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SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO

SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE


SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL
COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
GERÊNCIA DE IMUNIZAÇÕES
GERÊNCIA DE DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS

2ª VERSÃO

RIO DE JANEIRO, 1º DE ABRIL DE 2021

2
Governo do Estado do Rio de Janeiro
Governador em exercício – Claudio Bomfim de Castro e Silva

Secretaria de Estado de Saúde


Secretário – Carlos Alberto Chaves de Carvalho

Subsecretaria de Vigilância em Saúde – SVS


Subsecretária – Claudia Maria Braga de Mello

Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental – SVEA


Superintendente – Mário Sérgio Ribeiro

Coordenação de Vigilância Epidemiológica – CVE


Coordenadora – Gabrielle Damasceno da Costa Chagas

Gerência de Imunizações - GI
Gerente – Valter Montes de Almeida

Gerência de Doenças Imunopreveníveis – GDI


Gerente – Itacirema de Oliveira Bezerra

Subsecretaria de Gestão e Atenção Integral à Saúde


Subsecretário – Rodrigo Lages

Superintendência de Atenção Primária à Saúde


Superintendente – Thais Severino

Assessoria de Comunicação Social


Assessora – Flávia Junqueira

Subsecretaria Executiva
Subsecretária – Juliana Oliveira

3
FICHA TÉCNICA
©2021 Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro.
Todos os direitos reservados.
A responsabilidade pelos direitos autorais é da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de
Janeiro. O conteúdo desta publicação poderá ser revisto e aperfeiçoado pela equipe técnica
responsável.
Elaboração, distribuição e informações:
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO.
Rua México, 128 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20031-142
URL: www.saude.rj.gov.br
Versão do documento: Versão 2.0. Revisada e atualizada até 01/04/2021.

Responsáveis pela elaboração:


Valter Montes de Almeida
Revisão Final:
Valter Montes de Almeida
Itacirema de Oliveira Bezerra
Gabrielle Damasceno da Costa Chagas
Mário Sérgio Ribeiro
Claudia Maria Braga de Mello
Flávia Junqueira
Thais Severino

Colaboração:
Ariane Fontes dos Santos – Apoiadora OPAS no Estado do Rio de Janeiro
Larissa Nunes Moreira Reis - Apoiadora OPAS no Estado do Rio de Janeiro

Gerência de Imunização e Gerência de Doenças Imunopreveníveis


Rua México, 128 – Sala 416 – Castelo – Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (21) 2333-3858 / 3859 / 3912 / 4024.
Fax: (21) 2333.3859
E-mail: vacinas.sesrj@gmail.com e gdi.sesrj@gmail.com
Gerentes: Valter Montes de Almeida e Itacirema de Oliveira Bezerra

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABRASCE: Associação Brasileira de Shopping Centers


ACE: Agentes de Controle de Endemias
ACS: Agentes Comunitários de Saúde
Anvisa: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
APS: Atenção Primária à Saúde
ASSERJ: Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro
CGA: Central Estadual da Rede de Frio na Central Geral de Armazenagem
CGLOG: Coordenação Geral de Logística
CGPNI: Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações
CHC-UFPR: Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná
CNES: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
CNS: Cartão Nacional de Saúde
CPF: Cadastro de Pessoa Física
CRIE: Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais
CTAI-RJ: Comitê Técnico Assessor em Imunizações do Estado do Rio de Janeiro
CV: Coberturas Vacinais
DESAI: Departamento de Saúde Indígena
DEVIT: Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis
DRIM: Doenças Reumáticas Imunomediadas
DSEI: Distritos Sanitários Especiais Indígenas
DSS: Determinantes Sociais da Saúde
EAIE: Eventos Adversos de Interesse Especial
EAG: Eventos Adversos Graves
EAPV: Eventos Adversos Pós-Vacinação
EB: Exército Brasileiro
ESF: Estratégia de Saúde da Família
EPIs: Equipamentos de Proteção Individual
ESPII: Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional
FIOCRUZ: Fundação Oswaldo Cruz
HUB-UnB: Hospital Universitário de Brasília da Universidade de Brasília
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

5
IC: Insuficiência Cardíaca
IFA: Ingrediente Farmacêutico Ativo
ILPI: Instituições de Longa Permanência de Idosos
IM: Intramuscular
IMC: Índice de Massa Corpórea
IML: Instituto Médico Legal
INEP: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
IPEA: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IVS: Índices de Vulnerabilidade Social
LGPD: Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
LOA: Lesão em Órgão Alvo
MRC: Monitoramento Rápido de Coberturas Vacinais
MS: Ministério da Saúde
Notivisa: Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária
OGM: Organismos Geneticamente Modificados
OMS: Organização Mundial de Saúde
PA: Pressão Arterial
PGRSS: Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
PNAB: Política Nacional de Atenção Básica
PNAISP: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade
no Sistema Prisional
PNI: Programa Nacional de Imunização
RNDS: Rede Nacional de Dados em Saúde
RAPS: Rede de Atenção Psicossocial
RSS: Resíduos dos Serviços de Saúde
SES-RJ: Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
SI-PNI: Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações
SUAS: Sistema Único da Assistência Social
SUS: Sistema Único de Saúde
SVO: Serviço de Verificação de Óbito
SVS: Secretaria de Vigilância em Saúde
UAPS: Unidade de Atenção Primária à Saúde
URS: Unidades Regionais de Saúde
VEAPV: Sistemas de Vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação

6
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................10
2. O PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES E SUAS COMPETÊNCIAS.12
2.1. Constituem competências da esfera federal ................................................12
2.2. Constituem competências da esfera estadual .............................................13
2.3. Constituem competências da esfera municipal ............................................13
3. ESTUDOS E PESQUISAS ATUAIS SOBRE A VACINA CONTRA COVID-19
...............................................................................................................14
4. PLANO OPERATIVO DE VACINAÇÃO CONTRA COVID-19 NO ESTADO DO
RIO DE JANEIRO ..................................................................................17
5. COMITÊ TÉCNICO ASSESSOR EM IMUNIZAÇÕES DO ESTADO DO RIO
DE JANEIRO (CTAI) ..............................................................................18
6. OBJETIVOS DO PLANO ................................................................................19
6.1. Objetivo Geral ..............................................................................................19
6.2. Objetivos Específicos ...................................................................................19
7. RESPONSABILIDADE DE REVISÃO PERIÓDICA DO PLANO .....................19
8. FASES DE RESPOSTA ..................................................................................20
8.1. Primeira Fase: Pré-campanha (SUPERADA) ..............................................20
8.1.1. Vigilância em Saúde .................................................................20
8.1.2. Segurança Pública ....................................................................22
8.1.3. Atenção Primária ......................................................................22
8.1.4. Comunicação Social .................................................................23
8.2. Segunda Fase: Campanha (ATUAL) ...........................................................24
8.2.1. Vigilância em Saúde .................................................................24
8.2.2. Segurança Pública ....................................................................25
8.2.3. Atenção Primária ......................................................................25
8.2.4. Comunicação Social .................................................................27
8.3. Terceira fase: Pós-campanha ......................................................................27
8.3.1. Vigilância em Saúde / Imunização ............................................27
8.3.2. Segurança Pública ....................................................................28
8.3.3. Atenção Primária ......................................................................28
8.3.4. Comunicação Social .................................................................28
9. CONTEXTUALIZAÇÃO DAS AÇÕES ATUAIS ...............................................28
10. GRUPOS PRIORITÁRIOS ............................................................................31
10.1. Caracterização dos Grupos prioritários ......................................................31

7
10.1.1. Definição de Trabalhadores da Saúde (Atualizada conforme
Ofício 57 / 2021 / CGPNI / DEIDT / SVS / MS) ...................................35
10.1.2. Definição de Profissionais de Saúde ......................................36
10.1.3. Definição de Estabelecimentos de Saúde ..............................37
10.1.4. Definição de Serviços de interesse à Saúde ..........................37
10.2. Definição de Deficiência Permanente para o ERJ (Atualizada conforme
Recomendação Conjunta 01/2021 do MPRJ / Procedimentos
Administrativos: MPRJ 2021 0019 7830 e E-20/001.002884/2020-
DPGE-RJ) ..............................................................................................37
10.3. Caracterização das comorbidades .............................................................39
11. ESTIMATIVA POPULACIONAL DOS GRUPOS PRIORITÁRIOS ................40
12. ESPECIFICAÇÕES DAS VACINAS .............................................................43
12.1. Vacina Coronavac COVID-19 (Sinovac / Butantan) ...................................43
12.2. Vacina Covishield COVID-19 (AstraZeneca / Fiocruz) ...............................45
12.3. Conservação das Vacinas .........................................................................47
12.4. Esquemas de Vacinação ...........................................................................47
12.5. Utilização de Doses como D1 e / ou D2 das Vacinas Coronavac / Butantan
e AstraZeneca / Fiocruz (IMPORTANTE) ..............................................47
13. PROCEDIMENTO PARA A ADMINISTRAÇÃO DAS VACINAS ...................48
13.1. Administração simultânea com outras vacinas ..........................................49
13.2. Intercambialidade .......................................................................................49
13.3. Uso de Equipamentos de Proteção Individual ...........................................49
14. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS PROVENIENTES DA VACINAÇÃO ....50
15. FARMACOVIGILÂNCIA ................................................................................50
15.1. Precauções à administração da vacina......................................................55
15.1.1. Doenças febris agudas, pessoas com suspeita de covid-19 e
histórico prévio de infecção pelo SARS-CoV-2...................................55
15.1.2. Vacinação de pessoas com exposição recente à covid-19.....55
15.1.3. Pessoas com uso recente de imunoglobulinas .......................56
15.1.4. Doação de Sangue .................................................................56
15.2. Grupos especiais .......................................................................................56
15.2.1. Gestantes, Puérperas e Lactantes..........................................56
15.2.2. Uso de antiagregantes plaquetários e anticoagulantes orais e
vacinação............................................................................................57
15.2.3. Pacientes portadores de Doenças Reumáticas Imunomediadas
(DRIM) ................................................................................................58
15.2.4. Pacientes oncológicos, transplantados e demais pacientes
Imunossuprimidos ...............................................................................58

8
15.3. Contraindicações .......................................................................................58
15.4. Erros de Imunização e Condutas Recomendadas .....................................59
15.4.1. Extravasamento durante a administração ...............................59
15.4.2. Vacinação de menores de 18 anos.........................................59
15.4.3. Intervalo inadequado entre as doses dos esquemas propostos
............................................................................................................59
15.4.4. Administração inadvertida por via subcutânea .......................60
15.5. Divergência de Volume de Doses nos Frascos das Vacinas COVID-19 ...60
15.6 - Grupo de Investigação de Eventos Adversos Pós-Vacinação da COVID-19
do Estado do Rio de Janeiro ..................................................................61
16. CRONOGRAMA DE DISTRIBUIÇÃO DAS VACINAS ..................................62
17. REGISTRO E INFORMAÇÃO .......................................................................66
17.1. Registro do vacinado .................................................................................66
17.2. O registro da movimentação da Vacina .....................................................69
18. PONTOS FOCAIS DA SES E CONTATOS DAS ÁREAS TÉCNICAS ..........70
19. AQUISIÇÃO E GERENCIAMENTO DE INSUMOS ......................................70
20. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................72
ANEXO 1 ............................................................................................................75

9
1. INTRODUÇÃO

Em 31 de dezembro de 2019, o escritório nacional da Organização Mundial da Saúde


(OMS), na China, foi informado sobre a ocorrência de casos de pneumonia de
etiologia desconhecida na cidade de Wuhan, Província de Hubei. Uma semana depois, em 7
de janeiro de 2020, as autoridades chinesas confirmaram que haviam identificado um novo
tipo de coronavírus.

A OMS, em 30 de janeiro de 2020, declarou como uma Emergência de Saúde Pública


de Importância Internacional (ESPII) o surto de uma nova doença (Covid-19) causada por um
novo coronavírus - SARS-CoV-2 e, em 12 de março de 2020, a Covid-19 foi caracterizada
como uma pandemia, que está sendo considerada um dos eventos mais impactantes da
história moderna com uma séria ameaça à saúde pública global. Assim, todos os países
devem estar preparados para conter a transmissão do vírus e prevenir a sua disseminação,
por meio de vigilância ativa com detecção precoce, isolamento e manejo adequados dos
casos, com investigação e monitoramento dos contatos, além de notificação oportuna.

A Covid-19 é uma doença transmitida facilmente por meio de gotículas respiratórias e


contato com objetos e superfícies contaminadas, além da possibilidade de transmissão por
aerossóis, em algumas situações especiais. A doença apresenta um espectro clínico que
varia de infecções assintomáticas a quadros graves. De acordo com a OMS, a maioria (cerca
de 80%) dos pacientes com Covid-19 podem ser assintomáticos ou oligossintomáticos
(poucos sintomas), e aproximadamente 20% dos casos detectados requer atendimento
hospitalar por dificuldade respiratória, dos quais aproximadamente 5% podem necessitar de
suporte ventilatório.

Figura 1: Linha do tempo SARS-COV-2.

10
No Estado do Rio de Janeiro, temos um quantitativo (acumulado de março de 2020 a
março de 2021) de 647.875 casos confirmados, 36.727 óbitos e 602.271 casos recuperados
(dados do Painel COVID-19 consolidados até 31/03/2021, disponível em
https://painel.saude.rj.gov.br/monitoramento/covid19.html).

O Estado apresenta uma taxa de letalidade de 5,67% e uma taxa de mortalidade de 200
por 100.000 habitantes para a doença. Todos os 92 municípios do estado do Rio de Janeiro já
registraram casos confirmados.

Para conseguir atingir o objetivo de interrupção de transmissão da doença sem


colapso dos serviços de saúde, haveria a necessidade de adoção de medidas de
distanciamento social com duração de 1 a 2 anos, resultando em impacto econômico e social
para o país. Para minimizar esse impacto, diversos países e empresas farmacêuticas estão
empreendendo esforços na produção de uma vacina segura e eficaz contra a Covid-19.
Existem diversas vacinas em desenvolvimento e a prevenção de doenças infecciosas
mediante a vacinação é considerada um dos maiores sucessos em saúde pública e uma das
medidas mais seguras e de melhor relação custo-efetividade para os sistemas de saúde. As
práticas de vacinação programada e organizada têm permitido evitar milhões de óbitos e
incapacidades ao longo da história, controlando a evolução de várias doenças como a
poliomielite em várias regiões do planeta e a rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita
alcançada pelo Brasil em 2009. A imunização, atualmente, evita 2-3 milhões de mortes todos
os anos, globalmente, por doenças como difteria, tétano, coqueluche, influenza e sarampo
(OMS, 2020).

Em geral, as vacinas estão entre os medicamentos mais seguros para o uso


humano, proporcionando amplos benefícios à saúde pública de um país. Entretanto, como
qualquer outro medicamento, não são isentas de riscos. Neste sentido, vários países mantêm
sistemas de vigilância de eventos adversos pós-vacinação (VEAPV), com a finalidade de
subsidiar a adoção de medidas de segurança oportunas que assegurem a melhor relação
benefício-risco para a população vacinada.

Atualmente, as vacinas para Covid-19 encontram-se em estudos de fase 3 e há apenas


duas vacinas com registro emergencial aprovado pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) para uso no país, a saber: a vacina Coronavac Covid-19
(Sinovac/Butantan), e a do laboratório AstraZeneca/Universidade de Oxford em parceria com
a Fiocruz. Além disso, recentemente a vacina da Pfizer teve seu registro concedido.

Destaca-se que as informações contidas neste plano serão atualizadas conforme o


surgimento de novas evidências científicas, conhecimentos acerca das vacinas, cenário
epidemiológico da Covid-19, em conformidade com as fases previamente definidas e
aquisição dos imunizantes após aprovação definitiva pela Anvisa.

11
2. O PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES E SUAS COMPETÊNCIAS

O Programa Nacional de Imunização (PNI) é considerado uma das principais e


mais relevantes intervenções em saúde pública no Brasil, em especial pelo importante
impacto obtido na redução de doenças nas últimas décadas.

As vacinas disponibilizadas na rotina dos serviços de saúde são definidas nos


calendários de vacinação, nos quais estão estabelecidos:

• Os tipos de vacina;

• O número de doses do esquema básico e dos reforços;

• A idade mínima e máxima para a administração de cada dose;

• O intervalo entre uma dose e outra, no caso do imunobiológico que exija mais de uma
dose.

Os imunobiológicos incluem os soros, vacinas e imunoglobulinas capazes de


proteger, diminuir a gravidade ou combater doenças específicas e agravos. Atuam no
sistema imunológico, nosso sistema de defesa, que se caracteriza biologicamente pela
capacidade de reconhecer determinadas estruturas moleculares específicas, os antígenos, e
desenvolver resposta efetora diante destes estímulos, provocando a sua destruição ou
inativação.

Os imunobiológicos são produtos termolábeis (sensíveis ao calor e ao frio) e


fotossensíveis (sensíveis à luz). Assim, devem ser armazenados, transportados, organizados,
monitorados, distribuídos e administrados adequadamente, de forma a manter sua eficácia e
potência, ou seja, sua capacidade de resposta.

Na esfera federal, o PNI está sob responsabilidade da Coordenação-Geral do Programa


Nacional de Imunizações (CGPNI) do Departamento de Vigilância das Doenças
Transmissíveis (DEVIT) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde.

Com relação às competências e responsabilidades de cada esfera de gestão, temos:

2.1. Constituem competências da esfera federal

a) A coordenação do PNI (incluindo a definição das vacinas nos calendários e das


campanhas nacionais de vacinação), as estratégias e as normatizações técnicas sobre
sua utilização;

b) O provimento dos imunobiológicos definidos pelo PNI, considerados insumos


estratégicos;

c) A gestão do sistema de informação do PNI, incluindo a consolidação e a análise


dos dados nacionais e a retroalimentação das informações à esfera estadual.

12
2.2. Constituem competências da esfera estadual

a) A coordenação do componente estadual do PNI;

b) O provimento de seringas e agulhas, itens que também são considerados


insumos estratégicos;

c) Atuação de forma complementar na execução eventual das ações de vacinação,


articulada com os municípios onde houver a necessidade;

d) A gestão do sistema de informação do PNI, incluindo a consolidação e a análise


dos dados municipais, o envio dos dados ao nível federal dentro dos prazos
estabelecidos e a retroalimentação das informações à esfera municipal.

2.3. Constituem competências da esfera municipal

a) A coordenação e a execução das ações de vacinação integrantes do PNI,


incluindo a vacinação de rotina, as estratégias especiais (como campanhas e vacinações
de bloqueio) e a notificação e investigação de eventos adversos e óbitos temporalmente
associados à vacinação;

b) A gerência do estoque municipal de vacinas e outros insumos, incluindo o


armazenamento e o transporte para seus locais de uso, de acordo com as normas
vigentes;

c) O descarte e a destinação final de frascos, seringas e agulhas utilizados,


conforme as normas técnicas vigentes;

d) A gestão do sistema de informação do PNI, incluindo a coleta, o processamento,


a consolidação e a avaliação da qualidade dos dados provenientes das unidades
notificantes, bem como a transferência dos dados em conformidade com os prazos e
fluxos estabelecidos nos âmbitos nacional e estadual e a retroalimentação das
informações às unidades notificadoras.

13
3. ESTUDOS E PESQUISAS ATUAIS SOBRE A VACINA CONTRA COVID-19

A corrida pela vacina contra a Covid-19 é um movimento mundial que gera grandes
expectativas sobre o controle da pandemia do Sars-CoV-2. Esta é, há alguns meses, uma
prioridade global. O Brasil já aprovou quatro estudos para vacinas contra a Covid-19. Os
testes são conduzidos em voluntários que trabalham na linha de frente do combate ao
vírus.

Figura 2: Ilustrativo referente aos estudos clínicos de vacinas contra o SARS-COV-2


desenvolvidos também no Brasil 1,2

Fonte: Anvisa

1
As informações em vermelho no quadro representam as atualizações mais recentes
2
As vacinas Sputnik V e Covaxin/Bharat/Biotech foram incluídas em outra categoria de análise, pois solicitaram, até agora,
apenas as Boas Práticas de Fabricação.

14
Figura 3: Ilustrativo referente as vacinas sem pedido de uso emergencial ou registro,
no Brasil 3

Fonte: Anvisa

A vacina de Oxford contra a Covid-19, produzida pelo laboratório AstraZeneca e


pela Universidade de Oxford, concluiu a terceira e última fase de testes em humanos no
Brasil e em outros países. A Anvisa aprovou o estudo em 2 de junho de 2020, e seu uso
emergencial em janeiro de 2021. É considerado pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) um dos projetos mais promissores até o momento. Após sua aprovação
emergencial, estava prevista a produção em fevereiro no Brasil, segundo o Ministério da
Saúde, porém a mesma iniciou-se em março após a importação do ingrediente
farmacêutico ativo (IFA). A distribuição iniciou-se em janeiro de 2021, com a aquisição de
um quantitativo de 2 milhões de doses, produzidas na Índia, pelo Laboratório Serum
Institute Of India.

A vacina desenvolvida pela BioNTech e Wyeth/Pfizer teve o estudo aprovado pela


Anvisa em 21 de julho de 2020. De acordo com a agência, o estudo previa a inclusão de
cerca de 29 mil voluntários, sendo 1.000 deles do Brasil, em São Paulo, no Centro
Paulista de Investigação Clínica, e na Bahia, na Instituição Obras Sociais Irmã Dulce.
Esta foi a primeira a receber autorização de uso por uma agência regulatória no mundo,
no Reino Unido, e começou a ser utilizada em 08/12/2020. A vacina da Pfizer já obteve
registro definitivo pela Anvisa e foi comprada pelo governo, mas a entrega do primeiro
lote está prevista apenas para a partir de abril.

A vacina Coronavac teve seu estudo clínico no Brasil aprovado pela Anvisa em 3
de julho de 2020. O estudo foi desenvolvido pela Sinovac Research & Development em
parceria com o Instituto Butantan. Participaram deste estudo 12 instituições, incluindo o
Hospital Universitário de Brasília da Universidade de Brasília (HUB-UnB) e o Complexo
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR), ambos vinculados

3
Sobre a Sputnik: A Sputnik solicitou AUE (autorização de uso emergencial), mas esse pedido foi devolvido para a empresa
solicitante em 16/01/2021, devido à necessidade de complementação de dados e informações previstos. A empresa fez nova
submissão em 26/03/2021.

15
à Rede EBSERH. A vacina Coronavac é composta de vírus inativados, fazendo com que
o sistema imunológico identifique o invasor e produza defesas contra ele. Assim, quando
o corpo entrar em contato com o vírus ativo, não será infectado. A distribuição iniciou-se
em janeiro de 2021, com a aquisição de um quantitativo de 6 milhões de doses,
produzidas na China, pelo laboratório Sinovac. Com a chegada do IFA, o Instituto
Butantan iniciou a produção a nível nacional.

A vacina produzida pela divisão farmacêutica Janssen-Cilag (da Johnson-


Johnson) teve sua aprovação para estudo clínico em 18 de agosto de 2020. O ensaio
clínico aprovado foi um estudo de fase III. De acordo com a Anvisa, o estudo previa a
inclusão de até 60 mil voluntários, sendo sete mil no Brasil, distribuídos em diversas
regiões do país, nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná,
Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte.

A vacina russa Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, foi autorizada


para uso emergencial pelo governo russo antes mesmo do fim dos estudos clínicos. A
vacina já foi aprovada para uso na Argentina e em outros países da América Latina. O
Ministério da Saúde anunciou um acordo para comprar 10 milhões de doses desta
vacina para integrar o Plano Nacional de Imunização. Além disso, governadores do
Consórcio do Nordeste anunciaram a assinatura de compra de mais 37 milhões de
doses da vacina russa. O 1º pedido de uso emergencial foi em 16/01/2021, mas
faltavam documentos para a análise pela ANVISA. O 2º pedido de uso emergencial da
Sputnik foi feito no dia 26/03/2021, pelo laboratório União Química. Após o registro do
pedido, a agência teria até 7 dias para a conclusão da análise, caso os técnicos da
organização não apresentassem nenhum questionamento em relação ao material
apresentado.

A empresa responsável pela vacina Covaxin no Brasil reafirmou que considera


importante e que deseja realizar o estudo clínico de fase 3 no país. A equipe técnica
da Anvisa tem disponibilizado todas as informações necessárias para auxiliar a
empresa na instrução do processo de anuência a ser submetido à Agência. Segundo
o cronograma do governo federal, serão 20 milhões de doses da Covaxin, do
laboratório Bharat Biotech, da Índia.

Apesar de constarem nos planos do governo, a Covaxin e a Sputnik V ainda


não têm autorização da Anvisa para uso emergencial no Brasil.

16
4. PLANO OPERATIVO DE VACINAÇÃO CONTRA COVID-19 NO ESTADO DO RIO
DE JANEIRO

Este Plano Operativo foi elaborado para realização da vacinação contra Covid-19 no
estado do Rio de Janeiro, considerando ser um grande avanço nas estratégias de
contenção da pandemia, que trouxe inúmeras consequências do ponto de vista de saúde
pública, social, político e econômico para o país como um todo.

O mesmo foi dividido em três fases (Fase Pré-Campanha, Fase de Campanha e


Fase Pós-Campanha) e em quatro áreas iniciais (Vigilância/Imunização,
Assistência/Atenção Primária à Saúde, Gestão e Comunicação Social). A reavaliação
acontecerá de forma periódica, permitindo inserção de novas áreas e novas ações,
conforme dinamicidade da pandemia e evolução das estratégias de vacinação,
preparando o sistema de saúde para uma das maiores ações de vacinação do país.

O Plano de Contingência para Vacinação de Covid-19 do Estado do Rio de Janeiro


está em consonância com o Plano Nacional de Vacinação apresentado pela equipe da
Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde (MS)
em dezembro de 2020.

Nesta ocasião, o MS anunciou que a vacinação contra a Covid-19 acontecerá em


quatro fases, obedecendo a critérios logísticos de recebimento e distribuição das doses. A
primeira fase prioriza os trabalhadores da saúde, a população idosa a partir de 75 anos
de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência
(asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena. A segunda fase inclui pessoas
de 60 a 74 anos. Já a terceira fase prevê a vacinação de pessoas com comorbidades que
apresentem maior chance de agravamento da doença (como portadores de doenças
renais crônicas e cardiovasculares). Por último, a quarta fase abrangerá professores,
forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada
de liberdade, bem como outras categorias que passaram a compor os informes do PNI,
considerando sua importância no contexto social e econômico do país.

Com relação ao estado do Rio de Janeiro, essas quatro fases juntas contabilizam
cerca de 7.009.480 habitantes. Sendo, na primeira fase, cerca de: 811.235 idosos acima
de 75 anos de idade, 648.955 trabalhadores da saúde, 358 indígenas, 783 pessoas com
deficiência institucionalizadas e 10.892 mil idosos em instituições de longa permanência.
Já na segunda fase, teremos cerca de 2.181.861 idosos na faixa etária de 60 a 74 anos.
Na terceira fase, teremos cerca de 1.666.259 pessoas com comorbidades. E por último,
na quarta fase, teremos cerca de: 266.589 professores, 156.757 profissionais das forças
de segurança e salvamento e Forças Armadas, 2.477 funcionários do sistema prisional,
48.708 privados de liberdade, além de 1.199.749 de outras categorias.

17
5. COMITÊ TÉCNICO ASSESSOR EM IMUNIZAÇÕES DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO (CTAI)

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) conta com um Comitê


Técnico Assessor em Imunizações do estado do Rio de Janeiro (CTAI-RJ), cuja função se
destina a assessorar a SES-RJ e as secretarias municipais de saúde, nos assuntos
concernentes ao Programa Nacional de Imunizações e suas referências. Esse comitê é
constituído por profissionais experientes que desempenham atividades relacionadas com
imunizações, ligados a serviços públicos, sociedades científicas, universidades e outras
instituições renomadas na área como a Fiocruz; tendo a sua composição mais recente
publicada na Resolução SES-RJ 1.836, de 26 de abril de 2019, em Diário Oficial do
Estado de 30 de abril de 2019.

Em caso de definição dos gestores estaduais para aquisição de vacina contra a


Covid-19, de forma descentralizada do Ministério da Saúde, esse comitê poderá ser
acionado, para prestar as devidas contribuições à proposta, conforme a necessidade e
urgência. Poderá contribuir nas discussões necessárias para a proposição de um plano
de aquisição descentralizada de imunobiológicos contra a Covid-19, na definição dos
grupos prioritários e na estratégia de vacinação a ser adotada pela SES-RJ,
considerando:

(1) a situação epidemiológica da doença no estado;

(2) as vacinas disponíveis no mercado nacional e internacional desde que


homologadas pela Anvisa;

(3) planejamento das estratégias de vacinação;

(4) operacionalização das ações;

(5) farmacovigilância e monitoramento de eventos adversos;

(6) monitoramento dos sistemas de informações;

(7) supervisão e avaliação das ações;

(8) divulgação pela assessoria de comunicação.

Considerando que os estudos clínicos atuais em fase 3 de desenvolvimento da


vacina no país só são homologados para a população adulta (acima de 18 anos),
compreendendo a população aproximada de 12.017.460 habitantes, no Estado. Teremos
de considerar a viabilidade de aquisição descentralizada de, pelo menos, 25.000.000
doses, para atender a essa população, já que estão previstas duas doses na posologia
das mesmas, para uma resposta imunológica adequada do indivíduo vacinado; e serão
consideradas também as perdas técnicas devido a apresentação do frasco do
imunobiológico e validade após abertura. Além disso, teríamos de avaliar a
disponibilidade do imunobiológico do mercado, preço de mercado, capacidade de

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logística de recebimento, armazenamento na rede de frio estadual e municipal; e
aquisição e insumos.

6. OBJETIVOS DO PLANO

6.1. Objetivo Geral

Organizar as ações e estratégias do Governo do Estado do Rio de Janeiro para a


vacinação contra Covid-19, abordando as fases de Pré-Campanha, Fase de Campanha e
Pós-Campanha;

6.2. Objetivos Específicos

 Reorganizar a Central Estadual da Rede de Frio na Central Geral de


Armazenagem - CGA;
 Envolver as respectivas áreas técnicas da SES-RJ, para apoiar as ações da
campanha, desde o planejamento, até a atuação direta na vacinação;
 Buscar apoio de outras secretarias de estado para realização da campanha de
vacinação;
 Conter a disseminação do Sars-CoV-2, atingindo altas e homogêneas coberturas
vacinais;
 Combater a desinformação, para garantir a adesão da população à campanha;
 Apresentar a população-alvo e grupos prioritários para vacinação;
 Otimizar os recursos existentes por meio de planejamento e programação
oportunos para operacionalização da vacinação em apoio aos municípios;
 Instrumentalizar tecnicamente os municípios para vacinação contra a covid-
19.

7. RESPONSABILIDADE DE REVISÃO PERIÓDICA DO PLANO

A responsabilidade de revisão deste plano de contingência para a vacinação contra


a Covid-19 será da Gerência de Imunização e da Gerência de Doenças
Imunopreveníveis, conforme avaliação periódica das ações de imunização propostas pela
CGPNI/MS que serão desenvolvidas nas três fases da campanha e em seus diversos
níveis de complexidade. Contará também com o apoio do Grupo de Investigação de
Eventos Adversos Pós-Vacinação da Covid-19 do Estado do Rio de Janeiro e da
Superintendência de Atenção Primária em Saúde da SES-RJ. Além disso, será
realizada consultoria ao CTAI-RJ sempre que necessário.

19
8. FASES DE RESPOSTA

Nesta seção, são apresentadas as ações previstas em cada uma das três fases da
Campanha por eixo de atuação da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro na
vacinação contra a COVID-19. A execução de cada ação requer esforços integrados de
diferentes setores, em consonância com a União, Estado e
Municípios, em diferentes níveis de governança.

8.1. Primeira Fase: Pré-campanha (SUPERADA)

8.1.1. Vigilância em Saúde

1. Acompanhamento das discussões acerca das pesquisas e estudos clínicos


realizados sobre as vacinas COVID-19, com atualização constante dos
profissionais de saúde e preparação da rede.

2. Ampliação dos recursos humanos conforme inventário e necessidades


identificadas.

3. Reestruturação da Central Estadual de Rede de Frio com a possibilidade de:

- Locação de contêineres (com alarme sonoro para alteração de temperatura)


para armazenamento de imunobiológicos, caso o volume a ser recebido seja
superior a capacidade de armazenagem das atuais câmaras em utilização.

- Ampliação da capacidade das câmaras frias e instalação de porta pallets para


aumentar o espaço de armazenamento (mediante realização de estudo técnico
e disponibilidade de área física).

4. Realização de processos de compra envolvendo a aquisição de seringas,


agulhas, e demais insumos relacionados as ações de imunização, tais como:
caixas box de poliuretano, termômetros, álcool a 70%, algodão hidrófilo, papel
toalha, sabonete líquido, álcool gel, toalhas de papel para as macas, etc.

5. Realização de diagnóstico da estrutura atual das Redes de Frio Municipais,


visando a necessidade de adequações da infraestrutura para recebimento da
vacina e realização da Campanha.

6. Realização de capacitação online e / ou presencial para os profissionais das


equipes das Coordenações de Imunização Municipais (das Centrais de Rede de
Frio e das Salas de Vacinas); e do almoxarifado da Central Estadual.

7. Logística: além de 14 veículos na Central de Rede de Frio do Estado, todos


climatizados (ar condicionado) ou refrigerados (thermo king 2ºC - 8ºC) para
atender a logística de transporte das vacinas da Central Estadual para as
Centrais Municipais, tem-se utilizado o apoio de helicópteros cedidos pelas

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forças de segurança do estado, para apoio na distribuição das vacinas, que são
entregues em 24 horas em todas as regiões de saúde do estado, desde a
entrega pelo MS na CGA.

8. Recomendar aos municípios estratégias de vacinação através de visita domiciliar


(varredura) e / ou “drive-thru” para evitar aglomerações nas salas de vacina, com
liberação de recurso para compra de tenda, mesa, cadeira, caixas térmicas e
materiais de divulgação.

9. Estruturação dos 04 CRIE Estaduais (Centros de Referência em


Imunobiológicos Especiais), localizados nos municípios de Itaperuna (1),
Campos dos Goytacazes (1) e Rio de Janeiro (2), para apoio nas ações de
Vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação.

A farmacovigilância de vacinas e de outros imunobiológicos é o processo de


detecção, avaliação, compreensão, prevenção e comunicação de eventos adversos pós-
vacinação ou qualquer outro problema relacionado à vacina ou à imunização.

Para que uma vacina seja utilizada nos serviços de saúde, ela passa por um
processo desde o desenvolvimento do produto, os estudos pré-clínicos e clínicos (fases I,
II e III), até a sua aprovação e registro sanitário. Estudos clínicos pré-comercialização
(fases I a III) deveriam definir todos os eventos desfavoráveis. No entanto, esses estudos
realizados apresentam uma série de limitações, como por exemplo, o número pequeno de
pessoas expostas à vacina previamente à sua aprovação para comercialização, o que
impede a identificação de eventos raros. Além disso, o período de duração desses
estudos não permite identificar eventos tardios, isto é, aqueles que ocorrem muitos anos
após a exposição. Por esses motivos, a vigilância de eventos adversos pós-
comercialização (farmacovigilância) é fundamental no processo de identificação de novas
informações sobre a segurança de vacinas.

Mesmo após a utilização em larga escala, é necessário que seja mantida a


vigilância quanto a possíveis eventos adversos e que não puderam ser observados nas
fases anteriores. A partir de informações obtidas nas fases de I a III e dos dados de
farmacovigilância, pode ser necessária a realização de estudos de fase IV. Os estudos
clínicos de fase IV, realizados no período em que o medicamento já está sendo
comercializado, não são exigidos pelas agências reguladoras, mas são frequentemente
acordados entre as indústrias e as agências como uma condição para a aprovação do
novo medicamento. Os estudos de fase IV podem ser iniciados a partir de sinais de
farmacovigilância ou de sistemas de notificações espontâneas de relatos de suspeita de
evento adverso.

Especialmente em razão da vigilância de eventos adversos pós-comercialização, há


a necessidade de ampliação de profissionais capacitados e também de serviços no
Estado, para atuar na vigilância de eventos adversos da vacina contra o Coronavírus. Por
se tratar de uma vacina nova, esta demanda será intensa.

21
8.1.2. Segurança Pública

1. Avaliação da estrutura da rede de segurança da central de Rede de Frio por


uma equipe técnica especializada para validação dos mecanismos de
segurança existentes e realização de substituição e / ou melhorias que se
fizerem necessárias com instalação de câmeras de segurança, reposição das
concertinas estragadas, fechaduras com travas eletrônicas e demais itens
necessários.

2. Diagnóstico de pontos de vulnerabilidade e elaboração de planejamento


envolvendo os órgãos de segurança pública no apoio.

3. Apoio das forças policiais, civil e militar, na escolta das vacinas, até a chegada
nas centrais de rede de frio dos municípios.

8.1.3. Atenção Primária

A Atenção Primária à Saúde (APS) é o nível da atenção mais estratégico para a


prevenção de doenças e agravos, sendo um dos seus atributos essenciais o acesso de
primeiro contato para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, na
perspectiva do controle, erradicação e eliminação de doenças imunopreveníveis, o que
inclui as ações de imunização, é fundamental a participação ativa dos profissionais de
saúde que atuam na APS, bem como a de gestores municipais e estaduais de saúde.

A atuação da APS se faz crucial para interromper a circulação do vírus Sars-CoV-


2, e as medidas a seguir devem ser adotadas previamente para a efetividade das ações
de contenção da COVID-19 no estado:

 Acompanhar as discussões acerca das pesquisas e estudos clínicos realizados


sobre as vacinas COVID-19, com atualização constante dos profissionais de saúde e
preparação da rede;

 Atualizar as referências técnicas de APS das Unidades Regionais de Saúde (URS)


quanto à vacinação contra a COVID-19;

 Acompanhar as coberturas vacinais por grupos elegíveis para vacinação junto à


Imunização, devendo ser aplicadas as vacinas em atraso para que as equipes e unidades
se encontrem mais organizadas e disponíveis para as ações referentes a campanha de
vacinação contra a COVID-19;

 Reforçar junto às ESF e municípios que:

1. O cadastro da população adscrita de cada Unidade de Atenção Primária à Saúde


(UAPS) seja realizado, bem como o mapeamento da população de risco em seu
território;

22
2. As UAPS devem ser mantidas em funcionamento e com infraestruturas
adequadas ao quantitativo de população adscrita e suas especificidades, bem como
aos processos de trabalho das equipes e à atenção à saúde dos usuários;

3. As equipes de APS devem estar completas, e seus profissionais de saúde devem


cumprir a carga horaria estabelecida na Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB);

4. As salas de vacina das UAPS devem estar organizadas com profissionais em


quantitativo adequado conforme demanda da população adscrita;

5. Insumos, materiais, impressos e equipamentos necessários devem ser providos


para que as salas de vacina operem de maneira adequada;

6. Os profissionais de saúde envolvidos com a Imunização devem ser qualificados


quanto aos procedimentos de manuseio, conservação, triagem preparo,
administração, registro e descarte dos resíduos nas UAPS;

7. A demanda de vacinas para a imunização da população contra COVID-19 deve


ser estimada, atentando-se para o quantitativo de doses necessárias para cada
grupo prioritário da campanha. Deve-se primar pelo o uso consciente, bem como ter
disponíveis as vacinas no tempo certo, em quantidade e qualidade desejáveis.

8.1.4. Comunicação Social

Elaboração de um Plano de Comunicação para a divulgação de uma das maiores


ações de vacinação do país, a Vacinação contra a covid-19, por meio do Programa
Nacional de Imunizações (PNI).

Definição de uma estratégia de comunicação eficaz, com uma linguagem de fácil


entendimento, clara e acessível a todos os públicos a serem impactados.

Garantir que as informações sejam transmitidas e compreendidas por todos,


incluindo:

1. Análise da Situação: Recolher dados importantes sobre o plano de vacinação,


bem como suas três fases (Pré-Campanha, Fase de Campanha e Pós-
Campanha); definição dos públicos a serem impactados; análise do cenário da
Covid-19 e mapeamento sobre as demais iniciativas de vacinação de covid-19
existentes. Essas informações vão nortear as ações de comunicação e as
estratégias a serem adotadas.

2. Orientação Estratégica: Definir os objetivos que se quer alcançar com a


vacinação em cada uma de suas fases. Explorar seus diferenciais, pioneirismo,
pontos positivos e analisar suas principais fraquezas, de maneira a medir os

23
impactos negativos que podem surgir na divulgação. Estipular as metas de
comunicação a serem atingidas.

8.2. Segunda Fase: Campanha (ATUAL)

8.2.1. Vigilância em Saúde

 Divulgação das informações sobre a vacina e estabelecimento de diretrizes


estaduais conforme recomendações do Programa Nacional de Imunizações, a
partir da elaboração e envio de informes técnicos, notas de esclarecimentos,
bem como encaminhamento de documentos elaborados pelo MS;

 Elaboração de Informe Epidemiológico semanal de doses recebidas,


distribuídas, administradas e cobertura vacinal;

 Cronograma de envio de vacinas para as Centrais de Rede de Frio municipais;

 Registros e Sistemas de Informação;

 Acompanhamento periódico de coberturas vacinais por grupos elegíveis para


vacinação;

 Acompanhamento, monitoramento e investigação de eventos adversos pós-


vacinação;

 Estabelecimento de parcerias interinstitucionais: Bombeiros, Polícia Militar


(transporte de vacina por aeronaves e escolta); Exército Brasileiro (EB) com a
estratégia de vacinação "drive thru", o EB pode contribuir com a instalação de
postos móveis na frente de Organizações Militares, onde seriam montadas
barracas e a estrutura com mesas e cadeiras. Existe também a possibilidade de
montagem de barracas em outras instalações, conforme avaliação prévia
estrutural;

 Definição e Composição de equipes de vacinação extramuro contendo 01


Enfermeiro Responsável Técnico;

 Atualização de documentos referentes as rotinas de imunização;

 Atualização das referências técnicas de Imunização das Unidades de Saúde;

 Consolidação e análise pela SES em planilha paralela, de doses aplicadas


diariamente, enviando os dados para a assessoria de Comunicação, para ampla
divulgação junto a imprensa;

 Cronograma de envio de vacinas para as centrais de rede de frio municipais;

 Oportunização de entrega pela SES para todos os 92 municípios, em até 12


horas de todas as doses recebidas, utilizando recurso aéreo e terrestre;

24
 Acompanhamento, monitoramento e investigação de eventos adversos pós-
vacinação.

 Estabelecimento de parcerias interinstitucionais para a realização de ações de


vacinação conforme disponibilidade de doses. Entre os parceiros estão: Defesa
Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Forças Armadas e de Segurança (Exército
Brasileiro, Aeronáutica, Marinha, Polícias Federal, Civil e Militar); universidades,
escolas públicas e privadas, associação de moradores, instituições religiosas,
órgãos públicos como Detran, aeroportos,
Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ) e
Associação Brasileira de Shopping Center (ABRASCE).

8.2.2. Segurança Pública

 Escolta de carregamentos de vacina;

 Levantamentos de inteligência para verificação de ameaças;

 Adoção de medidas preventivas de segurança;

 Reforço de policiamento em algum local específico de vacinação, conforme


demanda apresentada pelas equipes organizadoras das ações de imunização.

8.2.3. Atenção Primária

 Realizar o acompanhamento periódico das coberturas vacinais por grupos


elegíveis junto à Imunização;

 Reforçar junto às UAPS e municípios do estado que:

1. As salas de vacina da UAPS devem permanecer abertas durante todo o horário


de funcionamento da unidade. Na impossibilidade de a UAPS manter todas as
atividades assistenciais, recomenda-se que a sala de vacina seja o último
serviço a ser fechado. Sempre que possível, ofertar vacinação na UAPS em
horários alternativos como almoço, noite e fins de semana;

2. Evitar barreiras de acesso, caso o usuário esteja sem documentos de


identificação ou comprovante de residência a vacinação deve ser garantida;

3. Aproveitar os momentos de acolhimento, as visitas e atendimentos


domiciliares, consultas ou outros procedimentos na UAPS para verificar a
situação vacinal dos usuários e orientar / encaminhar à sala de vacinação para
atualização do esquema vacinal, caso necessário, incluindo a vacina contra a
COVID-19;

25
4. Monitorar a cobertura vacinal, identificando as pessoas que estão com
pendências na situação vacinal, por meio da verificação dos Cartões Espelho
ou outras ferramentas;

5. Realizar busca ativa de usuários dos grupos prioritários da campanha contra a


COVID-19;

6. Desenvolver estratégias comunitárias, reconhecendo populações em


vulnerabilidade (migrante, itinerante, pessoas em situação de rua, em privação
de liberdade, em quilombolas, indígenas, entre outros) no território e
adjacências, garantindo o planejamento de doses necessárias para o alcance
das metas de cobertura vacinal nessas comunidades;

7. Realizar a vacinação independentemente da estabilidade do sistema de


informação, podendo o registro ser realizado posteriormente;

8. Garantir o registro adequado da vacinação. O registro de todas as doses de


vacinas aplicadas na APS deve ser realizado tanto no cartão ou caderneta de
vacinação do usuário quanto nos sistemas da estratégia e-SUS APS ou em
sistemas próprios utilizados pelos municípios (ver Nota Técnica que trata do
registro correto no e-SUS ASP);

9. Orientar a população sobre a atualização do calendário vacinal, promovendo


ações coletivas de educação em saúde com a comunidade, de modo a
estimular a promoção da saúde e prevenção de doenças por meio da
vacinação;

10. Desmistificar qualquer informação inverídica (fake news) sobre imunização,


enfatizando a segurança e benefícios;

11. Garantir a estabilidade da cadeia de frio e os cuidados com imunobiológicos,


mantendo o armazenamento de forma adequada bem como o funcionamento
da sala de vacina. Deve-se monitorar e controlar continuamente as condições
das câmaras frias e geladeiras de modo a preservar a qualidade, a
disponibilidade e restringir as perdas das vacinas. O fornecimento deve ser
regular, e o fluxo de distribuição, organizado a fim de evitar e prevenir faltas de
vacinas nas unidades;

12. Garantir pessoal treinado e habilitado para vacinar durante todo o tempo de
funcionamento da UAPS. Atentar para as atualizações das diretrizes sobre
vacinação e identificar as necessidades de qualificação das equipes.

13. A vacinação, ao lado das demais ações de vigilância epidemiológica, vem ao


longo do tempo perdendo o caráter verticalizado e se incorporando ao conjunto
de ações da atenção primária em saúde. As campanhas, as intensificações, as
operações de bloqueio e as atividades extramuros são operacionalizadas pela

26
equipe da atenção primária, com apoio dos níveis distrital, regional, estadual e
federal, sendo fundamental o fortalecimento da esfera municipal.

8.2.4. Comunicação Social

 Definição dos meios e cronograma: Após definidos os objetivos de cada fase, é


preciso escolher os meios de comunicação a serem trabalhados, bem como sua
ordem de prioridade, observando sempre que as campanhas precisam ter um
formato acessível à população, bem como aos demais interessados, como
órgãos de controle, imprensa, conselhos etc. Dentre os meios destacam-se: site
da SES/RJ; hotsite Coronavírus; mídias sociais da SES/RJ (Instagram,
Facebook, LinkedIn, Youtube e Twitter); Comunicação Interna (mural, intranet,
Saúde Informa, Fundo de Tela, SEI, dentre outros); ações de Mobilização Social,
Campanha Publicitária (caso tenha verba), Ascom das demais Secretarias;
Imprensa; Envio pelo WhatsApp; etc. Deverá ser feito um calendário de
divulgação separado por cada uma das fases.

 Linguagem: Análise e definição do discurso a ser adotado; escolha de


mensagens-chaves que possam fixar na mente das pessoas e produção de
conteúdo que reforcem a credibilidade da SES/RJ.

 Produção: Entrevistas, elaboração de conteúdo, materiais gráficos, envios de


sugestão de pauta à imprensa, coletiva, Lives. Blogs, vídeos no YouTube,
webinars, etc.

 Atendimento às demandas de imprensa mediante produção de conteúdo


jornalístico para os canais da SES/RJ, buscando e divulgando informações
corretas, precisas e combatendo fake News.

 Parceria com redes de televisão e radiodifusão para divulgação das ações.

8.3. Terceira fase: Pós-campanha

8.3.1. Vigilância em Saúde / Imunização

 Realização de Monitoramento Rápido de Coberturas Vacinais (MRC);

 Qualificação dos Sistemas de Informação.

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8.3.2. Segurança Pública

 Balanço e apresentação das atividades realizadas em apoio.

8.3.3. Atenção Primária

 Reforçar junto às UAPS e municípios:

1. a necessidade da vacinação de rotina conforme as indicações do Calendário


Nacional de Vacinação, incluindo a vacinação contra a COVID-19;

2. a garantia do controle da cobertura vacinal da população e da realização de busca


ativa a fim de identificar e encaminhar para vacinação as pessoas não vacinadas;

3. a importância de se mobilizar e estimular os Agentes Comunitários de Saúde


(ACS) e Agentes de Controle de Endemias (ACE) quanto à vigilância dos eventos
adversos pós-vacinação, criando e estabelecendo uma maneira (mecanismo) de
acompanhar e monitorar os eventos adversos, para que possam ser avaliados
juntamente com as equipes vigilância em saúde;

4. a relevância de se avaliar o desempenho obtido das ações de vacinação


realizadas, e utilizar os resultados dessa avaliação para redirecionar as ações no
sentido de alcançar as metas mínimas de cobertura preconizadas.

8.3.4. Comunicação Social

 Mensuração: Gerenciar as principais informações internas e externas referentes


ao assunto, divulgando dados e informações oficiais para a imprensa, gestores
municipais, profissionais da saúde e população. E avaliação dos resultados para
definir se o Plano de Comunicação atingiu os objetivos programados ou precisa de
ajustes para as próximas ações.

9. CONTEXTUALIZAÇÃO DAS AÇÕES ATUAIS

Desde o início da Campanha Nacional de Vacinação contra a COVID-19, o MS já


realizou a entrega de 08 remessas de vacinas aos Estados, em conjunto com o envio de
06 Informes Técnicos e 02 Notas Informativas de Distribuição de Imunobiológicos de
Campanha.

O recebimento da primeira remessa de vacinas pelo MS ocorreu em 18/01/2021, no


almoxarifado da Coordenação Geral de Armazenagem da Secretaria de Estado de Saúde
do Rio de Janeiro. A partir de 20/01/2021, deu-se início à Campanha de Vacinação contra

28
a COVID-19, nos 92 municípios do ERJ, após abastecimento das doses em suas centrais
municipais.

Além disso, para o desenvolvimento das ações da Campanha, a SES-RJ


disponibilizou 5,5 milhões de unidades de seringas de 3 ml com agulhas de calibre 25 x
7,0 dec./mm, as quais foram entregues aos municípios entre os dias 16 e 19/01/2021, em
quantitativo suficiente para suprir a aplicação das primeiras doses de todos os grupos
incluídos nas quatro fases previstas.

Outrossim, estão em andamento processos para aquisição de equipamentos


visando o aprimoramento das Redes de Frio Estadual e Municipais, tais como: câmaras
refrigeradas; caixas térmicas com termômetro; caixas térmicas sem termômetro; e
termômetros avulso digitais (com registro de temperatura máxima, mínima e momento). E
para atender aos requisitos técnicos de armazenagem das vacinas a temperaturas de até
-80°C está em andamento um processo de aquisição de ultra freezers.

Na Fase de Pré-Campanha, foram realizadas reuniões virtuais com as áreas


técnicas da Imunização, Vigilância Epidemiológica, Atenção Primária e Gestores dos 92
municípios, com objetivo de capacitar todos os profissionais da rede para o
desenvolvimento das ações previstas no Plano de Contingência para Vacinação contra a
COVID-19. Essas reuniões continuam sendo realizadas para atualização das equipes de
vacinação à medida que novas recomendações são implementadas nas ações de
desenvolvimento da Campanha.

Criou-se também, canais alternativos de comunicação através da utilização de


aplicativos para a formação de grupos técnicos visando facilitar o acesso e divulgação
das informações oficias relacionadas à Campanha. A equipe de Tecnologia da
Informação da SES-RJ também desenvolveu uma API, onde podemos acompanhar as
informações relacionadas ao desenvolvimento da campanha, incluindo aspectos técnicos
e operacionais, e dados de vacinação (doses administradas); no site
https://vacinacaocovid19.saude.rj.gov.br/.

A logística de entrega das vacinas em segurança até as centrais municipais está


sendo desenvolvida através de modal terrestre com escolta policial para alguns
municípios das regiões metropolitanas I e II, considerando cargas de grandes volumes; e
de modal aéreo, com o uso de helicópteros que garantem um deslocamento rápido e
seguro aos demais municípios do Estado.

A execução destas ações tem exigido esforços integrados de diferentes setores, em


consonância com a União, Estado e Municípios, em diferentes níveis de governança.

O cenário de inconstância na disponibilidade de vacinas para a operacionalização


da Campanha desencadeou a necessidade de adequações na logística de abastecimento
de imunobiológicos entre as Centrais Nacional, Estadual e Municipais, visando à
segurança dos imunobiológicos e garantia do cumprimento das Normas de Boas Práticas
de Imunização.

29
Diante deste cenário, houve necessidade de adequação dos grupos prioritários
pela equipe técnica da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações / MS,
visando ajustar o volume de doses disponibilizado pelos laboratórios produtores para
atender à população de acordo com os riscos de agravamento e óbito pela covid-19 e de
vulnerabilidade social, com o objetivo de promover a redução da morbimortalidade
causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, bem como a manutenção do
funcionamento da força de trabalho dos serviços de saúde e a manutenção do
funcionamento dos serviços essenciais.

Portanto, seguem abaixo os grupos elencados pela CGPNI/MS até a distribuição da


décima remessa de doses aos Estados:

 Trabalhadores de saúde;

 Trabalhadores das Instituições de Longa Permanência de Idosos e de


Residências Inclusivas (Serviço de Acolhimento Institucional em Residência
Inclusiva para jovens e adultos com deficiência);

 Pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência


(institucionalizadas);

 Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência, residentes em Residências


Inclusivas (institucionalizadas);

 População indígena vivendo em terras indígenas;

 Pessoas idosas com 65 anos ou mais; e

 Povos e Comunidades Tradicionais Quilombolas.

30
10. GRUPOS PRIORITÁRIOS

Além dos indivíduos com maior risco para agravamento e óbito devido às condições
clínicas e demográficas, existem ainda grupos com elevado grau de vulnerabilidade social
e, portanto, suscetíveis a um maior impacto ocasionado pela covid-19. Neste contexto, é
importante que os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) também sejam levados em
consideração ao pensar a vulnerabilidade à covid-19.

Considerando a transmissibilidade da covid-19 (R0 entre 2,5 e 3), cerca de 60 a


70% da população precisaria estar imune (assumindo uma população com interação
homogênea) para interromper a circulação do vírus. Desta forma seria necessária a
vacinação de 70% ou mais da população (a depender da efetividade da vacina em
prevenir a transmissibilidade) para eliminação da doença. Portanto, em um momento
inicial, onde não existe ampla disponibilidade da vacina no mercado mundial, o objetivo
principal da vacinação passa a ser focado na redução da morbimortalidade causada pela
covid-19, bem como a manutenção do funcionamento da força de trabalho dos serviços
de saúde e a manutenção do funcionamento dos serviços essenciais.

A seguir temos dois quadros com a caracterização dos grupos prioritários e das
comorbidades.

10.1. Caracterização dos Grupos prioritários

Tendo em vista a necessidade de definição dos componentes de cada grupo


prioritário, segue no quadro abaixo, a descrição específica da recomendação para cada
um.

Quadro 1: Descrição dos grupos prioritários e recomendações para vacinação

População Alvo Definição Recomendações


Será solicitado documento
que comprove a idade e
Pessoas com 60 anos ou mais residência. Orienta-se a
que residem em instituições de vacinação no local. Caso
Pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas longa permanência para idosos haja residentes com idade
(ILPI), como casa de repouso, inferior a 60 anos, estes
asilo e abrigo. deverão ser vacinados e
todos os trabalhadores
desses locais.
Pessoas com deficiência que Deficiência autodeclarada
vivem em residência inclusiva e documento que
(RI), que é uma unidade comprove a residência.
Pessoas com Deficiência Institucionalizadas ofertada pelo Serviço de Orienta-se a vacinação no
Acolhimento Institucional, para local, contemplando
jovens e adultos com também os trabalhadores
deficiência. desses locais
Indígena que vive em terras A vacinação será realizada
indígenas homologadas e não em conformidade com a
homologadas com 18 anos ou organização dos Distritos
Povos indígenas vivendo em terras indígenas
mais atendidos pelo Subsistema Sanitários Especiais
de Atenção à Saúde Indígena Indígena (DSEI) nos
(SASISUS). diferentes municípios

31
Trabalhadores dos serviços de
saúde são todos aqueles que
atuam em espaços e
estabelecimentos de assistência
e vigilância à saúde, sejam eles Para o planejamento da
hospitais, clínicas, ambulatórios, ação, torna-se oportuno a
laboratórios e outros locais. identificação dos serviços e
Compreende tanto os o levantamento do
profissionais da saúde ( ex. quantitativo dos
médicos, enfermeiros, trabalhadores da saúde
nutricionistas, fisioterapeutas, envolvidos na resposta
terapeutas ocupacionais, pandêmica nos diferentes
biólogos, biomédicos, níveis de complexidade da
farmacêuticos, odontólogos, rede de saúde.
fonoaudiólogos, psicólogos,
assistentes sociais, profissionais
da educação física, médicos O envolvimento de
veterinários e seus respectivos associações profissionais,
Trabalhadores da Saúde técnicos e auxiliares), quanto os sociedades científicas, da
(Atualizada a definição com base no Ofício trabalhadores de apoio (ex. direção dos serviços de
57/2021/CGPNI/DEIDT/SVS/MS, conforme item recepcionistas, seguranças, saúde e dos gestores, na
10.1.1) trabalhadores da limpeza, mobilização dos
cozinheiros e auxiliares, trabalhadores, poderão ser
motoristas de ambulâncias e importantes suporte para
outros), ou seja, todos aqueles os organizadores, seja
que trabalham nos serviços de para o levantamento, seja
saúde. Inclui-se ainda aqueles para definir a melhor forma
profissionais que atuam em de operacionalizar a
cuidados domiciliares (ex. vacinação. Nessa
cuidadores de idosos, estratégia será solicitado
doulas/parteiras), bem como documento que comprove
funcionários do sistema a vinculação ativa do
funerário que tenham contato trabalhador com o serviço
com cadáveres potencialmente de saúde ou apresentação
contaminados. A vacina também de declaração emitida pelo
será ofertada para acadêmicos serviço de saúde.
em saúde e estudantes da área
técnica em saúde em estágio
hospitalar, atenção básica,
clínicas e laboratórios.
Pessoas de 80 anos e mais
Pessoas de 75 a 79 anos
Deverão receber a vacina
Será solicitado documento
Pessoas de 70 a 74 anos COVID-19 em conformidade com
que comprove a idade.
as fases pré-definidas.
Pessoas de 65 a 69 anos
Pessoas de 60 a 64 anos
A vacinação deverá ser
realizada por meio de
Povos habitando em estratégias específicas a
Povos e comunidades tradicionais ribeirinhas e
comunidades tradicionais serem planejadas no nível
quilombolas
ribeirinhas e quilombolas. municipal, em algumas
regiões haverá apoio da
operação gota.
Indivíduos pertencentes a
esses grupos poderão
estar pré-cadastrados no
SIPNI, aqueles que não
Pessoas com 18 a 59 anos com
tiverem sido pré-
uma ou mais das comorbidades
cadastrados poderão
Pessoas com comorbidades pré-determinadas. (Ver quadro
apresentar qualquer
2 do plano de vacinação
comprovante que
estadual)
demonstre pertencer a um
destes grupos de risco
(exames, receitas, relatório
médico, prescrição médica

32
etc.). Adicionalmente,
poderão ser utilizados os
cadastros já existentes
dentro das Unidades de
Saúde.

Para fins de inclusão na


população- alvo para vacinação,
serão considerados indivíduos
com deficiência permanente
grave aqueles que apresentem
uma ou mais das seguintes
limitações:
1 - Limitação motora que cause
grande dificuldade ou
Pessoas com deficiência permanente incapacidade para andar ou subir
(Atualizada a definição para o ERJ com base na escadas.
Deficiência autodeclarada
Recomendação Conjunta 01/2021 do MPRJ, 2 - Indivíduos com grande
conforme item 10.2) dificuldade ou incapacidade de
ouvir.
3- Indivíduos com grande
dificuldade ou incapacidade de
enxergar.
4- Indivíduos com alguma
deficiência intelectual
permanente que limite as suas
atividades habituais, como
trabalhar, ir à escola, brincar, etc.
Considera-se população em
situação de rua o grupo
populacional heterogêneo que
possui em comum a pobreza
extrema, os vínculos familiares
interrompidos ou fragilizados e a
inexistência de moradia
Autodeclarada e aquelas
convencional regular, e que
que se encontram em
utiliza os logradouros públicos e
unidades de acolhimento
Pessoas em situação de rua as áreas degradadas como
para pernoite temporário
espaço de moradia e de
ou como moradia
sustento, de forma temporária
provisória.
ou permanente, bem como as
unidades de acolhimento
para pernoite temporário ou
como moradia provisória,
definido no art. 1º do decreto nº
7.053, de 23 de dezembro de
2009.
O planejamento e
População acima de 18 anos em
operacionalização da
População privada de liberdade estabelecimentos de privação
vacinação nos
de liberdade.
estabelecimentos penais
deverão ser articulados
Policiais penais e demais com as Secretarias
Funcionários do sistema de privação de liberdade. funcionários, com exceção dos Estaduais e Municipais de
trabalhadores de saúde Saúde e Secretarias
Estaduais de Justiça
Todos os professores e (Secretarias Estaduais de
funcionários das escolas Segurança Pública ou
públicas e privadas do ensino correlatos), conforme a
Trabalhadores da educação básico (creche, pré-escolas, Política Nacional de
ensino fundamental, ensino Atenção Integral à Saúde
médio, profissionalizantes e das Pessoas Privadas de
EJA) e do ensino superior Liberdade no Sistema

33
Prisional (PNAISP).

Nessa estratégia será


solicitado documento que
Policiais federais, militares,
comprove a vinculação
civis e rodoviários; bombeiros
Forças de Segurança e Salvamento ativa do profissional com a
militares e civis; e guardas
escola ou apresentação de
municipais
declaração emitida pela
instituição de ensino.
Nessa estratégia será
solicitado documento que
comprove a vinculação
Membros ativos das Forças ativa com o serviço de
Froças armadas Armadas (Marinha,Exército e forças de segurança e
Aeronáutica). salvamento ou
apresentação de
declaração emitida pelo
serviço em que atua
Nessa estratégia será
solicitado documento que
comprove a vinculação
Motoristas e cobradores de
Trabalhadores de Transporte Coletivo Rodoviário ativa com o serviço de
transporte coletivo rodoviário de
de Passageiros Urbano e de Longo Curso forças armadas ou
passageiros.
apresentação de
declaração emitida pelo
serviço em que atua.
Nessa estratégia será
solicitado documento que
Funcionários das empresas
Trabalhadores de Transporte Metroviário e comprove o exercício
metroferroviárias de passageiros
Ferroviário efetivo da função de
e de cargas
motorista profissional do
transporte de passageiros.
Nessa estratégia será
Funcionários das companhias solicitado documento que
aéreas nacionais, definidos pelo comprove a situação de
Trabalhadores de Transporte Aéreo
Decreto nº 1.232/1962 e pela trabalhador empregado de
Lei nº 13.475/ 2017 empresas metroferroviárias
de passageiros e de cargas
Nessa estratégia será
solicitado documento que
Funcionários das empresas comprove a situação de
Trabalhadores de Transporte Aquaviário
brasileiras de navegação trabalhador empregado de
companhias aéreas
nacionais
Motorista de transporte Nessa estratégia será
rodoviário de cargas definido no solicitado documento que
art. 1º, II da Lei nº 13.103, de 2 comprove a situação de
Caminhoneiros
de março de 2015, que trata da trabalhador empregado das
regulamentação da profissão de empresas brasileiras de
motorista navegação.
Nessa estratégia será
solicitado documento que
Qualquer trabalhador portuário, comprove o exercício
Trabalhadores Portuários incluindo os funcionários da efetivo da função de
área administrativa motorista profissional do
transporte rodoviário de
cargas (caminhoneiro).
Nessa estratégia será
Trabalhadores da indústria e
solicitado documento que
construção civil, conforme
Trabalhadores Industriais comprove o exercício
Decreto 10.292/2020 e
efetivo da função de
10.342/2020
trabalhador portuário

34
Nessa estratégia será
solicitado documento que
comprove a situação de
trabalhador empregado de
empresas industriais e de
construção civil, como:
declarações dos serviços
onde atuam, carteira de
trabalho, contracheque
com documento de
identidade, ou crachá
funcional.
Fonte: Plano de Contingência Nacional de vacinação contra a COVId-19. 5.ed.

10.1.1. Definição de Trabalhadores da Saúde (Atualizada conforme Ofício


57 / 2021 / CGPNI / DEIDT / SVS / MS)

Considera-se trabalhadores da saúde a serem vacinados na campanha, os


indivíduos que trabalham em estabelecimentos de assistência, vigilância à saúde,
regulação e gestão à saúde; ou seja, que atuam em estabelecimentos de serviços de
saúde públicos e privados, a exemplo de hospitais, serviços de emergência, pronto
atendimento, policlínicas, clínicas, ambulatórios, unidades básicas de saúde, laboratórios,
farmácias e drogarias.

Dentre eles, estão os profissionais de saúde representados nas 14 categorias,


conforme resolução n° 287, de 08 de outubro de 1.998, do Conselho Nacional de Saúde,
descritos no item 10.1.2; além dos agentes comunitários de saúde, agentes de combate
às endemias, profissionais da vigilância em saúde e os trabalhadores de apoio a exemplo
de recepcionistas, seguranças, trabalhadores da limpeza, cozinheiros e auxiliares,
motoristas de ambulâncias, gestores e outros.

Inclui-se, ainda, aqueles profissionais de saúde que atuam em cuidados domiciliares


(exemplos: programas ou serviços de atendimento domiciliar, cuidadores de idosos,
doulas / parteiras), funcionários do sistema funerário, Instituto Médico Legal (lML) e
Serviço de Verificação de Óbito (SVO) que tenham contato com cadáveres
potencialmente contaminados e acadêmicos em saúde e estudantes da área técnica em
saúde em estágio hospitalar, atenção básica, clínicas e laboratórios.

Os trabalhadores que atuam nos estabelecimentos de serviços de interesse à


saúde como as instituições de longa permanência para idosos (ILPI), casas de apoio
e cemitérios serão contemplados no grupo trabalhadores da saúde e a recomendação é
que também sejam vacinados.

Diante do exposto e das doses disponíveis para distribuição inicial no Estado do Rio
de Janeiro e a estimava populacional dos trabalhadores de saúde, estabeleceu-se a
seguinte ordem de priorização abaixo, conforme disponibilidade de doses:

 Equipes de vacinação que estiverem envolvidas na vacinação;

35
 Trabalhadores das Instituições de Longa Permanência de Idosos e de
Residências Inclusivas (Serviço de Acolhimento Institucional em Residência
Inclusiva para jovens e adultos com deficiência);
 Trabalhadores dos serviços de saúde públicos e privados, tanto da urgência
quanto da atenção básica, envolvidos diretamente na atenção / referência para
os casos suspeitos e confirmados de covid-19;
 Demais trabalhadores de saúde, priorizando os estabelecimentos de serviços de
saúde.

Cabe esclarecer que TODOS os trabalhadores da saúde dos estabelecimentos de


assistência, vigilância à saúde, regulação e gestão à saúde serão contemplados com a
vacinação. Entretanto a ampliação da cobertura desse público será gradativa, conforme
disponibilidade de vacinas e risco de adoecimento do trabalhador, em função de sua
atividade. Ou seja, aqueles que atuam na assistência direta ao paciente terão prioridade.

10.1.2. Definição de Profissionais de Saúde

Os Profissionais de Saúde são definidos em 14 categorias, conforme Resolução nº


287, de 8 de outubro de 1998, do Conselho Nacional de Saúde:

1. Assistentes sociais;

2. Biólogos;

3. Biomédicos;

4. Enfermeiros;

5. Farmacêuticos;

6. Fisioterapeutas;

7. Fonoaudiólogos;

8. Médicos;

9. Médicos veterinários;

10. Nutricionistas;

11. Odontólogos;

12. Profissionais da educação física;

13. Psicólogos; e

14. Terapeutas ocupacionais.

36
10.1.3. Definição de Estabelecimentos de Saúde

Os estabelecimentos em serviços de saúde são destinados a promover a saúde do


indivíduo, protegê-lo de doenças e agravos, prevenir e limitar os danos a ele causados e
reabilitá-lo quando sua capacidade física, psíquica ou social for afetada.

Além do caráter assistencial, apresentam ações de vigilância, regulação ou gestão


de saúde de serviços de saúde de natureza humana.

São exemplos de locais de atuação: Hospitais, clínicas, ambulatórios,


consultórios, unidades básicas de saúde, laboratórios, farmácias, drogarias,
serviços de hemoterapia e de hemodiálise e bancos de leite humano, entre outros.

10.1.4. Definição de Serviços de interesse à Saúde

São serviços que podem provocar benefícios, danos ou agravos à saúde.

Os estabelecimentos de Serviços de Interesse à Saúde não têm foco direto na


saúde humana não sendo considerados como estabelecimento de saúde.

São exemplos de serviços de interesse à saúde: clínicas de estética, creches,


óticas, salões de beleza, clubes, academias de ginástica, estúdios de tatuagem e
estabelecimentos de saúde animal.

Os trabalhadores desses estabelecimentos NÃO serão comtemplados nos grupos


prioritários elencados inicialmente para a vacinação.

10.2. Definição de Deficiência Permanente para o ERJ (Atualizada conforme


Recomendação Conjunta 01/2021 do MPRJ / Procedimentos
Administrativos: MPRJ 2021 0019 7830 e E-20/001.002884/2020- DPGE-RJ)

Conforme o artigo 2º da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência,


“considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas”.

Em cumprimento ao disciplinado na Convenção Internacional sobre os Direitos das


Pessoas com Deficiência e na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – Lei
Federal nº 13.146/2015, é prevista a prioridade das pessoas com deficiência
permanente na quarta fase do plano de vacinação - conforme quinta atualização do
Plano Nacional - de forma a assegurar que tenham prioridade em relação às demais
pessoas que compõem o grupo (“prioridade da prioridade”), só devendo ser iniciada a
vacinação do grupo subsequente após o término da vacinação desse grupo prioritário.

37
A comprovação da condição de pessoa com deficiência deverá ser feita
preferencialmente por meio de um documento, indicando, à título de exemplo, entre
outros os seguintes: qualquer laudo da rede pública ou particular, independente de prazo
de validade, que indique a deficiência; cartões de gratuidade no transporte público;
documentos comprobatórios de atendimento em centros de reabilitação ou unidades
especializadas no atendimento de pessoas com deficiência; documento oficial de
identidade com a indicação da deficiência; ou qualquer outro documento que indique se
tratar de pessoa com deficiência.

Caso a pessoa a ser vacinada não possua nenhum documento comprobatório da


sua deficiência, deverá preencher uma autodeclaração (anexo 1) que será disponibilizada
no site do Governo do Estado do Rio de Janeiro, para essa finalidade.

Nos casos de deficiência mental (também conhecida como deficiência psicossocial),


que não são aparentes, orienta-se a exigência de laudo onde haja, além da CID,
informações sobre as barreiras vivenciadas por aquela pessoa para sua inclusão na
sociedade, conforme previsão da Lei Brasileira de Inclusão, devendo a autodeclaração, já
citada, ser utilizada apenas subsidiariamente.

Em casos de deficiências psicossociais de pessoas atendidas pela rede, os seus


respectivos municípios deverão providenciar laudos ou declarações emitidas por
profissionais da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), responsáveis pelo
acompanhamento, indicando o CID e as barreiras vivenciadas por aquela pessoa, de
forma a facilitar a vacinação.

Considerando a vacinação de pessoas com deficiências, os municípios devem


buscar locais estratégicos que sejam referência no atendimento do público com
deficiência e dotados de acessibilidade. Utilizem a estratégia Drive-Thru,
preferencialmente para pessoas com deficiência com dificuldades de locomoção ou
quando o mesmo assegure ambiência facilitadora para a aplicação da vacina. E para
pessoas com deficiência acamadas os municípios devem viabilizar um canal para o
agendamento prévio de vacinação domiciliar.

Orienta-se de que os municípios realizem, de forma prévia, especialmente através


de suas Redes de Assistência Social (CRAS, CREAS), Saúde (Atenção Primária e Saúde
Mental), e das Secretarias e órgãos afins de gestão de políticas para pessoas com
deficiência, bem como Conselhos Municipais da Pessoa com Deficiência, busca ativa das
pessoas com deficiências entre 18 e 59 anos de idade, a fim de seja garantida a efetiva
vacinação desse público.

No caso de pessoa com deficiência que não tenha qualquer condição de expressar
seu consentimento, após devidamente esclarecida, devendo ser priorizada, nessa
hipótese, a vacinação, nos termos dos artigos 10, parágrafo único e 13 da Lei
13.146/2015, em observância ao direito fundamental à saúde, ressalvada a hipótese de
contraindicação médica. Caso a pessoa tenha condições de expressar o seu

38
consentimento livre e esclarecido, deverá sempre ser privilegiada a vontade da mesma,
ainda que divergente do seu acompanhante ou curador.

10.3. Caracterização das comorbidades

Tendo em vista a necessidade de definição dos componentes de cada grupo de


comorbidades, segue no quadro abaixo, a descrição específica da recomendação para
cada um.

Quadro 2: Descrição das comorbidades incluídas como prioritárias para vacinação


contra a covid-19.

Grupo de Comorbidades Descrição

Diabetes Mellitus Qualquer indivíduo com diabetes

Indivíduos com pneumopatias graves incluindo doença pulmonar obstrutiva


crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia
Pneumopatias crônicas graves
broncopulmonar e asma grave (uso recorrente de corticoides sistêmicos,
internação prévia por crise asmática).

HAR= Quando a pressão arterial (PA) permanece acima das metas


recomendadas com o uso de três ou mais anti-hipertensivos de diferentes
Hipertensão Arterial Resistente (HAR) classes, em doses máximas preconizadas e toleradas, administradas com
frequência, dosagem apropriada e comprovada adesão ou PA controlada
em uso de quatro ou mais fármacos anti-hipertensivos

PA sistólica ≥180mmHg e/ou diastólica ≥110mmHg independente da


Hipertensão arterial estágio 3
presença de lesão em órgão-alvo (LOA) ou comorbidade

Hipertensão arterial estágios 1 e 2 PA sistólica entre 140 e 179mmHg e/ou diastólica entre 90 e 109mmHg na
com LOA e/ou comorbidade presença de lesão em órgão-alvo (LOA) e/ou comorbidade

Doenças cardiovasculares

IC com fração de ejeção reduzida, intermediária ou preservada; em


Insuficiência cardíaca (IC) estágios B, C ou D, independente de classe funcional da New York Heart
Association

Cor-pulmonale e Hipertensão
Cor-pulmonale crônico, hipertensão pulmonar primária ou secundária
pulmonar
Cardiopatia hipertensiva (hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação,
Cardiopatia hipertensiva sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica, lesões
em outros órgãos-alvo)
Síndromes coronarianas crônicas (Angina Pectoris estável, cardiopatia
Síndromes coronarianas
isquêmica, pós Infarto Agudo do Miocárdio, outras)

Lesões valvares com repercussão hemodinâmica ou sintomática ou com


comprometimento miocárdico (estenose ou insuficiência aórtica; estenose
Valvopatias
ou insuficiência mitral; estenose ou insuficiência pulmonar; estenose ou
insuficiência tricúspide, e outras)

Miocardiopatias de quaisquer etiologias ou fenótipos; pericardite crônica;


Miocardiopatias e Pericardiopatias
cardiopatia reumática

39
Doenças da Aorta, dos Grandes
Aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos
Vasos e Fístulas arteriovenosas

Arritmias cardíacas com importância clínica e/ou cardiopatia associada


Arritmias cardíacas
(fibrilação e flutter atriais; e outras)
Cardiopatias congênitas com repercussão hemodinâmica, crises
Cardiopatias congênita no adulto hipoxêmicas; insuficiência cardíaca; arritmias; comprometimento
miocárdico.
Próteses valvares e Dispositivos Portadores de próteses valvares biológicas ou mecânicas; e dispositivos
cardíacos cardíacos implantados (marca-passos, cardiodesfibriladores,
implantados ressincronizadores, assistência circulatória de média e longa permanência)

Acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico


Doença cerebrovascular
transitório; demência vascular

Doença renal crônica no estágio 3 ou mais (taxa de filtração glomerular <


Doença renal crônica
60 ml/min/1,73 m2) e síndrome nefrótica.
Indivíduos transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas
vivendo com HIV e CD4 <350 células/mm3; doenças reumáticas
imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona
Imunossuprimidos
ou equivalente > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou
ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com
imunodeficiências primárias.
Anemia falciforme Anemia falciforme
Obesidade mórbida Índice de massa corpórea (IMC) ≥ 40
Síndrome de Down Trissomia do cromossomo 21
Fonte: Segundo Informe Técnico Campanha Nacional de Vacinação Covid-19 MS/SVS/CGPNI. 23-01-
2021

11. ESTIMATIVA POPULACIONAL DOS GRUPOS PRIORITÁRIOS

Tendo em vista a necessidade de definição do contingente populacional para


previsão de doses a serem liberadas aos componentes de cada grupo, segue no quadro
abaixo, a população prevista para cada grupo no ERJ e a fonte de informação dos dados.

Quadro 3 – Estimativa Populacional dos Grupos Prioritários a serem vacinados no


Estado do Rio de Janeiro.
(*)
Grupo prioritário Quantitativo Fonte da informação

Estimativa da Campanha de Influenza de 2020 -


(**) Dados preliminares, incluiu indivíduos entre 18 a
Trabalhadores de Saúde 648.955
59 anos. Para as faixas acima de 60 anos, foi
baseada no banco do CNES.
Pessoas de 60 anos ou mais Sistema Único da Assistência Social - SUAS,
10.892
institucionalizadas 2019 - estimada a partir do censo SUAS

População indígena sob


Dados disponibilizados pelo Departamento de
responsabilidade dos Distritos
Saúde Indígena – DESAI, de 2021, incluiu
Sanitários Especiais Indígenas 358
indígenas acima de 18 anos atendidos pelo
(DSEI), considerando ainda as
subsistema de saúde indígena.
especificidades da ADPF nº 709

Pessoas com deficiência 783 Base do CadSUAS, de novembro de 2020.

40
institucionalizada

Dados do Censo do IBGE-2010, tendo como


Povos e Comunidades Tradicionais
14.857 referência as áreas mapeadas em 2020, incluiu
Quilombola
indivíduos acima de 18 anos.

Estimativas preliminares elaboradas pelo


Pessoas de 90 anos ou mais 93.290 Ministério da Saúde/SVS/DASNT/CGIAE, de
2020.

Estimativas preliminares elaboradas pelo


Pessoas de 80 anos a 89 anos 366.167 Ministério da Saúde/SVS/DASNT/CGIAE, de
2020.

Estimativas preliminares elaboradas pelo


Pessoas de 75 a 79 anos 351.778 Ministério da Saúde/SVS/DASNT/CGIAE, de
2020.

Estimativas preliminares elaboradas pelo


Pessoas de 70 a 74 anos 536.424 Ministério da Saúde/SVS/DASNT/CGIAE, de
2020

Estimativas preliminares elaboradas pelo


Pessoas de 65 a 69 anos 728.494 Ministério da Saúde/SVS/DASNT/CGIAE, de
2020

Estimativas preliminares elaboradas pelo


Pessoas de 60 a 64 anos 916.943 Ministério da Saúde/SVS/DASNT/CGIAE, de
2020

Diabetes
mellitus

Hipertensão
arterial grave

Doença
pulmonar
obstrutiva
crônica

Doença renal

Doenças
cardiovascular
es e 1.666.259
cerebrovascula IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de
res Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de
Comorbidades
Saúde, de 2019, incluiu indivíduos entre 18 a 59
Indivíduos anos.
transplantados
de órgão sólido

Anemia
falciforme

Câncer

Obesidade
grave
(IMC≥40)

Trabalhadores Ensino Básico 202.099 Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

41
educacionais Educacionais Anísio Teixeira
Ensino
64.490 (INEP), de 2019, incluiu indivíduos entre 18 a 59
Superior
anos.

Pessoas com deficiência Dados do Censo do IBGE, de 2010, incluiu


(***) 604.233
permanente indivíduos entre 18 a 59 anos.

Base de dados do Departamento Penitenciário


População privada de liberdade 48.708 Nacional - Infopen, de 2020, incluiu indivíduos
acima de 18 anos.

Estimativa os dados de Força de Segurança e


Salvamento da Campanha de Influenza divido por
Funcionários do sistema de
2.477 2 (média entre os dados do Grupo de Força de
privação de liberdade
Segurança e Salvamento e Forças Armadas dos
outros estados).

Pessoas em situação de rua 3.787 Base do CadSUS, de novembro de 2020.

Ministério da Defesa, de dezembro de 2020,


incluiu indivíduos acima de 18 anos. Estimativa
os dados de Força de Segurança e Salvamento
Forças Armadas 110.654 da Campanha de Influenza divido por 2 (média
entre os dados do Grupo de Força de Segurança
e Salvamento e Forças Armadas dos outros
estados).

Ministério da Defesa, de dezembro de 2020,


incluiu indivíduos acima de 18 anos. Estimativa
os dados de Força de Segurança e Salvamento
Força de segurança e salvamento 46.103 da Campanha de Influenza divido por 2 (média
entre os dados do Grupo de Força de Segurança
e Salvamento e Forças Armadas dos outros
estados).

Base CAGED e ANTT (RNTRC), de 2020, incluiu


Caminhoneiros 74.912
indivíduos acima de 18 anos.

Trabalhadores de transporte
Base CAGED, de 2020, incluiu indivíduos acima
coletivo, rodoviário passageiros 99.088
de 18 anos.
urbano e de longo curso

Trabalhadores de transporte metro Base CAGED, de 2020, incluiu indivíduos acima


viário e ferroviário 8.460 de 18 anos.

Base CAGED, de 2020, incluiu indivíduos acima


Trabalhadores Portuários 19.226
de 18 anos.

Trabalhadores de transporte Base CAGED, de 2020, incluiu indivíduos acima


18.554
Aquaviário de 18 anos.

Base CAGED, de 2020, incluiu indivíduos acima


Trabalhadores de transporte aéreo 7.875
de 18 anos.

Pesquisa Nacional de Saúde, de 2019, e base de


Trabalhadores Industriais 363.614 dados do CNAE e SESI, de 2020, incluiu
indivíduos de 18 a 59 anos.
Total população (grupos
7.009.480 Conforme descriminado acima
prioritários)

Fonte: Estimativas Populacionais dos Grupos Prioritários para vacinação contra a COVID-19 extraídas

42
da Planilha de População enviada pela CGPNI/SVS/MS, em 04-02-2021.
(*) Considerar acima de 18 anos.
(**) Descrição do grupo de Trabalhadores de Saúde atualizada conforme Ofício 57 / 2021 / CGPNI /
DEIDT / SVS / MS.
(***) Descrição do grupo de Pessoas com Deficiência Permanente atualizada conforme
Recomendação Conjunta 01/2021 do MPRJ / Procedimentos Administrativos: MPRJ 2021 0019
7830 e E-20/001.002884/2020- DPGE-RJ.

12. ESPECIFICAÇÕES DAS VACINAS

Para a execução da Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19 estão


sendo utilizadas vacinas provenientes dos laboratórios produtores Sinovac / Butantan
(Quadro 4) e AstraZeneca / Universidade de Oxford/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) /
Serum Índia - COVID-19 (recombinante) (Quadro 5).

12.1. Vacina Coronavac COVID-19 (Sinovac / Butantan)

Os estudos de soroconversão da vacina Sinovac / Butantan, demonstraram


resultados superiores a 92% nos participantes que tomaram as duas doses da vacina no
intervalo de 14 dias e superiores a 97% nos participantes que tomaram as duas doses da
vacina no intervalo de 28 dias.

A eficácia desta vacina foi demonstrada em um esquema contendo 2 doses com


intervalo de 2 a 4 semanas. Para prevenção de casos sintomáticos de covid-19 que
precisaram de assistência ambulatorial ou hospitalar a eficácia foi de 77,96%. Não
ocorreram casos graves nos indivíduos vacinados, contra 7 casos graves no grupo
placebo.

Quadro 4: Especificação da Vacina COVID-19: Sinovac / Butantan. Brasil, 2021.

Vacina Coronavac / Sinovac / Butantan


Plataforma Vírus inativado
Indicação de uso Maior ou igual à 18 anos
Forma farmacêutica Suspensão injetável
Apresentação Frascos-ampola, multidose 10 doses ou monodose
Via de administração IM (intramuscular)
2 doses de 0,5 ml, intervalo entre doses de 2 à 4
Esquema vacinal/intervalos
semanas
0,5 ml contém 600SU de antígeno do vírus inativado
Composição por dose
SARS-Cov-2
Prazo de validade e conservação 12 meses, se conservado entre 2°C e 8°C
Validade após abertura do frasco 8 horas após abertura em temperatura de 2°C à 8°C

43
APRESENTAÇÃO MONODOSE - CORONAVAC / BUTANTAN

APRESENTAÇÃO MULTIDOSE (10 DOSES) – CORONAVAC / BUTANTAN

Dados sujeitos a alterações* a indicação da vacina será para pessoas a partir de 18 anos de idade no
país. Fonte: CGPNI/SVS/MS

ATENÇÃO

A Vacina Sinovac/Butantan, por se tratar de um produto adjuvantado (com hidróxido de


alumínio), deve ser HOMOGENEIZADO, com MOVIMENTOS CIRCULARES LEVES.
Verifique sempre que o produto esteja realmente DILUÍDO E SEM GRUMOS!!!

44
12.2. Vacina Covishield COVID-19 (AstraZeneca / Fiocruz)

A vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca / Universidade de Oxford e


produzida em parceria com a Fiocruz é uma vacina que contém 5 × 1010 partículas virais
(pv) do vetor adenovírus recombinante de chimpanzé deficiente para replicação
(ChAdOx1), que expressa a glicoproteína SARS-CoV-2 Spike (S). Produzido em células
renais embrionárias humanas (HEK) 293 geneticamente modificadas.

Após a vacinação, em participantes que eram soronegativos no início do estudo, a


soroconversão foi demonstrada em ≥ 98% de participantes aos 28 dias após a primeira
dose e > 99% aos 28 dias após a segunda dose. Para prevenção de adoecimento pela
covid-19 a vacina demonstrou eficácia de 73% 22 dias após a primeira dose (em um
período de pelo menos 3 meses) e com forte indicativo de aumento da resposta imune
quando a segunda dose é fornecida em intervalo de 3 meses, o que propicia um aumento
de cerca de 7,5 vezes nos níveis da resposta humoral (produção de anticorpos). As
análises exploratórias mostraram que o aumento da imunogenicidade foi associado a um
intervalo de dose mais longo e a eficácia é atualmente demonstrada com mais certeza
para intervalos de 8 a 12 semanas. Ressalta-se que não ocorreram casos graves ou
óbitos 21 dias ou mais após a vacinação, sendo que foram observadas 10 internações
por covid-19 grave no grupo placebo, incluindo 1 óbito.

Quadro 5: Especificação da Vacina COVID-19: AstraZeneca / Fiocruz. Brasil, 2021

Vacina AstraZeneca / Oxford / Fiocruz


Plataforma Vacina covid-19 (recombinante)
Indicação de uso Indivíduos com idade maior ou igual a 18 anos
Forma farmacêutica Suspensão injetável
Frascos-ampola com 5,0 ml (10 doses) ou 2,5 ml (05 doses)
Apresentação
cada.
Via de administração IM (intramuscular)

Esquema vacinal/intervalos 2 doses de 0,5 ml cada, com intervalo de 12 semanas

0,5 ml contém 5 × 1010 partículas virais (pv) do


vetor adenovírus recombinante de chimpanzé,
Composição por dose
deficiente para replicação (ChAdOx1), que
expressa a glicoproteína SARS-CoV-2 Spike (S).

Prazo de validade e 24 meses a partir da data de fabricação se


conservação conservado na temperatura; 2°C à 8°C
6 horas após aberta sob refrigeração (2ºC a 8ºC) para
Validade após abertura do astrazeneca de origem Indiana (Serum) e Covax Facility
frasco 48 horas após aberta sob refrigeração (2ºC a 8ºC) para
astrazeneca de origem nacional (Fiocruz)

45
APRESENTAÇÃO MULTIDOSES (10 DOSES) - ASTRAZENECA / FIOCRUZ
(ORIGEM SERUM INTITUTE INDIA)

APRESENTAÇÃO MULTIDOSES (10 DOSES) - ASTRAZENECA / FIOCRUZ


(ORIGEM COVAX FACILITY)

APRESENTAÇÃO MULTIDOSES (05 DOSES) – ASTRAZENECA / FIOCRUZ


(ORIGEM FIOCRUZ)

Dados sujeitos a alterações. A indicação da vacina será para pessoas a partir de 18 anos de idade no
país. Fonte: CGPNI/SVS/MS.

46
12.3. Conservação das Vacinas

Para garantir a potência das vacinas COVID-19, é necessário mantê-las em


condições adequadas de conservação, com temperatura controlada, e em conformidade
com as orientações do fabricante e aprovação pela Anvisa. A exposição acumulada da
vacina a temperaturas fora das preconizadas, ou diretamente à luz, em qualquer etapa da
cadeia, gera uma perda de potência que não poderá ser restaurada.

As vacinas deverão ser acondicionadas em temperatura de +2ºC a +8ºC nas


câmaras frias/refrigeradas. Referente a preparação da caixa térmica, essa deverá
obedecer às recomendações já definidas no Manual de Normas e Procedimentos para
vacinação disponível no link:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf

ATENÇÃO

A vacina Sinovac / Butantan contém adjuvante de alumínio. Quando expostas à


temperatura inferior à 0°C poderá ter perda de potência em caráter permanente. Dados
os conhecimentos técnicos acerca do produto, orienta-se extremo rigor de monitoramento
da temperatura, evitando quaisquer variações fora da faixa de controle.

12.4. Esquemas de Vacinação

A vacina proveniente do laboratório Sinovac/Butantan e AstraZeneca / Universidade


de Oxford/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) / Serum Índia deverá ser administrada
exclusivamente por via intramuscular em esquema de duas doses, com intervalo
determinado conforme segue:

A) Vacina Sinovac / Butantan: intervalo entre as doses, de 02 a 04 semanas.


B) Vacina AstraZeneca / Fiocruz: intervalo entre as doses, 12 semanas.

Destaca-se que, caso haja alguma ocorrência que impeça o indivíduo de retornar no
prazo determinado, orienta-se tomar a 2ª dose para completar o esquema.

12.5. Utilização de Doses como D1 e / ou D2 das Vacinas Coronavac /


Butantan e AstraZeneca / Fiocruz (IMPORTANTE)

Tendo em vista o intervalo entre as doses D1 e D2 das Vacinas Coronavac /


Butantan e AstraZeneca / FIOCRUZ, e considerando que ainda não há um fluxo de
produção regular das mesmas, orienta-se que a D2 seja reservada para garantir que o
esquema vacinal seja completado dentro do período recomendado do fabricante, evitando

47
prejuízo nas ações de vacinação. No ERJ, essa reserva tem sido realizada no
almoxarifado da Central Geral de Armazenagem (CGA).

A partir do Sétimo Informe Técnico do Plano Nacional de Operacionalização da


Campanha de Vacinação contra a COVID-19, a Coordenação-Geral do Programa
Nacional de Imunizações (CGPNI / MS atualizou as orientações técnicas com relação à 8ª
Pauta de Distribuição - Sexto Informe Técnico, após à pactuação tripartite ocorrida em
audiência extraordinária no dia 19/03/2021 que definiu a utilização integral das doses
distribuídas em 16 e 17/03/2021, como D1 do esquema vacinal.

A partir desse momento, todas as pautas de distribuição passam a serem definidas


através de pactuação tripartite com relação à indicação de uso como D1 ou D2.

13. PROCEDIMENTO PARA A ADMINISTRAÇÃO DAS VACINAS

A administração das vacinas será pela via intramuscular (IM), no músculo deltoide,
observando a via e dosagem orientadas pelo laboratório. Contudo poderá ser realizada no
vasto lateral da coxa caso haja algum impedimento ou especificidade. Outra área alternativa
para a administração será a ventroglútea, devendo ser utilizada por profissionais capacitados.

Serão utilizadas para aplicação seringas e agulhas com as seguintes especificações:

 Seringas de plástico descartáveis (de 1,0 mL, 3,0 mL, 5,0 mL);
 Agulhas descartáveis para uso intramuscular: 25 x 6,0 dec/mm; 25 x 7,0 dec/mm

Observações Importantes:

 Recomenda-se que seja feita curta anamnese com o paciente para constatação
acerca de alergias, histórico de Síndrome Vasovagal e possíveis sinais e
sintomas de síndrome gripal e/ou síndrome febril aguda, antes da aplicação da
vacina;
 No caso de indivíduo com histórico de Síndrome Vasovagal, colocá-lo em
observação clínica por pelo menos 15 minutos após a administração da vacina;
 Recomenda-se observar a presença de sangramento ou hematomas após uma
administração intramuscular em indivíduos recebendo terapia anticoagulante ou
aqueles com trombocitopenia ou qualquer distúrbio de coagulação (como
hemofilia). Orienta-se pressionar o algodão no local da aplicação por mais tempo.
Caso ocorra sangramento encaminhar para atendimento médico.
 Ao final do expediente e considerando a necessidade de otimizar doses ainda
disponíveis em frascos abertos, a fim de evitar perdas técnicas, direcionar o
uso da vacina para pessoas contempladas em alguns dos grupos priorizados
no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19.

48
Demais especificidades acessar o Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação
disponível no link:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf.

13.1. Administração simultânea com outras vacinas

Considerando a ausência de estudos de coadministração, neste momento não se


recomenda a administração simultânea das vacinas COVID-19 com outras vacinas.

ATENÇÃO
Preconiza-se um INTERVALO MÍNIMO de 14 DIAS entre as vacinas COVID-19 e as
diferentes vacinas do Calendário Nacional de Vacinação!!!

Em situações de urgência e emergência, como na administração de soros (anti-


peçonhentos, antitetânico, antirrábico, etc.) ou vacina antirrábica para profilaxia pós-
exposição, esse intervalo mínimo poderá ser desconsiderado.

13.2. Intercambialidade

Indivíduos que iniciaram a vacinação contra a covid-19 deverão completar o


esquema com a mesma vacina. Indivíduos que por ventura venham a ser vacinados de
maneira inadvertida com 2 vacinas diferentes deverão ser notificados como um erro de
imunização no e-SUS Notifica (https://notifica.saude.gov.br) e serem acompanhados com
relação ao desenvolvimento de eventos adversos e falhas vacinais. Nessas situações,
deverão ser seguidas as orientações descritas no item 15.4.3, que trata do intervalo
inadequado entre as doses dos esquemas propostos.

13.3. Uso de Equipamentos de Proteção Individual

A utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) pelos trabalhadores de


saúde envolvidos na Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19, tem como
objetivo a proteção destes trabalhadores, bem como a segurança dos indivíduos que
serão atendidos pela vacinação.

Nesse sentido, seguem abaixo as orientações:

 EPI obrigatórios durante a rotina de vacinação: Máscara cirúrgica: obrigatória


durante todo o período de vacinação, prevendo-se a troca, sempre que estiver suja
ou úmida.
 EPI recomendados durante a rotina de vacinação: Proteção ocular: Protetor
facial (face shield) ou óculos de proteção; Avental descartável para uso diário ou
avental de tecido higienizado diariamente;

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 EPI com possibilidade de uso eventual (somente para situações
específicas):
Luvas: Não está indicada na rotina de vacinação. Dispor de quantitativo na unidade
somente para indicações específicas: vacinadores com lesões abertas nas mãos ou
raras situações que envolvam contato com fluidos corporais do paciente. Se usadas,
devem ser trocadas entre os pacientes, associadas à adequada higienização das
mãos.

14. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS PROVENIENTES DA VACINAÇÃO

De forma a promover o adequado tratamento dos resíduos gerados, visando a


mitigação dos riscos decorrentes, orienta-se o tratamento de acordo com os Planos de
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), observadas as
regulamentações federais, estaduais, municipais ou do Distrito (Art. 5°, RDC n°222/2018).

Orienta-se que a seleção e aplicação da tecnologia: autoclavagem, incineração, ou


outra de comprovada descontaminação, que assegure a inviabilização do resíduo antes
do descarte, devem estar previstas no PGRSS.

Havendo eventuais derramamentos da vacina AstraZeneca/Fiocruz durante o


manuseio, o local deve ser desinfetado com um desinfetante antiviral apropriado
conforme orientação do fabricante (https://www.bio.fiocruz.br/images/bula-vacina-covid-
19-recombinante-vps-001-21-01-2021.pdf).

Ratifica-se, as orientações legais acerca do tratamento desses resíduos: Resolução


nº 18, de 23 de março de 2018, que dispõe sobre a classificação de riscos de Organismos
Geneticamente Modificados (OGM) e os níveis de biossegurança a serem aplicados nas
atividades e projetos com OGM e seus derivados em contenção; Resolução da Diretoria
Colegiada - RDC n° 222, de 28 de março de 2018, que dispõe sobre o regulamento
técnico para o gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde; e a Resolução
Conama nº 358, de 29 de abril de 2005, que dispõe sobre o tratamento e a disposição
final dos Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS). Nota técnica nº 002/2011-
UINFS/GGTES/ANVISA.

15. FARMACOVIGILÂNCIA

A farmacovigilância de vacinas e de outros imunobiológicos é o processo de


detecção, avaliação, compreensão, prevenção e comunicação de eventos adversos pós-
vacinação ou qualquer outro problema relacionado à vacina ou à imunização.

Para que uma vacina seja utilizada nos serviços de saúde, ela passa por um
processo desde o desenvolvimento do produto, os estudos pré-clínicos e clínicos (fases I,
II e III), até a sua aprovação e registro sanitário.

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Estudos clínicos pré-comercialização (fases I a III) deveriam definir todos os eventos
desfavoráveis. No entanto, esses estudos realizados apresentam uma série de limitações
como, por exemplo, o número pequeno de pessoas expostas à vacina previamente à sua
aprovação para comercialização, o que impede a identificação de eventos raros. Além
disso, o período de duração desses estudos não permite identificar eventos tardios, isto é,
aqueles que ocorrem muitos anos após a exposição. Por esses motivos, a Vigilância de
Eventos Adversos Pós Comercialização (farmacovigilância) é fundamental no processo
de identificação de novas informações sobre a segurança de vacinas.

Frente à introdução de novas vacinas ou em situações de pandemia, a exemplo da


atual, para a qual se está produzindo vacinas de forma acelerada, usando novas
tecnologias de produção e que serão administradas em milhões de indivíduos, é de se
esperar a ocorrência de elevado número de notificações de eventos adversos pós-
vacinação (EAPV).

Para o manejo apropriado dos EAPV de uma nova vacina é essencial contar com
um sistema de vigilância sensível para avaliar a segurança do produto e dar resposta
rápida a todas as preocupações da população relacionadas às vacinas. Estas atividades
requerem notificação e investigação rápida e adequada do evento ocorrido.

Os três principais componentes de um sistema de vigilância de EAPV são:

 Detecção, notificação e busca ativa de novos eventos;


 Investigação (exames clínicos, exames laboratoriais etc.)
 Classificação final de causalidade.

Usualmente recomenda-se a notificação de todos EAPV graves para as vacinas de


uso rotineiro no PNI bem como surtos de eventos adversos leves.

No entanto, considerando a introdução das vacinas COVID-19 e a necessidade de


se estabelecer o perfil de segurança das mesmas, orienta-se que, TODOS os eventos,
não graves ou graves, compatíveis com as definições de casos, estabelecidas nos
documentos abaixo, bem como os erros de imunização e problemas com a rede de
frio, deverão ser notificados no e-SUS notifica disponível no link
https://notifica.saude.gov.br/.

51
Figura 4: Página inicial E-SUS Notifica

 Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação 4ª


Edição, 2020 (disponível em
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_epidemiologica_eventos
_vacinacao_4ed.pdf)

52
Figura 5: Manual de Vigilância Epidemiológica de EAPV

 Protocolo de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação para


a estratégia de vacinação contra o vírus SARS-CoV2 (Covid19), Ministério da
Saúde, 2020 (acesso disponível em
https://www.gov.br/saude/ptbr/media/pdf/2020/dezembro/21/estrategia_vacinacao_
covid19.pdf).

53
Figura 6: Protocolo de Vigilância Epidemiológica de EAPV para a estratégia de
vacinação contra Covid19

Atenção especial e busca ativa devem ser dadas à notificação de eventos


adversos graves, raros e inusitados, óbitos súbitos inesperados, erros de imunização
(programáticos), além dos Eventos Adversos de Interesse Especial (EAIE), que estão
devidamente descritos no Protocolo de Vigilância 26 Epidemiológica e Sanitária de
Eventos Adversos Pós-Vacinação para a estratégia de vacinação contra o vírus SARS-
CoV-2 (Covid19).

É importante destacar que as notificações deverão primar pela qualidade no


preenchimento de todas as variáveis contidas no formulário de notificação/investigação
de EAPV do PNI, com o maior número de informações possíveis. Destaca-se ainda que
na possibilidade de oferta de diferentes vacinas, desenvolvidas por diferentes
plataformas, é imprescindível o cuidado na identificação do tipo de vacina suspeita
de provocar o EAPV, como número de lote e fabricante.

ATENÇÃO

Para os eventos adversos graves, a notificação deverá ser feita em até 24


horas, conforme portaria nº 264, de 17 de fevereiro de 2020. E deverão ser
comunicados imediatamente à Gerência de Imunização / SES-RJ, através de
contato telefônico e e-mail para o setor (eapv.sesrj@gmail.com e
eapv@saude.rj.gov.br).

54
A notificação de queixas técnicas das vacinas COVID-19 autorizadas para uso
emergencial temporário, em caráter experimental, deve ser realizada no Sistema de
Notificações em Vigilância Sanitária - Notivisa, disponível em versão eletrônica no
endereço: https://www8.anvisa.gov.br/notivisa/frmlogin.asp.

Todos os profissionais da saúde que tiverem conhecimento de uma suspeita de


EAPV, incluindo os erros de imunização (programáticos), como problemas na cadeia de
frio, erros de preparação da dose ou erros na via de administração, entre outros, deverão
notificar os mesmos às autoridades de saúde, ressaltando-se que o papel a ser
desempenhado pelos municípios, estados e Distrito Federal é vital para a plena
efetivação do protocolo.

Ressalta-se que caberá aos Municípios, Estados e Distrito Federal a orientação e


determinação de referências e contrarreferências, em especial para o atendimento
especializado terciário no processo de uma vigilância ativa estruturada.

15.1. Precauções à administração da vacina

15.1.1. Doenças febris agudas, pessoas com suspeita de covid-19 e


histórico prévio de infecção pelo SARS-CoV-2.

Em geral, como com todas as vacinas, diante de doenças agudas febris moderadas
ou graves, recomenda-se o adiamento da vacinação até a resolução do quadro com o
intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença. Não há evidências, até o
momento, de qualquer preocupação de segurança na vacinação de indivíduos com
história anterior de infecção ou com anticorpo detectável pelo SARS-COV-2. É improvável
que a vacinação de indivíduos infectados (em período de incubação) ou assintomáticos
tenha um efeito prejudicial sobre a doença. Entretanto, recomenda-se o adiamento da
vacinação nas pessoas com quadro sugestivo de infecção em atividade para se
evitar confusão com outros diagnósticos diferenciais. Como a piora clínica pode ocorrer
até duas semanas após a infecção, idealmente a vacinação deve ser adiada até a
recuperação clínica total e pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas
ou quatro semanas a partir da primeira amostra de PCR positiva em pessoas
assintomáticas.

15.1.2. Vacinação de pessoas com exposição recente à covid-19.

As vacinas COVID-19, atualmente, não são recomendadas para controle de surtos


ou para profilaxia pós-exposição ao SARS-CoV-2 em pessoas com exposição conhecida.
Devido ao período de incubação mediano da covid-19 ser de apenas 4 – 5 dias, é
improvável que a vacinação contra à covid-19 gere uma resposta imune adequada dentro
desse prazo para uma profilaxia pós-exposição efetiva.

55
Pessoas na comunidade ou em contexto ambulatorial, que tiverem sido contatos de
casos suspeitos ou confirmados de covid-19, não devem ser vacinadas durante o período
de quarentena (conforme recomendado no Guia de Vigilância da Covid-19) para evitar
exposição potencial de profissionais de saúde e os demais usuários do serviço durante a
vacinação.

Moradores ou pacientes que vivem institucionalizados em serviços de saúde (p.ex.


instituições de longa permanência) ou não relacionados à saúde (p.ex. populações
privadas de liberdade, pessoas em situação de rua em abrigos), ou em comunidades
fechadas (p.ex., indígenas, quilombolas), com exposição conhecida à covid-19 e/ou
aguardando testes para SARS-CoV-2, podem ser vacinadas, desde que não apresentem
sintomas consistentes com à covid-19. Nessas situações, a exposição e a transmissão do
SARS-CoV-2 pode ocorrer de forma repetida e por longos períodos de tempo, além dos
profissionais de saúde e demais funcionários já estarem em contato com os moradores.
Os profissionais de saúde responsáveis pela vacinação devem utilizar medidas de
prevenção e controle da infecção.

15.1.3. Pessoas com uso recente de imunoglobulinas

Pacientes que fazem uso de imunoglobulina humana devem ser vacinados com pelo
menos um mês de intervalo entre a administração da imunoglobulina e a vacina, de forma
a não interferir na resposta imunológica.

15.1.4. Doação de Sangue

A inaptidão temporária a doação de sangue e componentes associada ao uso de


vacinas são:

 Sinovac/Butantan: 48 horas após cada dose.


 AstraZeneca/Fiocruz: 7 dias após cada dose.

15.2. Grupos especiais

15.2.1. Gestantes, Puérperas e Lactantes

As vacinas COVID-19, com diferentes tecnologias atualmente disponíveis no Brasil,


ainda não foram testadas em gestantes, puérperas e lactantes, motivo pelo qual não se
tem dados e informações definitivas sobre os seus reais efeitos nestas populações
específicas. Contudo estudos em animas não mostraram teratogenicidade (risco de
malformações).

56
Assim, o PNI orienta que para as mulheres que estejam gestantes ou no período de
puerpério e lactação, pertencentes a um dos grupos prioritários, especialmente com
alguma comorbidade, seja ofertada a vacinação, conforme os grupos elencados nas
etapas da Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19.

Para gestantes sem comorbidades e que pertençam aos grupos prioritários, orienta-
se que seja realizada a avaliação dos riscos e benefícios, principalmente em relação às
atividades desenvolvidas pela mulher. As gestantes que se enquadrarem nesses critérios
deverão ser vacinadas conforme o calendário de vacinação dos grupos prioritários
disponíveis no Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19.

As gestantes, puérperas e lactantes devem ser informadas sobre os dados de


eficácia e segurança das vacinas conhecidos e da ausência de alguns dados
relacionados, assim como dos riscos potenciais da infecção pelo SARS-CoV-2, para que
possam tomar uma decisão esclarecida.

O teste de gravidez não deve ser um pré-requisito para a administração das vacinas
nas mulheres com potencial para engravidar e que se encontram em um dos grupos
prioritários para vacinação.

As gestantes e lactantes, pertencentes aos grupos prioritários, que não


concordarem em serem vacinadas, devem ser apoiadas em sua decisão e instruídas a
manter medidas de proteção como higiene das mãos, uso de máscaras e distanciamento
social.

O aleitamento materno não deverá ser interrompido em caso de vacinação de


lactantes.

A vacinação inadvertida das gestantes (fora dos grupos prioritários) deverá ser
notificada no sistema de notificação e-SUS notifica como um “erro de imunização” para
fins de controle e monitoramento de ocorrência de eventos adversos.

Eventos adversos que venham a ocorrer com a gestante após a vacinação deverão
ser notificados no e-SUS notifica, bem como quaisquer eventos adversos que ocorram
com o feto ou com o recém-nascido até 6 meses após o nascimento.

15.2.2. Uso de antiagregantes plaquetários e anticoagulantes orais e


vacinação

Os antiagregantes plaquetários devem ser mantidos e não implicam em


impedimento à vacinação. O uso de injeção intramuscular em pacientes sob uso crônico
de antiagregantes plaquetários é prática corrente, portanto considerado seguro.

Não há relatos de interação entre os anticoagulantes em uso no Brasil – varfarina,


apixabana, dabigatrana, edoxabana e rivaroxabana – com vacinas. Portanto deve ser
mantida conforme a prescrição do médico assistente. Dados obtidos com vacinação

57
intramuscular contra Influenza em pacientes anticoagulados com varfarina mostraram que
esta via foi segura, sem manifestações hemorrágicas locais de vulto. A comparação da
via intramuscular com a subcutânea mostrou que a primeira é segura e eficaz na maioria
das vacinas em uso clínico. Por cautela, a vacina pode ser administrada o mais longe
possível da última dose do anticoagulante direto.

15.2.3. Pacientes portadores de Doenças Reumáticas Imunomediadas


(DRIM)

Preferencialmente o paciente deve ser vacinado estando com a doença controlada


ou em remissão, como também em baixo grau de imunossupressão ou sem
imunossupressão.

Entretanto, a decisão sobre a vacinação em pacientes com DRIM deve ser


individualizada, levando em consideração a faixa etária, a doença reumática autoimune
de base, os graus de atividade e imunossupressão, além das comorbidades, devendo ser
sob orientação de médico especialista. A escolha da vacina deve seguir as
recomendações de órgãos sanitários e regulatórios, assim como a disponibilidade local.

15.2.4. Pacientes oncológicos, transplantados e demais pacientes


Imunossuprimidos

A eficácia e segurança das vacinas COVID-19 não foram avaliadas nesta


população. No entanto, considerando as plataformas em questão (vetor viral não
replicante e vírus inativado) é improvável que exista risco aumentado de eventos
adversos.

A avaliação de risco benefício e a decisão referente à vacinação ou não deverá ser


realizada pelo paciente em conjunto com o médico assistente, sendo que a vacinação
somente deverá ser realizada com prescrição médica.

15.3. Contraindicações

 Hipersensibilidade ao princípio ativo ou a qualquer dos excipientes da vacina;


 Para aquelas pessoas que já apresentaram uma reação anafilática confirmada a
uma dose anterior de uma vacina COVID-19

ATENÇÃO

Recomenda-se que, antes de qualquer vacinação, seja verificada nas bulas


dos respectivos fabricantes, as informações fornecidas por este (s) sobre a(s)
vacina(s) a ser(em) administrada(s). Até o momento a vacinação contra a covid-19 não
está indicada para indivíduos menores de 18 anos no Brasil.

58
15.4. Erros de Imunização e Condutas Recomendadas

15.4.1. Extravasamento durante a administração

A ocorrência de extravasamentos durante ou após a aplicação de uma vacina, seja


no próprio local da injeção ou na conexão entre a seringa e a agulha, são considerados
erros de imunização. Sua ocorrência deverá ser evitada e os vacinadores treinados na
técnica correta de boas práticas de vacinação, com especial atenção no encaixe das
agulhas na seringa e na técnica de administração intramuscular.

No entanto, caso esse erro ocorra, considerando que habitualmente os volumes de


dose recomendados contém um excesso de antígeno como margem de erro, é pouco
provável que extravasamentos de pequenos volumes (ex.: 2 a 3 gotas) incorram em pior
resposta imune, desta forma, como regra geral, não se recomenda doses adicionais. Em
situações de exceção, onde se observe o extravasamento de grandes volumes de vacina
(avaliação caso a caso), recomenda-se a revacinação imediata.

15.4.2. Vacinação de menores de 18 anos

As vacinas COVID-19 não estão indicadas para essa faixa etária, indivíduos que
forem inadvertidamente vacinados deverão ter seus esquemas encerrados sem que
sejam administradas doses adicionais.

15.4.3. Intervalo inadequado entre as doses dos esquemas propostos

A vacinação deverá respeitar os intervalos recomendados para cada fabricante para


assegurar a melhor resposta imune. A segunda dose de vacina COVID-19 administrada
com intervalo inferior a 14 dias (2 semanas) não poderá ser considerada válida,
desta forma recomenda-se o agendamento de nova dose respeitando o intervalo
recomendado.

Em casos nos quais o indivíduo tenha recebido a primeira dose de vacina COVID-19
de um produtor (fabricante) e com menos de 14 dias venha receber uma segunda dose
de vacina COVID-19 de outro produtor (fabricante), a segunda dose deverá ser
desconsiderada e reagendada uma segunda dose conforme intervalo indicado da
primeira vacina COVID-19 recebida.

Atrasos em relação ao intervalo máximo recomendado para cada vacina devem ser
evitados uma vez que não se pode assegurar a devida proteção do indivíduo até a
administração da segunda dose. Porém, caso ocorram atrasos o esquema vacinal deverá
ser completado com a administração da segunda dose o mais rápido possível.

59
15.4.4. Administração inadvertida por via subcutânea

As vacinas COVID-19 em uso no país são de administração por via intramuscular. A


administração pela via subcutânea não é recomendada uma vez que não se tem dados
de eficácia e segurança por essa via e poderá aumentar o risco de eventos adversos
locais para vacinas com uso de adjuvantes.

No entanto, também, não estão disponíveis dados de segurança com doses


adicionais das vacinas. Desta forma, caso ocorra a vacinação inadvertida por via
subcutânea, o erro de imunização deverá ser notificado e a dose deverá ser
considerada válida, caso o erro tenha acontecido com a primeira dose, a segunda dose
deverá ser agendada com o aprazamento no intervalo recomendado. Ressalta-se a
necessidade de uso da via intramuscular na dose subsequente.

15.5. Divergência de Volume de Doses nos Frascos das Vacinas COVID-19

A vacina adsorvida covid-19 (inativada) Sinovac / Butantan e a vacina covid-19


(recombinante) AstraZeneca / Fiocruz na apresentação de frasco-ampola multidose, com
10 doses de 0,5mL, totalizando 5,0ml pode conter volume em excesso, a fim de
permitir a retirada e a administração do volume total de doses declaradas. Segundo
a Farmacopeia Brasileira 6ª ed./2019, para o volume declarado de 5,0mL é recomendado
um excesso de no mínimo 0,3 ml. O volume em excesso não é considerado queixa
técnica, não sendo necessária a notificação no NOTIVISA / ANVISA.

O volume excedente poderá ser utilizado desde que seja possível aspirar o
volume de uma dose completa de 0,5ml de um único frasco-ampola. A mistura de
vacina de frascos-ampola diferentes para completar uma dose é rigorosamente
CONTRAINDICADO, uma vez que as vacinas estão sujeitas à contaminação.

As doses aplicadas provenientes dos frascos-ampola com volume extra devem ser
registradas no módulo de movimentação de imunobiológico do Sistema de Informação
do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). O profissional deverá preencher o campo
"Entrada" com o número de doses extra(s) aspirada(s) e, posteriormente, confirmar a
saída dessas doses no campo "saída", motivo "utilização (n° doses de frasco aberto)",
de forma que seja possível manter a rastreabilidade dessas doses.

Quando não for possível aspirar o número total de doses declaradas pelas
farmacêuticas, vacinas Sinovac / Butantan ou AstraZeneca / Fiocruz, nas apresentações
de frasco-ampola unidose ou multidose, o profissional deverá registrar no formulário
Notivisa a queixa técnica, para que seja aberta a investigação da ocorrência.

Por oportuno ratifica-se que antes do uso os profissionais deverão homogeneizar


com movimentos circulares leves as vacinas, adsorvida covid-19 (inativada) Sinovac /
Butantan e/ou vacinacovid-19 (recombinante) AstraZeneca / Fiocruz. A suspensão deverá

60
apresentar-se uniforme e sem grumos ao final da homogeneização. Não se orienta a
agitação dos frascos-ampola das vacinas.

15.6 - Grupo de Investigação de Eventos Adversos Pós-Vacinação da


COVID-19 do Estado do Rio de Janeiro

No âmbito do Estado do Rio de Janeiro foi instituído, através da resolução SES/RJ


n° 2203 de 05 de janeiro de 2021, a criação do grupo de investigação de Eventos
Adversos Pós vacinais (EAPV), o Grupo Técnico de investigação de eventos adversos
pós vacinais das vacinas COVID-19 para auxiliar tecnicamente esta secretaria na
investigação de relatos de eventos adversos pós-vacinação envolvendo a vacina Covid-
19. A criação deste grupo de trabalho se justifica pela/pelos:

 necessidade de vigilância ativa dos casos suspeitos de eventos adversos graves


associados às vacinas contra Covid-19, que venham a ser utilizadas no âmbito do
Estado do Rio de Janeiro;
 necessidade de se aprimorar o conhecimento da relação benefício/risco das
vacinas Covid-19 e minimizar seus efeitos nocivos à população;
 necessidade de que sejam normatizados os procedimentos operacionais para
estudo dos casos de EAPV, especialmente os graves e de interesse especial;
 necessidade de investigação dos eventos adversos pós-vacinais após uso das
vacinas Covid-19;
 esclarecimentos necessários acerca da vigilância de eventos adversos graves
(EAG) associados temporalmente às vacinas contra Covid-19;

Este grupo terá sua constituição definida no âmbito da Subsecretaria de Vigilância


em Saúde/SES, tendo como atribuições:

 promover a articulação necessária à notificação, investigação, acompanhamento e


elucidação de eventos adversos pós-vacinais graves e/ou inusitados e os de
interesse especial;
 assessorar os municípios na investigação dos casos quando necessário,
orientando condutas no âmbito de sua competência, apoiando-os tecnicamente na
análise de dados;
 analisar, classificar segundo a causalidade e encerrar os casos, validando os
dados do Estado;
 retroalimentar o nível municipal com informações atualizadas sobre o(s) EAPV
notificado(s).

As reuniões do referido grupo poderão ser presenciais ou remotas, devendo ocorrer


quinzenalmente ou sempre que necessário para investigação dos casos notificados de
EAPV após vacina Covid-19, a fim de apoiar as áreas técnicas da Subsecretaria de
Vigilância em Saúde, quanto à elucidação de suas causas. O GT poderá ainda contar

61
com o apoio do CTAI-RJ, para elucidação de situações inusitadas durante as
investigações.

O grupo será composto por representantes de instituições, tendo


como Coordenador um representante da Subsecretaria de Vigilância em Saúde e com
participação de representantes de técnicos da Vigilância em Saúde das seguintes áreas:
Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, Comissão Estadual de Controle de
Infecção Hospitalar, Comissão de Investigação de Óbitos. A Comissão será composta
pelos representantes da Subsecretaria de Vigilância em Saúde listada abaixo, tendo dois
Coordenadores.

Coordenação:

1. Daniela Silva Vidal (Médica - Assessora Técnica do Gabinete SVS / SES-


RJ);
2. Risoleide Marques de Figueiredo (Médica - Gerência de Imunização / CVE /
SVEA / SVS / SES-RJ).

Componentes:

3. Debora Fontenelle dos Santos (Comissão de Investigação de Óbitos de


Interesse em Saúde Pública SVS / SES-RJ);
4. Gabrielle Damasceno da Costa Chagas (Coordenadora de Vigilância
Epidemiológica / SVEA / SVS / SES-RJ);
5. Maria de Lourdes de Oliveira Moura (Coordenadora de Segurança do
Paciente e Gestão de Risco / SUVISA /SVS / SES-RJ);
6. Mauro Sergio Treistman (Infectologista da Coordenação de Vigilância e
Fiscalização de Serviços de Saúde / SUVISA / SVS / SES-RJ);
7. Patrícia Mouta Nunes de Oliveira (Coordenação Estadual de Controle de
Infecção Hospitalar / SVS / SES-RJ);
8. Valter Montes de Almeida (Gerente de Imunização / CVE / SVEA / SVS /
SES-RJ).

16. CRONOGRAMA DE DISTRIBUIÇÃO DAS VACINAS

Considerando as vacinas já contratualizadas pelo Ministério da Saúde até o


momento, a campanha está sendo realizada com as vacinas AstraZeneca / Fiocruz e
Sinovac / Butantan. A priorização da população alvo segue a sequência da orientação do
Ministério da Saúde, em percentuais compatíveis com os quantitativos recebidos.

Considerando os critérios e os procedimentos extraordinários e temporários para a


aplicação de excepcionalidades a requisitos específicos de rotulagem e bulas de
medicamentos, em virtude da emergência de saúde pública internacional decorrente do
novo Coronavírus, previstos na Resolução da Diretoria Colegiada RDC n°400 de 21 de
julho 2020, as vacinas seguem sem as bulas. As bulas traduzidas dessas vacinas,

62
Sinovac / Butantan (https://vacinacovid.butantan.gov.br/bulas) e AstraZeneca / Fiocruz
(https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/produtos/vacinas/informacoes-sobre-a-vacina-
covid-19) estão disponibilizadas nos sites dos seus Laboratórios Produtores, e no site da
Anvisa.

A figura 7 (abaixo) define o fluxo de imunobiológicos entre o almoxarifado da


Coordenação Geral de logística (CGLOG/MS), no nível federal; a Central Estadual de
Armazenagem (CGA/SES-RJ); as 92 Centrais Municipais de Rede de Frio e as cerca de
1.600 salas de vacinas existentes no Estado.

Figura 7: Fluxo de distribuição de vacinas

O quadro 06 (abaixo) descreve os volumes de doses recebidos e distribuídos aos 92


municípios do Estado, considerando as 10 remessas já recebidas da CGLOG/MS.

Quadro 6: Cronograma da liberação dos volumes de doses de vacinas aos


municípios, segundo grupos elencados pelo MS (10 remessas)

Data de CORONAVAC ASTRAZENECA


/ SINOVAC / OXFORD Evolução da vacinação dos grupos elencados
Liberação BUTANTAN FIOCRUZ ( )
pelo MS *
de Vacinas D1+D2 D1

Trabalhadores da saúde (34%);


Pessoas idosas em ILPI (100%);
Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência
19/01/2021 488.320 -
institucionalizadas (100%);
População indígena, a partir de 18 anos de idade,
aldeada (100%).
Trabalhadores da saúde (61%);
Pessoas idosas em ILPI (100%);
Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência
23/01/2021 - 185.000
institucionalizadas (100%);
População indígena, a partir de 18 anos de idade,
aldeada (100%).

63
Trabalhadores da saúde (67%);
Pessoas idosas em ILPI (100%);
Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência
25/01/2021 84.800 -
institucionalizadas (100%);
População indígena, a partir de 18 anos de idade,
aldeada (100%)
Trabalhadores da saúde (73%);
Pessoas idosas em ILPI (100%);
Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência
09/02/2021 282.200 - institucionalizadas (100%);
População indígena, a partir de 18 anos de idade,
aldeada (100%);
Idosos com 90 anos ou mais (100%).

Trabalhadores da saúde (81%);


Pessoas idosas em ILPI (100%);
Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência
institucionalizadas (100%);
24/02/2021 118.800 196.000 População indígena, a partir de 18 anos de idade,
aldeada (100%);
Idosos com 90 anos ou mais (100%);
Idosos de 85 a 89 anos (100%);
Idosos de 80 a 84 anos (24%).

Trabalhadores da saúde (82,8%);


Pessoas idosas em ILPI (100%);
Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência
institucionalizadas (100%);
04/03/2021 249.200 População indígena, a partir de 18 anos de idade,
aldeada;
Idosos com 90 anos ou mais (100%);
Idosos de 85 a 89 anos (100%);
Idosos de 80 a 84 anos (70%).
Trabalhadores da saúde (84,3%);
Pessoas idosas em ILPI (100%);
Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência
institucionalizadas (100%);
População indígena, a partir de 18 anos de idade,
10/03/2021 261.800
aldeada (100%);
Idosos com 90 anos ou mais (100%);
Idosos de 85 a 89 anos (100%);
Idosos de 80 a 84 anos (100%)
Idosos de 75 a 79 anos (13%).
Trabalhadores da saúde (91,3%);
Pessoas idosas em ILPI (100%);
Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência
institucionalizadas (100%);
População indígena, a partir de 18 anos de idade,
17/03/2021 444.000 aldeada (100%);
Idosos com 90 anos ou mais (100%);
Idosos de 85 a 89 anos (100%);
Idosos de 80 a 84 anos (100%);
Idosos de 75 a 79 anos (100%);
Idosos de 70 a 74 anos (13%).
Trabalhadores da saúde (95%);
Pessoas idosas em ILPI (100%);
22/03/2021 396.200 10.000 Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência
institucionalizadas (100%);
População indígena, a partir de 18 anos de idade,

64
aldeada (100%);
Idosos com 90 anos ou mais (100%);
Idosos de 85 a 89 anos (100%);
Idosos de 80 a 84 anos (100%);
Idosos de 75 a 79 anos (100%);
Idosos de 70 a 74 anos (78%);
Povos e Comunidades Tradicionais Quilombolas
(63%).
Trabalhadores da saúde (97%);
Pessoas idosas em ILPI (100%);
Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência
institucionalizadas (100%);
População indígena, a partir de 18 anos de idade,
aldeada (100%);
Idosos com 90 anos ou mais (100%);
26/03/2021 317.000 63.600
Idosos de 85 a 89 anos (100%);
Idosos de 80 a 84 anos (100%);
Idosos de 75 a 79 anos (100%);
Idosos de 70 a 74 anos (100%);
Idosos de 65 a 69 anos (30%);
Povos e Comunidades Tradicionais Quilombolas
(100%).
Total de
doses 2.642.320 454.600 3.096.920 doses
liberadas
(*) Os grupos prioritários pelo Ministério da Saúde são cumulativos. Desta forma, com a evolução das liberações de
imunobiológico visam contemplar 100% destes grupos.

Observa-se que até o momento, com o total de doses distribuídas os municípios terão
capacidade de organizarem suas ações para atender com a vacinação de 100% de pessoas
dos grupos prioritários já elencados pelo MS, com esquema completo (D1 e D2), conforme
listados a seguir:

(1) Pessoas idosas (60 anos ou mais) residentes em instituições de longa


permanência (institucionalizadas);
(2) Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência, residentes em
residências inclusivas (institucionalizadas);
(3) Povos indígenas vivendo em terras indígenas com 18 anos ou mais atendidos
pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena;
(4) Idosos de 70 anos ou mais; e
(5) Povos e Comunidades Tradicionais Quilombolas.

Complementarmente, 35% dos trabalhadores de saúde terão acesso


exclusivamente à dose D1 da vacina AstraZeneca / Fiocruz e 62,3% terão acesso às 02
doses da vacina Sinovac / Butantan, compatível com o esquema completo de vacinação,
perfazendo um total de 97% dessa classe com acesso à vacinação. Além disso, 30% dos
idosos de 65 a 69 anos estarão contemplados.

Ratifica-se que a Câmara Técnica do Eixo "Situação epidemiológica e a definição da


população-alvo para vacinação" permanece avaliando as evoluções epidemiológicas do
País; os Índices de vulnerabilidade social (IVS), conforme calculado pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); e a tendência de ascensão na ocorrência de casos

65
de síndrome respiratória aguda grave, conforme divulgado nos boletins semanais do
InfoGripe
(hps://gitlab.procc.fiocruz.br/mave/repo/tree/master/Boletins%20do%20InfoGripe),
produzidos pelo Programa de Computação Científica da Fiocruz, para orientação de ações
oportunas considerando as previsões de cronogramas de recebimento de vacinas dos
diferentes contratos estabelecidos pelo MS.

Ressalta-se que o impacto esperado das ações de vacinação iniciará apenas cerca de
30 dias após a distribuição da vacina, considerando os tempos operacionais bem como o
tempo necessário para desenvolvimento da resposta imune. Desta forma, não se pode
considerar a vacinação como uma resposta imediata para contenção da circulação do vírus,
sendo uma medida preventiva para redução da ocorrência de casos graves e óbitos a médio
e longo prazo.

17. REGISTRO E INFORMAÇÃO

Na Campanha Nacional de Vacinação contra a covid-19, observada a necessidade


de acompanhar e monitorar os vacinados, o Ministério da Saúde desenvolveu módulo
específico nominal, para cadastro de cada cidadão com a indicação da respectiva dose
administrada (Laboratório e lote), além da atualização do módulo de movimentação de
imunobiológico para facilitar a rastreabilidade e controle dos imunobiológicos distribuídos,
facilitando o planejamento e o acompanhamento em situações de Eventos Adversos Pós
Vacinação (EAPV)

17.1. Registro do vacinado

O registro da dose aplicada da vacina será nominal/individualizado. Essa


modalidade de registro garante o reconhecimento do cidadão vacinado pelo número do
Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou do Cartão Nacional de Saúde (CNS), a fim de
possibilitar o acompanhamento das pessoas vacinadas, evitar duplicidade de vacinação,
e identificar/monitorar a investigação de possíveis EAPV.

Os registros das doses aplicadas deverão ser realizados no Sistema de Informação


do Programa Nacional de Imunização SI-PNI - módulo campanha, nos pontos de
vacinação da rede pública e privada de saúde (Nota Informativa Nº 1/2021-
CGPNI/DEIDT/SVS/MS) ou em um sistema próprio que interopere com ele, por meio da
Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

No caso das salas de vacina sem conectividade com a internet que funcionam no
âmbito da APS, os registros das doses aplicadas poderão ser feitos no e-SUS AB, por
meio da Coleta de Dados Simplificada - modalidade CDS. Essas salas farão registros
offline e depois submeterão seus registros para o servidor assim que a conexão com a
internet estiver disponível, no prazo máximo de 48 horas.

66
Da mesma forma, as salas de vacina que ainda não estão informatizadas e/ou não
possuem uma adequada rede de internet disponível, ou mesmo as unidades em
atividades de vacinação extramuros durante a campanha, deverão realizar os registros de
dados nominais e individualizados em formulários, para posterior registro no sistema de
informação em até 48 horas.

O formulário contém as dez variáveis mínimas padronizadas, a saber:

 CNES - Estabelecimento de Saúde;


 CPF/CNS do vacinado;
 Data de nascimento;
 Nome da mãe;
 Sexo;
 Grupo prioritário;
 Data da vacinação;
 Nome da Vacina/fabricante;
 Tipo de Dose;
 Lote/validade da vacina.

Com o objetivo de facilitar a identificação do cidadão durante o processo de


vacinação, o SI-PNI possibilitará utilizar o QR-Code que pode ser gerado pelo próprio
cidadão no Aplicativo Conecte SUS. O cidadão que faz parte dos grupos prioritários
elegíveis para a vacinação, mas que chega ao serviço de saúde sem o seu QR-Code em
mãos não deixará de ser vacinado. Para isso, o profissional de saúde tem uma alternativa
de busca no SI-PNI, pelo Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou Cartão Nacional de Saúde
(CNS), a fim de localizar o cidadão na base de dados nacional de imunização e tão logo
avançar para o ato de vacinar e de execução do registro da dose aplicada.

Realizou-se pré-cadastro para alguns grupos prioritários, isto é, diferentes bases de


dados foram integradas ao SI-PNI e ao aplicativo ConecteSUS para identificar
automaticamente os cidadãos que fazem parte dos grupos prioritários da Campanha.
Entretanto, caso o cidadão comprove que faz parte do grupo prioritário e não esteja listado na
base de dados do público-alvo, o profissional de saúde poderá habilitá-lo no SI-PNI para
receber a vacina. A ausência do nome do cidadão na base de dados do público-alvo não deve
ser impedimento para ele receber a vacina, desde que comprove que integra algum grupo
prioritário.

Destaca-se ainda que, em consonância com a Resolução da Diretoria Colegiada da


Agência Nacional de Vigilância Sanitária, RDC n° 197/2017, todo serviço de vacinação
possui obrigatoriedade na informação dos dados ao ente federal, por meio do sistema de
informação oficial do Ministério da Saúde, ou um sistema próprio que interopere com o
mesmo.

Estabelecimentos de saúde público ou privado com sistema de informação próprio


ou de terceiros deverão providenciar o registro de vacinação de acordo com o modelo de

67
dados do Módulo de Campanha Covid-19, disponível no Portal de Serviços do Ministério
da Saúde, no link: (https://rnds-guia.saude.gov.br/).

A transferência dos dados de vacinação da Campanha Covid-19 deverá ocorrer


diariamente para base nacional de imunização. por meio de Serviços da RNDS, conforme
modelo de dados e as orientações disponibilizadas no Portal de Serviços do MS, no link:
(https://servicosdatasus.saude.gov.br/detalhe/UZQjoYDDFN) e (https://rnds-
guia.saude.gov.br/).

Poderão existir cenários diferentes nas salas de vacina, de acordo com os recursos
tecnológicos instalados, conforme Figura 8, a seguir:

Figura 8. Cenários para registro do vacinado no Sistema de Informação, conforme


condições tecnológicas das salas de vacina

Fonte: CGPNI/DEIDT/SVS/MS

Caso sejam identificados problemas que impossibilitem o registro eletrônico da vacina, o


MS orienta a utilização de um plano de contingência que inclua a ativação do registro manual
do formulário que contém as 10 variáveis mínimas para posterior digitação no Sistema de
Informação, de forma que não gere impactos no ato da vacinação.

Somente com a identificação do cidadão pelo CPF ou CNS será possível promover a
troca de informações entre os Pontos da Rede de Atenção à Saúde por meio da RNDS,
permitindo a transição e continuidade do cuidado nos setores público e privado, como por
exemplo, o acesso do cidadão à sua caderneta nacional digital de vacinação e ao certificado
nacional de vacinação, além do acesso aos dados clínicos no prontuário eletrônico pelos
profissionais de saúde devidamente credenciados, que prestam o atendimento direto ao
cidadão.

68
Reforça-se que os registros das doses aplicadas das vacinas COVID-19 deverão
garantir a identificação do cidadão vacinado pelo número do CPF ou do CNS, para
possibilitar a identificação, o controle, a segurança e o monitoramento das pessoas
vacinadas, evitar duplicidade de vacinação e possibilitar acompanhamento de possíveis
EAPV. Estes deverão garantir também a identificação da vacina, do lote, do produtor e do
tipo de dose aplicada, objetivando possibilitar o registro na carteira digital de vacinação.

Para a análise do desempenho da Campanha, informações de doses aplicadas e


coberturas vacinais (CV) serão disponibilizadas aos gestores, profissionais de saúde e
para a sociedade por meio do Painel de Visualização (Vacinômetro) e poderá ser
acessado pelo link: https://localizasus.saude.gov.br/, contendo diferentes relatórios,
gráficos e mapas.

O Ministério da Saúde por intermédio do DATASUS, disponibilizará, para as SES e


SMS, os dados referentes à Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19, no
Portal https://opendatasus.saude.gov.br/, sem identificação do cidadão, e respeitando o
disposto na Lei n.º 13.709, de 14 de agosto de 2018, conhecida como Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Os dados estarão publicados no OpendataSUS de
acordo com o formato de dados abertos, ou seja, Comma Separeted Values (CSV) ou
Application Programming Interface (API).

A obtenção desses dados pode ser feita via portal, selecionando o documento e
clicando no botão de download, ou via API do Comprehensive Knowledge Archive
Network (CKAN). A chave de acesso é obtida na página do perfil do usuário. Para mais
informações acessar https://docs.ckan.org/en/2.9/api/.

Maiores detalhes sobre o registro de vacinação e os roteiros completos sobre a


operacionalização dos sistemas de informação para registro de doses aplicadas das
vacinas contra a Covid-19, estão disponíveis na Nota Informativa nº 1/2021-
CGPNI/DEIDT/SVS/MS que constam as orientações acerca do acesso aos dados e
informações para o acompanhamento do desempenho da Campanha, dentre outros.

17.2. O registro da movimentação da Vacina

Afim de garantir a rastreabilidade dos imunobiológicos adquiridos e distribuídos à


Rede de Frio nacional, o DataSUS atualizou o módulo de movimentação de
imunobiológico do SI-PNI, onde de forma automática, por meio de seleção disponível em
lista suspensa, o usuário incluirá o lote, laboratório e quantidade de imunobiológico na
entrada do produto de cada uma das unidades. A saída será selecionável e classificável
com possibilidade da indicação de saída por consumo (doses utilizadas), transferência
para outra unidade, ou ainda por perda física (quebra do frasco; falta de energia; falha do
equipamento; validade vencida, procedimento inadequado; falha de transporte; outros
motivos), seguindo o padrão usualmente utilizado pelas unidades.

69
Importante ratificar que a indicação de consumo “Doses utilizadas” deverá ser
registrada por número de doses do frasco aberto para vacinação, para que os cálculos
automáticos do sistema sejam viabilizados adequadamente e o monitoramento de perdas
técnicas seja possível de realizar-se em tempo real, com ajustes necessários do
planejamento nacional para revisão continuada da aquisição e distribuição da vacina.
Esclarece-se que, o cálculo é realizado pelo sistema, pela diferença entre o total de doses
utilizadas e o total de doses aplicadas, o resto da subtração indica a perda técnica
ocorrida, variável de controle.

18. PONTOS FOCAIS DA SES E CONTATOS DAS ÁREAS TÉCNICAS

19. AQUISIÇÃO E GERENCIAMENTO DE INSUMOS

A seguir temos um resumo dos processos de compras de itens estratégicos em


andamento por meio da Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro, para
operacionalizar a campanha de vacinação contra a Covid-19:

Quadro 7 – Processos em Andamento para Aquisição de Insumos para a Campanha

ITEM QUANTIDADE (Unid.) SITUAÇÃO


Seringa 3ml 25x7,0 16.000.000 Entregue 13.280.000
Seringa 3ml 25x7,0 50.000.000 Em andamento
Câmaras refrigeradas 163 Em andamento
Caixa térmica com termômetro 3000 Em andamento
Caixa térmica sem termômetro 3000 Em andamento
Termômetro avulso digital, máx. e mín. 3000 Em andamento
Freezer - 70º de 728 litros 50 Em andamento

70
Além disso, a CGPNI/MS realizou processo de aquisição centralizada de insumos e
enviou recentemente o volume de 830.100 unidades de seringas de 3 ml; 151.400
unidades de agulhas de calibre 20x5,5; e 678.700 agulhas de calibre 25x6,0 para apoiar
nas ações de imunização no Estado.

71
20. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 - Brasil. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação / Ministério da


Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças
Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível
em:https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf

2 - Brasil. Manual de Rede de Frio do Programa Nacional de Imunizações / Ministério


da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das
Doenças Transmissíveis. – 5. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em:
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/dezembro/15/rede_frio_2017_web_V
F.pdf

3 - Brasil. Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação.


Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças
Transmissíveis. – 3. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_epidemiologica_eventos_a
d versos_pos_vacinacao.pdf

4 - Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Vigilância


em Saúde. Guia Política Nacional de Atenção Básica 2013 Módulo 1: Integração Atenção
Básica e Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
68 p.: il.

5 - BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Dez Passos


para Ampliação das Coberturas Vacinais na Atenção Primária à Saúde. Brasília:
Ministério da Saúde, 2019. 3 p.: il.

6 - BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Orientações


para a Ampliação da Cobertura Vacinal na Atenção Primária à Saúde. Brasília: Ministério
da Saúde, 2019. 6 p.: il.

7 – BRASIL. Ministério da Saúde. ANVISA. Covid-19: quadro de análises de vacinas. 23


fev. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-
anvisa/2021/covid-19-quadro-de-analises-de-vacinas-pela-anvisa. Acesso em: 3 mar.
2021.

8- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 23/01/2021. Informe


Técnico: Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, Brasília,
p. 1-37, 18 jan. 2021.

9- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


23/01/2021. Segundo Informe Técnico: Plano Nacional de Operacionalização da
Vacinação contra a Covid-19, Brasília, p. 1-46, 23 jan. 2021.

72
9- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 05/02/2021. Nota
Informativa 13: Dispõe sobre as orientações técnicas relativas à continuidade da
Campanha Nacional de vacinação contra a COVID-19. Brasília, p. 1-4, 05 fev. 2021.

10- BRASIL. Ministério da Saúde. ANVISA. 08/02/2021. Nota Informativa 07: Orientação a
respeito da utilização de doses excedentes da vacina contra a COVID-19 para
apresentações multidoses. Brasília, p. 1-2, 08 fev. 2021.

11- BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.


10/02/2021. Nota Técnica 07: Orientações a respeito da utilização de doses excedentes
da Vacina Covid para apresentações multidose. Brasília, p. 1-2, 10 fev. 2021.

12- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 05/02/2021. Nota


Técnica 108: Encaminha orientações de uso da vacina adsorvida covid-19 (inativada)
Sinovac / Butantan e da vacina covid-19 (recombinante) AstraZeneca / FIOCRUZ aos
Coordenadores Estaduais de Imunizações. Brasília, p. 1-3, 12 fev. 2021.

13- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 19/02/2021. Ofício


Circular 41: Trata-se de esclarecimentos sobre o atendimento antirrábico e a aplicação
simultânea das vacinas contra a raiva humana e Covid-19. Brasília, p. 1-2, 19 fev. 2021.

14- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


19/02/2021. Terceiro Informe Técnico: Plano Nacional de Operacionalização da
Vacinação contra a Covid-19, Brasília, p. 1-6, 23 fev. 2021.

15- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 02/03/2021. Quarto


Informe Técnico: Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19,
Brasília, p. 1-5, 02 mar. 2021.

16- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 08/03/2021. Quinto


Informe Técnico: Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19,
Brasília, p. 1-5, 08 mar. 2021.

17- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 11/03/2021. Ofício


234: Orientações Técnicas de Vacinação do Grupo Prioritário “Trabalhadores da Saúde”
da Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19. Brasília, p. 1-3, 11 mar. 2021.

18- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 12/03/2021. Ofício


57: Retifica o Ofício 234/2021/CGPNI/DEIDT/SVS/MS referente às Orientações Técnicas
de Vacinação do Grupo Prioritário “Trabalhadores da Saúde” da Campanha Nacional de
Vacinação contra a Covid-19. Brasília, p. 1-3, 12 mar. 2021.

19- BRASIL. Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. 11/03/2021. Recomendação


Conjunta 01: Procedimentos Administrativos – MPRJ 2021 0019 7830 e E-
20/001.002884/2020 (DPGE-RJ. Rio de Janeiro, p 1-7, mar. 2021.

73
20- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 16/03/2021. Sexto
Informe Técnico: Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19,
Brasília, p. 1-5, 16 mar. 2021.

21- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 15/03/2021. Nota


Técnica 01: Tratam-se das recomendações referentes a administração de vacinas covid-
19 em gestantes, puérperas e lactantes, incluindo os esclarecimentos que devem ser
fornecidos para tomada de decisão, Brasília, p. 1-5, 15 mar. 2021.

22- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 16/03/2021. Sétimo


Informe Técnico: Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19,
Brasília, p. 1-5, 16 mar. 2021.

23- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 25/03/2021. Oitavo


Informe Técnico: Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19,
Brasília, p. 1-6, 25 mar. 2021.

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ANEXO 1

Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria Estadual de Saúde
Subsecretaria de Vigilância em Saúde

Local de Vacinação

AUTODECLARAÇÃO DE PESSOA COM DEFICIÊNCIA

EU, _______________________________________________________________________

__________________, CPF _____________________ ou RG ________________________

DECLARO PARA FINS DE VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19 SER PESSOA


COM DEFICIÊNCIA.

MINHA DEFICIÊNCIA É:

( ) FÍSICA ( ) AUDITIVA ( ) VISUAL ( ) INTELECTUAL ( ) MENTAL

AFIRMO QUE ESSAS INFORMAÇÕES SÃO VERDADEIRAS E QUE ESTOU CIENTE DE


QUE POSSO SER PUNIDO COM MULTA OU PRISÃO SE MENTIR SOBRE A MINHA
DEFICIÊNCIA, DE ACORDO COM O ARTIGO 299 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO QUE
TRATA DE FALSIDADE IDEOLÓGICA:

( ) SIM ( ) NÃO

RIO DE JANEIRO, ________ DE ______________________________DE 2021

______________________________________________

ASSINATURA OU DIGITAL

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