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AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS.

RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

Agravante: JOÃO
Agravado: PEDRO

Egrégio Tribunal.
Colenda Câmara.

I – DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE DESTE RECURSO.


Conforme se verifica do documento de fls. o agravo foi protocolado na data
completa ademais, consoante a certidão de fls. o agravante foi intimado acerca da decisão
no dia de, logo, o recurso foi protocolado dentro do prazo legal previsto no art. 1.003, §5º
do CPC.
O cerne do presente recurso gira em torno da decisão que concedeu a tutela
provisóri pleiteada pelo agravado em sua petição inicial, conforme doc. anexo. Desta
forma, pronunciamento é passível de questionamentos por meio de agravo de
instrumento inclusive é o que preleciona o art. 1.015, I do CPC, vejamos: “Art. 1.015.
Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre: I - tutelas provisórias; (...)”.

II – DAS RAZÕES RECURSAIS.

O agravante firmou com o agravado contrato de locação de bem


imóvel com a finalidade de residência, na avença ficou estipulado que o prazo de
locação seria de 48(quarenta e oito) e o que o aluguel seria no valor de R$3.000,00 (três
mil reais) por mês. Contudo, após 1(um) ano de regular cumprimento do acordo de
vontades o agravante começou a passar por dificuldades financeiras, deixando de pagar
o aluguel, fato este que levou o agravado a ajuizar ação de despejo com pedido liminar
de tutela provisória para que o agravante fosse despejado imediatamente.
Ao apreciar a inicial o ilustre juiz a quo deferiu a antecipação da tutela pleiteada
pelo agravado e determinou que o agravante desocupasse o imóvel no prazo de 72(setenta
e duas) horas, sob pena de multa diádiária no valor de 2.000,00(dois mil reais). Todavia,
a decisão é equivocada, de plano pois ao deferir o pedido liminar de despejo o magistrado
não concedeu ao agravante o prazo de 15(quinze) dias para purgar a mora, ignorando,
desta forma, o que prescreve o art. 59, §3º da Lei nº8.245/91. Desta forma, a decisão
atacada deve ser reformada a fim de garantir o direito do locatário de, caso queira, purgar
a mora no prazo de 15(quinze) dias.
Ademais, verifica-se que a decisão objurgada também erra ao estipular multa para
o caso de descumprimento da ordem de despejo, já que a ordem em questão possui
natureza executiva lato-sensu, isto é, caso o agravante se recuse a cumprir o estado deve
se sub-rogar e cumprir a ordem, promovendo o despejo do locatário através do oficial de
justiça. Em suma, se o próprio estado pode executar a ordem em caso de
descumprimento a multa se mostra sem propósito e desproporcional, devendo a decisão
ser anulada neste ponto para os fins de afastar a multa estipulada.
Caso os ilustres desembargadores não entendam pela ilegalidade da
multa, insta salientar que o valor arbitrado pelo juiz a quo é desproporcional e
desarrazoado, uma vez que o valor do aluguel mensal perfaz o montante de R$3.000,00
(três mil reais) não é razoável que a multa diária seja estipulada em R$ 2.000,00(dois mil
reais). Com um valor tal exorbitante o descumprimento da ordem por um prazo curto de
3(três) dias acarretará uma multa equivalente a 2(dois) meses de aluguel, o que inclusive
aponta para o enriquecimento ilícito do agravado. Diante do exposto, caso não seja
reconhecida a ilegalidade da multa com a consequente cassação da decisão, requer
subsidiariamente seja reformada a decisão para fins de minorar o valor arbitrado de multa.

III – DO EFEITO SUSPENSIVO.

Conforme já foi demonstrado no tópico anterior a decisão agravada


ignorou a disposição legal do art. 59, §3º da Lei nº8.245/91 e aplicou uma multa ilegal
ou, no mínimo, desproporcional. Desta forma, evidente a probabilidade de provimento
do presente recurso. Outrossim, caso os efeitos da decisão em questão não sejam
suspensos o agravante será despejado do imóvel onde reside, situação que causará
inúmeros danos e embaraços ao agravante. Ademais, a suspensão da decisão é medida
perfeitamente reversível e não causará qualquer dano ao agravado, uma vez
que eventuais condenações patrimoniais poderão ser exigidas pelo locador.
Em síntese, uma vez que está presente a probabilidade de provimento do recurso
e o perigo de dano, requer seja concedido o efeito suspensivo, obstando os efeitos
da decisão, como previsto pelo art. 1.019, I do CPC.

IV – DO PEDIDO.

Diante do exposto, pede-se que:


a) seja deferido os benefícios da justiça gratuita ao agravante, nos termos do art. 98 de
CPC, uma vez que este não possui condições de arcar com as custas processuais se
prejuízo de seu sustento. Para provar tal situação, junte-se aos autos a declaração de
hipossuficiência nos termos do art. 99, §3º do CPC;
b) seja admitido o presente recurso, diante da demonstração do preenchimento dos
pressupostos recursais;
c) seja o recurso recebido no seu regular efeito devolutivo, bem como seja concedido o
efeito suspensivo para fins de obstar os efeitos da decisão até o final julgamento do
agravo, já que estão presentes os requisitos da probabilidade de provimento e do perigo
de dano.
d) o agravado seja intimado para, em querendo, apresentar contrarrazões no prazo de 15
(quinze) dias;
e) ao final, seja dado provimento para reformar a decisão agravada e,
consequentemente, conceder o prazo de 15(quinze) dias para que o agravante purgue a
mora, bem como para anular a decisão no que se refere a multa aplicada de forma ilegal.
Em relação a multa, requer subsidiariamente, caso não seja acolhido o pedido de
cassação, a reforma da decisão para os fins de minorar o valor arbitrado.

Ainda, o agravante informa ao Tribunal que:

a) no prazo de 3 (três) dias comunicará ao Juízo “a quo” acerca da interposição do presente


recurso, conforme enuncia o artigo 1.018, §2º do CPC.
b) as peças que instruem este agravo são as seguintes:
b.1) Petição inicial e contestação (Doc. 01).
b.2) Decisão agravada (Doc. 02).
b.3) Certidão de intimação (Doc. 03).
b.4) Procurações (Doc. 04).
b.5) Declaração de hipossuficiência (Doc. 05).

Termos em que, pede e espera deferimento

Local, data.
Advogado.
OAB

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