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Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da 09ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro, Estado do
Rio de Janeiro.

TJRJ CAP CV09 202201063065 17/02/22 18:18:48138034 PROGER-VIRTUAL


Ref.: Autos n.º 0411830-70.2012.8.19.0001

BANCO ITAULEASING S.A., já qualificado nos autos em epígrafe, em que é


Executado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seus advogados, ao final
assinados, apresentar, tempestivamente1, sua IMPUGNAÇÃO aos termos do cumprimento de
sentença requerido por FELIPE DA SILVA MOURA, com fundamento no art. 525, §1º, III, e V, do
CPC, pelos motivos de fato e de direito que a seguir passará a expor.

1. O CONTEXTO EM QUE REQUERIDO O PRESENTE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.

O presente cumprimento de sentença foi promovido pelo Exequente, em razão


do Acórdão proferido pela C. 23ª Câmara Cível do Consumidor [no julgamento da Apelação Cível
n.º 0411830-70.2012.8.19.0001], que confirmou a sentença proferida na demanda de origem,
para condenar o Executado ao pagamento de indenização por danos morais no valor de
R$3.000,00 e na obrigação de fazer consistente: i) na juntada do contrato de leasing através do
qual o Exequente cedeu os direitos de aquisição do bem em favor de Ângelo Abranches do
Nascimento; ii) no registro da referida cessão de direitos junto ao Detran/RJ; e iii) no pagamento

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A r. decisão que determinou a intimação do Executado para pagamento, nos termos do art. 523, do CPC, foi
proferida em 04/11/2021, tendo a intimação sido expedida em 05/11/2021, com leitura pelo Executado em
08/11/2021. Portanto, o início do prazo de 15 dias para pagamento se iniciou em 09/11/2021, encerrando-se em
30/11/2021, a partir do qual se iniciou o prazo para impugnação [art. 525, caput, do CPC], encerrando-se em
22/01/2022 [considerando a suspensão do prazo no período compreendido entre 20/12/2021 s 20/01/2022,
conforme art. 220, do CPC/15].
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de todas as multas e tributos incidentes sobre o bem após a sua tradição ao novo arrendatário.
Em sede de Apelação, foi fixada a multa diária de R$500,00 para a hipótese de eventual
descumprimento da obrigação de fazer pelo ora Executado.

Operado o trânsito em julgado da ação originária, o Exequente moveu a presente


execução tendo por objeto o dano moral e as verbas sucumbenciais fixadas na r. sentença, bem
como as astreintes fixadas em sede de Apelação em caso de descumprimento da obrigação pelo
Executado, as quais já teriam alcançado o montante de R$700.000,00 [setecentos mil reais].

Foi então proferida decisão por esse d. Juízo [fls. 422], determinando a intimação
do Executado para pagamento do débito, nos termos do art. 523, do CPC.

Em atendimento a essa r. decisão, o Executado comparece aos autos para


reconhecer o valor executado a título de danos morais e verbas sucumbenciais, cujo
comprovante de pagamento será acostado aos autos na sequência, bem como oferecer, como
garantia ao valor executado a título de astreintes, Seguro Garantia Judicial, cujo valor segurado,
acrescido de 30%, corresponde a R$1.069.900,00 [conforme cálculos em anexo, que se tratam de
mera atualização da planilha de débito acostada pelo Exequente em fls. 419], nos termos do art.
835, § 2.º, do CPC, objetivando o afastamento da incidência de multa e honorários [arts. 520, §
2.º, c/c 523, § 1.º, do CPC].

Assim, conforme será demonstrado a seguir, no que tange ao valor executado a


título de astreintes, há nos cálculos do Exequente excesso de execução, eis que não observou o
valor da obrigação principal, além de adotar metodologia equivocada para o cálculo do valor
supostamente devido. É o que se verá.

2. PRELIMINARMENTE: A INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO DIANTE DO DESVIRTUAMENTO DO CARÁTER COERCITIVO DAS


ASTREINTES.

Depreende-se que o Exequente moveu a presente execução tendo por objeto as


astreintes fixadas por esse Eg. Tribunal em sede de Apelação, as quais ultrapassam, em muito, o
valor do bem cuja transferência ao novo arrendatário restou determinada na ação de origem,
consistente no veículo GM Astra HB, 2 portas, Advantage, modelo 2004/2005, cujo valor
atualizado na Tabela FIPE é de R$20.939,00, senão vejamos:

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Desse modo, é inequívoco o desvirtuamento do caráter coercitivo das astreintes


fixadas na demanda de origem, haja vista que a execução de seu valor se tornou muito mais
vantajosa ao Exequente do que a própria obrigação, o que ensejaria, inclusive, o seu
enriquecimento ilícito [comportamento vedado pelo ordenamento jurídico, nos termos do art. 884,
do CC/02], uma vez que o valor executado equivale a 33 (trinta e três) veículos do modelo em
discutido na demanda originária.

Desse modo, vislumbra-se que as astreintes executadas no presente feito


deixaram de ser um meio de obtenção do direito perseguido na demanda originária, para se
tornar a condenação principal do Executado, conferindo ao Exequente inequívoco
enriquecimento ilícito e evidenciando o desvirtuamento da função conferida pelo legislador ao
instituto das astreintes.

Diante do exposto, requer-se o reconhecimento por esse d. Juízo da


inexigibilidade das astreintes ora executadas, diante do desvirtuamento do seu caráter
coercitivo, extinguindo-se o feito sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, IV, do
CPC/15.

3. MÉRITO :
3.1. A EXISTÊNCIA DE MEIOS ALTERNATIVOS E EFICAZES PARA O CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO. INTELIGÊNCIA DO ART.
497 DO CPC/15.

A despeito de o título ora executado ser inexigível, conforme demonstrado no


item 2 supra, em demonstração à boa-fé e ao dever de cooperação entre as partes, conforme

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regras dos arts. 5º2 e 6º3 do CPC/15, ressalta o Executado a existência de medidas alternativas
capazes de assegurar o direito perseguido pelo Exequente.

Com efeito, estabelece o art. 497 do CPC/15 que o d. Magistrado determinará as


providências que garantam a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. Nessa
toada, existe a possibilidade da expedição de ofício ao Detran/RJ, a fim de que, por meio de
determinação judicial, a Autarquia proceda com a imediata transferência do veículo ao novo
arrendatário, Sr. Ângelo Abranches do Nascimento.

Veja-se que tal medida se constitui de meio menos gravoso ao Executado,


atendendo ao disposto no art. 8054 da legislação processual. Além do mais, trata-se de solução
já adotada por esse Eg. Tribunal em casos semelhantes, senão vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. COMPRA E VENDA DE AUTOMÓVEL USADO POR


MEIO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL. ATRASO NA TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE APÓS
QUITAÇÃO DO CONTRATO E CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES LEGAIS IMPOSTAS AO
ARRENDATÁRIO. NEGÓCIO REALIZADO COM VEÍCULO EM NOME DE TERCEIROS. FALHA NA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DA AGÊNCIA DE AUTOMÓVEIS E DA FINANCEIRA. NÃO DEMONSTRAÇÃO
DE CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL RECONHECIDA. DANOS
MORAIS CONFIGURADOS. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO AO DETRAN PARA TRANSFERÊNCIA DE
PROPRIEDADE DO VEÍCULO DESCRITO NA INICIAL EM FAVOR DO AUTOR, ASSEGURANDO-LHE O
RESULTADO PRÁTICO EQUIVALENTE ÀS OBRIGAÇÕES IMPOSTAS PELO JULGADO QUE ORA SE
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CONFIRMA. PROVIMENTO PARCIAL DA APELAÇÃO.

Assim, diante da existência de medidas alternativas hábeis a assegurar a


satisfação da obrigação, requer-se o acolhimento do pedido por esse d. Juízo, determinando-se a
expedição de ofício ao Detran/RJ, a fim de que a Autarquia proceda com a imediata transferência
do bem ao novo arrendatário, Sr. Ângelo Abranches do Nascimento, CPF nº 042.739.167-97,
extinguindo-se o feito nos termos do art. 924, II, do CPC/15.

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Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
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Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão
de mérito justa e efetiva.
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Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo
menos gravoso para o executado.
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TJRJ. 01ª Câmara Cível. Apelação Cível nº 0004724-07.2013.8.19.0028. Rel. Des. Custódio de Barros Tostes. DJu
04/09/2018.
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3.2. EXCESSO DE EXECUÇÃO DIANTE DA DESPROPORCIONALIDADE ENTRE O VALOR DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E AS


ASTREINTES ORA EXECUTADAS. INTELIGÊNCIA DO ART. 537 DO CPC/15.

Acaso superadas as matérias antes arguidas, o que se diz apenas para


argumentar, vislumbra-se a existência de excesso na execução promovida pelo Exequente, haja
vista que, conforme já ressaltado, o valor executado a título de astreintes supera em mais de 33
(trinta e três) vezes o valor da obrigação principal, consistente na transferência de titularidade do
veículo GM/Astra, modelo 2005, no valor atual de R$20.939,00, conforme Tabela Fipe.

Sob esse viés, depreende-se que o excesso de execução consta no rol das
matérias arguíveis em sede de impugnação ao cumprimento de sentença, nos termos do art.
525, §1º, V, do CPC/15. Nessa toada, o art. 537 do referido diploma legal preceitua que a multa
deverá ser suficiente e compatível com a obrigação, sendo possível a sua modificação, de ofício
ou a requerimento, caso se verifique que o valor se tornou excessivo, com fulcro no §1º, I, do
referido dispositivo.

Frise-se que esse Eg. Tribunal possui entendimento no sentido de que a multa
cominatória deve ser compatível com a obrigação principal, senão vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DO CONSUMIDOR. DEFERIMENTO DE TUTELA DE URGÊNCIA.


PARCELAS DE EMPRÉSTIMOS DESCONTADAS EM FOLHA DE PAGAMENTO E NA CONTA CORRENTE
DA PARTE AUTORA, BENEFICIÁRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. PRETENSÃO DE LIMITAÇÃO DA
TOTALIDADE DOS DESCONTOS A 30% DOS RENDIMENTOS. DESCONTOS QUE ATINGEM CERCA DE
60% DOS GANHOS MENSAIS. DECISÃO QUE SE REFORMA EM PARTE. EM SE TRATANDO DE
BENEFICIÁRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, DEVE SER APLICADO O ARTIGO 6º, §5º, I E II, DA LEI Nº
10.820/2003, OBSERVADA A ALTERAÇÃO PROMOVIDA PELA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.006/20,
POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI Nº 14.131/21. DESCONTOS QUE DEVEM SER LIMITADOS
AO PERCENTUAL DE 40% DO VALOR DO BENEFÍCIO (SENDO 5% DESTINADOS EXCLUSIVAMENTE
PARA AMORTIZAÇÃO DE DESPESAS CONTRAÍDAS POR MEIO DE CARTÃO DE CRÉDITO) ATÉ
31/12/2021 E 35 % APÓS A MENCIONADA DATA. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA QUE, MESMO APÓS
TER CIÊNCIA DE QUE NÃO MAIS HAVIA MARGEM CONSIGNÁVEL, INSISTIU EM CONCEDER
EMPRÉSTIMO À PARTE AUTORA, DEVENDO, PORTANTO, AGUARDAR A EXISTÊNCIA DE MARGEM
CONSIGNÁVEL PARA PROCEDER AO DESCONTO DOS VALORES A QUE FAZ JUS, OBSERVADA A
ANTERIORIDADE DAS AVENÇAS CELEBRADAS JUNTO A OUTRAS INSTITUIÇÕES. IRRESIGNAÇÃO DO
RECORRENTE NO QUE TANGE À FIXAÇÃO E AO MONTANTE DAS ASTREINTES COMINADAS PARA
FINS DE CUMPRIMENTO DA MEDIDA QUE NÃO MERECE PROSPERAR. O VALOR DA MULTA DEVE
GUARDAR RELAÇÃO COM A OBRIGAÇÃO PRINCIPAL, SEM PREJUÍZO DO SEU CARÁTER COERCITIVO.
MULTA DIÁRIA DE R$200,00 (DUZENTOS REAIS), POR CADA DESCONTO REALIZADO, ATÉ O LIMITE DE
R$ 5.000,00 (CINCO MIL REAIS) QUE SE MOSTRA CONSENTÂNEO COM OS PRINCÍPIOS DA
PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE, BEM COMO COMPATÍVEL COM A OBRIGAÇÃO E

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SUFICIENTE PARA EXERCER SEU CARÁTER COERCITIVO. RECURSO A QUE SE DÁ PARCIAL


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PROVIMENTO..

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA.


DECISÃO DE CONCESSÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA PARA QUE A RÉ SE ABSTENHA DE SUSPENDER
E, SE ASSIM JÁ O FEZ, RESTABELEÇA O FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA, SOB PENA DE
BLOQUEIO DE SUAS CONTAS BANCÁRIAS NO VALOR DE R$ 100.000,00 (CEM MIL REAIS).
IRRESIGNAÇÃO QUE SE VOLTA APENAS CONTRA O QUANTUM DA PENALIDADE. 1. O montante de
R$ 100.000,00 (cem mil reais) se mostra exagerado e incompatível com a obrigação, não estando
condizente com as circunstâncias e peculiaridades do caso concreto. 2. A limitação das astreintes
ao valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) se afigura razoável e proporcional para o caso de
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descumprimento. 3. Provimento do recurso.

Nada obstante, em caso similar ao presente, esse Eg. Tribunal já decidiu por
limitar a multa cominatória até ao valor do veículo, a ser aferido pela Tabela Fipe. Veja-se:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA DE URGÊNCIA. MULTA. Decisão agravada deferiu


parcialmente pedido de tutela de urgência pra determinar que o réu entregue à autora, em 30
(trinta) dias, a documentação do veículo com baixa de gravame, sob pena de multa diária no valor
de R$100,00 (cem reais). Sustenta o Agravante que as obrigações já foram cumpridas, impondo-
se a revogação da multa ou sua limitação. Irresignação se limita à multa diária fixada em R$100,00
(cem reais). Conforme entendimento da Corte Superior o juiz pode de ofício ou a requerimento da
parte fixar as denominadas astreintes, ainda que contra a Fazenda Pública, com o fim de forçar o
adimplemento de obrigação de fazer. Todavia, os limites da coerção devem atender aos princípios
da razoabilidade e proporcionalidade, até mesmo porque entendimento diverso implicaria no
possível enriquecimento sem causa do Autor, vedado pelo direito pátrio, de acordo com o art. 884,
Código Civil. Deve ser mantida a multa cominatória e seu valor, que é adequado, pois atende aos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade e em consonância com os parâmetros desta Corte.
No entanto, o recurso, deve ser provido parcialmente para fixar limite para a multa no valor de
R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais), que equivale aproximadamente ao valor do veículo segundo a
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Tabela FIPE. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO.

Logo, uma vez que na situação dos autos o valor das astreintes se revela
absolutamente desarrazoado e desproporcional, seu redimensionamento por esse d. Juízo é
medida que se impõe, em atendimento ao disposto no art. 8.º, do CPC/15.

Veja-se que à época em que assinado o instrumento de cessão de direitos do


contrato de leasing firmado pelo Exequente [29/12/2010 – fls. 155], o valor do veículo conforme
Tabela Fipe era de R$25.115,00:

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0050888-36.2021.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a). FERNANDO FERNANDY FERNANDES -
Julgamento: 06/12/2021 - DÉCIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
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0030443-94.2021.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a). JACQUELINE LIMA MONTENEGRO - Julgamento:
11/11/2021 - VIGÉSIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL
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0065609-27.2020.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a). TERESA DE ANDRADE CASTRO NEVES -
Julgamento: 24/02/2021 - SEXTA CÂMARA CÍVEL
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Assim, visando à restringir as astreintes à sua função coercitiva, a fim de vedar o


enriquecimento sem causa pelo Exequente (art. 884, do CC/02), requer-se sua redução, a fim de
que sejam limitadas ao valor do veículo objeto da obrigação principal, nos parâmetros da Tabela
FIPE à época em que cedido pelo Exequente os direitos de aquisição do veículo [R$25.115,00 –
dezembro/2010], conforme entendimento jurisprudencial desse Eg. Tribunal.

3.3. EXCESSO DE EXECUÇÃO DIANTE DO CÔMPUTO DO PERÍODO DO ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO EM


DIAS CORRIDOS. CONTRARIEDADE AO ENTENDIMENTO DO EG. STJ.

O excesso de execução no presente caso se faz presente ainda sob outra


perspectiva, eis que o Exequente considerou no cálculo do período de incidência da multa fixada
no v. Acórdão, a quantidade de dias corridos entre o término do prazo de 30 dias fixado no v.
Acórdão após a publicação do decisum para o início da incidência das astreintes [10/08/2017], e
a data em que requerida a presente execução [10/06/2021], concluindo pelo transcurso de
1.400 dias corridos entre as mencionadas datas. Veja-se:

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Com efeito, ao se calcular a quantidade de dias corridos no período


compreendido entre 10/08/2017 e 10/06/2021, chega-se ao resultado de 1.400 dias, senão
vejamos9:

Ocorre que o entendimento do Eg. Superior Tribunal de Justiça é no sentido de


que a contagem do prazo para o cumprimento de obrigação de fazer possui natureza processual,
submetendo-se, por conseguinte, à regra do art. 21910, caput, e parágrafo único, do CPC/15, o
qual dispõe que os prazos processuais serão contados em dias úteis. Veja-se:

Ainda que a prestação de fazer seja ato a ser praticado pela parte, não se pode desconsiderar a
natureza processual do prazo judicial fixado para o cumprimento da sentença, o que atrai a
incidência da regra contida no art. 219 do CPC [...] Tratando-se de instrumento de coerção para a
efetividade da tutela jurisdicional, a incidência da multa cominatória é consectário lógico do
descumprimento da ordem judicial, não se confundindo com a postulação de direito material

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Cálculo efetuado através da calculadora disponibilizada no site https://clubedospoupadores.com/calculadora-dias-
uteis
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Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.
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apresentada em juízo. Nesse contexto, o cômputo do prazo estipulado em dias para a prática das
prestações de fazer não destoa do regime legal previsto para os demais prazos processuais,
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devendo-se considerar os dias úteis, consoante disposto no art. 219 do CPC.

Nesse sentido também é o entendimento recente desse Eg. Tribunal, senão


vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. MULTA


COMINATÓRIA. CONTAGEM DE PRAZO. DIAS ÚTEIS. 1. Sentença que consolidou a antecipação de
tutela para que fosse reestabelecido o benefício previdenciário da parte autora, em 10 dias, sob
pena de multa diária de R$ 100,00 limitada a R$ 5.000,00. 2. Impugnação ao cumprimento de
sentença, que visava executar a multa de R$ 5.000,00, alegando que o prazo para cumprimento da
obrigação deve ser contado em dias úteis, e não corridos. 3. Recurso interposto contra decisão que
manteve a execução no valor de R$ 5.000,00, considerando que o prazo deve ser contado em dias
corridos. 4. O Superior Tribunal de Justiça já firmou entendimento no sentido de que a contagem dos
prazos para o cumprimento das obrigações de fazer constantes de título judicial deve ser feita em
dias úteis, na forma do art. 219 do Código de Processo Civil. 5. Conhecimento e provimento do
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recurso.

Desse modo, depreende-se que restou fixado no v. Acórdão que a incidência da


multa cominatória no valor diário de R$500,00 iniciaria apenas após decorrido 30 dias da
publicação do decisum, tendo ocorrido a publicação em 11/07/2017, senão vejamos:

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2ª Turma. REsp nº 1778885/DF. Rel. Min. Og Fernandes. DJe 21/06/2021
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0061037-91.2021.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a). JDS RICARDO ALBERTO PEREIRA - Julgamento:
01/12/2021 - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL
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Assim, denota-se que foi concedido ao Executado o prazo de 30 dias para o


cumprimento da obrigação, findo o qual, passaria a incidir a multa cominatória de R$500,00 por
dia de descumprimento. Diante disso, considerando que o entendimento do Eg. STJ e desse Eg.
Tribunal é no sentido de que o prazo para o cumprimento de obrigação de fazer deve ser
contado em dias úteis, depreende-se que o prazo de 30 dias concedido ao Executado se findou
apenas em 21/08/2017, com incidência de multa a partir de 22/08/2017, haja vista que a
publicação do v. Acórdão ocorreu em 11/07/2017:

Portanto, ao se considerar tão somente os dias úteis compreendidos entre as


datas de 22/08/2017 e 10/06/2021, têm-se 952 dias úteis, conforme tabela colacionada abaixo,
resultando no valor de R$476.000,00 [quatrocentos e setenta e seis mil reais] a título de
astreintes [952 x R$500,00], o que evidencia o excesso de execução no presente cumprimento
de sentença, cujo valor executado é de R$700.000,00:

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Assim, com fulcro no art. 525, §1º, V, do CPC/15, requer-se seja reconhecido o
excesso de execução no presente feito, a fim de que sejam considerados apenas os dias úteis no
cômputo do prazo de cumprimento da obrigação de fazer determinada nos autos de origem, nos
termos do art. 219 do CPC/15, e conforme entendimento jurisprudencial do Eg. STJ, o que
resulta em um excesso de execução de R$ 224.000,00 (duzentos e vinte e quatro mil reais).

4. A NECESSIDADE DE CONCESSÃO DO EFEITO SUSPENSIVO.

O art. 525, §6.º 13 , do CPC, possibilita a concessão de efeito suspensivo à


impugnação ao cumprimento de sentença, desde que presentes os seguintes requisitos: (a)
garantia do juízo, (b) fundamentos relevantes e, (c) manifesta possibilidade de grave dano de
difícil ou incerta reparação ao executado, os quais se encontram presentes in casu, como se
passa a demonstrar.

Inicialmente, necessário ressaltar que o Executado já efetuou a garantia do juízo,


por meio de seguro garantia, nos termos da Apólice de Seguro n.º
02852.2022.0001.0775.0002478, emitida por AXA Seguros S.A, cuja importância segurada perfaz
R$1.069.900,00 (um milhão, sessenta e nove mil e novecentos reais).

No que tange à relevância dos fundamentos, restou demonstrado o


desvirtuamento do caráter coercitivo da multa cominatória fixada na origem, uma vez que

13 o
§ 6 A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação,
podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito
suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da
execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
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supera em muito o valor da obrigação principal, tornando-se muito mais vantajosa ao Exequente
do que a própria obrigação.

Além disso, é evidente o excesso de execução praticado pelo Exequente, eis que:
(i) as astreintes ora em execução superam em mais de 33 (trinta e três) vezes o valor da
obrigação principal [veículo GM/Astra, modelo 2005]; (ii) foram calculadas em dias corridos,
quando deveriam ser em dias úteis, resultando em um excesso de execução de R$224.000,00
(duzentos e vinte e quatro mil reais).

Por fim, deve-se considerar, no presente caso, que o perigo de lesão séria é
evidente. A não concessão de efeito suspensivo à presente impugnação, causará sérios prejuízos
ao Executado, consubstanciado na constrição de seus bens em razão da execução de título
inexigível, e em valor flagrantemente excessivo, o que não pode ser admitido, antes de
analisadas as matérias arguidas nesta impugnação.

Veja-se que o Exequente é pessoa física, sendo que, em caso de procedência da


impugnação, eventual excussão de bens inviabilizará a execução inversa, ainda mais em se
tratando de valor tão expressivo como o que está em discussão. Não é demais ressaltar, ainda,
que o veículo objeto da obrigação principal não se encontra mais em posse do Exequente, mas
em posse do novo arrendatário, Sr. Ângelo Abranches do Nascimento.

Disso se denota que, caso não seja concedido o efeito suspensivo aqui
perseguido, nenhum resultado prático haverá ao Executado com o julgamento desta
impugnação. Não é demais lembrar que o Executado é instituição financeira sólida, solvente,
que terá perfeitas condições de arcar com o valor da dívida que restar apurada in casu, já
estando garantido o juízo com seguro-garantia.

Portanto, resta devidamente comprovada a existência concomitante dos


requisitos do art. 525, § 6º, do CPC, que autorizam a concessão do efeito suspensivo em sede de
impugnação ao cumprimento de sentença, a fim de se evitar o evidente dano processual
decorrente da apreciação das questões ora abordadas em momento posterior.

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5. A NECESSIDADE DE ACEITAÇÃO DO SEGURO-GARANTIA PRESTADO NOS AUTOS.

Como destacado, o Executado já ofertou a este d. Juízo seguro-garantia para


evitar a incidência de multa e a fixação de honorários advocatícios [art. 520, §§ 2.º e 3.º, do
CPC], bem como a fim de que lhe seja concedido o efeito suspensivo a esta impugnação.

Frise-se que a garantia realizada através de tal modalidade é plenamente cabível,


sendo inclusive equiparada ao dinheiro pelo CPC/15, nos termos do §2.º, do art. 83514, já que
acrescido ao montante nominal o percentual de 30% (trinta por cento). Nesse sentido já se
pronunciou o Eg. STJ15:

“RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.


SEGURO-GARANTIA JUDICIAL. INDICAÇÃO. POSSIBILIDADE. EQUIPARAÇÃO A DINHEIRO. PRINCÍPIO
DA MENOR ONEROSIDADE PARA O DEVEDOR E PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFICÁCIA DA EXECUÇÃO
PARA O CREDOR. COMPATIBILIZAÇÃO. PROTEÇÃO ÀS DUAS PARTES DO PROCESSO.
1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de
2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ).
2. O § 2º do art. 835 do CPC/2015, para fins de substituição da penhora, equiparou a dinheiro a
fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante
da inicial, acrescido de trinta por cento.
3. Em que pese a lei se referir a "substituição", que pressupõe a anterior penhora de outro bem, o
seguro-garantia judicial produz os mesmos efeitos jurídicos que o dinheiro, seja para fins de garantir
o juízo, seja para possibilitar a substituição de outro bem objeto de anterior penhora, não podendo o
exequente rejeitar a indicação, salvo por insuficiência, defeito formal ou inidoneidade da
salvaguarda oferecida.
4. O seguro-garantia judicial, espécie de seguro de danos, garante o pagamento de valor
correspondente aos depósitos judiciais que o tomador (potencial devedor) necessite realizar no
trâmite de processos judiciais, incluídas multas e indenizações. A cobertura terá efeito depois de
transitada em julgado a decisão ou o acordo judicial favorável ao segurado (potencial credor de
obrigação pecuniária sub judice) e sua vigência deverá vigorar até a extinção das obrigações do
tomador (Circular SUSEP nº 477/2013).
5. No cumprimento de sentença, a fiança bancária e o seguro-garantia judicial são as opções mais
eficientes sob o prisma da análise econômica do direito, visto que reduzem os efeitos prejudiciais da
penhora ao desonerar os ativos de sociedades empresárias submetidas ao processo de execução,
além de assegurar, com eficiência equiparada ao dinheiro, que o exequente receberá a soma
pretendida quando obter êxito ao final da demanda.
6. Por serem automaticamente conversíveis em dinheiro ao final do feito executivo, a fiança bancária
e o seguro-garantia judicial acarretam a harmonização entre o princípio da máxima eficácia da
execução para o credor e o princípio da menor onerosidade para o executado, a aprimorar
consideravelmente as bases do sistema de penhora judicial e a ordem de gradação legal de bens
penhoráveis, conferindo maior proporcionalidade aos meios de satisfação do crédito ao exequente.

14
Art. 835, §2º Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia
judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
15
REsp 1838837/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ Acórdão Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 12/05/2020, DJe 21/05/2020.
13
444

(...).” (g.n.)

Ora, em que pese a expressa equiparação legal do seguro garantia judicial ao


dinheiro, o qual possui preferência na ordem de penhora, é certo, ainda, que a gradação legal
das garantias do Juízo da execução, estabelecida no art. 835, do CPC, deve ser obedecida, mas
não de forma rígida, sem atender às circunstâncias do caso concreto, conciliando o princípio da
necessidade de satisfação do crédito com o princípio da menor onerosidade para o devedor.

Ainda mais: o seguro-garantia judicial goza de liquidez em razão da garantia que


representa, não havendo nenhum interesse prático em sua substituição por depósito em
dinheiro, uma vez que os valores ficarão retidos até o julgamento final da impugnação, tratando-
se, portanto, de garantias que, na prática, produzirão efeitos idênticos. Desse modo, não há
óbice em sua aceitação por esse d. Juízo.

Portanto, reitera-se requerimento anteriormente formulado pelo Executado para


aceitação da garantia prestada, eis que idônea e formalizada em atendimento aos requisitos
legais, sendo esta a melhor opção para o caso dos autos, já que a simples indisponibilidade do
montante ora perseguido, com eventual bloqueio via Sisbajud, já é capaz de causar danos ao
Executado, afetando negativamente suas atividades como instituição financeira.

6. DO CUMPRIMENTO PARCIAL DA OBRIGAÇÃO DE FAZER PELO BANCO EXECUTADO

Por fim, importa ressaltar que, das obrigações determinadas por esse d. Juízo ao
Banco Executado, confirmadas por esse Eg. TJRJ em sede de apelação, essa instituição financeira
já promoveu o cumprimento parcial das obrigações.

Com efeito, em decisão de fls. 94-96, esse d. Juizo determinou ao Banco


Executado i) a juntada da cópia do contrato de leasing, através do qual o Exequente cedeu seus
direitos de aquisição do veículo GM/Astra à Angelo Abranches do Nascimento; ii) o registro no
Detran/RJ do instrumento de cessão de direitos, a fim de promover a transferência do veículo ao
novo arrendatário; iii) o pagamento de todas as multas e tributos incidentes sobre o veículo,
desde que cometidas após a tradição do bem ao novo arrendatário.

Assim, no que tange à juntada da cópia do instrumento de cessão de direitos do


contrato de arrendamento mercantil, o Banco Executado promoveu a sua juntada em
14
445

16/03/2015, nas fls. 153-155 dos presentes autos [e que se acosta novamente com a presente
impugnação].

No que concerne ao pagamento das infrações de trânsito e dos tributos


incidentes sobre o bem, ocorridas após a tradição do veículo ao novo arrendatário, o Executado
anexa à presente impugnação os comprovantes de pagamento dos referidos débitos, dando
conta da sua quitação.

Por fim, quanto à obrigação de fazer consistente no registro do instrumento de


cessão de direitos no Detran/RJ, o Executado informa que está diligenciando junto à Autarquia
pela conclusão do processo, de forma que o lapso temporal decorrido se dá em razão do grande
volume de trabalho da referida Autarquia e de seus fluxos internos. Desse modo, justifica-se o
requerimento formulado no tópico 3.1 supra, no qual se apresentou pedido de expedição de
ofício ao Detran/RJ a fim de que a Autarquia promova a imediata transferência do veículo ao
novo arrendatário, por se tratar de medida absolutamente mais célere para a satisfação da
obrigação.

Assim, requer-se a declaração por esse d. Juízo reconhecendo o cumprimento


parcial da obrigação pelo ora Executado, com o acolhimento do pedido de expedição de ofício
ao Detran/RJ, a fim de que a Autarquia promova a imediata transferência do veículo ao novo
arrendatário, por se tratar de medida mais célere para o cumprimento integral das obrigações
determinadas no presente feito.

7. CONCLUSÃO.

Pelo exposto, requer:

a) o recebimento da presente Impugnação no efeito suspensivo, nos termos do


art. 525, §6.º, do CPC;

b) seja acolhida a presente impugnação para declarar inexigível o cumprimento


de sentença, diante do manifesto desvirtuamento do caráter coercitivo das astreintes ora em
execução, devendo o feito ser extinto nos termos do art. 485, IV e VI, do CPC;

15
446

c) sucessivamente, seja acolhida a presente impugnação para se acolher o pedido


de expedição de ofício ao Detran/RJ, a fim de que a Autarquia proceda com a imediata
transferência do veículo ao novo arrendatário, Sr. Ângelo Abranches do Nascimento, CPF nº
042.739.167-97, por se tratar de medida alternativa e eficaz para a satisfação da obrigação, nos
termos do art. 497 do CPC/15;

d) sucessivamente, seja acolhida a presente impugnação para se reconhecer o


excesso de execução apurado na execução das astreintes fixadas nos autos de origem,
determinando-se a sua limitação ao valor equivalente do veículo objeto da obrigação principal,
conforme a Tabela Fipe, à época em que firmado o instrumento de cessão do contrato de
arrendamento do veículo [dezembro/2010].

e) ainda sucessivamente, seja acolhida a presente impugnação para se


reconhecer o excesso de execução no valor de R$224.000,00 (duzentos e vinte e quatro mil
reais), ante a necessidade de cômputo das astreintes em dias úteis, à luz do art. 219, do CPC/15,
e do entendimento do Eg. STJ e desse Eg. Tribunal;

f) condenar, a partir das razões aqui expostas, o Exequente ao pagamento das


custas e honorários advocatícios, redistribuindo-se os ônus sucumbenciais fixados no
cumprimento de sentença.

Protesta pela produção de todos os meios de prova em direito admitidas.

No mais, informa que de ora em diante, a representação processual do ITAÚ


nestes autos se fará por meio dos seguintes procuradores: LUIZ RODRIGUES WAMBIER, advogado
inscrito na OAB/PR 7.295, OAB/DF 38.828, OAB/MA 15.265-A, OAB/MT 14.469/A, OAB/PE
43.605, OAB/RJ 181.232, OAB/RS 66.123-A, OAB/SC 23.516 e OAB/SP 291.479, PATRICIA
YAMASAKI, advogada inscrita na OAB/PR 34.143, MAURI MARCELO BEVERVANÇO JÚNIOR,
advogado inscrito na OAB/PR 42.277, OAB/ES 30.709, OAB/MG 190.794, OAB/MT 24.197/A,
OAB/MS 22.495/A, OAB/RJ 219.091, OAB/RS 115.852A, OAB/SC 46.689, OAB/SP 360.037 e
OAB/TO 9939-A, ARTHUR MENDES LOBO, advogado inscrito na OAB/PR 46.828 e OAB/SP
436.690, todos integrantes da sociedade Wambier, Yamasaki, Bevervanço & Lobo Advogados,
pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º 08.433.081/0001-25, com contrato
social registrado na OAB/PR sob o n.º 2049, tendo sua sede em Curitiba/PR, à Rua Mariano

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Torres, n.º 729, Centro, CEP 80060


80060-120,
120, telefones (41) 3026
3026-9090, e-mail
processo@wambier.com.br.

Diante do exposto no p
parágrafo
arágrafo anterior, a parte requer: (i) a juntada de
procuração e substabelecimento; (ii) a exclusão dos antigos procuradores do cadastro processual
e a inserção dos nomes dos novos procuradores
procuradores.

Por fim, requerem que todas as intimações e publicações sejam


seja feitas
conjuntamente em nome da Sociedade Wambier, Yamasaki, Bevervanço & Lobo Advogados,
registrada junto a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraná sob nº. 2.049, e dos
advogados Luiz Rodrigues Wambier (OAB/RJ 181.232), Mauri Marcelo Bevervanço Junior (OAB/RJ
219.091), sob pena de nulidade.

Pede deferimento.
Rio de Janeiro
Janeiro, 17 de fevereiro de 2022.

LUIZ RODRIGUES WAMBIER MAURI MARCELO BEVERVANÇO JR.


OAB/RJ 181.232 OAB/RJ 219.091

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