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Egrégio Tribunal da 9º Região

Recorrente: Banco Explorando S/A


Recorrido: João Protetor e Segurança Total Ltda
Origem: 21ª Vara do Trabalho de Curitiba – Paraná
Razões pela recorrente

Banco Explorando S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob n.
222.222.222/0001-22, com sede na Rua das Águas, n. 221, Curitiba, Paraná, CEP 82.222-222

João Protetor, brasileiro, casado, vigilante, portador da CTPS n. 3333, série 033, residente
e domiciliado na rua Rui Barbosa, n. 33, Curitiba, Paraná, CEP 80.100-000
Segurança Total Ltda, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.
111.111.111/0001-22, com sede na Rua das Flores, n. 22, Curitiba, Paraná, CEP 81.111-111

Eméritos julgadores (colenda turma), o recorrente inconformado com a decisão que julgou
procedente o pedido da presente reclamatória, interpõe o recurso para ver reformada à decisão,
conforme razões que passa a aduzir:

1. Da Nulidade da Citação da 2º Reclamada

A primeira reclama foi notificada via postal, na Rua das Flores, nº 22, Curitiba, Paraná,
CEP 81.111-111, em 19/01/2007, para comparecer em audiência una a ser realizada no dia
05/03/2007, bem como para apresentar defesa e prestar depoimento, sob pena de revelia e
confissão.
A segunda reclama foi igualmente notificada via postal em 19/01/2007 a respeito da
audiência una a ser realizada no dia 05/03/2007, para apresentar defesa e prestar depoimento, sob
pena de revelia e confissão, porém referida notificação foi enviada por engano para o endereço
Rua das Águas, nº 2.2221, Curitiba, Paraná, CEP 80.200-000, enquanto que a empresa possui
sede na Rua das Águas, nº 221, Curitiba, Paraná, CEP 82.222-222.
Assim, requer seja, preliminarmente, declarada a nulidade da citação da segunda
reclamada, com a conseqüente remessa dos autos à origem para nova instrução processual.

2. Da Prescrição Qüinqüenal

O art. 7º, XXIX, da Constituição Federal dispõe que os créditos resultantes das relações
de trabalho tem prazo prescricional de 5 (cinco) anos para os trabalhadores, até o limite de 2
(dois) ano após a extinção do contrato de trabalho.
A reclamatória trabalhista movida pelo reclamante foi proposta em data de 15 de
dezembro de 2006.
No caso em questão, não deve ter aplicação a Súmula 153 do TST, uma vez que a segunda
reclamada não foi devidamente citada e não pôde apresentar sua defesa, na qual certamente
argüiria a matéria da prescrição qüinqüenal.
Desta forma, sucessivamente, em não sendo acolhida a preliminar de nulidade da citação,
requer-se que sejam declarados prescritos todos os direitos anteriores à data de 15 de dezembro
de 2001.

3. Do Vínculo Empregatício

O reclamante requereu na inicial o reconhecimento de vínculo empregatício diretamente


com a segunda reclamada. A decisão judicial considerou que se presumem verdadeiros os fatos
alegados na peça vestibular e reconheceu tal vínculo empregatício, determinando anotação da
CTPS do reclamante após o transito em julgados, sob pena de ser realizado pela Secretaria da
Vara.
Entretanto, tal decisão deve ser revista, uma vez que a Súmula 331, II, do TST, dispõe
que: “não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância e de
conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do
tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta”. Ademais, houve
confissão real do reclamante da audiência realizada, de que não recebia ordens ou pagamento da
tomadora de serviços, estando subordinado exclusivamente ao seu real empregador, no caso, a
primeira reclamada. Assim, a confissão real, obtida em depoimento, deve elidir a presunção de
veracidade dos fatos alegados na exordial, gerada pela confissão ficta decorrente da revelia.
Desta forma, requer seja reformada a decisão, para que a segunda reclamada não seja
obrigada a reconhecer o vínculo empregatício com o reclamante.

4. Da Solidariedade

O reclamante requereu a condenação solidária do banco reclamado pelas verbas


trabalhistas supostamente suprimidas pelo real empregador, qual seja, a primeira reclamada. A
sentença, por sua vez, acatou o pedido, e considerou ambas as reclamadas solidariamente
responsáveis pelo pagamento dos valores acolhidos em sentença.
Entretanto, a condenação solidária das reclamadas, também merece impugnação, com
fulcro na Súmula 331, III, do TST, pois tal Súmula prevê apenas a responsabilidade subsidiária
do tomador de serviços.
Assim, requer seja reformada a decisão para que não haja a condenação solidária das
reclamas.

5. Da Jornada de Trabalho

O reclamante cumpria jornada de trabalho de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 17h00,


com 30 minutos de intervalo intrajornada, e aos sábados das 8h00 às 12h00. Em duas ocasiões na
semana, geralmente nas segundas e quintas-feiras, o reclamante alegava prorrogar sua jornada até
às 18h00. Por prestar seus serviços em agência bancária, o reclamante postulava o pagamento de
horas extraordinárias a partir da 6ª diária e 30ª semanal. A sentença de primeiro grau reconheceu
como verdadeira a jornada de trabalho alegada pelo reclamante na petição inicial, condenando ao
pagamento de horas extraordinárias, inclusive quanto ao intervalo intrajornada diário suprimido,
calculadas a partir da 6ª diária e 30ª semanal.
Entretanto, a jornada reduzida prevista no art. 224 da CLT, não é aplicável ao vigilante, o
qual não é considerado bancário, segundo o entendimento consolidado na Sumula 257 do TST. A
ausência de exercício de atividade bancária foi comprovada pelo depoimento pessoal do
reclamante, quando da realização da audiência una. Ademais, a sentença deve estar limitada às
provas produzidas nos autos, pois houve confissão real do reclamante a respeito da prorrogação
de jornada, onde afirma que a prorrogava apenas uma vez por mês, bem como a redução de
intervalo era feita apenas uma vez por semana.
Desta forma, requer-se a reforma da decisão para que o reclamante não seja equiparado ao
bancário e que haja limitação da condenação em horas extras a partir da 8º diária e 44º semanal.

6. Da Compensação

O reclamante requereu a condenação em horas extras, mas em depoimento pessoal


reconheceu que já recebeu algumas destas horas, razão pela qual requer-se a compensação dos
valores já pagos.

7. Da Dedução Fiscal e Previdenciária

A sentença vedou a realização de qualquer retenção referente a contribuições


previdenciárias do total devido ao reclamante, considerando a Justiça do Trabalho incompetente
para determinar ditas retenções previdenciárias.
Entretanto, conforme o art. 832, §3º, da CLT, as decisões cognitivas deverão sempre
indicar o limite de responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição
previdenciária.
Assim, requer-se a reforma da decisão para que seja suprida tal falta.

8. Do Pedido

Por fim, requer-se o recebimento do presente recurso ordinário e o provimento do mesmo,


retornando os autos à 21º Vara do Trabalho de Curitiba, para nova instrução ou sucessivamente,
reformando-se a sentença nos tópicos impugnados.

Termos em que,
Pede e Espera Deferimento

Curitiba, (dia), de (mês), de 2007.

Armando A. Justiça
OAB/PR 100.000

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