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Casos práticos de Teoria Geral do Direito Civil I

Seguem alguns casos. As afirmações podem não ser verdadeiras:

I
 
A e B sabem que vão morrer em breve. Assim, decidem escrever a duas
mãos um documento contendo a sua última vontade. Quid juris?
 
II
A doação é sempre um contrato?
 
III
C pretende emprestar X a D.
a)      Identifique o momento de perfeição do negócio;    
b)      Classifique o negócio como sinalagmático ou não sinalagmático.

IV
Os negócios jurídicos são unilaterais ou multilaterais (contratos). Tertium
genus non datur.
V
A doação é um negócio formal.
 
VI
O contrato de mútuo é um contrato real quoad constitutionem
 
VII
Um negócio pode ser simultaneamente real quanto aos efeitos e quanto à
constituição.
 
VIII
Qual a relevância prática da distinção entre negócios sinalagmáticos e
não sinalagmáticos?
 
IX
E decidiu instituir F seu procurador. Passados 5 dias arrependeu-se e
pretende saber se os negócios jurídicos realizados por F após a
revogação da procuração se repercutem na sua esfera jurídica. Quid
juris?

I
 
A é proprietário de um computado portátil HP. Um dia, recebe em casa a
visita do seu amigo, B, a quem, durante uma conversa, diz pretender
vender o portátil. Caso B esteja interessado, A far-lhe-á um preço muito
vantajoso de 150 euros.
B aprecia a situação e responde «pode ser». Logo de seguida, os dois
saem de casa, dirigindo-se a um concerto na fundação Gulbenkian.
Todavia, quando A regressa a casa repara que o computador fora furtado
na sequência de um assalto.
 
a)      A exige a B o pagamento dos 150 euros, terá razão?    
b)      Se A propusesse que B comprasse a sua casa nos termos acima
descritos como enquadraria juridicamente os factos acima descritos?  

 
                                                                             
II

C tem por hábito enviar o último modelo de telemóveis para os seus


clientes, para que estes examinem e concluam se são do seu agrado,
caso em que ficarão com eles, pagando de seguida.
A fim de aumentar o volume de vendas, resolveu adotar o mesmo
procedimento com D, aluno do 4.º ano da FDL, fanático das últimas
tecnologias. Assim, D recebeu em sua casa três telemóveis de última
geração da Marca Huawei, Apple e Nokia, fazendo acompanhar os
telemóveis de uma carta na qual esclarece que se os mesmos não forem
devolvidos no espaço de três dias, o negócio se tem por concluído. D leu
a carta, mas pô-la de lado de imediato, pois a sua atenção estava posta o
estágio que iria efetuar em Paris na Câmara de Comércio Internacional
(CCI), regressando daí a duas semanas.
Quando D regressou, C exigiu-lhe o pagamento. Quid juris?  

Caso do Antiquário
A, antiquário, está em negociações com B tendo em vista a aquisição por
este de duas peças de mobiliário datadas do século XVIII. No dia 1 de
janeiro enviou, por correio azul, uma proposta detalhada a B, pedido a
sua aceitação até dia 15 desse mês. No dia 14, B enviou a carta por
correio normal, na qual declarou aceitar a proposta. A carta chegou ao
seu destino no dia 17, sendo legível o carimbo da expedição.
a) No dia 1 de Fevereiro, B escreveu a A, pedido a entrega imediata das peças
de mobiliário. Se assim não for, exige o pagamento de uma indemnização.
Quid juris?
b) E se, no dia 14 de Janeiro, B tivesse enviado a sua carta também por correio
azul? A(s) resposta(s) seriam idênticas?

Caso da moto

Suponha as seguintes hipóteses:


a) No dia 1 de Janeiro de 2018 C enviou uma carta a D dizendo: «vendo-te
a moto por 1000 €».
Recebida a 4 de janeiro, D concordou com a compra através de carta,
expedida nesse mesmo dia. Muito satisfeito, aproveitou a ocasião para comprar
um novo capacete pelo valor de 200€. No mesmo dia, C entregou a moto a E,
por um preço superior. Quid juris?
b) Suponha agora que a carta de C é recebida a 20 de Janeiro, devido a uma
greve dos correios. D respondeu no mesmo dia, por fax, concordando. No dia
19 C já havia vendido a moto a E. Quid juris?
c) E se, entretanto, F, mulher de C, tivesse colocado um anúncio no jornal
tendo em vista a contratação de uma babysitter. Como qualificaria
juridicamente a presente situação?

I
António foi contratado pela sociedade X há cerca de dois meses; como o
programa informático da sociedade é muito complexo, Benilde prometeu
ajudar António com o mesmo, de forma a que este aprendesse mais
depressa. Todavia, em contrapartida, Benilde exigiu que António
assinasse um documento pelo qual este se declarava devedor de 1000
euros a Benilde euros. Quid juris?
 
II
Carla comprou um espremedor elétrico de citrinos no supermercado Y.
Quando utilizou pela primeira vez a máquina, em sua casa, notou que o
motor não funcionava adequadamente, e que, a ser assim, sempre seria
mais rápido utilizar o antigo espremedor manual que havia arrumado a
um canto.

Qualifique o negócio e identifique os direitos de Carla.


 
III
Daniela namora com Ernesto. Francisca, antiga namorada de Ernesto,
vive na rua oposta à de Ernesto. Como Daniela é muito ciumenta
convencionou com Ernesto que este não poderia residir num raio de até 5
quilómetros da casa de Francisca.

Quid juris?

Caso do colecionador de moedas


António é colecionador de moedas antigas. Na passada semana leu no
jornal Público um anúncio de venda de notas antigas da moeda lira. Como
está particularmente interessado na história de Itália, António comprou
todas as notas que o vendedor colocava à venda. Contudo, aquando da
entrega, foi surpreendido pelo facto de lhe serem entregues liras turcas.
Quid juris?  
Caso de mútuo
O “A” emprestou 40 mil euros a “B”. O contrato não foi outorgado
(reduzido) por escritura pública nem reduzido por escrito. Todavia, “B”
recebeu logo 0 euros. Na data de vencimento da obrigação de restituição
do dinheiro, “B” não devolveu a quantia mutuada
“A” pretende provar através de 2 testemunhas que emprestou dinheiro a
“B”.
Quid júris?

Caso das centrais


1) A sociedade “A” encomendou a “B” duas centrais. Para o efeito “A”
assinou um documento pré elaborado por “B” a cujas clausulas se
limitou a aderir.
Foi convencionado que o local de entrega das centrais seria na sede da
sociedade “A” e, para tanto, “B” recorreu aos serviços dos transportes
“C”, conhecido pela sua manifesta negligência na transportação.
As duas centrais foram instaladas a 3 de janeiro.
A 6 de janeiro, “B” exige a sua substituição por apresentarem danos
visíveis e pela existência de um erro de fabrico. “B” recusa-se a
indemnizar “A” invocando o teor das clausulas contratuais gerais.
2) A sociedade “B” recusa-se a substituir as duas centrais, invocando que o
prazo previsto já havia ultrapassado.

Colecionador de selos
António é colecionador de selos antigos.
Ao visitar Bento descobre que é titular de um selo raríssimo que o torna
valiosa.
Para azar de António, Bento conhece o valor do mesmo, e não está
disposto a analiená-lo. Desanimado com esta situação António recorda-se
de Carlos (acusado do homicídio da mulher). António propões a Carlos,
em troca de certa quantia, que obrigue Bento, ameaçando-o matar a sua
mulher. Carlos executa tal desidrato, e Bento celebra, assim, negócio com
António. Passados três anos, Carlos sofre um ataque cardíaco fulminante
tendo morte imediata. Bento pretende receber o selo.
Quid júris?
Especuladores imobiliários
Ernesto vendeu a Francisco um tereno urbano, assegurando que podia
edificar os edifícios que entendesse. Francisco declarou-se satisfeito,
visto pretende aproveitar o boom imobiliário para aumentar os
investimentos nesta área, contudo, volvidos alguns meses, Francisco vê
que o terreno pertence a domínio público, pelo que nada pode ser
edificado no mesmo.
1) Enuncie todos os possíveis desvalores do negócio jurídico.

Caso dos credores


António encontra-se em grave situação económica. Para evitar que a sua
moradia recaia nas mãos dos seus credores vende-a a Bernardo, onde a
julga em boas mãos. Bernardo, porém, ao contrário do combinado, vende-
a a Carla, quando começa a sentir dificuldades financeiras.
A) Carla, que é antiga namorada de António, a quem ele nunca venderia
fosse o que fosse. Pode António reaver a moradia a Carla.
B) O procedimento de António contra Carla, chama a atenção dos seus
credores, também estes querem que Carla devolva a moradia. Quid
juis?
C)
Caso da bolsa
Após desenvolvidos esforços, Gabriela crê ter conseguido a bolsa que
lhe permitia estudar em Moscovo. Animada com esta perspetiva, Gabriela
adquire a Hélder 3 modelos novos de roupa, tudo a estrear quando
estivesse a estudar em Moscovo, o que dá a conhecer a Hélder. Contudo,
após duas semanas, Gabriela apercebeu-se que o funcionário se
enganara. Afinal a bolsa não havia sido conseguida
Quid júris?

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