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AO JUIZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ITAGUAI / RJ.

JULIANA DE SOUZA GUEDES FERREIRA, brasileira,


casada, bancária, portador da carteira de identidade nº 222474017 expedida pelo Detran/RJ
e CPF nº 129.052.527-74, residente e domiciliada na Rua Antônio Gonzaga de Castro,
Quadra A, Lote 09 – Centro – Itaguaí/RJ, CEP 23.815-000, através de sua patrona que esta
subscreve, e-mail: rosanefegler366@gmail.com, conforme mandato em anexo, com
escritório na Rua Protógenes Guimarães, nº 24, sala 04 – Centro – Itaguaí/RJ, local onde
deverá receber intimações, vem à presença de V. Exa., propor a presente

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS

Em face HDI SEGUROS S.A, CNPJ: 29.980.158/0102-09, Inscrição


Municipal: 000000006155200, localizado à Rua da Assembleia, 65 - Sala 401, Rio de
Janeiro – RJ, CEP: 20011-001, face aos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos abaixo
aduzidos:

DAS PUBLICAÇÕES

Que todas as intimações, citações e publicações sejam realizadas em


nome da Dra. Rosane Flegler de Oliveira, advogada inscrita na OAB/RJ sob o nº 115.556,
com escritório situado na Rua Protógenes Guimarães, nº 24, sala 04 – Centro – Itaguaí/RJ,
sob pena de nulidade dos atos praticados.
DOS FATOS

A Autora é proprietária do veiculo Ford - Ka - 1.0 Se/se Plus Tivct


Flex 5p, placa QNI6J39, conforme comprova com cópia do documento ora anexado.
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No dia 11 de fevereiro de 2020, por volta das 10h55min, o Autor


trafegava na Avenida Isoldacson Cruz de Brito, com os cuidados necessários e atentamente,
quando seu veículo parou para um pedestre atravessar a Rua, sendo que o veículo da marca
Toyota, placa KWZ 0366, cor bege, ano 2008 de propriedade do Réu colidiu na traseira do
automóvel do Autor, causando diversas avarias, conforme comprova com copia da foto ora
anexada.

M. M. Juiz, o fato foi registrado através do BRAT nº 471, conforme


comprova com copia do documento ora anexado.

Ocorre que, mesmo tentando uma composição amigável com o Réu,


este vem escusando de reparar o dano causado ao veículo do Autor, que vem sofrendo
prejuízos em razão deste, pois o veículo trata-se de ferramenta utilizada para o
desenvolvimento das atividades comerciais do Autor.

Por conseguinte, o Autor realizou 03 (três) orçamentos para o


conserto de seu veículo, sendo 02 (dois) com peças originais e 01 (um) com peças
paralelas, nos seguintes valores:

1. Marcellu’s Car - R$5.504,00 (cinco mil quinhentos e quatro reais);

2. Marcos Lanternagem e Pintura - R$4.984,74 (quatro mil novecentos e oitenta e


quatro reais e setenta e quatro centavos);
3. Marcos de Oliveira Carvalho – R$1.850,00 + R$210,90 = R$2.060,90 (dois mil e
sessenta reais e noventa centavos).

Tendo em vista o Autor não possuir condições financeiras de arcar


com o pagamento do conserto de seu veículo com peças originais, foi obrigado a realizar o
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conserto pagando o valor de R$2.060,90 (dois mil e sessenta reais e noventa centavos)
referente ao 3º orçamento, com peças paralelas, conforme comprova com copias dos
documentos ora anexados.

Cabe ressaltar, que o Autor precisou realizar empréstimo junto ao


cartão Riachuelo de sua esposa ora 2ª Autora para conseguir reparar as avarias ocorridas no
veículo.

Importante salientar, que o empréstimo realizado foi no valor de R$


2.067,89 (dois mil sessenta e sete reais e oitenta e nove centavos) em 15 (quinze) parcelas
no valor cada uma de R$451,56 (quatrocentos e cinquenta e um reais e cinquenta e seis
centavos), totalizando a importância de R$6.773,40 (seis mil setecentos e setenta e três
reais e quarenta centavos), para proceder ao conserto do veículo.

Desta forma, cabe o Réu ser condenado a proceder ao pagamento do


valor do total do empréstimo, uma vez que o referido empréstimo se deu por conta do Réu
não assumir ao conserto do carro do Autor.

Assim, diante da inércia do Réu em repara os danos materiais


causados, socorre-se o Autor do manto do Poder Judiciário, com intuito de obter a
necessária tutela jurisdicional.

DO DIREITO

Dessa forma, as esferas patrimonial e emocional foram plenamente


atingidas, sendo que os efeitos do ato ilícito praticado pelo Réu alcançaram a vida íntima
dos Autores, que viram quebrada a paz, a tranquilidade e a harmonia, lhe originando
sequelas que se refletem em sérios danos matérias e morais.
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Consoante preceito inserto no artigo 5º, inciso X da Constituição


Federal, in verbis:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e a propriedade, nos seguintes termos:

X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem


das pessoas, assegurando o direito a indenização por dano material ou
moral decorrente de sua violação.” (grifou-se)

Diante dos fatos anteriormente explicitados, percebe-se claramente a


configuração do ato ilícito, pois o Réu agiu de maneira negligente e imprudente, o que
acabou por gerar o dano. Esta conduta nos remete ao seu enquadramento em uma previsão
legal, qual seja, artigo 186 do Código Civil:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar direito
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.”

Dessa forma, fica evidente o dever de indenizar do Réu, pois de


acordo com o exposto anteriormente, restou comprovada a existência do ato ilícito, e
seguindo os ditames do artigo 927 do Código Civil, temos que:

“Art. 927 Aquele que, por ato ilícito, causar dano a


outrem, fica obrigado a repará-lo.....”

De acordo com o art. 28 do Código de Trânsito Brasileiro:


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“Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de


seu veículo, dirigindo-a com atenção e cuidados
indispensáveis à segurança do trânsito” (grifou-se)

Temos por cristalino que o Réu não manteve observância aos


cuidados indispensáveis à segurança do trânsito, agindo com total falta de atenção, não
guardando a distância de segurança entre o seu e o veículo do Autor.

O dano moral, sendo visto como sofrimento objetivo interior pelo


qual passa a pessoa lesionada, fica neste caso claramente demonstrado. Vale transcrever as
lições do Ilustre Professor e Magistrado CLAYTON REIS:

“ enquanto no caso dos danos materiais a reparação tem como


finalidade repor as coisas lesionadas ao seu status quo ante ou
possibilitar à vitima a aquisição de outro bem semelhante ao
destruído, o mesmo não ocorre, no entanto, com relação do dano
eminentemente moral.
Neste é impossível repor as coisas ao seu estado anterior. A
reparação, em tais casos, reside no pagamento de uma soma
pecuniária, arbitrada pelo juiz, que impossibilite ao lesado uma
satisfação compensatória de sua dor intima”.

O dano simplesmente moral, sem repercussão no patrimônio


não há como ser provado. Ele existe tão somente pela ofensa, e dela é presumido, sendo o
bastante para justificar a indenização.

Assim, com base nos fatos narrados e na legislação vigente,


podemos constatar que o Réu cometeu um ato ilícito e deve ser responsabilizado por ele,
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pois este é o entendimento que se revela a partir da análise dos institutos anteriormente
elencados.

DO PEDIDO

Diante do exposto, com base nas legislações supra


mencionadas, requer a V. Exa., o seguinte:

1) A citação do Réu, para comparecer a Audiência de Conciliação, Instrução e


Julgamento a ser designada por este r. Juízo e para tomar ciência da presente,
querendo contestar o presente pedido, sob pena de confissão, preclusão e revelia;

2) A procedência da presente ação com a condenação do Réu proceder no prazo de 05


(cinco) dias ao pagamento aos Autores a título de indenização por DANOS
MATERIAIS a importância de R$6.773,40 (seis mil setecentos e setenta e três reais
e quarenta centavos), acrescido dos juros e correção monetária desde a data do
desembolso até final sentença;

3) Que seja ainda o Réu condenado ao pagamento a titulo de compensação pelos


DANOS MORAIS suportados pelos Autores no valor de R$10.000,00 (dez mil
reais), conforme fatos e fundamentos acima mencionados;

4) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas já acostadas aos autos e as
supervenientes que se fizerem necessárias, prova documental, testemunhal,
depoimento pessoal e todas em direito admitidas.

Dá-se a causa o valor de R$16.773,40 (dezesseis mil setecentos e


setenta e três reais e quarenta centavos) para efeitos de distribuição.

Nestes Termos.
P. E. Deferimento.
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Itaguaí, 16 de março de 2021.

TESTEMUNHA:

1. Evelynne Cinthia de Oliveira, brasileira, residente e domiciliada na Rua Vereador


Adilson Ananias do Nascimento, nº 110 – Bairro Santana - Itaguaí/RJ, CEP:
23.810-083.

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