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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA

DAS VARAS CÍVEIS DO FORO DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP

(5 linhas)

PRISCILA, [nacionalidade], [estado civil], [profissão], portadora da


cédula de identidade RG n. XXX, inscrita no CPF/MF sob o n. XXX, com
endereço eletrônico XXX, residente e domiciliada na Rua XXX, n. XXX, bairro
XXX, cidade XXX, Estado XXX, CEP XXX, vem, respeitosamente, perante
Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, abaixo assinado
(instrumento de procuração anexo), com base no artigo 335, I e II, do Código
Civil e nos artigos 539 e seguintes do Código de Processo Civil, propor a
presente

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

em face de WAGNER, [nacionalidade], [estado civil], [profissão],


portador da cédula de identidade RG n. XXX, inscrito no CPF/MF sob o n. XXX,
com endereço eletrônico XXX, residente e domiciliado na Rua XXX, n. XXX,
bairro XXX, cidade XXX, Estado XXX, CEP XXX, pelas razões de fato e de
direito abaixo aduzidas.

I. SÍNTESE DOS FATOS

A Autora e o Réu celebraram um contrato de compra e venda de veículo,


pelo valor de R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais), mediante o pagamento de
um sinal no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) e o pagamento da quantia
restante em nove parcelas sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada
30 dias (Doc. XXX).
As parcelas foram pagas regularmente até a sétima, quando a Autora,
por ter sido dispensada de seu emprego, não conseguiu arcar com o valor das
duas últimas prestações.

Diante dessa situação, a Autora entrou em contato com o Réu,


explicando a situação e informando que tentaria obter o valor restante para
quitar o débito. Ciente dos problemas enfrentados pela Autora, o Réu foi
compreensivo, afirmando, categoricamente, que a Autora não deveria se
preocupar e que aguardaria o pagamento das parcelas, até o vencimento da
última (manifestação registrada por mensagem de texto enviada pelo Réu à
Autora – Doc xxx).

Apesar do acordado, cinco dias antes do vencimento da nona parcela,


quando a Autora obteve um empréstimo com um amigo para quitação das
parcelas, a Autora viu-se impossibilitada de localizar o Réu nos endereços
onde comumente dava-se a quitação das prestações, isto é, sua residência ou
seu local de trabalho, ambos na cidade de São Paulo.

Além disso, no mesmo dia, a Autora foi surpreendida com a notícia de


que estava impossibilitada de trabalhar em uma sociedade empresária, pois o
Réu incluíra seu nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em virtude da
ausência de pagamento das últimas parcelas.

A fim de se livrar da restrição, quitando seu débito, a Autora efetuou o


depósito de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do vencimento da última
parcela, em uma agência bancária de estabelecimento oficial na cidade de São
Paulo (Doc. XXX).

No entanto, cientificado do depósito, o Réu, no quinto dia após a ciência,


recusou-o, imotivadamente, mediante carta endereçada ao estabelecimento
bancário (Doc. XXX).

Assim, a Autora não teve alternativa senão recorrer à tutela jurisdicional,


a fim de que seja determinada a imediata exclusão de seu nome do cadastro
de inadimplentes, bem como seja reconhecido o integral cumprimento da
obrigação.
II. DA TEMPESTIVIDADE DO AJUIZAMENTO DESTA INICIAL

De acordo com o art. 539, § 3º, do CPC, havendo recusa extrajudicial, a


ação de consignação em pagamento poderá ser proposta dentro de um mês,
contado a partir da recusa manifestada por escrito ao estabelecimento
bancário.

No caso em exame, observa-se que a presente ação foi proposta


imediatamente após a ciência da recusa do credor, portanto, dentro do prazo
de um mês concedido.

III. DO DIREITO

Conforme dispõe o art. 335, I, do CC, o pagamento em consignação é


cabível sempre que o credor se recusar, sem justa causa, a receber o
pagamento ou dar quitação na forma devida. Além disso, o art. 335, II, do CC
estabelece a possibilidade de consignação em pagamento na situação em que
o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição
devidos.

Da mesma forma, o art. 539 do CPC autoriza a consignação da quantia


devida, com efeito de pagamento, nos casos previstos em lei.

Assim, diante da impossibilidade de realizar o pagamento ao credor, em


razão da recusa extrajudicial manifestada ao estabelecimento bancário, a
Autora vale-se da presente ação de consignação em pagamento, com fulcro
nos referidos dispositivos do CPC e do CC.

Não é demais recordar que a Autora, fazendo uso do prazo de favor


concedido pelo Réu, procurou-o para realizar o pagamento das prestações
dentro do prazo acordado e nos locais onde comumente se davam as
quitações das parcelas (sua residência e seu local de trabalho), contudo não o
tendo localizado.
Assim, a fim de afastar a mora e em se tratando de prestação em
dinheiro, a Autora valeu-se do procedimento da consignação extrajudicial, com
o depósito da quantia devida em estabelecimento bancário oficial na cidade de
São Paulo, nos termos do art. 539, § 1º, do CPC.

Devidamente notificado acerca do depósito, o Réu manifestou sua


recusa, de forma imotivada, mediante carta endereçada ao estabelecimento
bancário, o que justifica a propositura da presente ação de consignação, nos
termos do art. 539, §3º, do CPC.

Desse modo, não há dúvida acerca do cabimento da consignação em


pagamento no caso em exame.

IV. DA CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

Nos termos do art. 300 do CPC, a concessão da tutela provisória de


urgência, de natureza antecipada, dependerá da presença dos seguintes
requisitos: (i) a probabilidade do direito (“fumus boni iuris” ou bons
argumentos); e (ii) o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo
(“periculum in mora” ou situação de urgência).

No presente caso, a probabilidade do direito aventado pela Autora resta


evidenciada pela comprovação do depósito das últimas prestações (Doc. XXX),
o que reforça a ilegalidade da inclusão do nome da Autora no cadastro de
inadimplentes.

Por sua vez, o perigo de dano está caracterizado pelo prejuízo que a
negativação indevida vem causando à Autora, especialmente para a
recolocação no mercado de trabalho, que, inclusive, chegou a perder uma
oportunidade de emprego justamente por ter tido seu nome incluído no
cadastro restritivo de crédito.

Sendo assim, presentes os requisitos ensejadores da concessão da


tutela provisória de urgência, requer seja determinada a imediata exclusão do
nome da Autora do SPC.
V. DOS REQUERIMENTOS E DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer:

(i) Seja concedida a tutela provisória de urgência, nos termos do art. 300
do CPC, a fim de que seja determinada a imediata exclusão do nome da Autora
do cadastro restritivo de crédito;

(ii) Seja o Réu citado para, querendo, levantar o depósito ou oferecer


contestação;

(iii) Ao final, seja a ação julgada procedente, com a confirmação da tutela


provisória deferida e a declaração de extinção da obrigação, conforme dispõe o
art. 334 do CC e o art. 546 do CPC; e

(iv) Seja o Réu condenado ao pagamento das custas processuais e dos


honorários advocatícios, nos termos dos arts. 82 a 85 do CPC.

Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos, especialmente a juntada dos seguintes documentos, nos termos do
art. 539, § 3º, do CPC: a) cópia do contrato de compra e venda do veículo; b)
documento do veículo; c) comprovante do depósito; e d) recusa escrita
manifestada pelo Réu ao estabelecimento bancário.

Em atendimento ao disposto no art. 319, VII, do CPC, a Autora informa


que há / não há interesse na designação de audiência de conciliação.

Dá-se à causa o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), nos termos do


art. 292, I, do CPC.

Nestes termos,

Pede deferimento.

LOCAL, data

ADVOGADO
OAB n. XXX

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