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MARIA ALICE FEITOSA, brasileira, solteira, aposentada, inscrita no CPF n.º 152.423.155-04
e Carteira de Identidade n.º 1.995.406 SSP/BA, residente na Avenida Mateus Cunha
Fundão, 1043, Boa Vista, São Mateus/ES, CEP 29.931-360; ALEXANDRO FEITOSA
CARLETE, brasileiro, solteiro, agropecuarista, inscrito no CPF n.º 009.631.337-48 e Carteira
de Identidade n.º 978.958 SSP/ES, residente na Avenida Mateus Cunha Fundão, 1043, Boa
Vista, São Mateus/ES, CEP 29.931-360; SIMONE CARLETE, brasileira, divorciada, servidora
pública municipal, inscrita no CPF n.º 009.764.167-78 e Carteira de Identidade n.º
1.051.513 SSP/ES, residente na rua Jair Coelho, s/n.º, Fátima, São Mateus/ES, CEP 29.933-
640, por seus procuradores, que recebem intimações na rua Maria Almeida Rocha, 373,
Carapina, São Mateus/ES, CEP 29.933-085, conforme instrumentos anexos, vem a
presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 920 e seguintes do CPC, ajuizar a
ação de
em face de JORGE LUIZ DE SOUZA, vulgo "Feijão", brasileiro, casado, policial militar
reformado, inscrito no CPF n.º 656.771.457-34 e Carteira de Identidade n.º 046179381
SSP/RJ, telefones (28) 3511-1884 e 99900-0637, e FABIANO INACIO PASSOS DE SOUZA,
brasileiro, casado, mecânico, inscrito no CPF n.º 125.958.857-23 e Carteira de Identidade
n.º 2.092.654 SSP/ES, telefones (28) 3511-1884 e 99992-6661, residentes na rua José
Cupertino Baptista, 152 a 154, Basileia, Cachoeiro de Itapemirim/ES, CEP 29.302-804.
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Rua Maria Almeida Rocha, 373, Carapina, São Mateus/ES – CEP 29.933-085
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razão pela qual vem solicitar os benefícios legais insculpidos à letra da Lei n.º 10.741/2003
– Estatuto do Idoso e do Código de Processo Civil:
Art. 1.211-A. Os procedimentos judiciais em que figure como parte ou
interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, ou
portadora de doença grave, terão prioridade de tramitação em todas as
instâncias.
Art. 1.211-B. A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de
sua condição, deverá requerê-lo à autoridade judiciária competente para decidir
o feito, que determinará ao cartório do juízo as providências a serem cumpridas.
§ 1º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que
evidencie o regime de tramitação prioritária.
Art. 1.211-C. Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do
beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou
companheira, em união estável.
Desta feita, com fulcro nos Diplomas legais referenciados, requer-se a prioridade na
tramitação do presente processo, bem como na execução de todos os atos e diligências
judiciais, anotando-se de forma destaca, para o fiel cumprimento das disposições legais, a
circunstância de ser o Demandante idoso, em local visível nos autos, além de determinar
ao cartório judicial que adote todas as demais providências legais pertinentes à espécie.
DOS FATOS
O imóvel urbano medindo 392 m² (trezentos e noventa e dois metros quadrados),
localizado na rua José Cupertino Baptista, 152 a 154, Basileia, registrado no Cadastro
Imobiliário deste Município sob n.º 43.076, fazendo divisas fundos com a Estrada de Ferro
Leopoldina, de um lado com o lote n.º 26 e do outro com os lotes n.ºs 23 e 24, registrado
no Cartório de Registro de Imóveis - 1.º Ofício, protocolado sob n.º 52.950, livro 1,
registro sob o n.º 5-2811, livro 02, fl. 11, de 27 de abril de 1994, foi adquirido pelo de
cujus Miguel Carlete, inscrito no CPF n.º 096.145.917-49 e Carteira de Identidade n.º
761.445 SSP/ES, do casal Olímpio Peixoto Teixeira e Maria Thiengo Teixeira.
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O proprietário (Miguel Carlete) faleceu em 13 de janeiro de 2004, ocasião que foi aberta a
sucessão de seus bens, sendo que os herdeiros compareceram a este Município, a fim de
visitar parentes e localizar o imóvel, instante que não vislumbraram nenhuma atividade
estranha no bem.
No dia 10 de março de 2006, quando os herdeiros compareceram junto ao setor de
tributos deste Município e solicitaram a emissão de Certidão Negativa, tomaram
conhecimento da existência de débitos em nome do de cujus, ocasião que efetuaram o
pagamento dos tributos atrasados.
Ao visitar o imóvel, os herdeiros se depararam com a presença de edificações e
procuraram saber quem era o responsável por elas. O primeiro réu se apresentou como
morador, mas quando os herdeiros explicaram os fatos, aquele se esquivou e não
manifestou a intenção de abandonar o local, ocasião que requereram o embargo das
obras (sob o n.º 1781) iniciadas pelo réu junto ao setor de fiscalização deste Município.
Na mesma data, sob o n.º 1783, foi solicitado pela fiscalização que o réu apresentasse
projeto e documentação de posse, concedendo-lhe prazo de 30 (trinta) dias, o que não
foi apresentado, sendo lavrados os autos de infração n.ºs 1033 e 1034, expedidos pelos
fiscais Machado, Alexandre e Henrique.
Provado o esbulho, os herdeiros tentaram por diversas vezes solucionar o imbróglio,
inclusive oferecendo a venda, mas o primeiro réu mantinha a postura evasiva,
permanecendo até a presente data na posse precária do imóvel.
DO DIREITO
O Código Civil pátrio, através do seu Livro III, trata das questões relativas à posse, sua
classificação, modos de aquisição, efeitos e perda, destacando-se, para a tutela da
hipótese em litígio, o seguinte artigo:
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Quanto à tutela da posse, o artigo 1.210, e seus parágrafos, é claro ao dispor que:
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio
de ser molestado.
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por
sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço,
não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
§ 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Por sua vez, a Lei adjetiva civil, nos artigos 920 a 933, que tratam das ações possessórias,
outorgou-lhe rito especial, autorizando, inclusive, a cumulação de fixação de perdas e
danos, cominação de pena e desfazimento da construção, dentre outros, não deixam
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margens quanto à possibilidade jurídica do pleito em questão, bem como no que tange
aos pedidos, adiante formulados. Vejamos:
Art. 921 – É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I – condenação em perdas e danos;
Ainda com relação ao dano, tendo em vista que os réus têm ciência da situação, ou seja,
que não têm a posse legítima do imóvel onde insistem em residir, ficam obrigados à
reparar o dano em consonância com os artigos 186, 187 e 927, parágrafo único, do
Código Civil. Vejamos:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.
Provados assim a posse dos autores no imóvel e o esbulho praticado pelos réus, restam
cumpridos os requisitos estatuídos pelos artigos 927, 928 e seguintes do Código de
Processo Civil, impondo o deferimento do pleito, para os fins a seguir elencados.
Após a reforma processual de 1994, o artigo 273 1 passou a figurar com a seguinte
redação:
Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar total ou
parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que,
existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação;
II – fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório do réu;
§1º Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as
razões do seu convencimento.
§2º Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de
irreversibilidade do provimento antecipado.
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“AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - FORÇA VELHA CONVERSÃO DE RITO -
POSSIBILIDADE DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA. Em se tratando de ação possessória de FORÇA VELHA,
esta deverá seguir o rito ordinário, sendo que o pedido liminar poderá ser concedido se existentes, além da posse e de
seu esbulho ou turbação, os elementos previstos no artigo 273 do Código de Processo Civil.” (9ª Câmara Cível, Agravo
de Instrumento nº 1.0016.07.072314-9/001, Rel. Des. José Antônio Braga, j. em 06/11/2007)
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§3º A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme a
sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4º e 5º e 461 – A.
§4º A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo,
em decisão fundamentada.
§5º Concedida ou não a antecipação de tutela, prosseguirá o processo até o final
julgamento.
§6º A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos
pedidos acumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.
§7º Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de
natureza cautelar, poderá, o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos,
deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.
DOS PEDIDOS
Diante dos fatos supra expostos, é a presente para REQUERER seja recebida e processada
a presente ação para:
2
“Posse velha. Tutela antecipatória. Caso o esbulho ou turbação tenha ocorrido há mais de ano e dia, não cabe ação
possessória pelo procedimento especial. É admissível, contudo, ação possessória pelo rito comum (ordinário ou
sumário). Nessa, poderá o autor pedir a tutela antecipatória de mérito (CPC, 273), com os mesmos efeitos da liminar
possessória da ação de rito especial. Contudo, para obtê-la, terá de comprovar não apenas sua posse, a turbação ou
esbulho, mas também os requisitos do CPC 273.” (NERY Junior, Nelson. Código de processo civil comentado e
legislação extravagante. 11ª ed. rev. ampl. e atual. Até 17.2.2010. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. nota 4,
art. 927, p. 1224 e nota 5, art. 928, p.1225)
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a) determinar a preferência de trâmite a este feito em todas as suas fases, em face da
circunstância de a autora-inventariante ser idosa (artigo 71 do Estatuto do Idoso e artigo
1211 - A do Código de Processo Civil), anotando-se essa circunstância em local visível nos
autos do processo;
b) deferir, in limine litis, inaudita altera pars, porquanto presente o caráter de urgência,
medida liminar com espeque nos artigos 273, 461, 920, 926 e 928 do Código de Processo
Civil, no sentido de (I) ordenar a imediata expedição do mandado liminar de reintegração
de posse, ou, em caso de audiência de justificação, ordenar a citação dos réus para
comparecer à audiência que for designada e, após, determinar a expedição do referido
mandado; (II) fixar multa cominatória diária para o caso de os réus descumprir ordem
judicial e/ou promover nova turbação e/ou esbulho possessórios;
c) determinar a citação dos réus, para, querendo, contestar a presente no prazo de 15
(quinze) dias, sob pena de confesso e aplicação dos efeitos da revelia;
d) ao final, julgar INTEIRAMENTE PROCEDENTES os pedidos desta exordial em todos os
seus precisos termos, para (I) reintegrar e consolidar a posse do imóvel em favor dos
autores; (II) desfazer, desde o momento da propositura da ação, eventuais construções
que sejam realizadas no imóvel dos autores; (III) condenar os réus ao pagamento de
todas as custas, despesas processuais e emolumentos judiciais, bem como condenar ao
pagamento de honorários advocatícios, estes a serem diligentemente fixados por V. Exa;
e) deferir a juntada dos documentos anexos, para que se produzam todos os efeitos
legais e jurídicos, inclusive do rol de testemunhas, caso seja necessária a audiência de
justificação prévia;
Os advogados garantem, sob sua responsabilidade pessoal, que todas as cópias anexas
são autênticas e conferem com os originais.
Derradeiramente, requer e protesta provar o alegado por todas as formas e meios de
prova em direito admitidos, especialmente a documental, pericial, oitiva de testemunhas,
depoimento pessoal dos réus, dentre outras.
Dá-se a causa o valor em de avaliação do imóvel R$ 23.129,84.
Termos em que pede deferimento.
Cachoeiro de Itapemirim/ES, 16 de março de 2015.
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