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EXERCÍCIOS PARA A 2.

ª AULA

→ Sugestões de leitura

→ Doutrina

Direito das Obrigações, 12.ª edição, MÁRIO JÚLIO DE ALMEIDA COSTA, Coimbra,
Almedina, páginas 91 a 127

→ Jurisprudência

Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 27 de Abril de 2017, referente ao


processo n.º 4154/15.3TBLSB.L1.S1, relatado por ABRANTES GERALDES

Exercício n.º 6. António é trabalhador da Simple Solutions, L.da, sociedade


dedicada à prestação de serviços de contabilidade e de gestão de actividades
empresariais. Reconhecido que é o mérito profissional de António, veio a receber uma
proposta de trabalho da Crescimento Certo, SA, sociedade dedicada à prestação de
serviços semelhantes aos que prossegue o empregador de António, que lhe propôs a
celebração de um contrato de trabalho, remunerado em medida 30 por cento superior ao
actual salário de António, proposta que foi prontamente aceite. António enviou uma
carta registada com aviso de recepção à Simple Solutions, L.da, onde trabalhou durante
mais de quatro anos, indicando-lhes que denuncia o contrato de trabalho celebrado por
tempo indeterminado que os vincula, acto com efeitos a produzir no prazo de sessenta
dias contados desde a recepção dessa missiva. Insatisfeita, a Simple Solutions, L.da
pondera intentar uma acção contra a Crescimento Certo, SA, em que lhe peça uma
indemnização por aliciamento do seu antigo trabalhador, tão estimado. Quid Juris?

Exercício n.º 7. Bruno, empresário em nome individual, dedica-se à distribuição


e fornecimento de calçado desportivo, tendo celebrado um contrato de fornecimento
com Carlos, que explora uma sapataria. Recebendo uma remessa de sapatilhas
altamente cobiçadas por coleccionadores desses artigos, Bruno, que devia fornecê-las a
Carlos, foi aliciado por Daniel e Ernesto, que se propunham a adquiri-las por um valor
bem superior ao que o mercado de retalho pratica, proposta que Bruno aceitou sem
dificuldades, deixando, assim, de poder cumprir o acordado com Carlos. Este,
insatisfeito, comentou com Fernando, outro empresário:

O mal é que eles fazem isto e ainda acabam por ganhar dinheiro. Eu com
clientes à espera e ele deixa-me pendurado… Havia de ser como antigamente, em que o
açoitavam por brincadeiras destas. Estes tipos só aprendem se foram castigados,
porrada era pouco para gente desta. Merecia levar nas costas. Sacana.

As ousadas pretensões de Carlos encontram sustentação normativa?

Exercício n.º 8. Classifique, quanto à sua autonomia, cada uma das seguintes
obrigações:

A. Maria e Natália celebraram um contrato de arrendamento para fins


habitacionais, passando Natália a morar no apartamento de Maria, contra o pagamento
de uma renda mensal de 500 euros.

B. Óscar, Paulo e Sérgio são comproprietários de um terreno rural, na proporção


ideal de um terço cada um. Com a aproximação do Verão, surge a necessidade de
proceder à limpeza desse terreno, serviço que será realizado por uma empresa de
jardinagem, pelo preço de 1.500 euros.

C. Rita comprou uma carteira Hermès Birkin 30 por via online, pelo preço de
16.000 euros, ficando o comerciante encarregue de lha entregar por via postal, no prazo
de cinco dias úteis.

Exercício n.º 9. Aprecie o objecto de cada uma das pretensões abaixo descritas.

Juliana, Luísa e Marta pretendem constituir uma sociedade por quotas dedicada:

A. Ao comércio de produtos derivados de carne de dinossauro.

B. À prestação de serviços de homicídios por encomenda.


C. À prestação de serviços comerciais variados.

Exercício n.º 10. Cristóvão e Diogo, empreiteiros concorrentes, pretendem


candidatar-se a um concurso público realizado com a perspectiva de recuperar um
pavilhão multidesportivo, num valor total previsto de 5.000.000 de euros. De conluio
com Diogo, Eurico, seu parceiro em empreendimentos diversos, aborda Cristóvão,
convencendo-o de que pretende dar início à construção de um resort luxuoso, dando-lhe
a certeza de que tal projecto ascenderá a valores bem superiores à cifra do concurso já
mencionado. Cristóvão, confiante da veracidade dos planos de Eurico, afasta os seus
esforços do concurso e começa a preparar o empreendimento neste suposto projecto,
adquirindo materiais e contratando novos trabalhadores. Terminado o prazo de
candidatura à recuperação do pavilhão multidesportivo, Eurico informa Cristóvão de
que abandonou a ideia de construir o resort, desejando-lhe sorte nos seus projectos
futuros. Quid Juris?

Exercício n.º 11. A Metais do Norte - Comércio de Produtos Metalúrgicos, SA


celebrou um contrato de fornecimento de varões de ferro para construção com a Obra
Nova - Obras de Construção Civil, SA, entregando-lhe determinada quantidade desse
produto com periodicidade semanal. Nas últimas duas semanas, o envolvimento do país
num conflito armado levou ao aumento exponencial da aquisição de matérias primas por
parte do estado, que passou a obrigar os produtores, ademais, a vender-lhe uma
determinada quantidade das matérias primas produzidas, afectando duramente o preço
dos metais e a sua quantidade disponível no mercado, motivo pelo qual a primeira
sociedade veio a informar a segunda de que, para além de aumentar os preços dos
varões de ferro para construção que lhe fornece, ia passar a entregá-los em quantidade
mais reduzida, pois, com as novas obrigações impostas, não tinha esses produtos para
fornecer na quantidade estipulada no contrato de fornecimento. Quid Juris?

Exercício n.º 12. Aprecie cada uma das situações descritas abaixo e classifique o
seu objecto como (1) familiar, (2) sucessório, (3) obrigacional ou (4) real:
A. Afonso e Belmira celebraram um contrato de compra e venda, em sede do
qual Afonso comprou uma pintura a óleo da autoria de Belmira, ficando acordado, entre
ambos, que o preço total de 2.000 euros seria pago em duas prestações de 1.000 euros
cada uma, a realizar, respectivamente, a 1 de Fevereiro e 1 de Março de 2022,
sucedendo, todavia, que Afonso pagou atempadamente a primeira, mas não a segunda.

B. Carlos e Daniela estão casados há já dez anos, união da qual resultou o


nascimento de uma filha, Elisa, com oito anos de idade. Recentemente, as divergências
entre o casal motivaram o seu divórcio por mútuo acordo, sendo seu propósito regular
as responsabilidades parentais referentes a Elisa.

C. Fernando, comerciante, faleceu, deixando um vasto património pessoal que


incluir, entre muitos outros bens, imóveis, contas bancárias, participações sociais e
veículos automóveis, repartidos em testamento entre os seus dois filhos, Gaspar e Hugo.

D. Irene, que mora numa região rural, desloca-se diariamente a pé ao longo de


um percurso de 3 quilómetros até ao seu local de trabalho, uma pastelaria local.
Insatisfeita com este caminho, Irene decide começar a atalhar por um outro percurso,
atravessando um pinhal de Júlio, seu vizinho, que se mostra descontente com a situação
descrita.

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