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Casos práticos de Direito das Obrigações – 3º ano diurno – 2023

4.º GRUPO DE CASOS

Casos práticos sobre responsabilidade civil extracontratual

Caso prático n.º 62

António odiava o Bobi, o cão de Bento, por ladrar alto com muita frequência. Por isso,
deitou veneno num prato de arroz com carne que Bento tinha deixado ao Bobi.
Foi porém um cão vadio — abandonado por Carlos há umas semanas — que comeu todo
o arroz e que morreu envenenado.
Bento veio a saber de tudo através de uma vizinha “observadora” e pretende exigir a
António uma reparação pelo ilícito praticado.
Quid juris?

Caso prático n.º 63

Parecendo adivinhar o ódio de António, o Bobi tentou morder-lhe. Ainda António não
saíra do jardim quando o Bobi saltou da rua para o abocanhar. Mas o pobre cão calculou
mal o salto e bateu violentamente contra as grades do portão do jardim de António,
ferindo-se seriamente. Pode agora Bento exigir uma indemnização ao vizinho?

Caso prático n.º 64 (por assim dizer)

Deolinda foi despedida, passando a receber o subsídio de desemprego, correspondente


a 80% do salário que auferia. Poderá dizer-se que houve aqui um caso de responsabili-
dade civil?
E no caso de os 20% restantes estarem cobertos por um contrato de seguro de que
Deolinda beneficiasse?

Caso prático n.º 65

Como classifica a responsabilidade civil decorrente do art. 1349.º, n.º 3, CC?

Caso prático n.º 66

Etelvina era a única florista lá da terra até Frederica abrir o seu quiosque. Frederica teve
o cuidado de fazer preços inferiores aos praticados por Etelvina, de modo que esta, em
pouco tempo, perdeu mais de 50% do seu volume de vendas. Etelvina sabe que não tem
direito a qualquer indemnização. Como fundamentá-lo em termos juridicamente
correctos?

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Caso prático n.º 67

Adaptado de ac. STJ de Portugal, 26 de Março de 1980 (RLJ 114, 1981, 35-40):

Fernando demoliu um seu edifício com vista a construir de novo. Contíguo a esse é o
também já antigo edifício de Guilherme, que ficou assim com uma parede exposta aos
elementos.
Ainda em Julho, Guilherme falou a Fernando da sua preocupação com as próximas
chuvas, que decerto trariam danos significativos. Fernando disse-lhe que não se ralasse,
porque as obras começariam nos dias seguintes, e depressa ficaria coberta aquela
parede. As obras começaram, de facto, mas para se interromperem logo depois, devido
a incompetência de Fernando e apesar das insistências do vizinho. Com as primeiras
chuvas de Outono, que foram fortes, sucedeu o temido.
Houve numerosas infiltrações, com danos no edifício de Guilherme.
Quid juris?

Caso prático n.º 68

António conduzia o seu carro quando passou pelo Bobi, que estava caído por terra à
beira da estrada. Vendo o Bobi gravemente ferido, António riu-se: «_ Bem feita! Deus
escreve direito por linhas tortas!» E foi-se embora. Bento passou ali horas depois, e só
então é que o Bobi foi socorrido. Mas Bento veio a saber o que se passara — foi o próprio
António que lho contou — e pretende uma indemnização pelo agravamento do estado
de saúde do Bobi, que a demora no auxílio lhe causou. Quid juris?
Quid juris se, em vez do Bobi, fosse uma pessoa ali caída? Tenha em conta o art. 193.º
do Código Penal Angolano 1, que pune o crime de «omissão de auxílio» a pessoas em
situações como esta.
Além da lei civil, tenha em conta ainda o art. 8.º do Código Penal de Angola2.

1
Art.º 193.º (Omissão de auxílio)
1. Quem, podendo fazê-lo sem grave risco para a vida, a integridade física ou a liberdade, suas ou de
terceiro, deixar de prestar auxílio a pessoa vítima de acidente, calamidade pública ou qualquer outra
situação susceptível de pôr em perigo a vida, a integridade física ou a liberdade de qualquer pessoa ou
deixar de pedir à autoridade pública o socorro necessário para afastar o perigo é punido coma pena de pr
isão até 18 meses ou com a de multa até 180 dias.
2. Se a situação de perigo tiver sido criada pelo omitente, a omissão é punida com pena de pr isão até 3
anos ou com a de multa até 360 dias.

2
Art.º 8.º (Acção e omissão)
1. Quando um tipo legal compreender um certo resultado, o facto abrange tanto a acção adequada a
produzi-lo como a omissão da acção adequada a evitálo.
2. Porém, a verificação de um resultado por omissão só é punível quando, segundo o sentido do texto da
lei, a produção por omissão equivaler à produção por acção e sobre o omitente recair um dever jurídico
que pessoalmente o obrigue a evitar esse resultado.

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Caso prático n.º 69

Na zona em que mora Hélder, há inúmeros gatos vadios que sujam as ruas e fazem
barulho durante a noite. Hélder decidiu envenená-los, deixando acessível comida
devidamente confeccionada...
Hélder pensou que, se calhar, algum gato com dono também comeria do veneno.
Esperava que assim não acontecesse, mas «se acontecer, paciência, azar dos donos».
Veio de facto a morrer também o gato da D. Ilse. Hélder está disposto a indemnizá-la,
mas, custando aquele gato Kz. 500.000, sendo a D. Ilse riquíssima, tendo Hélder
rendimentos muito baixos e não fazendo sequer a menor ideia de que houvesse gatos
daquele preço, não pretende pagar o valor total do bicho. Quid juris?

Caso prático n.º 70

Joaquim dedica-se há 50 anos ao tratamento de lixo ou, como se diz hoje, de resíduos
sólidos. Tentou sempre acompanhar as evoluções técnicas na sua área, mas a verdade
é que agora, aos 75 anos, tem já dificuldade em fazer face a todas as exigências da sua
profissão, apesar dos grandes esforços que faz. Recentemente, passou a tratar resíduos
de uma fábrica de pesticidas. Apesar do seu cuidado, enganou-se no processo de
empacotamento de alguns destes resíduos, de modo que, durante o transporte dos
mesmos para as suas instalações, foi-se soltando uma poeira tóxica que afectou
seriamente a saúde de vários transeuntes com quem se cruzou. Nenhuma pessoa fora
do ramo se aperceberia dos extremos cuidados necessários àquele transporte.
Será Joaquim civilmente responsável?

Caso prático n.º 71

Nélia divide um apartamento com Ofélia. Certo dia em que Ofélia estava fora, a outra
chega a casa e encontra Paulo em pleno acto de furto. Paulo, que tem quinze anos,
preparava-se para abandonar o sítio com duas garrafas de litro de cerveja que tirara do
frigorífico. As garrafas eram de Ofélia. Nélia pegou no que ali estava à mão — uma
garrafa de 33 cl., também de Ofélia — e atirou-a à cabeça de Paulo, causando-lhe lesões
sérias. Paulo (representado pelos pais) pretende uma indemnização, e Ofélia quer que
a outra lhe dê igual garrafa de 33 cl., para compensar a que se partira na ocasião.
Quid juris?

Caso prático n.º 72

Os pais de Quirino morreram, deixando-lhe um património significativo. Quirino, que é


ainda uma criança de seis anos, ficou ao cuidado da avó, que vive com grandes dificul-
dades económicas. Certo dia, Quirino estava na rua e atirou uma pedra de calçada para
a montra da loja de Rui.

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O estardalhaço assustou mais o miúdo do que o dono da loja — Quirino ficou numa
choradeira enorme —, mas o certo é que Rui pretende ser ressarcido em 1.000.000
kwanzas, tal é o preço do vidro. A avó não tem possibilidade de pagar com o seu
dinheiro, pois recebe uma reforma mínima, e acha que não deve usar o dinheiro que os
pais deixaram a Quirino para pagar a despesa, pois o neto «não sabia o que fazia».
Quid juris?

Caso prático n.º 73

Sónia e Teresa foram raptadas por malfeitores da pior espécie que pretendem obter um
resgate. Para demonstrar as suas intenções aos familiares das vítimas, os raptores
forçaram Sónia, mediante ameaças e agressões várias, a cortar um dedo a Teresa, que
enviaram pelo correio aos irmãos desta. Mais tarde, a polícia acabou por prender os
criminosos e libertar as pobres mulheres.
Esses criminosos são insolventes. Teresa pretende que Sónia, muito mais abastada do
que elas, a indemnize parcialmente pela lesão corporal.
Quid juris?

Caso prático n.º 74

António guiava sob o efeito do álcool, de modo que se despistou, entrando pela montra
de Luís adentro e destruindo-a.
No dia seguinte, porém, um ataque terrorista fez ruir todo o edifício em que se situava
a loja de Luís.
Quid juris?

Caso prático n.º 75

Ilídio empurra negligentemente João de um andaime no vigésimo andar.


Na queda, João leva um tiro na cabeça disparado por Lisandro, que o odiava.
Assim, João aterra já morto em cima de um monte de vigas de aço que estavam no chão.
Quid juris?

Caso prático n.º 76

Por falta grave da vigilância exigível, uma fábrica emite flúor durante vários meses em
quantidade muito superior ao máximo legalmente permitido. Num viveiro de árvores
das cercanias, o crescimento das plantas foi inferior ao esperável, com danos
quantificados para o seu proprietário. Sucessivas equipas de peritos, escolhidas por
acordo dos interessados, não chegaram a quaisquer conclusões sobre a relação, ou falta
dela, entre a emissão de gás e o menor desenvolvimento das árvores.

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Os donos do viveiro e da fábrica, discutindo uma eventual indemnização, concordam


que «a verdadeira causa» dos danos não pode ser determinada sem margem para
dúvidas.
Quid juris?

Caso prático n.º 77

Carlos dá negligentemente um tiro no pé de Daniel. Este vai parar ao hospital e, por


negligência de um dos médicos, a ferida gangrena e tem de ser amputada toda a perna.
Não era provável, à partida, que Daniel viesse a ficar sem perna.
Que responsabilidade civil haverá?
Quid juris se o tiro é dado numa zona de Angola em que não há hospitais nem meios de
transporte eficazes e a perna gangrena antes de chegarem ao hospital?

Caso prático n.º 78

A EDEL instala postes de alta tensão numa zona de floresta de eucalíptos. Os postes têm
10 metros de altura. Um decreto presidencial sobre esta matéria estatui que os postes
devem ter, em zona de floresta, 20 metros e, em zona sem árvores, 10 metros.
Uma criança inimputável sobe a um poste na zona de floresta e morre electrocutada.
Prova-se que, se o poste tivesse 20 metros, como a lei manda, a criança não conseguiria
subir a ponto de morrer electrocutada.
Quid juris?

Caso prático n.º 79

Joaquim atropela por negligência Luísa, de oito anos de idade, que seguia pela rua
acompanhada da mãe. Luísa sofreu vários traumatismos, de modo que passou largo
tempo hospitalizada e em grande sofrimento.
A mãe de Luísa ficou em estado de choque e, tendo recuperado ao fim de alguns dias,
passou a acompanhar todo o processo de cura da filha, com grande prejuízo da sua vida
profissional — a mãe de Luísa era advogada.
O pai de Luísa sofreu também imenso com o sucedido e pagou as intervenções dos
melhores médicos com vista a conseguir a recuperação da filha. Depois da saída do
hospital, o pai custeou ainda complicados processos de reabilitação psico-motora da
filha, sempre perante as instituições mais famosas (e caras).
Além dos pais, também a empregada doméstica destes sofreu significativamente com o
acidente de Luísa, porque a acompanhava desde bebé e dela muito gostava.
A empregada chegou a ter de receber acompanhamento psiquiátrico.
Quais os danos indemnizáveis por Joaquim (e pela sua seguradora)?

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Caso prático n.º 80

Dois ciclistas seguem à noite de luzes apagadas, um atrás do outro. Um automóvel que
vem em sentido contrário, a meio de uma ultrapassagem, mata o ciclista que vai à
frente, por não os ter visto. Pergunta-se se o ciclista que ia atrás é responsável, visto
que, se ele levasse a sua luz acesa, o outro também seria visto e não morreria.

Caso prático n.º 81

O carro de Deolinda foi seriamente danificado num acidente devido a negligência de


Efigénia. O carro era muito velhinho, de modo que Deolinda não o conseguiria vender
por mais de 100.000 kwanzas. Mas a verdade é que andava e não tinha problemas
mecânicos! A reparação custa 200.000 kwanzas.
Como deverá Deolinda ser indemnizada por Efigénia (ou pela sua seguradora)?

Caso prático n.º 82

António não tinha qualquer família. Morreu instantaneamente num acidente de viação
resultante de negligência de Berenice. O funeral foi modesto e acabou por ser pago com
dinheiro que o próprio António tinha emprestado a Carlota.
Será devida alguma indemnização?

Caso prático n.º 83

Kasparov, Kramnik, Anand e Leko — respectivamente, os primeiro a quarto mais bem


classificados jogadores de xadrez da altura — iriam participar em Luanda num torneio
em que eram os únicos concorrentes.
O torneio oferecia prémios aos quatro participantes: 20.000.000 kwanzas para quem
ganhasse, 10.000.000 para o segundo, 6.000.000 para o terceiro e 4.000.000 para o
quarto. Suponha que Kasparov ganhou a grande maioria dos torneios em que participou
nos últimos 10 anos (em torneios deste nível, ganhou 4 em cada 5) e nunca ficou abaixo
do segundo lugar.
Desta vez, porém, não ganhou prémio algum, já que, por dolo do cozinheiro de um
restaurante, em que ofereceram um banquete em sua honra, teve uma intoxicação
alimentar que o deixou de cama durante os dias do torneio.
Que indemnização deverá haver?
[Por simplicidade, ignora-se a possibilidade de classificações ex æquo.]

Caso prático n.º 84

Num acidente devido a negligência de Dante, foi seriamente danificado o automóvel de


Occam, que teve por isso de permanecer na oficina, em reparações, durante um mês.
Dante (ou a sua seguradora) concede assumir a despesa da oficina, mas rejeita em

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absoluto a hipótese de pagar seja o que for pelo simples facto de Occam ter andado um
mês a pé.
Quid juris?

Caso prático n.º 85

António era usufrutuário de um terreno, propriedade de Carlos, onde havia um pomar


de laranjeiras. Um incêndio resultante de negligência de Bento destruiu-o. Nas árvores,
estavam por colher laranjas no valor de Kz. 2.000.000.
Aferiu-se a perda de valor do terreno, por terem perecido as laranjeiras, em cerca de Kz.
24.000.000. Passados dois anos, António morreu, deixando Dora como sua única
sucessora.
Que direitos indemnizatórios terão Dora e Carlos?

Caso prático n.º 86

Elisa manobrava uma retroescavadora quando, por falta de atenção ao mapa das
instalações da zona, cortou um importante cabo eléctrico.
A energia só regressou passados alguns dias, o que causou sérios danos à sociedade
Indústrias Fulano & Beltrano, Lda.: uma máquina avariou, tendo de ser reparada (Kz.
1.320.000) e causando perturbações na produção (perda de encomendas com o valor
líquido de Kz. 1.800.000).
Uma outra máquina não avariou, mas o corte de energia impediu-a também de
funcionar (perdas líquidas de Kz. 4.000.000).
Quid juris?

Caso prático n.º 87

Uma empresa de consultoria, a CCC, fez uma avaliação errada do valor da sociedade
comercial JJJ, L.da, cujos sócios estavam a pensar vendê-la. A CCC agiu nos termos de um
contrato com a JJJ. António veio a comprar as quotas da JJJ, mas percebe agora que fez
um péssimo negócio.
Poderá pedir responsabilidades à CCC?

Caso prático n.º 88

Gilberto é veterinário e dono de algum gado. O seu vizinho Hélio, também criador, teve
os seus animais infectados com carbúnculo, mas não tomou as medidas necessárias para
impedir a propagação da doença, nem sequer avisou Gilberto, de modo que vários
animais do vizinho foram afectados.
Gilberto administrou-lhes o tratamento adequado segundo os cânones da medicina
veterinária, mas, porque se tratava de uma estirpe rara e não identificada da bactéria,

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esse tratamento veio a agravar a doença. Gilberto perdeu assim 50% do gado infectado,
quando as mortes não costumam exceder 30%, se for aplicado o tratamento devido.
Quid juris?

Caso prático n.º 89

Ivone passeava pela obra de Joaquim, com o consentimento deste. Sem sua autorização,
porém, aventurou-se por uma zona onde viria a sofrer com a queda de um andaime, que
fora deficientemente armado por Joaquim.
Quid juris?

Caso prático n.º 90

António é empregado da É-viadutos, S.A., e estava em pleno e correcto trabalho, à


martelada, quando a cabeça do martelo saltou. Por baixo daquele viaduto passa uma
estrada e, por não haver protecção contra a queda de objectos — ao contrário do que a
lei impõe —, a cabeça do martelo caiu em cheio no vidro da frente dum carro, partindo-
o e ferindo o seu condutor e dono, Bento. A função de António é apenas martelar, e não
escolher nem montar protecções contra a queda de objectos.
Com o susto e a dor, Bento perdeu o controlo do automóvel, que bateu na cerca do
jardim de Daniel e a danificou.
Aquele martelo era novo, tendo sido comprado (o cabo e a cabeça juntamente) à
Martelando, S.A..
Bento não quis ir ao hospital, apesar de a ferida ser significativa. Em consequência, a
cicatrização demorou mais tempo, prolongando as dores e incómodos.
O carro de Bento esteve na oficina durante cinco dias. Como, por razões profissio-nais,
não lhe convinha ficar a pé, Bento alugou um carro equivalente ao seu durante os
primeiros três dias.
Mas descobriu depois que uma empresa de aluguer de carros ali ao lado fazia preços
inferiores, de modo que, pelo mesmo preço, alugou a esta um carro um bocadinho
melhor nos dois dias seguintes.
Que responsabilidade civil haverá?

Caso prático n.º 91

António e Bento chocaram ao cruzarem-se de automóvel numa rua estreita. Bento e


António eram empregados de Carlos. Bento estava ao serviço, cumprindo as suas
funções; António, pelo contrário, tinha «desviado» o carro para ir visitar a mãe.
Não se apurou qual a exacta causa do acidente, mas é certo que um dos condutores se
tinha aproximado demais do centro da via, se não o tivessem feito os dois. Bento e
Carlos ficaram feridos, tal como o Bobi, o cão de Daniel, que acabou atropelado pela
traseira do carro de António.
Em que medida são civilmente responsáveis António, Bento e Carlos?

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Caso prático n.º 92

O Museu dos Museus, instituição particular de utilidade pública, é de visita gratuita.


Nuno é seu empregado, acompanha os visitantes e dá-lhe explicações do que vêem.
Odete, electricista, foi contratada pelo museu para uma série de arranjos previamente
definidos.
Nuno não era um moço especialmente honesto: muitas carteiras de visitantes foram
desaparecendo até se descobrir que era ele o autor dos furtos.
Odete não era muito cuidadosa: estava em cima do telhado quando deixou escorregar
a mala das ferramentas, que atingiu um transeunte que não tinha nada a ver com o
museu.
Será o museu responsável por estes danos?

Caso prático n.º 93

A Padaria X contratou António para distribuir o seu pão, todos os dias de madrugada.
A distribuição era feita no carro de António, que não era empregado da Padaria.
Certo dia, António não podia fazer o serviço, tendo pedido a seu irmão, Bento, que o
substituísse. Assim aconteceu.
Bento, porém, conduzindo com pouco cuidado, veio a ter um acidente.
Quid juris?

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