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AO

MERITÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA SALA DO


CÍVEL ADMINISTRATIVO DO TRIBUNAL DE
DE RELAÇAO DO LUBANGO
=LUBANGO=

Recurso
RECURSO Nº 1/2023

Pedro Inocente, residente na rua 11 Dr. António Agostinho Neto, Município do


Lubango, portador do BI nº 005603201HA045, emitido pela Direcção Nacional de
Identificação, aos 03 de 04 de 2020, podendo ser contactado pelo terminal telefónico nº
934034141 vem interpor o Recurso Ordinário por Apelação pela sua inconformação
com a sentença proferida pelo despacho do saneador-sentença do Processo Nº 232323-E
da 2ª Secção da Sala Do Civil.

RELATÓRIO
O autor com melhor identificação supra descrita intentou uma ACÇÃO
DECLARATIVA DE CONDENAÇÃO, SOB A FORMA DE PROCESSO
ORDINÁRIO, contra:

SILVINA PRÓDIGA, solteira de 39 anos de idade, residente no Município do Lubango


Huíla, portadora do BI nº 007520141FA049, podendo ser contactada pelo terminal
923567892.
Pedindo que:
1. A Ré seja condenada a restituição de 10.000.000.00 AKz (dez milhões de
kwanzas), por ela recebido.

2. A Ré seja condenada a realizar o pagamento no valor de 700.000.00 AKZ


(setecentos mil kwanzas), resultado da taxa de juro de mora. Se este não for o
entendimento, que seja a Ré condenada a pagar o valor de 500.000.00 AKz
(quinhentos mil kwanzas).

Para sustentar a sua petição, o Autor alega o seguinte:


- Que No pretérito dia 05 de junho de 2022, Silvina Pródiga, celebrou um contrato de
mútuo com Pedro Inocente, o contrato foi celebrado por escritura pública com a entrega
de 10.000.000.00 AKz (dez milhões de kwanza) por parte do Pedro Inocente. Proposta
esta, que foi apresentada pela Silvina, que garantiu ter condições necessárias para restituir
o mesmo valor no prazo acordado;
- Que Pedro Inocente dono de uma oficina de reparação de automóveis, economizava
10.000.000.00 AKz com a pretensão de realizar uma viagem em 03 de fevereiro de 2023
para o exterior com o fito de reabastecer o seu stock. Porém, Comovido com a situação,
Pedro Inocente decidiu celebrar o contrato de mútuo referido chegando a proceder a
transferência no dia 6 de junho de 2022, que por orientação da Ré foi transferido na sua
conta bancária do BAI, como ilustra o comprovativo (AO06 0040….), vide (docs.4,5 ).

- Que passado limite acordado, Silvina não cumpriu com o estipulado na cláusula 3º,
recusando-se a pagar a quantia chegando até a proferir as seguintes palavras: “nem com
o SIC, nem com o SINSE, nem com o IGAE e nem com a INTERPOL não restituirei
nada, aqui é morrer”.

Juntou a procuração forense e 6 documentos.


A acção foi precedida da tentativa de conciliação, porém as partes não lograram acordo.

Mediante a efectuação de despacho, ordenou-se a citação do Réu, sendo notificado


regularmente para contestar, a Ré defendeu-se por impugnação, com os seguintes factos
relevantes:

Por impugnação:
- Que em relação aos articulados 1º, 4º, 5º, 7º e 8º da Petição Inicial, nada a contradizer.
Em contrapartida, debruça que não corresponde totalmente à verdade o revestido nos
articulados 2º, 6º, 9º, 11º, esclarecendo que o disposto no articulado 2º da Petição Inicial,
dos factos apresentados pelo Autor não condiz com a verdade porque em momento algum
a Ré alegou ter condições necessárias para restituir o mesmo valor, pois estava passando
por dificuldades financeiras. Também que o tipo de contrato não procede, pois foi
celebrado por relações de afinidade.

- Que O 9º articulado é paradoxal. Porque o contrato de mutuo é quod constitucionem, e


referido articulado cita o artigo 408º do C.C, referente ao quod effectum. Por outra, que
valor da acção da respetiva Petição Inicial não procede, pois vem desprovido dos juros
legais, e ainda na conclusão do pedido declara a falta de referência ao valor das custas
do processo e dos honorários do Advogado.

- Que articulado 11º acaba por ser contraditório pois o Autor acaba por pedir os juros
de mora através de uma indemnização, isto é, não existe nenhuma indemnização, apenas
juros legais por decorrido o prazo fixado pelas partes.

Juntou a procuração forense e 2 documentos.


O Autor ao ser notificado, veio replicar nos seguintes termos e fundamentos:
- Que o autor pretende fazer valer o seu direito de crédito oriundo do conforme prescreve
o artigo 1142.º do Código Civil. Diante desta, a ré no 3º articulado da sua defesa alegou
improcedência do contrato por estar baseado em relações de afinidade. Todavia, o
contrato de mútuo opera independente da relação existente entre mutuante e o mutuário,
outrossim, o Código Civil não inibe está realização, razão está que o contrato deve
produzir seus efeitos jurídicos.
- Que Ainda no 3º articulado a ré declarou sim, ter condições de restituir os valores dentro
do prazo acordado, e a assinatura no momento da celebração do contrato assume o papel
probatória desta declaração, conforme se depreende no documento 3 apresentado pelo
autor na Petição Inicial. Pois a não restituição dos valores pecuniários conduz ao
enriquecimento sem causa, previsto no artigo 473.º do Código Civil.
- Que a indemnização que se faz referência está intimamente ligada aos juros de mora,
decorrentes do atraso da restituição do capital, nos termos dos art.º 1145.º, 559.º e 806.º
do Código Civil. Por está, o 8º articulado apresentado pela ré torna-se incongruente para
apreciar esta causa.

Proferido o Despacho Saneador-Sentença, a acção foi julgada parcialmente procedente e,


em consequência, a Recorrida foi condenada a restituição dos 10.000.000.00 AKz (dez
milhões de Kwanzas) à Pedro Inocente. E que Pedro inocente condenado a pagar as custas
judiciais.

Diante desta o Autor, está inconformado, e vem por este interpor o presente Recurso
Ordinário por Apelação, com efeito meramente devolutivo. Este que foi admitido
anteriormente mediante o requerimento. Que os fez nos seguintes termos e fundamentos:

1. Entre o Apelante e o Apelado existiu o vínculo, pelo contrato do mútuo celebrado


no dia 05 de junho de 2022.

2. Na P.I e na Réplica há menção de indemnização produzido pelo juros de mora


legais prevista 806.º do Código Civil, o tribunal de 1º instância apesar de ter
verificado esta situação, não houve atendimento sem nenhuma justificação
concreta do Juiz, uma vez que esta mora terá causado prejuízo a empresa do
Apelante;

3. O Juiz está sujeito às alegações das partes no tocante à indagação, interpretação e


aplicação das regras de direito, mas só pode servir-se dos factos articulados pelas
partes;

4. O despacho saneador-sentença não contém assinatura do juiz;

5. O despacho saneador-sentença não cumpre com disposto do artigo 806.º do


Código Civil e viola, o cumprimento das normas do artigo 664.º do Código
Processual Civil, e consequentemente, padecendo de nulidade nos termos da
alínea a) e d) do n.º 1 do art.º 668.º do Código Processual Civil.
Pedido

 Nestes termos, nos mais de direito e com o sempre mui douto suprimento do
Meritíssimo deve o presente recurso ser liminarmente considerada procedente, e pede
o Apelante que:

a) Para além da restituição, seja também a Ré condenada a indemnização de


500.000.00 AKZ (Quinhentos Mil Kwanzas), pelo facto de a mora levar a fraca
produção da empresa de automóvel pelo não abastecimento do stock;

b) Seja considerada nula a sentença proferida pelo juiz do tribunal de comarca por
violação de normas demostradas neste recurso.

Junta: procuração forense


6 documentos

Termos em que
Pede deferimento.

Lubango, aos 25 de abril de 2023.

O Advogado
_________________________
Grupo II-A,

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