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º 5
No mês de Março de 2015, A vende a B, por escritura pública, um prédio urbano que o mesmo
B, no mês de Abril de 2015, vende a C, embora agora por mero documento particular. Em
Janeiro de 2016, C, por escritura pública, doa o bem a D que, sem consciência do lastro de
relações jurídicas anteriores, regista o bem em seu nome para, logo de seguida, vender a E por
escritura pública que, porém, já não regista.
Sem prejuízo de tudo o que ocorreu, A, em Janeiro de 2017, vendeu o imóvel a F por escritura
pública seguida do registo de aquisição.
Quem tem a propriedade sobre o prédio?
Em Junho de 2012, A doou a B, verbalmente, o automóvel de que era proprietário mas que
permaneceu na sua garagem. Mais tarde, em Julho do mesmo ano, vendeu-o a C, agora por
documento particular e com C a registar a sua aquisição com desconhecimento do negócio
anterior.
Contudo, em Fevereiro de 2014, A faleceu, sucedendo-lhe D que, desconhecendo todas as
relações anteriores, aproveitou a permanência do automóvel na garagem para o vender, por
escrito, a E.
Quem pode invocar a titularidade da propriedade sobre o automóvel? A resposta seria diferente
de D tivesse conhecimento que A, seu pai e em vida, havia vendido o automóvel em questão?
Em 2010, A deu de locação um barco a B pelo prazo de 2 anos. Em 2011, com ardil, B
convenceu C de que era o proprietário efectivo do barco e vende-lhe o barco que, um ano
depois, em 2012, o doa verbalmente a D. Em 2013, D permutou com E o barco, recebendo deste
um carro, procedendo ambos, respectivamente, ao registo. Quem pode invocar a titularidade de
direitos reais sobre o barco?
Em Março de 2014, A foi moralmente coagido a vender a B um relógio valiosíssimo pelo preço
de 5.000 USD. Em Abril, B vendeu-o a C que, com desconhecimento da relação anterior, a
vendeu no mesmo mês do ano seguinte a D que, para garantia de um mútuo, constitui um
penhor a favor de E.
Ainda antes de Março de 2017 A intentou uma acção de anulação do negócio intentado com B,
tendo sido aquela julgada procedente.
Quem tem, e quais, direitos reais sobre o bem?
A, proprietário de um bem imóvel, constitui a favor de B um usufruto vitalício que este, relapso,
nunca registou. Mais tarde, o mesmo A constitui como garantia de um mútuo com C, uma
hipoteca em favor deste, que é registada. Supondo, depois disto, que A constituiu nova hipoteca
em favor de D, também registada, quem tem e quais são os direitos reais sobre o bem? Analise e
fundamente à luz dos princípios que destes são constituintes, sobretudo na consideração do
princípio da publicidade.
A, proprietário de um bem imóvel, celebra com B um contrato pelo qual este, como plantador,
explorará o seu terreno dando-lhe em troca, sempre, uma terça parte dos bens plantados como
forma de retribuição:
- é este contrato válido ou inválido como meio constitutivo de direitos reais em favor de B?
- em caso negativo, qual o valor contratual e eficácia do contrato celebrado?
- a sua resposta mantém-se quando equaciona a natureza costumeira destas relações no tecido
das relações jurídicas timorenses?