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CENTRO UNIVERSITÁRIO CURITIBA

FACULDADE DE DIREITO DE CURITIBA

ANA CRISTINA LEINIG DE ALMEIDA


DANIEL GAZZANA
PAULO HENRIQUE FABRIS
PATRICIA SUEMI
SIMONE CAMARGO MANO
TATIANE MUNCINELLI
Turma : 10° E

TRABALHO DE LABORATÓRIO DE PRÁTICA JURÍDICA NÃO- FORENSE


(MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM)
Prof. Rodrigo Cesar Nasser Vidal

CURITIBA
2008
1. Na arbitragem a confidencialidade é característica que deve ser
respeitada pelos árbitros. Qual o dispositivo legal que exige tal conduta dos
árbitros?
O artigo 13, § 6º, da Lei da Arbitragem determina que os árbitros devem
proceder com discrição. Esse é o dispositivo legal que exige a conduta de
confidencialidade dos árbitros. Tal fato se deve à característica de sigilo, ou seja de
confidencialidade da arbitragem. Muitos optam pela arbitragem exatamente por essa
característica. Porém, atualmente, nos países como Austrália e Suécia a citada
característica não pode ser tida como inerente à Arbitragem, e somente deve ser
utilizada se as partes assim determinarem.Há que se falar que no Brasil ainda vige o
sigilo na Arbitragem.

2. Qual a diferença entre árbitro, arbitrador e compositor amigável


(amiable compositeur)?
O árbitro é a pessoa física, capaz e de confiança das partes (de uma
demanda arbitral), que o nomeiam para solucionar controvérsia ou litígio acerca de
direito patrimonial disponível (arts.1º, 13, 19 da L.9307/960).
O arbitrador é a pessoa física, capaz, indicada pelos contratantes (partes de
um contrato) ou por delegação delas, para integrar e resolver ou eliminar um
contraste de opiniões, visando à formação de um negócio jurídico. Enquanto o
árbitro resolve (julga) controvérsia ou litígio (“conflito entre direitos que se pretendem
constituídos sobre a base de uma relação jurídica preexistente e perfeita”), o
arbitrador resolve (não julga, limitando-se à composição de interesses conflitantes)
contrastes (que “não é um conflito de direitos, mas uma divergência de opiniões e de
valoração relativa a uma parte da relação que não é ainda perfeita e cuja ordenação
é solicitada ao terceiro, exatamente para dirimir o contraste”).
O amigável compositor (ou compositor amigável), ou “amiable compositeur”
(França), em rigor, é a pessoa física investida para resolver o litígio “ex aequo et
bono” (por eqüidade) ou com base na eqüidade. Enquanto o árbitro se conduz na
conformidade de um procedimento (arbitral) escolhido pelas partes ou pela lei
processual aplicável, e aplica o direito material escolhido ou aplicável ao litígio, o
amigável compositor decide por eqüidade. O compositor amigável, no processo,
deve observar os princípios do contraditório e da igualdade das partes e deve
proferir a sentença de forma lógica e obediente aos preceitos legais, sob pena de
nulidade. A autorização para julgar por eqüidade não o habilita ou lhe confere atuar
com poderes irrestritos.

3. O juiz togado pode ser árbitro? Porque?


Ao juiz togado é vedada a atuação em qualquer outra atividade, salvo a do
magistério, nos termos do artigo 95, parágrafo único, inciso I, da Constituição
Federal.

4. No que consiste o dever de revelação do árbitro e qual a


conseqüência se este não for exercido?
O dever de revelação consiste na obrigação do árbitro de revelar todos os
fatos ou circunstâncias que podem gerar dúvidas sobre sua imparcialidade ou
independência, ainda que elas surjam ao longo do procedimento arbitral.
Note-se que a revelação se procederá por escrito e deve ser comunicada a
todas as partes e árbitros envolvidos. Tal ato deve ocorrer no ato de indicação, ou
seja, antes de se aceitar o exercício da função de árbitro.
Segundo Selma M. Ferreira Lemes, “o provável árbitro deve revelar qualquer
fato de sua vida pregressa que possa comprometer a sua independência e
imparcialidade, o qual será avaliado pelas partes” (Aspectos fundamentais da lei de
arbitragem – p. 275).
No caso do futuro árbitro não exercer o dever de revelação, gera-se a
aparência de parcialidade, o que pode servir para desqualificar o árbitro, mesmo que
os fatos ou circunstâncias não revelados não justifiquem a referida qualificação.
Ademais, a conseqüência da atuação imprópria é a nulidade da sentença arbitral.
Por fim, cabe frisar que se o fato ou circunstância surgir após o aceite do
árbitro, deve ele declarar-se inabilitado, sob pena de qualquer das partes fazê-lo.

5. O Juiz possui o poder jurisdicional e de coerção, ou seja, tem o


poder de julgar e fazer cumprir coercitivamente suas decisões. Quanto aos
árbitros, qual ou quais os poderes que possuem?
O árbitro só tem o poder de julgar, não há na arbitragem o poder de coerção,
pois a arbitragem é desprovida de poder de império, ou seja, o árbitro não tem poder
de executar a decisão, sua execução deve ser buscada no poder judiciário.
6. Quando exatamente se encerra a função do árbitro em uma
arbitragem?
A função do árbitro se encerra com a sentença, ou seja, com a aplicação do
direito ao caso em discussão. A função do árbitro será prorrogada, quando houver
necessidade de correção de erro material da sentença, ou para esclarecer ponto
obscuro ou controvertido da decisão.
Na arbitragem, o árbitro é convocado para julgar determinado caso, assim
com a sentença deste caso, se encerra seu trabalho. A lei de arbitragem em seu art.
29 especifica que a função do árbitro se encerra com a sentença e com os contínuos
de avisar as partes da decisão.

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