Você está na página 1de 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS – CCJS

UNIDADE ACADÊMICA DE DIREITO – UAD

MONITORIA DE DIREITO CIVIL III – 2º ESTÁGIO

MONITORES: CATARINA DE SOUSA ABRANTES MELO E IVO EMANUEL DIAS


BARROS

QUESTÕES:

1. Maiara, viúva, vendeu para sua filha caçula, Nina, um imóvel por meio de escritura
pública. O pagamento de quinhentos mil reais foi feito à vista, com a entrega
imediata das chaves. A alienação ocorreu sem a participação das outras duas
filhas da vendedora.

Com base no tema compra e venda, assinale a afirmativa correta.

A. A venda é anulável, pois foi realizada por meio de escritura pública, forma inadequada
em razão do valor.

B. A venda é anulável, visto que não houve consentimento expresso das outras filhas de
Maiara.

C. A venda é válida, sendo dispensável o consentimento dos demais descendentes em


razão da forma pública adotada.

D. A venda é válida, visto que a forma foi adequada e inexiste proibição legal da alienação
dentro da entidade familiar.

E. A venda é nula, pois a forma correta deveria ser o instrumento particular.

2. Acerca das diversas espécies de contrato, assinale a alternativa INCORRETA.

A. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem
efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir
contrato aleatório.

B. O mútuo é o empréstimo de coisas infungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao


mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
C. Na doação, o doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a
liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração,
entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.

D. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo
determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição.

E. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição


do objeto.

3. A revisão contratual:

A. é cabível nos contratos de consumo e vedada nos contratos cíveis e empresariais.

B. poderá ser vedada mediante cláusula contratual expressa.

C. pode ser realizada, desde que estabelecidos previamente pelas partes os seus
parâmetros objetivos.

D. somente é cabível nos contratos de adesão.

E. somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada

4. Sobre os contratos em geral, considerando o ordenamento jurídico pátrio,


está ERRADA a alternativa:

A. Nos contratos civis e empresariais em que está afastada a presunção de não serem
paritários e simétricos, as partes negociantes deverão estabelecer parâmetros objetivos
para a interpretação das cláusulas negociais e dos respectivos pressupostos para a
revisão contratual, devendo, entretanto, tal revisão, dar-se de maneira excepcional e
limitada.

B. A cláusula resolutiva expressa em um contrato opera de pleno direito. Por isso é certo
dizer que a parte lesada pelo inadimplemento do contrato pode pedir sua resolução se
não preferir lhe exigir o cumprimento. No caso de contrato bilateral, nenhum dos
contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento do outro.

C. Em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis e, em se tratando de


contratos de execução continuada, se a prestação de uma das partes se tornar
excessivamente onerosa, poderá o devedor pedir judicialmente a resolução do contrato,
produzindo a sentença, nesse caso, seus efeitos a partir da data em que se deram os
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis.

D. Assiste ao adquirente de coisa que possua vícios ou defeitos ocultos que a tornem
imprópria ao uso a que se destina, o direito de reclamar o abatimento no preço ou a
enjeitar. Nesse caso, se o alienante não conhecia essa condição, deverá fazer restituição
tão somente do valor recebido acrescido das despesas do contrato.
E. Em se tratando de contrato aleatório que diga respeito a coisas ou fatos futuros,
assumindo o adquirente o risco de virem a existir em quantidade diferente da esperada,
terá o alienante o direito a receber todo o preço avençado, desde que de sua parte não
incorra culpa pela quantidade inferior à esperada.

5. Festas de Formatura Ltda. (“Festas”) e Cenografia Ltda. (“Cenografia”) são


sociedades empresárias que construíram uma parceria de 10 anos. No início da
relação, estabeleceu-se um contrato escrito entre as partes, prevendo, apenas,
que Cenografia sempre realizaria orçamento prévio a pedido de Festas. Se
aprovado o valor, Festas pagaria e Cenografia executaria o serviço. No início de
2022, Festas passou a investir em outros tipos de evento e notificou Cenografia
com objetivo de encerrar a relação contratual.

Ao receber a notificação, Cenografia mostrou-se favorável à extinção da avença,


requerendo apenas uma indenização no valor de R$ 30.000,00 pelos investimentos
realizados para atender sua antiga cliente na primeira temporada de formaturas após o
arrefecimento da pandemia. Festas concordou com os termos de negociação propostos
por Cenografia e as partes resolveram levar seu acordo a termo.

A respeito da extinção do contrato, é correto afirmar que:

A. a resolução ocorreu por inadimplemento absoluto.

B. houve resolução por inadimplemento relativo.

C. a hipótese foi de resilição do contrato.

D. houve o distrato do contrato entre as partes.

E. a rescisão ocorreu em razão de cláusula resolutiva expressa.

6. A venda de bem entre ascendente e descendente, por meio de interposta pessoa,


é:

A. ato jurídico nulo, aplicando-se o prazo decadencial de 2 anos.

B. ato jurídico anulável, aplicando-se o prazo decadencial de 2 anos.

C. ato jurídico anulável, aplicando-se o prazo prescricional de 4 anos.

D. ato jurídico nulo, aplicando-se o prazo decadencial de 4 anos.

7. Paulo alugou um quiosque em um centro comercial na cidade de Boa Vista-RR,


em janeiro de 2018, pelo valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) mensais, além de
pagamento de verbas condominiais e outras despesas. Com a pandemia, o centro
comercial permaneceu fechado por vários meses, em razão de restrições
sanitárias impostas pelas autoridades responsáveis. Durante todo esse tempo,
Paulo não pôde explorar comercialmente o ponto e ficou sem qualquer renda
que auferia da atividade desenvolvida no local e ficou inadimplente com o valor
dos aluguéis e demais despesas. Em tal situação, Paulo

A. poderá alegar a teoria da imprevisão, situação em que caberá somente o pedido de


revisão dos termos contratuais, mas não a resolução do contrato.

B. não poderá pleitear a revisão dos termos contratuais, pois não se aplicam ao caso as
normas de proteção ao consumidor.

C. poderá alegar a onerosidade excessiva, para pleitear a resolução ou revisão dos termos
contratuais, mesmo que não seja o caso de aplicação das regras de proteção ao
consumidor.

D. deverá alegar a aplicação do princípio da conservação contratual, da obrigatoriedade


das disposições contratuais.

E. deve se valer das normas protetivas do consumidor, diante de sua hipossuficiência,


pois somente desta forma terá proteção contra as circunstâncias imprevistas e a
onerosidade excessiva.

8. O pacto de retrovenda é uma das modalidades de compra e venda mercantis


previstas no Código Civil e tem como principal característica a reserva ao
vendedor do direito de, em determinado prazo, recobrar o imóvel que tenha
vendido.

A respeito dessa modalidade contratual, a legislação vigente dispõe que:

A. não existe a possibilidade de cessão do direito de retrovenda.

B. a cláusula somente será válida, sendo dois ou mais os beneficiários da retrovenda, se


todos exercerem conjuntamente o pedido de retrato.

C. somente as benfeitorias necessárias serão restituídas, além do valor integral recebido


pela venda.

D. o vendedor, em caso de recusa do comprador em receber a quantia a que faz jus,


depositará o valor judicialmente para exercer o direito de resgate.

E. o prazo máximo para o exercício do direito da retrovenda é de cinco anos.

9. Em relação à compra e venda, a cláusula de reserva de domínio:

A. É vedada expressamente pelo Código Civil.

B. É permitida para alienação de bens imóveis.

C. Pode ser estipulada por escrito ou ser acordada verbalmente.


D. Terá por objeto bens fungíveis, sendo vedada para negociação de bens infungíveis.

E. É aquela em que o vendedor reserva para si a propriedade, até que o preço seja
integralmente pago.

10. Patrícia e Beatriz celebraram contrato de compra e venda de um automóvel


usado, convencionando que o preço seria fixado por Fernando, o qual, por sua
vez, recusou a incumbência. Nesse caso, o contrato:

A. é nulo de pleno direito, pois é vedado atribuir a terceiro a fixação do preço em contrato
de compra e venda.

B. é nulo de pleno direito, pois só se admite atribuir a terceiro a fixação do preço em


contratos de compra e venda de coisas fungíveis.

C. era válido por ocasião da celebração, mas a recusa de Fernando o tornou inválido.

D. é válido, mas ficará sem efeito por conta da recusa de Fernando, salvo se Patrícia e
Beatriz designarem outra pessoa para fixar o preço

E. é juridicamente inexistente, pois é vedado atribuir a terceiro a fixação do preço em


contrato de compra e venda.

11. Na venda de coisa móvel com reserva de domínio, a transferência da propriedade


ao comprador ocorre:

A. a qualquer tempo, não respondendo o comprador pelos riscos da coisa a partir de


quando esta lhe for entregue.

B. com o pagamento integral do preço, não respondendo o comprador pelos riscos da


coisa a partir de quando esta lhe for entregue.

C. com o pagamento integral do preço, respondendo o comprador pelos riscos da coisa


a partir de quando esta lhe for entregue.

D. a qualquer tempo, respondendo o comprador pelos riscos da coisa a partir de quando


esta lhe for entregue.

12. Em se tratando de contratos de compra e venda, a cláusula que impõe ao


comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender,
ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra,
tanto por tanto, é a cláusula de

A. venda a contento.

B. retrovenda.
C. preempção.

D. venda sujeita a prova.

E. venda com reserva de domínio.

13. O pacto de retrovenda é uma das modalidades de compra e venda mercantis


previstas no Código Civil e tem como principal característica a reserva ao
vendedor do direito de, em determinado prazo, recobrar o imóvel que tenha
vendido.

A respeito dessa modalidade contratual, a legislação vigente dispõe que:

A. não existe a possibilidade de cessão do direito de retrovenda.

B. a cláusula somente será válida, sendo dois ou mais os beneficiários da retrovenda, se


todos exercerem conjuntamente o pedido de retrato.

C. somente as benfeitorias necessárias serão restituídas, além do valor integral recebido


pela venda.

D. o vendedor, em caso de recusa do comprador em receber a quantia a que faz jus,


depositará o valor judicialmente para exercer o direito de resgate.

E. o prazo máximo para o exercício do direito da retrovenda é de cinco anos.

14. Julgue os itens seguintes, relativos aos contratos de compra e venda, sob a luz
do novo Código Civil — Lei n° 10.406/2002.

A venda a contento é a cláusula que subordina o contrato à condição suspensiva, ou seja,


à condição de ficar desfeito se o comprador não se agradar da coisa.

C. Certo

E. Errado

15. Assinale a alternativa INCORRETA:

A. Na estipulação contratual em favor de terceiro, pode o estipulante reservar-se o direito


de substituir o terceiro designado no contrato independentemente da anuência do outro
contratante.

B. Em casos de evicção parcial mas considerável, o evicto poderá optar entre a rescisão
do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido.

C. Se o contrato de alienação aleatória referir-se a coisas existentes mas expostas a risco,


assumido pelo adquirente, o alienante terá direito a todo o preço ainda que a coisa já
não existisse, em parte ou de todo, no dia do contrato; mas o pode prejudicado obter a
anulação da alienação se provar que o outro contratante não ignorava a consumação
daquele risco ao qual se considerava, no contrato, exposta a coisa.

D. Na compra e venda com cláusula de retrovenda, direito de retrato é cessível e


transmissível a herdeiros e legatários.

E. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição resolutiva,


ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o
adquirente não manifestar seu agrado.

BOA PROVA.

Você também pode gostar