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Ao Juízo da X Vara Cível do Rio de Janeiro/RJ

Foro Regional de Bangu.

Produto defeituoso. Promessa de troca. Não realização


da troca no prazo estipulado. Entrega realizada após
mais de 02 meses da solicitação. Reiterados
descumprimentos de prazos pela empresa. Aplicação da
Teoria do Desvio Produtivo. Danos extrapatrimoniais.

FULANA DA SILVA, brasileira, casada, do lar, inscrita no CPF sob o nº XXXX,


endereço completo, endereço eletrônico, vem, por seu advogado, propor a
presente

AÇÃO COMPENSATÓRIA POR DANOS EXTRAPATRIMONIAIS

em face de EMPRESA DE ENTREGA THE FLASH, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ sob o nº 0000.00.000-0001/000, endereço completo,
pelos fatos e fundamentos que passa a aduzir:

Breve Síntese da Demanda


A autora comprou um conjunto de cadeiras pela internet, no entanto um dos produtos veio
com defeito. Após solicitada a troca, esta foi efetivada somente após 02 meses. Neste período
a empresa descumpriu, por diversas vezes, prazos estipulados por ela mesma.

I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Informa a autora que não possui capacidade de custear as despesas processuais e honorários
advocatícios de sucumbência sem prejuízo de sua subsistência, razão pela qual requer a
concessão dos benefícios da gratuidade de justiça, na forma do art. 98 do CPC.

II – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO

A autora informa que se coloca à disposição de V. Excelência para tentar conciliar com a ré da
maneira que melhor convir ao Nobre Julgador, em homenagem a prerrogativa concedida pelo
art. 139, inciso V do CPC.

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III – DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Breve resumo dos fatos em linha do tempo:

III.I – Da Relação Jurídica

No dia 28/07/2023, a autora efetuou a compra de 01 conjunto de cadeiras Esmeralda Star


Caramelo/Turim Imbuia, no valor de R$ 2.595,98, no aplicativo da ré, registrado em seu sistema
eletrônico sob o nº de pedido 532721122, com prazo de entrega para o dia 16/08/2023.

III.II – Da Entrega do Produto Defeituoso e da Solicitação de Troca

Ocorre que, no momento da entrega, uma das cadeiras estava com o pé


quebrado, razão pela qual a autora efetuou imediatamente a
solicitação de troca do produto.

Por conseguinte, a ré exigiu que a autora encaminhasse as fotos do


produto para o seu e-mail, para que efetuassem a avaliação da solicitação
da autora.

Após a análise, a ré aprovou o requerimento de devolução, informando


que a entrega da nova cadeira ocorreria no dia 14/09/2023, pois seria
necessária à sua fabricação, conforme a ao lado destacado (doc.2- e-mails
das tratativas para devolução):

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III.III – Da Não Entrega do Produto na Data e das Solicitações

Contudo, a entrega não foi efetuada na data aprazada, e a ré sequer entrou em contato
para conceder qualquer explicação de sua desídia.

Desta maneira, a autora entrou em contrato com a ré através do telefone 3004-2222, através
dos protocolos nº 479913950 e 484758848, para reclamar da não entrega do produto em
perfeito estado (doc.3- protocolo de ligação). Em resposta, a ré se limitava a dizer que
verificaria o ocorrido, contudo, não entrou em contato com a autora em nenhum momento.

Após alguns dias, a ré encaminhou mensagem de e-mail, informando que entregariam o


produto até o dia 16/10/2023, contudo novamente descumpriram o prazo. (doc.4-e-mail
com promessa de devolução)

III.IV – Da Entrega do Produto após mais de 2 Meses da Solicitação

No dia 17/10/2023, já cansada da negligência da ré com a sua solicitação,


a autora realizou reclamação formal através da plataforma Reclame Aqui,
relatando todo o ocorrido (doc.5- reclamação formulada no reclame
aqui).

No dia 22/10/2023, mais de 02 meses após a entrega do pedido, a ré finalmente


providenciou a entrega da cadeira em perfeito estado.

A falha no fornecimento do produto extrapola estratosfericamente o mero dissabor:

Não se pode esperar que uma prestadora de serviços, sem motivo justificado, entregue aos
seus consumidores produtos danificados, e ainda faça com que eles tenham que despender
todo o seu tempo útil para efetuar constantes reclamações para que finalmente possa ter o
produto em perfeito estado.

Por este motivo, à luz da Teoria do Desvio Produtivo, mostra-se impositiva a condenação da
ré, pois, ao negligenciar os apelos e necessidades do consumidor, gera o desgaste de seu
tempo livre.

Por todos estes fatores, a autora confia que V. Exa. imporá a condenação da ré ao pagamento
compensatório pelos danos extrapatrimoniais, conforme preconiza o art. 927 do Código Civil.

IV – DOS REQUERIMENTOS

Mediante todo o exposto, a autora requer que V. Exa. se digne a:

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a) Conceder à autora os benefícios da gratuidade de justiça, na forma do art. 98 do CPC;

b) Determinar a citação da ré, para que esta integre a relação processual, e caso queira,
apresente defesa contra os fatos narrados na presente peça vestibular, sob pena de
incorrer nos efeitos da revelia, ocasionando na confissão ficta quanto a matéria fática;

c) Julgar a presente demanda sob a ótica do Código de Defesa do consumidor, por se


tratarem as partes de consumidor e fornecedor, na forma dos arts. 2º e 3º do CDC,
devendo ser concedidos ao autor todos os direitos ali previstos, especialmente a inversão
do ônus da prova, na forma do art. 6, inciso VIII do CDC;

d) Julgar integralmente procedente o pedido autoral, condenando a ré ao pagamento


compensatório pelos danos extrapatrimoniais causados, no valor de R$ 15.000,00;

e) Condenar a ré ao pagamento das custas processuais, e honorários de sucumbência no


patamar de 20% sob o valor da condenação.

f) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos,


notadamente as provas documentais já acostadas ou aquelas anexadas aos autos a
posteriori, conforme preconiza o art. 435 do NCPC, prova oral, consistente na oitiva da
RL das rés e das testemunhas, as quais arrolará no prazo legal ou as apresentará em
audiência, como faculta o art. 455, § 1º do Código de Processo Civil vigente, entre outras
tais como; pericias, diligências e tudo mais que se fizer necessário para a prova real no
caso “sub judice”. Ficando desde já especificado estas provas, para produção durante a
fase instrutória da presente demanda.

Atribui-se à causa o valor de R$ 15.000,00.

Nestes termos, pede deferimento.

Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2024.

ADVOGADO
OAB/RJ 000.000

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