Você está na página 1de 4

Casos Práticos

Processo Civil – Parte Geral

2023/2024

Parte II
II.

Personalidade, Capacidade e Patrocínio Judiciário

1. Armando (domiciliado em Évora), cliente do Banco Europa, celebrou com


este último um contrato de mandato para a gestão dos seus ativos financeiros.
Como resultado da gestão financeira dos seus ativos, Armando entende que
o Banco Europa lhe ficou a dever €70.000,00, que lhe deviam ter sido pagos
como resultado de uma transação com um saldo positivo a seu favor. Neste
contexto, Armando instaura uma ação para que o Banco Europa seja
condenado a pagar-lhe o montante referido.
Imagine as seguintes hipóteses (para além dos dados referidos no texto):

a) O Banco tem sede em Bruxelas, a ação foi instaurada contra a sucursal


de Évora;

b) O Banco tem sede em Bruxelas, a ação foi instaurada contra a sucursal


de Faro;

c) O Banco tem sede em Lisboa, o contrato foi celebrado com a


intervenção da sucursal de Braga e a ação foi instaurada contra o
Banco;

d) O Banco tem sede em Lisboa, o contrato foi aí celebrado e Armando,


porque lhe era mais cómodo, instaura a ação contra a sucursal de
Évora.

Em qualquer dos casos, o réu vem invocar a sua falta de personalidade


judiciária. Tem razão? Em caso afirmativo, o que deve o juiz fazer?
2. Carlos comprou à sociedade Acelera, Lda., uma mota vespa pelo valor de
€3.000,00. Carlos nunca chegou a pagar os €3.000,00, pelo que a sociedade
Acelera, Lda., resolveu propor uma ação contra Carlos com a finalidade de
obter aquela quantia.

a. Imagine que Carlos tem 17 anos e que contestou a ação. Quid


iuris?

b. Imagine agora que os pais de Carlos estão em desacordo quanto


à estratégia a adotar no processo. Quid iuris?

c. Suponha agora que, na situação referida em a), em vez de ser


menor, Carlos está sujeito ao regime de maior acompanhado. Quid
iuris?

3. O condomínio de um prédio situado no Chiado pretende instaurar uma ação


contra Diogo, proprietário de uma das frações (R/C), pelo facto de este último
não proceder ao pagamento da respetiva quota-parte das despesas dos
últimos doze meses, após repetidas solicitações para o fazer. Pode fazê-lo?
4. No decurso da Audiência Prévia de uma ação de condenação da sociedade
F&P, Lda., no pagamento do preço de €120.000,00 devido ao abrigo do
contrato de compra e venda de um imóvel celebrado com o Autor Gonçalo,
em que as partes não estiveram presentes:

a) Hugo, mandatário da Ré, apercebe-se de que:

i. Não juntara qualquer procuração até ao momento no processo.


O que deverá o juiz fazer?

ii. por lapso, declarara na contestação que o contrato de compra


e venda alegado no artigo 2º da petição inicial tinha sido
efetivamente celebrado, assim aceitando o teor desse artigo
como verdadeiro. Pode Hugo fazer alguma coisa para corrigir
esse lapso?

b) Isabel, advogada de Gonçalo, fica com a convicção de que a


pretensão do seu cliente terá poucas possibilidades de ser considerada
procedente, pelo que declara perante o juiz desistir do pedido contra
a Ré. Pode fazê-lo?

Você também pode gostar