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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
O art. 942 do CPC deve ser aplicado no julgamento não unânime dos embargos de declaração
na hipótese em que, do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão de
apelação unânime, surge divergência que altera o resultado inicial
A técnica de julgamento ampliado do art. 942 do CPC aplica-se aos aclaratórios opostos ao
acórdão de apelação quando o voto vencido nascido apenas nos embargos for suficiente para
alterar o resultado inicial do julgamento, independentemente do desfecho não unânime dos
declaratórios (se rejeitados ou se acolhidos, com ou sem efeito modificativo) (STJ. 3ª Turma. REsp
1786158-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
25/08/2020. Info 678).
No caso concreto ocorreu o seguinte: Sentença procedente em favor de José. A União interpôs
apelação. Em dezembro de 2015, o TRF, por maioria, deu provimento à apelação. Não se aplicou o
art. 942 porque quando a apelação foi julgada, ainda não tinha entrado em vigor o CPC/2015. José
opôs embargos de declaração. O TRF, por maioria, negou provimento aos embargos de
declaração. O julgamento dos embargos foi concluído na vigência do CPC/2015.
Mesmo assim não se deve aplicar o art. 942. Isso porque o julgamento dos embargos de
declaração não alterou o resultado do acórdão do recurso de apelação. A apelação tinha sido
julgada por maioria e o julgamento dos embargos também foi por maioria.
STJ. 2ª Turma. AREsp 2.214.392-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 3/10/2023 (Info 790).
A doença do advogado da parte pode ser invocada como justa causa para a devolução do prazo
recursal?
A doença que acomete o advogado somente pode constituir justa causa para autorizar a
interposição tardia de recurso se, sendo o único procurador da parte, estiver o advogado
totalmente impossibilitado de exercer a profissão ou de substabelecer o mandato a colega seu
para recorrer da decisão.
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1.223.183-RS, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 2/10/2023 (Info
15 – Edição Extraordinária).
A ausência de expediente forense no Dia da Consciência Negra deve ser comprovada pela
parte, no momento da interposição do recurso?
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Entendimento anterior:
O dia 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) não é considerado feriado nacional, mas, sim,
feriado local, o qual deve ser comprovado no momento da interposição do recurso, não se
admitindo a comprovação posterior.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 1.490.251-AL, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
2/10/2023 (Info 790).
Entendimento atual:
Depois do julgado acima, foi aprovada a Lei 14.759, de 21 de dezembro de 2023, que declara como
feriado nacional o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra:
Art. 1º Fica declarado feriado nacional o dia 20 de novembro, para a celebração do Dia Nacional de
Zumbi e da Consciência Negra.
Se a parte interpõe o recurso errado, percebe o equívoco e, ainda dentro do prazo, maneja o
recurso correto, ambos os recursos não serão conhecidos
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O juiz tem o dever de provocar a parte para a regularização do preparo, indicando, inclusive,
qual o equívoco deverá ser sanado
O CPC/2015, inspirado no princípio da primazia do julgamento de mérito (art. 4º), voltado à
superação de vícios processuais sanáveis, passou a admitir a regularização do preparo não só na
hipótese de recolhimento a menor do respectivo valor, mas, também, nos casos de ausência de
comprovação do recolhimento no ato da interposição do recurso. É o que dispõem os §§ 2º e 4º
do art. 1.007.
Dessa forma, caso o recorrente, no momento da interposição do recurso, não comprove o
recolhimento do preparo ou efetue o pagamento de valor insuficiente, terá o direito de ser
intimado, antes do reconhecimento da deserção.
Assim, pode-se dizer que o juiz tem o dever de provocar a parte para a regularização do preparo -
indicando, inclusive, qual o equívoco deverá ser sanado, em consonância com o princípio da
cooperação (art. 6º do CPC). Essa iniciativa processual é indispensável para que se possa
reconhecer a deserção.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.818.661-PE, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 23/5/2023 (Info
778).
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O STJ não analisa os fundamentos que levaram o Tribunal de origem (TJ/TRF) a aplicar multa
pelo caráter protelatório dos embargos de declaração; isso porque tal análise, em recurso
especial, exigiria revolvimento fático-probatório, o que é proibido pela Súmula 7
A análise dos fundamentos que ensejaram a aplicação da multa pela interposição de embargos de
declaração considerados protelatórios pela Corte de origem, demanda o revolvimento dos
elementos fático-probatórios constantes dos autos, o que se mostra inviável por via especial, ante
o óbice do enunciado da Súmula n. 7 do STJ.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AgRg no REsp 1.232.574-SC, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
22/5/2023 (Info 11 – Edição Extraordinária).
Não cabe agravo interno contra decisão que, ao reconhecer que houve em agravo em recurso
especial a integral refutação dos fundamentos adotados no juízo de admissibilidade feito na
origem, determina a sua reautuação como recurso especial
Exemplo hipotético: João ajuizou ação contra o Estado-membro. O pedido foi julgado
improcedente e a sentença mantida pelo TJ. Inconformado, João interpôs recurso especial. O
recurso foi inadmitido pelo Vice-Presidente do TJ. Contra essa decisão, João interpôs agravo em
recurso especial (art. 1.042 do CPC).
O Ministro do STJ, por decisão monocrática, não conheceu o agravo alegando que houve violação
ao princípio da dialeticidade recursal, previsto no art. 932, III, do CPC.
João não concordou e interpôs agravo interno. Em juízo de retratação, o Ministro deu provimento
ao agravo interno para reconsiderar a decisão agravada e determinar a reautuação do feito para
recurso especial. Contra essa decisão, o Estado-membro interpôs agravo interno.
O agravo interno não foi conhecido pela Turma do STJ.
A decisão que, ao reconhecer que houve, em agravo em recurso especial, a integral refutação dos
fundamentos adotados no juízo de admissibilidade feito na origem, determina a sua reautuação
como recurso especial não importa prejuízo à parte contrária. Em outras palavras, a decisão do
Ministro que mandou “subir” o Resp não gerou prejuízo ao Estado-membro. Isso porque essa
decisão se limita a determinar o processamento regular do recurso especial. Esse recurso especial
ainda será analisado pela Turma que poderá, inclusive, fazer uma nova análise da admissibilidade
e, com isso, em novo juízo denegatório.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AgInt no AREsp 2.119.020-CE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 22/5/2023 (Info 781).
Não cabem embargos de declaração contra decisão de presidente do tribunal que não admite
recurso especial
O agravo é o único recurso cabível contra a decisão que não admite o recurso especial. Logo, não
cabem embargos de declaração contra essa decisão.
Por serem incabíveis, caso a parte oponha os embargos, estes não irão suspender ou interromper
o prazo para a interposição do agravo do art. 1.042 do CPC/2015.
Como consequência, a parte perderá o prazo para o agravo.
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
Decisão de Ministro do STJ que determina retorno dos autos ao TJ/TRF para que ali fique
aguardando a tese a ser fixada pelo STF em repercussão geral: irrecorrível
O ato judicial que determina o sobrestamento e o retorno dos autos à Corte de origem, a fim de
que exerça o juízo de retratação/conformação (arts. 1.040 e 1.041 do CPC/2015), não possui
carga decisória e, por isso, constitui provimento irrecorrível.
STJ. 2ª Turma.AgInt no AgInt no AREsp 2.208.198-AM, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 15/5/2023 (Info 778).
A cópia de calendário obtido na página eletrônica do tribunal de origem pode ser considerada
documento idôneo para fins de comprovação de interrupção ou suspensão de prazo processual
As informações processuais disponibilizadas por meio da internet, na página eletrônica de Tribunal
de Justiça ou de Tribunal Regional Federal, ostentam natureza oficial, gerando para as partes que
as consultam a presunção de correção e confiabilidade.
Desse modo, uma vez lançada a informação, no calendário judicial, disponibilizado pelo site do
Tribunal de origem, da existência de suspensão local de prazo, deve ser considerada idônea a
juntada desse documento pela parte, para fins de comprovação do feriado local.
STJ. Corte Especial.EAREsp 1.927.268-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 19/4/2023 (Info 771).
Não é possível restabelecer prazo para apelação, sob alegação de nulidade da intimação, após
o decurso de mais de dois anos do trânsito em julgado da sentença
Caso hipotético: João ingressou com ação contra a empresa Beta.O juiz julgou o pedido
parcialmente improcedente.A requerida Beta opôs embargos de declaração, que foram rejeitados.
A decisão foi proferida em 22/02/2016.No dia 17/03/2016, as partes foram intimadas de forma
eletrônica, na forma do art. 5º da Lei nº 11.419/2006. Como não houve movimentação, os autos
foram baixados. Em 02/03/2018, a requerida Beta compareceu nos autos requerendo a restituição
do prazo para apelação.A empresa alegou que o prazo para recorrer (interpor apelação) seria de
15 dias. No entanto, na intimação do julgamento dos embargos de declaração constou que a parte
teria 10 dias para recorrer. Logo, a intimação induziu a parte em erro. Diante disso, pediu a
devolução do prazo para apelação.
O STJ não concordou com o pedido da parte.
A informação disponibilizada não era do termo final do prazo, mas do prazo em si. Em relação a
esse ponto, embora a contagem do prazo seja complexa, não existe – ou não deveria existir –
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dúvida quanto o prazo para a interposição da apelação, uma vez que se trata de prazo previsto em
lei. Por essa razão, não é razoável crer que o advogado da apelante possa ter sido induzido a erro
diante da informação de que o prazo para apelação seria de 10 dias, quando a lei revela que o
prazo correto é de 15 dias.
Em segundo lugar, depois da intimação, a parte não praticou o ato em nenhum dos prazos
possíveis: o errado (10 dias), anotado na intimação, tampouco o correto (15 dias), previsto
claramente em lei. Ao contrário, permaneceu inerte durante 2 longos anos, aproximadamente.
Diante disso, percebe-se eu houve má-fé da apelante, pois guardou a suposta nulidade da
intimação para suscitá-la apenas muito tempo depois, no momento em que lhe pareceu mais
conveniente.Essa estratégia de permanecer silente, reservando a nulidade para ser alegada em
momento posterior, vem sendo rechaçada há muito tempo pela jurisprudência do STJ, sob a
alcunha de “nulidade de algibeira”.
Ademais, mesmo que a intimação pudesse ser considerada nula, seria imperioso reconhecer que
se operou o trânsito em julgado.
STJ. 3ª Turma. REsp 1833871-TO, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 21/3/2023
(Info 768).
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O embargos de declaração opostos contra acórdão proferido pelo colegiado ampliado (art. 942
do CPC) deverão ser julgados pelo mesmo órgão com colegiado ampliado
O julgamento dos embargos de declaração, quando opostos contra acórdão proferido pelo órgão
em composição ampliada, deve observar o mesmo quórum (ampliado), sob pena de o
entendimento lançado, antes minoritário, poder sagrar-se vencedor.
Ex: a Câmara Cível é composta originariamente por 3 Desembargadores. 2 votaram por negar
provimento à apelação e 1 votou por dar provimento. Houve convocação de 2 novos
Desembargadores (art. 942 do CPC). O placar final pelo colegiado ampliado foi em 3x2. Se forem
opostos embargos de declaração contra este acórdão, eles deverão ser julgados pelo órgão
colegiado ampliado, ou seja, pelos 5 Desembargadores (e não apenas pelo órgão colegiado
originário, com 3 Desembargadores).
STJ. 3ª Turma. REsp 2024874/RS, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 7/3/2023
(Info 766).
O agravo interno é o único recurso cabível contra a decisão que nega seguimento ao recurso
especial ou recurso extraordinário em virtude de o acórdão recorrido estar em consonância
com tese firmada sob o rito dos recursos repetitivos ou da repercussão geral
O único recurso cabível da decisão que nega seguimento aos recursos às instâncias superiores
(STJ e STF), em virtude de o acórdão recorrido estar em consonância com tese firmada sob o rito
dos recursos repetitivos ou da repercussão geral, é o agravo interno, a teor do expressamente
previsto no art. 1.030, § 2º, do CPC.
Não cabe agravo em recurso especial ao STJ contra decisão que nega seguimento ao apelo nobre
com base no art. 1.030, I, “b”, cabendo ao próprio tribunal recorrido, se provocado por agravo
interno, decidir sobre a alegação de equívoco na aplicação do entendimento firmado em sede de
recurso especial representativo da controvérsia.
Não é possível, na hipótese, a aplicação do princípio da fungibilidade recursal, considerando que o
CPC/2015 traz previsão legal expressa para o recurso cabível, não havendo que se falar, portanto,
em dúvida objetiva.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 2.148.444-PB, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 13/2/2023
(Info 11 – Edição Extraordinária).
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Não cabe novo recurso especial contra decisão do Tribunal de origem que, ao julgar agravo
interno, mantém a inadmissibilidade do recurso especial interposto por entender que a decisão
recorrida está em harmonia com precedente qualificado do STF
Não cabe novo recurso especial contra o acórdão que julga agravo interno em face de decisão de
inadmissibilidade fundada na aplicabilidade de precedente qualificado do Supremo Tribunal
Federal que tem o condão de impedir o seguimento não apenas de recurso extraordinário como
também de recurso especial.
STJ. 2ª Turma. REsp 2028321-RN, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, julgado em 06/12/2022
(Info 760).
Quando a parte interpõe agravo em recurso especial, deverá juntar a procuração outorgada ao
advogado, mesmo que esse instrumento já conste nos autos do processo principal
A procuração juntada em outro processo conexo ou incidental, não apensado ao principal, não
produz efeito em favor do recorrente no Superior Tribunal de Justiça.
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1806003/RJ, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em
14/11/2022 (Info 760).
Não é possível aceitar carta fiança como depósito prévio do valor da multa (§ 5º do art. 1.021)
em que a instituição financeira figura como fiador e afiançado
Se a parte interpuser um agravo interno manifestamente inadmissível ou improcedente, o órgão
colegiado, por votação unânime, poderá impor ao agravante multa de 1% a 5% do valor atualizado
da causa (§ 4º do art. 1.021 do CPC).
Em regra, se a parte quiser interpor qualquer outro recurso, precisaráfazer o depósito prévio do
valor da multa.
Esse depósito prévio pode ser feito mediante fiança bancária.
Vale ressaltar, contudo, que, se o recorrente for um banco, ele não pode oferecer uma carta de
fiança na qual seja o fiador e, ao mesmo tempo, o afiançado.
Embora se reconheça que a apresentação de carta fiança serve como substituta do pagamento
em dinheiro para fins de cumprimento do art. 1.021, §5º, do CPC, a carta fiança apresentada na
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Se o Tribunal de Justiça confirmou a liminar e concedeu a segurança, ainda que tenha afastado
a multa antes cominada, não cabe recurso ordinário para exigir a multa porque o acórdão não
foi denegatório (art. 105, II, b, da CF)
Não cabe recurso ordinário em mandado de segurança com fundamento no art. 105, inciso II,
alínea “b”, da Constituição da República, na hipótese em que houver a concessão da segurança e a
parte impugna capítulo que havia tão-somente excluído a multa cominatória para o cumprimento
da liminar.
STJ. 2ª Turma. RMS 69727-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 18/10/2022 (Info
755).
Se a parte que opôs os embargos de declaração desistiu desse recurso, significa dizer que os
embargos não interromperam o prazo para a interposição de outros recursos
Extintos os embargos de declaração em virtude de desistência posteriormente manifestada, não é
possível sustentar a interrupção do prazo recursal para a mesma parte que desistiu, tampouco a
reabertura desse prazo a contar da intimação do ato homologatório.
STJ. 3ª Turma. REsp 1833120-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 18/10/2022
(Info 762).
Não cabem embargos de divergência contra acórdão do STJ proferido em pedido de tutela
provisória manejada para agregar efeito suspensivo a conflito de competência
Os embargos de divergência somente são cabíveis para impugnar acórdão proferido em recurso
especial ou extraordinário.
Não há previsão legal acerca do ajuizamento de embargos de divergência contra acórdão do
Superior Tribunal de Justiça proferido em pedido de tutela provisória para agregar efeito
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É, em regra, irrecorrível decisão de Ministro do STJ determina retorno dos autos ao TJ/TRF para
que ali fique aguardando a tese a ser fixada pelo STF em repercussão geral
A decisão de retorno dos autos ao tribunal de origem, a fim de que lá seja exercido o juízo de
conformidade (arts. 1.040 e 1.041 do CPC/2015) é irrecorrível, salvo se demonstrado por meio de
requerimento, efetivamente, erro ou equívoco patente.
STJ. 1ª Turma. RCD nos EDcl no AgInt no REsp 1963580-RJ, Rel. Min. Regina Helena Costa,
julgado em 6/10/2022 (Info Especial 8).
não tinha procuração nos autos. Diante disso, o Ministro não conheceu do recurso especial
aplicando a Súmula 115 do STJ (Súmula 115-STJ: Na instância especial é inexistente recurso
interposto por advogado sem procuração nos autos).
Ao julgar agravo interno contra essa decisão, a 4ª Turma do STJ decidiu conhecer do recurso.
Esse tipo de documento digitalizado inserido nos autos eletrônicos por advogado sem procuração
nos autos deve ser admitido porque, segundo o art. 425, I, do CPC, ele, em princípio, “faz a mesma
prova que o original”, “ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração”.
STJ. 4ª Turma. AREsp 1917838-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/08/2022 (Info
751).
Se, no agravo interno interposto contra a decisão monocrática que não conheceu do agravo em
recurso especial, o recorrente mantém a mesma deficiência de fundamentação, deverá ser feito
novo juízo negativo de admissibilidade, com a imposição de multa
O recurso que insiste em não atacar especificamente os fundamentos da decisão recorrida
seguidamente é manifestamente inadmissível (dupla aplicação do art. 932, III, do CPC/2015),
devendo ser penalizado com a multa prevista no art. 1.021, §4º, do CPC/2015.
Caso concreto: o vice-presidente do TJ negou seguimento ao Resp com fundamento na súmula
282 do STF. A parte interpôs agravo em recurso especial sem impugnar esse fundamento. O
Presidente do STJ não conhece do agravo. Contra a decisão, a parte interpõe agravo interno sem
novamente impugnar o mesmo. A Turma não conheceu do agravo interno e aplicou multa.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 2092094-GO, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
16/08/2022 (Info 745).
Em regra, descabe a imposição da multa do art. 1.021, § 4º, do CPC em razão do não
provimento do agravo interno em votação unânime, pois é necessária a configuração da
manifesta inadmissibilidade ou improcedência
O mero não provimento de agravo interno por votação unânime não basta para fundamentar a
aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, sendo necessária a configuração da
manifesta inadmissibilidade ou improcedência do recurso.
STJ. 1ª Turma. AgInt no AREsp 2085942/MG, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em
15/8/2022 (Info Especial 8).
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Mesmo após a Lei 14.365/2022, não cabe sustentação oral no julgamento do agravo interno
interposto contra decisão do Presidente do Tribunal em suspensão de liminar
Não é cabível a sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão do Presidente do
Tribunal que defere ou indefere a contracautela em suspensão de liminar de sentença ou
suspensão de segurança.
STJ. Corte Especial. QO no AgInt na SLS 2507-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
15/06/2022 (Info 743).
O prazo estabelecido pelo juiz no despacho de citação não configura matéria controvertida
entre as partes a demandar a prolação de uma decisão, não se apresentando insuscetível de
novo pronunciamento
Uma empresa ajuizou execução contra a União (Fazenda Nacional). O juiz prolatou despacho
fixando o prazo de 10 dias para a União opor embargos à execução, caso quisesse. O magistrado
afirmou que estava seguindo o prazo originário do art. 730 do CPC/1973 porque considerava que
a MP 2102/2001, que alterou o prazo para 30 dias seria inconstitucional. A União interpôs agravo
de instrumento. Ocorre que o Tribunal negou seguimento ao agravo pelo descumprimento do art.
526, parágrafo único, do CPC/1973.
Depois disso, o juiz prolatou sentença em que reafirmou o entendimento de que o prazo para
oferecimento dos embargos à execução seria de 10 dias e que, portanto, os embargos da Fazenda
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Na contagem dos prazos em dias úteis, não se deve computar o dia em que, por força de ato
administrativo editado pela presidência do Tribunal local, os prazos processuais estavam
suspensos
Segundo a previsão do art. 219 do CPC/2015, “na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei
ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis”. Desse modo, na contagem realizada
conforme o disposto no art. 219 do CPC/2015, não se deve computar o dia em que, por força de
ato administrativo editado pela presidência do Tribunal local, os prazos processuais estavam
suspensos.
Para que o Tribunal destinatário possa aferir a tempestividade do recurso, é dever do recorrente
comprovar, no ato da interposição, a ocorrência de feriado local ou da suspensão dos prazos
processuais, conforme determina o art. 1.003, § 6º, do CPC/2015.
A cópia de página do Diário de Justiça Eletrônico, editado na forma do disposto no art. 4º, da Lei
nº 11.419/2006, é documento idôneo para comprovar a tempestividade recursal.
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1788341-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Antonio
Carlos Ferreira, julgado em 03/05/2022 (Info 738).
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A ausência de expediente forense no dia de Corpus Christi deve ser comprovada pela parte, no
momento da interposição do recurso, por meio de documento idôneo
O dia de Corpus Christi é feriado local, considerando que não é não previsto em lei federal. Por
essa razão, a ausência de expediente forense em tal data deve ser comprovada pela parte
recorrente, no momento da interposição do recurso, por meio de documento idôneo.
STJ. 4ª Turma. AREsp 1779552-GO, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 26/04/2022 (Info 735).
Para a prorrogação do prazo recursal é necessária a configuração da justa causa, que deve ser
demonstrada de maneira efetiva
A Corte Especial do STJ firmou o entendimento de que o equívoco na indicação do término do
prazo recursal contido no sistema eletrônico mantido exclusivamente pelo Tribunal não pode ser
imputado ao recorrente (EREsp 1805589/MT, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Corte
Especial, DJe de 25/11/2020).
Entretanto, também conforme o entendimento deste Tribunal Superior, para a prorrogação do
prazo é necessária a configuração da justa causa, que deve ser demonstrada de maneira efetiva.
O STJ também já reconheceu que apenas o “print” do sistema não serve para efetivamente
demonstrar justa causa (AgInt no AREsp 1.640.644/MT, Rel. Ministro Gurgel de faria, Primeira
Turma, julgado em 31/08/2020).
Diante desse cenário, tem-se exigido que a parte recorrente demonstre, de maneira efetiva, a justa
causa para obter o excepcional afastamento da intempestividade recursal.
STJ. 4ª Turma. AgInt nos EDcl no AREsp 1837057/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
29/3/2022 (Info 733).
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
A falha induzida por informação equivocada prestada por sistema eletrônico de tribunal deve ser
levada em consideração, em homenagem aos princípios da boa-fé e da confiança, para a aferição
da tempestividade do recurso.
STJ. Corte Especial. EAREsp 1759860-PI, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 16/03/2022 (Info 730).
Se a parte pede a expedição de ofício para que sejam requisitados documentos e o juiz nega o
requerimento, cabe agravo de instrumento com base no art. 1.015, VI, do CPC
É cabível a interposição de agravo de instrumento contra decisões que versem sobre o mero
requerimento de expedição de ofício para apresentação ou juntada de documentos ou coisas,
independentemente da menção expressa ao termo “exibição” ou aos arts. 396 a 404 do CPC/2015.
STJ. 1ª Turma. REsp 1853458-SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 22/02/2022 (Info
726).
Os recursos interpostos na instância de origem, mesmo que endereçados a esta Corte Superior,
observam o calendário de funcionamento do tribunal local, não podendo se utilizar, para todos os
casos, dos feriados e das suspensões previstas em Portaria e no Regimento Interno do Superior
Tribunal de Justiça, que muitas vezes não coincidem com os da Justiça estadual.
STJ. 3ª Turma. AgInt nos EDcl no REsp 2006859-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
13/2/2023 (Info 765).
A mera remissão a link de site do Tribunal de origem nas razões recursais é insuficiente para
comprovar a tempestividade de recurso
O § 6º do art. 1.003 do CPC/2015 prevê que a comprovação do feriado local deverá ser feita, pelo
recorrente, obrigatoriamente, no ato de interposição do recurso.
A simples menção, no bojo das razões recursais, da ocorrência do feriado local com a remissão ao
endereço eletrônico (link) do Tribunal de origem não é meio idôneo para comprovação da
suspensão do prazo processual, a teor do art. 1.003, § 6º, do CPC/2015.
STJ. 2ª Turma. AgInt nos EDCL no REsp 1893371-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 26/10/2021 (Info 715).
Não cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que verse sobre instrução
probatória; também não cabe mandado de segurança; essa decisão deverá ser impugnada por
ocasião da apelação
As decisões interlocutórias sobre a instrução probatória não são impugnáveis por agravo de
instrumento ou pela via mandamental, sendo cabível a sua impugnação diferida pela via da
apelação.
STJ. 2ª Turma. RMS 65943-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 26/10/2021 (Info
715).
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
Cabe agravo de instrumento contra a decisão que rejeita pedido das partes para homologar
acordo, determinando o prosseguimento do feito
A decisão que deixa de homologar pedido de extinção consensual da lide retrata decisão
interlocutória de mérito a admitir recorribilidade por agravo de instrumento, interposto com fulcro
no art. 1.015, II, do CPC/2015.
STJ. 1ª Turma.REsp 1817205-SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 05/10/2021 (Info 712).
Para a adequação de determinado julgado, após a modulação dos efeitos de decisão pelo STF, é
necessário que o recurso tenha sido conhecido e que haja relação entre o objeto recursal e o
fato superveniente
Caso concreto: em janeiro de 2018, uma empresa ajuizou ação pedindo para excluir o ICMS da
base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. Em abril de 2018, o juiz prolatou sentença
julgando procedente o pedido da contribuinte, aplicando a decisão do STF no RE 574706/PR.
Em fevereiro de 2020, o TRF manteve a sentença. Em março de 2020, a Fazenda Nacional opôs
embargos de declaração dizendo que o TRF deveria sobrestar o processo porque a União havia
pedido ao STF a modulação dos efeitos da decisão proferida no RE 574706/PR e o Supremo ainda
não havia apreciado esse pedido. Logo, era mais recomendável esperar. Em junho de 2020, o TRF
rejeitou os embargos e a Fazenda Nacional interpôs recurso especial. O Vice-Presidente do TRF
negou seguimento ao recurso especial sob o argumento de que o Tribunal decidiu a controvérsia
sob enfoque eminentemente constitucional. Assim, o Vice-Presidente do TRF entendeu que seria
inviável a análise da questão, em sede de Recurso Especial, sob pena de usurpação da
competência do STF. A Fazenda Pública interpôs, então, agravo em recurso especial. Em
17/03/2021, o Presidente do STJ negou provimento ao agravo. A Fazenda Pública interpôs agravo
interno contra a decisão do Presidente do STJ. A 2ª Turma do STJ negou provimento ao agravo.
Em 11/06/2021, a Fazenda Nacional opôs embargos de declaração alegando que houve um fato
superveniente. Isso porque o STF, no dia 13/05/2021, modulou os efeitos da decisão proferida no
RE 574706 ED/PR. Logo, para a Fazenda Pública, o STJ deveria rever sua decisão e aplicar a
modulação dos efeitos.
O STJ não concordou. Não é possível aplicar a modulação dos efeitos porque o recurso especial
não havia sido conhecido.
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
STJ. 2ª Turma. EDcl no AgInt no AREsp 1821102-SC, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
05/10/2021 (Info 714).
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
Se o réu recorreu contra sentença que favoreceu litisconsortes ativos facultativos simples e o
Tribunal deu provimento ao recurso no que tange a apenas alguns dos litisconsortes, haverá
condenação em honorários recursais quanto aos demais
Na cumulação simples subjetiva de pedidos, o provimento do recurso que apenas atinge o pedido
de um dos litisconsortes facultativos não impede a fixação de honorários recursais em relação
aos pedidos autônomos do demais litisconsortes, que se mantiveram intactos após o julgamento.
Caso concreto: João, Maria e Sérgio ajuizaram, em litisconsórcio ativo facultativo simples, ação de
indenização contra o hospital pedindo reparação por danos morais. O juiz julgou os pedidos
procedentes e fixou R$ 15 mil em favor de cada autor. O hospital recorreu. O TJ reduziu a
indenização fixada em favor de João (para R$ 10 mil). Por outro lado, rejeitou o pedido de redução
do recorrente no que tange à indenização fixada para Maria e Sérgio.
Neste cenário, podemos concluir que a apelação do hospital:
• foi parcialmente provida no que tange ao autor João;
• foi integralmente desprovida no que se refere aos autores Maria e Sério.
Nesse caso:
• não deverá haver condenação em honorários recursais no que tange ao provimento parcial;
• por outro lado, deverá existir a fixação de honorários recursais em relação aos pedidos
autônomos formulados pelos demais litisconsortes e que se mantiveram absolutamente intactos
após o julgamento.
STJ. 3ª Turma. REsp 1954472-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/10/2021 (Info 714).
É possível comprovar, no agravo interno, a tempestividade do recurso especial caso este não
tenha sido conhecido porque o carimbo de protocolo estava ilegível
É lícita a comprovação, em agravo interno, da tempestividade do recurso especial na hipótese de
ilegibilidade do carimbo de protocolo.
STJ. 3ª Turma.EDcl no AgInt no REsp 1880778-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
28/09/2021 (Info 712).
O erro material é aquele evidente, decorrente de simples erro aritmético ou fruto de inexatidão
material, e não erro relativo a critérios ou elementos de julgamento
O erro material é aquele evidente, decorrente de simples erro aritmético ou fruto de inexatidão
material, e não erro relativo a critérios ou elementos de julgamento
STJ. 4 Turma. EDcl no AgInt no REsp n. 1.750.573/SP, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, DJe de
26/8/2021.
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
A modulação dos efeitos da tese firmada por ocasião do julgamento do REsp 1.813.684/SP é
restrita ao feriado de segunda-feira de carnaval e não se aplica aos demais feriados, inclusive
aos feriados locais
A parte, ao apresentar recurso especial ou recurso extraordinário, tem o ônus de explicar e
comprovar que, na instância de origem, era feriado local ou dia sem expediente forense?
SIM. O art. 1.003, § 6º, do CPC/2015 trouxe expressamente um dispositivo dizendo que a
comprovação do feriado local deverá ser feita, obrigatoriamente, no ato de interposição do
recurso: “O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso.”
Assim, a comprovação da ocorrência de feriado local deve ser feita no ato da interposição do
recurso, sendo intempestivo quando interposto fora do prazo previsto na lei processual civil. Esse
entendimento acima explicado está sujeito a alguma modulação de efeitos?
Em regra: não. Depois da entrada em vigor do CPC/2015, a comprovação da ocorrência de feriado
local deve ser feita no ato da interposição do recurso, sendo intempestivo quando interposto fora
do prazo previsto na lei processual civil. Esse entendimento está em vigor desde o início da
vigência do CPC/2015 e não se submete a modulação de efeitos.
Exceção: no caso do feriado de segunda-feira de carnaval, há uma modulação dos efeitos.
Segunda-feira de carnaval não é um feriado nacional. No entanto, em diversos Estados, trata- se
de feriado local.
• Se o recurso especial foi interposto antes de 18/11/2019 (data de publicação do REsp 1.813.684-
SP) e a parte não comprovou que segunda-feira de carnaval era feriado no Tribunal de origem: é
possível a abertura de vista para que a parte comprove isso mesmo após a interposição do
recurso, sanando o vício.
• Se o recurso especial foi interposto depois de 18/11/2019 (data de publicação do REsp
1.813.684-SP) e a parte não comprovou que segunda-feira de carnaval era feriado no Tribunal de
origem: não é possível a abertura de vista para que a parte comprove esse feriado, ou seja, o vício
não pode mais ser sanado. Portanto, a regra aplicável é aquela fixada pela Corte Especial no AgInt
no AREsp 957.821/MS: “ou se comprova o feriado local no ato da interposição do respectivo
recurso, ou se considera intempestivo o recurso, operando-se, em consequência, a coisa julgada”.
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
STJ. Corte Especial. AREsp 1481810-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Nancy
Andrighi, Corte Especial, julgado em 19/05/2021 (Info 697).
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
Se for interposto RE ou Resp contra o acórdão que julgar o IRDR, os processos individuais e
coletivos continuam suspensos até o julgamento desses recursos
Interposto Recurso Especial ou Recurso Extraordinário contra o acórdão que julgou Incidente de
Resolução de Demandas Repetitivas - IRDR, a suspensão dos processos realizada pelo relator ao
admitir o incidente só cessará com o julgamento dos referidos recursos, não sendo necessário,
entretanto, aguardar o trânsito em julgado.
O art. 982, § 5º, do CPC afirma que a suspensão dos processos pendentes, no âmbito do IRDR, só
irá cessar se não for interposto recurso especial ou recurso extraordinário contra a decisão
proferida no incidente. Assim, se for interposto algum desses recursos, a suspensão persiste.
STJ. 2ª Turma. REsp 1869867/SC, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20/04/2021 (Info 693).
O Tribunal não pode julgar fora do limite definido pelo recorrente (extensão do efeito
devolutivo)
A extensão do efeito devolutivo da apelação é definida pelo pedido do recorrente e qualquer
julgamento fora desse limite não pode comprometer a efetividade do contraditório, ainda que se
pretenda aplicar a teoria da causa madura.
STJ. 4ª Turma. REsp 1909451-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/03/2021 (Info 690).
Técnica do julgamento ampliado também pode ser aplicada a embargos de declaração opostos
contra acórdão que julgou apelação, desde que cumpridos os demais requisitos do art. 942 do
CPC
A técnica de julgamento ampliado do art. 942 do CPC aplica-se aos aclaratórios opostos ao
acórdão de apelação quando o voto vencido nascido apenas nos embargos for suficiente para
alterar o resultado inicial do julgamento, independentemente do desfecho não unânime dos
declaratórios (se rejeitados ou se acolhidos, com ou sem efeito modificativo).
STJ. 3ª Turma. REsp 1786158-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 25/08/2020 (Info 678).
Deve ser aplicada a técnica de julgamento ampliado nos embargos de declaração toda vez que o
voto divergente possua aptidão para alterar o resultado unânime do acórdão de apelação.
STJ. 4ª Turma. REsp 1910317-PE, Rel. Min. Antônio Carlos Ferreira, julgado em 02/03/2021 (Info
687).
Não há repercussão geral na discussão sobre a validade de ato editado pelo TJ que previa a
conversão da ação individual em incidente de liquidação no bojo da execução de sentença
coletiva
Não há repercussão geral na controvérsia em que se questiona a validade de regulamento editado
por órgão do Judiciário estadual que, com base na lei de organização judiciária local, preceitua a
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
Não possui repercussão geral recurso extraordinário que verse sobre lei estadual
posteriormente revogada e que foi objeto de acordo entre os interessados
Não possui repercussão geral a discussão acerca da constitucionalidade da progressão funcional
prevista na Lei 6.110/1994 do Estado do Maranhão.
STF. Plenário. RE 523086/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/12/2020 (Info 1001).
Não cabe mandado de segurança contra decisão interlocutória proferida após a publicação do
acórdão do STJ que fixou a tese da taxatividade mitigada (Tema 988 – Dje 19/12/2018)
Não é admissível, nem excepcionalmente, a impetração de mandado de segurança para impugnar
decisões interlocutórias após a publicação do acórdão em que se fixou a tese referente ao tema
repetitivo 988, segundo a qual “o rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso
admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da
inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação”.
Caso concreto: juiz indeferiu pedido de designação da audiência de conciliação prevista no art.
334 do CPC, ao fundamento de “dificuldade de pauta”. Essa decisão foi proferida em 07/02/2019,
ou seja, após a publicação do acórdão do STJ que definiu a tese da taxatividade mitigada (Tema
998 - REsp 1.704.520-MT - DJe 19/12/2018). Logo, neste caso, essa decisão interlocutória
somente seria impugnável por agravo de instrumento, não cabendo, portanto, mandado de
segurança.
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
STJ. 3ª Turma. RMS 63202-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 01/12/2020 (Info 684).
É nulo acórdão genérico que, sob a justificativa da multiplicidade de recursos, delega ao juízo
de primeiro grau a sua aplicação ao caso concreto
Ao julgar o recurso, o Tribunal de Justiça prolatou um acórdão genérico no qual apenas elencou os
entendimentos pacificados na jurisprudência daquela Corte, sem resolver, efetivamente, as
questões devolvidas no caso concreto sob julgamento.
Após expor sobre os entendimentos, o Tribunal delegou para que o juiz aplicasse aquele se
enquadraria no caso concreto, sob a justificativa da existência de multiplicidade de recursos
versando sobre as questões.
A necessidade de que as decisões judiciais sejam particularizadas, no exercício difuso da
jurisdição, é regra basilar do processo civil, encontrando-se enunciada no art. 489, III, e § 1º, III e V,
do CPC/2015.
Assim, o referido acórdão foi anulado por inobservância do art. 489, § 1º, inciso V, do CPC/2015.
STJ. 3ª Turma. REsp 1880319-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 17/11/2020
(Info 683).
Antes da Emenda Regimental 26/2016, as teses dos recursos repetitivos eram elaboradas pela
unidade administrativa do STJ e configuravam providência de teor estritamente indexante
As teses repetitivas do STJ do período anterior à Emenda Regimental nº 26/2016 do RISTJ
possuem natureza administrativa de caráter meramente indexador, encontrando-se o precedente
vinculante no conteúdo efetivo dos julgados.
STJ. 1ª Seção. Pet 12344-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 28/10/2020 (Info 684).
Não é necessária a comunicação formal de todos os possíveis afetados pela tese fixada em
sede de julgamento repetitivo, sob pena de inviabilidade prática do próprio instituto.
Não é necessária a comunicação formal de todos os possíveis afetados pela tese fixada em sede
de julgamento repetitivo, sob pena de inviabilidade prática do próprio instituto.
É evidente, deste modo, a impossibilidade prática de intimar formalmente todos os atingidos, sob
pena de nulidade do julgado, uma vez que tal situação criaria um processo multitudinário e
potencialmente insolúvel. Tampouco foi esta a intenção do legislador, que não condicionou a
legitimidade do julgamento repetitivo à prévia intimação de todos aqueles que possam,
eventualmente, suportar as consequências práticas da tese fixada.
STJ. AR 5.692/SC, Rel. Ministro, Rel. Min. Napolão Nunes Maia Filho, julgado em 23/09/2020
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
Técnica do julgamento ampliado também pode ser aplicada a embargos de declaração opostos
contra acórdão que julgou apelação, desde que cumpridos os demais requisitos do art. 942 do
CPC
A técnica de julgamento ampliado do art. 942 do CPC aplica-se aos aclaratórios opostos ao
acórdão de apelação quando o voto vencido nascido apenas nos embargos for suficiente para
alterar o resultado inicial do julgamento, independentemente do desfecho não unânime dos
declaratórios (se rejeitados ou se acolhidos, com ou sem efeito modificativo).
STJ. 3ª Turma. REsp 1786158-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 25/08/2020 (Info 678).
Toda a matéria devolvida à segunda instância deve ser considerada apreciada quando o TJ ou
TRF dá provimento à apelação por apenas um dos fundamentos expostos pela parte apelante,
ignorando os demais
Consideram-se prequestionados os fundamentos adotados nas razões de apelação e
desprezados no julgamento do respectivo recurso, desde que, interposto recurso especial, sejam
reiterados nas contrarrazões da parte vencedora.
STJ. Corte Especial. EAREsp 227767-RS, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 17/06/2020 (Info
674).
documento idôneo, o qual, no caso, consistia no inteiro teor do Aviso do tribunal estadual, a fim de
vincular a decretação do feriado nas repartições públicas estaduais com a suspensão dos prazos
pela Corte de Justiça.
STJ. 3ª Turma. EDcl no AgInt no AREsp 1510568-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
23/03/2020 (Info 669).
Não cabe agravo de instrumento contra a decisão que aplica multa por ato atentatório à
dignidade da justiça pelo não comparecimento à audiência de conciliação
A decisão que aplica a multa do art. 334, §8º, do CPC, à parte que deixa de comparecer à
audiência de conciliação, sem apresentar justificativa adequada, não pode ser impugnada por
agravo de instrumento, não se inserindo na hipótese prevista no art. 1.015, II, do CPC. Tal decisão
poderá, no futuro, ser objeto de recurso de apelação, na forma do art. 1.009, §1º, do CPC.
STJ. 3ª Turma. REsp 1762957-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 10/03/2020
(Info 668).
Obs: os fatos que foram analisados pelo STJ ocorreram antes do CPC/2015. Vale ressaltar que o
novo diploma reforça a conclusão a que chegou o STJ porque o art. 197 previu o seguinte:
Art. 197. Os tribunais divulgarão as informações constantes de seu sistema de automação em
página própria na rede mundial de computadores, gozando a divulgação de presunção de
veracidade e confiabilidade.
Parágrafo único. Nos casos de problema técnico do sistema e de erro ou omissão do auxiliar da
justiça responsável pelo registro dos andamentos, poderá ser configurada a justa causa prevista
no art. 223, caput e § 1º.
A contagem correta dos prazos recursais, nos termos definidos pela legislação processual, é ônus
exclusivo da parte recorrente, de modo que a data eventualmente sugerida pelo sistema
processual eletrônico não o exime de interpor o recurso no prazo previsto em lei.
STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1.825.919/PR, Min. Laurita Vaz, DJe 16/6/2021.
“Despacho” que intima o advogado para que o devedor cumpra obrigação de fazer, sob pena de
multa, possui aptidão para gerar prejuízo à parte e, portanto, pode ser impugnado por meio de
recurso
Cabe agravo de instrumento contra o pronunciamento judicial que, na fase de cumprimento de
sentença, determinou a intimação do executado, na pessoa do advogado, para cumprir obrigação
de fazer, sob pena de multa.
STJ. 3ª Turma. REsp 1758800-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/02/2020 (Info 666).
https://www.buscadordizerodireito.com.br/caderno/detalhes/1b6126cd0f2345e1fda58b85230190d2 30/72
27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
Não cabe recurso extraordinário para discutir a possibilidade ou não de retenção de honorários
advocatícios contratuais sobre crédito relativo a diferenças do FUNDEF
A discussão envolvendo a possibilidade ou não de retenção de honorários advocatícios
contratuais sobre crédito relativo a diferenças do FUNDEF possui natureza infraconstitucional, de
forma que não cabe recurso extraordinário para apreciá-la considerando que não há matéria
constitucional a ser analisada.
STF. 1ª Turma. ARE 1066359 AgR/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/11/2019 (Info 961).
STF. 1ª Turma. ARE 1107296 AgR/PE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/2/2020 (Info 966).
Não cabe reclamação para o controle da aplicação de entendimento firmado pelo STJ em
recurso especial repetitivo
A reclamação constitucional não trata de instrumento adequado para o controle da aplicação dos
entendimentos firmados pelo STJ em recursos especiais repetitivos.
As hipóteses de cabimento da reclamação foram elencadas nos incisos do caput do art. 988. O §
5º do art. 988 trata sobre situações nas quais não se admite reclamação.
O § 5º do art. 988 foi introduzido no CPC pela Lei nº 13.256/2016 com o objetivo justamente de
proibir reclamações dirigidas ao STJ e STF para o controle da aplicação dos acórdãos sobre
questões repetitivas. Essa parte final do § 5º é fruto de má técnica legislativa.
Se for admitida reclamação nessa hipótese isso irá em sentido contrário à finalidade do regime
dos recursos especiais repetitivos, que surgiu como mecanismo de racionalização da prestação
jurisdicional do STJ, diante dos litígios de massa.
O meio adequado e eficaz para forçar a observância da norma jurídica oriunda de um precedente,
ou para corrigir a sua aplicação concreta, é o recurso, instrumento que, por excelência, destina-se
ao controle e revisão das decisões judiciais.
STJ. Corte Especial. Rcl 36476-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/02/2020 (Info 669).
A menção a convenções abstratas que não possuem validade e eficácia no Direito Interno não é
suficiente à configuração do prequestionamento, mesmo que em sua forma implícita
Não é possível o reconhecimento do prequestionamento implícito baseado em mera
recomendação internacional, que nem sequer se enquadra no conceito de “lei federal” para fins de
interposição de recurso especial.
Caso concreto: a argumentação deduzida no recurso especial foi unicamente baseada em
dispositivos da Convenção Modelo da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), que não tem força normativa em nosso país, sendo uma espécie de recomendação, um
instrumento de soft law.
STJ. 2ª Turma. REsp 1821336-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 04/02/2020 (Info 684).
Aplica-se a técnica de ampliação do colegiado quando o Tribunal, por maioria, der provimento
aos embargos de declaração para reformar a decisão embargada e, por consequência, reformar
a decisão parcial de mérito prolatada pelo juiz em 1ª instância
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Não cabe recurso extraordinário para discutir a possibilidade ou não de retenção de honorários
advocatícios contratuais sobre crédito relativo a diferenças do FUNDEF
A discussão envolvendo a possibilidade ou não de retenção de honorários advocatícios
contratuais sobre crédito relativo a diferenças do FUNDEF possui natureza infraconstitucional, de
forma que não cabe recurso extraordinário para apreciá-la considerando que não há matéria
constitucional a ser analisada.
STF. 1ª Turma. ARE 1066359 AgR/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/11/2019 (Info 961).
O art. 1.015, VI, do CPC/2015 abrange a decisão interlocutória que versa sobre a exibição do
documento em incidente processual, em ação incidental ou, ainda, em mero requerimento
formulado no bojo do próprio processo
O art. 1.015, VI, do CPC/2015 prevê:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
Essa hipótese de cabimento abrange:
• a decisão que resolve o incidente processual de exibição instauradoem face de parte;
• a decisão que resolve a ação incidental deexibição instaurada em face de terceiro;
• e, ainda, a decisãointerlocutória que aceite ou rejeite mero requerimento formulado no bojo do
próprio processo.
Assim, cabe agravo de instrumento com base no art. 1.015, VI, do CPC/2015, contra a decisão
interlocutória que defira ou indefira a expedição de ofício para que um terceiro apresente
determinado documento, mesmo sem a instauração de incidente processual ou de ação
incidental.
STJ. 3ª Turma. REsp 1798939-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/11/2019 (Info 661).
Cabe reclamação contra decisão do STJ que nega provimento a agravo interno interposto
contra decisão monocrática do Vice-Presidente do STJ que negou seguimento ao recurso
extraordinário sob a alegação de que houve incorreta aplicação de tese do STF fixada em
repercussão geral
A erronia na observância de pronunciamento do STF formalizado, em recurso extraordinário, sob o
ângulo da repercussão geral, enseja, esgotada a jurisdição na origem considerado o julgamento de
agravo, o acesso ao Supremo mediante a reclamação.
Fundamento: art. 988, § 5º do CPC/2015.
Caso concreto: a parte interpôs recurso extraordinário contra acórdão do STJ alegando que houve
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errônea aplicação de tese do STF fixada em repercussão geral. O Vice-Presidente do STJ negou
seguimento ao recurso extraordinário. Contra esta decisão, a parte interpôs agravo interno. A
Corte Especial do STJ negou provimento ao agravo interno. A parte ingressou, então, com
reclamação, que foi conhecida pelo STF.
STF. 1ª Turma. Rcl 26874 AgR/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12/11/2019 (Info 959).
Vale fazer aqui uma observação: no informativo 661 divulgado pelo STJ constou a seguinte frase:
“É irrecorrível o acórdão que admite ou inadmite o Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas – IRDR”.Importante esclarecer, contudo, que os doutrinadores citados no próprio voto
da Min. Relatora Nancy Andrighi afirmam que cabe um único recurso: os embargos de
declaração.Assim, mesmo não tendo constado isso no Informativo, é possível dizer: a decisão que
admite ou que inadmite o IRDR é irrecorrível, salvo os embargos de declaração.
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A parte que junta, no ato de interposição do REsp, calendário disponível no site do Tribunal de
Justiça que mostra os feriados locais, cumpre a exigência prevista no § 6º do art. 1.003, § 6º,
do CPC/2015
É admissível a impetração de mandado de segurança para impugnar ato judicial que decidiu pela
intempestividade de recurso que havia sido protocolado dentro do prazo legal. Isso porque se está
diante de uma situação excepcional.
STF. 1ª Turma. RMS 36114/AM, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 22/10/2019 (Info 957).
Cabe agravo de instrumento contra decisão do juízo de primeiro grau que resolve o
requerimento de distinção de processos sobrestados em razão de recursos repetitivos (art.
1.037, § 13, I, do CPC/2015)
Cabe agravo de instrumento contra decisão do juízo de primeiro grau que resolve o requerimento
de distinção de processos sobrestados em razão de recursos repetitivos.
Fundamento: art. 1.037, § 13, I, do CPC/2015:
Art. 1.037 (...)
§ 8º As partes deverão ser intimadas da decisão de suspensão de seu processo, a ser proferida
pelo respectivo juiz ou relator quando informado da decisão a que se refere o inciso II do caput.
§ 9º Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no
recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu
processo.
§ 13. Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 9º caberá:
I - agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro grau;
II - agravo interno, se a decisão for de relator.
Obs: no CPC/1973, a decisão que determinava o sobrestamento dos recursos extraordinários e
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Na égide do CPC/2015:
O cenário mudou.
O CPC/2015 trouxe expressamente um dispositivo dizendo que a comprovação do feriado local
deverá ser feita, obrigatoriamente, no ato de interposição do recurso. Veja:
Art. 1.003 (...)§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do
recurso.
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A parte pede que o juiz suspenda o processo alegando prejudicialidade externa (art. 313, V, “a”,
CPC/2015); magistrado indefere; esse pronunciamento não pode ser equiparado a uma decisão
sobre tutela provisória; logo, não cabe agravo de instrumento contra ele com base no inciso I do
art. 1.015 do CPC/2015
A decisão interlocutória que indefere o pedido de suspensão do processo em razão de questão
prejudicial externa não equivale à tutela provisória de urgência de natureza cautelar e, assim, não é
recorrível por agravo de instrumento.
STJ. 3ª Turma. REsp 1759015-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 17/09/2019 (Info 656).
Não cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que, na segunda fase da ação
de prestação de contas, defere prova pericial
A decisão interlocutória que, na segunda fase da ação de prestação de contas, defere a produção
de prova pericial contábil, nomeia perito e concede prazo para apresentação de documentos,
formulação de quesitos e nomeação de assistentes, não é imediatamente recorrível por agravo de
instrumento.
STJ. 3ª Turma. REsp 1821793-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/08/2019 (Info 654).
É inadmissível incidente de assunção de competência fora das situações previstas no art. 947 do
CPC/2015.
Caso concreto: a parte ajuizou ação rescisória na Turma Recursal do Juizado Especial cível
estadual, tendo a ação sido indeferida liminarmente. Contra essa decisão, a parte ingressou com
incidente de assunção de competência no STJ; no caso concreto, não se está diante de recurso,
remessa necessária ou processo de competência originária do STJ, sendo, portanto,
manifestamente descabido o pedido. Vale ressaltar que, contra a decisão da Turma Recursal, nem
cabe recurso para o STJ.
STJ. 1ª Seção. AgInt na Pet 12642-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 14/08/2019 (Info 659).
Cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que acolhe ou afasta a arguição de
impossibilidade jurídica do pedido (mérito do processo – art. 1.015, II, do CPC/2015)
Cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que acolhe ou afasta a arguição de
impossibilidade jurídica do pedido.
Com o CPC/2015, a possibilidade jurídica do pedido deixou de ser uma condição da ação e passou
ser classificada como “questão de mérito”. Logo, se uma decisão interlocutória acolhe ou rejeita a
arguição de impossibilidade jurídica do pedido, trata-se de decisão que versa sobre o mérito do
processo, sendo cabível a interposição de agravo de instrumento, com fulcro no art. 1.015, II, do
CPC:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
II - mérito do processo.
STJ. 3ª Turma. REsp 1757123-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/08/2019 (Info 654).
Não deve ser conhecido o recurso especial tirado de agravo de instrumento quando sobrevém
sentença de extinção do processo sem resolução de mérito que não foi objeto de apelação
Não deve ser conhecido o recurso especial tirado de agravo de instrumento quando sobrevém
sentença de extinção do processo sem resolução de mérito que não foi objeto de apelação.
Ex: juiz determinou que os autores fizessem a emenda da petição inicial, sob pena de
indeferimento; os autores não concordaram e interpuseram agravo de instrumento, que não foi
conhecido pelo TJ; contra esta decisão, foi manejado recurso especial; antes que o recurso
especial fosse julgado, o juiz extinguiu o processo sem resolução do mérito indeferindo a petição
inicial pelo fato de não ter sido cumprida a diligência (emenda da petição inicial); neste caso, os
autores deveriam ter interposto apelação contra a sentença; como não interpuseram, o recurso
especial tirado do agravo de instrumento – e que ainda estava pendente de julgamento – não será
conhecido porque houve a formação de coisa julgada.
STJ. 3ª Turma. REsp 1750079-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/08/2019 (Info 654).
INSS está dispensado do prévio pagamento do porte de remessa e de retorno, devendo recolher
o respectivo valor somente ao final da demanda, acaso vencido
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
A teor dos arts. 27 e 511, § 1º, do revogado CPC/1973 (arts. 91 e 1.007, § 1º, do CPC/2015), o
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, nos recursos de competência dos Tribunais de Justiça,
está dispensado do prévio pagamento do porte de remessa e de retorno, enquanto parcela
integrante do preparo, devendo recolher o respectivo valor somente ao final da demanda, acaso
vencido.
STJ. Corte Especial. REsp 1761119-SP, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 07/08/2019 (recurso
repetitivo – Tema 1001) (Info 653).
Não cabe agravo de instrumento contra a decisão que nega o pedido para que ocorra o
julgamento antecipado parcial do mérito
Não é cabível agravo de instrumento contra decisão que indefere pedido de julgamento antecipado
do mérito por haver necessidade de dilação probatória.
STJ. 3ª Turma. AgInt no AREsp 1411485-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
01/07/2019 (Info 653).
Em caso de decisões interlocutórias complexas, qual critério será adotado para saber se cabe
ou não agravo de instrumento?
Em se tratando de decisão interlocutória com duplo conteúdo, é possível estabelecer como
critérios para a identificação do cabimento do recurso:
a) o exame do elemento que prepondera na decisão;
b) o emprego da lógica do antecedente-consequente e da ideia de questões prejudiciais e de
questões prejudicadas;
c) o exame do conteúdo das razões recursais apresentadas pela parte irresignada.
STJ. 3ª Turma. REsp 1797991-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/06/2019 (Info 651).
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
O prazo para interposição de recurso ordinário em habeas corpus, ainda que se trate de matéria
não criminal, é de 5 dias
O prazo para interposição de recurso ordinário em habeas corpus, ainda que se trate de matéria
não criminal, continua sendo de 5 dias, nos termos do art. 30 da Lei nº 8.038/90, não se aplicando
à hipótese os arts. 1.003, §5º, e 994, V, do CPC/2015.
Ex: recurso ordinário contra decisão do TJ que negou habeas corpus a indivíduo que se encontra
preso em razão de dívida de alimentos.
STJ. 3ª Turma. RHC 109.330-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 09/04/2019 (Info 646).
Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que fixa data da separação de fato do
casal para efeitos da partilha dos bens
Cabe agravo de instrumento, nos termos do art. 1.015, II, do CPC/2015, contra decisão
interlocutória que fixa data da separação de fato do casal para efeitos da partilha dos bens.
Trata-se de decisão parcial de mérito, considerando que é uma decisão que resolve uma parcela
do pedido de partilha de bens.
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
II - mérito do processo;
STJ. 3ª Turma. REsp 1798975-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 02/04/2019 (Info 645).
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
excepcionar a regra geral do caput do art. 373, sendo que a primeira diz respeito à atribuição do
ônus da prova, pelo juiz, em hipóteses previstas em lei, de que é exemplo a inversão do ônus da
prova prevista no art. 6º, VIII, do CDC, e a segunda diz respeito à teoria da distribuição dinâmica do
ônus da prova, incidente a partir de peculiaridades da causa que se relacionem com a
impossibilidade ou com a excessiva dificuldade de se desvencilhar do ônus estaticamente
distribuído ou, ainda, com a maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário.
Em outras palavras, a hipótese do art. 6º, VIII, do CDC está sim tratada no § 1º do art. 373 do CPC
uma vez que esse dispositivo dispõe também a inversão do ônus da prova nos casos previstos em
lei.
Para o STJ, a hipótese do inciso XI do art. 1.015 do CPC deve ser lida em sentido amplo de sorte
que:
É cabível agravo de instrumento contra decisão interlocutória que defere ou indefere a distribuição
dinâmica do ônus da prova ou quaisquer outras atribuições do ônus da prova distinta da regra
geral, desde que se operem ope judicis e mediante autorização legal.
STJ. 3ª Turma. REsp 1729110-CE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 02/04/2019 (Info 645).
Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que exclui o litisconsorte; não cabe
este recurso contra a decisão que mantém o litisconsorte
Segundo o inciso VII do art. 1.015, do CPC/2015: “cabe agravo de instrumento contra as decisões
interlocutórias que versarem sobre exclusão de litisconsorte”.
Essa previsão abrange somente a decisão que exclui o litisconsorte.
Assim, cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que exclui o litisconsorte.
Por outro lado, não cabe agravo de instrumento contra a decisão que indefere o pedido de
exclusão de litisconsorte (decisão que mantém o litisconsorte).
STJ. 3ª Turma. REsp 1724453-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/03/2019 (Info 644).
Como se deve interpretar a expressão “decisões interlocutórias que versem sobre tutelas
provisórias” presente no art. 1.015, I, do CPC/2015?
O conceito de “decisão interlocutória que versa sobre tutela provisória” previsto no art. 1.015, I, do
CPC/2015, abrange as decisões que digam respeito à:
1) à presença ou não dos pressupostos que justificam o deferimento, indeferimento, revogação ou
alteração da tutela provisória (é o chamado núcleo essencial);
2) ao prazo e ao modo de cumprimento da tutela;
3) à adequação, suficiência, proporcionalidade ou razoabilidade da técnica de efetivação da tutela
provisória; e
4) à necessidade ou dispensa de garantias para a concessão, revogação ou alteração da tutela
provisória.
STJ. 3ª Turma. REsp 1752049-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/03/2019 (Info 644).
Não cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que impõe ao beneficiário o dever
de arcar com as despesas da estadia do bem móvel objeto da busca e apreensão em pátio de
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terceiro.
Tal situação não pode ser enquadrada no art. 1.015, I, do CPC/2015 porque essa decisão não se
relaciona, de forma indissociável, com a tutela provisória.
Trata-se, na verdade, de decisão que diz respeito a aspectos externos relacionados com a
executoriedade, operacionalização ou implementação fática da busca e apreensão (e não com a
tutela provisória em si).
STJ. 3ª Turma. REsp 1752049-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/03/2019 (Info 644).
O art. 1.035, § 5º do CPC/2015 não determina a suspensão automática dos processos, devendo
esse entendimento ser aplicado aos recursos especiais que impugnam acórdão publicado e
com a repercussão geral reconhecida na vigência do CPC/1973
O art. 1.035, § 5º do CPC/2015 prevê o seguinte:
§ 5º Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a
suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
versem sobre a questão e tramitem no território nacional.
A suspensão prevista nesse § 5º não é uma consequência automática e necessária do
reconhecimento da repercussão geral. Em outras palavras, ela não acontece sempre. O Ministro
Relator do recurso extraordinário paradigma tem discricionariedade para determiná-la ou modulá-
la (STF. Plenário. RE 966177 RG/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/6/2017).
Esse mesmo entendimento deve ser aplicado aos recursos especiais que impugnam acórdão
publicado e que tenha tido repercussão geral reconhecida na vigência do CPC/1973.
Assim, o STJ poderá julgar um recurso especial que esteja naquele Tribunal mesmo que o tema a
ser discutido esteja aguardando para ser julgado pelo STF sob a sistemática da repercussão geral,
salvo, obviamente, se o Ministro Relator do STF determinou a suspensão de todos os processos
pendentes.
STJ. Corte Especial. REsp 1.202.071-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 01/02/2019 (Info
650).
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
Se a parte ajuizou ação urgente sem juntar procuração (art. 37 do CPC/1973), ela também
poderá, dentro do prazo de 15 dias previsto neste dispositivo, interpor recurso sem procuração
É admissível, em caso de urgência, nos termos do art. 37 do CPC/1973 (art. 104, § 1º, do
CPC/2015), a regularização da representação processual do autor/agravante, em segunda
instância, a partir do translado do instrumento de procuração a ser juntado na origem no prazo
assinado em lei.
STJ. 2ª Seção. EREsp 1265639-SC, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 12/12/2018 (Info
643).
Os novos julgadores convocados na forma do art. 942 do CPC/2015 poderão analisar todo o
conteúdo das razões recursais, não se limitando à matéria sobre a qual houve divergência
Como ocorre a continuidade do julgamento na hipótese em que houve uma parte unânime e outra
não unânime? Ex: no julgamento de uma apelação contra sentença que havia negado
integralmente a indenização, a Câmara Cível entendeu de forma unânime (3x0) que houve danos
materiais e por maioria (2x1) que não ocorreram danos morais. Foram então convocados dois
Desembargadores para a continuidade do julgamento ampliado (art. 942). Esses dois novos
Desembargadores que chegam poderão votar também sobre a parte unânime (danos materiais)
ou ficarão restritos ao capítulo não unânime (danos morais)?
O colegiado formado com a convocação dos novos julgadores (art. 942 do CPC/2015) poderá
analisar de forma ampla todo o conteúdo das razões recursais, não se limitando à matéria sobre a
qual houve originalmente divergência.
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27/03/2024, 13:29 Caderno - Processo civil - Recurso - Buscador Dizer o Direito
Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido
É inaplicável a contagem do prazo recursal em dobro quando apenas um dos litisconsortes com
procuradores distintos sucumbe.
Nesse sentido existe, inclusive, uma súmula do STF, cujo entendimento continua válido com o
CPC/2015:
Súmula 641-STF: Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes
haja sucumbido.
Ex: ação de cobrança proposta contra Pedro e Tiago. Na sentença, o juiz julga procedente quanto
a Pedro e improcedente no que tange a Tiago. Pedro, única parte sucumbente, não terá direito a
prazo em dobro.
STJ. 3ª Turma. REsp 1709562-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/10/2018(Info 636).
Acórdão que, no julgamento de agravo de instrumento, por maioria de voto, reforma decisão
interlocutória para reconhecer que determinado bem é impenhorável
Nos processos ainda regidos pelo CPC/73, são cabíveis embargos infringentes contra acórdão
que, em julgamento de agravo de instrumento, por maioria de votos, reforma decisão interlocutória
para reconhecer a impenhorabilidade de bem, nos termos da Lei nº 8.009/90.
STJ. 2ª Seção. EREsp 1131917-MG, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, Rel. Acd. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 10/10/2018 (Info 637).
A técnica de ampliação de julgamento (art. 942 do CPC/2015) deve ser utilizada quando o
resultado da apelação for não unânime, independentemente de ser julgamento que reforma ou
mantém a sentença impugnada
Assim como ocorria com os embargos infringentes, para a aplicação da técnica de julgamento do
art. 942 do CPC exige-se que a sentença tenha sido reformada no julgamento da apelação?
NÃO. A técnica do julgamento ampliado vale também para sentença mantida pelo Tribunal no
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STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 553.788-DF, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 16/10/2014
(Info 551).
STF. 2ª Turma. ARE 931830 AgR/PB, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/8/2018 (Info 912).
CPC/2015: NÃO
Veja o que diz o CPC/2015:
Art. 1.021 (...)
§ 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em
votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar
ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da
multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça,
que farão o pagamento ao final.
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Necessidade de esgotamento das instâncias para alegar violação à decisão do STF que decidiu
pela constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei 8.666/93
Em 2010, no julgamento da ADC 16, o STF decidiu que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 é
constitucional.
Várias decisões da Justiça do Trabalho continuaram entendendo de forma diferente do art. 71, §
1º. Contra essas decisões, o Poder Público ajuizava diretamente reclamações no STF, que era
obrigado a recebê-las, considerando que de uma decisão, até mesmo de 1ª instância, que viola o
que o STF deliberou em sede de ADI, ADC ou ADPF, cabe reclamação.
Em 2017, o STF reafirmou o entendimento de que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 é
constitucional e deve ser aplicado. Isso foi no julgamento do RE 760931/DF, submetido à
sistemática da repercussão geral.
O STF afirmou que a sua decisão no RE 760931/DF “substituiu” a eficácia da tese fixada na ADC
16. Isso significa que agora o Poder Público, se quiser ajuizar reclamação discutindo o tema,
deverá fazê-lo alegando violação ao RE 760931/DF (e não mais à ADC 16).
Qual a desvantagem disso para o Poder Público:
• Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em ADI, ADC, ADPF: cabe reclamação
mesmo que a decisão “rebelde” seja de 1ª instância. Não se exige o esgotamento de instâncias.
• Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em recurso extraordinário sob a
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sistemática da repercussão geral: cabe reclamação, mas exige-se o esgotamento das instâncias
ordinárias (art. 988, § 5º, II, do CPC/2015).
Assim, agora, a Fazenda Pública terá que esgotar as instâncias ordinárias para ajuizar reclamação
discutindo esse tema.
É inviável reclamação com fundamento em afronta ao julgado da ADC 16.
STF. 1ª Turma.Rcl 27789 AgR/BA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/10/2017 (Info 882).
STF. 1ª Turma. Rcl 28623 AgR/BA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12/12/2017 (Info 888).
É possível interpor agravo de instrumento contra decisão que não concede efeito suspensivo
aos embargos à execução
É admissível a interposição de agravo de instrumento contra decisão que não concede efeito
suspensivo aos embargos à execução.
As hipóteses em que cabe agravo de instrumento estão previstas art. 1.015 do CPC/2015, que traz
um rol taxativo. Apesar de ser um rol exaustivo, é possível que as hipóteses trazidas nos incisos
desse artigo sejam lidas de forma ampla, com base em uma interpretação extensiva.
Assim, é cabível agravo de instrumento contra decisão que não concede efeito suspensivo aos
embargos à execução com base em uma interpretação extensiva do inciso X do art. 1.015:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
STJ. 2ª Turma.REsp 1694667-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/12/2017 (Info 617).
Não cabem embargos de declaração contra decisão de presidente do tribunal que não admite
recurso extraordinário
Não cabem embargos de declaração contra a decisão de presidente do tribunal que não admite
recurso extraordinário.
Por serem incabíveis, caso a parte oponha os embargos, estes não irão suspender ou interromper
o prazo para a interposição do agravo do art. 1.042 do CPC/2015.
Como consequência, a parte perderá o prazo para o agravo.
Nas palavras do STF: os embargos de declaração opostos contra a decisão de presidente do
tribunal que não admite recurso extraordinário não suspendem ou interrompem o prazo para
interposição de agravo, por serem incabíveis.
STF. 1ª Turma. ARE 688776 ED/RS e ARE 685997 ED/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em
28/11/2017 (Info 886).
STF. 2ª Turma. Ag-RE-AgR 1177142/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 28/06/2019.
Necessidade de esgotamento das instâncias para alegar violação à decisão do STF que decidiu
pela constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei 8.666/93
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Em 2010, no julgamento da ADC 16, o STF decidiu que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 é
constitucional.
Várias decisões da Justiça do Trabalho continuaram entendendo de forma diferente do art. 71, §
1º. Contra essas decisões, o Poder Público ajuizava diretamente reclamações no STF, que era
obrigado a recebê-las considerando que de uma decisão, até mesmo de 1ª instância, que viola o
que o STF deliberou em sede de ADI, ADC ou ADPF, cabe reclamação.
Em 2017, o STF reafirmou o entendimento de que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 é
constitucional e deve ser aplicado. Isso foi no julgamento do RE 760931/DF, submetido à
sistemática da repercussão geral.
O STF afirmou que a sua decisão no RE 760931/DF “substituiu” a eficácia da tese fixada na ADC
16. Isso significa que agora o Poder Público, se quiser ajuizar reclamação discutindo o tema,
deverá fazê-lo alegando violação ao RE 760931/DF (e não mais à ADC 16).
Qual a desvantagem disso para o Poder Público:
• Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em ADI, ADC, ADPF: cabe reclamação
mesmo que a decisão “rebelde” seja de 1ª instância. Não se exige o esgotamento de instâncias.
• Em caso de descumprimento de decisão do STF proferida em recurso extraordinário sob a
sistemática da repercussão geral: cabe reclamação, mas exige-se o esgotamento das instâncias
ordinárias (art. 988, § 5º, II, do CPC/2015).
Assim, agora, a Fazenda Pública terá que esgotar as instâncias ordinárias para ajuizar reclamação
discutindo esse tema.
STF. 1ª Turma.Rcl 27789 AgR/BA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/10/2017 (Info 882).
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Se a decisão proferida pelo juiz induzir a parte a interpor o recurso errado, deve-se reconhecer
que houve dúvida objetiva, que justifica o princípio da fungibilidade
O conceito de "dúvida objetiva", para a aplicação do princípio da fungibilidade recursal, pode ser
relativizado, excepcionalmente, quando o equívoco na interposição do recurso cabível decorrer da
prática de ato do próprio órgão julgador.
STJ. 2ª Seção.EAREsp 230380-RN, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 13/09/2017
(Info 613).
Cabem embargos de divergência no âmbito de agravo que não admite Resp sob a alegação de
que o mérito do acórdão impugnado está em sintonia com o entendimento do STJ
Cabem embargos de divergência no âmbito de agravo que não admite recurso especial com base
na Súmula 83/STJ para dizer que, no mérito, o acórdão impugnado estaria em sintonia com o
entendimento firmado por esta Corte Superior.
STJ. 1ª Seção. EAREsp 200299-PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 23/8/2017
(Info 610).
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art. 1.035, § 5º, do CPC abrangerá ações penais em que haja réu preso provisoriamente;
f) em qualquer caso de sobrestamento de ação penal determinado com fundamento no art. 1.035,
§ 5º, do CPC, poderá o juízo de piso, no curso da suspensão, proceder, conforme a necessidade, à
produção de provas de natureza urgente.
STF. Plenário. RE 966177 RG/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/6/2017 (Info 868).
O pedido de antecipação dos efeitos da tutela pode ser feito em sede de sustentação oral
É possível o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela em sede de sustentação oral.
STJ. 4ª Turma.REsp 1332766-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 1/6/2017 (Info 608).
liminar; o STJ admitiu recurso especial contra esta decisão tendo em vista que estavam em jogo
aspectos elementares da dignidade da pessoa humana.
STJ. 2ª Turma. REsp 1537530-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 27/04/2017 (Info 666).
Só cabe reclamação ao STF por violação de tese fixada em repercussão geral após terem se
esgotado todos os recursos cabíveis nas instâncias antecedentes
O art. 988, § 5º, II, do CPC/2015 prevê que é possível reclamação dirigida ao Supremo Tribunal
Federal contra decisão judicial que tenha descumprido tese fixada pelo STF em recurso
extraordinário julgado sob o rito da repercussão geral. O CPC exige, no entanto, que, antes de a
parte apresentar a reclamação, ela tenha esgotado todos os recursos cabíveis nas
"instâncias ordinárias".
O STF afirmou que essa hipótese de cabimento prevista no art. 988, § 5º, II, do CPC deve ser
interpretada restritivamente, sob pena de o STF assumir, pela via da reclamação, a competência
de pelo menos três tribunais superiores (STJ, TST e TSE) para o julgamento de recursos contra
decisões de tribunais de 2º grau de jurisdição.
Assim, segundo entendeu o STF, quando o CPC exige que se esgotem as instâncias ordinárias,
significa que a parte só poderá apresentar reclamação ao STF depois de ter apresentado todos os
recursos cabíveis não apenas nos Tribunais de 2º grau, mas também nos Tribunais Superiores
(STJ, TST e TSE). Se ainda tiver algum recurso pendente no STJ ou no TSE, por exemplo, não
caberá reclamação ao STF.
Em suma, nos casos em que se busca garantir a aplicação de decisão tomada em recurso
extraordinário com repercussão geral, somente é cabível reclamação ao STF quando esgotados
todos os recursos cabíveis nas instâncias antecedentes.
STF. 2ª Turma. Rcl 24686 ED-AgR/RJ, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 28/10/2016 (Info 845).
A norma contida no art. 988, § 5º, II, do Código de Processo Civil merece interpretação restritiva
quanto ao cabimento da reclamação para hipóteses em que se discute aplicação de tese em
repercussão geral reconhecida, tendo a jurisprudência do STF fixado os seguintes critérios para o
cabimento da reclamação nesses casos:
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Relator do agravo interno não pode simplesmente "copiar e colar" a decisão agravada
É vedado ao relator limitar-se a reproduzir a decisão agravada para julgar improcedente o agravo
interno.
O novo CPC proibiu expressamente esta forma de decidir o agravo interno (art. 1.021, § 3º).
STJ. 3ª Turma. REsp 1622386-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/10/2016 (Info 592).
Se a parte interpõe o agravo do art. 1.042 em vez do agravo interno, o STJ não conhecerá do
recurso e não mais aplicará o princípio da fungibilidade
O CPC/2015 trouxe previsão legal expressa de que não cabe agravo para o STJ contra decisão que
inadmite recurso especial quando o acórdão recorrido decidiu em conformidade com recurso
repetitivo (art. 1.042). Tal disposição legal aplica-se aos agravos apresentados contra decisão
publicada após a entrada em vigor do Novo CPC, em conformidade com o princípio tempus regit
actum.
Caso o Tribunal de origem decida em conformidade com entendimento firmado pelo STJ em
recurso repetitivo, a parte deverá interpor agravo interno. Se, em vez disso, a parte interpuser o
agravo em recurso especial para o STJ (art. 1.042), cometerá erro grosseiro.
Chegando ao STJ este agravo, ele não será conhecido e ele não retornará para que seja julgado
pelo Tribunal de origem como agravo interno.
Assim, após a entrada em vigor do CPC/2015, não é mais devida a remessa pelo STJ, ao Tribunal
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de origem, do agravo interposto contra decisão que inadmite recurso especial com base na
aplicação de entendimento firmado em recursos repetitivos, para que seja conhecido como agravo
interno.
STJ. 3ª Turma. AREsp 959991-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/8/2016 (Info
589).
Art. 932, parágrafo único, do CPC não pode ser aplicado para o caso de recurso que não tenha
impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida
O prazo de 5 dias previsto no parágrafo único do art. 932 do CPC/2015 só se aplica aos casos em
que seja necessário sanar vícios formais, como ausência de procuração ou de assinatura, e não à
complementação da fundamentação.
Assim, esse dispositivo não incide nos casos em que o recorrente não ataca todos os
fundamentos da decisão recorrida. Isso porque, nesta hipótese, seria necessária a
complementação das razões do recurso, o que não é permitido.
STF. 1ª Turma. ARE 953221 AgR/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/6/2016 (Info 829).
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STF. Plenário. RE 594116/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/12/2015 (repercussão geral)
(Info 810).
Multa do § 2º do art. 557 do CPC 1973 (§ 4º do art. 1.021 do CPC 2015) e justiça gratuita
O § 2º do art. 557 do CPC 1973 (§ 4º do art. 1.021 do CPC 2015) prevê que, quando
manifestamente inadmissível ou improcedente o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar
ao agravado multa de
• 1% a 10% do valor corrigido da causa (CPC 1973)
• 1% a 5% do valor atualizado da causa (CPC 2015).
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Embargos de declaração com efeitos infringentes não podem ser recebidos como pedido de
reconsideração
Os embargos de declaração, ainda que contenham nítido pedido de efeitos infringentes, não
devem ser recebidos como mero "pedido de reconsideração".
Tal proceder é incabível por três razões principais:
a) não atende a nenhuma previsão legal, tampouco aos requisitos de aplicação do princípio da
fungibilidade recursal considerando que pedido de reconsideração nem é previsto na lei nem pode
ser considerado recurso;
b) traz surpresa e insegurança jurídica ao jurisdicionado, pois, apesar de interposto
tempestivamente o recurso cabível, ficará à mercê da subjetividade do magistrado;
c) acarreta ao embargante grave sanção sem respaldo legal, qual seja, a não interrupção de prazo
para posteriores recursos, aniquilando o direito da parte embargante, o que supera a penalidade
objetiva positivada no § 2º do art. 1.026 do CPC 2015.
STJ. Corte Especial. REsp 1522347-ES, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 16/9/2015 (Info 575).
Reconhecida a repercussão geral, não é mais possível que as partes desistam do processo
Um dos pressupostos de admissibilidade do recurso extraordinário é a repercussão geral.
Desse modo, para que o RE seja conhecido, é necessário que o recorrente demonstre a
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso.
Antes do STF apreciar o mérito do recurso, ele primeiro decide se aquele determinado tema
discutido possui repercussão geral.
É comum que essa decisão reconhecendo a existência de repercussão geral seja proferida em
uma data e somente meses ou até anos depois é que o STF aprecia o mérito do recurso.
O STF decidiu que, uma vez reconhecida a repercussão geral da questão constitucional discutida
no caso, não é mais possível às partes a desistência do processo.
O novo CPC permite que a parte desista, mas afirma que a questão cuja repercussão geral foi
reconhecida continuará sendo analisada. Veja:
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral
já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais
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repetitivos.
STF. Plenário. RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 2/9/2015 (Info 797).
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STJ. Corte Especial. REsp 1102479-RJ, Rel. Min. Marco Buzzi, Corte Especial, julgado em 4/3/2015
(recurso repetitivo) (Info 562).
Cabimento de REsp em caso de aplicação de lei nova a situação jurídica já constituída antes de
sua edição
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Cabe recurso especial — e não recurso extraordinário — para examinar se ofende o art. 6º da Lei
de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LINDB) a interpretação feita pelo acórdão recorrido
dos conceitos legais de direito adquirido e de ato jurídico perfeito a qual ensejou a aplicação de lei
nova a situação jurídica já constituída quando de sua edição.
STJ. 2ª Seção. REsp 1124859-MG, Rel. originário Min. Luis Felipe Salomão, Rel. para acórdão Min.
Maria Isabel Gallotti, julgado em 26/11/2014 (Info 556).
Parte que teve processo sobrestado não pode intervir como assistente simples
Quando determinado tema é selecionado para ser julgado sob a sistemática dos recursos
especiais repetitivos, é escolhido um ou alguns recursos para serem analisados pelo STJ (recursos
paradigmas) e os demais que tratem sobre a mesma matéria ficarão suspensos no tribunal de
origem até que o STJ se pronuncie sobre o tema central.
A parte que teve seu processo sobrestado não poderá intervir nem como assistente simples nem
como amicus curiae no recurso especial paradigma que será analisado pelo STJ.
STJ. 2ª Seção. REsp 1418593-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 14/5/2014 (Info 540).
nos autos algum outro meio de se ter certeza que o agravo foi interposto dentro do prazo.
Ex.: o agravante não juntou a certidão de intimação, mas pela data da decisão agravada (que está
nos autos) e a data em que foi protocolizado o agravo, percebe-se que não se passaram mais que
10 dias. Ora, é lógico que a intimação ocorreu após a data da decisão, de modo que está provado
que o recurso foi interposto dentro do prazo, mesmo não havendo a certidão.
Esse posicionamento do STJ é aplicado em homenagem ao princípio da instrumentalidade das
formas, para o qual o exagerado processualismo deve ser evitado, de forma a que o processo e
seu uso sejam convenientemente conciliados e realizados.
STJ. 2ª Seção. REsp 1409357-SC, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 14/5/2014 (recurso
repetitivo) (Info 541).
Relator que decide monocraticamente a favor do agravante no agravo de instrumento sem ouvir
o agravado
Se o Relator decide monocraticamente a favor do agravante (art. 557, § 1º-A do CPC 1973) (art.
932, V, do CPC 2015) sem ouvir o agravado, incorre em nulidade processual.
Essa nulidade é insanável, podendo ser declarada a qualquer tempo?
NÃO. O STJ possui precedentes afirmando que a nulidade decorrente da ausência de intimação
para contrarrazões é sanável, pois o contraditório se renova continuamente no curso do processo,
havendo mais à frente outras oportunidades nas quais o agravado pode (ou poderá) se manifestar,
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exercendo o contraditório.
STJ. 3ª Turma. REsp 1372802-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 11/3/2014
(Info 539).
Não é possível MS contra o ato que determina o retorno dos autos à origem para aplicação da
sistemática de repercussão geral
Não existe previsão de recurso contra o despacho do Presidente ou do Ministro Relator que
determina a devolução do RE ao tribunal de origem. Diante disso, indaga-se: é possível que o
recorrente, que teve seu RE devolvido, impetre MS contra esse ato?
NÃO. O STF entende que o ato que determina o retorno dos autos à origem para aplicação da
sistemática de repercussão geral não possui lesividade que justifique a impetração de mandado
de segurança (MS 32485 AgR/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/2/2014). Isso porque o
tema ainda será apreciado pelo STF e a solução adotada também será aplicada ao processo
devolvido. Logo, não há prejuízo à parte recorrente.
STF. Plenário. MS 32485 AgR/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/2/2014 (Info 737).
A decisão que determina a devolução dos autos à origem, a fim de que lá seja exercido o juízo de
retratação antes da apreciação do respectivo recurso especial pelo STJ, não possui carga
decisória e não acarreta prejuízo às partes. Por isso, é provimento irrecorrível.
STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1816085/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
28/06/2021.
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Multa mesmo que a parte tenha interposto erroneamente embargos em vez de agravo
É possível a aplicação da multa prevista no art. 557, § 2º do CPC 1973 (art. 1.021, § 4º do CPC
2015) na hipótese em que a parte interpôs embargos de declaração, mas era caso de agravo
regimental e este era manifestamente infundado considerando que a decisão recorrida estava de
acordo com entendimento do Plenário do STF.
STF. 1ª Turma. RE 501726 ED/SC e RE 581906 ED/SC, rel. Min. Dias Toffoli, julgados em 4/6/2013
(Info 709).
Preparo
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Recurso adesivo pode ser interposto por parte que perdeu na reconvenção
Imagine que o juiz julgou improcedente tanto a ação como a reconvenção, de forma que houve
sucumbência recíproca do autor/reconvindo e do réu/reconvinte.
Se apenas o autor interpôs apelação contra a sentença, o réu será intimado para apresentar
contrarrazões e poderá interpor recurso adesivo para questionar a sentença proferida na
reconvenção.
Não se exige, para a interposição de recurso adesivo, que a sucumbência recíproca ocorra na
mesma lide, devendo aquela ser aferida a partir da análise do julgamento em seu conjunto. Logo, é
possível o recurso adesivo mesmo sendo ele para impugnar o resultado da reconvenção (e não da
ação).
STJ. 4ª Turma. REsp 1109249-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7/3/2013 (Info 518).
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STJ. 4ª Turma. AgRg no REsp 1314900-CE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/12/2012
(Info 513).
Não há prazo em dobro para apresentação dos originais do recurso interposto por fax
Ainda que o recorrente detenha o privilégio do prazo em dobro, será de cinco dias o prazo para a
protocolização dos originais do recurso na hipótese em que se opte pela utilização de sistema de
transmissão de dados e imagens do tipo fac-símile.
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1308916-GO, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
6/12/2012 (Info 514).
Princípio da unirrecorribilidade
O princípio da singularidade, também denominado da unicidade do recurso, ou unirrecorribilidade
consagra a premissa de que, para cada decisão a ser atacada, há um único recurso próprio e
adequado previsto no ordenamento jurídico.
O princípio da unirrecorribilidade não veda a interposição de um único recurso para impugnar mais
de uma decisão. E não há, na legislação processual, qualquer impedimento a essa prática, não
obstante seja incomum.
Desse modo, é possível, em tese, que a parte ingresse com um único agravo de instrumento para
impugnar duas decisões interlocutórias distintas.
STJ. 3ª Turma. REsp 1112599-TO, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/8/2012 (Info 503).
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