Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2023/2024
Casos práticos
a. O pedido
b. O tipo de ação
c. O valor da causa
d. A forma de processo (art. 546.º e DL 269/98)
e. A causa de pedir
1. A descobre que o seu cônjuge, B, teve relações sexuais com C. A instaura contra B
uma ação de divórcio, alegando a violação do dever conjugal de fidelidade.
5. B chocou contra o carro de A por estar a guiar distraído ao telefone, partindo o braço
de A e danificando o seu carro. A propõe contra B uma ação judicial na qual pede uma
indemnização pelos danos sofridos, no valor que se vier a apurar.
8. A celebra com B um contrato de compra e venda de uma casa, pois este mostrou-lhe
documentos e brochuras que demonstravam que o local onde o imóvel se situava era
despoluído e seguro. Vindo a perceber, uma semana depois, que tinha sido enganado, A
propõe uma ação contra B, pedindo ao tribunal a anulação do contrato com base em dolo.
II
2. C celebra um contrato com D para que este lhe forneça 30 maçãs. D não o fez, pelo
que C propõe contra ele uma ação em que pede o cumprimento do contrato e a declaração
da sua nulidade por ter feito a sua declaração negocial sob coação moral.
IV
1. O que significa dizer que a revelia operante tem efeito cominatório semi-pleno?
2. Encontrando-se o réu em revelia totalmente operante, o que deve o tribunal fazer, se se
aperceber de que é incompetente em razão da nacionalidade para conhecer do mérito da
causa?
3. Encontrando-se o réu em revelia totalmente operante numa ação de cumprimento de
um contrato, o que deve o tribunal fazer se se aperceber de que o contrato é nulo por
contrariedade à lei?
4. Encontrando-se o réu em revelia totalmente operante numa ação indemnizatória, o que
deve o tribunal fazer se resultar evidentemente dos factos invocados na petição inicial a
falta de nexo de causalidade entre o facto ilício e os danos invocados?
5. A propõe ação contra B e C, na qual formula um pedido de indemnização, no valor de
20.000,00€, contra B, por este o ter agredido intencionalmente com pontapés na cabeça,
causando um grave traumatismo, e um pedido de anulação de contrato contra B e C, por
o ter celebrado sob coação, exercida por B através da referida agressão.
3. C propõe ação contra D, alegando que a casa que este lhe vendeu tem determinados
defeitos e pedindo a sua reparação. D afirma que a casa não tem quaisquer defeitos.
a. Para provar a existência dos defeitos, C fotografa a casa e junta, na audiência
prévia, as fotografias aos autos. D não se pronuncia quanto às fotografias.
Poderá o juiz decidir que os defeitos que vê nas fotografias não existem?
b. D verifica que as fotografias foram alteradas em Photoshop para parecer que
existem defeitos que na verdade não estão lá. O que pode fazer?
c. C junta ao processo uma carta, escrita e assinada por si, que enviou a D, dando
conta dos defeitos que encontrou na casa, um mês antes da propositura da
ação, e pedindo a reparação. Em face desta carta, pode o juiz considerar
provada a inexistência de defeitos?
d. C pretende apresentar a sua mãe como testemunha. No entanto, a fase dos
articulados já passou. Quid iuris?
e. C pretende, ele próprio, testemunhar. Quid iuris?
f. Pode o advogado de C requerer o depoimento de parte de D para provar os
factos alegados na petição inicial? Em que momentos poderia fazê-lo?
g. C apresenta uma outra testemunha, mas esta não se quer deslocar ao tribunal,
e prefere escrever o seu depoimento. Quid iuris?
h. O juiz pretende realizar uma inspeção judicial e uma perícia, para averiguar
da existência dos defeitos, mas nenhuma das partes o requereu. Quid iuris?
i. Imagine que M, testemunha arrolada por D, afirma que existem defeitos e os
descreve tal como constam na petição inicial. Pode D pedir ao juiz que não
valore o depoimento que M prestou? Pode o juiz dar como provados os factos
alegados na petição inicial, com base no depoimento de M?
j. Imagine agora que existe uma cláusula do contrato, nos termos da qual, numa
futura ação, caberia ao autor o ónus da prova de todos os factos. Quid iuris?
VI
1. Joana encontra-se grávida de 30 semanas, com uma gravidez de risco e ordem médica
de repouso. O seu vizinho de cima comprou um cão que ladra dia e noite, impedindo
Joana de dormir. Correndo o risco de pôr em risco a vida e saúde do bebé por falta de
descanso, Joana requer uma providência cautelar. Se fosse juiz:
a. Citaria o requerido?
b. Decretaria alguma providência?
2. Afonso propõe uma ação através da qual pretende invalidar a compra da Quinta da
Cepa pelo seu irmão Camilo a Berta, mãe de ambos, por não o ter autorizado. Na
pendência desta ação, Afonso apercebe-se que de Camilo pretende proceder à alienação
daquele bem, por este o andar a publicitar em jornais de muita divulgação. Requer, por
isso, o arresto da Quinta com inversão do contencioso. Se fosse juiz, como agiria?
(responder às questões a. e b. do caso VI.1 e indicar se decretaria a inversão do
contencioso)
3. António, proprietário do imóvel X, situado em Aveiro, intenta uma ação judicial contra
Bento, na qual pretende o reconhecimento do seu direito de propriedade sobre o referido
imóvel, porquanto Bento aclama em público que tal imóvel sempre pertenceu a sua
família.
VII
1. Em janeiro de 2022, António vendeu a Bento um terreno rústico lá para os lados das
beiras. O contrato foi celebrado perante notário, por escritura pública. Como o terreno é
pequeno, o preço da compra e venda foi de 15.000 €, pago no momento da celebração do
contrato. Mal adquiriu o imóvel, Bento construiu um muro em todo o seu perímetro para
evitar arrufos com os vizinhos.
Bento comprou o terreno porque estava convencidíssimo que no seu subsolo existia uma
considerável reserva de lítio, o que não era verdade. Por outro lado, Carlos, vizinho desse
terreno, resolveu destruir parte do muro construído por Bento, argumentando que o
terreno estava mal demarcado.
Em junho de 2022, Bento propõe uma ação judicial pedindo a anulação da compra e venda
perante António e a consequente restituição dos 15.000 €, alegando a celebração do
contrato em erro sobre o objeto do negócio (artigos 251.º, 247.º e 289.º, n.º 1, todos do
Código Civil (CC)). Pediu na mesma ação, agora perante Carlos, uma indemnização no
valor de 200 €, pelos danos causados com destruição do muro (artigo 483.º do CC).
Proferida sentença, o Tribunal considerou a alegação (B) de António procedente. Deste
modo, anulou o contrato e condenou in futurum António a restituir o montante entregue
a título de preço quando lhe fosse disponibilizado o terreno. Passados dois anos, António
propõe contra Bento uma ação em que pede a entrega do terreno vendido em 2022.
A sentença tem força de caso julgado na segunda ação? Se sim, como exceção ou
autoridade de caso julgado?