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AULAS PRÁTICAS
Caso n.º 4
Assim, Alberto decidiu propor uma ação no Juízo Cenral Cível de Lisboa, em 25.03.2024, pedindo
que o Tribunal: (i) condene Beatriz a pagar a Alberto EUR 1.200.000,00, correspondentes à soma
do valor do preço acordado no contrato de compra e venda do motor e ao valor do FC2024 com
fundamento em cumprimento defeituoso do contrato de compra e venda; ou, caso o Tribunal entenda
que o pedido (i) seja improcedente, que (ii) declare a invalidade do contrato de compra e venda.
(a) O Tribunal não tinha competência internacional, na medida em que Beatriz residia em
Madrid;
(b) O Tribunal não tinha competência em razão da matéria, na medida em que tanto Alberto
como Beatriz eram comerciantes, pelo que o Tribunal competente seria o Juízo de Comércio
de Lisboa;
(c) A invalidade do contrato de compra e venda impede o conhecimento do pedido de
indemnização, sendo apenas devido de Beatriz a obrigação de restituir o preço pago por
Alberto
(d) Beatriz só tem de restituir EUR 40.000,00, pois foi esse o valor efetivamente pago por
Alberto;
(e) Requer a intervenção da Segurosempre, S.A. seguradora com a qual contratou um seguro
contra todos os riscos e danos eventualmente provocados pelos motores que Beatriz vende;
(f) Impugna a alegação de Alberto de que garantiu que o motor tinha capacidade para o
FC2024, remetendo para ausência dessa afirmação no contrato de compra e venda celebrado
entre ambos, pelo que o contrato seria válido e eficaz e os danos resultantes da
implementação do motor no FC2024 deverão ser unicamente imputados à má montagem de
Alberto;
(g) Termina deduzindo um pedido reconvencional contra Alberto requerendo que este seja
condenado a pagar os EUR 160.000,00 devidos desde 21.03.2024, assim como os respetivos
juros moratórios.
(a) As exceções dilatórias invocadas por Beatriz são manifestamente improcedentes, na medida
em que o Tribunal é internacional e materialmente competente;
(b) A Contestação de Beatriz revela uma intencional incompreensão da configuração dos
pedidos formulados por Alberto de forma a confundir o Tribunal em seu prejuízo, pelo que
requer a condenação de Beatriz como litigante de má-fé; e
(c) Invoca o seu direito à exceção de não cumprimento (artigo 428.º do CC), pelo que, além de
não se encontrar em mora, Beatriz não tem direito a receber qualquer quantia.