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Direito das Obrigações - Rui Polónia

EXERCÍCIOS PARA A 1.ª AULA

→ EXERCÍCIO N.º 1. Considerando as seguintes situações:

A. António pretende vender um veículo automóvel de que é proprietário a Bruno.

B. António e Bruno pretendem vender um veículo automóvel de que são


comproprietários a Carlos.

C. António pretende vender um veículo automóvel de que é proprietário a Bruno e


Carlos.

D. António e Bruno pretendem vender um veículo automóvel de que são


comproprietários a Carlos e Daniel.

Aprecie a singularidade ou a pluralidade dos sujeitos de cada uma delas.

→ EXERCÍCIO N.º 2. A 1 de Junho de 2020, Ernesto, pretendendo celebrar a conclusão


do curso de Direito, jantou uma francesinha no restaurante Taberna Melga, tendo
aproveitado uma distração do empregado de mesa para se ausentar do estabelecimento
sem pagar. A 1 de Fevereiro de 2021, certo de que já se teriam esquecido da sua figura,
Ernesto regressou ao referido restaurante, comendo outra francesinha, sendo-lhe
apresentada, no fim, uma factura que contemplava tanto a refeição desse dia como
aquela que tinha deixado por pagar. Envergonhado, Ernesto pagou sem protestar.

Questão n.º 1. Ernesto podia ter sido interpelado para pagamento da francesinha comida
a 1 de Junho de 2020?
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Questão n.º 2. Ernesto podia pedir a devolução do dinheiro pago pela francesinha
comida a 1 de Junho de 2020?

→ EXERCÍCIO N.º 3. Fernando, proprietário de um relógio Panerai antigo, vendeu-o a


Gaspar, pelo preço de 6.000 euros. No dia anterior à entrega do relógio, Fernando
embalou-o devidamente, cuidando, depois, de o entregar em mãos, esclarecendo
adequadamente Gaspar acerca de algumas intervenções de que o calibre do relógio
pudesse precisar, conforme anteriormente indicado.

Qualifique os deveres respeitantes ao pagamento do preço, à entrega do relógio, ao seu


embalamento e ao esclarecimento das necessidades de intervenção.

→ EXERCÍCIO N.º 4. Aprecie as situações abaixo descritas e indique se o sujeito


passivo de cada uma delas é titular de um dever, de um ónus ou de um estado de
sujeição:

A. António combinou vender a Bruno uma consola GameStation 5 de que era


proprietário, pelo preço de 450 euros. No dia anterior à entrega, porém, António recebeu
uma proposta de Carlos, que anunciava a sua intenção de adquirir a consola pelo preço
de 500 euros, declaração aceite por António. Com isto, António, que já tinha recebido os
450 euros de Bruno, encontra-se impossibilitado de lhe vender a consola.
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B. Daniel celebrou um contrato de fornecimento com Ernesto, em sede do qual Ernesto


lhe fornecia 200 quilogramas de farinha, com periodicidade semanal, para que Daniel
pudesse usá-la numa padaria que explora. Apesar do contrato, Ernesto subtraiu-se o
cumprimento da sua obrigação, pelo que Daniel intentou uma acção declarativa de
condenação contra o devedor, alegando o incumprimento, mas não produzindo qualquer
prova da existência do contrato ou do seu incumprimento.

C. Fernando é trabalhador da Gelo Árctico, SA, com a qual celebrou um contrato de


trabalho a termo incerto. Um ano e meio volvido desde que começou a trabalhar para a
Gelo Árctico, SA, Fernando recebeu uma proposta melhor de uma sociedade
concorrente, enviando, então, ao seu empregador, uma carta registada com aviso de
recepção com o seguinte teor:

“Nos termos descritos, opero, então, à denúncia do presente contrato de trabalho, com
efeitos a produzir no prazo de trinta dias contados desde a recepção desta missiva.”

→ EXERCÍCIO N.º 5. Tiago tem dois filhos, Ulisses e Vasco. Recentemente, Tiago
teve a oportunidade de comprar um automóvel de colecção antigo, cuja raridade o torna
desejável a um universo de coleccionadores. Ulisses, advogado de profissão, mostrou-se
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interessado na aquisição desse automóvel, fazendo a Tiago uma proposta que foi
prontamente aceite, apenas a afectando o facto de ambos saberem que Vasco não
consentiria a realização desse negócio, por ter, ele próprio, interesse no automóvel.
Nessa senda, Tiago decidiu constituir uma sociedade unipessoal por quotas, a quem
transmitiu o automóvel em apreço, tratando a própria sociedade, posteriormente, de o
vender a Ulisses, sem que Tiago se pudesse opor à realização do negócio. Quid Juris?

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