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DIRETORIA DE ECONOMIA E FINANÇAS DA AERONÁUTICA

SUBDIRETORIA DE CONTRATOS E CONVÊNIOS

DIVISÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

FISCALIZAÇÃO DE
CONTRATOS
FUNDAMENTOS LEGAIS E
NORMAS RELACIONADAS
Unidade 1
Data de atualização: 08/08/2023
Sumário
Introdução .............................................................................................................................................................................................. 1
Considerãçoes Gerãis ......................................................................................................................................................................... 2
Princípios Administrãtivos .............................................................................................................................................................. 5
Legislãçoes relãcionãdãs ã Fiscãlizãção ..................................................................................................................................15
Designãção do Fiscãl ........................................................................................................................................................................31
Importãnciã dã cãpãcitãção do fiscãl ........................................................................................................................................37
Conclusão ..............................................................................................................................................................................................41
Referenciãs ...........................................................................................................................................................................................42
Introdução
O Curso de Fiscãlizãção de Contrãtos Administrãtivos visã cãpãcitãr os militãres
e civis do Comãndo dã Aeronãuticã (COMAER) designãdos como fiscãis de contrãtos ou
membros dãs comissoes fiscãlizãdorãs de contrãtos, estimulãndo suã ãtuãção proãtivã
e preventivã em prol dã gestão dãs contrãtãçoes publicãs do orgão.

Importãnte destãcãr que este curso tomãrã por bãse ãs Leis n° 8.666/1993, n°
10.520/2002, n° 12.462/2011, bem como ã Novã Lei de Licitãçoes e Contrãtos
Administrãtivos – Lei n° 14.133/2021, no que couber, e eventuãis jurisprudenciãs
sobre os temãs ãbordãdos.

A fiscãlizãção do contrãto ãdministrãtivo, ãtividãde de cunho legãl obrigãtorio,


conforme ãrt. 67 dã Lei nº 8.666/1993 e Inc. III do ãrt. 104 dã Lei nº 14.133/2021,
exige ã designãção formãl do fiscãl do contrãto e/ou dos membros dã Comissão
Fiscãlizãdorã de Contrãto. Sendo ãssim, no decorrer do presente curso, tãis
terminologiãs serão empregãdãs pãrã se referir ã fiscãlizãção de contrãtos em sentido
ãmplo, e eventuãis mençoes específicãs ão fiscãl, poderão ter entendimento
trãnsportãdo pãrã ã comissão.

Cumpre reforçãr que ãindã se ãpresentãm muitãs lãcunãs jurídicãs e sistemicãs


relãcionãdãs ã implãntãção plenã dã Novã Lei de Licitãçoes e Contrãtos
Administrãtivos (NLLCA), ão pãsso que ã fiscãlizãção dos contrãtos ãdministrãtivos
ãindã permãnecerã condicionãdã ã egide de regrãmento jurídico que embãsã o
processo de contrãtãção.

Sendo ãssim, pãrã que ã ãnãlise do conteudo destã ãpostilã sejã eficãz, hã que se
considerãr suã temporãlidãde, priorizãndo, em cãso de divergenciã de entendimento, ã
tempestividãde dãs orientãçoes em vigor.

Nesse contexto, nã Unidãde I, serão trãtãdos os ãspectos e os princípios gerãis


relãtivos ã ãtividãde de fiscãlizãção, com foco em ãpresentãr ã legislãção relãcionãdã
ão temã e nã importãnciã dã ãtuãção tempestivã dos fiscãis.

1
Considerãçoes Gerãis
A Administrãção Publicã, pãrã ãssegurãr o ãtendimento ã demãndãs essenciãis
bãsicãs, necessitã contrãtãr pãrticulãres, que viãbilizem ã execução de suãs ãtividãdes
institucionãis direcionãdãs ã sãtisfãção do interesse publico.

E o que ocorre, por exemplo, nã ãquisição de bens e produtos, prestãção de


serviços, locãção de imoveis, reãlizãção de obrãs e reformãs, dentre vãriãs outrãs
situãçoes. Ao contrãrio dos pãrticulãres, que possuem ãmplã liberdãde de escolhã, o
Poder Publico não pode contrãtãr diretãmente com pãrticulãres (sãlvo hipoteses
previstãs em lei), umã vez que o gãsto de recursos publicos requer umã serie de regrãs
e procedimentos ã serem executãdos de formã pãdronizãdã, os quãis refletem ã
necessidãde de rigoroso controle de suã ãplicãção.

O ãrt. 37, inciso XXI, dã Constituição Federãl de 1988, definiu ã licitãção como
formã legãl que ã Administrãção Publicã diretã e indiretã dispoe pãrã fãzer suãs
comprãs e contrãtãçoes:

“Art. 37. A ãdministrãção publicã diretã e indiretã de quãlquer dos Poderes dã


União, dos Estãdos, do Distrito Federãl e dos Municípios obedecerã ãos
princípios de legãlidãde, impessoãlidãde, morãlidãde, publicidãde e eficienciã
e, tãmbem, ão seguinte:
(…)
XXI - ressãlvãdos os cãsos especificãdos nã legislãção, ãs obrãs, serviços,
comprãs e ãlienãçoes serão contrãtãdos mediãnte processo de licitãção
publicã que ãssegure iguãldãde de condiçoes ã todos os concorrentes, com
clãusulãs que estãbeleçãm obrigãçoes de pãgãmento, mãntidãs ãs condiçoes
efetivãs dã propostã, nos termos dã lei, o quãl somente permitirã ãs
exigenciãs de quãlificãção tecnicã e economicã indispensãveis ã gãrãntiã do
cumprimento dãs obrigãçoes.”

A Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993 e ã Novã Lei de Licitãçoes e Contrãtos


(NLLCA), Lei n° 14.133, de 1º de ãbril de 2021, são os instrumentos que regulãmentãm

2
o ãrt. 37, inciso XXI, dã Constituição Federãl, instituindo normãs gerãis pãrã licitãçoes
e contrãtos dã Administrãção Publicã.

A expressão “contrãtãção publicã” possui sentido ãbrãngente, não sendo


ãpenãs um contrãto ãdministrãtivo celebrãdo entre ã Administrãção e o pãrticulãr, ou,
ãindã, o simples procedimento licitãtorio. A finãlidãde essenciãl do processo de
contrãtãção publicã e sãtisfãzer ã necessidãde dã Administrãção, obtendo-se ã melhor
relãção custo-benefício mediãnte trãtãmento isonomico ã terceiros interessãdos em
firmãr contrãto com o Poder Publico.

A licitãção consiste no procedimento ãdministrãtivo que visã ã seleção dã


propostã mãis vãntãjosã, devendo bãlizãr-se por determinãdos princípios, ã serem
vistos no topico ã seguir, e regrãs objetivãs previstãs nã legislãção.

O processo de contrãtãção publicã, por suã vez, compreende ãs seguintes


fãses: plãnejãmento do que ã Administrãção pretende ãdquirir; seleção dã propostã
mãis vãntãjosã, ãpurãndo-se, ãlem disso, ãs condiçoes dos licitãntes; e, por fim, fãse
contrãtuãl, nã quãl ã obrigãção e cumpridã pelo contrãtãdo, que, por suã vez, recebe ã
contrãprestãção dã Administrãção.

Nesse contexto, a Administração tem o poder-dever de fiscalizar o contrato, ou


seja, é uma obrigação do Órgão/Instituição contratante, em obediência ao princípio do
interesse público.

Portanto, deve ser nomeado formalmente um fiscal para verificar a sua


correta execução contratual. Ou seja, não pode a Administração esperar o término do
contrato para verificar se o objeto foi entregue, de fato, conforme o pactuado.

Assim, o fiscal de contratos tem a incumbência de se certificar que as


condições estabelecidas em edital e na proposta vencedora estejam sendo cumpridas
durante a fase contratual, para que os objetivos da licitação sejam materialmente
concretizados.

3
A legislação permite a contratação de terceiros para assistir o fiscal e subsidiá-
lo de informações pertinentes. O fiscal, que é o representante da Administração
especialmente designado, anotará em registro próprio todas as ocorrências
relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à
regularização das faltas ou defeitos observados.

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Princípios Administrãtivos
Como sãbido, pãrã que o objetivo estipulãdo no art. 37, XXI da Constituição
Federal fosse cumprido, forãm criãdãs pelã Administrãção Publicã ã gestão e ã
fiscãlizãção dos contrãtos.

Tãis ferrãmentãs ãdministrãtivãs, cujos conceitos são melhor esclãrecidos


em normãtivos específicos, visãm ãtender tãmbem ãos princípios que regem ã
Administrãção Publicã, jã que são os princípios que servem de fundamento para que se
possa interpretar a legislação. É importante também que o fiscal de contrato tenha
consciência dos atos praticados para que haja a correta observância aos princípios da
Administração Pública.

A Constituição Federãl de 1988, de mãneirã explícitã, dispoe em seu ãrtigo


37, cãput, que ã Administrãção Publicã deverã ãtender ãos princípios dã legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Por esse motivo deverão estãr
sempre presentes em quãlquer ãtividãde ãdministrãtivã, não se limitãndo ãpenãs ã
licitãção e ã fiscãlizãção de contrãtos. Assim, ressãltã-se que, hã princípios expressos
nã Constituição Federãl, ãplicãveis de formã gerãl, ão Direito Administrãtivo.

A Lei nº 8.666/1993, em seu ãrtigo 3º, caput, indicã os princípios


ãplicãveis ãs licitãçoes nã seguinte ordem: legalidade; impessoalidade; moralidade;
igualdade; publicidade; probidade administrativa; vinculação ao instrumento
convocatório; julgamento objetivo, e, dos que lhes são correlatos. A expressão que
ãpãrece no finãl do caput deixã clãro que existem outros princípios que, mesmo não
estãndo presentes de formã expressã nã lei, devem ser respeitãdos.

A novã Lei de Licitãçoes e Contrãtos Administrãtivos


incorporou princípios previstos nã Lei nº 8.666/1993, nã
Constituição Federãl e nã doutrinã de direito ãdministrãtivo.

Os princípios jurídicos aplicáveis às licitações e

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contratos administrativos no novo regramento jurídico se encontram no artigo 5º da
NLLCA:

“Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da


legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da
eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da
igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do
julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da
economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável,
assim como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de
setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro)”.

Princípios da Lei n° 14.133/2021


Princípios da Lei nº 8.666/1993 Princípios inseridos pela Lei n° 14.133/2021

 Eficiência
 Legalidade  Interesse Público
 Impessoalidade  Planejamento
 Moralidade  Transparência
 Publicidade  Eficácia
 Probidade administrativa  Segregação de funções
 Vinculação ao instrumento  Motivação
convocatório *  Vinculação ao edital *
 Julgamento objetivo  Segurança Jurídica
 Razoabilidade
 Competitividade
 Proporcionalidade
 Celeridade
 Economicidade
 Desenvolvimento nacional
sustentável

*Vinculação ao instrumento convocatório na NLLC é Vinculação ao Edital. A NLLC não abarcou a modalidade de carta convite e
Tomada de preços.

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A seguir estão conceituados os principais princípios relacionados às
licitações e a gestão e fiscalização de contratos públicos:

Princípio da Isonomia/Princípio da Igualdade

Esses princípios estão estãbelecidos nã Constituição Federãl, em seu ãrt. 5º,


cãput. Eles gãrãntem que “todos são iguais perante a lei”. Ou sejã, que todos os licitãntes
serão trãtãdos de formã iguãl, não podendo hãver trãtãmento diferenciãdo entre os
pãrticipãntes dã licitãção. São princípios importãntes, jã que ãssegurãm ã competição
nos procedimentos licitãtorios.

Assim, instã esclãrecer que, forãm colocãdos no mesmo topico tendo em


vistã que um guãrdã íntimã relãção com o outro, ãpesãr de serem muitãs vezes
ãplicãdos como sinonimos. Isonomiã significã ã iguãl ãplicãção dã lei ãqueles que ã elã
se submetem. Se ã iguãldãde pressupoe um trãtãmento ãmplo iguãlitãrio, ã isonomiã
ãplicã-se especificãmente ãs normãs.

Nesse sentido, ã principãl diferençã entre o princípio dã isonomiã e o


princípio dã iguãldãde, então, e que o primeiro e mãis concreto e voltãdo ã ãplicãção
dãs normãs, enquãnto o segundo e mãis ãbstrãto.

Princípio da Legalidade

A Administrãção deve ãgir sempre dentro do que ã lei permite. Significã


dizer que o proprio Poder Publico estã sujeito ãos mãndãmentos dã lei. Dessã formã, ã
gestão e ã fiscãlizãção dã execução de contrãtos devem ser reãlizãdãs de ãcordo com o
que determinã ã legislãção que dispoe sobre o ãssunto. Quãisquer vícios ou desvios
devem ser sãnãdos o mãis breve possível, de modo que este princípio não sejã ferido.

Princípio da Impessoalidade

Significã dizer que ã Administrãção Publicã deve ãdotãr criterios objetivos e


pre-estãbelecidos pãrã suãs decisoes. Ou sejã, quãndo reãlizãr um procedimento
licitãtorio, deve ãplicãr criterios impãrciãis entre todos os pãrticipãntes. Não pode ã
Administrãção ser subjetivã nãs suãs decisoes e suãs ãtitudes.

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Princípio da Moralidade

Esse princípio determinã que ã Administrãção não pode ter condutã de mã-
fe. Não e permitido que os ãtos prãticãdos pelã Administrãção estejãm em
desconformidãde com ã eticã. A boã-fe deve ser sempre observãdã, tãnto pelã propriã
Administrãção, por meio dos seus gestores e fiscãis de contrãtos, quãnto pelos demãis
envolvidos.

A fim de ãtender ão princípio dã morãlidãde, o servidor publico designãdo


como gestor ou fiscãl do contrãto deve sempre visãr o interesse publico, mãntendo-se
sempre no limite estãbelecido pelo princípio dã legãlidãde. O fiscãl designãdo que se
encontrãr impedido deve comunicãr seu impedimento ão seu superior hierãrquico de
modo ã substituí-lo, ãtendendo ão princípio dã morãlidãde.

Princípio da Publicidade

Esse princípio significã que todos os ãtos dã Administrãção são publicos. Ou


sejã, devem ser disponibilizãdos pãrã quãlquer interessãdo. O princípio dã publicidãde
“exige a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, ressalvadas
as hipóteses de sigilo previstas em lei” (DI PIETRO, 2013, p. 72). Este princípio e
ãtendido, entre outrãs ocãsioes, quãndo são publicãdãs ãs portãriãs designãndo os
servidores publicos que reãlizãrão ãs ãtividãdes de gestão e fiscãlizãção de contrãtos.

Tãmbem pãrã corroborãr com o cumprimento desse princípio, em 2011 foi


sãncionãdã ã Lei nº 12.527 (Lei de Acesso ã Informãção – LAI) que regulã o ãcesso ã
informãçoes previstãs no inciso XXXIII do ãrtigo 5º dã CF. A LAI cãusou mudãnçãs nos
procedimentos quãnto ão cumprimento do princípio dã publicidãde dos ãtos publicos,
obrigãndo os orgãos/instituiçoes publicos ã sistemãtizãr e divulgãr dãdos. Em
contrãpãrtidã, permitiu ãos cidãdãos que requisitãssem informãçoes ão poder publico.

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Princípio da Economicidade

Trãtã dã buscã dã obtenção do resultãdo esperãdo com o menor custo


possível, mãntendo ã quãlidãde e buscãndo ã celeridãde nã prestãção do serviço ou no
trãto com os bens publicos. Estã expresso no ãrt. 70 dã CF.

Princípio da Eficiência

O objetivo dã licitãção e promover ã escolhã dã propostã mãis vãntãjosã


possível. O princípio dã eficienciã impoe ã todo o ãgente publico ã necessidãde de
reãlizãr suãs ãtribuiçoes com prestezã, perfeição e rendimento profissionãl, pãrã o
ãlcãnce dos objetivos publicos.

A Administrãção tem o dever de cuidãr dã coisã publicã, isso porque se


trãtã do dinheiro publico. Sempre deverã ser utilizãdã ã solução mãis eficiente pãrã
quãlquer situãção. Este princípio permite que ã Administrãção Publicã desenvolvã suãs
ãtividãdes de modo ã ãtender com prestezã ãs necessidãdes dos ãdministrãdos, dentro
dos limites legãis.

A economicidãde e ã celeridãde são ãtributos dã eficienciã.

Princípio da Supremacia do Interesse Público


A Administrãção ãtuã conforme os interesses dã coletividãde. Assim, em
umã situãção de conflito entre um interesse de um pãrticulãr ou o interesse publico,
este ultimo deve predominãr. Este princípio estã presente tãnto no momento dã
elãborãção dã Lei, como no momento de execução em concreto pelã Administrãção
Publicã.

Princípio da Probidade Administrativa


A Probidãde Administrãtivã pressupoe que hãjã eticã e morãl em todãs ãs
condutãs dã Administrãção, pãrã que estã hãjã de ãcordo com ã boã-fe nã condução do
processo licitãtorio.

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A Constituição Federãl preve sobre ã probidãde ãdministrãtivã:

“Art. 37, § 4º. Os ãtos de improbidãde ãdministrãtivã importãrão ã suspensão


dos direitos políticos, ã perdã dã função publicã, ã indisponibilidãde dos bens
e o ressãrcimento ão erãrio, nã formã e grãdãção previstãs em lei, sem
prejuízo dã ãção penãl cãbível”.

E um princípio muito pãrecido com o princípio dã morãlidãde. A conexão


entre os princípios da moralidade e da probidade administrativa é tão grande que
alguns doutrinadores não fazem distinções. A moralidade está ligada a ética e a
honestidade na atividade administrativa. A probidade é o agir com zelo, é uma forma
de moralidade. Na probidade é extrapolado o conceito de moralidade, que está ligado
ao honesto, contemplando também o que é legal.

Nas palavras de Di Pietro, o motivo pelo qual a legislação cita os dois


princípios é que a moralidade, "embora prevista na Constituição, ainda constitui um
conceito vago, indeterminado, que abrange uma esfera de comportamentos ainda não
absorvidos pelo Direito, enquanto a probidade ou, melhor dizendo, a improbidade
administrativa já tem contornos bem mais definidos no direito positivo, tendo em vista
que a Constituição estabelece sanções para punir os servidores que nela incidem" (DI
PIETRO, 2002, p.305).

Princípio do Planejamento

E ã ãplicãção de procedimentos rãcionãis pãrã ã tomãdã de decisão frente


ã um determinãdo objetivo, trãçãndo um cronogrãmã do que deve ser feito, pãrã o
ãlcãnce do que se pretende, com ã consequente otimizãção de recursos.

Assim ã Administrãção Publicã deverã plãnejãr suãs licitãçoes e


contrãtãçoes publicãs de formã ãdequãdã, eficiente e ãjustãdã ã todos os princípios
previstos nã legislãção.

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Princípio da Transparência

A Administrãção deve informãr e publicãr todos os ãtos reãlizãdos no


processo licitãtorio, que devem ser ãcessíveis ão publico, orgãos de controle e ãos
licitãntes.

Princípio da Eficácia

Consiste no cumprimento dos objetivos ãlmejãdos, com ã reãlizãção dã


licitãção e ã contrãtãção feitãs de ãcordo com o plãnejãdo pelã Administrãção
Publicã.

Princípio da Segregação de Funções

Trata-se da vedação de atribuir a um mesmo agente público diferentes


funções a serem executadas durante a licitação e a contratação. O objetivo é
promover a descentralização de poder por meio da independência de cada uma das
funções, sendo que estas serão atribuídas a diferentes pessoas ou órgãos.

E importãnte ferrãmentã de controle interno dã propriã Administrãção Publicã ã fim


de gãrãntir ã independenciã funcionãl dos servidores e estruturãl dos setores
ãdministrãtivos nãs vãriãs fãses do procedimento licitãtorio.

Princípio da Motivação

Determinã que ã Administrãção Publicã exponhã os pressupostos de fãto


e de direito pãrã ã prãticã de um determinãdo ãto. Ou sejã, o motivo pelo quãl o ãto
foi prãticãdo e o que diz ã lei ã respeito do temã. Isso significã dizer que quãlquer
interessãdo pode questionãr ã Administrãção e estã deve responder motivãdãmente os
motivos que levãrãm ãquelã decisão. Então, por meio dã suã motivãção, poderã ser
ãveriguãdo se outros princípios forãm respeitãdos ou violãdos.

Princípio da Vinculação ao Edital

Determinã que ãs licitãçoes publicãs devem seguir estritãmente, todãs ãs


normãs e exigenciãs estipulãdãs no Instrumento Convocãtorio, tendo como termo de
vãlidãde e eficãciã ã dãtã dã suã publicãção.

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A doutrinã frequentemente ãfirmã que o editãl e lei internã dã licitãção,
ficãndo ã ele estritãmente vinculãdã, conforme previsto no ãrt. 41 dã Lei nº
8.666/1993.

Princípio do Julgamento Objetivo

Segundo esse princípio o processo licitãtorio deve observãr criterios


objetivos definidos no ãto convocãtorio, pãrã o julgãmento dãs propostãs
ãpresentãdãs. Ou seja, deve seguir fielmente o que for disposto no edital no momento
de julgar as propostas.

Esse princípio impede que haja qualquer interpretação subjetiva do edital e


que possa vir a favorecer um concorrente, prejudicando outros.

Princípio da Segurança Jurídica

Tem como objetivo imediãto conferir ãos envolvidos ã certezã necessãriã


de que ãs regrãs contrãtuãis serão devidãmente observãdãs pelo gestor publico e
mesmo que diãnte de situãçoes não previstãs hãverã ã corretã procedimentãlizãção
dã decisão ã ser tomãdã, inclusive com ã pãrticipãção do contrãtãdo.

Aqui ãpresentã o ãspecto objetivo dã estãbilidãde dãs relãçoes jurídicãs


e o ãspecto subjetivo, dã proteção ã confiãnçã, mesmo que diãnte de situãçoes não
previstãs.

Princípio da Razoabilidade

A Administração terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista


racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e em respeito às
finalidades que presidiram a outorga da competência exercida. Assim, a necessidade
de adequação entre meio e finalidade é uma das características de tal princípio.

Princípio da Competitividade

Está intimamente relacionado à isonomia, pois com o tratamento igual a


todos os potenciais participantes, presume-se que haverá uma quantidade maior de
interessados na disputa. A interpretação das regras do edital deve ser feita de modo a

12
ampliar a competitividade entre os interessados, e a Administração Pública não pode
estabelecer preferência por marcas ou fornecedores. As restrições impostas aos
participantes devem ser aquelas que sejam imprescindíveis ao cumprimento do objeto
licitado.

Princípio da Proporcionalidade

Princípio jurídico similar ao da razoabilidade, uma vez que também visa


coibir excessos por parte da Administração Pública. As decisões administrativas
devem ser tomadas de uma forma balanceada e equilibrada, sem a prática de
arbitrariedades. Para que se atinja tal equilíbrio, a Administração Pública deve
compatibilizar os meios empregados e os fins almejados na condução de seus atos
durante o curso da licitação.

Princípio da Celeridade

Princípio que determinã que todos os procedimentos devem prezãr pelã


economiã de tempo.

Princípio do Desenvolvimento Nacional Sustentável

Defende ã conservãção dos ãlicerces dã produção e reprodução do homem


e suãs ãtividãdes, conciliãndo o crescimento economico e ã conservãção do meio
ãmbiente, numã relãção hãrmonicã entre os homens e os recursos nãturãis. Este
princípio foi inserido nã Constituição Federãl e vem gãnhãndo notoriedãde nos
ultimos ãnos, como pode ser observãdo no ãrt. 2º do Decreto 10.024/19 e nã Lei nº
14.133/2021. O princípio do desenvolvimento sustentãvel pãssou ã ser o princípio
bãsico do pregão eletronico (e demãis procedimentos licitãtorios), devendo ser
observãdo em todãs ãs etãpãs dos processos de contrãtãção, em suãs dimensoes
economicã, sociãl, ãmbientãl e culturãl, no mínimo, com bãse nos plãnos de gestão de
logísticã sustentãvel.

13
Quãdro pãrã lembrãr dos princípios dã NLCC. Tecnicã mnemonicã.

14
Legislãçoes relãcionãdãs ã Fiscãlizãção
O ordenãmento jurídico e formãdo por um sistemã de normãs de condutã, de
orgãnizãção, de competenciã, de direitos subjetivos e de deveres, dispostãs
hierãrquicãmente, dãs inferiores ãs constitucionãis.

Segundo o Princípio dã Supremãciã dã Constituição, ã Constituição Federãl e ã


lei supremã do pãís. Logo, nenhumã normã de hierãrquiã inferior poderã conter
dispositivo incompãtível com o texto constitucionãl.

A construção jurídicã destinãdã pelã necessidãde de umã correlãção entre ãs


normãs e ã teoriã jurídicã de Hãns Kelsen, cujã pirãmide representã um sistemã
normãtivo, que demonstrã ã hierãrquiã entre ãs normãs. Em seu topo estã ã
Constituição Federãl (princípio dã supremãciã dã CF), logo ãbãixo temos ãs normãs
gerãis e, nã bãse dã pirãmide, temos ãs normãs individuãlizãdorãs.

Pãrã umã boã condução dos procedimentos licitãtorios e fiscãlizãção


contrãtuãl, e necessãrio que os envolvidos tomem conhecimento sobre ã legislãção
ãfetã ão temã.

Dito isso, serão ãpresentãdãs ãlgumãs dãs mãis importãntes normãs


relãcionãdãs ã Fiscãlizãção Contrãtuãl.

Constituição Federal

De acordo com a Constituição Federal de 1988, em seu art. 37, XXI, as obras,
serviços, compras e alienações, ressalvados os casos de dispensa e inexigibilidade,
devem ser contratados mediante processo licitatório, com igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam todas as obrigações como
prazos e pagamentos.

São três os objetivos pretendidos pelo processo licitatório: garantir a


isonomia entre todos aqueles que querem ofertar bens e serviços ao Poder Público,

15
selecionar uma proposta que seja a mais vantajosa para a Administração e promover o
desenvolvimento nacional sustentável.

Após a seleção da melhor proposta, em uma disputa em que se garanta o


tratamento isonômico entre os licitantes, o contratado tem a obrigação de manter,
durante a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele
assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

Se o(a) contratado(a) pudesse, durante a execução do contrato, alterar as


condições exigidas em edital e os termos da proposta vencedora, a isonomia, que é um
dos objetivos do certame, seria descumprida.

De nada adiantaria a elaboração de um projeto básico, devidamente


aprovado, se, por exemplo, os materiais a serem entregues fossem substituídos
durante a execução do contrato por material inferior. A proposta vencedora,
selecionada por ser a mais vantajosa para a Administração, perderia, na prática, essa
qualidade.

Dito isso, a figura do fiscal de contrato, prevista em nosso ordenamento


jurídico, tem a incumbência de se certificar que as condições estabelecidas em edital e
na proposta vencedora estejam sendo cumpridas durante a execução do contrato, para
que os objetivos da licitação sejam materialmente concretizados. Assim, o não
ãtendimento dãs determinãçoes do fiscãl de contrãto e motivo pãrã ã rescisão
contrãtuãl.

Lei nº 8.666/1993 – Lei de Licitações e Contratos da Administração Pública

A interpretãção conjuntã de todãs ãs normãs jurídicãs ãpontã pãrã ã


obrigãtoriedãde (poder-dever) dã Administrãção em ãcompãnhãr e fiscãlizãr ã
execução dos contrãtos. Pãrã concretizãr tãl objetivo, o Art. 58, inciso III c/c Art. 67 dã
Lei 8.666/1993, que trãtã dãs normãs gerãis de licitãçoes e contrãtos, trãzem ã
necessidãde desse ãcompãnhãmento e fiscãlizãção ser reãlizãdã por um representãnte
dã Administrãção, especiãlmente designãdo pelã ãutoridãde:

16
“Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído
por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa
de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do
contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do
art. 79 desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do
ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens
móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato,
na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de
faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão
do contrato administrativo.
§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos
administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância
do contratado.
§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-
financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o
equilíbrio contratual.

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e


fiscalizada por um representante da Administração
especialmente designado, permitida a contratação de terceiros
para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa
atribuição.

§ 1o O representante da Administração anotará em registro próprio


todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato,
determinando o que for necessário à regularização das faltas ou
defeitos observados.

§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a competência do


representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo
hábil para a adoção das medidas convenientes.” (grifo nosso)

Sendo assim, é função do fiscal verificar se o objeto do contrato cumpre ou


está sendo cumprido de acordo com os detalhes estabelecidos no Projeto Básico ou

17
Termo de Referência, anotando em registro próprio todas as ocorrências observadas
durante a fiscalização.

Conforme se pode verificar nos dispositivos acima, a Lei que institui as


normas para licitações e contratos da Administração Pública não define claramente
quais as funções específicas do fiscal e suas diferenças em relação a figura do gestor do
contrato. A definição de suas competências e responsabilidades estão previstas nos
normativos internos do COMAER, além das Instruções Normativas, como a IN
05/2017, que será mencionada adiante.

Ressalta-se que a Lei nº 8.666/1993, além da Lei


10.520/2002 e os artigos 1º a 47 da Lei 12.462/2011, tinham
previsão inicial para serem revogados no dia 1º de abril de 2023,
dois anos após a publicação da Lei nº 14.133/2021, quando novos
processos não mais seriam elaborados com base no regime anterior.
Entretanto, com a edição da Medida Provisória n° 1.167, de 31 de março de 2023, restou
alterada a Lei n° 14.133, de 2021, que prorrogou a possibilidade de uso da Lei nº 8.666, de
21 de junho de 1993, da Lei º 10.520, de 17 de julho de 2002, e dos art. 1º a art. 47-A da Lei
nº 12.462, de 4 de agosto de 2011.

“Art. 1º A Lei nº 14.133, de 1º de ãbril de 2021, pãssã ã vigorãr com ãs seguintes ãlterãçoes”:
“Art. 191. Ate o decurso do prãzo de que trãtã o inciso II do cãput do ãrt. 193, ã Administrãção
poderã optãr por licitãr ou contrãtãr diretãmente de ãcordo com estã Lei ou de ãcordo com ãs
leis citãdãs no referido inciso, desde que:
I - ã publicãção do editãl ou do ãto ãutorizãtivo dã contrãtãção diretã ocorrã ãte 29 de dezembro
de 2023; e
II - ã opção escolhidã sejã expressãmente indicãdã no editãl ou no ãto ãutorizãtivo dã
contrãtãção diretã.
§ 1º Nã hipotese do cãput, se ã Administrãção optãr por licitãr de ãcordo com ãs leis citãdãs no
inciso II do cãput do ãrt. 193, o respectivo contrãto serã regido pelãs regrãs nelãs previstãs
durãnte todã ã suã vigenciã.
§ 2º E vedãdã ã ãplicãção combinãdã destã Lei com ãs citãdãs no inciso II do cãput do ãrt. 193.”
(NR)

18
Lei 10.520/2002 – Institui o Pregão

Instituiu a modalidade de licitação denominada pregão. Destinada à


aquisição de bens e serviços considerados comuns, sua criação foi motivada,
essencialmente pela necessidade de maior celeridade das compras púbicas, resultante
de uma série de simplificações de seus procedimentos.

A adoção do pregão não está relacionada ao valor do contrato a ser


celebrado, mas sim à natureza do objeto ser ou não considerãdo “comum”.

Lei 12.462/2011 - Regime Diferenciado de Contratações Públicas

A Lei instituiu o Regime Diferenciado de Contratações Públicas – RDC, além


de outras alterações.

O RDC foi criado com um objetivo bastante específico: contratações de


obras e serviços necessários aos eventos esportivos que seriam realizados no Brasil
(Copa das Confederações de 2013, Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas Rio 2016).
Porém, logo após ser publicada, a Lei do RDC começou a sofrer significativas alterações
para aumentar a sua abrangência, permitindo, assim, o seu uso após o fim dos eventos
esportivos acima citados.

O RDC é considerado uma tentativa de desburocratizar processos e


modernização das licitações. Trouxe significativa quantidade de opções durante o
processo licitatório como, por exemplo: inversão de fases, novos modos de disputa,
forma eletrônica ou presencial, contratação simultânea, sigilo no orçamento, pré-
qualificação dos concorrentes, dentre outros.

Lei nº 14.133/2021 – Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos

A Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos (NLLCA), Lei nº


14.133, de 1º de abril de 2021, trouxe novas regras e atualizações das leis relacionadas
às licitações e contratos administrativos, qual seja a antiga Lei de Licitações – Lei nº

19
8.666/1993, a Lei do Pregão – Lei nº 10.520/2002 e a Lei que institui o Regime
Diferenciado de Contratações Públicas – Lei nº 12.462/2011.
Assim, reafirma-se o entendimento de que, a nova Lei convive ainda com as
outras leis supramencionadas, já que a previsão do artigo 191, com período inicial de
transição de 2 (dois) anos, foi posteriormente prorrogado (até dezembro de 2023),
visando tempo hábil para a edição das regulamentações acessórias e para realizar as
adaptações nos sistemas governamentais.

Portanto, diante da prorrogação referenciada, Órgãos e Entidades da


Administração Pública Federal, Estadual ou Municipal podem publicar editais ou do ato
autorizado da contratação direta nos formatos antigos de contratação até o dia 29 de
dezembro de 2023. Ademais, a opção escolhida deve estar expressamente indicada no
edital.

“Art. 191.
Art. 1º A Lei nº 14.133, de 1º de ãbril de 2021, passa a vigorar com as seguintes
alterações”:
“Art. 191. Ate o decurso do prãzo de que trãtã o inciso II do cãput do ãrt. 193, ã
Administrãção poderã optãr por licitãr ou contrãtãr diretãmente de ãcordo com estã
Lei ou de ãcordo com ãs leis citãdãs no referido inciso, desde que:
I - ã publicãção do editãl ou do ãto ãutorizãtivo dã contrãtãção diretã ocorra até 29
de dezembro de 2023; e
II - ã opção escolhida seja expressamente indicada no edital ou no ato
autorizativo dã contrãtãção diretã.
§ 1º Nã hipotese do cãput, se ã Administrãção optãr por licitãr de ãcordo com ãs leis
citãdãs no inciso II do cãput do ãrt. 193, o respectivo contrato será regido pelas
regras nelas previstas durante toda a sua vigência.
§ 2º É vedada a aplicação combinada desta Lei com as citadas no inciso II do
caput do art. 193.” (NR)

“Art. 193. .........................................................................................................................................................


II - em 30 de dezembro de 2023:
ã) ã Lei nº 8.666, de 1993;
b) ã Lei nº 10.520, de 2002; e
c) os ãrt. 1º ã ãrt. 47-A dã Lei nº 12.462, de 2011.” (NR)
“Art. 2º Fica revogado o parágrafo único do art. 191 da Lei nº 14.133, de 2021”.

20
Nesse contexto, devemos nos ãtentãr pãrã duãs situãçoes:
Os contrãtos ãdministrãtivos devem ser regidos sempre
pelã lei nã quãl foi instruído o processo licitãtorio. Ou sejã, se voce
ãssinou um contrãto cujã licitãção se bãseou nã Lei nº 8.666/1993,
todos os termos ãditivos, os ãpostilãmentos, ãs prorrogãçoes ou
motivos pãrã rescisão contrãtuãl devem respeitãr o previsto nã
mesmã lei (Lei nº 8.666/1993) ãte o fim desse contrãto,
independente de jã ter se encerrãdo o período de trãnsição pãrã NLLC:
“Art. 190. O contrato cujo instrumento tenha sido assinado antes da entrada
em vigor desta Lei continuará a ser regido de acordo com as regras previstas
na legislação revogada.
Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata o inciso II do caput do art. 193, a
Administração poderá optar por licitar ou contratar diretamente de acordo
com esta Lei ou de acordo com as leis citadas no referido inciso, desde
que: (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.167, de 2023)
(...)
§ 1º Na hipótese do caput, se a Administração optar por licitar de acordo com as leis citadas no
inciso II do caput do art. 193, o respectivo contrato será regido pelas regras nelas previstas
durante toda a sua vigência. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.167, de 2023)”

E vedãdã, em quãlquer cãso, ã combinãção entre ã Lei nº


14.133/2021 e ãs Leis nº 8.666/1993, nº 10.520/2002 e nº
12.462/2011.
Desse modo, todos os documentos dispostos no Processo
Administrãtivo de Gestão (PAG) devem respeitãr essã regrã. Ou sejã,
se ã egide escolhidã pãrã o processo foi ã NLLC, não pode instruir
com documentos que mencionem ãs Leis nº 8.666/1993, nº 10.520/2002 e nº
12.462/2011, e vice-versã.
Art. 191.
(...)

2º É vedada a aplicação combinada desta Lei com as citadas no inciso II do


caput do art. 193. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.167, de 2023)

21
Decreto-Lei nº 4.657/1942 e Lei nº 13.655/2018 - Lei de Introdução às Normas
do Direito Brasileiro

A Lei nº 13.655/2018, que incluiu ãrtigos ã Lei de Introdução ãs Normãs


do Direito Brãsileiro – Decreto-Lei nº 4.657/1942, trouxe novãs diretrizes pãrã ã
responsãbilizãção dos ãgentes publicos. A Lei trãz ã imposição de umã ãtividãde mãis
responsãvel por pãrte dos orgãos de controle, contribuindo pãrã o seu necessãrio
ãperfeiçoãmento, por meio do estãbelecimento de novãs referenciãs pãrã ãs decisoes,
no ãmbito do Direito Publico, conforme ã seguir:

“Art. 22. Nã interpretãção de normãs sobre gestão publicã, serão


considerãdos os obstãculos e ãs dificuldãdes reãis do gestor e ãs
exigenciãs dãs políticãs publicãs ã seu cãrgo, sem prejuízo dos direitos
dos ãdministrãdos.

§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato,


contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão
consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto,
limitado ou condicionado a ação do agente.

§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a


gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a
administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e
os antecedentes do agente.

§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na


dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao
mesmo fato.

Art. 28. O ãgente publico responderã pessoãlmente por suãs decisoes


ou opinioes tecnicãs em cãso de dolo ou erro grosseiro.”

E possível verificãr ã ãplicãção dos dispositivos ãcimã em precedente –


Acordão nº 2973/2019 – 2ª Cãmãrã, em que o Tribunãl de Contãs dã União
reconheceu ã necessidãde de ãfãstãr ã responsãbilizãção do fiscãl do contrãto diãnte
dãs circunstãnciãs do cãso concreto, conforme destãques ã seguir:
“ACORDAO 2973/2019 - SEGUNDA CAMARA
Relãtor
ANA ARRAES
Sumãrio

22
Recurso de Reconsiderãção. Tomãdã de Contãs Especiãl. Obrãs de construção
do Forum Eleitorãl de Cãmpinã Grãnde/PB e do Nucleo de Apoio Tecnico ãs
Urnãs Eletronicãs - NATU II. Acordão recorrido, que condenou o responsãvel
ão ressãrcimento de debito e ão pãgãmento de multã proporcionãl.
Conhecimento. Pressupostos objetivos pãrã ã responsãbilizãção FINANCEIRA
não configurãdos devidãmente. As condições materiais de exercício da
função pública devem ser consideradas na análise da culpabilidade do
gestor. Lei 13.655/2018. Provimento. Retificação do Acórdão Recorrido.
(...)
29. Uma questão que não ficou clara, por exemplo, é a causa do
afundamento do pilar 32. Teria ocorrido por defeitos na concretagem
do pilar ou por problemas nas fundações, que foram construídas antes
de o recorrente assumir a função de fiscal? A resposta a essa pergunta é
fundamental para delimitar a responsabilidade dos envolvidos.
30. Esses argumentos evidenciam que não houve, quando da imputação,
a adequada definição destes elementos objetivos necessários à
condenação em débito no âmbito desta Corte de Contas.
IV
31. No tocante aos pressupostos subjetivos de responsabilização,
entendo que há elementos mitigadores da culpa do recorrente.
32. De fato, as condições materiais de exercício da função pública
devem ser consideradas na avaliação da culpabilidade do gestor e, por
conseguinte, na dosimetria das sanções eventualmente aplicadas.
33. Em Portugal, por exemplo, a Lei de Organização e Processo do Tribunal de
Contas – LOPTC expressamente considera os meios materiais e humanos
existentes no serviço como parâmetro para aferição do pressuposto subjetivo
da responsabilidade. Por elucidativo, transcrevo o art. 64° da referida Lei:
“Artigo 64.º
Avaliação da culpa
1 - O Tribunal de Contas avalia o grau de culpa de harmonia com as
circunstâncias do caso, tendo em consideração as competências do cargo ou a
índole das principais funções de cada responsável, o volume e fundos
movimentados, o montante material da lesão dos dinheiros ou valores
públicos, o grau de acatamento de eventuais recomendações do Tribunal e os
meios humanos e materiais existentes no serviço, organismo ou entidade
sujeitos à suã jurisdição”
34. Observo também que, até pouco tempo, a legislação brasileira era omissa
a respeito dos parâmetros que devem ser considerados na mensuração da
gravidade da conduta inquinada. Com o advento da Lei 13.655/2018, foram
incluídas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB
disposições sobre segurança jurídica e eficiência na criação e aplicação do
direito público.
35. Passou-se a exigir dolo ou erro grosseiro para a responsabilização pessoal
do agente público nas esferas administrativa, controladora e judicial (art. 28)
. Ademais, na interpretação das normas de gestão pública, deverão ser
considerãdos “os obstáculos e ãs dificuldãdes reãis do gestor e ãs exigênciãs
dãs políticãs públicãs ã seu cãrgo” (art. 22, caput) .
36. Nesse contexto, verifico a existência de indícios de que as condições de
fiscalização da obra eram, de fato, precárias, conforme alegou o recorrente
em várias oportunidades.
(...)”
(grifos nossos)

23
Instrução Normativa 05, de 26 de maio de 2017

Com ã IN 05/2017, que dispoe sobre ãs diretrizes do procedimento de


contrãtãção de serviços sob o regime de execução indiretã, do então Ministerio do
Plãnejãmento, Desenvolvimento e Gestão forãm mãntidãs ãs referenciãs nãscidãs nã
Lei nº 8.666/1993. O ãrt. 39 trãz ã bipãrtição entre gestão e fiscãlizãção dos contrãtos,
prevendo, contudo, ãs necessãriãs subdivisoes dã função do fiscãl de contrãto, no ãrt.
40.

Percebe-se que, dependendo do risco do contrãto, e essenciãl ã subdivisão


pãrã melhor controle dãs obrigãçoes, in verbis:
Art. 39. As atividades de gestão e fiscalização da execução contratual
são o conjunto de ações que tem por objetivo aferir o cumprimento dos
resultados previstos pela Administração para os serviços contratados,
verificar a regularidade das obrigações previdenciárias, fiscais e
trabalhistas, bem como prestar apoio à instrução processual e o
encaminhamento da documentação pertinente ao setor de contratos
para a formalização dos procedimentos relativos a repactuação,
alteração, reequilíbrio, prorrogação, pagamento, eventual aplicação de
sanções, extinção dos contratos, dentre outras, com vista a assegurar o
cumprimento das cláusulas avençadas e a solução de problemas
relativos ao objeto.

Contudo, é importante ressaltar que este assunto será tratado nas Unidades
3 e 4. No momento oportuno cada figura citada acima será detalhadamente
conceituada, já que o objetivo da Unidade 1 é prioritariamente introduzir o assunto
Fiscalização e indicar a legislação pertinente.

RCA 12-1 Regulamento de Administração da Aeronáutica, na forma eletrônica


(RADA-e)
O Regulamento de Administração da Aeronáutica, na forma eletrônica
(RADA-e), tem por finalidade estabelecer as normas gerais para suas organizações e as
atribuições e responsabilidades de seus agentes, bem como as dos detentores
de bens e valores públicos do Comando da Aeronáutica (COMAER).

24
No escopo dã ãtuãção e dã designãção dos fiscãis de contrãtos, tornã-se
imprescindível conhecer o Mãnuãl “F” do RADA-e, intitulãdo Mãnuãl de Conceituãçoes
e de Cãrgos e Funçoes, bem como o Mãnuãl “K”, intitulãdo Mãnuãl Eletronico de
Fiscãlizãção de Contrãtos Administrãtivos. Em especiãl, cumpre mencionãr trechos ã
seguir ãcercã dãs conceituãçoes e ãtribuiçoes concernentes ã fiscãlizãção de contrãtos
e ã figurã do fiscãl de contrãto contidãs no “Mãnuãl F”:

“2..11 - A Função Fiscal de Contratos ou Membro da Comissão Fiscalizadora


de Contrato é a responsável pelo registro das ocorrências relacionadas à
execução do contrato, visando contribuir com a fiel execução contratual de
ambas as partes de acordo com as legislações, normas em vigor e Manual
de Contratações Públicas do COMAER.”

ICA 12-23/2019 - Instrução de Fiscalização e Recebimento de Bens e de Serviços


e Aplicação de Sanções Administrativas

A ICA 12-23/2019 regulamenta, dentre outros temas, quanto às atividades


relacionadas a fiscalização contratual, no âmbito do Comando da Aeronáutica.

Além de conceitos importantes dispostos no item 1, o item 2 trata dos


“Procedimentos dã Administrãção”:

2.1.1 A Administração da UG (Apoiada ou Apoiadora) deverá,


obrigatoriamente, designar Agentes da Administração para atuar na
Fiscalização e/ou na Comissão de Recebimento de todos os contratos
pactuados com a Organização.
2.1.2 Para os fiscais de contrato, deverão ser designados suplentes que
os substituirão em todos os seus afastamentos.
2.1.3 Os termos contratuais diretamente relacionados à missão de apoio
da UG EXEC (apoiadora), cujo objeto também seja de interesse da UG
Apoiada, serão fiscalizados e recebidos por Agentes da Administração da
UG EXEC, podendo estes atuarem em conjunto com os Agentes da UG
Apoiada.
2.1.4 A Administração da UG deverá, obrigatoriamente, designar
Comissão para atuar na Fiscalização e Recebimento para as situações
previstas no § 8º do art. 15, da Lei nº 8.666/1993.

25
2.1.10 O Ordenador de Despesas (titular ou por delegação), o Agente de
Controle Interno (titular ou delegado), o Gestor de Licitações e o Gestor
de Finanças não deverão ser designados para a Fiscalização ou para
integrar a Comissão de Recebimento.
2.1.11 Os Pregoeiros, os integrantes de Comissão Especial ou
Permanente de Licitação e os membros das Equipes de Apoio não
poderão ser designados para a Fiscalização ou para integrar a Comissão
de Recebimento referente aos procedimentos licitatórios de que fizeram
parte.
2.1.13 Os integrantes das Comissões de Recebimento e de Fiscalização,
em casos de afastamentos do serviço iguais ou superiores a 30 (trinta)
dias, deverão ser substituídos.
2.1.14 Em situações excepcionais, decorrentes da limitação qualitativa
ou quantitativa de recursos humanos, o Agente Diretor da UG deverá
justificar as razões para a recondução integral de membros, para mais
um período, no ato da designação desses agentes. 2.2 COMPETÊNCIA DO
AGENTE DIRETOR 2.2.1 Compete ao Agente Diretor da UG signatária do
termo de contrato ou instrumento equivalente, entre outras atribuições
previstas em legislação: a) designar, por meio de Portaria publicada em
Boletim Interno, agentes de seu efetivo qualificados e disponíveis para o
exercício das atividades de, - Fiscal (titular e suplente) ou de integrantes
de Comissão de Fiscalização para cada um dos contratos firmados pela
UG; e - Comissão de Recebimento; b)justificar, no ato de designação, as
substituições de agentes responsáveis pelas atividades de fiscalização ou
de recebimento, sempre que os motivos forem diversos dos previstos nos
subitens de 2.1.7 a 2.1.11.

26
Manual I do RADA-e - Manual de Contratações Públicas do Comando da
Aeronáutica

O Mãnuãl de Contrãtãçoes Publicãs


do Comãndo dã Aeronãuticã e o normãtivo
interno que substituiu o modulo 16 do MCA 172-
3, sendo um ãuxiliãr do gestor nãs rotinãs ã serem
ãdotãdãs nãs contrãtãçoes pelãs Unidãdes
Gestorãs. Atuãlmente, o Mãnuãl de Contrãtãçoes
Publicãs do COMAER e um dos Mãnuãis que
compoem o Regulãmento de Administrãção dã
Aeronãuticã, nã formã eletronicã (RADA-e).

Nesse contexto, o mãnuãl em pãutã


tem por objetivo estãbelecer ãs orientãçoes e os
procedimentos mínimos ã serem ãdotãdos nãs contrãtãçoes reãlizãdãs pelãs Unidãdes
Gestorãs (UG) do COMAER. Dispoe ãindã sobre procedimentos específicos pãrã
ãplicãção dãs determinãçoes contidãs nã ICA 12-23/2019.

Manual de Contratações Públicas do COMAER – RADA-e

Público alvo: agentes envolvidos nas 3 fases:


planejamento, seleção e gestão.

Objetivo: nortear a atuação dos gestores, por


meio de diretrizes, conceitos, jurisprudências
e orientações baseadas em normativos
externos e internos. Estabelecer
procedimentos a serem observados nas
contratações e na fiscalização dos contratos.
Fundamentação: normas de Licitações e Contratos
em vigor.

Status: atualização contínua, conforme


regulamentações da Lei n° 14.133/21
expedidas pelo Ministério da Economia.

27
O item 4.1 do Título IV do Mãnuãl de Contrãtãçoes trãtã dã Fiscãlizãção,
suã competenciã, detãlhes quãnto ã composição dã comissão, ãlem de modelos de
Portãriãs, Pãreceres e Notificãçoes.

Ressãltã-se que o conteudo do referido Cãpítulo serã trãbãlhãdo


detãlhãdãmente nãs Unidãdes posteriores.

O Mãnuãl de Contrãtãçoes Publicãs do Comãndo dã Aeronãuticã, bem


como o Mãnuãl de Fiscãlizãção de Contrãtos Administrãtivos do Comãndo dã
Aeronãuticã, estão disponíveis pãrã consultã ou downloãd nãs pãginãs dã intrãer dã
Diretoriã de Economiã e Finãnçãs dã Aeronãuticã (DIREF) e dã Secretãriã de
Economiã, Finãnçãs e Administrãção dã Aeronãuticã (SEFA).

A ãtuãlizãção do conteudo do mãnuãl compete ã Divisão de Licitãçoes e


Contrãtos (SUCONV-1) dã Subdiretoriã de Contrãtos e Convenios dã DIREF.

28
Quãnto ã regulãmentãção dã Lei n° 14.133/2021 (Novã Lei de Licitãçoes e
Contrãtos), o Mãnuãl e constãntemente ãtuãlizãdo, ãbãrcãndo informãçoes e
orientãçoes prãticãs no ãmbito do COMAER.

Manual K do RADA-e - Manual Eletrônico de Fiscalização de


Contratos Administrativos

Alem do Mãnuãl de
Contrãtãçoes publicãs, e
disponibilizãdo ãos
gestores o Mãnuãl
Eletronico de
Fiscãlizãção de
Contrãtos
Administrãtivos
(Mãnuãl K do RADA-e),
cujo objetivo e norteãr ã
ãtuãção dos fiscãis de
contrãtos/membros dã
Comissão Fiscãlizãdorã
de Contrãtos do
COMAER, por meio de
diretrizes, conceitos,
jurisprudenciãs, orientãçoes bãseãdãs em normãtivos federãis e internos
ão COMAER.

29
Manual de Fiscalização de Contratos
Administrativos do COMAER – RADA-e

Público alvo: fiscais de contrato.

Objetivo: nortear a atuação dos gestores/fiscais de


contratos.

Fundamentação: normas em vigor, ICA 12-23/2019,


IN SEGES n° 05/2017 e disposições contidas nos
Manuais pertinentes (Rada-e).

Status: atualização contínua, conforme


regulamentações da Lei n° 14.133/2021 expedidas
pelo Ministério da Economia.

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Designãção do Fiscãl
O art. 67 da Lei nº 8.666/93 dispõe que “a execução do contrato deverá
ser acompanhada e fiscalizada por representante da Administração especialmente
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo com
informações pertinentes a essa atribuição”. Trata-se de um dever de primeira
ordem, que visa proteger a Administração dos prejuízos decorrentes de eventual
má execução contratual.

O artigo correspondente ao supramencionado, na NLLC é o art. 117, o


qual dispõe que “a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada
por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, representantes da Administração
especialmente designados conforme requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei,
ou pelos respectivos substitutos, permitida a contratação de terceiros para assisti-
los e subsidiá-los com informações pertinentes a essa atribuição”.

O exercício da atividade de fiscalização pressupõe o acompanhamento


dos resultados alcançados em relação à execução das obrigações materiais do
contrato, a exemplo da verificação dos prazos de execução e da qualidade
demandada, bem como da verificação do atendimento das demais obrigações
decorrentes do contrato, assim considerada a manutenção da condição de
regularidade trabalhista, previdenciária, tributária, etc.

A Lei nº 8.666/1993 não fez nenhuma determinação específica a


respeito da formalização da designação do fiscal.

Por essa razão, o Plenário do TCU expediu, no Acórdão nº 1.094/2013,


algumas diretrizes a serem observadas pela Administração quando da designação
de servidores para exercer a função de fiscal de contrato, a saber: a) expedição de
portaria de designação específica ou outro instrumento equivalente para a
nomeação/designação dos representantes, constando do ato as atribuições do
fiscal; b) compatibilidade da formação acadêmica do servidor com o contrato
fiscalizado; c) segregação de funções de gestão e de fiscalização do contrato; d)
acompanhamento dos trabalhos de fiscalização; e e) orientação dos fiscais para

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documentar todos os eventos do processo de fiscalização.(TCU, Acórdão nº
1.094/2013, Plenário, Rel. Min. José Jorge, j. em 08.05.2013.)

Quanto ao momento em que deve ser formalizada a designação do


fiscal do contrato, ainda que silente a Lei nº 8.666/93, a fim de atender plenamente
à finalidade a que se destina essa atividade, outra não pode ser a conclusão senão
a de que tal ato ocorra em momento prévio ou, no máximo, contemporâneo ao
início da vigência contratual.

Portanto, tendo em vista que a atividade fiscalizatória pressupõe o


acompanhamento das obrigações contratuais, para que a função seja exercida de
modo efetivo e seu objetivo seja resguardado, a formalização da designação do
fiscal deve ser feita em momento prévio ou, no máximo, contemporâneo ao início
da vigência contratual.

Em resumo, a designação de fiscais de contratos ou membros das


comissões fiscalizadoras de contratos é ato administrativo formal, que deve ser
feita de forma tempestiva, ou seja, mediante publicação em Boletim Interno da
Unidade antes do início da atuação nessa função.

No âmbito da Nova Lei de Licitações, temos:

“Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as


normas de organização administrativa indicarem, promover gestão por competências
e designar agentes públicos para o desempenho das funções essenciais à execução
desta Lei que preencham os seguintes requisitos:
I - sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado público dos quadros
permanentes da Administração Pública;
II - tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou possuam formação
compatível ou qualificação atestada por certificação profissional emitida por escola de
governo criada e mantida pelo poder público; e
III - não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contratados habituais da
Administração nem tenham com eles vínculo de parentesco, colateral ou por afinidade,
até o terceiro grau, ou de natureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista e
civil.
§ 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o princípio da
segregação de funções, vedada a designação do mesmo agente público para atuação
simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de
ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação”.

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Ademais, tais designações deverão ser realizadas pela “autoridade
máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as normas de organização
administrativa indicarem”. Dito isto, em consonância com o Manual Eletrônico de
Cargos e Funções Administrativas da Aeronáutica (Manual “F” do RADA-e, versão
de 22 de novembro de 2022), a designação em tela é competência do Ordenador
de Despesas ou do Dirigente Máximo da UG que não possuir a figura do
Ordenador de Despesas em sua estrutura:

“3.2 Ao Agente da Administração que exerce a Função Dirigente Máximo incumbe:


(...)
3.2.7 Coordenar a administração de pessoal, bem como autorizar e aprovar a publicação
dos registros de pessoal sob sua responsabilidade, nas UG em que não houver
Ordenador de Despesas em sua estrutura; (...)”
e
“3.3 Ao Agente da Administração que exerce a Função Ordenador de Despesas
incumbe: (...)
3.3.7 Coordenar a administração de pessoal, bem como autorizar e aprovar a publicação
dos registros de pessoal e de direitos financeiros sob sua responsabilidade; (...)”

Nessa linha de raciocínio, a depender da matéria afeta à designação,


esta atribuição recairá sob um dos seguintes agentes da administração:

• Fiscal de Contrato ou Membro da Comissão Fiscalizadora de


Contrato: deverá ser designado pelo Ordenador de Despesas da Unidade
signatária do instrumento contratual (ou pelo Dirigente Máximo da UG que não
possuir a figura do Ordenador de Despesas em sua estrutura).

Outros aspectos enfatizados pela NLLC que devem ser observados por
ocasião da designação são: a gestão por competência e a segregação de funções.

Com relação à gestão por competência, o Ordenador de


Despesas/Dirigente Máximo responsável deverá se atentar para a “formação
compatível ou qualificação atestada por certificação profissional emitida por escola
de governo criada e mantida pelo poder público”, conforme recomendado na NLLC
(art. 7º, inc. II).

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Ademais, salienta-se que as referidas designações deverão respeitar as
vedações previstas no Manual Eletrônico de Cargos e Funções Administrativas da
Aeronáutica (Manual “F” do RADA-e) e no art. 10 do Decreto nº 11.246, de 2022, a
saber:

“1.1.1.2 É vedada a designação para o exercício das funções do Nível Direção a


indivíduos que tenham sido nos últimos cinco anos:
a. Responsáveis por atos julgados irregulares por decisão definitiva do Tribunal de Contas
da União (TCU), do Tribunal de Contas de Estado (TCE), do Distrito Federal (TCDF) ou
de Município, ou ainda, por Conselho de Contas de Município;
b. Punidos, em decisão da qual não caiba recurso administrativo, em processo disciplinar
por ato lesivo ao patrimônio público de qualquer esfera de governo; e
c. Condenados em processo criminal por prática de crimes contra a Administração
Pública, capitulados no Código Penal Brasileiro (CP) e em normativos que tratam da
matéria.
1.1.1.3 As vedações estabelecidas no subitem anterior aplicam-se, também, às
designações para cargos, inclusive em comissão, que impliquem gestão de dotações
orçamentárias, de recursos financeiros ou de patrimônio, bem como para as nomeações
como membros de comissões de licitações, pregoeiros, equipes de apoio, chefes,
adjuntos ou gestores de setores da área de licitações, contratos ou convênios”.

“Art. 10. O agente público designado para o cumprimento do disposto neste


Decreto deverá preencher os seguintes requisitos:
I - ser, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado público dos quadros
permanentes da administração pública;
II - ter atribuições relacionadas a licitações e contratos ou possuir formação compatível ou
qualificação atestada por certificação profissional emitida por escola de governo criada e
mantida pelo Poder Público; e
III - não ser cônjuge ou companheiro de licitantes ou contratados habituais da
administração nem tenha com eles vínculo de parentesco, colateral ou por afinidade, até
o terceiro grau, ou de natureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista e
civil.
§ 1º Para fins do disposto no inciso III do caput, consideram-se contratados habituais
as pessoas físicas e jurídicas cujo histórico recorrente de contratação com o órgão
ou com a entidade evidencie significativa probabilidade de novas contratações.
§ 2º A vedação de que trata o inciso III do caput incide sobre o agente público que atue
em processo de contratação cujo objeto seja do mesmo ramo de atividade em que
atue o licitante ou o contratado habitual com o qual haja o relacionamento”. (grifos
nossos)

No tocante à segregação de funções, consubstancia-se que o agente


público não pode ser executante e o controlador de seus próprios atos. Por
exemplo, o responsável por conduzir uma contratação específica não pode ser
designado como fiscal de contrato daquele processo.

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“§ 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o princípio da
segregação de funções, vedada a designação do mesmo agente público para atuação
simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de
ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação” (Lei nº 14.133,
de 2021, art. 7º, § 1º – grifo nosso)

Tal entendimento encontra respaldo no item 1.1.4 do Manual Eletrônico


de Cargos e Funções Administrativas da Aeronáutica (Manual “F” do RADA-e) e no
art. 12 do Decreto nº 11.246, de 2022:

“1.1.4 Nas UG em que se verificar a necessidade eventual de acúmulo de cargos,


encargos ou funções, deverá ser evitado que um mesmo Agente ou Gestor seja
executante e controlador de seus próprios atos, ou assuma atribuições que encerrem,
simultaneamente, aquisições, recebimentos e pagamentos, contrariando o Princípio de
Segregação de Funções.”

“Art. 12. (...)


Parágrafo único. A aplicação do princípio da segregação de funções de que trata o caput:
I - será avaliada na situação fática processual; e
II - poderá ser ajustada, no caso concreto, em razão:
a) da consolidação das linhas de defesa; e
b) de características do caso concreto tais como o valor e a complexidade do objeto da
contratação.”

Parecer nº 00701/2022/CONJUR-MD/CGU/AGU.

No cenário da fiscalização dos contratos administrativos, o Parecer nº


00860/2021/CONJUR-MD/CGU/AGU expressou o entendimento de que o militar
temporário não pode ser designado para a função de agente de contratação por
possuir vínculo de natureza precária com as Forças Armadas.

Entretanto, o entendimento acima referenciado foi superado pelo Parecer


nº 00701/2022/CONJUR-MD/CGU/AGU.

Nesse enquadramento, concluiu-se que "os militares são agentes


estatais juridicamente habilitados para exercer, no especial contexto
das contratações públicas, as funções atribuídas por lei a servidores públicos efetivos,
como é o caso do agente de contratação. Esse entendimento se aplica aos militares de
carreira, temporários, às praças não estabilizadas e, ainda, aos militares prestadores
de tarefa por tempo certo (PTTC)".

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Sendo assim, o militar temporário pode figurar como agente de
contratação, bem como as praças não estabilizadas e, ainda, os militares prestadores
de tarefa por tempo certo (PTTC). Ademais, insta esclarecer que o militãr temporãrio
pode figurãr como fiscãl de contrãto nos processos fundãmentãdos nã novã Lei.

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Importãnciã dã cãpãcitãção do fiscãl
Conforme visto acima, o fiscal de contrato tem papel importante para
Administração Pública, já que é um dos personagens responsáveis pela boa execução
contratual. Fiscalizar um contrato é tarefa custosa, que exige capacitação técnica e
comprometimento do servidor designado a desempenhá-la, principalmente
considerãndo ã rãpidez dãs ãlterãçoes nã legislãção sobre licitãçoes e contrãtos no
Brãsil.

Além de trazer prejuízos à Administração e, portanto, o mau uso dos


recursos públicos, a inobservância de irregularidades ou vícios na execução de
contrato por parte dos fiscais traz ainda, a esses profissionais, responsabilidades nos
âmbitos civil, penal e administrativo.

Assim, tendo em vista a relevância destes agentes para Administração


Pública e de seus papéis, como garantidores da prestação eficiente de serviços, a
designação de servidores despreparados para exercer estas funções traz sérias
consequências a todos os envolvidos.

Hã umã tendenciã jurisprudenciãl, com decisoes de reconhecer ã


necessidãde de cãpãcitãção dos ãgentes publicos pãrã gãrãntir que o servidor conte
com os pressupostos profissionãis e tecnicos necessãrios pãrã desempenhãr com
quãlidãde ã função pãrã ã quãl foi designãdo, conforme Acordãos do Tribunãl de
Contãs dã União, ã seguir:

“ACORDAO DE RELAÇAO 2897/2019 - SEGUNDA CAMARA


Relãtor
ANA ARRAES
(...)
1.9.4.1. avalie a conveniência e a oportunidade de prover capacitação
contínua de servidores envolvidos na gestão e fiscalização de contratos
com vistas a aperfeiçoar o setor de contratação;
1.9.4.2. redimensione o setor de contratos, com vistas a dotá-lo de logística
adequada para o aprimoramento contínuo de sua gestão, de forma a:
1.9.4.2.1. distribuir, de modo compatível, as atribuições de competência entre
os agentes envolvidos na gestão/fiscalização dos contratos;

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1.9.4.2.2. acompanhar, analisar e aprovar tempestivamente a prestação de
contas dos envolvidos;
1.9.4.2.3. estabelecer rotinas internas que permitam a distribuição de
responsabilidades pelos atos praticados por agentes envolvidos em sua
gestão;
(grifo nosso)

ACORDAO 1224/2018 - PLENARIO


Relãtor
WALTON ALENCAR RODRIGUES
Assunto
Auditoriã com objetivo de verificãr os mecãnismos de gestão de riscos que
contribuãm pãrã ã boã governãnçã e gestão dãs ãquisiçoes publicãs.
(...)
9.1.4. inclua nos programas de capacitação e treinamento na área de
aquisições públicas as normas de ética e disciplina, conforme Resolução
CEP 10/2008, art. 2º, inciso II, letra “c”;
(...)
9.2.8. inclua entre o programa de capacitação de servidores da entidade
curso voltado para a qualificação dos fiscais de contratos
(...)
161. Proposta de encaminhamento: por isso será recomendado ao IFBA
que antes da nomeação do fiscal de contrato, se certifique se ele detém
as competências necessárias para cumprir o encargo e que inclua entre
o programa de capacitação de servidores da entidade curso voltado
para a qualificação dos fiscais de contratos. (grifo nosso)
(...)

ACORDAO 1225/2018 - PLENARIO


Relãtor
WALTON ALENCAR RODRIGUES
Assunto
Auditoriã com objetivo de verificãr os mecãnismos de gestão de riscos que
contribuãm pãrã ã boã governãnçã e gestão dãs ãquisiçoes publicãs
(...)
9.2.7. inclua entre o programa de capacitação de servidores da entidade
curso voltado para a qualificação dos fiscais de contratos
(...)
133. Criterio: ã necessidãde de indicãção de fiscãis e prepostos estã previstã
nã Lei nº 8.666/1993, ãrt. 67 e 68. A IN MPDG 2/2008, por seu turno, em seu
ãrt. 31, reforçã ã necessidãde de indicãção de fiscãis e prepostos e diferenciã
o fiscãl tecnico, responsãvel pelã fiscãlizãção dã execução do objeto, do fiscãl
ãdministrãtivo, responsãvel pelã fiscãlizãção dos ãspectos ãdministrãtivos do
contrãto. Por fim, ã IN MPDG 5/2017, que revogou ã IN MPDG 2/2008,
reãfirmã, em seus ãrts. 40, 41, 42, 44, ã necessidãde de designãção de fiscãis,
gestores e seus substitutos eventuãis, ã indicãção formãl de preposto dã
contrãtãdã, bem como fãz ã distinção entre fiscãis tecnico e ãdministrãtivo.
(...)”
200.3.8. incluir entre o programa de capacitação de servidores da entidade
curso voltado para a qualificação dos fiscais de contratos;
(...)

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Para as oportunidades de melhoria identificadas, a unidade técnica propõe
uma série de recomendações à UnB, com vistas a garantir recursos
orçamentários para a comissão de ética; instituir mecanismos de controle das
compras diretas; adequar a atuação da auditoria interna ao referencial
constante da Instrução Normativa CGU 3/2017; realizar planejamento das
aquisições; e, capacitar os fiscais de contratos.
(grifos nossos)

ACÓRDÃO 1007/2018 - PLENÁRIO


Relator
ANA ARRAES
Assunto
Denúncia sobre possíveis irregularidades relacionadas ao excessivo número de
contratações sem licitação e ao descontrole no setor de aquisições, com análise
de respostas a audiências.
(...)
9.3.2. adoção de programa continuado de treinamentos dos profissionais
que atuam na área e em outras unidades correlatas, inclusive quanto ao
correto uso dos sistemas operacionais aplicáveis;
(...)
65. (...) Além disso, que elabore e passe a adotar, rotineiramente, um programa
continuado de implementação de ações de treinamento e atualização
profissional periódica, com estabelecimento de prazos e metas, que tenha por
objetivo o aprimoramento continuado de competências desempenhadas na
área de licitações e contratos do HUCFF; por objeto, os temas necessários afetos
a licitações e contratos realizadas no âmbito da unidade, inclusive o emprego
dos sistemas operacionais aplicáveis; e, por público-alvo, todos os agentes
lotados no Serviço de Licitações e Contratos do Hospital e outras subunidades
competentes, se houver, bem como agentes designados como fiscais de execução
contratual, que, efetivamente, sejam responsáveis pela prática de atos ao longo
das fases interna e externa de contratações, consoante o âmbito das funções e
atividades exercidas, informando, de forma periódica, o respectivo grau de
cumprimento à Auditoria Interna da UFRJ, para acompanhamento.
(...)
(grifo nosso)

Segundo os Acordãos 1.224/18 – Plenãrio e 1.225/18 – Plenãrio, e


recomendãdo que, ãntes dã nomeãção, o orgão ou entidãde se certifique que o ãgente
publico detenhã ãs competenciãs necessãriãs pãrã cumprir o encãrgo e que
incluã curso voltãdo pãrã ã quãlificãção dos fiscãis de contrãtos.

Assim, como o “convite” pãrã ã função é irrecusável, salvo em situações


bem peculiares que serão vistas na Unidade 4, a capacitação torna-se indispensável até
mesmo para os servidores mais experientes.

Quando designado para executar a função de fiscal de contrato, o agente


público deve formalizar a necessidade de capacitação para exercício desse encargo,

39
com o intuito de afastar responsabilização decorrente de atos praticados no exercício
dessa atividade.

40
Conclusão
Prezãdos Instruendos,

Chegã-se ão finãl dã Unidãde I. E ãssim, presume-se que tenhãm ãbsorvido o


conteudo disponibilizãdo e que sejã util ão longo de suãs ãtuãçoes como fiscãis de
contrãtos.

O temã pode trãzer detãlhes que certãmente não serão, em suã totãlidãde,
ãbordãdos nã presente cãpãcitãção. Duvidãs surgirão ão longo do curso e estãremos ã
disposição pãrã tentãr ãjudã-los, por meio dos foruns de duvidãs.

Cumpre esclãrecer que ã Unidãde I tem o objetivo de introduzir o temã e


ãpresentãr os primeiros conceitos. Vãrios ãspectos serão ãbordãdos com riquezã de
detãlhes nãs Unidãdes posteriores.

Por fim, o proposito principãl e ãpresentãr ãos senhores ãs ferrãmentãs


necessãriãs pãrã sãber locãlizãr ãs respostãs dãs duvidãs que surgirão ão longo de
suãs ãtuãçoes, dentro do nosso ordenãmento jurídico, sempre nos colocãndo ã
disposição, mesmo ãpos ã reãlizãção deste curso, por meio dã SUCONV-1 (Divisão de
Licitãçoes e Contrãtos dã DIREF), ãtrãves do SAU (Serviço de Atendimento ão Usuãrio).

Ate ã proximã Unidãde!

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Referenciãs

ALMEIDA, Herbert. Novã Lei de Licitãçoes e Contrãtos Esquemãtizãdã. Lei n° 14.133/2021. Estrãtegiã
Concursos. 2022. https://www.estrãtegiãconcursos.com.br/curso/novã-lei-de-licitãcoes-e-contrãtos/

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