1. António celebrou com Beatriz um contrato de mútuo, pelo qual emprestou
Beatriz. Na data acordada para o reembolso da quantia mutuada, Beatriz não devolveu os 12.000,00 a António. Perante este incumprimento, António propôs uma ação contra Beatriz exigindo o reembolso da quantia emprestada e respetivos juros. Na contestação, Beatriz invocou que, aquando da celebração do contrato de mútuo, combinara com António que poderia ceder a sua posição de devedora sem necessidade de autorização de António, o que viera a fazer dois meses depois do contrato a Carlos, e que, em consequência, é parte ilegítima na ação. Tem razão? Que deve/pode António fazer?
2. Francisco celebrou com Gabriela e Helena um contrato de arrendamento
de um imóvel, nos termos do qual aquelas ficavam obrigadas a pagar uma ,00 por mês. Durante os meses de janeiro a março de 2020 as arrendatárias não pagaram as rendas e Francisco pretende resolver o contrato e exigir o pagamento das rendas vencidas e não pagas. Para o efeito, sabendo que Helena tinha ido estudar para o estrangeiro, Francisco demandou Gabriela, pedindo a sua condenação na resolução do contrato e no pagamento da totalidade das rendas.
Diga qual deve ser a decisão do juiz quanto à legitimidade passiva:
a) No que respeita ao pedido de resolução do contrato;
b) No que respeita ao pedido de pagamento das rendas, no caso desta
dívida ser conjunta; c) No que respeita ao pedido de pagamento das rendas, no caso desta dívida ser solidária.
3. Diana e Eugénio venderam um quadro de Amadeo de Souza Cardoso a
Filipe. Vindo a descobrir que, contrariamente ao que lhe fora assegurado, o referido quadro era, afinal, uma imitação, Filipe propôs uma ação de anulação do contrato de compra e venda com fundamento em erro. A referida ação foi apenas proposta contra Diana, uma vez que Eugénio se encontra em paradeiro desconhecido. O Juiz, no Despacho Pré-Saneador, pondera ordenar a citação de Eugénio, com fundamento em ilegitimidade passiva de Diana. Tem razão?
4. Alojamento, S.A., sociedade anónima domiciliada em Leiria, celebrou, com
Bernardo (português domiciliado em Braga) e Caetana (espanhola domiciliada em Madrid), um contrato de compra e venda de um imóvel sito em Lisboa, pelo preço de 450.000,00. Bernardo e Caetana, por sua vez, arrendaram a casa a Dominique (francês domiciliado em Paris) para sua habitação, por 700,00/mês. Alojamento, S.A., alegando que o contrato de compra e venda foi celebrado sob coação, instaura em Portugal uma ação contra Bernardo e Caetana, pedindo a anulação do contrato, e contra Dominique, pedindo a entrega do imóvel, livre de pessoas e bens. Pode a ação ser proposta nestes termos? Justifique. Em caso negativo, o que deve o juiz fazer?
5. O Jornal E publicou uma notícia de que Fernando devia 5,00 ao Banco
G. Indignado com a notícia, Fernando decidiu intentar contra o Banco G uma ação pela qual pediu que o Tribunal declarasse que nada devia ao Banco G. O Banco G contestou a ação dizendo que Fernando não tinha interesse em agir para intentar aquela ação. Quid iuris?
6. Orlando comprou um automóvel à sociedade Piresmóvel, Lda., a pagar
em 12 prestações mensais. Perante a falta de pagamento de uma das prestações, a sociedade instaura uma ação contra Orlando pedindo a sua condenação no cumprimento das prestações vencidas e vincendas. Na sentença final, o tribunal considera procedente o pedido da sociedade, condenando Orlando a pagar as prestações pedidas. Em vez de conhecer do mérito da causa, não deveria o Tribunal ter absolvido Orlando da instância?