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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE

DIREITO DA 8ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS DO


CONSUMIDOR (VESPERTINO) DA COMARCA DE Salvador – BA.

Contestação
PROCESSO Nº: 0194474-50.2023.8.05.0001

BANCO BRADESCO S/A., pessoa jurídica de direito


privado, inscrito no CNPJ sob o nº 04.184.779/0001-
01, com sede na Alameda Rio Negro, nº 585, Edifício
Jauaperi, Bloco D, 15º Andar, Alphaville Industrial,
Barueri, CEP 06454-000, Estado de São Paulo
(doc.01), com o seguinte endereço eletrônico:
4785.advogados@bradesco.com.br, com o seguinte
endereço eletrônico:
4785.advogados@bradesco.com.br, vem, por
intermédio de seus advogados in fine constituídos ut
instrumento procuratório (doc.02), com endereço
constante no timbre, onde receberão as intimações
e/ou notificações, apresentar

CONTESTAÇÃO

Aos fatos e pedidos formulados nos autos do


processo em epígrafe, que lhe move ANTONIO
CARLOS ALVES DA SILVA, o que faz em
consonância com os fundamentos de fato e de direito
abaixo adunados para ao final requerer.

Assinado eletronicamente por: ANTONIO DE MORAES DOURADO NETO;


Código de validação do documento: 941bd124 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
Síntese da Contestação

Narrativa e Pedidos Autorais

Alega a parte autora que teve seu nome inserido no rol


de inadimplentes em razão de débito relacionado ao
Banco Bradesco, o qual afirma não ter contratado.

Requer, liminarmente, a retirada do seu nome do


cadastro de maus pagadores, e no mérito, a
desconstituição dos débitos, além de indenização por
danos morais e a inversão do ônus da prova.

01 02 03
Preliminares Principais Subsídios e Provas Principais Teses Jurídicas

Impugnação à gratuidade Contrato Art. 14, §3º, II da Lei 8.078/90


Ilegitimidade passiva
Relatórios sistêmicos Inexistência de nexo de causalidade
Falta de interesse de agir
Prevenção Faturas
Litispendência QR Code (Vídeo)
Conexão
Hiperlinks
Prescrição

Requerimentos Finais
Acolhimento das preliminares;

Sejam julgados improcedentes os pedidos autorais;

Na remota hipótese de procedência dos pedidos, seja o quantum indenizatório fixado seguindo a razoabilidade e
proporcionalidade.

Assinado eletronicamente por: ANTONIO DE MORAES DOURADO NETO;


Código de validação do documento: 941bd124 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
Mesmo que Vossa Excelência já conheça a matéria, pede- Aponte a câmera para o
se a visualização do vídeo disponibilizado através do QR QR Code ou clique aqui.
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1.BREVE RESUMO DA DEMANDA

Alega a parte autora que:

i) Alega a parte autora que fora negativado pela parte ré;


ii) Sem saber ao certo o motivo;
iii) Considerando tal medida indevida;

Requereu:

i) Indenização por danos morais;


ii) Gratuidade de Justiça;
iii) Inversão do ônus da prova;

Entretanto, a pretensão não merece prosperar.

2.DAS PRELIMINARES

A. Da ausência de condição da ação – da falta de interesse de agir

A parte autora jamais acionou o réu a fim de resolver amigavelmente o conflito.

Não se trata da necessidade do exaurimento da via administrativa, mas de encontrar uma resistência à pretensão.
Caso contrário, não haverá lesão ou ameaça a ser apreciada pelo Poder Judiciário.

Ademais, destaca-se que segundo informações disponíveis no endereço eletrônico


https://www.consumidor.gov.br/pages/empresa/20140206000001101/perfil, o Banco Bradesco apresentou
em 2020 índices de 77% de solução das reclamações, 100% das reclamações respondidas e 11,8 dias
de prazo médio para respostas.

Neste ponto, destaca-se que a moderna jurisprudência tem se firmado pela necessidade de se buscar uma
solução amigável antes da judicialização da demanda, o que se pode verificar através da ratio decidendi
esposada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE nº 631240, de relatoria do Ministro
ROBERTO BARROSO (Tribunal Pleno), julgado em 03/09/2014 e pela decisão do Superior Tribunal de
Justiça no REsp nº 1.310.042 – PR, que teve como relator o Ministro HERMAN BENJAMIN.

Assim, considerando que a parte autora:

i. Não comprova tentativa amigável de composição;


ii. Não comprova a existência de pretensão resistida;

A extinção do feito sem resolução do mérito é medida que se impõe, nos termos do art. 485, VI do CPC.

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3. MÉRITO

Em não sendo admitidas as preliminares acima suscitadas, o que se cogita por extrema cautela, passa o banco
réu a combater o mérito da ação, o que faz nos seguintes termos:

A. Da regularidade do débito reclamado/da negativação

Inicialmente, cumpre salientar que a instituição financeira demandada não procede à criação aleatória de contratos,
os quais são firmados junto a seus clientes após cumprimento de diversas etapas com vistas a conferir segurança à
contratação.

Acrescenta-se, ainda, que no caso em análise, a parte autora sequer menciona a existência de relação contratual
pretérita com este banco, limitando-se a apresentar argumento consistente em negativa geral de débitos, dificultando
o exercício do contraditório e da ampla defesa do banco réu, na medida em que a ré se vê obrigado a realizar
pesquisa em nome da parte autora referente a cada um dos diversos serviços que comercializa. Trata-se de postura,
no mínimo, ofensiva à boa-fé processual.

Conforme análise, a negativação ocorreu devida a falta de pagamento da 43ª parcela com o vencimento na data
02/05/2023 do contrato 379381114. Seu nome permanece nos órgãos de restrição ao crédito, pois o mesmo não
efetuou a quitação até a presente data.

O Banco segue à risca a clausula 5.2 do contrato de adesão, ou seja, o Banco pode efetuar os descontos
diretamente na conta bancaria do cliente, evitando possíveis negativações nos órgãos de restrições por falta
de pagamentos, nota-se no extrato que a cliente não tinha saldo disponível, sendo assim, a negativação é
devida por falta de pagamento, portanto, a reclamação é improcedente.

4. DO DIREITO

A. Da inexistência de nexo de causalidade entre conduta do banco réu e o dano reclamado

É sabido que a responsabilidade objetiva prevista no art. 14 do CDC não afasta a necessidade da existência de nexo
de causalidade entre o dano suportado pelo consumidor e conduta do fornecedor. Do contrário, a responsabilidade
do fornecedor não seria apenas objetiva, mas incondicional, o que se afigura manifestamente desrazoável.

No caso ora tratado, acaso o Cartão não tenha sido contratado diretamente pela parte autora, o que se cogita por
argumentar, o foi por terceiro fraudador portando seus documentos originais e demais informações pessoais, o que
denota a contribuição decisiva da parte autora para ocorrência do evento danoso.

Não houve, portanto, conduta omissiva ou comissiva do banco que tenha contribuído para o evento danoso.

Incide, pois, na hipótese, a excludente de responsabilidade prevista no art. 14, §3º, II, a qual deve conduzir este juízo
ao julgamento improcedente dos pedidos autorais.

B. Da inexistência dos pressupostos da obrigação de indenizar – Dano moral

Restou comprovado através das exposições acima que não houve prática de ato ilícito por parte do banco réu.

Entretanto, acaso este juízo entenda de forma contrária, o que se cogita por argumentar, é certo que a parte autora
não demonstrou que as cobranças reclamadas lhe causaram dor, vexame, sofrimento, ou humilhação que,
fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico da parte autora, de modo que,
sob qualquer hipótese, a indenização por danos morais revela-se descabida.

Entretanto, caso os argumentos trazidos pelo contestante não sejam suficientes para conduzir vosso entendimento
rumo a total improcedência deste feito, o que se cogita por cautela processual, requer que o montante arbitrado a
título de indenização guarde harmonia com os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, bem como que os

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juros e correção monetária tenham como termo inicial a data do arbitramento da indenização.

C. Da aplicação da súmula 385 do STJ

Mediante análise dos autos, verifica-se que a parte autora possui negativação pré-existente à inscrição realizada pela
ré:

Deste modo, ainda que se entenda que o débito cobrado pelo banco réu é indevido, o que se cogita apenas por
argumentar, a pretensão indenizatória formulada na exordial não merece prosperar, conforme sedimentado através
da súmula 385 do STJ.

D. Da aplicação da súmula 359 do STJ

A súmula 359 do STJ preleciona que cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do
devedor antes de proceder à inscrição.

Logo, na hipótese de ausência de tal notificação, nenhuma responsabilidade deve recair sobre a parte ré;

E. Do ônus da prova

A parte pede em sua inicial a inversão do ônus da prova. Contudo, deve-se rechaçar esta possibilidade que não pode
ser deferida sem se apurar a hipossuficiência do consumidor.

Todavia, ainda que se acolha a inversão do ônus da prova, isto não isenta a parte autora de arcar com o seu ônus, e
de fazer ao seu encargo, uma prova mínima de suas alegações.

Logo, a inversão do ônus da prova deve ser afastada, e se já deferida, revogada. Contudo, caso seja acolhida, isto
não exonera a parte autora de fazer a prova mínima de suas alegações, na forma do art.373, I, do CPC.

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Conclusão

a) Diante do exposto, requer que se digne V.Exa a acolher as preliminares/prejudiciais de mérito acima suscitadas.

b) Acaso superadas as preliminares/prejudiciais arguidas, o que se admite por cautela processual, que sejam
julgados totalmente improcedentes os pedidos formulados pela autora.

c) Em atenção ao princípio da eventualidade, caso se entenda pelo acolhimento do pedido de indenização por
danos morais, que este seja fixado com observância aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade,
alicerces de nosso ordenamento, bem como que o termo inicial dos juros e da correção monetária seja a data do
arbitramento.

d) Ainda em exercício de argumentação, caso se entenda pela devoluçao de eventual valor cobrado indevidamente,
que o seja em sua forma simples, face a ausência de conduta contrária à boa-fé objetiva pelo banco réu.

Protesta pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente prova pericial, depoimento
pessoal da parte autora e juntada de documentos supervenientes.

Requer ainda, que, sem prejuízo das intimações eletrônicas expedidas por este juízo, as decisões também sejam pu
blicadas em órgão oficial de imprensa em nome de ANTÔNIO DE MORAES DOURADO NETO, inscrito na OAB/PE
sob o nº 23.255, com endereço profissional na Av. Visconde de Suassuna, nº 639, Boa Vista, Recife/PE - CEP:
50.050-540 e endereço eletrônico: publicacoes.pe@urbanovitalino.com.br , sob pena de nulidade, nos termos do art.
272, § 2° e §5º, do Códex Processual Civil.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Salvador, BA – 26 de novembro de 2023.

ANTÔNIO DE MORAES DOURADO NETO

OAB/PE 23.255

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