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II. MÉRITO
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consumidores, bem como disponibilizando central de atendimento e rápidas
resoluções junto a pontuais infortúnios que podem acometer os produtos.
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9. Dispõe o art. 944 do Código Civil1 que a indenização é
medida pela extensão do dano, de modo que o dano material não pode ser
presumido, devendo ser devidamente comprovado, o que, claramente, não
ocorreu.
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Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
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Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
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Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
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da parte AUTORA, faz-se imperioso analisar as consequências em concreto da
conduta narrada.
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GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, volume: Responsabilidade Civil. 14ª. Ed. São
Paulo. Saraiva, 2019, p. 402.
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responsabilidade civil subjetiva se houver a culpa, dano e nexo de
causalidade. Na situação narrada, inexiste abalo extrapatrimonial em face do
consumidor, tratando-se de mero dissabor cotidiano. Leia-se:
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que a situação narrada extrapola o mero aborrecimento.
Apontam a existência do dever de indenização pelos danos
extrapatrimoniais experimentados. Pugnam pelo provimento do
recurso para reformar a sentença, a fim de julgar procedente o
pedido de reparação por dano moral. 6. A relação jurídica
estabelecida entre as partes é de natureza consumerista, haja
vista as partes estarem inseridas nos conceitos de fornecedor e
consumidor previstos no Código de Defesa do Consumidor.
Aplicam-se ao caso em comento as regras de proteção do
consumidor, inclusive as pertinentes à responsabilidade objetiva
na prestação dos serviços. 7. A controvérsia cinge-se à análise
da existência de dano moral advindo da demora na entrega de
um fogão. 8. O dano moral decorre do abalo a qualquer dos
atributos da personalidade, em especial à dignidade da
vítima, desencadeada pelo evento (art. 5º, V e X da CF). 9.
A falha na prestação de serviço, decorrente do atraso na
entrega do bem, por si só, não acarreta dano moral. É
certo que a inobservância de cláusulas contratuais pode gerar
frustração na parte inocente, mas não se apresenta como
suficiente para produzir dano na esfera íntima do indivíduo, até
porque o descumprimento de obrigações contratuais não é de
todo imprevisível. (REsp n. 876.527/RJ,Ministro JOÃO OTÁVIO
DE NORONHA, DJe de 28/4/2008.) 10. No caso em tela, não
há comprovação de exposição das autoras/recorrentes a
qualquer situação vexatória suficiente a demonstrar dano
psicológico ou ofensa atributos da personalidade. 11.
Ademais, importante registrar que o atraso de 23 dias
para a entrega do produto não se mostra suficiente à
configuração do dano extrapatrimonial. 12. Assim, o
quadro acima exposto não subsidia a reparação por danos
morais, por não causar grave afetação aos direitos da
personalidade da demandante. 13. Desse modo, irretocável a
sentença vergastada. 14. Recurso conhecido e improvido. 15.
Condenadas as partes recorrentes ao pagamento de custas
processuais e dos honorários advocatícios, estes fixados em 10%
sobre o valor da condenação. 16. A súmula de julgamento
servirá de acórdão, conforme regra do art. 46 da Lei nº
9.099/95. (TJ-DF 07003981520208070007 DF 0700398-
15.2020.8.07.0007, Relator: CARLOS ALBERTO MARTINS FILHO,
Data de Julgamento: 21/07/2021, Terceira Turma Recursal, Data
de Publicação: Publicado no DJE: 28/07/2021. Pág.: Sem Página
Cadastrada.)
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que pagar prejuízo de esfera material, ou seja, não sobreveio aos autos
prova de nenhum prejuízo efetivo à parte AUTORA.
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) V - é assegurado o direito de
resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
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configuram lesão à esfera moral, de forma que o montante é completamente
desarrazoado, extrapolando a extensão do dano.
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o cancelamento unilateral do pedido (mov. 1.8).
Incontroverso, ainda, que houve a disponibilização de um vale
compras, entretanto, quando o autor foi utilizá-lo, este estava
vencido (mov. 1.19). Assim, evidencia-se a falha na prestação de
serviços da ré e o descaso com o consumidor, ao cancelar
a compra unilateralmente e deixar de solucionar a questão de
forma eficiente, devendo, portanto, responder pelos prejuízos
causados na forma do artigo 14 do CDC. Neste ponto, como bem
restou assentado na r. sentença de origem, que, por entender
oportuno, trago a colação, in verbis: “O Autor demonstra ainda o
descumprimento pela Ré do contratado, com
o cancelamento da compra, inicialmente, pela alegação de
“problemas na destruição do item” (evento nº 1.8),
posteriormente por problema logístico (evento nº 1.10) e, por fim,
por falta do produto no estoque (evento nº 1.13). O Autor também
comprova que desde o início manifestou preferência pela entrega
efetiva do produto, e não pelo cancelamento da compra e
restituição do valor (eventos nºs 1.9 e 1.11). Dessa feita, não
estando demonstrada a impossibilidade de cumprimento da oferta,
não logrou êxito a Ré em comprovar qualquer excludente de sua
responsabilidade, ônus este que lhes incumbia (art. 6º,
inciso VII do CDC c/c art. 373, inciso II do CPC). Pelo contrário,
em sede de defesa, a Ré confirma o cancelamento unilateral
da compra, alegando que se deu por indisponibilidade de estoque.
Estando vinculada a publicidade do fornecedor ao contrato
celebrado, nos termos do art. 30 do Código de Defesa do
Consumidor, mostra-se evidente a falha na prestação de serviços
pela Ré. (...) No que tange ao pleito de indenização por danos
morais, merece acolhimento. Restou evidente o descaso da Ré
com os reclames do Autor, tendo permanecido inerte quanto à
resolução do problema, o que ultrapassa o mero dissabor do
cotidiano. ” No caso em análise verifica-se o nexo de causalidade
entre a conduta da ré e os danos alegados pelo autor, os quais
transbordam a esfera do mero aborrecimento, uma vez que esta
realizou o pagamento de um produto na ânsia de recebê-lo,
confiando no grande porte e renome da empresa ré, e, no entanto,
teve sua expectativa frustrada, já que não recebeu o produto,
tampouco obteve solução pela via administrativa. Com relação ao
quantum arbitrado, resta consolidado o entendimento de que a
fixação do valor da indenização por dano moral deve observar o
princípio da razoabilidade, levando-se em conta as peculiaridades
do caso concreto,como a situação econômica da autora, o porte
econômico da ré, o grau de culpa e a atribuição do efeito
sancionatório e seu caráter pedagógico. Por tais razões,
conclui-se que o valor dos danos morais fixados em R$
4.000,00 (quatro mil reais) se mostra excessivo, devendo
ser minorado paraR$ 1.000,00 (mil reais),o que faço em
respeito aos critérios acima mencionados e aos parâmetros
adotados por esta Corte. (…)(TJ-PR - RI 0029712-
74.2020.8.16.0014, Londrina 0029712-74.2020.8.16.0014
(Acórdão) Órgão Julgador 1ª Turma Recursal Publicação
05/08/2021, Julgamento 2 de Agosto de 2021, Relator Nestario da
Silva Queiroz).
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25. A fixação de eventual indenização deverá ser justa,
equitativa e moderada, não permitindo o enriquecimento ilícito da parte
REQUERENTE, atendo-se aos critérios da razoabilidade e proporcionalidade, em
atenção ao preceituado pelo art. 944 do Código Civil, fixando-a em
patamares mínimos.
III. PEDIDOS
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f) Não seja concedida a inversão do ônus da prova, eis
que ausente de prova mínima dos alegados danos
sofridos;
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