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MM.

JUIZO DA 01ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL/RJ

Processo:

LOJA VIRTUAL BARATÃO LTDA, pessoa jurídica de direito privado devidamente inscrita
no CNPJ xxxx, e-mail: .........., com endereço comercial situado na ...... vem perante V.Exa, por
seu advogado que esta subscreve, apresentar, tempestivamente sua CONTESTAÇÃO a AÇÃO
DE REPARAÇÃO DE DANOS movida por JOÃO DAS COUVES, aduzindo as razões de fato e de
motivos que passa a expor:

1- DA PRELIMINAR DE AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE PASSIVA

Preliminarmente, o réu informa de que não é parte legitima para figurar o polo passivo
da presente ação, haja visto que a pretensão do autor versa somente sobre a reparação pelos
danos causados decorrente da explosão do aparelho televisivo que resultou em lesões graves a
sua pessoa.

Observa-se que a pretensão do autor de querer incutir ao réu, ainda que de forma
solidária, a obrigação de reparar pelos causados por conta do suposto técnico do aparelho não
merecem prosperar, pois é nítido que a natureza de sua função como sendo o comercio, de
fato não a coloca como um dos responsáveis pelos danos causados aos consumidores por
conta de defeitos oriundos de sua fabricação, construção ou montagem, conforme dispõe o
art. 12 do CDC.
Ademais, é importante ressaltar que a única hipótese que poderia validar a
legitimidade da empresa ré como sendo uns dos litisconsortes do polo passivo, seria a sua
responsabilidade peculiar no descumprimento de uma possível troca de um aparelho
defeituoso de sua loja que estivesse no prazo de garantia, o que , sem dúvidas, não foi o caso
da presente demanda, visto que o aparelho em questão foi comprado na loja no dia
15/09/2019, com um ano de garantia do fabricante, vindo a dar defeito em 07/02/2021.
Assim, resta evidente que a responsabilidade pelas as consequências das lesões ocasionadas
pelo suposto problema técnico do aparelho seria o fabricante da TV BOA, haja visto que a
mesma constituiu uma relação jurídica com o autor no momento em que fabricou o aludido
aparelho.

Diante dos fatos, requer seja julgado extinto o processo sem resolução de mérito, nos
termos do art. 485, VI c/c art. 337, XI, todos do CPC/2015, e que seja superado a necessidade o
Réu indicar outro para substitui-lo nos termos do art. 339 do CPC 2015, tendo em vista que o
Réu correto para compor a lide de forma única, seria o segundo litisconsorte qualificado como
o polo passivo da presente demanda.

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2- DA PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA RELATIVA

O art. 46 do CPC, preconiza que a ação fundada em direito material ou em direito real
sobre bens móveis será proposta, em regra no domicílio do Réu. Neste ponto verifica-se
claramente que o aludido dispositivo garante a competência em razão do domicilio do réu,
como forma de garantir a este a viabilidade de exercer o seu direito ao contraditório e a ampla
defesa.

Neste ponto, é importante ressaltar que atuação do réu numa ação que esteja foram
de sua comarca de origem, torna-se dispendioso e dificultoso a sua defesa, ainda mais quando
se trata de uma ação em que o mesmo é demandado em outro Estado.

Por esta razão, requer a intimação do autor para que se manifeste sobre a preliminar
de incompetência relativa no prazo legal, e ao final, requer seja declarado este juízo
incompetente para julgar a presente demanda, e que seja remetido os autos ao juízo
competente da Comarca de São Paulo.

3- DO MÉRITO

Ainda que seja superada a preliminares de ilegitimade passiva e de incompetência


absoluta, as alegações quanto ao mérito não merece prosperar, haja visto que o mesmo não
elencou aos autos alguma prova que pudesse afirmar que a explosão foi decorrente ao
problema técnico do aparelho, ou de mau uso do mesmo.

Ademais, é importante ressaltar mesmo atuando no âmbito comercial, a empresa ré


sempre instruiu os seus funcionários a alertarem os seus clientes sobre os cuidados e as
consequências que poderão advir do mau uso do aparelho, e nos casos recorrentes como a do
autor, a fabricante da TV BOA, vem orientando o setor de vendas da empresa ré a não trocar o
aparelho defeituoso, sem que haja uma análise prévia do fabricante para constatar se as
avarias existentes no produto foram decorrentes do mau uso ou não do aparelho.

Neste caso, a simples menção de explosão do aparelho sem uma causa aparente, não
dá ensejo a uma conclusão prévia de quem são os responsáveis pelo incidente fatídico. É
necessário que haja uma prova pericial, onde um expert poderá verificar a fundos as possíveis
causas da explosão do aparelho.

Quanto a pretensão do autor pelo dano moral no valor de R$ 100.000,00 (cem mil
reais) extrapola muito além do que se possa esperar de um abalo sofrido pelo autor. Por outro
lado é evidente que a pretensão do autor pela indenização tão vultuosa teria como pano de
fundo, a utilização da máquina do judiciário como forma de elevar o seu padrão de vida com o
enriquecimento ilícito, o que não é permitido.

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4- DO PEDIDO

Pelo exposto, requer a V.Exa:

a) o acolhimento das preliminar de ilegitimidade passiva da empresa Ré BARATÃO,


mantendo-se como único demandado a fabricante TV BOA que já consta nos
autos.
b) Que após ouvir a parte autora, requer ao final a declinação da competência deste
Juízo para o Juízo Cível da Comarca de São Paulo, onde a parte Ré tem a sua sede
fixada.

c) Requer a produção de prova pericial técnica, onde o expert do juízo deverá


prefixar os seus honorários que deverão de ser pagos pela parte autora.

d) Ao final, que seja julgado improcedente o feito, sendo condenado o autor a arcar
custos com a contratação dos seus advogados.

e) A inversão do ônus sucumbenciais nos termos do art. 85 e seus consectários do


CPC/2015.

Termos em que pede deferimento.


Local, data.

Advogado
OAB/UF.

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