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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA CÍVEL DA

COMARCA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES

PREFERÊNCIA DE TRÂMITE: Autor idoso “Art. 71. É assegurada prioridade


na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e
diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. § 1o O
interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo
prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária
competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem
cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do
processo. § 2º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado,
estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou
companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos. (...).” (Lei
10.741/2003 – Estatuto do Idoso)

MARIA ALICE FEITOSA, brasileira, solteira, aposentada, inscrita no CPF n.º 152.423.155-04
e Carteira de Identidade n.º 1.995.406 SSP/BA, residente na Avenida Mateus Cunha
Fundão, 1043, Boa Vista, São Mateus/ES, CEP 29.931-360; ALEXANDRO FEITOSA
CARLETE, brasileiro, solteiro, agropecuarista, inscrito no CPF n.º 009.631.337-48 e Carteira
de Identidade n.º 978.958 SSP/ES, residente na Avenida Mateus Cunha Fundão, 1043, Boa
Vista, São Mateus/ES, CEP 29.931-360; SIMONE CARLETE, brasileira, divorciada, servidora
pública municipal, inscrita no CPF n.º 009.764.167-78 e Carteira de Identidade n.º
1.051.513 SSP/ES, residente na rua Jair Coelho, s/n.º, Fátima, São Mateus/ES, CEP 29.933-
640, por seus procuradores, que recebem intimações na rua Maria Almeida Rocha, 373,
Carapina, São Mateus/ES, CEP 29.933-085, conforme instrumentos anexos, vem a
presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 920 e seguintes do CPC, ajuizar a
ação de

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE PELO RITO ESPECIAL


COM PEDIDO LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS

em face de JORGE LUIZ DE SOUZA, vulgo "Feijão", brasileiro, casado, policial militar
reformado, inscrito no CPF n.º 656.771.457-34 e Carteira de Identidade n.º 046179381
SSP/RJ, telefones (28) 3511-1884 e 99900-0637, e FABIANO INACIO PASSOS DE SOUZA,
brasileiro, casado, mecânico, inscrito no CPF n.º 125.958.857-23 e Carteira de Identidade
n.º 2.092.654 SSP/ES, telefones (28) 3511-1884 e 99992-6661, residentes na rua José
Cupertino Baptista, 152 a 154, Basileia, Cachoeiro de Itapemirim/ES, CEP 29.302-804.

DA PREFERÊNCIA DE TRÂMITE. LEI N.º 10.741/2003 E CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Entre os autores da demanda, consta a inventariante Maria Alice Feitosa, senhora idosa,
com mais de 60 (sessenta) anos, conforme se infere do documento ora trazido à colação,

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Rua Maria Almeida Rocha, 373, Carapina, São Mateus/ES – CEP 29.933-085
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email: walacex@hotmail.com / liviagdbianquini@gmail.com
razão pela qual vem solicitar os benefícios legais insculpidos à letra da Lei n.º 10.741/2003
– Estatuto do Idoso e do Código de Processo Civil:
Art. 1.211-A. Os procedimentos judiciais em que figure como parte ou
interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, ou
portadora de doença grave, terão prioridade de tramitação em todas as
instâncias.
Art. 1.211-B. A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de
sua condição, deverá requerê-lo à autoridade judiciária competente para decidir
o feito, que determinará ao cartório do juízo as providências a serem cumpridas.
§ 1º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que
evidencie o regime de tramitação prioritária.
Art. 1.211-C. Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do
beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou
companheira, em união estável.

Consigne-se que, na forma do Estatuto do Idoso, a autora também goza de preferência


de trâmite:
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e
na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou
interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em
qualquer instância.
§ 1.º O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo
prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária competente
para decidir o feito, que determinará as providências a serem cumpridas,
anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo.
§ 2.º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em
favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união estável,
maior de 60 (sessenta) anos. (...).

Desta feita, com fulcro nos Diplomas legais referenciados, requer-se a prioridade na
tramitação do presente processo, bem como na execução de todos os atos e diligências
judiciais, anotando-se de forma destaca, para o fiel cumprimento das disposições legais, a
circunstância de ser o Demandante idoso, em local visível nos autos, além de determinar
ao cartório judicial que adote todas as demais providências legais pertinentes à espécie.

DOS FATOS
O imóvel urbano medindo 392 m² (trezentos e noventa e dois metros quadrados),
localizado na rua José Cupertino Baptista, 152 a 154, Basileia, registrado no Cadastro
Imobiliário deste Município sob n.º 43.076, fazendo divisas fundos com a Estrada de Ferro
Leopoldina, de um lado com o lote n.º 26 e do outro com os lotes n.ºs 23 e 24, registrado
no Cartório de Registro de Imóveis - 1.º Ofício, protocolado sob n.º 52.950, livro 1,
registro sob o n.º 5-2811, livro 02, fl. 11, de 27 de abril de 1994, foi adquirido pelo de
cujus Miguel Carlete, inscrito no CPF n.º 096.145.917-49 e Carteira de Identidade n.º
761.445 SSP/ES, do casal Olímpio Peixoto Teixeira e Maria Thiengo Teixeira.

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O proprietário (Miguel Carlete) faleceu em 13 de janeiro de 2004, ocasião que foi aberta a
sucessão de seus bens, sendo que os herdeiros compareceram a este Município, a fim de
visitar parentes e localizar o imóvel, instante que não vislumbraram nenhuma atividade
estranha no bem.
No dia 10 de março de 2006, quando os herdeiros compareceram junto ao setor de
tributos deste Município e solicitaram a emissão de Certidão Negativa, tomaram
conhecimento da existência de débitos em nome do de cujus, ocasião que efetuaram o
pagamento dos tributos atrasados.
Ao visitar o imóvel, os herdeiros se depararam com a presença de edificações e
procuraram saber quem era o responsável por elas. O primeiro réu se apresentou como
morador, mas quando os herdeiros explicaram os fatos, aquele se esquivou e não
manifestou a intenção de abandonar o local, ocasião que requereram o embargo das
obras (sob o n.º 1781) iniciadas pelo réu junto ao setor de fiscalização deste Município.
Na mesma data, sob o n.º 1783, foi solicitado pela fiscalização que o réu apresentasse
projeto e documentação de posse, concedendo-lhe prazo de 30 (trinta) dias, o que não
foi apresentado, sendo lavrados os autos de infração n.ºs 1033 e 1034, expedidos pelos
fiscais Machado, Alexandre e Henrique.
Provado o esbulho, os herdeiros tentaram por diversas vezes solucionar o imbróglio,
inclusive oferecendo a venda, mas o primeiro réu mantinha a postura evasiva,
permanecendo até a presente data na posse precária do imóvel.

DO DIREITO
O Código Civil pátrio, através do seu Livro III, trata das questões relativas à posse, sua
classificação, modos de aquisição, efeitos e perda, destacando-se, para a tutela da
hipótese em litígio, o seguinte artigo:
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.

Quanto à tutela da posse, o artigo 1.210, e seus parágrafos, é claro ao dispor que:
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio
de ser molestado.
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por
sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço,
não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
§ 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.

Por sua vez, a Lei adjetiva civil, nos artigos 920 a 933, que tratam das ações possessórias,
outorgou-lhe rito especial, autorizando, inclusive, a cumulação de fixação de perdas e
danos, cominação de pena e desfazimento da construção, dentre outros, não deixam
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margens quanto à possibilidade jurídica do pleito em questão, bem como no que tange
aos pedidos, adiante formulados. Vejamos:
Art. 921 – É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I – condenação em perdas e danos;

Ainda com relação ao dano, tendo em vista que os réus têm ciência da situação, ou seja,
que não têm a posse legítima do imóvel onde insistem em residir, ficam obrigados à
reparar o dano em consonância com os artigos 186, 187 e 927, parágrafo único, do
Código Civil. Vejamos:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.

Provados assim a posse dos autores no imóvel e o esbulho praticado pelos réus, restam
cumpridos os requisitos estatuídos pelos artigos 927, 928 e seguintes do Código de
Processo Civil, impondo o deferimento do pleito, para os fins a seguir elencados.

DA MEDIDA LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS (AD CAUTELAM, DO PEDIDO DE


ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA JURISDICIONAL)
Ainda que se trate de posse velha, cabível o pleito de antecipação dos efeitos da tutela
jurisdicional, conforme já elucidado pelo STJ, em ações possessórias de “força velha”, as
quais tramitam pelo rito ordinário, consoante os irrefutáveis escólios jurisprudenciais
colhidos abaixo:
A tutela antecipada é cabível em toda ação de conhecimento, seja ação
declaratória, seja constitutiva (negativa ou positiva), condenatória ou
mandamental, se presentes os requisitos do art. 273 do CPC”. (STJ – 5ª Turma,
Méd. Caut. 4.205-MG – AgRg, Rel. Min. José Arnaldo, j. 18.12.01, DJU 04.03.02,
p. 271)
PROCESSO CIVIL. TUTELA ANTECIPADA. AÇÃO DECLARATÓRIA. MEDIDA DE
EFEITO PRÁTICO IMEDIATO. POSSIBILIDADE. POSSE VELHA. ADMISSIBILIDADE.
CASO CONCRETO. ART. 273, CPC. ENUNCIADO N. 7 DA SÚMULA/STJ.
RECURSO DESACOLHIDO.
I - Conquanto para alguns se possa afastar, em tese, o cabimento da tutela
antecipada nas ações declaratórias, dados o seu caráter exauriente e a
inexistência de um efeito prático imediato a deferir-se, a doutrina e a
jurisprudência vêm admitindo a antecipação nos casos de providência
preventiva, necessária a assegurar o exame do mérito da demanda.
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II - Em relação à posse de mais de ano e dia (posse velha), não se afasta de
plano a possibilidade da tutela antecipada, tornando-a cabível a depender do
caso concreto.
III - Tendo as instâncias ordinárias antecipado os efeitos da tutela com base nas
circunstâncias da demanda e no conjunto probatório dos autos, dos quais
extraíram a verossimilhança das alegações e o caráter inequívoco da prova
produzida, torna-se inviável o reexame do tema na instância especial. » (REsp
201.219/ES, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA,
julgado em 25/06/2002, DJ 24/02/2003 p. 236)

No mesmo sentido, posiciona-se, respectivamente, a jurisprudência do Tribunal de Justiça


do Rio Grande do Sul e Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE DE BEM
MÓVEL. POSSE VELHA. LIMINAR. PRESENÇA DOS REQUISITOS DO ART. 273 DO
CPC. CONCESSÃO. Sendo velha a posse, ou seja, datada de mais de ano e dia,
deve a ação para proteção da posse desenrolar-se pelo rito comum, sendo
admissível a concessão da antecipação da tutela de mérito caso demonstrados,
não só, os requisitos do art. 927 do CPC, como também os do art. 273. Caso em
que, sendo verossímeis as alegações diante da prova da propriedade do veículo
que o agravante pretende reaver, bem como do esbulho possessório, e havendo
fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação consistente no
interesse público em que seja reintegrado ao patrimônio da municipalidade bem
que lhe pertence, cabível a concessão da liminar pleiteada. Agravo de
Instrumento provido.” (Agravo de Instrumento Nº 70006418305, Décima Quarta
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Antônio Corrêa Palmeiro da
Fontoura, Julgado em 06/11/2003)
“REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ESBULHO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. A dúvida
quanto a data do esbulho - se a posse é velha ou não -, não impede a
concessão da tutela antecipada para reintegração, desde que presentes os
requisitos do art. 273, do CPC. Agravo provido.” (20100020000969AGI, Relator
JAIR SOARES, 6ª Turma Cível, julgado em 24/03/2010, DJ 08/04/2010 p. 253)

Após a reforma processual de 1994, o artigo 273 1 passou a figurar com a seguinte
redação:
Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar total ou
parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que,
existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação;
II – fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório do réu;
§1º Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as
razões do seu convencimento.
§2º Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de
irreversibilidade do provimento antecipado.

1
“AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - FORÇA VELHA CONVERSÃO DE RITO -
POSSIBILIDADE DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA. Em se tratando de ação possessória de FORÇA VELHA,
esta deverá seguir o rito ordinário, sendo que o pedido liminar poderá ser concedido se existentes, além da posse e de
seu esbulho ou turbação, os elementos previstos no artigo 273 do Código de Processo Civil.” (9ª Câmara Cível, Agravo
de Instrumento nº 1.0016.07.072314-9/001, Rel. Des. José Antônio Braga, j. em 06/11/2007)
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§3º A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme a
sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4º e 5º e 461 – A.
§4º A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo,
em decisão fundamentada.
§5º Concedida ou não a antecipação de tutela, prosseguirá o processo até o final
julgamento.
§6º A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos
pedidos acumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.
§7º Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de
natureza cautelar, poderá, o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos,
deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.

Presentes os requisitos essenciais previstos no artigo 273 2 do Código d Processo Civil,


deve ser, conforme requerido pelos autores, deferida a antecipação de tutela, de modo
que a prestação jurisdicional antecipada iniba a prática de danos irreversíveis ou de difícil
reparação à parte.
Aliás, frise-se por oportuno, a concessão, dentro do permissivo contido no aludido artigo
não é discricionariedade do juiz. Se configurados os pressupostos legais, a antecipação
dos efeitos da tutela jurisdicional é direito da parte!
Ora, Excelência, somem-se aos documentos trazidos à baila na presente peça vestibular,
que constituem prova inequívoca das alegações dos autores, a negativa dos réus em
sequer negociar ou recebê-los, proibindo-os de ingressar no próprio imóvel.
Em outras palavras, a posse dos réus/invasores é precária e clandestina, desprovida de
justo título e de má-fé, além destes causar danos irreparáveis e de difícil reparação ao
imóvel, posto que, à revelia dos autores, promoveram construções no imóvel.
Destarte, requer-se, liminarmente (antes da instauração do contraditório), a concessão de
medida acautelatória, ou a antecipação dos efeitos da tutela, em face dos abalizados
argumentos suso ventilados, no sentido de os autores serem reintegrados na posse do
imóvel.
Por fim, os autores requerem que Vossa Excelência, por ocasião da expedição do
mandado liminar de reintegração na posse, a fixação de multa no valor não inferior a R$
5.000,00 (cinco mil reais) por dia de descumprimento (novas turbações/esbulhos).

DOS PEDIDOS
Diante dos fatos supra expostos, é a presente para REQUERER seja recebida e processada
a presente ação para:
2
“Posse velha. Tutela antecipatória. Caso o esbulho ou turbação tenha ocorrido há mais de ano e dia, não cabe ação
possessória pelo procedimento especial. É admissível, contudo, ação possessória pelo rito comum (ordinário ou
sumário). Nessa, poderá o autor pedir a tutela antecipatória de mérito (CPC, 273), com os mesmos efeitos da liminar
possessória da ação de rito especial. Contudo, para obtê-la, terá de comprovar não apenas sua posse, a turbação ou
esbulho, mas também os requisitos do CPC 273.” (NERY Junior, Nelson. Código de processo civil comentado e
legislação extravagante. 11ª ed. rev. ampl. e atual. Até 17.2.2010. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. nota 4,
art. 927, p. 1224 e nota 5, art. 928, p.1225)
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a) determinar a preferência de trâmite a este feito em todas as suas fases, em face da
circunstância de a autora-inventariante ser idosa (artigo 71 do Estatuto do Idoso e artigo
1211 - A do Código de Processo Civil), anotando-se essa circunstância em local visível nos
autos do processo;
b) deferir, in limine litis, inaudita altera pars, porquanto presente o caráter de urgência,
medida liminar com espeque nos artigos 273, 461, 920, 926 e 928 do Código de Processo
Civil, no sentido de (I) ordenar a imediata expedição do mandado liminar de reintegração
de posse, ou, em caso de audiência de justificação, ordenar a citação dos réus para
comparecer à audiência que for designada e, após, determinar a expedição do referido
mandado; (II) fixar multa cominatória diária para o caso de os réus descumprir ordem
judicial e/ou promover nova turbação e/ou esbulho possessórios;
c) determinar a citação dos réus, para, querendo, contestar a presente no prazo de 15
(quinze) dias, sob pena de confesso e aplicação dos efeitos da revelia;
d) ao final, julgar INTEIRAMENTE PROCEDENTES os pedidos desta exordial em todos os
seus precisos termos, para (I) reintegrar e consolidar a posse do imóvel em favor dos
autores; (II) desfazer, desde o momento da propositura da ação, eventuais construções
que sejam realizadas no imóvel dos autores; (III) condenar os réus ao pagamento de
todas as custas, despesas processuais e emolumentos judiciais, bem como condenar ao
pagamento de honorários advocatícios, estes a serem diligentemente fixados por V. Exa;
e) deferir a juntada dos documentos anexos, para que se produzam todos os efeitos
legais e jurídicos, inclusive do rol de testemunhas, caso seja necessária a audiência de
justificação prévia;
Os advogados garantem, sob sua responsabilidade pessoal, que todas as cópias anexas
são autênticas e conferem com os originais.
Derradeiramente, requer e protesta provar o alegado por todas as formas e meios de
prova em direito admitidos, especialmente a documental, pericial, oitiva de testemunhas,
depoimento pessoal dos réus, dentre outras.
Dá-se a causa o valor em de avaliação do imóvel R$ 23.129,84.
Termos em que pede deferimento.
Cachoeiro de Itapemirim/ES, 16 de março de 2015.

WALACE XAVIER DA SILVA LIVIA GONÇALVES DIAS BIANQUINI


OAB/ES 20.935 OAB/ES 23.153

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