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Diretoria de Economia e Finanças da Aeronáutica

Subdiretoria de Contratos e Convênios


Divisão de Licitações e Contratos

FISCALIZAÇÃO DE
CONTRATOS
Aspectos Gerais
Unidade 4
Data de atualização: 11/08/2023
SUMÁRIO

Sumário
Introdução ________________________________________________________________________________________________________ 2
Do acompanhamento e da fiscalizaçao __________________________________________________________________________ 4
Da Designaçao da Fiscalizaçao _________________________________________________________________________________ 10
Do Fiscal substituto _____________________________________________________________________________________________ 16
Da Responsabilidade e da Responsabilizaçao da Fiscalizaçao ______________________________________________ 19
Da reuniao inicial do contrato _________________________________________________________________________________ 27
Da comunicaçao com a contratada ____________________________________________________________________________ 31
Registro proprio da Fiscalizaçao ______________________________________________________________________________ 34
Da obrigaçao de prestar contas ________________________________________________________________________________ 41
Da participaçao da Fiscalizaçao na Etapa de Planejamento _________________________________________________ 45
Da participaçao da Fiscalizaçao na atualizaçao e na elaboraçao do Mapa de Riscos ______________________ 48
Dos assuntos que ultrapassam a competencia da Fiscalizaçao ______________________________________________ 52
Conclusao _______________________________________________________________________________________________________ 56

1
INTRODUÇÃO

Introdução

Conforme ja abordado, o Curso de Fiscalizaçao de Contratos


Administrativos (CFCA) visa capacitar os militares e civis do Comando da Aeronautica
(COMAER) designados como fiscais de contratos ou membros das comissoes
fiscalizadoras de contratos, estimulando sua atuaçao proativa e preventiva em prol da
gestao das contrataçoes publicas do orgao.

Importante relembrar que este curso toma por base as Leis nº 8.666/1993,
nº 10.520/2002, nº 12.462/2011, bem como a Nova Lei de Licitaçoes e Contratos
Administrativos– Lei nº 14.133/2021, no que couber, e eventuais jurisprudencias
sobre os temas abordados.

Rememora-se, nesse contexto, que a fiscalizaçao do contrato administrativo,


atividade de cunho legal obrigatorio, conforme art. 67 da Lei nº 8.666/1993 e Inc. III
do art. 104 da Lei nº 14.133/2021, exige a designaçao formal do fiscal do contrato
e/ou dos membros da Comissao Fiscalizadora de Contrato. Sendo assim, no decorrer
do presente curso, tais terminologias estao sendo empregadas para se referir a
fiscalizaçao de contratos em sentido amplo, e eventuais mençoes específicas ao fiscal,
poderao ter entendimento transportado para a comissao.

Cumpre reforçar que se apresentam, ainda, algumas poucas lacunas


jurídicas a Nova Lei de Licitaçoes e Contratos Administrativos (NLLCA), ao passo que a
fiscalizaçao dos contratos administrativos ainda permanecera condicionada a egide de
regramento jurídico que embasa o processo de contrataçao.

Sendo assim, para que a analise do conteudo desta apostila seja eficaz, ha
que se considerar sua temporalidade, priorizando, em caso de divergencia de
entendimento, a tempestividade das orientaçoes em vigor.

2
INTRODUÇÃO

Neste cenario, na Unidade IV, apresentar-se-a aspectos gerais acerca da


fiscalizaçao de contratos administrativos, deixando destacado que o foco deste curso
sao os contratos de aquisiçao de bens e de prestaçao de serviços.

Junto com a previsao legal dos diversos assuntos a serem tratados, traz-se,
tambem, os normativos correlatos do COMAER e a jurisprudencia do TCU, alem de
vídeos acessorios que elucidam melhor os temas ora tratados.

Vale ressaltar que os vídeos disponibilizados na presente Unidade foram


retirados do Youtube. Devido a isso, pode ocorrer a impossibilidade de visualiza -los
nos computadores das Unidades do COMAER, cabendo assisti-los por meio de outros
dispositivos.

Em diversos momentos, no decorrer desta unidade traz-se como base o


conteudo da Instruçao Normativa nº 05, de 26 de maio de 2017, do Ministerio da
Economia que trata, especificamente, da contrataçao de serviços sob o regime de
execuçao indireta. Como visto anteriormente, a Instruçao Normativa nº 98, de 26 de
dezembro de 2022, autorizou a aplicação da Instrução Normativa nº 5, de 26 de maio de
2017, no que couber, para a realização dos processos de licitação e de contratação direta de
serviços de que dispõe a Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021.

O Manual Eletronico de Fiscalizaçao de Contratos Administrativos do COMAER,


anexo K do RADA-e, traz orientaçoes mais praticas quanto a estes aspectos trazendo de
forma detalhada o que o fiscal de contrato deve saber para melhor conduzir seu
contrato. O referido Manual pode ser encontrado na pagina INTRAER da DIREF no
caminho: RADA-e > Anexos.

3
DO ACOMPANHAMENTO E DA FISCALIZAÇÃO

Do acompanhamento e da fiscalizaçao

Antes de iniciar o conteudo da unidade, e muito importante entender que o


papel da fiscalizaçao (em sentido amplo) e acompanhar e fiscalizar os contratos
assinados pela Administraçao Publica.
Ele e o representante da Administraçao naquele acordo e o alcance dos
objetivos definidos na fase de planejamento da contrataçao depende, em grande parte,
da atuaçao deste fiscal.

De acordo com o art. 67 da Lei nº 8.666/1993:

“Art. 67. A execuçao do contrato devera ser acompanhada e fiscalizada por


um representante da Administraçao especialmente designado, permitida a
contrataçao de terceiros para assisti-lo e subsidia-lo de informaçoes
pertinentes a essa atribuiçao.”

Ja a NLLCA (Lei nº 14.133/2021), em seu art. 117, tem-se:

Art. 117. A execuçao do contrato devera ser acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais do
contrato, representantes da Administraçao especialmente designados conforme requisitos estabelecidos
no art. 7º desta Lei, ou pelos respectivos substitutos, permitida a contrataçao de terceiros para assisti-los
e subsidia-los com informaçoes pertinentes a essa atribuiçao.

O Art. 104 elenca a fiscalizaçao de contratos como uma prerrogativa da


Administraçao:

“Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por esta Lei confere a
Administraçao, em relaçao a eles, as prerrogativas de:

I - modifica-los, unilateralmente, para melhor adequaçao as finalidades de


interesse publico, respeitados os direitos do contratado;

II - extingui-los, unilateralmente, nos casos especificados nesta Lei;

III - fiscalizar sua execução;

IV - aplicar sançoes motivadas pela inexecuçao total ou parcial do ajuste (...)”


(grifo nosso)

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DO ACOMPANHAMENTO E DA FISCALIZAÇÃO

De acordo com art. 39 da IN nº 05/2017, que trata dos serviços sob o regime de
execuçao indireta:

“ Art. 39. As atividades de gestao e fiscalizaçao da execuçao contratual sao o


conjunto de açoes que tem por objetivo aferir o cumprimento dos resultados
previstos pela Administraçao para os serviços contratados, verificar a
regularidade das obrigaçoes previdenciarias, fiscais e trabalhistas, bem como
prestar apoio a instruçao processual e o encaminhamento da documentaçao
pertinente ao setor de contratos para a formalizaçao dos procedimentos
relativos a repactuaçao, alteraçao, reequilíbrio, prorrogaçao, pagamento,
eventual aplicaçao de sançoes, extinçao dos contratos, dentre outras, com
vista a assegurar o cumprimento das clausulas avençadas e a soluçao de
problemas relativos ao objeto.”

Ainda de acordo com art. 47 da IN nº 05/2017, a execuçao dos contratos devera


ser acompanhada e fiscalizada por meio de instrumentos de controle que
compreendam a mensuraçao dos seguintes aspectos, quando for o caso:

“I - os resultados alcançados em relaçao ao contratado, com a verificaçao dos


prazos de execuçao e da qualidade demandada;
II - os recursos humanos empregados em funçao da quantidade e da
formaçao profissional exigidas;
III - a qualidade e quantidade dos recursos materiais utilizados;
IV - a adequaçao dos serviços prestados a rotina de execuçao estabelecida;
V - o cumprimento das demais obrigaçoes decorrentes do contrato; e
VI - a satisfaçao do publico usuario.”

A referida instruçao traz, ainda, o conceito de INSTRUMENTO DE MEDIÇAO DE


RESULTADO (IMR) que e o mecanismo que define, em bases compreensíveis, tangíveis,
objetivamente observaveis e comprovaveis, os níveis esperados de qualidade da
prestaçao do serviço e respectivas adequaçoes de pagamento.

Caso a Administraçao opte por utilizar este instrumento em suas contrataçoes,


o acompanhamento deve ser feito com ainda mais cautela, visto que o nao
cumprimento dos parametros objetivos previstos no edital da licitaçao pode ensejar
glosa no valor mensal devido a contratada.

5
DO ACOMPANHAMENTO E DA FISCALIZAÇÃO

A NLLCA em seu art. 6, Inciso XXIII, alíneas “f” e “g” indicam que a
Administraçao deve definir em seu Termo de Referencia o modelo de gestao do
contrato e os criterios de mediçao de pagamento:

f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execução do objeto será acompanhada e
fiscalizada pelo órgão ou entidade;

g) critérios de medição e de pagamento;

Os Instrumentos de mediçao de resultado nao serao detalhados neste curso,


mas aqueles que se interessarem em conhece-los melhor e entender seu
funcionamento, na pratica, podera acessar o Manual Eletronico de Contrataçoes
Publicas do Comando da Aeronautica, anexo I do RADA-e, disponível no endereço
citado na Introduçao desta Unidade.

Abaixo encontram-se trechos de alguns Acordaos do TCU que tratam da


responsabilidades do fiscal no acompanhamento e fiscalizaçao do contrato:

É dever do gestor público responsável pela condução


e fiscalização de contrato administrativo a adoção de providências
tempestivas a fim de suspender pagamentos ao primeiro sinal de
incompatibilidade entre os produtos e serviços entregues pelo
contratado e o objeto do contrato, cabendo-lhe ainda propor a
formalização de alterações qualitativas quando de interesse da
Administração, ou a rescisão da avença.

No tocante à execução de contratos, com valores significativos, sem


a designação de representante da Administração para o seu
acompanhamento e a sua fiscalização, da mesma forma não há
como acatar os argumentos aduzidos, os quais se restringem a
Acórdão noticiar a adoção de medidas saneadoras. A falha ostenta
gravidade, eis que, além de afronta à legislação pertinente,
540/2008 evidencia incúria no trato com recursos públicos, eis que expõe a
Plenário-TCU Administração a riscos desnecessários com a eventual má-execução
dos contratos. Somente por meio do acompanhamento e da
fiscalização da execução do contrato, tem a Administração

6
DO ACOMPANHAMENTO E DA FISCALIZAÇÃO

oportunidade de verificar tempestivamente o cumprimento, por


parte do contratado, das obrigações acordadas e impor a adoção de
medidas corretivas no tempo oportuno, caso sejam identificadas
falhas na implementação do ajuste. Trata-se de dever da
Administração, ao qual não pode se furtar de exercer. [...]
No escólio de Marçal Justen Filho (op. cit., p.563):
'O regime de direito administrativo atribui à Administração o
poder-dever de fiscalizar a execução do contrato (art. 58, III).
Compete à Administração designar um agente seu para
acompanhar diretamente a atividade do outro contratante. O
dispositivo deve ser interpretado no sentido de que a fiscalização
pela Administração não é mera faculdade assegurada a ela. Trata-
se de um dever, a ser exercitado para melhor realizar o interesse
público. Parte-se do pressuposto, inclusive, de que a fiscalização
induz o contratado a executar de modo mais perfeito os deveres a
ele impostos'.
Na mesma linha, Lucas Rocha Furtado assevera (op. cit., p. 298):
'Ao se examinar a fiscalização da execução do contrato, deve ser
enfatizada outra distinção existente entre os contratos
administrativos e os contratos celebrados no âmbito do direito
privado. Neste último, como regra, incumbe às partes verificar se a
outra cumpriu o resultado esperado, se o objeto contratual foi de
fato cumprido. Interessa aos contratos de direito privado
basicamente a obtenção do resultado esperado. No âmbito dos
contratos administrativos, ao contrário, a Administração terá não
apenas o direito, mas igualmente o dever de acompanhar a perfeita
execução do contrato. Fala-se, assim, em poder-dever da
Administração de promover a devida fiscalização da execução do
contrato.
Em decorrência da supremacia do interesse público, não pode a
Administração assumir posição passiva e aguardar que o
contratado cumpra todas as suas obrigações contratuais. Não pode
a Administração esperar o fim do termo do contrato para verificar
se seu objetivo foi efetivamente alcançado, se seu objeto foi
cumprido. Durante a própria execução do contrato deverá ser
verificado se o contratado está cumprindo todas as etapas e fases
do contrato. Essa forma de agir preventiva apenas benefícios traz
para a Administração'.
Acórdão:
9.3.1. Observe o disposto no art. 67 da Lei n.º 8.666/1993, que
determina que a execução do contrato deverá ser acompanhada e
fiscalizada por um representante da Administração especialmente
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
subsidiá-lo de informações pertinentes;

Apos este breve esclarecimento do papel da fiscalizaçao, em sentido amplo,


serão abordados os procedimentos relacionados à designação dos fiscais.

7
DA DESIGNAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO

Da Designaçao da Fiscalizaçao
A designaçao do fiscal deve ocorrer por meio de ato formal:

“ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em


Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.2.5. Não designação formal de um representante da administração para
acompanhar e fiscalizar os contratos administrativos, identificada nos
ajustes originados dos Contratos de Repasse 0281.568-85/2008,
0281.569-99/2008 e 0335.570-83/2010, o que afronta o disposto no art.
67 da Lei 8.666/1993.” (Acórdão TCU 99/2013 – Plenário)

No ambito do COMAER, a competencia para designaçao do Fiscal de Contrato


(de forma ampla) esta prevista na ICA 12-23/2019:

Compete ao Agente Diretor da UG signatária do termo de contrato ou


instrumento equivalente, entre outras atribuições previstas em legislação:
a) designar, por meio de Portaria publicada em Boletim Interno, agentes de
seu efetivo qualificados e disponíveis para o exercício das atividades de, Fiscal
(titular e suplente) ou de integrantes de Comissão de Fiscalização para cada
um dos contratos firmados pela UG; e Comissão de Recebimento. (Item 2.2.1 da
ICA 12-23/2019).

Com a publicaçao do Novo Manual de Cargos e Funçoes, o qual passou a vigorar


a contar de 21/02/2022, a figura do Agente Diretor foi substituída pelo Dirigente
Maximo da UG. Desta forma, os normativos do COMAER estao em fase de adequaçao,
fins absorver os novos conceitos.

O Manual de Contrataçoes Publicas ja trata do assunto com base nos novos


normativos, a saber:

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DA DESIGNAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO

4.1.1 A fiscalização será exercida por agentes da Administração selecionados pelos conhecimentos
administrativos e técnicos que os capacitem à realização das ações de acompanhamento e de fiscalização dos
instrumentos contratuais, em conformidade com o disposto nesse manual.
4.1.2 A Administração da UG (Apoiada ou Apoiadora) deverá, obrigatoriamente, designar Agentes da
Administração para atuarem na Fiscalização de todos os contratos pactuados com a Organização.
4.1.3 O Fiscal de Contrato ou Membro da Comissão Fiscalizadora de Contrato deverá ser designado pelo
Ordenador de Despesas da Unidade signatária do instrumento contratual (ou pelo Dirigente Máximo da UG que
não possuir a figura do Ordenador de Despesas em sua estrutura), com a respectiva publicação em boletim
Interno.
4.1.4 A designação do Fiscal de Contrato e do Membro da Comissão Fiscalizadora de Contrato deverá seguir o
previsto no Decreto nº 11.246/2022.
4.1.5 A designação do fiscal titular e de seu substituto eventual, sendo este o substituto daquele nos casos de
afastamento superior a 30 (trinta) dias, ou dos membros da Comissão Fiscalizadora de Contrato, para cada um
dos contratos firmados pela UG, seguirão o modelo de Portaria previsto neste manual.
4.1.6 O Ordenador de Despesas (titular ou por delegação), o Agente de Controle Interno (titular ou delegado), o
Gestor de Licitações/contratos e o Gestor de Finanças não deverão ser designados para a Fiscalização de
contratos no âmbito de sua UG, tampouco os Pregoeiros, os integrantes de Comissão Especial ou Permanente de
Licitação e os membros das Equipes de Apoio referente aos procedimentos licitatórios de que fizeram parte.

Como novidade na publicaçao do referido Manual de Cargos e Funçoes, temos a


criaçao da funçao de Gerencia Contratual, e podemos citar como sua competencia o
citado abaixo:

2.7 A Função Gerência Contratual é a responsável pela orientação das ações


dos fiscais, bem como o gerenciamento dos contratos visando assegurar a
coordenação e conformidade da atividade contratual e de fiscalização de
acordo com legislação, normas e orientações em vigor

3.8 Ao Agente da Administração que exerce a Função Gerência Contratual


incumbe:
3.8.1Propor e proceder reuniões com os fiscais de contrato a fim de avaliar a
situação contratual;
3.8.2Analisar a prestação de contas dos fiscais; e
3.8.3Orientar a atividade de fiscalização quando necessário.

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DA DESIGNAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO

Diante disso, esta competência, que antes era do Agente de Controle


Interno, foi realocada para a função de Gerência Contratual.

O militar ou civil designado para a funçao de fiscal de contrato deve ser


informado de sua indicaçao antes da publicaçao no Boletim Interno da Unidade, sendo
informado de suas futuras atribuiçoes.

E necessario ser considerado, no momento da indicaçao de servidor, sua


compatibilidade com as atribuiçoes do cargo, a complexidade da fiscalizaçao, o
quantitativo de contratos que o fiscal/gestor ja possui e a sua capacidade para o
desempenho das atividades.

A IN nº 05/2017, aplicada para contrataçao de serviços sob o regime de


execuçao indireta, com e sem dedicaçao de mao de obra exclusiva, também utilizada
para as contratações com base na NLLCA traz uma inovaçao interessante que e a
atribuiçao das competencias de gestor ou fiscal do contrato ao responsavel pela
indicaçao ou conforme previsto em normativo interno, nos casos de atraso ou falta de
indicaçao, de desligamento ou afastamento extemporaneo e definitivo do gestor ou
fiscais e seus substitutos, ate que seja providenciada a indicaçao.

O encargo de gestor ou fiscal nao pode ser recusado pelo militar ou civil, por nao se tratar de
ordem ilegal, devendo expor ao superior hierarquico as deficiencias e limitaçoes tecnicas que possam
impedir o diligente cumprimento do exercício de suas atribuiçoes, se for o caso. Caso necessario, a
Administraçao devera providenciar a qualificaçao do servidor para o desempenho das atribuiçoes,
conforme a natureza e complexidade do objeto, ou designar outro servidor com a qualificaçao
requerida.

12
DA DESIGNAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO

O que pode existir e a recusa motivada por conflito de interesses, por exemplo,
quando o militar ou civil designado tiver alguma relaçao de parentesco com o
contratado.

“O fiscal de contrato designado, caso entenda não possuir conhecimento técnico


para exercer suas competências, deve alegar o fato ao seu superior em tempo
hábil, para adoção das medidas pertinentes, sob risco de vir a responder por
eventual prejuízo causado ao erário (art. 67, § 2º, da Lei 8.666/1993).”

“Os responsáveis pela fiscalização de contrato não podem ser designados em


situações que envolvam conflitos de interesse na atividade”

Sera facultada a contrataçao de terceiros para assistir ou subsidiar as atividades


de fiscalizaçao do representante da Administraçao, desde que justificada a necessidade
de assistencia especializada.

O legislador facultou a Administraçao Publica, nos casos necessarios e em se


tratando de informaçoes especializadas que nao possam ser supridas pelos proprios
servidores da Administraçao, contratar terceiros para auxiliar na fiscalizaçao do
contrato. Vale ressaltar que o militar ou civil designado para a fiscalizaçao nao podera
transferir sua responsabilidade ao terceiro contratado.

O terceiro contratado tambem nao podera adotar as providencias para a


correçao dos problemas surgidos, visto que essa atribuiçao continua sendo do
fiscal/gestor do contrato.

Cumpre registrar que a contrataçao de terceiros devera ser, obrigatoriamente,


precedida de licitaçao.
“É irregular a nomeação de terceiro estranho à Administração para exercer a
Acórdão fiscalizaçao de contratos, porquanto o art. 67 da Lei 8.666/1993 permite a
contrataçao de terceiros para auxiliar o fiscal, mas não para atuar como tal.
124/2020
Plenário-TCU

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DA DESIGNAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO

Acórdão “A contrataçao de empresa para auxiliar a Administração na fiscalizaçao de


contratos (art. 67 da Lei 8.666/1993) não retira desta a obrigação do
2950/2018
acompanhamento, porquanto a função do terceiro contratado é de assistência,
Plenário-TCU não de substituição.”

Ainda com relaçao a contrataçao de terceiros, o Decreto nº 11.246/2022, que


regulamenta a Lei nº 14.133/2021 diz o seguinte:

Terceiros contratados
Art. 26. Na hipótese da contratação de terceiros para assistir e para subsidiar os fiscais de contrato nos termos do
disposto neste Decreto, será observado o seguinte:
I - a empresa ou o profissional contratado assumirá responsabilidade civil objetiva pela veracidade e pela precisão das
informações prestadas, firmará termo de compromisso de confidencialidade e não poderá exercer atribuição própria e exclusiva de
fiscal de contrato; e
II - a contratação de terceiros não eximirá o fiscal do contrato da responsabilidade, nos limites das informações recebidas
do terceiro contratado.

Para complementar este conteudo, assista a este vídeo 1 que trata da recusa do
agente em assumir a funçao de fiscal de contrato/ membro da Comissao Fiscalizadora.

Nao ha estipulado em lei um limite relativo a quantidade de contratos que o


mesmo agente pode ser designado para fiscalizar. Tal quantidade deve ser analisada
pela autoridade competente. A recomendaçao do TCU e que o mesmo agente nao fique
sobrecarregado:

Designe fiscais considerando a formaçao academica ou tecnica do servidor/funcionario, a segregaçao entre


as funçoes de gestao e de fiscalizaçao do contrato, bem como o comprometimento concomitante com outros
serviços ou contratos, de forma a evitar que o fiscal responsavel fique sobrecarregado devido a muitos
contratos sob sua responsabilidade; (TCU, 2013).

Que evite designar a um unico servidor a funçao de fiscalizar mais de um contrato, evitando-se sobrecarga
de trabalho e ineficiencia na execuçao da tarefa. (TCU, 2013).

Do mesmo modo em que nao ha uma quantidade limite para numero de


contratos por agente, nao ha quantidade limite de fiscais para um mesmo contrato, o

14
DA DESIGNAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO

que deve ser apreciado em cada caso pela autoridade competente, ao depender da
complexidade do objeto, a fim de nao haver um prejuízo a fiscalizaçao do contrato.

A legislaçao vigente nao estabelece um perfil específico que o agente publico


deva possuir para exercer a funçao de fiscal de contratos. Porem, ao se considerar a
importancia relacionada a atividade de fiscalizaçao, se faz relevante que tais servidores
possuam qualificaçao tecnica e etico-profissional para realizar tal papel.

Ao considerarmos a omissao legislativa no que diz respeito ao perfil do fiscal de


contratos, o mesmo acaba sendo delineado por atos normativos inferiores.

A Advocacia-Geral da Uniao possui o Manual de Fiscalizaçao de Contratos


Administrativos (2013), o qual preve que “a funçao de fiscal deve recair,
preferencialmente, sobre servidores que tenham conhecimento tecnico ou pratico a
respeito dos bens e serviços que estao sendo adquiridos/prestados”.

No que diz respeito as contrataçoes com base na NLLCA, a designaçao do fiscal


de contrato foi regulamentada pelo Decreto nº 11.246/2022, que regulamenta o
disposto no § 3º do art. 8º da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, para dispor sobre
as regras para a atuaçao do agente de contrataçao e da equipe de apoio, o
funcionamento da comissao de contrataçao e a atuação dos gestores e fiscais de
contratos, no ambito da administraçao publica federal direta, autarquica e
fundacional.

Para os fiscais designados para contrataçoes baseadas na NLLCA, sugere-se a


leitura deste normativo.

Por fim, este vídeo 2 traz orientaçoes e dicas praticas para o agente publico,
quando designado fiscal/membro da Comissao Fiscalizadora de um termo de contrato.
Vale a pena assistir!!

15
DO FISCAL SUBSTITUTO

Do Fiscal substituto
O fiscal substituto atuara como fiscal do contrato nas ausencias e nos
impedimentos eventuais e regulamentares do titular.

Quando utilizada a expressao fiscal de contrato, importante ressaltar que esta


sendo aplicada em sentido amplo, referindo-se, tambem, ao membro da Comissao
Fiscalizadora de Contrato e ao gestor de execuçao contratual, agente previsto na
Instruçao Normativa ME nº 05/2017, para os contratos com dedicaçao exclusiva de
mao-de-obra.

O fiscal e seus substitutos deverao elaborar relatorio registrando as ocorrencias


sobre a prestaçao dos serviços referentes ao período de sua atuaçao quando do seu
desligamento ou afastamento definitivo.

A importancia da designaçao do fiscal substituto logo no início do contrato e


muito importante, pois permite que ele tenha conhecimento do contrato desde o início,
sabendo que, em qualquer impedimento do fiscal titular, ele sera o seu substituto.

Alem disso, quando a Administraçao se preocupa em designar um fiscal


substituto para os seus contratos, ela esta evitando um problema de soluçao de
continuidade que podera ocorrer caso esta designaçao necessite ser realizada sem um
tempo mínimo de planejamento, podendo ocasionar um lapso temporal sem que haja
fiscal designado para um determinado contrato, fato que nao pode ocorrer na
Administraçao Publica.

Nas UG, nas quais nao existe a designaçao de fiscal substituto, qualquer
imprevisto ocorrido com o fiscal titular, que o obrigue a abandonar suas atribuiçoes
repentinamente, poderao impactar diretamente a fiscalizaçao do contrato,
prejudicando a contratada e o contratante, podendo vir, ate mesmo, a causar um dano
ao Erario.

16
DO FISCAL SUBSTITUTO

O Manual de Contrataçoes Publicas do COMAER traz a seguinte orientaçao em


relaçao ao fiscal substituto eventual:

4.1.5 A designação do fiscal titular e de seu substituto eventual, sendo este o substituto
daquele nos casos de afastamento superior a 30 (trinta) dias, ou dos membros da
Comissão Fiscalizadora de Contrato, para cada um dos contratos firmados pela UG,
seguirão o modelo de Portaria previsto neste manual.

Essa orientaçao quanto a designaçao de substitutos tambem esta prevista no


Manual Eletronico de Cargos e Funçoes Administrativas do Regulamento de
Administraçao da Aeronautica (RADA-e), e deve ser seguida pelos Ordenadores de
Despesa/ Dirigentes Maximos do COMAER:

4.2.9 A gestão das OM, no que tange à execução orçamentária, financeira,


patrimonial e contábil, bem como o gerenciamento de recursos humanos,
materiais, tecnológicos, dentre outros, não sofrem solução de continuidade,
em casos ou circunstâncias que determinarem ou impuserem a substituição
de Agentes da Administração.
4.2.9.1Para assegurar que o andamento das atividades administrativas e
gerenciais da OM tenham a continuidade devida, o Comandante deverá
designar substitutos, com o encargo específico de darem continuidade
aos atos, no impedimento de seus titulares, não caracterizando, estas
designações, nas substituições previstas nos itens 4.3.10 e 4.3.11 deste
Manual, tampouco em delegação de competência.

“É preciso reconhecer que ao longo da execução contratual poderão


ocorrer determinadas situações que tornem inviável o acompanhamento
por um mesmo servidor. Nesse sentido, o TCU já determinou que fosse
designado um fiscal titular e um fiscal substituto para cada contrato
celebrado pela Administração.

17
DO FISCAL SUBSTITUTO

A Lei nº 8.666/1993 nao concedia ao fiscal substituto a sua devida importancia,


nao tendo sido sequer citado no texto da lei. Contudo, a Lei nº 14.133/2021, trouxe o
seguinte texto:

Art. 117. A execuçao do contrato devera ser acompanhada e fiscalizada


por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, representantes da Administraçao
especialmente designados conforme requisitos estabelecidos no art. 7º
desta Lei, ou pelos respectivos substitutos, permitida a contrataçao de
terceiros para assisti-los e subsidia-los com informaçoes pertinentes a essa
atribuiçao.

18
DA RESPONSABILIDADE E DA
RESPONSABILIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO

Da Responsabilidade e da Responsabilizaçao da Fiscalizaçao

A Lei nº 13.655/2018, que alterou a Lei de Introduçao as Normas do Direito


Brasileiro, trouxe uma novidade com relaçao a responsabilizaçao do agente publico:

Art. 22. Na interpretaçao de normas sobre gestao publica, serao considerados


os obstaculos e as dificuldades reais do gestor e as exigencias das políticas
publicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados.

§ 1º Em decisao sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato,


ajuste, processo ou norma administrativa, serao consideradas as
circunstancias praticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a
açao do agente.

§ 2º Na aplicaçao de sançoes, serao consideradas a natureza e a gravidade da


infraçao cometida, os danos que dela provierem para a administraçao publica,
as circunstancias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.

§ 3º As sançoes aplicadas ao agente serao levadas em conta na dosimetria das


demais sançoes de mesma natureza e relativas ao mesmo fato.”

Confira o Acordao n º 2973/2019 - Segunda Camara, relatado pela ministra Ana


Arraes:

"Avaliação da culpa
1 - O Tribunal de Contas avalia o grau de culpa de harmonia com as
circunstâncias do caso, tendo em consideração as competências do cargo ou
Acórdão a índole das principais funções de cada responsável, o volume e fundos
2973/2019 movimentados, o montante material da lesão dos dinheiros ou valores
públicos, o grau de acatamento de eventuais recomendações do Tribunal e os
2ª Câmara-TCU meios humanos e materiais existentes no serviço, organismo ou
entidade sujeitos à sua jurisdição” (grifo nosso)
34. Observo também que, até pouco tempo, a legislação brasileira era omissa
a respeito dos parâmetros que devem ser considerados na mensuração da
gravidade da conduta inquinada. Com o advento da Lei 13.655/2018, foram
incluídas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB
disposições sobre segurança jurídica e eficiência na criação e aplicação do
direito público.
35. Passou-se a exigir dolo ou erro grosseiro para a responsabilização pessoal
do agente público nas esferas administrativa, controladora e judicial (art. 28)
. Ademais, na interpretação das normas de gestão pública, deverão ser
considerados “os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências
das políticas públicas a seu cargo” (art. 22, caput) .

19
DA RESPONSABILIDADE E DA
RESPONSABILIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO
36. Nesse contexto, verifico a existência de indícios de que as condições de
fiscalização da obra eram, de fato, precárias, conforme alegou o recorrente
em várias oportunidades.
37. Em primeiro lugar, as ordens bancárias de concessão de diárias
evidenciam que o responsável se dirigia semanalmente de João Pessoa para
fiscalizar obras nos municípios de Campina Grande, Patos e Teixeira,
executadas concomitantemente pelo TRE/PB. Obviamente, esse fato não
permite que o responsável tenha a sua atenção integralmente dedicada à
fiscalização da obra em tela.
38. Em segundo lugar, o próprio Relatório Final Complementar da Comissão
de Processo Administrativo Disciplinar, de 26/8/2008, reconheceu a
precariedade das condições de fiscalização no âmbito daquela corte eleitoral.
Transcrevo excerto do relatório (peça 15, p. 46) :
“De fato, embora a fiscalização da obra e do contrato estivessem sob a
responsabilidade do indiciado, este, ao que se depreende, não exercia, com
plenitude, as suas funções, muitas das vezes admitindo ou omitindo-se quando
outros firmavam tais documentos. Contudo seria prematuro afirmar que tal
fato deu-se por desleixo, principalmente diante do grande número de obras
em execução e da falta de estruturação do setor que, naquela oportunidade,
não permitiria uma adequada fiscalização das obras.

MAS O QUE É ERRO GROSSEIRO?

No Acordao 2.391/2018-Plenario, de relatoria do Ministro Benjamin Zymler,


houve entendimento no sentido de associar o erro grosseiro a culpa grave:
(...) Dito isso, e preciso conceituar o que vem a ser erro grosseiro para o
exercício do poder sancionatório desta Corte de Contas. Segundo o art.
138 do Codigo Civil, o erro, sem nenhum tipo de qualificaçao quanto a sua
gravidade, e aquele 'que poderia ser percebido por pessoa de diligência
normal, em face das circunstâncias do negócio' (grifos acrescidos) . Se ele
for substancial, nos termos do art. 139, torna anulavel o negocio jurídico. Se
nao, pode ser convalidado.

83. Tomando como base esse parametro, o erro leve e o que somente seria
percebido e, portanto, evitado por pessoa de diligencia extraordinaria, isto e,
com grau de atençao acima do normal, consideradas as circunstancias do
negocio. O erro grosseiro, por sua vez, e o que poderia ser percebido por
pessoa com diligência abaixo do normal, ou seja, que seria evitado por
pessoa com nível de atenção aquém do ordinário, consideradas as
circunstâncias do negócio. Dito de outra forma, o erro grosseiro e o que
decorreu de uma grave inobservância de um dever de cuidado, isto é,
que foi praticado com culpa grave.

(...)

20
DA RESPONSABILIDADE E DA
RESPONSABILIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO
84. Segundo Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald, 'culpa grave é
caracterizada por uma conduta em que há uma imprudência ou
imperícia extraordinária e inescusável, que consiste na omissão de um
grau mínimo e elementar de diligência que todos observam' (FARIAS,
Cristiano Chaves de. ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Sao Paulo:
Atlas, p. 169). (grifo nosso)

85. Os aludidos autores invocaram a doutrina de Pontes de Miranda, segundo


a qual a culpa grave e 'a culpa crassa, magna, nímia, que tanto pode haver
no ato positivo como no negativo, a culpa que denuncia descaso,
temeridade, falta de cuidados indispensáveis'. (PONTES DE MIRANDA.
Tratado de direito privado, t. XXIII. Rio de Janeiro: Borsoi, 1971, p. 72). (grifo
nosso)

Conforme Mandado de Segurança 24.631/DF/STF, de relatoria do ministro


Joaquim Barbosa, tem-se a seguinte definiçao do erro grosseiro:
“Conforme ja defendíamos em artigo anterior, advogamos que o erro
grosseiro consiste basicamente na inobservancia dos mais singelos deveres
objetivos de cuidado, em modalidades graves de imperícia, de
imprudência e de negligência, averiguadas obviamente no caso concreto.
Nesse sentido, oportuno trazer a liçao do mestre Pontes de Miranda a
respeito do conceito:

Refere-se a esta modalidade de culpa como “a culpa crassa, magna, nímia,


como se dizia, que tanto pode haver no ato positivo como no negativo, é
a culpa ressaltante, a culpa que denuncia descaso, temeridade, falta de
cuidados indispensáveis. Quem devia conhecer o alcance do seu ato
positivo ou negativo incorre em culpa grave”.

“Podem ser citadas as ementas dos Acórdãos 1628/2018-TCU-Plenário,


1689/2019-Plenário, 2681/2019-1ª Câmara, 2860/2018-Plenário,
respectivamente, extraídas da pesquisa de jurisprudência selecionada
desta Corte, in verbis: A conduta culposa do responsável que foge ao
Acórdão
referencial do ‘administrador médio’ utilizado pelo TCU para avaliar a
4048/2020
razoabilidade dos atos submetidos a sua apreciação caracteriza o ‘erro
Plenário- grosseiro’ a que alude o art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 (Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro), incluído pela Lei
TCU
13.655/2018.

21
DA RESPONSABILIDADE E DA
RESPONSABILIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, erro grosseiro é o que
decorreu de grave inobservância do dever de cuidado, isto é, que foi
praticado com culpa grave.
Para fins de responsabilização perante o TCU, pode ser tipificado como erro
grosseiro o descumprimento de regra expressa em instrumento de convênio.
Tal conduta revela nível de atenção aquém ao de uma pessoa com diligência
abaixo do patamar médio, o que configura culpa grave, passível de multa.
O erro grosseiro a que alude o art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 (Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro), incluído pela Lei 13.655/2018,
fica configurado quando a conduta do agente público se distancia daquela
que seria esperada do administrador médio, avaliada no caso concreto.”

“A conduta da ex-prefeita pode ser caracterizada como erro grosseiro, nos


termos do art. 28 do decreto 4.657/1942, incluído pela Lei 13.655/2018. Ao
autorizar o pagamento por serviços que não haviam sido executados na
integralidade ou em conformidade com as especificações do projeto, sem a
Acórdão devida liquidação da despesa e sem relatório que atestasse a regularidade dos
serviços pelo fiscal do contrato, a responsável incorreu em culpa, no mínimo,
2699/2019 culposa.
É de se esperar que um administrador médio, diante de pagamento de serviços
1ª Câmara-TCU de engenharia, que não seja sua área de formação profissional, buscaria se
cercar de cautelas, em especial com o cumprimento estrito das regras legais,
que neste caso, incluiriam exigir relatório do engenheiro fiscal da obra que
atestasse a integralidade e a regularidade dos serviços a serem pagos.”

O QUE O RADA TRATA SOBRE RESPONSABILIDADE?

De acordo com o Manual Eletronico de Administraçao da Aeronautica, anexo do


Regulamento de Administraçao da Aeronautica (RADA-e), tem-se que os agentes da
Administraçao possuem a obrigaçao de zelar pelos princípios da Administraçao
Publica, conforme abaixo, incluindo os fiscais de contrato:

“ 7. Das Responsabilidade
Da Responsabilidade Funcional

Os Agentes da Administraçao sao obrigados a zelar pela estrita observancia,


entre outros aspectos, principalmente, dos Princípios da Legalidade, da
Impessoalidade, da Moralidade, da Publicidade, da Transparencia, da Eficacia,
da Economicidade e da Eficiencia no trato dos assuntos que lhe sao afetos:

a- quanto a legalidade - o administrador publico esta, em toda sua atividade


funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e as exigencias do bem comum, e
deles nao se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato invalido e
expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso;

22
DA RESPONSABILIDADE E DA
RESPONSABILIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO
b- quanto a impessoalidade - o administrador publico deve objetivar o
interesse publico, sendo, em consequencia, inadmitido o tratamento
privilegiado aos amigos e o tratamento recrudescido aos inimigos;
c- quanto a moralidade - esta necessariamente subordinada a observancia
de parametros etico-jurídicos, impondo limitaçoes ao exercício do poder
estatal, legitimando o controle jurisdicional de todos os atos do Poder Publico
que transgridam os valores eticos que devem pautar o comportamento dos
agentes e orgaos governamentais;
d- quanto a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos - deve ter carater educativo, informativo ou de
orientaçao social, dela nao podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoçao pessoal de autoridades ou servidores publicos; e
e- quanto a eficiência na Administração Pública - deve concretizar suas
atividades com vistas a extrair o maior numero possível de efeitos positivos
ao administrado, analisando a relaçao custo-benefício, buscando a excelencia
de recursos.”

Alem disso, ainda segundo o Manual supracitado, em caso de irregularidades


administrativas, sua apuraçao se dara conforme abaixo:
“7. Das Responsabilidade
Da Responsabilidade Funcional
(...)

“A apuraçao das irregularidades administrativas sera realizada mediante


Sindicancia ou Inquerito Policial-Militar.

Aos agentes apontados pelas irregularidades serao assegurados sempre o


Direito da Ampla Defesa e do Contraditorio, com os meios e recursos a ela
inerentes, inclusive, mas nao necessariamente obrigatorio, contando com a
participaçao de advogado.”

Por fim, cita algumas situaçoes nas quais os militares ou civis da Aeronautica,
no exercício de cargo, encargo/comissao ou funçao serao responsabilizados:
“O pessoal da Aeronautica, no exercício das atribuiçoes inerentes ao cargo,
encargo/comissao ou funçao e no desempenho de qualquer atividade
administrativa, sera responsabilizado essencialmente:

a - pela ineficiencia na execuçao dos seus deveres funcionais;


b - pelas consequencias da inobservancia, por inercia de sua parte, de
disposiçoes legais ou de ordens emanadas de autoridades competentes;
c - pelas omissoes nos seus deveres funcionais;
d - pelo emprego irregular de bens e de valores publicos, inclusive daqueles

23
DA RESPONSABILIDADE E DA
RESPONSABILIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO
sob sua guarda;
e - pelos compromissos que assumir em nome da OM sem que, para isso,
esteja autorizado;
f - pelo desempenho incorreto das obrigaçoes decorrentes do exercício de seu
cargo, encargo/comissao ou funçao;
g - pelos atos em desconformidade com a legislaçao e normas internas que
praticar no exercício de seu cargo, encargo/comissao ou funçao;
h - pelas despesas ordenadas sem dotaçao orçamentaria prevista e aprovada
ou em desacordo com a classificaçao orçamentaria devida;
i - pela constituiçao e guarda de numerario nao contabilizado e concessao de
liberalidades nao previstas;
j - pelos erros de calculo e por outros que resultem em pagamentos ou
recebimentos indevidos;
k - pela classificaçao inadequada de registro de receita, de despesa ou
patrimonial, em relaçao as formalidades basicas exigidas pelas disposiçoes
pertinentes;
l - pelo cumprimento de ordem de natureza administrativa, ilegal, em
desacordo com as normas ou prejudicial a Uniao, sem a adoçao de medidas
acautelatorias de seu alcance e de sua responsabilidade;
(...)
o - pelo atraso que causar as conferencias de escrituraçao, prestaçao de
contas, passagem e transmissao de cargo, transmissao de valores e de bens,
remessa de documento as organizaçoes do sistema e andamento dos
processos;
p - pela falta de arrecadaçao de receita publica, quando de sua competencia,
bem como pelo pagamento, recolhimento ou remessa de qualquer
importancia fora do prazo fixado;
q- pela apresentaçao da escrituraçao desordenada e desatualizada;
r - pela falta de adoçao de medidas adequadas na apuraçao da
responsabilidade dos agentes e dos gestores;
s - pela falta de iniciativa para solucionar casos nao previstos, cuja açao seja
de sua alçada e competencia;
t - pelas faltas e irregularidades apuradas nas passagens de cargo,
transmissao de bens, valores e dinheiros, tomadas de contas, prestaçao de
contas, conferencia de escrituraçao e no recebimento, distribuiçao, remessa,
inclusao, exclusao ou saída de material;
u - pelas irregularidades ou inconsistencias na escrituraçao que lhe esteja
afeta, sem a observancia das medidas corretivas aplicaveis; e
v - pela ineficiencia de sua administraçao em qualquer cargo,
encargo/comissao ou funçao.”

24
DA RESPONSABILIDADE E DA
RESPONSABILIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO

Acórdão
”Ao assinar os boletins de medição, ainda que não tenha a expertise
5902/2016 necessária para tanto, assume o subscritor a responsabilidade em
relação aos serviços medidos e por ele liquidados”
1ª Câmara-
TCU

Acórdão “Neste cenário, é relevante a necessidade de os servidores que atuam em


1174/2016 licitações e contratos buscarem seu aperfeiçoamento, considerando o
entendimento do TCU de que a falta de capacitação do agente público
Plenário-TCU não impede sua responsabilização por eventual prejuízo ao erário”.

“A fiscalização de contratos regidos pela Lei 8.666/1993 é prerrogativa legal


(art. 58, inciso III, e art. 67, da Lei 8.666/1993), relevante e indispensável à
Acórdão boa gestão dos órgãos e entidades públicas, valoriza o gasto público e
contribui para a eficiência e efetividades de ações governamentais, e que a
9240/2016 negligência de fiscais de contrato designados pela Administração atrai para
si a responsabilidade por eventuais danos que poderiam ser evitados, assim
2ª Câmara-TCU não exime o gestor que designa pessoa inapta a exercer tal encargo ou não
supervisiona aquele que procede de maneira omissa ou improba.”

RESPONSABILIZAÇAO DOS AGENTES NO AMBITO DO COMAER

A responsabilizaçao dos militares e civis no ambito do COMAER segue o


preceituado na ICA 174-3/2018, sob responsabilidade do CENCIAR (Centro de
Controle Interno da Aeronautica).

Disponibiliza-se este vídeo 3, com o intuito de clarificar, ainda mais, a


responsabilidade do fiscal diante de suas obrigaçoes frente ao acompanhamento de
um contrato.

25
DA RESPONSABILIDADE E DA
RESPONSABILIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO
Para consolidar esse aprendizado, apresenta-se, tambem, o vídeo 4 com o tema
“Responsabilizaçao dos fiscais de contrato”, ministrado pelo Prof. Jorge Ulisses Jacoby.

Agora que se falou um pouco sobre a responsabilidade e responsabilizaçao dos


fiscais de contrato, tratar-se-a um pouco sobre a reuniao inicial do contrato.

26
DA REUNIÃO INICIAL DO CONTRATO

Da reuniao inicial do contrato


Apos a ciencia do fiscal de que foi designado para a fiscalizaçao de um contrato,
bem como a assinatura do termo contratual, passa-se ao procedimento seguinte.

O que faço agora?

Nao e possível que o fiscal exerça sua funçao com qualidade se nao tiver consigo
os documentos essenciais relacionados ao contrato.

Por isso, deverao receber copias dos documentos relacionados aquela


contrataçao pela Seçao de Contratos da Unidade ou equivalente, a exemplo dos
Estudos Preliminares, do ato convocatorio e seus anexos, do contrato, da proposta da
contratada, da garantia, quando houver, e demais documentos indispensaveis a
fiscalizaçao.

De posse de todos esses documentos, o fiscal sera convocado para a reunião


inicial do contrato.

A ICA 12-23/2019 traz em seu conteudo, como competencia do Agente de


Controle Interno, realizar uma reuniao de iniciaçao do contrato, conforme abaixo:

Compete ao ACI (titular ou delegado) da UG, Credora ou Executora, entre outras


atribuiçoes previstas em legislaçao, acompanhado do chefe da ARC, realizar
reuniao de iniciaçao para cada contrato pactuado, reunindo as partes interessadas
da organizaçao e do contratado, para esclarecer aspectos tecnico-operacionais do
contrato, bem como diligenciar junto a Fiscalizaçao e a Comissao de Recebimento
para que os recebimentos de bens e serviços contratados se processem dentro dos
prazos legais previstos, efetuando-se o controle sobre os contratos
administrativos e certificando-se de que estao sendo cumpridas todas as clausulas
nele pactuadas. (item 2.4.1 da ICA 12-23/2019)

27
DA REUNIÃO INICIAL DO CONTRATO

Contudo, com o novo Manual de Cargos e Funçoes da Aeronautica, cuja vigencia


iniciou-se em 21/02/2022, esta atribuiçao passou a ser do gestor designado para a
funçao de Gerencia Contratual. Os normativos do COMAER estao em fase de adequaçao
frente a esta e outras alteraçoes.

O Manual de Contrataçoes Publicas ja traz em seu texto a competencia da


funçao de Gerencia Contratual para a conduçao da referida reuniao:

4.1.19 b) participar da reunião de iniciação, promovida pela Gerência Contratual da


UG de Apoio ou da UG Apoiada, com a participação do Gestor de Risco Contratual,
reunindo as partes interessadas da organização e do contratado, para esclarecer
aspectos técnico-operacionais do contrato, bem como diligenciar junto à fiscalização
para que os recebimentos se processem dentro dos prazos legais previstos, efetuando
o controle sobre o contrato e certificando-se de que estão sendo cumpridas todas as
cláusulas nele pactuadas;

O art. 45 da Instruçao traz, ainda, a seguinte recomendaçao:


“Art. 45 Apos a assinatura do contrato, sempre que a natureza da prestaçao
dos serviços exigir, o orgao ou entidade devera promover reunião inicial
para apresentaçao do plano de fiscalizaçao, que contera informaçoes acerca
das obrigaçoes contratuais, dos mecanismos de fiscalizaçao, das estrategias
para execuçao do objeto, do plano complementar de execuçao da contratada,
quando houver, do metodo de aferiçao dos resultados e das sançoes
aplicaveis, dentre outros.
§ 1º Os assuntos tratados na reuniao inicial devem ser registrados em ata e,
preferencialmente, estarem presentes o gestor, o fiscal ou equipe responsavel
pela fiscalizaçao do contrato, o preposto da empresa e, se for o caso, o
servidor ou a equipe de Planejamento da Contrataçao.”

Ressalta-se que, conforme dito na IN nº 05/2017, existem aqueles participantes


preferenciais, nao impedindo a participaçao de outros atores julgados necessarios a
um melhor resultado neste encontro.

E importante ressaltar que a realizaçao da reuniao inicial do contrato e


necessaria em todos os termos de contrato a serem assinados, sejam eles de aquisiçao
de materiais, prestaçao de serviços, aluguel de equipamentos, obras e serviços de

28
DA REUNIÃO INICIAL DO CONTRATO

engenharia, tecnologia da Informaçao, utilizaçao de bens imoveis da Uniao, dentre


outros.

“Consoante a matriz de planejamento, foram previstos 21 (vinte e um)


possíveis achados de auditoria quanto a questao acima destacada. Como
Acórdão resultado dos trabalhos desenvolvidos, confirmou-se, de início, a
83/2020 ocorrencia de nove situaçoes irregulares que se encontram identificadas a
seguir:
Plenário-TCU a) Falhas no reajustamento de preços contratuais;
b) Falhas na mediçao dos serviços contratuais;
c)Ausencia de segregaçao de funçoes no planejamento e na fiscalizaçao
contratual;
d) Falhas na designaçao dos agentes de gestao/fiscalizaçao contratual;
e) Dimensionamento inadequado da equipe de fiscalizaçao;
f) Ausencia/Deficiencia da reuniao inicial para execuçao do contrato”.

No acordao abaixo, ratifica-se a importancia de realizaçao da reuniao inicial,


bem como registra-la em ata, como meio de formalizar todos os aspectos tratados.
Neste caso específico, os apontamentos realizados em ata podem validar a posiçao da
Administraçao e o nao cumprimento por parte da Empresa do que foi avençado:

“A empresa estava, de outro lado, plenamente ciente dessas


necessidades, haja vista o que se encontrava disposto no termo de
referência, no edital e no contrato. E na apresentação relativa à
reuniao inicial do contrato restou assente que a empresa tinha
conhecimento acerca de sua missão, embora não tivesse entregado,
como relatado pela equipe de auditoria, o que dela se esperava. Eis
trecho daquela reuniao inicial do contrato, nas palavras dos
prepostos da contratada:
Acórdão
“De acordo com o objetivo proposto pelo Dnit em conjunto com a
83/2020 N2O Tecnologia da Informação, registramos neste documento a
primeira reunião com o cliente, chamada de kickoff, com o
Plenário-TCU propósito de alinhar todos os passos da instalação e implantação
da Solução de TI contratada, evitando assim possíveis impactos
negativos na operação corporativa. Informações com detalhes
técnicos das atividades realizadas poderão ser observadas
conforme no decorrer do documento.
Reconhecemos a importância desse projeto para o Dnit e estamos
comprometidos com o sucesso esperado. Desejamos que a solução
proposta neste documento atenda às necessidades corporativas
atuais e expectativas da Gestão.”

29
DA REUNIÃO INICIAL DO CONTRATO

Abordada a importancia da reuniao inicial do contrato, passa-se a tratar da


comunicaçao com a contratada.

30
DA COMUNICAÇÃO COM A CONTRATADA

Da comunicaçao com a contratada


Quando o assunto e a comunicaçao com a contratada, tem-se que ter em mente
a figura do preposto.

Mas o que seria o preposto?

Assim como o fiscal do contrato e o representante da Administraçao, o preposto


e o representante da contratada.

E o indivíduo nomeado pelo socio, administrador ou gerente de uma sociedade


comercial ou empresa industrial para representa-la. E tambem a pessoa colocada
diante de uma atribuiçao para conduzi-la ou dirigi-la.

E aquele que representa o titular de uma empresa, dirige um serviço, pratica


algum ato por delegaçao da pessoa competente, que e o preponente, aquele que
constitui o preposto, em seu nome, sob sua dependencia.

De acordo com a Lei 10.406/2002 (Codigo Civil), tem-se o seguinte:


Art. 1.169. O preposto nao pode, sem autorizaçao escrita, fazer-se substituir
no desempenho da preposiçao, sob pena de responder pessoalmente pelos
atos do substituto e pelas obrigaçoes por ele contraídas.
Art. 1.170. O preposto, salvo autorizaçao expressa, nao pode negociar por
conta propria ou de terceiro, nem participar, embora indiretamente, de
operaçao do mesmo genero da que lhe foi cometida, sob pena de responder
por perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operaçao.
Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de papeis, bens ou valores ao
preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto, salvo
nos casos em que haja prazo para reclamaçao.

De acordo com art. 68 da Lei 8.666/93:


Art. 68. O contratado devera manter preposto, aceito pela Administraçao, no
local da obra ou serviço, para representa -lo na execuçao do contrato.

31
DA COMUNICAÇÃO COM A CONTRATADA

A Lei nº 14.133/2021 trouxe em seu art. 118 o teor abaixo, mantendo o


entendimento ja consolidado pela Lei de licitaçoes preterita, a saber:

Art. 118 O contratado deverá manter o preposto aceito pela Administração no local da
obra ou do serviço para representá-lo na execução do contrato.

A IN nº 05/2017, traz uma serie de aspectos importantes relacionados ao


preposto e, consequentemente, a comunicaçao com a contratada:
a) o preposto da empresa deve ser formalmente designado pela
contratada antes do início da prestaçao dos serviços, em cujo
instrumento devera constar expressamente os poderes e deveres em
relaçao a execuçao do objeto;
b) a indicaçao ou a manutençao do preposto da empresa podera ser
recusada pelo orgao ou entidade, desde que devidamente justificada,
devendo a empresa designar outro para o exercício da atividade;
c) as comunicaçoes entre o orgao ou entidade e a contratada devem ser
realizadas por escrito sempre que o ato exigir tal formalidade,
admitindo-se, excepcionalmente, o uso de mensagem eletronica para
esse fim;
d) a contratante devera realizar reunioes periodicas com o preposto, de
modo a garantir a qualidade da execuçao e os resultados previstos
para a prestaçao dos serviços;
e) orgao ou entidade podera convocar o preposto para adoçao de
providencias que devam ser cumpridas de imediato; e
f) a depender da natureza dos serviços, podera ser exigida a
manutençao do preposto da empresa no local da execuçao do objeto,
bem como pode ser estabelecido sistema de escala semanal ou
mensal.

32
DA COMUNICAÇÃO COM A CONTRATADA

E muito importante que todos os encontros/reunioes com o preposto sejam


registrados em ata ou no registro de ocorrencias do fiscal, sendo repassadas a
Administraçao mensalmente como anexos do RSC (Relatorio de Situaçao Contratual),
documento que sera abordado mais a frente.

No decorrer das citaçoes acima, tanto na Lei nº 8.666/93, como a Lei nº


14.133/2021 e a IN nº 05/2017, informam que o preposto deve ser aceito pela
Administraçao e que pode ser recusado, desde que de forma justificada. Isso e muito
importante que o fiscal tenha conhecimento, visto que, em muitas situaçoes, o
preposto causa transtornos para a conduçao correta do contrato, bem como nao
atende os anseios e necessidades da Administraçao. Se isso ocorrer, a Administraçao
podera solicitar sua substituiçao.

Como forma de clarificar a figura do preposto, segue este vídeo 5 do Prof.


Jorge Ulisses Jacoby.

Acórdão “exigir, antes do início da execução contratual, a designação formal do


989/2020 preposto responsável por representar à contratada durante execução
contratual”.
Plenário-TCU

Acórdão
“ausencia de preposto mantido pelo contratado e aceito pela Administração,
4666/2012 no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato, em
desalinho com o art. 68 da Lei de Licitações e Contratos.”
1ª Câmara-TCU

No proximo topico, tratar-se-a do registro proprio da fiscalizaçao e sua importancia.

33
REGISTRO PRÓPRIO DA FISCALIZAÇÃO

Registro proprio da Fiscalizaçao

De acordo com a Lei nº 8.666/93:


Art. 67

§ 1º - O representante da Administraçao anotara em registro proprio todas as


ocorrencias relacionadas com a execuçao do contrato, determinando o que
for necessario a regularizaçao das faltas ou defeitos observados.

Ja a NLLCA traz em seu art. 117, o seguinte:

Art. 117.

§ 1º O fiscal do contrato anotara em registro proprio todas as ocorrencias relacionadas a


execuçao do contrato, determinando o que for necessario para a regularizaçao das faltas ou dos
defeitos observados.

No texto da IN nº 05/2017, em varios momentos, e citada a importancia e


obrigatoriedade de registros do andamento do contrato por parte da fiscalizaçao:

“Art 42.
§3º O gestor ou fiscais e seus substitutos deverao elaborar relatorio
registrando as ocorrências sobre a prestaçao dos serviços referentes ao
período de sua atuaçao quando do seu desligamento ou afastamento
definitivo.”

Art. 46. As ocorrências acerca da execuçao contratual deverão ser


registradas durante toda a vigencia da prestaçao dos serviços, cabendo ao
gestor e fiscais, observadas suas atribuiçoes, a adoçao das providencias
necessarias ao fiel cumprimento das clausulas contratuais, conforme o
disposto nos §§ 1º e 2º do art. 67 da Lei nº 8.666, de 1993.
§1º O registro das ocorrências, as comunicaçoes entre as partes e demais
documentos relacionados a execuçao do objeto poderao ser organizados em
processo de fiscalizaçao, instruído com os documentos de que trata o § 4º do
art. 42.
§2º As situaçoes que exigirem decisoes e providencias que ultrapassem a
competencia do fiscal deverão ser registradas e encaminhadas ao gestor do
contrato que as enviara ao superior em tempo habil para a adoçao de
medidas saneadoras.” (grifos nossos)

O registro proprio do fiscal e um instrumento da fiscalizaçao, no qual sao


registrados os fatos relacionados ao contrato, que, posteriormente, devem ser

34
REGISTRO PRÓPRIO DA FISCALIZAÇÃO

sintetizados no Relatorio de Situaçao Contratual ou anexadas as copias do mesmo,


como forma de prestaçao de contas mensal do andamento da fiscalizaçao, conforme
previsto no modulo 15 do Manual Eletronico de Procedimentos das Unidades de Apoio
e Apoiadas, anexo do Regulamento de Administraçao da Aeronautica (RADA-e), a saber:
“15.1.2.2 Poderao participar da Reuniao Mensal da Administraçao da UG EXEC
apoiadora, a criterio do Agente Diretor, outros agentes da Administraçao
responsaveis por bens e valores, detentores de suprimentos de fundos e
Comandantes/Chefes de subunidades, bem como representante(s) de UG
CRED e de UG CONTROLE apoiadas, mediante previa coordenaçao da UG
EXEC apoiadora.
(...)
15.1.2.4 A participaçao de que trata o item 15.1.2.2 devera ser estendida aos
responsaveis pela fiscalizaçao da execuçao de instrumentos contratuais
firmados no interesse das UNIDADES APOIADAS, assim como aos
responsaveis pelo recebimento de bens e serviços. Na indisponibilidade do
comparecimento dos fiscais de contrato sera necessaria a participaçao do
chefe da divisao de contratos (ou equivalente).”

O registro proprio possui o objetivo de cumprir o regramento legal, bem como


fornecer segurança ao fiscal no caso de haver questionamentos acerca das condiçoes
contratadas e realizadas pelo contratado. Os orgaos de controle poderao concluir se a
fiscalizaçao agiu ou nao com responsabilidade no desempenho de suas funçoes e se a
atuaçao foi tempestiva, isto e, feita com rapidez e no tempo certo.
Sempre que o fiscal de contrato for substituído, ainda que em carater eventual,
deve-se entregar os registros dos contratos ao substituto.

Quando for necessario registrar atos e fatos e nao for utilizado o livro de
ocorrencias, a anotaçao sera realizada por meio de documento em 2 (duas) vias, sendo
uma para a contratada e a outra autuada no processo principal.

Documentos, comunicaçoes, recibos e tudo mais que estiver relacionado ao

35
REGISTRO PRÓPRIO DA FISCALIZAÇÃO

controle de cumprimento dos prazos estao sob a responsabilidade e o controle do fiscal


do contrato e devem compor, tambem, o processo principal.

O fiscal do contrato deve providenciar documento para ser juntado ao processo


principal, informando a existencia do referido livro de ocorrencias, esclarecendo como
serao feitos os registros e, onde se localizarao os arquivos correspondentes ate o
termino do contrato.

O registro proprio de ocorrencias do fiscal, nao necessariamente precisa ser um


livro físico, podendo inclusive, ser um documento eletronico.
Consequentemente, esse instrumento busca dar formalidade ao exercício das
atribuiçoes do representante da Administraçao, cumprindo a previsao legal e dando
segurança jurídica ao fiscal do contrato.
Cabe salientar, ainda, que um registro efetivo das ocorrencias do contrato e uma
das ferramentas que o fiscal possui para realizar as glosas previstas nos contratos que
adotam o Instrumento de Mediçao de Resultado (IMR).
Ao recomendar a regularizaçao ou correçao de algum ato, deve-se lembrar de
estabelecer prazo para soluçao dos problemas apontados, bem como de dar ciencia do
fato a quem deva resolve-lo.
Da mesma forma, e importante colher a assinatura do preposto da contratada
para a instruçao futura de um possível procedimento de sançao contratual.

O que devo fazer se o preposto se recusar a dar ciência numa ocorrência


lançada no livro de registro de ocorrências do fiscal?

36
REGISTRO PRÓPRIO DA FISCALIZAÇÃO

Pode, eventualmente, o preposto da empresa contratada se recusar a assinar o


documento com o registro das ocorrencias do contrato a ser acostado ao processo.

E necessario esclarecer que, normalmente, solicita-se a ciencia da empresa


sobre os registros que sao realizados e que a condiçao de preposto implica representar
a empresa nos atos praticados no ambito da UG contratante. E conveniente lembra -lo,
tambem, de que o registro tempestivo de todas as ocorrencias e de interesse da
contratada, pois podera eventualmente comprovar o cumprimento diligente de suas
obrigaçoes contratuais, resguardando-a da aplicaçao de sançoes.

Deve ser permitido, todavia, que o preposto faça alguma ressalva, por meio de
documentaçao a parte para descomplicar o processo ou, mesmo, para escrever que
tem ciencia mas nao concorda com tal ou qual providencia. Se pretender alongar-se no
texto, faz-se necessario orienta-lo a apresentar suas declaraçoes separadamente.

Se for, no entanto, indispensavel que tome ciencia logo e se houver recusa, o


gestor do contrato devera registrar o fato no livro de ocorrencias, informando a data,
horario e local da recusa e, sempre que possível, as circunstancias e pessoas presentes
no fato, de preferencia com a indicaçao de 2 (duas) testemunhas que presenciaram o
ato de recusa.

Ato contínuo, o gestor/fiscal devera remeter a comunicaçao por escrito a


contratada, analisando, em seguida, se e o caso de pedir a troca do preposto. O gestor
do contrato tem direito de pedir a troca do preposto quando este adotar
comportamento que atrase a execuçao do contrato ou outro motivo, em despacho
fundamentado.

MODELO DE ESTRUTURAÇÃO DO LIVRO DE OCORRÊNCIAS

Para fins de exemplificaçao de um livro de ocorrencias, traz-se um exemplo de


estruturaçao que podera ser adotada pelo fiscal do contrato:

37
REGISTRO PRÓPRIO DA FISCALIZAÇÃO

Classificam-se os registros em tres categorias:

1) da relaçao da contratada com seus empregados (se for o caso);


2) da relaçao da contratada com a UG contratante; e
3) da relaçao da contratada com outros.

DA RELAÇAO DA CONTRATADA COM SEUS EMPREGADOS

Neste item pode-se abordar as seguintes questoes:

a) pagamento aos empregados fora da data estipulada;

b) vale-transporte; e

c) se previstos em convençao coletiva ou no contrato:

- cesta basica;
- uniforme;
- outros benefícios e vantagens.

Tambem deve ser anotada a forma como o fiscal administrativo do contrato


realiza a verificaçao do cumprimento das obrigaçoes trabalhistas e previdenciarias.
DA RELAÇAO DA CONTRATADA COM A UG CONTRATANTE

Neste item pode-se abordar as seguintes questoes:

a) atraso na entrega de materiais e serviços;


b) entrega de materiais e serviços fora da especificaçao;
c) descumprimento total ou parcial de outras clausulas contratuais; e
d) penalidades e restriçoes impostas.

Tambem podem ser anotadas, mesmo que de forma resumida, as atas das
reunioes realizadas com o representante da contratada, juntando-se aos autos

38
REGISTRO PRÓPRIO DA FISCALIZAÇÃO

respectivos as negociaçoes estabelecidas para a eficiente execuçao contratual.

DA RELAÇAO DA CONTRATADA COM OUTROS

Neste item pode-se abordar as seguintes questoes:

a) descumprimento de normas referentes a segurança e a medicina do


trabalho; descumprimento de normas ambientais;
b) descumprimento de normas relativas a obrigaçoes trabalhistas, socais e
previdenciarias; e
c) outros.

Ressalta-se, novamente, que estes sao apenas exemplos de como os


lançamentos poderao ser realizados, ficando a criterio de cada fiscal optar pela forma
que melhor atenda seu contrato.

Seguem abaixo algumas jurisprudencias acerca do tema:

“Na execução contratual, o fiscal do ajuste deve realizar o fiel registro de


todas as ocorrências relevantes observadas e a Administração não pode se
furtar ao direito-dever de aplicar as sanções administrativas previstas,
quando for o caso.”

Acórdão “9.5.3. não elaboração de livro de registro de ocorrências relacionadas ao


contrato 1/2014, determinando o que for necessário à regularização das
1851/2018 faltas ou defeitos observados, em afronta ao art. 67, §1º, da Lei
8.666/1993”.
Plenário-TCU 128. Situação encontrada e evidência: não há livro de registro das
ocorrências relacionadas à execução do (...), para prestação de serviços de
limpeza, asseio e conservação. No entanto, (...) informa que as ocorrências
são formalizadas por meio de documentos próprios, tais como notificação,
comunicação, ordem de serviços, advertência, ofício etc (peça 9, p. 1) . De
fato, constatamos a existência de tais documentos à peça 62. Para além
disso, não há no registro apresentado nos comentários do gestor (v. peça

39
REGISTRO PRÓPRIO DA FISCALIZAÇÃO

95, p. 11-12, e peça 102, p. 11) , a determinação do que deveria ter sido
adotado pelo contratado para regularização das faltas, de forma a
mitigar essas ocorrências irregulares detectadas pela fiscalização (...), bem
como as reiteradas ocorrências verificadas (v. próximo achado) .
130. Causa: a ausência deste mecanismo de controle pode ser atribuída à
negligência a norma supra.
131. Efeitos reais e potenciais: pode levar à perda de controle quanto às
faltas que são cometidas pela contratada, bem como inviabilizar a
rescisão contratual por culpa da contratada, nos termos do art. 78, VIII da
Lei 8.666/1993, no caso de “cometimento reiterado de faltas na sua
execução anotadas na forma do §1º do art. 67”.132. Proposta de
encaminhamento: por isso será determinado (...) que anote em registro
próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato,
determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos
observados, conforme disposto no art. 67, §1º, da Lei 8.666/1993.
133. Benefícios esperados: na expectativa de que se possa ter mais
segurança e transparência a respeito do controle que é realizado sobre o
contrato em questão.

“24. Realmente, de acordo com o art. 67 da Lei 8.666, de 21/6/1993, o


Acórdão contrato deverá ser acompanhado e fiscalizado por um representante da
Administração, que anotará em registro próprio todas as ocorrências
4140/2016 relacionadas à execução contratual, sobretudo atestando a realização dos
serviços cobrados antes de cada pagamento, com vistas inclusive a
1ª Câmara-TCU propiciar o cumprimento do dever de comprovação da boa e regular
aplicação dos recursos.
Assim, além da falta desses outros elementos de prova, como o gestor já
vinha pagando por serviços inexecutados e, como o município declarou em
22/5/2009 (item 8) que não tinha interesse em corrigir os problemas
detectados pela Funasa e concluir os sistemas de abastecimento de água, o
dito relatório, desacompanhado de outros elementos de prova da efetiva
execução naquele instante dos serviços nele declarados, carece de
confiabilidade, não passando de simples declaração, qual as notas fiscais dos
serviços pagos e não realizados.
25. O ideal era que a Funasa tivesse vistoriado novamente as obras, em
curto espaço de tempo após aquele último pagamento, para, assim, apurar a
quantidade real de serviços até então realizados. Mas, perante o ônus da
prova, o gestor é quem deve adotar os procedimentos legais necessários
para demonstrar que os serviços foram custeados com o dinheiro para eles
disponibilizados, mediante a geração, guarda e apresentação dos elementos
de prova suficientes para isso.”

Abordados os aspectos relacionados aos registros proprios dos fiscais, passa-se


a tratar da obrigaçao de prestar contas.

40
DA OBRIGAÇÃO DE PRESTAR CONTAS

Da obrigaçao de prestar contas


A prestaçao de contas e dever de todo agente publico. Esse dever, no ambito do
COMAER, pode ser realizado por meio do Relatorio de Situaçao Contratual (RSC), da
participaçao na reuniao mensal de Prestaçao de Contas Mensal e da participaçao na
Reuniao da Administraçao, quando houver, alem de qualquer outra solicitaçao formal
advinda dos Orgaos de Controle Interno ou Externo (CENCIAR, TCU, AGU) ou do
proprio Ordenador de Despesas da Unidade ou Agente de Controle Interno.

DO RELATÓRIO DE SITUAÇÃO CONTRATUAL

.
O Relatorio de Situaçao Contratual (RSC) consiste em documento padronizado no ambito
do COMAER, elaborado mensalmente pela fiscalizaçao do contrato.

No referido relatorio consta um resumo das ocorrencias observadas no período


e contera, ainda, a documentaçao expedida ou recebida, ordenada cronologicamente,
tais como: cauçoes, apolices de seguro, notas fiscais, ofícios, cartas, correspondencias
eletronicas (e-mail), propostas, notificaçoes, ordem de execuçao de serviço, copias
das paginas do livro de ocorrencias do fiscais relativas aquele período, termos de
recebimento provisorio e definitivo, dentre outros.

Este documento deve ser encaminhado eletronicamente, via SILOMS, no prazo


definido pelo Agente responsavel por sua conferencia na UG.

O envio dos mencionados relatorios a UG Apoiadora nao desobriga os agentes


da administraçao das UG Apoiadas da responsabilidade pela verificaçao, avaliaçao e
certificaçao da regularidade da execuçao contratual.

41
DA OBRIGAÇÃO DE PRESTAR CONTAS

Abaixo, tem-se o modelo do relatorio de Situaçao Contratual.

MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
NOME DA ORGANIZAÇÃO MILITAR
RELATÓRIO DE SITUAÇÃO CONTRATUAL

Relatório nº XXX de DD/MM/AAAA


Referência: PAG nº XXX/OM/AAAA ( Contrato nº NNN/UG EXEC-UG Signatária/AAAA, quando houver)
Do (Fiscalização)
Ao Sr. Ordenador de Despesas/ Dirigente Máximo
Referência: (referenciar documentação relacionada com as atividades nele reportadas, tais como notificações, termos de
recebimento, ofícios, cartas, mensagem fac-símile, propostas, pareceres técnicos e outros documentos considerados de interesse da
Administração).

1. Formalizo e apresento, para fins de adoção das medidas cabíveis e julgadas pertinentes, por intermédio deste
Relatório, as ocorrências observadas/discrepâncias no período de ......../........../............ a ......../........../..........., decorrentes da execução
do Contrato nº ....................... de ......../........../............, firmado entre esta OM e (Razão Social e o CNPJ da Contratada), cujo objeto se trata
de (descrever o objeto resumidamente), merecendo destaque as seguintes informações:
a) data de assinatura:
b) data de término da vigência:
c) data de término da execução:
d) data limite para providenciar Termo Aditivo: (90 dias antes do término da vigência, dentro do prazo de
execução)

2. Quanto à atividade de execução orçamentária e financeira, informo que, no período considerado, ocorreram os
seguintes fatos:
a) (listar detalhadamente as eventuais insuficiências de crédito ou de numerário; emissão de Notas de Empenhos
ou de Ordens Bancárias; recebimento, atualização ou resgate de garantias financeiras; a aplicação de sanções
administrativas de natureza financeira; e outros eventos financeiros).
b) (listar detalhadamente as eventuais insuficiências de crédito ou de numerário; emissão de Notas de Empenhos
ou de Ordens Bancárias; recebimento, atualização ou resgate de garantias financeiras; a aplicação de sanções
administrativas de natureza financeira; e outros eventos financeiros).
c) (listar detalhadamente as eventuais insuficiências de crédito ou de numerário; emissão de Notas de Empenhos
ou de Ordens Bancárias; recebimento, atualização ou resgate de garantias financeiras; a aplicação de sanções
administrativas de natureza financeira; e outros eventos financeiros).

3. Quanto à responsabilidade da Contratada, informo que, no período considerado, registraram-se as seguintes


ocorrências/discrepâncias:
a) (listar detalhadamente as observações quanto ao cumprimento de prazos; ao recebimento do material e/ou
serviço contratado; às eventuais notificações emitidas e sanções solicitadas ou aplicadas; às eventuais
qualificações dadas à empresa, em sistema de controle informatizado do COMAER; às eventuais pendências
referentes a Relatórios de meses anteriores; ao resultado de eventuais diligências ou visitas técnicas realizadas;
bem como outros assuntos relacionados).
4. Por oportuno, informo que esta Fiscalização encontra-se à disposição para dirimir eventuais dúvidas decorrentes deste
Relatório, por intermédio do(s) (citar o nome do fiscal ou dos integrantes da Comissão de Fiscalização e seus respectivos
telefones).
Data conforme assinatura eletrônica.

Assinado digitalmente
Presidente da Comissão de Fiscalização/ Gestor do Contrato
Aprovo:

Assinado digitalmente
Ordenador de Despesas/ Dirigente Máximo da UG signatária

42
DA OBRIGAÇÃO DE PRESTAR CONTAS

DA REUNIÃO MENSAL DE PRESTAÇÃO DE CONTAS

E importante ressaltar a obrigaçao do fiscal de contrato em participar da


reuniao da Administraçao, de posse da documentaçao do contrato relacionada ao mes
em questao, para que possa esclarecer ao Ordenador de Despesas/Dirigente Maximo
os aspectos do seu contrato, conforme solicitado pelo Gestor designada para a funçao
de Gerencia Contratual da UG.

O Manual Eletronico de Administraçao da Aeronautica, anexo do Regulamento


de Administraçao da Aeronautica (RADA-e), trata deste assunto em seu item 4,
conforme trecho abaixo:

“Os Agentes da Administração da(s) UG (Executoras e Credoras)


responsáveis por bens, valores e dinheiros, inclusive os detentores de
suprimento de fundos e os fiscais de contratos e instrumentos congêneres ou
afins ou correlatos, de qualquer ordem, deverão prestar contas mensais, na
forma da legislação pertinente, para:

a) comprovar a utilização desses bens, valores e dinheiros, justificar o seu


emprego e demonstrar as respectivas disponibilidades;

b) comprovar a realização de despesas por meio de suprimento de fundos; e

c) posicionar os Agentes da Administração quanto ao andamento da


fiscalização referente aos contratos e instrumentos congêneres e afins ou
correlatos pactuados pela(s) UG. “

DA REUNIÃO DA ADMINISTRAÇÃO

Caso seja convocada alguma Reuniao da Administraçao, tambem existe a


obrigaçao do fiscal de contrato participar, podendo ser convocado a esclarecer alguns
aspectos do seu contrato ao Ordenador de Despesas/ Dirigente Maximo, conforme
preve o Manual Eletronico de Administraçao da Aeronautica, anexo do Regulamento de
Administraçao da Aeronautica (RADA-e) em seu item 4, a saber:

43
DA OBRIGAÇÃO DE PRESTAR CONTAS

Os Agentes da Administração da(s) UG (Executoras e Credoras) reunir-se-


ão, obrigatória e periodicamente ou a qualquer tempo, por convocação e
sob a presidência do Comandante/Chefe/Diretor/Prefeito, do Agente
Diretor ou do Ordenador de Despesas da UG para tratar, entre outros: de
assuntos pertinentes à situação econômico- financeira e patrimonial, do
andamento dos serviços administrativos, do andamento dos planos da
Administração e de todos os assuntos correlatos que tenham relação com a
administração da UG.

Tomarão parte, obrigatoriamente, da Reunião da Administração da(s) UG, o


Agente Diretor (titular e delegado, se houver), o Ordenador de Despesas
(titular e delegado, se houver), o ACI (titular e delegado, se houver) e os
Fiscais de Contrato.

No proximo topico, sera abordada a participaçao da fiscalizaçao na etapa de


planejamento da contrataçao.

44
DA PARTICIPAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO NA ETAPA
DE PLANEJAMENTO

Da participaçao da Fiscalizaçao na Etapa de Planejamento

De acordo com alínea “d” do art. 21 da IN nº 05/2017, o fiscal do contrato


podera compor a equipe que ira elaborar os Estudos Preliminares e o Gerenciamento
de Riscos, podendo participar de todas as etapas do Planejamento da Contrataçao,
conforme abaixo:

“Art. 21. Os procedimentos iniciais do Planejamento da Contrataçao


consistem nas seguintes atividades:

I - elaboraçao do documento para formalizaçao da demanda pelo setor


requisitante do serviço, conforme modelo do Anexo II, que contemple:
a) a justificativa da necessidade da contrataçao explicitando a opçao pela
terceirizaçao dos serviços e considerando o Planejamento Estrategico, se for
o caso;
b) a quantidade de serviço a ser contratada;
c) a previsao de data em que deve ser iniciada a prestaçao dos serviços; e
d) a indicação do servidor ou servidores para compor a equipe que irá
elaborar os Estudos Preliminares e o Gerenciamento de Risco e, se
necessário, daquele a quem será confiada a fiscalização dos serviços, o
qual poderá participar de todas as etapas do planejamento da
contratação, observado o disposto no § 1º do art. 22;
II - envio do documento de que trata o inciso I deste artigo ao setor de
licitaçoes do orgao ou entidade; e
III - designaçao formal da equipe de Planejamento da Contrataçao pela
autoridade competente do setor de licitaçoes.” (grifos nossos)

Primeiramente, para que se entenda o que sao os Estudos Preliminares, foi


disponibilizado o vídeo 6.
Esta previsao se torna bastante relevante visto que o futuro fiscal do contrato
poderá participar ativamente da fase de planejamento, sugerindo procedimentos,
analisando o termo de referencia, antevendo problemas e facilitando o
acompanhamento do instrumento contratual na fase de execuçao.
Para que isso venha a gerar bons frutos, todavia, e de suma importancia que o
Ordenador de Despesas/Dirigente Maximo, com o devido apoio do Gestor de Contratos

45
DA PARTICIPAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO NA ETAPA
DE PLANEJAMENTO
da UG, indique no momento do planejamento da licitaçao, o militar ou civil que atuara
como fiscal daquele contrato, de forma que ele componha a Equipe de Planejamento
daquele objeto. Essa solicitaçao tambem podera ser provocada pelo setor requisitante
do material ou serviço.
Cabe ressaltar, todavia, que a designaçao do agente como fiscal do contrato so
ocorrera apos a homologaçao do certame ou ratificaçao da dispensa ou inexigibilidade
de licitaçao, quando a Administraçao ja possuir os dados da contratada e todos os
tramites necessarios a assinatura do termo de contrato tiverem ocorrido.

“Perceptível, então, tratar-se de documento cuja abrangência e profundidade


busca assegurar que os integrantes requisitante e técnico da equipe de
Acórdão planejamento, gestores responsáveis pela sua elaboração, possuam o mínimo
2922/2019 de conhecimento acerca do objeto a ser contratado e das diferentes opções
existentes no mercado e seus respectivos preços, de modo que possam
Plenário-TCU especificar a solução mais adequada, viável e com o melhor custo-benefício
para atender às suas necessidades”.

“Efeitos reais e potenciais: mas, tal ajuste é necessário, pois, ao se deixar de


atrelar a aquisição ao planejamento estratégico da instituição, não se
Acórdão saberá efetivamente para qual objetivo estratégico aquela aquisição estará
contribuindo e qual, portanto, é a prioridade daquela aquisição. Deve
1225/2018 também ser clara a justificativa da necessidade da contratação, inclusive
porque se optou pela terceirização.
Plenário-TCU Ao indicar um membro que irá compor a equipe de planejamento da
contratação, por sua vez, o setor requisitante estará apontando quem, que
conhecendo o objeto a ser contratado, irá participar da elaboração dos
estudos técnicos preliminares, do gerenciamento de riscos e da elaboração do
termo de referência ou projeto básico, conforme previsto no art. 20 da IN
MPDG 5/2017. A indicação do possível fiscal do contrato faz com que ele já vá
se inteirando daquilo que será fiscalizado. Por fim, a previsão da data em que
deve ser iniciada a prestação de serviço é essencial para que se evite a sua
descontinuidade ou a contratação emergencial indevida (em decorrência da
falta de planejamento).

Outro aspecto importante, abordado em Acordao anterior a divulgaçao da IN


05/2017, trata sobre a importancia do fiscal do contrato armazenar dados da execuçao

46
DA PARTICIPAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO NA ETAPA
DE PLANEJAMENTO
do seu contrato, de forma que os mesmos possam ser usados pela Equipe de
Planejamento da proxima contrataçao, a ser realizada nos moldes da anterior.

A riqueza desta orientaçao e muito relevante, visto que processos que nao
tiveram sucesso, requisitos que nao foram uteis, dentre diversos outros aspectos,
poderao ser aprimorados na proxima contrataçao.

Mas isso so sera possível se o fiscal for atuante e registrar os pontos de sucesso
e de insucesso do seu contrato. Isso sera uma arma valiosa nas maos de uma Equipe de
Planejamento comprometida.

Como boa pratica, por nao ser procedimento obrigatorio no ambito do


COMAER, sugere-se que o proprio fiscal, ao termino de seu contrato, repasse ao gestor
designado para a funçao de Gerencia Contratual da Unidade, um compendio com estas
informaçoes, com o objetivo que subsidiar o trabalho da proxima Equipe de
Planejamento, ou mesmo, entrar em contato com a Equipe designada para o
planejamento da proxima contrataçao, repassando todas essas informaçoes.

“recomendação ao (...) para que, relativamente às suas aquisições,


Acórdão implemente controles internos no sentido de que o fiscal do contrato de
determinada solução armazene dados da execução contratual, de modo
3016/2015 que a equipe de planejamento da contratação encarregada de elaborar os
artefatos da próxima licitação da mesma solução ou de solução similar
Plenário-TCU conte com informações de contratos anteriores (séries históricas de
contratos de serviços contínuos), o que pode facilitar a definição das
quantidades e dos requisitos da nova contratação, semelhantemente ao
previsto no art. 67, § 1o, da Lei no 8.666/1993.

O proximo assunto abordara a participaçao da fiscalizaçao na atualizaçao e


elaboraçao do Mapa de Riscos.

47
DA PARTICIPAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO NA
ATUALIZAÇÃO E NA ELABORAÇÃO DO MAPA DE
RISCOS
Da participaçao da Fiscalizaçao na atualizaçao e na elaboraçao
do Mapa de Riscos
De acordo com art. 26 da IN nº 05/2017, o Mapa de Riscos confeccionado na
Etapa de Planejamento deve ser atualizado em diversos momentos do processo de
contrataçao. Um deles e apos eventos relevantes durante a gestao do contrato.

Art. 26. O Gerenciamento de Riscos materializa-se no documento Mapa de


Riscos.

§ 1º O Mapa de Riscos deve ser atualizado e juntado aos autos do processo de


contrataçao, pelo menos:

I - ao final da elaboraçao dos Estudos Preliminares;

II - ao final da elaboraçao do Termo de Referencia ou Projeto Basico;

III - apos a fase de Seleçao do Fornecedor; e

IV - após eventos relevantes, durante a gestão do contrato pelos


servidores responsáveis pela fiscalização. (grifo nosso).

Mas o que seria o Mapa de Risco?

Conforme ja citado na Unidade 2, o Mapa de Risco e um


dos documentos que deve ser confeccionado na Fase de
Planejamento da Contrataçao, entretanto, no decorrer das
fases de Seleçao do Fornecedor e Gestao Contratual, em
muitas situaçoes, ele precisara ser alterado/atualizado.

No Manual Eletronico de Contrataçoes Publicas do COMAER, anexo I do RADA-e,


existe um modelo de Mapa de Risco a ser adotado no ambito do COMAER. Nada
impede que se use outro modelo, entretanto, ele devera ser mais detalhado e nunca
menos, do que o ja apresentado.

Mais detalhes sobre este documento tambem poderao ser encontrados na IN nº


05/2017, que trata com detalhes da importancia e da aplicaçao do referido Mapa.

48
DA PARTICIPAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO NA
ATUALIZAÇÃO E NA ELABORAÇÃO DO MAPA DE
RISCOS

Para entender melhor como funciona o Gerenciamento de Risco e a elaboraçao


do Mapa de Risco e seus objetivos, disponibiliza-se o vídeo 7.

Agora que já entendi o que é um Mapa de Risco, em que momento o fiscal


de contrato participa do Mapa de Risco?

Quando a contrataçao adentra a fase de Gestao Contratual, mais precisamente


apos a assinatura do Contrato, o fiscal passa a ser responsavel pela atualizaça o do
Mapa de Risco elaborado na Fase de Planejamento.

Como fatos relevantes do decorrer da gestao contratual que merecem uma


revisitaçao do Mapa de Risco pelo fiscal de contrato, pode-se citar:

a) solicitaçao de aditivo contratual, por parte da contratada;


b) fato superveniente, que venham a impactar o contrato financeiramente ou
na prorrogaçao do prazo de execuçao de determinada etapa;
c) penalidade aplicada a empresa contratada por outro orgao ou pela unidade
do COMAER que a contratou;
d) supressao contratual por acordo entre as partes ou por interesse da
Administraçao;
e) reclamaçoes constantes reportadas pelos usuarios do serviço;
f) informaçoes trazidas pelo preposto ou pelos funcionarios da empresa
sobre atrasos nos pagamentos de seus direitos e/ou salarios; e
g) dentre outros julgados relevantes pelo gestor e/ ou fiscal do contrato.

49
DA PARTICIPAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO NA
ATUALIZAÇÃO E NA ELABORAÇÃO DO MAPA DE
RISCOS
Nos casos da contrataçao corresponder a uma dispensa por valor (Lei nº
8.666/1993, art. 24, inc. I e II), a uma dispensa por emergencia ou por calamidade
publica (art. 24, inc. IV), a contrataçao de remanescente de obra, serviços ou
fornecimento, em consequencia de rescisao contratual (art. 24, inc. XI) ou a uma
contrataçao de serviços prestados de forma contínua, passíveis de prorrogaçoes
sucessivas, a IN 05/2017 dispensa a Equipe de Planejamento de elaborar o Mapa de
Risco nos seguintes momentos da contrataçao:

a) ao final da elaboraçao dos Estudos Preliminares;


b) ao final da elaboraçao do TR/PB; e
c) apos a fase de Seleçao do Fornecedor.

Contudo, nesses casos, a IN diz que e obrigatoria a elaboraçao do


Gerenciamento de Risco relacionado a fase de Gestao do Contrato (IN 05/2017, art.
20, § 2º e 3º), sendo responsabilidade do Fiscal elaborar o primeiro Mapa de Risco do
processo e apresentar ao Ordenador de Despesa/Dirigente Maximo.
Tendo em vista que a IN 05/2017 dispos apenas sobre contrataçao de serviços
sob o regime de execuçao indireta, o gerenciamento de risco nao e etapa obrigatoria
em todos os tipos de contratos, contudo a sua utilizaçao e uma boa pratica que pode
ser incorporada a qualquer tipo de contrataçao, mesmo que o Mapa de Risco não
tenha sido elaborado antes da assinatura do Termo de Contrato.
A Lei 14.133/2021 inovou ao trazer, em seu art. 6º, as informaçoes mínimas
que devem constar na clausula Matriz de Riscos do contrato:

XXVII - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos e de responsabilidades entre as partes e
caracterizadora do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus financeiro decorrente de eventos
supervenientes à contratação, contendo, no mínimo, as seguintes informações:

a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura do contrato que possam causar impacto em seu equilíbrio
econômico-financeiro e previsão de eventual necessidade de prolação de termo aditivo por ocasião de sua ocorrência;

b) no caso de obrigações de resultado, estabelecimento das frações do objeto com relação às quais haverá liberdade
para os contratados inovarem em soluções metodológicas ou tecnológicas, em termos de modificação das soluções previamente
delineadas no anteprojeto ou no projeto básico;

c) no caso de obrigações de meio, estabelecimento preciso das frações do objeto com relação às quais não haverá
liberdade para os contratados inovarem em soluções metodológicas ou tecnológicas, devendo haver obrigação de aderência entre
a execução e a solução predefinida no anteprojeto ou no projeto básico, consideradas as características do regime de execução no
caso de obras e serviços de engenharia;

50
DA PARTICIPAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO NA
ATUALIZAÇÃO E NA ELABORAÇÃO DO MAPA DE
RISCOS
Dito isso, agindo oportunamente, a Fiscalizaçao estara atuando de forma a
antever problemas, diminuindo ou evitando prejuízos ou desgastes para a
Administraçao.

O Tribunal de Contas da Uniao (TCU), baseado no Acordao TCU 1321/2014 –


Plenario, elaborou um documento eletronico denominado Riscos e Controles nas
Aquisiçoes, contendo riscos que podem ser encontrados em cada fase/ acontecimento
da contrataçao. Ele encontra-se em constante atualizaçao e pode ser uma ferramenta a
ser utilizada pelo fiscal em caso de necessidade.

“d.1) diligencie ao Conselho Federal de Farmácia (CFF) , com fundamento no art. 157 do
Acórdão RI/TCU, para que, em igual prazo de até quinze dias úteis, informe a atual situação do
360/2019 contrato para fornecimento de vales alimentação/refeição, bem como para que
encaminhe ao TCU cópia integral dos seguintes documentos:
Plenário-TCU d.1.1) estudos preliminares realizados na etapa de planejamento da licitação
(previsão contida no art. 20, inciso I, e art. 24 da IN 5/2017 /SEGES/MPDG);
d.1.2) Mapa de Risco e respectivas atualizações (previsão contida no art. 26 da IN
5/2017 /SEGES/MPDG)”.

Manifestação do órgão/entidade:
“23. Informa que não foi elaborado qualquer Mapa de Risco, por considerar
que o serviço a ser contratado era de baixa complexidade.
Acórdão Análise:
24. A elaboração de estudos técnicos preliminares é obrigatória para toda
2696/2019 contratação e deve ocorrer na fase preparatória do pregão, consistindo em
elementos técnicos que embasarão, dentre outros aspectos, a necessidade da
1ª Camara-TCU contratação e os critérios de aceitação das propostas, ao teor do disposto no art.
3º, incisos I e III, da Lei 10.520/2002, norma legal aplicável ao certame em
questão, conforme indicação expressa no preâmbulo do Edital, bem assim ao
disposto no art. 20, inciso I, e art. 24 da IN 5/2017 – SEGES/MPDG e no art. 12,
inciso I e § 2º, do Regulamento Interno de Licitações e Contratos da VALEC.”

51
DOS ASSUNTOS QUE ULTRAPASSAM A
COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO

Dos assuntos que ultrapassam a competencia da Fiscalizaçao

Agora tratar-se-a de um tema que, talvez, seja um dos mais importantes para o
fiscal.

E quando a situação foge ao meu controle? O que devo fazer?

O art. 46 da IN 05/2017 ja traz a orientaçao de que as situaçoes que exigirem


decisoes e providencias que ultrapassem a competencia do fiscal deverao ser
registradas e encaminhadas ao gestor do contrato que as enviara ao superior em
tempo habil para a adoçao de medidas saneadoras:

“Art. 46. As ocorrencias acerca da execuçao contratual deverao ser registradas


durante toda a vigencia da prestaçao dos serviços, cabendo ao gestor e fiscais,
observadas suas atribuiçoes, a adoçao das providencias necessarias ao fiel
cumprimento das clausulas contratuais, conforme o disposto nos §§ 1º e 2º
do art. 67 da Lei nº 8.666, de 1993.

§ 1º O registro das ocorrencias, as comunicaçoes entre as partes e demais


documentos relacionados a execuçao do objeto poderao ser organizados em
processo de fiscalizaçao, instruído com os documentos de que trata o § 4º do
art. 42.

§ 2º As situações que exigirem decisões e providências que ultrapassem


a competência do fiscal deverão ser registradas e encaminhadas ao
gestor do contrato que as enviará ao superior em tempo hábil para a
adoção de medidas saneadoras. “(grifos nossos)

52
DOS ASSUNTOS QUE ULTRAPASSAM A
COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO
Nos casos de contrataçoes de aquisiçoes de bens, quando a fiscalizaçao for
composta por uma Comissao, os membros deverao se reunir e, representados pelo
Presidente, levar o fato ao conhecimento do Ordenador de Despesas/Dirigente Maximo
da UG.

Tal orientaçao esta alinhada com a propria Lei 8.666/93 em seu art. 67, que traz
o seguinte:

“Art. 67. A execuçao do contrato devera ser acompanhada e fiscalizada por


um representante da Administraçao especialmente designado, permitida a
contrataçao de terceiros para assisti-lo e subsidia-lo de informaçoes
pertinentes a essa atribuiçao.

§ 1o O representante da Administraçao anotara em registro proprio todas as


ocorrencias relacionadas com a execuçao do contrato, determinando o que
for necessario a regularizaçao das faltas ou defeitos observados.

§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a competência do


representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil
para a adoção das medidas convenientes.” (grifo nosso)

É de suma importância o fiscal comunicar, tempestivamente, ao Ordenador


de Despesas/Dirigente Máximo, qualquer situação que ultrapasse sua
competência, sob pena de responder pela sua omissão ou negligência.

53
DOS ASSUNTOS QUE ULTRAPASSAM A
COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO
Tal alinhamento tambem permaneceu com o texto da NLLCA, trazendo a
novidade prevista no § 3º, segundo o qual o fiscal pode contar com assessoramento
jurídico e de controle interno :

Art. 117.

§ 2º O fiscal do contrato informará a seus superiores, em tempo hábil


para a adoção das medidas convenientes, a situação que demandar decisão
ou providência que ultrapasse sua competência.

§ 3º O fiscal do contrato sera auxiliado pelos orgaos de assessoramento


jurídico e de controle interno da Administraçao, que deverao dirimir duvidas e
subsidia-lo com informaçoes relevantes para prevenir riscos na execuçao
contratual.

Sao exemplos de situaçoes que ultrapassam a competencia da fiscalizaçao:

a) identificaçao que a UG Apoiadora pode nao realizar o pagamento dentro do


prazo previsto;
b) falta de recurso orçamentario para honrar os contratos;
c) percepçao que o acumulo de funçoes por parte do fiscal ou dos membros da
comissao pode acarretar uma fiscalizaçao ineficiente do contrato; ou
d) necessidade de emissao de parecer de especialistas em qualquer fase da
execuçao do contrato.

Aqui, vale um destaque para o § 3º do art. 117 da NLLCA, no qual esta


previsto a previsao de o fiscal de contrato ser auxiliado pelos orgaos de
assessoramento jurídico e de controle interno da Administraçao, subsidiando de
informaçoes relevantes para prevenir riscos na execuçao contratual.

“Nesse caso, os responsáveis não poderiam ter aprovado as alterações


propostas. Em vez disso, deveriam repassar o problema para os seus
Acórdão superiores, conforme previsto no art. 67, § 2, da Lei 8.666/1993. O fiscal
875/2020 de contrato designado, caso entenda não possuir conhecimento técnico
para exercer suas competências, deve alegar o fato ao seu superior em
Plenário-TCU tempo hábil, para adoção das medidas pertinentes, sob risco de vir a
responder por eventual prejuízo causado ao erário (art. 67, § 2, da Lei
8.666/1993). (Acórdão 10.868/2018-TCU-Segunda Câmara).
Por último, os responsáveis alegam que o ato administrativo praticado
pela Comissão de Fiscalização fora apenas em cumprimento à

54
DOS ASSUNTOS QUE ULTRAPASSAM A
COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO
ritualística imposta pelos procedimentos administrativos, com amparo
nos §§ 1º e 2º do art. 67 a Lei 8.666/1993.(...) O argumento, mais uma
vez, não deve prosperar. “

Por fim, a NLLCA trouxe em seu texto uma nova ferramenta que seriam os
meios alternativos de resoluçao de controversias, citados no art. 151 a 154. Segundo
eles, tem-se:
“Art. 151. Nas contrataçoes regidas por esta Lei, poderao ser utilizados meios
alternativos de prevençao e resoluçao de controversias, notadamente a
conciliaçao, a mediaçao, o comite de resoluçao de disputas e a arbitragem.
Paragrafo unico. Sera aplicado o disposto no caput deste artigo as
controversias relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis, como as
questoes relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio economico-
financeiro do contrato, ao inadimplemento de obrigaçoes contratuais por
quaisquer das partes e ao calculo de indenizaçoes.
Art. 152. A arbitragem sera sempre de direito e observara o princípio da
publicidade.
Art. 153. Os contratos poderao ser aditados para permitir a adoçao dos meios
alternativos de resoluçao de controversias.
Art. 154. O processo de escolha dos arbitros, dos colegiados arbitrais e dos
comites de resoluçao de disputas observara criterios isonomicos, tecnicos e
transparentes”

Em que pese esta previsao legal ainda nao ter sido regulamentada, podera ser
uma excelente ferramenta para solucionar conflitos que, em muitas situaçoes nas Leis
preteritas, acabam sendo solucionadas judicialmente.

Por fim, diante da importancia de uma atitude tempestiva por parte do fiscal,
disponibiliza-se o vídeo 8 que aprofunda essa questao e reforça como isso pode alterar
o rumo de um contrato.

55
CONCLUSÃO

Conclusao
Este e o final do curso. Espera-se que o conteudo disponibilizado seja util em
suas atuaçoes como fiscal de contrato/membros da Comissao Fiscalizadora de
Contrato. Alem disso, espera-se que possam ser polos ativos de transferencia de
conhecimento no ambito de suas Unidades.

As nuances e questionamentos que este tema “Fiscalizaçao de Contratos” pode


trazer sao infinitas e que, certamente, nao serao, em sua totalidade, abordados na
presente capacitaçao.

O objetivo principal deste curso foi apresentar as ferramentas necessarias para


melhor gerir seus contratos, sempre nos colocando a disposiçao, por meio da SUCONV-
1 (Divisao de Licitaçoes e Contratos da DIREF), atraves do SAU (Serviço de
Atendimento ao Usuario) ou telefones disponíveis na pagina da DIREF.

No ensejo, fica o convite aos interessados para que acompanhem


tempestivamente a evoluçao da implantaçao da nova Lei de Licitaçoes e Contratos, a
Lei 14.133/2021, no ambito COMAER, que certamente trara novidades ao tema tanto
em aspectos conceituais, quanto na rotina do Fiscal de Contrato e do membro de
Comissao Fiscalizadora de Contrato, por meio do site da DIREF, do canal do Telegram
(ver QRCode abaixo) e/ou pelo proprio modulo COMUNICA do SIAFI.

QR Code Canal do Telegram SUCONV-1

Permaneçam atentos e firmes no compromisso de manter as boas praticas nas


Contratações Públicas do COMAER!

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