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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1° VARA CÍVEL DO

FORO DA COMARCA DE TATUAPÉ/SP.

BUFFET CASÓRIUS LINDUS (“Autora”), pessoa jurídica de direito privado, inscrita


no CNPJ/ME sob o nº, com endereço localizado em Tatuapé (doc. 1), usuária do
endereço eletrônico (e-mail), por seu advogado (doc. 2), vem, respeitosamente à
presença de V. Exa., com fundamento nos artigos 539 e seguintes do CPC, ajuizar a
presente

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

em face de PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL (“Réu”), (nacionalidade), (profissão),


(estado civil), portador da cédula de identidade RG nº, inscrito no CPF/ME sob o nº,
residente e domiciliado em Tatuapé, pelas razões de fato e de direito a seguir
expostas.

DOS FATOS

As partes celebraram na data de (00/00/0000), contrato escrito de locação do imóvel


situado em (endereço). Ajustou-se, para isso, o aluguel mensal no valor de R$
15.000,00 (quinze mil reais) todo dia 30 de cada mês, sendo pago em conta
bancário do Réu (doc. 3).

Fato é, desde a celebração do contrato, a Autora efetuou regularmente o pagamento


de todos os alugueres, conforme convencionado com o contratado.

Ocorre que, com a aproximação do vencimento da última parcela, ao tentar realizar


o pagamento, a Autora foi surpreendida com a inexistência da conta bancária do
Réu, tendo em vista que mensalmente realizava os pagamentos sem quaisquer
inconsistências.

Contudo, no mesmo dia, ainda com o aluguel não vencido, a Autora tentou contatar
o Réu acerca da impossibilidade de realização do pagamento do aluguel, contudo,
todas as tentativas restaram infrutíferas.
Destacando que, o pagamento do último aluguel perfaz, no momento atual, o
montante de R$ (valor por extenso), conforme planilha enviada.

Desta feita, dado o impedimento de cumprimento de sua obrigação, vê-se a Autora


compelida a recorrer às vias judiciais, para ver sanada sua obrigação contratual,
para que não venha a ser constituída em mora, sofrendo prejuízos maiores no
futuro.

II. DO DIREITO

Clara impossibilidade de cumprimento da obrigação e possibilidade de pagamento


em consignação (art. 335, I, do CPC)

Os fatos acima narrados, verifica-se a clara impossibilidade da Autora em cumprir


com a obrigação convencionada com o Réu no contrato de locação (i) seja em
conseguir realizar o pagamento através da conta bancária; (ii) seja em conseguir
realizar o pagamento diretamente ao Réu.

No que tange à impossibilidade de pagamento através da conta bancária, justifica-se


a consignação diante da comprovada inexistência da conta bancária do Réu, na
forma contratualmente ajustada (art. 335, I, do CPC), e que, desde então, estava
sendo pontualmente realizada pela Autora.

No tocante à impossibilidade de adimplemento diretamente com o Réu, evidente que


foram realizadas diversas tentativas pela Autora de contatar o Réu, entretanto, todas
restaram infrutíferas, configurando-se a recusa em receber o pagamento do aluguel.

Diante disso, tendo em vista que a Autora, desde a celebração do contrato cumpriu
pontualmente com suas obrigações, e que apenas não conseguiu realizar o
pagamento do último aluguel em razão da recusa injustificada de recebimento do
aluguel pelo Réu, verifica-se que a presente ação em consignação deve e merece
prosperar.

Ademais, não se pode olvidar, que a relação ora em apreço é regulada pela Lei nº
8.245/91, denominada Lei do Inquilinato, que prevê em ser art. 67, disposição
acerca da possibilidade de se propor Ação de Consignação de Aluguel e Acessórios
da Locação, consoante se pode verificar:

Art. 67. Na ação que objetivar o pagamento dos aluguéis e acessórios da locação
mediante consignação, será observado o seguinte:
(...)
III - o pedido envolverá a quitação das obrigações que vencerem durante a
tramitação do feito e até ser prolatada a sentença de primeira instância, devendo o
autor promover os depósitos nos respectivos vencimentos (grifou-se);

Cumpre destacar os termos do art. 539 do Código de Processo Civil, no que tange à
possibilidade da presente ação: “Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o
devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia
ou da coisa devida.”

Com esse contexto, combinando as disposições do diploma processual com as de


direito material, acima elencadas, conclui-se pela total pertinência e, mais ainda,
procedência dos pedidos da presente Ação de Consignação, proposta em razão da
recusa injustificada do credor em receber o pagamento dos aluguéis, havendo de
outro lado, o direito do devedor de adimplir sua obrigação, sendo certo, portanto,
que para caracterizar-se o efeito de pagamento busca-se a tutela judicial, mediante
a consignação da quantia devida.

Assim, o devedor não pode ser prejudicado pela recusa injustificada do credor em
receber o pagamento a título de aluguel, tendo em vista o direito do devedor em
adimplir sua obrigação para não ser constituído em mora.

Nesse sentido é a jurisprudência do Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo:

“PETIÇÃO INICIAL Indeferimento Ação de consignação em pagamento Pretenso


pagamento das prestações vencidas e vincendas do contrato de consórcio Devedor
em mora Direito de obter provimento jurisdicional que declare a quitação parcial ou
integral da avença, desde que o devedor efetue o pagamento das prestações
atrasadas com os encargos contratuais Meio adequado para a extinção da
obrigação de pagamento Direito da devedora de adimplir a obrigação Interesse de
agir evidenciado Extinção afastada Recurso provido” (TJSP, Apelação 1000142-
69.2016.8.26.0246, rel. Des. CORREIA LIMA, 20ª Câmara de Direito Privado,
julgado em 28.11.2016) (grifamos).

Diante da clara impossibilidade de cumprimento da obrigação avençada com o Réu


e para que não haja a alegação de constituição em mora, serve a presente demanda
para que seja deferido o depósito do último aluguel, reputando extintas as
obrigações, nos termos do artigo 334, do Código Civil.

DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, requer-se digne-se V. Exa. de:

A expedição de guia para depósito da quantia devida, calculada em R$ 15.000,00


(quinze mil reais), a ser efetivado no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após a
intimação do Réu, nos termos do art. 67, II, da Lei nº 8.245/91, uma vez que se
encontra em dia com suas obrigações, sendo-lhe deferido o depósito das parcelas
que se forem vencendo, conforme o disposto no art. 67, III, da referida lei, num valor
de R$ (valor expresso) cada;

A citação do Réu para levantar o depósito ou para oferecer resposta, nos termos do
art. 67, IV, da Lei nº 8.245/91, sob pena de ser acolhido o presente pedido,
declarando-se extinta a obrigação, condenando o Réu nas custas e honorários de
vinte por cento do valor dos depósitos;

Ao final, julgue a procedência da consignação e o depósito das parcelas e extinção


da obrigação, condenando o Réu nas custas e honorários advocatícios;

Seja determinado que as despesas com o depósito corram por conta do credor nos
termos do art. 343 do Código Civil.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em


especial o depoimento pessoal das partes, prova testemunhal, documental, pericial e
todas as que se fizerem necessários a obtenção da justiça.

Por fim, requer-se a juntada dos comprovantes de recolhimento das custas


processuais (doc. 4).

Dá-se à causa o valor de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais).

Termos em que pedem e esperam deferimento.


Local e data.

ADVOGADO
OAB/UF

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