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10/05/2023, 14:23 online (38).

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Tribunal de Justiça do Estado da Bahia


PODER JUDICIÁRIO
SENHOR DO BONFIM
VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - SENHOR DO BONFIM - PROJUDI

Antônio Carlos Magalhães, 162, , Centro - SENHOR DO BONFIM


sbonfim-jecc@tjba.jus.br - Tel.: 74 3541-3555

Processo Nº: 0002028-72.2020.8.05.0244

Parte Autora:
WAGNER SEVERO DA SILVA

Parte ré:
AECIO FREITAS DA SILVA
BANCO SAFRA

SENTENÇA

Vistos, etc. Dispensado o relatório nos termos do art. 38 da Lei nº 9.099/95. Fundamento e decido.

Rejeito a preliminar suscitada pela 2ª Ré (BANCO SAFRA) de inadmissibilidade do procedimento por


complexidade da causa (evento nº 52), uma vez que a pretensão resistida em juízo não está a depender de

intricada prova pericial para o seu deslinde, sendo necessária tão-somente a produção dos documentos já juntados
na presente ação.

No que se refere às preliminares de carência da ação arguidas pelo 1º Réu (AÉCIO FREITAS DA SILVA),
rejeito, uma vez que confundem-se com o próprio mérito da demanda, e serão analisadas no bojo da presente

decisão.

Isto posto, fundamento e decido.

Declara a parte Autora que realizou a portabilidade de um empréstimo junto à CEF para o Banco Réu, a fim

de liberar a sua margem consignável para firmar um novo empréstimo. Segue dizendo que as transações foram
realizadas por orientação do 1º Réu, que seria um correspondente do Banco Safra, 2º Réu. Afirma que, após ter

sua margem consignável positiva, celebrou contrato para quitação do empréstimo junto à CEF no valor de

R$10.359,06.

Em seguida, alega que se viu coagido a assinar um REFIN, em condições menos vantajosas do que as
anteriormente acordadas, e em 16/10/2019 o Banco Réu depositou em sua conta o valor de R$14.649,71. Informa

que estranhou a quantia, pois deveria ser depositado apenas o valor do `troco` decorrente do REFIN de

R$3.974,19, pois o Banco já teria quitado o seu débito no valor de R$10.675,52.

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Assevera que procurou o 1º Réu a devolver a quantia depositada em excesso, de R$10.675,52, que o

orientou a depositar na conta da esposa do Sr. Aécio, conforme comprovante, mas que foi surpreendido

posteriormente com a cobrança de parcelas referente a esse valor pois o 1º Réu não tinha conseguido devolver os
valores ao Banco Réu.

Diante tais fatos, a parte autora almeja a declaração de nulidade do contrato de empréstimo, referente à

quantia de R$10.675,52 e de inexistência de débito, restituição dos valores descontados, em dobro, e indenização
por danos morais.

O 1ª réu (evento nº 53) por sua vez apresentou contestação alegando, em apertada síntese, que o valor de

R$14.649,71 , depositado na conta do Autor refere-se a um empréstimo junto ao Banco Olé ¿ Bonsucesso (evento
nº 53.4).

O 2º Réu, em contestação (evento nº 52), sustenta que foi regularmente celebrado contrato de

empréstimo nº 11805032 no valor de R$10.675,52, firmado em 08/10/2019, para pagamento em 64 parcelas de


R$237,67 , que fora utilizado para quitação de débito do Autor junto à CEF.

Compulsando os autos, o extrato de conta corrente juntado pelo Autor (evento nº 1.5) não permite

verificar quem realizou a TED no montante de R$14.649,71, logo, não se pode inferir que foi realizada pelo

Banco Réu (Banco Safra), conforme mencionado na inicial.

Não há comprovação, assim, de que o Banco Réu fez depósitos indevidos na sua conta. Em contestação, a

mesma somente faz referência ao valor de R$10.675,52 que foi utilizado para quitação de débito do Autor junto à

CEF, e seria descontado 64 parcelas de R$273,67 em seu contracheque, conforme contrato devidamente assinado

pelo Autor (evento nº52.2).

Inclusive, o 1º Réu assevera e traz documentos referentes a um contrato firmado entre o Autor e um outro

Banco (Olé Consigado), pessoa jurídica estranha á presente lide, que fazem crer que, a bem da verdade, o
déposito de R$14.649,71 foi realizado por aquele Banco, e não pelo Banco Réu (evento nº 53.4).

Os descontos em contracheque, realizados pelo Banco Réu, portanto, referem-se apenas à portabilidade de
débitos junto à CEF.

Desta forma, o Autor não comprovou a realização de depósito realizado pelo banco Réu, em quantia além

do quanto contratado.

Por outro lado, o Autor não postulou a devolução dos valores depositados na conta/corrente da esposa do

1º Réu, a Sra. Jaine Silva dos Santos Freitas, também terceira estranha à lide, pelo que este Juízo fica adstrito ao

quanto formulado na exordial.

Desta forma, sugiro que a presente ação seja JULGADA IMPROCEDENTE, com fundamento no artigo 487, inc. I,

do CPC/2015 e, ainda, revogada a liminar proferida no evento nº 78.

Sem condenação ao pagamento de custas e honorários advocatícios, conforme regra


ínsita no artigo 55 da lei 9.099/95.

Em caso de eventual recurso, sendo certificada a tempestividade, este fica recebido no efeito meramente

devolutivo.

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THÁSSIA CARVALHO BARRETTO TEIXEIRA

Juiza Leiga

HOMOLOGAÇÃO

(art. 40, da Lei nº 9.099/95)

HOMOLOGO, por seus fundamentos e dispositivos indicados, para que surta efeitos jurídicos, o projeto de

sentença elaborado pela d. Juiz Leigo.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Senhor do Bonfim, data da assinatura digital.

TARDELLI BOAVENTURA
Juiz de Direito

Assinado eletronicamente por: TARDELLI CERQUEIRA BOAVENTURA


Código de validação do documento: 85a8ce4e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.

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