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Para elaborar uma petição inicial pelo procedimento

comum, lembre-se de seguir o roteiro do art. 319 do Código


de Processo Civil. Em síntese, deve conter:

Prevista no art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil,


compreende tanto a pessoa natural como a jurídica, brasileira
ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas processuais e honorários advocatícios.
ATENÇÃO: A assistência do requerente por advogado
particular não impede a concessão da gratuidade da justiça (Art.
99, §4º, CPC/15).
RECURSO: Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a
que acolher o pedido de sua revogação caberá agravo de
instrumento, exceto quando a questão for resolvida em
sentença, contra qual caberá apelação (art. 101, caput + 1.015,
V do CPC/15).
A contestação é a forma de defesa do Réu em um processo
de conhecimento. Lembre-se do ônus da impugnação
específica, ou seja, todos os fatos e pedidos do Autor devem ser
contestados pelo Réu (art. 336 e 341, CPC/15), sob pena de
presunção de veracidade dos fatos.

ATENÇÃO: O ônus da impugnação específica não é


aplicável ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador
especial (art. 341, parágrafo único, do CPC/15).

PRAZO: O prazo para contestação é de 15 dias úteis (art.


335, caput, c/c 219, CPC/15), cuidado com as hipóteses de prazo
em dobro. Fique atento: se for peça processual, lembre-se de
abrir um tópico para demonstrar a tempestividade e indique
também os art. 219, 224, 230 e 231 do CPC/15.

PRELIMINARES: As preliminares de contestação estão


previstas no art. 337 do CPC/15. Lembre-se de alegá-las antes A reconvenção ocorre quando o Réu se vale do mesmo
do mérito e incluir nos pedidos. processo para buscar não apenas a improcedência do pedido do
autor, mas uma pretensão, ou seja, um contra-ataque ao autor.
PEDIDOS: Não esqueça que na contestação o Réu deverá
ATENÇÃO: a desistência da ação ou a ocorrência de
requerer a improcedência dos pedidos formulados pelo Autor
causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao
na petição inicial.
prosseguimento do processo quanto à reconvenção (art. 343,
§2º, do CPC/15).
Com o advento do Código de Processo de 2015, a
reconvenção passa a ser alegada na própria contestação,
consoante previsão do art. 343, caput, do CPC/15. Mas atenção:
o réu pode propor reconvenção independentemente de
oferecer contestação!
MATÉRIAS DE DEFESA DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO:
fique ligado no art. 917 do CPC/15 se a peça processual for
O título executivo deve representar uma obrigação líquida, embargos à execução, pois ali estão elencadas as possíveis
certa e exigível! Verifique o rol dos títulos executivos previstos matérias de defesa!
no art. 784 do CPC/15 e caso a peça processual seja uma ação
EFEITO DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO: Em regra, os
de execução, observar o art. 798 do CPC/15, pois constam
embargos à execução não terão efeito suspensivo, contudo,
requisitos específicos!
poderá ser requerido se demonstrado os requisitos para a
concessão da tutela provisória e desde que a execução já
esteja garantida (art. 919, caput c/c §1º, do CPC/15).
Meio adequado para defesa do executado na ação fundada
em título executivo extrajudicial. Trata-se de uma petição inicial
que segue os requisitos do art. 319 do Código de Processo Civil
e deve ser distribuída por dependência aos autos da execução.
Atenção para os art. 914 e seguintes do Código de Processo Civil.
FRAUDE À EXECUÇÃO: Caracterizada quando o devedor se
PRAZO: os embargos serão oferecidos no prazo de 15 desfaz de seu patrimônio após a ciência da ação de execução ou
(quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231 após a averbação prevista no art. 828 do Código de Processo
do CPC/15. OBSERVÇÃO: conforme previsão do §1º do art. 915 Civil. O pedido de reconhecimento da fraude à execução é
do Código de Processo Civil, fique atento: quando houver mais realizado através de petição nos próprios autos da ação de
de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta- execução.
se a partir da juntada do respectivo comprovante de citação,
FRAUDE CONTRA CREDORES: É um defeito do negócio
SALVO no caso de cônjuges e de companheiros, quando será
jurídico previsto no art. 158 a 165 do Código Civil. A ação
contado a partir da juntada do último.
adequada para atacar a fraude contra credores é a Ação
PARCELAMENTO: no prazo dos embargos, reconhecendo Pauliana / Ação revocatória.
o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por
cento do valor da execução, acrescido de custas e honorários
de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja
permitido pagar o restante em até 06 (seis) parcelas mensais,
acrescidas de correção monetária e juros de um por cento ao
mês.
RECURSO PREVISÃO LEGAL CABIMENTO OBSERVAÇÃO

Art. 994, I e art. 1.009 do CPC Sentença (art. 203, §1º, do CPC), 1) Decisões do art. 1.015 do CPC
seja com ou sem resolução de decididas na sentença serão
mérito. impugnadas no recurso de
apelação;
APELAÇÃO
2) Decisões interlocutórias não
passíveis de agravo de
instrumento (art. 1.009, §1º do
CPC) devem ser arguidas em
preliminar de apelação ou nas
contrarrazões.

Art. 994, II e 1.015 do CPC Decisões interlocutórias (art. Rol do art. 1.015 do CPC e:
203, §2º do CPC).
1) Julgamento parcial e
antecipado do mérito (art. 354,
parágrafo único e art. 356, §5º,
do CPC);

2) Art. 1.037, §13, I, do CPC;

3) Art. 1.027, §1º, do CPC;

4) Art. 1.015, parágrafo único,


AGRAVO DE INSTRUMENTO CPC: também caberá agravo de
instrumento contra decisões
interlocutórias proferidas na
fase de liquidação de sentença,
no processo de execução e no
processo de inventário;

5) Cuidar ainda outras situações


que a jurisprudência vem
admitindo – por exemplo, da
decisão prevista no art. 550, §5º,
do CPC.
RECURSO PREVISÃO LEGAL CABIMENTO OBSERVAÇÃO

Art. 994, III e 1.021 do CPC Decisões monocráticas 1) Art. 1.037, §13, II, do CPC;
proferidas pelo Relator.

2) Art. 1.030, §2º do CPC


(decisão que tange ao RESP ou
REXT).

AGRAVO INTERNO 3) Cuidar que cabe da decisão


monocrática, então, cabe,
também, da decisão do relator
que concede ou nega efeito
suspensivo ou antecipação de
tutela recursal – conforme
enunciado 142 do FPPC.

Art. 994, IV e 1.022 do CPC Qualquer decisão, desde que: 1) Cuidado: conforme o
omissa, contraditória, obscura parágrafo único do art. 1.022 do
ou com erro material. CPC pode ser feita referência
sobre a omissão – art. 489 do
CPC;

2) Os embargos de declaração
EMBARGOS DE poderão ser opostos com o fim
DECLARAÇÃO de pré-questionamento (art.
1.025 do CPC).
PREVISÃO LEGAL CABIMENTO OBSERVAÇÃO

RECURSO

Art. 994, V e 1.027 do CPC e art. No caso de decisões de 1) Ao STF: art. 1.027, I do CPC –
102, II e 105, II da Constituição competência originária dos os mandados de segurança,
Federal. Tribunais e, ainda, cuidar o art. habeas data e os mandados de
109, II, da Constituição Federal. injunção decididos em única
instância pelos tribunais
superiores quando denegatória
a decisão.

2) Ao STJ: art. 1.027, II do CPC –


a) os mandados de segurança
decididos em única instância
pelos tribunais regionais
federais ou pelos tribunais de
justiça dos Estados e do Distrito
RECURSO ORDINÁRIO Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão.

b) os processos em que forem


partes de um lado Estado
estrangeiro ou organismo
internacional e, de outro,
Município ou pessoa residente
ou domiciliada no País.

OBS: Nestes casos, o agravo de


instrumento (art. 1.015 do CPC)
será dirigido ao STJ (art. 1.027,
§1º, do CPC).

Art. 994, VI e 1.029 do CPC e art. Contra decisões em única ou - Exige pré-questionamento;
105, III e alíneas da Constituição última instância do TJ ou TRF,
- Se a hipótese for divergência
RECURSO ESPECIAL Federal. conforme cabimento de acordo
entre tribunais – observar o §1º
com art. 105, III da C.F/88.
do art. 1.029 do CPC.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO Art. 994, VII e 1.029 do CPC E STF: causas decididas em única - Exige pré-questionamento;
ART. 102, III, “A, B, C ou d” da ou última instância nas
- Exige repercussão geral (art.
Constituição Federal. hipóteses do art. 102, III, da
102, §3º da CF e 1.035 do CPC);
Constituição Federal.
RECURSO PREVISÃO LEGAL CABIMENTO OBSERVAÇÃO

AGRAVO EM RECURSO Art. 994, VIII e 1.042 do CPC Decisão que inadmitir recurso Não caberá Agravo em Recurso
especial ou extraordinário. Especial quando a decisão que
ESPECIAL OU
inadmitir o Resp ou Rext estiver
EXTRAORDINÁRIO fundada na aplicação de
entendimento firmado em
regime de repercussão geral ou
em julgamento de recursos
repetitivos, nestes casos, caberá
agravo interno.

EMBARGOS DE Art. 994, IX e 1.043 do CPC Decisões no recurso especial ou


extraordinário quando houver
DIVERGÊNCIA
divergência dentro do próprio
tribunal.
➢ É possível a compra e venda entre pessoas casadas,
desde que o objeto do contrato seja um bem excluído
➢ Não pode ser objeto de contratação a herança da comunhão.
de pessoa viva. Caso isso aconteça, o contrato é nulo ➢ A doação pode ser revogada por duas razões:
(e não anulável). ingratidão do donatário e descumprimento de encargo.
➢ Um contrato reputa-se celebrado no lugar onde ➢ O comodato é o empréstimo de uso de bens
ele foi proposto. infungíveis. Não é transferida a propriedade do bem
➢ O contrato preliminar (por exemplo, contrato para o comodatário.
de promessa de compra e venda) pode ser feito por ➢ O mútuo é o empréstimo de consumo de bens
instrumento particular, mas deve ser sempre levado ao fungíveis. A propriedade do bem é transferida para o
registro competente. mutuário.
➢ Os dois lados da relação contratual ➢ O contrato de empreitada pode ser somente de mão-
podem estabelecer que querem desfazer o contrato: o de-obra (empreitada de lavor) ou de mão-de-obra e
chamado distrato, que também é conhecido por resilição materiais (empreitada global). Se ocorrer diminuição no
bilateral. preço da mão-de-obra ou preço dos materiais, superior
➢ Quando há inadimplemento, é possível que a a 10% do contratado, poderá o dono da obra, pedir uma
parte lesada opte entre pedir a resolução do contrato redução de preço ao empreiteiro.
mais perdas e danos ou então pedir o cumprimento mais ➢ No contrato de mandato é possível que o mandatário
perdas e danos. No seja alguém entre 16 e 18 anos, ou seja, relativamente
entanto, caso o devedor já tenha cumprido grande parte incapaz. Seria uma exceção, prevista no artigo 666 do
do contrato, poderá ser aplicada a teoria do CC, que traz tal possibilidade.
adimplemento substancial, em que não é possível que ➢ A obrigação do corretor, no contrato de corretagem,
seja pedida a resolução é de meio de não de resultado. No entanto, se havendo
mais perdas e danos e sim, somente, o cumprimento cláusula escrita de exclusividade na corretagem e outra
mais perdas e danos. OBSERVAÇÃO: Segundo o STJ a pessoa realizar a venda (o próprio proprietário, por
teoria do adimplemento substancial não se aplica a exemplo) ainda assim será devida comissão ao corretor.
contratos de veículos alienados fiduciariamente.
➢ A venda de ascendente para descendente
será válida, desde que o cônjuge de quem vendeu, bem
como demais descendentes tenham expressamente
consentido. Caso não tenha havido o consentimento, a
venda será passível de anulação.
a) Emancipação voluntária: Ocorre pela concessão dos pais –
mediante escritura pública, independentemente de
homologação judicial, devendo o filho ter 16 anos completos.
Necessidade de Registro no Cartório de Registro Civil.

b) Emancipação judicial: É a emancipação concedida pelo juiz


nos casos em que o menor está sob tutela, sendo ouvido o
tutor, se o menos contar com 16 anos completos. A
emancipação judicial também pode ser utilizada no caso de
divergência entre os genitores no tocante à emancipação.
Necessidade de Registro no Cartório de Registro Civil.
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES: são absolutamente
c) Emancipação legal: Advém da disposição legal. Trata-se dos
incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os
casos previstos nos incisos II, III, IV e V do art. 5º do Código
menos de 16 anos. Desta forma, o ato só poderá ser praticado
Civil.
pelo representante legal do absolutamente incapaz, sob pena
de nulidade do ato, nos termos do art. 166, I, do Código Civil.

RELATIVAMENTE INCAPAZES: são incapazes,


relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: os
maiores de dezesseis e menores de 18 anos; os ébrios habituais
e os viciados em tóxico; aqueles que, por causa transitória ou
permanente, não puderem exprimir sua vontade; os pródigos. A
incapacidade relativa permite que o incapaz realize o ato, desde
que esteja assistido pelo representante legal.

RELACIONANDO COM A REGRA PROCESSUAL: O art. 71 do


CPC/15 dispõe que o incapaz será representado ou assistido por
seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei.

CUIDADO! Nas qualificações das peças, observar essa situação.


SIMULAÇÃO: declaração enganosa de vontade + praticar
negócio diferente do pretendido. Previsão legal: art. 167 do
Código Civil. Tratar-se de hipótese de nulidade!

ERRO: a própria pessoa se engana. Previsão legal: art. 138


a 144 do Código Civil.

DOLO: é provocado por terceiro e não pelo sujeito


enganado. Trata-se de um artifício malicioso pelo qual uma
das partes, visando prejudicar o outro, induz-lhe a celebração
do negócio jurídico. Previsão legal: 145 a 150 do Código Civil.

COAÇÃO: pressão física ou moral exercida sobre o


negociante obrigando-o a assumir uma obrigação que não
deseja. A coação física gera a nulidade do negócio jurídica,
enquanto a coação moral ou psicológica gera a anulabilidade
do negócio jurídico. Previsão legal: 151 a 155 do Código Civil.

LESÃO: premente necessidade ou inexperiência (elemento


subjetivo) + onerosidade excessiva (elemento objetivo).
Previsão legal: art. 157 do Código Civil. não havendo convenção

ESTADO DE PERIGO: situação de perigo conhecida pela de regime, ou sendo nula ou ineficaz, aplica-se o regime de
parte (elemento subjetivo) + onerosidade excessiva (elemento comunhão parcial de bens, na forma do art. 1.640 do Código
objetivo). O negócio jurídico eivado pelo estado de perigo é Civil. Regra: não exige pacto antenupcial. Atentar às
anulável (art. 171, II + 178, II do Código Civil). Fundamento incomunicabilidades neste regime – art. 1.659, Código Civil.
legal: art. 156 do Código Civil.

FRAUDE A CREDORES: devedor que desfalca o patrimônio esse regime de bens não exige pacto
com intenção de prejudicar os credores.
antenupcial pois é uma imposição legal, na forma do art. 1.641
Art. 158 = quando o devedor praticar atos de disposição do Código Civil. É aplicável às pessoas que contraírem
gratuita ou remissão de dívidas e tornar-se insolvente. casamento com a inobservância das causas suspensivas da
celebração do casamento, aos maiores de 70 anos e àqueles
Art. 159 = quando o devedor já insolvente, pratica atos de
que dependerem de suprimento ou autorização judicial para
disposição onerosa."
casar. ATENÇÃO: aplicação da súmula 377 do STF.
Previsão legal: art. 158 a 165 do Código Civil.
Exigência de pacto antenupcial. Atenção para os bens que
não se comunicam neste regime – verificar art. 1.668 do
Código Civil e dar atenção especial aos frutos, visto que
mesmo que de bens incomunicáveis, os frutos se
comunicam, desde que vencidos na constância do
casamento, na forma do art. 1.669 do Código Civil.

Necessidade de pacto antenupcial. Durante o casamento,


pode-se dizer que há separação total de bens, contudo, no
caso da dissolução da sociedade conjugal, o regime fica
próximo da comunhão parcial, visto que casa cônjuge terá
direito a uma participação naqueles bens adquiridos com a
sua colaboração. Excluem-se da soma dos patrimônios os Observar Lei nº 5.478/68 + art. 1.694 a 1.710 do CC
bens previstos no art. 1.674 do Código Civil.
Características: personalíssimo, recíproco, periódico,

Exigência de incessível, irrenunciável, imprescritível, impenhorável,


incompensável e irrestituível.
pacto antenupcial. Separação absoluta de patrimônios. Os
cônjuges têm liberdade para alienar e gravar com ônus real Observar trinômio: possibilidade, necessidade,
seus bens (art. 1.687 e 1.647, caput, CC); proporcionalidade.

Exigência de outorga uxória (da esposa) ou ATENÇÃO: O prazo para executar alimentos já fixados é de
marital (do marido) - EXCETO no regime de separação dois anos, contudo, CUIDADO: art. 198, I, do CC: não corre

absoluta de bens (art. 1.647 do CC): a) Alienar ou gravar de prescrição contra o absolutamente incapaz. Art. 197, II, do CC:

ônus reais bens móveis; b) Pleitear, como autor ou réu, Não corre prescrição entre ascendentes e descendentes

acerca desses bens ou direitos; c) prestar fiança ou aval; d) durante o poder familiar.

fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou


EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS: A exoneração de alimentos
dos que possam integrar futura meação.
não é automática: necessária decisão judicial.
ALIMENTOS GRAVÍDICOS: Lei nº
11.804/2008. A legitimidade ativa é da
gestante. Importante: após o nascimento, os
alimentos gravídicos ficam convertidos em
➢ Incompatível com a representação;
pensão alimentícia em favor do menor até que
➢ Parte do herdeiro renunciante acresce ao herdeiro de
uma das partes solicite a sua revisão – art. 6º,
mesma classe (filhos do renunciante não herdam);
parágrafo único, da Lei 11.804/2008.
➢ Renúncia só pode ser feita após o óbito – art. 426 do CC;
Contestação: prazo de 05 dias, conforme art.
➢ Não admissível renúncia parcial da herança.
7º da Lei 11.804/2008.
Ao solucionar uma questão da prova de 2ª Fase em Direito
Civil, a primeira medida é identificar se trata-se ou não de uma
relação de consumo. Configurando uma relação de consumo,
o Código de Defesa do Consumidor deve ser aplicado
prioritariamente. A relação será de consumo quando
presentes um fornecedor e um consumidor (ou equiparado).

As pessoas jurídicas e os profissionais (que adquirem para


produzir outros produtos ou serviços) não se enquadram
perfeitamente no conceito de “destinatárias finais”, pois
embora utilizem os produtos ou serviços, os incorporam aos
produtos e serviços que fornecem (economicamente não há
uma destinação final). A jurisprudência atualmente
consolidada afirma que se essas pessoas jurídicas ou
profissionais forem vulneráveis (principalmente quando
estão utilizando produtos e serviços fora da sua área de
atuação – atividade meio) podem ser equiparadas a
consumidoras.
A Lei também determinou algumas EQUIPARAÇÕES: VÍCIOS NOS PRODUTOS OU SERVIÇOS correspondem a
art. 2º, parágrafo único, do CDC (coletividade de pessoas); deficiências na qualidade ou quantidade dos mesmos. O
art. 17 do CDC (vítimas dos acidentes de consumo) e art. 29 prejuízo do consumidor em caso de vícios não ultrapassa o valor
do CDC (vítimas de práticas comerciais). do próprio produto ou serviço.

Em regra (ressalvadas as situações do art. 18, § 3º, do CDC), uma


vez identificado o vício, o fornecedor (qualquer um deles, já que
a responsabilidade é solidária) tem o prazo de até 30 dias para
sanar o vício, substituindo as partes viciadas.

Só após esse prazo o consumidor pode escolher entre uma das


alternativas do art. 18, §1º, do CDC. A reclamação pelos vícios
submete-se ao prazo decadencial previsto no art. 26 do CDC.

GARANTIA LEGAL: Art. 24. A garantia legal de adequação


do produto ou serviço independe de termo expresso, vedada a
exoneração contratual do fornecedor.
A responsabilidade civil nas relações de consumo se
Como o artigo não menciona prazo, a jurisprudência mais
subdivide em responsabilidade pelos fatos dos produtos
recente tem utilizado uma expectativa mínima de durabilidade.
ou serviços (artigos 12/17 do CDC) e responsabilidade pelos
Dessa forma, se o produto apresenta um problema, sem que
vícios dos produtos ou serviços (artigos 18/25 do CDC).
o consumidor tenha dado causa a ele, em um período no qual
FATOS DOS PRODUTOS OU SERVIÇOS ele ainda deveria funcionar plenamente (considerando uma

correspondem aos danos causados aos consumidores ou expectativa legítima de durabilidade), presume-se vício oculto:

equiparados em decorrência de defeitos nesses produtos ou Art. 26, § 3°, do CDC: “Tratando-se de vício oculto, o prazo

serviços. São aquelas situações que comprometem a decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o

segurança do consumidor (física, psíquica ou patrimonial). O defeito”.

prejuízo extrapola o valor do próprio produto ou serviço Assim, a partir da constatação do vício, considerando um

defeituoso. produto durável, o consumidor tem até 90 dia para reclamar


(art. 26, CDC).
A pretensão à reparação pelos danos causados por fato
do produto ou do serviço prescreve em cinco anos (art. 27
do CDC).
GARANTIA CONTRATUAL: É aquela "de fábrica" que é uma
liberalidade do fornecedor. Quando você vai na loja o
vendedor diz "essa TV tem um ano de garantia". É a garantia
que consta em um "termo de garantia" e o fornecedor
estipula os limites dela.

GARANTIA ESTENDIDA: É um seguro, que o consumidor


pode ou não contratar. Se ele quiser uma garantia especial,
paga o valor estipulado e recebe o prazo correspondente de
garantia. O CDC não menciona a garantia estendida. O
consumidor deve ser informado amplamente sobre essa
garantia.

GARANTIA CONTRATUAL COMPLEMENTAR À LEGAL:


Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será
conferida mediante termo escrito.

Inexiste consenso doutrinário sobre a identificação


precisa e/ou denominação dos elementos ou pressupostos da
responsabilidade civil. No entanto, é inquestionável para
qualquer teoria doutrinária que a responsabilidade civil não
prescinde de dano, nexo de causalidade e ato/fato/atividade
relacionado(a) ao causador ou responsável. Doutrinadores
contemporâneos, mais atentos a crescente incidência de
atividades de risco e da consequente responsabilização
objetiva, inserem o requisito culpa como elemento apenas da
responsabilidade subjetiva.
A responsabilização objetiva tem os mesmos pressupostos,
exceto a culpabilidade. Diz-se que a responsabilidade objetiva
se dá independentemente de culpa.

O artigo 927 disciplinas as duas espécies de responsabilidade


civil:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em lei,
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem.

O ato ilícito em sentido estrito, que irá fundamentar a


responsabilidade subjetiva, encontra-se definido no art. 186 do
CC:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

O artigo 187 dispõe sobre o abuso de direito:

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito


A partir de tais pressupostos podemos definir como ato
que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos
ilícito em sentido amplo aquele contrário à lei ou ao direito
pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
(causar dano injusto a outra pessoa); já o dano é o prejuízo
costumes.
(moral ou material – coletivo ou individual, estético ou a
perda de uma chance) experimentado pela vítima; nexo de O artigo 188 afasta a ilicitude do ato em algumas

causalidade é o vínculo lógico entre determinada conduta circunstâncias. Alguns autores denominam “causas de

antijurídica do agente e o dano experimentado pela vítima; justificação” outros excludentes de antijuridicidade.

por fim, a culpabilidade é um juízo de censura à conduta do Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
agente, de reprovabilidade pelo direito, decorrente de I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de
dolo, negligência, imprudência ou imperícia. um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão Os artigos do título "responsabilidade civil" também
a pessoa, a fim de remover perigo iminente. esclarecem diversas situações (é mais provável que as perguntas
sobre responsabilidade sejam sobre eles). Os artigos 929, 930,
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo
931, 933, 936, 937 e 938 do CC tratam da responsabilidade
somente quando as circunstâncias o tornarem
objetiva.
absolutamente necessário, não excedendo os limites do
indispensável para a remoção do perigo.

CUIDADO: independentemente da excludente de


ilicitude, o dano causado em estado de necessidade pode
gerar o dever de indenizar (artigos 929 e 930).

NAS RELAÇÕES DE DIREITO CIVIL, COMO


IDENTIFICAR SE A RESPONSABILIDADE É OBJETIVA
OU SUBJETIVA?

Comece sua análise pelo art. 927 do Código Civil. O


caput remete ao art. 186 do CC (que menciona culpa) e
trata da responsabilidade subjetiva. O parágrafo único
afirma que a responsabilidade se dará independentemente
de culpa quando a lei determinar ou quando a atividade for
A responsabilidade civil é independente da criminal, exceto
de risco (responsabilidade objetiva). Assim você já
quando a materialidade e a autoria já estiverem
identifica a responsabilidade subjetiva por exclusão:
categoricamente decididas no juízo criminal, neste caso essa
Quando a lei não determinar que ela é objetiva ou quando
decisão faz coisa julgada no juízo cível.
não se tratar de atividade de risco, será subjetiva.

Se a pergunta for sobre o direito das obrigações ou


contratos, verifique o artigo correspondente. Nesses temas
o CC faz referência a exigência ou não de culpa, como nos
artigos 239 e 667, por exemplo. SÚMULA 388: A simples devolução indevida de

Se for sobre negócios jurídicos disciplinados por lei cheque caracteriza dano moral.

específica, olhe o que diz a lei (como o direito do SÚMULA 403: Independe de prova do prejuízo a
consumidor, por exemplo). indenização pela publicação não autorizada de
imagem de pessoa com fins econômicos ou
comerciais.
Tanto nas ARRAS confirmatórias como nas assecuratórias há
perda do valor de arras em caso de inadimplemento ou
OBRIGAÇÕES divisíveis e indivisíveis não são solidárias:
arrependimento, conforme o caso. Nas confirmatórias,
para ter solidariedade é necessário estar previsto no contrato
porém, é possível exigir a execução do negócio pela parte
ou na lei – art. 265 do Código Civil.
adversa.

Em caso de NOVAÇÃO, somente quem firmar o novo


As AÇÕES REIVINDICATÓRIAS são ações petitórias, ou
instrumento está obrigado ao seu cumprimento, sendo
seja, que buscam a posse inicial; já as ações de reintegração de
exonerados os devedores ou fiadores do pacto inicial (objeto
posse, manutenção de posse e interdito proibitório, são
da novação e quitado com a mesma).
AÇÕES POSSESSÓRIAS e visam proteger ou recuperar posse
existente/anterior.
Há diferenças entra a CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
prevista como regra geral (art. 334 e ss do CC + art. 539 e ss
Os DIREITOS REAIS sobre coisas alheias gravam o bem do
do CPC) em relação à consignação em pagamento da Lei
nu proprietário, com a retirada de sua posse direta, porém
8.245/91: esta aplica as normas da lei especial (das locações),
mantendo posse indireta, suficientemente capaz essa de
em especial o prazo reduzido de depósito, tendo aplicação
viabilizar a proteção possessória.
subsidiária das regras do CC e do CPC.

A ‘espécie’ de USUCAPIÃO é determinada a partir dos


O VALOR DA CAUSA, NAS AÇÕES LOCATIVAS, é de 12
vezes a locação, conforme art. 58, III, da lei 8245, salvo no requisitos do caso concreto (ou elencados no enunciado da

caso do art. 47, II da referida lei (que será de 3 vezes o valor questão): observar conforme a previsão do respectivo artigo

do locativo). se todos eles (os requisitos) foram atendidos. A


fundamentação será, então, pelo artigo em questão, em
especial 1.238 a 1.244 do Código Civil.
A CLÁUSULA PENAL tem natureza indenizatória (e
É possível agregar, à posse do atual possuidor, a posse de
contratual, evidentemente). Justamente por isso, o valor da
seu antecessor, para fins de cômputo do prazo de prescrição
mesma é o limitador da indenização, independentemente dos
aquisitiva ad usucapionem, conforme art. 1.243 do CC, desde
danos apurados, podendo ser reduzida em caso em
que sejam ambas de modo manso, pacífico, sem oposição e
desproporcionalidade – art. 413 do CC. Para ser ampliado o
ininterruptas.
valor, necessário ser permitido, no contrato, indenização
suplementar, nos termos do art. 416, parágrafo único do CC.
Nos contratos com ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA, além do disposto
em lei especial (Lei 9.514/97 + dec. Lei 911/69), atenderão aos
requisitos do art. 1.361 e ss do CC).

Na ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE VEÍCULOS, o STJ


tem afastado a aplicação da teoria do
adimplemento substancial – dec. Lei 911/69.

Na ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE IMÓVEL, há prazo de 30


dias para 1ª venda e mais 15 dias para 2ª venda, após a
consolidação da propriedade, independentemente da
No DIREITO DE VIZINHANÇA, o código civil prevê a
retomada de posse do bem (art. 26 e art. 27, ambos da Lei
possibilidade de uso regular da propriedade, não podendo a
9.514/97).
mesma ser utilizada de modo anormal (art. 1.277 do CC),
No DIREITO DE SUPERFÍCIE, há possibilidade de cobrança
podendo ser realizado o corte de árvores e raízes no limite da
de valores em parcela única ou periódicos ao nu proprietário,
divisa (art. 1.283 do CC), podendo ser solicitada a passagem
porém é vedada a cobrança de valores por conta da
forçada em situações especiais e de modo temporário (art.
transmissão do direito de superfície (art. 1.370 + art. 1.372 do
1.285 do CC), devendo ser tolerada, mediante indenização,
CC).
passagem de cabos e tubulações (art. 1.286 do CC), bem como
ser tolerado o recebimento de águas (art. 1.288 do CC), além A SERVIDÃO grava o imóvel serviente em favor do prédio
de ser exercido o direito de solicitação de tapagem (art. 1.297 dominante, podendo ser protegida (art. 1.383 do CC) e
do CC) e de construção, com limitações (art. 1.299 do CC). usucapida (art. 1.379 do CC), mas também removida (art.
1.384 do CC) ou limitada (art. 1.385 do CC).
No CONDOMÍNIO, há responsabilidade conjunta dos
condôminos pela manutenção e despesas do bem (art. 1.315 Os DIREITOS DE USUFRUTO (art. 1.390 do CC), uso (art.
do CC), além do direito de proteção (art. 1.314 + art. 1.228 do 1.412 do CC) e habitação (art. 1.414 do CC), limitam a
CC). propriedade, podendo ter prazo determinado ou
indeterminado, mas se extinguem com a morte do beneficiário
No CONDOMÍNIO EDILÍCIO a proteção é da parte de
(art. 1.410 do CC), e correspondem à fruição de posse direta
propriedade exclusiva, por cada condômino e, quanto
pelo beneficiário, remanescendo a posse indireta ao nu
às áreas comuns, a todos, mas prioritariamente pelo
proprietário.
síndico (art. 1.331 + 1.348 do CC).

Há possibilidade de instituição de condomínio de lotes – art.


1.358-A do CC.
A promessa de compra e venda garante direito real de
aquisição ao promitente comprador (art. 1.417 do CC),
podendo exigir a adjudicação compulsória do bem (art. 1.418
do CC).

É nula a cláusula que prevê à CREDOR ANTICRÉTICO,


pignoratício ou hipotecário a ficar com o bem (art. 1.428 do
CC), mas o devedor poderá dar a coisa em pagamento da
dívida. O penhor geral tem como principal característica a
posse do bem com o credor (art. 1.431 do CC), mas nos
penhores especiais a posse direta permanece com o devedor
(v.g. art. 1.441 do CC).

A HIPOTECA, incidente sobre imóveis e equiparados (art.


1.473 do CC), compreende garantia com preferência,
acompanha o bem mesmo diante de venda. Tem, assim, por
característica a possibilidade de venda do bem (sendo nula
cláusula contrária – art. 1.475 do CC), mas com possibilidade
de estipulação de vencimento antecipado em caso de
alienação (art. 1.475, § único, do CC).

A ANTICRESE envolve a possibilidade de transferência da


fruição de bem ao credor para, com frutos e rendimentos,
efetuar a liquidação de determinada dívida (art. 1506 do CC),
cabendo à uma das partes a administração desses frutos ou
rendimentos, com prestação de contas à outra (art. 1.507 do
CC).

O DIREITO DE LAJE corresponde à concessão de direito


real de construção sobre ou sob construção já existente (art.
1510-A do CC), aproveitando-se a estrutura do imóvel, com
matrícula independente e obrigações conjuntas de
manutenção das estruturas comuns (art. 1.510-C do CC).

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