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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA

CÍVEL DO FORO REGIONAL DO TATUAPÉ DA COMARCA DE SÃO PAULO DO


ESTADO DE SÃO PAULO

PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO
AUTORES COM 70 ANOS

Processo nº

JOANILDO, nacionalidade, casado, profissão, portador do documento de identidade


RG nº (DOC. 01), inscrito no CPF/MF sob o nº (DOC. 02), endereço eletrônico,
residente e domiciliado na (endereço completo), bairro do Tatuapé, São Paulo/SP, e
MARCÉLIA, nacionalidade, casada, profissão, portadora do documento de
identidade RG nº (DOC. 03), inscrita no CPF/MF sob o nº (DOC. 04), endereço
eletrônico, residente e domiciliada na (endereço completo), bairro do Tatuapé, São
Paulo/SP, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio
de seu procurador abaixo assinado (DOC. 05), propor

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER C/C PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA


DE URGÊNCIA ANTECIPADA

com importância nos artigos 250 e 1.277 do Código Civil; 146 a 148 da Lei nº
16.402/2016; e 54 da Lei nº 9.605/98, em face de BUFFET CASÓRIUS LINDUS,
inscrito no CNPJ/MF sob o nº, endereço eletrônico, com sede na (endereço
completo), bairro do Tatuapé, São Paulo/SP, pelos fundamentos de fato e de direito
a seguir elencados.

DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA DOS AUTOS

Ressalto, que, nos termos do art. 1.048, inciso I, do CPC, nos procedimentos
judiciais em que figure como parte pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos, haverá prioridade de tramitação.

À vista de os autores possuírem 70 (sessenta) anos de idade, resta comprovada a


necessidade de tramitação com prioridade destes autos.
DOS FATOS

Os autores, residem no bairro do Tatuapé, na Capital do Estado de São Paulo,


passa por um período delicado, no qual Marcélia está acamada e se recuperando de
uma cirurgia delicada, precisando de repouso e sossego.

O réu, cujo sua sede está estabelecida no mesmo bairro do Tatuapé, vem
promovendo constantemente, principalmente aos sábados, barulho de micaretas,
que perduram das 00h (zero horas) às 04h (quatro horas), e se realizam nas ruas
adjacentes à sua matriz, sendo estas, por sua vez, predominantemente residenciais,
e seus moradores, idosos.

A partir destas, tem-se que o som emitido é tão alto que claramente está acima do
permitido em decibéis pela legislação da cidade de São Paulo.

Ainda que com o pedido dos moradores para que os eventos se realizassem durante
o dia ou com alguns intervalos, e respeitando os ruídos sonoro permitido, o réu em
nada adequou sua conduta.

Assim, não restou outra alternativa aos autores, senão ingressar com a presente
ação, para fazer cessas as micaretas irregulares promovidas pelo réu.

DO DIREITO

Acerca da questão em apreço, demonstra-se vasta a legislação. O Código Civil em


seu capítulo referente aos direitos de vizinhança, o Programa Silêncio Urbano de
São Paulo (PSIU – Lei nº 16.402/2016) e a Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº
9.605/98) contêm disposições suficientes a demonstrar a irregularidade da conduta
praticada pelo réu.

Analisamos o que diz o Código Civil em seu art. 1.277:

Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar


as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam,
provocadas pela utilização de propriedade vizinha.
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da
utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as
edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da
vizinhança.

Excelentíssimo, não há dúvidas que o som, em volume estridente, é prejudicial à


saúde daqueles que a ele ficam sujeitos, caso contrário, não haveria regulação, em
todos os âmbitos, nesse sentido. Da mesma forma, verifica-se uma violação clara ao
sossego.
A norma supracitada coaduna com o disposto no art. 146 da Lei nº 16.402/2016, que
abarca o Programa Silêncio Urbano de São Paulo – PSIU:

Art. 146. Fica proibida a emissão de ruídos, produzidos por quaisquer meios ou de
quaisquer espécies, com níveis superiores aos determinados pela legislação federal,
estadual ou municipal, prevalecendo a mais restritiva.

Por fim, verifica-se ainda que existe previsão legal de que constitui crime a poluição,
incluindo sonora, que resulte ou possa resultar em danos à saúde humana:

Art. 54 da Lei nº. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem
ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de
animais ou a destruição significativa da flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Evidentemente que a conduta praticada pelo réu infringe a legislação federal,


estadual e municipal, demonstrando-se adequada a presente ação que visa cessar
as micaretas irregulares promovidas.

DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA


ANTECIPADA

O art. 300 do CPC, os requisitos autorizadores à concessão da tutela de urgência


antecipada são a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo (periculum in mora).

A fumaça do bom direito resta demonstrada quando das várias normas, acerca do
meio ambiente sonoro, colacionadas aos autos, às quais vai de encontro a conduta
do réu.

O periculum in mora evidencia-se quando, diante da permanência dos eventos, mais


danos à saúde dos autores serão causados, ressaltando-se que a condição
particular de Marcélia, que imprescindível de repouso e sossego, reforça o perigo de
dano.

Pleiteia-se, dessa forma pela concessão da tutela provisória de urgência antecipada


para fazer cessar as micaretas irregulares promovidas pelo réu, sob pena de multa
cominatória diária em caso de descumprimento.

DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Requer-se, ante exposto:


A tramitação prioritária dos autos, nos termos do art. 1.048, inciso I, do CPC;

A concessão da tutela provisória de urgência antecipada para fazer cessar as


micaretas irregulares promovidas pelo réu, sob pena de multa cominatória diária em
caso de descumprimento;

A procedência do pedido para determinar que o réu se abstenha de promover as


micaretas irregulares, sob pena de multa cominatória diária, em caso de
descumprimento, confirmando-se a tutela provisória de urgência;

A citação postal do réu para, em querendo, apresentar sua peça de defesa no prazo
legal, sob pena de revelia;

A juntada da inclusa guia (DOC. 06), bem como de seu respectivo comprovante
pagamento (DOC. 07), relativos ao recolhimento das custas necessárias à
propositura da presente;

A condenação do réu ao pagamento de todas as custas processuais e demais


consectários legais sucumbenciais, além de honorários advocatícios, consoante
artigo 85, § 2º, do CPC.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em Direito.

Os autores manifestam interesse na realização da audiência de conciliação prevista


no art. 334 do CPC.

Termos em que,
Pede deferimento.

São Paulo/SP, data.

ADVOGADO
OAB/UF

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