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Gonçalo Aleixo Nunes

Assistente Convidado

AULAS PRÁTICAS

DIREITO PROCESSUAL CIVIL II

ST 2 e 7

Caso n.º 1

António, espanhol, domiciliado em Braga e casado com Bárbara desde 1998, segundo o regime da
comunhão de adquiridos, é proprietário desde 2021 de um imóvel situado em Évora avaliado em
EUR 500.000,00, tendo adquirido este num leilão. Contudo, Célio, português, casado com Diana
segundo o regime de separação de bens, tem vindo a ocupar o imóvel sem qualquer título legítimo
e durante 25 anos.

Em 01.03.2024, António decidiu propor uma ação de reivindicação do imóvel contra Célio no Juízo
Central Cível de Évora, pedindo ao Tribunal que condene Célio à entrega imediata do imóvel livre de
pessoas e bens.

Célio é citado no dia 15.03.2024 e apresentou contestação no dia 10.04.2024, alegando o seguinte:

(a) António e Célio são partes ilegítimas por preterição de litisconsórcio necessário;
(b) Célio adquiriu o imóvel através de dação em cumprimento realizada por Ernesto, pai de
Célio 1; e
(c) A pretensão de António será sempre manifestamente improcedente, na medida em que
Célio adquiriu o imóvel através de usucapião.

1
Nota: Célio não juntou qualquer documento ao processo.
1. Indique o pedido e a causa de pedir 2 da ação.
2. Indique o(s) tipo(s) de defesa utilizado(s) por Célio na Contestação.
3. Considerando que António e Bárbara se encontram separados de facto há mais de 2 anos,
analise a eventual ilegitimidade de António e Célio e os seus respetivos efeitos.
4. Poderia Célio ser reconhecido como proprietário do imóvel se o juiz considerasse procedente
a aquisição com fundamento em usucapião?

Caso n.º 2

Imagine que após o proferimento do despacho saneador, Célio transmitiu o imóvel a Frederico, em
01.05.2023, através de um contrato de compra e venda celebrado por escritura pública.

António apercebeu-se que estava a ser prejudicado ainda antes do julgamento da sua pretensão,
pelo que apresentou um requerimento no dia 05.05.2023 pedindo ao juiz a declaração de nulidade
do contrato de compra e venda celebrado por Célio e Frederico, na medida em que o contrato tem
por objeto a transmissão de um direito litigioso.

Quid iuris?

2
Nota: nem todos os factos essenciais se encontram identificados no enunciado, pelo que os alunos deverão indicar os factos
que deveriam ser indicados enquanto causa de pedir na petição inicial.

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