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Legislação Consolidada

Código dos Contratos Públicos

Decreto-Lei n.º 18/2008 - Diário da República n.º 20/2008, Série I de 2008-01-29

Aprova o Código dos Contratos Públicos, que estabelece a disciplina aplicável à contratação pública e
o regime substantivo dos contratos públicos que revistam a natureza de contrato administrativo

1 - O presente decreto-lei aprova o Código dos Contratos Públicos (CCP), que estabelece a disciplina aplicável à contratação pública e o
regime substantivo dos contratos públicos que revistam a natureza de contrato administrativo. Trata-se do primeiro diploma com um tal
duplo objecto no ordenamento jurídico português, assumindo-se, por isso, como um importante marco histórico na evolução do direito
administrativo nacional e, em especial, no domínio da actividade contratual da Administração. Para além do objectivo de alinhamento
com as mais recentes directivas comunitárias, a cuja transposição aqui se procede, o CCP procede ainda a uma nova sistematização e a
uma uniformização de regimes substantivos dos contratos administrativos atomizados até agora.
Em primeiro lugar, o CCP procede à transposição das Directivas n.os 2004/17/CE e 2004/18/CE, ambas do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 31 de Março, alteradas pela Directiva n.º 2005/51/CE, da Comissão, de 7 de Setembro, e rectificadas pela Directiva n.º
2005/75/CE, do Parlamento Europeu e da Comissão, de 16 de Novembro. A propósito do cumprimento desta obrigação comunitária, o
CCP cria um conjunto homogéneo de normas relativas aos procedimentos pré-contratuais públicos, pelo que o seu conteúdo vai além da
mera reprodução das regras constantes das referidas directivas. Na verdade, o CCP envolve não só a transposição e concretização
dessas regras, na medida em que o legislador comunitário reservou para o legislador nacional, em vários domínios, uma margem de
livre decisão (que importa exercer, nuns casos, em sintonia com a melhor tradição portuguesa e, noutros casos, rompendo com práticas
do passado que se não justificavam ou careciam de ajustamentos), mas também a regulação de todos os procedimentos que não se
encontram abrangidos pelos âmbitos objectivo e subjectivo das directivas, mas que não deixam, por isso, de revestir a natureza de
procedimentos pré-contratuais públicos - pelo que devem beneficiar de um tratamento legislativo integrado. Em segundo lugar, o
CCP desenha também uma linha de continuidade relativamente aos principais regimes jurídicos actualmente em vigor (em especial, os
Decretos-Leis n.os 59/99, de 2 de Março, 197/99, de 8 de Junho, e 223/2001, de 9 de Agosto, que têm constituído a matriz da
contratação pública portuguesa nos últimos anos), de forma a garantir segurança e estabilidade jurídica aos operadores económicos.
Simultaneamente, o CCP representa um esforço de modernização, visível, aliás, a três níveis fundamentais: (i) no plano da investigação e
desenvolvimento, o CCP prescreve que relativamente a contratos de valor igual ou superior a (euro) 25 000 000 o adjudicatário é
obrigado a elaborar um ou vários projectos de investigação e desenvolvimento directamente relacionados com as prestações que
constituem o objecto desse contrato, a concretizar em território nacional, pelo próprio ou por terceiros, de valor correspondente, em
regra, a pelo menos 1 % do preço contratual; (ii) no plano da permeabilidade à evolução tecnológica e às possibilidades oferecidas
pelas vias electrónicas, o CCP adequa o regime da contratação pública às exigências da actualidade, maxime às impostas pelo e-
procurement e pelas novas exigências decorrentes da Estratégia Nacional de Compras Públicas Ecológicas; (iii) no plano da própria
evolução jurídica e sua articulação com áreas conexas, o CCP procura, entre outras coisas, ajustar o regime da contratação e da execução
dos contratos por ele abrangidos às técnicas de financiamento hoje em dia correntes, sobretudo no domínio dos contratos de concessão,
avultando, naturalmente, as de project finance, acquisition finance e asset finance.
Em terceiro lugar, o CCP - enquanto instrumento de codificação da disciplina aplicável à contratação pública e do regime substantivo dos
contratos administrativos, motivado pela necessidade de uniformização de regras dispersas, de regulamentação de vazios jurídicos, de
simplificação procedimental e de modernização legislativa - prossegue o objectivo de introduzir um maior rigor e celeridade em matéria
de contratação pública e de execução de contratos administrativos, tendo em conta a relevância da actividade administrativa
contratualizada, bem como a indispensabilidade do controlo da despesa pública.
2 - No que diz respeito à disciplina aplicável à contratação pública, destaca-se o respectivo âmbito objectivo: a fase de formação dos
contratos, qualquer que seja a sua designação e a sua natureza administrativa ou privada, a celebrar pelas entidades adjudicantes. A
referida disciplina aplica-se, em especial, à formação de contratos cujo objecto abranja prestações que, designadamente em razão da sua
natureza ou das suas características, bem como da posição relativa das partes no contrato ou do contexto da sua própria formação, estão
ou sejam susceptíveis de estar submetidas à concorrência de mercado. Nesta cláusula geral cabem os contratos típicos regulados pelas
directivas comunitárias, bem como os contratos de concessão de serviços e de sociedade, em relação aos quais o CCP autonomiza,
designadamente, o

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regime substantivo.
Acresce, ainda, a este propósito, uma opção que se reveste de especial importância: a inaplicabilidade das regras da contratação pública à
fase de formação de contratos quando se verificarem os pressupostos de (i) a entidade adjudicante exercer sobre a actividade da entidade
adjudicatária, isoladamente ou em conjunto com outras entidades adjudicantes, um controlo análogo ao que exerce sobre os seus
próprios serviços e de (ii) a entidade adjudicatária desenvolver o essencial da sua actividade em benefício de uma ou de várias entidades
adjudicantes que exerçam sobre ela o referido controlo análogo (a comummente designada contratação in house).
Relativamente ao âmbito subjectivo de aplicação das regras da contratação pública, a novidade fundamental diz respeito à rigorosa
transposição da noção comunitária de «organismo de direito público» - introduzida de forma a acompanhar o entendimento que tem sido
veiculado pela jurisprudência comunitária e portuguesa. Promove-se, pois, a sujeição das entidades instrumentais da Administração
Pública às regras dos procedimentos pré-contratuais públicos. Concretamente, inclui-se no âmbito subjectivo de aplicação qualquer
pessoa colectiva que, independentemente da sua natureza pública ou privada, tenha sido criada especificamente para satisfazer
necessidades de interesse geral, sem carácter industrial ou comercial, e que seja financiada maioritariamente pelas entidades adjudicantes
do sector público administrativo tradicional ou esteja sujeita ao seu controlo de gestão ou tenha um órgão de administração, direcção ou
fiscalização cujos membros sejam em mais de metade designados, directa ou indirectamente, por aquelas entidades. Acrescentando-se, a
título explicativo, que são consideradas pessoas colectivas criadas especificamente para satisfazer necessidades de interesse geral, sem
carácter industrial ou comercial, aquelas cuja actividade económica se não submeta à lógica do mercado e da livre concorrência.
Quais os critérios normalmente utilizados para distinguir os contratos administrativos dos contratos privados?
Os contratos administrativos são regidos por um regime substantivo de direito administrativo, já no caso dos contratos submetidos ao
regime do direito privado, estes têm como base as leis civis e comerciais, assim como as normas expostas no CPA que digam respeito à
concretização de preceitos constitucionais e ainda a princípios gerais da atividade administrativa (artigo 202º, n.2 do CPA).Deste modo, a
Administração Publica tem a possibilidade de escolher, com discricionariedade, ir pela via do contrato administrativo como substituto do
ato administrativo (artigo 200º n.3 do CPA), ou ir pela via dos contratos provados, sendo que estes são contratos de entidades privadas no
exercício de poderes públicos, que se encontram sob o presente no artigo 2º n.3 do CPA. Assim, para distinguir contratos administrativos
de contratos privados, normalmente são utilizados os seguintes critérios: critério da sujeição [onde o contraente privado é subordinado ao
interesse publico com representação do contraente publico]; critério do objeto [é através deste que se constitui, altera ou extingue uma
relação jurídica de Direito Administrativo]; e por fim o critério estatuário [em que uma das partes do contrato diz respeito a um órgão da
Administração Publica].
Em que consiste o regime exorbitante de direito publico dos contratos administrativos? Os contratos a que hoje nos referimos em Direito
Administrativo foram inicialmente concebidos como contratos privados. A teoria dos modernos contratos administrativos nasceu então
em França, em virtude da jurisprudência criadora do Conselho de Estado.
Vários acontecimentos ocorreram em matéria de contratos entre 1902 e 1915, no entanto, o mais marcante dá-se em 1916, em virtude da
Guerra Mundial, que trouxe com ela a subida do preço do carvão, os concessionários da iluminação a gás reivindicaram este aumento de
custo das tarifas e, com isto, o Município veio entender que tal não se encontrava previsto no contrato e, neste caso, o Conselho de
Estado acabou por dar razão aos concessionários no que respeita ao equilíbrio financeiro.Deste modo, em França, começou a aceitar-se
que a Administração possui o poder de modificação unilateral das prestações contratuais, durante a vigência do contrato; alguns contratos
da Administração não são de direito privado, nem fazem parte da competência dos tribunais e, por fim, durante o contrato deve ficar
assegurado o equilíbrio financeiro, de modo que os contraentes privados não saiam prejudicados da situação. É nestes aspetos
suprarreferidos que se funda o regime exorbitante de direito publico dos contratos administrativos.
Distinga entre contratos de administração publica, contratos públicos e contratos administrativos. (página 482)A Administração Publica
tem a possibilidade de contratar seguindo as bases do direto privado ou do direito publico, e são estas duas possibilidades que constituem
os contratos da administração publica, também designados como contratos públicos. Já no caso dos contratos administrativos, estes
encontram-se regulados por um regime substantivo de direito administrativo, correspondente aos artigos 278º e seguintes da Parte III do
Código dos Contratos Públicos.
São contratos da administração pública aqueles que são feitos com base no critério estatutário. Assim, envolvem contratos regulados pelo
DA e pelo código civil. Nos contratos públicos (regulado pela parte II CCP) temos um sentido amplo em que se incluem as convenções
internacionais, contratos constitucionais, contratos fiscais, contratos financeiros, os contratos públicos do direito da união europeia e os
contratos regulados pelo DA. Mas o CCP consagra um sentido restrito, ou seja, são os contratos no sentido da união europeia que são
regulados pelas diretivas da UE. Art.º 1 nº2 CCP – Esta noção abrange contratos regulados pelo direito privado ou então regulados pelo
direito administrativo e que sejam celebrados por entidades adjudicantes que constem no art.º 2 nº1 e 2 CCP. Os contratos
administrativos têm uma noção mais restrita porque são contratos regulados pelo direito administrativo. Enquanto nos contratos públicos
podem existir alguns regulados em parte pelo direito privado, aqui trata-se de relações jurídicas administrativas. Por exemplo, estado tem
a concessionária REN, é um contrato administrativo – art.º 280 CCP. Os contratos administrativos mais importantes são os regulados
pela parte III CCP, enquanto os contratos públicos não são regulados pela parte III do CCP, apenas pela parte II e pelas diretivas
europeias.
Uma entidade adjudicante vai adjudicar, por exemplo, a CM do porto quer comprar 10 veículos automóveis então faz um concurso em
que as concessionarias das várias marcas aparecem e apresentam as propostas num determinado prazo e vê-se qual é a economicamente
vantajosa e encontrada, a CM vai adjudicar a essa proposta. Então, a adjudicação é a escolha e entrega à empresa que teve a melhor
proposta – art.º 2 nº1 (devem adotar o procedimento de contratação da parte II CCP para qualquer contrato considerado público), nº2
(obrigadas a adotar os procedimentos da parte II para a formação dos contratos do art.º 5 nº8 CCP).

O que são organismos de direito publico?As entidades que estão presentes no artigo 2º n.2, alínea a) do Código dos Contratos Públicos
são as que designamos por organismos de Direito Publico, por influência do Direito Comunitário.
Incluem-se assim nos organismos de direito publico as empresas publicas do Estado, quer sejam estas entidades públicas empresariais ou
sociedades comerciais, assim como empresas municipais, intermunicipais e ainda metropolitanas que visem satisfazer as necessidades do
interesse Público, não possuindo um carácter industrial ou comercial. Incluem-se ainda nos organismos de direito Público as instituições
particulares de solidariedade social, as fundações privadas com estatuto de utilidade pública, e ainda as empresas participadas pelo
estado, sempre que cumpram os requisitos cumulativos presentes no artigo 2º, número 2, alíneas a) i) ii) do Código dos Contratos
Públicos.Ainda sobre os organismos de direito Público, temos as associações de que façam parte integrante uma ou várias das pessoas
coletivas referidas nas alíneas a) e b), com base no número 2 do artigo 2º do Código Contratos Públicos.Para finalizar, são também parte
integrante dos organismos de direito público as entidades referidas no artigo 7º do Código dos Contratos Públicos, no que refere a setores
especiais como o da água, energia, serviços postais ou transportes e podem estar aqui incluídas quaisquer pessoas coletivas ainda que
tenham um carácter industrial ou comercial, nos termos das condições das várias alíneas do artigo 7º do Código dos Contratos Público.
O que são contratos interadministrativos? Dê exemplos. Em relação aos contratos interadministrativos, estes encontram-se na Parte III do
Código dos contratos Públicos, dizendo estes, respeito aos contratos que são celebrados entre contraentes públicos, no entanto, possuem
as necessárias adaptações caso se trate de contratos celebrados numa situação de igualdade jurídica, nomeadamente no que refere ao
exercício dos poderes de conformação da relação contratual. No entanto, é de realçar que não fica impedido o exercício do poder de
resolução unilateral por qualquer um dos respetivos contraentes públicos desde que por razões de interesse público, com base no artigo
338º, nº1 e 2 do Código dos Contratos Públicos.Assim, os contratos entre contraentes públicos têm a possibilidade de uma cooperação
paritária, onde os contraentes estão entre si numa situação de igualdade, como por exemplo um contrato de cooperação entre autarquias,
ou até mesmo contratos de subordinação, nos quais um dos contraentes fica sujeito ao exercício de poderes públicos por parte do outro
contraente.
O que é contratação in HOUSE (doméstica)? É o procedimento de contratação entre uma entidade adjudicante e outra entidade que
desenvolve o essencial da sua atividade em benefício daquela, a que não se aplica a parte II do Código dos Contratos Públicos. No fundo,
o cocontratante da entidade adjudicante tem uma relação de dependência jurídica bastante profunda que é como se se tratasse de um seu
serviço.Ao abrigo do 5.º-A, n.º 1, do Código dos Contratos Públicos, tera de se verificar cumulativamente se a entidade adjudicante
exerçe, direta ou indiretamente, sobre a atividade da outra pessoa coletiva, isoladamente ou em conjunto com outras entidades
adjudicantes, um controlo análogo ao que exerce sobre os seus próprios serviços, que a entidade controlada desenvolva mais de 80% da
sua atividade no desempenho de funções que lhe foram confiadas pela entidade adjudicante ou entidades adjudicantes que a controlam,
ou por outra ou outras entidades controladas por aquela ou aquelas entidades adjudicantes, consoante se trate de controlo isolado ou
conjunto, que não haja participação direta de capital privado na pessoa coletiva controlada, com exceção de formas de participação de
capital privado sem poderes de controlo e sem bloqueio eventualmente exigidas por disposições especiais, em conformidade com os
Tratados da União Europeia, e que não exerçam influência decisiva na pessoa coletiva controlada.
Distinga contratos de empreitada de obras públicas, de concessão de obras públicas e de concessão de serviços públicos.
Sumariamente, os Contratos de empreitada de obras públicas com previsão legal no artigo 343º e seguintes do Código dos Contratos
Públicos, é um contrato oneroso que tem como objeto a execução ou a conceção e execução de uma obra pública que se enquadre nas
subcategorias do regime de ingresso e permanência na atividade de construção.
Por sua vez, os contratos de concessão de obras públicas, previstos no artigo 407º e seguintes do código dos Contratos Públicos, no
âmbito deste tipo de contratos, o cocontratante fica obrigado à concessão e/ou à execução no que refere às obras públicas e tem, deste
modo, como contrapartida o direito de, no decorrer do tempo respetivo, proceder à sua exploração e, caso esteja estipulado, tem ainda o
direito ao pagamento de um certo valor. Por sua vez, os contratos de concessão de serviços públicos, com previsão legal no artigo 407º
nº2 do Código dos Contratos Públicos, o cocontratante vê-se na obrigação de gerir, em nome próprio e atuando com responsabilidade
própria, uma determinada atividade que diga respeito a um serviço público, durante um tempo determinado, sendo remunerado pelos
resultados financeiros da gestão por ele feita ou diretamente pelo contraente público.A titulo de nota conclusiva, a diferença entre o
contrato de empreitada e o concessão baseia-se no facto de no contrato de empreitada o pagamento ser efetuado diretamente pelo dono da
obra pública, por sua vez, no contrato de concessão o pagamento é efetuado com as taxas que são pagas pelos utentes no decorrer do
período da concessão, todavia, devido à influência do Direito da União Europeia esta distinção torna-se menos recorrente e nítida.
Qual a Natureza das Declarações do Contraente Público?Sumariamente, as declarações do contraente publico, com previsão legal no
art.307 CCP, baseiam-se na interpretação e validade de um determinado contrato ou sobre a sua execução, salvo os casos previstos no n.°
2 do art. 307º do CCP, são meras declarações negociais, pelo que na falta de acordo do cocontratante, o contraente publico apenas podera
obter os efeitos pretenddios com recurso à ação administrativa, art.307 nº1.
Revestem a natureza de ato administrativo as declarações do contraente público sobre a execução do contrato que se traduzam em:
ordens, diretivas ou instruções no exercício dos poderes de direção e de fiscalização, Modificação unilateral das cláusulas respeitantes ao
conteúdo e ao modo de execução das prestações previstas no contrato por razões de interesse público, Aplicação das sanções previstas
para a inexecução do contrato, Resolução unilateral do contrato, Cessão da posição contratual do cocontratante para terceiro, art. 307
nº2.As declarações do contraente público sobre a execução do contrato que sejam ordens, diretivas e instruções no exercício dos poderes
de direção e fiscalização. Distinga responsabilidade civil de enriquecimento sem causa. (pag.516)O conceito de responsabilidade civil
provém do direito civil, aplicando-se também no ramo do direito administrativo. Consiste em uma pessoa dever reparar um dano sofrido
por outrem. Esta obrigação não nasce da vontade das partes mas diretamente da lei e consiste na reparação de um dano privado. Sendo
nesta via o responsável o devedor e o lesado o credor. A responsabilidade civil não se confunde com o enriquecimento sem causa (art.
473.o do CC). O enriquecimento sem causa há uma obrigação de restituir, fundada no enriquecimento sem causa legítima, e o
enriquecimento de um não deve ser à custa do empobrecimento de outrem. Obrigação em causa não pode exceder o montante do
locupletamento. É o exemplo de o recebimento duma prestação por causa que deixou de existir.Distinga os regimes entre
responsabilidade contratual e extracontratual. (pag.517) resposta: A responsabilidade contratual, ilícito civil contratual, consiste na
violação de uma relação obrigacional ou direito de crédito entre o lesante e o ofendido, art.798 e ss CC, ao passo que, a responsabilidade
civil extracontratual, ilícito civil extracontratual, resulta da infração de deveres gerais de abstenção impostos a todas as pessoas,
apelidados de direitos absolutos, art.483 e ss do CC.Os regimes da responsabilidade contratual e extracontratual são semelhantes,
todavia, existe diferenças. Na responsabilidade extracontratual é ao lesado que incumbe provar a culpa do autor da lesão, art.487nº1 CC,
por sua vez, na responsabilidade contratual é ao devedor que incumbe provar que a falta de cumprimento não é de sua culpa, art.799 nº
CC. A ação destinada a exigir o cumprimento de obrigações é proposta no tribunal do domicílio do réu-devedor; a ação destinada a
efetivar a responsabilidade civil por facto ilícito ou pelo risco é proposta no tribunal do lugar onde o facto se deu.Presume-se a culpa na
responsabilidade contratual, art. 799.o, n.o 1 do CC) por regra não na responsabilidade extracontratual (art. 487.°, n.° 1);
Na prescrição, quanto à responsabilidade extracontratual temos um prazo de 3  anos(art. 498.o do CC), ao passo que, na responsabilidade
contratual existe um prazo de 20 anos (art. 309.9 do CC).
Alguns artigos, arts. 483.0 ss. do Cód. Civil, podem aplicar-se em ambas as formas de responsabilidade (ex.: arts. 483.°, 485., n.°
2,486.°, 487.° 2, 488.', ...). A obrigação de indemnização, aplica-se quer à responsabilidade contratual, quer à responsabilidade
extracontratual e consta dos arts. 562.o ss., al. e).Indique os fatores que influenciaram na responsabilidade direta do estado. (pag. 520)
resposta: os particulares usados não podiam ser ressarcidos dos danos por causa de atos ilegais dos funcionários no caso destes serem
insolventes. Por outro lado, os funcionários não eram suficientemente e eficientes porque tinham receio do cometer qualquer ilegalidade
pelas quais responderiam perante os particulares. O segundo fator é o crescente intervencionismo do estado nos planos económicos,
sociais e culturais. O terceiro é a influência do princípio do estado de direito e da teoria dos direitos subjetivos públicos. Por fim temos a
teoria orgânica do estado que permitiu imputação às entidades públicas dos atos ilegalmente praticados pelos titulares dos órgãos e
agentes.O que entende por responsabilidade civil da administração publica contratual, extracontratual, responsabilidade subjetiva, culpa
funcional e responsabilidade objetiva?
A responsabilidade civil extracontratual corresponde ao exercício da função administrativa relativamente a ações e omissões adotadas no
exercício de prerrogativas de poder público ou reguladas por normas de direito administrativo, podendo ser originada pela atividade do
órgão administrativo segundo o direito privado ou pela atividade do órgão administrativo segundo o direito administrativo.
Responsabilidade contratual- dá-se a quando a obrigação deriva diretamente, de uma relação jurídica criada pelas partes contratantes,
dirigida para o efeito exato de produzir aquele vinculo obrigacional, ou pelo teor da lei que crie vinculo preexistente entre elas.A
responsabilidade decorre de uma relação jurídica obrigacional existente, o dano configura-se em decorrência da celebração ou da
execução de um contrato. As partes contratantes tornam-se responsáveis por cumprir as obrigações que convencionaram. Tomemos o
exemplo de o município de Portimão ter um contrato com o empreiteiro e não pagar as obrigações decorrentes deste ou então um
incumprimento de alguma clausula de um determinado contrato, estamos perante a violação de uma relação obrigacional o direito de
crédito entre lesante e o ofendido.Culpa funcional- deriva do direto tipificado que os cidadãos possuem a um funcionamento eficiente dos
serviços públicos. Concluindo nesta via que esta culpa se funda aquando o mau funcionamento dos serviços públicos, à falta de eficiência
dos serviços públicos.Tomemos o exemplo, da linha telefónica, saúde 24 que nem sempre funciona segundo o expectável, as vezes não
atendem o cidadão, conforme o apreço, os cidadãos têm de ter serviços públicos eficientes e aqui podemos ter a distinção de falta de
serviço em que se pode identificar um culpado e a falta do serviço que se funda numa culpa abstrata pelo mau funcionamento da
organização.Responsabilidade subjetiva- constitui-se aquando sobre um determinado agente recai um juízo de censura sobre um
determinado comportamento/conduta causador/causadora de dano, podendo a ser presumida a culpa.
Responsabilidade objetiva- não assenta na reprovação de uma conduta/comportamento, deduz-se do ponto de vista de quem goza
especiais vantagens em certas atividades ou utiliza instrumentos especialmente perigosos deve responder pelos respetivos prejuízos. Esta
responsabilidade, que não valoriza a censura, pode ser responsabilidade pelo risco, determinada atividade provocou danos em terceiros, e
responsabilidade por factos ilícitos, não sendo alvo de indeminização nem todos os danos ocorrentes, prevendo a lei a especialidade e
anormalidade. O que entende e de exemplos de indemnização pelo sacrifício?A indemnização pelo sacrifício, prevista no art. 16 da lei
67/2007 de 31 de dezembro, consiste no estado e demais pessoas coletivas públicas indemnizar os particulares se por razões de interesse
Público eles impuserem encargos ou danos especiais e anormais. O cálculo da indeminização deve atender ao grau de afetação do
conteúdo substancial do direito ou interesse violado ou sacrificado. Tomemos os exemplos os danos resultantes de vacinações
obrigatórias, alteração de planos económicos, suspender por razões veterinárias, danos ambientais por motivo da coincineração de
resíduos industriais, instalação de zonas pedonais sem trânsito automóvel nos centros urbanos, construção e obras de um novo aeroporto
na medida em que a fé tem significativamente a qualidade devido dos moradores ou comerciantes.

Classificação quanto aos sujeitos.


Podem existir contratos administrativos entre entidades públicas e particulares, entre entidades públicas, e entre entidades particulares.
Os primeiros são o caso mais vulgar, podendo exemplificar-se com os contratos de empreitada e concessão. Podem ocorrer contratos
entre entidades públicas, por exemplo, entre o Estado e um município, entre dois ou vários municípios, entre município e freguesia, etc.
Como contratos administrativos entre particulares, podemos citar a subconcessão. Nos contratos de subordinação, a Administração
dirige, fiscaliza e sanciona (exemplos: contratos de concessão, de empreitada, de provimento).
Nos contratos de cooperação, as partes cooperam numa relação de igualdade jurídica (exemplo: contratos de desenvolvimento, de
investimento). 
Contratos de colaboração e de atribuição.Nos contratos de colaboração, o essencial é a prestação do cocontratante da Administração.No
contrato de colaboração uma das partes vai colaborar com a Administração no exercício duma atribuição administrativa, durante um
certo prazo e mediante remuneração (exemplo: concessão de serviços públicos).
nos contratos de atribuição, a parte essencial do contrato é a prestação da Administração. No contrato de atribuição, confere-se ao
cocontratante da Administração uma vantagem sendo esta uma contrapartida para a realização dum certo interesse público (exemplo:
contrato de urbanização).
Os contratos típicos são os previstos e definidos na lei. Exemplos: empretada de obras públicas, concessão de obras públicas.
Os contratos atípicos não são caracterizados pela lei, podendo ser configurados pela Administração de acordo com a sua autonomia
contratual pública (exemplos: contratos de investimento, de fomento).

Em relação aos procedimentos pré-contratuais, o CCP procede a uma redução do seu número e da sua diversidade, uniformizando a
nomenclatura e regras procedimentais aplicáveis. Concretamente, prevêem-se apenas os seguintes procedimentos: ajuste directo,
negociação com publicação prévia de anúncio, concurso público, concurso limitado por prévia qualificação e diálogo concorrencial.
Eliminam-se, desta forma, os procedimentos que se revelam menos consentâneos com a concorrência ou cujas diferenças em face dos
demais não justificariam, apesar disso, a respectiva autonomização (nomeadamente o concurso limitado sem apresentação de
candidaturas ou sem publicação de anúncio, a negociação sem publicação prévia de anúncio e a consulta prévia).
Por outro lado, o CCP revê em alta os limites relativos ao valor do contrato em função do procedimento pré-contratual adoptado.
Considera-se estratégico pôr fim à actual banalização dos procedimentos de tramitação mais pesada e complexa (designadamente o
concurso público e o concurso limitado). Para efeitos da determinação do valor do contrato, consagra- se um sistema que impeça as
actuais disfunções relacionadas com o método assente nas estimativas (que só excepcionalmente é permitido). Assim sendo, afirma-se a
regra de que a escolha do procedimento condiciona o valor do contrato a celebrar - entendido este último como o valor máximo do
benefício económico que, em função do procedimento adoptado, pode ser obtido pelo adjudicatário com a execução de todas as
prestações que constituem o objecto contratual. Relativamente à escolha dos procedimentos em função de critérios materiais, o legislador
nacional surge à partida condicionado pelas directivas comunitárias - pelo menos acima dos limiares por elas previstos e para os
contratos a elas sujeitos - restando, por isso, uma reduzida margem de opção legislativa. Adicionalmente, foram criadas regras especiais
para a escolha do procedimento em função do tipo de contrato a celebrar ou da respectiva entidade adjudicante.
O presente Código introduz uma maior exigência ao nível da qualificação dos candidatos, em sede de concurso limitado e de
procedimento de negociação, criando dois modelos de qualificação: (i) o modelo simples, que corresponde à verificação do
preenchimento de requisitos mínimos de capacidade técnica e de capacidade financeira fixados no programa do procedimento; e (ii) o
modelo complexo, que assenta num sistema de selecção de um número pré-definido de candidatos qualificados segundo o critério da
maior capacidade técnica e financeira, através da utilização de um rigoroso modelo de avaliação das respectivas candidaturas. Ambos os
modelos de qualificação garantem uma verdadeira e própria avaliação das capacidades técnica e financeira dos candidatos, implicando a
emissão de um juízo valorativo sobre as mesmas - não se bastando apenas, como actualmente, com uma mera verificação documental.
O CCP versa ainda, com inovação e rigor, sobre as regras essenciais atinentes à metodologia de avaliação das propostas. Trata-se, como é
sabido, de uma vertente crucial no domínio da formação dos contratos públicos. Na verdade, os factores que densificam o critério de
adjudicação constituem a pedra angular de qualquer programa de concurso, pelo que a sua enunciação e publicitação reveste-se de
inegável importância, tanto para os concorrentes (que com base em tais factores delinearão, de uma forma ou de outra, a respectiva
estratégia e apresentarão, de um modo ou de outro, os seus argumentos concursais) quanto para a entidade adjudicante (posto que é à luz
desses factores que se há-de evidenciar a proposta economicamente mais vantajosa na óptica do interesse prosseguido).
Do exposto resultam duas preocupações conexas a que o CCP procura dar resposta cabal: (i) por um lado, é imperioso

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