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Apostila Matemática Discreta


Profª Cristiane Leitão

Unidade I
Teoria dos Conjuntos

I) Conjunto
É uma coleção de elementos.
O conjunto de todos os brasileiros.
O conjunto de todos os números naturais.
O conjunto dos estados da região Sudeste: {São Paulo, Rio de Janeiro, Minas
Gerais, Espírito Santo}
Em geral, um conjunto é denotado por uma letra maiúscula do alfabeto: A, B,
C, ...

II) Alguns Conjuntos Especiais


Conjunto vazio: É um conjunto que não possui elementos. É representado por { } ou
por Ø. O conjunto vazio está contido em todos os conjuntos.
Conjunto Unitário: Possui um único elemento. Ex: { x | x é um número natural par e
primo} = {2}.
Conjunto universo: É um conjunto que contém todos os elementos do contexto no
qual estamos trabalhando e também contém todos os conjuntos desse contexto. O
conjunto universo é representado por uma letra U.

III) Elemento e Pertinência


Um conjunto é formado por elementos. Um objeto a qualquer pode ser elemento
de um determinado conjunto A. Quando for, dizemos que: a pertence a A e escrevemos
a  A. Caso contrário, dizemos que a não pertence a A e escrevemos a  A.
Em geral, um elemento de um conjunto, é denotado por uma letra minúscula do
alfabeto.
A relação de pertinência é uma relação entre elemento e conjunto.

IV) Inclusão
A relação de inclusão é uma relação entre conjuntos. Pela relação de inclusão
dois conjuntos podem ser comparados. Diz-se que um conjunto A está contido em um
conjunto B, se e somente se todo elemento de A é também um elemento do conjunto
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B. Simbolicamente: A  B  x  A  x  B . Podemos dizer também que o


conjunto B contém o conjunto A: B  A .

V) Igualdade de Conjuntos
Dois conjuntos são iguais quando todo elemento de A pertence a B e,
reciprocamente.
A  B  (x )( x  A  x  B )
Exs: 1. {a, b, c, d} = {d, c, b, a}.
2. {1, 3, 5, 7, 9, ...} = {x | x é inteiro, positivo e ímpar}.
3. {x | 2x + 1 = 5} = {2}.

VI) Algumas notações para conjuntos


Muitas vezes, um conjunto é representado com os seus elementos dentro de
duas chaves
{ e } através de duas formas básicas e de uma terceira forma geométrica:
1. Apresentação: Os elementos do conjunto estão dentro de duas chaves { e }.
A = { a, e, i, o, u }
N = { 0, 1, 2, 3, 4, ... }
M = { João, Maria, José }
2. Descrição: O conjunto é descrito por uma ou mais propriedades.
A = { x : x é uma vogal}
N = { x : x é um número natural}
M = { x : x é uma pessoa da família de Maria}
3. Diagrama de Venn-Euler (lê-se: "Ven-óiler"): Os conjuntos são mostrados
graficamente.

VII) Subconjuntos
Um conjunto A é subconjunto de um conjunto B se, e somente se, todo elemento
de A pertence também a B. Com a notação A  B indicamos que “ A é subconjunto de
B” ou “ A está contido em B” ou “ A é parte de B”. O símbolo  é denominado sinal de
inclusão. Em símbolos, a definição fica assim:
A  B  x  x  A  x  B 
Exemplos. 1. {a, b}  {a, b, c, d}.
2. {a}  {a, b}.
3. {a, b}  {a, b}.
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Quando A  B, também podemos escrever B  A, que se lê: “B contém A”. Com


a notação A  B indicamos que “A não está contido em B”, isto é, a negação de A 
B. É evidente que A  B somente se existe ao menos um elemento de A que não pertence
a B.
Exemplos. 1. {a, b, c}  {b, c, d, e}.
2. {a, b}  {c, d, e}.

Propriedades:
Sendo A, B e C três conjuntos arbitrários, valem as seguintes propriedades:

1) O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto, ou seja: A    A


2) Todo conjunto é subconjunto de si mesmo, ou seja: A  A  A
3) (A  B e B  A)  A = B
4) (A  B e B  C)  C

VIII) Conjunto das Partes de um conjunto


Considere o conjunto A = a, b . Vamos escrever os subconjuntos de A:
Com nenhum elemento: 
Com um elemento: a , b
Com dois elementos: a, b
O conjunto cujos elementos são todos os subconjuntos de a é chamado
conjunto das partes de A e geralmente é indicado por P(A) (lê-se: P de A)
P(A) =  , a , b , a, b
Dado o conjunto B = m, n, p .
P(B) =  , m , n ,  p , m , n , m, p , n, p , m, n, p
Observe que no primeiro exemplo o conjunto A tem dois elementos e
obtivemos 4 subconjuntos (22); no segundo exemplo B tem 3 elementos e obtivemos 8
subconjuntos (23). De um modo geral, se um conjunto A tem n elementos, o número de
elementos de P(A) é 2n.

IX) Operações com Conjuntos


1) União:
A união dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao
conjunto A ou ao conjunto B.
A  B = { x: x  A ou x  B }

2) Interseção:
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao
conjunto A e ao conjunto B.
A  B = { x: x  A e x  B }
Quando a interseção de dois conjuntos A e B é o conjunto vazio, dizemos que estes
conjuntos são disjuntos.
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3) Diferença de Conjuntos
A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que
pertencem ao conjunto A e não pertencem ao conjunto B.
A – B = { x; a  A e x B }
Do ponto de vista gráfico, a diferença pode ser vista como:

4) Complemento de um Conjunto
O complemento do conjunto B contido no conjunto A, denotado por C AB , é a diferença
entre os conjuntos A e B, ou seja, é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao
conjunto A e não pertencem ao conjunto B.
C AB = A - B = { x; a  A e x B }

Graficamente, o complemento do conjunto B no conjunto A, é dado por:

Quando falarmos simplesmente complementar do conjunto A estamos nos


referindo ao conjunto universo e representamos simplesmente por A , ou então,
utilizamos a letra c posta como um expoente no conjunto, para indicar o complemento
deste conjunto AC. Exemplos especiais são: Øc = U e Uc = Ø.

X) Propriedades dos Conjuntos

1. Reflexiva: Qualquer que seja o conjunto A, tem-se que:


A A = A e A A = A

2. Inclusão: Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que:

A  A  B, B  A  B, A  B  A, A  B  B

3. Inclusão relacionada: Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que:

A  B equivale a A  B = B
A  B equivale a A  B = A
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4. Associativa: Quaisquer que sejam os conjuntos A, B e C, tem-se que:

A  (B  C) = (A  B)  C
A  (B  C) = (A  B)  C

5. Comutativa: Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que:

A B = B A
A B = B A

6. Elemento neutro para a união: O conjunto vazio Ø é o elemento neutro para a


reunião de conjuntos, tal que para todo conjunto A, se tem:

A Ø = A

7. Elemento neutro para a interseção: O conjunto universo U é o elemento neutro


para a interseção de conjuntos, tal que para todo conjunto A, se tem:

A U = A

8. Distributiva: Quaisquer que sejam os conjuntos A, B e C, tem-se que:

A ( B C ) = ( A  B )  ( A  C )
A  ( B  C ) = ( A  B )  (A  C )

Leis de Augustus De Morgan


O complementar da união de dois conjuntos é a interseção dos
complementares desses conjuntos.
(A  B)c = Ac  Bc
O complementar da união de uma coleção finita de conjuntos é a
interseção dos complementares desses conjuntos.
(A1  A2  ...  An)c = A1c  A2c  ...  Anc
O complementar da interseção de dois conjuntos é a união dos
complementares desses conjuntos.
(A  B)c = Ac  Bc
O complementar da interseção de uma coleção finita de conjuntos é a
união dos complementares desses conjuntos.
(A1  A2  ...  An)c = A1c  A2c  ...  Anc

XI) Número de elementos da união entre conjuntos


Indicando por n(A) o número de elementos de A; n(B) o número de elementos
de B; n(A  B) o número de elementos de A  B e n(A  B) o número de elementos de A
 B, é válida a seguinte relação:

n( A  B)  n( A)  n( B )  n( A  B )
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XII) Conjuntos Numéricos

1) Conjuntos dos Números Naturais


O conjunto dos números naturais é representado pela letra maiúscula N e estes
números são construídos com os algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, que também são
conhecidos como algarismos indo-arábicos.
No século VII, os árabes invadiram a Índia, difundindo o seu sistema
numérico. Embora o zero não seja um número natural no sentido que tenha sido
proveniente de objetos de contagens naturais, iremos considerá-lo como um número
natural uma vez que ele tem as mesmas propriedades algébricas que os números
naturais. Na verdade, o zero foi criado pelos hindus na montagem do sistema posicional
de numeração para suprir a deficiência de algo nulo.

Na seqüência abaixo consideraremos como naturais tendo início com o número


zero e escreveremos este conjunto como:
N = { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}
Representaremos o conjunto dos números naturais com a letra N. N é um conjunto
com infinitos números.
Excluindo o zero do conjunto dos números naturais, o conjunto será representado
por N*, isto é:
N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, ...}

2) Conjuntos dos Números Inteiros

Z = {... , – 4, – 3, – 2, –1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ... }

O conjunto dos números inteiros é infinito. A escolha da letra Z para representar o


conjunto dos números inteiros, deve-se ao fato da palavra Zahl em alemão, significar
número.
É trivial entender que o conjunto dos números naturais N é um subconjunto do
conjunto dos números inteiros Z, ou seja: N  Z.
Chama-se oposto (ou simétrico aditivo) de um número inteiro a ao número – a.

3) Conjunto dos Números Racionais


m
Um número racional é o que pode ser escrito na forma , onde m e n são
n
números inteiros, sendo que n deve ser não nulo, isto é, n deve ser diferente de zero.
m
Frequentemente usamos para significar a divisão de m por n. O conjunto de todos os
n
números racionais é denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos na literatura a
notação:
m 
Q   ;m  Z e n  Z*
n 
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4) Conjunto dos Números Irracionais


Os números irracionais são decimais infinitas não periódicas, ou seja, os
números que não podem ser escrito na forma de fração (divisão de dois inteiros). Como
2  1,4142135...
3  1,7320508...
exemplo de números irracionais, temos a raiz quadrada de 2 e a raiz quadrada de 3:

Outros números irracionais: o número  = 3,1415926535...,


o número de Euller e = 2,71828....

5) Conjunto dos Números Reais


Dados os conjuntos dos números racionais (Q) e dos irracionais, definimos o
conjunto dos números reais como:

IR = Q  {irracionais} = {x| x é racional ou x é irracional}

O diagrama abaixo mostra a relação entre os conjuntos numéricos:

Portanto, os números naturais, inteiros, racionais e irracionais são todos números


reais. Assim todas as propriedades que vimos anteriormente valem para os números
reais. Como subconjuntos importantes de IR temos:
IR* = IR-{0}
IR+ = conjunto dos números reais não negativos
IR_ = conjunto dos números reais não positivos

Obs: Entre dois números reais existem infinitos números reais. Por exemplo; Entre os
números 1 e 2 existem infinitos números reais:
1,01 ; 1,001 ; 1,0001 ; 1,1 ; 1,2 ; 1,5 ; 1,99 ; 1,999 ; 1,9999 ...

É comum quando trabalhamos com o conjunto dos números reais utilizarmos a notação
de intervalos.

XIII) Intervalos
1. Intervalo aberto: O conjunto de todos os números x que satisfazem a sequência da
desigualdade a < x < b é chamado intervalo aberto e denotado por:
a, b  x a  x  b ou ( )
a b
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2. Intervalo fechado:
a, b  x a  x  b ou [ ]
a b
3. Intervalo semi-aberto à esquerda:
a, b  x a  x  b ou ( ]
a b
4. Intervalo semi-aberto à esquerda:
a, b   x a  x  b ou [ )
a b
5. Intervalos infinitos:
a,   x x  a
 , a   x x  a
a,   x x  a
 , a   x x  a
 ,   IR

Lista de Exercícios sobre Conjuntos

1) Uma pesquisa realizada num colégio sobre o gosto musical dos alunos indicou que
458 gostam de rock, 112 gostam de música sertaneja, 62 de ambos e 36, de nenhum
desses estilos musicais. Com base nestes dados, determine o número de alunos
consultados. 544

2) Numa cidade, foi feito um levantamento para saber quantas crianças haviam recebido
as vacinas Tríplice e Sabin. Os resultados obtidos estão na tabela abaixo. Determine o
número de crianças: Vacina Nº Crianças
Sabin 5428
Tríplice 4346
a. abrangidas pela pesquisa 10606 Sabin e 812
b. que receberam apenas a Sabin 4616 Tríplice
c. que receberam apenas uma vacina 8150 Nenhuma 1644

3) Dados os intervalos A = ]1, 4], B = ]2, 8[ e C = [4, 10], determine:


a) (A  B)  C ] 2, 10]
b) (A  B) – C ] 2, 4[
c) (A  B)  C [4, 8[
d) (B – A)  C ]4, 8 [

4) Dados A= ] – 4 , 3] ; B= [– 5 , 5] e C = ] –  , 1[ . Determine:
a) A  B  C = ] – 4, 1[
b) ( A  B )  C = [– 5 ,1[
c) C  A = ] –  , – 4]
d) ( A  B )  C = [1 , 3]
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5) Um conjunto T tem 15 elementos, outro conjunto R tem 8 elementos e 5 elementos


são comuns a T e R. Determine o número de elementos de T  R .
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6) Num certo bairro, foram entrevistadas 330 pessoas. Destas, 200 usam o shampoo A,
150 usam o shampoo B e 50 não usam nem A nem B. Quantas pessoas usam A e B?
70

7) Numa escola verificou-se a preferência de filmes de 600 alunos, descobrindo-se que


380 deles gostam de ficção, 350 gostam de terror e 90 gostam de outros tipos de filmes.
Quantos alunos gostam de:
a) ficção apenas? 160
b) ficção ou terror? 510
c) ficção e terror? 220

8) Dados os conjuntos A   x   / 0  x  3 , B   x   / x  3 e
C   x   /  2  x  3 , determine ( B – A )  C.

9) Se x A e x  B, determinar se as sentenças são verdadeiras ou falsas:


a) x (A  B) b) x (A  B) c) x (A – B) d) x (B – A)

10) A e B são dois conjuntos tais que A – B tem 50 elementos, A  B tem 10 elementos
e A B tem 75 elementos. Então, o número de elementos de B – A e o número de
elementos de B são respectivamente:
a) 10 e 20 b) 25 e 15 c) 15 e 25 d) 20 e 30 e) 5 e 20

11) Sabendo-se que A  B, determinar se as sentenças são verdadeiras ou falsas:


a) A  B = B b) A  B = A c) A – B = d) B  A = B

12) Se A ,B e C são tais que: A  B = { 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}, A  B  {4, 5},


C – B = {1, 2}, B – A = {6, 7} e B  C   e C  A . Calcule A – C :

13) Dados os conjuntos A = {1, 2, 3}, B = {3, 4} e C = {1, 2, 4}, determine o conjunto
X tal que X  B = A  C e X  B = Ø. X = {1, 2}

14) Determine o conjunto X tal que: {a, b, c, d}  X = {a, b, c, d, e}, {c, d}  X = {a,
c, d, e} e {b, c, d}  X = {c}. X = {a, c, e}.

15) Sejam A, B e C subconjuntos do conjunto X = {1, 2, 3} tais que, simultaneamente,


A  (C – B) = {1}, B  (A – C) = {2}, C  (B – A) = {3}.
Sendo Y = A  B  C, determinar Y.
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16) Desejando verificar qual o jornal preferido pelos estudantes, uma pesquisa
apresentou os resultados constantes na tabela abaixo:
jornais A B C AeB AeC BeC A, B e C nenhum
leitores 300 250 200 70 65 105 40 150

a) Quantas pessoas leem apenas o jornal A? 205


b) Quantas pessoas leem o jornal A ou B? 480
c) Quantas pessoas não leem o jornal C? 500
d) Quantas pessoas foram consultadas? 700

17) Ao realizar-se uma prova contendo três questões A, B e C, 5 alunos acertaram as


três questões, 7 acertaram as questões A e B, 9 acertaram B e C, 6 acertaram A e C, 11
acertaram A, 18 acertaram B, 16 acertaram C e 2 não acertaram nenhuma. Quantos
alunos realizaram a prova?

18) Numa pesquisa sobre a preferência em relação a dois filmes, foram consultadas 470
pessoas e o resultado foi o seguinte: 250 delas assistiram ao filme F, 180 assistiram ao
filme M e 60 aos filmes F e M. Calcule quantas pessoas:
a) assistiram apenas ao filme F? 190
b) assistiram apenas ao filme M? 120
c) assistiram a um dos dois filmes? 310
d) Não assistiram a nenhum dos filmes? 100

19) Uma editora estuda a possibilidade de relançar as publicações: Helena, Iracema e a


Moreninha. Para isso fez uma pesquisa e o resultado foi o seguinte, em cada 1000
pessoas consultadas,
600 leram a A Moreninha
400 leram Helena
300 leram Iracema
200 leram A Moreninha e Helena
150 leram A Moreninha e Iracema
100 leram Iracema e Helena
20 leram as três obras.
Calcule
a) o número de pessoas que leu apenas uma das três obras. 460
b) o número de pessoas que não leu nenhuma das três obras. 130
c) o número de pessoas que leu pelo menos duas das três obras
d) o número de pessoas que leu apenas duas das três obras

20) Numa prova constituída de dois problemas, 300 alunos acertaram somente um dos
problemas, 260 acertaram o segundo, 100 alunos acertaram os dois e 210 erraram o
primeiro. Quantos alunos fizeram a prova? 450

21) Três jornais, A, B e C são publicados em uma cidade e uma recente pesquisa entre
os leitores indica o seguinte:
11

20% lêem A
26% lêem B
14% lêem C
8% lêem A e B
5% lêem A e C
4% lêem B e C
2% lêem A,B e C
Para um adulto escolhido ao acaso, calcule a porcentagem de que:
a) ele não leia qualquer dos jornais? 55%
b) ele leia exatamente um dos jornais? 32%
c) ele leia somente o jornal A ? 9%
d) ele leia pelo menos dois jornais? 13%
e) ele leia apenas dois jornais? 11%
f) ele leia pelo menos um jornal? 45%

22) Uma pesquisa de mercado sobre o consumo de três marcas A, B e C de um


determinado produto apresentou os seguintes resultados:
A B C AeB AeC BeC nenhum
48% 45% 50% 18% 15% 25% 5%
a) Qual é a porcentagem dos entrevistados que consomem as três marcas? 10%
b) Qual é a porcentagem dos entrevistados que consomem apenas uma das três marcas?
57%
c) Qual é a porcentagem dos entrevistados que consomem pelo menos duas das três
marcas? 38%

23) Uma Faculdade tem 1000 alunos. Desses, 200 estudam Matemática, 180 estudam
Física, 150 estudam Química, 20 estudam Matemática, Física e Química, 50 estudam
Física e Química, 70 estudam somente Química, 50 estudam Matemática e Química, 60
estudam Matemática e Física. Quantos alunos estudam só Matemática?

24) (UFES) As marcas de cerveja mais consumidas em um bar, num certo dia, foram A,
B e S. Os garçons constataram que o consumo se deu de acordo com a tabela a seguir:
a) Quantos beberam cerveja no bar, nesse dia? 315
b) Dentre os consumidores de A, B e S, quantos beberam apenas duas dessas marcas?
75
c) Quantos não consumiram a cerveja S? 235
d) Quantos não consumiram a marca B nem a marca S? 155
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25) Numa pesquisa feita com 1000 famílias para se verificar a audiência dos programas
de televisão, os seguintes resultados foram encontrados: 510 famílias assistem ao
programa A, 305 famílias assistem ao programa B e 386 assistem ao programa C. Sabe-
se ainda que 180 famílias assistem aos programas A e B, 60 assistem aos programas B e
C, 25 assistem a A e C, e 10 famílias assistem aos três programas.
a) Quantas famílias não assistem a nenhum desses programas ?
b) Quantas famílias assistem somente ao programa A?
c) Quantas famílias não assistem nem ao programa A nem ao programa B ?
Respostas: a) 54 famílias, b) 315 famílias, c) 365 famílias.
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Unidade II
Lógica Matemática

I) Proposições e Conectivos

1. Proposição

Def.: Chama-se sentença ou proposição todo conjunto de palavras ou símbolos que


exprimem um pensamento de sentido completo.

As proposições são geralmente representadas por letras minúsculas p, q, r, s...


A Lógica Matemática adota como regras fundamentais os dois seguintes
princípios (ou axiomas):

Princípio da não contradição: uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo
tempo.
Princípio do terceiro excluído: toda proposição ou é verdadeira o é falsa (isto é, só
observamos um desses casos, nunca um terceiro).

Exemplos:
A lua é um satélite da Terra (V)
Recife é a capital de Pernambuco (V)
Z  R (V)

Não são consideradas proposições:


3 . 5 + 1 (falta o predicado)
2  Q ? (pois é interrogativa)
3x – 1 = 12 (pois não pode ser classificada em verdadeira ou falsa).

2. Valores lógicos das proposições


Def.: Chama-se valores lógicos de uma proposição p a verdade se p é verdadeira e
a falsidade se p é falsa. Os valores lógicos verdade ou falsidade são representados por V
ou F, ou também por 1 e 0 respectivamente.
Toda proposição tem um e somente um valor lógico V ou F.

3. Proposições simples e Proposições compostas


As proposições classificam-se em proposições simples ou composta.
Def.1: Chama-se proposição simples aquela proposição que não contém nenhuma
outra proposição como parte integrante (ou seja, nos da apenas uma informação).
Def.2: Chama-se proposição composta aquela que é formada pela combinação de
duas ou mais proposições.

Exemplos: p: Carlos é alto. (prop. simples)


q: Pedro é baixo. (prop. simples)
r: Carlos é alto e Pedro é baixo. (prop. composta)
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s: Carlos é alto ou Pedro é baixo. (prop. composta)

4. Conectivos
Def.: Chamamos de conectivos, palavras que se usam para formar novas
proposições a partir de outras.
Alguns Conectivos:
“… e …” (conjunção)
“… ou …” (disjunção)
“se … então …” (condicional)
“... se e somente se ...” (bicondicional)
“não” (negação)

5. Tabela-verdade
O valor lógico de uma proposição composta depende dos valores lógicos das
proposições componentes, e se determina por um dispositivo denominado tabela-
verdade na qual constam todos os possíveis valores lógicos da proposição composta
correspondentes a todas as possíveis combinações dos valores lógicos das proposições
componentes.
Com isso, observe que as possibilidades de uma proposição composta fornecida por
p e q são:
1ª p: V q: V
2ª p: V q: F
3ª p: F q: V
4ª p: F q: F

II) Operações Lógicas das Proposições

1. Negação de uma proposição


Chamamos de negação de uma proposição p, a proposição representada por “não
p”, cujo valor lógico é V quando p é F e F quando p é V. Indicamos “não p”, por ~p ou
por  p .
Assim podemos montar a tabela-verdade da negação:

p ~p
V F
F V

Exemplos:
1) p: 2 + 3 = 5 (V) 2) q : 3 < 4 (V) 3) r : Z  Q (V)
~p: 2 + 3  5 (F) ~q : 3  4 (F) ~r : Z  Q (F)

2. Conjunção de duas proposições


Chamamos de conjunção de duas proposições p e q a proposição representada por
“p e q”, cujo valor lógico será verdade se as proposições p e q forem ambas verdadeiras
e falsidade nos demais casos. Simbolicamente representamos por “p  q”.
Assim podemos montar a tabela-verdade:
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p q pq
V V V
V F F
F V F
F F F

Ex1) p : 2 > 0 (V) Ex2) p : 3 < 5 (V)


q : 2  1 (V) q : 3 = 5 (F)
p  q : 2 > 0 e 2  1 (V) p  q : 3 < 5 e 3 = 5 (F)

3. Disjunção de duas proposições


Chamamos disjunção de duas proposições p e q a proposição representada por “p
ou q”, cujo valor lógico será verdade se pelo menos uma das proposições forem
verdadeiras, ou seja, só será falsa se p e q forem falsas. Simbolicamente representamos
por p  q ou por p  q .
Assim podemos montar a tabela-verdade:

p q p q
V V V
V F V
F V V
F F F

Ex1) p : 2 < 4 (V) Ex2) p : 3 | 4 (F)


q : 2 = 4 (F) q : 4 | 10 (F)
p  q : 2 < 4 ou 2 = 4 (V) p  q : 3 | 4 ou 4 | 10 (F)
p  q: 2  4 (V)

4. Disjunção Exclusiva
Na linguagem comum a palavra “ou” tem dois sentidos. Considere os exemplos
abaixo:
p : Carlos é médico ou professor.
q : Mario á alagoano ou gaúcho.

Na proposição p pode-se indicar que pelo menos uma das proposições “Carlos é
médico”, “Carlos é professor” é verdadeira. Mas na proposição q, pode-se indicar que
uma e somente uma das proposições “Mario é alagoano”, “Mario é gaúcho” é verdadeira,
pois não é possível ocorrer “Mario é alagoano e gaúcho”. Na proposição p dizemos que
“ou” é inclusivo enquanto que, na proposição q, dizemos que “ou” é exclusivo.
De um modo geral, chama-se disjunção exclusiva de duas proposições p e q, a
proposição representada por p  q ou por p  q , que se lê “ou p ou q” ou “p ou q mas
não ambos”, cujo valor lógico é verdade somente quando p é verdadeira ou q é verdadeira,
mas quando p e q são ambas verdadeiras ou ambas falsas o valor lógico é a falsidade.
16

Assim, a tabela-verdade de “p  q”, é:


p q p q
V V F
V F V
F V V
F F F

5. Condicional
Chamamos proposição condicional uma proposição representada por “se p, então
q”, cujo valor lógico é a falsidade somente quando p verdadeira implicar q falsa, e
verdadeira nos demais casos. Simbolicamente, a condicional de p e q: “se p então q” é
representado “pq”, que se lê também:

1) p implica q;
2) p somente se q;
3) p é suficiente para q;
4) q é necessário para p;

Assim podemos montar a tabela-verdade:


p q pq
V V V
V F F
F V V
F F V

6. Bicondicional
Chamamos proposição bicondicional uma proposição representada “p se e somente
se q”, cujo valor lógico é verdade quando p e q são ambas verdadeiras ou ambas falsas.
Simbolicamente representamos por “p  q” que se lê também:

1) p é equivalente a q;
2) p é condição necessária e suficiente para q;
3) q é condição necessária e suficiente para p;

Assim montamos a tabela-verdade:

p q p q
V V V
V F F
F V F
F F V
17

III) Tabela-verdade de proposições compostas

Dadas várias proposições simples p, q, r, s, ..., podemos combiná-las mediante o


uso dos conectivos: ~, , , , , 

E construir proposições compostas, tais como:

(p ^ (~q p)) ^ ~ ((p ~q)  (q  ~p))


(p  (q ~r)) ^ ((~p  r)  ~q)

Então com o emprego das tabelas-verdade das operações lógicas:

~p ,p  q , p  q , pq , pq , p  q

É possível construir a tabela-verdade de proposições compostas.

Exemplos:

1) Construir as tabelas-verdade das proposições abaixo:

a) ~(p  ~q)
b) ~(p  q)  ~(qp)
c) [(pq)  (qr)]  (pr)
d) (p  q)  (p  r)

Obs: O número de possibilidades da tabela-verdade de uma proposição composta é igual


ao número de arranjos com repetição de classe n dos dois elementos V e F.

(Ar) 2,n = 2n
Onde n é o número de proposições que formam a proposição composta.

a) ~(p  q)  ~(qp)
p q P  q pq ~( p ^vq) ~( pq) ~( p  q)  ~( p q)
V V V V F F F
V F F F V V V
F V F F V V V
F F F V V F V
18

b) [(pq)  (qr)]  (pr)


p q r p  q q  r (pq)  (qr) pr [(pq)  (qr)]  (pr)
V V V V V V V V
V V F V F F F V
V F V F V F V V
V F F F V F F V
F V V V V V V V
F V F V F F V V
F F V V V V V V
F F F V V V V V

c) (p  q)  (p  r)
p q r pq pr (p  q)  (p  r)
V V V V V V
V V F V F V
V F V F V V
V F F F F F
F V V F F F
F V F F F F
F F V F F F
F F F F F F

Outros símbolos para conectivos:

“  “ para negação (~)


“  “ para conjunção (  )
“ + ” para disjunção (  )

IV) Tautologias e Contradições:

1. Tautologia (Sentenças logicamente verdadeiras)


Chamamos de tautologia toda a proposição composta cuja última coluna de sua
tabela-verdade tem somente a letra V. Em outros termos, tautologia é toda proposição
cujo valor lógico é V, quaisquer que sejam os valores lógicos das proposições que a
compõem.

Ex1) A proposição p  ~p é uma tautologia, pois:

p ~p p  ~p
V F V
F V V

Portanto dizer que uma proposição ou é verdadeira ou é falsa é sempre


verdadeira (Princípio do terceiro excluído).

Ex2) (p  ~p)  (q  p) é uma tautologia.


Chamamos também as tautologias de Proposições Tautológicas.
19

2. Contradições (Sentenças logicamente falsas)


Chamamos de contradição toda proposição cuja última coluna de sua tabela-
verdade tem somente a letra F. Em outros termos, contradição é toda proposição cujo
valor lógico é sempre a falsidade (F), quaisquer que sejam os valores lógicos das
proposições que a compõem.

Ex1) A proposição p  ~p é uma contradição.


Ex2) (p  q)  ~(p  q) é uma contradição.

3. Contingência
Chamamos de contingência toda proposição composta que na última coluna de sua
tabela-verdade tenham valores V e F pelo menos uma vez cada. Ou seja, contingência são
proposições que não são tautologias e nem contradições, chamada também de proposições
indeterminadas.

Ex1: “x = 3  (x yx 3)” é uma contingência.

x=3 x=y xy x 3 xyx 3 x = 3  (xyx 3)


V V F F V V
V F V F F F
F V F V V F
F F V V V F

V) Implicação Lógica e Equivalência Lógica

1. Implicação Lógica
Dizemos que uma proposição p implica logicamente ou apenas implica uma
proposição q, se q é verdadeira todas as vezes que p é verdadeira, ou seja, não ocorre p e
q com valores lógicos simultâneos respectivamente V e F, em nenhuma linha da tabela-
verdade. Em particular toda tautologia implica uma tautologia e somente uma contradição
implica uma contradição. Implicamos a implicação como:
pq.

Propriedades da Implicação Lógica:


1) Reflexiva: pp;
2) Transitiva: Se pq e qr então pr

Exemplos:
1) p  q ; p  q ; pq

p q pq p q pq
V V V V V
V F F V F
F V F V F
F F F F V
20

p  qp  q e p  q pq

Regras de Inferência:
i) pp  q e q p  q (adição)
ii) p  qp e p  qq (simplificação)

2) pq , p q, q p
pqpq e pqq p

3) (p  q)  ~p
(p  q)  ~p q (Regra de Silogismo Disjuntivo)
(p  q)  ~qp

p q ~p p q (p  q)  ~p
V V F V F
V F F V F
F V V V V
F F V F F

4) (pq)  p
(pq)  pq (Regra de Modus Ponens)

5) (pq)  ~q e ~p
(pq)  ~q ~p (Regra de Modus Tollens)

Tautologias e Implicação Lógica:


Teorema: A proposição p implica a proposição q, isto é, pq
se e somente se a condicional pq é tautológica.

Obs.: Os símbolos  e  são distintos, pois  é de operação lógica e  é de


relação lógica.

Ex1) [(pq)  (q r)]  (pr) é uma tautologia.


Assim temos: (p q)  (q r)  (pr)

Ex2) [(pq)  p] q é uma tautologia.


Assim temos: (pq)  pq

2. Equivalência lógica
Duas proposições p e q dizem-se logicamente equivalente ou simplesmente
equivalente, se têm tabelas-verdade idênticas. Indicamos a equivalência como p q.
Em particular se p e q são ambas tautologias ou são ambas contradições, então são
equivalentes.

Propriedades da Equivalência Lógica:


21

1) Reflexiva: pp
2) Simétrica: Se pq então qp
3) Transitiva: Se pq e q r então p r.

Exemplos:
1) ~~pp (Regra da dupla negação)
2) pp  qpq (Regra da absorção)

3) pq ~p  q

4) pq (pq)  (qp)


5) pq (p  q)  (~p  ~q)

6) ~(p  q)  ~p  ~q (Regra de De Morgan)


7) ~(p  q)  ~p  ~q (Regra de De Morgan)

Tautologias e Equivalência Lógica:


Teorema: A proposição p é equivalente a proposição q, isto é, pq , se e somente
se a bicondicional , pq é tautológica.

Exemplos:

1) (p  ~qc)  (pq) é uma tautologia, onde c tem valor lógico F. Assim:


p  ~qcpq

p q c ~q p  ~q p  ~q c pq (p  ~qc)  (pq)


V V F F F V V V
V F F V V F F V
F V F F F V V V
F F F V F V V V

2) p  qrp (qr)

p q r p  q p  qr q r p (qr)
V V V V V V V
V V F V F F F
V F V F V V V
V F F F V V V
F V V F V V V
F V F F V F V
F F V F V V V
F F F F V V V
22

2. Proposições Associadas a uma Condicional


Dada a condicional pq, chama-se proposições associadas a pq as seguintes
proposições:

1) Proposição Recíproca de pq:

qp

2) Proposição Contrária de pq:


~p  ~q

3) Proposição Contrapositiva de pq:

~q ~p

Ex1) 1) p q ~q ~p


2) qp ~p ~q

Ou seja, a condicional é equivalente a sua contrapositiva.

Exemplos:
1) Seja T um triângulo:
pq: Se T é equilátero então T é isósceles, é verdadeira. A recíproca qp: Se T é
isósceles então T é eqüilátero é falsa.

2) Achar a contrapositiva da condiconal:


“Se x é menor que zero, então x não é positivo”.
Sejam as proposições:
p: x é menor que zero.
q: x é positivo
A condicional na forma simbólica é: p ~q, e assim a sua contrapositiva será:
~~q ~p
q ~p
“Se x é positivo então é maior ou igual a zero” ou “Se x é positivo então x não
é menor que zero”.

3. Negação Conjunta de duas Proposições


Chama-se negação conjunta de duas proposições p e q a proposição:

“nãop e não q” simbolicamente “~p  ~q”

A negação conjunta de duas proposições é indicada pela notação “pq” é:

p q p q p q ~p ~q ~p  ~q ~p  ~q
V V F V V F F F F
V F F V F F V F V
F V F F V V F F V
F F V F F V V V V
23

pq ~p  ~q

4. Negação Disjunta de duas Proposições


Chama-se negação disjunta de duas proposições p e q a proposição “não p ou não
q”, simbolicamente “~p  ~q”.

A negação disjunta de duas proposições é indicada pela notação “pq”.

Assim a tabela-verdade de pq é:

p q pq
V V F
V F V
F V V
F F V

pq ~p  ~q Obs.: Os conectivos “  ” e “  ”, são chamados


conectivos de SCHEFFER.

Lista de Exercícios sobre Lógica Matemática

1) Construa a tabela verdade das seguintes proposições:

a) [( p  q )  ~ p ]  ( q  p)
b) ( p  q )  [ p  ( p  q )]
c) [ p  (~ q  r )] ~ [ q  ( p  ~ r )]
d) ~( p  ~ q )  (~ p  r )
e) [( p  q )  ~ p ]  ( q  p )
f) q  r ~ p   ~ q  p   r 

g) p  q  [~ r  ( p  q ) ]

Solução:

p q r pq ~r ~ r  ( p  q) p  q p  q  [ ~ r  ( p  q)
]
V V V V F V V V
V V F V V V V V
V F V F F F F V
V F F F V V F F
F V V F F F V F
F V F F V V V V
24

F F V V F V V V
F F F V V V V V

2) Admitindo que p e q são verdadeiras e r e s são falsas dê o valor lógico das


seguintes proposições:

a) ( p  q )  ( p  r )  r  ~ ( p  s )  (r  s )
b) ( p  q )  (~ r ~ s )  (~ p  r )
c) ~( ~ p  r )  (~ p  q )  ( r  s )  ( q  r )
d) [ ( p  q )  ( q  r )]  ( p  r )
e) [ p  (~ p  q )]  (~ p  ~ q )  ( r  s )  q

3) Mostrar que as proposições abaixo são Tautologias:

a) ( p  q )  (~ q  ~ p )
b) ( p  q )  (~ p  q )
c) ~  p  ~ p  q   q

4) Para cada expressão abaixo, construa a Tabela Verdade e diga se é uma tautologia,
uma contradição ou uma contingência:

a) [p  (p  q)]  q
b) (p  q)  (p  ~ q)
c) p  [(p  q)  q]
d) (p  q)  (~ p  ~ q)
e) p  [p  (p  q)]
f) (p  q)  [(p  q)  q]
g) (p  q)  ~ p  (q  p)
h) (p  (q  ~ r))  (~ p  ~ q)

5) Se a informação for suficiente, determine o valor pedido:


a) Sabese que p  q é falso; qual o valor lógico de q ?
b) Sabese que p  q é verdadeiro; quais os valores lógicos de p e q ?
c) Sabese que p  q é falso; quais os valores lógicos de q  p e de ~ q  ~ p ?
d) Sabese que (p  q)  r é falso; quais os valores lógicos de p, q e r ?
e) Sabese que p  q é falso; qual o valor lógico de p  q ?
f) Sabese que p  q é verdadeiro; qual o valor de (p  q)  ~ (p  q) ?
g) Sabese que p  q é falso; qual o valor de p  q ?
h) Sabese que p  q é falso; qual o valor de (p  q )  p ?
i) Sabese que p  q é verdadeiro e p  r é falso; qual o valor lógico de r  q ?
j) Sabese que p  q é verdadeiro e p  r é falso; qual valor lógicos de q  r ?
k) Sabese que p  q é verdadeiro; qual o valor lógico de p  ~ q ?
25

6) Responda as perguntas abaixo:

a) Sabendose que a expressão p  q  p  q é verdadeira, o que podemos afirmar de p


eq?
b) Sabendose que p  q é verdadeiro, o que se pode afirmar de p  ~ q ?
c) Sabendose que p  q é falso, o que se pode afirmar de (~ p  q)  (p  q) ?
d) Sabendose que p  q é verdadeiro, o que se pode afirmar de (~ p  q)  (p  q) ?
e) Sabendose que p  q é verdadeiro, o que se pode afirmar de  p  q ?
f) Sabendose que p  q é falso, o que se pode afirmar de (p  q)  (p  q)
g) Sabendose que p  q é falso, o que se pode afirmar de p  ~ q ?
h) Sabendose que p  q é verdadeiro, o que se pode afirmar de p  ~ q  q ?
i) Sabendose que p  q é verdadeiro e que q  r é falso, o que se pode afirmar de p 
r?
j) Sabendose que p  q é verdadeiro e r  q é falso, o que se pode afirmar de r  p ?
l) Sabendose que p  q e q  r são ambos verdadeiros, o que se pode afirmar de p 
~r?
m) Sabendose que p  q é falso, o que se pode afirmar de (p  q)  ~ p ?
n) Sabendose que p  q é verdadeiro e q  r é falso, o que se pode afirmar de p  r ?
o)Sabendose que p  q é verdadeiro e p  r é falso, o que se pode afirmar de q  r ?

7) Dê a negação das proposições abaixo:

a) mdc (2,3) = 1  mmc (2,3)  6


3
b)  1  –3  7
7
c) 22  4  4  2
d) ( 3) 2  9  9  3
e) p: 3>1 e 5<3  5=3 Resp: ~p: (3>1 e 5<3)  5  3
f) mdc (4,8) = 1  mmc (4,8) = 8

8) Mostrar: ( x  0  x  y )  x  y  x  0

9) Demonstrar que p q  ( p  q) ~ ( p  q)

10) Sabendo que as proposições p e q são verdadeiras e que a proposição r é falsa,


determinar o valor lógico das seguintes proposições:
a) (~ p  q)  (q ~ r )
b) (( p  q)  (q  r ))  (r  p)
c) (~ p ~ q)  ((q  r )  p)
d) (( p ~ p) q)  (q  r )
26

Unidade III
Relações

I) Conceitos Básicos:

Par ordenado - é um conjunto formado por dois elementos. Um par ordenado com
primeiro elemento a e segundo b é usualmente escrito como (a, b). Dois pares ordenados
(a1, b1) e (a2, b2) são iguais se e somente se a1 = a2 e b1 = b2 , simultaneamente.

Plano Cartesiano - O plano cartesiano é constituído por dois eixos x e y


perpendiculares entre si que se cruzam na origem. O eixo horizontal é o eixo das
abscissas (eixo OX) e o eixo vertical é o eixo das ordenadas (eixo OY).

Produto Cartesiano - Sejam A e B dois conjuntos não vazios, denominamos produto


cartesiano de A por B o conjunto 𝐴 × 𝐵 cujos elementos são todos pares ordenados

(x, y) onde o primeiro elemento pertence a A e o segundo elemento pertence a B.

A  B   x, y  | x  A  y  B

Comentário: O símbolo A B lê-se “ A cartesiano B” ou “ produto de A por B”. Se A


ou B for conjunto vazio, definiremos o produto cartesiano de A por B como sendo
conjunto vazio: A  Ø  Ø; Ø B  Ø e Ø  Ø  Ø . Se A e B são conjuntos
27

finitos com m e n elementos respectivamente, então A B é um conjunto com m . n


elementos.

Ex1) Dados A = {a, b, c, d} e B = {1, 2, 3}, o produto cartesiano A B terá 12 pares


ordenados e será dado por:

A B = {(a,1), (a,2), (a,3), (b,1), (b,2), (b,3), (c,1), (c,2), (c,3), (d,1), (d,2), (d,3)} e
representado graficamente por:

Ex2) Se A = {1, 2, 3} e B = {1, 2}, determine:

a) A B = {(1, 1), (1, 2), (2, 1), (2, 2), (3, 1), (3, 2)}

b) B A = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), (2, 1), (2, 2), (2, 3)}

II) Relação Binária


Dados os conjuntos A e B, uma relação R de A em B, denotada R: AB, é qualquer
subconjunto do produto cartesiano A B .
Ex3) Dados A={1, 3, 5} e B={3, 9, 15, 20}, a relação R: AB, tal que:
R = {(a, b) | b = 3a} é dada pelos pares ordenados R = {(1,3), (3,9), (5,15)}
OBS1: Se (a, b)  R; dizemos que “a é R-relacionado a b”, escrevendo aRb.
Se (a, b)  R ; dizemos que “a não é R-relacionado a b”, escrevendo aRb.

OBS2: Utilizaremos as seguintes nomenclaturas já consagradas:


A = conjunto de partida ou domínio da relação R;
B = conjunto de chegada ou contradomínio da relação R.
OBS3: O Produto Cartesiano de um conjunto A com ele mesmo, A X A ou A2 é o
conjunto de todos os pares ordenados de elementos de S.
Seja A = {1,2}, então, A X A = {(1,1), (1,2), (2,1), (2,2)}
Se estivermos interessados na relação de igualdade (x = y), então (1, 1) e (2, 2) seriam
os elementos de A que satisfazem a relação.
28

Se estivermos interessados na relação de um número ser menor que outro (x < y),
teríamos o par (1, 2) como único que atende à relação.
Ou seja, definir uma relação binária R em um conjunto A é especificar um subconjunto
de A X A
Em geral, uma relação binária é definida por uma descrição da relação, ao invés da lista
dos pares ordenados. A descrição fornece uma caracterização dos elementos
pertencentes à relação.

Ex4) Se A = {1, 2, 3, 4, 5} e B = {1, 2, 3, 4}, quais são os elementos da relação


R   x, y  | x  y de A em B? Represente graficamente e pelo diagrama de Venn.
Solução: R = {(1, 2), (1, 3), (1, 4), (2,3), (2, 4), (3, 4)}.

Ex5) Se A = {-1, 0, 1, 2}, quais são os elementos da relação


 
R   x, y   A 2 | x 2  y 2 ? Represente graficamente e pelo diagrama de Venn.
Solução: R = {(0, 0), (1, 1), (1, -1), (-1, -1), (-1, 1), (2, 2)}.

Domínio – É o conjunto de todos os primeiros elementos dos pares ordenados


pertencentes a R. Notação: D(R).
Ex: Dada a relação: R1 = {(a, 1), (a, 2), (a, 3), (b, 1), (b, 2), (b, 3), (c, 1), (d, 1), (d, 2),
(d, 3)}, o domínio será o conjunto D(R1) = {a, b, c, d}.

Imagem – É o conjunto de todos os segundos elementos dos pares ordenados


pertencentes a R. Notação: Im(R).
Ex: Dada a relação acima a imagem será Im(R1) = {1, 2, 3}.

Exercícios
1. Dados A = {1, 3, 4}, B = {-2, 1} e C = {-1, 0, 2}, represente pelos elementos e pelo
gráfico cartesiano os seguintes produtos:
a) A B c) BC e) A2
2
b) B  A d) C  B f) C
Respostas: a) {(1, -2), (1, 1), (3, -2), (3, 1), (4, -2), (4, 1)}, b) {(-2, 1), (-2, 3), (-2, 4),
(1, 1), (1, 3), (1, 4)}, c) {(1, -1), (1, 0), (1, 2), (3, -1), (3, 0), (3, 2), (4, -1), (4, 0), (4,
2)}, d) {(-1, 1), (-1, 3), (-1, 4), (0, 1), (0, 3), (0, 4), (2, 1), (2, 3), (2, 4)}, e) {(-2, -2),
(-2, 1), (1, -2), (1, 1)}, f) {(-1, -1), (-1, 0), (-1, 2), (0, -1), (0, 0), (0, 2), (2, -1), (2, 0),
(2, 2)}.
29

2. Assinalar no plano cartesiano os pontos: A(2, 3), B(0, -4), C(-4, -5), D(-1, 0), E(0, 5),
F(5, 4), G(3, 0), H(-3, 2) e I(1/2, 5/2).
3. Sabendo que (1,2), (4,2)  A 2 e n( A 2 )  9 , represente pelos elementos o
2
conjunto A .
Respostas: {(1, 1), (1, 2), (1, 4), (2, 1), (2, 2), (2, 4), (4, 1), (4, 2), (4, 4)}

4. Dados A = {0, -1, 1}, B = {1, 3, 4} e C = {0, 1}, determine ( A  B)  (C  B) .


Resposta: {(0, 0), (0, -1)}.

5. I) Enumere pares ordenados; II) represente por meio de flechas; III) faça o gráfico
cartesiano das relações binárias de A = {-2, -1, 0, 1, 2} em B = {-3, -2, -1, 1, 2, 3, 4}
definidas por:
a) xRy  x  y  2 d) x V y  x  y  2
2 2
b) x S y  x  y e) x W y  ( x  y )  1
c) x T y  | x | | y |
Respostas: a) R = {(-2, 4), (-1, 3), (0, 2), (1, 1)}, b) S = {(-2, 4), (2, 4), (-1, 1), (1, 1)},
c) T = {(-2, -2), (-2, 2), (-1, -1), (-1, 1), (1, -1), (1, 1), (2, -2), (2, 2)}, d) V = {(-1, 4),
(0, 3), (0, 4), (1, 2), (1, 3), (1, 4), (2, 1), (2, 2), (2, 3), (2, 4)}, e) W = {(-2, -3), (-2, -1),
(-1, -2), (0, -1), (0, 1), (1, 2), (2, 1), (2, 3)}.

6. Estabelecer o domínio e a imagem das relações dos exercício 5.


Respostas: a)D(R) = { -2, -1, 0, 1} e Im(R) = {1, 2, 3, 4}, b) D(S) = {-2, -1, 1, 2} e
Im(S) = {1, 4}, c)D(T) = { -2, -1, 1, 2} e Im(T) = {-2, -1, 1, 2}, d) D(V) = {-1, 0, 1,
2} e Im(V) = {1, 2, 3, 4}, e)D(W) = { -2, -1, 0, 1, 2} e Im(W) = {-3, -2, -1,
1, 2, 3}.

III) Tipos de Relações Binárias


Seja uma relação em A com os pares ordenados na forma (a1, a2).
Uma relação é do tipo um para um se cada primeira componente (a1) e cada segunda
componente (a2) do par ordenado aparece uma única vez na relação.
Uma relação é do tipo um para muitos se alguma primeira componente (a1) aparece
em mais de um par.
A relação é dita muitos para um se alguma segunda componente (a2) aparecer em mais
de um par.
Finalmente, ela é muitos para muitos se pelo menos um (a1) aparece em mais de um
par e pelo menos um (a2) também aparece em mais de um par.
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IV) Representação das Relações


A representação da relação pode ser representada através do Diagrama de Venn, Grafos
e Matrizes.
Relação como Grafos
Toda relação R: AB pode ser representada a partir de um grafo direcionado com
arestas ligando cada par ordenado (a, b), com origem em a e destino em b.
Ex7) Dados A ={ 1,2,3} e B = {4,5}
a) R = {(1,2), (1,3), (1,4), (2,3), (2,4), (3,4)}

b) AB: R = {(1,4), (1,5), (2,4), (2,5), (3,4), (3,5)}


c) AA: R = {(1,2), (1,3), (2,3)}
Ex8) Dados A = {1, 2, 3, 4}. Represente a relações como Grafo:
AA: R = {(1,2), (2,2), (2, 4), (3, 2), (3,4), (4,1), (4, 3)}
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Relação como Matrizes


A relação R: AB pode ser representada na forma de matriz, o que facilita sua
implementação em sistemas computacionais.
Seja A = {a1, a2 , ...an } e B = {b1 , b2 , ...bm} dois conjuntos finitos. A representação
da relação R como matriz é como se segue:
O número de linhas é n (número de elementos do domínio).
O número de colunas é m (n° de elementos do Contra-Domínio)
A matriz tem n x m posições e cada posição contém um valor lógico – verdadeiro ou
falso.
Se (ai, bj)  R, então a posição contém o valor verdadeiro (V ou 1); caso contrário,
contém o valor falso (F ou 0).

Ex9) Sejam A = {a}, B = {a, b} e C = {0, 1, 2}.


As seguintes relações são representadas como matrizes:
1) AB : A X B
AXB a b
a 1 1

2) CB: S ={(0, a), (1, b)}


S a b
0 1 0
1 0 1
2 0 0

3) AB: R = {(a, a)}


R a b
a 1 0

V) Relação Dual ou Relação Inversa


Seja relação R: AB. A Relação Dual, Oposta ou Inversa é denotada por: R-1 : BA e
é obtida pela inversão dos componentes de cada par ordenado.
R-1 = {(b, a) | (a, b)  R}
A X B: AB , (A X B)-1 = B X A: BA

Ex10) A inversa da relação R = {(1, y), (1, z), (3, y)} é a seguinte:
R-1 = {(y, 1), (z, 1), (y, 3)}
A matriz da relação dual é a matriz transposta da matriz da relação.
O grafo da relação dual é o grafo resultante da inversão dos sentidos das arestas.
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VI) Composição de Relações


Sejam A, B e C conjuntos, e seja R: AB e seja S: B C. Então R e S originam uma
relação de A para C, denominada composição de R e S, denotada RS, definida por:
a(RS)c se para algum b  B temos aRb e bSc
Isto é: RS = {(a, c) / existe b  B para o qual (a, b)  R e (b, c)  S}
Ex11) Sejam A = {1, 2, 3, 4}, B = {a, b, c, d} , C = {x, y, z}
R = {(1, a), (2, d), (3, a), (3, b), (3, d)} e S = {(b, x), (b, z), (c, y), (d, z)}
Assim: RS = {(2, z), (3, x), (3, z)

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