1. Armando (domiciliado em Évora), cliente do Banco Europa, celebrou com
este último um contrato de mandato para a gestão dos seus ativos financeiros. Como resultado da gestão financeira dos seus ativos, Armando entende que o Banco Europa lhe ficou a dever €70.000,00, que lhe deviam ter sido pagos como resultado de uma transação com um saldo positivo a seu favor. Neste contexto, Armando instaura uma ação para que o Banco Europa seja condenado a pagar-lhe o montante referido. Imagine as seguintes hipóteses (para além dos dados referidos no texto):
a) O Banco tem sede em Bruxelas, a ação foi instaurada contra a sucursal
de Évora;
b) O Banco tem sede em Bruxelas, a ação foi instaurada contra a sucursal
de Faro;
c) O Banco tem sede em Lisboa, o contrato foi celebrado com a
intervenção da sucursal de Braga e a ação foi instaurada contra o Banco;
d) O Banco tem sede em Lisboa, o contrato foi aí celebrado e Armando,
porque lhe era mais cómodo, instaura a ação contra a sucursal de Évora.
Em qualquer dos casos, o réu vem invocar a sua falta de personalidade
judiciária. Tem razão? Em caso afirmativo, o que deve o juiz fazer? 2. Carlos comprou à sociedade Acelera, Lda., uma mota vespa pelo valor de €3.000,00. Carlos nunca chegou a pagar os €3.000,00, pelo que a sociedade Acelera, Lda., resolveu propor uma ação contra Carlos com a finalidade de obter aquela quantia.
a. Imagine que Carlos tem 17 anos e que contestou a ação. Quid
iuris?
b. Imagine agora que os pais de Carlos estão em desacordo quanto
à estratégia a adotar no processo. Quid iuris?
c. Suponha agora que, na situação referida em a), em vez de ser
menor, Carlos está sujeito ao regime de maior acompanhado. Quid iuris?
3. O condomínio de um prédio situado no Chiado pretende instaurar uma ação
contra Diogo, proprietário de uma das frações (R/C), pelo facto de este último não proceder ao pagamento da respetiva quota-parte das despesas dos últimos doze meses, após repetidas solicitações para o fazer. Pode fazê-lo? 4. No decurso da Audiência Prévia de uma ação de condenação da sociedade F&P, Lda., no pagamento do preço de €120.000,00 devido ao abrigo do contrato de compra e venda de um imóvel celebrado com o Autor Gonçalo, em que as partes não estiveram presentes:
a) Hugo, mandatário da Ré, apercebe-se de que:
i. Não juntara qualquer procuração até ao momento no processo.
O que deverá o juiz fazer?
ii. por lapso, declarara na contestação que o contrato de compra
e venda alegado no artigo 2º da petição inicial tinha sido efetivamente celebrado, assim aceitando o teor desse artigo como verdadeiro. Pode Hugo fazer alguma coisa para corrigir esse lapso?
b) Isabel, advogada de Gonçalo, fica com a convicção de que a
pretensão do seu cliente terá poucas possibilidades de ser considerada procedente, pelo que declara perante o juiz desistir do pedido contra a Ré. Pode fazê-lo?