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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 8ª VARA

CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA ESTADO DO PARANÁ

(01 LINHA)

Ref. ao Processo nº: 080044.44.8.10.0012

(01 LINHA)

ETHAN MONTEIRO, brasileiro, solteiro, empresário, com Cédula de


Identidade RG sob nº xxx, inscrito no CPF/MF sob nº xxx, residente e
domiciliado na Rua das Acássias, nº 240, Bairro Centro, Curitiba/PR, CEP: xxx,
por sua advogada ao final assinada (procuração em anexo), vem, à presença
de Vossa Excelência, com fundamento no art. 5º, V, da CF c/c art. 335, do CPC
de propor a seguinte:

CONTESTAÇÃO

em face de OTTO BERNARDES, já devidamente qualificado nos autos do


processo em epígrafe, pelas razões de fato e de direito adiante aduzidas.

I – DOS FATOS

O autor é réu na presente ação de cobrança diante de um contrato de


aluguel com prazo de 02 (dois) anos com aluguéis no valor mensal de R$
4.000,00 (quatro mil reais). O autor alega na inicial a existência de um saldo
devedor de 08 (oito) meses de aluguel, totalizando um valor de R$ 32.000,00
(trinta e dois mil reais).

II – DA REALIDADE DOS FATOS

Ocorre que, no decorrer de toda a vigência do contrato mencionado, o


réu sempre foi adimplente com suas obrigações de aluguéis, inclusive naquelas
as quais o autor alega a existência de inadimplência, conforme consta em
anexo todos os comprovantes de pagamento, assim como, entregou ao
locatário o apartamento em perfeitas condições.

III – PRELIMINARMENTE

III.I – DA AUSÊNCIA DE PROCURAÇÃO NA INICIAL

Como é evidente, o autor não anexou em sua exordial, a devida


procuração, que é obrigatória para que exista a postulação em juízo em sede
de representação através de um advogado, assim como reza o art. 287, CPC.
Assim não ocorrendo, e não sendo causa de preclusão, decadência ou
prescrição, bem como, caso de urgência, a inicial será totalmente ineficaz, por
força do art. 104, caput, parágrafo 2º, CPC.
Deve-se, portanto, haver o reconhecimento da preliminar em todos os
seus termos no sentido de se reconhecer a ineficácia dos atos até então
praticados pelo advogado sem procuração, conforme consta na lei.

III.II – DA INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA

Sobre a mesma exordial, vale destacar a questão referente a incorreção


do valor da causa, que diante do art. 337, III, CPC, deve ser alegada pelo réu.

Em mesmo sentido, insta mensurar que em se tratando de ação de


cobrança, o valor da causa será a soma do valor principal devido bem como
reza o art. 292, I, CPC, que no caso em questão, trata-se do valor de R$
32.000,00 (trinta e dois mil reais). Porém, na exordial o autor alegou como valor
da causa o montante de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais).

Ante o exposto, o réu requer de digne-se Vossa Excelência receber a


presente preliminar em todos os seus termos.

IV – DO DIREITO

Inegavelmente é sabido que os alugueis que o réu hora alegou serem


devidos, na verdade não o são, bem como pode-se provar através dos
comprovantes de pagamento. O réu nunca faltou com seu compromisso de
pagar todos os aluguéis em dia, e, portanto, a alegação do autor de que restam
aluguéis vencidos e devidos não merece prosperar.

Ademais o autor se limitou apenas a alegar que os aluguéis estão


devidos, sem existência de sequer uma prova. Não passando apenas de
alegações, temos a incorrência de aplicação do art. 373, I, CPC, onde o
mesmo reza que o ônus da prova incube ao autor, quanto ao fato constitutivo
de seu direito, e, portanto, é indispensável a demonstração de prova cabal para
a existência de débitos vencidos.

Em virtude disto, restam, em sua totalidade, improcedentes os pedidos


presentes na inicial.

IV.I – DA LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ

Bem como devidamente comprovado, a ré naõ deve nenhum valor


mensal de aluguel para o autor, porém o mesmo limita-se apenas a alegar que
o locatário não pagou os aluguéis hora cobrados, não trazendo consigo,
nenhum documento que comprove o mesmo.

Isso, no mais, não passa de mera alegação tentando distorcer a


veracidade dos fatos em suma comprovados na presente contestação,
tratando-se de uma inverdade unicamente com o objetivo de induzir a erro o
judiciário no sentido de condenar o locatário do contrato mencionado a pagar
um valor que NÃO é devido, em sentido retilíneo, faltou o autor com o dever de
probidade e lealdade que aduz o art. 77, CPC.

De resto, demonstrado a improbidade do autor, resta figurar sua atitude


como uma luva com o descrito nos art. 80, CPC e em virtude também do art.
81, CPC o autor deve ser punido por sua atitude no que tange o montante
estipulado no dispositivo legal, que deverá ser calculado corretamente por este
douto juízo.

IV.II – DOS DANOS MORAIS

No ordenamento jurídico pátrio vê-se que o dano moral exige que a


lesão não seja superficial, mas profunda a ponto de ferir a personalidade da
pessoa atingida. Nesse sentido, na defesa da dignidade da pessoa humana é
que este ordenamento jurídico prevê o dever de reparação dos danos.

Verifica-se que a ocorrência do dano moral se deu pelo simples fato de o


autor ter cobrado aluguéis que foram efetivamente pagos, e, portanto, fazer
uma cobrança indevida. O fato de que os alugueis foram devidamente pagos, o
transtorno de se trazer isso para se discutir no âmbito judiciário, sem
necessidade, a alegação de que se deve um valor que não é devido, tudo isso
serve para majorar o quantum da indenização.

Portanto, em virtude da existência do art. 5º, V, da CF/88 c/c art. 186 do


Código Civil, os fatos revelam a conduta reprovável do autor, que violou
flagrantemente os princípios e normas legais que regem as relações
contratuais em nosso País. Desta feita, a reparação dos danos morais é
medida que se impõe.

V – DA RECONVENÇÃO

Nesta litigância, postula-se pela exigência de uma reconvenção, por


rugir do art. 343 do CPC, vez que a defesa se tornou demanda, um ataque, e
neste sentido, torna-se cristalino que alegar a reconvenção é lícito.

Como exaustivamente mencionado nessa resposta, o reconvinte não


deve absolutamente nada ao reconvindo, principalmente em virtude de todos
os adimplementos comprovados neste processo.

O réu, por estar cobrando uma dívida que já foi exaurida se enquadra
perfeitamente no art. 940 do CC, e por ocasião disto ficará obrigado a pagar ao
alegado como devedor o dobro do que houver sido cobrado. No referido caso,
o autor cobrou uma dívida não devida no valor de R$ 32.000,00 (trinta e dois
mil reais).

Todavia, cristalino é o entendimento pela total procedência destes


pedidos hora feitos em sede de contestação c/c reconvenção diante da total
transparência das provas documentadas neste processo, quais sejam, os
comprovantes de pagamento em anexo. Em mesmo sentido, ainda que haja
desistência da ação ou até mesmo causa de extintiva que exclua a apreciação
do seu mérito, pugna-se pelo prosseguimento do presente litígio a título da
reconvenção hora postulada, bem como preceitua o art. 343, parágrafo 2º, do
CPC.

VI – DOS PEDIDOS
Ante o exposto, uma vez demonstrado o interesse da reconvinte, requer-
se:

a) Pelo reconhecimento das PRELIMINARES arguidas;

b) Diante de todo o exposto, CONTESTA-SE todos os termos da


exordial, para que a mesma seja julgada improcedente em sua
totalidade sob pena de enriquecimento ilícito;

c) A condenação do autor ao pagamento de indenização a título de


danos morais sofridos pela ré, a valor a ser estipulado por este douto
juízo;

d) Seja a Reconvenção julgada totalmente procedente no sentido de


condenar o reconvindo ao pagamento do dobro do valor
indevidamente cobrado e já pago pela reconvinte;

e) Que seja o reconvindo condenado ao pagamento das custas


processuais e honorários advocatícios de sucumbência, bem como
preceitua o art. 85, parágrafo 1º, CPC.

Protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas,


especialmente a documental, já devidamente anexada, sob pena de confissão.

Termos em que,

Pede deferimento.

ADVOGADO

OAB/UF Nº XXX

Anexos:

Doc. 1: Comprovante de residência;

Doc. 2: Cópia de RG e CPF;

Doc. 3: Procuração;

Doc. 4: Comprovantes de Pagamento.

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