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5   Expressões
Aritméticas
Expressões Aritméticas

Um pouco de história

O termo “aritmética” tem sua raiz na palavra grega “arithmós”, que significa “números”. Trata-se,
portanto, da área mais antiga da matemática, que estuda as operações numéricas.
Um dos objetos conhecidos, dentre os mais antigos relacionados à aritmética, é o Osso de Ishango,
em exibição atualmente no Real Instituto Belga de Ciências Naturais, em Bruxelas. Datado de
aproximadamente 20000 a.C., o artefato é um osso de babuíno com diversas marcas que pos-
sivelmente indicam cálculos matemáticos, ainda que alguns pesquisadores defendam que suas
marcas tenham significados distintos, como um calendário lunar, por exemplo.
O ábaco é um dos mais antigos instrumentos para realização de cálculo. Provavelmente foi inven-
tado na Mesopotâmia, há mais de 5.000 anos, sendo posteriormente aperfeiçoado por vários
povos como os chineses e os romanos.
As expressões aritméticas surgiram, praticamente, com o início da matemática. Com o aparecimento
da escrita, chegam-nos informações mais detalhadas sobre a prática da matemática nas civilizações
da antiguidade. O Papiro de Rhind, por exemplo, nos mostra a execução de expressões aritméticas
efetuadas no Egito Antigo por volta de 1650 a.C. feitas pelo escriba Ahmés, que declarou estar
copiando material do ano 2000 a.C.
Os operadores, sinais utilizados nas expressões aritméticas, foram criados mais recentemente na
história (ver capítulo 4 – Operações Fundamentais / Um pouco de história, página 70).

88 Capítulo 5  Expressões Aritméticas


Toda Matemática para Todos

5.1.  Definição

Expressão aritmética, ou expressão numérica, é qualquer expressão matemática formada por


uma ou mais operações fundamentais (adição, subtração, multiplicação, exponenciação, radicia-
ção e divisão), composta apenas por números e sinais das operações (ver capítulo 4 – Operações 5
Fundamentais, página 70).

Expressões Aritméticas
Exemplos:  5 + 4;  32 – 7 + 2 ⋅ 3;  3 ÷ 2 ⋅ 5 + (7 – 1 ⋅ 4)

Observação
Nas expressões aritméticas podem aparecer parênteses, colchetes (“[“, “]”) ou chaves (“{“, “}”)
para agrupar algumas operações.
Pode-se também usar apenas os parênteses, agrupando as operações pela sua posição relativa
(mais internos e mais externos).
Exemplo:  {–3 + [( – 4 – 1) ⋅ 4] – 6 ÷ 3} ⋅ 5  ou  (–3 + (( – 4 – 1) ⋅ 4) – 6 ÷ 3) ⋅ 5

5.2.  Resolução de expressão aritmética

Para resolver, ou calcular o valor de uma expressão aritmética, as seguintes regras de prioridades
devem ser observadas:
(Para facilitar a compreensão das regras, serão utilizados dois exemplos):
a)  (–3 + ((4 – 1) ⋅ 4) – 6 ÷ 3) . 5  b)  (((8 ⋅ 2 + 5) ÷ 3 + (2 + 32 ÷ 4) ⋅ 3) ⋅ 4 – (15 – 3) ÷ 6) + 33

XX Regras de prioridades

1) Sempre que houver agrupamento de operações, resolver primeiro os agrupamentos mais


internos (indicados nos exemplos abaixo pela forma  ).
a)  (–3 + ((4 – 1) ⋅ 4) – 6 ÷ 3) . 5  b)  (((8 ⋅ 2 + 5) ÷ 3 + (2 + 32 ÷ 4) ⋅ 3) ⋅ 4 – (15 – 3) ÷ 6) + 33

2) Efetuar as operações dos agrupamentos definidos no item anterior (1), observando as regras
de sinais das operações fundamentais, e substituir cada agrupamento (incluindo os parênteses,
colchetes ou chaves) pelo resultado encontrado, de acordo com os seguintes passos:

Capítulo 5  Expressões Aritméticas 89


Toda Matemática para Todos

2.1) 
Efetuar as operações da esquerda para a direita.
2.2) 
Efetuar primeiro as potências ou radiciações, depois as multiplicações ou divisões na
ordem em que aparecem na expressão e, por fim, as adições e subtrações, também na
ordem em que aparecem.
Exemplos:

5
a)  (–3 + ((4 – 1) ⋅ 4) – 6 ÷ 3) . 5  b)  (((8 ⋅ 2 + 5) ÷ 3 + (2 + 32 ÷ 4) ⋅ 3) ⋅ 4 – (15 – 3) ÷ 6) + 33

((21 ÷ 3 + 10 ⋅ 3) ⋅ 4 – 12 ÷ 6) + 27
Expressões Aritméticas

(–3 + (3 ⋅ 4) – 6 ÷ 3) ⋅ 5

3) Repetir as regras 1 e 2 até obter o valor final da expressão.


Exemplos: (continuando o desenvolvimento dos exemplos anteriores):
a) (–3 + 12 – 6 ÷ 3) . 5 = b) ((7 + 30) ⋅ 4 – 2) + 27 =
(–3 + 12 – 2) . 5 = (37 ⋅ 4 – 2) + 27 =
7 ⋅ 5 = (148 – 2) + 27 =
35 146 + 27 =
173

Conclusão:
a)  (–3 + ((4 – 1) ⋅ 4) – 6 ÷ 3) ⋅ 5 = 35
b)  (((8 ⋅ 2 + 5) ÷ 3 + (2 + 32 ÷ 4) ⋅ 3) ⋅ 4 – (15 – 3) ÷ 6) + 33 = 173

Leitura recomendada

KERSNOWSKY, Iuri; MENDES, Ivan Figueira. Aritmética Elementar: Editora XYZ, 2013.
LACERDA, José Carlos Admo. Praticando a Aritmética: Editora Marie Mersennes, 2003.
MARTINS, Jamerson Fernando Confort. Matemática Sem Fronteiras – Aritmética: Editora Ciência
Moderna, 2011.
Mc CALLUM et al. Forma e Função: Editora LTC, 2011.

90 Capítulo 5  Expressões Aritméticas


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6   Expressões
Algébricas 6

Expressões Algébricas
Um pouco de história

A utilização de uma letra para designar uma incógnita de uma equação aparece pela primeira
vez na história da matemática na obra do matemático grego Diofanto, no século III. Não se sabe
ao certo a letra que o matemático usava em seu trabalho, uma vez que seus manuscritos não
chegaram aos nossos dias, mas alguns autores sugerem que ele tenha utilizado uma variante da
letra grega sigma, “σ”.
Diofanto utilizou também nomes até hoje frequentes para se referir às potências dessas incógni-
tas, como “quadrado”, ”cubo”, além de outras já em desuso, como “quadrado-quadrado” (quarta
potência), “quadrado-cubo” (quinta potência) e “cubo-cubo” (sexta potência), conforme indica
César Milies (s.d.).
No século XVI, François Viète (francês, 1540 – 1603) começa a utilizar letras para expressar quanti-
dades, com consoantes representando valores conhecidos e vogais representando as incógnitas.
No século seguinte, René Descartes (francês, 1596 – 1650) começa a prática de utilizar as primeiras
letras do alfabeto (a, b, c etc.) para representar quantidades conhecidas e as últimas (x, y e z) para
representar incógnitas.

Capítulo 6  Expressões Algébricas 91

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