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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
1 PREVISÃO LEGAL
Os embargos de declaração estão previstos no art. 897-A da CLT. Além deste, são aplicados, subsidiariamente, os
arts. 1.022 a 1.026 do CPC.
2 HIPÓTESES DE CABIMENTO
No Processo do Trabalho, os embargos de declaração representam o meio adequado para impugnar qualquer decisão que
apresente omissão, obscuridade, contradição ou manifesto equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos do recurso.
Os erros materiais também poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes (art. 897-A, §
1o, da CLT).
3 PRAZO
O prazo para oposição dos embargos de declaração é de 5 dias. Para as pessoas jurídicas de direito público, o pra-
zo para oposição de embargos de declaração é contado em dobro, conforme previsto no Decreto-lei no 779/69 e na
OJ 192 da SDI-I do TST.
Os embargos de declaração serão julgados pelo mesmo órgão do Poder Judiciário que proferiu a decisão embarga-
da, sendo dirigido diretamente ao juiz que proferiu a sentença embargada, e, no Tribunal, ao relator, não havendo,
portanto, folha de rosto.
A interposição dos embargos de declaração interrompe o prazo para interposição de outros recursos para as duas
partes, voltando a contar o prazo para interposição do recurso principal a partir da publicação da decisão de embar-
gos, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura (art. 897-A, § 3o, da
CLT).
6 EFEITO MODIFICATIVO
Consoante exposto, os embargos de declaração visam apenas suprir uma omissão, obscuridade, contradição ou mani-
festo equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos. Nas hipóteses de omissão, contradição e manifesto equívoco
na análise dos pressupostos extrínsecos do recurso, os embargos de declaração podem modificar a decisão embarga-
da.
Como citar como o exemplo o caso em que a ré argui prescrição na contestação, e a sentença, omissa quanto a esse
ponto, julga procedente o pedido do reclamante. Interpostos os embargos declaratórios pela ré contra tal omissão, e se
eles forem providos para sanar a omissão, o juiz pode, de fato, pronunciar a prescrição e julgar extinto o processo com
resolução do mérito, nos termos do artigo 487, II, do CPC. Houve, assim, a reforma da sentença e, nesse caso, o re-
curso de embargos declaratórios devolveu ao juiz o conhecimento da matéria impugnada.
Em regra, não há manifestação da outra parte nos embargos de declaração. Entretanto, se o juiz vislumbrar efeito
modificativo no julgado, deverá permitir a manifestação da outra parte em 5 (cinco) dias, sob pena de nulidade da
decisão, com base no art. 897-A, § 2o, da CLT e OJ 142 da SDI-1 do TST.
À luz do art. 1.024, § 4o, do CPC, caso o acolhimento dos embargos de declaração implique a modificação da deci-
são embargada, o embargado, que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária, tem o direito de com-
plementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 8 dias, contado da intimação da
decisão dos embargos de declaração.
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9 MULTA POR EMBARGOS PROTELATÓRIOS
Caso os embargos sejam manifestamente protelatórios, nos termos do parágrafo único do art. 1.026 do CPC, o juiz
ou o tribunal, declarando que o são, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente de 2%
(dois por cento) sobre o valor da causa.
Na reiteração de embargos protelatórios, a multa é elevada a até 10%, ficando condicionada a interposição de qual-
quer outro recurso ao depósito do valor respectivo, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da
justiça, que a recolherão ao final (art. 1.026, § 3o, do CPC).
Art. 1.026 do CPC. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interpo-
sição de recurso.
§ 1o A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstra-
da a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou
de difícil reparação.
§ 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão funda-
mentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor
atualizado da causa.
§ 3o Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento
sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor
da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
§ 4o Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protela-
tórios.
O prequestionamento é um pressuposto exclusivo dos recursos de natureza extraordinária (recurso de revista, em-
bargos ao TST e recurso extraordinário).
Os embargos de declaração também são cabíveis com o propósito de prequestionar a matéria, nos termos da Súmu-
la 297 do TST:
I – Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese
a respeito.
II – Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declara-
tórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão.
III – Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de
pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração.
Os arts. 932, III, do CPC e 894, § 3o, da CLT apresentam algumas situações em que o relator, por meio de uma
decisão monocrática, poderá negar seguimento ou dar provimento a um recurso.
Segundo a Súmula 421 do TST, nestas hipóteses, se a parte pretende tão somente juízo integrativo retificador da
decisão e, não, modificação do julgado, será cabível os embargos de declaração.
Por sua vez, a mesma súmula, determina que se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática,
cumpre ao relator converter os embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e
celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do recorrente para, no
prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1o,
do CPC de 2015.
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Súmula 421 do TST. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR
CALCADA NO ART. 932 DO CPC DE 2015. ART. 557 DO CPC DE 1973 (atualizada em decorrência do CPC de 2015)
– Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática
do relator prevista no art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a parte pretende tão somente juízo inte-
grativo retificador da decisão e, não, modificação do julgado. II – Se a parte postular a revisão no mérito da decisão
monocrática, cumpre ao relator converter os embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilida-
de e celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do recorrente para, no
prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1o, do
CPC de 2015.
Os embargos de declaração têm apenas uma folha dirigida ao juiz que proferiu a decisão.
Segue o exemplo:
Processo no
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Diante do exposto, requer que a omissão da sentença seja sanada, de modo que
este Juízo pronuncie-se acerca da prescrição para acolhê-la e determinar a extinção
do processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, II, do CPC.
II – REQUERIMENTOS FINAIS
Isto posto, requer o recebimento destes embargos, a intimação da outra parte pa-
ra manifestar-se no prazo de 5 dias, à luz do art. 897-A, § 2o, da CLT, bem como o
provimento do presente recurso, para que seja sanada a omissão apontada.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB n°
(CESPE – 128o OAB/SP – Adaptado) Em ação processada na cidade de São Paulo, foi indeferido o processamento
do recurso ordinário interposto pelo reclamante, o que motivou a apresentação de recurso de agravo de instrumento.
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Ocorre que o último dia do prazo para a interposição do referido agravo de instrumento correspondia a 25 de janeiro,
feriado municipal na cidade de São Paulo, de modo que a petição somente foi apresentada no dia seguinte, isto é,
26 de janeiro. Ao julgar o agravo de instrumento, o Tribunal Regional do Trabalho, não se recordando e não verifi-
cando que o recurso tratava do vencimento do prazo no dia 26/01, diante da existência do feriado municipal no dia
25 de janeiro, por lapso, considerou o agravo de instrumento intempestivo e dele não conheceu.
RESOLUÇÃO
Processo no
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
I – DA TEMPESTIVIDADE
Nos termos do art. 775 da CLT, os prazos contam-se em dias úteis, de modo
que o prazo recursal não pode se encerrar em dia de feriado. Logo, o último dia do
prazo recaiu no dia 26/01.
Nestes termos,
pede deferimento.
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Local e data.
Advogado
OAB no
ESPELHO DE CORREÇÃO
FAIXA DE ATENDIMENTO AO
QUESITOS AVALIADOS
VALORES QUESITO
Endereçamento ao
relator do TRT (0,20);
Qualificação das partes
(0,20); Indicação da 0,00/ 0,20/
1.
espécie do recurso 0,40/ 0,60/
Endereçamento
(0,20); Fundamento: 1,00
arts. 897-A, 769, ambos
da CLT e 1.022 e segs.
do CPC (0,40).
Requerer o
reconhecimento do
recurso (0,50); Requerer
3.
a intimação da outra 0,00/ 0,50/
Requerimentos
parte para manifestar-se 1,00/ 1,50
finais
em 5 dias (0,50);
Requerer o provimento
do recurso (0,50).
TOTAL 5,00
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