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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 10ª
VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS DO CONSUMIDOR (VESPERTINO)
DA COMARCA DE SALVADOR/BA.

Processo nº 0126449-82.2023.8.05.0001.

INDÚSTRIA DE CERÂMICA FRAGNANI LTDA., pessoa jurídica


de direito privado, devidamente inscrita no CNPJ/MF. sob nº 47.333.539/0001-26,
estabelecida na Cidade e Comarca de Cordeiropolis, Estado de Sao Paulo, na Estrada
do Barro Preto, s/nº Bairro do Barro Preto, CEP 13491-400 e INCENOR INDÚSTRIA
CERÂMICA DO NORDESTE LTDA., pessoa jurídica de direito privado, devidamente
inscrita no CNPJ/MF. sob nº 04.496.698/0001-39, estabelecida na Cidade e Comarca
de Dias D´Ávila, Estado da Bahia, na Rodovia BÁ 093, km 15 a 17, s/nº CEP 42850-
000,, devidamente citada dos termos da presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR
DANOS MATERIAIS E MORAIS, processo epigrafado, ajuizado por LÚCIA
D’ASSUNÇÃO COUTINHO, la igualmente qualificada, em tramite perante esse
Egregio Juízo de Direito e respectiva Serventia de Justiça, por seus advogados e
bastante procuradores que esta subscrevem, conforme poderes expressos
outorgados no instrumento procuratorio e substabelecimento anexos a presente,
respeitosamente vem a presença de Vossa Excelencia para, com fulcro no artigo 335
e seguintes do Codigo de Processo Civil c.c. artigo 12-Á da Lei 9.099/1.995, oferecer
sua CONTESTAÇÃO aos termos da açao proposta, fazendo-o pelas razoes e
fundamentos de direito a seguir aduzidos:

Inicialmente, impugnam-se os documentos juntados com a


inicial, pois tratam-se de documentos unilaterais, de modo que não ser
prestam a provar o quanto narrado pela Autora.

I - BREVE SÍNTESE DAS ALEGAÇÕES AUTORAIS:

Assinado eletronicamente por: OSCAR LUIS BISSON;


Código de validação do documento: 91092a54 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
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Em apertada síntese, relata a Áutora da lide que no dia
25/02/2022, adquiriu 44,64 m² de piso 33x50 tipo revestimento ceramico
RVI62060 Á, produzido pela Requerida INCENOR, desembolsando a quantia de R$
1.778,60 (um mil, setecentos e setenta e oito reais e sessenta centavos), REJ
TECNOJUNTÁ CZ CL KG no valor de R$ 25,90 (vinte e cinco reais e noventa centavos),
e TINTÁ LÁTEX PVÁ CORIDEÁL BCO NEVE no valor de R$ 49,99 (quarenta e nove
reais e noventa e novo centavos), conforme nota fiscal anexada a exordial.

Álega a Áutora que contratou mao de obra desembolsando a


quantia de R$ 880,00 (oitocentos e oitenta reais), conforme recibo anexo a exordial
e que apos a instalaçao do revestimento percebeu que diversas ceramicas
apresentavam manchas, conforme fotografias juntadas.

Constatada as manchas, a Áutora imediatamente enviou


reclamaçao as Requeridas, que foi registrada sob o nº 0214/22, sendo certo que apos
alguns dias recebeu relatorio tecnico de lavra de Joao Castral Junior, concluindo que
as manchas foram causadas por um fenomeno denominado eflorescencia, eximindo
a responsabilidade da Requerida pelos supostos danos experimentados pela Áutora.

Á Áutora nao concordou com o resultado do relatorio tecnico,


sob o argumento de que se trata de um documento generico e inconclusivo,
confirmando a pratica abusiva e ma-fe na resoluçao do problema por parte da
fabricante, que se furta de sua obrigaçao legal e atenta contra a dignidade dos
consumidores.

Com isso, a Áutora pleiteia a condenaçao das Requeridas no


pagamento de danos materiais no valor de R$ 2.982,85 (dois mil, novecentos e
oitenta e dois reais e oitenta e cinco centavos), obrigaçao de substituir o produto
defeituoso responsabilizando-se pelos gastos relativos a mao de obra, bem como a
quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a título de danos morais.

Entretanto, Excelencia, em que pese todo o esforço da Áutora,


os argumentos faticos e jurídicos esposados na peça exordial revelam-se
flagrantemente frageis e inconsistentes, que ensejam no indeferimento da presente
açao, haja vista que a materia por ela ventilada nao pode ser acolhida, como sera
demonstrado adiante, ensejando sem duvida o decreto da improcedencia da

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Código de validação do documento: 91092a54 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
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presente açao, merecendo, inclusive, as reprimendas de nosso Estatuto Processual.
Senao vejamos:

II – PRIMEIRAMENTE.
a) DA CARÊNCIA DA AÇÃO - DA ILEGITIMIDADE PASSIVA DA
REQUERIDA INDÚSTRIA DE CERÂMICA FRAGNANI LTDA.

E patente a ilegitimidade passiva ad causam da empresa


INDÚSTRIA DE CERÂMICA FRAGNANI LTDA para figurar no polo passivo da
presente demanda.

Á melhor definiçao para legitimidade e a coincidencia entre as


partes que figuram na relaçao processual e aquelas que figuram na relaçao material;
no caso, e cristalina a ausencia de correspondencia entre as partes deste processo e
as partes contratantes.

Ora, na propria inicial ja se percebe que os pisos adquiridos sao


da marca INCENOR e nao INCEFRA (FRAGNANI), sem contar que analisando a nota
fiscal de fls. 15, demonstram que os pisos foram adquiridos da fabricante INCENOR.
Portanto, ha relaçao jurídica material somente entre a Áutora e a empresa INCENOR.

Tratam-se de duas empresas com personalidade jurídicas


distintas, mantendo suas sedes em Estados diferentes, pois a INCENOR esta
localizada no Estado da Bahia e a INCEFRA (FRAGNANI), por sua vez, localiza-se no
Estado de Sao Paulo, sendo certo que cada empresa possui CNPJ proprio que denota
sua autonomia patrimonial, jurídica e administrativa.

Conforme restou demonstrado e de acordo com todos os


documentos juntados, vemos que a Áutora adquiriu pisos da marca INCENOR,
empresa distinta da INCEFRA (FRAGNANI), a qual nao possui legitimidade para
figurar no polo passivo da demanda, cabendo ainda citar que nenhuma identidade
existe entre as empresas, que possuem personalidade jurídicas distintas, CNPJ
proprio que denota autonomia patrimonial, jurídica e administrativa, restando, pois,
incontroversa a ilegitimidade de parte da INDÚSTRIA DE CERÂMICA FRAGNANI
LTDA para figurar no polo passivo do presente feito.

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Ora Excelencia, observa-se que as empresas INCENOR e
INCEFRA (FRAGNANI) possuem Contrato Social proprios e distintos,
representando empresas absolutamente distintas de inscriçao no Cadastro Nacional
de Pessoa Jurídica – CNPJ, tampouco a empresa INDÚSTRIA DE CERÂMICA
FRAGNANI LTDA mantem qualquer relacionamento com a Áutora, uma vez que,
todos os pisos adquiridos sao da marca INCENOR.

Em regra geral, no sistema do Codigo de Processo Civil, e parte


legítima para exercer o direito de açao (autora) aquele que se afirma titular de
determinado direito que precisa da tutela jurisdicional, ao passo que sera parte
legítima para figurar no polo passivo (reu), aquele a quem caiba o cumprimento de
obrigaçao decorrente dessa pretensao.

Restou comprovado no caso dos autos que a empresa


INDÚSTRIA DE CERÂMICA FRAGNANI LTDA nao integrou a cadeia de
fornecedores, nos termos do que dispoe o Codigo de Defesa do Consumidor aplicavel
a especie, nao podendo ser responsabilizada pelos supostos danos sofridos pela
Áutora, tendo em vista ser parte ilegítima para figurar no polo passivo da açao.

Diante disso, nao se pode negar a manifesta ilegitimidade


passiva da Requerida INDÚSTRIA DE CERÂMICA FRAGNANI LTDA, faltando-lhe o
requisito essencial da “qualidade para agir” ou “legitimatio ad causam”, uma das
condiçoes da açao, como exigido no artigo 17, do Codigo de Processo Civil, que assim
prescreve:

“Artigo 17 – Para postular em juízo é necessário ter


interesse e legitimidade”.

Indiscutivelmente, o mencionado preceito legal guarda


harmonia e coerencia com a regra prevista no artigo 18, do referido Diploma Legal,
que estabelece:

“Artigo 18 – Ninguém poderá pleitear direito alheio


em nome próprio, salvo quando autorizado pelo
ordenamento jurídico”.

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Outrossim, resta inequívoco que a Áutora nao observou os
requisitos necessarios para o recebimento da petiçao inicial, demandando contra
parte manifestamente ilegítima para figurar no polo passivo da presente demanda,
ensejando, por isso, o indeferimento da exordial, com a extinçao do processo, sem
julgamento do merito, consoante dispoe os artigos 300, inciso II e 485, inciso I, do
Codigo de Processo Civil, que assim preceituam:

“Artigo 330 – A petição inicial será indeferida


quando:
(...)
II – a parte for manifestamente ilegítima;”

“Artigo 485 – O juiz não resolverá o mérito quando:


I – indeferir a petição inicial;”

Álias, registre-se que a ausencia de uma das condiçoes da açao,


como a legitimidade de parte, importa na decretaçao da carencia da açao, com
extinçao do processo, sem julgamento do merito, na conformidade do disposto no
artigo 485, inciso VI, do Codigo de Processo Civil:

“Artigo 485 – O juiz não resolverá o mérito quando:


(...)
VI – verificar a ausência de legitimidade ou de
interesse processual”.

Sendo assim, referida preliminar arguida pela Requerida


INDÚSTRIA DE CERÂMICA FRAGNANI LTDA, merece ser acolhida, pois nao restam
duvidas de que a mesma e parte ilegítima nesta lide, ao passo que a Autora
adquiriu pisos da marca INCENOR, conforme todos os documentos juntados,
ou seja, evidente a inexistencia de qualquer vínculo e/ou relaçao obrigacional entre
a Áutora e a empresa INDÚSTRIA DE CERÂMICA FRAGNANI LTDA.

Vejamos a jurisprudencia:

“APELAÇÃO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. APARELHO


CELULAR. ASSISTÊNCIA TÉCNICA. EXTRAVIO.

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ILEGITIMIDADE PASSIVA. TERCEIRO QUE NÃO
INTEGRA A CADEIA DE FORNECEDORES DO SERVIÇO.
ILEGITIMIDADE CONFIGURADA. DANO MORAL. NÃO
OCORRÊNCIA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO NÃO
PROVIDO. Impõe-se o reconhecimento da
ilegitimidade passiva de terceiro que não integra a
cadeia de fornecedores do serviço, não podendo ser
este responsabilizado pelos danos causados à parte
autora em relação a falha na prestação de serviços. A
circunstância narrada nos autos, em que pese tenha
causado algum grau de desconforto ao autor, não foi
capaz de gerar prejuízos imateriais relevantes, não
se vislumbrando a ocorrência de transtornos capazes
de repercutir de forma negativa na esfera de direitos
de personalidade”. (TJMG – Apelação Cível: AC
5010253-48.2017.8.13.0027 – 13ª Câmara Cível,
Relator Rogério Medeiros, Data Publicação
17/04/2020, Data do Julgamento 17/04/2020).

Destarte, e indubitavel que a empresa INDÚSTRIA DE


CERÂMICA FRAGNANI LTDA nao e parte da relaçao jurídica material existente,
razao pela qual deve ser reconhecida sua ilegitimidade passiva, com a consequente
extinçao do processo sem resoluçao do merito, em virtude da carencia de açao,
conforme artigos 485, VI e 337, XI, do Codigo de Processo Civil.

b) DA INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL.

Da leitura da peça exordial, Excelencia, extrai-se que a mesma


traz as alegaçoes sobre os fatos ocorridos que sao suficientes para entender sua
reclamaçao e objetivo, contudo, os pedidos formulados pela Áutora sao
incompreensíveis cuja sua mensuraçao nao se faz possível.

Em que pese a simplicidade das causas em que se permite o


Codigo de Defesa do Consumidor, inafastavel que a petiçao inicial deve obedecer aos
ditames legais, observando que o Codigo de Processo Civil traz requisitos
obrigatorios que devem ser preenchidos para que a inicial seja admitida, em outras

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palavras, nao se pode aceitar que isso seja motivo para que venham a baila iniciais
que nao atendam aos requisitos legais.

Áinda neste sentido, embora seja imperioso o princípio da


informalidade, bem como da simplicidade e economia processual, nao se pode
deixar a cargo da atividade jurisdicional do Magistrado subsumir os fatos expostos
aos dispositivos legais pertinentes e, consequentemente, as pretensoes autorais.

Em que pese o brocardo jurídico da mihi factum dabo tibi ius, a


petiçao inicial deve obedecer aos ditames legais, observando que o Codigo de
Processo Civil traz requisitos obrigatorios que devem ser preenchidos para que a
inicial seja admitida.

Ássim, de acordo com o artigo 319 e 322 e seguintes do referido


Codigo, alem das qualificaçoes das partes e fatos que ensejaram o processo, a petiçao
inicial tambem deve trazer os fundamentos jurídicos que permitem o seu ingresso,
bem como as especificaçoes de seus pedidos, que deverao ser certos e determinados.

Álias, em suma, conclui-se que o pedido narrado nao encontra


amparo mínimo na descriçao dos fatos. Tampouco existe concatenaçao logica que,
ao menos em tese, levassem a elemento capazes de se fazer entender pela
formulaçao de referido pedido.

Desta forma, tinha a Áutora todas as condiçoes – e o dever - de


discriminar e embasar o seu pedido; nao o fazendo, precluso se encontra seu direito.
E nao ha o que se falar em admitir a juntada de qualquer documento comprobatorio
em ocasiao posterior, posto que, por força do artigo 320 do Estatuto de Ritos, a
oportunidade para tanto e no momento da propositura da açao, sob pena de
preclusao e cerceamento de qualquer direito da parte adversa.

“Art. 320. A petição inicial será instruída com os


documentos indispensáveis à propositura da ação”.

O legislador tratou de prever, no novo codigo de processo civil,


claramente os fatos que conduzem a inepcia da inicial, in verbis:

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“Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
(...)
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as
hipóteses legais em que se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente
a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de
obrigação decorrente de empréstimo, de
financiamento ou de alienação de bens, o autor terá
de, sob pena de inépcia, discriminar na petição
inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que
pretende controverter, além de quantificar o valor
incontroverso do débito.
§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá
continuar a ser pago no tempo e modo contratados”.

Conforme leciona doutrina especializada sobre o tema:

"O autor tem de apresentar a sua fundamentação de


modelo analítico, tal como ela é exigida para a
decisão judicial (art. 489, §1º, CPC), sob pena de
inépcia. A parte não pode expor as suas razões de
modo genérico; não pode valer-se de meras
paráfrases da lei (art. 489, §1º, I, CPC), não pode
alegar a incidência de conceito jurídico
indeterminado, sem demonstrar as razões de sua
aplicação ao caso (art. 489, §1º, II, CPC) etc." (DIDIER
JR, Fredie. Curso Processual Civil. Vol. 1. 19ª ed.
Editora JusPodivm, 2017. p. 635)

Á petiçao e manifestamente incoerente, o pedido nao decorre


logicamente da narraçao dos fatos, configurando manifesta contradiçao, sem contar
que deixa a Áutora de juntar documentos indispensaveis a embasar o pedido de

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danos materiais, se limitando a requerer a restituiçao dos valores gastos pela
aquisiçao dos produtos no valor de R$ 2.982,85 (dois mil, novecentos e oitenta e dois
reais e oitenta e cinco centavos), sem qualquer comprovaçao.

Pleiteia a Áutora o pagamento do valor de R$ 2.982,85 (dois


mil, novecentos e oitenta e dois reais e oitenta e cinco centavos), referente a compra
dos pisos, materiais e mao de obra, porem compulsando os autos, vemos que a
Áutora juntou uma nota fiscal no valor de R$ 1.200,00 (um mil, duzentos reais), bem
como um recibo de pagamento de mao de obra no valor de R$ 880,00 (oitocentos e
oitenta reais), totalizando a quantia de R$ 2.080,00 (dois mil, oitenta reais),
demonstrando, dessa forma, que a Áutora apresenta valores aleatorios, sem
qualquer comprovaçao.

Em outras palavras, a Áutora nao apresentou documentos


habeis a comprovar o efetivo pagamento e ou desembolso dos gastos pela aquisiçao
do piso e demais materiais, apresentando apenas valores aleatorios, sem qualquer
comprovaçao documental.

Dessa forma, considerando que a petiçao inicial deixou de


indicar elementos mínimos necessarios para a conclusao da controversia, deve ser
imediatamente extinta sem julgamento do merito.

Como vimos, deixou a Áutora de indicar adequadamente os


pedidos e a causa de pedir, inviabilizando o contraditorio e a ampla defesa. Áfinal,
todo e qualquer elemento necessario para a resoluçao do litígio sao inerentes a
petiçao inicial.

Ássim, ausentes informaçoes indispensaveis a açao, inviabiliza


o contraditorio e a ampla defesa, sendo certo que a extinçao do processo e medida
que se impoe, conforme precedentes sobre o tema:

“INÉPCIA DA INICIAL - Pedido que não decorre dos


fatos narrados - Inépcia corretamente reconhecida -
Recurso não provido”. (TJSP; Apelação Cível 1003886-
31.2017.8.26.0022; Relator (a): Osvaldo Magalhães;
Órgão Julgador: 4ª Câmara de Direito Público; Foro

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de Amparo - 2ª Vara; Data do Julgamento:
20/05/2020; Data de Registro: 20/05/2020).

Diante do exposto, em virtude da inobservancia aos preceitos


legais, requer-se o acolhimento da preliminar ora arguida, indeferindo-se a petiçao
inicial e, ato contínuo, extinguir-se o processo sem resoluçao do merito, o que faz
com fundamento nos artigos 320, 330 e 485, inciso I do Codigo de Processo Civil,
como medida de JUSTIÇÁ!

c) DA DECADÊNCIA.

Percebe-se que neste caso operou-se a decadencia do direito de


reclamar por supostos vícios de fabricaçao.

O art. 26, II, do Codigo de Defesa do Consumidor, estabelece que


o direito do consumidor de reclamar pelos vícios aparentes ou de facil constataçao
caduca em 30 (trinta) dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos
nao duraveis, e 90 (noventa) dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
produtos duraveis. E em seu § 3º determina que, em se tratando de vício oculto, o
prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.

Á Áutora sustenta que reclamou quando constatou o vício,


entrando em contato com o SÁC da Requerida em 03/03/2022, informando acerca
do problema apresentado.

Em resposta a Requerida nomeou profissional qualificado, o


qual elaborou laudo tecnico constatando que algumas peças apresentaram estrias,
porem o vício era visível antes do assentamento. Mencionado laudo foi encaminhado
a Áutora em 22/03/2022.

Nesse sentido, impende destacar o que dispoe o Codigo de


Defesa do Consumidor:

“Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes


ou de fácil constatação caduca em:
(...)

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II – 90 (noventa) dias, tratando-se de fornecimento de
serviços e de produtos duráveis.
§ 1º. Inicia-se a contagem do prazo decadencial a
partir da entrega efetiva do produto ou do término da
execução dos serviços.
§ 2º. Obstam a decadência:
I – a reclamação comprovadamente formulada pelo
consumidor perante o fornecedor de produtos e
serviços até a resposta negativa correspondente, que
deve ser transmitida de forma inequívoca;
(...)
§ 3º. Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial
inicia-se no momento em que ficar evidenciado o
defeito”.

Ássim, diante da comprovada reclamaçao houve interrupçao do


prazo decadencial ate a resposta negativa correspondente.

Entretanto, no caso em tela, constata-se que do período


compreendido entre a reclamaçao da parte Áutora e da resposta da Requerida ate o
ajuizamento da açao transcorreu prazo superior aos 90 (noventa) dias exigidos pela
lei, uma vez que a resposta negativa fora entregue em 22/03/2022, enquanto a açao
apenas fora proposta em 16/07/2023, ou seja, mais de 16 (dezesseis) meses
após a resposta negativa da Requerida.

Com isso, restou demonstrado que a Áutora decaiu em seu


direito de reclamar por supostos vícios de fabricaçao, devendo ser JULGÁDO
EXTINTO O PROCESSO, com resoluçao de merito, em decorrencia da decadencia, nos
termos do art. 487, II, do CPC c/c art. 26, inciso II, § § 2º e 3º, do Codigo de Defesa do
Consumidor.

d) DA INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL PARA


JULGAMENTO DA MATÉRIA – NECESSIDADE DE PERÍCIA TÉCNICA.

Excelencia, da narrativa exposta pela Áutora, facil constatar-se


que sera necessaria a realizaçao de perícia tecnica especializada, nao cabendo a

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produçao de referida prova aos procedimentos em tramite pela lei 9.099/1995.
Ánote-se que a necessaria perícia tecnica e ato complexo, descabido ao rito deste
Douto Juízo.

Da analise dos fatos inicialmente narrados, para que se possa


comprovar os pedidos delineados em peça vestibular, este consistente em
reconhecimento de vício do produto, e, consequentemente a responsabilidade desta
Contestante no defeito elencado, sem embargos, se fara necessaria a realizaçao de
prova tecnica, sendo, portanto, complexa a demanda, nao podendo, via de
consequencia, ser absorvida por este Juizado Especial Cível, que, por assim ser, se
mostra incompetente para a analise dos pleitos inaugurais narrados.

Com efeito, Excelencia, inafastavel que a Áutora ao ingressar


com o presente feito na seara do Juizado Especial Cível inobservou a dicçao do caput
do artigo 3º da Lei 9.099/1995, cuja transcriçao pedimos venia:

“Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência


para conciliação, processo e julgamento das causas
cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
....”

Nesse diapasao, cabe ilustrar que, nos idos anos de 1995,


quando sancionada a legislaçao em comento, objetivou-se resguardar os direitos das
pessoas físicas ou jurídicas, objetivando, primordialmente, a soluçao de questoes de
maneira celere e de menor complexidade.

Nesse ínterim, a propria lei nos ensina que “O processo orientar-


se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e
celeridade, buscando, sempre que possível a conciliação ou a transação.”

Ou seja, esse entendimento e feito de forma eficaz e a curto


tempo, sem que haja gastos com despesas processuais e honorarios advocatícios.
Ácresça-se, ainda, por oportuno, que a perícia a ser realizada e algo que inviabiliza
os processos postos sob a jurisdiçao deste Juizado Especial Cível, pois fere de morte
o princípio da celeridade, sendo inerente que o juízo determine prazo para a
elaboraçao de trabalho tecnico pericial, alem de prazos para oferecimento de

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manifestaçoes e quesitos complementares bem como posteriores esclarecimentos a
serem prestados pelo perito, tudo em respeito ao princípio da ampla defesa e
contraditorio.

Some-se a isso ainda, a inviabilidade do processamento da


presente demanda pelo Juizado Especial Cível em virtude da necessidade de se
dispender-se valores para a realizaçao das provas periciais que se fizerem
necessarias, nao podendo o Poder Publico absorver com tais despesas tal como
ocorre na Justiça Comum.

Verifica-se, portanto, quando se envolvam causas com uma


complexidade prolongada ou complexidades consideradas morosas ou extremadas,
estas sao ineficazes na esfera do Juizado Especial. Nesse caso, plenamente viavel a
aplicaçao do artigo 51, inciso II da Lei 9.099/1995, eis que a circunstancia posta a
Juízo depende da analise tecnica pericial, e, se constatado o necessario lapso
temporal mais duradouro ou o fato por si so demonstrar afastamento dos princípios
inerentes a este Juizado Especial Cível.

Outro, alias, nao e o posicionamento da Turma Recursal dos


Juizados Especiais do Estado do Parana, tal como expoem os arestos abaixo
indicados. Veja-se:

“RECURSO INOMINADO. EMPRÉSTIMOS


CONSIGNADOS. CONTRATAÇÕES E PORTABILIDADE DE
EMPRÉSTIMOS NÃO EFETUADAS PELA AUTORA.
NECESSIDADE DE PERÍCIA GRAFOTÉCNICA PARA
AFERIR A AUTENTICIDADE DAS ASSINATURAS
APOSTAS NOS CONTRATOS. INCOMPETÊNCIA EM FACE
DA COMPLEXIDADE DA MATÉRIA. RECURSO
CONHECIDO E PREJUDICADO. (TJPR - 5ª Turma
Recursal dos Juizados Especiais - 0004021-
28.2020.8.16.0024 - Almirante Tamandaré - Rel.:
JUÍZA DE DIREITO DA TURMA RECURSAL DOS
JUÍZAADOS ESPECIAIS FERNANDA DE QUADROS
JORGENSEN GERONASSO - J. 22.11.2021) (TJ-PR - RI:
00040212820208160024 Almirante Tamandaré

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0004021-28.2020.8.16.0024 (Acórdão), Relator:
Fernanda de Quadros Jorgensen Geronasso, Data de
Julgamento: 22/11/2021, 5ª Turma Recursal dos
Juizados Especiais, Data de Publicação:
22/11/2021)”

“RECURSO INOMINADO. INDENIZAÇÃO POR DANOS


MATERIAIS E MORAIS. DEFEITO NO APARELHO
CELULAR. SENTENÇA DE EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO
DO MÉRITO. INCOMPETÊNCIA DOS JUIZADOS
ESPECIAIS. NECESSIDADE DE PERÍCIA TÉCNICA PARA
DETERMINAR A CAUSA DO DEFEITO. COMPLEXIDADE
DA CAUSA EVIDENCIADA. SENTENÇA
MANTIDA.RECURSO DO AUTOR CONHECIDO E NÃO
PROVIDO. 1. Extrai-se da sentença: “No caso em
apreço, para a apuração da responsabilidade da ré
em relação ao defeito no produto é necessário a
realização da perícia técnica especializada. Isso
porque, existe controvérsia acerca do real motivo do
defeito, ou seja, se sua origem partiu de defeito oculto
no celular como alegou a autora ou mau uso do
aparelho como postulado pela ré. Em verdade, o
aparelho foi adquirido em 2017 e começou a
apresentar problemas apenas em 2020, ou seja,
depois de três anos de uso. Apesar da autora alegar
em petição inicial que o defeito no áudio surgiu após
a atualização do sistema operacional do aparelho,
não vislumbro nos autos qualquer prova nesse
sentido. Em verdade, a ordem de serviço do mov. 1.8
não é conclusiva, pois apenas revela que o aparelho
"apresenta problema no sistema de áudio” e o laudo
complementar do mov. 1.10 é, em verdade, mero
orçamento para “reparo em placa (CODEC de áudio)”,
não estando especificado no mesmo a origem do
defeito. Assim, considerando que o Enunciado 54 do
FONAJE prevê que “A menor complexidade da causa

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para a fixação da competência é aferida pelo objeto
da prova e não em face do direito material” e que
para o correto deslinde do feito é necessária a
realização de perícia a fim de possibilitar a
verificação do alegado defeito, deve ser reconhecida
a incompetência dos Juizados Especiais para análise
e julgamento do feito. ”. 2. Precedentes: TJPR - 5ª
Turma Recursal dos Juizados Especiais - 0007412-
68.2020.8.16.0160 - Sarandi - Rel.: FERNANDA DE
QUADROS JORGENSEN GERONASSO - J. 02.08.2021;
TJPR - 5ª Turma Recursal dos Juizados Especiais -
0006189-21.2020.8.16.0018 - Maringá - Rel.: JÚLIA
BARRETO CAMPELO - J. 29.03.2021; TJPR - 5ª Turma
Recursal dos Juizados Especiais - 0011521-
30.2018.8.16.0182 - Curitiba - Rel.: MANUELA TALLÃO
BENKE - J. 18.05.2020. (TJPR - 5ª Turma Recursal dos
Juizados Especiais - 0002398-68.2020.8.16.0204 -
Curitiba - Rel.: JUÍZA DE DIREITO DA TURMA
RECURSAL DOS JUÍZAADOS ESPECIAIS CAMILA
HENNING SALMORIA - J. 04.10.2021) (TJ-PR - RI:
00023986820208160204 Curitiba 0002398-
68.2020.8.16.0204 (Acórdão), Relator: Camila
Henning Salmoria, Data de Julgamento: 04/10/2021,
5ª Turma Recursal dos Juizados Especiais, Data de
Publicação: 06/10/2021)”

Ássim, data maxima venia, em atendimento ao quanto previsto


no inciso II do artigo 51 da lei 9.099/1995, requer-se a extinçao do presente feito,
ante a inafastavel incompetencia do Juizado Especial Cível para julgar a materia, e,
assim agindo, evitar-se-a eventual cerceamento do direito de defesa da Requerida.

III - MERITORIAMENTE.
a) DA REALIDADE FÁTICA – DA EXCLUDENTE DE
RESPONSABILIDADE.

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Da leitura da peça exordial se extrai o anseio da Áutora no
recebimento de danos materiais e morais que alega ter sofrido, requerendo a
condenaçao das Requeridas ao pagamento da quantia de R$ 7.982,85 (sete mil,
novecentos e oitenta e dois reais e oitenta e cinco centavos), fazendo um pedido de
valor nao compreensível, pois nao ha responsabilidade da Requerida no pagamento
dos supostos danos sofridos.

Á Requerida INCENOR sempre se mostrou disposta a resolver


a situaçao da parte Áutora. Prova disso e que, apos a reclamaçao registrada junto ao
SÁC da contestante, esta imediatamente manteve contato com a consumidora para
solucionar seu problema.

Inclusive nomeou profissional qualificado que, oportunamente,


analisou a reclamaçao da Áutora, no entanto, nao se pode atender as solicitaçoes
uma vez que as mesmas eram e sao improcedentes, ja que o problema trazido nao
tem o condao de acarretar a responsabilidade para a seara da re.

Nesses termos, prezando pelo cuidado e clareza nas


informaçoes, o tecnico responsavel, apos rigorosa verificaçao qualificou a
improcedencia da reclamaçao pelo fato de que as manchas sao características de
uma reaçao chamada eflorescencia que ocorre sob a peça.

Explica o expert que a eflorescencia e o deposito de sais soluveis


na superfície das placas ceramicas e/ou sob a camada esmaltada. No entanto, ela
ataca todo tipo de elemento construtivo, como vigas e pilares de concreto. Sua
formaçao ocorre especialmente em condiçoes umidas e quando o corpo ceramico
possui relativa porosidade e pode possuir varias coloraçoes e consistencias.

Á eflorescencia pode aparecer nos produtos de concreto apos


dias, semanas ou mesmo meses apos a conclusao do serviço de instalaçao dos
produtos.

Ás características apresentadas pela eflorescencia como cor e


corrosividade nos revestimentos ceramicos estao diretamente relacionados com as
composiçoes químicas dos sais soluveis. Os sais soluveis de coloraçao esbranquiçada
sao sais de calcio, potassio e sodio. Ás coloraçoes de cor marrom ou verde, alem de

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conter sodio, potassio e calcio, tambem contem oxido de ferro, manganes e material
organico.

Ánalisando o laudo pericial, vemos que o Sr. Perito informa o


por que ocorre a eflorescencia, relacionando os fatores que sao importantes na
execuçao do serviço. Relaciona como evitar a eflorescencia, a importancia de
impermeabilizar a alvenaria, deixar o reboco da parede e contrapiso curarem
completamente, reduzir o consumo de cimento tipo Portland, evitar acido muriatico
na limpeza dos revestimentos, utilizar rejunte impermeavel, dentre outras
recomendaçoes necessarias constantes na embalagem do produto e sao de
conhecimento dos profissionais qualificados para assentamento e rejuntamento de
ceramicas.

Importante exemplificar como ocorre a eflorescencia:

Como vimos, as manchas existentes sob a superfície esmaltada


sao provenientes de uma reaçao do sistema construtivo, mais especificamente que
envolve a agua utilizada no sistema construtivo e na limpeza, com a argamassa e ou
cimento, e tambem o meio ambiente.

Esta reaçao formou uma soluçao aquosa com resíduos solidos,


ela evaporou, mas os resíduos solidos ficaram sob a placa ceramica e no rejunte. O

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rejunte em alguns lugares tambem foi atacado. Ás manchas reclamadas nao podem
ser consideradas defeitos relativos as placas ceramicas assentadas, mas uma reaçao
do sistema construtivo por falta de impermeabilizaçao.

Áfirma o nobre vistor que a mancha foi originada pelo cimento,


argamassa ou contrapiso, pelo sistema construtivo que esta por tras da peça.

Segue abaixo links de sites que explicam a eflorescencia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Efloresc%C3%AAncia
http://maxjunginger.pcc.usp.br/images/Trabalhos/Eflorescencia.pdf
http://info.ucsal.br/banmon/Arquivos/ART_130109.pdf
http://www.citimat.com.br/dica2.html
http://www.scielo.br/pdf/ce/v52n321/05.pdf

O fato e que, o produto adquirido nao possui nenhuma


característica que desabone sua funçao.

Com isso, demonstrada a inexistencia de defeito de fabricaçao


no produto, bem como a culpa exclusiva da consumidora ou terceiros, nao ha que se
falar em responsabilizaçao desta Requerida, SENDO UMA EXCLUDENTE DE
RESPONSABILIDADE.

Nesse sentido, nao ha qualquer vício de fabricaçao nos


produtos em questao, nao tendo que se falar em responsabilizaçao desta re,
conforme art. 12, §3º, II e III, do Código de Defesa do Consumidor.

“§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou


importador só não será responsabilizado quando
provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado,
o defeito inexiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.”

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Desta maneira, sem a comprovaçao do dano, as afirmaçoes nao
passam de meras alegaçoes, haja vista que para a configuraçao do dever de indenizar
e necessaria a existencia de requisitos essenciais, quais sejam, o dano, a conduta
ilícita e o nexo causal entre a conduta e o dano.

Desta forma, nao se pode atribuir a re a responsabilidade de


pagamento de danos materiais e ou morais, se, caso algum defeito realmente seja
evidenciado, sao decorrentes de culpa exclusiva da consumidora ou de terceiros, que
no momento do assentamento, nao seguiram as instruçoes inseridas na embalagem
do produto, bem como as normas tecnicas do setor.

Neste diapasao, inexiste o dever de indenizar, conforme


preceitua o Codigo de Defesa do Consumidor e, reforçado pela jurisprudencia.

“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE


FAZER. REPARAÇÃO DE DANOS. APLICAÇÃO DO CDC.
REQUISITOS PREENCHIDOS. RESPONSABILIDADE
CIVIL. NÃO CONFIGURADO. CULPA EXCLUSIVA DO
CONSUMIDOR. ART. 14, § 3º, CDC. AUSENTE O DEVER
DE INDENIZAR. O Código de Defesa do consumidor
estabelece que o fornecedor responderá,
objetivamente, pelos prejuízos causados ao
consumidor em razão de serviços mal prestados. Não
há que se falar em defeito de serviço, ante a
caracterização da culpa exclusiva do consumidor,
prevista no § 3º, do art. 14, CDC.” (TJ-MG - AC:
10672130226794001 MG, Relator: Amauri Pinto
Ferreira, Data de Julgamento: 20/08/0019, Data de
Publicação: 23/08/2019).

“APELAÇÃO CÍVEL. RELAÇÃO DE CONSUMO. VÍCIO NO


PRODUTO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
EXCLUDENTES. PROVA PERICIAL. INEXISTÊNCIA. NEXO
CAUSAL. AUSENTE. SENTENÇA MANTIDA. 1. As partes
se enquadram nos conceitos de consumidor e
fornecedor previstos nos artigos 2º e 3º do Código de

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Defesa do Consumidor. 1.1 Na responsabilidade
objetiva, conquanto não se indague sobre a
existência de culpa, resta indispensável a
demonstração do ato lesivo, dano experimentado,
bem como nexo causal entre estes. 1.2 Ademais,
na reponsabilidade objetiva, consideram-se
excludentes do nexo causal, nos termos do § 3º do art.
12 do CDC, a prova de que o produto não foi colocado
no mercado, a prova da inexistência do defeito ou
culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.1.3
Sobre a culpa exclusiva do consumidor, ressalte-se
que a isenção de responsabilidade se dá quando
restar provada que a causa do dano foi estranha à
conduta do fornecedor do produto, sendo cabível
quando, por exemplo, for demonstrado o mau uso do
produto pelo consumidor. 2. Verifico que a discussão
objeto dos presentes autos é essencialmente técnica e
está compreendida em área de conhecimento
especializada e estranha ao contexto meramente
jurídico, exigindo-se prova pericial para o seu
deslinde, uma vez que o julgador não detém
conhecimento científico para se debruçar sobre
questões de elevada complexidade. 2.1 Feitas essas
considerações, importa ressaltar que a parte autora,
ora apelante, não pugnou pela realização da perícia
judicial, tendo apenas pleiteado a oitiva de prova
testemunhal atraindo para si a comprovação cabal
de suas alegações. 3. Não restou demonstrado pelo
apelante defeito preexistente no produto em questão,
havendo indicação de mau uso do equipamento,
tampouco fora produzida prova irrefutável de que
todos os cuidados necessários a sua correta
utilização teriam sido empregados pelo
autor/apelante. 4. Recurso conhecido e desprovido”.
(TJDFT – AC 07055346820218070003 - 7ª Turma
Cível – Relatora GISLENE PINHEIRO – Data do

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Julgamento 09/02/2022 – Publicado no DJE
22/02/2022).

Diante do exposto, restou claro e comprovado que inexistem os


alegados vícios nos pisos adquiridos pela Áutora, e caso algum defeito seja
constatado, decorreu unica e exclusivamente por culpa da consumidora ou de
terceiros, que desconsideraram as normas de utilizaçao fornecidas pela Requerida,
devendo o pleito ser julgado improcedente.

b) DA RELAÇÃO DE CONSUMO - DA NÃO APLICABILIDADE


DA INVERSÃO AUTOMÁTICA DO ÔNUS DA PROVA.

Cumpre destacar que, em que pese a aplicaçao do Codigo de


Defesa do Consumidor no caso dos autos, com relaçao ao onus da prova, a legislaçao
processual ainda deve ser respeitada, incumbindo a parte Áutora a prova mínima de
suas alegaçoes, o que nao se verifica no presente caso.

Áinda neste sentido, ressalte-se que ao tratar da produçao de


provas nos casos que versam sobre relaçoes de consumo, a inversao do onus
probatorio nao e automatica, de modo que deve o Magistrado apreciar a
verossimilhança da alegaçao do consumidor atrelada a hipossuficiencia, conforme
estabelece art. 6º, VIII do Codigo de Defesa do Consumidor, bem como nao pode a
parte Áutora se esquivar de fazer prova mínima dos fatos constitutivos de seu
direito.

E este e o entendimento da jurisprudencia.

“RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. TELEFONIA.


AUSÊNCIA DE PROVA DO DIREITO DA AUTORA.
APLICATIVO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA QUE NÃO
É AUTOMÁTICA E NÃO EXIME O CONSUMIDOR DE
TRAZER AOS AUTOS PROVA MÍNIMA DAS SUAS
ALEGAÇÕES (ART. 373,I, DO CPC). - SENTENÇA
MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.
RECURSO DESPROVIDO. (Recurso Cível Nº
71006925754, Terceira Turma Recursal Cível,

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Turmas Recursais, Relator: Sergio Fernando Tweedie
Spadoni, Julgado em 26/10/2017).” (TJ -RS - Recurso
Cível: 71006925754 RS, Relator: Sergio Fernando
Tweedie Spadoni, Data de Julgamento: 26/10/20 17,
Terceira Turma Recursal C ível, Data de Publicação:
Diário da Justiça do dia 30/10/2017) G.N. Nesse
sentido, destaque-se que a autor a não faz a juntada
de qualquer documento que comprove eventuais
abusividades na conduta desta contestante.

Desta maneira, a ausencia de provas que consubstanciem as


alegaçoes da Áutora torna impossível a aferiçao destas. Sendo assim, considerando
a ausencia de qualquer elemento probatorio e tendo em vista ainda que meras
alegaçoes nao podem servir como meio de prova, a presente açao deve ser julgada
totalmente improcedente.

c) DO DANO MATERIAL.

Á Áutora pleiteia a condenaçao da Requerida no ressarcimento


da quantia paga, no valor de R$ 2.982,85 (dois mil, novecentos e oitenta e dois reais
e oitenta e cinco centavos), o que nao podemos admitir.

Como vimos anteriormente, a petiçao inicial e manifestamente


incoerente, o pedido nao decorre logicamente da narraçao dos fatos, configurando
manifesta contradiçao, pois deixa a Áutora de juntar documentos indispensaveis a
embasar o pedido de danos materiais, se limitando a requerer a restituiçao dos
valores gastos pela aquisiçao dos produtos no valor de R$ 2.982,85 (dois mil,
novecentos e oitenta e dois reais e oitenta e cinco centavos), sem qualquer
comprovaçao.

Pleiteia a Áutora o pagamento do valor de R$ 2.982,85 (dois


mil, novecentos e oitenta e dois reais e oitenta e cinco centavos), referente a compra
dos pisos, materiais e mao de obra, porem compulsando os autos, vemos que a
Áutora juntou uma nota fiscal no valor de R$ 1.200,00 (um mil, duzentos reais), bem
como um recibo de pagamento de mao de obra no valor de R$ 880,00 (oitocentos e
oitenta reais), totalizando a quantia de R$ 2.080,00 (dois mil, oitenta reais),

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demonstrando, dessa forma, que a Áutora apresenta valores aleatorios, sem
qualquer comprovaçao.

Em outras palavras, a Áutora nao apresentou documentos


habeis a comprovar o efetivo pagamento e ou desembolso dos gastos pela aquisiçao
do piso e demais materiais, apresentando apenas valores aleatorios, sem qualquer
comprovaçao documental.

Ádemais, com fundamento nas alegaçoes acerca de suposto


fato/defeito do produto, o que fora exaustivamente descartado pela analise do
perito, ensaios tecnicos e normas aplicadas ao caso, a Requerente almeja o
ressarcimento de danos materiais, conforme discorrido na exordial.

Nao foi constatado qualquer defeito no produto entregue a


Requerente que ensejasse reparaçao, e caso algum defeito seja constatado, decorreu
unica e exclusivamente por culpa da consumidora ou de terceiros, que
desconsideraram as normas de utilizaçao fornecidas pela Requerida.

No mais, ha de se dizer que a parte Áutora nao se desincumbiu


de onus que lhe pertence, conforme preceitua o artigo 373, I do Codigo de Processo
Civil. Com isso, nao pode vir a juízo e pleitear danos que nao se podem mensurar.

Nao ha como se falar em danos materiais sem a devida


comprovaçao da sua materialidade e quantificaçao, ou seja, prova cabal do valor que
efetivamente se sofreu de prejuízos. Deste modo, nao restou evidenciada a
materialidade, nao podendo alegar a parte Áutora, presunçao de prejuízo, conforme
entendimento da pacífica jurisprudencia.

E requisito imprescindível para reparaçao desse tipo de dano a


certeza do pedido, e nao apenas expender meras alegaçoes e suposiçoes vazias,
desprovidas de qualquer espeque probatorio.

No caso sub judice, faltou, justamente, a narrativa fatica a


fundamentar o pedido formulado pela Áutora, quantificado, provado e decorrente
de prejuízo material, verdadeiramente sofrido. Este e, inclusive, o entendimento do
Ilustre Prof. CÁIO MÁRIO DÁ SILVÁ PEREIRÁ:

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“O outro requisito do dano é que seja certo. Não se
compadece com o pedido de reparação um prejuízo
meramente eventual. No momento em que se tenha
um prejuízo conhecido, ele fundamenta a ação de
perdas e danos, ainda que seja de consequências
futuras, dizem os Mazeaud. A jurisprudência rejeita a
ação de responsabilidade se o dano de que a vítima se
queixa é eventual.” (in Responsabilidade Civil, p. 40,
4ª ed., 1993, Ed. Forense, Rio).

Tambem e este o entendimento jurisprudencial dominante, de


que o dano financeiro nao pode ser presumido, existindo a necessidade de
comprovaçao de sua materialidade, o que nao ficou evidenciado nos autos,
impedindo, deste modo, qualquer o direito a pretensa indenizaçao.

“Indenização - Perdas e Danos - Ausência de


comprovação cabal dos prejuízos aferíveis
economicamente - Dano hipotético que não justifica a
reparação - Ação improcedente - Recurso não
provido.” (TJSP - 13ª c.. - ReI. Ney Álmada - j. 27.4.89 -
RJTJSP 120/175 - grifos nossos).

“Não basta alegar um pretendido prejuízo: é


indispensável sua prova, que deverá ser feita na ação
principal, porque, do contrário, transformar -se -ia a
instância de execução em instância de acertamento
de direito.” (TJMG, RF n.º 194/158).

Deve-se sobrepesar que a pretensao Áutoral no que tange ao


dano material e totalmente aleatoria, haja vista que ao contrario do dano moral, o
prejuízo material deve ser plenamente provado.

Significa dizer que nao ha documentos habeis para se


demonstrar os danos que alega ter suportado ou que suportara.

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Vale dizer, por fim, que o dano material, para que seja deferido,
necessario se faz a prova ampla e incontestavel de sua existencia, o que nao e o caso
dos autos, como se mostrou em linhas supra.

Inelutavel concluir, quanto ao merito, que a Áutora nao se


desincumbiu do onus de comprovar o preenchimento dos requisitos legais de
constituiçao do pretendido direito a indenizaçao, razao pela qual requer-se sejam
julgados improcedentes os pedidos de indenizaçao por dano material formulado na
exordial, por ser medida de Justiça.

d) DO DANO MORAL.

Com relaçao ao pedido de danos morais, maior sorte nao


assiste a Áutora, vejamos:

Sustenta a Áutora que teria sofrido danos de ordem moral, sem


mensurar nenhum dano decorrente da conduta desta Contestante. Nao junta
documentos, nao traz fundamentos, apenas faz alegaçoes vazias, como se o dano
moral fosse previsível no presente caso.

De acordo com o Codigo Civil, o dever de reparar o dano deriva


da existencia de ato ilícito. O conceito de tal instituto envolve alguns elementos e a
ausencia de qualquer um deles desautoriza pretensoes nele calcadas.

Destaque-se que o dano moral passível de ser indenizado e


aquele cujo prejuízo direto e efetivo a honra, ao respeito a personalidade, a
intimidade e a imagem da pessoa resta demonstrado, insofismavelmente.

Deve haver um liame inexoravel entre o fato ocorrido, o nexo


de causalidade e o prejuízo assumido, para que assim possa subsistir o dever de
indenizar.

Entretanto, a simples alegaçao de que sofrera dano moral nao


e suficiente para que haja a sua configuraçao, sendo necessaria a prova do nexo de
causalidade entre a açao e/ou omissao do agente causador e o real dano sofrido, o
que nao ficou demonstrado nos autos.

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Ora, de tudo que restou demonstrado e provado, a Áutora nao
faz jus a qualquer indenizaçao pelos supostos danos morais que afirma ter
experimentado, pois de nenhuma forma agiu a parte Re, muito menos da forma
alegada na exordial, para causar-lhe danos de natureza moral.

Ádemais, a Áutora nao apresentou, nem poderia, qualquer


parametro que justifique a indenizaçao que pede em funçao do prejuízo que diz ter
sofrido, moralmente, haja vista que eles nunca existiram.

Á jurisprudencia e pacífica no sentido de ser necessaria a


existencia e a comprovaçao do efetivo prejuízo, para fazer surgir o direito a
reparaçao por danos extrapatrimoniais, ainda que demonstrado o ato irregular.

Ha que se ter o cuidado para que o mero aborrecimento


decorrente da vida cotidiana, nao de margem para pleitos insanos em relaçao aos
danos morais.

Simples aborrecimentos, naturalmente decorrentes do


cotidiano, nao se enquadram no conceito de dano moral, e sim, algo que realmente
envolva dor, sofrimentos profundos, que devem ser comprovados com saciedade, de
forma clara e precisa, nao bastando meras alegaçoes. Ássim, nao tendo restado
provado nos autos os danos sofridos, nao ha qualquer argumento que justifique uma
eventual responsabilidade indenizatoria desta re, considerando que nao houve
qualquer acidente de consumo ou exposiçao de risco a saude da Áutora.

Inclusive, esse e o entendimento da maciça jurisprudencia:

“APELANTE: ROBERTO PEDRO SCOLARI APELANTE:


ELIANE S/A – REVESTIMENTOS CERÂMICOS
APELANTE: COM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
LORENZETTI LTDA APELADO: COM MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃOORENZETTI LTDA APELADO: ELIANE S/A
– REVESTIMENTOS CERÂMICOS APELADO: ROBERTO
PEDRO SCOLARI E M E N T A: RECURSOS DE APELAÇÃO
CÍVEL – AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E
MORAIS – (...) – VÍCIO NO PRODUTO (MANCHAS EM

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_______________________________________________________________________
PISO DE PORCELANATO) AINDA NA FASE DE
ASSENTAMENTO – ALEGADA CULPA EXCLUSIVA DO
CONSUMIDOR – INOCORRÊNCIA – AUSÊNCIA DE
DEMONSTRAÇÃO DE FATOS EXTINTIVOS DO DIREITO
DO AUTOR – DIREITO DO CONSUMIDOR DE REAVER O
VALOR DESEMBOLSADO PELO PRODUTO VICIADO,
PELA SUA RETIRADA E PELO SERVIÇO DE
ASSENTAMENTO DE UM NOVO PISO – ALEGADA
OCORRÊNCIA DE DANO MORAL INDENIZÁVEL –
DESACOLHIMENTO – MEROS ABORRECIMENTOS – (...)
Os aborrecimentos advindos da frustração de o
consumidor não obter o piso de sua moradia da
maneira esperada constituem natural reação aos
incômodos normais da vida em sociedade, não tendo
o condão de acarretar danos morais indenizáveis.
(...)” (TJ-MT - AC: 00009781920138110008 MT,
Relator: MARILSEN ANDRADE ADDARIO, Data de
Julgamento: 02/10/2019, Segunda Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 18/12/2019).
“Apelação – Ação de inexigibilidade cumulada com
indenização – Dano moral não configurado – Meros
aborrecimentos e dissabores do cotidiano, que não
afetam a esfera individual da honra do indivíduo, não
autorizam a indenização por danos morais. Apelo
parcialmente provido” (TJSP, Apelação
992070568854-SP. Órgão Julgador 29ª Câmara de
Direito Privado. Relator Des. Manoel de Queiroz
Pereira Calças, Data Julgamento: 15/09/2010. Data
Publicação: 20/06/2010).

“Indenização – Danos Morais - ... – Dano moral não


configurado – Mero dissabor e aborrecimento –
Apelação cível.
...
III – O mero dissabor não pode ser alçado ao patamar
do dano moral, mas somente aquela agressão que

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exacerba a naturalidade dos fatos da vida, causando
fundadas aflições ou angústia no espírito de quem ela
se dirige. (STJ – REsp 898005/RN).
IV – Apelo da ré provido, restando prejudicado o do
autor” (TJDF 20060810090644APC; 1ª Turma Cível;
Relator Des. Nivio Geraldo Gonçalves, Acórdão nº
314512. Data do Julgamento 21/11/2007.

Áinda, o JORNÁL DO SENÁDO, em sua ediçao nº 115, de 27 de


março a 02 de abril/2006, na pagina 16, muito bem expoe:

“Considera-se dano moral a dor subjetiva causadora


de desequilíbrio emocional a interferir intensamente
na bem-estar da pessoa. O dano moral não deve ser
confundido com aborrecimentos comuns do dia-a-
dia, próprios da complexidade das relações sociais. O
dano moral pode ser causado também no âmbito das
relações familiares, de consumo, de trabalho e em
quase todos os setores da vida em sociedade” (grifo
nosso).

Por tudo que restou provado e demonstrado nestes autos, nao


se vislumbra, no proceder da Requerida, a existencia de danos morais indenizaveis,
na medida em que inexiste o defeito de fabricaçao narrado na exordial, e caso algum
defeito seja constatado, decorreu unica e exclusivamente por culpa da Áutora ou de
terceiros, que no momento do assentamento, desconsideraram as informaçoes
inseridas na embalagem do produto, bem como as normas tecnicas do setor.

Ádemais a Requerida nao exerceu qualquer meio coercitivo


que pudesse expor a Áutora ao ridículo, ao vexame, a humilhaçao, no intuito de
provocar-lhe sofrimento e dor moral a sua honra, imagem e dignidade.

Ássim, cediço que o dano moral tem sua aplicaçao contra


aquele que causou ou concorreu para o evento danoso por culpa, em qualquer das
suas modalidades, ou dolo, intencionalmente, o que evidencia que a Requerida, por
nao ter praticado ou concorrido para qualquer ato ilegal, abusivo ou imoral, nao se

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enquadra nesse tipo de responsabilidade, ainda que solidaria ou subsidiariamente,
posto que, como dito, nao agira com culpa ou negligencia, quanto mais com intençao
deliberada causar sofrimento moral a Áutora, o que, alias, nao esta demonstrado e
provado no presente caso.

De fato, proclama a jurisprudencia dominante dos nossos


tribunais que o dano moral so e indenizavel quando o ilícito resulte de ato doloso e
nao culposo, como ja decidiu o Egregio Tribunal de Justiça de Sao Paulo, por sua
Colenda 4ª Camara, sendo rel. Olavo Silveira, j. 11.02.93, inserto na RT 704/98, com
a seguinte ementa: "É imperioso lembrar que o dano moral só se justifica
quando o ilícito resulte de ato doloso, em que a carga de repercussão ou
perturbação nas relações psíquicas, na tranqüilidade, nos sentidos e nos
afetos de uma pessoa, se reflita como decorrência da repulsa ao ato
intencional do autor do crime. Tal carga, à evidência, não pode ser encontrada
num delito culposo, especialmente como no caso, sem demonstração de culpa,
em qualquer de suas modalidades e ressalte-se, duvidosa até a prova da
ocorrência do apontado erro médico."

Entretanto, "o dano moral, compreendido na abstração de


valorização patrimonial, não é, entre nós, indenizável, por ser problema que
"alguém sofre na sua alma" (H. FISHER, "A Reparação dos Danos no Direito
Civil", tradução Ferrer Correia, Livraria Acadêmica, 1938, pág. 7) e isso porque
tal lesão corresponde "quelo che neppure indirettamente si traduce in una
diminuzione patrimoniale" (EDUARDO BENUCci, "Lá Responsabilitá Civile",
Milano, 1955, pág. 154). O que não se pode avaliar patrimonialmente não é
indenizável, isto é, não se deve conceber dano moral indenizável separado,
sem repercussão sobre o patrimônio. Os danos morais, na índole dos direitos
subjetivos afetados, só podem ser considerados dentro dos efeitos da lesão
material. Ou seja, como dano moral quando repercutir sobre o patrimônio,
porque, também, não compreendidos no artigo 1.537 do Código Civil", como
assentado no julgado inserto na RT 704/98.

Ressalte-se, ainda, que, apesar de descabido, o pedido de dano


moral demonstra uma pretensao exageradamente exorbitante e inadmissível, que
tem por objetivo unico o enriquecimento ilícito e sem causa da Áutora em
detrimento do patrimonio da Requerida.

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De outra parte, ainda que assim nao fosse, como ensina JOSE
EDUÁRDO CÁLLEGÁRI CENCI, in "Consideraçoes sobre o Dano Moral e a sua
Reparaçao" - RT 683/45-48: "Dano moral, define Wílson Melo da Silva, como
aquele que diz respeito às lesões sofridas pelo sujeito físico ou pessoa natural
- não jurídica - em seu patrimônio de valores exclusivamente ideais, vale dizer,
não-econômicos. Na conformidade desta doutrina, o dano moral, teria, como
pressuposto ontológico a dor, vale dizer, o sofrimento moral ou mesmo físico
inferido à vítima por atos ilícitos, em face de dadas circunstâncias, ainda
mesmo que por ocasião do descumprimento do contratualmente avençado. O
chamado dano moral tem estreita conotação com a dor, seja ela moral ou física,
jamais afetando o patrimônio econômico do lesado. Seu elemento maior,
característico, seria, assim, a dor: a dor moral ou a dor física. Lembra esse
autor que: os danos morais são os danos da alma, como diria o apóstolo São
João. O dano moral, pois, é absolutamente distinto do dano material que é
palpável e não tão difícil de ser avaliado. Aos prejuízos ou danos, aos quais,
pela própria natureza subjetiva de que se revestem, é impossível encontrar
equivalente patrimonial, reservamos o nome de danos morais. É o que diz José
Cretella Júnior. Dos mais expressivos jurisconsultos brasileiros
contemporâneos, Yussef Said Cahali, aborda ser uniforme a doutrina ao
distinguir a existência de duas espécies de danos: moral e patrimonial. Dano
patrimonial é aquele que afeta os bens economicamente apreciáveis que
integram o patrimônio do credor ou da vítima, enquanto que dano moral, por
exclusão, é aquele a que não corresponda as características de dano
patrimonial. Dano moral é, em síntese, o sofrimento experimentado por
alguém, no corpo ou no espírito, ocasionado por outrem, direta ou
indiretamente derivado de ato ilícito."

Ora, facil concluir que nao se justifica e nao tem cabimento a


indenizaçao postulada, sobretudo porque a Áutora nao provou, de forma
convincente e robusta, a existencia de qualquer dano moral resultante do modo de
agir da Requerida, que pudesse traduzir sentimentos de dor, de humilhaçao, de
angustia, de sofrimento moral, enfim, nao demonstrou, como era de rigor,
perturbaçoes e constrangimentos vexatorios que atingissem e repercutissem nos
valores morais e eticos de sua pessoa. Na verdade, no caso dos autos, sequer restou
constatado o mero aborrecimento, pois a Áutora nao trouxe qualquer documento
que comprove a existencia de danos materiais e ou morais.

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Como vimos, improcede o pedido veiculado de danos morais, ate
porque nao demonstrados dolo ou culpa concorrente da Requerida, o que exclui a
responsabilidade desta, ainda que solidaria ou subsidiaria. Tampouco demonstrado
esta, com prova convincente, que a Requerida teria exposto a Áutora a vexames,
ridículos ou humilhaçoes, e que, por isso, ostentaria perturbaçoes e
constrangimentos na sua alma, repercutidos nos seus valores morais e eticos,
causando-lhes sentimentos de dor, angustia, desagrado ou sofrimento, a justificar a
indenizaçao pretendida na vestibular.

Ádemais, pela doutrina e jurisprudencia, o dano moral e


conceituado exclusivamente como aquele que abala a honra e a dignidade humana,
sendo exigido para sua configuraçao um impacto psicologico, humilhaçao ou severo
constrangimento, como leciona renomada doutrina sobre o tema: “Atualmente,
observa-se certa tendência jurisprudencial de restringir as hipóteses em que,
nas relações de consumo, o descumprimento de dever por parte do fornecedor
seja reconhecido como causa de danos morais ao consumidor. Sustenta-se que
o mero descumprimento de obrigação contratual ou dever legal, per se, não é
suscetível de fazer presumir o dano (...). Critério mais utilizado para distinção
entre o dano indenizável e o mero dissabor será a reiteração da conduta ou da
falha do fornecedor, a lesão decorrente da exposição ao risco, ou ainda a falha
ou negligência do fornecedor na correção de falhas na sua prestação. Esta
tendência, contudo, não é isenta de críticas, em especial quanto ao que se
identifica como certa condescendência jurisprudencial em relação a conduta
reiterada de certos fornecedores, a desconsideração de expectativas legítimas
do consumidor em relação à aquisição de produtos e serviços e sua posterior
frustração”. (MIRAGEM, Bruno. Curso de Direito do Consumidor – Editora RT,
2016. Versão e-book, 3.2.3.4.1 Danos materiais e morais).

No entanto, a inicial nao descreve qualquer linha acerca de


alguma humilhaçao ou constrangimento a honra ou a imagem da Áutora.

Em razao disso, descabida e sem qualquer amparo legal a


pretensao da Áutora a danos morais, porque nao provados os fatos constitutivos do
seu alegado direito, a impor responsabilidade a Requerida, merecendo, assim, ser
julgada improcedente a açao, como medida de Justiça.

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e) DO QUANTUM INDENIZATÓRIO.

Passando a analisar o quantum indenizatorio, ainda que nao se


acredite na procedencia de tal verba, ja que nao ha comprovaçao de absolutamente
nenhuma lesao ao psíquico da Áutora, deve-se atentar para o quantum a ser fixado.

Em tempo, mesmo que todo o dano fosse provado, e a


indenizaçao devesse ser paga, o que nao se admite mas se sustenta por amor a
argumentaçao, o valor pleiteado e demasiadamente alto.

Na remota e improvavel hipotese de ser a re condenada a


indenizar a Áutora a título de dano moral, o que so se discute por amor ao debate e
pelo princípio da prevençao, devera este I. Juízo fixar o quantum devido levando em
conta alguns ponderados criterios explicitados a seguir, sob pena de se inaugurar
fonte de enriquecimento sem causa para a Áutora.

O julgador tem liberdade para fixar a reparaçao do dano moral,


mas deve faze-lo de acordo com um prudente arbítrio, atentando para repercussao
do dano e a possibilidade economica do ofensor.

Á indenizaçao por dano moral deve ter uma funçao


compensatoria, o que implica dever sua estipulaçao limitar-se a padroes razoaveis,
nao podendo se constituir em uma “premiaçao” ao lesado, uma vez que o Judiciario
nao pode ser visto como loteria.

Á quantificaçao do dano moral deve ser confiada ao Juízo,


devendo este obedecer alguns criterios, dentre os quais, (i) a condição social do
pretenso ofendido; (ii) a repercussão daquela ofensa no meio em que vive,
bem como, (iii) as circunstâncias que deram origem ao evento danoso.

O ressarcimento dos danos morais nao deve servir para


empobrecer quem paga, nem enriquecer quem pede. O melhor ensinamento e o que
distingue, na reparaçao pecuniaria, a dupla natureza: compensatoria (em relaçao ao
ofendido) e expiatoria ou punitiva (em relaçao ao culpado ou a quem causa a lesao).

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Com base na determinaçao do artigo 93, IX, da Magna Carta,
devera o D. Magistrado fundamentar e justificar os criterios que o levaram a arbitrar
o quantum indenizatorio, sob pena de nulidade por negativa da prestaçao
jurisdicional.

Ápesar de em momento algum a re ter praticado qualquer ato


ilícito, na absurda hipotese de Vossa Excelencia assim nao entender, a quantificaçao
do dano moral deve, no mínimo, observar as consideraçoes acima aduzidas e,
principalmente, a “culpabilidade” da re, uma vez que e notorio a inexistencia de
danos morais no presente caso.

Ressalta-se que o enriquecimento indevido e expressamente


vedado pela jurisprudencia e pela doutrina, conforme liçao do eminente Ministro
Salvio de Figueiredo Teixeira, em seu voto proferido no REsp 215.607-RJ, in verbis:

“Certo é que a indenização, como se tem registrado


em diversas oportunidades, deve ser fixada em
termos razoáveis, não se justificando que a
reparação venha a constituir-se em enriquecimento
indevido, com manifestos abusos e exageros, devendo
o arbitramento operar com moderação,
proporcionalmente ao grau de culpa e ao porte
econômico das partes, orientando-se o juiz pelos
critérios sugeridos pela doutrina e pela
jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua
experiência e do bom senso, atento à realidade da
vida e às peculiaridades de cada caso”.

No mesmo contexto encontra-se o entendimento do Ministro


Padua Ribeiro, do Superior Tribunal de Justiça, em voto prolatado no REsp 168.945-
SP, julgado de 08.10.2001:

“Deve-se, pois, atentar aos parâmetros da


razoabilidade, ou seja, ponderar as peculiaridades
do caso concreto, e estabelecer valores que possam
significar uma compensação à vítima – ainda que

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precária, pois dor não se contabiliza – e, ao mesmo
tempo, um incentivo para que o ofensor não venha a
incidir novamente na conduta indesejada. Nesse
contexto, não seria razoável uma indenização
irrisória, que pouco significasse ao ofendido, nem
uma indenização excessiva, com a qual o autor do
fato não pudesse arcar sem enormes prejuízos,
também socialmente indesejáveis. Ademais, segundo
vem sendo reiteradamente decidido, o valor da
indenização por dano moral sujeita-se ao controle
desta Corte, recomendando-se que a sua fixação seja
feita com moderação”.

Desta feita, resta caracterizado o manifesto excesso na


pretensao da Áutora, em dissonancia com todo o entendimento ja pacificado pelo E.
Superior Tribunal de Justiça, o qual, entretanto, em caso de eventual condenaçao,
devera ser reduzido, tudo conforme amplamente ja exposto.

IV - DO PEDIDO.

ANTE O EXPOSTO, em virtude da inobservancia aos preceitos


legais, requer-se o acolhimento das preliminares arguidas para:

a) indeferir a petiçao inicial e extinguir o processo sem


resoluçao do merito, o que faz com fundamento nos artigos 320, 330 e 485, inciso I
do Codigo de Processo Civil;

b) extinguir o processo sem resoluçao do merito, em virtude


da carencia de açao, conforme artigos 485, VI e 337, XI, do Codigo de Processo Civil,
tendo em vista a ilegitimidade passiva da empresa INDÚSTRIA DE CERÂMICA
FRAGNANI LTDA;

c) extinguir o processo com resoluçao do merito, em


decorrencia da decadencia, nos termos do art. 487, II, do CPC c/c art. 26, inciso II, §
§ 2º e 3º, do Codigo de Defesa do Consumidor.

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Superadas as preliminares anteriormente indicadas, que seja
reconhecida a incompetencia do Juizado Especial Cível para julgar a demanda,
considerando a complexidade da causa, extinguindo o feito sem resoluçao de merito.

Ácaso superada as preliminares supra, o que se argumenta


apenas por amor ao debate, no merito propriamente dito, requer se digne Vossa
Excelencia em julgar improcedente a presente açao, em face da inconsequencia de
sua fundamentaçao, com a condenaçao do Áutor nas verbas da sucumbencia,
compostas das custas processuais e honorarios advocatícios que forem arbitrados
por este Egregio Juízo, respeitados os parametros dispostos no artigo 85, do Codigo
de Processo Civil, tudo por ser medida da mais pura e cristalina Justiça.

Á Requerida protesta e requer provar o alegado por todos os


meios de provas em direito admitidos, sem exceçao de quaisquer, notadamente pelo
depoimento pessoal da Áutora, pena de confesso, oitiva das testemunhas, cujo rol
sera oferecido na oportunidade processual propria, realizaçao de perícia tecnica,
indicaçao de assistente tecnico e formulaçao de quesitos, inclusive suplementares,
exames de escrita, juntada de novos documentos e tudo o mais que necessario for
para a perfeita elucidaçao dos fatos, nao se opondo a designaçao de audiencia de
tentativa de conciliaçao.

No mais, requer seja indeferido o pedido de inversao


automatica do onus da prova, uma vez que os princípios facilitadores da defesa do
consumidor em Juízo, nao exonera a Áutora de produzir prova mínima do fato
constitutivo do alegado direito, sem contar que nao restou comprovado a
verossimilhança das alegaçoes e a hipossuficiencia do consumidor, devendo ser
aplicado o que estabelece o inciso I do artigo 373 do CPC.

Á Requerida, neste ato, apresenta endereço de e-mail, bem


como numero de telefone celular, com WhatsÁpp (WPP), para que seja enviado o
link da audiencia designada.

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• Advogada: Carolina Milena da Silva, OAB/SP
260.097; Tel.: 16-9.9235-1046; e-mail:
carolina.milena@bbmo.adv.br

• Preposto: Leonardo Marques Ferreira, CPF.:


268.310.768-40; Tel.: 16-9.9152-4413;
leomarques369@hotmail.com

Por fim, requer a Requerida que todas as notificaçoes,


intimaçoes e publicaçoes sejam realizadas em nome da sociedade advocatícia
Bisson, Bortoloti e Moreno e Occaso – Sociedade de Advogados, registrada na
OÁB/SP. sob nº 7.105, sob pena de nulidade (art. 272, §§ 1º e 2º, CPC).

Termos em que, J. esta nos autos referidos,


Pede Deferimento.
Sertaozinho/SP., 17 de agosto de 2023.

P.p. OSCAR LUIS BISSON


ADVOGADO-OAB/SP 90.786

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