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Casos Práticos

Processo Civil Parte Geral

2023/2024

Parte III
III.
Legitimidade e Interesse em Agir

1. António celebrou com Beatriz um contrato de mútuo, pelo qual emprestou


Beatriz.
Na data acordada para o reembolso da quantia mutuada, Beatriz não
devolveu os 12.000,00 a António.
Perante este incumprimento, António propôs uma ação contra Beatriz
exigindo o reembolso da quantia emprestada e respetivos juros.
Na contestação, Beatriz invocou que, aquando da celebração do contrato
de mútuo, combinara com António que poderia ceder a sua posição de
devedora sem necessidade de autorização de António, o que viera a fazer
dois meses depois do contrato a Carlos, e que, em consequência, é parte
ilegítima na ação.
Tem razão? Que deve/pode António fazer?

2. Francisco celebrou com Gabriela e Helena um contrato de arrendamento


de um imóvel, nos termos do qual aquelas ficavam obrigadas a pagar uma
,00 por mês. Durante os meses de janeiro a março
de 2020 as arrendatárias não pagaram as rendas e Francisco pretende
resolver o contrato e exigir o pagamento das rendas vencidas e não pagas.
Para o efeito, sabendo que Helena tinha ido estudar para o estrangeiro,
Francisco demandou Gabriela, pedindo a sua condenação na resolução do
contrato e no pagamento da totalidade das rendas.

Diga qual deve ser a decisão do juiz quanto à legitimidade passiva:

a) No que respeita ao pedido de resolução do contrato;

b) No que respeita ao pedido de pagamento das rendas, no caso desta


dívida ser conjunta;
c) No que respeita ao pedido de pagamento das rendas, no caso desta
dívida ser solidária.

3. Diana e Eugénio venderam um quadro de Amadeo de Souza Cardoso a


Filipe. Vindo a descobrir que, contrariamente ao que lhe fora assegurado, o
referido quadro era, afinal, uma imitação, Filipe propôs uma ação de
anulação do contrato de compra e venda com fundamento em erro. A
referida ação foi apenas proposta contra Diana, uma vez que Eugénio se
encontra em paradeiro desconhecido.
O Juiz, no Despacho Pré-Saneador, pondera ordenar a citação de Eugénio,
com fundamento em ilegitimidade passiva de Diana.
Tem razão?

4. Alojamento, S.A., sociedade anónima domiciliada em Leiria, celebrou, com


Bernardo (português domiciliado em Braga) e Caetana (espanhola
domiciliada em Madrid), um contrato de compra e venda de um imóvel sito
em Lisboa, pelo preço de 450.000,00. Bernardo e Caetana, por sua vez,
arrendaram a casa a Dominique (francês domiciliado em Paris) para sua
habitação, por 700,00/mês.
Alojamento, S.A., alegando que o contrato de compra e venda foi celebrado
sob coação, instaura em Portugal uma ação contra Bernardo e Caetana,
pedindo a anulação do contrato, e contra Dominique, pedindo a entrega do
imóvel, livre de pessoas e bens.
Pode a ação ser proposta nestes termos? Justifique. Em caso negativo, o que
deve o juiz fazer?

5. O Jornal E publicou uma notícia de que Fernando devia 5,00 ao Banco


G. Indignado com a notícia, Fernando decidiu intentar contra o Banco G
uma ação pela qual pediu que o Tribunal declarasse que nada devia ao
Banco G.
O Banco G contestou a ação dizendo que Fernando não tinha interesse em
agir para intentar aquela ação.
Quid iuris?

6. Orlando comprou um automóvel à sociedade Piresmóvel, Lda., a pagar


em 12 prestações mensais.
Perante a falta de pagamento de uma das prestações, a sociedade instaura
uma ação contra Orlando pedindo a sua condenação no cumprimento das
prestações vencidas e vincendas.
Na sentença final, o tribunal considera procedente o pedido da sociedade,
condenando Orlando a pagar as prestações pedidas.
Em vez de conhecer do mérito da causa, não deveria o Tribunal ter absolvido
Orlando da instância?

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