente do TRF
negou seguimento ao recurso especial sob o argumento de que o Tribunal decidiu a controvérsia
sob enfoque eminentemente constitucional. Assim, o Vice-Presidente do TRF entendeu que seria
inviável a análise da questão, em sede de Recurso Especial, sob pena de usurpação da
competência do STF. A Fazenda Pública interpôs, então, agravo em recurso especial. Em
17/03/2021, o Presidente do STJ negou provimento ao agravo. A Fazenda Pública interpôs agravo
interno contra a decisão do Presidente do STJ. A 2ª Turma do STJ negou provimento ao agravo.
Em 11/06/2021, a Fazenda Nacional opôs embargos de declaração alegando que houve um fato
superveniente. Isso porque o STF, no dia 13/05/2021, modulou os efeitos da decisão proferida no
RE 574706 ED/PR. Logo, para a Fazenda Pública, o STJ deveria rever sua decisão e aplicar a
modulação dos efeitos.
O STJ não concordou. Não é possível aplicar a modulação dos efeitos porque o recurso especial
não havia sido conhecido.

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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito

STJ. 2ª Turma. EDcl no AgInt no AREsp 1821102-SC, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
05/10/2021 (Info 714).

Somente se admite a técnica do julgamento ampliado, em agravo de instrumento, quando


houver o provimento do recurso por maioria de votos e desde que a decisão agravada tenha
julgado parcialmente o mérito
Caso hipotético: a empresa “D” ingressou com execução de título extrajudicial contra a empresa
“U”. A executada apresentou exceção de pré-executividade arguindo a ilegitimidade ativa da
exequente. O juiz indeferiu a exceção de pré-executividade. A devedora interpôs agravo de
instrumento. O recurso foi distribuído para a 1ª Câmara Cível, composta por três
Desembargadores (Regina, Maria e Ricardo). Regina, a relatora, votou por negar provimento ao
agravo. Maria acompanhou a relatora. Ricardo, contudo, votou por dar provimento ao agravo.
Diante disso, o Desembargador Presidente da Câmara Cível entendeu que deveria aplicar a técnica
do julgamento colegiado (art. 942 do CPC) e assim convocou dois Desembargadores (João e
Pedro) para também votarem. João e Pedro acompanharam o voto de Ricardo e, desse modo, foi
dado provimento ao agravo.
O STJ entendeu que não deveria ter sido aplicado o art. 942 do CPC. Esse dispositivo, ao tratar
sobre a técnica ampliada de julgamento envolvendo o agravo de instrumento, afirma que é
necessário que, no julgamento inicial do agravo, tenha havido a reforma da decisão que julgar
parcialmente o mérito da causa. Assim, no que tange ao agravo, só se aplica o art. 942 do CPC, se
a maioria do Tribunal estiver reformando a decisão interlocutória e desde que esta verse sobre o
mérito da causa. No caso concreto, a Câmara Cível estava votando para negar provimento ao
agravo e a decisão agravada não tratava sobre o mérito da causa. Logo, não foi correto suspender
o julgamento e aplicar a técnica do art. 942 do CPC.
STJ. 3ª Turma. REsp 1960580-MT, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 05/10/2021 (Info 713).

A prolação de sentença objeto de recurso de apelação não acarreta a perda superveniente do


objeto de agravo de instrumento pendente de julgamento que versa sobre a consumação da
prescrição
Exemplo hipotético: João ajuizou ação de cobrança contra Pedro. Na contestação Pedro alegou
que a pretensão estaria prescrita. Logo, pediu a extinção do processo com resolução do mérito,
nos termos do art. 487, II, do CPC. O juiz, contudo, não concordou e proferiu decisão interlocutória
rejeitando a arguição de prescrição. Contra essa decisão, Pedro interpôs agravo de instrumento,
insistindo no argumento de que teria havido a consumação da prescrição. Antes que o agravo de
instrumento fosse julgado, houve a prolação de sentença. Mesmo assim, não haverá perda
superveniente do objeto de agravo de instrumento que versa sobre a consumação da prescrição.
STJ. 3ª Turma. REsp 1921166-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/10/2021 (Info 713).

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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito

Se o réu recorreu contra sentença que favoreceu litisconsortes ativos facultativos simples e o
Tribunal deu provimento ao recurso no que tange a apenas alguns dos litisconsortes, haverá
condenação em honorários recursais quanto aos demais
Na cumulação simples subjetiva de pedidos, o provimento do recurso que apenas atinge o pedido
de um dos litisconsortes facultativos não impede a fixação de honorários recursais em relação
aos pedidos autônomos do demais litisconsortes, que se mantiveram intactos após o julgamento.
Caso concreto: João, Maria e Sérgio ajuizaram, em litisconsórcio ativo facultativo simples, ação de
indenização contra o hospital pedindo reparação por danos morais. O juiz julgou os pedidos
procedentes e fixou R$ 15 mil em favor de cada autor. O hospital recorreu. O TJ reduziu a
indenização fixada em favor de João (para R$ 10 mil). Por outro lado, rejeitou o pedido de redução
do recorrente no que tange à indenização fixada para Maria e Sérgio.
Neste cenário, podemos concluir que a apelação do hospital:
• foi parcialmente provida no que tange ao autor João;
• foi integralmente desprovida no que se refere aos autores Maria e Sério.
Nesse caso:
• não deverá haver condenação em honorários recursais no que tange ao provimento parcial;
• por outro lado, deverá existir a fixação de honorários recursais em relação aos pedidos
autônomos formulados pelos demais litisconsortes e que se mantiveram absolutamente intactos
após o julgamento.
STJ. 3ª Turma. REsp 1954472-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/10/2021 (Info 714).

É possível comprovar, no agravo interno, a tempestividade do recurso especial caso este não
tenha sido conhecido porque o carimbo de protocolo estava ilegível
É lícita a comprovação, em agravo interno, da tempestividade do recurso especial na hipótese de
ilegibilidade do carimbo de protocolo.
STJ. 3ª Turma.EDcl no AgInt no REsp 1880778-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
28/09/2021 (Info 712).

O erro material é aquele evidente, decorrente de simples erro aritmético ou fruto de inexatidão
material, e não erro relativo a critérios ou elementos de julgamento
O erro material é aquele evidente, decorrente de simples erro aritmético ou fruto de inexatidão
material, e não erro relativo a critérios ou elementos de julgamento
STJ. 4 Turma. EDcl no AgInt no REsp n. 1.750.573/SP, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, DJe de
26/8/2021.

É cabível agravo de instrumento para impugnar decisão que define a competência

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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito

É cabível agravo de instrumento para impugnar decisão que define a competência.


O art. 1.015 do CPC/2015 prevê as hipóteses de cabimento do agravo de instrumento.
Segundo decidiu o STJ (Tema repetitivo 988), o art. 1.015 do CPC/2015 traz um rol de taxatividade
mitigada. O que isso significa?
• Em regra, somente cabe agravo de instrumento nas hipóteses listadas no art. 1.015 do
CPC/2015.
• Excepcionalmente, é possível a interposição de agravo de instrumento fora da lista do art. 1.015,
desde que preenchido um requisito objetivo: a urgência.
A decisão que define a competência é considerada uma situação urgente?
SIM. Não é razoável que o processo tramite perante um juízo incompetente por um longo período
e, somente por ocasião do julgamento da apelação, seja reconhecida a incompetência e
determinado o retorno ao juízo competente.
STJ. Corte Especial. EREsp 1730436-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 18/08/2021 (Info 705).

A modulação dos efeitos da tese firmada por ocasião do julgamento do REsp 1.813.684/SP é
restrita ao feriado de segunda-feira de carnaval e não se aplica aos demais feriados, inclusive
aos feriados locais
A parte, ao apresentar recurso especial ou recurso extraordinário, tem o ônus de explicar e
comprovar que, na instância de origem, era feriado local ou dia sem expediente forense?
SIM. O art. 1.003, § 6º, do CPC/2015 trouxe expressamente um dispositivo dizendo que a
comprovação do feriado local deverá ser feita, obrigatoriamente, no ato de interposição do
recurso: “O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso.”
Assim, a comprovação da ocorrência de feriado local deve ser feita no ato da interposição do
recurso, sendo intempestivo quando interposto fora do prazo previsto na lei processual civil. Esse
entendimento acima explicado está sujeito a alguma modulação de efeitos?
Em regra: não. Depois da entrada em vigor do CPC/2015, a comprovação da ocorrência de feriado
local deve ser feita no ato da interposição do recurso, sendo intempestivo quando interposto fora
do prazo previsto na lei processual civil. Esse entendimento está em vigor desde o início da
vigência do CPC/2015 e não se submete a modulação de efeitos.
Exceção: no caso do feriado de segunda-feira de carnaval, há uma modulação dos efeitos.
Segunda-feira de carnaval não é um feriado nacional. No entanto, em diversos Estados, trata- se
de feriado local.
• Se o recurso especial foi interposto antes de 18/11/2019 (data de publicação do REsp 1.813.684-
SP) e a parte não comprovou que segunda-feira de carnaval era feriado no Tribunal de origem: é
possível a abertura de vista para que a parte comprove isso mesmo após a interposição do
recurso, sanando o vício.
• Se o recurso especial foi interposto depois de 18/11/2019 (data de publicação do REsp
1.813.684-SP) e a parte não comprovou que segunda-feira de carnaval era feriado no Tribunal de
origem: não é possível a abertura de vista para que a parte comprove esse feriado, ou seja, o vício
não pode mais ser sanado. Portanto, a regra aplicável é aquela fixada pela Corte Especial no AgInt
no AREsp 957.821/MS: “ou se comprova o feriado local no ato da interposição do respectivo
recurso, ou se considera intempestivo o recurso, operando-se, em consequência, a coisa julgada”.

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STJ. Corte Especial. AREsp 1481810-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Nancy
Andrighi, Corte Especial, julgado em 19/05/2021 (Info 697).

Os tribunais podem, diante do recurso de apelação, aplicar a técnica do julgamento antecipado


parcial do mérito
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou
parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
Situação hipotética: João foi vítima de um acidente de carro. Ele ajuizou ação de indenização por
danos morais e materiais contra a empresa causadora. O juiz condenou a ré a pagar R$ 50 mil de
indenização por danos morais. Por outro lado, negou o pedido para que a empresa pagasse
pensão mensal vitalícia ao autor em razão da perda da capacidade laborativa. O pedido foi
indeferido mesmo sem ter sido realizada perícia médica. Tanto João como a empresa
interpuseram apelação. O Tribunal de Justiça, ao julgar o recurso: a) manteve a condenação por
danos morais; b) quanto ao pedido de fixação de pensão por redução da capacidade laborativa, o
TJ entendeu que as provas produzidas eram insuficientes e afirmou ser necessária a produção de
perícia. Em razão disso, com fundamento no art. 356 do CPC/2015, o TJ apenas anulou a
sentença nesse tópico, determinando o retorno dos autos à origem para a complementação da
prova. O STJ afirmou que isso era possível.
STJ. 3ª Turma. REsp 1845542/PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 11/05/2021 (Info 696).

Aplica-se a técnica prevista no art. 942 do CPC no julgamento de recurso de apelação


interposto em mandado de segurança
A técnica de ampliação do colegiado, prevista no art. 942 do CPC/2015, aplica-se também ao
julgamento de apelação interposta contra sentença proferida em mandado de segurança.
STJ. 2ª Turma. REsp 1868072-RS, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 04/05/2021 (Info 695).

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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito

Se for interposto RE ou Resp contra o acórdão que julgar o IRDR, os processos individuais e
coletivos continuam suspensos até o julgamento desses recursos
Interposto Recurso Especial ou Recurso Extraordinário contra o acórdão que julgou Incidente de
Resolução de Demandas Repetitivas - IRDR, a suspensão dos processos realizada pelo relator ao
admitir o incidente só cessará com o julgamento dos referidos recursos, não sendo necessário,
entretanto, aguardar o trânsito em julgado.
O art. 982, § 5º, do CPC afirma que a suspensão dos processos pendentes, no âmbito do IRDR, só
irá cessar se não for interposto recurso especial ou recurso extraordinário contra a decisão
proferida no incidente. Assim, se for interposto algum desses recursos, a suspensão persiste.
STJ. 2ª Turma. REsp 1869867/SC, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20/04/2021 (Info 693).

O Tribunal não pode julgar fora do limite definido pelo recorrente (extensão do efeito
devolutivo)
A extensão do efeito devolutivo da apelação é definida pelo pedido do recorrente e qualquer
julgamento fora desse limite não pode comprometer a efetividade do contraditório, ainda que se
pretenda aplicar a teoria da causa madura.
STJ. 4ª Turma. REsp 1909451-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/03/2021 (Info 690).

Técnica do julgamento ampliado também pode ser aplicada a embargos de declaração opostos
contra acórdão que julgou apelação, desde que cumpridos os demais requisitos do art. 942 do
CPC
A técnica de julgamento ampliado do art. 942 do CPC aplica-se aos aclaratórios opostos ao
acórdão de apelação quando o voto vencido nascido apenas nos embargos for suficiente para
alterar o resultado inicial do julgamento, independentemente do desfecho não unânime dos
declaratórios (se rejeitados ou se acolhidos, com ou sem efeito modificativo).
STJ. 3ª Turma. REsp 1786158-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 25/08/2020 (Info 678).

Deve ser aplicada a técnica de julgamento ampliado nos embargos de declaração toda vez que o
voto divergente possua aptidão para alterar o resultado unânime do acórdão de apelação.
STJ. 4ª Turma. REsp 1910317-PE, Rel. Min. Antônio Carlos Ferreira, julgado em 02/03/2021 (Info
687).

Não há repercussão geral na discussão sobre a validade de ato editado pelo TJ que previa a
conversão da ação individual em incidente de liquidação no bojo da execução de sentença
coletiva
Não há repercussão geral na controvérsia em que se questiona a validade de regulamento editado
por órgão do Judiciário estadual que, com base na lei de organização judiciária local, preceitua a
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convolação de ação individual em incidente de liquidação no bojo da execução de sentença


coletiva proferida em Juízo diverso do inicial.
STF. Plenário. RE 1040229/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/12/2020 (Info 1003).

Não possui repercussão geral recurso extraordinário que verse sobre lei estadual
posteriormente revogada e que foi objeto de acordo entre os interessados
Não possui repercussão geral a discussão acerca da constitucionalidade da progressão funcional
prevista na Lei 6.110/1994 do Estado do Maranhão.
STF. Plenário. RE 523086/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/12/2020 (Info 1001).

É cabível a interposição de agravo de instrumento contra todas as decisões interlocutórias em


processo falimentar e recuperacional
Cabe agravo de instrumento de todas as decisões interlocutórias proferidas no processo de
recuperação judicial e no processo de falência, por força do art. 1.015, parágrafo único, do
CPC/2015.
STJ. 2ª Seção. REsp 1717213-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 03/12/2020 (Recurso
Repetitivo – Tema 1022) (Info 684).
A Lei nº 14.112/2020 incluiu o § 1º ao art. 189 da Lei nº 11.101/2005 acolhendo o entendimento
jurisprudencial e prevendo expressamente o cabimento do agravo de instrumento:
Art. 189. Aplica-se, no que couber, aos procedimentos previstos nesta Lei, o disposto na Lei nº
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), desde que não seja incompatível com
os princípios desta Lei. § 1º Para os fins do disposto nesta Lei: (...) II - as decisões proferidas nos
processos a que se refere esta Lei serão passíveis de agravo de instrumento, exceto nas hipóteses
em que esta Lei previr de forma diversa.

Não cabe mandado de segurança contra decisão interlocutória proferida após a publicação do
acórdão do STJ que fixou a tese da taxatividade mitigada (Tema 988 – Dje 19/12/2018)
Não é admissível, nem excepcionalmente, a impetração de mandado de segurança para impugnar
decisões interlocutórias após a publicação do acórdão em que se fixou a tese referente ao tema
repetitivo 988, segundo a qual “o rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso
admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da
inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação”.
Caso concreto: juiz indeferiu pedido de designação da audiência de conciliação prevista no art.
334 do CPC, ao fundamento de “dificuldade de pauta”. Essa decisão foi proferida em 07/02/2019,
ou seja, após a publicação do acórdão do STJ que definiu a tese da taxatividade mitigada (Tema
998 - REsp 1.704.520-MT - DJe 19/12/2018). Logo, neste caso, essa decisão interlocutória
somente seria impugnável por agravo de instrumento, não cabendo, portanto, mandado de
segurança.

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STJ. 3ª Turma. RMS 63202-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 01/12/2020 (Info 684).

É nulo acórdão genérico que, sob a justificativa da multiplicidade de recursos, delega ao juízo
de primeiro grau a sua aplicação ao caso concreto
Ao julgar o recurso, o Tribunal de Justiça prolatou um acórdão genérico no qual apenas elencou os
entendimentos pacificados na jurisprudência daquela Corte, sem resolver, efetivamente, as
questões devolvidas no caso concreto sob julgamento.
Após expor sobre os entendimentos, o Tribunal delegou para que o juiz aplicasse aquele se
enquadraria no caso concreto, sob a justificativa da existência de multiplicidade de recursos
versando sobre as questões.
A necessidade de que as decisões judiciais sejam particularizadas, no exercício difuso da
jurisdição, é regra basilar do processo civil, encontrando-se enunciada no art. 489, III, e § 1º, III e V,
do CPC/2015.
Assim, o referido acórdão foi anulado por inobservância do art. 489, § 1º, inciso V, do CPC/2015.
STJ. 3ª Turma. REsp 1880319-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 17/11/2020
(Info 683).

Antes da Emenda Regimental 26/2016, as teses dos recursos repetitivos eram elaboradas pela
unidade administrativa do STJ e configuravam providência de teor estritamente indexante
As teses repetitivas do STJ do período anterior à Emenda Regimental nº 26/2016 do RISTJ
possuem natureza administrativa de caráter meramente indexador, encontrando-se o precedente
vinculante no conteúdo efetivo dos julgados.
STJ. 1ª Seção. Pet 12344-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 28/10/2020 (Info 684).

Não é necessária a comunicação formal de todos os possíveis afetados pela tese fixada em
sede de julgamento repetitivo, sob pena de inviabilidade prática do próprio instituto.
Não é necessária a comunicação formal de todos os possíveis afetados pela tese fixada em sede
de julgamento repetitivo, sob pena de inviabilidade prática do próprio instituto.
É evidente, deste modo, a impossibilidade prática de intimar formalmente todos os atingidos, sob
pena de nulidade do julgado, uma vez que tal situação criaria um processo multitudinário e
potencialmente insolúvel. Tampouco foi esta a intenção do legislador, que não condicionou a
legitimidade do julgamento repetitivo à prévia intimação de todos aqueles que possam,
eventualmente, suportar as consequências práticas da tese fixada.
STJ. AR 5.692/SC, Rel. Ministro, Rel. Min. Napolão Nunes Maia Filho, julgado em 23/09/2020

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Não cabe recurso extraordinário se houver a necessidade de se analisar normas


infraconstitucionais para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo tribunal de origem
Inviabiliza o recurso extraordinário a necessidade de análise de normas infraconstitucionais para
chegar-se à conclusão contrária à adotada pelo tribunal de origem.
No caso concreto, o juiz e o Tribunal de Justiça negaram à empresa (revendedora de
combustíveis) o direito de obter o aproveitamento do ICMS recolhido a mais.
A empresa interpôs recurso extraordinário alegando violação ao art. 150, § 7º da CF/88 (que trata
sobre substituição tributária):
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo
pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente,
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato
gerador presumido.
Ocorre que a decisão do Tribunal de origem (TJ) foi baseada em lei estadual que exige que o
contribuinte substituído apresente requerimento administrativo ao Fisco e cumpra determinado
procedimento para obter o aproveitamento do ICMS recolhido a mais, em razão da venda de
mercadoria por preço inferior ao presumido, ou seja, no regime de substituição tributária para
frente.
Desse modo, o STF entendeu que não cabia recurso extraordinário porque a decisão do Tribunal
de origem foi baseada na inobservância da norma infralegal. Logo, incide a Súmula 280 do STF:
Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário.
STF. 2ª Turma.ARE 1184956 AgR/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 22/9/2020 (Info
992).

É devido o pagamento de honorários advocatícios recursais quando o acórdão recorrido for


publicado na vigência do CPC/2015, mesmo que a sentença tenha sido proferida sob a égide do
CPC/1973
Os direitos subjetivos decorrem da concretização dos requisitos legais previstos pelo direito
objetivo vigente. Eventual direito aos honorários advocatícios recursais será devido quando os
requisitos previstos no art. 85, § 11, do CPC/2015 se materializam após o início de vigência deste
novo Código.
Por isso, o STJ editou o Enunciado Administrativo n. 7, que diz: “somente nos recursos interpostos
contra decisão publicada a partir de 18 de março de 2016, será possível o arbitramento de
honorários sucumbenciais recursais, na forma do art. 85, § 11, do novo CPC”.
No caso concreto, a sentença foi proferida durante a vigência do CPC/1973, porém, o acórdão do
Tribunal de Justiça foi publicado já durante a vigência do CPC/2015. Logo, o pagamento de
honorários advocatícios recursais é devido.
STJ. 1ª Seção. EAREsp 1402331-PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 09/09/2020
(Info 679).

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Técnica do julgamento ampliado também pode ser aplicada a embargos de declaração opostos
contra acórdão que julgou apelação, desde que cumpridos os demais requisitos do art. 942 do
CPC
A técnica de julgamento ampliado do art. 942 do CPC aplica-se aos aclaratórios opostos ao
acórdão de apelação quando o voto vencido nascido apenas nos embargos for suficiente para
alterar o resultado inicial do julgamento, independentemente do desfecho não unânime dos
declaratórios (se rejeitados ou se acolhidos, com ou sem efeito modificativo).
STJ. 3ª Turma. REsp 1786158-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 25/08/2020 (Info 678).

Toda a matéria devolvida à segunda instância deve ser considerada apreciada quando o TJ ou
TRF dá provimento à apelação por apenas um dos fundamentos expostos pela parte apelante,
ignorando os demais
Consideram-se prequestionados os fundamentos adotados nas razões de apelação e
desprezados no julgamento do respectivo recurso, desde que, interposto recurso especial, sejam
reiterados nas contrarrazões da parte vencedora.
STJ. Corte Especial. EAREsp 227767-RS, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 17/06/2020 (Info
674).

É cabível a oposição de embargos de declaração para que a decisão embargada se adeque à


jurisprudência superveniente
São cabíveis embargos de declaração, com efeitos infringentes, para que a decisão embargada
seja reajustada de acordo com a jurisprudência firmada em teses que o Supremo Tribunal Federal
e o Superior Tribunal de Justiça adotarem.
STF. 1ª Turma. Rcl 15724 AgR-ED/PR, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 5/5/2020 (Info 976).

A alegação da ocorrência de ponto facultativo embasada em ato do Poder Executivo Estadual


não é capaz, por si só, de comprovar a inexistência de expediente forense para aferição da
tempestividade recursal
A existência de feriado, de recesso forense ou ponto facultativo local que ocasione a suspensão
do prazo processual necessita de comprovação por documento idôneo, ou seja, cópia da lei, ato
normativo ou certidão exarada por servidor habilitado.
A simples juntada de ato emanado pelo Poder Executivo Estadual, lei e decreto estaduais,
determinando ponto facultativo nas repartições públicas estaduais, por si só, não comprova a
inexistência de expediente forense para aferição da tempestividade do recurso, em razão da
desvinculação administrativa e da separação entre os Poderes.
Desse modo, caberia à recorrente, no momento da interposição recursal, fazer a juntada de
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documento idôneo, o qual, no caso, consistia no inteiro teor do Aviso do tribunal estadual, a fim de
vincular a decretação do feriado nas repartições públicas estaduais com a suspensão dos prazos
pela Corte de Justiça.
STJ. 3ª Turma. EDcl no AgInt no AREsp 1510568-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
23/03/2020 (Info 669).

Não cabe agravo de instrumento contra a decisão que aplica multa por ato atentatório à
dignidade da justiça pelo não comparecimento à audiência de conciliação
A decisão que aplica a multa do art. 334, §8º, do CPC, à parte que deixa de comparecer à
audiência de conciliação, sem apresentar justificativa adequada, não pode ser impugnada por
agravo de instrumento, não se inserindo na hipótese prevista no art. 1.015, II, do CPC. Tal decisão
poderá, no futuro, ser objeto de recurso de apelação, na forma do art. 1.009, §1º, do CPC.
STJ. 3ª Turma. REsp 1762957-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 10/03/2020
(Info 668).

É possível afastar a intempestividade do recurso quando isso decorreu do fato de o site do


Tribunal ter disponibilizado informação equivocada, que induziu a parte em erro
A tempestividade recursal pode ser aferida, excepcionalmente, por meio de informação constante
em andamento processual disponibilizado no sítio eletrônico, quando informação
equivocadamente disponibilizada pelo Tribunal de origem induz a parte em erro.
Caso concreto: o TJ/MS negou provimento a uma apelação que havia sido interposta pela parte;
na movimentação processual existente no site do TJ/MS, constou a informação de que o
vencimento do prazo recursal para a interposição de recurso ao STJ contra o acórdão do TJ se
daria no dia 10/12; assim, no dia 10/12, a parte apresentou recurso especial contra o acórdão do
TJ; ocorre que essa informação estava errada; o termo final do prazo era dia 09/12; isso significa
que parte interpôs o recurso especial intempestivamente; vale ressaltar, contudo, que a parte foi
induzida em erro pela informação constante no sítio oficial do TJ; o STJ, excepcionalmente,
considerou tempestivo o recurso.
STJ. Corte Especial. EAREsp 688615-MS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
04/03/2020 (Info 666).

Obs: os fatos que foram analisados pelo STJ ocorreram antes do CPC/2015. Vale ressaltar que o
novo diploma reforça a conclusão a que chegou o STJ porque o art. 197 previu o seguinte:
Art. 197. Os tribunais divulgarão as informações constantes de seu sistema de automação em
página própria na rede mundial de computadores, gozando a divulgação de presunção de
veracidade e confiabilidade.
Parágrafo único. Nos casos de problema técnico do sistema e de erro ou omissão do auxiliar da
justiça responsável pelo registro dos andamentos, poderá ser configurada a justa causa prevista
no art. 223, caput e § 1º.

O tema, contudo, infelizmente, não é pacífico:


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A contagem correta dos prazos recursais, nos termos definidos pela legislação processual, é ônus
exclusivo da parte recorrente, de modo que a data eventualmente sugerida pelo sistema
processual eletrônico não o exime de interpor o recurso no prazo previsto em lei.
STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1.825.919/PR, Min. Laurita Vaz, DJe 16/6/2021.

A simples referência à existência de feriado local previsto em Regimento Interno e em Código


de Organização Judiciária Estadual não é suficiente para a comprovação de tempestividade do
recurso especial nos moldes do art. 1.003, §6º, do CPC/2015
A parte, ao apresentar recurso especial ou recurso extraordinário, tem o ônus de explicar e
comprovar que, na instância de origem, era feriado local ou dia sem expediente forense?
SIM. O art. 1.003, § 6º, do CPC/2015 trouxe expressamente um dispositivo dizendo que a
comprovação do feriado local deverá ser feita, obrigatoriamente, no ato de interposição do
recurso: “O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso.”
Assim, a comprovação da ocorrência de feriado local deve ser feita no ato da interposição do
recurso, sendo intempestivo quando interposto fora do prazo previsto na lei processual civil.
Imagine que em um recurso especial interposto, a parte mencionou que havia um feriado local,
mas não juntou qualquer documento comprovando esse fato. Ao adotar essa prática, a parte
comprovou validamente a existência do feriado local? A mera referência (menção) às normas
estaduais é suficiente para comprovar a ocorrência de feriado local?
NÃO. A comprovação da existência de feriado local que dilate o prazo para interposição de
recursos dirigidos ao STJ deverá ser realizada por meio de documentação idônea, não sendo
suficiente a simples menção ou referência nas razões recursais.
A ocorrência de feriado local, recesso, paralisação ou interrupção do expediente forense deve ser
demonstrada, no ato da interposição do recurso que pretende seja conhecido por este Tribunal,
por documento oficial ou certidão expedida pelo Tribunal de origem, não bastando a mera menção
ao feriado local nas razões recursais, tampouco a apresentação de documento não dotado de fé
pública.
STJ. 3ª Turma. REsp 1763167-GO, Rel. Min. Moura Ribeiro, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado
em 18/02/2020 (Info 665).

“Despacho” que intima o advogado para que o devedor cumpra obrigação de fazer, sob pena de
multa, possui aptidão para gerar prejuízo à parte e, portanto, pode ser impugnado por meio de
recurso
Cabe agravo de instrumento contra o pronunciamento judicial que, na fase de cumprimento de
sentença, determinou a intimação do executado, na pessoa do advogado, para cumprir obrigação
de fazer, sob pena de multa.
STJ. 3ª Turma. REsp 1758800-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/02/2020 (Info 666).

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Não cabe recurso extraordinário para discutir a possibilidade ou não de retenção de honorários
advocatícios contratuais sobre crédito relativo a diferenças do FUNDEF
A discussão envolvendo a possibilidade ou não de retenção de honorários advocatícios
contratuais sobre crédito relativo a diferenças do FUNDEF possui natureza infraconstitucional, de
forma que não cabe recurso extraordinário para apreciá-la considerando que não há matéria
constitucional a ser analisada.
STF. 1ª Turma. ARE 1066359 AgR/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/11/2019 (Info 961).
STF. 1ª Turma. ARE 1107296 AgR/PE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/2/2020 (Info 966).

Vale ressaltar que, em julgamento de uma ADPF, o Supremo assim decidiu:


É inconstitucional o pagamento de honorários advocatícios contratuais com recursos destinados
ao FUNDEB, o que representaria indevido desvio de verbas constitucionalmente vinculadas à
educação.
STF. Plenário. ADPF 528/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 18/3/2022 (Info 1047).

A multa em caso de agravo interno declarado manifestamente inadmissível ou improcedente


em votação unânime é revertida em prol da parte contrária (art. 1.021, § 4º)
A multa do art. 1.021, § 4º, do CPC/2015 tem como destinatário a parte contrária e não o Fundo
de Aparelhamento do Poder Judiciário.
Art. 1.021 (...) § 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou
improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o
agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da
causa.
STJ. 2ª Turma. REsp 1846734-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 11/02/2020 (Info 666).

Se um processo que estava no Plenário virtual é destacado para julgamento presencial, o


julgamento será reiniciado, de forma que será possível a realização de sustentação oral mesmo
que o relator já tivesse votado no ambiente virtual
O Min. Alexandre de Moraes era relator de uma ação direta de inconstitucionalidade. Ele incluiu
esse processo para ser julgado pelo Plenário Virtual.
O relator apresentou seu voto e os Ministros começaram a votar.
Ocorre que o Min. Marco Aurélio formulou pedido de destaque, requerendo que a referida ADI
fosse julgada presencialmente pelo Plenário físico.
Diante disso, o Min. Alexandre de Moraes retirou o processo da pauta de julgamentos eletrônicos e
o encaminhou ao Plenário físico para julgamento presencial, tendo havido nova publicação de
pauta.
O advogado da parte, quando viu a publicação da pauta, pediu para fazer sustentação oral no
Plenário físico.
O Min. Alexandre de Moraes negou o pedido sob o argumento de que já havia apresentado seu
voto no Plenário Virtual e a sustentação oral ocorre sempre antes de o relator votar. Depois que o
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relator vota, não cabe mais sustentação oral.


A maioria dos Ministros, contudo, concordou com o pedido de sustentação oral da parte.
Quando há o deslocamento do Plenário Virtual para o Plenário físico, o julgamento se reinicia,
havendo, portanto, direito de ser formulado pedido de sustentação oral.
Além disso, os advogados somente têm acesso ao que foi deliberado na sessão virtual depois de
prolatados todos os votos. Logo, o advogado da parte não teve acesso ao voto do relator que foi
liberado no Plenário Virtual.
STF. Plenário. ADI 4735/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/2/2020 (Info 965).

Não cabe reclamação para o controle da aplicação de entendimento firmado pelo STJ em
recurso especial repetitivo
A reclamação constitucional não trata de instrumento adequado para o controle da aplicação dos
entendimentos firmados pelo STJ em recursos especiais repetitivos.
As hipóteses de cabimento da reclamação foram elencadas nos incisos do caput do art. 988. O §
5º do art. 988 trata sobre situações nas quais não se admite reclamação.
O § 5º do art. 988 foi introduzido no CPC pela Lei nº 13.256/2016 com o objetivo justamente de
proibir reclamações dirigidas ao STJ e STF para o controle da aplicação dos acórdãos sobre
questões repetitivas. Essa parte final do § 5º é fruto de má técnica legislativa.
Se for admitida reclamação nessa hipótese isso irá em sentido contrário à finalidade do regime
dos recursos especiais repetitivos, que surgiu como mecanismo de racionalização da prestação
jurisdicional do STJ, diante dos litígios de massa.
O meio adequado e eficaz para forçar a observância da norma jurídica oriunda de um precedente,
ou para corrigir a sua aplicação concreta, é o recurso, instrumento que, por excelência, destina-se
ao controle e revisão das decisões judiciais.
STJ. Corte Especial. Rcl 36476-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/02/2020 (Info 669).

A menção a convenções abstratas que não possuem validade e eficácia no Direito Interno não é
suficiente à configuração do prequestionamento, mesmo que em sua forma implícita
Não é possível o reconhecimento do prequestionamento implícito baseado em mera
recomendação internacional, que nem sequer se enquadra no conceito de “lei federal” para fins de
interposição de recurso especial.
Caso concreto: a argumentação deduzida no recurso especial foi unicamente baseada em
dispositivos da Convenção Modelo da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), que não tem força normativa em nosso país, sendo uma espécie de recomendação, um
instrumento de soft law.
STJ. 2ª Turma. REsp 1821336-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 04/02/2020 (Info 684).

A tese firmada por ocasião do julgamento do REsp 1.813.684/SP é restrita ao feriado de


segunda-feira de carnaval
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A parte, ao apresentar recurso especial ou recurso extraordinário, tem o ônus de explicar e


comprovar que, na instância de origem, era feriado local ou dia sem expediente forense?
SIM. O art. 1.003, § 6º, do CPC/2015 trouxe expressamente um dispositivo dizendo que a
comprovação do feriado local deverá ser feita, obrigatoriamente, no ato de interposição do
recurso: “O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso.”
Assim, a comprovação da ocorrência de feriado local deve ser feita no ato da interposição do
recurso, sendo intempestivo quando interposto fora do prazo previsto na lei processual civil.
Esse entendimento acima explicado está sujeito a alguma modulação de efeitos?
Em regra: não. Depois da entrada em vigor do CPC/2015, a comprovação da ocorrência de feriado
local deve ser feita no ato da interposição do recurso, sendo intempestivo quando interposto fora
do prazo previsto na lei processual civil. Esse entendimento está em vigor desde o início da
vigência do CPC/2015 e não se submete a modulação de efeitos.
Exceção: no caso do feriado de segunda-feira de carnaval, há uma modulação dos efeitos.
Segunda-feira de carnaval não é um feriado nacional. No entanto, em diversos Estados, trata-se de
feriado local.
• Se o recurso especial foi interposto antes de 18/11/2019 (data de publicação do REsp 1.813.684-
SP) e a parte não comprovou que segunda-feira de carnaval era feriado no Tribunal de origem: é
possível a abertura de vista para que a parte comprove isso mesmo após a interposição do
recurso, sanando o vício.
• Se o recurso especial foi interposto depois de 18/11/2019 (data de publicação do REsp
1.813.684-SP) e a parte não comprovou que segunda-feira de carnaval era feriado no Tribunal de
origem: não é possível a abertura de vista para que a parte comprove esse feriado, ou seja, o vício
não pode mais ser sanado.
STJ. Corte Especial. QO no REsp 1813684/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 03/02/2020
(Info 666).

O STF reconheceu a repercussão geral na discussão sobre a inclusão dos expurgos


inflacionários na correção monetária dos depósitos judiciais (Tema 1.016) e determinou a
suspensão nacional de todos os processos que envolvam o tema
Há repercussão geral da questão constitucional referente à inclusão dos expurgos inflacionários
na correção monetária dos depósitos judiciais (Tema 1.016).
Reconhecida a repercussão geral, o STF determinou a suspensão nacional de todos os processos
que envolvam discussão sobre expurgos inflacionários dos planos econômicos nos depósitos
judiciais.
Tal decisão foi proferida com base no art. 1.035, § 5º do CPC/2015.
STF. Plenário. RE 1141156 AgR/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 19/12/2019 (Info 964).

Aplica-se a técnica de ampliação do colegiado quando o Tribunal, por maioria, der provimento
aos embargos de declaração para reformar a decisão embargada e, por consequência, reformar
a decisão parcial de mérito prolatada pelo juiz em 1ª instância

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Em se tratando de aclaratórios opostos a acórdão que julga agravo de instrumento, a aplicação da


técnica de julgamento ampliado somente ocorrerá se os embargos de declaração forem acolhidos
para modificar o julgamento originário do magistrado de primeiro grau que houver proferido
decisão parcial de mérito.
Quando se tratar de embargos de declaração contra acórdão que decidiu agravo de instrumento,
só será caso de ampliação do colegiado se, ao julgar os embargos declaratórios, o colegiado - por
maioria - deliberar por reformar decisão de mérito (o que significa dizer que se terá, por
deliberação não unânime, atribuído efeitos infringentes aos embargos de declaração, reformando-
se a decisão embargada e, por conseguinte, reformando a decisão parcial de mérito prolatada pelo
órgão de primeira instância) (CÂMARA, Alexandre Freitas. A ampliação do colegiado em
julgamentos não unânimes. Revista de Processo, ano 43, vol. 282, ago/2018, p. 264).
STJ. 3ª Turma. REsp 1841584-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 10/12/2019
(Info 662).

O procedimento de distinção (distinguishing) previsto no art. 1.037, §§ 9º a 13, do CPC/2015,


aplica-se também ao incidente de resolução de demandas repetitivas – IRDR
O procedimento de alegação de distinção (distinguishing) entre a questão debatida no processo e
a questão submetida ao julgamento sob o rito dos recursos repetitivos, previsto no art. 1.037,
§§9º a 13, do CPC, aplica-se também ao IRDR.
Exemplo: o TJ/SP está recebendo milhares de apelações discutindo se os bancos podem ou não
cobrar a tarifa bancária “X”. É instaurado um IRDR no TJ/SP para decidir o tema. O Desembargador
Relator determina a suspensão de todos processos pendentes, individuais ou coletivos, que
tramitam no Estado de São Paulo envolvendo a cobrança da tarifa bancária “X”.
Antes da instauração do IRDR, Pedro havia ajuizado, na comarca de Santos (SP), ação contra o
Banco Itaú questionando a cobrança da tarifa “X”. O processo estava tramitando normalmente,
mas o Juiz foi informado de que o TJ/SP determinou o sobrestamento de todos os processos que
tratem sobre o tema. Diante disso, o magistrado proferiu decisão determinando a suspensão do
processo envolvendo Pedro e o Banco Itaú. Pedro, contudo, não concorda com essa suspensão.
Isso porque a matéria discutida na ação por ele proposta envolve a constitucionalidade da tarifa
“X” (e não a sua legalidade). Logo, seria, em seu ponto de vista, um caso diferente daquele que
será julgado pelo TJ/SP no IRDR.
Pedro poderá interpor, imediatamente, um agravo de instrumento contra esta decisão do Juiz?
Não. Antes de interpor o agravo de instrumento, Pedro deverá adotar o procedimento de distinção
previsto no art. 1.037, §§ 9º a 13, do CPC.
Mas esse procedimento foi previsto para os recursos repetitivos. Mesmo assim, ele se aplica
também para o IRDR? Sim. Tanto os recursos especiais e extraordinários repetitivos como o IRDR
compõem um microssistema de julgamento de questões repetitivas, devendo o intérprete
promover, sempre que possível, a integração entre os dois mecanismos que pertencem ao mesmo
sistema de formação de precedentes vinculantes. Não há diferença ontológica nem tampouco
justificativa teórica para um tratamento assimétrico (diferente).
STJ. 3ª Turma. REsp 1846109-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 10/12/2019 (Info 662).

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Não cabe recurso extraordinário para discutir a possibilidade ou não de retenção de honorários
advocatícios contratuais sobre crédito relativo a diferenças do FUNDEF
A discussão envolvendo a possibilidade ou não de retenção de honorários advocatícios
contratuais sobre crédito relativo a diferenças do FUNDEF possui natureza infraconstitucional, de
forma que não cabe recurso extraordinário para apreciá-la considerando que não há matéria
constitucional a ser analisada.
STF. 1ª Turma. ARE 1066359 AgR/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/11/2019 (Info 961).

Vale ressaltar que, em julgamento de uma ADPF, o Supremo assim decidiu:


É inconstitucional o pagamento de honorários advocatícios contratuais com recursos destinados
ao FUNDEB, o que representaria indevido desvio de verbas constitucionalmente vinculadas à
educação.
STF. Plenário. ADPF 528/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 18/3/2022 (Info 1047).

O art. 1.015, VI, do CPC/2015 abrange a decisão interlocutória que versa sobre a exibição do
documento em incidente processual, em ação incidental ou, ainda, em mero requerimento
formulado no bojo do próprio processo
O art. 1.015, VI, do CPC/2015 prevê:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
Essa hipótese de cabimento abrange:
• a decisão que resolve o incidente processual de exibição instauradoem face de parte;
• a decisão que resolve a ação incidental deexibição instaurada em face de terceiro;
• e, ainda, a decisãointerlocutória que aceite ou rejeite mero requerimento formulado no bojo do
próprio processo.
Assim, cabe agravo de instrumento com base no art. 1.015, VI, do CPC/2015, contra a decisão
interlocutória que defira ou indefira a expedição de ofício para que um terceiro apresente
determinado documento, mesmo sem a instauração de incidente processual ou de ação
incidental.
STJ. 3ª Turma. REsp 1798939-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/11/2019 (Info 661).

Cabe reclamação contra decisão do STJ que nega provimento a agravo interno interposto
contra decisão monocrática do Vice-Presidente do STJ que negou seguimento ao recurso
extraordinário sob a alegação de que houve incorreta aplicação de tese do STF fixada em
repercussão geral
A erronia na observância de pronunciamento do STF formalizado, em recurso extraordinário, sob o
ângulo da repercussão geral, enseja, esgotada a jurisdição na origem considerado o julgamento de
agravo, o acesso ao Supremo mediante a reclamação.
Fundamento: art. 988, § 5º do CPC/2015.
Caso concreto: a parte interpôs recurso extraordinário contra acórdão do STJ alegando que houve

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errônea aplicação de tese do STF fixada em repercussão geral. O Vice-Presidente do STJ negou
seguimento ao recurso extraordinário. Contra esta decisão, a parte interpôs agravo interno. A
Corte Especial do STJ negou provimento ao agravo interno. A parte ingressou, então, com
reclamação, que foi conhecida pelo STF.
STF. 1ª Turma. Rcl 26874 AgR/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12/11/2019 (Info 959).

Não cabe recurso contra o acórdão que admite ou inadmite o IRDR


É irrecorrível o acórdão que admite ou inadmite o Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas – IRDR.
Podem ser apontadas três razões para se defender o não cabimento de recurso nestes casos:
1) o art. 976, §3º, do CPC/2015 afirma que, mesmo depois de o IRDR não ter sido admitido é
possível que se requeira a instauração de um novo IRDR, desde que satisfeito o pressuposto que
não havia sido inicialmente cumprido, sanando-se o vício existente ao tempo do primeiro
requerimento.
2) o CPC só previu recurso contra a decisão que julga o mérito do IRDR;
3) o acórdão que inadmite a instauração do IRDR não preenche o pressuposto constitucional da
causa decidida apto a viabilizar o conhecimento de quaisquer recursos excepcionais, pois ausente
o caráter de definitividade no exame da questão litigiosa.
STJ. 3ª Turma. REsp 1631846-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 05/11/2019 (Info 661).

Vale fazer aqui uma observação: no informativo 661 divulgado pelo STJ constou a seguinte frase:
“É irrecorrível o acórdão que admite ou inadmite o Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas – IRDR”.Importante esclarecer, contudo, que os doutrinadores citados no próprio voto
da Min. Relatora Nancy Andrighi afirmam que cabe um único recurso: os embargos de
declaração.Assim, mesmo não tendo constado isso no Informativo, é possível dizer: a decisão que
admite ou que inadmite o IRDR é irrecorrível, salvo os embargos de declaração.

Aplica-se a técnica de ampliação do colegiado quando não há unanimidade no juízo de


admissibilidade recursal
A técnica de julgamento do art. 942 pode ser aplicada na hipótese em que não houve unanimidade
quanto à preliminar de admissibilidade da apelação adesiva? Ex: o autor interpôs recurso adesivo
endereçado à Câmara Cível do Tribunal de Justiça; 2 Desembargadores votaram por conhecer do
recurso adesivo, mas 1 Desembargador votou pelo não conhecimento sob o argumento de que
não havia pertinência temática; neste caso, deve ser aplicado o art. 942 do CPC, com a
convocação de dois novos Desembargadores para votar?
SIM.Aplica-se a técnica de ampliação do colegiado quando não há unanimidade no juízo de
admissibilidade recursal.
O art. 942 do CPC não determina a ampliação do julgamento apenas em relação às questões de
mérito. Na apelação, a técnica de ampliação do colegiado deve ser aplicada a qualquer julgamento

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não unânime, incluindo as questões preliminares relativas ao juízo de admissibilidade do recurso.


STJ. 3ª Turma. REsp 1798705-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 22/10/2019
(Info 659).

A parte que junta, no ato de interposição do REsp, calendário disponível no site do Tribunal de
Justiça que mostra os feriados locais, cumpre a exigência prevista no § 6º do art. 1.003, § 6º,
do CPC/2015
É admissível a impetração de mandado de segurança para impugnar ato judicial que decidiu pela
intempestividade de recurso que havia sido protocolado dentro do prazo legal. Isso porque se está
diante de uma situação excepcional.
STF. 1ª Turma. RMS 36114/AM, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 22/10/2019 (Info 957).

O calendário disponível no sítio do Tribunal de Justiça que mostra os feriados na localidade é


documento idôneo para comprovar a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso,
nos termos do art. 1.003, § 6º, do CPC/2015.
STF. 1ª Turma. RMS 36114/AM, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 22/10/2019 (Info 957).

As informações processuais disponibilizadas por meio da internet, na página eletrônica de Tribunal


de Justiça ou de Tribunal Regional Federal, ostentam natureza oficial, gerando para as partes que
as consultam a presunção de correção e confiabilidade.
Desse modo, uma vez lançada a informação, no calendário judicial, disponibilizado pelo site do
Tribunal de origem, da existência de suspensão local de prazo, deve ser considerada idônea a
juntada desse documento pela parte para fins de comprovação do feriado local.
STJ. Corte Especial. EAREsp 1.927.268-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 19/4/2023 (Info 771).

Cabe agravo de instrumento contra decisão do juízo de primeiro grau que resolve o
requerimento de distinção de processos sobrestados em razão de recursos repetitivos (art.
1.037, § 13, I, do CPC/2015)
Cabe agravo de instrumento contra decisão do juízo de primeiro grau que resolve o requerimento
de distinção de processos sobrestados em razão de recursos repetitivos.
Fundamento: art. 1.037, § 13, I, do CPC/2015:
Art. 1.037 (...)
§ 8º As partes deverão ser intimadas da decisão de suspensão de seu processo, a ser proferida
pelo respectivo juiz ou relator quando informado da decisão a que se refere o inciso II do caput.
§ 9º Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no
recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu
processo.
§ 13. Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 9º caberá:
I - agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro grau;
II - agravo interno, se a decisão for de relator.
Obs: no CPC/1973, a decisão que determinava o sobrestamento dos recursos extraordinários e

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recursos especiais repetitivos não selecionados como paradigmas era irrecorrível.


STJ. 3ª Turma. REsp 1717387-PB, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 08/10/2019
(Info 658).

É necessária a comprovação de feriado local no ato de interposição do recurso (art. 1.003, § 6º


do CPC/2015); no que tange ao feriado de segunda-feira de carnaval, existe uma modulação
dos efeitos
A parte, ao apresentar recurso especial ou recurso extraordinário, tem o ônus de explicar e
comprovar que, na instância de origem, era feriado local ou dia sem expediente forense? Essa
comprovação poderia ser posterior à interposição do recurso?
Na vigência do CPC/1973:
A parte, mesmo que não demonstrasse no momento da interposição do recurso que havia esse
feriado local, poderia comprovar depois.
Assim, era possível a comprovação posterior da tempestividade de recurso no STJ ou no STF
quando o recurso houvesse sido julgado intempestivo em virtude de feriados locais ou de
suspensão de expediente forense no tribunal a quo.
Esse era o entendimento do STJ e do STF.

Na égide do CPC/2015:
O cenário mudou.
O CPC/2015 trouxe expressamente um dispositivo dizendo que a comprovação do feriado local
deverá ser feita, obrigatoriamente, no ato de interposição do recurso. Veja:
Art. 1.003 (...)§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do
recurso.

Vigora atualmente o seguinte:


• depois da entrada em vigor do CPC/2015, a comprovação da ocorrência de feriado local deve ser
feita no ato da interposição do recurso, sendo intempestivo quando interposto fora do prazo
previsto na lei processual civil. Esse entendimento está em vigor desde o início da vigência do
CPC/2015 e não se submete a modulação de efeitos.
• no caso do feriado de segunda-feira de carnaval (e apenas neste), aplica-se a modulação dos
efeitos prevista no REsp 1813684/SP.

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A parte pede que o juiz suspenda o processo alegando prejudicialidade externa (art. 313, V, “a”,
CPC/2015); magistrado indefere; esse pronunciamento não pode ser equiparado a uma decisão
sobre tutela provisória; logo, não cabe agravo de instrumento contra ele com base no inciso I do
art. 1.015 do CPC/2015
A decisão interlocutória que indefere o pedido de suspensão do processo em razão de questão
prejudicial externa não equivale à tutela provisória de urgência de natureza cautelar e, assim, não é
recorrível por agravo de instrumento.
STJ. 3ª Turma. REsp 1759015-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 17/09/2019 (Info 656).

A decisão interlocutória que majora a multa fixada para a hipótese de descumprimento de


decisão antecipatória de tutela anteriormente proferida é recorrível por agravo de instrumento
A decisão interlocutória que majora a multa que havia sido fixada inicialmente consiste em uma
tutela provisória sendo, portanto, recorrível por agravo de instrumento com base no art. 1.015, I, do
CPC/2015:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
Se é concedida uma tutela provisória e, posteriormente, é proferida uma segunda decisão
interlocutória modificando essa tutela provisória, pode-se considerar que esse segundo
pronunciamento jurisdicional se enquadra no conceito de decisão interlocutória que verse sobre
tutela provisória.
STJ. 3ª Turma. REsp 1827553-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/08/2019 (Info 655).

Não cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que, na segunda fase da ação
de prestação de contas, defere prova pericial
A decisão interlocutória que, na segunda fase da ação de prestação de contas, defere a produção
de prova pericial contábil, nomeia perito e concede prazo para apresentação de documentos,
formulação de quesitos e nomeação de assistentes, não é imediatamente recorrível por agravo de
instrumento.
STJ. 3ª Turma. REsp 1821793-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/08/2019 (Info 654).

É inadmissível incidente de assunção de competência no âmbito do STJ fora das situações


previstas no art. 947 do CPC/2015
O incidente de assunção de competência está previsto no art. 947 do CPC/2015:
Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa
necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com
grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.
Assim, cabe o incidente em caso de: a) recurso; b) remessa necessária; c) julgamento de processo
de competência originária do Tribunal.
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É inadmissível incidente de assunção de competência fora das situações previstas no art. 947 do
CPC/2015.
Caso concreto: a parte ajuizou ação rescisória na Turma Recursal do Juizado Especial cível
estadual, tendo a ação sido indeferida liminarmente. Contra essa decisão, a parte ingressou com
incidente de assunção de competência no STJ; no caso concreto, não se está diante de recurso,
remessa necessária ou processo de competência originária do STJ, sendo, portanto,
manifestamente descabido o pedido. Vale ressaltar que, contra a decisão da Turma Recursal, nem
cabe recurso para o STJ.
STJ. 1ª Seção. AgInt na Pet 12642-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 14/08/2019 (Info 659).

Cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que acolhe ou afasta a arguição de
impossibilidade jurídica do pedido (mérito do processo – art. 1.015, II, do CPC/2015)
Cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que acolhe ou afasta a arguição de
impossibilidade jurídica do pedido.
Com o CPC/2015, a possibilidade jurídica do pedido deixou de ser uma condição da ação e passou
ser classificada como “questão de mérito”. Logo, se uma decisão interlocutória acolhe ou rejeita a
arguição de impossibilidade jurídica do pedido, trata-se de decisão que versa sobre o mérito do
processo, sendo cabível a interposição de agravo de instrumento, com fulcro no art. 1.015, II, do
CPC:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
II - mérito do processo.
STJ. 3ª Turma. REsp 1757123-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/08/2019 (Info 654).

Não deve ser conhecido o recurso especial tirado de agravo de instrumento quando sobrevém
sentença de extinção do processo sem resolução de mérito que não foi objeto de apelação
Não deve ser conhecido o recurso especial tirado de agravo de instrumento quando sobrevém
sentença de extinção do processo sem resolução de mérito que não foi objeto de apelação.
Ex: juiz determinou que os autores fizessem a emenda da petição inicial, sob pena de
indeferimento; os autores não concordaram e interpuseram agravo de instrumento, que não foi
conhecido pelo TJ; contra esta decisão, foi manejado recurso especial; antes que o recurso
especial fosse julgado, o juiz extinguiu o processo sem resolução do mérito indeferindo a petição
inicial pelo fato de não ter sido cumprida a diligência (emenda da petição inicial); neste caso, os
autores deveriam ter interposto apelação contra a sentença; como não interpuseram, o recurso
especial tirado do agravo de instrumento – e que ainda estava pendente de julgamento – não será
conhecido porque houve a formação de coisa julgada.
STJ. 3ª Turma. REsp 1750079-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/08/2019 (Info 654).

INSS está dispensado do prévio pagamento do porte de remessa e de retorno, devendo recolher
o respectivo valor somente ao final da demanda, acaso vencido
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A teor dos arts. 27 e 511, § 1º, do revogado CPC/1973 (arts. 91 e 1.007, § 1º, do CPC/2015), o
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, nos recursos de competência dos Tribunais de Justiça,
está dispensado do prévio pagamento do porte de remessa e de retorno, enquanto parcela
integrante do preparo, devendo recolher o respectivo valor somente ao final da demanda, acaso
vencido.
STJ. Corte Especial. REsp 1761119-SP, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 07/08/2019 (recurso
repetitivo – Tema 1001) (Info 653).

Caberá agravo de instrumento contra todas as decisões interlocutórias proferidas nos


processos mencionados no parágrafo único do art. 1.015 do CPC/2015, não se aplicando ali a
taxatividade mitigada do caput do art. 1.015
Cabe agravo de instrumento contra todas as decisões interlocutórias proferidas na liquidação e no
cumprimento de sentença, no processo executivo e na ação de inventário.
Fundamento: Art. 1.015 (...) Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra
decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de
sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
STJ. Corte Especial. REsp 1803925-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 01/08/2019 (Info
653).

Não cabe agravo de instrumento contra a decisão que nega o pedido para que ocorra o
julgamento antecipado parcial do mérito
Não é cabível agravo de instrumento contra decisão que indefere pedido de julgamento antecipado
do mérito por haver necessidade de dilação probatória.
STJ. 3ª Turma. AgInt no AREsp 1411485-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
01/07/2019 (Info 653).

Em caso de decisões interlocutórias complexas, qual critério será adotado para saber se cabe
ou não agravo de instrumento?
Em se tratando de decisão interlocutória com duplo conteúdo, é possível estabelecer como
critérios para a identificação do cabimento do recurso:
a) o exame do elemento que prepondera na decisão;
b) o emprego da lógica do antecedente-consequente e da ideia de questões prejudiciais e de
questões prejudicadas;
c) o exame do conteúdo das razões recursais apresentadas pela parte irresignada.
STJ. 3ª Turma. REsp 1797991-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/06/2019 (Info 651).

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O juízo de admissibilidade do recurso ordinário em mandado de segurança é feito pelo STJ (e


não pelo TJ ou TRF recorrido)
Em recurso ordinário em mandado de segurança, o exercício de juízo de admissibilidade por
tribunais federais e estaduais caracteriza usurpação de competência do Superior Tribunal de
Justiça, sendo cabível reclamação.
O recurso ordinário em mandado de segurança deve ser imediatamente remetido pelo TJ ou TRF
ao Tribunal Superior, independentemente de juízo prévio de admissibilidade.
STJ. 2ª Seção. Rcl 35.958-CE, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 10/04/2019 (Info 646).

O prazo para interposição de recurso ordinário em habeas corpus, ainda que se trate de matéria
não criminal, é de 5 dias
O prazo para interposição de recurso ordinário em habeas corpus, ainda que se trate de matéria
não criminal, continua sendo de 5 dias, nos termos do art. 30 da Lei nº 8.038/90, não se aplicando
à hipótese os arts. 1.003, §5º, e 994, V, do CPC/2015.
Ex: recurso ordinário contra decisão do TJ que negou habeas corpus a indivíduo que se encontra
preso em razão de dívida de alimentos.
STJ. 3ª Turma. RHC 109.330-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 09/04/2019 (Info 646).

Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que fixa data da separação de fato do
casal para efeitos da partilha dos bens
Cabe agravo de instrumento, nos termos do art. 1.015, II, do CPC/2015, contra decisão
interlocutória que fixa data da separação de fato do casal para efeitos da partilha dos bens.
Trata-se de decisão parcial de mérito, considerando que é uma decisão que resolve uma parcela
do pedido de partilha de bens.
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
II - mérito do processo;
STJ. 3ª Turma. REsp 1798975-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 02/04/2019 (Info 645).

É cabível agravo de instrumento contra decisão interlocutória que defere ou indefere a


distribuição dinâmica do ônus da prova ou quaisquer outras atribuições do ônus da prova
distinta da regra geral
O CPC/2015 prevê que:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;
Esse inciso XI abrange também as decisões interlocutórias que determinem a inversão da prova
com base no art. 6º, VIII, do CDC?
SIM. O art. 373, §1º, do CPC/2015, contempla duas regras jurídicas distintas, ambas criadas para

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excepcionar a regra geral do caput do art. 373, sendo que a primeira diz respeito à atribuição do
ônus da prova, pelo juiz, em hipóteses previstas em lei, de que é exemplo a inversão do ônus da
prova prevista no art. 6º, VIII, do CDC, e a segunda diz respeito à teoria da distribuição dinâmica do
ônus da prova, incidente a partir de peculiaridades da causa que se relacionem com a
impossibilidade ou com a excessiva dificuldade de se desvencilhar do ônus estaticamente
distribuído ou, ainda, com a maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário.
Em outras palavras, a hipótese do art. 6º, VIII, do CDC está sim tratada no § 1º do art. 373 do CPC
uma vez que esse dispositivo dispõe também a inversão do ônus da prova nos casos previstos em
lei.
Para o STJ, a hipótese do inciso XI do art. 1.015 do CPC deve ser lida em sentido amplo de sorte
que:
É cabível agravo de instrumento contra decisão interlocutória que defere ou indefere a distribuição
dinâmica do ônus da prova ou quaisquer outras atribuições do ônus da prova distinta da regra
geral, desde que se operem ope judicis e mediante autorização legal.
STJ. 3ª Turma. REsp 1729110-CE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 02/04/2019 (Info 645).

Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que exclui o litisconsorte; não cabe
este recurso contra a decisão que mantém o litisconsorte
Segundo o inciso VII do art. 1.015, do CPC/2015: “cabe agravo de instrumento contra as decisões
interlocutórias que versarem sobre exclusão de litisconsorte”.
Essa previsão abrange somente a decisão que exclui o litisconsorte.
Assim, cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que exclui o litisconsorte.
Por outro lado, não cabe agravo de instrumento contra a decisão que indefere o pedido de
exclusão de litisconsorte (decisão que mantém o litisconsorte).
STJ. 3ª Turma. REsp 1724453-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/03/2019 (Info 644).

Como se deve interpretar a expressão “decisões interlocutórias que versem sobre tutelas
provisórias” presente no art. 1.015, I, do CPC/2015?
O conceito de “decisão interlocutória que versa sobre tutela provisória” previsto no art. 1.015, I, do
CPC/2015, abrange as decisões que digam respeito à:
1) à presença ou não dos pressupostos que justificam o deferimento, indeferimento, revogação ou
alteração da tutela provisória (é o chamado núcleo essencial);
2) ao prazo e ao modo de cumprimento da tutela;
3) à adequação, suficiência, proporcionalidade ou razoabilidade da técnica de efetivação da tutela
provisória; e
4) à necessidade ou dispensa de garantias para a concessão, revogação ou alteração da tutela
provisória.
STJ. 3ª Turma. REsp 1752049-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/03/2019 (Info 644).

Não cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que impõe ao beneficiário o dever
de arcar com as despesas da estadia do bem móvel objeto da busca e apreensão em pátio de
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terceiro.
Tal situação não pode ser enquadrada no art. 1.015, I, do CPC/2015 porque essa decisão não se
relaciona, de forma indissociável, com a tutela provisória.
Trata-se, na verdade, de decisão que diz respeito a aspectos externos relacionados com a
executoriedade, operacionalização ou implementação fática da busca e apreensão (e não com a
tutela provisória em si).
STJ. 3ª Turma. REsp 1752049-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/03/2019 (Info 644).

A decisão interlocutória que rejeita a ocorrência de prescrição ou decadência é uma decisão de


mérito, que enseja a agravo de instrumento com base no inciso II do art. 1.015 do CPC/2015
A decisão interlocutória que afasta (rejeita) a alegação de prescrição é recorrível, de imediato, por
meio de agravo de instrumento com fundamento no art. 1.015, II, do CPC/2015. Isso porque se
trata de decisão de mérito.
Embora a ocorrência ou não da prescrição ou da decadência possam ser apreciadas somente na
sentença, não há óbice para que essas questões sejam examinadas por intermédio de decisões
interlocutórias, hipótese em que caberá agravo de instrumento com base no art. 1.015, II, do
CPC/2015, sob pena de formação de coisa julgada material sobre a questão.
STJ. 3ª Turma. REsp 1738756-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/02/2019 (Info 643).

O art. 1.035, § 5º do CPC/2015 não determina a suspensão automática dos processos, devendo
esse entendimento ser aplicado aos recursos especiais que impugnam acórdão publicado e
com a repercussão geral reconhecida na vigência do CPC/1973
O art. 1.035, § 5º do CPC/2015 prevê o seguinte:
§ 5º Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a
suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
versem sobre a questão e tramitem no território nacional.
A suspensão prevista nesse § 5º não é uma consequência automática e necessária do
reconhecimento da repercussão geral. Em outras palavras, ela não acontece sempre. O Ministro
Relator do recurso extraordinário paradigma tem discricionariedade para determiná-la ou modulá-
la (STF. Plenário. RE 966177 RG/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/6/2017).
Esse mesmo entendimento deve ser aplicado aos recursos especiais que impugnam acórdão
publicado e que tenha tido repercussão geral reconhecida na vigência do CPC/1973.
Assim, o STJ poderá julgar um recurso especial que esteja naquele Tribunal mesmo que o tema a
ser discutido esteja aguardando para ser julgado pelo STF sob a sistemática da repercussão geral,
salvo, obviamente, se o Ministro Relator do STF determinou a suspensão de todos os processos
pendentes.
STJ. Corte Especial. REsp 1.202.071-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 01/02/2019 (Info
650).

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O recurso interposto pela Defensoria, na qualidade de curadora especial, não precisa de


preparo
Tendo em vista os princípios do contraditório e da ampla defesa, o recurso interposto pela
Defensoria Pública, na qualidade de curadora especial, está dispensado do pagamento de preparo.
STJ. Corte Especial. EAREsp 978895-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
18/12/2018 (Info 641).

Se a parte ajuizou ação urgente sem juntar procuração (art. 37 do CPC/1973), ela também
poderá, dentro do prazo de 15 dias previsto neste dispositivo, interpor recurso sem procuração
É admissível, em caso de urgência, nos termos do art. 37 do CPC/1973 (art. 104, § 1º, do
CPC/2015), a regularização da representação processual do autor/agravante, em segunda
instância, a partir do translado do instrumento de procuração a ser juntado na origem no prazo
assinado em lei.
STJ. 2ª Seção. EREsp 1265639-SC, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 12/12/2018 (Info
643).

O rol do art. 1.015 do CPC/2015 é de taxatividade mitigada


O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de
instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no
recurso de apelação.
STJ. Corte Especial.REsp 1704520-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/12/2018 (recurso
repetitivo) (Info 639).
Obs: a tese jurídica fixada e acima explicada somente se aplica às decisões interlocutórias
proferidas após a publicação do REsp 1704520/MT, o que ocorreu no DJe 19/12/2018.

Os novos julgadores convocados na forma do art. 942 do CPC/2015 poderão analisar todo o
conteúdo das razões recursais, não se limitando à matéria sobre a qual houve divergência
Como ocorre a continuidade do julgamento na hipótese em que houve uma parte unânime e outra
não unânime? Ex: no julgamento de uma apelação contra sentença que havia negado
integralmente a indenização, a Câmara Cível entendeu de forma unânime (3x0) que houve danos
materiais e por maioria (2x1) que não ocorreram danos morais. Foram então convocados dois
Desembargadores para a continuidade do julgamento ampliado (art. 942). Esses dois novos
Desembargadores que chegam poderão votar também sobre a parte unânime (danos materiais)
ou ficarão restritos ao capítulo não unânime (danos morais)?
O colegiado formado com a convocação dos novos julgadores (art. 942 do CPC/2015) poderá
analisar de forma ampla todo o conteúdo das razões recursais, não se limitando à matéria sobre a
qual houve originalmente divergência.

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Constatada a ausência de unanimidade no resultado da apelação, é obrigatória a aplicação do art.


942 do CPC/2015, sendo que o julgamento não se encerra até o pronunciamento pelo colegiado
estendido, ou seja, inexiste a lavratura de acórdão parcial de mérito.
Os novos julgadores convocados não ficam restritos aos capítulos ou pontos sobre os quais
houve inicialmente divergência, cabendo-lhes a apreciação da integralidade do recurso.
O prosseguimento do julgamento com quórum ampliado em caso de divergência tem por objetivo
a qualificação do debate, assegurando-se a oportunidade para a análise aprofundada das teses
jurídicas contrapostas e das questões fáticas controvertidas, com vistas a criar e manter uma
jurisprudência uniforme, estável, íntegra e coerente.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.771.815-SP, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, julgado em 13/11/2018
(Info 638).

Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido
É inaplicável a contagem do prazo recursal em dobro quando apenas um dos litisconsortes com
procuradores distintos sucumbe.
Nesse sentido existe, inclusive, uma súmula do STF, cujo entendimento continua válido com o
CPC/2015:
Súmula 641-STF: Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes
haja sucumbido.
Ex: ação de cobrança proposta contra Pedro e Tiago. Na sentença, o juiz julga procedente quanto
a Pedro e improcedente no que tange a Tiago. Pedro, única parte sucumbente, não terá direito a
prazo em dobro.
STJ. 3ª Turma. REsp 1709562-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/10/2018(Info 636).

Acórdão que, no julgamento de agravo de instrumento, por maioria de voto, reforma decisão
interlocutória para reconhecer que determinado bem é impenhorável
Nos processos ainda regidos pelo CPC/73, são cabíveis embargos infringentes contra acórdão
que, em julgamento de agravo de instrumento, por maioria de votos, reforma decisão interlocutória
para reconhecer a impenhorabilidade de bem, nos termos da Lei nº 8.009/90.
STJ. 2ª Seção. EREsp 1131917-MG, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, Rel. Acd. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 10/10/2018 (Info 637).

A técnica de ampliação de julgamento (art. 942 do CPC/2015) deve ser utilizada quando o
resultado da apelação for não unânime, independentemente de ser julgamento que reforma ou
mantém a sentença impugnada
Assim como ocorria com os embargos infringentes, para a aplicação da técnica de julgamento do
art. 942 do CPC exige-se que a sentença tenha sido reformada no julgamento da apelação?
NÃO. A técnica do julgamento ampliado vale também para sentença mantida pelo Tribunal no

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julgamento da apelação por decisão não unânime.


A técnica de ampliação de julgamento prevista no art. 942 do CPC/2015 deve ser utilizada quando
o resultado da apelação for não unânime, independentemente de ser julgamento que reforma ou
mantém a sentença impugnada.
Assim, o que importa é que a decisão que julgou a apelação tenha sido por maioria (julgamento
não unânime), não importando que a sentença tenha sido mantida ou reformada.
Obs: cuidado com as hipóteses de cabimento do art. 942 do CPC nos casos de acórdão que julga
agravo de instrumento e ação rescisória.
STJ. 4ª Turma. REsp 1733820-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 02/10/2018 (Info
639).

É cabível a interposição de agravo de instrumento contra todas as decisões interlocutórias em


processo falimentar e recuperacional
É cabível a interposição de agravo de instrumento contra decisões interlocutórias em processo
falimentar e recuperacional, ainda que não haja previsão específica de recurso na Lei nº
11.101/2005 (LREF).
Fundamento: interpretação extensiva do art. 1.015, parágrafo único, do CPC/2015.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.722.866-MT, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 25/09/2018 (Info
635).

Necessidade de impugnação específica de todos os fundamentos da decisão proferida pelo


Tribunal de origem que inadmite o recurso especial
A decisão de inadmissibilidade do recurso especial não é formada por capítulos autônomos, mas
por um único dispositivo, o que exige sua impugnação total.
Em outras palavras, o agravante deve atacar, de forma específica, TODOS os fundamentos da
decisão que, na origem, inadmitiu o recurso especial.
STJ. Corte Especial. EAREsp 831.326-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Rel. Acd. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 19/09/2018 (Info 638).

Multa do § 2º do art. 557 do CPC/1973 (§ 4º do art. 1.021 do CPC/2015) e Fazenda Pública


Se o Poder Público for condenado ao pagamento da multa do § 2º do art. 557 do CPC/1973 (§ 4º
do art. 1.021 do CPC/2015), a interposição de outros recursos ficará condicionada ao depósito
prévio do respectivo valor?
CPC/1973: SIM
Havendo condenação da Fazenda Pública ao pagamento da multa prevista no art. 557, § 2º, do
CPC 1973, a interposição de qualquer outro recurso fica condicionada ao depósito prévio do
respectivo valor.
O prévio depósito da multa também é devido pela Fazenda Pública.

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STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 553.788-DF, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 16/10/2014
(Info 551).
STF. 2ª Turma. ARE 931830 AgR/PB, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/8/2018 (Info 912).

CPC/2015: NÃO
Veja o que diz o CPC/2015:
Art. 1.021 (...)
§ 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em
votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar
ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da
multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça,
que farão o pagamento ao final.

Cabimento de honorários advocatícios em julgamento de embargos de declaração por Tribunais


Após 18 de março de 2016, data do início da vigência do Novo Código de Processo Civil, é possível
condenar a parte sucumbente em honorários advocatícios na hipótese de o recurso de embargos
de declaração, interposto perante Tribunal, não atender os requisitos previstos no art. 1.022 e
tampouco se enquadrar em situações excepcionais que autorizem a concessão de efeitos
infringentes.
STF. 1ª Turma. AI 766650 AgR-ED, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 06/06/2017.
STF. 1ª Turma. RE 929925 AgR-ED/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/6/2016 (Info 829).
STF. 1ª Turma. RE 1071681 AgR-ED-ED, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 25/05/2018.

Obs: o STJ possui julgados em sentido contrário:


Os honorários recursais (art. 85, § 11, do CPC/2015) incidem apenas quando o STJ julga, pela vez
primeira, o recurso, sujeito ao CPC/15, que inaugure o grau recursal, revelando-se indevida a
fixação em agravo interno e embargos de declaração.
STJ. 4ª Turma. EDcl no AgInt no REsp 1719756/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
07/08/2018.

Divergência manifestada nos embargos de declaração opostos ao acórdão unânime da


apelação que reformou a sentença
São cabíveis embargos infringentes quando a divergência qualificada se manifesta nos embargos
de declaração opostos ao acórdão unânime da apelação que reformou a sentença.
STJ. 2ª Seção. EREsp 1290283-GO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 11/04/2018 (Info
626).

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A gratificação de produtividade não se traduz em questão de ordem pública, que gozaria da


prerrogativa do efeito translativo, passível de reconhecimento de ofício
A concessão de vantagem pecuniária, qual seja a gratificação de produtividade não se traduz em
questão de ordem pública, que gozaria da prerrogativa do efeito translativo, passível de
reconhecimento de ofício. Por conseguinte, impossível, in casu, o julgamento daquilo que não foi
devolvido ao conhecimento do Tribunal.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.726.937/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 20/03/2018.

O recurso extraordinário pressupõe a existência de causa, decidida em única ou última


instância por órgão do Poder Judiciário, no exercício de função jurisdicional
Não cabe recurso extraordinário contra decisão do TST que julga processo administrativo
disciplinar instaurado contra magistrado trabalhista.
Compete ao STF julgar, mediante recurso extraordinário, as “causas” decididas em única ou última
instância (art. 102, III, da CF/88).
O vocábulo “causa” referido no inciso III do art. 102 da CF/88 só abrange processos judiciais, razão
pela qual é incabível a interposição de recursos extraordinários contra acórdãos proferidos pelos
Tribunais em processos administrativos, inclusive aqueles de natureza disciplinar instaurados
contra magistrados.
STF. 2ª Turma. ARE 958311/SP, rel. org. Min. Teori Zavaski, red.p/ac. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 27/02/2018 (Info 892).

Necessidade de esgotamento das instâncias para alegar violação à decisão do STF que decidiu
pela constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei 8.666/93
Em 2010, no julgamento da ADC 16, o STF decidiu que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 é
constitucional.
Várias decisões da Justiça do Trabalho continuaram entendendo de forma diferente do art. 71, §
1º. Contra essas decisões, o Poder Público ajuizava diretamente reclamações no STF, que era
obrigado a recebê-las, considerando que de uma decisão, até mesmo de 1ª instância, que viola o
que o STF deliberou em sede de ADI, ADC ou ADPF, cabe reclamação.
Em 2017, o STF reafirmou o entendimento de que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 é
constitucional e deve ser aplicado. Isso foi no julgamento do RE 760931/DF, submetido à
sistemática da repercussão geral.
O STF afirmou que a sua decisão no RE 760931/DF “substituiu” a eficácia da tese fixada na ADC
16. Isso significa que agora o Poder Público, se quiser ajuizar reclamação discutindo o tema,
deverá fazê-lo alegando violação ao RE 760931/DF (e não mais à ADC 16).
Qual a desvantagem disso para o Poder Público:
• Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em ADI, ADC, ADPF: cabe reclamação
mesmo que a decisão “rebelde” seja de 1ª instância. Não se exige o esgotamento de instâncias.
• Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em recurso extraordinário sob a

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sistemática da repercussão geral: cabe reclamação, mas exige-se o esgotamento das instâncias
ordinárias (art. 988, § 5º, II, do CPC/2015).
Assim, agora, a Fazenda Pública terá que esgotar as instâncias ordinárias para ajuizar reclamação
discutindo esse tema.
É inviável reclamação com fundamento em afronta ao julgado da ADC 16.
STF. 1ª Turma.Rcl 27789 AgR/BA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/10/2017 (Info 882).
STF. 1ª Turma. Rcl 28623 AgR/BA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12/12/2017 (Info 888).

É possível interpor agravo de instrumento contra decisão que não concede efeito suspensivo
aos embargos à execução
É admissível a interposição de agravo de instrumento contra decisão que não concede efeito
suspensivo aos embargos à execução.
As hipóteses em que cabe agravo de instrumento estão previstas art. 1.015 do CPC/2015, que traz
um rol taxativo. Apesar de ser um rol exaustivo, é possível que as hipóteses trazidas nos incisos
desse artigo sejam lidas de forma ampla, com base em uma interpretação extensiva.
Assim, é cabível agravo de instrumento contra decisão que não concede efeito suspensivo aos
embargos à execução com base em uma interpretação extensiva do inciso X do art. 1.015:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
STJ. 2ª Turma.REsp 1694667-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/12/2017 (Info 617).

Não cabem embargos de declaração contra decisão de presidente do tribunal que não admite
recurso extraordinário
Não cabem embargos de declaração contra a decisão de presidente do tribunal que não admite
recurso extraordinário.
Por serem incabíveis, caso a parte oponha os embargos, estes não irão suspender ou interromper
o prazo para a interposição do agravo do art. 1.042 do CPC/2015.
Como consequência, a parte perderá o prazo para o agravo.
Nas palavras do STF: os embargos de declaração opostos contra a decisão de presidente do
tribunal que não admite recurso extraordinário não suspendem ou interrompem o prazo para
interposição de agravo, por serem incabíveis.
STF. 1ª Turma. ARE 688776 ED/RS e ARE 685997 ED/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em
28/11/2017 (Info 886).
STF. 2ª Turma. Ag-RE-AgR 1177142/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 28/06/2019.

Necessidade de esgotamento das instâncias para alegar violação à decisão do STF que decidiu
pela constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei 8.666/93

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Em 2010, no julgamento da ADC 16, o STF decidiu que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 é
constitucional.
Várias decisões da Justiça do Trabalho continuaram entendendo de forma diferente do art. 71, §
1º. Contra essas decisões, o Poder Público ajuizava diretamente reclamações no STF, que era
obrigado a recebê-las considerando que de uma decisão, até mesmo de 1ª instância, que viola o
que o STF deliberou em sede de ADI, ADC ou ADPF, cabe reclamação.
Em 2017, o STF reafirmou o entendimento de que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 é
constitucional e deve ser aplicado. Isso foi no julgamento do RE 760931/DF, submetido à
sistemática da repercussão geral.
O STF afirmou que a sua decisão no RE 760931/DF “substituiu” a eficácia da tese fixada na ADC
16. Isso significa que agora o Poder Público, se quiser ajuizar reclamação discutindo o tema,
deverá fazê-lo alegando violação ao RE 760931/DF (e não mais à ADC 16).
Qual a desvantagem disso para o Poder Público:
• Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em ADI, ADC, ADPF: cabe reclamação
mesmo que a decisão “rebelde” seja de 1ª instância. Não se exige o esgotamento de instâncias.
• Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em recurso extraordinário sob a
sistemática da repercussão geral: cabe reclamação, mas exige-se o esgotamento das instâncias
ordinárias (art. 988, § 5º, II, do CPC/2015).
Assim, agora, a Fazenda Pública terá que esgotar as instâncias ordinárias para ajuizar reclamação
discutindo esse tema.
STF. 1ª Turma.Rcl 27789 AgR/BA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/10/2017 (Info 882).

Possibilidade de apreciação do recurso extraordinário com repercussão geral mesmo que, no


caso concreto, tenha havido prejudicialidade do tema discutido
Determinado indivíduo ingressou com pedido de registro para concorrer às eleições de Prefeito
sem estar filiado a partido político (candidatura avulsa).
O pedido foi indeferido em todas as instâncias e a questão chegou até o STF por meio de recurso
extraordinário. Ocorre que, quando o STF foi apreciar o tema, já haviam sido realizadas as eleições
municipais. Diante disso, suscitou-se que o recurso estava prejudicado.
O STF reconheceu que, na prática, realmente havia uma prejudicialidade do recurso tendo em vista
que as eleições se encerraram. No entanto, o Tribunal decidiu superar a prejudicialidade e atribuir
repercussão geral à questão constitucional discutida dos autos. Isso significa que o STF admitiu o
processamento do recurso e em uma data futura irá examinar o mérito do pedido, ou seja, se
podem ou não existir candidaturas avulsas no Brasil.
Entendeu-se que o mérito do recurso deveria ser apreciado tendo em vista sua relevância social e
política.
Eventual prejuízo parcial do caso concreto subjacente ao recurso extraordinário não é impeditivo
do reconhecimento de repercussão geral.
STF. Plenário.ARE 1054490 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 5/10/2017 (Info 880).

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Se a decisão proferida pelo juiz induzir a parte a interpor o recurso errado, deve-se reconhecer
que houve dúvida objetiva, que justifica o princípio da fungibilidade
O conceito de "dúvida objetiva", para a aplicação do princípio da fungibilidade recursal, pode ser
relativizado, excepcionalmente, quando o equívoco na interposição do recurso cabível decorrer da
prática de ato do próprio órgão julgador.
STJ. 2ª Seção.EAREsp 230380-RN, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 13/09/2017
(Info 613).

Cabem embargos de divergência no âmbito de agravo que não admite Resp sob a alegação de
que o mérito do acórdão impugnado está em sintonia com o entendimento do STJ
Cabem embargos de divergência no âmbito de agravo que não admite recurso especial com base
na Súmula 83/STJ para dizer que, no mérito, o acórdão impugnado estaria em sintonia com o
entendimento firmado por esta Corte Superior.
STJ. 1ª Seção. EAREsp 200299-PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 23/8/2017
(Info 610).

A suspensão dos processos em virtude de reconhecimento de repercussão geral (§ 5º do art.


1.035 do CPC) pode ser aplicada para processos criminais
O § 5º do art. 1.035 do CPC/2015 preconiza:
§ 5º Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a
suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
versem sobre a questão e tramitem no território nacional.
O STF fixou as seguintes conclusões a respeito desse dispositivo:
a) a suspensão prevista nesse § 5º não é uma consequência automática e necessária do
reconhecimento da repercussão geral. Em outras palavras, ela não acontece sempre. O Ministro
Relator do recurso extraordinário paradigma tem discricionariedade para determiná-la ou modulá-
la;
b) a possibilidade de sobrestamento se aplica aos processos de natureza penal. Isso significa que,
reconhecida a repercussão geral em um recurso extraordinário que trata sobre matéria penal, o
Ministro Relator poderá determinar o sobrestamento de todos os processos criminais pendentes
que versem sobre a matéria;
c) se for determinado o sobrestamento de processos de natureza penal, haverá, automaticamente,
a suspensão da prescrição da pretensão punitiva relativa aos crimes que forem objeto das ações
penais sobrestadas. Isso com base em uma interpretação conforme a Constituição do art. 116, I,
do Código Penal;
d) em nenhuma hipótese, o sobrestamento de processos penais determinado com fundamento no
art. 1.035, § 5º, do CPC abrangerá inquéritos policiais ou procedimentos investigatórios
conduzidos pelo Ministério Público;
e) em nenhuma hipótese, o sobrestamento de processos penais determinado com fundamento no

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art. 1.035, § 5º, do CPC abrangerá ações penais em que haja réu preso provisoriamente;
f) em qualquer caso de sobrestamento de ação penal determinado com fundamento no art. 1.035,
§ 5º, do CPC, poderá o juízo de piso, no curso da suspensão, proceder, conforme a necessidade, à
produção de provas de natureza urgente.
STF. Plenário. RE 966177 RG/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/6/2017 (Info 868).

O pedido de antecipação dos efeitos da tutela pode ser feito em sede de sustentação oral
É possível o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela em sede de sustentação oral.
STJ. 4ª Turma.REsp 1332766-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 1/6/2017 (Info 608).

Fixação de honorários recursais mesmo quando não há a apresentação de contrarrazões ou


contraminuta
É cabível a fixação de honorários recursais, prevista no art. 85, § 11, do CPC/2015, mesmo quando
não apresentadas contrarrazões ou contraminuta pelo advogado da parte recorrida.
STF. 1ª Turma. AI 864689 AgR/MS e ARE 951257 AgR/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.
Min. Edson Fachin, julgado em 27/09/2016 (Info 841).
STF. Plenário. AO 2063 AgR/CE , rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em
18/5/2017 (Info 865).

Se o processo é eletrônico na 1ª instância, mas é físico no Tribunal, não se aplica a dispensa de


juntada de documentos prevista no art. 1.017, § 5º do CPC/2015
A disposição constante do art. 1.017, § 5º, do CPC/2015, que dispensa a juntada das peças
obrigatórias à formação do agravo de instrumento em se tratando de processo eletrônico, exige,
para sua aplicação, que os autos tramitem por meio digital tanto no primeiro quanto no segundo
grau de jurisdição.
STJ. 3ª Turma. REsp 1643956-PR, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, julgado em 9/5/2017 (Info
605).

Excepcionalmente, cabe recurso especial contra decisões proferidas no âmbito do pedido de


suspensão se estiverem em jogo aspectos elementares da dignidade da pessoa humana
Em regra, o STJ afirma que não cabe recurso especial contra decisões proferidas no âmbito do
pedido de suspensão. O recurso especial se destina a combater argumentos que digam respeito a
exame de legalidade, ao passo que o pedido de suspensão ostentaria juízo político.
Caso excepcional no qual o STJ admitiu o recurso especial: juiz concedeu liminar determinando
que o Estado de SP fornecesse banho quente aos presos; Presidente do TJ/SP suspendeu a
liminar; contra esta decisão foi interposto agravo; a Corte Especial do TJ manteve a suspensão da
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liminar; o STJ admitiu recurso especial contra esta decisão tendo em vista que estavam em jogo
aspectos elementares da dignidade da pessoa humana.
STJ. 2ª Turma. REsp 1537530-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 27/04/2017 (Info 666).

Juntada extemporânea de prova documental em recursos interpostos no STF


Como regra, não se admite a juntada extemporânea de prova documental em recursos interpostos
no STF. Assim, por exemplo, em regra, não se admite que, em um agravo regimental no STF, seja
juntado algum documento que já existia, mas que a parte não havia trazido aos autos por omissão
sua.
No entanto, em um caso concreto envolvendo uma apreciação de contas do TCE, o STF relativizou
esta proibição e admitiu que o Estado/agravante trouxesse aos autos cópia da intimação do
gestor público condenado. O STF considerou que, na situação concreta, o interesse público
indisponível presente na lide justifica que se admita a análise do documento.
STF. 1ª Turma. ARE 916917 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 6/12/2016 (Info 850).

Só cabe reclamação ao STF por violação de tese fixada em repercussão geral após terem se
esgotado todos os recursos cabíveis nas instâncias antecedentes
O art. 988, § 5º, II, do CPC/2015 prevê que é possível reclamação dirigida ao Supremo Tribunal
Federal contra decisão judicial que tenha descumprido tese fixada pelo STF em recurso
extraordinário julgado sob o rito da repercussão geral. O CPC exige, no entanto, que, antes de a
parte apresentar a reclamação, ela tenha esgotado todos os recursos cabíveis nas
"instâncias ordinárias".
O STF afirmou que essa hipótese de cabimento prevista no art. 988, § 5º, II, do CPC deve ser
interpretada restritivamente, sob pena de o STF assumir, pela via da reclamação, a competência
de pelo menos três tribunais superiores (STJ, TST e TSE) para o julgamento de recursos contra
decisões de tribunais de 2º grau de jurisdição.
Assim, segundo entendeu o STF, quando o CPC exige que se esgotem as instâncias ordinárias,
significa que a parte só poderá apresentar reclamação ao STF depois de ter apresentado todos os
recursos cabíveis não apenas nos Tribunais de 2º grau, mas também nos Tribunais Superiores
(STJ, TST e TSE). Se ainda tiver algum recurso pendente no STJ ou no TSE, por exemplo, não
caberá reclamação ao STF.
Em suma, nos casos em que se busca garantir a aplicação de decisão tomada em recurso
extraordinário com repercussão geral, somente é cabível reclamação ao STF quando esgotados
todos os recursos cabíveis nas instâncias antecedentes.
STF. 2ª Turma. Rcl 24686 ED-AgR/RJ, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 28/10/2016 (Info 845).

A norma contida no art. 988, § 5º, II, do Código de Processo Civil merece interpretação restritiva
quanto ao cabimento da reclamação para hipóteses em que se discute aplicação de tese em
repercussão geral reconhecida, tendo a jurisprudência do STF fixado os seguintes critérios para o
cabimento da reclamação nesses casos:

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a) o prévio esgotamento dos meios recursais; e


b) a demonstração da teratologia da decisão reclamada.
STF. 1ª Turma. Rcl 39305 AgR, Rel. Luiz Fux, julgado em 03/04/2020.

É possível a rediscussão da repercussão geral no Plenário físico mesmo tendo sido


reconhecida previamente no Plenário Virtual
O reconhecimento da repercussão geral no Plenário Virtual não impede sua rediscussão no
Plenário físico, notadamente quando tal reconhecimento tenha ocorrido por falta de
manifestações suficientes.
STF. Plenário. RE 584247/RR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/10/2016 (Info 845).

Relator do agravo interno não pode simplesmente "copiar e colar" a decisão agravada
É vedado ao relator limitar-se a reproduzir a decisão agravada para julgar improcedente o agravo
interno.
O novo CPC proibiu expressamente esta forma de decidir o agravo interno (art. 1.021, § 3º).
STJ. 3ª Turma. REsp 1622386-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/10/2016 (Info 592).

É possível que as peças do agravo de instrumento sejam entregues em DVD


As peças que devem formar o instrumento do agravo podem ser apresentadas em mídia digital
(DVD).
STJ. 2ª Turma. REsp 1608298-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 1/9/2016 (Info 591).

Se a parte interpõe o agravo do art. 1.042 em vez do agravo interno, o STJ não conhecerá do
recurso e não mais aplicará o princípio da fungibilidade
O CPC/2015 trouxe previsão legal expressa de que não cabe agravo para o STJ contra decisão que
inadmite recurso especial quando o acórdão recorrido decidiu em conformidade com recurso
repetitivo (art. 1.042). Tal disposição legal aplica-se aos agravos apresentados contra decisão
publicada após a entrada em vigor do Novo CPC, em conformidade com o princípio tempus regit
actum.
Caso o Tribunal de origem decida em conformidade com entendimento firmado pelo STJ em
recurso repetitivo, a parte deverá interpor agravo interno. Se, em vez disso, a parte interpuser o
agravo em recurso especial para o STJ (art. 1.042), cometerá erro grosseiro.
Chegando ao STJ este agravo, ele não será conhecido e ele não retornará para que seja julgado
pelo Tribunal de origem como agravo interno.
Assim, após a entrada em vigor do CPC/2015, não é mais devida a remessa pelo STJ, ao Tribunal

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de origem, do agravo interposto contra decisão que inadmite recurso especial com base na
aplicação de entendimento firmado em recursos repetitivos, para que seja conhecido como agravo
interno.
STJ. 3ª Turma. AREsp 959991-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/8/2016 (Info
589).

Art. 932, parágrafo único, do CPC não pode ser aplicado para o caso de recurso que não tenha
impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida
O prazo de 5 dias previsto no parágrafo único do art. 932 do CPC/2015 só se aplica aos casos em
que seja necessário sanar vícios formais, como ausência de procuração ou de assinatura, e não à
complementação da fundamentação.
Assim, esse dispositivo não incide nos casos em que o recorrente não ataca todos os
fundamentos da decisão recorrida. Isso porque, nesta hipótese, seria necessária a
complementação das razões do recurso, o que não é permitido.
STF. 1ª Turma. ARE 953221 AgR/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/6/2016 (Info 829).

Possibilidade de aplicação da teoria da causa madura em julgamento de agravo de instrumento


Admite-se a aplicação da teoria da causa madura (art. 515, § 3º, do CPC/1973 / art. 1.013, § 3º do
CPC/2015) em julgamento de agravo de instrumento.
Ex: o MP ingressou com ação de improbidade contra João, Paulo e Pedro pedindo a
indisponibilidade dos bens dos requeridos. O juiz deferiu a medida em relação a todos eles, no
entanto, na decisão não houve fundamentação quanto à autoria de Pedro. Diante disso, ele
interpôs agravo de instrumento. O Tribunal, analisando o agravo, entendeu que a decisão
realmente é nula quanto a Pedro por ausência de fundamentação. No entanto, em vez de mandar
o juiz exarar nova decisão, o Tribunal decidiu desde logo o mérito do pedido e deferiu a medida
cautelar de indisponibilidade dos bens de Pedro, apontando os argumentos pelos quais este
requerido também praticou, em tese, ato de improbidade.
STJ. Corte Especial. REsp 1215368-ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 1/6/2016 (Info
590).

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Possibilidade de renúncia ao direito mesmo em fase de recurso extraordinário ainda não


julgado
É possível reconhecer, também na instância extraordinária, a possibilidade da homologação do
pedido de renúncia ao direito sobre o qual se funda a ação, quando postulado por procurador
habilitado com poderes específicos, desde que anterior ao julgamento final do recurso
extraordinário.
STF. 2ª Turma. RE 514639 QO/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 10/5/2016 (Info 825).

Comprovação da tempestividade mediante apresentação do termo de abertura de vista e


remessa dos autos à Fazenda Nacional
No agravo de instrumento, em regra, se o agravante não juntou a cópia de certidão de intimação
da decisão agravada, seu recurso não será conhecido em virtude de esta certidão ser prevista
como documento obrigatório (art. 525, I, do CPC 1973 / art. 1.017, I, do CPC 2015). A Lei exige
esse documento para que o Tribunal possa saber quando a parte foi intimada e, assim, ter certeza
que o recurso foi interposto tempestivamente.
Exceção: é possível dispensar a certidão de intimação se existirem outros meios para se aferir a
tempestividade do recurso.
O termo de abertura de vista e remessa dos autos à Fazenda Nacional substitui, para efeito de
demonstração da tempestividade do agravo de instrumento por ela interposto, a apresentação de
certidão de intimação da decisão agravada (art. 525, I, do CPC 1973 / art. 1.017, I, do CPC 2015).
STJ. Corte Especial. REsp 1383500-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 17/2/2016
(recurso repetitivo) (Info 577).

INSS é dispensado do pagamento de porte de remessa e retorno


Se o INSS interpuser um recurso, ele precisará pagar o porte de remessa e retorno (despesas
postais para o transporte do recurso)?
NÃO. O INSS é dispensado de pagar o porte de remessa e retorno mesmo nos processos que
tramitam na Justiça Estadual. Segundo decidiu o STF, o INSS é exonerado de recolher o porte de
remessa e retorno com base no § 1º do art. 511 do CPC 1973 (§ 1º do art. 1.007 do CPC 2015).
O porte de remessa e retorno é uma despesa de serviço postal prestado pelos Correios (empresa
pública federal) e que é remunerada por tarifa (preço público). Desse modo, o porte de remessa e
retorno não tem natureza jurídica de taxa, não sendo uma taxa estadual.
Sendo o porte de remessa e retorno uma tarifa paga a uma empresa pública federal, o CPC, que é
uma lei federal, poderia, de forma válida, prever a sua dispensa para o INSS. Trata-se de diploma
editado pela União, a quem compete dispor sobre as receitas públicas oriundas da prestação do
serviço público postal.
O STF resumiu a solução da controvérsia por meio da seguinte frase: "Aplica-se o parágrafo
1º do artigo 511 do CPC, para dispensa de porte de remessa e retorno, ao exonerar o seu
respectivo recolhimento por parte do INSS”.

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STF. Plenário. RE 594116/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/12/2015 (repercussão geral)
(Info 810).

Multa do § 2º do art. 557 do CPC 1973 (§ 4º do art. 1.021 do CPC 2015) e justiça gratuita
O § 2º do art. 557 do CPC 1973 (§ 4º do art. 1.021 do CPC 2015) prevê que, quando
manifestamente inadmissível ou improcedente o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar
ao agravado multa de
• 1% a 10% do valor corrigido da causa (CPC 1973)
• 1% a 5% do valor atualizado da causa (CPC 2015).

Essa multa é aplicada também para o beneficiário da justiça gratuita?


SIM. No entanto, há uma diferença de tratamento no caso:
• CPC 1973: a parte beneficiária da justiça gratuita não está isenta do pagamento da multa do art.
557, § 2º do CPC 1973. Porém, o recolhimento da multa ficará suspenso por 5 anos para ver se a
parte conseguirá melhorar sua condição econômica e auferir recursos para pagar a sanção,
conforme prevê o art. 12 da Lei nº 1.060/50. Nesse sentido, decidiu o STF, 1ª Turma. RE 775685
AgR-ED/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2015 (Info 808). Na prática, ela quase nunca
irá pagar.
• CPC 2015: o novo CPC prevê no art. 98, § 4º que a concessão de gratuidade não afasta o dever
de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas.
STF. 1ª Turma. RE 775685 AgR-ED/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2015 (Info 808).

Perda do objeto de agravo de instrumento interposto contra decisão de antecipação de tutela


A superveniência de sentença de mérito acarreta a perda do objeto do agravo de instrumento
interposto contra decisão anteriormente proferida em tutela antecipada.
STJ. Corte Especial. EAREsp 488188-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7/10/2015 (Info
573).
STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp 1690253/AM, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
26/06/2018.
STJ. 2ª Turma. REsp 1691928/RJ, Rel. Min Herman Benjamin, julgado em 21/09/2017.

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Recurso apresentado em setor errado do Tribunal


Se o advogado deu entrada no recurso, no último dia do prazo, no setor da contadoria do Tribunal
em vez de ser no protocolo, ainda assim o recurso terá que ser considerado tempestivo. Isso
porque o referido erro não pode ser atribuído exclusivamente ao advogado, mas também ao setor
da contadoria que recebeu a petição do recurso indevidamente.
STF. 1ª Turma. RE 755613 AgR-ED/ES, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/9/2015 (Info 800).

Embargos de declaração com efeitos infringentes não podem ser recebidos como pedido de
reconsideração
Os embargos de declaração, ainda que contenham nítido pedido de efeitos infringentes, não
devem ser recebidos como mero "pedido de reconsideração".
Tal proceder é incabível por três razões principais:
a) não atende a nenhuma previsão legal, tampouco aos requisitos de aplicação do princípio da
fungibilidade recursal considerando que pedido de reconsideração nem é previsto na lei nem pode
ser considerado recurso;
b) traz surpresa e insegurança jurídica ao jurisdicionado, pois, apesar de interposto
tempestivamente o recurso cabível, ficará à mercê da subjetividade do magistrado;
c) acarreta ao embargante grave sanção sem respaldo legal, qual seja, a não interrupção de prazo
para posteriores recursos, aniquilando o direito da parte embargante, o que supera a penalidade
objetiva positivada no § 2º do art. 1.026 do CPC 2015.
STJ. Corte Especial. REsp 1522347-ES, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 16/9/2015 (Info 575).

Reconhecida a repercussão geral, não é mais possível que as partes desistam do processo
Um dos pressupostos de admissibilidade do recurso extraordinário é a repercussão geral.
Desse modo, para que o RE seja conhecido, é necessário que o recorrente demonstre a
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso.
Antes do STF apreciar o mérito do recurso, ele primeiro decide se aquele determinado tema
discutido possui repercussão geral.
É comum que essa decisão reconhecendo a existência de repercussão geral seja proferida em
uma data e somente meses ou até anos depois é que o STF aprecia o mérito do recurso.
O STF decidiu que, uma vez reconhecida a repercussão geral da questão constitucional discutida
no caso, não é mais possível às partes a desistência do processo.
O novo CPC permite que a parte desista, mas afirma que a questão cuja repercussão geral foi
reconhecida continuará sendo analisada. Veja:
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral
já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais

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repetitivos.
STF. Plenário. RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 2/9/2015 (Info 797).

Comprovação de pagamento de preparo recursal via recibo extraído da internet


A parte pode pagar o preparo recursal por meio da internet, imprimir essa transação bancária e
juntar no recurso? É válida a prova da realização do preparo recursal mediante a juntada de
comprovante de pagamento emitido via internet?
SIM. O pagamento do preparo recursal pode ser comprovado por intermédio de recibo extraído da
internet, desde que esse meio de constatação de quitação possibilite a aferição da regularidade do
recolhimento.
A guia eletrônica de pagamento via Internet constitui meio idôneo à comprovação do recolhimento
do preparo, desde que preenchida com a observância dos requisitos regulamentares, permitindo-
se ao interessado a impugnação fundamentada.
STJ. 2ª Seção. EAREsp 423679-SC, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 24/6/2015 (Info 565).

Não cabimento de recurso extraordinário contra decisão monocrática do relator


O recurso extraordinário é inadmissível quando interposto após decisão monocrática proferida
pelo relator, haja vista não esgotada a prestação jurisdicional pelo tribunal de origem. Aplica-se, no
caso, o enunciado 281 do STF:
Súmula 281-STF: É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber, na justiça de origem,
recurso ordinário da decisão impugnada.
STF. 2ª Turma. ARE 868922/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 2/6/2015 (Info 788).

Os embargos de declaração não se prestam a corrigir possíveis erros de julgamento


Os embargos de declaração não se prestam a corrigir possíveis erros de julgamento.
STF. Plenário. RE 194662 Ediv-ED-ED/BA, rel. orig. Min. Sepúlveda Pertence, red. p/ o acórdão Min.
Marco Aurélio, julgado em 14/5/2015 (Info 785).

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Limites do julgamento submetido ao rito do art. 543-C do CPC 1973


Em julgamentos submetidos ao rito do art. 543-C do CPC 1973 (art. 1.036 do CPC 2015), cabe ao
STJ traçar as linhas gerais acerca da tese aprovada, descabendo a inserção de soluções
episódicas ou exceções que porventura possam surgir em outros indetermináveis casos, sob pena
de se ter de redigir verdadeiros tratados sobre todos os temas conexos ao objeto do recurso.
STJ. Corte Especial. EDcl no REsp 1124552-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
6/5/2015 (Info 562).

Tempestividade do recurso interposto antes da decisão recorrida ter sido publicada


Imagine que antes de o acórdão ser publicado no Diário de Justiça, o advogado da parte soube da
decisão e opôs embargos de declaração contra ela. Tais embargos são tempestivos? O recurso
contra a decisão que ainda não foi publicada é tempestivo segundo o STF?
SIM. Admite-se a interposição de embargos declaratórios oferecidos antes da publicação do
acórdão embargado e dentro do prazo recursal.
Se a parte tomar conhecimento do teor do acórdão antes de sua publicação e entender haver
omissão, contradição ou obscuridade, pode embargar imediatamente. Não há nada que impeça
isso. Não se pode dizer que o recurso é prematuro porque o prazo começa a correr da data de
intimação da parte, e a presença do advogado, a manifestar conhecimento do acórdão, supre a
intimação. Assim, se a parte se sentir preparada para recorrer antecipadamente, pode fazê-lo.
Essa conclusão é reforçada pelo art. 218, § 4º do CPC 2015.
STF. Plenário. AI 703269 AgR-ED-ED-EDv-ED/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 5/3/2015 (Info
776).

Tempestividade do recurso interposto antes da decisão recorrida ter sido publicada


Admite-se a interposição de embargos declaratórios oferecidos antes da publicação do acórdão
embargado e dentro do prazo recursal.
Se a parte tomar conhecimento do teor do acórdão antes de sua publicação e entender haver
omissão, contradição ou obscuridade, pode embargar imediatamente. Não há nada que impeça
isso.
Não se pode dizer que o recurso é prematuro porque o prazo começa a correr da data de
intimação da parte, e a presença do advogado, a manifestar conhecimento do acórdão, supre a
intimação.
Assim, se a parte se sentir preparada para recorrer antecipadamente, pode fazê-lo.
Recurso intempestivo é aquele interposto após o decurso do prazo.
STF. Plenário. AI 703269 AgR-ED-ED-EDv-ED/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 5/3/2015 (Info
776).

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Recurso adesivo para majorar quantia indenizatória decorrente de dano moral


João propõe ação de indenização por danos morais contra Pedro pedindo o pagamento de R$ 30
mil. O juiz julga o pedido procedente, condenando o réu a pagar a indenização por danos morais,
mas fixando o valor em R$ 10 mil. João pensou consigo mesmo: “eu queria mais, no entanto,
prefiro acabar logo com esse processo e receber imediatamente esses R$ 10 mil do que ficar
tentando R$ 30 mil por mais alguns anos; não vou recorrer”. Ocorre que, no último dia do prazo,
Pedro interpôs apelação.
João foi, então, intimado para apresentar contrarrazões à apelação. Neste momento, ele pensou:
“ah, já que ele recorreu, então agora eu também quero recorrer para aumentar o valor da
indenização; já que vou esperar mesmo, então quero tentar uma quantia maior”.
Diante disso, o advogado de João interpõe recurso adesivo pedindo a majoração do valor da
indenização por danos morais.
Pedro apresenta contrarrazões alegando que o recurso interposto por João é incabível,
considerando que o recurso adesivo só cabe se existir sucumbência recíproca e, no caso, não
houve, conforme preconiza a súmula 326 do STJ: “Na ação de indenização por dano moral, a
condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca.”
A tese de Pedro está correta?
NÃO. O recurso adesivo pode sim ser interposto pelo autor da ação de indenização julgada
procedente, quando arbitrado, a título de danos morais, valor inferior ao que era almejado. Isso
porque, neste caso, estará configurado o interesse recursal do demandante em ver majorada a
condenação, hipótese caracterizadora de sucumbência material.
Realmente, só cabe recurso adesivo se houver sucumbência recíproca, ou seja, se tanto o autor
como o réu perderem na sentença.
Se o autor pediu a condenação do réu em R$ 30 mil a título de danos morais e conseguiu a
condenação em R$ 10 mil, ele ganhou a demanda sob o ponto de vista formal (processual). Não
se pode dizer que houve sucumbência formal, já que a providência processual requerida foi
atendida (o réu foi obrigado a pagar). No entanto, sob o ponto de vista material, o autor teve sim
uma sucumbência parcial (derrota parcial). Isso porque ele não obteve exatamente o bem da vida
que pretendia (queria 30 e só teve 10). Logo, neste caso, o autor terá interesse em ver majorada a
condenação, hipótese caracterizadora, portanto, da sucumbência material viabilizadora da
irresignação recursal.
Não se aplica a Súmula 326 do STJ porque esse enunciado é baseado na definição da
responsabilidade pelo pagamento de despesas processuais e honorários advocatícios. Ele não
está relacionado com interesse recursal. A correta leitura da súmula 326 é a seguinte:
Para fins de definição de quem irá pagar as despesas processuais e os honorários advocatícios,
“na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na
inicial não implica sucumbência recíproca”.
Logo, se o autor pediu uma quantia a título de danos morais e obteve valor inferior ao desejado,
podemos concluir que:
• Sob o ponto de vista formal, ele foi o vencedor da demanda e não terá que pagar as despesas
processuais e os honorários advocatícios do réu (Súmula 326-STJ);
• Sob o ponto de vista material, ele foi sucumbente e terá direito de interpor recurso (principal ou
adesivo), já que não obteve o exato bem da vida pretendido.

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STJ. Corte Especial. REsp 1102479-RJ, Rel. Min. Marco Buzzi, Corte Especial, julgado em 4/3/2015
(recurso repetitivo) (Info 562).

Prorrogação do termo inicial do prazo recursal e encerramento prematuro do expediente


Se o dia do vencimento do prazo do recurso cair em uma data na qual o expediente forense foi
encerrado mais cedo que o normal, haverá prorrogação para o dia subsequente?
• CPC-1973: SIM
• CPC-2015: SIM (art. 224, § 1º)
Se o dia do início do prazo do recurso cair em uma data na qual o expediente forense foi encerrado
mais cedo que o normal, haverá prorrogação do início para o dia subsequente?
• CPC-1973: NÃO
• CPC-2015: SIM (art. 224, § 1º)
Para o CPC-1973, a prorrogação em razão do encerramento prematuro do expediente forense
aplica-se tão somente em relação ao dies ad quem (dia do vencimento) do prazo recursal, não se
aplicando para o dies a quo (dia de início).
STJ. Corte Especial. EAREsp 185695-PB, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 4/2/2015 (Info 557).

Desistência do recurso principal e tutela antecipada concedida no recurso adesivo


Em regra, se a parte que interpôs o recurso principal pede a sua desistência, o recurso adesivo
seguirá a mesma sorte, e não será mais conhecido (art. 500, III, do CPC 1973) (art. 997, § 2º, III, do
CPC 2015).
Vale ressaltar, ainda, que o recorrente poderá, a qualquer tempo, desistir do recurso, mesmo que
sem a anuência do recorrido (art. 501 do CPC 1973) (art. 998 do CPC 2015).
No entanto, segundo decidiu o STJ, se já foi concedida antecipação dos efeitos da tutela no
recurso adesivo, não se admite a desistência do recurso principal de apelação.
A apresentação da petição de desistência logo após a concessão dos efeitos da tutela recursal
teve a nítida intenção de esvaziar o cumprimento da determinação judicial, no momento em que o
réu anteviu que o julgamento final da apelação lhe seria desfavorável, sendo a pretensão, portanto,
incompatível com o princípio da boa-fé processual.
STJ. 3ª Turma. REsp 1285405-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/12/2014 (Info
554).

Cabimento de REsp em caso de aplicação de lei nova a situação jurídica já constituída antes de
sua edição

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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito

Cabe recurso especial — e não recurso extraordinário — para examinar se ofende o art. 6º da Lei
de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LINDB) a interpretação feita pelo acórdão recorrido
dos conceitos legais de direito adquirido e de ato jurídico perfeito a qual ensejou a aplicação de lei
nova a situação jurídica já constituída quando de sua edição.
STJ. 2ª Seção. REsp 1124859-MG, Rel. originário Min. Luis Felipe Salomão, Rel. para acórdão Min.
Maria Isabel Gallotti, julgado em 26/11/2014 (Info 556).

Assinatura eletrônica e assinatura digitalizada


A assinatura ELETRÔNICA é válida, podendo ser aposta nas petições em geral e nos recursos,
estando regulamentada pela Lei nº 11.419/2006.
A assinatura DIGITALIZADA (“escaneada”) NÃO é válida. Se for aposta no recurso, este não será
conhecido, sendo reputado inexistente.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.442.887-BA, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/5/2014 (Info 541).

A assinatura digitalizada — ou escaneada —, por se tratar de mera inserção de imagem em


documento, não se confunde com a assinatura digital baseada em certificado digital emitido por
Autoridade Certificadora credenciada, prevista no art. 1º, § 2º, III, a, da Lei nº 11.419/2006. Com
efeito, a inserção de assinatura escaneada em determinado documento, obtida a partir de outro
documento original, não confere nenhuma garantia quanto à sua autenticidade em relação ao
signatário.
STJ. 4ª Turma. AgRg no AREsp 471037/MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
27/05/2014.

Parte que teve processo sobrestado não pode intervir como assistente simples
Quando determinado tema é selecionado para ser julgado sob a sistemática dos recursos
especiais repetitivos, é escolhido um ou alguns recursos para serem analisados pelo STJ (recursos
paradigmas) e os demais que tratem sobre a mesma matéria ficarão suspensos no tribunal de
origem até que o STJ se pronuncie sobre o tema central.
A parte que teve seu processo sobrestado não poderá intervir nem como assistente simples nem
como amicus curiae no recurso especial paradigma que será analisado pelo STJ.
STJ. 2ª Seção. REsp 1418593-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 14/5/2014 (Info 540).

Agravo de instrumento e ausência de cópia de certidão de intimação


A ausência da cópia da certidão de intimação da decisão agravada não será óbice (empecilho) ao
conhecimento do agravo de instrumento se, por outros meios inequívocos, for possível aferir a
tempestividade do recurso.
Em outras palavras, mesmo que o agravante não tenha juntado a cópia da certidão de intimação, é
possível que o Tribunal releve a ausência dessa peça obrigatória (e conheça o recurso) se existir
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nos autos algum outro meio de se ter certeza que o agravo foi interposto dentro do prazo.
Ex.: o agravante não juntou a certidão de intimação, mas pela data da decisão agravada (que está
nos autos) e a data em que foi protocolizado o agravo, percebe-se que não se passaram mais que
10 dias. Ora, é lógico que a intimação ocorreu após a data da decisão, de modo que está provado
que o recurso foi interposto dentro do prazo, mesmo não havendo a certidão.
Esse posicionamento do STJ é aplicado em homenagem ao princípio da instrumentalidade das
formas, para o qual o exagerado processualismo deve ser evitado, de forma a que o processo e
seu uso sejam convenientemente conciliados e realizados.
STJ. 2ª Seção. REsp 1409357-SC, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 14/5/2014 (recurso
repetitivo) (Info 541).

São protelatórios os Embargos opostos contra acórdão em harmonia com o STF/STJ


Caracterizam-se como protelatórios os embargos de declaração que visam rediscutir matéria já
apreciada e decidida pela Corte de origem em conformidade com súmula do STJ ou STF ou, ainda,
precedente julgado pelo rito dos recursos repetitivos ou da repercussão geral.
STJ. 2ª Seção. REsp 1410839-SC, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 14/5/2014 (recurso
repetitivo) (Info 541).

Recurso contra a decisão do tribunal de origem que nega seguimento a RESP


Cabem embargos de declaração contra a decisão do Presidente do Tribunal de origem que nega
seguimento a REsp?
* Regra geral: NÃO. Se interpuser embargos, estes não terão efeito interruptivo e a parte perderá o
prazo para manejar outros recursos.
* Exceção: é possível a oposição de embargos quando a decisão do Presidente do Tribunal foi
excessivamente deficitária (muito genérica).
Assim, os embargos de declaração opostos em face de decisão do Tribunal de origem que nega
seguimento a recurso especial podem, excepcionalmente, interromper o prazo recursal quando a
decisão embargada for tão genérica que nem sequer permita a interposição de agravo.
STJ. Corte Especial. EAREsp 275615-SP, Rel. Min. Ari Pargendler, julgado em 13/3/2014 (Info 537).

Relator que decide monocraticamente a favor do agravante no agravo de instrumento sem ouvir
o agravado
Se o Relator decide monocraticamente a favor do agravante (art. 557, § 1º-A do CPC 1973) (art.
932, V, do CPC 2015) sem ouvir o agravado, incorre em nulidade processual.
Essa nulidade é insanável, podendo ser declarada a qualquer tempo?
NÃO. O STJ possui precedentes afirmando que a nulidade decorrente da ausência de intimação
para contrarrazões é sanável, pois o contraditório se renova continuamente no curso do processo,
havendo mais à frente outras oportunidades nas quais o agravado pode (ou poderá) se manifestar,
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exercendo o contraditório.
STJ. 3ª Turma. REsp 1372802-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 11/3/2014
(Info 539).

Não é possível MS contra o ato que determina o retorno dos autos à origem para aplicação da
sistemática de repercussão geral
Não existe previsão de recurso contra o despacho do Presidente ou do Ministro Relator que
determina a devolução do RE ao tribunal de origem. Diante disso, indaga-se: é possível que o
recorrente, que teve seu RE devolvido, impetre MS contra esse ato?
NÃO. O STF entende que o ato que determina o retorno dos autos à origem para aplicação da
sistemática de repercussão geral não possui lesividade que justifique a impetração de mandado
de segurança (MS 32485 AgR/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/2/2014). Isso porque o
tema ainda será apreciado pelo STF e a solução adotada também será aplicada ao processo
devolvido. Logo, não há prejuízo à parte recorrente.
STF. Plenário. MS 32485 AgR/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/2/2014 (Info 737).

A decisão que determina a devolução dos autos à origem, a fim de que lá seja exercido o juízo de
retratação antes da apreciação do respectivo recurso especial pelo STJ, não possui carga
decisória e não acarreta prejuízo às partes. Por isso, é provimento irrecorrível.
STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1816085/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
28/06/2021.

Recurso extraordinário contra decisão do STJ que homologa sentença estrangeira


É possível o controle das decisões homologatórias de sentenças estrangeiras proferidas pelo STJ
mediante recurso extraordinário. No entanto, é necessário rigor no exame da alegação de afronta
à Constituição nessas hipóteses (art. 102, II, “a”, da CF/88), sob pena de criação de nova instância
revisional.
STF. Plenário. RE 598770/República Italiana, Rel. orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min.
Roberto Barroso, julgado em 12/2/2014 (Info 735).

Tribunal pode manter sentença com base em outros fundamentos legais


No julgamento de apelação, o Tribunal poderá manter a sentença recorrida, mas utilizando novos
fundamentos legais não invocados pelo juiz na 1ª instância.
STJ. 2ª Turma. REsp 1352497-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 4/2/2014 (Info 535).

Embargos de declaração manifestamente protelatórios: aplicação de multa e indenização


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Em caso de embargos de declaração manifestamente protelatórios, é possível aplicar a multa do


art. 538, parágrafo único, do CPC 1973 (art. 1.026, § 2º do CPC 2015), juntamente com a
indenização prevista no art. 18, § 2º do CPC 1973.
A multa prevista no art. 538, parágrafo único, do CPC 1973 (art. 1.026, § 2º do CPC 2015) tem
caráter eminentemente administrativo — punindo conduta que ofende a dignidade do tribunal e a
função pública do processo —, sendo possível sua cumulação com a sanção prevista nos arts. 17,
VII, e 18, § 2º, do CPC 1973 (arts. 80, VII e 81, § 3º), de natureza reparatória.
STJ. Corte Especial. REsp 1250739-PA, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/12/2013
(recurso repetitivo) (Info 541).

Possibilidade de a parte juntar novos documentos em sede de apelação


É possível que a parte junte novos documentos em sede de apelação, desde que atendidos os
seguintes requisitos:
a) não se trate de documento indispensável à propositura da ação;
b) não haja indício de má fé;
c) seja ouvida a parte contrária, garantindo-se o contraditório (art. 398 do CPC 1973 / art. 437, § 1º
do CPC 2015).
STJ. 1ª Turma. REsp 1176440-RO, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 17/9/2013
(Info 533).

Recurso julgado sem anterior inclusão em pauta


A ausência de publicação de pauta de julgamento, conquanto caracterize irregularidade
processual (art. 552 do CPC), somente acarretará nulidade se demonstrado efetivo prejuízo à
parte.
O TJ julgou um agravo de instrumento sem que a sua inclusão na pauta tenha sido publicada. Para
o STJ, não houve nulidade porque o AI não comporta a possibilidade de sustentação oral. Logo,
não houve prejuízo concreto à parte, já que ela não poderia influenciar no julgamento.
STJ. 3ª Turma. REsp 1183774-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/6/2013 (Info 526).

Embargos de divergência e divergência na aplicação do direito processual


É possível o conhecimento de embargos de divergência na hipótese em que exista dissídio entre
órgãos do STJ acerca da interpretação de regra de direito processual, ainda que não haja
semelhança entre os fatos da causa tratada no acórdão embargado e os analisados no acórdão
tido como paradigma.
STJ. 2ª Seção. EAREsp 25641-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 12/6/2013 (Info 523).

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Pagamento das custas e do porte de remessa e de retorno do Resp pela internet


Nos processos de competência do STJ, é possível o pagamento de Guia de Recolhimento da
União (GRU) referente a custas processuais e porte de remessa e de retorno por meio da internet.
STJ. 4ª Turma. AgRg no REsp 1232385-MG, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 6/6/2013
(Info 524).

Multa mesmo que a parte tenha interposto erroneamente embargos em vez de agravo
É possível a aplicação da multa prevista no art. 557, § 2º do CPC 1973 (art. 1.021, § 4º do CPC
2015) na hipótese em que a parte interpôs embargos de declaração, mas era caso de agravo
regimental e este era manifestamente infundado considerando que a decisão recorrida estava de
acordo com entendimento do Plenário do STF.
STF. 1ª Turma. RE 501726 ED/SC e RE 581906 ED/SC, rel. Min. Dias Toffoli, julgados em 4/6/2013
(Info 709).

Multa em caso de agravo regimental manifestamente infundado


A exigência de que a parte recolha a multa antes de recorrer somente vale para o caso de recurso
interposto contra a mesma matéria já decidida no agravo e em razão da qual foi imposta a
sanção.
Não se exige o prévio recolhimento da multa se o recurso que a parte vai interpor objetiva a
impugnação de matéria diferente daquela tratada no agravo que deu origem à multa.
Se fosse ser exigido o recolhimento prévio para interpor qualquer recurso, sobre qualquer outra
matéria e em qualquer fase processual, haveria uma limitação muito grande ao exercício do direito
de defesa.
STJ. 4ª Turma. REsp 1354977-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/5/2013 (Info 523).

O entendimento acima continua sendo aplicado mesmo após o CPC/2015:


A multa imposta como requisito de admissibilidade para novos recursos somente obsta o
conhecimento das irresignações supervenientes que tenham por objetivo discutir matéria já
apreciada e com relação a qual tenha ficado reconhecida a existência de abuso no direito de
recorrer.
No caso dos autos, os embargos de declaração manejados discutem, unicamente, a multa
anteriormente cominada, o que constitui matéria inteiramente nova.
Impossível, assim, negar conhecimento dos embargos por falta de pagamento da multa.
STJ. 2ª Seção. EDcl no AgInt no CC 150.650/SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 5/5/2020.

Preparo

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Os embargos de divergência exigem preparo?


SIM. Logo, não devem ser conhecidos os embargos de divergência interpostos na hipótese em
que o embargante não tenha comprovado, na data de interposição, o respectivo preparo, nem feito
prova de que goze do benefício da justiça gratuita.
STJ. Corte Especial. AgRg nos EREsp 1262401-BA, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
25/4/2013 (Info 521).

Recurso especial sem assinatura de advogado


Não é possível conhecer de recurso especial interposto sem assinatura de advogado.
Se não consta a assinatura no recurso especial este deve ser considerado como inexistente.
Novo CPC: Haverá polêmica se esse entendimento jurisprudencial persiste ou não. Isso porque o
parágrafo único do art. 932 do novo CPC prevê que "Antes de considerar inadmissível o recurso, o
relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou
complementada a documentação exigível." Dessa forma, haverá doutrina defendendo que, mesmo
que o recurso tenha sido interposto sem assinatura do advogado, o Relator, antes de considerá-lo
inexistente, deverá intimar a parte para sanar o vício, nos termos do art. 932, parágrafo único.
STJ. 4ª Turma. AgRg no AREsp 219496-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 11/4/2013
(Info 521).

Repercussão geral e MS pendente de julgamento no STJ


O reconhecimento da repercussão geral pelo STF não implica, necessariamente, a suspensão de
mandado de segurança em trâmite no STJ. Isso porque o que fica sobrestado são os recursos.
Assim, eventual recurso extraordinário interposto em face de acórdão proferido pelo STJ ou por
outros tribunais fica sobrestado, mas não um mandado de segurança. Logo, o STJ poderá julgar
normalmente o writ.
STJ. 3ª Seção. MS 11044-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/3/2013 (Info 519).

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Recurso adesivo pode ser interposto por parte que perdeu na reconvenção
Imagine que o juiz julgou improcedente tanto a ação como a reconvenção, de forma que houve
sucumbência recíproca do autor/reconvindo e do réu/reconvinte.
Se apenas o autor interpôs apelação contra a sentença, o réu será intimado para apresentar
contrarrazões e poderá interpor recurso adesivo para questionar a sentença proferida na
reconvenção.
Não se exige, para a interposição de recurso adesivo, que a sucumbência recíproca ocorra na
mesma lide, devendo aquela ser aferida a partir da análise do julgamento em seu conjunto. Logo, é
possível o recurso adesivo mesmo sendo ele para impugnar o resultado da reconvenção (e não da
ação).
STJ. 4ª Turma. REsp 1109249-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7/3/2013 (Info 518).

Impossibilidade de desistência do recurso após seu julgamento


Não é possível a homologação de pedido de desistência de recurso já julgado, pendente apenas
de publicação de acórdão.
STJ. 2ª Turma. AgRg no AgRg no Ag 1392645-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
21/2/2013 (Info 517).

Interposição por fax e defeitos técnicos no sistema


Mesmo que o advogado não tenha conseguido interpor recurso, via fax, por conta de um problema
técnico do próprio Poder Judiciário, não terá ele oportunidade de ajuizar o recurso em outra data
fora do prazo.
Em outras palavras, o recurso interposto via fax fora do prazo recursal deve ser considerado
intempestivo, ainda que tenha ocorrido eventual indisponibilidade do sistema de protocolo via fax
do Tribunal no decorrer do referido período de tempo.
São de responsabilidade de quem opta pelo sistema de comunicação por fax os riscos de que
eventuais defeitos técnicos possam impedir a perfeita recepção da petição.
STJ. 2ª Turma. AgRg nos EDcl no AREsp 237482-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
7/2/2013 (Info 517).

Impugnação de sentença homologatória de transação


Se a transação celebrada entre as partes foi objeto de homologação judicial por sentença, os
efeitos deste negócio jurídico podem ser afastados mediante a propositura de ação anulatória, nos
termos do art. 486 do CPC 1973.
Se a sentença limita-se a homologar a transação efetuada, não tratando sobre o conteúdo da
pactuação, a forma de desconstituí-la é por meio da ação anulatória.

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STJ. 4ª Turma. AgRg no REsp 1314900-CE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/12/2012
(Info 513).

Não há prazo em dobro para apresentação dos originais do recurso interposto por fax
Ainda que o recorrente detenha o privilégio do prazo em dobro, será de cinco dias o prazo para a
protocolização dos originais do recurso na hipótese em que se opte pela utilização de sistema de
transmissão de dados e imagens do tipo fac-símile.
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1308916-GO, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
6/12/2012 (Info 514).

Recurso extraordinário e preliminar de repercussão geral


O recorrente, ao interpor recurso extraordinário, deverá abrir um tópico, como preliminar, no qual
irá demonstrar as razões pelas quais aquele recurso possui repercussão geral e, portanto, deve ser
conhecido pelo STF. É indispensável esse capítulo específico de repercussão geral mesmo que a
matéria já tenha sido reconhecida pelo Supremo em processo diverso. Em outras palavras, ainda
que o STF já tenha afirmado em outros processos que aquele tema possui repercussão geral,
deverá o recorrente abrir um tópico explicando isso.
STF. Plenário. ARE 663637 QO-AgR/MG, rel. Ministro Presidente Ayres Britto, 12/9/2012 (Info 679).

Princípio da unirrecorribilidade
O princípio da singularidade, também denominado da unicidade do recurso, ou unirrecorribilidade
consagra a premissa de que, para cada decisão a ser atacada, há um único recurso próprio e
adequado previsto no ordenamento jurídico.
O princípio da unirrecorribilidade não veda a interposição de um único recurso para impugnar mais
de uma decisão. E não há, na legislação processual, qualquer impedimento a essa prática, não
obstante seja incomum.
Desse modo, é possível, em tese, que a parte ingresse com um único agravo de instrumento para
impugnar duas decisões interlocutórias distintas.
STJ. 3ª Turma. REsp 1112599-TO, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/8/2012 (Info 503).

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Embargos de divergência e necessidade de similitude fática


Os embargos de divergência NÃO são conhecidos se não houver similitude fática entre os
acórdãos paradigma e embargado (recorrido).
STJ. 2ª Seção. EREsp 419059-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgados em 11/4/2012 (Info 495).
STJ. Corte Especial. EAREsp 870.517/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 07/06/2017.

Não existe reclamação preventiva


Não é cabível a propositura de reclamação preventiva.
A reclamação não tem caráter preventivo, de modo que não serve para impedir a eventual prática
de decisão judicial ou ato administrativo.
O ajuizamento da reclamação pressupõe a existência de um ato que efetivamente já tenha
usurpado a competência do Tribunal, violado a autoridade de alguma de suas decisões que
possua efeito vinculante ou incidido em alguma das outras hipóteses de cabimento deste
instituto.
STF. Decisão monocrática. Rcl 25310 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 03/10/2016 (Info
845).
STF. Plenário. Rcl 4058 AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgado em 17/02/2010.

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